Sintese de Os Lusíadas

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    OS LUSADASde

    Lus de Cames

    RENASCIMENTO

    O sculo XVI caracterizou-se pelo desenvolvimento das actividades econmicase das cidades e representou uma viragem face concepo medieval do ser humano edo mundo, como podemos constatar no esquema abaixo:

    Idade Mdia Renascimento

    - Teocentrismo: Deus o centro doUniverso;

    - Aceita-se humildemente a ordem

    estabelecida por Deus;

    - Antropocentrismo:o ser humano surgecomo medida de todas as coisas, porisso Sujeito e Objecto do Saber;- O homem considera-se senhor de si

    mesmo;- Ascetismo medieval; - Vida mundana: festas e luxospalacianos;

    - Regime feudal; - Formao de Estados modernos epoderosos;

    - A arte tem como tema a religio; - A arte passa a representar o ser humano;- Noo de perspectiva;- Presena da mitologia pag;- Na arquitectura, utilizam-se as colunaslisas, arcos de volta perfeita e cpulastpicas das baslicas romanas;

    - Formao teolgica. - Exaltao da razo;- Necessidade de encontrar explicaescientficas para os fenmenos danatureza.

    Entre a segunda metade do sculo XV e a primeira do sculo XVI, Portugal,graas aos Descobrimentos, transformou-se num grande imprio tanto a nvelterritorial como a nvel econmico e poltico. Espalhados por toda a parte, navegadorese aventureiros estabeleceram laos culturais, lingusticos e humanos que modificaram arelao da Europa com o resto do mundo.

    O Renascimento como movimento artstico nasceu em Itlia, na cidade deFlorena, nas primeiras dcadas do sculo XV. Caracteriza-se, de uma maneira muitogeral, como a recuperao e utilizao de motivos e valores clssicos; os seus criadorese divulgadores consideravam-se herdeiros do esprito clssico, e rejeitavam sobretudoas formas estticas medievais, que consideravam brbaras e decadentes. No entanto,seria um erro grave ver na arte da Renascena uma mera cpia da arte e dos cnonesclssicos. Os artistas desta poca estavam profundamente imbudos do espritoidealista, racional e positivo que caracterizou os sculos XV e XVI, e as suas obrasreflectem esta conscincia. As formas clssicas aliam-se ao pensamento quatrocentista,e juntos produzem um esplio artstico riqussimo, um verdadeiro hino ao Homem eao Universo. uma busca da beleza esttica que ultrapassa a mera forma, e atinge o

    Esprito e o Intelecto puro.

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    As formas renascentistas provm de duas fontes principais: a reutilizao dasformas caractersticas da arte clssica (classicismo) e a aplicao de uma novadescoberta tcnica _ a perspectiva. Outras descobertas importantes a nvel artsticoincluem a pintura a leo, a preparao dos frescos atravs de cartes, a redescobertadas esttuas equestres, o achatamento dos baixos-relevos, os tirantes metlicos nas

    abbadas, etc.

    No que respeita a arquitectura, adoptam-se as formas da Antiguidade.As principais inovaes do Renascimento literrioconsistem na introduo:

    a)- Do decasslabo ( medida nova ou italiana);b)- De novas formas estrficas;c)- De formas clssicas: epopeia, tragdia, comdia, cloga, ode, elegia, epitalmio,epigrama, carta (em verso), soneto e a cano.

    N Os Lusadas, encontramos as seguintes marcas renascentistas:o Orgulho no pensamento e aco individual que culmina na deificao dos

    heris;o Presena da mitologia pag;o Estrutura da epopeia;o Cuidado com a forma;o Uso do decasslabo;

    Etc.

    HUMANISMO

    O Humanismo uma corrente, segundo a qual se valoriza tudo o que humano. Os Descobrimentos portugueses vieram enriquecer as teorias humanistas,pois descobriram-se novas terras, raas, hbitos e religies.

    OS LUSADAS

    Classificao da obra:Epopeia:narrao de um facto herico grandioso de interesse nacional e

    social.

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    Caractersticas da Epopeia:

    o A aco deve ser grandiosa e abordar temas de interesse universal;o O heri deve apresentar qualidades excepcionais;o Unidade de aco;

    o

    Incluso de episdios;o Presena do maravilhoso;o Registam-se algumas consideraes pessoais feitas pelo poeta;o Narrao in media res.

    Tipos de inspirao:

    o Patritica:est patente em toda a obra o orgulho nacional e o amor ptrio.o Clssica:presente a nvel da estrutura, na interveno da mitologia, nas aluses

    histria, literatura e cultura da Antiguidade.o Crist:presente no pensamento cristo e no ideal expansionista da F.

    o

    Medieval:referncia a episdios da histria e lenda medievais e a recriao doambiente cavaleiresco.o Renascentista:busca de um novo ideal esttico e humano.o Extica:descrio dos aspectos da paisagem, fauna e flora exticas e martimas.o Cientfica:curiosidade e xtase perante as novidades cientficas baseadas numa

    experincia directa, com o interesse pelos fenmenos da natureza e suaexplicao e com o conhecimento das drogas simples da ndia.

