simulação de afundamentos de tensão
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
ANÁLISE COMPARATIVA DE RESULTADOS DE
SIMULAÇÃO DE AFUNDAMENTOS DE TENSÃO
UTILIZANDO PROGRAMAS DE CURTO-CIRCUITO E DE
TRANSITÓRIOS ELETROMAGNÉTICOS
JOSÉ ADRIANO MENDES SILVA
ITAJUBÁ, OUTUBRO DE 2004
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
ANALISE COMPARATIVA DE RESULTADOS DE
SIMULAÇÃO DE AFUNDAMENTOS DE TENSÃO
UTILIZANDO PROGRAMAS DE CURTO-CIRCUITO E DE
TRANSITÓRIOS ELETROMAGNÉTICOS
JOSÉ ADRIANO MENDES SILVA
Dissertação submetida à Coordenação de Pós-Graduação em
Engenharia Elétrica – CPG-E da UNIFEI, como requisito para a
obtenção do título de Mestre em Ciências em Engenharia Elétrica.
ORIENTAÇÃO: Dr. JOSÉ MARIA DE CARVALHO FILHO UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
CO-ORIENTAÇÃO: Dr. JOSÉ POLICARPO G. DE ABREU
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
ITAJUBÁ, OUTUBRO DE 2004
i
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho
de forma muito carinhosa
a minha esposa Rosi, e filhos, Leandro,
Paula e Alexandre, que sempre estiveram
ao meu lado, mesmo nos momentos
difíceis.
ii
AGRADECIMENTOS
• Agradeço a DEUS por todas as oportunidades.
• À Diretoria de Produção e Transmissão da Centrais Elétricas Matogrossenses S.A - CEMAT, pela possibilidade em realizar este trabalho.
• Aos professores José Maria de Carvalho Filho e José Policarpo G. de Abreu, pelo trabalho de orientação e ensinamentos dispensados.
• Aos colegas da CEMAT, Dirceu, Daniel, Francisco Irisnaldo, Antonio Carlos, Bambirra e Claúdio pela colaboração neste trabalho.
• Aos colegas da UNIFEI, Eder e Thiago que muito auxiliaram na execução do trabalho.
• Aos demais professores do GQEE, que também auxiliaram na pesquisa.
• Às amigas Niza, Mariluce e Esther pela valiosa contribuição na
revisão do trabalho
Sumário iii
SUMÁRIO
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO
1.1 – RELEVÂNCIA DO TEMA............................................................... 01
1.2 – OBJETIVOS E CONTRIBUIÇÕES DA DISSERTAÇÃO............ 02
1.3 – ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO................................................. 04 CAPÍTULO II – VISÃO GERAL SOBRE QUALIDADE DA
ENERGIA ELÉTRICA - QEE
2.1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS........................................................ 07
2.2 – CONCEITOS GERAIS SOBRE QUALIDADE DA ENERGIA ELÉTRICA......................................................................................... 07
2.3 – PRINCIPAIS DISTÚRBIOS NA QUALIDADE DA ENERGIA ELÉTRICA......................................................................................... 11
2.4 – AFUNDAMENTOS DE TENSÃO NO CONTEXTO DA QUALIDADE DA ENERGIA ELÉTRICA..................................... 21
2.5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................ 23 CAPÍTULO III – AFUNDAMENTOS DE TENSÃO
3.1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS........................................................ 24 3.2 – CONCEITOS SOBRE AFUNDAMENTO DE TENSÃO............... 25
3.3 – PARÂMETROS PARA ANÁLISE DE AFUNDAMENTOS DE TENSÃO............................................................................................ 26
Sumário iv
3.4 – AGREGAÇÃO DE FASES E AGREGAÇÃO TEMPORAL DO AFUNDAMENTO DE TENSÃO...................................................... 27
3.5 – MÉTODO CONVENCIONAL DE CARACTERIZAÇÃO DO AFUNDAMENTO DE TENSÃO...................................................... 30
3.6 – ORIGEM DOS AFUNDAMENTOS DE TENSÃO......................... 36
3.7 – VARIÁVEIS DE INFLUÊNCIA DOS AFUNDAMENTOS DE TENSÃO.............................................................................................. 37
3.8 – CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................ 50 CAPÍTULO IV – TÉCNICAS DE SIMULAÇÃO DE
AFUNDAMENTOS DE TENSÃO
4.1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS......................................................... 52
4.2 – SIMULAÇÃO DE AFUNDAMENTOS DE TENSÃO................... 52
4.3 – MÉTODOS DE SIMULAÇÃO DE FALTA.................................... 55
4.4 – MODELOS UTILIZADOS EM PROGRAMAS DE CÁLCULO DE CURTO-CIRCUITO………………………………………… 62
4.5 – MODELOS UTILIZADOS EM PROGRAMAS DE CÁLCULO DE TRANSITÓRIOS ELETROMAGNÉTICOS........................... 73
4.6 – SÍNTESE DAS MODELAGENS DE COMPONENTES UTILIZADAS NO ANAFAS E NO ATP......................................... 79
4.7 – CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................ 82 CAPÍTULO V – PROPOSTA DE METODOLOGIA PARA
ANÁLISE COMPARATIVA DE RESULTADOS DE SIMULAÇÃO DE AFUNDAMENTOS DE TENSÃO
Sumário v 5.1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS........................................................ 84
5.2 – PROPOSTA DE CRITÉRIOS PARA DEFINIÇÃO DOS CASOS A SEREM PROCESSADOS ……...................................... 85
5.3 – PROPOSTA DE CRITÉRIOS PARA REALIZAÇÃO DE SORTEIOS........................................................................................ 90
5.4 – PROPOSTA DE PROCEDIMENTOS PARA COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS.......................................................................... 91
5.5 – PROPOSTA DE PROCEDIMENTOS PARA TRATAMENTO DOS RESULTADOS......................................................................... 94
5.6 – PROPOSTA DE CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DOS PONTOS DE MONITORAÇÃO ……………………………......... 97
5.7 – PROPOSTA DE PROCEDIMENTOS PARA ADEQUAÇÃO DO BANCO DE DADOS DO ATP E ANAFAS.............................. 98
5.8 – CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................ 99 CAPÍTULO VI – ESTUDO DE CASO - SISTEMA
ELÉTRICO DO ESTADO DE MATO GROSSO
6.1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS........................................................ 101
6.2 – CONSIDERAÇÕES SOBRE O SISTEMA ELÉTRICO DO ESTADO DE MATO GROSSO...................................................... 102
6.3 – MODELAGEM DE COMPONENTES UTILIZADA NAS SIMULAÇÕES DO CASO TESTE.................................................. 103
6.4 – CRITÉRIOS PARA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS RESULTADOS DE SIMULAÇÃO.................................................. 105
6.5 – SIMULAÇÃO DE CASOS ALEATÓRIOS..................................... 110
Sumário vi 6.6 – ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DOS TIPOS DE FALTA................ 115
6.7 – ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DA MODELAGEM DE GERADORES..................................................................................... 140
6.8 – ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DO REGULADOR DE TENSÃO DA UTE CUIABÁ ………………………………………................. 147
6.9 – ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS CASOS SIMULADOS ATRAVÉS DE SORTEIO................................................................. 153
6.10 – CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................... 158 CAPÍTULO VII – CONCLUSÕES E SUGESTÕES
7.1 – CONCLUSÕES................................................................................... 162
7.2 – SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS............................ 166
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................... 168 APÊNDICES.............................................................................................. 179
Lista de Figuras vii
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 – Principais distúrbios associados a QEE.................................. 12
Figura 3.1– Tensão eficaz durante a ocorrência de um afundamento de tensão...................................................................................... 26
Figura 3.2 – Afundamento de Tensão em duas fases.................................. 28
Figura 3.3 – Definição de intensidade e duração de afundamento de tensão...................................................................................... 30
Figura 3.4 – Caracterização de afundamentos de tensão segundo a UNIPEDE............................................................................... 32
Figura 3.5 – Caracterização de afundamentos de tensão segundo a NRS-048.......................................................................................... 33
Figura 3.6 – Caracterização de um afundamento de tensão não retangular................................................................................
34
Figura 3.7 – Tipos de afundamentos de tensão.......................................... 36 Figura 3.8 – Área de influência da localização da falta.............................. 40 Figura 3.9 – Representação esquemática de transformador para análise
de defasamento.......................................................................45
Figura 4.1 – Diagrama simplificado para sistemas radiais......................... 56 Figura 4.2 – Diagrama simplificado para circuitos paralelos..................... 58 Figura 4.3 – Diagrama unifilar, método do curto-deslizante...................... 59 Figura 4.4 – Representação de gerador - seqüência positiva...................... 62 Figura 4.5 – Representação de gerador- seqüência zero............................. 64
Lista de Figuras viii Figura 4.6 – Representação de linha de transmissão.................................. 65 Figura 4.7 – Representação simplificada de linha de transmissão.............. 65 Figura 4.8 – Representação de transformador de dois enrolamentos -
seqüência positiva................................................................... 66 Figura 4.9 – Representação de transformador de dois enrolamentos -
seqüência zero......................................................................... 67 Figura 4.10 – Representação de transformador de três enrolamentos -
seqüência positiva................................................................... 68 Figura 4.11 – Representação de transformador de três enrolamentos -
seqüência zero......................................................................... 69 Figura 4.12 – Representação da carga - impedância constante..................... 70 Figura 4.13 – Representação de capacitor série............................................ 71 Figura 4.14 – Representação de capacitor e reator de barra- seqüência
positiva.................................................................................... 72 Figura 4.15 – Representação de capacitor e reator de barra - seqüência
zero......................................................................................... 73 Figura 4.16 – Representação de linha de transmissão- parâmetros
distribuídos............................................................................. 76 Figura 4.17– Representação de transformador............................................ 77 Figura 5.1– Tamanho da Amostra, Intervalo de Confiança e Margem de
Erro......................................................................................... 85 Figura 5.2 – Tamanho da LT, Tipo de falta e Resistência de falta -
Sorteio por Monte Carlo......................................................... 90 Figura 5.3 – Oscilografia das Tensões - Falta Fase-Terra.......................... 93 Figura 5.4 – Valor eficaz (RMS) - Falta Fase-Terra................................... 93
Lista de Figuras ix Figura 6.1 – Diagrama unifilar simplificado do sistema............................. 102 Figura 6.2 – Distribuição das divergências entre o ATP e ANAFAS -
Todos Valores de Tensão....................................................... 112 Figura 6.3 – Distribuição das divergências entre o ATP e ANAFAS –
Somente Afundamentos de Tensão........................................ 113 Figura 6.4 – Histograma das intensidades dos afundamentos de tensão.... 113
Figura 6.5 – Distribuição das divergências entre o ATP e ANAFAS –Todos valores de Tensão........................................................ 118
Figura 6.6 – Distribuição das divergências entre ATP e ANAFAS -
Somente Afundamentos de Tensão........................................ 118 Figura 6.7 – Histograma das intensidades dos afundamentos de tensão-
Faltas FT sólidas.....................................................................119
Figura 6.8 – Distribuição das divergências entre o ATP e ANAFAS -
Todos os Valores de Tensão................................................... 122 Figura 6.9 – Distribuição das divergências entre ATP e ANAFAS -
Somente Afundamentos de Tensão........................................ 122 Figura 6.10 – Histograma das intensidades dos afundamentos de tensão-
Faltas FT 25 Ω........................................................................ 123 Figura 6.11– Distribuição das divergências entre o ATP e ANAFAS -
Todos os Valores de Tensão................................................... 125 Figura 6.12 – Distribuição das divergências entre ATP e ANAFAS -
Somente Afundamentos de Tensão........................................ 126 Figura 6.13 – Histograma das intensidades dos afundamentos de tensão-
Faltas FF................................................................................. 126 Figura 6.14 – Distribuição das divergências entre o ATP e ANAFAS -
Todos os Valores de Tensão................................................... 130 Figura 6.15 – Distribuição das divergências entre ATP e ANAFAS -
Somente Afundamentos de Tensão........................................ 130
Lista de Figuras x Figura 6.16 – Histograma das intensidades dos afundamentos de tensão-
Faltas FFT sólidas..................................................................131
Figura 6.17 – Distribuição das divergências entre o ATP e ANAFAS -
Todos os valores de Tensão................................................... 134Figura 6.18 – Distribuição das divergências entre ATP e ANAFAS -
Somente Afundamentos de Tensão........................................ 134 Figura 6.19 – Histograma das intensidades dos afundamentos de tensão -
Faltas FFT 25 Ω...................................................................... 135 Figura 6.20 – Distribuição das divergências entre o ATP e ANAFAS -
Todos os Valores de Tensão................................................... 138 Figura 6.21 – Distribuição das divergências entre o ATP e ANAFAS -
Somente Afundamentos de Tensão........................................ 138 Figura 6.22 – Histograma das intensidades dos afundamentos de tensão -
Faltas FFF...............................................................................139
Figura 6.23 – Comparação entre as intensidades dos afundamentos de
tensão - Sinop 13,8 kV.......................................................... 150 Figura 6.24 – Comparação entre as intensidades dos afundamentos de
tensão - Quatro Marcos 138 kV.............................................. 150 Figura 6.25 – Comparação entre as intensidades dos afundamentos de
tensão - Coxipó 138 kV..........................................................150
Figura 6.26 – Detalhe da tensão na fase A - Sinop 13,8 kV......................... 151 Figura 6.27 – Detalhe da tensão na fase A - Quatro Marcos 138 kV........... 152 Figura 6.28 – Detalhe da tensão na fase A - Coxipó 138 kV........................ 152 Figura 6.29 – Valores Médios dos Afundamentos de Tensão nos pontos
de Monitoração....................................................................... 154 Figura 6.30 – Desvio Padrão nos pontos de Monitoração............................ 155 Figura 6.31 – Número de Afundamentos de Tensão por ponto de
Monitoração............................................................................ 156
Lista de Figuras xi Figura 6.32 – Intensidade dos Afundamentos de Tensão em Rondonópolis
230 KV................................................................................... 156 Figura 6.33 – Intensidade dos Afundamentos de Tensão em Rondonópolis
138 KV................................................................................... 157 Figura 6.34 – Intensidade dos Afundamentos de Tensão em Rondonópolis
13.8 KV................................................................................. 157
Lista de Tabelas xii
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 – Classificação Geral dos Distúrbios de QEE........................... 13
Tabela 3.1 – Taxa de falhas em LTs nos EUA [13].................................... 39 Tabela 3.2 – Taxa de falhas em LTs no BRASIL [11]. ............................. 39
Tabela 3.3 – Exemplo da influência da tensão pré-falta............................. 43 Tabela 3.4 – Efeito das conexões de transformadores no cálculo dos
afundamentos de tensão......................................................... 46 Tabela 3.5 – Tempos típicos de atuação da proteção em sistemas de
transmissão............................................................................. 48 Tabela 3.6 – Tempos típicos de atuação da proteção em sistemas de
distribuição............................................................................. 49 Tabela 4.1 – Modelos do ANAFAS para estudos de Afundamentos de
Tensão.................................................................................... 80 Tabela 4.2 – Modelos do ATP para estudos de Afundamentos de
Tensão.................................................................................... 81 Tabela 5.1 – Tabela ATP com valores de afundamentos de tensão............ 95
Tabela 5.2 – Tabela do ATP com estatísticas calculadas............................ 95 Tabela 5.3 – Tabela de divergências de Afundamentos de tensão.............. 97
Tabela 6.1 – Pontos de monitoração de afundamentos de tensão............... 106
Lista de Tabelas xiii Tabela 6.2 – Distribuição dos tipos de falta no sistema............................ 107 Tabela 6.3 – Resistências de falta no sistema............................................ 107
