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STRESS _ SÍNDROME DE BURNOUT/ESGOTAMENTO GERONTOVIDA

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STRESS _ SÍNDROME DE

BURNOUT/ESGOTAMENTO

GERONTOVIDA

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Índice INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 3

DEFINIÇÃO ..................................................................................................................................... 4

ETIOLOGIA/ORIGEM ...................................................................................................................... 4

Causas de stress ........................................................................................................................ 4

1_ Causas externas ................................................................................................................ 4

2_ Causas internas ................................................................................................................ 5

FASES DA SÍNDROME DE BURNOUT .............................................................................................. 6

SINAIS E SINTOMAS ....................................................................................................................... 7

Consequências do stress profissional/ síndrome de Burnout ............................................... 8

Sinais de alerta de stress ....................................................................................................... 9

PREVENÇÃO E TRATAMENTO ........................................................................................................ 9

Como lidar com o stress_ reagir aos stressores ........................................................................ 9

Algumas regras básicas para evitar o stress ........................................................................ 10

Recomendações para prevenir e tratar a síndrome de Burnout (Gallar, 2002) ..................... 13

CERTAS NORMAS PARA CUIDAR DO CUIDADOR ......................................................................... 14

CONCLUSÃO ................................................................................................................................ 17

BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................. 18

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INTRODUÇÃO

Cuidar de uma pessoa idosa 24h por dia, 7 dias por semana pode ser muito

desgastante e stressante, principalmente se o cuidador não tem apoio adequado por parte dos

familiares, amigos e técnicos de saúde.

Este desgaste, tanto físico como psicológico, pode originar diversos conflitos (com

familiares, amigos e consigo próprio) tão importantes que, ao longo do tempo mais ou menos

longo, o cuidador desenvolva diversas doenças principalmente do foro psicológico, entre as

quais, a síndrome de Burnout/esgotamento.

A seguir, estão propostas várias técnicas e sugestões que permite ao cuidador

conhecer melhor este síndrome, reconhecer os sinais de alerta e reagir de modo adequado a

estes sinais, a fim de evitar o aparecimento deste problema e ser capaz de cuidar o idoso,

adequadamente.

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DEFINIÇÃO

Síndrome de Burnout (esgotamento) _ reacção adversa ao stress ocupacional com

componentes psicofisiológicos, psicológicos e comportamentais.

ETIOLOGIA/ORIGEM

Uma das causas fundamentais da síndrome é o stress contínuo.

O grau de stress depende não só do tipo de stress, sua qualidade e quantidade, como

também do indivíduo afectado e de como ele se encara a si mesmo e ao mundo em seu redor.

Causas de stress

1_ Causas externas

Velocidade a que se vive actualmente;

Cultura do efémero;

Falta de tempo;

Sobrecarga de trabalho (física e mental);

Inadequação das capacidades do indivíduo ao trabalho;

Interrupções;

Viagens;

Ambiguidade de papéis (o que é esperado e por quem);

Falta de gosto pelo trabalho;

Exigências familiares;

Falta de coordenação;

Trabalhar em domínios desconhecidos;

Servir uma população que vive ansiedade e medo;

Não participação nas decisões ou planeamento;

Responsabilidade por outras pessoas;

Subaproveitamento das suas capacidades;

Recursos inadequados.

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2_ Causas internas

A causa de stress pode ser dentro do próprio indivíduo, sob a forma de uma luta entre os

seus desejos e sua consciência. Pode resultar de uma disputa entre o indivíduo e as pessoas

que o rodeiam. Estas causas podem ser:

Frustrações (quaisquer interferências na satisfação das necessidades básicas da

pessoa);

Conflitos (luta em cada um de nós entre nossos desejos inatos e as restrições que nos

são impostas por nossa sociedade, interiorizada por nós sob a forma de consciência);

Ambivalência (sentimentos opostos dentro do individuo);

Traumas (os danos psicológicos tendem a ser mais dolorosos e duradouros do que os

físicos);

Ambição;

Perfeccionismo;

Impaciência;

Não saber dizer não;

Sentido de responsabilidade;

Medo de decepcionar os outros;

Medo do fracasso;

Insegurança.

