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DISCIPLINA SEMIPRESENCIAL
——————————————————————
SociologiaOrganizacional
————————————————————Tânia Pereira da Gama e Paula
————————————————————
Módulo I
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Faculdade Machado de Assis 2
Professora: Tânia Pereira da Gama e Paula
Disciplina: Sociologia OrganizacionalCarga Horária: 60 ha
SUMÁRIOMensagem ao aluno:
Contextualização da disciplina
A sociologia como ciência
1.1 – O contexto histórico e cultural do surgimento da Sociologia
1.2 – As principais correntes do pensamento sociológico
1.3 – A Sociologia do Trabalho – A Era da Industrialização e da Automação
1.4 – O estudo científico da organização do trabalho – Elton Mayo
MÓDULO I
Mensagem ao aluno:
Prezado aluno, você está recebendo o primeiro módulo da disciplina de Sociologia Organizacional, com osrespectivos exercícios de revisão do conteúdo. Em breve estaremos enviando os demais. Bom estudo. Dedique-se,esforce-se, pois só conquistamos ao que almejamos com persistência e sabedoria.“Feliz é aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”.Cora Coralina.
CONTEXTUALIZAÇÃO DA DISCIPLINA
Profissionais das mais diversas áreas desconhecem a utilidade da Sociologia, pois a sociedade
tem características que precisam ser conhecidas para que aqueles que nela atuam tenham sucesso.
Não existe, portanto, nenhum setor da vida onde os conhecimentos sociológicos não sejam de ampla
utilidade. E essa certeza perpassa hoje toda a linguagem dos meios de comunicação e toda a atuação
profissional
das
pessoas
e,
é
por
isso
que
a
Sociologia
faz
parte
dos
programas
universitários
que
preparam os mais diversos profissionais.
Hoje afirmamos que: a Sociologia é uma ciência que se define não por seu objeto de estudo, mas
por sua abordagem, isto é, pela forma com que pesquisa, analisa e interpreta os fenômenos sociais.
Dizer que “o objeto da Sociologia é a sociedade” é dar ao cientista social um objeto sem limites
precisos, amplos demais para que ele possa dar conta. Tudo que existe, desde que o homem se
reconhece como tal, existe em sociedade. Portanto, não é por fazer parte da sociedade, ou de um meio
social que um fato se torna objeto de pesquisa sociológica. Um acontecimento ou um comportamento
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é sociológico quando sobre ele se debruça o sociólogo, tentando entende‐lo nos aspectos que dizem
respeito às relações entre os homens e às raízes de seu comportamento.
Os conhecimentos sociológicos tentam explicar as relações entre acontecimentos complexos e
diferenciados, unindo fenômenos aparentemente dissociados, permite ao homem transpor as limites
de sua condição particular para percebê‐lo como arte de uma totalidade mais ampla, que é o todo
social. Isso faz da Sociologia um conhecimento indispensável num mundo que, à medida que cresce,
mais diferencia e isola os homens e os grupos entre si.
A SOCIOLOGIA COMO CIÊNCIA
1‐O CONTEXTO HISTÓRICO DO APARECIMENTO DO PENSAMENTO CIENTÍFICO
O pensamento sociológico se inaugura no século XIX, entre outras coisas, como produto das
novas concepções do pensamento científico moderno que se consolidara no século XVIII, quando:
“Surgiram às primeiras tentativas de explicar o comportamento humano pelas situações de existência e
formou‐se a convicção de que os fenômenos sociais variam não porque sejam sujeitos ao arbítrio dos indivíduos,
mas porque são regulados por uma ordem manente às relações deles entre si, a qual é variável de uma
sociedade para outra. (Fernandes, 1976, p. 32) 1 “
E, assim, a Sociologia surge como um ramo especializado do conhecimento e se sistematiza
como ciência, dentro de um quadro que articula transformações, no plano intelectual, com as
condições sociais que destruíram a sociedade medieval e edificaram os tempos modernos, marcados
por um novo modo de viver e produzir.
Para Costa Pinto,
“(...) as transformações econômicas e sociais que assinalam a primeira metade do século XIX e o
desenvolvimento do método científico noutros setores do conhecimento humano, paralelos à sociologia, criaram,
a esse tempo, as condições práticas e teóricas, históricas e filosóficas, para a organização da sociologia como
disciplina (...) 2”
Os pioneiros do pensamento social, no entanto, não aspiravam somente um conhecimento da
realidade social.
Seu
objetivo
maior
era
transformar
o saber
sociológico
num
instrumento
de
ação
1 Fernandes, Florestan. Ensaios de Sociologia Geral e Aplicada. São Paulo: Pioneira, 1976, p. 322 Costa Pinto, L.A. Sociologia e Desenvolvimento. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1965, p. 15
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sobre a sociedade, pretendendo modificá‐la. E foi com este objetivo que se elaborou, inicialmente, a
ciência da sociedade: para racionalizar a construção de uma nova ordem social que deveria emergir
dos escombros do antigo regime.
“(...) Se sabemos em que sentido evolui o direito de propriedade à medida que as sociedades se tornam mais
volumosas, mais densas, e se qualquer novo aumento de volume ou de densidade torna necessárias novas
modificações, poderemos prevê ‐las e, prevendo‐as, querê ‐las antecipadamente. Enfim, comparando o tipo normal
com ele mesmo – operação estritamente científica – poderemos verificar que ele não está inteiramente de acordo
com ele próprio, que contém contradições, isto é, imperfeições, e procurar eliminá‐las ou corrigi‐las (...) 3”
Com as transformações nas concepções da ciência, em geral, e da Sociologia, em particular,
chega‐se, hoje, à compreensão da serventia do pensamento sociológico, que Wright Mills tão bem
definiu em sua obra “A Imaginação Sociológica”:
“A imaginação sociológica habilita‐nos a apanhar a história e a biografia, e as relações de ambas no
interior da sociedade. Essa é a sua tarefa e promessa. Nenhum estudo social se completa se não estiver voltado
para os problemas da biografia, da história e das suas conexões recíprocas na sociedade.”
‐ CONCEITO DE SOCIOLOGIA
A palavra Sociologia é de origem tão recente quanto a disciplina que designa. Foi criada pelo
filósofo francês Augusto Comte, no século XIX (1839) que tomando por base os termos extraídos do
latim socio (que exprime a idéia de “social”) e do grego logos (que exprime a idéia de “palavra” ou
“estudo”) deu origem ao nome que viria a designar a nova ciência: Sociologia. Do ponto de vista
etimológico, Sociologia significa simplesmente “o estudo do social” ou “o estudo da sociedade”.
É claro que a etimologia da palavra não é suficiente para nos fazer entender o que é a Sociologia.
A Sociologia é uma ciência que se define não por seu objeto de estudo, mas por sua abordagem, isto
é, pela forma com que pesquisa, analisa e interpreta os fenômenos sociais No sentido, de criar um
conceito que melhor definisse a nova ciência, vários estudiosos, elaboraram teorias sociológicas, das
quais trataremos mais adiante.
3 Durkheim, Emile. De la division du travail social. Paris: Librairie Felix Alcan, 1926.
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.– OBJETO DE ESTUDOS
Dizer que o objeto da Sociologia é a sociedade significa dar ao cientista social um objeto sem
limites precisos, amplos demais para que ele possa dar conta. Pois, tudo que existe desde que o
homem se reconhece como tal, existe em sociedade. Portanto, não é por fazer parte da sociedade, ou
de um meio social que um fato se torna objeto de pesquisa sociológica. Um acontecimento, ou um
comportamento é sociológico quando sobre ele se debruça o sociólogo, tentando entendê‐lo nos
aspectos que dizem respeito às relações entre os homens e às raízes de seu comportamento.