Tabela 6.4 – Tensões Pré-Falta no ANAFAS e ATP.................................. 109
Tabela 6.5 – Tabela com resultados do ATP e ANAFAS........................... 110
Tabela 6.6 – Valores médios dos afundamentos e desvio padrão por
ponto de monitoração – ATP................................................. 111 Tabela 6.7 – Valores médios dos afundamentos e desvio padrão por
ponto de monitoração – ANAFAS......................................... 111 Tabela 6.8 – Média das divergências e desvio padrão................................ 112
Tabela 6.9 – Média das divergências e desvio padrão por tipo de falta.... 112
Tabela 6.10 – Eventos com divergências superiores a 10%....................... 114
Tabela 6.11 – Tabela com resultados do ATP e ANAFAS – FT sólidas.... 116
Tabela 6.12 – Valores médios dos afundamentos e desvio padrão por
ponto de monitoração – ATP............................................... 116
Tabela 6.13 – Valores médios dos afundamentos e desvio padrão por ponto de monitoração - ANAFAS........................................ 116
Tabela 6.14 – Média das divergências e desvio padrão para faltas do tipo FT sólidas............................................................................. 116
Tabela 6.15 – Tabela com resultados do ATP e ANAFAS – FT 25Ω........ 119
Tabela 6.16 – Valores médios dos afundamentos e desvio padrão por ponto de monitoração – ATP............................................... 120
Lista de Tabelas xiv Tabela 6.17 – Valores médios dos afundamentos e desvio padrão por
ponto de monitoração - ANAFAS...................................... 120 Tabela 6.18 – Média das divergências e desvio padrão p/ falta tipo FT
com resistência de falta 25 Ω.............................................. 121 Tabela 6.19 – Eventos com divergências maiores que 10% - Faltas FT 25
Ω........................................................................................... 123 Tabela 6.20 – Tabela com resultados do ATP e ANAFAS - FF................. 124
Tabela 6.21 – Valores médios dos afundamentos e desvio padrão por
ponto de monitoração – ATP............................................... 124 Tabela 6.22– Valores médios dos afundamentos e desvio padrão por
ponto de monitoração - ANAFAS........................................ 124 Tabela 6.23 – Média das divergências dos afundamentos e desvio padrão
para faltas do tipo FF............................................................ 125 Tabela 6.24 - Eventos com divergências acima de 10 % - Faltas FF......... 127
Tabela 6.25 – Tabela com resultados do ATP e ANAFAS – FFT sólidas.. 128
Tabela 6.26 – Valores médios dos afundamentos e desvio padrão por
ponto de monitoração - ATP................................................ 128 Tabela 6.27 – Valores médios dos afundamentos e desvio padrão por
ponto de monitoração - ANAFAS........................................ 129
Tabela 6.28 – Média das Divergências e Desvio Padrão para faltas do tipo FFT sólidas.................................................................... 129
Tabela 6.29 – Eventos com divergências acima de 10 % - Faltas FFT
Sólidas.................................................................................. 131
Tabela 6.30 – Tabela com resultados do ATP e ANAFAS – FFT 25 Ω..... 132
Tabela 6.31 – Valores médios dos afundamentos e desvio padrão por ponto de monitoração - ATP................................................ 132
Lista de Tabelas xv Tabela 6.32 – Valores médios dos afundamentos e desvio padrão por
ponto de monitoração-ANAFAS.......................................... 133 Tabela 6.33 – Média das divergências dos afundamentos e desvio
padrão para faltas do tipo FFT - 25 Ω.................................. 133 Tabela 6.34 – Eventos com divergências acima de 10 % - Faltas FFT 25
Ω........................................................................................... 134 Tabela 6.35 – Tabela com resultados do ATP e ANAFAS - FFF............... 135
Tabela 6.36 – Valores médios dos afundamentos e desvio padrão por
ponto de monitoração - ATP................................................ 137
Tabela 6.37 – Valores médios dos afundamentos e desvio padrão por ponto de monitoração - ANAFAS........................................ 137
Tabela 6.38 – Média das divergências e desvio padrão para faltas do tipo FFF....................................................................................... 137
Tabela 6.39 - Valores dos AMTs para faltas FT com o modelo 59........... 142
Tabela 6.40 - Valores dos AMTs para faltas FT com o modelo 14........... 142
Tabela 6.41- Divergência entre valores dos AMTs entre os modelos 59 e 14 para faltas FT............................................................... 143
Tabela 6.42 - Valores dos AMTs para faltas FF com o modelo 59............ 143
Tabela 6.43 - Valores dos AMTs para faltas FF com o modelo 14............ 144
Tabela 6.44 - Divergência entre valores dos AMTs entre os modelos 59 e 14 para faltas FF................................................................ 144
Tabela 6.45 - Valores dos AMTs para faltas FFT 25 Ω com o modelo 59.......................................................................................... 145
Tabela 6.46 - Valores dos AMTs para faltas FFT 25 Ω com o modelo 14.......................................................................................... 145
Lista de Tabelas xvi Tabela 6.47 - Divergência entre valores dos AMTs entre os modelos 59
e 14 para faltas FFT 25Ω...................................................... 146
Tabela 6.48 – Valores dos AMTs, Com e Sem o Regulador de Tensão..... 149
Lista de Símbolos xvii
LISTA DE SÍMBOLOS
QEE – Qualidade da Energia Elétrica
VTCD – Variação de Tensão de Curta Duração
AMT – Afundamento Momentâneo da Tensão
RMS – Média quadrática, valor eficaz
ANAFAS – Programa Análise de Faltas Simultâneas
ATP – Alternative Transient Program
IEEE – Institute of Electrical and Electronics Engineers
PES – Power Engineering Society
IEC – International Electrotechnical Commission
P.U. – Valores por unidade
UNIPEDE – Union of International Producers and Distributors of Elect. Energy
EPRI – Electric Power Research Institute
ELECTROTEK – Electrotek Concepts, Inc.
AT – Alta Tensão
EAT – Extra Alta Tensão
FT – Faltas fase-terra
FF – Faltas fase-fase ou bifásicas
FFT – Faltas fase-fase-terra
FFF – Faltas fase-fase-fase ou trifásicas
AC – Corrente Alternada
DC – Corrente Contínua (Unidirecional)
UTE – Usina Termoelétrica
Lista de Símbolos xviii
PAC – Ponto de acoplamento comum
U.M – Modelo “Universal Machine”
DFT – Discrete Fourier Transformer
NAP – Pontos de afundamentos de tensão por ponto de monitoração
NAT – Número total de afundamentos de tensão
ANAREDE – Programa de Análise de Rede
NRS – Norma Sul Africana
Resumo xix
RESUMO
Esta dissertação apresenta uma proposta de metodologia para a
comparação de resultados de simulação de afundamentos de tensão em sistemas
elétricos, utilizando como ferramentas de análise programas de cálculo de curto-
circuito convencional e de transitórios eletromagnéticos, que usam métodos
bastante distintos de cálculo e de representação dos componentes da rede
elétrica.
O objetivo desta comparação é identificar a ferramenta computacional que
ofereça a possibilidade de simplificação nos procedimentos de cálculo e na
modelagem dos componentes do sistema, mantendo-se a precisão dos resultados
em limites aceitáveis. Com esta simplificação poder-se-ia reduzir
consideravelmente o tempo para execução das simulações, tornando o processo
de análise e decisão mais ágil e eficiente.
Com o objetivo de validar os procedimentos propostos é realizado um
estudo de caso onde a metodologia é aplicada a um sistema real, de uma
concessionária brasileira.
Abstract xx
ABSTRACT
Calculation methods and components representation used by conventional
short-circuit and electromagnetic transients programs are very unlike. The
proposal of this dissertation is to present a methodology for comparing voltage
sags simulation results obtained from the application of those two programs.
The identification of the tool that allows the best simplification, without
loss of accuracy, of the procedures for system components calculation and
modeling is the main goal of this comparison.
The validation of the proposal has been carried out via a case study where
this methodology was applied to a Brazilian utility system.
Capítulo I – Introdução
1
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
1.1 – RELEVÂNCIA DO TEMA
O atual modelo do setor elétrico estabeleceu a criação de um ambiente
competitivo, com o atendimento aos consumidores de acordo com normas e
padrões, procedimentos de rede e legislação definida pelo agente regulador. Os
consumidores, agentes de geração, transmissão e distribuição, interagem neste
ambiente, no qual ficam estabelecidas as responsabilidades no fornecimento da
energia elétrica, através dos Contratos de Suprimento, Uso e Conexão aos
Sistemas de Transmissão e Distribuição.
Nesse modelo, o conhecimento do sistema elétrico, e em particular o
conhecimento da Qualidade da Energia Elétrica (QEE) fornecida, pode ser
considerado como fator estratégico para as empresas, sendo necessário o
acompanhamento e gerenciamento dos indicadores de qualidade, e a
identificação de eventuais violações dos padrões estabelecidos visando à
aplicação das medidas de correção e adequação das anomalias.
O tema envolve tanto os interesses das concessionárias como dos
consumidores e fabricantes, sendo que a melhor solução para minimizar ou
evitar futuros problemas relativos a QEE é a aplicação de medidas preventivas
Capítulo I – Introdução
2
na fase de planejamento e a especificação do sistema elétrico, tanto da
concessionária como do consumidor, através de técnicas gerais de avaliação e
análise. Assim, o conhecimento dos parâmetros, configurações e limitações do
sistema elétrico que possam determinar os níveis de qualidade no fornecimento
da energia são de fundamental importância para as concessionárias como fator
de competitividade e diferenciação na oferta do seu produto aos clientes.
Devido à evolução tecnológica dos equipamentos eletro-eletrônicos, hoje
amplamente utilizados nos diversos segmentos de atividade, sejam eles
industrial, comercial ou residencial, revelou-se um aspecto de vital importância
da QEE, e diz respeito à sensibilidade dessas cargas frente às variações de
tensão de curta duração (VTCDs), inevitáveis nos sistemas elétricos e
resultantes, principalmente, de curtos-circuitos nas redes de transmissão e
distribuição.
Tais distúrbios, conhecidos na literatura internacional como voltage sags
ou voltage dips, e neste trabalho, denominados afundamentos de tensão (AMTs),
representam, atualmente, o principal desafio a ser enfrentado por empresas de
energia, consumidores e fornecedores de equipamentos elétricos de um modo
geral. Ocorrências de AMTs, combinadas com a sensibilidade dos equipamentos
modernos dos consumidores, têm resultado em um número expressivo de
interrupções de processos industriais, com prejuízos para os consumidores e
perda de imagem empresarial para as concessionárias.
1.2 – OBJETIVOS E CONTRIBUIÇÕES DA DISSERTAÇÃO
Os estudos envolvendo afundamentos de tensão são conduzidos a partir da
monitoração das tensões do sistema elétrico ou através da utilização de
metodologias de predição.
Capítulo I – Introdução
3
As metodologias de predição têm como base a utilização de programas
computacionais para o cálculo das intensidades dos afundamentos de tensão, a
utilização dos tempos de sensibilização e a atuação de relés de proteção para
estimar a duração dos AMTs, e a adoção de dados estatísticos de faltas em
linhas de transmissão e distribuição para determinar o número de ocorrência
destes distúrbios.
A utilização de programas computacionais tem se tornado muito eficiente,
considerando o atual estágio de desenvolvimento de hardware, da
disponibilidade de softwares no mercado e da possibilidade de se utilizar os
procedimentos de simulação.
Através da simulação pode-se representar detalhadamente a rede com todos
os componentes do sistema elétrico, tanto para a realização de estudos preditivos
como corretivos, dando suporte aos setores de engenharia no equacionamento e
solução dos problemas identificados.
Neste contexto, esta dissertação objetiva realizar uma análise comparativa
de resultados de simulação de afundamentos de tensão utilizando-se de um
programa de cálculo de transitórios eletromagnéticos e outro de cálculo de
curto-circuito convencional, os quais utilizam métodos de cálculo e de
representação dos componentes da rede elétrica distintos.
Com esta análise comparativa pretende-se avaliar se a utilização de
programas de curto-circuito convencionais para o cálculo de intensidade de
AMTs é uma boa alternativa visando, de um lado, à modelagem mais
simplificada da rede e do outro lado à manutenção da precisão dos resultados
dentro de limites adequados.
Capítulo I – Introdução
4
A utilização de programas computacionais com modelos simplificados é de
vital importância na medida em que, geralmente, há deficiências nos bancos de
dados existentes e dificuldades em se obter modelos complexos dos
componentes, principalmente na fase de planejamento do sistema elétrico.
Normalmente, os modelos são validados somente após o período de
comissionamento, o que torna absolutamente necessário o uso de modelos
simplificados, adotando-se valores típicos na fase anterior.
Uma vez identificada a possibilidade de simplificação para o cálculo de
AMTs, pode-se reduzir os tempos de simulação e, conseqüentemente, os custos
com as horas de engenharia, estudos e análises, tornando o processo de decisão e
de solução dos problemas mais fácil, ágil e eficiente.
Vale esclarecer que para a realização das simulações foi utilizado como
caso teste o sistema elétrico de suprimento do Estado de Mato Grosso e os
programas utilizados foram o ATP e o ANAFAS.
1.3 – ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
Na introdução foram apresentados o assunto em foco, a preocupação e o
interesse das empresas pelas questões relativas a QEE, e também os objetivos, as
contribuições e a estrutura desta dissertação.
No segundo capítulo serão abordados os conceitos gerais e as definições
básicas sobre QEE com enfoques em produto e serviço, e os motivos que
levaram ao recente interesse das concessionárias, consumidores e fabricantes de
equipamentos por este assunto. Serão apresentados os principais distúrbios
vinculados à qualidade: transitórios, variações de tensão de curta e longa
duração, desequilíbrios, distorção da forma de onda, etc. Devido à importância
Capítulo I – Introdução
5
dos afundamentos de tensão, também serão citadas as razões que os colocam em
posição de destaque no contexto da QEE.
No terceiro capítulo constarão conceitos e definições sobre afundamentos
de tensão e as diversas metodologias utilizadas para sua caracterização: métodos
convencionais e o método proposto por Bollen. Também serão apresentadas as
origens e variáveis de influência dos afundamentos de tensão no sistema elétrico
de forma que o leitor possa tomar conhecimento das principais causas,
parâmetros e fatores aleatórios que tornam a sua análise bastante complexa.
Farão parte do quarto capítulo os principais métodos de simulação de
afundamentos de tensão, assim como os modelos mais usuais para representar os
principais componentes do sistema elétrico nos programas de cálculo de curto-
circuito (ANAFAS) e de transitórios eletromagnéticos (ATP).
No quinto capítulo será apresentada uma proposta de metodologia para a
execução de simulações de afundamentos de tensão em sistemas elétricos,
visando posterior comparação de resultados, utilizando-se dos programas de
cálculo de curto-circuito e de transitórios eletromagnéticos seguida dos
seguintes critérios: escolha dos pontos de monitoração, definição dos casos para
simulação, comparação e tratamento dos resultados e adequação dos bancos de
dados.
No sexto capítulo será apresentado um estudo de caso, utilizando-se como
caso teste o sistema elétrico de suprimento do Estado de Mato Grosso. Será
utilizada a metodologia proposta para a comparação de resultados, descrita
capítulo 5. Inicialmente, serão realizadas simulações de casos escolhidos
aleatoriamente através de processo de sorteio das variáveis de interesse, tais
como: localização, tipo e impedância de falta. Posteriormente, para se avaliar a
Capítulo I – Introdução
6
influência de cada tipo de falta, serão realizados processamentos adicionais,
considerando faltas FT, FF, FFT e FFF. Também serão analisadas as influências
da alteração de modelagem de geradores no ATP de algumas usinas importantes
do sistema, bem como a modelagem do regulador de tensão na UTE Cuiabá.
As conclusões deste trabalho, serão apresentadas no sétimo capítulo
incluindo as propostas para o desenvolvimento de trabalhos futuros.
Encerrando, serão apresentadas as referências bibliográficas, classificadas
em: publicações em conferências, publicações em periódicos, teses e
dissertações, normas, e outras referências. Nos apêndices consta a relação dos
casos simulados no caso teste com a localização, o tipo e a impedância de falta e
o diagrama unifilar do sistema elétrico de suprimento do Estado de Mato
Grosso.
Capítulo II – Visão Geral sobre a Qualidade da Energia Elétrica- QEE
7
CAPÍTULO II
VISÃO GERAL SOBRE QUALIDADE DA
ENERGIA ELÉTRICA - QEE
2.1– CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Neste capítulo serão abordados os conceitos gerais e as definições básicas
sobre qualidade da energia elétrica com enfoques em produto e serviço.