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FASES DA SÍNDROME DE BURNOUT

Existem 12 fases que podem não ser consecutivas e a duração de cada estádio varia

segundo a pessoa afectada.

1ª Fase_ Obrigação de demonstrar-se a si mesmo o que vale

2ª Fase_ Reforço da mobilização

Querer fazer tudo sozinho.

3ª Fase_ Desatenção as próprias necessidades

4ª Fase_ Repressão dos conflitos

Começa-se a notar os sintomas corporais.

5ª Fase_ Reinterpretação de valores

Apenas interessa o trabalho.

6ª Fase_ Não-aceitação dos problemas emergentes

Intolerância relativo aos outros. É tudo culpa dos outros.

7ª Fase_ Isolamento

Alcoolismo e auto-medicação.

8ª Fase_ Mudança evidente de comportamento

9ª Fase_ Despersonalização

Rompe-se o contacto consigo mesmo. Deixa de reconhecer o seu valor e o dos outros.

Não se é consciente das próprias necessidades, as perspectivas temporais reduzem-se ao

presente e a existência em funções meramente mecânicas.

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10ª Fase_ Vazio interior

Para superá-lo procure-se compulsivamente uma ocupação. Assiste-se a um aumento

da sexualidade e desmesura na comida e no consumo de drogas e de álcool. O tempo de ócio é

algo vazio e aletargado.

11ª Fase_ Depressão

12ª Fase_ Síndrome de esgotamento

Desmoronamento total psíquico e físico. Quase todos os afectados especulam com a

ideia de suicídio e não são poucos que levam a prática as suas intenções. Necessitam

urgentemente de ajuda médica.

SINAIS E SINTOMAS

Existem mais de 130 sintomas relacionados com Burnout, que variam de indivíduo

para indivíduo.

A síndrome de Burnout inclui elementos objectivos e subjectivos, psicológicos e

psicossomáticos, como depressão, queixas físicas, absentismo e isolamento.

Transtornos/sintomas

Psíquicos

Ansiedade Nervosimo Tensão Depressão suicídio Etc.

Psicossomáticos

Dores abdominais, peito, cabeça

Mudanças de batimento cardíaco

Náuseas Fadiga Etc.

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Sintomas do stress Sintomas da síndrome

No domínio afectivo

No domínio psicomotor

No domínio neurovegetativo

(equivalentes ansiosos):

Geral

Agitação mental Agitação Dilatação pupilar Oscilações nos estados

de ânimo

Tensão Tremores Palidez da face Transtornos de sono

Nervosismo Inibição

conducente ao entorpecimento

Sensação de peso no estômago;

náuseas; Diarreia

Perda de concentração

Sensação de opressão e de

impotência

Agitação conducente a

exaltação

Taquicardia; Subida da tensão

arterial

Dores nas costas ou alterações digestivas

Terror Conversão do

medo em agressividade

Ondas de calor ou frio; mãos frias e suadas; suores

abundantes

Depressão

Ruptura das funções mentais

Formigueiros nas

mãos e pés

Dores crónicas no estômago

Afecto intensamente

doloroso

Sensação de cabeça vazia;

tonturas; insónia

Nervosismo, irritabilidade e intranquilidade

Medo

Necessidade imperiosa de

urinar; Perda da libido

Cansaço e apatia, desinteresse pelos

outros e voltar-se para si

Medo de morrer ou de enlouquecer

Secura da boca;

Anorexia; bulimia

Diminuição das ideias criativas

Pânico Hiperglicemia Esquecem-se, a

memória fica afectada

Consequências do stress profissional/ síndrome de Burnout

Nível pessoal: fadiga, ansiedade, despersonalização, desilusão, baixa auto-estima, depressão.