No entanto, mesmo havendo consenso entre os sociólogos modernos quanto à idéia de que a
Sociologia é o estudo científico do comportamento social ou da ação social dos seres humanos,
permanece a discordância no que concerne: a) à natureza do método científico aplicado aos
fenômenos sociais; b) à conceituação dos fenômenos sociais, incluindo ou não os aspectos que são
diretamente observáveis; c) ao âmbito e alcance dos fenômenos sociais a serem considerados como
sua matéria própria.
Surgiu uma maneira nova de pensar o “porquê” e o “para que” das coisas. Surgiram os sábios,
homens cuja atividade era descobrir os segredos do mundo e do universo.
Durante a Idade Média, com o grande poder da Igreja Católica, novamente imperou o saber
ligado à religião.
Só com o Renascimento é que o homem volta aos textos antigos e redescobre o prazer de
investigar o mundo, descobrir as leis de sua organização como atividade de valor em si mesma,
independente de suas implicações religiosas.
A partir do século XVII, vimos assistimos ao crescente progresso da ciência, destinada à
descoberta das relações entre as coisas, das leis que regem o mundo natural.
Já no século XIX surge uma ciência nova – a Sociologia, a ciência da sociedade, preocupada com
as regras que organizavam a vida social.
O aparecimento da sociologia significou que as questões relativas às relações entre os homens
deixaram de ser apenas matéria religiosa passaram a interessar também aos cientistas. O homem
começou a desenvolver
métodos
(observação
e experimentação)
e instrumentos
de
análise
capazes
de
traduzir sua experiência social de maneira científica.
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Criou‐se um jargão científico, isto é, um vocabulário próprio com conceitos que designam
aspectos precisos da vida social. De tal forma se alastraram os resultados das pesquisas sociológicas
que, hoje, boa parte desse vocabulário faz parte da vida cotidiana. Palavras e expressões como
contexto social, movimentos sociais, classes, estratos, camadas, conflito social, são usadas no dia‐a‐
dia das pessoas e profundamente veiculadas pelos meios de comunicação de massa.
1.2 –AS PRINCIPAIS CORRENTES DO PENSAMENTO SOCIOLÓGICO
– AUGUSTO COMTE E O POSITIVISMO
Os primeiros cientistas sociais, através do método de investigação científica, tentaram explicar
que as ciências sociais derivam das ciências físicas. Entre esses se destaca a figura de Auguste
Comte.Suas pesquisas levaram‐no a identificar na sociedade dois movimentos vitais: a) o movimento
dinâmico e b) o movimento estático.
Chamou de dinâmico , aquele que representava a passagem para formas mais complexas de
existência, como a industrialização, e de estático, o responsável pela preservação dos elementos
permanentes de toda organização social, isto é, as instituições que mantinham a coesão e garantiam o
funcionamento da sociedade: família, religião, linguagem, direito etc. Caberia à Sociologia manter
um equilíbrio entre os aspectos estáticos e os aspectos dinâmicos, isto é, entre a ordem e o progresso.
Em meio a tudo isso e devido ao desenvolvimento industrial europeu, repleto de conflitos sociais, os
positivistas respondem aos anseios de organização e controle da sociedade justamente com idéias de
ordem e progresso, procurando ajustar todos os indivíduos às condições estabelecidas, que
garantiriam o melhor funcionamento da sociedade.
O positivismo foi o pensamento que glorificou a sociedade européia do século XIX, em franca
expansão. Buscava justificar, através de um método científico adequado, os padrões burgueses e
industriais de organização social. Procurava resolver os conflitos sociais por meio de exaltação à
coesão, à harmonia natural entre os indivíduos, ao bem estar do todo social
A primeira corrente de pensamento que se deteve a estudar a sociedade a partir da análise de
seus processos
e estruturas,
para
possibilitar
uma
reforma
das
instituições,
foi
a “filosofia
positiva”.
Seu fundador e sistematizador foi o filósofo francês Auguste Comte (1798 ‐1857).O positivismo foi a
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primeira teoria a organizar alguns princípios a respeito do homem e da sociedade tentando explicá‐
los cientificamente.
O próprio Comte deu inicialmente o nome de “física social” às suas análises da sociedade, antes
de criar o termo “Sociologia”.
O positivismo foi também chamado de organicismo porque concebia a sociedade como um
organismo constituído de partes integradas e coesas que funcionam harmonicamente, segundo um
método físico e mecânico.
Charles Darwin, cientista inglês, nesta época muito contribuiu com sua teoria da evolução
biológica das espécies animais. Suas idéias transpostas para as análises da sociedade fizeram surgir o
Darwinismo social, isto é, a crença de que as sociedades mudariam e evoluiriam sempre de um
estágio inferior para um outro superior, em que o organismo social se mostraria mais evoluído, mais
adequado e ais complexo. Esse tipo de mudança garantiria a sobrevivência dos organismos –
sociedade e indivíduos – mais fortes e mais evoluídos. Em meio a tudo isso e devido ao
desenvolvimento industrial europeu repleto de conflitos sociais, os positivistas respondem aos
anseios com idéias de ordem e progresso, onde procurariam ajudar todos os indivíduos às condições
estabelecidas que garantiriam o melhor funcionamento da sociedade.
Comte identificou na sociedade esses dois movimentos vitais chamaram de dinâmico o que
representava a passagem para formas mais complexas de existência, com a industrialização, e de
estático o responsável pela preservação dos elementos permanentes de toda organização social, isto
é, as instituições que mantinham a coesão e garantiam o funcionamento da sociedade, família,
religião, linguagem, direito etc.
O positivismo foi, portanto, o pensamento que glorificou a sociedade européia do século XIX,
em franca expansão. Buscava justificar, através de um método científico adequado, os padrões
burgueses e industriais de organização social. Procurava resolver os conflitos sociais por meio de
exaltação à coesão, à harmonia natural entre os indivíduos, ao bem estar do todo social.
– A SOCIOLOGIA DE DÜRKHEIM
Nasceu em
Epinal,
na
Alsácia,
descendente
de
uma
família
de
rabinos.
Iniciou
seus
estudos
filosóficos na Escola Normal Superior de Paris, indo depois para a Alemanha. Lecionou Sociologia
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em Bordéus, primeira cátedra dessa ciência criada na França. Transferiu‐se, em 1902, para a
Sorbonne, para onde levou inúmeros cientistas, entre eles seu sobrinho Marcel Mauss, reunindo‐os
num grupo que ficou conhecido como escola sociológica francesa. Suas principais obras foram: Da
Divisão do Trabalho Social (1893), As Regras do Método Sociológico (1895), O Suicídio (1897), As
Formas Elementares da Vida Religiosa (1912), Educação e Sociologia (1922), Sociologia e Filosofia
(1928) e Lições de Sociologia (1950). Essas três últimas foram obras póstumas, pois Durkheim morre
em Paris, em 1917.
– OS FATOS SOCIAIS COMO OBJETO DA SOCIOLOGIA
Durkheim e seus colaboradores se esforçaram em emancipar a Sociologia das filosofias sociais e
constituí‐la definitivamente como disciplina científica. Para a teoria sociológica durkeimiana o objeto
de estudo da Sociologia é o “fato social”.