Também serão destacados os motivos que levaram ao recente interesse pelo
tema por parte das concessionárias, consumidores e fabricantes de
equipamentos. Serão apresentados os principais distúrbios vinculados à
qualidade, tais como: transitórios, variações de tensão de curta e longa duração,
desequilíbrios, distorções da forma de onda, flutuações de tensão e variações de
freqüência. Devido à importância dos afundamentos de tensão, também citam-se
as razões que os colocam em posição de destaque no contexto da QEE.
2.2 – CONCEITOS GERAIS SOBRE QUALIDADE DA
ENERGIA ELÉTRICA
O consumidor brasileiro, a exemplo do que ocorre mundialmente, tem
aumentado suas exigências quanto à melhoria da qualidade de qualquer produto
Capítulo II – Visão Geral sobre a Qualidade da Energia Elétrica- QEE
8
ou serviço ao qual tenha acesso. Com a energia elétrica não poderia ser
diferente, pois é um ingrediente indispensável para a sociedade moderna. Além
de oferecer meios para que a população tenha melhor qualidade de vida,
representa insumo básico para a maioria das atividades comerciais e industriais,
sendo considerada como vetor de propulsão para a produção e o
desenvolvimento do país. Assim sendo, considerando o grau de importância para
toda a sociedade, a energia elétrica pode ser tratada sob dois enfoques distintos:
como produto, e como serviço.
O grande desafio para as empresas é a geração, transmissão, distribuição e
comercialização do produto energia elétrica, como também a prestação do
serviço com qualidade. Sendo muito citada nos meios de comunicação e na
literatura técnica, é oportuno refletir, sobre os conceitos básicos inerentes ao
termo “qualidade”, devido a sua abrangência.
• qualidade é satisfazer os clientes;
• qualidade é preencher os requisitos colocados pelos clientes;
• qualidade é atender as solicitações dos clientes, procurando maximizar
sua satisfação, com menor custo e em menor prazo;
• qualidade é combinar características de produtos e serviços referentes
a marketing, engenharia, produção e manutenção, através das quais produtos e
serviços em uso corresponderão às expectativas do cliente.
Aplicando os conceitos apresentados à qualidade da energia elétrica,
conclui-se que a qualidade da prestação do serviço de distribuição de energia
elétrica pode ser medida através de três indicadores básicos [36] e [38]:
• qualidade do atendimento;
• qualidade do serviço;
Capítulo II – Visão Geral sobre a Qualidade da Energia Elétrica- QEE
9
• qualidade do produto.
É natural que além dos indicadores citados, fatores como segurança,
satisfação dos clientes, impacto ao meio ambiente e custos complementam a
avaliação da qualidade da energia elétrica.
Define-se, então, que um serviço de fornecimento de energia é de boa
qualidade, quando garante, a custos viáveis, o funcionamento seguro e confiável
de equipamentos e processos, sem afetar o meio ambiente e o bem estar das
pessoas [1].
Observa-se que o conceito apresentado integra os aspectos sociais,
ambientais, técnicos e econômicos.
A qualidade do atendimento aborda o aspecto comercial que trata das
relações do cotidiano entre o cliente e o fornecedor de energia; e o atendimento
de emergência, que contempla as solicitações do consumidor, quando da
ocorrência de contingências na rede elétrica. De modo geral, a qualidade do
atendimento diz respeito à presteza e à eficiência do atendimento pela
concessionária.
A qualidade do serviço é medida segundo a continuidade do
fornecimento da energia elétrica. Assim sendo, do ponto de vista ideal, a
qualidade de serviço deveria oferecer continuidade plena e oferta ilimitada de
energia elétrica.
A qualidade do produto diz respeito à conformidade do produto energia
elétrica, que pode ser interpretada como a capacidade do sistema elétrico em
fornecer energia com tensões equilibradas e sem deformações de forma de onda
[36]. Do ponto de vista ideal, seria a disponibilidade de energia elétrica com
tensões senoidais, equilibradas e com amplitude e freqüência constantes.
Capítulo II – Visão Geral sobre a Qualidade da Energia Elétrica- QEE
10
Os desvios do conceito ideal do produto energia elétrica apresentados, são
tratados, internacionalmente sob o título de Power Quality e Voltage Quality,
sendo que este último, no âmbito da CIGRE. No Brasil o assunto vem sendo
tratado sob a denominação de Qualidade da Energia Elétrica (QEE).
A questão da qualidade, associada ao produto energia elétrica, apresenta
características bastante específicas, uma vez que o processo de produção,
transporte, distribuição e também o consumo da energia elétrica ocorrem,
simultaneamente, num sistema físico cada vez mais complexo, sendo que cada
fase do processo pode afetar e ser afetada pelas demais [1].
O estabelecimento de indicadores para controle e avaliação do produto
energia elétrica é bastante complexo e apresenta peculiaridades técnicas que
dificultam seu tratamento de forma simples [38]. Dentre as particularidades
mencionadas podem-se destacar:
• caráter aleatório nas ocorrências de distúrbios de QEE;
• inevitabilidade técnica de ocorrências desses distúrbios;
• variado nível de sensibilidade dos consumidores, pois cada consumidor
percebe a qualidade da energia de forma diferenciada;
• dificuldade de executar controle prévio da QEE, como ocorre com
outros produtos, visto que a geração, transmissão, distribuição e
consumo da energia ocorrem simultaneamente;
• extensa área de vulnerabilidade do sistema elétrico, representado por
milhares de quilômetros de linhas aéreas de transmissão, sub-
transmissão e distribuição.
Capítulo II – Visão Geral sobre a Qualidade da Energia Elétrica- QEE
11
2.3 – PRINCIPAIS DISTÚRBIOS NA QUALIDADE DA
ENERGIA ELÉTRICA
A Qualidade da Energia Elétrica - QEE refere-se a uma ampla variedade
de fenômenos eletromagnéticos conduzidos que caracterizam a tensão e a
corrente num dado tempo e local do sistema elétrico [63 ] e [37].
A Qualidade da Energia em uma determinada barra é adversamente
afetada por uma ampla variedade de distúrbios :
• Transitórios (impulsivos e oscilatórios);
• Variações de Curta Duração (interrupções transitórias, afundamentos de
tensão e saltos de tensão);
• Variações de Longa Duração (interrupções sustentadas, subtensões e
sobretensões);
• Desequilíbrios;
• Distorção de Forma de Onda (harmônicos, corte de tensão, ruído, etc.);
• Flutuações de tensão;
• Variações de freqüência.
A figura 2.1 mostra os principais distúrbios envolvendo a QEE.
Capítulo II – Visão Geral sobre a Qualidade da Energia Elétrica- QEE
12
Figura 2.1- Principais distúrbios associados a QEE
onde:
a - tensão senoidal e - interrupção
b- transitório impulsivo f- elevação de tensão
c- transitório oscilatório g- harmônico
d- afundamento de tensão h- corte de tensão
Na tabela 2.1, são apresentadas as categorias, durações e magnitudes
típicas para os distúrbios de QEE [63] e [37]. Para os distúrbios apresentados
tanto na figura 2.1 como na tabela 2.1, busca-se aplicar uma das propostas de
terminologia nacional para o assunto [4].
Capítulo II – Visão Geral sobre a Qualidade da Energia Elétrica- QEE
13
Tabela 2.1 - Classificação Geral dos Distúrbios de QEE
CATEGORIAS DURAÇÕES MAGNITUDES
TRANSITÓRIOS
Impulsivos 50 ns - 1 ms –
Oscilatórios 5 μs - 50 ms 0 - 8 p.u.
VARIAÇÕES DE CURTA DURAÇÃO
Interrupção Transitória 0,5 ciclo - 1 minuto < 0,1 p.u.
Afundamento de Tensão idem 0,1 - 0,9 p.u.
Elevação de Tensão idem 1,1 - 1,8 p.u.
VARIAÇÕES DE LONGA DURAÇÃO
Interrupção Sustentada >1 minuto. 0,0 p.u.
Subtensões idem 0,8 - 0,9 p.u.
Sobretensões idem 1,1 - 1,2 p.u.
Desequilíbrios estado permanente 0,05 - 0,02 p.u.
DISTORÇÃO DE FORMA DE ONDA
Harmônicos estado permanente 0 -0,2 p.u.
Corte de Tensão idem –
Ruído idem 0 - 0,01 p.u.
Flutuação de Tensão intermitente 0,001 - 0,07 p.u.
Variações de Freqüência < 10 s –
Embora reconhecendo o amplo conhecimento destes fenômenos por
especialistas, por questões de conformidade de texto e do intrínseco caráter
Capítulo II – Visão Geral sobre a Qualidade da Energia Elétrica- QEE
14
didático da dissertação, faz-se mister apresentar, ainda que breves, definições de
cada tipo de distúrbio apresentado na tabela 2.1.
2.3.1 – TRANSITÓRIOS [63] E [37]
O termo “transitório” tem sido usado, há longo tempo para análise de
fenômenos em sistemas de potência, caracterizando aqueles eventos indesejáveis
no sistema elétrico que são de natureza momentânea. De forma geral, os
transitórios, podem ser classificados em duas categorias: impulsivos e
oscilatórios.
• Transitórios Impulsivos
O transitório impulsivo é súbito, não provoca alterações nas condições de
estado permanente da tensão ou da corrente; sua polaridade é unidirecional
(positiva ou negativa). A causa mais comum de transitórios impulsivos são as
descargas atmosféricas.
Em razão da alta freqüência, os transitórios impulsivos são amortecidos
rapidamente devido à resistência dos componentes do sistema. Geralmente não
são conduzidos para muito longe do ponto onde foram gerados. Estes
transitórios podem excitar ressonâncias naturais do sistema elétrico e provocar
outros tipos de transitórios como os transitórios oscilatórios.
• Transitórios Oscilatórios
O transitório oscilatório consiste de variações de tensão e de corrente cujos
valores instantâneos mudam de polaridade rapidamente. Os transitórios
oscilatórios ocorrem devido à resposta do sistema elétrico à incidência de
Capítulo II – Visão Geral sobre a Qualidade da Energia Elétrica- QEE
15
transitórios impulsivos, à energização de banco de capacitores, de
transformadores, e também à ferroressonância.
2.3.2 – VARIAÇÕES DE CURTA DURAÇÃO [63] E [37]
Variações de tensão de curta duração são geralmente causadas por faltas
no sistema elétrico e por energização de cargas que absorvem grandes correntes
iniciais. Dependendo da localização da falta e das características de aterramento
do sistema, a falta poderá causar afundamento de tensão, elevação de tensão, ou
interrupção.
As variações de curta duração podem ser divididas em:
• Interrupções Transitórias
Considera-se interrupção, quando a tensão de suprimento decresce a um
valor menor que 0,1 p.u., por um período de tempo que não exceda 1 minuto.
Interrupções podem ser resultados de curto-circuitos no sistema ou de falhas em
equipamentos.
• Afundamentos de Tensão
O afundamento de tensão é caracterizado pela redução do valor eficaz da
tensão entre 0,10 e 0,90 p.u., com duração de 0,5 ciclo a 1 minuto. Está
normalmente associado a curtos-circuitos no sistema, mas pode ser causado
também pela energização de grandes blocos de carga, o que inclui a partida de
grandes motores.
Quando a causa é a ocorrência de curto-circuito, verifica-se geralmente o
afundamento de tensão durante o tempo de permanência da falta, ou seja, desde
o instante inicial do defeito até a completa eliminação do mesmo.
Capítulo II – Visão Geral sobre a Qualidade da Energia Elétrica- QEE
16
• Elevações de Tensão
A elevação de tensão é definida como um acréscimo no valor eficaz da
tensão, com duração de 0,5 ciclo até 1 minuto, com magnitudes típicas de 1,1 a
1,8 p.u.. As elevações de tensão estão normalmente associadas a curtos-circuitos
fase-terra em sistemas isolados ou sistemas aterrados, através de impedâncias de
alto valor, resultando num acréscimo da tensão fase - neutro nas fases sadias. A
elevação de tensão pode também ser causada pela saída súbita de cargas.
2.3.3 – VARIAÇÕES DE LONGA DURAÇÃO [63] E [37]
As variações de longa duração englobam variações do valor RMS da
tensão por um tempo superior a 1 minuto, sendo, portanto, consideradas
distúrbios de regime permanente. São normalmente sobretensões ou subtensões
no sistema, causadas por variações de carga ou por perda de interligações no
sistema elétrico.
As variações de longa duração podem ser classificadas em:
• Sobretensões
Tem-se uma sobretensão quando se verifica o acréscimo do valor eficaz
de tensão acima de 1,10 p.u., por tempo superior a 1 minuto.
Sobretensões podem ter como causa o chaveamento (saída) de grandes
blocos de carga, variação de compensação de reativo (entrada de banco de
capacitores) e ajuste incorreto de tap de transformadores.
Capítulo II – Visão Geral sobre a Qualidade da Energia Elétrica- QEE
17
• Subtensões
São consideradas subtensões os decréscimos do valor eficaz de tensão
abaixo de 0,90 p.u., com duração superior a 1 minuto.
As subtensões são o resultado da ocorrência de eventos que são contrários
àqueles que causam as sobretensões. A entrada de carga, a saída de banco de
capacitores e a sobrecarga em alimentadores são as causas mais comuns de
subtensões no sistema.
• Interrupções Sustentadas
A redução de tensão de suprimento a zero, por um período superior a um
minuto, é considerada interrupção sustentada. Interrupções de tensão com
duração superior a 1 minuto são de natureza permanente e requerem intervenção
manual para restabelecimento do sistema.
2.3.4 – DESEQUILÍBRIO DE TENSÃO [63] E [37]
Desequilíbrio de tensão é o desvio em sistemas trifásicos, dos módulos
e/ou dos ângulos das tensões em relação à condição equilibrada, que é definida
pela igualdade dos módulos e defasagem de 120 graus entre si.
A fonte principal de desequilíbrio de tensão são as cargas monofásicas
conectadas em circuitos trifásicos, queima de fusíveis em uma das fases em
bancos trifásicos e a ausência de transposição completa de linhas de transmissão.
Capítulo II – Visão Geral sobre a Qualidade da Energia Elétrica- QEE
18
2.3.5. – DISTORÇÃO DE FORMA DE ONDA [63] E [37]
Distorção de forma de onda é o desvio, em regime permanente, da forma
de onda da corrente ou tensão em relação ao sinal senoidal puro.
São basicamente quatro os principais tipos de distorção de forma de onda:
• DC Offset
• Corte de Tensão
• Harmônicas .
• Ruídos
• DC offset
A presença de tensão DC ou corrente DC em sistemas AC é denominado
DC offset. Este fenômeno pode ocorrer devido ao efeito de retificação de meia
onda.
Observa-se que corrente contínua em redes de corrente alternada provoca
acréscimo da saturação, sobreaquecimento e redução de vida útil de
transformadores.
• Harmônicas
Harmônicas são tensões ou correntes senoidais que têm freqüências
múltiplas da freqüência fundamental (50 Hz ou 60 Hz). As harmônicas se
somam aos componentes fundamentais de tensões e correntes, causando
distorção na forma de onda.
A distorção harmônica ocorre devido à operação de cargas não lineares no
sistema elétrico tais como: fornos a arco, fornos de indução, máquinas de solda,
conversores estáticos, compensadores estáticos, etc. A distorção harmônica tem
Capítulo II – Visão Geral sobre a Qualidade da Energia Elétrica- QEE
19
aumentado no sistema elétrico devido à aplicação crescente da eletrônica de
potência
O nível de distorção harmônica é quantificado pelo fator de distorção total
de tensão ou corrente.
• Corte de Tensão
O corte é um distúrbio periódico na tensão, causado pela operação normal
dos equipamentos que se utilizam da eletrônica de potência quando a corrente
comuta de uma fase para a outra. Durante este período, ocorre um curto-circuito
momentâneo entre duas fases, provocando a redução súbita da tensão cuja
intensidade depende das impedâncias do sistema. A operação de conversores
estáticos é a causa mais comum para o surgimento do corte de tensão.
• Ruídos
O ruído é um sinal elétrico indesejado, de espectro amplo, de freqüência
(menor do que 200 KHz), superposto à corrente ou tensão nos condutores de
fase ou encontrado nos condutores de neutro. Basicamente, o ruído consiste de
alguma distorção indesejada no sinal elétrico, que não pode ser classificada
como distorção harmônica ou transitória.