    Estrutura externa d Os Lusadas:

    o 10 cantos;o 1102 oitavas;o

    Versos decassilbicos;o Esquema rimtico abababcc (rima cruzada nos seis primeiros versos e

    emparelhada nos dois ltimos).

    Estrutura interna d Os Lusadas:

    o Proposio:o poeta apresenta o assunto da sua obra (C. I, est. 1-3);o Invocao:o poeta pede inspirao s Tgides, para escrever esta epopeia (C. I,

    est. 4-5);o Dedicatria:o poeta dedica a sua obra ao rei D. Sebastio (C. I, est. 6-18);o

    Narrao:o poeta conta a viagem de Vasco da Gama at ndia.

    Planos d Os Lusadas:

    o Viagem:narrao da viagem de Vasco da Gama ndia;o Histria de Portugal: narrao de vrios acontecimentos da Histria de

    Portugal;o Mitolgico:intervenes dos deuses do Olimpo;o Intervenes do poeta:reflexes feitas pelo poeta.

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    PROPOSIO

    O poeta expe o assunto do seu poema.

    CAMES PROPE-SE CANTAR: PORQUE:

    Guerreiros e homens ilustres( As armas e os bares assinalados)

    Saram de Portugal, atravessarammares desconhecidos, enfrentaramperigos e guerras e edificaram oimprio portugus no Oriente.

    Reis(. As memrias gloriosas /Daqueles reis.)

    Dilataram a f crist e o imprioportugus e devastaram as terras nocrists da frica e da sia.

    Heris(E aqueles que por obras valerosas /Se vo da lei da Morte libertando)

    Realizaram obras valorosas.

    Para levar a cabo uma tarefa to grandiosa quantoa apresentada, Cames afirma necessitar de talento(engenho) e de eloquncia (arte).

    Em seguida, o poeta afirma que no mais sedever cantar os feitos de Ulisses (sbio grego), herida Odisseia, Eneias (Troiano), heri da Eneida,Alexandre Magno, rei da Macednia, e de Trajano,

    imperador romano. Agora, surge um valor que supera osda Antiguidade _ o povo portugus (peito ilustreLusitano)_ a quem Neptuno e Marte, deuses do mar e daguerra, respectivamente, obedeceram.

    Cames demonstra, assim, que os heris do seutempo superam em heroicidade os da Antiguidade: osPortugueses venceram mitos, ultrapassando-se a simesmos.

    Na Proposio esto patentes, ainda que de formaindirecta, os quatro planos da obra:

    Plano da Viagem:Por mares nunca dantes navegados / Passaram ainda alm da Taprobana

    Plano do poeta:Cantando espalharei por toda a parte / Se a tanto me ajudar o engenho e a

    arte

    Plano da Histria de Portugal:E tambm as memrias gloriosas / Daqueles Reis que foram dilatando.

    Plano mitolgico:

    A quem Neptuno e Marte obedeceram.

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    Anlise estilstica:

    Sindoque:Ocidental praiaLusitana

    O poeta utiliza a palavra praia, referindo-se a todo o pas _Portugal.

    Advrbio de temponunca

    Este advrbio colocado numa posio de destaque _ o centrodo verso_, mostrando a coragem dos nossos navegadores quecruzaram mares at ento desconhecidos.

    Tempos verbais

    O poeta comea por utilizar o pretrito perfeito do modoindicativo (passaram, edificaram, sublimaram, foramdilatando e andaram devastando), passando,posteriormente, a utilizar o presente perifrstico. Deste modo,pretende mostrar que o seu poema no cantar apenas osheris passados, mas todos aqueles que, tal como eles, nopresente ou no futuro, se tornem imortais pelas suas obras.

    Hiprbole: Mais do

    que prometia a forahumana

    Com esta figura de estilo, o poeta engrandece mais os

    Portugueses, pois afirma que eles foram alm do que eralegtimo esperar de qualquer ser humano.

    NOTA:

    Na Proposio esto patentes, ainda que de forma indirecta, os quatro planosda obra:

    Plano da Viagem:Por mares nunca dantes navegados / Passaram ainda alm da TaprobanaPlano do poeta:

    Cantando espalharei por toda a parte / Se a tanto me ajudar o engenho e aarte

    Plano da Histria de Portugal:E tambm as memrias gloriosas / Daqueles Reis que foram dilatando.Plano mitolgico:A quem Neptuno e Marte obedeceram;

    AINVOCAO

    Cames solicita s Tgides, ninfas do Tejo, um estilo

    grandloco e corrente, isto , elevado, nobre e sublime, adequado matria que vai abordar na sua obra.