Durkheim, em seu trabalho “Les règles de la méthode sociologigue” (1895), faz a seguinte
afirmativa:
“Quando desempenho meus deveres de irmão, de esposo ou de cidadão, quando me desincumbo de
encargos que contraí, pratico deveres que estão definidos fora de mim e de meus atos, no direito e nos costumes.
Mesmo estando de acordo com sentimentos que me são próprios, sentindo‐lhes interiormente a realidade, esta
não deixa de ser objetiva; pois não fui eu quem os criou, mas recebi‐os através da educação. (...) Não somente
esses tipos de conduta ou de pensamento são apenas exteriores ao indivíduo, como também são dotados de um
poder imperativo e coercitivo em virtude do qual se lhe impõem, quer queira, quer não. 4”
Prosseguindo na sua tentativa de evidenciar o objeto de estudo da Sociologia, Durkheim assim
define fato social:
“(...) Nossa definição compreende, então, todo o definido se dissermos: É fato social toda maneira de agir,
fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou mais ainda, que é geral na extensão
de uma sociedade dada, apresentando uma existência própria, independente das manifestações individuais que
possa ter. 5”
Examinando a definição durkheimiana, pode‐se perceber claramente as três características
fundamentais do
fato
social:
exterioridade, coercitividade e generalidade.
É exterior
uma
vez
que
atua
4 DURKHEIM, Èmile. As Regras do Método Sociológico. São Paulo, Nacional, 1956, p.3 - 4.5 Idem, p. 14
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sobre os indivíduos, independentemente de sua vontade, como por exemplo, as regras sociais, os
costumes, as leis. É coercitivo porque se impõe, porque tem força de atuar sobre os indivíduos que, se
resistirem a ele, sofrem sanções do grupo social. É geral no contexto de uma determinada sociedade,
por isso que se manifesta coletivamente.
Dürkheim considerava, ainda que, para garantir a objetividade científica necessária, o sociólogo
devia encarar os fatos sociais como coisas , isto é, como fenômenos que não são inteligíveis
imediatamente, senão que precisam de um método para se tornar conhecidos. Neste sentido, o senso
comum, na medida em que é acrítico, marcado, por pré‐noções e preconceitos, é contrário ao
conhecimento científico do fato social.
Para Dürkheim, a Sociologia tinha por finalidade não só explicar a sociedade como também
encontrar remédios para a vida social.
A generalidade de um fato social, isto é, sua unanimidade, é garantia de normalidade na
medida em que representa o consenso social e a vontade coletiva.
A harmonia é conseguida através do consenso social, a “saúde” do organismo social. Os fatos
patológicos são considerados transitórios e excepcionais.
Toda teoria sociológica de Dürkheim pretende demonstrar que os fatos sociais têm existência
própria e independente daquilo que pensa e faz cada indivíduo em particular. Ele chamou isto de
consciência coletiva. É ela que vai revelar o tipo psíquico da sociedade. A consciência coletiva é, em
certo sentido, a forma moral vigente na sociedade.
Para Dürkheim, a Sociologia deveria ter ainda por objeto comparar as diversas sociedades. Ele
se distingue dos demais positivistas, porque suas idéias ultrapassaram a simples reflexão filosófica e
chegaram a constituir um todo organizado e sistemático de pressupostos teóricos e metodológicos
sobre a sociedade.
– A DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
Os fatos sociais compõem a teia de regras e normas que configuram um determinado meio moral ,
compartilhado por todos aqueles que vivem em determinada sociedade.
Para Dürkheim,
este
meio
moral
é possível
porque
os
indivíduos
que
participam
de
uma
mesma
sociedade desenvolvem um processo de interação que ele chamou de divisão do trabalho social.
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Ao analisar o pensamento de Dürkheim, Rodrigues formula o seguinte:
(...) conforme o tipo de divisão do trabalho social que predomina na vida coletiva numa determinada época,
temos um tipo diferente de cooperação entre os indivíduos. E esse tipo diferente de cooperação, por sua vez, dá
origem a uma vida moral diferente. Vida moral que será a base dos conteúdos transmitidos na forma de crenças,
valores e normas de geração para geração (...) 6
Como se pode perceber, além de indivíduos humanos vivos, para que haja sociedade é
necessário que haja entre eles um consenso, pois sem isso não há cooperação e, portanto, não há
divisão social do trabalho.
E Dürkheim completa: O valor moral da divisão do trabalho social está em que é através dela
que o indivíduo toma consciência do seu estado de dependência com relação à sociedade; é dela que
vêm as forças que o retém e o contém. Em síntese, uma vez que a divisão do trabalho se torna a fonte
eminente da solidariedade social, ela se torna ao mesmo tempo a base da ordem moral (...) 7
– DA SOLIDARIEDADE MECÂNICA À SOLIDARIEDADE ORGÂNICA
Na ótica de Dürkheim, para que a vida social tenha prosseguimento, é necessário que os
indivíduos desempenhem diferentes funções. No entanto, dependendo do meio moral, esta diferença
entre as funções, isto é, a divisão do trabalho social, poderá ser maior ou menor.
Numa sociedade tribal, por exemplo, na qual todas as pessoas desempenham praticamente as
mesmas atividades, crêem‐nos mesmos deuses, adoram o mesmo totem, obedecem aos mesmos
tabus, estabelece‐se o que na teoria durkheimiana se conhece por solidariedade mecânica, já que no seu
interior os indivíduos possuem pouca divisão do trabalho social.
“(...) a solidariedade permanece mecânica enquanto a divisão do trabalho social não se
desenvolve (...) Assim, existe uma estrutura social de natureza determinada a que corresponde a
solidariedade mecânica. Caracteriza‐se por um sistema de segmentos homogêneos e semelhantes
entre si. 8 “
Ao contrário, quando se trata de uma sociedade mais complexa, como a moderna sociedade
industrial, em que há uma intensa divisão do trabalho social, acontece o que Durkheim chamou de
6 Rodrigues, Alberto Tosi. Sociologia da Educação. Rio de Janeiro; DP&A, 2001, p. 277 Durkheim, Emile. De la division du travail social. Paris: Librairie Felix Alcan, 1926, p. 3968 Ibid, p. 157
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solidariedade orgânica. A sociedade industrial exige um certo grau de diferenciação, entre as funções
que os indivíduos devem desempenhar, que a solidariedade baseada na semelhança é substituída
pela solidariedade baseada na diferença.
Diferente é a estrutura da sociedade onde a solidariedade orgânica é preponderante.
“Elas são constituídas, não por uma repetição de segmentos similares ou homogêneos, mas por um sistema
de órgãos diferentes dos quais cada um tem um papel especial, sendo eles próprios formados de partes
diferenciadas. Assim como os elementos sociais não são da mesma natureza, tampouco estão dispostos da mesma
maneira. (...) 9”
As diferentes sociedades, como se vê, correspondem diferentes tipos de solidariedade. Quanto
mais complexa a sociedade se mostra, maior possibilidade de interpretações pessoais das regras que
estão no grupo, mais se caminha da solidariedade mecânica para a solidariedade orgânica.
