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SUMÁRIOMARÇO 2009

SEÇÕES

33

14

2707

CAPAPRODUÇÃOPerformance CG

FOTOSBanco de Imagens do Ibraf

46 fruta na mesaMaçã: saborosa e nutritiva.

33Produção, de acordo com mecanismos de desenvolvi-mento limpo, ajuda o Planeta.

MEIO AMBIENTEREDUZINDO RASTROS

27Smoothie nacional, barra de manga com cereaise repositor à base de acerola e caju são novidadespara a agroindústria.

CORRIDA À PRATELEIRA

AGROINDÚSTRIA

18Perspectivas para os dois últ imos anos dadécada são cautelosamente otimistas para o setor,que terá feira inédita em São Paulo.

CAUTELA

FINAL DA DÉCADA

14Classificação de frutas beneficia a cadeia frutícola,cria parâmetros para a venda, mas precisa seraprimorada.

CLASSIFICAR PARA GANHAR

FRUTAS FRESCAS

07Roberto Cavalcanti de Morais Júnior, da Frutas DoceMel, fala sobre comercialização no mercado interno.

SE É BOM, MERCADO RECONHECE

ENTREVISTA

45 classificados44 campo & cultura

41 artigo técnicoControle biológico do gorgulho-da-goiaba com nematóidesminimiza o ataque da praga e reduz prejuízos na produção.

38 eventosFrutas brasileiras em destaque na Fruit Logística, Biofach,Gulfood e Sabores do Brasil.

37 agendaAcontecimentos do trimestre.

36 opiniãoLuiz Pereira, Diretor-geral da Hortimix Central de Distribui-ção em FLV, apresenta alternativas para evitar perdas daprodução ao varejo.

30 tecnologiaMudas de melão e melancia enxertadas são a novidade nouso da técnica milenar no País.

12 no pomarSapoti com abacaxi orgânicos, moirões vivos, cuidadoscom tangerina e brasileiríssima mangaba.

10 campo de notíciasPanorama dos principais acontecimentos do trimestre.

06 espaço do leitor04 editorial

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fale conosco

Novos Horizontes, apesar da crise

A fruticultura nacional começa o ano com uma grande novidade: o lançamento daFruit&Log – Feira Internacional de Frutas e Derivados, Tecnologia de Processamentoe Logística –, que acontecerá em setembro. A iniciativa conjunta da Francal Feiras edo Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf) apresentará tecnologias de última geração eserviços essenciais para os negócios da cadeia de frutas, legumes, verduras e seusderivados. O evento pretende reforçar o papel de destaque do Brasil no cenáriointernacional, cujo panorama se mantém cautelosamente otimista. Mesmo com alte-ração no ritmo de projetos, as perspectivas são positivas e de crescimento, segundoa opinião apresentada por empresas do setor, ouvidas na reportagem de capa. Oestado de alerta já foi acionado por empresas e produtores para enfrentar a crise e,apesar dela, buscar oportunidades de crescimento.

No balanço de 2008, apesar da turbulência financeira internacional, o saldo foi posi-tivo com as frutas frescas e processadas mantendo seu espaço no Exterior. As frutasfrescas somaram US$ 481 milhões na balança comercial. Desde 1999, o Brasil pas-sou a ter uma balança comercial superavitária, no entanto o país ainda continua aimportar frutas como a pêra, que não somos autosuficientes na produção. Em pro-cessados, o suco concentrado de laranja puxou as exportações para baixo, devido aoalto estoque internacional.

No campo, a tecnologia inovou com o desenvolvimento de mudas de melão e me-lancia enxertadas. E continua se aprimorando para que o produtor possa ter melho-res resultados com suas frutas, que precisam de normas claras de classificação para acomercialização. Este instrumento, que beneficia a cadeia frutícola, é obrigatóriodesde 2000, com parâmetros definidos para abacaxi, uvas finas e rústicas, maçã epera, mas ainda tem um longo caminho a percorrer até a inserção das demais.

Por outro lado, mercado e centros de pesquisas apostam no poder das frutas comodiferenciais para agregar saúde e praticidade em produtos processados, como frutasdesidratadas e liofilizadas, novas bebidas à base de frutas e os smoothies. Amplamen-te conhecidos nos Estados Unidos e Europa, os smoothies ganharam uma inovaçãoem pesquisa conduzida pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital). Na versãobrasileira, são totalmente à base de frutas nacionais como açaí, maracujá e polpa debanana verde – diferentes dos comercializados no Exterior, que contam com a adi-ção de sorvete, leite e outros alimentos. Porém, estas conquistas e quaisquer outrascairão por terra, se não cuidarmos da sustentabilidade do planeta Terra. É precisoconsumir e produzir de forma mais consciente, reduzindo as emissões de carbonono dia-a-dia em casa e nas atividades econômicas. Neste sentido, a reportagem deFrutas e Derivados localizou uma iniciativa pioneira em fruticultura, que está sendoimplantada pela Citrosuco, do Grupo Fisher, para você conhecer – e seguir o exem-plo – em Reduzindo Rastros..

Desejamos a todos uma boa leitura. Até a próxima edição, se Deus quiser!

Marlene SimarelliEditora

[email protected]

REDAÇÃOpara enviar sugestões, comentários, críticas e dú[email protected]

ASSINATURAa assinatura é gratuita e para solicitar seu [email protected] ou pelo telefone (11) 3223-8766

ANÚNCIOSpara anunciar na Frutas e [email protected] ou pelo telefone (11) 3223-8766

e d i t o r i a l

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ESPAÇO DO LEITOR

“Recebemos a revista com a matériasobre orgânicos. Ficou l inda.Parabéns.”

Cristina TordinJornalista da Área de Comunicação

Empresarial - Embrapa Meio Ambiente,Jaguariúna – SP

“Gostaria de deixar meus parabéns peloexcelente conteúdo da publicação.Com assuntos inteligentes, a revistaproporciona o avanço das tecnologiasdo agronegócio frutícola, gerando ren-da aos produtores, e frutas com quali-dade na mesa do consumidor brasilei-ro e do exterior.”

Paulo Ramom MocelinFiscal Federal Agropecuário

Superintendência Federal de Agricultura,Brasília – DF

“Gostaria de parabenizar a todos res-ponsáveis pela revista Frutas e Deri-vados. Estou gostando muito das no-tícias e entrevistas. Estou consultan-do e me atualizando.Agradeço muito e meus parabéns!!!!”

Douglas Fabrício Murgo GirotoEngenheiro Agrônomo

Frutificar Consultoria Agronômica,Amparo – SP

EndereçoAv. Ipiranga, 952 • 12º andarCEP 01040-906 • São Paulo/SP

Fax(11) 3223-8766

[email protected]

ESCREVA PARA

ERRATA

Na matéria “Brasileiríssima,Cereja-do-Mato”, publicadana seção No Pomar, da Edi-ção 11, houve uma troca comrelação à instituição a qual per-tencia o pesquisador RodrigoCezar Franzon, atualmente daEmbrapa Cerrados, em Planaltina(DF). Até abril de 2008, ele foialuno de Pós-Graduação noCurso de Agronomia, na áreade Fruticultura de Clima Tem-perado, na Faculdade de Agro-nomia Eliseu Maciel, da Uni-versidade Federal de Pelotas,e não da Universidade Católi-ca de Pelotas, conforme vei-culado na matéria.

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ENTREVISTAROBERTO CAVALCANTI DE MORAIS JÚNIOR

MERCADO RECONHECE

DO

CE

MEL

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Marlene Simarelli

A história da Frutas Doce Mel começou há 25 anos,quando Roberto Cavalcanti de Morais trocou o cultivo decana-de-açúcar por frutas, retornando às raízes da família,que havia sido produtora de banana. Há 12 anos, a empresalocalizada na pequena Mamanguape, no interior do Estadoda Paraíba, com centrais de distribuição em Fortaleza, Recifee Salvador, começou a vender os mamões que plantava.

“Paramos de vender para atravessadores e fomos bus-car nosso próprio mercado”, relembra Roberto Júnior, ofilho, que está à frente da exportação. A empresa, comcerca de 300 funcionários, é familiar: Roberto, pai, cuidada produção, enquanto os filhos Roberto Júnior, Rodrigo eTarciano cuidam da administração, do comércio e da ex-portação. Reservado, Roberto Júnior prefere não falar so-bre números de produção e faturamento da empresa, mascomenta sobre a importante etapa da comercialização eos mercados da fruticultura: “Um mundo dinâmico, que

nos motiva, porque a fruta é um alimento reconhecidocomo importante para a saúde e a população nunca vaiparar de comer.”

Frutas e Derivados - Quais são as atividades da FrutasDoce Mel?Roberto C. de Morais Júnior - Plantamos o mamãoPapaya, que é exportado e também segue para o merca-do interno. Estamos começando a produção do abacaxiGold. Trabalhamos com todas as variedades de melão,melancia e abacaxi, por meio de parcerias com produto-res de pequeno, médio e grande portes na Bahia,Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará. Temos umaestrutura em Baraúna (RN), para processamento de ma-mão Formosa, cultivado por mais de dez produtores naregião. Além disso, representamos empresas conhecidasno mercado. Hoje, a Doce Mel fornece frutas para todo o

SE É BOM,

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ENTREVISTA JOÃO SAMPAIO

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ENTREVISTAROBERTO CAVALCANTI DE MORAIS JÚNIOR

“Mercado interno é carente detrabalho diferenciado, com qualidadee atendimento pós-venda”

Nordeste. Para exportação, comercializamos o que nósmesmos produzimos, em função das exigências de mer-cado, pois podemos assegurar o processo de produção.

Frutas e Derivados - Por que optou por distribuir aspróprias frutas e quais mudanças foram necessárias?Roberto C. de Morais Júnior - Vendíamos a produçãopara atravessadores na própria fazenda, com baixo retorno.Então, decidimos buscar o mercado e crescer. Para isso, fo-ram necessárias mudanças estruturais, organização de escri-tório, investimento em tecnologia e logística para entregas.

Frutas e Derivados - Vale a pena fazer a própriacomercialização?Roberto C. de Morais Júnior - Vale, porque o pro-dutor não fica à mercê do atravessador, além de ter umaresponsabilidade maior porque atende a quem vende parao consumidor.

Frutas e Derivados - O que é preciso para esta atividade?Roberto C. de Morais Júnior - O produtor precisater capacidade administrativa e ser bem informado. Senão,é melhor procurar um atacadista com nome no mercadopara poder trabalhar a venda, focar a produção e conseguirmelhorar o custo e a qualidade. Para virar empresário é com-plicado. Há muitos exemplos na região que, quando ele tirao foco da produção para a comercialização, um dos dois sairuim. Outro ponto muito importante é o planejamento. An-tes de plantar qualquer fruta, tem que ter acesso a quem vaivender. Sair à procura de vender quando estiver com a frutapronta, vai acabar nas mãos dos “sanguessugas” do mercado.

Frutas e Derivados - Quais pontos o produtor precisamelhorar para oferecer um produto ideal para consumo?Roberto C. de Morais Júnior - Em todas as etapasdo ciclo produtivo, ele deve pensar que todas as opera-ções devem estar com foco na qualidade do produto parasatisfazer ao consumidor final. Agregado a isto, tem queinvestir em tecnologia de produção.

Frutas e Derivados - A classificação das frutas é, en-tão, um item importante na hora de vender?

Roberto C. de Morais Júnior - Sim e, também, orespeito ao consumidor na hora de colocar a fruta nomercado. Há produtores que não estão preocupadoscom o consumidor. Só estão preocupados com que afruta saia da propriedade. O trabalho do produtor sótermina quando a dona-de-casa consumir a fruta.

Frutas e Derivados - Como analisa o consumidornacional em relação às frutas?Roberto C. de Morais Júnior - Está cada vez maisexigente e cada dia quer consumir algo melhor. Se aqualidade é constante, fica fiel à marca, independentede cobrar mais caro ou não. Ele está disposto a pagarmais por isso. Temos exemplos de produtos que cus-tam quase o dobro do preço do comum, mas têm qua-lidade melhor e vendem mais do que o comum, coma metade do preço. E quando falta o produto, o con-sumidor reclama.

Frutas e Derivados - Quais?Roberto C. de Morais Júnior - O melão é umexemplo. A reclamação pela falta de padrão e de sa-bor, no Brasil, é muito grande. O melão da Itaueira éum exemplo claro que, se tiver qualidade e constân-cia, pode-se cobrar o preço justo que o consumidorestá disposto a pagar.

Frutas e Derivados - A renda per capita nacionalpermite acesso a esse tipo de produto?Roberto C. de Morais Júnior - Hoje, sim. Tem-pos atrás, não. Mesmo na classe média mais baixa etambém nas classes acima, as pessoas querem consu-mir uma fruta que lhes dê prazer. E não comprar bara-to e quando cortar em casa, não conseguir consumir.

Frutas e Derivados - Mamão com saches de mel éum bom exemplo da disposição do consumidor em pagaralgo diferente?Roberto C. de Morais Júnior - É e cada vez maiso consumidor busca produtos diferenciados. Ele deixade comprar à granel para comprar a embalagem. Asembalagens diferenciadas são colocadas pela Doce Mel,à exceção do melão da Itaueira (da redinha), que so-mos distribuidores. Só de Papaya, temos sete tiposdiferentes para que o cliente tenha mais opções e aten-da a toda faixa de mercado.

Frutas e Derivados - O mercado interno é fácilou difícil?Roberto C. de Morais Júnior - Hoje não é fácil,porque as empresas de comercialização, que domi-

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ENTREVISTAROBERTO CAVALCANTI DE MORAIS JÚNIOR

nam o mercado, são as multinacionais. Elas exigem as mes-mas condições ou até mais do que exigem na Europa, etc.Cada vez mais, buscam qualidade a um preço mais baixo,vinculado a um custo-benefício equivalente. Também que-rem novidades, como produtos novos, embalagens dife-renciadas e ações, como degustação na loja, e outras açõesde marketing para atrair o consumidor. O mercado inter-no é tão exigente quanto o exportador.

Frutas e Derivados - Quais diferenças há na hora devender para ambos?Roberto C. de Morais Júnior - As grandes redes,por serem poucas, estão monopolizando o mercado e exi-gindo muito do fornecedor em relação às exigências finan-ceiras, com descontos absurdos. Se o produtor quiser tra-balhar com volume e ter liquidez, vai ter que “morrer” namão deles. Sabendo disso, aproveitam para extrair o má-ximo possível.

Frutas e Derivados - Não vale a pena apostar em redesespecializadas em hortifruti?Roberto C. de Morais Júnior - Sim, vale a pena, masdepende da linha de produtos que se tem. Se a linha deprodutos é de qualidade alta, não dá para vender em redede varejo de subúrbio. As lojas, como butiques de frutas equitandas, que atendem a um público de alto poder aqui-sitivo, compensam porque pagam bem, sem tantas exi-gências financeiras quanto os supermercados.

Frutas e Derivados - O fruticultor consegue crescer seapostar somente no mercado interno?Roberto C. de Morais Júnior - Consegue, porque oBrasil é um país grande e o mercado interno é muito ca-rente de trabalho diferenciado, com qualidade e atendi-mento pós-vendas. Aqui, temos a cultura de que o que ébom vai pra fora e o resto fica para o mercado interno.Quem tem a visão de colocar produtos bons no mercadointerno, tem sucesso.

Frutas e Derivados - O Sr. prefere trabalhar com mer-cado interno ou o externo?Roberto C. de Morais Júnior - Não temos preferên-cia. Temos que estar dentro dos dois mercados, porque,com as mudanças da economia, a situação muda de ummomento para outro.

Frutas e Derivados - Quais entraves há para crescer eter no mercado interno o produto de tão alta qualidade quantopara o externo?Roberto C. de Morais Júnior - Uma delas é a varia-ção do clima. Hoje, o aquecimento global está deixando

invernos irregulares e acaba com a qualidade de qualquerfruta. O clima está atrapalhando bastante, porque sai danormalidade e tira o planejamento. Outros pontossão a infra-estrutura e a logística. O terceiro é falta depadrão e uniformidade na cadeia de comercialização dafruta e o que tem, não é seguido. Como não está definidose há uma fruta melhor, ela passa a concorrer de igualpara igual com outra de menor qualidade, com preço maisbaixo. É preciso também que o consumidor valorize o tra-balho do campo. O consumidor não valoriza o trabalhodo agricultor.

Frutas e Derivados - Por que o consumidor nãovaloriza?Roberto C. de Morais Júnior - Por não conhecer enão saber o que foi feito até a fruta chegar na casa dele.

Frutas e Derivados - O que sugere para que ele conhe-ça o trabalho do agricultor?Roberto C. de Morais Júnior - Tem que ter ações epromoções no ponto de venda sobre o trabalho do pro-dutor; sobre o que faz em relação à qualidade da fruta, depreservação ao meio ambiente, de aspectos sociais, declassificação e segurança alimentar. Hoje, nós que faze-mos tudo isto, somos tratados da mesma maneira queoutras empresas que não fazem nada. Como há esta ondade ecologicamente correto, socialmente correto, com re-lações trabalhistas todas corretas, não degradar o meioambiente, ter sistema de produção certificada, segurançaal imentar em todo processo e o uso correto dosagrotóxicos, tudo isto deve ser mais valorizado pelo con-sumidor. Os produtores devem divulgar seus trabalhos parase diferenciar de quem não faz nada.

Frutas e Derivados - Como fazer se têm baixa rentabi-lidade? Não cabe a ajuda dos grandes atacadistas?Roberto C. de Morais Júnior - Cabe sim e tambémdo Governo, do Sebrae e do Ibraf. Alguns atacadistas járeconhecem isto. Como o Carrefour, que tem uma linhade produtos com garantia de origem e faz propaganda naslojas. Além disso, a rede informa ao consumidor que aque-le produto está rastreado desde sua origem, atestando qua-lidade e atendendo a todas às normas de produção, ambientaise trabalhistas. Tem que ter mais agentes como este. l

“O trabalho do produtor só terminadepois da fruta consumida”

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CAMPO DE NOTÍCIASDaniela Mattiaso e Luciana Pacheco

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EUA Exige Etiquetas comLegenda do País de Origempara Frutas e VerdurasDesde 16 de março deste ano, todasas frutas e verduras frescas ou conge-ladas comercializadas em lojas de va-rejo nos Estados Unidos deverão serexpostas aos consumidores com eti-quetas que mostrem o país de origem,como estabelece a norma Country ofOrigin Labeling (COOL).De acordo com os Estados Unidos, osfornecedores destas frutas ou verdurasdevem apresentar a informação nocontainer ou nos documentos queacompanham o produto. Os estabeleci-mentos de venda, por sua vez, terãode informar ao consumidor sobre o paísde origem, por meio de etiqueta, faixaou outros meios, que sejam visíveisna embalagem ou no produto. Paramais informações:h t t p : / / w w w. a m s . u s d a . g o v /A M S v 1 . 0 / g e t f i l e ? d D o c N a m e=STELPRDC5074925

Fruticultura Mineira GanhaNovas Possibilidades deNegóciosFoi oficializado, em 15 de janeiro último,entre o Instituto de DesenvolvimentoIntegrado (Indi) de Minas Gerais, a Se-cretaria de Estado de Agricultura, Pecu-ária e Abastecimento (Seapa), a AgênciaBrasileira de Desenvolvimento Industri-al (ABDI) e o Instituto Brasileiro de Fru-tas (Ibraf), um acordo que prevê a insta-lação de um sistema agroindustrial naZona da Mata de Minas Gerais.A implantação deste sistema, como me-dida de fortalecimento da indústria local,está entre as metas do programa deRegionalização da Política de Desenvol-vimento Produtivo, lançado em 2008. Epossui como objetivo auxiliar no aumen-to da renda para os produtores, já queoferecerá novas oportunidades comovenda de sucos e polpas de frutas.