    O poeta acaba por estabelecer uma comparao entre a suapoesia lrica e a poesia pica :

    Poesia Lrica Poesia picao verso humilde;o agreste avena;o frauta ruda.

    o som alto e sublimado;o estilo grandiloco e corrente;o fria grande e sonorosa;o tuba canora e belicosa.

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    Recursos estilsticos:

    Vocativo: E vs, Tgides minhas O poeta dirige-se s ninfas do rio Tejo.Dupla adjectivao: som alto esublimado; um estilo grandloco e

    corrente; fria grande e sonorosa,tuba canorae belicosa.

    Serve para caracterizar o estilo pico.

    Imperativo anafrico: Dai-me.

    Introduz os pedidos formulados pelopoeta, os quais se ligam necessidade deuma inspirao compatvel com agrandeza dos feitos que vai cantar.

    ADEDICATRIA

    Cames oferece a sua obra a D. Sebastio. Comea, ento, por tecer elogios aojovem rei. Em seguida, pede-lhe que se digne a olhar para os seus versos. Neles, verum exemplo sem precedentes de amor pelos feitos dos Portugueses. Assim, esta obrano fruto da ganncia, pois no pretende dinheiro (prmio vil). Afirma aindaquerer ser conhecido pelo canto com que apregoa a terra onde nasceu, glorificando ossbditos de D. Sebastio.

    Na estncia 11, pede que o ouam, porque as aces dos Portugueses excedemas dos heris fabulosos, j que so reais.

    Termina, dizendo que no se atreve a cantar o rei. Deseja que ele tome o poder,pois as suas aces daro origem a outra obra.

    NARRAO

    Estncia 19 (Plano da viagem):No incio da narrao, os navegadores encontram-se no Canal deMoambique (largo Oceano). A viagem decorre favoravelmente: asondas so pequenas, os ventos sopram brandamente e uma espumabranca cobre as guas.

    CONSLIO DOS DEUSES

    Os deuses, convocados por Jpiter, renem-se no Olimpo. O pai dos deusessenta-se num assento de estrelas cristalinas; os outros deuses sentam-se de acordo coma sua importncia ( frente os mais antigos, atrs os deuses menores). Os assentos so

    brilhantes, embutidos a ouro e prolas, transmitindo uma ideia de luxo, beleza e poder.Jpiterpreside o conslio, sublime, digno, alto, severo e com um ar divino. Temuma coroa e segura na mo um ceptro muito brilhante. Comea, ento, a discursar,usando um tom de voz grave e horrendo.

    No seu discurso, esto presentes as seguintes ideias:o Afirma que o destino h muito decidiu que o valor dos Portugueses vote ao

    esquecimento os feitos dos Assrios, Persas, Gregos e Romanos;o Relembra as vitrias dos Portugueses contra os Mouros e Castelhanos, na senda

    das proezas de Viriato e de Sertrio;o Actualmente, os Portugueses atravessam o Oceano desconhecido num barco

    frgil, mostrando, uma vez mais, a sua bravura;

    o

    O destino sabe que este povo governar, durante muito tempo, o Oriente;

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    o Enuncia as dificuldades passadas pelos Portugueses: passaram o Inverno nomar, esto extenuados e enfrentaram vrios perigos.

    Face ao exposto, anuncia a sua posio: os Portugueses devem ser recebidos comoamigos, em frica, e l podero abastecer a frota de modo a prosseguirem a suaviagem.

    s recomendaes de Jpiter, Baco, movido pelo despeito e pela inveja, contrapeas suas razes: receia que, mal cheguem os Portugueses, as gentes do Orienteesqueam os seus feitos.

    Vnusapoia os Portugueses, porque:o Nutre simpatia por este povo, pelas semelhanas que apresenta com o povo

    romano (descendente de Eneias, seu filho) na guerra e na lngua.o Deseja que o seu culto seja, tambm, celebrado no Oriente.

    O discurso de Marte apresenta alguma parcialidade, pois movido pela antigapaixo por Vnus (o amor antigo o obrigava). Na sua argumentao:

    o Refere o mrito dos Portugueses (esta gente () cuja valia e obras sempreamaste);

    o

    Denuncia os sentimentos baixos que alimentam a posio de Baco (quevem de estamago danado), sobretudo a inveja;o Apela a Jpiter para que, fazendo jus sua firmeza de carcter, mantenha a

    deciso tomada de ajudar os navegadores portugueses.No plano simblico, Vnus representa a civilizao ocidental e o seu desejo de

    expanso para o Oriente; Baco simboliza as foras do Oriente que resistem a essaexpanso e ao domnio que da pode advir. Simbolicamente, Marte, ou o recurso conquista, far pender a balana para o lado dos Portugueses.