Entretanto, positivista que era, Dürkheim acreditava que
“(...) todo o progresso desencadeado pelo capitalismo, traria um aumento generalizado da divisão do
trabalho social e, por conseguinte, da solidariedade orgânica, a ponto de fazer com que a sociedade [capitalista]
chegasse a um estágio sem conflitos e problemas sociais. 10”
– O NORMAL E O PATOLÓGICO
De acordo com o exposto, percebe‐se que, mesmo admitindo que nas sociedades mais
complexas se enfraqueçam as relações entre os indivíduos, tornando a solidariedade orgânica cada
vez maior, sempre resta um determinado nível de controle, sem o qual se presenciaria a
desintegração da vida social, num processo que Durkheim chamou de anomia, isto é, ausência de
regras. Na concepção durkheimiana, os problemas sociais têm origem numa crise moral, isto é, num
estado social em que as regras de conduta não estão funcionando. A esse estado de coisas em que as
regras sociais não estão funcionando, ele chamou de patológico.
Reunindo essas duas categorias, presentes na formulação de Durkheim, é que se compreende
porque, para ele, de acordo com as concepções positivistas, o funcionamento da sociedade se dava na
linha do equilíbrio‐linearidade‐harmonia.
9 Ibid, p. 15710 Meksenas, Paulo. Sociologia. São Paulo: Cortez, 1994, p. 68.
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A interpretação positivista da sociedade apontava que, no futuro, a sociedade industrial
capitalista, caminhando dentro da ordem e do progresso, resolveria os seus problemas.
Para isso bastava que se compreendesse, objetivamente, a forma como a sociedade capitalista se
desenvolvia e, descobrindo as leis sociais que são falhas, se procedesse à sua substituição por outras
mais eficientes. E, para Dukheim, esse seria o trabalho do sociólogo.
– MAX WEBER (1864 – 1920)
Nasceu na cidade de Erfurt, Alemanha. Filho de uma família de burgueses liberais.Desenvolveu
estudos de Direito,Filosofia,História e Economia,constantemente interrompidos por uma doença que
o acompanhou por toda a vida.Iniciou a carreira de professor em Berlim e, em 1895, foi catedrático na
universidade de Heidelberg.Manteve contato permanente com intelectuais de sua época, como
Simmel Sombart, Tönies e George Lukács.Na política, defendeu ardorosamente seus pontos de vista
liberais e parlementeristas e participou da comissão redatora da Constituição da República de
Weimar. Sua maior influência nos ramos especializados da Sociologia foi no estudo das religiões,
estabelecendo relações entre formações políticas e crenças religiosas.Suas principais obras foram: A
ÉTICA PROTESTANTE E O ESPÍRITO DO CAPITALISMO ( 1904) e ECONOMIA E SOCIEDADE
(1922).
Enquanto a França e a Inglaterra desenvolveram o pensamento social influenciado pelo
desenvolvimento industrial e urbano, que tornou esses países potências emergentes nos séculos XVII
e XVIII e, portanto, sedes do pensamento burguês da Europa.Somado ao grande avanço alcançado
pelas ciências físicas e biológicas cuja influência se exerceu sobre as primeiras escolas sociológicas
que adaptaram os princípios e as metodologias dessas ciências a realidade social. A Alemanha, por
outro lado, apresentava uma realidade distinta.Aí, o pensamento burguês se organiza tardiamente e
quando o faz, já no século XIX, é sob a influência de outras correntes filosóficas e da sistematização
de outras ciências humanas, como a História e a Antropologia.
Na Alemanha o positivismo teve menor repercussão. A grande fonte filosófica ali foi o
idealismo de Kant e Hegel que exerceram grande influência sobre o pensamento sociológico
desenvolvido por
Weber
e outros.
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O conhecimento para a filosofia alemã é fruto da relação da razão com os objetos do mundo, ou
seja, os conhecimentos não são apenas vividos, mas também pensados.
O positivismo valoriza apenas a lei de evolução, a generalização e a comparação entre
formações sociais, enquanto para a teoria sociológica weberiana a pesquisa histórica é essencial para
a compreensão das sociedades. Seu objeto de estudos é a ação social , definida como toda a conduta
humana orientada por um motivo que lhe dá sentido. Cabe ao sociólogo perceber a conexão entre o
motivo da ação, a ação propriamente dita e seus efeitos.
Para a sociologia Weberiana os acontecimentos que integram o social têm origem nos
indivíduos. O que garante a cientificidade de uma explicação é o método de reflexão, não a
objetividade pura dos fatos. Weber relembra sempre que, embora os acontecimentos sociais possam
ser quantificáveis, a análise do social envolve sempre uma questão se qualidade, interpretação,
subjetividade e compreensão.
Seus trabalhos abriram as portas para as particularidades históricas das sociedades e para a
descoberta do papel da subjetividade na ação e na pesquisa social.
‐‐A SOCIEDADE SOB UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA
O contraste entre o positivismo e o idealismo se expressa, entre outros elementos, nas maneiras
diferentes como cada uma dessas correntes encara a história.
Para o positivismo, a história é o processo universal de evolução da humanidade, cujos estágios
o cientista pode perceber pelo método comparativo, capaz de aproximar sociedades humanas de
todos os tempos e lugares. A história particular de cada sociedade desaparece, diluída nessa lei geral
que os pensadores positivistas tentaram reconstruir. Essa forma de pensar torna insignificantes as
particularidades históricas, e as individualidades são dissolvidas em meio a forças sociais
impositivas. 11
Max Weber pensador, com sólida formação histórica se opôs a essa concepção. Para ele, a
pesquisa histórica é essencial para a compreensão das sociedades. Essa pesquisa, baseada na coleta
de documentos e no esforço interpretativo das fontes, permite o entendimento das diferenças sociais,
que seriam,
para
Weber,
de
gênese
e formação,
e não
de
estágios
de
evolução.
11 DÜRKHEIM,Émile.As regras do método sociológico,op.cit.p.82.
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Portanto, segundo a perspectiva weberiana, o caráter particular e específico de cada formação
social e histórica deve ser respeitado. Os conhecimentos históricos, entendidos como a busca de
evidências, torna‐se um poderoso instrumento para o cientista social.
Weber consegue combinar duas perspectivas: a histórica, que respeita as particularidades de
cada sociedade, e a sociológica, que ressalta os elementos mais gerais de cada fase do processo
histórico.
Entretanto, Weber, não achava que uma sucessão de fatos históricos fizesse sentido por si
mesma. Para ele todo historiador trabalha com dados esparsos e fragmentários. Por isso, propunha
para suas análises o método compreensivo , isto é,um esforço interpretativo do passado e de sua
repercussão nas características peculiares das sociedades contemporâneas.Essa atitude de
compreensão é que permite ao cientista atribuir aos fatos esparsos um sentido social e histórico.
– A AÇÃO SOCIAL: UMA AÇÃO COM SENTIDO
Cada formação social apresentava, para Weber, especificidade e importância próprias. Mas o
ponto de partida da Sociologia de Weber não estava nas entidades coletivas, grupos ou instituições.
Seu objeto de investigação era a “ação social”. A ação social é a conduta humana dotada de sentido,
isto é, de uma justificativa subjetivamente elaborada. Assim, o homem passou a ter, como indivíduo,
na teoria weberiana, significado e especificidade. É o agente social que dá sentido à sua ação:
estabelece a conexão entre o motivo da ação, a ação propriamente dita e seus efeitos.