Os ruídos em sistemas de potência são causados por equipamentos que
operam com base no princípio do arco elétrico (máquinas de solda) e fontes
chaveadas. Também, os ruídos são freqüentemente resultantes de aterramentos
impróprios.
Os ruídos afetam o desempenho da operação de dispositivos eletrônicos
tais como: microcomputadores e controladores lógicos programáveis.
Capítulo II – Visão Geral sobre a Qualidade da Energia Elétrica- QEE
20
2.3.6 – FLUTUAÇÕES DE TENSÃO [63] E [37]
As flutuações de tensão são variações sistemáticas ou aleatórias no valor
eficaz da tensão, as quais normalmente não excedem o limite especificado de
0,95 a 1,05 p.u..
Qualquer carga que apresentar variações rápidas na demanda de corrente,
principalmente na componente reativa, pode causar flutuações de tensão. Os
fornos a arco, laminadores e máquinas de solda são as cargas que mais geram
flutuações de tensão em sistemas de distribuição e transmissão, sobretudo em
sistemas com baixo nível de curto-circuito.
O principal efeito das flutuações de tensão é a cintilação luminosa ou
flicker. Tipicamente, magnitudes pequenas de flutuações de tensão na faixa de
freqüência de 6 Hz a 8 Hz, tais como 0,5%, podem resultar em cintilação
luminosa.
2.3.7 – VARIAÇÕES DE FREQÜÊNCIA [63] E [37]
A freqüência está diretamente relacionada à rotação dos geradores e ao
balanço entre a carga e a geração disponível no sistema. Quando este equilíbrio
dinâmico é alterado, pequenas variações de freqüência vão ocorrer, sendo que a
intensidade do desvio de freqüência e a sua duração dependem das
características da carga e da resposta dos dispositivos de controle de freqüência.
Variações de freqüência que ultrapassam os valores limites das condições
de regime permanente são normalmente causadas por falta no sistema de
transmissão, desconexão de grandes blocos de carga e saída de grandes parques
de geração. No entanto, em condição de operação normal, variações severas de
freqüência são raras em sistemas de potência modernos e interconectados
Capítulo II – Visão Geral sobre a Qualidade da Energia Elétrica- QEE
21
2.4 – AFUNDAMENTOS DE TENSÃO NO CONTEXTO DA
QUALIDADE DA ENERGIA ELÉTRICA
Pesquisas realizadas nos Estados Unidos, patrocinadas pelo EPRI,
identificaram os três distúrbios de QEE que mais têm afetado os consumidores:
harmônicos, transitórios e afundamentos de tensão. Também revelaram que os
afundamentos de tensão são os distúrbios de QEE que mais causam problemas
aos consumidores sob a forma de interrupção parcial ou total de processos
industriais [3].
Essa questão tem importância estratégica, tanto para os consumidores
como para as empresas de energia, em face dos elevados custos associados a tais
paradas de produção. Dependendo da complexidade e da tecnologia utilizada no
processo industrial, a retomada plena de produção, após a ocorrência do
afundamento de tensão, poderá levar desde várias horas até alguns dias. Os
prejuízos são contabilizados devido à associação dos seguintes fatores:
• perda de insumos;
• perda de qualidade de produtos;
• perda de produção enquanto o processo não for retomado;
• custos associados à mão- de- obra parada;
• custos em função de reparos e reposição de equipamentos danificados.
Dentro deste cenário, citam-se algumas razões fundamentais que colocam
em posição de destaque os afundamentos de tensão dentro do contexto da QEE:
Capítulo II – Visão Geral sobre a Qualidade da Energia Elétrica- QEE
22
• Devido à vasta extensão das linhas aéreas de transmissão,
subtransmissão e distribuição, estes distúrbios são inevitáveis e
inerentes à operação dos sistemas elétricos;
• Com o objetivo de atingir as metas gerenciais de produtividade e
qualidade, os processos industriais modernos têm se tornado muito
rápido e precisos, utilizando-se controles com microprocessadores,
cujas cargas são extremamente sensíveis;
• Concessionárias de energia elétrica estão perdendo sua imagem
empresarial e inevitavelmente passarão a ter maiores custos com o
ressarcimento aos consumidores, decorrentes da qualidade da energia;
• A qualidade da energia está se transformando num fator de
competitividade, e as empresas de energia deverão oferecer contratos
diferenciados, em função dos requisitos de qualidade da energia
exigidos pelos consumidores;
• A qualidade da energia também está se tornando um fator
diferenciador para promover desenvolvimentos regionais, juntamente
com incentivos fiscais, meios de transporte, proximidade entre
matéria prima e centros consumidores, etc.
Os EUA, a exemplo dos demais países desenvolvidos, têm tido prejuízos
anuais da ordem de 12 bilhões de dólares [3], em decorrência de falhas de
equipamentos eletro-eletrônicos, provocadas por afundamentos de tensão.
No Brasil, o cenário é semelhante e tem sido agravado nos últimos anos à
medida que as indústrias, em geral, têm investido em automatização de seus
sistemas produtivos, na busca de melhor qualidade e produtividade.
Capítulo II – Visão Geral sobre a Qualidade da Energia Elétrica- QEE
23
2.5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo foi apresentado a Visão Geral sobre Qualidade da Energia
Elétrica, os conceitos fundamentais envolvidos, o crescente interesse no tema e
os principais distúrbios que ocorrem nos sistemas das empresas concessionárias
e consumidores. Viu-se que estes distúrbios afetam o desempenho dos
equipamentos, dos processos produtivos na indústria e no comércio, e muitas
vezes interferem no cotidiano das pessoas, gerando prejuízos para a sociedade, e
transtorno para os consumidores.
Pesquisas patrocinadas pelo EPRI [3] indicaram que os afundamentos de
tensão são os distúrbios que mais causam problemas e prejuízos sob a forma de
interrupção parcial ou total de processos, razão pela qual estes fenômenos
assumem posição de destaque no cenário da QEE.
Neste contexto, o próximo capítulo será dedicado exclusivamente a este
importante item da QEE.
Capítulo III – Afundamentos de Tensão
24
CAPÍTULO III
AFUNDAMENTOS DE TENSÃO
3.1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Neste capítulo serão apresentados os conceitos e definições sobre
afundamentos de tensão, estabelecidos pelo IEEE e IEC assim como as diversas
metodologias utilizadas para sua caracterização. Normalmente, os métodos
convencionais utilizam somente os parâmetros magnitude e duração para a
caracterização do afundamento de tensão, atribuindo um único conjunto de
valores para os eventos trifásicos, através dos critérios de agregação de fases. O
método proposto por Bollen [9] considera a assimetria e desequilíbrio dos
fasores de tensão durante a ocorrência do distúrbio, permitindo que o
comportamento de equipamentos sensíveis, principalmente trifásicos, possam
ser avaliados perante outras características.
Também constarão as origens e variáveis de influência dos afundamentos
de tensão no sistema elétrico, suas principais causas, parâmetros e fatores
aleatórios que tornam a análise bastante complexa.
Capítulo III – Afundamentos de Tensão
25
3.2 – CONCEITOS SOBRE AFUNDAMENTO DE TENSÃO
Quando são estudados os conceitos e definições envolvendo o tema
afundamento de tensão, depara-se, de imediato, com duas filosofias: a primeira,
estabelecida pelo Institute of Electric and Electronics Engineers – IEEE; e a
segunda, pela International Electrotechnical Commission – IEC.
O IEEE, através da Norma IEEE 1159 (1995) [63] que trata da
monitoração dos fenômenos de qualidade de energia elétrica, define
afundamento de tensão como sendo a redução do valor RMS da tensão para um
valor entre 0,1 e 0,9 p.u., durante um período de tempo compreendido entre 0.5
ciclo e 60 segundos. Adicionalmente, o IEEE classifica os afundamentos de
tensão, segundo a sua duração, em três categorias:
• Instantâneos: entre 0,5 ciclo e 30 ciclos;
• Momentâneos: entre 30 ciclos e 3 segundos;
• Temporários: entre 3 segundos e 1 minuto.
Segundo o IEEE, a intensidade de um afundamento de tensão é definida
pela menor tensão remanescente durante a ocorrência do distúrbio, ou seja, a
ocorrência de um afundamento de tensão de 0,8 p.u. significa que a tensão foi
reduzida para o patamar de 0,80 p.u.. Um evento, cuja intensidade é inferior a
0,10 p.u., é considerado pelo IEEE como sendo uma interrupção.
A IEC, por outro lado, define a intensidade do afundamento de tensão
como sendo a queda do valor RMS da tensão. A IEC considera afundamento de
tensão um evento em que ocorre uma queda do valor RMS da tensão entre 0,10
e 0,99 p.u., durante um período de tempo compreendido entre 0,5 ciclo a alguns
segundos.
Capítulo III – Afundamentos de Tensão
26
Distúrbios com queda de tensão acima de 0,99 p.u., o que equivale a
tensões remanescentes abaixo de 0,01 p.u., são considerados pela IEC como
interrupções.
A figura 3.1 abaixo mostra a evolução dos valores RMS das tensões para
um afundamento de tensão trifásico, registrado num sistema real. Observa-se
que o afundamento de tensão atingiu intensidade de 0,20 p.u. e duração da
ordem de 110 ms.
13out02 06:43:59
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
1.1
1.2
0.05
0.06
0.07
0.09
0.10
0.11
0.12
0.13
0.14
0.15
0.17
0.18
0.19
0.20
0.21
0.22
0.23
0.25
0.26
0.27
0.28
0.29
0.30
0.32
0.33
0.34
0.35
0.36
0.37
0.38
0.40
0.41
0.42
0.43
0.44
0.45
0.46
Tens
ão [p
u]
V12V23V31
Figura 3.1 - Tensão eficaz durante a ocorrência de um afundamento de tensão.
3.3 – PARÂMETROS PARA ANÁLISE DE AFUNDAMENTOS
DE TENSÃO
Os principais parâmetros que caracterizam um afundamento de tensão
monofásico são a amplitude e a duração, os quais, somados à freqüência de
ocorrência, fornecem informações satisfatórias sobre o fenômeno [28]. No
entanto, quando se trata de afundamentos de tensão trifásicos, outros parâmetros
também podem ser incorporados, sendo eles a assimetria e o desequilíbrio.
Capítulo III – Afundamentos de Tensão
27
Adicionalmente, o comportamento dinâmico, associado à evolução da
forma de onda, também pode ser empregado para caracterizar tanto os
afundamentos de tensão monofásicos como os trifásicos.
Normalmente, visando facilitar a caracterização dos afundamentos de
tensão trifásicos, utilizam-se procedimentos chamados de agregação de fases e
agregação temporal, conforme será visto no item seguinte.
3.4 – AGREGAÇÃO DE FASES E AGREGAÇÃO TEMPORAL
DO AFUNDAMENTO DE TENSÃO
3.4.1 – AGREGAÇÃO DE FASES
Ao observar a figura 3.2 que mostra os valores das tensões de um evento
trifásico, pode-se deparar com algumas dificuldades naturais para identificar os
parâmetros característicos associados e conduzir às análises necessárias. Estas
dificuldades são atribuídas aos seguintes aspectos:
• a intensidade da tensão nas três fases é variável no tempo;
• a duração do afundamento de tensão é diferente em cada uma das fases
envolvidas;
Capítulo III – Afundamentos de Tensão
28
Figura 3.2– Afundamento de Tensão em duas fases.
Nestas condições, torna-se difícil determinar os parâmetros característicos
dos afundamentos de tensão e apontar qual deles foi o fator determinante para
promover o desligamento da carga.
Para melhor caracterizar os afundamentos de tensão em situações como as
mostradas na figura 3.2, utiliza-se do procedimento denominado de agregação
de fases, que consiste em atribuir um único conjunto de parâmetros (amplitude,
duração, etc.) a uma ocorrência que provoca registro em mais de uma fase. As
diversas metodologias e os critérios para a agregação de fases de um
afundamento trifásico serão apresentados no item 3.5.
3.4.2 – AGREGAÇÃO TEMPORAL
O objetivo da agregação temporal é agrupar todos os eventos devidos a
uma única falta no sistema de potência e assim identificá-los como um único
evento. Procura-se obter uma relação única entre as faltas que realmente
acontecem na rede e a série de eventos registrados pelos monitores de qualidade.
Capítulo III – Afundamentos de Tensão
29
Muitos equipamentos e processos industriais se desligam durante a
ocorrência do primeiro evento registrado. Uma vez que o processo parou, os
eventos seguintes não causam nenhum efeito sobre a carga. Conseqüentemente,
a contabilização de todos os eventos levaria a um erro estatístico na avaliação do
desempenho do suprimento da concessionária, sobreestimando o número de
ocorrências de afundamentos de tensão.
Uma das maneiras de sanar este problema é a utilização da agregação
temporal com uma janela de tempo pré-definida, ou seja, a partir da ocorrência
do primeiro evento, todos os que o sucederem dentro daquele intervalo de tempo
estabelecido serão considerados como um mesmo evento. Embora o intervalo de
tempo possa ser escolhido arbitrariamente, a norma IEEE 1159-1995 [63]
recomenda o intervalo de um minuto. Algumas concessionárias, contudo, tem
adotado janelas entre 15 e 30 minutos, visando considerar o impacto de
afundamentos de tensão em processos industriais.
Assim, um evento agregado representa o conjunto de todos os registros
associados à ocorrência de uma falta na rede. O evento agregado associado à
falta deve sintetizar as informações da série de registros em um único conjunto
de características, tais como; intensidade, duração, tipo de afundamento, etc.
Normalmente, os parâmetros associados ao evento agregado são definidos pelas
características do evento mais severo, ou seja, aquele que apresenta a menor
intensidade.
Capítulo III – Afundamentos de Tensão
30
3.5 – MÉTODO CONVENCIONAL DE CARACTERIZAÇÃO
DO AFUNDAMENTO DE TENSÃO
3.5.1 - EVENTOS MONOFÁSICOS
A partir do valor RMS da tensão em função do tempo podem ser
determinadas a intensidade e a duração do evento. A intensidade do
afundamento de tensão, seguindo a filosofia do IEEE, é o menor valor da tensão
remanescente durante a ocorrência do distúrbio [64]. A duração do evento é o
tempo durante o qual o valor RMS da tensão permanece abaixo do patamar de
0,90 p.u. da tensão de referência (nominal, pré-falta, operativa, etc.). Os
conceitos de intensidade e duração do afundamento de tensão são mostrados na
figura 3.3.
Figura 3.3- Definição de intensidade e duração de afundamento de tensão.
Capítulo III – Afundamentos de Tensão
31
3.5.2 - EVENTOS TRIFÁSICOS
Uma ocorrência no sistema de potência pode afetar uma, duas ou as três
fases. A magnitude e a duração do afundamento de tensão, resultante em cada
fase, podem diferenciar-se substancialmente. Na análise de afundamentos de
tensão devem-se definir como os eventos trifásicos são medidos, sendo que, até
a presente data, estes pontos ainda não estão padronizados e bem definidos por
normas.
Para fins de cálculo de indicadores e avaliação do impacto dos fenômenos
sobre equipamentos, utiliza-se a agregação de fases conforme filosofia mostrada
no item 3.4.1. O critério para a agregação de fases ainda está em discussão,
existindo diversas metodologias de agregação.
3.5.3 - METODOLOGIA UNIPEDE (EUROPA)
A intensidade de um afundamento de tensão trifásico é definida como a
menor tensão remanescente ocorrida nas três fases. Neste caso, os desvios
percentuais são tomados em relação à tensão nominal. Por sua vez, a duração do
afundamento de tensão é dada pelo período de tempo decorrido a partir do
instante em que a tensão de uma das fases foi inferior ao limite de 0,90 p.u., até
o instante em que a tensão de todas as fases seja superior a este limite. A figura
3.4 ilustra esta situação onde se observa um afundamento de tensão cuja duração
correspondente a Tafundamento, e sua intensidade é zero p.u.
Vale esclarecer que o conceito de intensidade de afundamento de tensão
utilizado nesta dissertação corresponde ao conceito da menor tensão
remanescente. Tal procedimento será utilizado ao longo de todo este documento.
Capítulo III – Afundamentos de Tensão
32
Figura 3.4 - Caracterização de afundamentos de tensão segundo a UNIPEDE.
