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ELABORAÇÃO DE UM PLANO PARA A EXPANSÃO NO BRASIL DE UMA STARTUP ESTADUNIDENSE DO RAMO DE IDENTIFICAÇÃO INDIVIDUAL Luiz Henrique Pinto de Souza Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia de Produção da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro de Produção. Orientador: Renato Flórido Cameira, D.Sc Rio de Janeiro Setembro de 2017

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ELABORAÇÃO DE UM PLANO PARA A EXPANSÃO NO BRASIL DE UMA

STARTUP ESTADUNIDENSE DO RAMO DE IDENTIFICAÇÃO INDIVIDUAL

Luiz Henrique Pinto de Souza

Projeto de Graduação apresentado ao

Curso de Engenharia de Produção da

Escola Politécnica, Universidade Federal

do Rio de Janeiro, como parte dos

requisitos necessários à obtenção do título

de Engenheiro de Produção.

Orientador: Renato Flórido Cameira, D.Sc

Rio de Janeiro

Setembro de 2017

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ELABORAÇÃO DE UM PLANO PARA A EXPANSÃO NO BRASIL DE UMA

STARTUP ESTADUNIDENSE DO RAMO DE IDENTIFICAÇÃO INDIVIDUAL

Souza, Luiz Henrique Pinto de

Elaboração de um plano para a expansão no brasil de uma

startup estadunidense do ramo de identificação individual / Luiz

Henrique Pinto de Souza. – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola

Politécnica, 2017.

xiii, 79 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Renato Flórido Cameira

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/

Curso de Engenharia de Produção, 2017.

Referências Bibliográficas: p. 72-74.

1. Plano de Expansão. 2. Startup. 3. Plano de

Internacionalização.

I. Cameira, Renato Flórido II. Universidade Federal do

Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia de

Produção. III. Elaboração de um plano para a expansão no brasil

de uma startup estadunidense do ramo de identificação

individual

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AGRADECIMENTOS

Agradeço imensamente aos meus pais – mãe: Zélia e pai: Luiz Carlos cujo apoio

e dedicação me permitiram chegar até aqui. Obrigada pela motivação e amor de sempre.

À minha irmã, Juliana, agradeço pelo apoio e exemplo que me orientaram em muitos

momentos.

Agradeço à minha namorada Camilla cujo companheirismo foi fundamental para

mim, nesse projeto e na vida. Obrigada por dividir esses momentos comigo, pela

compreensão e carinho.

Ao meu orientador Renato Cameira, pelo suporte, pelas suas correções е pelos

incentivos durante todo esse projeto, mas, também, no estágio e em suas disciplinas

lecionadas.

Agradeço aos meus amigos do curso de Engenharia de Produção e demais cursos

por partilharem comigo tantos momentos de alegria e aprendizado profissional e de vida

que levarei sempre comigo.

Por fim, agradeço à UFRJ, instituição que me proporcionou as ótimas e

enriquecedoras experiências e todos os seus professores e demais funcionários que

contribuíram direta e indiretamente para minha formação. Espero um dia ser capaz de

retribuir ao menos um pouco tudo aquilo que recebi.

Luiz Henrique Pinto de Souza.

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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte dos

requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro de Produção.

ELABORAÇÃO DE UM PLANO PARA A EXPANSÃO NO BRASIL DE UMA

STARTUP ESTADUNIDENSE DO RAMO DE IDENTIFICAÇÃO INDIVIDUAL

Luiz Henrique Pinto de Souza

Setembro/2017

Orientador: Renato Flórido Cameira, D.Sc

Curso: Engenharia de Produção

Resumo: Este projeto final tem como objetivo estruturar um plano de expansão para uma

startup estadunidense que deseja analisar a viabilidade de expansão do seu negócio se

inserindo no mercado brasileiro nos próximos anos, com o intuito de fortalecer-se e

municiar-se de informações para que esta possa ter um longo e sustentável crescimento.

Incluem-se, no projeto, os detalhamentos da empresa, através de coleta de dados e

realização de entrevistas e reuniões com os membros fundadores. Em posse do material

informado, será realizada uma análise estratégica da empresa, tanto do ponto de vista do

mercado, como da análise interna, através de modelos de planos de negócio. Através do

trabalho junto aos donos, buscou-se identificar o direcionamento da empresa, como

também aplicar o modelo de geração de alternativas para poder criar um plano de ações

na busca da internacionalização da empresa.

Palavras-chave: Plano de Expansão, Startup, Plano de Internacionalização

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Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of Industrial Engineer.

ELABORATION OF AN EXPANSION PLAN TO BRAZIL OF AN AMERICAN

STARTUP OF THE BRANCH OF INDIVIDUAL IDENTIFICATION

Luiz Henrique Pinto de Souza

September/2017

Advisor: Renato Flórido Cameira, D.Sc

Course: Industrial Engineering

Abstract: This final project aims to structure an expansion plan for a US startup that wants

to analyze a feasibility of expanding its business if it enters the Brazilian market in the

coming years, with the intention of strengthening and providing the actions so that it can

have a long and sustainable growth.

Included in the project are the company details, through data collection and interviews

and meetings with the founding members. In possession of the informed material, it was

possible to carry out a strategic analysis of the company, from both the market and the

internal analysis, through strategic analysis models.

Through working with the owners, it was possible to identify the direction of the

company, as well as to apply the model of generation of alternatives to create a plan of

actions.

Keywords: Expansion Plan, Startup, Overseas Plan

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ÍNDICE

1. Introdução ...................................................................................................................... 5

1.1. Objetivo .............................................................................................................. 6

Objetivo Geral ................................................................................................ 6

Objetivos Específicos ..................................................................................... 6

1.2. Limites e Limitações .......................................................................................... 7

2. Metodologia .................................................................................................................. 8

2.1. Escopo do trabalho ........................................................................................... 11

3. ESTRUTURA TEÓRICA RESULTADA DA RL ................................................... 12

3.1. O que é uma startup? ....................................................................................... 12

Startup de software (Software startup) ....................................................... 12

Ciclo de uma startup .................................................................................... 13

3.2. Estrutura Geral de um Plano de Negócios ...................................................... 15

A importância de plano de negócio ............................................................. 18

3.3. O modelo alternativo: Lean startup ................................................................ 26

3.4. Modelos e conceitos de entrada ...................................................................... 31

Escolha do mercado ..................................................................................... 31

Momento de entrada ..................................................................................... 32

Escala de entrada e compromissos estratégicos ......................................... 33

Modos de entrada ......................................................................................... 34

4. MODELO DO PLANO DE EXPANSÃO ................................................................ 35

4.1. Ferramentas utilizadas ..................................................................................... 35

Plano de gestão ............................................................................................. 35

Modelo de negócios CANVAS ..................................................................... 36

Análise do entorno (CAMGPEST) ............................................................. 36

As Cinco forças de Porter ............................................................................ 37

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FOFA............................................................................................................. 37

Plano Marketing ........................................................................................... 38

Cadeia de Valor ............................................................................................ 40

Os 4 P’s ......................................................................................................... 40

5. PLANO DE EXPANSÃO PARA o caso vijilent...................................................... 41

5.1. Breve relato de surgimento da empresa vijilent, inc. ..................................... 41

A empresa ..................................................................................................... 41

Contexto da expansão .................................................................................. 42

Produtos e Serviços ...................................................................................... 44

5.2. Análise do entorno (CAMGPEST) ................................................................. 46

Fatores culturais............................................................................................ 46

Fatores ambientais ........................................................................................ 48

Fatores Mercadológicos ............................................................................... 48

Fatores Geográficos...................................................................................... 50

Fatores Políticos ........................................................................................... 50

Fatores Econômicos ..................................................................................... 50

Fatores Sociais .............................................................................................. 50

Fatores Tecnológicos ................................................................................... 50

5.3. As Cinco forças de Porter aplicado a Vijilent................................................. 51

Ameaça de Novos Entrantes ........................................................................ 51

Rivalidade entre Concorrentes ................................................................... 51

Poder de Barganha dos Clientes .................................................................. 52

Poder de Barganha dos Fornecedores ......................................................... 52

Ameaça de Produtos Substitutos ................................................................. 53

5.4. FOFA ................................................................................................................ 53

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5.5. Canvas ............................................................................................................... 55

Oferta de Valor ............................................................................................. 56

Canais ............................................................................................................ 57

Relacionamento ............................................................................................ 57

Estrutura de custos ....................................................................................... 57

Recursos-chave ............................................................................................. 57

Atividade-chave ............................................................................................ 57

Segmento de clientes .................................................................................... 58

Parcerias-chave ............................................................................................. 58

Fontes de receita ........................................................................................... 59

5.6. Plano Marketing ............................................................................................... 60

Os 6 P’s ......................................................................................................... 60

6. Proposta ....................................................................................................................... 68

7. Síntese e conclusão ..................................................................................................... 70

8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ........................................................................... 72

Apêndice a: Mapeamento Sistemático da Literatura ........................................................ 75

Introdução ........................................................................................................................ 75

Protocolo de Mapeamento .............................................................................................. 75

Objetivo 75

Estratégias utilizadas para pesquisa dos estudos primários .......................................... 76

Escopo da Pesquisa ......................................................................................................... 76

Idioma dos artigos ........................................................................................................... 76

Termos utilizados na pesquisa (palavra-chave) ............................................................ 77

Critérios para inclusão de artigos ................................................................................... 77

Critérios para Exclusão de Artigos ................................................................................ 78

Extração de dados ........................................................................................................... 79

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Apêndice B: Itens adquirIDos com empresa vijilent, inc ................................................. 80

Processos de operação .................................................................................................... 80

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Esquema de condução da Design Science Research. ......................................... 9

Figura 3: Desenvolvimento de esforços de planejamento e correspondência entre planos

e estratégia da empresa ....................................................................................................... 21

Figura 4: Laço de aprendizagem - Lean Startup ............................................................... 27

Figura 5: Método de validação do Lean Startup ............................................................... 28

Figura 6: Etapas do Lean Startup ....................................................................................... 29

Figura 7: Modelo Canvas.................................................................................................... 36

Figura 8: Matriz FOFA geral .............................................................................................. 38

Figura 2: Exemplo do Data-Portrait™. ............................................................................ 45

Figura 9: Gráfico de presença online dos países ............................................................... 47

Figura 10: Matriz FOFA Vijilent ........................................................................................ 54

Figura 11: Canvas Vijilent .................................................................................................. 55

Figura 13: 6 P’s do Marketing ............................................................................................ 60

Figura 14: Equilíbrio do preços .......................................................................................... 62

Figura 12: Cadeia de Valor Vijilent ................................................................................... 66

Figura 15: Processo de criação de conteúdo de marketing ............................................... 67

Figura 16: Processo de cadastro de clientes ...................................................................... 67

Figura 17: Parte 1 ................................................................................................................ 81

Figura 18: Parte 2 ................................................................................................................ 82

Figura 19: Parte 3 ................................................................................................................ 83

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 2: Síntese de pontos positivos e negativos ............................................................ 24

Tabela 3: Quadro síntese da análise das Cinco Forças de Porter. .................................... 51

Tabela 4: Grau de dificuldade de replicar o modelo de negócios atual ........................... 56

Tabela 5: Tabela Goal-Question-Metric. ........................................................................... 76

Tabela 6: Palavras chaves de busca na RSL ...................................................................... 77

Tabela 7: Títulos selecionados na RSL.............................................................................. 79

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ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1: Estrutura geral de uma plano de negócios ....................................................... 16

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1. INTRODUÇÃO

No mundo dos negócios, seguir um modelo de sucesso é visto como uma decisão

a ser tomada de forma mais fácil do que criar algo do zero. O ato da criação envolve uma

série de características necessárias a um empreendedor, mas que ainda geram receio em

uma grande parcela da população. E os números mostram que tal preocupação não é

completamente desprovida de razão. De acordo com uma pesquisa de GOSH (2012), na

Harvard Business School, 75% das startups fracassam nos primeiros anos de vida.

Embora essa estatística possa parecer desanimadora, o empreendedorismo está

diretamente ligado à ousadia e resiliência e muitas empresas de grande sucesso surgiram

em meio a grandes riscos e desafios. Joseph Schumpeter, ainda no século XX, foi o

principal proponente e popularizador da palavra “empreendedor”, afirmando que somente

através da inovação e do empreendedorismo um negócio poderia sobreviver em longo

prazo.

Inclusive, pode-se dizer que no atual momento já se obteve todo o possível com o

aprimoramento de velhas práticas. As opções, então, são buscar algo completamente

diferente e inovador ou ficar estagnado. As "melhores práticas" atuais levam a becos sem

saída: os melhores caminhos são os novos e ainda não consolidados. Nesse sentido, a

Internet está no centro das mais recentes inovações e seu crescimento acelerado, assim

como a democratização da tecnologia, tem transformado a maneira de fazer negócios e

redefinido a forma como os seres humanos praticam atividades do seu dia a dia.