Enquanto para a Sociologia positivista, a ordem social submete os indivíduos como força
exterior a eles, para Weber, ao contrário não existe oposição entre indivíduo e sociedade: as normas
sociais só se tornam concretas quando se manifestam em cada indivíduo sob a forma de
motivação.Cada sujeito age levado por um motivo que é dado pela tradição, por interesses racionais
ou pela emotividade. O motivo que transparece na ação social permite desvendar o seu sentido, que
é social na medida em que cada indivíduo age levando em conta a resposta ou a reação de outros
indivíduos.
Para Max Weber, a tarefa do cientista é descobrir os possíveis sentidos das ações humanas
presentes na
realidade
social
que
lhe
interesse
estudar.
O
sentido,
por
um
lado,
é expressão
da
motivação individual, formulado expressamente pelo agente ou implícito em sua conduta. O caráter
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social da ação individual decorre, segundo Weber, da interdependência dos indivíduos. Um ator age
sempre em função de sua motivação e da consciência de agir em relação a outros atores.Por outro
lado, a ação social , gera efeitos sobre a realidade em que ocorre.Tais efeitos escapam, muitas vezes, ao
controle e à previsão do agente.
Weber distingue a ação da relação social. Para que se estabeleça uma relação social é preciso que
o sentido seja compartilhado. Por exemplo, um sujeito que pede uma informação a outro estabelece
uma ação social: ele tem um motivo e age em relação a outro indivíduo, mas tal motivo não é
compartilhado. Numa sala de aula, em que o objetivo da ação dos vários sujeitos é compartilhado,
existe uma relação social.
Pela freqüência com que certas ações sociais se manifestam, o cientista pode conceber as
tendências gerais que levam os indivíduos, em dada sociedade, a agir de determinado modo.
– A TAREFA DO CIENTISTA
Max Weber rejeita a maioria das proposições positivistas: o evolucionismo, a exterioridade do
cientista social em relação ao objeto de estudo e a recusa em aceitar a importância dos indivíduos e
dos diferentes momentos históricos na análise da sociedade. Para esse sociólogo, o cientista, como
todo indivíduo em ação, também age guiado por seus motivos, sua cultura e suas tradições, sendo
impossível descartar‐se de suas pré‐noções como propunha Dürkheim. Para Weber existe sempre
certa parcialidade na análise sociológica, intrínseca à pesquisa, como toda forma de conhecimento.
As preocupações do cientista orientam a seleção e a relação entre os elementos da realidade a ser
analisada. Os fatos sociais não são coisas , mas acontecimentos que o cientista percebe e cujas causas
procura desvendar. A neutralidade durkheimiana se torna, impossível nessa visão.
Para Weber o cientista, como todo indivíduo em ação, age guiado por seus motivos, sua cultura,
sua tradição.
No entanto, admite que, uma vez iniciado o estudo, este deve se conduzir pela busca da maior
objetividade na análise dos acontecimentos. A realização da tarefa científica não deveria ser
dificultada pela defesa das crenças e das idéias pessoais do cientista.
Para a Sociologia
weberiana,
os
acontecimentos
que
integram
o social
têm
origem
nos
indivíduos. O cientista parte de uma preocupação com significado subjetivo, tanto para ele como
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para os demais indivíduos que compõem a sociedade. Sua meta é compreender, buscar os nexos
causais que dêem o sentido da ação social.
Qualquer que seja a perspectiva adotada pelo cientista, ela sempre resultará numa explicação
parcial da realidade. Um mesmo acontecimento pode ter causas econômicas, políticas e religiosas,
sem que nenhuma dessas causas seja superior à outra em significância.Todas elas compõem um
conjunto de aspectos da realidade que se manifesta, necessariamente, nos atos individuais. O que
garante a cientificidade de uma explicação é o método de reflexão, não a objetividade pura dos fatos.
Weber destaca que, embora os acontecimentos sociais possam ser quantificáveis, a análise do social
envolve sempre uma questão de qualidade, interpretação, subjetividade e compreensão.
– KARL MARX E FREDERICH ENGELS E A LUTA CONTRA A EXPLORAÇÃO DO HOMEM
KARL MARX
Em uma de suas frases mais famosas, escrita em 1845, nas Teses sobre Feuerbach, dizia que, até
então, “os filósofos têm apenas interpretado o mundo de maneiras diferentes; a questão, porém, é transformá‐
lo”. Viveu como jornalista entre a Alemanha, a França e a Inglaterra, despertando a ira de governos e
da imprensa. Em 1864, com a fundação da Internacional Socialista (Associação Internacional dos
Trabalhadores), aparece como líder formulador das idéias socialistas. Em 1871,a eclosão da Comuna
de Paris o torna internacionalmente conhecido. Em recente pesquisa da rádio BBC, que mobilizou
grande parte da imprensa inglesa, Marx foi considerado o mais importante pensador de todos os
tempos.
Foram Marx e Engels os primeiros a revelar o papel histórico do proletariado como demolidor
do capitalismo e construtor do comunismo, convertendo‐se em educadores e dirigentes do
proletariado, na sua luta pela emancipação dos trabalhadores. “as lendas antigas” escreve Lênin
“oferecem exemplos comovedores de amizade. O proletariado europeu pode dizer que sua ciência foi
criada por dois sábios e militantes cujas relações pessoais empalidecem as mais comovedoras lendas
antigas sobre
a amizade
entre
dois
homens”.
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– AS BASES DO PENSAMENTO DE MARX E ENGELS
Rompendo com as concepções positivistas, que interpretam o funcionamento da sociedade na
linha do equilíbrio‐linearidade‐harmonia, o pensamento marxista coloca que a sociedade contém
contradições entre as forças produtivas e as relações de produção, e que, em certos momentos, esses
conflitos tornam‐se entraves, abrindo‐se a oportunidade de uma época de ‘revolução social’, que
transforma as relações de produção, constituidoras da base econômica da sociedade e de toda a
superestrutura que sobre ela se ergue.
Para Marx e Engels, o conhecimento da realidade social, isto é, das contradições da vida
material, do conflito que existe entre as forças produtivas e as relações de produção, é um
instrumento político que pode orientar a luta pela transformação da sociedade que, para eles, é
gerada na luta de classes.
Marx e Engels vêem a História como a ciência social única, capaz de abarcar o estudo da
sociedade, do ponto de vista do modo de produção, que é fundamental para se compreender como se
organiza e funciona a sociedade. As relações de produção, nesse sentido, são consideradas as mais
importantes relações sociais. A história do homem é a história do desenvolvimento e do colapso de
diferentes modos de produção.
Conseguiram imprimir às análises da sociedade a idéia de totalidade, não fazendo separação
entre as dimensões sociais, econômica, política, ideológica e religiosa da sociedade. Do mesmo modo,
não colocam a divisão entre teoria e prática, pois a verdade histórica não supõe apenas o ponto de
vista teórico. Ela se dá na prática.
Para Marx e Engels, a ciência não dependia da objetividade, mas de uma consciência crítica. Ao
invés de sugerir soluções para uma sociedade “doente”, eles propunham um caminho prático de
ação política e um objetivo claro a ser atingido. Substituiram a idéia de harmonia pela de contradição.
A trajetória desses dois pensadores é marcada pelo desenvolvimento de outras categorias
importantes para entender sua formulação: modo de produção, consciência/alienação, ideologia.
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– A TEORIA DO MODO DE PRODUÇÃO
No Prefácio de Contribuição à Crítica da Economia Política (1859), Marx e Engels expõem um
resumo do que viria a se constituir no seu método de interpretação da sociedade, o materialismo
histórico, criando determinadas categorias necessárias à compreensão da sociedade.