Nível profissional: desmotivação, desinteresse por realizar determinadas tarefas.

Nível organizacional: menor rendimento laboral, absentismo, mau funcionamento da área ou

serviço, falta de coordenação.

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Sinais de alerta de stress

Cada pessoa tem formas de responder ao stress e aos problemas. O que é uma

resposta sã para uma pessoa pode não o ser para outra.

O cuidador deve perguntar-se:

“Sinto-me triste ou deprimido/a; não “estou a funcionar” como deveria?”

“Não durmo de noite porque estou muito preocupado/a?”

“Estou a perder peso?”

“Sinto-me angustiado a maior parte do tempo?”

“Sinto-me terrivelmente isolado com o meu problema?”

“Bebo álcool em demasia?”

“Perco o controlo das minhas emoções?”

Se a resposta é “sim” a alguma destas perguntas, o cuidador pode estar a carregar uma

tarefa demasiada pesada. Pede ajuda.

Raiva e frustração são normais quando se cuida um idoso com comportamento difícil.

Existem pessoas e grupos que podem ajudar. Informe-se.

PREVENÇÃO E TRATAMENTO

Como lidar com o stress_ reagir aos stressores

As estratégias para lidar com os stressores são encontrados nas formas como

escolhemos viver.

Métodos tradicionais

Comportamentos de formas de dependência negativa (fumar, beber, etc.);

Isolar-se do stressor;

Atacar o stressor por meio da confrontação directa.

Estratégias recentes: técnicas para lidar com o stress

Relaxação;

Exercício físico;

Alimentação equilibrada;

Substitutos para a doença da pressa;

Imaginação guiada.

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Algumas regras básicas para evitar o stress

Uma vida equilibrada é fundamental para um bom equilíbrio psicológico.

Fazer o que se gosta;

Praticar exercício físico;

Escutar musica;

Dormir o suficiente;

Dar pequenos passeios a pé;

Fazer diariamente a “revisão do dia” e libertar o que foi menos bom;

Tomar duche quando se chegue a casa do trabalho;

Rir;

Estar com os amigos;

Cantar e ouvir musica;

Libertar energia sexual;

Expor sentimentos livre e apropriadamente;

Gostar da vida e auto expor-se, mesmo quando há medo.

“Ser positivos quando o mundo parece estar contra nós”

1. Concentrar ou focar o seu espírito nos factores positivos que normalmente existem na

sua vida;

2. Mude a sua maneira de ver o trabalho;

3. Criar ilusões positivas e pulveriza-las no lado positivo do seu campo perceptivo;

4. Investir mais para ser um bom conservador;

5. Descobrir um novo objectivo;

6. Aprender a tomar decisões;

7. Eliminar relacionamentos que o tornem negativo;

8. Melhorar a forma de tratar os factores negativos que surgem;

9. Converter os factores positivos do seu campo perceptivo em objectivos;

10. Transferir um factor negativo para o lado positivo do seu campo perceptivo e a seguir

convertê-lo em objectivo.

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Sugestões para reduzir as probabilidades de desenvolver doenças cardiovasculares

relacionadas com o stress

1. Reduzir o seu sentido de urgência do tempo. Recorde que poderá haver sempre algum

assunto por acabar na sua agenda. Alguns empreendimentos falham sempre porque

foram planeados demasiado bem ou demasiado lentamente.

2. Tente ouvir calmamente enquanto os outros estão a falar consigo. Não tente terminar

as frases dos outros ou interromper com frases aceleradas como: “sim, sim” ou “hum

humm”.

3. Reduza o seu pensamento múltiplo. Tente em não pensar em mais de uma coisa ao

mesmo tempo.

4. Arranje tempo para oferecer elogios às pessoas que executam serviços para si.

5. Sorria, para quantas pessoas, você possa. Isto pode ser muito difícil de início, mas é

uma grande forma de reduzir a sua hostilidade que flutua livremente.