Empresa Converte Parte daProdução para Fazer Polpae Atender DemandaCom objetivo de atender uma solicita-ção crescente por polpa de pêssego, foielaborado pelo Instituto Brasileiro de

Frutas (Ibraf), em parceria com a Agên-cia Brasileira de Desenvolvimento Indus-trial (ABDI), o projeto de reconversãoindustrial para as indústrias processadorasde pêssego. Este projeto faz parte do Pla-no de Desenvolvimento Setorial de Fru-tas Processadas e teve como objetivoidentificar formas de diversificar a pro-dução, por meio da integração adequa-da entre indústria e produtor.Segundo Luiz Ariosto Erhart, diretor daGolden Peach, uma das empresas anali-sadas pelo projeto, “o País é importadorda fruta e nossa região tem produção;além disso, grande quantidade de pês-sego é desperdiçada por ser de tama-nho pequeno para colocar na lata paraas compotas”. Entretanto, o Brasil, ape-sar do seu potencial de produção depolpa de pêssego com variedades e qua-lidade adequada, importa mais de 90%das suas necessidades, equivalente a 12mil toneladas ao ano.Com o projeto, a Golden Peach estimaprocessar mais de 3 mil toneladas depêssego num primeiro momento e, emseguida, processar outras frutas da re-gião como morango, uva e maçã, paraaproveitar a linha de produção. A maté-ria-prima é adquirida de pequenos pro-dutores da região fazendo com que te-nham onde entregar a fruta, mesmo empequenas quantidades.

Plano de Trabalho AumentaCapacitação dos Produtoresno TocantinsPara promover a capacitação de fruticul-tores familiares da Cooperativa dos Pro-dutores de Frutas da Região Central deTocantins (Cooperfruto), contribuir naelaboração participativa e na gestão deplanos de negócios voltados ao merca-do, foi realizado em Miracema (TO), osegundo curso “Capacitação em Planode Negócio para Gestão Empresarial:Mercado Frutícola”.A ferramenta de plano de negócio foiajustada a conteúdos específicos, paraatender os produtores de abacaxi, e foidividido em planos setoriais: Estratégico,Marketing, Operacional e Financeiro.Osfruticultores puderam refletir objetiva-mente, a partir de sua realidade, naprocura por soluções coletivas para ospontos de estrangulamento em todasestas áreas.

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A ação fez parte do plano de trabalhoproposto pelo Instituto Brasileiro deFrutas (Ibraf) e a Secretaria de Agricul-tura Familiar do Ministério do Desen-volvimento Agrário (MDA), cujo temaé: “Desenvolvimento e Implantaçãode um Sistema de OrganizaçãoAgroindustrial no Estado do Tocantins.”

Site Informa Clima Vitícoladas Regiões Produtoras deVinho no MundoUm software desenvolvido pelaEmbrapa Uva e Vinho para caracterizaro clima vitícola das regiões produtorasde vinho no mundo acaba de serlançado. Sua base fica no site Sistemade Classificação Climática Multicritérios(CCM) Geovitícola, elaborado pelopesquisador da Embrapa Uva e Vinho,Jorge Tonietto, durante seu doutoradorealizado na Ecole Nationale SupérieureAgronomique de Montpellier (França). Ametodologia foi usada para gerar umbanco de dados de climas vitícolasmundiais, que conta hoje com dadosde 21 países. A idéia de disponibilizar osistema na Internet pretende facilitar oacesso as informações, uma vez quequalquer pessoa pode consultar áreascom condições climáticas semelhantespara a viticultura de vinho, facilitando aescolha de cultivares com maior aptidãopara cada região, ou o identificandopotenciais para certos produtosvitivinícolas, por exemplo. O sistemainclui consulta a base de dados, cálculoonline dos índices climáticos, localizaçãodas regiões vitícolas no globo terrestre,descrição da metodologia, bibliografiade referência e informações comple-mentares. O site está disponívellivremente, em português, inglês efrancês, para a comunidade técnica ecientífica internacional no endereçowww.cnpuv.embrapa.br/ccm

Consultas sobrePropriedades Nutricionaisao Toque dos DedosUm totem com tela de monitortouchscreen – sensível ao toquedos dedos – estará em breve emvários supermercados do País, aoalcance de todos que buscam

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Envie suas notícias para:[email protected]

in formações sobre qual idade esegurança dos alimentos. Mas seuconteúdo já pode ser acessado pelainternet www.alemdorotulo.com.br.O conteúdo e o sistema de navegaçãoforam desenvolvidos por um grupo deespecia l i s tas l igados à nutr ição,comunicação e informática. Além dasinformações existentes no rótulo, hádados ligados à saúde, nutrição e pós-colheita de alimentos. Os especialistastambém enviarão respostas personalizadaspara os consumidores que fizeremquestionamentos por e-mail. A base dedados será enriquecida com as respostasdas dúvidas dos consumidores. Oprojeto Além do Rótulo é da EmbrapaAgroindústria de Alimentos, em parceriacom Embrapa Informática Agropecuária/SP, Universidade Federal do Rio deJaneiro e Universidade Católica deBrasíl ia. Novos parceiros serãoincorporados na Fase 2, que começa em2009, com o acréscimo de centenas dealimentos in natura e processados, alémdas informações sobre sistemas deprodução, políticas de saúde pública emeio ambiente. Serviço: (21) 3622-9743 - [email protected]

Mamões sob Medidapara CriançasA empresa Gaia Papaya encontrou umasolução criativa para comercializar ma-mões pequenos: adotou uma embala-gem com a marca da “Turma da Môni-ca”. A idéia, a princípio, era melhorposicionar os frutos com menores tama-nhos, com baixa aceitação no mercado.Deu certo: “tivemos uma excelente acei-tação dos consumidores”, diz SandroLuiz Bastos Nascimento, gerente nacio-nal de Vendas da empresa. As embala-gens são para frutos de tamanho míni-mo de 250 gramas e máximo de 360gramas. A empresa paga mais caro pelaembalagem, mas não revela quanto. São40 mil caixinhas por mês. Os mamõesda Turma da Mônica são vendidos paraRio de Janeiro, São Paulo, Distrito Fede-ral e Paraná. “Estarmos associados a umamarca forte nos ajuda a termos um me-lhor posicionamento no mercado. Atra-vés do apelo infantil, conseguimos atin-gir um mercado que não atingíamos.Aliás, somos os únicos no mercadode mamão com esse tipo de

direcionamento”, afirma o gerente.Ele lembra que, geralmente, as crian-ças não têm o hábito de comer mamãoe com o apelo da Turma da Mônica ascrianças pedem para os pais compra-rem. E para o produtor? “Esse tama-nho de fruto geralmente seria descar-tado pelo produtor, porém com o novomercado, acabamos comprando e, comisso, aumentando o rendimento doprodutor”, afirma.

Biomudas terá NovaSede AmbientalmenteSustentávelPor conta dos sucessos alcançados emsuas pesquisas genéticas para a produ-ção de mudas frutíferas por micropro-pagação e cultura de tecido, a empresaBiomudas está ampliando toda a suaestrutura. Ela passará a funcionar em umnovo espaço, em Venda Nova do Imi-grante (ES), onde está desde sua fun-dação. Lá, deve desenvolver uma alter-nativa de plantio, que ajude a conser-var o meio ambiente. Para dar o exem-plo, a nova sede terá recursos paracaptação de água da chuva e reuso, tra-tamento do esgoto por meio de filtrosbiológicos e espaço para acolhimentode estudantes dos diversos níveiseducacionais, visando o processo deeducação ambiental. O laboratório teráainda, todo o instrumental tecnológicoatualizado e ampliado, além de infra-estrutura para formação de mão-de-obra local e para a vinda de estudantesde outros centros, visando o intercâm-bio científico. A inauguração da novasede, prevista para o final do primeirosemestre de 2009, ainda possibilitará aampliação da produção em até 600 milmudas por mês.

Perfil do Consumidor deFrutas de Belo Horizonte (MG)O Brasil é o terceiro maior produtorde frutas do mundo, atrás apenas daChina e Índia. Porém, o consumo percapita interno de frutas e seus deriva-dos, tanto no País, como no Estado deMinas Gerais, ainda é muito baixo, se-gundo constatou uma pesquisa realiza-da por profissionais da Empresa de As-sistência Técnica e Extensão Rural deMinas Gerais (Emater-MG). A idéia de

traçar um perfil básico dos consumido-res de frutas em Belo Horizonte foicontribuir com atacadistas e varejistas,feirantes, produtores de frutas e suasassociações, fornecendo informaçõespara adequação da produção, de ofer-ta e demanda às necessidades específi-cas e à melhoria da qualidade de seusprodutos, tendo como prioridade omelhor atendimento aos consumido-res. A pesquisa foi realizada por DenySanábio, Coordenador Técnico Estadu-al de Fruticultura da Emater-MG,Alexsandra Fernandes Caetano, Coor-denadora de Estatística da Emater-MG,e alunos do Curso de Graduação emNutrição da UNI-BH – Ana FláviaAguiar, Fernando Eustáquio de MatosJunior, Viviane Silva Guedes, TamaraGonzaga Homem e Graziele Eugênio.

Dados da PesquisaCerca de 65% dos entrevistados eramdo sexo feminino. Do total, 47% re-cebem até 2 salários mínimos, sen-do que 71% dos entrevistados estãona faixa etária de 20 a 50 anos. Dosconsumidores entrevistados, 49% ti-nham ensino médio fundamental,28%, ensino superior completo ou in-completo. Os sacolões foram os lo-cais mais preferidos pelos belo-horizontinos entrevistados para rea-lizar as compras de frutas, seguidosdos supermercados e feiras livres. Oatributo qualidade das frutas foi maisimportante, do que o atributo preço.Cerca de 64% dos entrevistados fa-zem compras de frutas semanalmen-te, sendo os dias preferidos sábado,seguido da quarta-feira. O valornutricional e a praticidade são os fa-tores que os consumidores mais pro-curam, ao consumir frutas. A maioriatem o hábito de consumir suco de fru-tas, sendo o suco de laranja, o prefe-rido, mas na hora das refeições, o lí-quido ingerido com 79% de preferên-cia dos entrevistados é o refrigeran-te. A laranja, a banana, a maçã e omamão foram as frutas maisconsumidas e preferidas pelos con-sumidores. E, 77% dos entrevistadosgastam até R$ 20,00 com frutas acada compra.

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NO POMARDaniela Mattiaso

PRODUÇÃO ORGÂNICA DEABACAXI COM SAPOTIO cultivo intercalado em pomares com espécies diferentes e perenes é bastanterecomendado no sistema orgânico, segundo Olmar Baller Weber, pesquisador daEmbrapa Agroindústria Tropical. Na unidade, pesquisa com o abacaxizeiro e a sapotitropical vem sendo conduzida em área irrigada e adubada com composto orgâni-co. Na pesquisa foram usadas mudas micropropagadas do abacaxizeiro ‘Champaka’,sendo que na fase de aclimatização, elas foram inoculadas com bactéria promotorade crescimento. Em campo, nas entrelinhas de sapoti tropical, foram aplicadas do-ses de 40 a 120 m3/ha de composto. “Os resultados foram considerados satisfatórios,sendo que não houve incidência de doenças, nem danos de insetos-praga na cultu-ra. Os abacaxis colhidos apresentaram bom tamanho e um elevado teor de sólidossolúveis (18°Brix) e vitamina C (37 mg/100g)”, explica o pesquisador. “As sapotáceastambém apresentaram excelente vigor e espera-se obter frutos de qualidade eprodutividade satisfatória.” De acordo com ele, com o cultivo intercalado é possí-vel incrementar a produtividade do solo. “A tecnologia de produção com uso demudas de qualidade e adubação com composto em pomar irrigado é bem apro-priada a pequenos estabelecimentos rurais, onde se emprega mão-de-obra fami-liar”, finaliza Olmar. Informações: [email protected] - (85) 3391-7100.

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Cercas para demarcação dos limites em propriedades rurais representam alto custo para produ-tores, gerando impacto ambiental negativo, pois ocasionam o desaparecimento de diversas es-pécies de madeiras. Como alternativa, o pesquisador da Embrapa Agrobiologia, Alexander Silvade Resende, recomenda a substituição por estacas de Gliricídia ou Eritrina, que têm capacidadede enraizar e brotar, formando árvores, que servirão como moirões-vivos. “Além de reduzir apressão sobre florestas para obtenção de moirões, as espécies usadas, apresentam vantagens,como adubação do solo pela queda das folhas, ‘quebra-vento’, forragem, sombra para o gado,néctar e pólen para as abelhas, e, ainda, embelezam a paisagem.” A Gliricidia também é conside-rada um inseticida natural. A Embrapa criou kits para envio do material aos agricultores interessa-dos, via correio, composto de sementes de Gliricidia sepium e Eritrina spp., inoculantes específi-cos e instruções. Resende afirma que mais de 500 agricultores já usam a tecnologia pela excelen-te adaptação em quase todas as regiões do País.Informações: telefone (21) 2682-1500 - e-mail: [email protected]

MOIRÕES-VIVOSPARA CERCAS

Um tablete efervescente, formulado com sanificante orgânico, que desinfetae aumenta a vida útil das frutas, foi lançado pela HidroAll. Segundo a empresa,o produto tem ação sobre bactérias, não altera as características da frutatratada e sua aplicação evita a rápida decomposição, reduzindo de 30% a40% as perdas no transporte das frutas. O Hidrosan Efervescente é umbactericida enérgico de contato, que não deixa resíduos sobre a superfície. Asanitização da água de cultivo combate microorganismos maléficos, comobactérias, vírus e vermes.

SANIFICANTE PARA ÁGUAUm novo inseticida para culturas de hortifruti está no mercado:é o Focus® WP, da BASF, formulado à base de Clotianidina. Aempresa informa que o produto age no controle de pragas, comomosca-branca, pulgões e tripés, em culturas hortícolas. Aspragas prejudicam o desenvolvimento das plantas, favorecemo surgimento da fumagina e são vetores transmissores deviroses, que acarretam perdas de produtividade de até 40%nas lavouras.

INSETICIDA PARA HORTIFRUTI

Pesquisa de Olmar Baller Weber comprovouviabilidade do cultivo orgânico de abacaxi e sapoti

Técnica da Embrapa reduz pressão sobreflorestas para obtenção de moirões

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Atualmente, o Estado de São Paulo é o maior produtor de tangerinas do Brasil, segundo RoseMary Pio, pesquisadora do Centro de Citricultura Sylvio Moreira do Instituto Agronômico(IAC). De acordo com ela, é nesta época do ano que se dá a fase de preparo para o início dacolheita das principais variedades cultivadas – cravo, de março a maio; mexerica-do-rio, deabril a junho; ponkan, de maio a julho; e tangor murcote, de julho a outubro. “Neste período,a poda deve ser feita com critério para a retirada de ramos improdutivos, propiciando maiorarejamento e penetração de raios solares no interior da planta. O raleio dos frutos pode serrealizado manualmente ou com aplicação de produtos químicos. É necessária também adubaçãobalanceada, baseada em análises de solo e folhagem. A colheita deve ser realizada no momentocerto para não afetar a florada, que ocorre nos meses de agosto e setembro. Para isto, é precisocolher os frutos manualmente com tesoura, acondicioná-los no campo em sacolas apropriadas e,depois, em caixas menores que as utilizadas para laranjas. As tangerinas são frutas delicadas eprecisam de tratamento diferenciado”, alerta ela. Ultimamente, ainda segundo Rose, um fatorlimitante para o cultivo de algumas variedades tem sido a podridão de alternária, também conhecida como mancha marrom dealternária. “Esta doença provoca queda prematura dos frutos e, quando ataca em estágio avançado de desenvolvimento, causaapodrecimento e inviabilização total dos frutos. Para evitá-la, o controle químico deve ser iniciado no fluxo vegetativo que antecede oflorescimento. Em alguns pomares, o ataque é tão intenso, que o número elevado de pulverizações inviabiliza o plantio, principalmen-te do tangor murcote. A alternativa é investir no plantio de variedades tolerantes, como Thomas IAC 519 e Fremont IAC 543”.

BRASILEIRÍSSIMA, MANGABAMesmo sendo uma das mais tradicionais e saborosas frutas doNordeste, as áreas nativas de mangabeiras têm perdido espaçopara especulação imobiliária, canaviais, coqueirais e criadourosde camarão. “Estudos apontam que 90% das áreas originais demangaba, em Pernambuco, já desapareceram”, afirma o pesqui-sador da Embrapa TabuleirosCosteiros, Josué Francisco daSilva Júnior. A situação tam-bém é crítica em Alagoas eParaíba. Já, em Sergipe e nolitoral norte da Bahia, as áreasde mangabeiras estão mais con-servadas. O levantamento fazparte de projeto, iniciado em2003, e ainda em andamento,para mostrar a situação dos re-manescentes da mangaba no li-toral nordestino e analisar o pa-pel das comunidades tradicio-nais na conservação desses re-cursos, financiado pela Embrapae pelo Conselho Nacional deDesenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O projetocontempla ainda a seleção de variedades e tipos para o Banco deGermoplasma de Mangaba, em Itaporanga D’Ajuda (SE). Atual-mente, a mangaba é muito importante comercialmente para osnordestinos. Na época da colheita, de novembro a março, co-

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munidades inteiras vivem exclusivamente da coleta dos frutos nasáreas nativas e da venda em mercados e feiras livres. A maiorparte da produção é vendida para a agroindústria, que fabricapolpa, sorvete e suco. Apesar de ser uma matéria-primaimportante, há vários gargalos desde a seleção de variedades

até a comercialização. O de-saparecimento da mangabapode ser o fim da fonte derenda para centenas defamílias. As principais regiõesprodutoras estão no Nordes-te, Minas Gerais, Centro-Oeste e Pará. Geralmente, aplanta se desenvolve em so-los arenosos, ácidos, pobresem nutrientes e com poucaretenção de água. O produ-tor interessado no cult ivopode acessar o s i te daEmbrapa Tabuleiros Costeiros(www.cpatc.embrapa.br),onde estão disponíveis publi-

cações gratuitas. As mudas de mangaba podem ser adquiridas naEmbrapa Cerrados - Rodovia BR 020, Km 18, Planaltina (DF) -telefone (61) 3388-9898.Para outras informações sobre a fruta: [email protected] ou telefone (79) 4009-1344.