3.5.4 - METODOLOGIA DA NRS-048 (ÁFRICA DO SUL)
A intensidade de um afundamento de tensão trifásico é definida como
menor tensão remanescente ocorrida nas três fases. Os desvios são tomados em
relação a uma tensão declarada, por exemplo, a tensão nominal ou a tensão
operativa do sistema. Por outro lado, a duração é caracterizada como sendo a
duração associada à pior fase afetada em cada evento registrado. A figura 3.5
ilustra a caracterização de um afundamento de tensão segundo esta metodologia.
Capítulo III – Afundamentos de Tensão
33
Figura 3.5- Caracterização de afundamentos de tensão segundo a NRS-048.
3.5.5 - METODOLOGIA DO EPRI / ELECTROTEK (EUA)
De acordo com a metodologia proposta pelo EPRI/ELECTROTEK [26],
os principais parâmetros utilizados na caracterização destes fenômenos são a
intensidade e a duração. A intensidade do afundamento de tensão é caracterizada
pela mínima tensão remanescente registrada durante o evento. Esse método
define a duração de um afundamento como sendo o período de tempo em que o
valor RMS da tensão viola um limite específico de tensão previamente
estabelecido.
Dessa forma, para o sistema trifásico, a intensidade e a duração de um
afundamento de tensão são dadas pelas grandezas da fase, onde se tem o maior
desvio em relação à tensão especificada. Esse é o mesmo procedimento adotado
pela NRS-048.
Nos casos de afundamentos que não possuem forma retangular, essa
metodologia atribui durações conforme limiares de intensidade específicos.
Capítulo III – Afundamentos de Tensão
34
Logo, a um único evento pode ser atribuído mais de um valor de duração. Como
ilustração, considere-se o evento apresentado na figura 3.6.
0
20
40
60
80
100
120
140
0.000 0.167 0.333 0.500 0.667 0.833 1.000 1.167 1.333 1.500 1.667
Tempo (s)
Ten
são
(%)
T80%
T50%
T10%
Figura 3.6- Caracterização de um afundamento de tensão não retangular.
Nessa figura, a duração do afundamento é avaliada segundo três limiares:
80%, 50% e 10%. Os valores T80%, T50% e T10% representam as durações para
os afundamentos cujas intensidades atingem 80%, 50% e 10%, respectivamente.
Observa-se também que o valor de T80% é igual ao valor de T50%, uma vez que
neste intervalo de tempo, o formato do afundamento é retangular.
3.5.6 - METODOLOGIA PROPOSTA POR BOLLEN
Ao contrário de outros métodos, que caracterizam o afundamento de
tensão somente através da intensidade e duração, o método proposto por Bollen
[9] considera a assimetria e desequilíbrio dos fasores de tensão durante a
ocorrência do distúrbio. Dessa forma, evita-se desprezar efeitos importantes,
permitindo que o comportamento dos equipamentos sensíveis, principalmente os
Capítulo III – Afundamentos de Tensão
35
trifásicos, possa ser avaliado perante essas outras características dos
afundamentos de tensão.
Baseado na conhecida teoria das componentes simétricas, o método
considera os diversos tipos de faltas trifásicas, bifásicas e monofásicas; as
conexões estrela e delta, utilizadas nos diversos equipamentos elétricos, e todos
os tipos de conexões dos transformadores. Assume-se, também, que as
impedâncias de seqüência positiva e negativa da fonte são iguais, resultando em
quatro tipos principais de afundamentos de tensão mostrados na figura 3.7. O
tipo A é devido às faltas trifásicas e os tipos B, C e D são devido a faltas
bifásicas e monofásicas.
Os afundamentos tipo B contêm componentes de tensão de seqüência
zero, raramente percebidos nos terminais das cargas, devido à filtragem dos
transformadores com conexão Δ / Y. Os afundamentos tipo C e D são devido a
faltas FT, FF e FFT. O tipo de afundamento percebido nos terminais de uma
carga não depende somente do tipo de falta. Um afundamento tipo C pode se
transformar em um afundamento tipo D quando se propaga através de um
transformador com conexão Δ / Y. Um afundamento tipo C é enxergado como
sendo do tipo D quando a carga está conectada entre fases. A grande maioria dos
afundamentos desequilibrados é do tipo C ou D, e esta distinção pode ser
suficiente para caracterizar adequadamente o fenômeno.
Capítulo III – Afundamentos de Tensão
36
Figura 3.7– Tipos de afundamentos de tensão.
3.6 – ORIGEM DOS AFUNDAMENTOS DE TENSÃO
Os afundamentos de tensão no sistema elétrico são gerados por partida de
motores de grande porte [15], energização de transformadores, perda de geração
e ocorrência de curtos-circuitos na rede [8] [13] [17].
As faltas no sistema elétrico, sem sombra de dúvida, são a principal causa
do afundamento de tensão, sobretudo no sistema da concessionária, devido à
existência de milhares de quilômetros de linhas aéreas de transmissão e de
distribuição, sujeitas a toda sorte de fenômenos naturais.
Curto-circuitos também ocorrem em subestações terminais de linhas e em
sistemas industriais, porém, com menor freqüência. Em sistemas industriais, por
exemplo, as distribuições primária e secundária são tipicamente realizadas
através de cabos isolados, que possuem reduzida taxa de falta se comparados às
linhas aéreas.
Capítulo III – Afundamentos de Tensão
37
As faltas em linhas aéreas ocorrem principalmente devido à incidência de
descargas atmosféricas. Nos sistemas de distribuição, o problema é mais crítico
porque são geralmente desprovidos de cabos guarda. Portanto, pode-se concluir
que a ocorrência de afundamentos de tensão está fortemente correlacionada com
o nível ceraúnico da região onde as linhas aéreas se encontram instaladas.
Outras causas de ocorrência de curtos-circuitos são as queimadas em plantações,
vendavais, contatos por animais e aves, contaminação de isoladores, falhas
humanas, etc.
As faltas podem ser de natureza temporária ou permanente. As faltas
temporárias são, em sua grande maioria, decorrentes de descargas atmosféricas,
temporais e ventos, que não provocam geralmente danos permanentes ao
sistema de isolação, sendo que o sistema pode ser prontamente restabelecido por
meio de religamentos automáticos ou manuais. As faltas permanentes, ao
contrário, são causadas por danos físicos em algum elemento de isolação do
sistema, daí ser necessária a intervenção da equipe de manutenção.
Quando da ocorrência do curto-circuito, o afundamento de tensão
geralmente transcorre durante o tempo de permanência da falta, ou seja, desde o
instante inicial do defeito até à atuação do sistema de proteção com a completa
eliminação do defeito.
3.7 – VARIÁVEIS DE INFLUÊNCIA DOS AFUNDAMENTOS
DE TENSÃO
A análise dos afundamentos de tensão pode ser considerada complexa
pois envolve uma diversidade de fatores aleatórios que afetam as suas
características [10] [11] [28], dentre eles;
• tipo de falta;
Capítulo III – Afundamentos de Tensão
38
• localização da falta;
• impedância de falta;
• tensão pré-falta;
• conexão dos transformadores entre o ponto de falta e a carga;
• desempenho do sistema de proteção;
• existência de sistemas de religamento;
• taxas de falta de linhas de transmissão e distribuição;
• topologia da rede de transmissão e distribuição.
3.7.1- TIPO DE FALTA
As faltas no sistema elétrico podem ser: trifásicas (FFF), trifásicas à terra
(FFFT), bifásicas (FF), bifásicas à terra (FFT), e fase-terra (FT) [8].
As faltas trifásicas e trifásicas à terra são simétricas e geram, portanto,
afundamentos de tensão também simétricos. Elas produzem afundamentos de
tensão mais severos, contudo, são mais raras.
As faltas bifásicas, bifásicas à terra e sobretudo as fase-terra apresentam
as maiores taxas de ocorrência, gerando afundamentos de tensão menos severos,
porém, desequilibrados e assimétricos.
As tabelas 3.1 e 3.2 apresentam as estatísticas de taxas médias de faltas
em linhas de transmissão utilizadas nos EUA [13] e em uma concessionária do
Brasil [11], respectivamente.
Por sua maior exposição à natureza (descargas atmosféricas, ventos e
temporais), se comparadas com os equipamentos instalados nas subestações
terminais, barras, transformadores, chaves, etc., as linhas de transmissão são os
Capítulo III – Afundamentos de Tensão
39
componentes do sistema elétrico mais susceptíveis à ocorrência de curtos-
circuitos.
Tabela 3.1 - Taxa de falhas em LTs nos EUA [13]
Nível de Tensão Taxa de Falta (*)
FT FFT FF FFF e FFFT
345 kV 2,31 91% 7% 1% 1%
230 kV 1,68 80% 17% 1,5% 1,5%
138 kV 2,98 73% 17% 6% 4%
69 kV 6,15 65% 22% 7% 6%
Tabela 3.2 - Taxa de falhas em LTs no BRASIL [11].
Nível de Tensão Taxa de Falta (*)
FT FF e FFT FFF e FFFT
500 kV 2,09 94,24% 5,04% 0,72%
345 kV 1,10 92,65% 7,35% 0%
230 kV 1,90 79,65% 18,18% 2.27%
(*) n.º de ocorrências/ano/ 100 Km de linha
As tabelas 3.1 e 3.2 mostram que as faltas fase-terra e bifásicas a terra,
respectivamente, são as que apresentam as maiores taxas de ocorrência. Desta
maneira, pode–se concluir que na grande maioria os afundamentos de tensão são
assimétricos.
3.7.2 - LOCALIZAÇÃO DA FALTA
A localização da falta no sistema elétrico influencia, significativamente, o
impacto do afundamento de tensão sobre os consumidores. As faltas no sistema
de transmissão e subtransmissão afetam, certamente, um número maior de
Capítulo III – Afundamentos de Tensão
40
consumidores do que as faltas no sistema de distribuição. Esse fato deve-se,
principalmente, às características dos sistemas de transmissão e subtransmissão
que são normalmente malhados e abrangem uma grande extensão geográfica. Os
sistemas de distribuição são mais concentrados geograficamente e possuem,
geralmente, configuração radial, daí porque os curtos-circuitos nos ramais de
uma subestação de distribuição causam impacto apenas nos consumidores
alimentados pelos ramais adjacentes e dificilmente provocarão afundamentos de
tensão significativos no sistema de transmissão principalmente aqueles dotados
de alta capacidade de curto-circuito.
A figura 3.8 ilustra esse fato. Quando ocorre uma falta no ponto A, todo o
sistema irá sentir os efeitos do afundamento de tensão (distribuição e
transmissão). Uma falta no ponto B, porém, será percebida apenas no sistema de
distribuição.
Figura 3.8 - Área de influência da localização da falta.
Capítulo III – Afundamentos de Tensão
41
3.7.3 - IMPEDÂNCIA DE FALTA
Raramente os curtos-circuitos no sistema possuem resistência de falta
nula. Normalmente, eles ocorrem através da resistência de falta que é constituída
pela associação dos seguintes elementos:
• resistência do arco elétrico entre o condutor e a terra, para defeitos fase-
terra;
• resistência do arco elétrico entre dois ou mais condutores, para defeitos
entre as fases;
• resistência de contato devido à oxidação no local da falta;
• resistência do pé-de-torre, para defeitos englobando a terra.
O aparecimento do arco elétrico é devido ao aquecimento provocado pela
corrente de curto-circuito, que propicia a ionização do ar no local do defeito. A
resistência do arco elétrico não é linear e pode ser empiricamente calculada pela
fórmula de Warrington, conforme as expressões 3.1 e 3.2.
87501,4
LRarco elétrico I=−
(3.1)
Sendo:
30L L vt= + (3.2)
Onde:
R arco - elétrico – resistência do arco [Ω];
L – comprimento do arco elétrico [pés];
L0 – comprimento inicial do arco, correspondente ao espaçamento entre os condutores [pés];
Capítulo III – Afundamentos de Tensão
42
I – valor eficaz da corrente de falta [A];
v – velocidade do vento transversal [milhas por hora];
t – duração [s].
Existem poucas referências abordando o assunto mas valores de
resistência de arco da ordem de 1Ω a 5 Ω são mencionados na literatura [10]
[11] [17]. Outros trabalhos [53] mencionam impedância de falta média da ordem
de 5 Ω, observado que a resistência de falta chega a atingir valores extremos de
até 55 Ω a 70 Ω.
Finalmente, conclui-se que desprezar a resistência de falta significa obter
valores de afundamento de tensão mais severos, sobretudo em sistema de
distribuição, onde este efeito é mais pronunciado [32].
3.7.4 - TENSÃO PRÉ-FALTA
Em condições normais de operação, as concessionárias de energia buscam
suprir seus consumidores com tensões de operação dentro dos limites
normalizados (0,95 a 1,05 p.u.).
Basicamente, o perfil de tensão em regime permanente é função da curva
de carga do sistema elétrico e, também, da disponibilidade de equipamentos
destinados à regulação de tensão, como compensadores síncronos, banco de
capacitores, reatores de linha, etc.
Normalmente, o perfil de tensão do sistema segue a variação da curva de
carga diária, observando-se elevações de tensão durante períodos de carga leve e
reduções de tensão nos períodos de carga pesada.
Capítulo III – Afundamentos de Tensão
43
Geralmente, nos estudos de curto-circuito em sistemas elétricos, adota-se
tensão pré-falta igual a 1,0 p.u.. No entanto, em função da curva de carga do
sistema, esta premissa, na maioria das vezes, não é verdadeira, incorrendo-se em
erros de cálculo.
Esse item adquire maior importância quando se está analisando o impacto
sobre a carga, pois, uma queda de tensão de 0,30 p.u. poderá afetar uma carga,
cujo limiar de sensibilidade é 0,70 p.u. dependendo do valor da tensão pré-falta.
Se a tensão pré-falta da barra é 0,95 p.u., a tensão remanescente durante o
afundamento será de 0,65 p.u., sensibilizando a carga analisada, como pode ser
observado na tabela 3.3.
Tabela 3.3 – Exemplo da influência da tensão pré-falta.
Exemplo A Exemplo B
Tensão pré-falta [p.u.] 1,02 0.95
Tolerância da carga 0,70 0,70
ΔV [p.u.] 0,30 0,30
Vafundamento [p.u.] 0,72 0,65
Carga Funciona Desliga
A elevação do nível da tensão tem sido utilizada como forma de mitigar o
efeito dos afundamentos de tensão. Em sistemas onde há cargas sensíveis, a
tensão de operação pode ser elevada intencionalmente para minimizar o efeito
dos afundamentos de tensão. No entanto, esta prática poderá resultar em
sobretensões de regime em determinados locais da rede elétrica, razão pela qual
cada caso deve ser analisado de forma criteriosa.
Capítulo III – Afundamentos de Tensão
44
3.7.5 - CONEXÃO DOS TRANSFORMADORES
Na análise e no cálculo dos afundamentos de tensão, o tipo de conexão
dos transformadores existentes entre o ponto de falta e o barramento do
consumidor, influenciará as características do afundamento de tensão percebido
pela carga. Basicamente, os transformadores podem ser agrupados em três
categorias [18]:
• Primeira: aqueles, cujas tensões nas bobinas em um dos enrolamentos
(primário ou secundário) acontecem em função da diferença fasorial
(tensão composta) entre duas tensões aplicadas nas bobinas do outro
enrolamento. Estes transformadores são os de conexão Y-Δ, Δ-Y,
Yaterrado-Δ e Δ-Yaterrado, que além de filtrarem a componente de
seqüência zero da tensão de freqüência fundamental, introduzem
defasamento angular entre as tensões primária e secundária;
• Segunda: aqueles que somente filtram as componentes de seqüência
zero da tensão de freqüência fundamental, e que geralmente, do ponto
de vista construtivo, são fabricados de modo a não introduzir
defasamento angular, ou seja, com conexões Y-Y, Δ-Δ, Yaterrado-Y e Y-
Yaterrado;
• Terceira: aqueles que não filtram as componentes de seqüência zero e
geralmente, devido às mesmas razões citadas anteriormente, não
introduzem defasamento angular. Pertencem a esta categoria os
transformadores com as conexões Yaterrado-Yaterrado, Yaterrado-Δ-
Yaterrado, sendo neste caso, o Δ o enrolamento de compensação.