6. Ande mais devagar. Tente conscientemente andar a um passo lento. Conduza o seu

carro mais devagar. Esteja disposto a dar aos outros condutores uma oportunidade.

7. Melhore a sua linguagem alargando as frases. Aumenta o seu vocabulário através de

aprendizagem do significado de novas palavras. Use frases mais compridas e fale mais

devagar enquanto fale com as pessoas.

8. Mantenha as suas opiniões mais livremente. Compreenda que você pode, outrora ter

estado errado ou que os outros as vezes podem ter razão. Pare de dizer: “Eu disse-lhe

isso”.

9. Procure ocasionalmente isolar-se. Isto não quer apenas dizer ficar só mas procure o

seu “eu interior”, para se conhecer e compreender. Avalie-se a si e aos seus

comportamentos durante os seus tempos de descanso.

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Pensamento positivo/ imaginação guiada

Algumas estratégias podem ser indicadas e acalmam as pessoas defendendo-as do stress:

1. Tempo de tranquilidade

Permita que o seu corpo e a sua mente encontrem ou descubram um estado mais

relaxado. Tente libertar-se dos pensamentos confusos e incómodos.

2. Apoio e segurança

Crie para si uma imagem visual de relaxação, paz e segurança. Deverá sentir que está num

ambiente de segurança máxima.

3. Participação e resposta

Visione-se a participar, responder e a ter êxito exactamente da mesma maneira que você

sabe que é exigida para ter controlo total sobre o stressor.

4. Reconheça a satisfação

Visualize-se a experimentar alegria e satisfação pessoal. Reconheça que a sua satisfação

resulta do seu envolvimento activo no controle do stress.

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Recomendações para prevenir e tratar a síndrome de Burnout (Gallar,

2002)

1. Favorecer um ambiente de trabalho em grupo agradável e motivado, com boas

relações interpessoais.

2. Preestabelecer claramente as nossas funções profissionais. Adequar o papel e atitudes

a nível profissional, familiar, etc.

3. Potenciar a auto-estima a nível individual e do grupo.

4. Procurar não levar os problemas para casa.

5. Evitar a sensação de rotina no trabalho, intercambiando de funções com os nossos

companheiros.

6. Evitar a sobrecarga física com o trabalho. Devemos descansar quando nos sentimos

cansados.

7. Partilhar emoções e sentimentos com os colegas para ajudar a relaxar.

8. Potenciar o sentido do nosso trabalho como parte do sentido da nossa vida.

9. Planificar actividades de investigação ou docentes: organizar cursos, participar em

congressos, fazer estudos para publicar.

10. Adoptar expectativas de promoção profissional, investindo na formação.

11. Receber dos nossos superiores e familiares o reconhecimento pelo trabalho realizado.

Cada pessoa tem de estar atento aos sinais corporais e ter uma dieta adequada, exercício

físico e dormir. Deve-se manter um ponto de equilíbrio entre a tensão e a distensão. Tem de

saber utilizar adequadamente os seus mecanismos de compensação de stress: desporto,

exercícios de relaxação, massagens, música clássica, relações com amigos, etc.

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CERTAS NORMAS PARA CUIDAR DO CUIDADOR

Os cuidadores devem aperceber-se de que não são supers humano. O cuidador pode

sentir-se triste, desanimado, frustrado, enfadado ou preso. Estes sentimentos são todos

normais e podem ser dirigidos de maneira positiva.

Descanse

É essencial que tire férias ou momentos de descanso regularmente na sua rotina de

cuidados. Isto permite ao cuidador descansar física e emocionalmente. É tão importante para a

saúde como são a alimentação equilibrada e o exercício físico, e isto não é ser egoísta.

Os cuidadores necessitam de descanso suficiente, devem continuar a desfrutar das

suas amizades e fazer um esforço extra para conservar a sua saúde física e mental através de

uma boa nutrição.