CUIDADOS PARA COLHEITA DETANGERINA

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Colheita com tesoura preservaqualidade das ponkans

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Maria Finetto

A classificação de frutas é instrumento que beneficia a cadeiafrutícola, criando parâmetros na comercialização, mas há muitopor fazer para atingir todo o mercado

O agricultor Carlos Akira Morioka fala com or-gulho que, desde a primeira colheita em 2004,embala a atemóia de primeira qualidade em caixasde papelão, protegidas individualmente em umamalha de polietileno expandida. Cada caixa com-porta de quatro a doze frutos, vendidos por unida-

PARA GANHARCLASSIFICAR

de. Frutos de qualidade inferior são embalados emcaixas “K” à granel, para venda a quilo. Por que adiferença? “As atemóias, quando embaladas adequa-damente, suportam bem as viagens e chegam aoconsumidor em ótimo estado, sem danos mecâni-cos. Se forem respeitadas todas as normas de pa-

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FRUTAS FRESCAS

dronização dos frutos, proteção individual, transpor-te, armazenamento, teremos uma perda mínima dequalidade e, portanto, sem perda financeira para ocomerciante e para o produtor”, argumenta. A mai-or parte da produção do agricultor é vendida emrede atacadista. A fruta – produzida em Pilar do Sul(SP) – é comercializada in natura. Morioka evita fa-lar em volume e valores, mas defende que a pa-dronização do fruto é muito importante, “pois é pormeio dela que ganhamos a confiança do comerci-ante e, conseqüentemente, a do consumidor”.

Morioka faz parte da Associação Paulista deProdutores de Caqui (APPC), que exporta atemóiapara o Canadá e Europa. A padronização e oembalamento das frutas são feitos em packing house,cert i f icado com Protocolo Eurepgap (hoje,Globalgap), colocado em prática por meio do ProjetoFruta Paulista, convênio entre Sebrae e Instituto Brasi-leiro de Frutas (Ibraf). “Com isto, o consumidor brasi-leiro tem em sua mesa, uma fruta com as mesmasqualidades do europeu”, assegura o agricultor.

“A classificação, a padronização e a embalagem sãoválidas, desde que colocadas em prática por toda a

cadeia participativa. Se for só para alguns e os nossosconcorrentes não fizerem, como faremos?”. A inda-gação é de Washington Dias, engenheiro agrônomo eprodutor de abacaxi há 20 anos. Ele argumenta que,sem a padronização, o produto é vendido a umpreço menor. “E assim a concorrência acaba sendodesleal com quem pratica.” Dias é sócio-proprietá-

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Morais daFonseca:padronizaçãotraz vantagensem termosde preços

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rio da Terra Fértil Exportação e Importação de Fru-tas e vende em torno de 120 mil toneladas de aba-caxi Pérola por mês. Os abacaxis saem a granel deMiracema (TO) para São Paulo (SP), separados emtrês classes, de acordo com as normas de classifica-ção. Quando chegam ao destino, são colocados emcaixas plásticas etiquetadas, que seguem para lojas dasredes Pão de Açúcar e Carrefour. O produtor tam-bém exporta para rede de supermercados em Portu-gal, embaladas em caixa de papelão ondulado. Por quê?“O consumidor de lá paga esse custo.”

LINGUAGEM DO MERCADOA classificação dos produtos de origem vegetal

é obrigatória no País, de acordo com a Lei 9972,de 2000. Hoje, existem padrões oficiais para algunsprodutos hortícolas, entre eles, o abacaxi, as uvasfina e rústica, a maçã e a pera. A expansão dos pa-drões oficiais para outros produtos passa, primeira-mente, pela necessidade da Lei 9972/00 ser me-lhor “detalhada, deixando mais claros os procedi-mentos para essa classificação e fortalecendo a fis-calização por parte do Ministério da Agricultura”.Quem afirma é Fernando Guido Penariol, coorde-nador-geral de Qualidade Vegetal (CGQV/DIPOV/SDA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento (MAPA). “São regras gerais que estãosendo aprimoradas, como as questões da fiscaliza-ção, da habi l i tação de c lass i f icadores, docredenciamento de prestadoras de serviço, entreoutras”, explica. O passo seguinte será a discussãodos padrões oficias para outros produtos vegetais,buscando ampliar a lista e melhorar os padrões ofi-ciais existentes, quando for o caso. Não há comodefinir prazos para ampliação do número de frutaspadronizadas, mas, em média, o MAPA tem publi-cado quatro padrões oficiais de produtos vegetaispor ano. “Parece pouco, mas a publicação de umpadrão exige muito estudo e discussão com a parti-cipação dos segmentos envolvidos com cada pro-duto, devido à complexidade das matérias”, argu-menta. Os estados, explica Penariol, podem legis-lar complementarmente (como fazem Minas Ge-rais e São Paulo), desde que a legislação não sejaconflitante com a Lei 9972. Para ele, a classificaçãotem diversas vantagens. A primeira: permite har-monizar a linguagem do mercado. “Como os pa-drões estabelecidos pelo MAPA têm abrangência na-cional, um produto considerado como tipo 1 no Sultambém será considerado como tipo 1 no Norte”,exemplifica. Outro ponto: permite valorizar os pro-dutos de melhor qualidade. “É normal que um pro-duto de tipo 1, com menos defeitos e impurezas,valha mais que um do tipo 2; tem valor agregadomaior. Para o consumidor, também é um produto

mais conveniente, pois perderá menos tempo se-parando as impurezas”, explica Penariol. Segundoele, essa lógica, de modo geral, acontece tambémna relação entre produtor e indústria. “Pelo mesmomotivo, ou seja, o rendimento industrial de um pro-duto limpo e com menos defeitos é maior, por issoé melhor remunerado ao produtor.” A classificaçãotambém ajuda a aumentar a qualidade das frutas. “Adiferença de valores entre produtos de tipos dife-rentes faz com que o produtor busque melhorar aqualidade do seu produto para ter um retorno mai-or. Entre outras vantagens”, compara. E há desvan-tagem? “Ter qualidade nos produtos exige investi-mento. Para se ter retorno em qualidade no futuro,precisa haver um desembolso inicial em tecnologia,em estrutura, em análises, mas deve ser encaradocomo um investimento”, observa. Quanto às embala-gens, a lei da classificação não entra nesse detalhe, ape-nas apresenta referências sobre como um produtodeve ser apresentado. Outros órgãos regulamentama questão da embalagem, como o Inmetro (questõesde peso e medidas) e Anvisa (questões sanitárias).

DE SÃO PAULO PARA O BRASILO Programa Brasileiro para Modernização da

Horticultura é de adesão voluntária e de auto-re-gulamentação setorial. Surgiu em 1997, mas come-çou mesmo no ano seguinte. No início, era Progra-ma Paulista para a Melhoria dos Padrões Comerci-ais e de Embalagens de Hortigranjeiros, fruto dadecisão das Câmaras Setoriais de Frutas e de Hor-taliças, Cebola e Alho da Secretaria de Agricultura eAbastecimento do Estado de São Paulo. Em 2000,atendendo à demanda de outros estados brasilei-ros, tornou-se nacional. “A atual denominação sedeve à necessidade de uma ação mais profunda eabrangente de modernização da cadeia de produ-ção de frutas e hortaliças frescas”, explica Anita deSouza Dias Gutierrez, chefe de seção do Centrode Qualidade em Horticultura da Companhia deEntrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo

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Classificação dos produtos de origem vegetal é obrigatória,mas exigência ainda é baixa

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Para ficar completo, o Programa Brasileiro para Modernização daHorticultura ainda precisa: - Exigência de obediência às leis já existentes, como rotulagem

e embalagem;- Organização dos produtores em Comitês de Promoção por Pro-

duto para proporcionar ao segmento a responsabilidade de as-sumir a coordenação de cada cadeia de produção hortícola,tais como: orientar a pesquisa para a direção correta, indicar aorientação das ações de Defesa Agropecuária, estabelecer asações de marketing;

- Implantação de sistema de informação de mercado e detecnologias disponíveis, bases para tomadas de decisão do pro-dutor e da cadeia de produção;

- Adoção de padrões de qualidade;- Instalação de barracões de classificação e comercialização por

região para juntar a produção do grande número de produtoresde cada região, classificá-las dentro de um mesmo padrão dequalidade, submetê-las a um mesmo controle de qualidade eenviar cada lote para seu melhor nicho de mercado. Eles per-mitirão a criação de volumes expressivos de produtos, cujamelhor destinação seria a indústria e, desse modo, pequenasagroindústrias surgirão nas regiões produtoras. Deverão ter umNúcleo de Apoio ao Produtor para possibilitar seu acesso àsinformações de mercado, ao cadastro de compradores e de for-necedores, aos treinamentos em classificação, embalamento,pós-colheita e comercialização. Os barracões poderão ser ope-rados pelos produtores ou por prestadores de serviços ou ain-da por um integrador, credenciados no MAPA.

- Transformação das Ceasas em centros eficientes de consolida-ção e distribuição dos produtos e em centros de informação,desenvolvimento, capacitação, controle de qualidade e de apoioao produtor, varejo e serviço de alimentação de pequeno porte.Isso depende da existência de um centro logístico de recebimen-to, consolidação e distribuição eficiente, com regras de comérciojustas e transparentes, um sistema de informação para apoiar astomadas de decisão ao longo da cadeia e outro de controle dequalidade para garantir a segurança e a qualidade do alimento.

Lacunas

Fonte: Anita de Souza Dias Gutierrez, chefede seção do Centro de Qualidade da Ceagesp

(Ceagesp). Esse Centro é responsável pelaoperacionalização do programa desde o início. Anitaconta que a Câmara Setorial paulista definiu a au-sência de padrões de qualidade e a má qualidadede embalagem como os principais gargalos da ca-deia de produtos hortícolas frescos. “O programafoi criado para resolver esses gargalos. Os padrõesde qualidade são necessários para todos os elos dacadeia. As normas de classificação são ‘a linguagemdo produto’, que permite aos agentes de produçãoe de comercialização conversarem sobre o produ-to de maneira transparente”, explica.

Para Anita, a classificação precisa ser muito bem-estudada para cada produto. Hoje existem normasde classificação para abacaxi, banana, laranja, limãoTahiti, caqui, figo, maracujás azedo e doce, melan-cia, melão, morango, pêssego, nectarina, uvas finae rústica, tangerina, e mais 16 normas para hortali-ças. Estão em estudo o abacate e as anonáceas, paraatender à demanda de grupo de produtores. Umanorma leva, no mínimo, um ano para ser desenvol-vida. Anita explica que os produtores que solicitam odesenvolvimento de normas de classificação, como aassociação de produtores de atemóia, querem dimi-nuir sua fragilidade comercial, tornar mais transparen-te a relação comercial com seu comprador e ser pre-miado pelo investimento em melhoria. “O produtorque consegue melhor qualidade deve ser recompen-sado pelo esforço, recebendo melhores preços porseu produto.” Em sua opinião, o programa só temprós, mas exige mudanças para ser implementado (leiaquadro ao lado). E os contras? “Eles só acontecemquando a falta de transparência interessa a um dosagentes da cadeia”, afirma e acrescenta: “As normasde classificação são muito utilizadas pelos pesquisado-res para avaliação da qualidade do produto; por orga-nização de produtores, na avaliação da competitividadedos seus produtos; pelos varejistas e serviços de ali-mentação, na definição das suas exigências de recebi-mento; e pelos atacadistas, para definir com produto-res suas exigências de qualidade na compra.”

PADRONIZAÇÃO PORNOMENCLATURA

Nas Centrais de Abastecimento (Ceasa) deCampinas (SP) sempre existiu uma preocupação dosprodutores em oferecer frutas com qualidade e clas-sificadas em categorias, de acordo com as normas doMAPA. Quem garante é Laurismaradno Morais daFonseca, gerente do Mercado de Hortifrutigranjeiros,por onde passam cerca de 27 mil toneladas de frutaspor mês. Para ele, o que falta para a maioria das frutasé padronização por nomenclatura. O mercado acabautilizando outras linguagens, como por categorias. “É

importante ter uma linguagem só, porque facilitaria acomercialização entre produtor e mercado atacadis-ta. Facilitaria também a venda no mercado eletrônico(pela internet).” Em sua opinião, a padronização trazvantagens em termos de preços. “Se o produtor nãotem a classificação, o preço da fruta sairá mais baixo”,afirma. Fonseca calcula que quem tem classificação,tem o preço da fruta valorizado de 60% a 70%, emmédia, comparado a quem não tem. Outro benefícioapontado por ele é o reconhecimento maior do mer-cado. “O nome do produtor ou da empresa passa aser conhecido como produto de qualidade, bem em-balado e classificado.” l

FRUTAS FRESCAS

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As perspectivas para os dois últimos anos da primeira década do milêniopara as frutas e seus derivados se mantêm cautelosamente otimista edependente de fatores, como estabilidade financeira mundial, aumentoda renda nacional e de novos hábitos para consumo

Ana Heloísa Ferrero

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A instabilidade financeira mundial derrubou maisque as Bolsas de Valores internacionais. A crise atin-giu também as projeções da fruticultura brasileirano curto prazo. A maioria dos empresários e exe-cutivos ligados ao setor de plantio ou da agroindústriaevita arriscar, pelo menos neste início de ano, umaprevisão de resultados ou alardear novos grandesinvestimentos para os próximos anos. Com receiode errar no prognóstico ou ter prejuízos desneces-sários, a palavra de ordem dos representantes dosetor é cautela.

“A crise financeira norte-americana, que alcan-çou a Europa e o mundo todo, pode provocar umaqueda na demanda de consumo em geral e afetarplanos de muitas empresas que atuam nos merca-dos interno e externo. Então, é temerário prevercomo serão os dois próximos anos da nossa em-presa, que vende para o consumidor brasileiro epara o estrangeiro”, afirma Leonardo Santana Júnior,assessor de exportação da Maratá Sucos do Nor-deste, empresa do grupo sergipano José AugustoVieira (J.A.V.), que fabrica sucos naturais concentra-dos. O grupo é um conglomerado de empresas dossetores comercial e industrial com atuação em ou-tros segmentos econômicos, como café, fumo,aguardentes e plásticos.

Com matriz em Itaporanga D’Ajuda (SE) e filiaisespalhadas pelo País, o grupo abastece grande par-te dos estados brasileiros e exporta café (torrado emoído) e suco concentrado para Albânia, Austrália,Arábia Saudita, Argentina, Canadá, Eslovênia, Esta-dos Unidos, maioria dos países da Europa, Israel eLíbano. Na área de sucos, atua desde 2000 e sedestaca na fabricação de sucos de laranja e seussubprodutos, mas também produz uma variedadede sucos concentrados tropicais, como abacaxi, ma-racujá, mamão, manga, goiaba, graviola, acerola ecaju. O grupo possui ainda uma divisão agropecuáriae, por meio dela, mantém, desde 1999, o cultivode laranja em uma fazenda localizada em Rio Real(BA). Da produção de laranjas, cerca de 40% sãodestinados ao abastecimento do mercado in naturae os 60% restantes são usados pela própria Maratápara comercialização e exportação de sucos.

Outro exemplo de empresa que está tomandomedidas drásticas por conta da atual crise financeiraé a Pulp-Fruit Indústria e Comércio, que produz ecomercializa 13 sabores de polpa de fruta integral epasteurizada, em Piúma (ES). “Tínhamos um plane-jamento de ampliação da indústria para 2008, masas obras foram paralisadas até que passe a turbu-lência no mercado financeiro. Com isso, tambémveio a necessidade do corte de mão-de-obraterceirizada, a fim de reduzir gastos, e, possivel-mente, haverá corte no quadro efetivo da empre-

FINAL DA DÉCADA

sa. Então, as expectativas para os próximos anosnão nos deixam muito otimistas”, afirmam AndersonAntonio Pimentel e Edson Marchiori, respectivamen-te, diretor regional e presidente da empresa. Mas,em 2008, Pimentel e Marchiori garantem que ofaturamento da Pulp-Fruit foi maior que em 2007,embora prefiram não revelar números, devido aoaumento da demanda dentro do próprio estado.

Empresa familiar, a Pulp-Fruit comercializa seusprodutos para clientes na Grande Vitória e demaisregiões litorâneas capixabas. “Nossos principais cli-entes são as indústrias e cozinhas industriais, mastemos expectativa de atingir o consumidor final tam-bém, no segundo semestre de 2009”, citam. Comcapacidade para processar e industrializar 4 mil qui-los por hora de produtos semiprontos, a empresainvestiu recentemente em novas máquinas e emcarros para logística e suporte da distribuição dosprodutos, e em marketing institucional. Antes de acrise acirrar, os diretores pretendiam lançar novosprodutos e iniciar exportações no segundo semes-tre de 2009, além de investir em marketing e embala-gens diferenciadas. “Diante de toda a situação finan-ceira mundial, ficamos preocupados e colocamos opé no freio. Claro que não cortamos 100% dos inves-timentos, só reduzimos pela metade todo o custo quetínhamos planejado para 2009. Em meio a toda essacrise, sairá à frente quem for inteligente o suficientepara criar ideias inovadoras e de custo baixo.”

DIFÍCIL PREVERAs dificuldades alcançam também o seg-

mento de sucos prontos para beber.“Fica difícil prever como será aperformance dessaindústria nacionalem 2009, já quea crise mundialtem reflexos naeconomia comoum todo, pelomenos até que serestabeleça a con-fiança no setor fi-nanceiro, o que le-vará, no mínimo, umano. Não chegare-mos à recessão, nemà estagnação nacio-nal, mas a uma desa-celeração econômica,crescendo menos que nosanos anteriores, na ordem de3% ao ano”, analisa Denis Ribeiro,

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FINAL DA DÉCADA

diretor do Departamento de Econo-mia da Associação Brasileira das In-dústrias da Alimentação (Abia). Ribei-ro pondera que as oportunidades demercado futuras ficarão um poucomais claras para a economia local eglobal apenas em meados de 2009,quando poderão ser feitos novos pla-nos de espaços para se voltar a cres-cer em ritmos melhores.

Segundo ele, o mercado brasi-leiro de sucos prontos para beberapresentou, até 2007, um cresci-mento na produção, em volume, de

12% ao ano, quando foram produzidos 508 milhõesde litros. Menos de 10% deste total foram para ex-portação. O consumo foi praticamente equivalenteà produção, com crescimento de 11,8% ao ano, oequivalente a 470 milhões de litros. “É um resulta-do significativo para o setor e pode ser atribuídoaos novos hábitos impostos pela vida urbana, quelevam ao consumo de produtos industrializados quetragam praticidade para o dia-a-dia. Assim, o con-sumidor deixou de preparar o suco natural parabeber o que já vem pronto.” O consumo per capitaanual de suco pronto, que era de 1,5 litro por habi-tante brasileiro em 2002, subiu para 2,5 litros em 2007.

Representante desse segmento de produtos,o Grupo Schincariol declara que o atual cenárioeconômico pode influir na decisão de exportar di-retamente suas linhas de sucos prontos e bebidasmistas, que trazem frutas como matéria-prima emsuas formulações. “A produção desses itens é volta-da para o mercado local, mas atendemos algunspaíses por meio de importadores. Temos a expec-tativa de exportar para a América Latina, Américado Norte e Europa, mas não temos data definidapara isso”, explica Guilherme Moraes, gerente deProdutos Não-alcoólicos.

Desde final de 2007, a empresa envasa a linhaFruthos (sucos prontos nos sabores uva, manga,maracujá, goiaba, pêssego e laranja). A linha de be-bidas mistas Skinka existe desde 2002 e se asseme-lha a um refresco, nos sabores frutas cítricas e fru-tas vermelhas. Está classificada como bebida mistaporque a quantidade de suco de frutas presente éde até 10%. Já, a Fruthos tem uma concentraçãode néctar de 30% a 60%.