Capítulo III – Afundamentos de Tensão
45
Para uma falta sólida entre a fase A e a terra no primário do
transformador, conforme mostrado na figura 3.9, obtém-se os valores de
intensidade dos afundamentos de tensão considerando o efeito das conexões do
transformador, conforme mostrado na tabela 3.4.
Foram consideradas as diversas conexões possíveis, calculando-se as
tensões fase-fase e fase-neutro, refletidas no secundário do transformador. Em
cada situação foram introduzidas as alterações necessárias em termos de
filtragem da componente de seqüência zero e inserção de defasamento angular
nas componentes de seqüência positiva e negativa. Também, foram assumidas as
seguintes premissas: sistema operando a vazio, as reatâncias de seqüências da
fonte iguais às reatâncias de dispersão do transformador, a reatância de
magnetização do transformador é muito maior do que as demais reatâncias do
sistema, tensão pré-falta 1,0 p.u, relação de transformação 1:1 e, resistência de
falta nula.
Figura 3.9 – Representação esquemática de transformador para análise de
defasamento.
Capítulo III – Afundamentos de Tensão
46
Tabela 3.4 - Efeito das conexões de transformadores no cálculo dos afundamentos de tensão.
Conexão do transformador
Fase – Fase Vab Vbc Vca
Fase – Neutro Van Vbn Vcn
Yaterrado –Yaterrado 0,58 1,00 0,58 0,00 1,00 1,00
Yaterrado – Y Y – Y
Y – Yaterrado 0,58 1,00 0,58 0,33 0,88 0,88
Δ - Δ 0,58 1,00 0,58 ------------------
Y - Δ Yaterrado - Δ
0,33 0,88 0,88 ------------------
Δ - Yaterrado
Δ - Y 0,88 0,88 0,33 0,58 1,00 0,58
Com base nos resultados da Tabela 3.4, pode-se dizer que:
• Os valores dos afundamentos de tensão, vistos pela carga em
decorrência de uma falta no sistema elétrico, dependem do efeito
combinado da forma de conexão tanto do transformador como da
carga. Por exemplo, a Tabela 3.4 mostra que para o transformador
com conexão Δ-Y, o valor mínimo de tensão entre fases de 0,33
p.u, é inferior ao valor mínimo verificado para a tensão fase-neutro,
0,58 p.u.. Isto mostra que, para o mesmo curto-circuito analisado, a
chance da carga “sobreviver” seria maior se ela fosse conectada
entre fase e neutro;
• A conexão Yaterrado-Yaterrado faz com que a tensão da fase A -
neutro se anule, visto que o defeito simulado foi na fase A para a
Capítulo III – Afundamentos de Tensão
47
terra e com resistência de falta nula. Caso um dos lados do
transformador não seja aterrado, observa-se que a tensão fase-
neutro, para a mesma condição de falta, se eleva de 0,00 p.u. para
0,33 p.u., em razão da eliminação da componente de seqüência
zero;
• Quando a carga é conectada entre fases, o efeito da filtragem da
componente de seqüência zero, introduzida pela conexão do
transformador, torna-se irrelevante, uma vez que ao se calcular as
tensões fase-fase, a componente de seqüência zero é eliminada
automaticamente. Neste caso, a única influência é atribuída à
defasagem imposta pela conexão dos transformadores nas
componentes de seqüência positiva e negativa, constatada pela
comparação dos resultados apresentados para as conexões Yaterrado-
Yaterrado e Δ- Yaterrado, por exemplo.
Portanto, o afundamento de tensão visto pela carga depende tanto das
conexões dos transformadores existentes entre o ponto de falta e a carga, como
também do tipo de conexão da própria carga [28].
3.7.6 - SISTEMA DE PROTEÇÃO
A duração do afundamento de tensão é geralmente dependente do
desempenho do sistema de proteção, caracterizado pelo tempo de sensibilização
e de atuação dos relés, somado ao tempo de abertura e extinção de arco dos
disjuntores.
O tempo de atuação dos relés é função de suas características de resposta
tempo-corrente, bem como da filosofia e dos ajustes implantados para se obter a
Capítulo III – Afundamentos de Tensão
48
seletividade desejada. O tempo de abertura e de extinção da corrente de curto-
circuito dos disjuntores é função das características construtivas destes
equipamentos.
Nos sistemas de transmissão (230 kV, 345 kV, 440 kV, 500 kV, etc), as
linhas são tipicamente protegidas por meio de relés de distância, associados ou
não às lógicas de teleproteção. Em subtransmissão (69 kV, 88 kV e 138 kV),
tradicionalmente, os sistemas de proteção adotados, contemplam as proteções de
sobrecorrente de fase e de neutro e sobrecorrentes direcionais.
Nos sistemas de distribuição, as concessionárias adotam geralmente relés
de sobrecorrente de fase e de neutro. Nos alimentadores primários, são
utilizados religadores, e, normalmente nos ramais de distribuição, são utilizadas
chaves seccionadoras - fusíveis.
A tabela 3.5 apresenta os tempos típicos de atuação da proteção em
sistemas de alta-tensão (AT) e extra-alta-tensão (EAT) [8] e a tabela 3.6 os
tempos típicos de atuação da proteção em sistemas de distribuição [21] [22].
Tabela 3.5 - Tempos típicos de atuação da proteção em sistemas de transmissão
Tempos Típicos de Atuação da Proteção EAT AT
Proteção de Distância – Primeira Zona [ms] 20 – 40 40 – 60
Proteção de Distância – Segunda Zona [ms] 300 500
Teleproteção [ms] 20 – 50 40 - 60
Tempo de abertura de disjuntor [ciclos] 2 3 – 5
Capítulo III – Afundamentos de Tensão
49
Tabela 3.6- Tempos típicos de atuação da proteção em sistemas de distribuição
Tipo de Equipamento Mínimo (ciclos)
Retardo de Tempo (*) [ciclos]
Tentativas de Religamentos
Fusível de expulsão ½ 0,5 a 60 -
Fusível limitador ¼ 0,25 a 60 -
Disjuntor religador 3 1 a 30 0 a 4
Disjuntor a óleo 5 1 a 60 0 a 4
Disjuntor a vácuo ou a SF6
3 e 5 1 a 60 0 a 4
3.7.7 - FREQÜÊNCIA DE OCORRÊNCIA
O número de ocorrência de afundamentos de tensão está intimamente
relacionado com a origem dos curtos-circuitos no sistema elétrico e com a
existência ou não de sistema de religamento no sistema de proteção.
Do ponto de vista de quantificação, existem duas metodologias para
contabilizar os afundamentos de tensão quando ocorrem religamentos. A
primeira considera todos os afundamentos registrados, resultando em um
número subestimado de eventos. A segunda consiste em associar os registros de
afundamentos à falta que os originou. Desta maneira, para cada falta na rede,
será contabilizado um único distúrbio. Uma das formas de agrupar a seqüência
de afundamentos é a agregação temporal dos distúrbios, conforme apontado no
item 3.4.2. Assim, é definida uma janela de tempo para agregar todos os eventos
que aconteçam dentro daquele intervalo. Normalmente, tem sido utilizado
intervalo de agregação de um minuto, de modo a acomodar à operação típica dos
religadores automáticos.
Capítulo III – Afundamentos de Tensão
50
3.8 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo foram apresentados os conceitos, caracterizações, origens e
variáveis de influência dos afundamentos de tensão.
As principais metodologias convencionais de análise e tratamento de
medições de afundamentos de tensão caracterizam tais distúrbios através de dois
parâmetros: intensidade e a duração
Os métodos convencionais mais difundidos possuem diferenças
significativas nas formas de caracterização, de agregação e de contabilização dos
eventos, não havendo ainda uma padronização de procedimentos.
Os métodos baseados na intensidade e duração para caracterizar um
evento envolvendo mais de uma fase apresentam algumas restrições, pois as
grandezas associadas não refletem plenamente os efeitos dos distúrbios sobre
equipamentos trifásicos, considerando-se que, na grande maioria dos casos, os
afundamentos de tensão registrados são de natureza desequilibrada e
assimétrica. Para suprir esta deficiência, o método proposto por Bollen [9],
também permite classificar os eventos segundo a sua assimetria e desequilíbrio.
As faltas no sistema elétrico, sem sombra de dúvida, são a principal causa
dos afundamentos de tensão, sobretudo no sistema da concessionária, devido às
características da rede e a existência de milhares de quilômetros de linhas aéreas
de transmissão e de distribuição, sujeitas a toda sorte de fenômenos naturais
Estes distúrbios afetam o desempenho dos equipamentos, dos processos
produtivos na indústria e comércio, e muitas vezes interferem também no
Capítulo III – Afundamentos de Tensão
51
cotidiano das pessoas, gerando prejuízos para a sociedade e desconforto para os
consumidores.
Os estudos de AMTs são, basicamente, realizados através da monitoração
de grandezas do sistema elétrico (tensões e correntes) ou pela utilização de
metodologias de predição realizadas a partir de dados de simulação.
Capítulo IV - Técnicas de Simulação de Afundamentos de Tensão
52
CAPÍTULO IV
TÉCNICAS DE SIMULAÇÃO DE
AFUNDAMENTOS DE TENSÃO
4.1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Devido à aleatoriedade das ocorrências de afundamentos de tensão, os
métodos de simulação apresentam-se como uma boa alternativa para se
determinar, estatisticamente, os parâmetros destes distúrbios, evitando-se
despender grandes recursos financeiros com a implantação de sofisticadas redes
de medição e longos períodos de monitoração.
Neste contexto, serão apresentados, neste capítulo, os principais métodos
utilizados para simulação de afundamentos de tensão, além da abordagem de
alguns aspectos de modelagem dos componentes do sistema, quando se estudam
tais distúrbios.
4.2 – SIMULAÇÃO DE AFUNDAMENTOS DE TENSÃO
As ferramentas computacionais utilizadas para se determinar os
parâmetros e as estatísticas dos afundamentos de tensão são bem conhecidas,
podendo ser agrupadas em três classes:
Capítulo IV - Técnicas de Simulação de Afundamentos de Tensão
53
• Simulação de forma de onda;
• Simulação dinâmica;
• Simulação de faltas.
4.2.1 – SIMULAÇÃO DA FORMA DE ONDA
A simulação da forma de onda é feita no domínio do tempo a fim de se
obter a oscilografia do afundamento de tensão. Normalmente, é utilizado para
simulação um programa para cálculo de transitórios eletromagnéticos. Com esta
ferramenta pode-se analisar, detalhadamente, os efeitos dinâmicos de geradores
e cargas durante a evolução no tempo da forma de onda dos afundamentos de
tensão.
Essa abordagem trata o afundamento de tensão como um transitório,
sendo que as simulações no domínio do tempo determinam o comportamento da
forma de onda durante e após a eliminação da falta.
Em função da complexidade na modelagem dos componentes do sistema,
esses programas exigem maior esforço computacional. No entanto, considerando
a grande evolução da tecnologia dos microcomputadores, geralmente as
configurações disponíveis no mercado são suficientes para realizar os
processamentos dentro de limites de tempo aceitáveis.
As vantagens da simulação da forma de onda são a exatidão dos
resultados e o completo fornecimento de informações relativas aos parâmetros
do distúrbio, ou seja, intensidade, duração e evolução do valor eficaz em função
do tempo.
Capítulo IV - Técnicas de Simulação de Afundamentos de Tensão
54
4.2.2 - SIMULAÇÃO DINÂMICA
A simulação dinâmica é utilizada para se determinar afundamentos de
tensão resultantes de partida de grandes motores, perda de geração e entrada de
blocos de carga.
As ferramentas utilizadas para este tipo de simulação são as que analisam
a estabilidade dinâmica do sistema elétrico ou programas de “midterm stability”.
Tais programas utilizam modelagem no domínio da frequência e os
resultados são representados como curvas de variações do valor RMS da tensão
durante e após o distúrbio.
4.2.3 – SIMULAÇÃO DE FALTAS
Como a maioria dos afundamentos é decorrente de faltas no sistema
elétrico, o método de cálculo de curto-circuito é o mais indicado para a
avaliação do fenômeno. Este método fornece a intensidade do afundamento de
tensão nas barras de interesse, porém, não possibilita a visualização da evolução
do valor RMS durante a falta. Logo, a duração do afundamento de tensão deve
ser estimada com base no tipo e ajuste dos relés de proteção envolvidos.
A experiência mostra que a maioria das faltas no sistema elétrico ocorre
em linhas de transmissão, de subtransmissão e de distribuição. Enquanto uma
linha aérea pode sofrer vários curtos-circuitos em um ano, os barramentos aéreos
apresentam, tipicamente, uma taxa de ocorrência de faltas de um defeito a cada
dez anos.
Os demais equipamentos, dos quais geradores e transformadores são os
mais importantes, apresentam baixa ocorrência de curto-circuito, mas podem ser
desligados com freqüência por outras razões. No caso de geradores, muitos
Capítulo IV - Técnicas de Simulação de Afundamentos de Tensão
55
desligamentos são provocados por problemas nos acessórios ou no serviço
auxiliar. Em transformadores, os desligamentos são normalmente causados por
sobrecarga.
Face ao exposto, no processo de determinação do desempenho do sistema
elétrico diante dos afundamentos de tensão, os principais componentes
normalmente considerados são as linhas de transmissão e distribuição.
Para se estimar o número de ocorrências anuais dos afundamentos de
tensão, são utilizadas as estatísticas de taxas médias de falta em linhas de
transmissão e distribuição. Evidentemente, os resultados das simulações serão
mais confiáveis à medida que tais dados forem mais precisos.
Dois métodos de cálculo têm sido utilizados: o método da distância crítica
e o método das posições de falta que serão apresentados a seguir.
4.3 – MÉTODOS DE SIMULAÇÃO DE FALTA
4.3.1 – MÉTODO DA DISTÂNCIA CRÍTICA
Em razão do grau de simplicidade, esse método mostra-se adequado para
aplicações em sistemas de transmissão ou distribuição tipicamente radiais. Seu
princípio está baseado na determinação da posição da falta no alimentador que
vai gerar um valor pré-determinado de afundamento de tensão numa barra de
interesse. O cálculo é realizado de forma analítica. A distância deste ponto à
barra de interesse é denominada de distância crítica, sendo que os afundamentos
de tensão mais severos estarão associados à ocorrência de curtos-circuitos
aquém da distância crítica calculada e vice-versa.
Capítulo IV - Técnicas de Simulação de Afundamentos de Tensão
56
Adotando-se a barra mostrada no diagrama da figura 4.1 como sendo o
ponto de acoplamento comum - PAC, a intensidade do afundamento de tensão
observada nesta barra, devido a um defeito trifásico no ponto A, pode ser
calculada por intermédio da expressão 4.1, adotando-se tensão pré-falta de 1
p.u..
Z ZB FVPAC Z Z ZB FA
+=
+ +
(4.1)
Onde:
VPAC – afundamento de tensão no ponto de acoplamento [p.u.];
ZB – impedância do alimentador entre a barra de acoplamento e o ponto de
falta [Ω];
ZA – impedância equivalente da fonte no ponto de acoplamento [Ω];
ZF – impedância de falta [Ω].
Figura 4.1 - Diagrama simplificado para sistemas radiais
A distância crítica (LCRÍTICA) pode ser determinada em função da tensão
crítica admitida (VCRÍTICA), de acordo com a equação (4.2).
~Falta
Trifásica
AZA
ZB
ZF
VPAC
Capítulo IV - Técnicas de Simulação de Afundamentos de Tensão
57
( )1
VZ críticaALcrítica z Vcrítica=
− (4.2)
Onde:
Lcrítica - distância crítica [km];
z - impedância do alimentador por unidade de comprimento [Ω/km].
Os dados necessários para executar uma análise completa num sistema de
distribuição são os seguintes:
• Número de alimentadores que saem da subestação;
• Impedância por unidade de comprimento de cada um dos
alimentadores;
• Comprimento total dos alimentadores;
• Taxas de falta dos alimentadores e sua composição segundo o
tipos de falta (FFF, FF, FFT, FT).