A primeira delas é a de que a sociedade é resultante das relações dos homens entre si e dos
homens com a natureza, mediadas pelo trabalho. E, para isso, vêm produzindo, ao longo de sua
história, aquilo que Marx e Engels chamaram de meios de trabalho ou meios de produção: energia,
trabalho, matéria‐prima, tecnologia, com a finalidade de aumentar e melhorar a sua capacidade de
produzir. Segundo Marx e Engels,
O meio de trabalho é aquele objeto ou conjunto de objetos que o trabalhador interpõe entre ele e o
objeto que trabalha e que lhe permite dirigir sua atividade sobre esse objeto. O homem serve‐se das
qualidades mecânicas, físicas e químicas das coisas para utilizá‐las, conforme o objetivo que tiver em
mente, como instrumento de atuação sobre outras coisas. 12
Além de criar os meios de trabalho, o homem foi, também organizando a produção,
distribuindo tarefas e benefícios entre os membros da sociedade. Inicialmente, a diferenciação se deu
entre os sexos, depois entre a agricultura e a criação de animais, entre o campo e a cidade e,
finalmente, entre as produções agrícolas, industriais e comerciais. A divisão do trabalho , como também
tem o intuito racionalizar a produção, é parte do conjunto das forças produtivas.
Mas a divisão do trabalho não é igualmente distribuída no interior da sociedade. Ela depende
das diferentes relações de produção, isto é, da propriedade dos meios de produção. Pode‐se dizer que,
na sociedade capitalista, “do ponto de vista de Marx [e Engels], elas implicam numa separação básica (...) nem sempre os homens que possuem os meios para realizar o trabalho trabalham e nem sempre os que trabalham
possuem esses meios.” 13
Ou seja, nem sempre quem tem a propriedade dos meios de produção, trabalha. Quem trabalha,
em geral, são aqueles que não são os donos dos meios de produção. Isto equivale a dizer que há tipos
diferentes de proprietários: os proprietários da simples força de trabalho – os trabalhadores, e os
proprietários dos
meios
de
produção
– os
capitalistas.
Além
desses,
Marx
e Engels
se
referiam
aos
12 Marx, Karl e Engels, Frederich. El Capital. México: Fondo de Cultura Econômica, 1959, p. 130-136.13 Rodrigues, Alberto Tosi. Sociologia da Educação. Rio de Janeiro; DP&A, 2001, p. 39
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proprietários de terras, os latifundiários. Esses proprietários “formam as três grandes classes da
sociedade moderna, baseada no regime capitalista de produção”. 14
Para resumir, pode‐se dizer que a cada época histórica corresponde um conjunto de forças
produtivas que se desenvolvem a partir de um conjunto instituído de relações de produção , isto é, das
relações de propriedade que estão presentes nessa dada sociedade. A este conjunto Marx e Engels
chamaram de modo de produção.
2.4.1.2 – CONSCIÊNCIA. IDEOLOGIA. ALIENAÇÃO
Num contexto de pensamento em que não se coloca a divisão entre teoria e prática, pois a
verdade histórica não supõe apenas um ponto de vista teórico – uma vez que se dá na prática –, não
se pode admitir que a forma como o homem pensa e o trabalho que executa possam estar
dissociados.
Daí, Marx e Engels se preocuparem em explicar de que forma as crenças, os valores, as normas,
se relacionam com a produção material da existência.
Para eles, são as condições materiais da existência que determinam a consciência:
(...) são os homens que desenvolvem sua produção material e seu intercâmbio material que
mudam também, ao mudar esta realidade, seu pensamento e os produtos de seu pensamento. Não é
a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência. 15
No entanto, como as idéias dominantes na sociedade são as idéias da classe dominante, as
concepções sobre o mundo e sobre como funciona são marcadas pelas idéias de como a classe
dominante ‘determina’ que elas sejam.
Para Marx e Engels, quando a burguesia domina como classe, é de se esperar que seus membros
ajam “(...) enquanto pensadores, enquanto produtores de idéias que regulem a produção e a distribuição das
idéias de seu tempo; e que suas idéias sejam, por isso mesmo, as idéias dominantes da época.” 16
Assim sendo, a classe operária, ao adotar como suas as idéias da burguesia, o faz porque a sua
concepção de mundo está comprometida com uma visão que lhe parece própria de sua classe social.
Essa concepção é produto de uma falsa consciência que não lhe permite captar a essência das relações
14 Marx, Karl e Engels, Frederich. Historia critica de la plusvalia. México: Fondo de Cultura Econômica, 1944, p.233-23515 Marx, Karl e Engels, Friederich. La ideologia alemana. Montivideo/Barcelona: Pueblos unidos/Grijalbo, 1970, p.27.16 Ibdi, p. 50.
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às quais as classes sociais, na sociedade capitalista, estão submetidas. Ou seja, a representação que
fazem de suas vidas é aquela que lhes é fornecida pela sociedade onde a burguesia é dominante.
Marx chamou essa falsa consciência de ideologia , cuja origem histórica ocorre com a emergência da
divisão entre trabalho intelectual e manual. É a partir deste momento que surge a ideologia, derivada
de agentes sociais concretos que autonomizariam o mundo das idéias e assim inverteriam a
realidade.
Com isso, a classe operária acaba por adotar como sua uma ideologia de outra classe social. Um
exemplo disso é a aceitação, como se fosse natural, de uma situação de exploração presente na
sociedade capitalista, que nada tem de natural, pois foi socialmente construída. Essa exploração, que
se traduz no que Marx e Engels chamam de mais‐valia 17 , é aceita porque a classe operária, no seu
cotidiano não tem consciência real da mesma.
A percepção da exploração e das conseqüências da exploração não são claras para o
trabalhador. A ideologia da classe dominante faz com que ele acredite que existem as fábricas e seus
proprietários. Ao trabalhador cabe trabalhar na fábrica e obedecer às ordens do dono. É o
proprietário quem determina o que vai ser produzido, quanto vai ser produzido, em que tempo, com
que matéria‐prima e quanto custará. O trabalhador fica impedido, no capitalismo, de ter qualquer
decisão sobre o seu trabalho e sobre o produto do seu trabalho. O trabalhador não consegue perceber
o seu trabalho como algo que lhe pertence. A isto Marx e Engels chamaram de alienação.
A alienação do trabalhador do produto de seu trabalho promove uma auto‐alienação do homem,
contribuindo para uma existência em que se observa uma essência desumanizada. No entanto, é
possível mudar a direção desse processo se a classe operária der uma guinada e se conscientizar de
seu destino humano e de sua dignidade. E, para Marx e Engels, isso aconteceria porque o próprio
capitalismo engendraria a forma de sua superação.
A concentração do capital nas mãos de uns poucos levaria à revolução. A missão dessa
revolução seria recuperar o homem, derrubando todas as situações em que ele pudesse ser
degradado, escravizado, abandonado e desprezado. Com isso se superaria toda alienação.
17 “ Mais valia” é uma categoria presente no pensamento marxista e que se refere à diferença entre o valor do bem produzido pelotrabalho e o salário pago ao trabalhador, que seria a base da exploração no sistema capitalista. Marx chama a atenção para o fato deque os capitalistas, uma vez pago o salário de mercado pelo uso da força de trabalho, podem lançar mão de duas estratégias para
ampliar sua taxa de lucro: estender a duração da jornada de trabalho mantendo o salário constante - o que ele chama de mais-valiaabsoluta; ou ampliar a produtividade física do trabalho pela via da mecanização - o que ele chama de mais-valia relativa. Em fazendoesta distinção, Marx rompe com a idéia ricardiana do lucro como "resíduo" e percebe a possibilidade de os capitalistas ampliaremautonomamente suas taxas de lucro sem dependerem dos custos de simples reprodução física da mão-de-obra.