De acordo com Moraes, dados divulgados pelaconsultoria Nielsen mostram que as bebidas com-postas de néctar cresceram no mercado brasileirode 20% a 30% ao ano, entre 2002 e 2007. “Em2008, o desempenho diminuiu para 3% a 4% por-que a base de consumo cresceu consideravelmen-

te, mas assim mesmo apresenta aumento na de-manda, que deve se manter no mesmo patamarnos próximos anos, pelo menos.” A empresa nãodivulga quanto investiu na linha Fruthos, mas, pelodesempenho deste segmento, acredita num retor-no do valor aplicado em médio prazo. “Os produ-tos associados à saúde crescem bastante no Brasil”,ressalta Moraes. Com faturamento global de R$ 4,5bilhões (dados de 2007), a empresa afirma estarpronta para atender qualquer incremento na de-manda de produtos considerados mais saudáveispelo consumidor. O Grupo Schincariol aposta nes-ses segmentos de bebidas porque quer se firmarno mercado como produtora de bebidas em geral,além dos refrigerantes e cervejas.

BANANAS DE MENOSAntes mesmo de a crise financeira atingir os

mercados internacionais, a desvalorização do dólarfrente ao real já era um problema para o planeja-mento de muitas empresas do setor brasileiro defruticultura, especialmente para as que têm comoprincipal atividade a exportação de seus produtos.A Fresh Del Monte, de origem norte-americana,com capital aberto e controladores majoritários ára-bes, não tem previsão de incremento da produçãode frutas nos pomares brasileiros, devido às dificul-dades do câmbio, pois exporta 90% para a Europa,ficando os 10% restantes para consumo nacional. “Amatriz ainda não nos passou nenhum plano de expan-são ou de novos investimentos, mas já chegamos aaplicar mais de R$ 200 milhões nos quase dez anosno Brasil. Estes valores se referem a aquisições de ter-ras e instalações, pois não trabalhamos com arrenda-mento de produções. Hoje, temos 10 mil hectares deárea própria, incluindo uma nova área que compra-mos para o plantio de abacaxi, que recuamos em usarpor causa da desvalorização do dólar frente ao real”,afirma Newton Assunção, gerente jurídico e de Rela-ções Institucionais da Fresh Del Monte no Brasil.

Terceiro maior produtor e comerciante defrutas frescas do mundo, o grupo mantémprodução de bananas no Vale do Assu (RN)e de melões, abacaxis e melancia (come sem sementes) na Chapada deApodi (CE). Até 2007, o carro-che-fe da Fresh Del Monte era abanana, mas em 2008 foisuperada pelo melão.“A empresa chegouno País com a produ-ção de bananas, quejá ocupou até 2,3mil hectares de

Salvador Velasco, da Sol FrutasBrasil, exportador brasileiroaprendeu a conviver comoscilações da moeda

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área cultivada. Em abril, tivemos uma séria inundaçãono Nordeste, causada pelas chuvas, e perdemos 40%da área. Então, decidimos que não vamos plantar maisque os 1,2 mil hectares que restaram, pois a enchenteaumentou nossos custos em cerca de 30%. Aliado aocusto cambial, nossa produção no Brasil tornou-se umadas mais caras do mundo”, explica Assunção. As de-mais áreas de cultivo da empresa no País são distribu-ídas da seguinte forma: 1,5 mil hectares para abacaxi e1,4 mil hectares entre melão e melancia. Após à inun-dação, a empresa também diminuiu o número deempregos diretos: de 8 mil caiu para 6,5 mil.

Segundo o gerente, até 2007 a unidade brasi-leira exportou 10 milhões de caixas de frutas/ano,mas com a perda da área de bananas, o volumeexportado em 2008, em torno de 7,5 milhões decaixas, deve se manter até 2009. “Com a questãodo dólar, que no passado chegou a quase R$ 4,00 ecaiu para até R$ 1,50, tivemos prejuízo na opera-ção brasileira que, em 2007 já não apresentoulucratividade. Isso não chega a afetar os negóciosmundiais da empresa, pois representamos menosde 5% do faturamento global da Fresh Del Monte,que é da ordem de US$ 3,5 bilhões ao ano. Nestevalor, incluem-se as operações de fretes de navios, jáque a empresa também faz transporte de produtos”,observa. Mesmo assim, o executivo afirma que a FreshDel Monte aposta na produção brasileira, que apre-senta várias vantagens. “Uma delas é a logística, pois,daqui, levam-se dois dias a menos que da AméricaCentral para entregar as frutas para a Europa, todaspor frete marítimo. Além disso, o clima no Nordestebrasileiro representa um controle natural para a piorpraga da banana, que é a sigatoka negra”.

JOGO DE CINTURAJosé Carlos da Cruz Andrade, produtor de li-

mão taiti e abóbora no interior paulista, também foi

prejudicado pela oscilação do câmbio. “Em 2007,fizemos um contrato com uma empresa da Ingla-terra, que vendia nosso limão para supermercados,mas fechamos a venda com prejuízo, devido aobaixo valor do dólar frente ao real. O contrato erapreço fixo e, quando a moeda chegou ao patamarde R$ 1,50, tivemos que cumprir o acordo mesmocom perdas. Em 2009, só vou vender a mercadosque tenham como subir preços, se houver necessi-dade. Não posso perder dinheiro”, explica Andrade.Por conta desse contrato, o volume final de suasexportações, mesmo para outros países, foi negati-vo em 2008. Do volume total exportado, Andradediz que cerca de 80% do limão taiti vai para a Europae 20% para Canadá e Emirados Árabes, enquanto aabóbora só é comercializada para a Europa.

No mercado interno, Andrade informa que nãoteve problemas, pois vendeu de acordo com a de-manda. Da sua produção de limão, 30% a 40% vãopara exportação, 40% ficam para o mercado inter-no e os 20% a 30% restantes seguem para a indús-tria de sucos concentrados. “Neste ano, a indústria

Newton Assunção, da FreshDel Monte, empresa apostana produção brasileiraFR

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foi o forte para os produtores da nossa região, oque segurou nossas contas positivas. Esperamos queem 2009 o percentual da indústria seja ainda me-lhor, pois há falta de sucos concentrados no mun-do. A Argentina, por exemplo, diminuiu sua produ-ção, abrindo espaço para o Brasil crescer. E o meudiferencial é que 100% da produção é orgânica, umaexigência da indústria internacional. Na região, so-mos os únicos produtores orgânicos dessa fruta”,garante. Em sua sede, em Mogi Mirim e outras áre-as próprias em Mogi Guaçu e Espírito Santo do Pi-nhal, em São Paulo, Andrade produz limão taiti in-tercalado com abóbora. As demais frutascomercializadas por ele (abacate, laranja, limãosiciliano, manga, maracujá, melancia, etc.) são pro-duzidas por parceiros do Estado de São Paulo eoutras regiões do Brasil.

Para Andrade, a recente crise não representouum problema, até agora, para seus negócios. “Oque preocupa mesmo para nossos planos é a cota-ção oscilante do dólar e a falta de mão-de-obra parafazer a colheita”, afirma. Ele conta que aumentou aárea de limão taiti em cerca de 20% ao ano, masagora está “tirando o pé do acelerador” por causada fa l ta de mão-de-obra, que sumiu após aobrigatoriedade do registro dos trabalhadores, queeram, em sua maioria, pensionistas e aposentados.“Se forem registradas, perdem os benefícios dogoverno. Elas ganhavam dinheiro extra no final deano, mas agora não podem mais. Na safra passada,de março até novembro, por exemplo, houve re-dução de um terço da mão-de-obra. Era gente há-bil para trabalhar e agora sobraram poucos na re-gião. Tem laranja apodrecendo aqui, por falta dequem a colha, e as indústrias estão com capacidadeociosa.” Andrade cita que tem bastante variedadede limão siciliano para colher em Holambra (SP) enem pagando R$ 4,00 a caixa consegue mão-de-obra. “A gente investe um dinheiro absurdo para oplantio, entre adubo e outros gastos, e como fica anossa situação?”, questiona.

O empresário Salvador Ortego Velasco, diretorda Sol Frutas Brasil, acredita que o exportador

brasileiro aprendeu a conviver com as os-cilações da moeda, adaptando-se às no-

vas realidades de mercado,mas, infelizmente, perdeu

competitividade por causada excessiva valorizaçãodo real, nos últimos tem-pos. Apesar disso, eleacredita no potencial da

agricultura brasileira e dopróprio negócio: exportação

de frutas. “Não podemos virar

o timão do barco sempre que tiver uma tempesta-de indo no sentido contrário. É preciso manter orumo firme e superar as adversidades. Com a atualcrise financeira, o câmbio está se tornando favorá-vel para exportar. Mas ela também afeta o consu-mo, com demanda menor; então, sempre existirãodificuldades a superar.”

A Sol Frutas é uma empresa de pequeno porte,com sede no Recife (PE) e filial em Madri, naEspanha. Iniciou suas atividades em fevereiro de2008 como exportadora de frutas, adquiridas doNordeste brasileiro e outras regiões fora do País.“Em agosto, terminamos a campanha de cítricos doUruguai, enviando para a Espanha o limão eureka,conhecido aqui como limão siciliano. Do Brasil, en-viamos a manga para a Holanda e para Madri. Re-centemente, começamos a enviar melão pele desapo e abóbora também para a Espanha.”

Entre as novidades, Velasco conta que fechousociedade com um grande distribuidor espanhol ecriou uma parceria com o propósito de divulgar umalinha de produtos brasileiros de alta qualidade paraser distribuída em toda Espanha e Portugal. “DoUruguai, vamos continuar com o limão. A idéia éconcentrar para se especializar em cada produto.Considero que a chave do sucesso é estar tanto naprodução como no mercado. Assim, de um ladovocê garante o produto e de outro um preço justode mercado. Neste momento, não operamos nemcom importação, nem com o mercado interno, quepensamos em trabalhar numa segunda fase.” Hoje,a Sol Frutas tem um packing-house em Petrolina (PE),em parceria com produtor da região, e outro emMontevidéu (Uruguai), para embalagem de cítricos.

PEÇA-CHAVE, O CLIMAPara Edson Carlos Pierezan, analista de Comér-

cio Exterior da Agrícola Fraiburgo, tradicional pro-

Edson Pierezan, daAgrícola Fraiburgo,clima é fundamentalpara determinarvolumes e qualidadeda produção

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dutora de maçãs do Sul, fazer projeções para a fru-ticultura é sempre arriscado, mesmo tendo em mãoso histórico do clima nos últimos anos, uma vez quese trata de uma indústria a céu aberto e as influên-cias climáticas são fundamentais para determinar osvolumes e a qualidade da produção. “Entre as ame-aças para o produtor de maçãs, a maior delasé justamente o clima, em função das oscilações e doaquecimento global. Mas as projeções para 2010 apon-tam para um pequeno crescimento no volume da pro-dução mundial da fruta, da ordem de 5% “, analisa.

Somado ao risco do clima, Pierezan lembra que“toda e qualquer variação cambial ou crise financei-ra local ou mundial pode afetar e limitar a exporta-ção de frutas. Mas o mercado externo é promissor,uma vez que a qualidade da maçã brasileira melho-rou muito nos últimos anos, com frutas mais crocantes,saborosas e com maior aceitação. Além disso, é umafruta conhecida no mundo todo e consumida não so-mente in natura”, diz o executivo da Agrícola Fraiburgo,fundada em 1962, com matriz em Videira (SC) e po-mares de vários tipos de maçã em Urupema (SC),Fraiburgo (SC), Água Doce (SC) e Vacaria (RS).

Para o mercado interno, o analista vislumbra alto potencial de consumo, com maior poder decompra da população e demanda aquecida. Paraincrementar ainda mais o consumo da maçã no Bra-sil, ele sugere promover a fruta por vários meios:desde promoções em redes de supermercados atéa introdução do alimento na merenda escolar. Comoas expectativas de crescimento da empresa para ospróximos dois anos são consideradas boas, a Agrí-cola Fraiburgo investe não somente no segmentode maçãs. “Além de renovar pomares de maçãs,buscar áreas com melhores solos e clima e usarcobertura de tela, ainda estamos diversificando asatividades com implantação de florestas e cultivo decereais”, enumera. Além de maçãs in natura, a em-presa já produz e vende fermentado de maçã para

as indústrias de sidra e vinagre; chips de maçãcrocantes sem conservantes, consumidos nos mer-cados interno e externo; e a linha Gosto da Fruta,um produto natural feito com frutas desidratadas avácuo, em sabores variados, como maçã, banana,abacaxi e manga.

FRUTA NO PALITOA Kibon, marca da Unilever, líder no mercado

nacional de sorvetes, vê a enorme diversidade defrutas que o País oferece e a tendência do consumi-dor brasileiro por uma vida mais saudável comoprincipais oportunidades de crescimento para osfabricantes de produtos derivados de frutas. Graçasa esses fatores, a empresa projeta incremento nasvendas desses fabricantes nos próximos dois anos,especialmente para a indústria de sorvetes, por seruma categoria com penetração ainda em desenvol-vimento. “Isso se a renda do brasileiro seguir a ten-dência de crescimento que vem apresentando nosúltimos anos”, analisa a gerente de Marketing daKibon, Cecília Dias. Segundo dados de 2007, divul-gados pela Associação Brasileira das Indústrias deSorvetes (Abis), o Brasil é o décimo maior produ-tor mundial de sorvetes, ficando em 11o lugar noranking dos principais consumidores do mundo, comum consumo nacional per capita de apenas 4,74litros, ante os 22,5 litros consumidos pelos norte-americanos, por exemplo.

Essas análises de mercado da Kibon beneficiamprincipalmente a linha Fruttare, lançada em 1975na versão picolé e em abril deste ano na versãopote. “As pessoas cada vez mais buscam alimentossaudáveis. Assim, o aumento do gosto pelo consu-mo de frutas é benéfico à Fruttare, já que o produ-to é 100% natural, feito com fruta de verdade. E essaé uma maneira gostosa de se consumir fruta”, ressaltaa executiva. Produzidos na fábrica Gelados doNordeste, de Recife (PE), esses sorvetes des-tinam-se ao mercado interno e compõemuma das famílias mais vendidas pelaKibon. Comercializados nos saboreslimão, coco, uva, abacaxi, maracujá,morango, kiwi, goiaba, açaí, acerola,cajá e graviola, todos os novos sor-vetes Fruttare são lançados apósuma pesquisa de mercado, queidentifica as frutas mais relevantespara o consumidor. “Algumas fru-tas são campeãs de vendas, comococo e limão, e, portanto, integramos produtos de linha. Outras sofremrodízio para que ocorra a renovaçãodo nosso portfolio.”

Cecilia Dias, da Kibon,diversidade de frutas

e tendência deconsumo mais saudável

são oportunidades decrescimento para

derivados de frutas

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Mesmo com todas as dificuldades enfrentadaspela economia mundial no final de 2008, o ano re-gistrou um saldo positivo para a fruticultura nacio-nal. A avaliação é do presidente do Instituto Brasi-leiro de Frutas (Ibraf), Moacyr Saraiva Fernandes.

Somente as exportações de frutas frescas brasi-leiras cresceram, em valores, 12%, em 2008, com-parando com o ano anterior, pois passaram de US$642 milhões para US$ 724 milhões. Mas reduziramem volume, 3,34%, caindo de 918 mil toneladaspara 888 mil em 2008. “No balanço de 2008, re-gistramos um aumento em valores exportados pelomercado brasileiro de frutas frescas, porque os pre-ços se recuperaram em relação a 2007, mas houveuma queda no volume exportado, em função daquebra das safras de banana, no nordeste, e damaçã, no Sul. A fruta mais exportada pelo Brasil,em valor, foi a uva, representando US$ 171 milhõese, em volume, o melão superou as demais, expor-tando 211 mil toneladas.

Nas importações de frutas frescas, o valor em2008 também foi de incremento, saindo de US$212 milhões para US$ 243 milhões (14,40%), en-quanto o volume reduziu 8,70% – passou de 279mil toneladas para 254 mil toneladas. A principalfruta importada foi a pera, somando 140 mil tone-ladas ou US$ 120 milhões, um crescimento de1,76% no volume e de 23% no valor.

Assim, o saldo comercial da balança nacional em2008 foi positivo, representando US$ 481 milhões.Desde 1999, o Brasil deixou de ser um importadorde frutas para ser um país exportador. “Nossa im-portação se restringe a frutas que gostamos de con-sumir, mas não temos condições de produzir ainda,caso da pera europeia, que é a campeã de impor-tações”, afirma Fernandes.

Quanto às frutas processadas, houve um decrés-cimo de 8,82% em valor e 1,10% em volume, in-fluenciados, principalmente, pela queda do suco de

laranja concentrado e congelado no mercado decommodities de Nova Iorque. O fato se deu peloelevado estoque no mercado internacional, ocasio-nado pela diminuição do consumo do suco de la-ranja nos Estados Unidos nos últimos 12 meses equi-valente a 4,5%, segundo a Nielsen. “É importanteconsiderar que apenas este produto representa 47%da pauta exportadora de frutas processadas”, alertao presidente. Contudo, alguns outros produtos ti-veram um desempenho positivo até o momento, éo caso suco de laranja do tipo não-concentrado(NFC), que aumentou em 34% em valor.

Na exportação de frutas e derivados, Fernandesdiz que, por ser um negócio muito sensível à varia-ção do dólar, há incertezas quanto ao futuro próxi-mo do setor. “Os negócios podem ser adiados atése voltar ao equilíbrio financeiro, já que a crise nãoé para sempre. Se o dólar ficar em patamares altosou baixos, há sempre ‘choradeira’, pois há os queexportam frutas e processados, há os que impor-tam e há ainda os que dependem de insumos im-portados para exportar. Com o dólar valorizado, oscustos de produção das frutas, que já estavam em pa-tamares insustentáveis antes da crise, por causa do altovalor dos fertilizantes, da mão-de-obra etc., podemonerar ainda mais os produtos nacionais.”

IMPACTOS DIFERENTESConforme o presidente do Ibraf, os impactos

para o setor exportador serão diferentes para cadasegmento nacional da fruticultura e da indústria queprocessa frutas. “Não temos muito consumo hojede frutas frescas brasileiras pelos Estados Unidos,que foi onde a crise apareceu primeiro. Apenas 5%a 8% das nossas frutas são vendidas para eles. Mas,em mamão, manga e uva, por exemplo, eles sãonossos fortes consumidores, então, esse segmentopode vir a ser prejudicado. “No segmento de sucose polpas, infelizmente, já temos informações de que

Em ano de turbulência internacional, setor ainda mantém bomdesempenho, mas precisa de aprovação de crédito e de novasmoléculas de defensivos

SALDOPOSITIVO

EM MEIO A CRISE...

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os contratos com o Exterior foram afetados. Algunsforam cancelados ou postergados.”

Caso a crise venha a afetar seriamente a Euro-pa, isso poderá ser “um grande pesadelo para ofruticultor nacional”, pois mais de 70% das frutasfrescas são vendidas para os países europeus. Po-rém, uma vantagem atual do setor nacional, avaliaFernandes, é a diversificação de mercados que hojeo exportador tem para colocar seus produtos. “Issopode atenuar resultados negativos, pois temos a op-ção de vender para os mercados emergentes, comoos árabes e asiáticos, que, teoricamente, estão me-nos afetados pela crise do que os países de primeiromundo. Mas não somos os únicos a produzir ecomercializar frutas, temos concorrentes. Precisamosser mais competitivos, elevando a produtividade.”