Dessa forma, a questão sobre o potencial de crescimento e de sustentabilidade de

uma empresa inovadora, recente no mercado, que se utiliza da atual revolução da

tecnologia para prestação de serviços é considerada de grande relevância, assim com a

forma como esse cenário ocorre e é planejado.

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1.1. Objetivo

Os objetivos deste projeto foram divididos em dois grupos. O primeiro grupo é o

objetivo geral, no qual é definida a finalidade do projeto. O segundo grupo, objetivos

específicos, define as metas fundamentais para atingir a finalidade apresentada no

objetivo geral.

Objetivo Geral

A essência de um estudo de caso é tentar esclarecer uma decisão ou conjunto de

decisões: o motivo pelo qual foram tomadas foram implementadas e com quais resultados

(SCHRAMM W., 1971).

Este projeto tem como objetivo estruturar um plano de internacionalização de uma

startup estadunidense que deseja analisar a viabilidade de expansão do seu negócio se

inserindo no mercado brasileiro nos próximos anos. Ao final desse trabalho busca-se ter

uma noção do mercado brasileiro e quais dos segmentos de atuação da empresa têm

melhores oportunidades de internacionalização, verificando se esta empreitada está

alinhada com as ambições de longo prazo da empresa e se o negócio pode se desenvolver

de forma sustentável e escalável.

Objetivos Específicos

As metas fundamentais que serão o apoio para alcançar o objetivo geral são

traduzidas pelos seguintes tópicos:

Realizar um projeto que indique a viabilidade e grau de dificuldade para expansão;

Apresentar soluções ao questionamento de como se planejar uma expansão de

uma startup tecnológica e baseada no comércio eletrônico;

Apresentar soluções para os problemas de adaptação da empresa com uma

possível expansão para o Brasil;

Apresentar proposta alternativa

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1.2. Limites e Limitações

O projeto tem por limitação a não aplicação efetiva, no âmbito do presente estudo,

as metodologias propostas para verificação de seus efetivos impactos. Esse ponto, mesmo

considerando que traria ganhos importantes ao estudo, não pode ser alcançado devido à

falta de autonomia e de abertura para a introdução de tais recomendações, nos tempos

disponíveis a consecução. Portanto, constatada essa limitação, atentou-se para que os

limites do trabalho fossem tais que não dependessem dessa aplicação para o alcance de

seus objetivos.

Além disso, também seria interessante que a ambas a metodologias fossem

aplicadas, e mensurados seus ganhos e perdas para efeito de comparação. Essa

comparação não poderá ser feita pois não haveria disponibilidade de recursos financeiros

e humanos para abordar o projeto em duas frentes

Caso tais dados estivessem disponíveis, seria possível quantificar os impactos de

escolha entre as metodologias.

Outro ponto importante, é a busca da preservação máxima das características do

modelo de negócio atual da empresa, no qual já está sendo criado uma expertise no país

de origem.

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2. METODOLOGIA

“O método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior

segurança e economia, permite alcançar o objetivo - conhecimentos válidos e verdadeiros

-, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do

cientista.” (MARCONI E LAKATOS, 2003: pp.83).

De acordo com Simon (1996), o argumento se baseia pela necessidade de criar

uma ciência (i.e., um corpo de conhecimento rigoroso e validado) que se dedique a propor

como construir artefatos que possuam certas propriedades desejadas – isto é, como

projetá-los. Tal é uma “Ciência do Projeto”, um Design Science. “Ao projeto interessa o

quê e como as coisas devem ser, a concepção de artefatos que realizem objetivos.”

(SIMON, 1996, p. 198). A missão principal da Design Science é, portanto, desenvolver

conhecimento para a concepção e desenvolvimento de artefatos (VAN AKEN, 2004).

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Figura 1: Esquema de condução da Design Science Research.

Fonte: TAKEDA et al., (1990: 45); VAISHNAVI; KUECHLER, (2009: 10);

MANSON, (2006: 163); PEFFERS et al., (2008: 54).

Na primeira parte, foi feita uma revisão da literatura (RL) para concepção e

desenvolvimento do plano de expansão adequado com as características enfrentadas pela

empresa. Na segunda parte, foi abordada uma parte mais prática da metodologia. Esta

baseada em plano estratégico que partiu de uma pesquisa exploratória de forma a coletar

dados do mercado, com objetivo de definir as necessidades e a viabilidade de uma

expansão para o mercado brasileiro. Para fins comparativos, foi usado como base dados

coletados sobre os produtos e serviços da empresa, visando uma melhor adaptação dos

mesmos às demandas brasileiras. Esta também engloba diretrizes de marketing,

operacionais, financeiras e regulatórias e tiveram o objetivo de analisar as ferramentas

existentes para análise do mercado, condições de viabilidade e cumprimento de normas

legais vigentes no Brasil.

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O arcabouço conceitual para concepção do modelo de expansão que foi

desenvolvido neste documento emergiu de revisão da literatura. Após as definições

teóricas, o modelo das melhores práticas encontradas e suas ferramentas para elaboração

do projeto de expansão foram analisádos no Caso específico da startup Vijilent, Inc.

Os procedimentos metodológicos são baseados nas seguintes etapas:

1. Revisão bibliográfica, buscando uma sustentação teórica para o trabalho.

2. Definição do conceito de startup e planos de expansão relacionados a esse tipo

de empreendimento.

3. Definição do Modelo de plano de negócio tradicional.

4. Definição do Modelo Lean Startup alternativo ao tradicional.

5. Apresentação de estratégias de expansão para novos mercados internacionais

6. Comparação dos modelos e extração e fundamentação de um modelo para o

Caso Vijilent.

7. Aplicação de ferramentas que cubram os itens exigidos pelo modelo proposto.

8. Discussão dos resultados frente às alternativas e suas possíveis propostas.

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2.1. Escopo do trabalho

O trabalho é apresentado nos capítulos a seguir, organizado da seguinte maneira:

Capítulo 3 – Exposição dos resultados da RL relacionados a como se criar um plano

de expansão de uma startup tecnológica e baseada no comércio eletrônico.

Capítulo 4 – Identificação das melhores práticas apresentadas em cada metodologia e

definição do melhor modelo para aplicação.

Capítulo 5 - Aplicação do modelo escolhido no item 4, visando explorar ao máximo

as ferramentas e adquirir melhores práticas apresentadas em cada metodologia e definição

do melhor modelo para aplicação.

Capítulo 6 - Proposta, vendo a grande imagem da situação, sugerir propostas de ação.

Capítulo 7 – Síntese e Conclusão, a partir da consolidação e discussão dos resultados

obtidos.

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3. ESTRUTURA TEÓRICA RESULTADA DA RL

A partir dos resultados encontrados na RL, adquiriu-se informações para

responder as perguntas bases da revisão. Primeira pergunta: “O que é uma Startup

inserida no comércio eletrônico?”. Iniciando-se pelo termo startup e sua relação com o

comércio e estruturas de base tecnológicas. Em seguida, a estrutura demonstrar como a

literatura orienta para a criação de um plano de negócios voltado para esse tipo de

empresas recém-criadas com uma lógica estratégica de internacionalização da marca para

outros países.

3.1. O que é uma startup?

Há várias definições para o termo startup relacionado a empresas, muitas das

quais associam que uma startup é determinada pela sua idade, crescimento, receita,

rentabilidade e/ou estabilidade. Em seu livro - The Startup Owner's Manual, Steve Blank,

um reconhecido empreendedor e escritor, define startup como uma organização formada

com base em pesquisa para um modelo de negócio replicável e escalável.

Segundo a Small Business Association (SBA, 2017), “no mundo dos negócios a

palavra ‘startup’ vai além de uma empresa que acaba de surgir. A inicialização do termo

é associada também com um negócio que seja tipicamente tecnologicamente orientado e

tenha um potencial elevado de crescimento”. Estes negócios possuem grandes desafios

relacionados especialmente no que diz respeito ao financiamento. Isso ocorre porque os

investidores buscam o maior retorno potencial sobre o investimento ao mesmo tempo que

equilibram os riscos associados ao empreendimento. Esta dificuldade relacionada ao risco

fica clara na definição de RIES(2008:8), que considera startup como “uma instituição

humana desenhada para criar um novo produto ou serviço em condições de extrema

incerteza”, pois incerteza e risco estão intrinsecamente relacionados.

Startup de software (Software startup)

Um dos primeiros relatos sobre o termo startup relacionado com a literatura de

engenharia de sistemas, do inglês systems engineering (SE), pode ser encontrado em

CARMEL (1994:498), que estudou no mesmo ano o período de conclusão de uma nova

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empresa de embalagens. Ele notou como essas empresas foram particularmente

inovadoras e bem-sucedidas e passou a defender a necessidade de mais pesquisas sobre

suas práticas de desenvolvimento de software para replicar o sucesso e tentar transferi-lo

para outros setores tecnológicos.

SUTTON (2000:33) fornece uma caracterização de startups de software,

definidos pelos desafios que eles enfrentam:

Pouco ou nenhum histórico operacional - as startups têm pouca

experiência acumulada em processos de desenvolvimento e gerenciamento

organizacional.

Recursos limitados - as startups normalmente se concentram em gerar o

produto, promovendo o produto e construindo alianças estratégicas.

Múltiplas influências - a pressão de investidores, clientes, parceiros e

concorrentes impactam a tomada de decisões em uma empresa. Embora

individualmente importante, em geral eles podem ser inconsistentes.

Tecnologias e mercados dinâmicos - a novidade das empresas de software

muitas vezes exigem desenvolver ou operar com tecnologias disruptivas

para entrar em um mercado-alvo de alto potencial.

Dessa forma, podem-se entender as principais características do item base do

objeto de estudo – startup de software. No item a seguir serão apresentadas características

do seu processo de formação e etapas de consolidação.

Ciclo de uma startup

O tempo de vida de uma empresa iniciante, desde a concepção da ideia até o nível

de maturidade, foi identificado e relatado de diferentes perspectivas (por exemplo,

mercado e inovação).

Uma contribuição relevante, a partir de um ponto de vista SE, é o modelo

apresentado por (CROWNE, 2002: 338), que sintetizou o ciclo de vida de inicialização

em quatro estágios. O estágio de inicialização é o momento em que as startups criam e

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refinam a concepção da ideia, até a primeira venda. Este período de tempo é caracterizado

mais pela necessidade de montar uma pequena equipe executiva com as habilidades

necessárias para começar a construir o produto.

A fase de estabilização começa a partir da primeira venda e dura até que o produto

seja estável o suficiente para ser encomendado a um novo cliente sem causar qualquer

sobrecarga no desenvolvimento do produto. Enquanto a fase de crescimento começa com

um processo de desenvolvimento de produto estável e dura até que o tamanho do

mercado, a taxa de participação e a taxa de crescimento tenham sido estabelecidas.

Finalmente, a startup evolui para uma organização madura, onde o

desenvolvimento do produto se torna robusto e previsível com processos comprovados

para invenções de novos produtos.

Figura: Etapas de uma Startup.

Fonte: O Autor (2017)

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3.2. Estrutura Geral de um Plano de Negócios

Segundo Outline for a Business Plan: ERNST & YOUNG,1997 “, um plano de

negócios é basicamente uma representação de onde a empresa está indo, como ela irá

chegar lá e como ela vai ficar como chegar lá”. Partindo dessa definição básica, os autores

indicam que os planos de negócios são utilizados em geral para definir um ou mais dos

três pontos.

1. Metas e objetivos de desempenho;

2. Fornece uma base para avaliar e controlar esse desempenho;

3. Comunicação interna (para gestores, por exemplo) e externa (credores e

potenciais investidores) da mensagem da empresa.

Devido a essa abrangência de utilização, há uma abundância de material sobre

elaboração de business plans na literatura. E, após a revisão de diversas fontes, percebe-

se pontos que se destacam e aparecem com frequência, como a descrição da companhia,

análise do mercado e projeção financeira. Assim, optou-se por descrever a seguir uma

estrutura de plano de negócios baseada no mesmo “Outline for a Business Plan - A proven

approach for entrepreneurs only” utilizada na Harvard Business School, publicada por

ERNST & YOUNG em 1997.

Antes de iniciar sua estrutura, o guia alerta que apenas escrever o plano não é

suficiente, é necessário antes identificar seus objetivos e quem irá ler o plano, para poder

entender em que áreas do documento dar mais foco e em quais apresentar a mensagem de

forma mais resumida. Além disso, planos de negócios são documentos “vivos” e devem

ser atualizados periodicamente, ou perdem sua utilidade, conforme veremos na próxima

seção. Conforme o ambiente e os objetivos da empresa mudam, o plano deve ser

atualizado para refletir essas mudanças.