    Recursos estilsticos:

    Perfrase: () neto gentil do velhoAtlante

    Designao dada a Mercrio.

    Perfrase: () luzente / Estelfero Plo eclaro Assento

    Designao dada ao Olimpo.

    Vocativo e perfrase: Eternos moradoresdo luzente

    Vocativo com que Jpiter se dirige aosrestantes deuses do Olimpo.

    Perfrase: forte gente / de LusoDesignao dada aos Portugueses.

    Sindoque: ao Mouro Referncia aos Mouros.Sindoque: Castelhano Referncia aos Castelhanos.Perfrase: gente de Rmulo Designao dada aos Romanos.Aliterao: lenho leve Repetio do som consonntico /l/.Perfrase: Hua gente fortssima deEspanha

    Designao dada aos Portugueses.

    Superlativo absoluto sinttico do adjectivoforte: fortssima

    Transmite bem a ideia de grandiosidadee bravura dos Portugueses.

    Aliterao: Mavorte valeroso Repetio do som consonntico /v/.

    Nota:A perfrase desempenha uma importante funo na obra, nomeadamente, no que diz

    respeito:- mtrica;- ao recurso cultura greco-latina;- exaltao pica.

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    INS DE CASTRO

    Os factos narrados neste episdioaconteceram durante o reinado de D. AfonsoIV, aps o triunfo contra os Mouros na

    Batalha do Salado (1340).A estncia 119 consiste numa reflexodo narrador que responsabiliza o Amor pelamorte de Ins de Castro.

    D. Ins encontrava-se em Coimbra. -nos descrito o seu estado de esprito: serena,apaixonada, despreocupada, saudosa do seuamado. A natureza reflecte este estado dealma _ saudosos campos do Mondego.

    Na estncia 122, o poeta d-nos conta dos

    factores que conduziram morte de D. Ins:o As loucuras cometidas devido

    intensa paixo que unia D. Ins e D.Pedro;

    o O murmurar do povo;o O capricho de D. Pedro que se recusava a casar com outra dama.

    O repdio do narrador pelos agentes da condenao de Ins contrasta com asimpatia que ele nutre pela personagem, como podemos constatar atravs daadjectivao:

    Agentes da condenao Ins de Castroo

    horrficos algozeso com falsas e ferozes Razeso duros ministroso av cruel

    o

    fraca dama delicadao tristes e piedosas vozeso olhos piedososo meninos to queridos e

    mimosos

    A interveno de Ins de Castro, pejada de dramatismo, preparada quer pelapiedade que a figura suscita, indefesa perante os algozes, quer pela forma como,banhada em lgrimas, olha os filhos inocentes diante do av cruel. O dramatismoaumenta de tom:

    o Pelos exemplos de proteco s crianas dados pelos animais mais selvagens;o

    Pelo pedido de clemncia de Ins para os filhos. J que o rei mostrara coragemao tirar a vida aos Mouros, deveria agora demonstrar a mesma coragemdando-lhe a vida;

    o Pelo pedido de desterro em nome da sua inocncia;o Pela insinuao de que achar mais piedade entre os animais selvagens do que

    entre os homens;o Pelo refgio comovente na lembrana do amado e no consolo dos filhos.O rei ainda duvida que a sua deciso seja a mais correcta, mas o povo e os

    conselheiros exigem a morte de D. Ins.O narrador no se cobe de condenar a morte de Ins:

    o Na forma como adjectiva os apoiantes da sua morte: peitos carniceiros,brutos matadores, fervidos e irosos;

    o Na comparao do seu caso com outros actos cruis e aberrantes;

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    o Na ironia que subjaz questo: Contra hua dama, peitos carniceiros, /Feros vos mostrais e cavaleiros?.

    Ins de Castro barbaramente executada, num acto cobarde, comparado pelopoeta a outros assassnios terrveis que povoaram as tragdias gregas.

    Em jeito de concluso, Cames mostra a prpria Natureza entristecida diante

    do crime, chorando a morte escura da donzela, perpetuando a fatalidade numa fontepura de onde correm lgrimas em vez de gua, que recordar para sempre taisAmores.

    Recursos estilsticos:

    Perfrase: Lusitana Terra Designa Portugal.Perfrase: () da msera emesquinha / Que despois de sermorta foi Rainha

    Designa D. Ins de Castro

    Vocativo: Tu

    O poeta dirige-se ao amor, o qual aparece

    personificado. ele o causador da morte de D.Ins de Castro.

    Adjectivao de valor negativo: comfora crua, fero amor, spero etirano.

    A adjectivao apresenta o Amor comodevorados insacivel da alegria humana,implacvel nos sacrifcios que exige.