Diante de tudo isso, para saber o que vai acon-tecer ao setor em 2009, serão necessárias novasprojeções por parte dosrepresentantes do Ibraf.No curto prazo, apesar dacrise, o Ibraf continua comas seguintes projeções deexportação para 2010:atingir o valor de US$ 3,9bilhões de produtos ex-portados, entre frescos eprocessados. Os segmen-tos do setor cresceriam daseguinte forma: 25% parafrutas frescas, congeladas eminimamente processa-das; 12,5% para castanhase nozes tropicais; 9% parasucos concentrados de la-ranja e 15% para sucos epolpas de outras frutas.“Isso num cenário em queo governo cumpra a suaparte e o mundo continuea consumir frutas. Eles po-dem deixar de consumirnossa manga, goiaba, ma-mão papaia, etc., mas nãoas grandes vedetes brasi-leiras consumidas pelo es-trangeiro, como maçã, uvade mesa e melão. Já, aquidentro, o consumo maioré o de frutas tropicais,mas, em época de crise, atendência nacional é de seconsumir produtos maisbaratos, independente davariedade ofertada.”

Na análise do presidente do Ibraf, o Brasil está ri-gorosamente dentro da nova realidade econômicamundial e, portanto, a crise financeira vai afetar o Paíssim. “O que se discute não é se vamos ser afetados,mas o nível do impacto.” O grande problema imedia-to, diz ele, é saber se o fruticultor vai plantar mais oumenos frutas, por causa da falta de crédito, principal-mente para capital de giro. “Há diminuição de recur-sos que vai dificultar especialmente os exportadores,que terão que recorrer a créditos internos. Temos quepressionar o governo brasileiro, porque falta créditocompatível, e que chegue na hora certa ao agricultor.O crédito precede tanto uma retração quanto umademanda econômica. E o consumo dependerá do queocorre na economia nacional e internacional.”

BARREIRAS FITOSSANITÁRIASFernandes garante que o governo precisa agilizar

Fonte: Secex/Elaboração Ibraf em 12/01/2009* Limas: Vide Limões, pois as estatíticas Limões e Limas foram agrupadas.

* Caqui: Vide Outras Frutas.

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Inédita no Brasil, a Feira Internacional de Frutas e Derivados,Tecnologia de Processamento e Logística – Fruit & Log – chega aomercado de agribusiness para promover uma ampla rede de ne-gócios no setor de frutas, legumes, verduras e seus derivados. Afeira será realizada de 8 a 10 de setembro no Expo Center Norte –Pavilhão Amarelo – e é uma iniciativa conjunta da Francal Feiras edo Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf).

Com grande potencial para ampliar as oportunidades de pro-dução, logística, distribuição e negócios de toda cadeia de frutas,legumes, verduras e seus derivados no País, a Fruit & Log temcomo foco principal apresentar tecnologias de última geração deprocessamento, oferecer serviços essenciais para o comércio,importação e exportação de produtos e aprimorar os mecanis-mos de transporte para o setor.

A Fruit & Log chega para reforçar a posição de destaque inter-nacional do Brasil como um dos maiores produtores de frutas ederivados do mundo. Por ano, o País produz 43 milhões de tone-

uma linha de crédito especial do Banco Nacionalde Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),prometida à fruticultura, que beneficiaria produto-res e indústria do setor com faturamento inferior aR$ 300 milhões anuais. “São juros subsidiados parasetores afetados pelo câmbio. Contudo, o projetofoi novamente para votação do Conselho Monetá-rio.” Em setembro de 2008, ele lembra que o go-verno também anunciou medidas, como a amplia-ção de benefícios do regime especial aduaneiroDrawback para exportadores. “A medida fará comque importadores não precisem pagar impostos porinsumos adquiridos lá fora para seus produtos feitosno País, desde que os produtos tenham a exportaçãocomo destino exclusivo. Mas até agora não se conse-guiu implementar esse benefício na prática.”

Barreiras sanitárias também devem ser derru-badas pelo setor, com o apoio incisivo do governo,

para que a fruticultura consiga acessar os mercadosemergentes e os já consolidados pelo País, benefi-ciando frutas frescas e processadas, acrescentaFernandes. “Temos que pressionar o governo parapromulgar a portaria para registro de agrotóxicos queatendam às novas exigências da União Europeia, emvigor desde setembro. Eles determinaram que só com-prarão frutas produzidas com pesticidas, cujas molé-culas não são compatíveis com os defensivos permiti-dos pelo Brasil para tratar nossas frutas. Essa é umagrande barreira na venda dos nossos produtos.” Alémdisso, diz, o Brasil precisa ter negociações internacio-nais mais pró-ativas. “Tanto os acordos fitossanitáriosquanto comerciais devem ser bilaterais. O Mercosul,criado para nos ajudar, está nos atrasando. Os demaispaíses que integram esse bloco econômico são con-correntes que nos tomam mercados internacionais,porque colocam seus produtos a preços melhores.”l

ladas de frutas tropicais, subtropicais e de clima tempera-do e é responsável por 60% do suco de laranja exportadono mundo.

O objetivo da Fruit & Log, segundo Valeska Oliveira,gerente executiva do Ibraf, “não é competir com eventosregionais, mas sim criar uma ponte de convergênciaentre todos os setores envolvidos neste agribusiness ecentralizar as demandas de negócios na maior cidade doPaís – São Paulo”. E complementa: “Vamos consolidar asdemandas num grande congresso internacional e, com isso,fortalecer os mercados nacional e internacional.”

O evento será dirigido tanto a expositores nacionais einternacionais quanto a compradores estrangeiros interes-sados em iniciar ou ampliar seus negócios com o Brasil.Para o presidente da Francal, Abdala Jamil Abdala “criar aFruit & Log significa um novo salto para ampliar a visibilida-de do Brasil no cenário mundial do setor de frutas”.

Brasil sediará feira inédita no setor de frutas, legumes, verduras e seusderivados com o objetivo de revolucionar este mercado

FRUIT & LOG,DO BRASIL PARAO MUNDO

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CORRIDAMercado e centros de pesquisas apostamno poder das frutas como diferenciais paraagregar saúde e praticidade em produtos

Layza Portes

À PRATELEIRA

As tendências internacionais apontam demanda cres-cente por produtos com alto teor nutritivo, que pro-movam bem-estar e uma alimentação mais saudável àbase de frutas e vegetais. Um desses produtos é osmoothie, bebida com combinações variadas, que trazuma grande porção – acima de 50% – ou é integral-mente à base da fruta natural. Dados da AssociaçãoBrasileira da Indústria de Refrigerantes e Bebidas NãoAlcoól icas revelam que o mercado de bebidasenergéticas apresenta crescimento acelerado, superiorao de outras bebidas. De 1999 a 2006, cresceu, emmédia, 25,4% ao ano. Segundo pesquisa da Nielsen,empresa global de informações e mídia, no Brasil, acategoria cresceu 29,5%, em 2007. Além dos repositorese energéticos, as barras e outros alimentos funcionais àbase de frutas também tomam conta do mercado. Maspouco se sabe ainda sobre seu crescimento.

Indústria alimentícia, centros de pesquisas e univer-sidades observam e acompanham esse movimento pró-alimentos funcionais. Na busca de uma nova bebida,direcionada a um público específico, que preservasseas características de seus ingredientes naturais, a pes-quisadora Virgínia Matta, da Embrapa Agroindústria deAlimentos, desenvolveu um repositor hidroeletrolíticoà base do pseudofruto do caju e da acerola.

O primeiro passo da pesquisadora, para o novo pro-duto, foi durante projeto da Embrapa sobre estabiliza-ção de sucos clarificados por membranas; quando, tam-bém, surgiu a oportunidade de co-orientar a tese dedoutorado, pela Unicamp, da nutricionista e professo-

ra Daisy Wolkoff. Desta parceria, nasceu o repositorde acerola e caju.

Em 2005, Virgínia iniciou um segundo projeto: tes-tar a produção do repositor em uma indústria de pol-pas de frutas. O estudo apontou que para implantaçãoda infra-estrutura e aquisição de equipamentos, paraprodução anual de mil toneladas, o investimento mé-dio de capital é de R$ 900 mil. A previsão de retornodo investimento é de cerca de dois anos e meio. Nestaetapa, foram parceiros a agroindústria de polpas de fru-tas Itiúba, em Itamari (BA), e a empresa de engenhariaWGM Sistemas, de São Paulo, além da Faculdade de Far-mácia da Universidade Federal da Bahia e da Escola deQuímica da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

A bebida desenvolvida apresenta teor elevado devitamina C, próprio das frutas. É clarificada e cristalina.Virgínia destaca que diferente dos isotônicos disponí-veis no mercado, não é um suco, pois tem função es-pecífica de atuar como repositor hidroeletrolítico. Ouseja, é destinado a repor o que se perde no suor, nocaso, água e sais minerais. “É indicado para atletas oupessoas que praticam atividades e trabalhos pesados,como os trabalhadores no campo. Ao contrário dosdemais produtos disponíveis, este tem aroma, sabor evitamina das frutas, e é mais natural”, comenta ela.

SMOOTHIESOs smoothies (palavra inglesa que significa liso e ma-

cio) são uma mistura gelada feita com grande concen-

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INOVAÇÃO:BRASILEIROS

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Smoothies do Ital são integralmenteà base de frutas, diferentes doscomercializadosno Exterior,que contêmmisturas

tração de frutas e vegetais. Caracterizam-se pela pre-sença de água e baixo teor de açúcar. Em países, comoa Alemanha, por exemplo, a bebida tornou-se um boomde consumo: só em setembro de 2006 foram consu-midos 4 milhões de litros. O alto valor nutricional dafruta pura ou concentrada e o valor calórico entre 45 e 88calorias (para 100 ml) são alguns de seus diferenciais.

Atenta às tendências internacionais, em especial aoconsumo dos smoothies nos países europeus, a pesqui-sadora Gisele Anne Camargo, do Instituto de Tecnologiade Alimentos (ITAL – Fruthotec), desenvolveu umsmoothie à base de açaí, maracujá e polpa de bananaverde, fontes de importantes nutrientes. O trabalho foirealizado com colaboração da Unicamp e apoio doConselho Nacional de Desenvolvimento Científico eTecnológico (CNPq).

“É um smoothie integralmente à base de frutas, di-ferentes dos comercializados no Exterior, que contamcom a adição de sorvete, leite e outros alimentos”, des-taca a pesquisadora. Segundo ela, o custo acessível, emrelação aos desenvolvidos em outros países, é outroponto forte. “O custo é menor, pois é exclusivamente àbase de frutas nacionais”, reforça.

Gisele acredita que o Brasil pode ser um mercadoem potencial para que haja o crescimento do consumoda bebida. Em relação à agroindústria nacional, a pes-quisadora comenta que as empresas terão que fazeralgum investimento em tecnologia para a produção dabebida, somente para adaptações de maquinário, con-siderando a maior viscosidade (consistência), tão parti-cular do smoothie. As empresas que tiverem interessepodem entrar em contato com a pesquisadora paraoutras informações pelos telefones doFRUTHOTEC (19) 3743-1846/1840 ou via [email protected]

De acordo com o Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf),por ser uma bebida nova no Brasil, ainda não há regis-tro da industrialização. A Mango Smoothies é o primei-ro empreendimento do gênero no País, segundo seusproprietários. No cardápio, existem mais de 22 recei-tas de 15 tipos diferentes de frutas. Rodrigo Malfitani,proprietário da marca, comenta que a rede conta comtrês lojas e a idéia é torná-la uma franquia. Duas dastrês lojas são de propriedade da marca e ficam emshoppings, em São Paulo (SP). A terceira, já franqueada,está também em shopping, em Campinas (SP).

Ele explica que o smoothie é pouco calórico: 500 mltêm 200 calorias. A Mango Smoothies usa fruta conge-lada, diferente de outras empresas, que optam por pol-pa. Suas lojas consomem cerca de 2,4 toneladas defrutas por mês, de um único fornecedor de frutas.

Cada loja tem custo médio de implantação estima-do em R$ 60 mil, com retorno do negócio previsto ematé três anos. Para 2009, a expectativa é inaugurar maisquatro lojas. “A aceitação tem sido ótima”, comenta

Malfitani. A projeção de receita anual é de R$ 1,25 mi-lhão. Promoções com lojistas e parcerias com shoppingscenters são algumas das ações de marketing que movi-mentam os pontos de vendas.

NOVAS BEBIDASO repositor Hiro Energy, marca da multinacional

americana Tahitian Noni International, é outra novida-de. Composta de suco de açaí, acerola, maçã e guaraná,tem antioxidantes e complexo vitamínico sem cafeínasintética. O teor calórico é de apenas 6 calorias porlata. A empresa existe há 12 anos, sendo que a bebidasó foi lançada no Brasil em julho deste ano. O fabrican-te indica a bebida como ideal para atletas, pessoas comatividades mais intensas e jovens. Seu preço médio éde R$ 6,50 em supermercados, lojas de conveniênciae academias.

A Sufresh – conhecida no mercado de sucos – apre-sentou esse ano sua linha de sucos com fibras. Segun-do a empresa, o produto apresenta baixa caloria semadição de corantes e é comercializado em embalagemde 200 ml. A linha traz os sabores ameixa, banana, ce-reais e mel. Para a gerente de Marketing da empresaWOW, que detém a marca, Cássia Piazza, o produtoatende à tendência de alimentos funcionais. Até o mo-mento não há pesquisa sobre sua aceitação.

O MEIO ACADÊMICODurante projeto de iniciação científica, a estudante

Bruna Maria Penariol Leite, da Faculdade de Engenha-ria de Alimentos da Unicamp, e seu orientador, profes-sor Flávio Schimidt, em contato com alguns fruticulto-res da região de Campinas identificaram um problema:a grande perda da manga in natura. “Um dos produto-res chegou a comentar que, se caso fosse desenvolvi-do um produto que tivesse maior aproveitamento dafruta, seria muito positivo, já que boa parte da manganão vai para o mercado”, destaca Schimidt.

Foi assim que ambos tiveram a idéia de desenvol-ver uma barra de manga com cereais, com 30% desólidos da fruta e adição de aveia e linhaça. “Outros

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coadjuvantes foram usados, mas sem aditivos”, ressaltao professor. O produto é excelente fonte de fibras ecarotenóides. Do ponto de vista calórico, assemelha-seaos disponíveis no mercado. Aluna e professor estão naexpectativa por uma empresa que leve o projeto adiante.

Também pela Unicamp, durante sua tese de dou-torado, o pesquisador da Embrapa Agroindústria de Ali-mentos, Antonio Calixto Lima, desenvolveu uma barrade caju altamente nutritiva e diferenciada, que usa opedúnculo e toda a fruta: o doce, o mel, o óleo e afibra. A fruta age como antioxidante e é rica em ácidosgraxos insaturados e vitamina E. A barra desenvolvidatem 90% da fruta em sua composição e 5% de fibradietética. “Para o atleta, trata-se de um excelente ali-mento”, comenta o pesquisador.

A barra apresenta alto teor de vitamina C, nas quan-tidades de 300 mg/100mg, com 100% de fibras, en-quanto a maioria das comercializadas tem grande quan-tidade de carboidratos. As pesquisas de Calixto indica-ram que para a montagem de uma fábrica é precisoinvestimento de R$ 45 mil. Ele destaca que, para levaro produto para a indústria, ainda é necessário estudomais detalhado e focado em cliente já definido.

DESIDRATADAS SOB MEDIDAO sabor de comer uma fruta in natura é

inquestionável. Mas com a mudança do perfil de vidadas pessoas, aliar praticidade, em embalagens indivi-duais, mantendo a qualidade, tem sido uma alternativapara o consumidor. Pensando neste público, há um ano,a marca Fruit Co chegou ao mercado com oito tiposde frutas desidratadas, em embalagens de até 50 gra-mas. A matéria-prima para o produto provém de pro-dutores de diferentes Estados, que fornecem abacaxi,banana, caqui, maçã, mamão, melão e pêra. Por mês,são processadas, em média, cerca de 60 toneladas.

Heitor Gouveia, um dos sócios-proprietários da em-presa, comenta que uma das dificuldades iniciais foi en-contrar fornecedores para atender às exigências de hi-

giene e manuseio das frutas. “Muito produtor acha queo fruto pode ser o refugo e a indústria não conseguetrabalhar com ele”, lembra. A empresa conta com 35funcionários e escritórios em São Paulo e Santa Cruzdo Rio Pardo (SP). “A aceitação tem sido muito boa.Temos crescido mês a mês. O produto é nutritivo, semqualquer tipo de açúcar, aditivo ou conservante, o quenão altera a qualidade da fruta”, diz. Segundo Gouveia,50 gramas equivalem a duas porções de uma fruta pe-quena. Ele não revela o valor inicial investido, mas ga-rante que teve que projetar máquinas específicas.

LIOFILIZADAS ORGÂNICASApostando no mercado de frutas liofilizadas está a

Empresa Agroindustrial de Desidratação de Frutas(Emaf). Cerca de 70% da produção é exportada paraEstados Unidos, Europa e Japão. O grupo conta comfábricas em Fortaleza (CE), Petrolina (PE) e em SantaCruz de La Sierra, Bolívia. Em média, 70 toneladas defrutas, entre elas, abacaxi, manga e banana sãoliofilizadas ao mês.

A produção provém do Rio Grande do Norte e daParaíba. “Todas as dificuldades que tivemos foram emrelação às pessoas acreditarem no processo deliofilização”, diz Cláudio Roberto Napraviník, diretor in-dustrial da empresa. Outra barreira foi convencer o fru-ticultor a converter sua produção para orgânica.

“O mercado nacional, até dois anos atrás, não liga-va para produtos orgânicos. Hoje, pede produtos semdefensivos”, comenta Cláudio. O quilo do produtoliofilizado é alto, em média R$ 27,00. O faturamento anu-al da Emaf é de cerca de R$ 7 milhões. Em 2009, preten-dem abrir novas fábricas no Amazonas e Pará. A expecta-tiva de crescimento para o período é de 12,5%. l

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PesquisadoraVirgínia Matta,

da EmbrapaAgroindústria de

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Fonte: Liotécnica http://www.liotecnica.com.br

Desidratação - A desidratação convencional consiste naretirada da água dos alimentos por meio da circulação for-çada de ar aquecido. O produto é colocado em bandejas per-furadas e o ar quente passa através do alimento, secando-o.

Liofilização - A liofilização é o processo de retirada deágua dos alimentos por meio da sublimação (passagemdo estado sólido para o gasoso). O alimento é submetidorapidamente a baixas temperaturas e colocado em câmarasde alto vácuo. Com isto, a água de seu interior passa di-retamente para o estado gasoso, sem rompimento das pa-redes celulares. O alimento não é exposto a altas tempe-raturas e, conseqüentemente, não ocorre a degradação dovalor nutricional.

LIOFILIZAÇÃO X DESIDRATAÇÃO

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E EFICIENTEEnxertia ajuda produtor a produzir mais e melhor há muitotempo, mas uso da técnica para mudas de melão e melancia é recente

MILENAR

Do latim insertare, que significa inserir, introduzir, deu-se a origem do verbo “enxertar”, referente a técnicamilenar da enxertia: uma das práticas mais antigas reali-zadas em árvores frutíferas no mundo. O método é ba-seado na propagação assexuada de plantas e consiste nainserção de uma parte viva de um vegetal (ex. gemas,borbulhas) em outro. ”A parte inserida se desenvolvecomo se estivesse na planta de origem, de modo que aunião de ambas constitui uma nova planta”, explica o pes-quisador Sergio Ademir Calzavara, doutor em Agronomiae pós-doutorando no Departamento de Fitossanidade doLaboratório de Nematologia da Universidade Estadual deSão Paulo (Unesp), em Jaboticabal (SP).