A estrutura segue conforme a tabela abaixo:

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Quadro 1: Estrutura geral de uma plano de negócios

Fonte: Adaptado de ERNST & YOUNG (1997: 3-8)

Os principais tópicos da tabela anterior têm sua descrição a seguir:

I. Sumário Executivo: Deve enfatizar os principais tópicos que serão

apresentados ao longo do plano de negócios. Um ponto crítico que deve

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ser comunicado é a competência distintiva da empresa, ou seja, os fatores

que tornarão o negócio bem-sucedido em um mercado competitivo.

II. Análise de Mercado: Deve refletir o conhecimento da indústria e

apresentar destaques e análise da pesquisa de mercado. Estudos detalhados

de pesquisa de mercado, no entanto, devem ser apresentados como

apêndices.

III. Descrição da Empresa: Deve fornecer uma visão geral de como todos os

elementos de sua empresa se encaixam sem entrar em detalhes, uma vez

que a maioria dos assuntos será abordada em profundidade em outro lugar

do plano.

IV. Vendas e Marketing: Deve incluir a descrição das atividades que

permitirão que o negócio atenda aos níveis de vendas e margem indicados

nas demonstrações financeiras.

V. Produtos e Serviços: Atenção especial deve ser dada aos usuários de seu

plano de negócios conforme você desenvolve esta seção. Muitos detalhes

terão um impacto negativo sobre a maioria dos usuários externos do plano.

Evite transformar esta seção de seu plano de negócios em um manual de

políticas e procedimentos para seus funcionários.

VI. Operações: Novamente, muitos detalhes podem diminuir a eficácia do

restante do seu plano. Certifique-se de que o nível de detalhe incluído

esteja de acordo com as necessidades específicas dos usuários do plano.

VII. Gestão e proprietários: Os talentos e habilidades de sua equipe de

gerenciamento são alguns dos poucos aspectos verdadeiramente

exclusivos de sua empresa. Se você vai usar seu plano para atrair

investidores, esta seção deve enfatizar os talentos e habilidades de sua

administração, e indicar por que eles são uma parte da competência

distintiva da sua empresa que não pode ser facilmente replicada por sua

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concorrência. Lembre-se que os indivíduos investem em pessoas, não

ideias.

VIII. Fundos requeridos e suas aplicações: Qualquer financiamento novo ou

adicional refletido em suas demonstrações financeiras prospectivas deve

ser discutido aqui. Cenários alternativos de financiamento podem ser

apresentados se apropriado, e as correspondentes demonstrações

financeiras prospectivas são apresentadas em seções subsequentes de seu

plano.

IX. Análise Financeira: Contém a representação financeira de todas as

informações apresentadas nas outras seções. Podem ser incluídos vários

cenários futuros, se apropriados.

Diante do quadro 1 apresentada anteriormente, percebe-se a grande abrangência

de aspectos aos quais um plano de negócio tradicional buscar cobrir. Essa grande

abrangência põe em dúvida a possibilidade de explorar vantagens competitivas como

dinamismo e rápido feedback que são fundamentais para empresas tecnológicas que estão

aperfeiçoando seus produtos/serviços. Por isso, é importante avaliar a real importância da

aplicação de todos estes aspectos no planejamento de um negócio.

A importância de plano de negócio

Visto a representação de uma estrutura de plano de negócios no item anterior, na

qual existem diversos aspectos a serem desenvolvidos, percebe-se que a realização do

mesmo é uma tarefa laboriosa. Segundo NECK C., NECK H. e MURRAY (2016), a

duração média para a de elaboração de um plano de negócios é de 200 horas, os mesmos

autores supõem que a elaboração seja realizada com um custo por hora de 50 dólares, o

que pode gerar um investimento de cerca de 10.000 dólares. Durante esse processo,

muitas mudanças de cenário podem acontecer comprometendo seu resultado final, ou, o

mesmo investimento e esforço poderia ser utilizado na realização de outras tarefas que

gerassem mais valor ao empreendimento. Por isso, é realmente necessário compreender

a real importância da realização desse tipo de planejamento, no ponto de vista de cada

empreendimento e seus objetivos.

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O mundo do empreendedorismo está saturado de informações sobre planos de

negócios. Uma simples pesquisa no Google™, por exemplo, gera mais de 135 milhões

de resultados para “business plan” e 25 milhões para “startup business plan”. Sem dúvida,

planos de negócios estão profundamente enraizados como uma componente chave, talvez

até crucial, do conjunto de ferramentas de um empreendedor. Escrever tal documento é

provavelmente a ferramenta de ensino mais utilizada na educação e treinamento em

empreendedorismo: segundo relato de HILLS (1988: 110), os principais educadores da

área consideravam a elaboração de um plano de negócios como uma das características

mais importantes dos cursos de empreendedorismo.

Certamente um plano de negócios preparado cuidadosamente dá ao empresário a

oportunidade de reunir diversas facetas do empreendimento, possibilitando examinar as

consequências de diferentes estratégias e táticas, além de ajudar a determinar os recursos

humanos e financeiros necessários para transformar uma ideia em um empreendimento

viável (TIMMONS et al apud LANGE, 2009). Contudo, com o passar dos anos,

começaram a ser questionados a real necessidade e os resultados do esforço de se elaborar

um business plan.

A sabedoria estabelecida e aceita durante muitos anos sugere que o planejamento

de negócios deve levar a um desempenho superior, seja para um novo empreendimento

ou negócios já estabelecidos. Porém, conforme CASTROGIOVANNI (1996) apontou, "a

pesquisa sobre planejamento em geral e sobre o planejamento pré-lançamento em

particular, produziu resultados mistos", ou seja, houve uma indiferença resultante da

elaboração, ou não, de um plano de negócios.

Por outro lado, uma pesquisa sobre novos empreendedores feito por HONIG E

KARLSSON (2004), após um estudo com 396 empresas nascente ao longo de 2 anos,

revelou que a sobrevivência parece não estar relacionada ao planejamento de negócios,

além de não haver relação entre a rentabilidade e a elaboração de um plano de negócios

durante os dois primeiros anos após a fundação de um negócio. Em resumo, há pouca

evidência convincente, tanto teórica quanto empírica, que prove que o planejamento do

negócio antes de seu funcionamento realmente resulta em um desempenho superior.

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Estudos apresentados em (LUMPKIN et al.1998) mostram que empresas em

estágios iniciais que elaboraram planos de negócios não tiveram desempenho superior às

que não o fizeram. Segundo estes, o planejamento impõe rigidez demais às empresas

jovens, momento no qual seria melhor enfatizar partes práticas em oposição ao mero

planejamento. Por exemplo, CARTER et al. (1995) descobriram que entre um grupo de

empreendedores, aqueles que efetivamente começaram um negócio "se colocaram no

processo diário de administrar um negócio em andamento o mais rápido possível, e essas

atividades resultaram no início de empresas que geraram vendas (94% dos

empreendedores) e fluxo de caixa positivo (50% dos empreendedores)". Já aqueles que

estavam ainda no processo de preparação tendiam a ser mais envolvidos em atividades

internas, como poupar dinheiro e preparar um plano de negócios. Da mesma forma,

(KEELEY E KAPP apud LANGE 2009) descobriram que as empresas "de alto

desempenho" se concentraram principalmente na ação e não no planejamento, ou seja,

eles “não procuraram sistematicamente uma ideia de negócio e não desenvolveram um

plano de negócios detalhado”. Sendo assim, tais visões convergem com a conclusão de

HONIG E KARLSSON (2004: ), “as novas organizações não escrevem planos de

negócios para melhorar o desempenho, mas sim meramente para seguir regras

institucionais e imitar o comportamento dos outros”.

Em contraste, algumas pesquisas mostraram que o planejamento auxilia no

crescimento geral e no sucesso de novas empresas. Exemplo, em seus estudos de

empreendedores emergentes norte-americanos, FORD, MATTHEWS E BAUCUS

(2003) descobriram que estabelecer um plano de negócios no ano zero de um novo

empreendimento tinha uma correlação significativa e positiva com a receita real e

esperada no primeiro ano. No entanto, o tempo reduziu a relação entre o planejamento no

ano zero e os resultados financeiros no segundo ano, sugerindo que o planejamento de

negócios parece melhorar o desempenho no curto prazo e precisa ser atualizado para

otimizar seu impacto. (DELMAR & SHANE apud LANGE et al, 2009) examinaram 223

firmas nascentes suecas nos primeiros 30 meses após a concepção e descobriram que as

empresas que se empenharam em atividades de planejamento no início do processo de

organização tiveram uma taxa de sobrevivência mais alta do que as que não o fizeram.

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Em artigos posteriores baseados no mesmo conjunto de dados, (DELMAR &

SHANE apud LANGE et al, 2009) relataram que quando um plano de negócios era

elaborado antes mesmo do contato com um cliente ou do início de ações de marketing, a

empresa era menos provável de ser dissolvida. Tal pesquisa demonstrou fortes evidências

de que o planejamento empresarial diminuiu a probabilidade de novos empreendimentos

falharem durante o período de concepção e lançamento. Exemplo, completar um plano

de negócios antes de conversar com clientes reduz o risco de encerramento em 46% e

completar um plano de negócios antes de iniciar marketing e promoção reduz o risco de

encerramento em 41%.

Figura 2: Desenvolvimento de esforços de planejamento e correspondência entre planos

e estratégia da empresa

Fonte: https://fusionmx.babson.edu/entrep/fer/2007FER/cxxii_p1.html acesso em

20/04/2017

Outra questão que emerge é quanto uma nova organização pode mudar em relação

ao seu plano de negócios original, uma vez que está em pleno funcionamento.

BAMFORD, DEAN E DOUGLAS (2004) sugerem que as novas empresas têm maior

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margem para mudar recursos e decisões pois não estão “trancadas” em procedimentos,

processos e políticas que limitam a flexibilidade de organizações maiores e bem

estabelecidas. Isso implica que as estratégias e recursos de um novo empreendimento

podem mudar significativamente após seu período de inicialização.

Após a exposição à diversas ideias divergentes, faz-se necessários a busca pelos

seguintes questionamentos: Há desvantagens em escrever um plano de negócios antes de

uma empresa se lançar no mercado? Ou melhor, quão importantes são as condições no

momento da fundação para o desenvolvimento futuro de uma nova empresa? Por isso,

(STINCHCOMBE apud LANGE et al, 2009) destaca que as ações iniciais de uma nova

organização têm influência duradoura sobre como ela se desenvolve. (BAMFORD et al.

apud LANGE et al, 2009) afirmam até que há teoria que sugere que o impacto das

mudanças após o período inicial seja significativamente menor em comparação às

condições iniciais da empresa. Dessa forma, uma nova empresa não pode escapar das

escolhas tomadas na sua fundação.

LANGE et al (2009) em seu artigo aponta evidências contrárias à necessidade de

um plano de negócios para o sucesso de um empreendimento, ao analisar as edições

especiais da revista Inc., a Inc. 500, que lista as 500 empresas privadas americanas que

cresceram mais rapidamente. O artigo mostra que o autor da revista reportou que na

edição de 2002 apenas 40% das empresas disseram possuir um plano de negócios antes

de começar a operar e, desse grupo, 65% diz ter desviado significativamente de sua

concepção inicial, readaptando o plano. De um modo similar, apenas 12% dessas

companhias informaram ter realizado uma análise de mercado antes de lançar o

empreendimento. BHIDÉ (2002) destaca que um estudo feito na Harvard Business

School, reportou que não mais que um terço dos ex-alunos que começaram um negócio

havia escrito um plano de negócios detalhado. De acordo com BHIDÉ (2002:55), esses

números são consistentes com sua análise da edição de 1989 da Inc. 500, onde “41% dos

fundadores não tinham nenhum plano de negócios, 26% tinha um plano rudimentar e

apenas 28% possuía um plano de negócios formal”.

Com este cenário, começa-se a questionar o porquê de apenas uma minoria dos

melhores empreendedores estadunidenses elabora um plano de negócios antes de se

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lançar no mercado. A resposta pode estar em dos principais motivos pelo qual o plano é

escrito: arrecadar dinheiro.