    Emprego da maiscula na grafia dapalavra Amor

    Desta forma, o poeta personifica o amor.

    Metfora: doce fruitoA felicidade comparada a um fruto doce semque seja utilizado um termo comparativo.

    Perfrase: O nome que no peitoescrito tinhas

    Designa D. Pedro.

    Eufemismo: Tirar Ins ao mundo Esta expresso suaviza a ideia de morte.Perfrase: Os que por bom tal feitoali apregoam

    Designa os conselheiros.

    Questo retrica: Que furorconsentiu que a espada fina/ Quepde sustentar o grande peso / Dofuror Mauro, fosse alevantada /Contra hua fraca dama delicada?;Contra hua dama, peitoscarniceiros, / feros vos amostrais e

    cavaleiros?

    As questes retricas encerram umacondenao da deciso real, constituindo umamarca da subjectividade do poeta.

    Comparao: Qual contra a lindaPolycena / () Tais contra Ins osbrutos matadores

    A morte de D. Ins comparada dePolycena atravs do termo comparativoqual.

    Perfrase: Aquele que despois a fezRainha

    Designa D. Pedro.

    Comparao: Assi como a bonina,que cortada / Antes do tempo foi() / Tal est, morta, a plidadonzela

    D. Ins comparada a uma flor cortada antesdo tempo atravs da expresso comparativaassi como () tal.

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    BATALHA DE ALJUBARROTA

    Este episdio pode subdividir-se em quatro partes:1. Antecedentes e preparativos (estncias 12-27);

    2.

    Incio da batalha (estncias 28-29);3. Descrio da batalha (estncias 30-41);4. Vitria (estncias 42-45).

    O narrador comea por criar um clima de terror e de medo diante da incertezado desfecho da batalha e das consequncias medonhas que se adivinham. Em seguida,d-nos conta da ansiedade e nervosismo dos combatentes bem como do seu desejo decombater o medo, mais perigoso do que o prprio perigo. A grande vontade dedominar o inimigo f-los dominar o medo e esquecer-se da importncia da prpriavida.

    Diferentes objectivos movem os dois exrcitos: o Portugus pretende defender o

    seu territrio; o Castelhano movido pelo desejo da conquista.

    Inicia-se a terrvel batalha, sendo muitos os mortos e os feridos. No desenrolarda mesma, destaca-se, pela bravura, D. Nuno lvares Pereira. Do lado castelhano,combatem alguns traidores portugueses, entre os quais os irmos do valente D. Nuno.

    Ao ver as dificuldades que os Portugueses enfrentavam, D. Joo I, Mestre deAvis, incita os seus homens guerra, socorrendo-se das seguintes estratgias:

    o Elogio bravura sem igual dos combatentes;o

    Apelo defesa da liberdade;o Chamada de ateno para o seu exemplo;o Apelo ao patriotismo dos verdadeiros Portugueses.Os guerreiros recuperam o nimo e entregam-se ao combate com mais mpeto,

    revelando toda a sua valentia e vontade de vencer, o que tem como consequncia avitria.

    D. Joo I fica trs dias a festejar esta vitria, enquanto D. Nunes lvares Pereira vaipara o Alentejo em perseguio dos fugitivos.

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    Recursos estilsticos:

    Adjectivao / gradao: horrendo,fero, ingente e temeroso.

    A adjectivao descreve o som da trombetacastelhana numa gradao crescente.

    Hiprbole: Ouviu-o o monte Artabro;Guadiana / atrs tornou de medroso,Ouviu o Douro e a terra Transtagana,correu ao mar o Tejo duvidoso.

    A hiprbole exagera propositadamente os efeitos

    do som da trombeta castelhana para melhordescrever o estado de esprito dos Portugueses.

    Passagem do pretrito perfeito para opresente narrativo.

    Empresta uma maior visualizao ao que sedescreve.

    Hiprbole: Quantos rostos ali se vemsem cor.

    O exagero pretende transmitir o medo sentidoantes da batalha.

    Aiterao: estncia 31.

    Eufemismo e hiprbole: () e a terra,enfim semeia / dos que tanto a desejam

    H aqui um exagero quando o poeta afirma que aterra se encontra coberta com os corpos sem vidados Castelhanos.

    Perfrase: Dos que tanto a desejam,

    sendo alheia

    Designa os Castelhanos.

    Aliterao: J pelo espesso ar osestridentes/ Farpes, setase vriostirosvoam / Debaxo dos ps duros dosardentes/ cavalostreme a terra, osvalessoam / Espedaam-se as lanas, e asfrequentes/ Quedas co as duras armastudo atroam

    Sugere o tropel dos cavalos e os silvos das setasque cruzam o ar.

    Presente histrico / palavrasonomatopaicas: voam; treme;soam; espedaam-se; atroam;recrecem; apouca.