Para a utilização do método da distância crítica em sistemas não radiais
devem ser feitas algumas adaptações. Em sistemas de subtransmissão, a rede é
constituída de várias malhas e a carga é normalmente alimentada por várias
linhas originárias de uma mesma fonte. Em geral, esta topologia reduz o número
de interrupções, mas aumenta o número de afundamentos.
A figura 4.2 mostra um exemplo de circuito de subtransmissão, onde ZB e
ZC são as impedâncias das linhas que interligam as barras e ZA é a impedância
da fonte. Neste exemplo, será aplicado o método da distância crítica para uma
falta na linha B, a uma distância p da barra terminal à esquerda.
Capítulo IV - Técnicas de Simulação de Afundamentos de Tensão
58
Figura 4.2-Diagrama simplificado para circuitos paralelos.
A magnitude do afundamento pode ser calculada de forma analítica
através da equação (4.3):
O cálculo da distância crítica neste exemplo torna-se mais complexo que
no sistema radial. No entanto é possível calcular o ponto crítico (pCRÍTICO),
resolvendo a equação (4.3) e considerando VPAC = VCRITICA.
Assim, o método da distância crítica é eficiente na análise de sistemas
radiais ou pouco malhados. Para grandes redes este método não é apropriado.
4.3.2 – MÉTODO DAS POSIÇÕES DE FALTA
Este método tem sido amplamente utilizado no cálculo de afundamentos
de tensão em sistemas elétricos de potência de grande porte, contemplando
sistemas radiais e malhados. Seu princípio está baseado na sistemática de
simulação das faltas em posições diferentes, ao longo do sistema,
principalmente em linhas de transmissão e distribuição. Desta maneira, pode-se
( )
( ) ( )
2121
p p Z pZ ZB B CVPAC Z Z Z pZ Z p p ZB B BA C C
− +=
+ + + −
(4.3)
~
PAC
CARGA
ZA
pZB
ZC
(1-p)ZB
Capítulo IV - Técnicas de Simulação de Afundamentos de Tensão
59
avaliar a influência da posição da falta tanto na amplitude como na duração dos
afundamentos de tensão.
O método das posições de falta também é conhecido como método do
curto-circuito deslizante. Na figura 4.3, podem ser observados diversos pontos
de simulação de curto-circuito ao longo da linha 1 (L1). Neste caso, deseja-se
conhecer o comportamento da tensão na barra do consumidor i à medida que o
ponto de defeito é deslocado de posição.
Figura 4.3 - Diagrama unifilar, método do curto-deslizante.
A magnitude do afundamento de tensão (tensão remanescente durante a
falta) na barra do consumidor i, assim como para qualquer outra barra de
interesse, é calculada mediante a aplicação da equação 4.4 para defeitos
trifásicos.
, ,,
PEP kE E Zii k i kZ Zk k f= − ⋅+ +
(4.4)
Capítulo IV - Técnicas de Simulação de Afundamentos de Tensão
60
Onde:
,Ei k – afundamento de tensão na barra i devido a curto-circuito trifásico na
barra k; PEi – tensão pré-falta na barra i;
PEk – tensão pré-falta na barra k;
Zi,k – impedância de transferência entre as barras i-k;
Zk,k – impedância própria da barra k;
Zf – impedância de falta.
Através da equação 4.4 pode-se observar as principais variáveis que
influenciam na amplitude do afundamento de tensão. São:
• tensão pré-falta a partir das variáveis PEi e PEk ;
• impedância de falta Z f ;
• características próprias inerentes à rede ,Zk k ;
• posição relativa entre o ponto da falta e a barra monitorada ,Zi k .
Para defeitos fase-terra são utilizadas as expressões 4.5 e 4.6.
0 0E Z0i,k i,kPEaP kE E Zai,k i i,k- 0Z + Z +Z + 3Z k,k k,k k,k f- -0E Zi,k i,k
⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎡ ⎤⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎢ ⎥⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎢ ⎥⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎢ ⎥⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎢ ⎥⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎣ ⎦
⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎣ ⎦ ⎣ ⎦
+ += − ⋅+
(4.5)
Capítulo IV - Técnicas de Simulação de Afundamentos de Tensão
61
0E Ea 1 1 1 i,ki,k2E 1 a a Eb i,ki,k 2 -1 a a EE i,kci,k
⎡ ⎤⎡ ⎤⎢ ⎥
⎡ ⎤ ⎢ ⎥⎢ ⎥⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎢ ⎥⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎢ ⎥⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎢ ⎥⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎢ ⎥ ⎣ ⎦
⎢ ⎥⎢ ⎥ ⎣ ⎦⎣ ⎦
+= ⋅
(4.6)
Onde:
P, EakPEai – tensão pré-falta na fase A nas barras i e k,
respectivamente; - 0, E , E, i,k i,kEi k
+ – tensão de seqüência positiva, negativa e zero na barra i,
devido a curto fase-terra na barra k; - 0, Z , Z, i,k i,kZi k
+ – impedância de transferência de seqüência positiva,
negativa e zero entre as barras i-k, respectivamente; - 0, Z , Z, k,k k,kZk k
+ – impedância própria de seqüência positiva, negativa e
zero da barra k, respectivamente;
Eai,k, Ebi,k
, Eci,k – tensão pós-falta nas fases A, B e C na barra i devido a
curto fase-terra na barra k.
Para a obtenção dos valores de impedância própria e de transferência
indicadas nas equações 4.5 e 4.6 são utilizados recursos da álgebra matricial.
Para o cálculo da tensão durante a falta, devido a defeitos fase-fase e fase-
fase-terra, são utilizadas equações equivalentes às expressões 4.5 e 4.6, que não
serão apresentadas neste documento.
Capítulo IV - Técnicas de Simulação de Afundamentos de Tensão
62
4.4 – MODELOS UTILIZADOS EM PROGRAMAS DE
CÁLCULO DE CURTO-CIRCUITO
Neste item serão apresentados os modelos dos principais componentes
utilizados nos estudos de afundamentos de tensão, quando da utilização de
programas de curto-circuito, em particular o programa ANAFAS (Análise de
Faltas Simultâneas) [40].
4.4.1 – GERADORES
Os geradores são representados por uma tensão constante atrás de
uma impedância, conforme a figura 4.4. Normalmente, utiliza-se o valor
correspondente à reatância, pois em geral a resistência de armadura é
desprezada, visto que seu valor é bem menor quando comparado ao da
reatância.
Figura 4.4 – Representação de gerador - seqüência positiva
Onde normalmente:
Z XG G= (4.7)
~
BARRA G
EG
.
ZG
.
Capítulo IV - Técnicas de Simulação de Afundamentos de Tensão
63
Dependendo da finalidade do estudo, pode-se utilizar as seguintes
reatâncias:
X XG d′′= – reatância subtransitória, para se obter resultados
imediatamente após o defeito;
X XG d′= – reatância transitória, para se obter os resultados
alguns ciclos após o defeito.
Para o cálculo de curtos-circuitos assimétricos, é necessário o modelo de
seqüência negativa do gerador. A reatância de seqüência negativa pode ser
determinada conforme a expressão (4.8).
( )2 2Xd XqX G
′′ ′′+= (4.8)
Onde:
( )2X G – reatância de seqüência negativa [Ω];
Xd ′′ – reatância subtransitória de eixo direto [Ω];
Xq′′ – reatância subtransitória de eixo em quadratura [Ω].
Em geradores de pólos lisos Xd Xq′′ ′′= , logo pela expressão 4.8 a
reatância de seqüência negativa é igual a reatância subtransitória.
Para o cálculo de curtos-circuitos envolvendo a terra é necessário o
modelo de seqüência zero do gerador. Na figura 4.5 observa-se que o gerador é
representado pela reatância de seqüência zero adicionada a impedância de
aterramento.
Capítulo IV - Técnicas de Simulação de Afundamentos de Tensão
64
Figura 4.5 – Representação de gerador- seqüência zero
Onde:
( )0X G - reatância de seqüência zero [Ω];
ZT - impedância de aterramento [Ω].
4.4.2 – LINHAS DE TRANSMISSÃO
Geralmente, nos estudos de curto-circuito, as linhas de transmissão são
modeladas pelo modelo concentrado, desprezando-se os elementos shunt,
independente do seu comprimento e classe de tensão, de acordo com a figura
4.6.
BARRA G
(X )0 G
3ZtF.
Capítulo IV - Técnicas de Simulação de Afundamentos de Tensão
65
Figura 4.6 – Representação de linha de transmissão.
Comparando-se os valores envolvidos, em muitos casos a resistência série
também pode ser desprezada, conforme mostrado na figura 4.7.
Figura 4.7 – Representação simplificada de linha de transmissão.
Os modelos e parâmetros de seqüência positiva e negativa da linha de
transmissão são iguais. O modelo para seqüência zero, também é idêntico,
porém com valores diferentes. Geralmente estes valores são maiores que os
valores de impedância de seqüência positiva, dependendo do caminho de retorno
das correntes de seqüência zero. Esta impedância depende do tipo e da umidade
do solo, e das características dos cabos pára-raios.
(K)(i)
i,k=Z
i,k
.R + jX
i,k
=.Zi,k jXi,k
(K)(i)
Capítulo IV - Técnicas de Simulação de Afundamentos de Tensão
66
A impedância mútua entre dois ou mais circuitos (circuito duplo, circuitos
na mesma torre), também pode ser representada no modelo de seqüência zero da
linha de transmissão.
4.4.3 – TRANSFORMADORES
4.4.3.1 – Transformadores de dois Enrolamentos
No modelo de seqüência positiva os transformadores são representados
pela impedância obtida no ensaio de curto-circuito. A impedância de seqüência
negativa é igual à de seqüência positiva por se tratar de um elemento estático. A
figura 4.8 ilustra o modelo.
Figura 4.8 – Representação de transformador de dois enrolamentos - seqüência positiva.
No modelo de seqüência zero, deve-se considerar o tipo de conexão dos
enrolamentos do transformador e também o tipo de aterramento utilizado no
neutro. A figura 4.9 mostra o modelo generalizado deste equipamento. As
chaves deste modelo devem ser fechadas de acordo com o tipo de conexão de
cada enrolamento.
(K)(i)
Z.
(X )i,k i,k
Capítulo IV - Técnicas de Simulação de Afundamentos de Tensão
67
Figura 4.9 – Representação de transformador de dois enrolamentos - seqüência zero
Onde:
0Z – impedância de seqüência zero do transformador [Ω];
Z e ZNi NK – impedâncias de aterramento dos enrolamentos i e K,
respectivamente [Ω].
4.4.3.2 – Transformadores de Três Enrolamentos
O modelo para se representar transformadores de três enrolamentos utiliza
o circuito equivalente em triângulo ou em estrela. Por se tratar de um elemento
estático, impedâncias para seqüência positiva e negativa também são idênticas.
A representação pelo modelo estrela acarreta o aparecimento de um nó
fictício entre os barramentos do transformador, sendo esta a representação mais
usada em estudos de curto-circuito, conforme diagrama mostrado na figura 4.10.
(i) (k)Ni3Z
.0
.Z 3Z
.Nk
Capítulo IV - Técnicas de Simulação de Afundamentos de Tensão
68
Figura 4.10 – Representação de transformador de três enrolamentos - seqüência positiva.
1, ,, ,2Z Z Z Zi ic j iF i k k j
⎛ ⎞⎜ ⎟⎝ ⎠
= + − (4.9)
1, , , ,2Z Z Z Zj ic j iF k j i k
⎛ ⎞⎜ ⎟⎝ ⎠
= + − (4.10)
1, ,, ,2Z Z Z Zic j iFk k j i k
⎛ ⎞⎜ ⎟⎝ ⎠
= + − (4.11)
Onde:
,Zi k , ,Zk j e ,Z j i – impedância por enrolamento do transformador referida a
potência base, obtidas de ensaios de curto-circuito
realizados nos três enrolamentos do transformador.
No modelo de seqüência zero do transformador de três enrolamentos,
também deve-se considerar a conexão dos enrolamentos primário, secundário e
terciário, conforme pode-se observar na figura 4.11.
Fici,Z.
Fic
.k,Z
Fic
(i) (k)
.FicJ,Z
(j)
Capítulo IV - Técnicas de Simulação de Afundamentos de Tensão
69
Figura 4.11- Representação de transformador de três enrolamentos - seqüência zero
Onde:
Zi , Zk e Z j – impedâncias de seqüência zero de cada um dos três
enrolamentos do transformador, obtidas através de ensaio.
4.4.4 – CARGAS
Em estudos de curto-circuito as cargas podem ser ignoradas ou modeladas
de duas maneiras:
• motores representados por uma força eletromotriz atrás de uma impedância (reatância).
• impedância constante;
4.4.4.1 – Motores
Os motores de indução contribuem com a corrente de curto-circuito
somente no período subtransitório. Neste período podem ser tratados como uma
máquina síncrona e modelados por uma força eletromotriz constante, atrás da
reatância subtransitória. No período transitório o rotor do motor de indução
praticamente já parou de girar e a reatância transitória é supostamente infinita,
(i)3ZNi
.iZ
.
Z.
K NK
.3Z
(K)
(j)
Z 3Z. .
Njj
Capítulo IV - Técnicas de Simulação de Afundamentos de Tensão
70
não havendo, portanto, a necessidade da sua representação [34]. Os
enrolamentos dos motores de indução são normalmente conectados em Δ ou Y,
o que determina a corrente de seqüência zero nula com a correspondente
impedância infinita.
Os motores síncronos em condições de curto-circuito funcionam como
geradores, e sua representação pode ser feita conforme descrito no item 4.4.1.
4.4.4.2 – Impedância Constante
A representação da carga através de impedância constante pode ser
realizada conforme a figura 4.12, sendo que os valores de VK, PK e QK podem
ser obtidos de um estudo de fluxo de potência ou por medições.
Figura 4.12 – Representação da carga - impedância constante.
Onde:
PK – potência ativa da carga [MW];
QK – potência reativa da carga [MVAR];
VK – tensão do fluxo de potência [kV];
ZK – impedância da carga [Ω].
Capítulo IV - Técnicas de Simulação de Afundamentos de Tensão
71
A partir destas grandezas obtém-se RK e XK, utilizando as equações 4.12 e
4.13 respectivamente.
( ) ( )
2
2 2V PK KRK
P QK K
=+
(4.12)
( ) ( )
2
2 2V QK KXK
P QK K
=+
(4.13)
Onde:
RK – resistência da carga [Ω];
XK – reatância da carga [Ω].
4.4.5 – CAPACITORES SÉRIE
São representados pela reatância do banco de capacitores com valores
idênticos nas seqüências positiva, negativa e zero, conforme diagrama da figura
4.13.
Figura 4.13 – Representação de capacitor série.
Onde:
XC – reatância do banco de capacitor [Ω].
Capítulo IV - Técnicas de Simulação de Afundamentos de Tensão
72
4.4.6 – CAPACITORES E REATORES DE BARRA (SHUNT)
São representados por uma impedância ligada à terra, nos modelos para
seqüência positiva e negativa, conforme circuito da figura 4.14.
Figura 4.14 – Representação de capacitor e reator de barra- seqüência positiva
O valor da reatância pode ser obtido segundo a equação (4.14).
2VKXK QK= (4.14)
Onde:
VK – tensão nominal do reator ou capacitor [kV];
QK – potência reativa nominal do reator ou capacitor [MVAR];
XK – reatância do banco de reator ou capacitor [Ω].
Para a seqüência zero, utiliza-se o modelo acrescido da impedância de
aterramento, caso exista conexão para a terra, conforme diagrama mostrado
na figura 4.15.
Barra K
X+~.
=KZ - K
Reator ( + )Capacitor ( - )
XXK
K
Capítulo IV - Técnicas de Simulação de Afundamentos de Tensão
73
Figura 4.15 – Representação de capacitor e reator de barra - seqüência zero (a) – modelo com a ligação para terra, através de impedância;
(b) – modelo sem a ligação para terra.
4.5 – MODELOS UTILIZADOS EM PROGRAMAS DE
CÁLCULO DE TRANSITÓRIOS ELETROMAGNÉTICOS
Neste item serão apresentados os conceitos básicos dos modelos dos
principais componentes do sistema quando se realizam estudos de afundamentos
de tensão, utilizando-se programas de transitórios eletromagnéticos, em
particular o programa ATP (Alternative Transient Program) [25].