Ter o plano em mãos é praticamente uma exigência universal para empresários

que procuram investimento, seja de capital de risco (venture capital), anjos, banqueiros

ou parceiros estratégicos corporativos. Pode-se também encontrar na literatura diversas

evidências que corroboram essa hipótese: (SHUMAN, SHAW et al. apud LANGE et al,

2009) apontam que planos de negócios têm o propósito principal de levantar fundos; (

ACHARAKIS e MEYER apud LANGE et al, 2009) declararam que um plano de

negócios é a principal fonte de informação para a tomada de decisão numa triagem de

investimento; (HINDLE apud LANGE et al, 2009) afirma que as informações contidas

no documento são utilizadas pelos leitores para suportar suas decisões sobre “provisões

de recursos para o empreendimento”; e (MAHDJOUBI apud LANGE et al, 2009)

descobriu que 90% das empresas financiadas com capital de risco usaram seus planos de

negócios para comunicação externa com terceiros, essencialmente para fins de

financiamento.

Apesar da crescente tendência de deixar de lado a elaboração de planos de

negócios e partir direto para a parte prática, vale destacar (MAHDJOUBI apud LANGE

et al, 2009) a noção de que o planejamento de negócios é valioso para ajudar a eliminar

uma série de obstáculos e problemas antes de iniciar, e com TIMMONS et al. (1985)

quando argumentam que um plano de negócios é muito mais que apenas um dispositivo

de captação de recursos; ele possui valor intrínseco ao definir "quais são as condições de

oportunidade, porque a oportunidade existe, a estratégia de entrada e crescimento e por

que você e sua equipe têm o que é preciso para executar o plano".

Neste presente trabalho, utiliza-se como base o que a literatura ensina sobre a

elaboração de modelos de negócio para definir um plano de expansão internacional de

uma startup. Sabe-se que novas empresas, principalmente startups, precisam de maior

flexibilidade para mudar recursos e decisões, portanto, é necessário apontar que este

documento servirá apenas como um roteiro que detalha as estratégias, metas e recursos

da expansão para o novo empreendimento em seu período inicial. Para que tenha valor

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duradouro, é de suma importância a sua constante revisão e readaptação conforme o

negócio for se desenvolvendo.

ASH MAURYA (2010) em seu livro Running Lean destaca que a diferença entre

uma startup de sucesso daquela sem sucesso não necessariamente começar com um

melhor plano inicial (ou plano A), mas ao invés disso elas se diferenciam pois a de sucesso

encontram o plano que funcionam antes que esgotem seus recursos. E assim, define

Running lean como o processo sistêmico de formar a partir de um plano A até um plano

que funcione. Seguindo a linha de planejamento voltado especificamente para startups

percebe-se no conceito “Lean”, mundialmente difundido pelo sucesso do sistema toyota

de produção focado na redução do desperdício, uma alternativa às metodologias mais

tradicionais.Tal abordagem terá seguimento no item seguinte.

De forma a esclarecer os principais pontos levantados nesse tópico, através da

tabela 2 pode-se encontrar em destaque sínteses tantos pontos positivos quanto negativos

em relação a importância da elaboração de um planejamento de negócios.

Pontos Positivos Pontos Negativos

Determinar recursos Excesso de rigidez

Prever e eliminar obstáculos e problemas

Atraso no lançamento e operacional do empreendimento

Examinar consequências de diferentes estratégias e táticas

Seguir regras institucionais

(DELMAR & SHANE) Auxilia no crescimento e sucesso

Exige muito tempo e esforço

Maiores taxas de sobrevivência Divergência com o dinamismo inicial

Principal fonte de informação para buscar investidores

LANGE et al (2007) as 500 empresas privadas americanas que cresceram mais rapidamente apontam evidências contrárias à elaboração e apenas 40% utilizam. Desses, 65% desviam significamente do inicial - Readaptando

Tabela 1: Síntese de pontos positivos e negativos

Fonte: Elaboração própria baseado nos autores referenciados no presente tópico.

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A tabela de comparação indica equilíbrio quantitativo entre os pontos positivos e

negativo. Porém, há uma disparidade no grau de relevância de um novo empreendimento,

com características a startups de software, estruturar um plano de negócios seguindo

todos os tópicos do modelo tradicional. Sendo, a maioria dos pontos positivos associados

a empresas genéricas, enquanto os pontos negativos em relação ao plano de negócios

tradicional estão extremamente relacionados com o modelo de empresas no formato

startups.

Assim, grande parte desses tópicos é relacionada a regras institucionais que podem

gerar um estrangulamento no seu dinamismo. O qual é uma característica fundamental

para empresas nessa fase que estão buscando criar desenvolver produtos e clientes, mais

especificamente, startups de tecnologia.

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3.3. O modelo alternativo: Lean startup

Um das metodologias alternativas é ao modelo tradicional, é o modelo Lean

Startup. Como termo Lean indica, esse modelo teve origem baseada no sistema de

produção enxuta, criado no Japão na década de 50, que tinha como foco a redução de

desperdícios, corte de etapas não essenciais para o projeto e eliminação de grandes

estoques. Fortemente disseminado desde 2003 pelo professor da universidade de

Stanford, Steve Blank, mas em 2011, com o livro Lean Startup, Eric Ries oficializou o

método.

Segundo RIES (2011) no início, as startups ainda não sabem quem são os seus

clientes ou como devem ser os seus produtos. Planejamento e previsão são precisos

apenas quando baseados num histórico operacional longo e estável, e num ambiente

relativamente estático. Startups não têm nenhum dos dois. RIES (2011) afirma que o

problema com os planos da maioria dos empreendedores não é que eles não seguem

princípios estratégicos sólidos, mas que eles se baseiam em fatos errados. Para revolver

os problemas do plano de negócio RIES (2011) defende um ajuste constante no

direcionamento da startup com o ciclo de feedback construir-medir-aprender.

A partir dessa visão, a metodologia Lean Startup tem como base em três pilares:

hipóteses, validações e desenvolvimento ágil. Os quais têm como principais objetivos

trazer mais agilidade no processo de criação de um produto ou serviço e trazer maior

proximidade com o consumidor final.

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Figura 3: Laço de aprendizagem - Lean Startup

Fonte: Autor (2017) adaptado de RIES (2011).

A etapa das hipóteses é quando o responsável pelo projeto imagina qual seria o

produto ou serviço ideal, o que ele irá atender e a quem será destinado. Nessa etapa todas

as ideias são colocadas em um Business Model Canvas ou “Quadro de Modelo de

Negócios” – o Canvas, desenvolvido por Alexander Osterwalder. Este contempla os 9

blocos estratégicos de um modelo de negócios: proposta de valor, segmento de clientes,

canais, relacionamento com o cliente, estrutura de custo, parceiros chave, recursos chave,

atividades chave e fontes de receita.

Na ferramenta Canvas são levados em conta diversos critérios do projeto, como

sua proposta de valor, segmento de clientes, parceiros chave, fontes de recursos e centros

de custo. Através da construção dessa ferramenta é possível ter uma visão geral do que

será o projeto, facilitando a execução das próximas atividades.

Com esse modelo de negócio construído, o Lean Startup prega a aproximação

com o cliente, etapa chamada de validação. Nas validações os responsáveis pelo projeto

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vão para o mercado apresentar a ideia do produto para potenciais clientes, parceiros e

fornecedores, com o objetivo de conseguirem verificar as hipóteses levantadas na etapa

do Canvas.

Através do feedback dos stakeholders são feitas as modificações em hipóteses

iniciais do projeto como, por exemplo, implementação de novas funcionalidades, além de

antigas poderem ser descartadas (o que é chamado de “Pivot”, ou Pivô). Feito isso, inicia-

se uma nova rodada de validações. Esse processo é feito inúmeras vezes até o momento

em que as atribuições mínimas são definidas e o projeto passa para a parte de

desenvolvimento. Assim, desenvolve-se um constante aprendizado durante o processo de

validação.

Figura 4: Método de validação do Lean Startup

Fonte: Autor (2017) adaptado de RIES (2011).

Inicialmente, na etapa de desenvolvimento, as startups criam o produto que irá

atender, da maneira mais enxuta possível, as necessidades validadas junto aos clientes,

esse é chamado de Produto Mínimo Viável (PMV).

O PMV tem como principal objetivo testar a experiência dos usuários junto ao

produto, visando realizar uma série de análises para futuras melhorias customizações que

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agreguem mais valor ao produto. Diferentemente, no modelo de gerenciamento de

projetos tradicional, toda gestão segue um cronograma linear, que normalmente dura

meses, e apenas no final o produto é levado para avaliação de experiências com usuários,

isto já na sua última versão, o que cria grande dificuldade para adaptações.

As sete características principais do modelo Lean são: reduzir perdas, aumentar o

aprendizado, tomar decisões o mais tarde possível, com objetivo de conseguir todas as

informações possíveis para tal, entregar o mais rápido possível, empoderar o time de

desenvolvimento, criar integridade entre eles e visão geral.

A metodologia Lean Startup hoje tem revolucionado a maneira como novos

negócios são desenvolvidos, pois os mesmos buscam uma extrema centralização no

público final, com objetivo de construir algo realmente relevante para o consumidor.

Figura 5: Etapas do Lean Startup

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Fonte: Autor (2017) adaptado de RIES (2011).

Esse método contribui para que a maturidade do produto ao chegar no mercado

seja ideal, e para que ele possua uma maior facilidade de financiamento, pois com o PMV

é possível demonstrar algo para os investidores, além de acelerar o processo de entrada

de receitas, reduzindo o tempo de retorno do investimento. Outro ponto importante é a

redução do alto custo associado ao lançamento do produto, visto que a filosofia aplicada

no sistema enxuto foca em perdas reduzidas, ou seja, ele permite que você entregue algo

mais eficiente, mais barato e de forma mais rápida.

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3.4. Modelos e conceitos de entrada

Startups baseadas no comércio eletrônico possuem um nítido alcance global o que

pode sugerir a possibilidade de internacionalização da marca. A qual visa maior

visibilidade e retorno para essas empresas.

A ideia de expandir suas operações para além do seu local de origem implica em

uma estratégia de entrada em novo mercado. Segundo HILL (2014) no livro Global

Business Today tal estratégia se baseia em dois principais tópicos: 1) na decisão de qual

mercado se inserir, quando entrar e com escala; 2) A escolha do modo de entrada.

Escolha do mercado

Diante de 196 países no mundo como as mais distintas características em diversos

níveis é nítido que cada um possui diferentes perspectivas de vantagens para empresas

estrangeiras que buscam expandir operações em seus territórios. Por isso, a escolha do

correto mercado deve ser baseada avaliações de crescimento a longo prazo da localidade

e potencial de lucro.

Esse potencial de atração de novos mercados envolve um balanceamento entre

benefícios, custos e riscos associados a operar um negócio em determinado país. Em

GHEMAWAT (2001), os fatores mais comuns estão relacionados ao tamanho do

mercado e ao poder de compra atual e futuro do consumidor, os quais dependem da taxa

de crescimento do país. Também, torna-se importante avaliar fatores característicos da

estabilidade política, a liberdade econômica, taxa de inflação e dívida do setor privado.

Outro importante fator é o valor que a internacionalização do negócio pode criar

no novo mercado. Isso depende da adequação do produto ou serviço ao mercado e a

relação com os competidores locais. Ou seja, se o produto ou serviço está satisfazendo

uma necessidade não explorada adequadamente, o valor associado ao mesmo

possivelmente será mais elevado. Tal valor elevado pode ser traduzido em um alto preço

e/ou criação de um elevado volume de vendas.

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Momento de entrada

Uma vez que o mercado é identificado, é importante definir o melhor momento

para realizar essa expansão. Para HILL (2014), a entrada é “antecipada” quando uma

empresa estrangeira se introduz em um novo mercado antes de outra empresa não

nacional chegar àquele ambiente, e, por outro lado, “atrasada” quando a empresa de

origem estrangeira se insere no mercado posteriormente à chegada de outra empresa não

nacional já estabelecida.

As vantagens associadas à entrada antecipada são conhecidas como first-mover

advantages :Primeira, a habilidade de se antecipar aos rivais e capturar uma demanda se

estabelecendo através de uma marca forte; Segunda, a habilidade de criar um volume de

vendas local e surpreender os rivais com curva de experiência, gerando uma vantagem de

custo sobre os entrantes posteriores. Tais vantagens em custos podem proporcionar um

futuro corte nos preços para aumentar a barreira de novos entrantes. A terceira vantagem

seria a habilidade de criar um custo de mudança que promove a fidelização de clientes

em seus produtos ou serviços, o que dificultaria a inserção de entrantes tardios no negócio

Existem também desvantagens associadas com a entrada prematura em um novo

mercado estrangeiro, ou seja, antes de outra empresa internacional. Estas são conhecidas

como first-mover disadvantages e podem ter origem nos custos do pioneirismo: custos

que os primeiros entrantes precisam suportar, mas entrantes tardios podem evitar. Esses

custos crescem quando a lógica de negócio do país estrangeiro é muito diferente da do

país de origem da empresa. Então a mesma precisa empregar um considerável esforço,

tempo e recurso financeiro para aprender as regras do jogo no novo mercado.