    Permite ao leitor visualizar a batalha.

    Perfrase: reino escuro de Sumano. Designa o inferno.Metfora: fortssimo leo.

    O exrcito castelhano comparado a um leomuito forte, omitindo-se o termo comparativo.

    Sindoque: Masslia (Mauritnia). Refere-se ao Norte de frica.Hiprbole: e deste nico tiro / Muitoslanaram o ltimo suspiro.

    Refora a exaltao do patriotismo e da coragemdo rei.

    Repetio: o Mestre morre ali, morretambm () outro Mestre, os Pereiras() morrem; em cujo corpo a morteentrava, Com mortes, gritos, damorte, da fazenda; a muitosmandam, muitos tambm do vulgo

    vil. Reforam a ideia de mortandade provocadadurante a batalha.Pleonasmo: A multido de gente queperece.Eufemismo: A muitos mandam ver oEstgio lago, Muitos vo () aoProfundo, almas que passam destemundo, deixar a vida.Hiprbole: o temor / Lhe d, no ps,mas asas fugida.

    A hiprbole valoriza a vitria.

    Nota:Todo o episdio narrado num tom hiperblico. Neste caso, a hiprbole serve um

    duplo propsito:

    1.

    Reala a gravidade da situao;2. Reala a grandeza dos acontecimentos.

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    DESPEDIDAS EM BELM

    O tema deste episdio a partida dos marinheiros da praia do Restelo e adespedida dos seus familiares e amigos. D. Manuel comea por aludir o patriotismodos marinheiros (com mais amor se apercebessem) e o nimo com que devem resistir

    a todas as dificuldades (trabalhos).Em seguida, feita uma localizao espacio-temporal da aco e assistimos aoalvoroo que antecede a partida. As naus esto prontas e os marinheiros renem-se, emorao, na ermida de Nossa Senhora de Belm.

    As estncias seguintes do-nos conta do sofrimento dos que partem e dos queficam. Vasco da Gama, emocionado (apenas nos meus olhos ponho o freio), d-nos aconhecer a dvida e o receio que ele prprio sentiu no momento da partida.

    O narrador refere ainda a multido que veio assistir partida e que viveantecipadamente a saudade e a tristeza (saudosos na vista e descontentes). A dor dosque ficam ganha dramatismo nos suspiros dos homens e no choro das mulheres,mes, esposas e irms, assaltadas pelo desespero e pelo medo de no voltarem a ver

    aqueles que amam.

    Assistimos ao discurso de uma me, figura colectiva, smbolo da velhice que seabandona. As suas palavras so de incompreenso e perplexidade perante o abandono

    a que votada pelo filho aventureiro que embarca para a morte. Em seguida, fala umaesposa, tambm uma figura colectiva, cujo discurso deixa transparecer a dor sentidadevido separao. Trata-se de um belo discurso de amor conjugal, cheio de ternura eresponsabilidade (Porque is aventurar em mar iroso / Essa vida que minha e no vossa?).

    A dor dos que partem ampliada pela viso de dor dos que ficam, o que fazapressar a partida para evitar desistncias.

    Por fim embarcam e Vasco da Gama ordene que no se faam despedidashabituais, pois acredita que, desta forma, diminui o sofrimento dos que partem e dosque ficam.

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    Recursos estilsticos:

    Perfrase: Que o nome tem da terra,ra exemplo, / Donde Deus foi em

    carne ao mundo dado.Designao dada a Belm.

    Apstrofe: rei.Vasco da Gama dirige-se ao rei de Melinde a quemconta a histria de Portugal e de parte da suaviagem.

    Interrogaes retricas: Porque medeixas msera e mesquinha? / Porque demi te vas, ou filho caro, / A fazer ofunreo enterramento / Onde sejas de

    pexes mantimento?; Porque isaventurar ao mar iroso / Essa vida que minha e no vossa? / Como, por umcaminho duvidoso, / Vos esquece aafeio to doce nossa? / Nosso amor,

    nosso vo contentamento, / Quereis quecom as velas leve o vento?.

    Exprimem a violncia dos sentimentos.

    Vocativo: filho; filho caro; doce e amado esposo.

    Exprime a violncia dos sentimentos.

    Adjectivao: saudosos;descontentes; virtuosa; diligentes;longo () e duvidoso; piadoso;temeroso; frio.

    Exprime a emoo dos que ficam.

    Personificao: Os montes de maisperto respondiam, / Quase movidos dealta piedade; / A branca areia aslgrimas banhavam, Que em multido co

    elas se igualavam.

    A natureza associa-se dor que os homens sentem.Nesta estncia, estamos perante o clmax daexpresso do sofrimento.

    Pretrito perfeito: partimos, viemos,determinei, etc.

    Exprime uma sucesso de aces momentneas.