Existem registros do uso da técnica 300 anosantes de Cristo. Os romanos foram os responsá-veis pelo seu desenvolvimento e emprego. NaChina, no século 4 da era cristã, há relatos do usoem ameixeira-japonesa com pessegueiro. No iní-cio do século 20, passou a ser amplamente apli-cada na citricultura. Desde então, há uma grande

Daniela Mattiaso

busca por novas variedades resistentes às doenças e pra-gas aptas para enxertia. No Brasil, as pesquisas aconte-cem em grandes universidades, empresas e instituições,à medida que surgem os problemas a campo.

Uma novidade recente são as mudas de melão e me-lancia. Algo, até o momento, inédito, segundo o enge-nheiro agrônomo e especialista em mudas, Richard Müller.“Apesar da enxertia em fruteiras como videiras, laranjei-ras e mangueiras dentre outras, já ser bastante aplicada,não havia estudos ou relatos de nada parecido para me-lão e melancia”, afirma ele. A técnica foi desenvolvidapela empresa nacional de comércio de mudas Topplant,por meio de um trabalho de seleção de porta-enxertos

com resistência aos fungosde solo do Nordeste etestes de compatibilidadecom variedades (enxertos)comerciais. Müller relata

que estão sendo realizados testes a cam-po para avaliação de desempenho. “Atéagora, os porta-enxertos de abóbora pro-porcionam um vigor muito maior aos me-lões e melancias. A produtividade aumen-tou de 50% a 100%, por conta do sistemaradicular da abóbora, que além de bom-bear um volume maior de nutrientes paraa planta, os seleciona, tornando a polpa da

Mudas de melancia e melãoenxertadas precisam deambiente especial parapegamento

No detalhe:Técnica inovadora de enxertoem melancia aumentaprodutividade em mais de 50%

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TECNOLOGIA

fruta mais firme, comcoloração mais inten-sa e casca mais forte.Característ icas quegarantem mais tempode prateleira”, afirma.O mercado de me-lões e melancias en-xertadas é realidadeem países comoEspanha, França, Itá-lia, China e Japão, lu-gares onde os proble-mas de solo sãolimitantes e a buscapor alta produtividadeé questão de sobrevi-vência. “Em solos al-tamente infectadoscom doenças, a mudaenxertada torna-se aúnica alternativa paragarantir a produção”,garante o agrônomo.A expectativa no Bra-sil é que a muda con-vencional de melão emelancia seja gra-dativamente substituí-da pela muda enxer-tada. “Da mesma forma como aconteceu em outros pa-íses, acreditamos que esta mudança deverá ocorrer emum prazo de 3 a 5 anos”, acredita. Quanto ao custo,segundo ele, a muda enxertada tende a ser mais cara doque a convencional, pois são feitas duas mudas (muda doenxerto e muda do porta-enxerto), há o trabalho espe-cializado do enxertador e a necessidade de um ambienteespecial para pegamento das plantas. “Mas a muda en-xertada irá significar uma porcentagem pequena do cus-to total de produção, girando em torno de 7%. Alémdisso, nas culturas de melão e melancia com mudas en-xertadas se utiliza somente 70% da população de plan-tas, quando comparado ao plantio com as convencio-nais. A produtividade, por sua vez, aumenta de 30 a100%”, explica Müller.

TIPOS DE ENXERTIANa natureza, a propagação das frutas pode ser de

duas formas: sexuada, por meio de sementes, ouassexuada, de forma vegetativa. A propagação por se-mentes, geralmente, promove a formação de pomaresdesuniformes; já, a vegetativa, não. A formação de mu-das enxertadas é uma ferramenta utilizada para manu-tenção e melhoria das características agronômicas dese-

jáveis na formação deum pomar. “Com aenxertia, é possível aperpetuação das es-pécies que apresen-tam as característicasdesejadas, redução dafase juvenil, ou seja,antecipação da pro-dução, obtenção deplantas com coloraçãoe desenvolvimentouniformes e combina-ção de clones entreessas var iedades”,comenta Calzavara,pesquisador da Unesp.Ao todo são quatrotipos de enxertia emfrutíferas: borbulhia,garfagem, encostia esobreenxert ia, quese subdividem em vá-r ios outros t ipos.No entanto, as espé-cies respondem deformas di ferentes.“Para cada uma delas,há uma técnica maisapropriada. Em citrus,

por exemplo, a enxertia é por borbulhia; já na manguei-ra é a garfagem”.

QUALIDADE DO MATERIALHoje em dia, muitos produtores usam mudas enxer-

tadas para produzir. Porém o sucesso da técnica depen-de, principalmente, da qualidade do material usado, quedeve ser proveniente de viveiristas idôneos e tecnificados.“A muda é fundamental numa produção. Ela pode ser osucesso ou o fracasso do produtor. As de má procedên-cia vão transmitir doenças”, alerta o pesquisador da áreade melhoramento genético em fruteiras da Embrapa Man-dioca e Fruticultura Tropical, Walter dos Santos SoaresFilho. Se a enxertia não for feita adequadamente, “as ge-mas podem sofrer mutação durante o processo, com riscode danos generalizados na área de produção, já que umaplanta matr iz pode dar origem a muitas outras”,complementa Calzavara.

As mudas de qualidade apresentam maior uniformi-dade, maior potencial produtivo e, em alguns casos, re-sistências a pragas e doenças, inclusive de solo; grandetolerância à seca, à salinidade e ao estresse hídrico, alémde outras características agronômicas desejáveis. Para quetenham todos esses benefícios agregados, é preciso que

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TECNOLOGIA

Fontes: Pesquisador Berildo de Melo, professor e doutor em Fruticultura da Universidade Federal de Uberlândia (UFU); PAIVA,H. N. & GOMES, J. M. Propagação Vegetativa de Espécies Florestais, (Série cadernos didáticos, 83), Editora UFV, Viçosa, MG, 2001

Êxito na EnxertiaO sucesso na enxertia exige alguns proce-dimentos do viveirista, entre eles:

- Afinidade entre plantas. Somente asplantas com algum grau de parentesco,do ponto de vista botânico, estão ap-tas. Este grau de parentesco, em geral,é com relação ao gênero ou à família.Porém, nem todas as espécies da mesmafamília têm afinidades entre si, haven-do casos de incompatibilidade ou rejei-ção. Quanto mais próximas foremtaxonomicamente as plantas, melhor seráo resultado;

- Outras semelhanças necessárias referem-se aos aspectos de fisiologia, consistên-cia, anatomia, porte e vigor, bem comoexigências com relação ao clima e às pro-priedades do solo;

- As superfícies em contato devem ser uni-formes, lisas, isentas de corpos estra-nhos, limpas e operadas com instrumen-

a muda tenha idoneidade genética, seja desenvolvidadentro de uma estufa com estrutura física adequada etenha isenção de pragas e doenças. “Por isso, todoviveirista tem que ter um registro na Secretaria de Agri-cultura e Abastecimento (SAA) do Estado onde está esta-belecido”, comenta Soares Filho.

ESCOLHA CERTAO fruticultor precisa ficar atento na hora de escolher

o fornecedor de mudas, recomenda o pesquisador daEmbrapa. “É necessário verificar se possui estruturaadequada com telado ant iaf ídeo – contra insetospropagadores de doenças –, ambiente limpo e bem pro-tegido, além de saber onde o viveirista está conseguindoas matrizes. É recomendável ainda que o produtor pro-cure a Secretaria da Agricultura para ser orientado”, dizSoares Filho. Ainda segundo ele, outro fator importanteé a escolha do cavalo ou porta-enxerto, responsável pelaformação do sistema radicular, que tem como funçõesbásicas o suporte da planta, fornecimento de água, nutri-entes e a adaptação da planta. “A maioria dos produtorese viveiristas se preocupa muito com a parte do enxerto,também chamada de copa ou cavaleiro, por produzir osfrutos da variedade a ser cultivada, e esquece de primarpela sua base”, ressalta. De acordo com o pesquisador, aorigem genética do porta-enxerto (cavalo) também deve

ser conhecida e sadia.“A rusticidade destematerial é crucial, poisgarante à planta, resis-tência ao ataque a do-enças e adaptação àscondições de solo e cli-ma, muitas vezes nãotão favoráveis ao de-senvolvimento. Além,é claro, das borbulhasou garfos uti l izadoscomo cavaleiros noprocedimento”. Outradica é investir na diver-sificação de variedades,tanto de copas, quantode porta-enxertos, re-duzindo o risco para ofruticultor, caso uma doença específica daquele material ata-car a produção. “Plantas de uma única variedade, na com-binação de copa e porta-enxerto, podem ser dizimadas emcaso de ataque. É mais seguro diversificar”, alerta ele. Paradivulgar todas estas orientações e também as técnicas deenxertia, o pesquisador lembra que as Embrapas, assimcomo outras instituições, todos os anos ministram cursos erealizam dias de campo para produtores e associações. l

tos bem afiados e limpos. Os tecidos de-vem ser postos em contato imediatamenteapós o corte de preparação;

- Para que a soldadura se realize e a parteenxertada se desenvolva, é necessário ocontato entre as camadas cambiais das duaspartes a serem unidas para facilitar atranslocação da seiva;

- As partes a serem soldadas devem sermantidas em contato, por meio de atadu-ras, até que se consolide a união;

- Dependendo da espécie e do tipo de enxer-to, a escolha da época é um dos fatoresque pode afetar no bom resultado, em vir-tude dos desarranjos fisiológicos que po-dem advir. Por isso, é preciso se informar;

- O processo de enxertia deve ser escolhidode acordo com as plantas envolvidas;

- Tanto o cavalo como o cavaleiro devem sersadios;

- Ventos fortes, chuvas (umidade) e calorexcessivos devem ser evitados ao se efe-tuar a enxertia, pois são condições adver-sas ao bom resultado da operação. A tem-peratura ideal gira em torno de 20-25°C;

- A operação deve ser realizada quando aspartes envolvidas estiverem em adequadoestado fisiológico. A soldadura torna-semais fácil sempre que os tecidos postosem contato forem jovens e de idêntico graude maturação;

- O enxertador deve sempre trabalhar comferramentas bem afiadas e executar os cor-tes com firmeza, para que as superfíciesfiquem lisas e sem dilacerações; praticara operação com rapidez, para evitar queos cortes fiquem expostos à ação do solou vento, e apertar o amarrilho de formafirme e uniforme.

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Citrus é a cultura que mais usa mudasenxertadas desde o início do século passado

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Frutas e processados, produzidos com mecanismos dedesenvolvimento limpo, contribuem para o equilíbrio doPlaneta, minimizando impactos ambientais

Daniela Mattiaso

Nos últimos anos, o mundotodo vem sendo castigado pelosdesdobramentos do aquecimen-to global. Ciclones e cheias atin-gem o Brasil, a Europa sofre comfortes ondas de calor e os Esta-dos Unidos padecem com fura-cões e tornados devastadores,causando mortes e destruição. Onúmero de desertos também au-menta e as calotas polares e ge-leiras dos picos de montanhas daAmérica do Sul estão derretendoem ritmo acelerado. O aumentoda emissão de gases poluentes naatmosfera, nas últimas décadas, éo principal responsável pelo aque-cimento global. Causado, entreoutros fatores, pela queima decombustíveis fósseis, como gasoli-na e diesel, aumento maciço da in-dustrialização, desmatamentos equeimadas. Nestes processos, ga-ses, como ozônio, dióxido de car-bono, metano, óxido nitroso emonóxido de carbono, são libe-rados, formando densa camadade poluentes, de difícil dispersão,

causando o efeito estufa, comconsequente aumento da tempe-ratura global.

O que poucos sabem é queconsumir frutas ajuda a diminuir asemissões de poluentes para a at-mosfera, contribuindo, assim, parao equilíbrio ambiental do PlanetaTerra. “O consumo de frutas e hor-taliças in natura, preferencialmen-te orgânicas, reduzem as emissõesindiretas de gases do efeito estufa(GEEs). O fato de serem naturais enão industrializadas e, portanto,não “carregarem” as emissões ne-cessárias para sua fabricação, comoas provenientes de energia,processamento, embalagem, trans-porte, entre outras, já significa queemitem menos gases do que pro-dutos industrializados”, explica abióloga e criadora do sitewww.rastrodecarbono.com.br,Paula Signorini. “Quando falamosem agricultura orgânica, estamostambém tirando dessa lista osGEEs, que poderiam ter sido emi-tidos pelo uso e pela produção de

RASTROSREDUZINDO

fertilizantes e defensivos agrícolas.Os fertilizantes são conhecidos porliberar para a atmosfera GEEs, prin-cipalmente, derivados de nitrogê-nio”, complementa Paula.

VALORIZAR O LOCALDe acordo com a geógrafa do

Departamento de Pesquisa e De-senvolvimento da CarbonoBrasil– www.carbonobrasil.com –,Fernanda B. Müller, “a populaçãoprecisa se conscientizar e come-çar a pensar em consumir alimen-tos produzidos localmente, evi-tando, assim, o transporte, quequeima combustíveis fósseis eemite poluentes, além de estimu-lar o desenvolvimento do peque-no agricultor”. Segundo ela, “asgrandes monoculturas são muitoprejudiciais, tanto pela emissão depoluentes provenientes do usomassivo de defensivos agrícolas,quanto por todos os outros im-pactos ambientais, como supres-são de vegetação nativa, reduçãode habitats, mecanização da agri-

MEIO AMBIENTE

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MEIO AMBIENTE

cultura, entre outras coisas”. Ageógrafa destaca ainda a impor-tância do consumo de produtosda época, evitando o acondicio-namento das frutas e, conseqüen-temente, o uso de energia e demais defensivos. Segundo oEngenheiro e Gerente Florestalda consultoria KeyAssociados,Jeanicolau Simone de Lacerda, oaumento do consumo de frutas éimportante, pois contribui aindapara a expansão dos pomares, ouseja, para o volume de carbonoestocado. “Se tais pomares foremimplantados em áreas degrada-das, como antigas pastagens, porexemplo, e o manejo não forimpactante em termos de emis-sões, sendo realizado com baixoconsumo de diesel, energia elétri-ca ou mesmo o emprego de adu-bos nitrogenados ou de calagem,que geram emissões de CO², omontante das emissões poderá sermenor do que o total fixado pelasplantas”, explica Jeanicolau.

MERCADO DECARBONO

Atualmente, as reduções cer-tificadas de emissões geradas porprojetos que, comprovadamente,reduzam ou absorvam emissõesde gases do efeito estufa são cha-madas de Créditos de Carbono.“Este mecanismo de mercado foicriado pela Organização das Na-ções Unidas (ONU) no Protoco-lo de Kyoto, como uma forma deajudar os países desenvolvidos areduzir as suas emissões de ga-ses, por meio da criação de pro-jetos em países em desenvolvi-mento. Estes créditos são gera-dos por meio do Mecanismo deDesenvolvimento Limpo (MDL).Os compradores são empresasou governos de países desenvol-vidos que precisam alcançar me-tas (instituídas pelo Protocolo deKyoto, pela própria empresa ou outros programas) de redu-ção destas emissões”, explicaFernanda. Com o Protocolo de

Uma tonelada de dióxido de carbono é igual a um crédito de carbono

Kyoto, “o crédito de carbono vi-rou uma moeda que pode ser ne-gociada no mercado internacio-nal. Uma tonelada de dióxido decarbono equivalente (metano, óxi-dos de nitrogênio e demais gasesdo efeito estufa são convertidos emdióxido de carbono equivalente) éigual a um crédito de carbono.Neste mercado, os países podemcomprar e vender créditos de car-bono”, acrescenta Paula.

O Brasil já possui alguns pro-jetos de suinocultura, onde osdejetos produzidos pelos animaissão dispostos em biodigestores.O resultado é a transformação dogás metano – 21 vezes maispoluente do que o CO² – emdióxido de carbono, o que reduzo dano causado à atmosfera, emrelação ao aquecimento global.Mas, no País, não existe ainda ne-nhuma metodologia de crédito decarbono implantada para trans-formação de biomassa com resí-duos de frutas das indústrias desucos e processadoras.

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MEIO AMBIENTE

IniciativaPioneiraUma alternativa encontradapelo setor, que está sendoimplementada, é a elaboraçãode projetos dentro do processode produção com mecanismosde desenvolvimento limpo.Exemplo disto é a Citrosuco, doGrupo Fischer, que há um ano emeio adotou uma política de re-dução de emissões de GEEs emsua cadeia produtiva. “Uma sé-rie de mudanças começaram aser adotadas dentro da empre-sa. Entre elas, a substituição dopetróleo por bagaço de cana.Hoje em dia, a Citrosuco jánão usa mais nenhum tipode combustível fóssil dentro daindústria para gerar calor.A conta de uso de petróleo équase zero”, garante WarwickManfrinato, engenheiro agrôno-mo, responsável pelo projetode MDL da Citrosuco e diretorda consultoria Plant Inteligên-cia Ambiental.Segundo Milton Mastria Filho,

do Departamento de Co-municação Social e Visu-

al, do Grupo Fischer,a Citrosuco vem fa-

zendo um traba-lho chamado

C a r b o nFootprint ,que é ae labo ra-

ção de uminventá r io

de emissões,identificandoonde estão ospontos na ca-deia produtivade suco de la-ranja em queocorrem as

De acordo com a biólogaPaula Signorini, o segredopara os fruticultores começa-rem a reduzir as emissões degases poluentes nas produ-ções está no uso de métodoscapazes de tornar as cultu-ras menos agressivas ao am-biente, reduzindo custos comenergia, transporte, fertili-zantes e defensivos. Outradica é agregar valor ao pro-duto, sem aumentar as emis-sões diretas e indiretas deGEEs, criando propagandas eincentivos para que as pesso-as consumam mais frutas innatura ou processados quecomprovadamente reduzam asemissões de gases poluidoresno processo produtivo. “Aquestão da redução dos GEEsindiretos ou diretos na pro-dução ou no processamentode frutas é um ponto a serdiscutido e desenvolvido en-tre os empresários do setor”,afirma ela.

SERVIÇO

Elaboração de Projetos

Documentos oficiais,formulários, procedimentose diretrizes: Ministério daCiência e Tecnologiahttp://www.mct.gov.br/clima

Notícias sobre mercado decarbono, mudanças climáti-cas, boletins de análisefinanceirawww.carbonobrasil.comwww.rastrodecarbono.com.brwww.florestasdofuturo.org.br

emissões. Ele visa traçar estra-tégias para a redução de GEEs.“Em breve, poderemos apresen-tar para os clientes as emissõesde carbono atribuídas aos pro-dutos, dando aos mesmos aoportunidade de ponderar suasdecisões de compra”, afirmaele. Segundo Warwick, estanova postura gera benefíciospara a empresa, a sociedade eo meio ambiente. “Reduzir aquantidade de emissões é umaforma de se diferenciar no mer-cado. Com a possibilidade, in-clusive, de gerar receitas pormeio do mercado de carbono,quando os projetos são certifi-cados.” O engenheiro acreditaainda que outras empresas dosetor precisam se conscientizarsobre a necessidade de implan-tar um projeto de MDL, jáque o grau de emissão dasagroindústrias é significativoquando comparado ao seu pro-duto. Além disso, as grandesempresas, que compram estesprodutos, acabam agregando asemissões para seu negócio, pas-sando a ser co-responsáveispelo aquecimento global. Des-ta forma irão buscar e exigir cadavez mais que seus fornecedoressejam ambientalmente e social-mente sustentáveis”, finaliza ele.