O custo do pioneirismo pode vir por grandes erros devido à falta de conhecimento

do novo ambiente. Outro ponto seria a inconveniência associada a empresas estrangeiras

em determinados setores de mercado. Pesquisas indicam que a probabilidade de

sobrevivência cresce se a entrada de uma empresa em um mercado estrangeiro for

realizada posteriormente a outros pioneiros, pois os entrantes tardios podem ser beneficiar

da observação e aprendizagem proveniente dos erros dos pioneiros.

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Custos de promoção e para estabelecer a oferta de um produto ou serviço,

incluindo educar o consumidor, também fazem parte do custo de pioneirismo. Em tal

ponto, os entrantes posteriores podem se beneficiar de um mercado já estabelecido através

do investimento dos pioneiros.

Escala de entrada e compromissos estratégicos

Outra questão relevante que empresas internacionais precisam considerar quando

almejam a entrada de um novo mercado é a escala de entrada. A entrada em um mercado

de grande escala exige um compromisso significativo de recursos e gera um alto risco ao

mesmo tempo em que pode potencializar os retornos. Enquanto isso, uma entrada de baixa

escala exige menos recursos e reduz risco, mas pode não gerar as vantagens características

do pioneirismo como, por exemplo, preempção de demanda, economia de escala e custos

de mudanças.

A entrada em larga escala é considerada uma entrada rápida que possui seu valor

associado a uma estratégia de comprometimento e pode gerar influências significativas

na natureza de competição do mercado.

Positivamente há a facilidade de atrair consumidores e distribuidores, pois os

mesmos acreditam que se trata de um negócio de longo prazo. Além disso, há um sinal

de intimidação a novos entrantes que não assumem o risco de concorrer com uma empresa

que está investindo alto.

Pelo lado negativo, o alto compromisso em um mercado estrangeiro específico

pode reduzir os recursos disponíveis para suportar outras frentes de expansão, o que limita

a flexibilidade estratégica da empresa.

Na dúvida entre o risco e valor do compromisso associado a uma entrada de alta

escala, existe a possibilidade de realizar a entrada em baixa escala. Esta permite uma

aprendizagem do mercado estrangeiro enquanto limita a exposição da empresa nesse

mercado. Dessa forma, a empresa pode avaliar uma entrada mais significativa posterior e

decidir qual a melhor maneira de executá-la. Nessa estratégia há uma redução do risco,

mas ao mesmo tempo uma dificuldade para empresas construírem market-share.

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Modos de entrada

Os modos de entrada desempenham um papel significativo no processo de

internacionalização, por isso têm sido o foco de muitas pesquisas sobre marketing

internacional CAVUSGIL (1998). A escolha do modo de entrada adequado afeta as

operações e o desempenho internacional das empresas e, portanto, sua sobrevivência.

Sendo assim, esta é uma etapa posterior à uma criteriosa escolha de localidade, escala e

compromisso estratégico.

Os modos de entrada são relacionados com as competências principais dos

negócios. HILL (2014) indica que se tratando de uma startup que desenvolve inovação

através de tecnologia, know-how, os métodos de joint-venture e licensing devem ser

evitados para diminuir o risco de perda do controle sobre a tecnologia aplicada. Dentro

dessa característica baseada em know-how tecnológico, o modelo de entrada mais

indicado seria wholly owned subsidiary, ter o controle total sobre a subsidiária, pois há

uma maior proteção da tecnologia e do seu desenvolvimento.

Embora sejam abordagens intuitivas, a estratégia não pode ser feita como uma

receita pronta. Há casos em que licensing e joint-venture podem ser estruturados de tal

que forma que o know-how tecnológico possa ser protegido.

Outra exceção existe quando a empresa percebe que sua vantagem tecnológica é

transitória, ou seja, ela espera uma rápida imitação dos competidores. Nesse caso, a

empresa deve optar por licenciar sua tecnologia para empresas estrangeiras o mais rápido

possível para ganhar aceitação global da sua tecnologia antes que ela seja imitada. Essa

estratégia possui sua vantagem: licenciando sua tecnologia, a empresa pode inibir os

concorrentes a desenvolverem suas próprias tecnologias que possam vir a ser superiores.

Evitando essa corrida por desenvolvimento tecnológico, a empresa pode estabelecer a

tecnologia pioneira como o design dominante do mercado.

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4. MODELO DO PLANO DE EXPANSÃO

Após definir e examinar a metodologia tradicional e a Lean Startup, ambos

associados com a lógica de modelos e conceitos de entrada em um novo país, ou mercado,

destacam-se os benefícios da aplicação de ferramentas que busquem um desenvolvimento

dinâmico e suportado pelo feedback dos possíveis clientes oferecidos pelo Lean Startup.

Os quais se contrapõem ao engessamento e burocracia dos modelos tradicionais de plano

de negócios.

Dessa forma, entende-se o modelo Lean Startup como uma alternativa positiva

aos modelos tradicionais de plano de negócio, visto que estes possuem alguns pontos

distantes da realidade de pequenas empresas startups baseadas em tecnologia.

Porém, se tratando de uma estratégia de atuação internacional, identifica-se

relevância de estruturas mais definidas e estudos mais amplos do mercado como vistos

nos planos tradicionais, não somente para o controle interno, também para desenvolver

credibilidade em investidores, clientes, parceiros. Além da lógica estratégia do modelos

de entrada.

Portanto, percebe-se necessário uma análise estratégica para compreensão das

características e potencial da empresa, assim como, dos modos de entrada dessa

internacionalização para o melhor ajuste das metodologias buscando o melhor resultado

de internacionalização da marca.

4.1. Ferramentas utilizadas

No seguinte tópico serão apresentadas e descritas algumas ferramentas teóricas

que podem ser aplicadas visando cobrir os principais pontos associados às vantagens das

metodologias descritas anteriormente.

Plano de gestão

O plano de gestão faz parte das etapas primárias do plano de negócios, em que é feita a

análise do entorno, utilizando a análise cultural, ambiental, mercadológica, geográfica,

política, econômica, social e tecnológica (CAMGPEST) e as cinco forças de Porter, além

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de também se desenvolver a matriz Força, Oportunidade, Fraquezas e Ameaças (FOFA)

e o Business Canvas. Por meio dessas análises, é possível ter uma visão mais clara e

abrangente da parte estratégica do negócio.

Modelo de negócios CANVAS

O Business Model Canvas foi inicialmente proposto por Alexander Osterwalder

(2004) baseado no seu trabalho anterior sobre Business Model Ontology. No seu trabalho,

as descrições formais do negócio se tornam os blocos para construir suas atividades.

Figura 6: Modelo Canvas

Fonte: http://canvabrasil.blogspot.com.br/p/meu-primeiro-modelo-de-negocios-

canvas.html acesso em 20/08/2017

Em destaque na representação da ferramenta Canvas estão as relações entre seus

blocos de atividade, tal representação visa uma simplificação da descrição de um modelo

de negócio.

Análise do entorno (CAMGPEST)

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A análise PEST é um acrônimo de "Análise Política, Econômica, Social e Tecnológica"

e consiste num enquadramento de fatores macro ambientais usados na componente de

perscrutação do meio da gestão estratégica de empresas. A ferramenta foi posteriormente

complementada pela professora FERRUCCIO (2015) com a agregação de fatores

Culturais, Ambientais, Mercadológicos e Geográficos, expandindo assim o acrônimo para

CAMGPEST.

As Cinco forças de Porter

O modelo das Cinco Forças de Porter, concebido pelo professor da Harvard

Business School Michael Eugene Porter (1986), mostra como as principais forças

competitivas afetam e moldam a estratégia empresarial. Dentro do modelo identifica-se

os principais agentes de cada força para a subsequente avaliação da intensidade de como

tal agente interage com a empresa em análise.

FOFA

A Análise FOFA é um sistema simples para posicionar ou verificar a posição

estratégica da empresa no ambiente em questão. A técnica é creditada a Albert Humphrey

(1970) apud McCreadie (2008), que liderou um projeto de pesquisa na Universidade de

Stanford nas décadas de 1960 e 1970.

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Figura 7: Matriz FOFA geral

Fonte: Autor (2017) Adaptado de https://pt.wikipedia.org/wiki/An%C3%A1lise_SWOT

Acessado em 07/06/2017

Na análise SWOT ou Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças (FOFA) é uma

ferramenta utilizada para fazer análise de cenário (ou análise de ambiente), sendo usado

como base para gestão e planejamento estratégico de uma corporação ou empresa.

Plano Marketing

O Plano de Marketing proporciona uma visão sistêmica sobre onde os esforços

devem estar concentrados se como tirar o melhor proveito das oportunidades encontradas

e potencializar os pontos fortes.

Philip Kotler (1998) afirma que a utilização do plano de marketing torna a empresa

menos vulnerável às crises, pois estas podem ser previstas com antecedência. Também é

possível superar os concorrentes planejando cuidadosamente produtos e serviços mais

adequados aos desejos e necessidades dos clientes, o que reduz os problemas da

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comercialização e planejamento dos produtos. O planejamento conduz, informa e

determina o rumo a seguir. Soluções para problemas como falta de capital, falta de

clientes e poucas vendas também podem surgir de um planejamento coerente e

consistente (KOTLER, 1998).

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Cadeia de Valor

A cadeia de valor é uma ferramenta proposta por Porter em seu livro Competitive

Advantage, de 1985, e em suas próprias palavras, “desagrega uma empresa em suas

atividades estrategicamente relevantes, a fim de compreender o comportamento dos

custos e as fontes de diferenciação existentes e potenciais

Os 4 P’s

“Composto de marketing é o conjunto de ferramentas que a empresa usa para

atingir seus objetivos de marketing no mercado alvo”. (Kotler, Philip. 1998, p.97).

A empresa precisa analisar e escolher a melhor forma de organizar seus processos

para distribuir seus produtos (atacado ou varejo) às pessoas e definir como o consumidor

vai ser informado sobre esses produtos e promoções, pois tudo isso afeta na hora de

estipular o preço. As decisões devem ser tomadas levando-se em conta canais de

distribuição, a praça onde ele será vendido e onde o consumidor final está localizado.

Os elementos foram organizados por Kotler (1998) nos 4 P’s do Marketing:

Produto, Preço, Praça e Promoção, que organizam a discussão de cada um dos tópicos

que contemplam a estratégia de vendas da empresa. A elas, a professora FERRUCCIO

(2015) em sua disciplina de Marketing da Engenharia de Produção da UFRJ, agregou

mais 2 “P’s” a fim de tornar a análise ainda mais ampla, incluindo assim os elementos

“Pessoas” e “Processos”, que serão discutidos a seguir. Para analisar toda essa dinâmica,

cada um desses elementos será analisado separadamente.

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5. PLANO DE EXPANSÃO PARA O CASO VIJILENT

Nesse capitulo será apresentado o plano de expansão para o caso da empresa

Vijilent. Isso, busca-se alinhar o caso ao arcabouço conceitual da levantado a partir das

metodologias tradicional de plano de negócio e a Lean Startup, sempre tendo em vista a

estratégia de modos de entrada para expansões que visando verificar a viabilidade de

internacionalizar das suas operações para o mercado brasileiro.

Tendo em vista os limites e limitação apresentados anteriormente, busca-se

construir um estratégica de analisar os pontos relevantes extraídos das metodologias

tendo em vista as características da startup de software Vijilent, além de evitar seus pontos

negativos de tais metodologias.

5.1. Breve relato de surgimento da empresa vijilent, inc.

Neste capitulo será apresentado um breve histórico da interação entre os

fundadores e a motivação de usar seus conhecimentos para atuar na solução de problemas

de segurança relacionado a falta de transparência nas transações e coleta de informações

online, com o objetivo de fundamentar o discurso deste projeto.

A empresa

Vijilent, Inc. é uma startup americana do ramo de tecnologia e segurança focada

na construção de aplicações visando aumentar a segurança nas transações e interações

online. A motivação para a criação da empresa veio de uma experiência vivida pela

fundadora, que sofreu um prejuízo de U$ 20 mil após ter sua casa vandalizada por um

jovem que a alugou através do aplicativo de compartilhamento de residência, AirBnb. Ela

percebeu que sua expertise em análise preditiva poderia ser usada para prever riscos

quando interagimos online com desconhecidos, principalmente com o constante

crescimento de empresas participando da economia colaborativa.