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Marx considera tudo isso tarefa do movimento comunista. O comunismo possibilitaria a
superação positiva da propriedade privada , elemento de auto‐alienação do homem, e se constituiria no
resgate do homem para ele mesmo, enquanto ser social.
Desapareceria, dessa forma, o antagonismo entre o homem e a natureza e entre o homem e o
homem. Com o comunismo, ʺencerra‐se a pré‐história da sociedade humanaʺ e inicia‐se a sociedade
ʺrealmente humanaʺ.
ALGUMAS INFLUÊNCIAS DO PENSAMENTO MARXISTA
►Leitura crítica da filosofia de Hegel (observou e aplicou o método dialético de modo peculiar)
►Destacou o pioneirismo dos críticos da sociedade burguesa (Saint‐Simon, Fowier e
Proudhon), mas reprovava o “utopismo”.
►Crítica a obra dos economistas clássicos ingleses: Adam Smith e David Ricardo → maior parte
de sua obra teórica.
A trajetória do pensamento marxista é marcada pelo desenvolvimento de conceitos importantes:
alienação, classes sociais, valor, trabalho, mais valia e modo de produção.
→ Alienação – o capitalismo alienou, isto é, separou o trabalhador dos seus meios de produção
– as ferramentas, as terras e as máquinas que se tornaram propriedade privada do capitalismo. O
homem só pode recuperar sua condição humana através da crítica radical. Essa crítica radical só se
efetiva na praxes
, isto é, a ação política consciente e transformadora.
→ Classes Sociais – são formadas pelas desigualdades sociais provocadas pelas relações de
produção do sistema capitalista.
As relações entre os homens resultam das relações de oposição, antagonismo, exploração e
complementaridade entre as classes sociais.
Os trabalhadores, para assegurar a sobrevivência, vendem sua força de trabalho ao empresário
capitalista, o qual se apropria do produto do trabalho de seus operários.
Operários → aluga “por um certo tempo” a força de trabalho e, em troca recebe salário
(contrato).
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→ Valor – o valor de uma mercadoria era dado pelo tempo de trabalho socialmente necessário à
sua produção.
→ Mais‐valia – valor excedente produzido pelo operário.
Para Marx, o estudo do modo de produção é fundamental para se compreender como se
organiza e funciona uma sociedade. As relações de produção, nesse sentido, são consideradas as
mais importantes relações sociais. A história do homem é a história do desenvolvimento e do colapso
de diferentes modos de produção.
Marx conseguiu imprimir às análises da sociedade a idéia de totalidade.
Para Marx a ciência não dependia da objetividade, mas de uma consciência crítica. Ao invés de
sugerir soluções para uma sociedade “doente”, Marx propunha um caminho prático de ação política
e um objetivo claro a ser por ele atingido. Substituiu a idéia de “harmonia” pela de universalização
dos interesses da classe burguesa, através do Estado.
1.3‐A SOCIOLOGIA DO TRABALHO – A ERA DA INDUSTRIALIZAÇÃO E DA AUTOMAÇÃO
A Revolução Industrial, ocorrida na Europa Ocidental, no século XVIII trouxe inovações
significativas não apenas ao processo produtivo (substituição do homem pela máquina) como
também ao mundo do trabalho, introduzindo aí transformações profundas que ainda se fazem
presentes nos dias atuais.
Dois foram os países que contribuíram com suas invenções para o nascimento de uma nova
era. Esses países foram por ordem de importância,,segundo Oliveira18 , a Inglaterra e mais tarde, a
França.
Na medida em que o emprego de máquinas pelas indústrias se intensifica,nesses
países,começam a surgir controvérsias sobre a mecanização: sob o aspecto econômico constata‐se a
diminuição dos custos das mercadorias, o que favorece o consumidor e possibilita que o produtor
aumente sua produção, conquistando maiores mercados. Do ponto de vista social, constata‐se que a
introdução da máquina além de acrescer as dificuldades de adaptação e de satisfação no trabalho ,
gera o desemprego.
18 Op. Cit.p.28.
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A segunda Revolução Industrial foi marcada pela aparição de novas forças motoras,tais como:
a elétrica e a derivada do petróleo, pelo aperfeiçoamento do motor a explosão, pelo grande impulso
da indústria química e pelo aperfeiçoamento das primeiras máquinas automáticas. A indústria
automobilística que surgiu nessa época refletia todas as novas invenções, juntamente com a indústria
metalúrgica que produzia metais e novas ligas para atender à indústria de automóveis.
Diante desse quadro,na busca de melhorar a situação dos trabalhadores, criaram‐se as
associações operárias de produção, e os operários acreditavam que elas seriam as defensoras de seus
interesses,alivio para a miséria em que vivia a sua classe. Como resultado positivo da ação dessas
associações podemos citar a redução da jornada de trabalho.
Por outro lado, enquanto a automação diminuía a fadiga física e aumentava a produtividade,
com aumento de salário,por outro, passava a exigir operários especializados, o que provocou elevado
índice de desemprego daqueles que não se enquadravam nesse novo padrão de operário que as
novas tecnologias passavam a demandar.
Esse momento, segunda metade do século XIX, é marcado pelas interferências dos sindicatos
que passaram a exigir: aumentos de salários, treinamento, e retreinamento dos operários, além da
garantia de um ano de salários nas indústrias mais afetadas pela automação, evitando assim
demissões em massa. Tal posição fazia do sindicato o intermediador entre o assalariado e o progresso
técnico, “permitindo que o primeiro não temesse o segundo, mas obrigando o segundo a respeitar o
primeiro”.19
Existe, contudo a idéia de que o uso da automação tem permitido que o homem deixe de
realizar tarefas mais rudes, que exigem grandes esforços físicos.O emprego da alta tecnologia traz a
necessidade de nova gestão dos fluxos produtivos que permitem o uso de robôs e a substituição dos
operários nas operações executivas. Esse fato gera mudanças profundas no sistema de postos e
funções dentro de uma indústria metalúrgica, por exemplo.
Na indústria, a introdução da alta tecnologia para a fabricação de produtos com o intuito de
redução de custos, eliminação de erros, melhoria na qualidade dos produtos, e maio rapidez e
eficiência na produção reduzem acentuadamente a utilização da mão‐de‐obra, ou seja, do fator
humano.
19 Op.cit.p.30.
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“ O ser humano busca no trabalho não só o necessário para sua sobrevivência, mas a realização
de seus sonhos, através do recebimento de um salário que não somente lhe permita comer,vestir‐se, mas
que lhe permita também ter prazer e conforto em sua classe social”.20
Segundo Oliveira, na sociedade atual, a mecanização cria o desemprego, mas o esforço real da
mecanização consiste em criar possibilidades sempre maiores de lazer. De acordo com Jaccard, a
tecnologia moderna ‐ uma conquista do homem sobre a natureza – não poderia se estabelecer sem
causar dolorosas rupturas, sem determinar graves crises materiais, morais e sociais. Essa conquista
proporcionou também, do ponto de vista do referido autor, O uma liberação da servidão ao
automatismo,com a criação de novos meios, de novos desejos e de novas razões para viver.