Para a geógrafa Fernanda,outro meio de criar projetospara redução de GEEs é pormeio do mercado de carbonovoluntário, voltado ao GreenMarketing – empresas e cida-dãos que desejam neutralizar demodo mais simples suas emis-sões. “O mercado de carbonovoluntário, paralelo ao deKyoto,possui muito menos re-gras, ampliando o escopo de pos-sibilidades de projetos a seremdesenvolvidos”, afirma ela. l

DICA

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OPINIÃO

O setor de Frutas, Legumes e Verduras, maisconhecido como FLV ou hortifruti, hoje, temuma participação importantíssima no varejoe atacado. Com uma representação média de4% a 8% nas vendas do setor, além daexcelente margem de lucratividade, trazconsigo uma preocupação alarmante, que sãoas perdas.Na mesma proporção, diz-se que em um se-tor de FLV, muito bem administrado, as per-das (que aqui chamaremos tudo que estraga)estão justamente na faixa de 4% a 6%.Com uma lucratividade entre 18% e 40%, seconseguíssemos controlar melhor essas perdas,obviamente os lucros seriam melhores.Por ser um “setor vivo”, a partir do momen-to que o produto sai da lavoura, inicia-se acontagem regressiva para se chegar o maisrápido possível à loja, com o mínimo de ma-nuseio. Dessa forma, podemos dizer que oinvest imento em equipamentos, comocontentores, pallets, racks de armazenagem, câ-mara fria, etc. pelo produtor e pelo varejista éfundamental para a redução de perdas.Como a qualidade é muito avaliada pelo con-sumidor final, o investimento se torna impor-tante, porque ele não pode substituir esseproduto por outro, situação que não aconte-ce com a maioria dos produtos. Além disso,por ser altamente perecível – duração de uma três dias –, o consumidor tem que ir todosos dias buscar essa reposição. Então, proce-dência dos produtos, excelente exposição emanutenção constante no ponto de venda sãoessenciais para encantar o consumidor.Um melhor controle nas perdas significa au-mento na margem de lucro, influenciando po-sitivamente no resultado do setor. Margem

de lucro maior pode melhorar acompetitividade, fidelizando o cliente. Ga-nho na quebra pode gerar benefícios para fun-cionários também. Só podemos controlar aperda se a conhecermos; conhecendo, preci-samos registrá-la; ao registrá-la significa que jáidentificamos os motivos e, conseqüentemen-te, iremos quantificá-los; conhecendo os moti-vos e as quantidades, podemos planejar asações para controle e redução dessas perdas.O conhecimento do produto é desuma importância e está intimamente relaci-onado com perdas;;;;; esse conhecimento noslevará a uma melhor definição de qualidade.Outro fator muito importante é saber sobresafra e entressafra, ca l ibre, frescor ematuração (vida útil) do produto. E conhe-cer também sobre as variedades, todos ostipos e variações dos produtos de FLV. Ou-tro fator importante é o preço: conhecer eacompanhar a concorrência, mantendo suacompetitividade, pois o giro de mercadoriatambém significa prevenção de perdas.

Como podemos observar, as frutas, depoisdas verduras, são o setor com mais perdas.Os itens que mais influenciam nas perdas numarede varejista, por ordem, são:

1º Tomate2º Mexerica Ponkan3º Pera Willians4º Batata lavada5º Laranja pera6º Alface crespa7º Maçã gala8º Cenoura9º Pimetão Verde

10º Melancia

Temos 50% do total relacionado às frutas,sendo que o maior rigor no recebimento ea menor manipulação deverão contribuirpara minimização das perdas.

COMO EVITAR PERDAS DA PRODUÇÃOAO VAREJO

Luiz PereiraDiretor-geral da Hortimix Central de Distribuição em FLV

AR

QU

IVO

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SOA

L A rede varejista e o produtorEm relação ao produtor, devemos observaros seguintes aspectos:

1. Relação para entender suas necessi-dades e dificuldadesMaior proximidade das centrais de dis-tribuição e varejistas com o produtorlevará ao conhecimento de sua rotinade trabalho, interferindo de maneira amostrar a visão específica do consumi-dor final, facilitando, sobremaneira, oconhecimento de qualidade e aminimização de perdas.

2. Realização de parceriasCom essa troca de conhecimento, pode-se firmar parcerias interessantes em ter-mos de fichas técnicas, desenvolvidasem conjunto, e também incentivo finan-ceiro na plantação (em comum acordo,pode-se subsidiar os insumos agrícolasou até antecipar o pagamento de ven-da futura).

3. Fortalecimento das relações comerciaisUma boa estratégia comercial nas de-mandas anuais funcionará, sobremanei-ra, na produção e no destino final, pois,quando o fornecedor sabe quanto deve-mos comprar naquele ano, baseando-seno faturamento do ano anterior e proje-tando o crescimento, o investimento émais seguro – tudo que for colhido serárepassado integralmente ao seu cliente.

4. Fidelização entre o cliente (institui-ção que compra para venda direta aoconsumidor) e o produtor

5. Rastreabilidade do produtoRastreabilidade é definida como ahabilidade de descrever a história, aaplicação, os processos ou os eventose a localização de um produto a umadeterminada organização, por meios deregistros e identificação. De um modomais simples, rastrear é manter osregistros necessários para identificar einformar os dados relativos à origem eao destino de um produto (o que é, deonde veio, como foi feito e para onde foi).

Com essa visão, produtor e varejista conse-guirão estabelecer uma relação com meno-res perdas e maiores vantagens para si, aten-dendo às solicitações de qualidade do pro-duto junto ao consumidor final, sem falar nasvantagens financeiras automaticamente agre-gadas a esses pontos.

SETORPERDAS

R$PARTICI-PAÇÃO

PERDASR$

PERDAS DE UM TRIMESTRENUMA REDE ATACADISTA

FrutasLegumesVerduras

129.627117.02657.024

43%38%19%

5,30%4,10%9,60%

TOTAL 303.677 100% 5,20%

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10 a 12 • HORTITEC - EXPOSIÇÃO TÉCNICA DE HORTICULTURA,CULTIVO PROTEGIDO E CULTURAS INTENSIVAS (RBB Feiras e Eventos)Recinto de Exposições de Holambra (Holambra/SP)Info: RBB Feiras e Eventos (19) [email protected] • www.hortitec.com.br

15 a 18 • FISPAL FOOD SERVICE (Brazil Trade Shows)Expocenter Norte - SP (São Paulo/SP)Info: www.btsmedia.biz

16 e 17 • 4º CONGRESSO INTERNACIONAL DE BIOENERGIA EBIOTECH FAIR 2009 (REMADE)Expotrade Convention Center (Pinhais/PR)Info: Porthus Eventos (41) [email protected] • www.eventobioenergia.com.br

16 a 19 • FISPAL TECNOLOGIA 2009 (Brazil Trade Shows)Pavilhão de Exposições do Anhembi (São Paulo/SP)Info: www.btsmedia.biz

23 e 24 • CURSO DE TECNOLOGIA PARA PRODUÇÃO DE BEBIDASORGÂNICAS (Fruthotec)Auditório da Fruthotec (Campinas/SP)Info: Alba Lucia (19) 3743-1840 • [email protected]://www.ital.sp.gov.br/

25 a 28 • FRUTAL AMAZÔNIA 2009 E IX FLOR PARÁ (Instituto Frutale Governo do Pará)Hangar do Centro de Convenções e Feiras da Amazônia (Belém/PA)Info: Instituto Frutal (85) 3246-8126 • [email protected]

internacionais27 a 29 • MIDDLE EAST FOOD - 2009 (Chanels Exhibitions LLC)(Abu Dhabi/Emirados Árabes Unidos)Info: Justins broutos • [email protected]

27 a 30 • FT - FOOD TECHNOLOGY 2009 (CEMS)Expo Center Lahore (Lahore/Paquistão)Info: Gavin Chia (65) 6278 8666 / (65) [email protected] www.cems.com.sg

06 a 08 • CPMA 2009 (Canadian Produce Marketing Association)Metro Toronto Convention Centre (Canadá/Toronto)Info: Terry Lindemann • [email protected] • www.cpma.ca

06 a 09 •HOFEX 2009 - HONG KONG (Hong Kong ExhibitionServices LTD)Hong Kong Convention (Hong Kong/China)Info: Christopher Mccuin 44 0 207 840 [email protected] • www.hkesallworld.com

28 a 29 • VIENNA 2009 (Canadean)Grand Hotel (Áustria/Viena)Info: Emilia Barnet 44 1256 [email protected] • www.canadean.com

10 a 12 • FHC BEIJING 2009 (Oes All Words)China World Trade Center (Beijing/China)Info: Frase Hawkes 44 20 7840-2145 • [email protected]

10 a 13 • TUTTOFOOD 2009 (Promos - Câmara de Comércio de Milão)Feira Milano (Milano/Itália)Info: Patrícia Orrico (11) 3179-0136 / (11) [email protected] • www.fmi.it

Para mais eventos acesse: www.ibraf.org.br

nacionais16 a 20 • EXPODIRETO COTRIJAL 2009 (Cotrijal CooperativaAgropecuária e Industrial)Parque da Expodireto Cotrijal (Não-Me-Toque/RS)Info: Cotrijal - (54) 3332-3636 • [email protected]

04 • 2º ENCONTRO BRASILEIRO DE FRUTAS RARAS (Associa-ção Brasileira de Frutas Raras)Instituto Plantarum (Nova Odessa/SP)Info/Inscrições: [email protected]

14 a 16 • INTERMODAL SOUTH AMERICA (CMP Information Brasil)Transamérica Expo Center (São Paulo/SP)Info: Bárbara Nogueira (11) 4689-1935 • [email protected]

19 a 21 • ORGÂNICA 2009 - FEIRA DO COMPLEXOAGROINDUSTRIAL E BIOTECNOLOGIAS (ADN Eventos)Expo Trade Convention Center (Curitiba/PR)Info: Evelyn Mosca (41) 3317-3080 • [email protected]

27/04 a 02/05 • AGRISHOW RIBEIRÃO PRETO 2009 (ABIMAQ,ABAG, SRB e ANDA)Pólo de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Centro -Leste Anel Viário Km 321 (Ribeirão Preto/SP)Info: Reed Exhibitions Alcantara Machado (11) [email protected] • www.agrishow.com.br

05 a 07 • TECNOLÁCTEA E SORVETES 2009 (Brazil Trade Shows)Expo Center Norte - Pavilhão Amarelo (São Paulo/SP)Info: Salete Pukar (11) [email protected] • www.tecnolactea.com.br

18 a 21 • APAS (Promovisão)Expo Center Norte (São Paulo/SP)Info: (11) 3078-5050 • [email protected]

26 a 27 • CURSO ESPECIAL DE TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO DEGELÉIAS E DOCES DE FRUTAS DIET E LIGHT (Fruthotec)Fruthotec (Campinas/SP)Info: Ana Célia (19) 3743-1758 • [email protected]/fruthotec

27 a 31 • FENASUL 2009 - FEIRA NACIONAL DE AGRONEGÓCIOSDO SUL (Governo do RS e Gadolando)Parque Assis Brasil (Esteio/RS)Info: Gadolando (51) [email protected] • www.gadolando.com.br

03 a 06 • EXPOFRUIT (Comitê Executivo de Fitossanidade do RioGrande do Norte - COEX)Expocenter Campus UFERSA (Mossoró/RN)Info: Laura (84) 3312-6939 • [email protected]

03 a 07 • BAHIA FARM SHOW - FEIRA DE TECNOLOGIA AGRÍCOLAE NEGÓCIOS (Aiba , Abapa, Fundação BA e Prefeitura Municipal)BR 020/242 Km 535 (Luís Eduardo Magalhães/BA)Info: Aiba 77 3613-8000 • [email protected]

mar 09

AGENDA

jun

09

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ai 09ju

n09

abr

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ai 09ju

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O mês de fevereiro movimentou a fruticulturanacional com participação ativa em importantes fei-ras internacionais da cadeia frutícola. A maior e maisimportante delas, a Fruit Logistica, reuniu mais de60 empresas brasileiras na Alemanha, entre os dias4 e 6. Lá, foram fechados US$ 24 milhões em ne-gócios, com perspectiva de gerar mais US$ 121 mi-lhões, por conta dos contatos feitos entre as empresasdurante o evento. Os principais países participantesforam Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos, Itália,Espanha, México, Polônia, França, Islândia, Holanda,Portugal, além de países da Ásia e Oriente Médio.

O estande brasileiro foi coordenado pelo Insti-tuto Brasileiro de Frutas (Ibraf), em parceria com aAgência Brasileira de Promoção de Exportação e

Fruit Logistica, Biofach, Gulfood e Sabores do Brasil colocamem destaque as frutas brasileiras, gerando bons resultados eperspectivas às empresas participantes

Luciana PachecoFotos: Ibraf

EVENTOS

NEGÓCIOSinternacionais

Investimentos (Apex-Brasil). “Esta foi a maior parti-cipação de empresas brasileiras, que contaram comum espaço de 350m², 17% maior do que o anoanterior” afirma Valeska de Oliveira, gerente exe-cutiva do Ibraf. Segundo ela, a feira consegue reu-nir público de qualidade, o que estimula a geraçãode negócios. “Apesar da crise, ficou evidente a im-portância das empresas brasileiras estarem presen-tes nos principais eventos e encontros do setor, poistodos os nossos concorrentes também estavam lá. Essenão é o momento para se esconder”, enfatiza ela.

Como evento de negócios, a Fruit Logistica vemcumprindo o seu papel. Claudio Piovesan, diretorda empresa Rio Doce/Indaiá Exotic, participa doevento há alguns anos e comenta que, devido a um

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EVENTOS

contato de Portugal, realizado na edição de 2007, aempresa precisou construir um novo packing housepara atender a demanda deste cliente. “Com esteinvest imento, dobramos a capacidade deprocessamento e as vendas também dobraram”.

Produtos inovadores também foram apresenta-dos, como a embalagem plástica para papaia, apre-sentada da empresa UGBP. O produto já écomercializado nos Estados Unidos e, agora, a em-presa busca inseri-lo no mercado europeu. A em-balagem conserva o produto por mais tempo ediminui o manuseio pelo consumidor, garantindomaior qualidade.

Participando pela primeira vez como expositorna feira, a empresa Doce Mel trouxe, além domamão, um produto diferenciado para o consumi-dor europeu: o mini abacaxi Queen Baby, jácomercializado na Europa por outros países. Segun-do Roberto Cavalcanti, diretor-presidente da em-presa, “o novo abacaxi já foi aprovado pelos clien-tes, que afirmaram ser mais saboroso do que o pro-duzido em outros países”. Outra empresa a mos-trar novidades foi a Agrícola Fraiburgo, que levoufrutas liofilizadas como banana, maçã, manga e mixde frutas com açaí, em embalagens prontas paraconsumo, além do seu carro-chefe, a maçã in natura.

Claudio Shoiti, diretor comercial da AssociaçãoPaulista dos Produtores de Caqui (APPC), afirma quea aproximação com compradores de diversas re-giões do mundo superou suas expectativas. “Tivemuitos contatos e temos grandes chances de reali-zar negócios. Nossa ida à feira é muito importantepara valorizar nossa produção. Isso é fruto do tra-balho que realizamos, sempre buscando atender atodas as exigências produzindo frutas com qualida-de e segurança”, afirma. O diretor da APPC partici-pou do evento por meio do projeto Fruta Paulista,realizado em parceira pelo Ibraf e Sebrae-SP, e visaa capacitação de boas práticas agrícolas e ações demarketing nacional e internacional.

Apesar do cenário econômico, a Fruit Logisticamanteve sua posição como importante plataformade marketing para as empresas. Segundo dados daorganização, a edição 2009 bateu recorde de ex-positores, contando com 2.288 empresas de 80 pa-íses, contra as 2.110 de 68 países, no ano anterior.O espaço também aumentou, passando de oitentae um mil m² para oitenta e oito mil m².

BIOFACH,PARTICIPAÇÃO RECORDE

Para representar os produtos orgânicos do Bra-sil no maior evento internacional do setor, o Institu-to Brasileiro de Frutas (Ibraf), o Planeta Orgânico e o

Organics Brasil participaram daBiofach 2009, como palestrantesno painel: Brazil, more than just asupply market. O evento, reali-zado entre os dias 19 e 23 defevereiro em Nuremberg, naAlemanha, recebeu mais de 46mil visitantes de 129 países.

Carla Castro Salomão, coor-denadora do setor de orgânicosdo Ibraf, apresentou os principaisdados estatísticos sobre produ-ção e exportação de frutas con-vencionais e orgânicas, assim como projetos e açõesem andamento, para auxiliar o setor a destacar-secada vez mais nos mercados interno e externo.

Os produtos brasileiros também estiveram re-presentados no estande do Organics Brasil, com 32empresas, um número recorde. Para consolidar ain-da mais o País como um dos maiores fornecedoresde matéria prima orgânica do mundo, o presidenteLuiz Inácio Lula da Silva entregou uma carta aorganização do evento. Nela, propôs que o Brasilseja o país-tema da feira em 2014, ano que sediaráa Copa do Mundo.

AO GOSTO DOS ÁRABESApesar da crise, Gulfood e o evento Sabores do

Brasil abriram novos mercados para empresas bra-sileiras. Mais de 820 contatos e um volume de ne-gócios aproximado de US$ 3 milhões, estes foramos resultados da Gulfood, a maior feira de alimen-tos e bebidas do Oriente Médio, realizada entre 23e 26 de fevereiro, em Dubai, nos Emirados ÁrabesUnidos. Com um crescimento de 119,79% no volu-me de negócios, comparado ao ano anterior, aexpectativa é que as empresas concretizem maisUS$ 10,2 milhões em negócios nos próximos meses.

O Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), em par-ceria com a Agência Brasileira de Promoção de Ex-portação e Investimentos (Apex-Brasil), levou paraaquele país algumas empresas, como a RuetteSpices, Bony Açaí e Amêndoas do Brasil. Lá, apre-sentaram seus produtos para um mercado comgrande demanda de alimentos. Além delas, outrasempresas associadas ao Instituto foram à feira: Bátia,Daros, Trop Frutas e Predilecta.

Para José Ruette Filho, vice-presidente executi-vo da Ruette Spices, a Gulfood foi uma oportunida-de histórica. “Muitas empresas européias e ameri-canas, acostumadas a divulgar seus produtos apenas emsua comunidade e nos Estados Unidos, comparece-ram. Este ano, o público foi mais qualificado e, emtermos de negócios, superou nossas expectativas”. E

Carla Salomão foipalestrante na Biofach

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EVENTOS

complementa: “a feira é muito importante, por serdirecionada aos mercados do Norte da África, Orien-te Médio e parte da Ásia, regiões com um mercadopara alimentos e bebidas em constante crescimentoe que não foi afetado pela crise mundial”.

Já para Simone Vasconcelos, gerente de Comér-cio Exterior da Amêndoas do Brasil, o momento foio de apresentar as castanhas brasileiras e ganharmercado. “Nossa primeira participação foi ótima, poismostramos a qualidade de nossas castanhas a clientesque compram da Índia e do Vietnã. Conhecemos com-pradores com grande potencial”, disse ela.