Através de informações básicas de um indivíduo, como nome, e-mail e telefone,

Vijilent explora a internet (principalmente redes sociais) através de data mining, machine

learning e técnicas de processamento de linguagem para retornar um perfil

comportamental da pessoa de acordo com como ela se porta online, além do uso de dados

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abertos ao público. Informações como idade, interesses, análise de sentimentos, tom

emocional e word cloud são geradas com objetivo de reduzir o risco de envolvimento

com pessoas que potencialmente possam realizar atividades fraudulentas/ilícitas, além de

servirem para companhias que desejam melhor identificar seus consumidores e criar

relações mais fortes com eles.

Contexto da expansão

Buscando expandir, os donos previram a oportunidade de explorar a demanda pela

economia colaborativa que seria gerada no Brasil durante e após os jogos olímpicos. A

estadia no Rio de Janeiro durante as Olimpíadas tornou mais forte a ideia, ao perceberem

a criação de um cenário que possibilitou o aquecimento do mercado das empresas da

economia colaborativa e a oportunidade de se inserir devido à pouca exploração do nicho

em que atuam.

Em 2015, a empresa possuía apenas 4 funcionários e se localizava na

Groundworks Labs, uma aceleradora no coração do empreendedorismo da Carolina do

Norte - EUA, onde participava de um programa para estimular o crescimento rápido de

startups em seus estágios iniciais. O programa incluía, além de um espaço de coworking

com contato com diversas outras startups promissores, palestras e orientações semanais

com gurus de diferentes áreas do desenvolvimento empresarial, prática de pitchs,

acompanhamento e alinhamento das decisões da empresa com seus objetivos e acesso a

eventos de networking com investidores.

O autor faz parte da empresa desde junho de 2016 e está à frente da análise de

viabilidade da expansão para Brasil. Esta ideia de expansão para outros mercados

convergiu com uma necessidade do negócio, que é a criação de um escritório para realizar

manualmente processos que estão fora da taxa de sucesso do algoritmo. Tal escritório

seria responsável por elevar a taxa de sucesso na identificação de perfis, mas também

possui a importante função de gerar ideias que possam vir a melhorar o próprio

mecanismo de busca do algoritmo.

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Ele possui uma boa relação com os fundadores, sendo de interesse dos mesmos o

resultado deste relatório, além de ser fácil a obtenção de dados e opiniões acerca do

ambiente de integração.

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Produtos e Serviços

O produto gerado pela Vijilent é chamado de Data-Portrait™ que, no seu formato

padrão, trata-se de um resumo de informações de um determinado indivíduo, em sua

maioria representada de maneira visual.

Tais informações são basicamente nome, gênero, localidade, fotos de perfil das

redes sociais, profissão, local de trabalho, principais interesses, direcionadores para suas

redes sociais, pessoas que se relacionam virtualmente, nuvem de palavras mais usadas

pela pessoa nas redes sociais. Além desses, é gerado um gráfico de radar representando o

grau do indivíduo em 5 personalidades, um gráfico de radar representando o grau do

indivíduo em cinco emoções e, finalmente, um gráfico linear mostrando o nível

sentimental do indivíduo. Sendo todas essas informações suscetíveis a customização de

acordo com o mercado e interesses dos clientes.

A seguir, exemplo de busca realizada pelo Data-Portrait™.

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Figura 8: Exemplo do Data-Portrait™.

Fonte: https://www.vijilent.com/ acessado em 05/06/2017

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A figura 2 retrata o que empresa se propõe a oferecer. Em poucos segundos, é

gerado um relatório de fácil e rápida compreensão e com informações aplicáveis para

diversas finalidades.

O produto associado aos serviços de customização do mesmo representa uma

flexibilidade de atuação da empresa. Isto pode ser um ponto positivo e facilitador para

inserção em novo mercado.

5.2. Análise do entorno (CAMGPEST)

Fatores culturais

Um dos aspectos culturais é a relação da população com novas formas de

comercialização. Um exemplo presente no caso da Vijilent é a economia de

compartilhamento. Este é um termo abrangente com uma gama de significados, muitas

vezes usado para descrever a atividades econômicas e sociais envolvendo transações on-

line. Originalmente crescendo na comunidade open-source referindo-se a partilha de

acesso peer-to-peer (p2p) de bens e serviços.

Segundo Green (2012), a economia de compartilhamento depende da vontade dos

usuários de compartilhar, mas para fazer uma troca, os usuários têm que ser confiáveis e

confiar uns nos outros. Empresas da economia compartilhada destacam que estão

empenhadas em construir e validar relacionamentos confiáveis entre membros de sua

comunidade, incluindo produtores, fornecedores, clientes ou participantes.

Diante disso, a Vijilent acredita poder agregar valor a diferentes empresas

inseridas nesse tipo de economia. Assim, os autores buscaram avaliar as perspectivas de

crescimento da sharing economy no Brasil, o que pode ser uma previsão de demanda

neste caso. Pois, para MARCHI e PAREKH (2015), algumas projeções colocam as

receitas do setor em US $ 335 bilhões globalmente até 2025.

Isso inclui o Brasil, que possui muito potencial a ser desenvolver nos quesitos de

comercio eletrônico e economia compartilhada como pode ser visto do figura 9 a seguir.

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Figura 9: Gráfico de presença online dos países

Fonte: Autor (2017) Adaptado GURURAJ (2015)

No gráfico percebe-se que o Brasil possui uma taxa composta anual de

crescimento, Compound Annual Growth Rate - CAGR (%) maior que os países

desenvolvidos como Estados Unidos e Inglaterra. Ao mesmo tempo que está possui uma

grande parcela da população a ser inserida no comércio eletrônico, comparando-se ao

mesmo países desenvolvidos.

Outro fato cultural é quantidade de divergência entre os conceitos jurídicos

brasileiros e estadunidenses, o que influencia um dos principais produtos da Vijilent -

seleção de júri.

Há diversos sistemas jurídicos adotados mundo afora, desta forma, torna-se

necessário uma criteriosa avaliação referente a cada sistema para que se possa ter uma

compreensão acerca das suas características, semelhanças e diferenças.

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Enquanto nos Estados Unidos foi adotado o Common Law, que pode ser definido

como o sistema jurídico que é baseado em precedentes judiciais ao invés de se basear

somente nas leis escritas. A instituição do Júri estadunidense se desenvolveu,

historicamente, de forma coerente com o espírito e os princípios da common law, que é

uma tradição jurídica que possibilitou as condições e o contexto adequados para o

aparente sucesso do júri.

No Brasil, o Civil Law é o sistema no qual o juiz é apenas um porta-voz da vontade

genérica e abstrata da lei, ou seja, no civil law prepondera a lei, tida como centro do

direito, também sendo conhecimento como o sistema codificado, porque o juiz deve

recorrer primeiramente à lei e depois a outras fontes do direito. Dentre estas outras fontes

do direito, encontra-se o júri

“Já as características da tradição do povo americano possibilitaram o surgimento

de um espírito cívico e de uma consciência jurídica comum que tornam materialmente

exequível o júri como regra e não a exceção” (BARBOSA, 1950, p.28)

Portanto, relacionado a esse tipo de serviço encontra-se barreiras históricas para

implementação direta no Brasil, ao contrário da facilidade que haveria de implementá-lo

em outros países que adotam o sistema jurídico common law, por exemplo, Austrália,

Nova Zelândia, Índia, e a maior parte do Reino Unido.

Fatores ambientais

O projeto apresenta impacto ambiental reduzido, pois apresenta todo seu conteúdo

de forma virtual, eliminando a necessidade de uso de um elevado volume de recursos

como papel, tinta etc. Assim, constituindo-se em uma atividade ecologicamente

sustentável.

Fatores Mercadológicos

Há um amplo leque de atuações para a tecnologia da empresa. Os principais

mercados seriam os envolvidos nas economias Peer to Peer (P2P) ou Business to Peer

(B2P), as quais buscam uma maior compreensão do seu consumidor final. E por isso,

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precisam de maneiras rápidas e confiáveis para identificar seus comportamentos,

sentimentos, gostos e opiniões.

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Fatores Geográficos

Por se tratar de um projeto online, a Vijilent não possui nenhuma barreira

geográfica relevante. As barreiras que podem existir advêm do acesso das regiões mais

distantes à internet e energia elétrica, ou seja, do acesso das regiões mais remotas às

tecnologias necessárias para se comunicar, ou seja, pedir e receber o serviço de forma

rápida através da internet e energia elétrica.

Fatores Políticos

Nas políticas governamentais verifica-se que as principais carências apresentadas

nas pesquisas Global Entrepreneurship Monitor GEM no período analisado, 2016, refere-

se a falta de uma política nacional voltada ao empreendedorismo, contemplando focos

estratégicos nacionais e regionais; baixo nível de políticas que possam auxiliar no

desenvolvimento das atitudes empreendedoras; pouco incentivo aos novos negócios,

procedimentos burocráticos que prejudicam a abertura e a manutenção dos negócios; o

peso da carga tributária e a legislação trabalhista, entre outros.

Fatores Econômicos

Apesar dos indicadores econômicos brasileiros apresentarem um do piores

momentos do país, entende-se a adoção de tecnologias que automatizem servições e

reduzam custos podem ser ótimas alternativas para empresas que buscam oportunidade

de crescimento em meio a crise econômica do Brasil.

Fatores Sociais

A tendência de expansão do uso de telefones celulares com acesso à internet e

computadores individuais nas diferentes classes sociais está associado ao uso de serviços

e transações online. Assim, percebe-se que o fato social é favorável para criação de

mercados como o sharing economy que são ótimas oportunidades para a empresa Vijilent.

Fatores Tecnológicos

As características de ausência de incentivos ao desenvolvimento tecnológico no

Brasil, indicam uma oportunidade de demanda a ser suprida por empresas estrangeiras

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baseadas em know-how tecnológicos. Por isso, considera-se o fator tecnológico como

benéfico para a empresa.

5.3. As Cinco forças de Porter aplicado a Vijilent

O modelo das Cinco Forças de Porter e avaliação da intensidade de como cada

agente interage com a Vijilent. Segue um quadro síntese da ferramenta e em seguida sua

análise.

Tabela 2: Quadro síntese da análise das Cinco Forças de Porter.

Fonte: Elaboração própria

Ameaça de Novos Entrantes

Conforme já apontado, a busca por informações em redes sociais e na internet

como um todo não é uma tecnologia complexa ou difícil de ser reproduzida. Logo, são

baixas as barreiras à entrada no segmento de investigação de antecedentes, sendo pequeno

o investimento necessário para se inserir neste meio. Porém, a ameaça se torna menor

quando se leva em consideração a alta qualidade da análise de dados gerada somada ao

fato de que pode ser feita em massa e de forma quase instantânea, como a Vijilent se

propõe a oferecer. Por isso, percebe-se este item com um baixo grau de dificuldade para

expansão.

Rivalidade entre Concorrentes

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O segmento de investigação de antecedentes no Brasil apresenta poucos

concorrentes, que por sua vez oferecem serviços diversos e genéricos. Clientes que

procuram esse tipo de serviço em geral têm necessidades específicas e resultados com

alto detalhamento. A varredura na internet feita pela Vijilent conta com código de alta

complexidade, elaborado para interpretar dados de forma personalizada que forneçam

uma análise tanto analítica quanto sentimental de pessoas, para as mais diversas

finalidades. Portanto, se configura como um serviço inovador que demanda investimento

e tempo para ser copiado no mesmo nível de qualidade, o que coloca a empresa em

vantagem competitiva sobre as demais. Por isso, percebe-se este item com um baixo grau

de dificuldade para expansão.

Poder de Barganha dos Clientes

A busca por perfis em redes sociais, como uma determinada pessoa se porta online

e a interpretação do que se encontra pela internet é algo que pode facilmente ser feito de

forma manual por humanos. Contudo, quando se é necessário realizar uma busca por

centenas de pessoas, a tarefa se torna árdua e trabalhosa a ponto de ser inviável de ser

feita à mão.

Portanto, quando volume de indivíduos a serem investigados é grande, as empresas que

automatizarem esses serviços serão essenciais e os clientes se tornaram dependentes

delas. Apesar disso, um fator que contribui para um maior poder de barganha dos clientes

é o fato desse tipo de serviço ser pouco difundido e as pessoas demonstrarem certa

resistência à sua utilização por questões éticas. Por isso, percebe-se este item com um

médio grau de dificuldade para expansão.

Poder de Barganha dos Fornecedores

Os fornecedores são essenciais para o negócio da startup, pois são os que geram

as bases de dados utilizadas na elaboração do produto final. São empresas que

disponibilizam serviços de busca de pessoas pela internet: tendo-se, em geral, um nome,

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sobrenome e e-mail, obtém-se fotos e links para perfis em diferentes redes sociais que

pessoas pesquisadas fazem parte, ou outros bancos de dados online.