    Alm dos recursos estilsticos inventariados h ainda a assinalar a alternnciade planos ao longo de todo o episdio. Ora vejamos:1. Plano de conjunto:

    1.1- a gente da cidade;1.2- as gentes.

    2. Plano de pormenor:2.1- as mulheres:

    2.1.1- mes;2.1.2- esposas;2.1.3-irms;

    2.2- os homens.3. Grande plano:

    3.1- a me;3.2- a esposa.

    4. Plano de conjunto:3.1- os velhos;3.2-os meninos;3.3- os montes.

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    OGIGANTE ADAMASTOR

    Cinco dias aps a paragem na Baa de Santa Helena, a armada chega ao Cabodas Tormentas e surpreendida pelo aparecimento de uma figura mitolgica criadapor Cames _ Adamastor. Vrias manifestaes indiciam o aparecimento do gigante:

    o

    Subitamente, nos ares surge uma nuvem, temerosa e carregada que o cuescurece;o O mar brame ao longe como se desse em vo nalgum rochedo.

    Estes indcios de perigo iminente, que tolhem de medo osmarinheiros (arrepiam as carnes e o cabelo), levam Vasco daGama a invocar o nome de Deus. O heri surge, assim, humanizadodiante do perigo e do desconhecido.

    O gigante Adamastor descomunal (figura robusta evlida, disforme e grandssima estatura, to grande era demembros, Colosso) e assustadora (rosto carregado, barbaesqulida, olhos encovados, postura medonha e m, cor

    terrena e plida, os cabelos crespos e cheios de terra, bocanegra, dentes amarelos).As primeiras palavras de Adamastor acabam por ser um elogio aos

    Portugueses:

    o Pela ousadia que os coloca acima de outros povos;o Pela sua persistncia;o Pela proeza de terem cruzado mares desconhecidos (Nunca arados de

    estranho ou prprio lenho).Em seguida, o gigante profetiza:

    o A tempestade que h-de fustigar a armada de Pedro lvares Cabral;o

    O naufrgio de Bartolomeu Dias;o Muitos outros naufrgios;o Naufrgio e morte de D. Francisco de Almeida;o Naufrgio de Seplveda.

    Note-se que todas estas profecias sopost-eventum, uma vez que as desgraas aque Adamastor se refere j tinham acontecido quando Cames escreveu Os Lusadas.

    A pedido de Vasco da Gama, o gigante revela a sua identidade e inicia o relatoda sua histria. Esta interpelao no inocente, pois Adamastor representa odesconhecido, o mistrio e o medo que lhe est associado. Com a revelao da suaidentidade tudo isto desaparece. Passa-se do desconhecido ao conhecido.

    Quando inicia a sua histria, o gigante humaniza-se o que perceptvel desdelogo na voz pesada e amara, longe do tom horrendo e grosso com queamedrontara os marinheiros. Note-se ainda como se apequena, dominado pelosofrimento: Da mgoa e da desonra ali passada, de meu pranto e de meu mal,chorando andava meus desgostos, mais dobradas mgoas, cum medonho choro.

    No seu discurso, Adamastor revela a sua identidade e inicia o relato da suahistria. Apaixonara-se pela bela ninfa Thtis que o rejeitara, porque era feio(grandeza feia do seu gesto). Decidiu, ento, tom-la por armas e contou o seupropsito a Dris, me de Thtis. Esta vai servir de intermediria entre o gigante e aninfa. A resposta de Thtis ambgua, mas ele acredita na sua boa f. Quando, umanoite, julgava abraar e beijar a ninfa, achou-se agarrado a um monte e viu-se eleprprio transformado noutro monte (junto dum penedo, outro penedo). Tambm os

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    deuses o traram, transformando-o num cabo sempre rodeado pela amada (o mar) semnunca lhe poder tocar.

    Geograficamente, o Adamastor o Cabo das Tormentas (Eu sou aquele ocultoe grande Cabo / A quem chamais vs outros Tormentrio); na mitologia, o temvelgigante vencido pelo amor a Ttis; simbolicamente, representa os obstculos, as

    dificuldades a vencer, os perigos do mar, as foras do mal, o desconhecido. A vitria deVasco da Gama representa a passagem do desconhecido ao conhecido, a superao domedo, a derrota das foras do mal.

    Recursos estilsticos

    Gerndio: cortando, assoprando,estando, vigiando.

    Caracteriza a serenidade anterior ao aparecimentode Adamastor.

    Presente do indicativo: escurece,aparece, brada, vinha.

    Caracteriza a alterao sofrida no ambiente vivido,preconizando o aparecimento do gigante.

    Campo lexical de escuro: noite,nuvem, escurece, temerosa,carregada, negro.

    Cria um terror visual e predispe desgraa.