Considere falar aos membros da família, amigos, vizinhos, comunidade da igreja,

pessoas associadas a igreja ou estudantes universitários ou de enfermagem para obter ajuda e

para tirar um momento de descanso. Tirar momentos de descanso requer geralmente

franqueza/sinceridade. É possível que os membros da família e outras pessoas que não estão

directamente envolvidas com o cuidado ao idoso, não se apercebem das exigências que

enfrenta o cuidador.

Muitas comunidades têm serviços de cuidado para adultos como, por exemplo, serviço

de apoio domiciliário, centro de dia e de noite, entre outros. Alguns programas residenciais

podem também oferecer cuidado diurno e estadias curtas para idosos. Informe-se na sua área

de residência.

Conserve relações importantes

Os cuidadores podem facilmente isolar-se devido a sua responsabilidade. É importante

que criam e fortaleçam relações nas fases iniciais do cuidado ao idoso. A família e amizades

podem ser uma fonte de grande consolo, ajuda e prazer.

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Um grupo de apoio pode servir de ajuda

Os grupos de apoio para famílias de idosos dependentes podem ser uma grande fonte

de compreensão, recursos e informação. Procure saber quais os grupos de apoio que existem

na sua área de residência.

Mantenha a sua dedicação de forma realista

Os cuidadores necessitam considerar o que é melhor para eles e para a família como

também o que é melhor para o idoso em questão. Quase todos já fizeram uma promessa

carregada de emoção, baseada num futuro incerto (p. e. “Prometo nunca colocar um membro

da família num lar de idosos.”).

Pode chegar o momento em que o cuidado num estabelecimento de repouso seja o

melhor. Muitas vezes, isto é uma decisão difícil. O cuidado residencial para idosos poderá ser a

melhor opção se a pessoa idosa:

Não puder ser cuidada em casa de forma segura;

Tem necessidades de saúde que não podem ser satisfeitas em casa;

Representa perigo para si mesmo ou para os outros;

Interrompe frequentemente o sono de outra pessoa.

O cuidado residencial pode também ser necessário se a saúde do cuidador está em

perigo.

Circunstâncias imprevistas fazem impossível o cumprimento de algumas promessas. A

dedicação realista não inclui palavras como “sempre”, “nunca” ou “para sempre”. As velhas

promessas ou sentimentos de culpabilidade não devem guiar as decisões que o cuidador deve

tomar. O que importa é que o idoso receba o melhor cuidado possível num ambiente seguro.

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Faça algo para si mesmo/a

Satisfazer ocasionalmente os seus próprios desejos pode proporcionar-lhe uma ajuda

extraordinária para lidar com o stress. Algumas pessoas podem comprar algo para si_ uma

revista ou um novo vestido; ouvir uma sinfonia ou ir a um evento desportivo, passear e/ou

observar o pôr-do-sol ou pedir ao domicílio o seu prato favorito de um restaurante. Outras

actividades simples mas satisfatórias podem ser simplesmente conversar com um amigo ou ler

um livro. A lista não tem fim, mas é importante recordar os benefícios que isto pode trazer.

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CONCLUSÃO

Para que o cuidador de uma pessoa idosa reduza os riscos de desenvolver problemas

do foro psicológico (síndrome de Burnout) e que possa cuidar adequadamente o idoso em

questão, é necessário que conheça e reconheça os sinais de alerta e que aprenda a lidar e a

reagir ao stress, usando os diversos métodos e técnicas disponíveis para este efeito.

É igualmente importante que o cuidador perceba que não é nenhum super-homem, e

que necessita cuidar de si para melhor cuidar do idoso.

O cuidar de si não é ser egoísta mas sim uma forma de vida saudável.

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BIBLIOGRAFIA

Apontamentos das aulas de psicologia da relação do curso de licenciatura em Gerontologia

(2005 a 2008) da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Bragança.

Administración de Servicios para Ancianos y Adultos (s.d.). La Enfermedad de Alzheimer y Transtornos Relacionados _ guía Para Cuidadores. Washington State Department of Social and Health Services.