É essencial que esse serviço seja de alta qualidade e poucas são as empresas que

satisfazem os requisitos necessários, portanto há grande risco de expressivas perdas caso

os preços aumentem demasiadamente ou esses serviços fiquem fora do ar. Por isso,

percebe-se este item com um forte grau de dificuldade para expansão.

Ameaça de Produtos Substitutos

A investigação de antecedentes e a consolidação de todos os dados obtidos em

diferentes redes sociais, apesar de ser um avanço tecnológico, é algo que com o tempo

pode ser copiado, visto que os principais fornecedores já o fazem de forma semelhante,

porém com maior simplicidade. O diferencial da Vijilent é a interpretação dos dados

através de diversas técnicas e tecnologia própria, além da possibilidade de personalização

dos resultados conforme as necessidades do cliente. Portanto, produtos substitutos

apresentam ameaça de intensidade média. Por isso, percebe-se este item com um média

grau de dificuldade para expansão.

5.4. FOFA

Considerando seus propósitos, foi criada uma matriz FOFA para o caso de

expansão para o Brasil da Vijilent.

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Figura 10: Matriz FOFA Vijilent

Fonte: Elaboração própria

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5.5. Canvas

A aplicação da ferramenta Canvas no caso da expansão da Vijilent é baseada na

estrutura de funcionamento do modelo de negócio atual nos Estados Unidos que pode ser

expressa através da figura a seguir.

Figura 11: Canvas Vijilent

Fonte: Elaboração própria

Partindo dessa modelo de negócios inicial, busca-se uma adaptação da mesma

para a estrutura encontrada no novo mercado. Primeiramente, verificando-se a

possibilidade de adaptação do mesmo, visto que, pontos como Canais, Relacionamento,

Oferta de Valor, Estrutura de Custo, Recursos-chave e Atividade-chave podem facilmente

ser mantidos por não existir necessidade de grandes modificações.

Posteriormente, são analisados pontos mais suscetíveis a mudança como

Segmentos de clientes, Parcerias-chave, Fontes de Receita, os quais estão muito

relacionados com a adaptação ao novo mercado, o que pode gerar a necessidade de serem

desenvolvidos com um maior foco de acordo aos fatores locais.

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Tabela 3: Grau de dificuldade de replicar o modelo de negócios atual

Fonte: Elaboração própria.

Oferta de Valor

A oferta de valor oferecida pela empresa baseia-se, basicamente, na velocidade,

customização, redução de custo, redução de risco e conveniência, os quais dificilmente

serão modificados no curto ou médio prazo.

A velocidade é vista pela capacidade de identificar e interpretar dados sobre um

grande número de indivíduos em tempo real.

A customização está associada a adaptação de sua funcionalidade em diferentes

segmentos e com variados graus de integração, por exemplo, os dados podem ser

interpretados para diferentes finalidades, e podem ser entregues em diferentes formatos

via e-mail, ou pode ser integrado com o sistema da empresa - caso haja uma Application

program interface (API).

A diminuição de custo está relacionada a automatização de processos que exigem,

além do custo por hora dos recursos humano, os custos com seleção e treinamento.

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Na mesma lógica, um processo automatizado gera mais regularidade aos

processos. Assim como maior controle de qualidade, risco e conveniência devido a

praticidade.

Canais

Os canais de entrega do serviço ou produto são a plataforma no site e e-mails. Na

essência essas ferramentas não precisam mudar, mas devem passar por ajustes necessários

em relação a fatores linguístico e atualização de informações específicas para o mercado

local como portfólio.

Relacionamento

O principal relacionamento está no apoio ao desenvolvimento de integração dos

serviços da Vijilent com a cadeia de valor do cliente, além da manutenção feita de forma

virtual. Por se tratar de um processo virtual, percebe-se que meios de comunicação não

serão alterados, apenas sofreram ajustes para características do mercado e linguísticas.

Estrutura de custos

A estrutura de custos é outro parâmetro que não sofreria muitas mudanças

significativas com a expansão. Itens como colaboradores, Infraestrutura de sistemas,

marketing e vendas manteriam a mesma proporção seguinte o volume da demanda. O

único item dessa estrutura que sugere maior preocupação são os fornecedores. Pois, caso

os mesmos não possuam uma baseada estrutura tecnológica em uma API, isso pode

acarretar em maiores custos associados ao tempo de projetos para desenvolver uma

integração entre o banco de dados do fornecedor e o banco de dados da Vijilent.

Recursos-chave

Por se tratar de uma empresa de base tecnológica, seus recursos chave são

relacionados propriedade intelectual, a marca, recursos humanos altamente capacitados e

ativos físicos que possibilitem o funcionamento como computadores. Assim, não há uma

perspectiva de mudança relevante em um futuro próximo.

Atividade-chave

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Resume-se pela venda de um serviço, divulgação do mesmo e da marca, e

principalmente a gestão e manutenção da sua plataforma virtual pela qual é realizado o

serviço. Além disso, há customização da tecnologia para atender aos interesses do

consumidor. Sendo assim, entende-se que seguiria a mesma lógica, mas com um nível

um pouco maior de customização.

Segmento de clientes

Diante da análise feita através da ferramenta CAMGPEST, no item cultural,

percebe-se que o segmento jurídico funciona totalmente diferente no Brasil e nos Estados

Unidos. Destacando-se a nítida percepção da incompatibilidade dos serviços promovidos

pela empresa com a estrutura de civil law para seleção de júri.

Porém, outros segmentos de clientes como empresas B2P e P2P aparecem com

boas condições para crescimento no brasil. Como o recente sucesso do Uber na cidade de

São Paulo, a cidade que mais usa o serviço no mundo. Além disso, o Rio de Janeiro se

encontra entre as 5 cidades que mais usam o aplicativo de transporte.

Portanto, será fundamental um investimento detectar os segmentos de clientes

mais promissores no Brasil. Nesse requisito, percebe-se a importância da flexibilidade da

metodologia Lean Startup e seus laços de aprendizado para se alcançar esse objetivo.

Parcerias-chave

Assim como o item anterior, as parcerias-chave vão precisar ser desenvolvidas

com empresas locais ou unidades locais de multinacionais. Apesar de já existirem

algumas empresas estadunidenses que também atuam no Brasil na mesma linha

tecnológica, que por um lado pode facilitar com a vantagem de entrantes tardios, por outra

lado o segmento de mercado mais desenvolvido da Vijilent não apresenta boas

expectativas no Brasil. Assim seria necessário um importante processo de conquista

dessas parcerias em segmentos que a empresa ainda não possui tanto experiência.

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Fontes de receita

Partindo de uma lógica em que ambos os locais de atuação, Estados Unidos e

Brasil, a empresa se encontraria em uma fase inicial, sugere-se que a maior parte da

receita da empresa será composta através das parcerias e dos clientes adquiridos através

dessas. Pois, tal relação de parceria sugere um acesso aos clientes da empresa parceira e

maior consolidação da marca e credibilidade associada às parcerias.

A estrutura é basicamente a cobrança de assinatura mensal pelo acesso a

plataforma com diferentes planos. Além dos valores associados a customização do

serviço que variam caso a caso de acordo com o volume de acessos e complexidade da

customização e integração.

A proporção exata associada a cada fonte de receita é imprevisível para o novo

país, pois é necessária análise mais detalhada de quanto cliente estará disposto a pagar.

Visto que, além da diferença de câmbio, a receita tem uma relação forte com os parceiros

e segmentos de clientes que sofrerão mudanças. Assim, entende-se essa mudança como

certa, mas difícil de ser estimada.

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5.6. Plano Marketing

O Plano de Marketing para empresa Vijilent, Inc.

Os 6 P’s

Para analisar essa dinâmica, cada um desses elementos será analisado

separadamente:

Figura 12: 6 P’s do Marketing

Fonte: COSENZA (2013), adaptado de KOTLER (1998)

Produto

É fundamental analisar a característica do produto/serviço que será

comercializada, pois suas características irão representar a empresa e ajudarão na

formação da Vantagem Competitiva face aos concorrentes.

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Como relatado no início deste documento, o serviço prestado pela Vijilent

resultado em um relatório chamado Data-Portrait™, item 5 apresenta uma descrição e

imagem do mesmo. Como também indicado, este é passível de customização de acordo

com os interesses finais do cliente.

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Preço

“O engenheiro chama o processo de balancear a melhoria em um critério contra

a piora em outro de trade off. Uma pessoa não pode obter o melhor de todos os mundos

possíveis” (KOEN, 2003: 18)

Figura 13: Equilíbrio do preços

Fonte Elaboração própria

Além disso, existem 4 aspectos essenciais para se analisar no momento de se

definir esse preço:

Concorrência: Comparação de preços - Pode trazer benefícios ou prejuízos à

empresa;

Consumidor: Pesquisas de mercado - adequar preço à demanda;

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Elo de valor: não existe preço caro ou barato; existe maior ou menor interesse,

diante de sua capacidade de satisfazer as necessidades e desejos, que podem

ser medidos pelo elo de valor;

Custo: Todas despesas agregadas e investimentos em instalações, mobiliário,

máquinas, implementos, salários, etc.

Diante do limitado orçamento, busca-se um baixo investimento para

internacionalização. Então decidiu-se utilizar o quesito custos associados para que se

possa entender o impacto sobre a viabilidade do empreendimento.

Apesar da abertura de um escritório no Brasil não seria extremamente necessária

para executar os serviços pelo fato dos canais de comunicação e todos os relacionamentos

serem feitos de forma virtual.

Porém, surgiu a intenção de que fosse aberto o escritório no Brasil para estabelecer

uma posição de referência e, principalmente, baratear o custo de mão de obra para os

processos realizados manualmente. Por isso, os custos associados ao escritório não seriam

associados somente para avaliar inviabilidade, ou viabilidade da expansão. Ainda assim,

seria um custo relativamente baixo.

Ainda assim, há possibilidade da criação de uma sociedade brasileira com sócios

estrangeiros - os donos da Vijilent. Tal alternativa seria uma solução menos burocrática e

arriscada. Sendo uma boa opção caso a adaptação do modelo de negócio com o mercado

local possa ser feita de maneira fácil.

Outra alternativa foi entrar em contato com as empresas que atuam no Brasil como

a Background Brasil Pesquisas e Projetos e a Check Service, porém ambas exigiam

projetos detalhados para envio de orçamento, o que limitou a coleta de preços aplicados

pelos concorrentes.

Praça

O canal de distribuição é a internet, que possibilita o acesso de usuários de todos

os cantos do País. Como toda a venda e consumo se realizam através desse canal, os

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principais esforços para apresentar o serviço ao consumidor também se concentram na

rede online, para que ele possa encontrar a Vijilent, conhecê-lo, comprá-lo e consumi-lo,

tudo sem sair da frente do computador, tablete ou celular, ambos com acesso à internet.

Assim, trata-se de uma plataforma online, portanto para fins de comercialização a

empresa se localiza na internet e sua Praça é o Brasil inteiro. Contudo, haverá também

um escritório em local a ser definido que disponha de segurança energética (geradores

em caso de falta de luz) no qual ficarão instalados os servidores, funcionários

responsáveis pela assistência técnica, uma sala com computadores e funcionários para

elevar a taxa de sucesso dos resultados da Vijilent, quando o sistema automatizado não

conseguir encontrar a pessoa. Além disso, o processo manual também servirá um setor de

pesquisa e desenvolvimento ideias que possam melhorar os processos do algoritmo de

busca automatizado.

Promoção

“A organização de marketing terá de redefinir seu papel: em vez de administrar

as interações com os clientes, deverá integrar todos os processos de interface com os

clientes”, KOTLER (1998).

A promoção é um fator de grande importância para a empresa, pois ela precisa

atender aos vários perfis de clientes do site, além de estar sempre buscando novos

segmentos de clientes que ela possa atender.

As atividades de promoção da empresa visam promover prioritariamente o

conhecimento do serviço oferecido e instigar possíveis clientes a experimentá-lo. Como

consequência é esperada uma promoção simultânea das vendas dos diferentes serviços e

a divulgação de espaços de publicidade dentro do site. Entre as principais atividades de

promoção destacam-se:

Produção de vídeos demonstrativos de uso da plataforma;

Divulgação em redes sociais relacionadas aos principais segmentos de mercado

de atuação

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Identidade visual;

Fanpage nas mídias sociais;

Blog com artigos relacionados a tópicos de interesses dos clientes

Página online com demonstrativo do serviço para que o usuário possa testar as

funcionalidade e qualidade

Outras ações que visam à promoção institucional do consumo do serviço como a

ferramenta do google chamada Adwords estão nos planos de curto prazo e que pode

potencializar as promoções.

