Tecnologia salvou e ainda salva vidas
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Japão: Tecnologia salvou e ainda salva vidas…
14 de março de 2011 – 18:30View Comments
É com muito pesar que escrevo este post, afinal, um dos maiores terremotos da história, devastou o Japão no
final da semana passada. Felizmente, a tecnologia e o preparo do país e da população para estes
acontecimentos, com certeza salvaram e ainda estão salvando muitas vidas.
Na sexta-feira passada, todos assistimos pela televisão, e vimos pela internet, um terremoto de magnitude 8,9 e
uma tsunami, assolarem o Japão. As imagens são fortes e devastadoras, o que nos faz pensar o que poderia ser
feito para que desastres como este pudessem ser evitados. Na verdade, evitar desastres naturais é impossível,
mas com a ajuda da tecnologia podemos amenizar os estragos, seja nos preparando com antecedência, ou
avisando a população um pouco antes do fato ocorrer.
Todos sabemos que o Japão é um dos países mais preparados do mundo quando o assunto é terremoto e
tsunamis, afinal, está localizado em uma região do globo terrestre extremamente propícia para estes
acontecimentos naturais tão devastadores. Em função disso, o preparo da população é feito desde a escola
primária, e bilhões são gastos com sistemas de aviso de terremotos e tecnologias de construção capazes de
resistir tais acontecimentos.
Sistema de monitoramento:
O Japão gasta aproximadamente US$ 20 milhões (R$ 33,2 milhões) por ano com um moderno e eficiente
sistema de monitoramento de terremotos e de alerta de tsunamis. Ele foi planejado e executado com a
experiência de meio século do país convivendo com desastres naturais como o de sexta-feira.
O sofisticado sistema é alimentado por uma rede de aproximadamente 1.000 sismógrafos espalhados por todo o
país, capazes de detectar e analisar as primeiras ondas dos terremotos, divulgando um alerta em tempo real.
Para espalhar rapidamente os alertas, a Agência Meteorológica do Japão e a imprensa desenvolveram um
sistema que coloca os avisos nas telas de TV assim que eles são recebidos. Os alertas também são enviados às
autoridades locais por um sistema via satélite, que complementa as comunicações terrestres. As autoridades
locais ativam sirenes e sistemas de alto-falantes, e também decidem se é preciso ordenar a remoção da
população.
“O sistema funcionou muito bem, porque os alertas foram mostrados em redes de televisão por todo o país”,
disse o especialista Hirohito Naito, da Agência Meteorológica Japonesa. Em Tóquio, o primeiro choque foi sentido
cerca de um minuto depois do alerta, tempo suficiente para que as pessoas se preparem conforme foram
ensinadas desde a escola primária.
Vendo as imagens do desastre pode parecer que não, mas com certeza milhares de pessoas foram salvas em
função do aviso prévio feito pelo sistema de monitoramento japonês.
Construções resistentes a terremotos:
No Japão existe um código de construção, criado em 1981, que prevê as mais rigorosas regras do mundo
quando o assunto é a prevenção dos danos causados pelos terremotos. A maioria dos prédios usa um sistema
de amortecedor que fica entre as bases de sustentação do edifício. Esses amortecedores absorvem grande parte
do impacto provocado pelos tremores. Assim a probabilidade do edifício sofrer rachaduras ou abalos estruturais
diminui sensivelmente.
O desenvolvimento desta tecnologia de construção é resultado de uma parceria entre o Japão e os Estados
Unidos, que juntos desenvolveram um programa chamado E-Defense, que estuda constantemente novos
métodos de construção civil, capaz de evitar os danos de um terremoto nas edificações.
Construções utilizando a tecnologia do programa E-Defense são padrão no Japão atualmente, ou seja, os
edifícios mais novos são equipados com sensores que conseguem detectar as ondas de choque antes da fase
mais crítica do terremoto. Com isso, um sistema aciona automaticamente um mecanismo de
contrabalanceamento – movido por molas ou macacos hidráulicos – e mantém a construção de pé.
Auxílio no pós desastre:
O preparo da população, o sofisticado sistema de aviso de terremotos e tsunamis e a tecnologia aplicada nas
construções, evitaram que a catástrofe fosse ainda maior, salvando com certeza milhares de vidas. Mas e após o
desastre, o que fazer para remediar a situação e auxiliar de alguma maneira todos que sofreram com o
terremoto?
Neste caso a tecnologia também tem ajudado! Vimos que logo após o terremoto, muitos telefones não estavam
funcionando, e um dos principais meios de comunicação, principalmente com o exterior, foi a internet e as redes
sociais, como o Twitter por exemplo.
A divulgação de fotos e vídeos quase que em tempo real dos locais mais afetados, também auxilia o real
entendimento do que aconteceu, e isto só é possível com a larga utilização de dispositivos móveis e internet de
alta velocidade, utilizada pela população japonesa.
Google cria serviço para localizar vítimas no Japão:
Se a tecnologia ajudou e vem ajudando a salvar vidas, nada mais coerente que uma das empresas ícones da
tecnologia, internet e comunicações atualmente, faça algo para ajudar também. Pois bem, o Google está de
parabéns por criar um serviço/ferramenta chamada Person Finder, que funciona como um quadro de
mensagens e um diretório, por meio do qual as pessoas podem procurar por parentes e amigos, além de
escreverem notas com o intuito de descobrir se pessoas estão a salvo.
O serviço, que já se comprovou bastante útil em outros desastres de grande magnitude, pode ser adicionado em
sites e páginas de redes sociais. Muitos voluntários de vários países ajudam na composição do banco de dados
do sistema de localização de pessoas do Google, cujo uso inicial ocorreu durante o terremoto do Haiti, em
janeiro de 2010. A ferramenta foi desenvolvida a partir do trabalho feito após a passagem do furacão Katrina,
que devastou a cidade de New Orleans em 2005.
O Person Finder do Google para o terremoto no Japão lista atualmente cerca de 7.200 registros, mas esse
número está aumentando rapidamente. Todos os dados inseridos estarão disponíveis ao público. O Centro de
Crisis do Google também mostra um mapa do terremoto, as últimas notícias relacionadas e listas de ligações
aos centros de aviso, quadros dos desastres e informações sobre trens disponíveis e apagões.
Tecnologia salvou e ainda salva vidas:
Ficou claro e evidente que a tecnologia e o preparo podem salvar muitas vidas, seja prevendo o desastre e se
preparando para ele, ou auxiliando de diversas maneiras após o ocorrido. Fatos como este provam que todo e
qualquer estudo voltado para tecnologias que de alguma maneira auxiliem o ser humano, são sempre muito
bem vindos e apreciados.
O Techguru deixa aqui seus sentimentos pelas vítimas do terremoto no Japão, sua maior
comunidade de leitores depois do Brasil.
Equipe Techguru.