AÇAÍ E ESPORTEA estratégia da empresa Bony Açaí de patroci-

nar um lutador brasileiro, que participa de compe-tições como o Ultimate Fighting Championship(UFC) foi reconhecida em Dubai. Seu estande foiprocurado pelo Escritório do Palácio Real dosEmirados Árabes em busca de açaí para o príncipeTahnoon Bin Zayed Al Nahyan. O príncipe tem au-las de jiu-jítsu com um professor brasileiro e é umgrande incentivador do esporte naquele País.

Para Bony Monteiro, presidente da Bony Açaí, aparticipação na Gulfood foi positiva. “Encontramos óti-mos distribuidores, que condizem com nossos planosfuturos”. Ele ainda comentou sobre o interesse que oaçaí despertou no mercado árabe. “O produto fazgrande sucesso pelo mundo e não foi diferente aqui.”

SABORES DO BRASILAntes da Gulfood, o Projeto Sabores do Brasil,

promovido pela Apex-Brasil, reuniu durante doisdias, representantes dos setores de alimentos ebebidas do Brasil e de 13 países do Oriente Médio.Ao todo foram 400 compradores do mercado ára-be negociando com 40 empresas brasileiras, queapresentaram produtos de qualidade e alto valoragregado, algumas ainda desconhecidas daquelemercado. Foram realizadas 720 reuniões, com ge-ração de US$ 22,8 milhões em negócios.

“Nossa intenção foi mostrar que o Brasil nãoproduz somente itens básicos como carne de fran-go, suco de laranja e café, mas também uma diver-sidade de produtos mais elaborados, com maiorvalor agregado, fortalecendo a marca Brasil”, explica odiretor de negócios da Apex-Brasil, Maurício Borges.

O importador Jalal Thamer, da Arábia Saudita,já comprava do Brasil itens como suco de laranja,carne de frango e açúcar. No evento, fechou pedi-dos de suco de uva, café torrado, massas,bolos,panetones, doces, água de coco e leite de soja.“O Brasil tem bons produtos e é um bom parceirocomercial. Foi uma oportunidade excelente paraconhecermos o que o País tem para oferecer, e deveser repetida, pois temos muita demanda por pro-dutos alimentícios”, afirmou.

Cada empresa atendeu aproximadamente 30compradores. O evento começou com um jantarde gala, dia 21 de fevereiro, o que aproximou com-pradores e fornecedores. “A palestra e o jantar nodia anterior prepararam o ambiente para os negó-cios do dia seguinte e os árabes vieram conversarcom as empresas brasileiras com uma pré-disposi-ção positiva”, avaliou Sergio Braga, da Bátia Frutas. l

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Larva no 4º instar e, no detalhe, adulto do gorgulho

Nematóides entomopatogênicos podem controlar o ataquedesta praga no campo para ajudar a minimizar prejuízosseveros na produção

Texto e Fotos: Claudia Dolinski*

ARTIGO TÉCNICO

A Produção Integrada de Frutas almeja frutos deboa qualidade, a baixo custo, sem resíduo químicoe em harmonia com o meio ambiente. O ManejoIntegrado de Pragas (MIP) contribui com 80% daimplantação desse programa. Para atingir o objeti-vo principal do MIP, que é manter a população deinsetos-praga abaixo do nível de dano econômicosem causar danos ao homem ou ao ambiente, faz-se necessária a utilização de métodos alternativos,como biológico, mecânico, cultural, físico e melho-ramento genético, em detrimento a métodos tradi-cionais, como o químico.

No Brasil e no mundo, o controle biológico depragas na agricultura tem sido usado como alterna-tiva à crescente constatação dos efeitos maléficosdos pesticidas. Diferentes agentes do controle bio-lógico vêm sendo gradativamente introduzidos naslavouras e os nematóides entomopatogênicos(NEPs) estão entre eles.

Como agentes do controle biológico, os NEPspossuem diversas vantagens em relação aos quími-cos: não poluem, não agridem o ambiente, o ho-mem ou os animais, possuem preço acessível e sãofacilmente aplicados ao solo. Além do que, estesnematóides se reproduzem no inseto-praga, pro-duzindo novas gerações que vão infectar novos in-setos. Em comparação aos outros agentes biológi-

“NEMATÓIDES DO BEM”

CONTROLEBIOLÓGICO COM

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ARTIGO TÉCNICO

cos, como bactérias, fungos e ví-rus, os NEPs se sobressaem porsua capacidade de buscar ativa-mente o inseto-praga. O núme-ro de espécies de insetos quecada l inhagem de nematóidepode infectar é pequeno e espe-cífico, portanto não atinge os ini-migos naturais. Um pequeno nú-mero de insetos-hospedeiros sig-nifica que se precisa escolher oNEP mais adequado ao controlede uma determinada praga.

Esses nematóides são conhe-cidos desde o século 17, mas so-mente na década de 1960 come-çaram a ser usados efetivamenteno controle de insetos-praga. Es-ses nematóides carregam bacté-rias no seu interior, que são fontede al imento para eles. Osnematóides penetram nos insetospor suas aberturas naturais(espiráculos, ânus e boca), liberamas bactérias na hemolinfa do inse-to. Estas se reproduzem rapida-mente, causando septicemia emorte ao inseto em 24 a 48 horas.Dentro do inseto, já morto (inse-to-cadáver), os nematóides se de-senvolvem e se multiplicam, per-manecendo no cadáver até queo alimento acabe. Com a escas-

sez de alimento, nematóides vãopara o solo em busca de novosinsetos hospedeiros.

O gorgulho-da-goiaba (Cono-trachelus psidii Marshal, 1922)(Coleoptera: Curculionidae) estádistribuído pelas Américas e causaseveros prejuízos, pois afeta dire-tamente a qualidade dos frutos,tornando-os impróprios tantopara o consumo in natura comopara indústria. No Norte e No-roeste do Estado do Rio de Ja-neiro, esta praga é consideradaprimária nos plantios de goiaba,atingindo até 80% da lavoura.Ocorre também em outras regi-ões produtoras, como São Pauloe Minas Gerais, com a concen-tração da população aparecendono verão. No Nordeste, a pragapermanece o ano todo, mas emmaior quantidade no verão.

As fêmeas desse inseto colo-cam os ovos nos frutos ainda ver-des. Nos locais de ovoposição seformam depressões escuras quese tornam sintomas característi-cos desta praga. Os ovos dentrodos frutos eclodem após 3 ou 4dias; o fruto se desenvolve, comotambém as larvas, dentro dele.Quando o fruto amadurece e cai,

Dano no fruto verde e depois que os frutos amadurecem

larvas maduras abandonam o frutoe ficam no solo por, em média, 142dias. A fase pupal dura, em média,16 dias e os adultos se mantêm ina-tivos no solo por mais 34 dias, para,então, subirem à copa das árvorespara copular e colocar novos ovos.Vale ressaltar que, atualmente, nãohá produtos químicos registradospara essa praga.

Estudos com nematóidesentomopatogênicos contra ogorgulho-da-goiaba vêm sendorealizados na Universidade Esta-dual do Norte Fluminense DarcyRibeiro, em Campos dos Goyta-cazes (RJ), e os resultados pro-missores mostram que essa pra-ga pode ser controlada com es-ses nematóides no campo.

Diferentes nematóides foramtestados contra larvas no 4ºinstar, onde os nematóidesHeterorhabditis indica Hom1 e H.baujardi LPP7 causaram 85% e80%, respectivamente, de morta-lidade de larvas em laboratório, auma concentração de 100nematóides por larva do gorgulho.Quando testados em colunas deareia, estes nematóides se mos-traram eficientes em encontrar aslarvas do gorgulho e causaram

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ARTIGO TÉCNICO

* Claudia DolinskiPhD PesquisadoraUENF / CCTA / LEF

artigos técnicos podem ser enviados [email protected]

Claudia Dolinski e grupo de produtoresde Cachoeira de Macacu, RJ

mortalidade em 70% das larvas,ut i l izando a dose de 500nematóides por coluna. Testes acampo, adicionando nematóidessob a copa das árvores de goiaba,demonstram uma diminuição de40% a 90% no número de adultosnas áreas onde foram aplicados.

Conhecendo as condições lo-cais durante o verão, cujas tem-peraturas no solo chegam facil-mente a 28oC, foi selecionadauma população do nematóidetolerante a altas temperaturaspara ser utilizada durante os pe-ríodos mais quentes.

Em 2005, um grupo de pro-dutores de goiabas do Distrito dePapucaia, em Cachoeiras deMacacu (RJ), segundo maior póloprodutor da fruta no Brasil, com4 mil toneladas de goiaba de mesapor safra, resolveu apostar nocontrole biológico do gorgulho-da-goiaba. Um mini-laboratóriopara a produção de larvas da la-garta Galleria mellonella - que éusada para mult ip l icar onematóide - foi instalado em umadas propriedades. As lagartas cri-adas eram coletadas e enviadaspara a universidade, onde eraminfectadas com nematóides parauma posterior aplicação a cam-po. No campo, as larvasinfectadas eram enterradas sob acopa das goiabeiras, onde caemos frutos, a 10 centímetros abai-xo do solo, na quantidade de 10

ou 20 lagartas mortas por planta.No solo, os nematóides saíamdos cadáveres das lagartas e iamem busca das lagartas dogorgulho, impedindo-as de setransformarem em insetos adul-tos e acabando seu ciclo. Infeliz-mente, por falta de financiamento,o projeto de multiplicação denematóides e aplicação a campoterminou, mas ficou a certeza deque o nematóide seria uma boaalternativa ao controle do gorgu-lho. Na época, o produtor experi-ente Kniti Kawai, de 70 anos, criouaté uma frase: “A gente planta la-garta para colher goiaba.” Frase quevirou slogan do projeto.

Com esses resultados promis-sores, espera-se que o controlebiológico do gorgulho-da-goiabacom NEPs seja incluído comouma das estratégias no ManejoIntegrado de Pragas (MIP) da cul-tura da goiaba no Estado do Riode Janeiro e, quiçá, no Brasil. Vi-sando atingir o objetivo principal doMIP, que é manter a população deinsetos-praga abaixo do nível dedano econômico sem causar danosao homem ou ao ambiente. l

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CAMPO E CULTURA

COLECIONANDOFRUTASTrata-se de um regis-tro técnico-científico,histórico e culturalque resgata as frutasnativas do Brasil, quese perderam no tem-po. A obra começacom um mapa de dis-tribuição mundial eaborda as principaiscaracterísticas botâ-nicas para identifica-ção das frutas, os

mais importantes gêneros produtores e a etimologiado nome das espécies.Dividido em 36 capítulos, o autor aborda as espéciesindividualmente, com informações completas sobrea nomenclatura em vários países. Segundo o autor,os leitores compreenderão com facilidade os termosbotânicos descritivos e, também, as informações mi-nuciosas sobre o cultivo, clima, adubação, solo, po-das, pragas e doenças para cada espécie botânica.Além das informações ecológicas, o livro dispõe deinformações sobre as utilidades de cada planta, curi-osidades e conhecimentos de povos antigos e aindaconta com aproximadamente 500 fotos, que buscamilustrar o conteúdo.

Autor: Helton JosuéValor: R$ 145,00Onde encontrar: Pode ser solicitado pelos [email protected] ou [email protected] oupelo telefone: (15) 8132-5140

COLHEITA EBENEFICIAMENTODE FRUTAS EHORTALIÇASRecém-lançado ecom sua primeira edi-ção esgotada, o livrotrata dos desafiosque o produtor en-contra no momentoda colheita, já que asfrutas e hortaliças sãosensíveis ao manu-seio e precisam de

cuidados para manter sua qualidade.Tecnologias, maquinários, cuidados, custos, instru-ções, entre outras atitudes que o produtor deve to-mar, estão presentes no livro, que procura instruir deforma simples, além de sanar possíveis dúvidas.

Editora: Embrapa Instrumentação AgropecuáriaAutor: Marcos David FerreiraOnde Encontrar: O livro pode ser solicitado pelo siteda Embrapa (www.cnpdia.embrapa.br) ou peloe-mail: [email protected]

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COLEÇÃO CERRADOSO Bioma Cerrado tem visibilidade nos cenários nacional e internacional porconta de sua dimensão, 24% do território brasileiro, além da diversidadebiológica estimada em aproximadamente 320 mil espécies. Portanto, a Em-presa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) dispõe em seu campoliterário, a Coleção Cerrado, que auxilia o leitor a conhecer esta região. Pos-sui mais de 1.220 registros técnico-científicos sobre o bioma, abrangendosua literatura com teses, artigos, livros, conteúdo on line, etc. Entre eles hátrês livros, lançados recentemente, que compõem este trabalho:

CERRADO - DESAFIOS EOPORTUNIDADES PARA ODESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVELO objetivo do livro é apresentar os avanços nodesenvolvimento das tecnologias compatíveiscom os cenários atuais e futuros, entendendoque a conservação dos recursos naturaiscondiciona a evolução da região.Possui assuntos pertinentes ao tema, que de-senvolve de maneira sistêmica tecnologias me-nos agressivas ao meio ambiente, com os se-guintes capítulos: Sustentabilidade no bioma;Ocupação humana e Preservação do ambien-te, entre outrosEditora: Embrapa CerradosEditores: Lucilia Maria Parron, Ludmila Mourade Souza Aguiar, Eny Duboc, Eduardo CyrinoOliveira-Filho, Amabilio José Aires de Camargoe Fabiana de Góis AquinoPreço: R$ 45,00

CERRADO - MICORRIZA ARBUSCULAROCORRÊNCIA E MANEJOPublicado após 30 anos de estudo com relação àMicorriza Arbuscular, o objetivo é apresentar àsociedade, de forma agrupada e coesa, todos osresultados que, desde 1977, busca alternativasao manejo e à fertilidade do solo deste bioma.Entre alguns temas abordados estão:metodologias para análise de solo e raízes paraavaliações de germinação de esporos e cresci-mento de micélio.Editora: Embrapa CerradosEditores: Jeanne Christ ine Claessen deMirandaPreço: R$ 18,00

CERRADO - ECOLOGIA E FLORAEste livro, resultado de 10 anos de estudo, ex-plica de forma completa mais de 12 mil espé-cies vegetais. O trabalho abrange os 2 milhõesde m2, espalhados por 13 Estados brasileiros,com sua rica biodiversidade.O livro foi dividido em três partes: Fanerógamasdo Bioma Cerrado; Pteridófitas do Bioma Cer-rado e plantas ruderais, invasoras e exóticaspresentes no bioma cerrado.Editora: Embrapa CerradoEditores: Sueli Matiko Sano, Semíramis Pedrosade Almeida e José Felipe Ribeiro.

Onde encontrar a Coleção Cerrados:pelo site www.sct.embrapa.br/liv, pelos telefones (61) 3340-9999 / 3448-4236 ou pelo e-mail [email protected]

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CLASSIFICADOS

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RECEITAS DO PRODUTOROLIVÉRIO JOSÉ DE LIMA

BOLO DE MAÇÃIngredientes: 4 ovos, 3 colheres (sopa) de manteiga,1 xícara (chá) de açúcar, 2 xícaras (chá) de farinha detrigo, 1 xícara (chá) de aveia, 1 colher (sopa) de fer-mento em pó, 1 colher (chá) de canela em pó, 1 xícara(chá) de leite, 4 maçãs picadas em pedaços pequenos.

Modo de Preparo: Bata a margarina com os ovos e oaçúcar até formar um creme homogêneo. Acrescente aaveia, o trigo, o leite, a canela e o fermento. Misture bem.Coloque as maçãs picadas. Despeje em forma com furocentral untada, polvilhe com açúcar e canela. Asse por cercade 40 minutos em forno previamente aquecido.

SALADA DE MAÇÃMassa: 4 maçãs verdes, 4 maçãs vermelhas, 1 cebolapequena, 1/2 pé de alface crespa, 100 g de uva-passas,1 lata de creme de leite, 1 vidro pequeno de maionese.

Modo de preparo: Pique as maçãs em quadradospequenos. Corte a cebola bem fininha. Misture o molhode maionese com creme de leite (sem soro). Misture tudo.Coloque em uma travessa e enfeitar em volta com alfacepicada bem fininha.

Daniela Mattiaso

Prática de carregar, cheirosa e cheia de nutrientes, a maçãé uma fruta bastante popular. Está entre as quatro maisconsumidas no Brasil. Com lugar garantido na lancheira daescola e do trabalho, a fruta vai bem como sobremesa apósas refeições e pode ser encontrada no mercado o ano todo.Tem baixo valor calórico, 100 g contêm apenas 64 calorias.Rica em vitaminas, sais minerais e fibras solúveis, a maçã aju-da a reduzir o risco de câncer digestivo, pois auxilia no funci-onamento do intestino, segundo José Luiz Petri, pesquisadorda Epagri – Estação Experimental de Caçador (SC) e presi-dente da Sociedade Brasileira de Fruticultura. “A presença depectinas também evita a deposição de gorduras na paredearterial, melhora a circulação sanguínea, reduzindo o traba-lho cardíaco e prolongando a vida do coração”, explica ele.

De origem entre a região do Cáucaso, cadeia de monta-nhas da Ásia, e o Leste da China, presume-se que seu de-senvolvimento tenha começado há 20 mil anos. “Na Anti-guidade Clássica, os gregos cultivavam a macieira, mas foi noImpério Romano que a cultura se difundiu. No Brasil, háindícios de que o plantio começou em Valinhos (SP), em1926, mas só passou a ser produzida em escala comercialno final da década de 60, no Sul”, afirma Petri. Desde então,mais de 200 cultivares de macieira foram introduzidas peloscentros de pesquisa, para adaptação e melhoramento gené-tico. “Uma das primeiras referências da introdução de maci-eiras é de 1928, quando a Estação Experimental de SãoRoque, do Instituto Agronômico (IAC), implantou 72 cultiva-res para estudo”, relembra o pesquisador. Entre as varieda-des mais plantadas no mundo estão a Red Delicius, GoldenDelicius, Granny Smith, Pink Lady, Gala e Fuji. No Brasil,90% da produção é de Gala e Fuji, cultivadas principalmenteem Fraiburgo (SC), São Joaquim (SC), Vacaria (RS) e Palmas(PR). Nas regiões mais quentes são plantadas Eva e Condesa.Na safra 2007/2008, o País produziu 900 mil toneladas, sendode 15% a 20% de maçã industrial. No País, a macieira éuma das fruteiras que mais usa tecnologia. Foi a primeira aentrar no sistema de certificação de Produção Integrada,com redução de fungicidas e inseticidas, segundo Petri. “Ou-tro avanço é o controle de pragas com o uso de feromônio,assim como o controle biológico do ácaro. Nos próximosanos, cultivares resistentes às principais doenças, oriundasde melhoramento genético nas instituições de pesquisa,devem reduzir ainda mais o uso de fungicidas.” l

O proprietário da Frutícola Catarinense, Olivério José de Lima, éprodutor de maçãs desde 1977. Suas plantações concentram-se nosmunicípios de Rio Rufino e Urubici, Estado de Santa Catarina. Emuma área de 63 hectares, produz 2 mil toneladas por ano. Entre asvariedades colhidas estão Galaxy, Imperial Gala, Royal Gala e FujiSuprema. As maçãs são vendidas apenas para o mercado interno,para clientes dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais,Rio Grande do Norte e Ceará. Ele garante que a região serrana e osolo arenoso são os segredos para a produção de alta qualidade.

FRUTA NA MESA

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