Pessoas

Para RODRIGUES FILHO (2007, p. 32): “A mão de obra deixou de ser

considerada como um simples recurso ou insumo dos processos produtivos e passou a ser

valorizada, pois é ela que tem a responsabilidade de gerenciar ações empresariais”.

Essa definição se aplica a maioria das empresas que desejam liderar através da

inovação. É fundamental definir com clareza as pessoas que estarão envolvidas do dia a

dia da Vijilent, pois elas que controlam as atividades que irão produzir conteúdo,

estabelecer o canal da empresa com o consumidor e promover a inovação constante que

a concorrência do setor exige de uma empresa que deseja ter sucesso.

Atualmente, a empresa já dispõe de dois funcionários brasileiros - Luiz –o autor,

e Marcos, que trabalho no setor desenvolvimento da infraestrutura virtual. Com

representantes de dois setores da empresa, percebe-se uma facilidade de adaptação da

mesma. Pois ambos podem desempenhar grande partes das tarefas essenciais, além de

promoverem a contratação, treinamento e avaliação de mais colaboradores.

Processos

“A organização de marketing terá de redefinir seu papel: em vez de administrar

as interações com os clientes, deverá integrar todos os processos de interface com os

clientes” KOTLER (1998).

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Após definir todos os outros P’s do marketing, é fundamental reunir em uma visão

integrada sistêmica das interações com os clientes de forma a proporcionar uma

experiência satisfatória a todos os usuários.

Para garantir que os processos estejam sempre melhorando e de acordo com o

escopo para os quais foram planejados haverá revisões periódicas dos processos, visando

torná-los o mais aderente possível aos objetivos da empresa e permitindo a reengenharia

dos mesmos quando necessário. No Apêndice B está presente o processo de utilização da

plataforma e o recebimento dos resultados em formato de relatórios.

Começamos esta parte pela apresentação da cadeia de valor da Vijilent, a fim de

representar o papel e a interação entre as atividades chave da empresa.

Figura 14: Cadeia de Valor Vijilent

Fonte: Autor, adaptado de KOTLER, Philip (1998).

A representação da cadeia de valor, assim como a lógica da oferta de valor no

Canvas, não apresenta indicação de possíveis grandes mudanças. Sendo assim, buscou-

se representar o retrato atual das áreas que vêm a compor a cadeia de valor da empresa.

O processo principal da Vijilent se inicia nos canais de comunicação - site, blog,

redes sociais, e-mails, nos quais a equipe elabora o conteúdo adequado com cada canal

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para que se possa alcançar os máximo de possíveis cliente ou parceiro como está resumido

abaixo.

Figura 15: Processo de criação de conteúdo de marketing

Fonte: Elaboração própria

Em seguida é necessário que o usuário interessado realize um cadastro no site da

Vijilent para ter acesso ao plano promocional.

Figura 16: Processo de cadastro de clientes

Fonte: Elaboração própria.

Caso haja interesse em se tornar cliente ou parceiro efetivo da Vijilent, é

necessário adicionar informações de pagamento ao cadastro - dados do cartão de crédito.

A partir desse ponto, os procedimentos são realizados como representado pelo

Apêndice B, o qual é semelhante ao processo realizado na fase promocional, porém com

relativo aumento de escala e possibilidade de customizações.

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6. PROPOSTA

Visto a análise apresentada pelas ferramentas como o CANVAS que apresenta o

modelo de negócio da empresa atual, e outras ferramentas como a Análise do entorno

(CAMGPEST), fica destacada a elevada dificuldade de manter o atual modelo de

negócios exatamente como é hoje em uma expansão direta para o Brasil, principalmente,

pelas diferenças no principal ramo de atuação da empresa: o jurídico, entre os dois países

Estados Unidos: common law e Brasil: civil law.

Esse distanciamento impede que a proposta de valor seja aproveitada

integralmente nesse segmento. Porém, pelo fato da Vijilent possuir um PMV com

funcionalidades bem abrangentes, indica a possibilidade de adaptação do mesmo em

outros segmentos como, por exemplo, recrutamento e seleção de recursos humanos e

geração de clientes potenciais, ou “lead generation”. Ambos os mercados estão em

crescimento devido as alterações na legislação trabalhista da mão de obra terceirizada e

aumento do consumo através da internet no Brasil, respectivamente.

Por outro lado, o estudo apresenta sugestões na estratégias de internacionalização

de marcas que envolvem uma análise prévia do local de destino. Assim, uma busca por

países com características mais próximas pode facilitar a preservação da proposta de valor

do modelo de mercado atualmente utilizado pela empresa.

Dessa forma, evidencia-se alternativas sendo as duas principais:

1) Aprofundamento na etapa inicial da estratégia de modo de entrada,

focando na busca de um novo país que possuía maior aderência no ramo

de atuação jurídico: “common law”. Por exemplo, Inglaterra, Austrália,

Nova Zelândia, os quais também possuem o inglês como principal idioma

facilitando ainda mais uma possível expansão.

2) Reestruturação do modelo de negócios atual, visando uma adaptação da

tecnologia da empresa a segmentos e demandas mais consistentes com as

características do Brasil.

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Considerando a primeira opção, seria necessário um menor grau de adequação do

modelo de negócios atual, ou seja, poucas modificações no CANVAS e no PMV. Mas

seriam necessários uma análise para seleção do país destino seguido de um estudo sobre

as condições de crescimento, concorrentes, barreiras, possíveis clientes e parceiros e

legislação do mercado jurídico no novo país escolhido, isso com o apoio das ferramentas

para análise do mercado contidas no item 7 para compreender as dinâmicas do novo

mercado.

Na segunda opção, o uso das técnicas inseridas da metodologia Lean Startup,

seriam as mais adequadas. Pois a mesma supre as necessidades de flexibilidade,

dinamismo e proximidade com os clientes através dos ciclos de feedback que são

fundamentais para o desenvolvimento de um modelo de negócio completamente novo em

uma startup de software. Isto contemplando desenvolvimento e adaptação do atual PMV

de acordo com as demandas e feedbacks do mercado em questão. Ou seja, usar o

conhecimento tecnológico da empresa em outras áreas, esta opção demandaria

investimento em projetos de criação de novos negócios.

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7. SÍNTESE E CONCLUSÃO

Diante do exposto, pode se verificar que a busca de um planejamento de expansão

internacional de uma empresa está fundamentalmente condicionado a muitas variáveis

como o modelo de negócio da empresa, flexibilidade e adaptabilidade da sua equipe e

produto e, ou serviço, grau de investimento no processo de expansão e uma detalhada

escolha do local de destino. Sendo assim, uma análise prévia de tais características pode

ajudar a indicar as melhores abordagens e metodologias a serem usadas.

Enquanto expansões nas quais as empresas possuem um grau de maturidade mais

elevado e seu modelo de negócio será preservado totalmente, ou em grande parte, a

aplicação de ferramentas contidas do modelo de negócio tradicional podeM ser mais

vantajosas, partindo de uma estratégia de expansão para países com características

semelhantes de demandas de mercado e regulatórias.

Por outro lado, quando são necessárias grandes mudanças, ou total reconstrução

do modelo de negócio para expandir uma empresa com características de uma startup de

software para um novo mercado, a metodologia Lean Startup apresentou-se mais

adequada devido suas características que garantem dinamismo e adaptabilidade no

desenvolvimento ou adaptação de um modelo de negócio à um mercado específico.

No estudo de caso em questão: startup Vijilent, apesar do uso do modelo de plano

de negócio tradicional não ser o mais adequado para o ajuste da empresa ao mercado

brasileiro, o modelo tradicional está associado a uma das limitações do projeto que é a

busca da preservação do modelo de negócio atual com intuito de usar a expertise

desenvolvida no Estados Unidos como vantagem competitiva no novo país.

Sendo assim, foram analisada ferramentas do modelo tradicional visando a

sustentação do plano e expansão para o Brasil e detectou-se um alto grau de dificuldade

de adaptação do modelo de negócio atual, mas, também, outras oportunidades de

mercado.

Dessa forma, foram cumpridos os objetivos específicos de realização um projeto

que indique a viabilidade e grau de dificuldade para expansão, apresentação de soluções

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ao questionamento de como se planejar uma expansão de uma startup tecnológica e

baseada no comércio eletrônico, apresentação soluções para os problemas de adaptação

da empresa com uma possível expansão para o Brasil e apresentação de proposta

alternativa. Assim como, o objetivo geral ambos dentro dos limites e limitações indicados

no início deste trabalho.

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APÊNDICE A: MAPEAMENTO DA LITERATURA

Introdução

Um mapeamento sistemático é uma forma de identificar, avaliar e interpretar todas

as pesquisas disponíveis relevantes para uma questão de pesquisa particular. Umas das

razões para a realização de revisões sistemáticas é que esta resume as Evidências

existentes em relação a um tratamento ou tecnologia (KITCHENHAM, 2004).

Protocolo de Mapeamento

Segundo Kitchenham o protocolo de mapeamento tem o objetivo de definir os

métodos do mapeamento sistemático o que diminui a possibilidade de a pesquisa se tornar

tendenciosa.

Objetivo

A descrição do objetivo se encontra descrita segundo a abordagem Goal-

Question-Metric (GQM). A abordagem abrange informações necessárias para a

realização das tarefas de análise segundo o paradigma da avaliação orientada por metas,

tendo como componentes elementares os objetivos, as questões e as métricas (ABIB,

1998b). Ou seja, definir questões a serem respondidas baseadas em um objetivo e pode

ser observado na Tabela abaixo:

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Tabela 4: Tabela Goal-Question-Metric.

Fonte: Elaboração própria

Estratégias utilizadas para pesquisa dos estudos primários

Nesta seção serão descritos: o escopo da pesquisa, o idioma considerado, os

termos utilizados e os critérios de seleção de artigos.

Escopo da Pesquisa

A fonte escolhida como base principal do escopo da pesquisa deste projeto foi a

base de periódicos da CAPES. Livros comumente utilizados por profissionais da área

foram consultados. Além disso, sites também foram pesquisados através de pesquisas nas

máquinas de busca Google e Scholar Google. Nessa revisão, o foco será nos artigos

pesquisados na Base Capes.

Idioma dos artigos

O idioma escolhido foi o inglês e português, pois são adotados pela grande maioria

das conferências e periódicos nacionais e internacionais relacionados com tema de

pesquisa.

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Termos utilizados na pesquisa (palavra-chave)

Os termos que foram utilizados neste mapeamento foram agrupados em dois

grupos os em português e os em inglês.

Na tabela abaixo, são exibidos os termos de busca utilizados para este projeto:

Tabela 5: Palavras chaves de busca na RSL

Fonte: Elaboração própria

Critérios para inclusão de artigos

Os critérios de inclusão foram os seguintes:

CI1: Podem ser selecionadas publicações que apresentam conceitos, técnicas ou

métodos aplicados de plano de negócios para startups;

CI2: Podem ser selecionadas publicações que apresentam conceitos, técnicas ou

métodos aplicados novos planejamento de novas empresas;

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CI3: Podem ser selecionadas publicações que apresentam conceitos, técnicas ou

métodos aplicados de desenvolvimento de startups;

CI4: Podem ser selecionadas publicações que apresentam conceitos, técnicas ou

métodos aplicados de planos de expansão internacional de empresas.

CI5: Podem ser selecionadas publicações que apresentam conceitos, técnicas ou

métodos aplicados projetos em startups de tecnologia.

Além desses critérios, a data de publicação dos também foi levada em consideração, os

artigos mais recentes tiveram prioridade sobre os mais antigos.

Critérios para Exclusão de Artigos

Os critérios de inclusão foram os seguintes:

CE1: Não serão selecionadas publicações que não satisfaçam a nenhum critério

de inclusão;

CE2: Não serão selecionadas publicações em que o idioma seja diferente do

exigido

CE4: Não serão selecionadas publicações que não estejam no escopo de

planejamento de negócios ou metodologias de desenvolvimento de startups.

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Extração de dados

Após a utilização dos filtros supracitados, as seguintes fontes foram selecionadas:

Tabela 6: Títulos selecionados na RSL.

Fonte: Elaboração própria.

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APÊNDICE B: ITENS ADQUIRIDOS COM EMPRESA VIJILENT, INC

Processos de operação

Na figura a seguir é destacado o principal processo de operação desde a interação

inicial do cliente, passando pelos inputs e gerando os outputs. A mesma está dividida em

três partes devido sua longa extensão.

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Figura 17: Parte 1

Fonte: Empresa Vijilent, 2017.

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Figura 18: Parte 2

Fonte: Empresa Vijilent, 2017.

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Figura 19: Parte 3

Fonte: Empresa Vijilent, 2017.