    Aliterao: Bramindo, o negro mar delonge brada

    O temor decorrente da viso da nuvem reforadoatravs de uma sensao auditiva desagradvel.

    Metfora: Nunca arados de estranho ouprprio lenho

    A travessia do mar comparada ao lavrar da terra,tendo sido omitido o termo comparativo.

    Grau superlativo absoluto sinttico:grandssima estatura; estranhssimocolosso

    Pe em evidncia o tamanho colossal do gigante,nunca visto at ento.

    Perfrase e sindoque: E vero mais osolhos que escaparem / De tanto mal, detanta desventura.

    Designa os sobreviventes do naufrgio.

    Eufemismo: Abraados, as almas

    soltaro / Da fermosa e misrrimapriso. Os versos transcritos suavizam a ideia de morte.Perfrase: Contra o que vibra os raios deVulcano

    Designa Jpiter.

    Perfrase: alta esposa de Peleu. Designa Thtis.

    Gradao: Ou fosse monte, nuvem,sonho ou nada.

    Adamastor comea por referir algo material _ omonte; depois afirma-se nuvem, que emboramaterial menos palpvel do que o monte; passa adizer-se sonho, portanto algo imaterial; por fim o zero absoluto, o aniquilamento _ nada.

    Para alm dos recursos estilsticos mencionados, h ainda que considerar a

    tcnica dos contrastes:

    - cinco sis - hua nuvem que os ares escurece-prosperamente os ventos assoprando - mas hua nuvem- aspecto gigantesco de Adamastor - pequenez humana- tom de voz horrendo e grosso - voz pesada e amara- profecias trgicas - histria de amor- Adamastor ameaa e intimida - Adamastor que ama e chora- fora brutal do gigante - fragilidade da ninfa- violncia - suavidade amorosa

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    TEMPESTADE

    A narrativa prossegue com o relato da viagem pela voz do narrador de OsLusadas, como se pode verificar pelo uso da terceira pessoa.

    Rebentada a tempestade, uma personagem ganha protagonismo _ o Mestre.

    Determinado, orienta a tripulao gritando e repetindo as suas ordens, acima dobarulho da tempestade.O poeta descreve a fora dos elementos:

    o A fora dos ventos;o O movimento assustador das ondas;o O relampejar na noite negra.

    Os efeitos da tempestade so visveis:o Nos estragos feitos nas embarcaes: destruio das velas e dos mastros e

    inundao das naus;o No comportamento dos seres vivos: o canto triste dos pica-peixes e o refgio

    dos golfinhos no fundo do mar;

    o

    Na destruio da natureza: montes destrudos, rvores arrancadas, areiasrevolvidas.Vasco da Gama , de novo, o heri humano, confuso de temor, receoso pela

    sua vida, que pede ajuda a Deus. A sua splica assenta em trs pontos:o O reconhecimento da omnipotncia divina e das suas intervenes;o O objectivo de dilatao da f que anima a viagem;o O facto de ser prefervel uma morte herica e reconhecida por todos, em frica,

    a combater pela f crist, do que um naufrgio annimo.Apesar desta splica, a tempestade continua a fustigar violentamente a armada.

    ento que Vnus decide interceder pelos Portugueses e ordena s ninfas que coloquemgrinaldas na cabea e abrandem a fora dos ventos.

    A tempestade termina e os Portugueses avistam a ndia.

    Nota:Esta tempestade nunca ocorreu. Com a sua introduo na obra, Cames amplia

    as dificuldades sentidas, valoriza o esforo dos heris, tornando mais alta a sua glria.

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    Recursos estilsticos:

    Modo imperativo: Amaina, Alija,no falte, Vo.

    Mostra a determinao do Mestre que orientaa tripulao durante a tempestade.

    Hiprbole: Os ventos eram tais / Se

    pra derribar ento vieram / afortssima Torre de Babel; Agorasobre as ondas os subiam / as ondasde Neptuno furibundo; / Agora a verparece que deciam / As ntimasesntranhas do Profundo; A noitenegra e feia se alumia / cos raios emque o Plo todo ardia.

    A hiprbole revela a fora terrvel dos ventos,o movimento das ondas e a luminosidadeprovocada pelos relmpagos.

    Conjugao perifrstica: vinharefrescando; amos alagando.

    Sugere o progressivo agravamento dasituao.

    Superlativo absoluto sinttico:

    fortssima; altssimos. Sugere a violncia da tempestade.Adjectivao expressiva: mpetocruel; gritos vos; ondas deNeptuno furibundo; noite negra efeia; furiosasguas; relmpagos() fulminantes; vento bravo;frias indinadas.

    Sugere a violncia da tempestade.

    Bibliografia: Cabral, Avelino Soares, Cadernos de Portugus, Edies Sebenta. Verssimo, Artur (coordenao), Ser em Portugus 9, Areal Editores, 2004.