1.4 ‐ O ESTUDO CIENTÍFICO DA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO – ELTON MAYO
Elton Mayo, após Dürkheim, ao iniciar suas primeiras pesquisas dentro das empresas,
contribuiu para mostrar, com fatos concretos, que as relações humanas no trabalho são fatores
decisivos para o aumento de produtividade, que são fenômenos fora do alcance da tecnologia e das
técnicas de organização social.
Mayo criou um centro de estudos na área de Sociologia do Trabalho, onde havia a perspectiva
de uma nova forma de agir dentro da empresa, cujo objetivo era levar ao máximo os processos de
cooperação espontânea entre os funcionários dentro da organização.
Num estudo de caso, denominado “O Inquérito de Hawthorne”, realizado na Western
Electric, empresa que produzia equipamentos da rede telefônica Bell,outra gigante do setor.A
Western Electric estava situada Hawthorne,uma cidade perto de Chicago,nos Estados Unidos.Seus
equipamentos eram exportados para vários países, inclusive o Brasil. Empregava 30 mil funcionários
de 60 nacionalidades diferentes.
Em 1924, realizou‐se nessa empresa um estudo sobre os efeitos da iluminação sobre o trabalho.
Elton Mayo ,então professor de Harvard, já famoso por ter encontrado soluções científicas em outras
empresas foi, então, contratado para estudar mais profundamente tal questão.
Esse estudo permitiu pela primeira vez um conhecimento mais profundo sobre a organização
do trabalho, superando o taylorismo,
ao
que
as
relações
que
ligam
a indústria
às
suas
atividades
de
20 OLIVEIRA,S.L de.Sociologia das organizações: uma Análise do Homem e das Hmpresas no Ambiente Competitivo.SãoPaulo.Pioneira Thomson Learning,2002.
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trabalho envolvem uma complexa relação social. Seus estudos demonstraram que a eficiência no
trabalho está condicionada pelos fatores de natureza não apenas econômica, mas também por
questões de ordem política, moral, social e de qualidade de vida no trabalho.
A pesquisa mostra ainda, a necessidade de elevação dos papéis e do status do indivíduo na
empresa. Foi verificada também a influência de grupos não‐formais no ajustamento psicológico dos
empregado da Western: além de aumento de taxas de produtividade e diminuição de faltas ao
serviço e de abandono de emprego.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
PERGUNTAS DE UM TRABALHADOR QUE LÊ.
Bertold Brecht
Quem construiu a Tebas de sete portas?
Nos livros estão os nomes dos reis.
Arrastaram eles os blocos de pedras?
E a Babilônia várias vezes destruída –
Quem a reconstruiu tantas vezes? Em que casas
Da Lima dourada moravam os construtores?
Para onde foram os pedreiros na noite em que a
Muralha da China ficou pronta?
A grande Roma está cheia de arcos do triunfo.
Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A decantada Bizâncio
Tinha somente palácios para os seus habitantes?
Mesmo na lendária Atlântida
Os que se afogavam gritaram por seus escravos
Na noite em que o mar a tragou.
Os que se afogavam gritaram por seus escravos
Na noite
em
que
o mar
a tragou.
O jovem Alexandre conquistou a Índia.
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Sozinho?
César bateu os gauleses.
Não levava sequer um cozinheiro?
Filipe da Espanha chorou, quando sua
Armada.
Naufragou. Ninguém mais chorou?
Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos.
Quem venceu além dele?
Cada página, uma vitória.
Quem cozinhava o banquete?
A cada dez anos um grande homem.
Quem pagava a conta?
Tantas histórias.
Tantas questões.
1‐ Analise e destaque a idéia central do texto acima.
2‐ De acordo com o mesmo texto assinale a resposta correta.
A História da Humanidade é produto do talento de um único homem.
b)A História da Humanidade é produto do homem em sociedade
c)A história da Humanidade é produto do talento do governante somado a sociedade.
d)Todas as respostas estão corretas.
3‐ Pode‐se afirmar que o método é o elemento fundamental na distinção entre o positivismo
durkheimiano e o idealismo alemão? a)Sim.
b)Não.
c)Ambos usam o mesmo método.
d)O principal elemento de distinção é o objeto de estudos.
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4‐Para Émile Dürkheim o objeto de estudos da Sociologia é:
a) O fenômeno social.
b) O acontecimento social.
c) O “fato social”.
d) A sociedade.
5 – Para Max Weber o objeto de estudos da Sociologia é :
a) A “ação social”.
b) A“relação social”.
c) A “ação e a relação social”.
d) A“vida social”.
6 – Na teoria weberiana tipo ideal é: a) Um modelo de análise.
b) Um modelo de análise que possibilita ao pesquisador aproximar‐se da
realidade.
c) Um tipo de método.
d) Um tipo de objeto.
7 – O lema da bandeira brasileira “Ordem e Progresso” inspiraram‐se:
a) Na Revolução Francesa.
b) Na filosofia positivista de Augusto Comte.
c) No marxismo.
d) No idealismo alemão.
8 – O conceito de mais‐valia é um conceito chave na teoria marxista. Mais‐valia é:
a) O valor da mercadoria.
b) O número de horas a mais trabalhadas pelo trabalhador para produzir o seu salário.
c) O valor do trabalho.
d) O valor do capital.
9 – O que Marx entende por alienação?
a) Perda da capacidade de pensar logicamente.
b) Separação
entre
o trabalhador
e os
meios
de
produção.
c)Trabalho mecânico.
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d) Trabalho artesanal.
10 – Que classes sociais Karl Marx identifica ao longo da história?
a) Nobreza e burguesia
b) Burguesia e clero
c) Nobreza, burguesia e clero.
d) Burguesia e proletariado
11 – Para Karl Marx a sociedade humana é fruto de um processo constante de transformações
sociais provocadas por um determinado fator:
a) As guerras.
b) A luta de classes.
c) As invenções científicas.
d) As disputas políticas.
13 – O ser humano busca no trabalho:
a) Status social
b).Ganhar dinheiro e enriquecer
c). Receber um salário que permita a sua sobrevivência
d) Receber um salário que garanta a sua sobrevivência e ainda sentir que seu trabalho é útil à sua
família e a sociedade em geral.
14.‐Considerando os versos sublinhados, assinale as repostas que nos permitem relacionar a
música de Gonzaguinha ao que estudamos sobre a questão: homem/trabalho nas pesquisas de
Elton Mayo?
Um Homem Também Chora (guerreiro Menino)
Gonzaguinha
Um homem também chora
Menina morena
Também deseja colo
Palavras amenas
Precisa de carinho
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Precisa de ternura
Precisa de um abraço
Da própria candura
Guerreiros são pessoas
tão fortes, tão frágeis
Guerreiros são meninos
No fundo do peito
Precisam de um descanso
Precisam de um remanso
Precisam de um sono
Que os tornem refeitos
É triste ver meu homem
Guerreiro menino
Com a barra de seu tempo
Por sobre seus ombros
Eu vejo que ele berra
Eu vejo que ele sangra
A dor que tem no peito
Pois ama e ama
Um homem se humilha
Se castram seu sonho
Seu sonho é sua vida
E vida é trabalho
E sem o seu trabalho
Um homem não tem honra
E sem a sua honra
Se morre, se mata
Não dá pra ser feliz
Não dá
pra
ser
feliz