4.5.1 – GERADORES
As máquinas síncronas e, em particular, os geradores são elementos muito
importantes no sistema elétrico, por isso há grande quantidade de modelos
disponíveis na literatura. A modelagem da máquina síncrona depende bastante
do tipo de estudo que será realizado, podendo ser representada por modelos
variados, dos mais simples aos mais sofisticados. No ATP estão disponíveis
diferentes modelos de máquinas elétricas, e para a aplicação nos estudos de
afundamentos de tensão destacamos os modelos tipo 14 e 59 [25].
Aberto
(B)(A)
Barra KBarra K
Z.
.3Z
V.
K
N
Capítulo IV - Técnicas de Simulação de Afundamentos de Tensão
74
O modelo 14 é semelhante ao modelo utilizado pelos programas de curto-
circuito, onde o gerador é representado por uma fonte de tensão constante atrás
de uma impedância, assumindo que a dinâmica das equações de Park não seja
importante. Normalmente, este modelo é utilizado para representar
simplificadamente as máquinas de menor porte, que apresentam pouca
influência no estabelecimento do perfil de tensão do sistema elétrico.
Já o modelo 59 é mais complexo e permite representar toda a dinâmica da
máquina síncrona. Esse modelo apresenta os parâmetros dinâmicos balanceados
internamente com relação às fases da armadura e equivalentes trifásicos. Pode-
se assumir que os enrolamentos estão conectados em estrela, com a
possibilidade de inserção de um ramo R-L entre o neutro e a terra. Como
variáveis de saída, a maioria das grandezas de interesse é disponibilizada, como
por exemplo, velocidades e ângulos das massas do rotor, correntes nos
enrolamentos e tensões terminais.
Esse modelo também permite a modelagem das fontes primárias com suas
características dinâmicas através do módulo TACS (Transient Analysis of
Control Systems). Além disso, o módulo TACS permite a representação do
regulador de tensão.
Modelos de máquinas síncronas com a representação detalhada dos
parâmetros elétricos do gerador e parâmetros mecânicos da turbina são
necessários em estudos mais complexos, tais como: estudos de ressonância
subsíncrona, autoexcitação de geradores, estabilidade dinâmica com resposta no
tempo, etc.
Capítulo IV - Técnicas de Simulação de Afundamentos de Tensão
75
Nos estudos relativos a afundamentos de tensão onde são desprezadas as
variações de velocidade e vibrações torsionais, não é necessário considerar os
parâmetros representativos das partes mecânicas das máquinas.
4.5.2 – LINHAS DE TRANSMISSÃO
Os modelos disponíveis para linhas de transmissão são bastante flexíveis e
atendem às necessidades de diversos estudos. As linhas podem ser representadas
por parâmetros concentrados ou distribuídos, dependendo da precisão dos
resultados e em função do seu comprimento. Geralmente, para linhas com
comprimento inferiores a 80 Km a representação através de parâmetros
concentrados é aceitável, apenas com a informação dos valores da impedância
(R e X) para a seqüência positiva e zero. No ATP ainda há a possibilidade de se
utilizar um modelo mais simplificado com apenas a informação da impedância
de seqüência positiva das linhas.
Nas linhas modeladas por parâmetros distribuídos são fornecidos ao
programa os valores de resistência e de reatância série, bem como da
susceptância “shunt” da linha, todos por unidade de comprimento para as
seqüências positiva e zero. A quantidade de seções representadas dependem do
grau de distorção admitido no estudo, pois uma quantidade maior de elementos
produz menos distorção e vice e versa.
Os modelos que admitem a freqüência constante podem ser considerados
em dois tipos: com ou sem distorção. No tipo “sem distorção”, considera-se no
modelo apenas os parâmetros L e C da linha. Já no tipo “com distorção”, a sua
resistência é considerada sendo 25% do seu valor em cada extremidade e 50%
no meio da linha. A figura 4.16 ilustra esta distribuição:
Capítulo IV - Técnicas de Simulação de Afundamentos de Tensão
76
Figura 4.16 – Representação de linha de transmissão- parâmetros distribuídos.
Esse procedimento simplifica acentuadamente as equações de propagação
na linha sendo que, a subdivisão em mais pontos não se mostra necessária em
estudo de transitórios.
Na maioria dos estudos em sistemas elétricos, a utilização dos modelos de
linhas com parâmetros distribuídos, mostraram-se satisfatórios, com resultados
apropriados, não sendo essencial a utilização de modelos com parâmetros
variando com a freqüência.No entanto, dependendo da particularidade do estudo
e da necessidade da obtenção de resultados confiáveis, considerando este efeito,
o ATP dispõe de diversos processos para a modelagem, como por exemplo, o
modelo de JMARTI.
A representação por parâmetros distribuídos de linhas com circuito duplo
ou na mesma faixa de passagem, assim como a representação da impedância
mútua, também é possível, pois considera os dois circuitos totalmente
transpostos e o acoplamento entre os parâmetros de seqüência zero de cada
circuito.
Capítulo IV - Técnicas de Simulação de Afundamentos de Tensão
77
Nos estudos de afundamento de tensão, a representação da linha através
de parâmetros distribuídos já é suficiente, pois tratam-se de fenômenos de baixa
freqüência.
4.5.3 – TRANSFORMADORES
São utilizados modelos para representar as impedâncias de seqüência
positiva e zero entre os enrolamentos. No caso do ATP são fornecidos os
valores de resistência e reatância em ohms, e a tensão base para cada
enrolamento, ou seja, são informadas as impedâncias primária e secundária e no
caso de um transformador de três enrolamentos, a terciária.
A figura 4.17 apresenta o circuito equivalente de um transformador
monofásico com vários enrolamentos.
Figura 4.17 – Representação de transformador.
Nesse circuito observa-se que são apresentadas as impedâncias de curto-
circuito em cada enrolamento, o ramo magnetizante com a saturação e perdas no
núcleo, e a relação de transformação. No ATP, pode-se também modelar a
característica de saturação dos transformadores através do fornecimento de
pontos da curva de saturação do equipamento. Os modelos de transformadores
Capítulo IV - Técnicas de Simulação de Afundamentos de Tensão
78
monofásicos podem ser conectados de forma a se constituir um transformador
trifásico, respeitando-se as ligações de cada enrolamento.
4.5.4 – CARGAS
Em estudos de afundamentos de tensão, utilizando-se programas de
transitórios, as cargas podem ser modeladas de duas maneiras:
• cargas estáticas;
• cargas dinâmicas.
4.5.4.1 – Cargas Estáticas
As cargas estáticas podem ser modeladas através do modelo de
impedância constante, ou seja, são fornecidos ao programa os valores de
resistência e reatância da carga equivalente nas principais barras.
Normalmente, nestas condições, são conhecidos os valores das potências
ativa e reativa da carga em regime permanente, bem como a sua tensão nominal.
Com estas informações e para a representação da carga na forma R + jX, através
dos valores de resistência e reatância, utilizam-se as expressões 4.12 e 4.13
mostradas no item 4.4.4.2.
As cargas estáticas também podem ser modeladas através dos modelos de
corrente constante ou potência constante, porém, não serão abordadas, neste
trabalho.
Capítulo IV - Técnicas de Simulação de Afundamentos de Tensão
79
4.5.4.2 –Cargas Dinâmicas
As máquinas rotativas podem ser representadas em simulações com o
ATP, através de modelos detalhados ou equivalentes, utilizando-se a agregação
de parâmetros para cada unidade de acordo com suas potências nominais.
O modelo mais apropriado disponível no ATP é o Universal Machine
(U.M.), que inclui as equações de ParK, sendo um modelo de quinta ordem. No
entanto, alguns estudos mostram que o modelo de terceira ordem já é suficiente
para se calcular a maioria dos afundamentos de tensão, exceto os de maior
severidade.
4.5.6 – CAPACITORES SÉRIE, CAPACITORES E REATORES DA BARRA
Estes componentes são representados de forma semelhantes aos modelos
utilizados em programa de curto-circuito conforme itens 4.4.5 e 4.4.6
4.6 – SÍNTESE DAS MODELAGENS DE COMPONENTES
UTILIZADAS NO ANAFAS E NO ATP.
A seguir é apresentado o resumo dos modelos dos principais componentes
do sistema elétrico, utilizados regularmente em estudos de afundamentos de
tensão. Na tabela 4.1, consta os principais modelos de componentes utilizados nos
ANAFAS, e na 4.2 os principais modelos adotados no ATP.
Capítulo IV - Técnicas de Simulação de Afundamentos de Tensão
80
Tabela 4.1 – Modelos do ANAFAS para estudos de Afundamentos de Tensão.
COMPONENTES
MODELOS DO ANAFAS
GERADORES
Os geradores são modelados por uma fonte de tensão constante, atrás de
uma impedância.
LINHAS
As linhas de transmissão são representadas através do modelo
concentrado, com os valores de resistência e reatância, desprezando-se os
elementos shunt. Em muitos casos a resistência série também pode ser
desprezada, independente do comprimento e da classe de tensão. As
impedâncias mútuas, entre circuitos na mesma torre, ou em circuitos
paralelos, também podem ser consideradas no modelo de seqüência zero.
TRANSFORMADORES
Os transformadores são representados pelas impedâncias de curto-
circuito. A defasagem angular no transformador deve ser considerada, em
função do tipo de conexão dos enrolamentos.
CARGAS
As cargas geralmente não são representadas nos estudos de curto-
circuito. No entanto, quando houver necessidade, esta pode ser realizada
através do modelo de impedância constante. Os motores de indução no
período subtransitório e os motores síncronos podem ser modelados por
uma força eletromotriz constante atrás da reatância.
CAPACITORES
SÉRIE
São modelados através de uma reatância.
CAPACITORES E
REATORES DE
BARRA
São representados através de uma impedância, podendo estar ligada à
terra, dependendo do tipo de conexão do equipamento.
Capítulo IV - Técnicas de Simulação de Afundamentos de Tensão
81
Tabela 4.2 – Modelos do ATP para estudos de Afundamentos de Tensão.
COMPONENTES
MODELOS DO ATP
GERADORES
Para aplicação em estudos de afundamentos de tensão destacam-se os
modelos 14 e 59. No modelo 14, o gerador é considerado por uma fonte
de tensão constante atrás de uma impedância. No modelo 59, o gerador é
considerado de forma detalhada, incluindo os efeitos dinâmicos das
máquinas síncronas, a saturação de componentes, as partes mecânicas e
as unidades de controle. Nos estudos de afundamentos de tensão, não é
necessário considerar a representação das partes mecânicas da máquina.
LINHAS
As linhas de transmissão com comprimento inferior à 80 Km, podem ser
representadas através do modelo com parâmetros concentrados,
considerando somente a resistência e a reatância da linha. As linhas de
transmissão com comprimento superior à 80 km devem ser representadas
através do modelo com parâmetros distribuídos, considerando a
resistência, reatância e susceptância por unidade de comprimento da
linha. Nos estudos de afundamentos de tensão já é suficiente a
representação da linha através de parâmetros distribuídos, não sendo
necessário à utilização de modelos mais elaborados como o de J.MARTI,
que considera os parâmetros variando com a freqüência. As impedâncias
mútuas entre circuitos na mesma torre ou circuitos paralelos também
podem ser consideradas.
Capítulo IV - Técnicas de Simulação de Afundamentos de Tensão
82
TRANSFORMADORES
Os transformadores são representados pelas impedâncias de curto-
circuito, podendo ser modelada a característica de saturação. A
defasagem angular no transformador deve ser considerada em função do
tipo de conexão dos enrolamentos.
CARGAS
As cargas lineares podem ser representadas através dos modelos de
impedância constante. No modelo de impedância constante, consideram-
se os valores de resistência e reatância da carga equivalente em cada
barramento do sistema. As cargas dinâmicas podem ser modeladas
através do modelo “Universal Machine” (U.M), que inclui a dinâmica das
máquinas através das equações de Park.
CAPACITORES
SÉRIE
São modelados através de uma reatância.
CAPACITORES E
REATORES DE
BARRA
São representados através de uma impedância, podendo estar ligada à
terra, dependendo do tipo de conexão do equipamento.
4.7 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo foram mostrados os principais métodos de simulação de
afundamentos de tensão, assim como os modelos mais usuais para representar os
principais componentes do sistema elétrico tanto nos programas de cálculo de
curto-circuito (ANAFAS) como nos programas de cálculo de transitórios
eletromagnéticos (ATP), quando o objetivo é o estudo de afundamentos de
tensão.
Com o avanço da tecnologia na área computacional, associada à
possibilidade de implementação de diversas metodologias de cálculo, a
simulação representa atualmente uma importante ferramenta na área de estudos
Capítulo IV - Técnicas de Simulação de Afundamentos de Tensão
83
em sistemas elétricos. Em particular, quando se estuda o fenômeno
afundamentos de tensão, a simulação constitui-se em uma boa alternativa para se
determinar os seus principais parâmetros (intensidade, duração e número de
ocorrências), dispensando prolongados períodos de monitoração. Desta forma a
simulação oferece subsídios técnicos relevantes às áreas de engenharia no
processo de prevenção, avaliação e proposição de soluções para os problemas
associados.
Partindo-se destas premissas, programas computacionais devem ser
utilizados para a realização de tais simulações, sendo desejável a utilização de
ferramentas que ofereçam a possibilidade de modelagem mais simplificada da
rede elétrica. Adicionalmente, também, espera-se a utilização de processos de
cálculos que de um lado exijam menor esforço computacional e por outro
mantenham a mínima precisão desejada para os resultados.
Neste contexto, o próximo capítulo apresenta uma proposta de metodologia
para realizar análises comparativas de resultados de simulação de afundamentos
de tensão, utilizando-se programas de cálculo de curto-circuito e de transitórios
eletromagnéticos, com enfoque no ANAFAS e ATP.
Capítulo V – Proposta de Metodologia para análise Comparativa de Resultados de Simulação de Afundamentos de Tensão
84
CAPÍTULO V
PROPOSTA DE METODOLOGIA PARA
ANÁLISE COMPARATIVA DE
RESULTADOS DE SIMULAÇÃO DE
AFUNDAMENTOS DE TENSÃO
5.1– CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Neste capítulo consta uma proposta de metodologia para a execução de
simulações de afundamentos de tensão em sistemas elétricos, e posterior
comparação de resultados, utilizando-se de programas de cálculo de curto-
circuito convencional e de programas de cálculo de transitórios
eletromagnéticos.
A comparação dos resultados é motivada pela possibilidade de se
identificar a ferramenta mais adequada para a realização de simulações de
afundamentos de tensão, considerando tanto a possibilidade de simplificação na
modelagem dos componentes como a agilização dos processos de cálculo e
análise.
Na proposta apresentada serão considerados diversos critérios para
definição de casos a serem simulados, incluindo as principais variáveis
Capítulo V – Proposta de Metodologia para análise Comparativa de Resultados de Simulação de Afundamentos de Tensão
85
aleatórias que possam influenciar nos resultados das simulações. Também serão
propostos critérios para escolha dos pontos a serem monitorados na rede,
procedimentos para a comparação e tratamento dos resultados, bem como,
adequação dos bancos de dados.
5.2 – PROPOSTA DE CRITÉRIOS PARA DEFINIÇÃO DOS
CASOS A SEREM PROCESSADOS
5.2.1 – CRITÉRIOS ESTATÍSTICOS
A quantidade de casos a serem processados, e, conseqüentemente, o
volume de dados obtidos deverão obedecer a critérios estatísticos que envolvem
conceitos de margem de erro e intervalo de confiança. Esses conceitos são, em
grande parte, em função do tamanho ou da quantidade da amostra. A figura 5.1
apresenta, sob a forma de gráfico, a relação entre o tamanho da amostra, o
intervalo de confiança e a margem de erro, para um determinado conjunto de
dados.
Figura 5.1 - Tamanho da Amostra, Intervalo de Confiança e Margem de Erro
Capítulo V – Proposta de Metodologia para análise Comparativa de Resultados de Simulação de Afundamentos de Tensão
86
Pode-se perceber através do gráfico da figura 5.1 que a margem de erro
decresce em função do aumento do tamanho da amostra. Por exemplo, em uma
amostra variando entre 100 e 750 unidades, a margem de erro apresenta valores
entre 13 e 3%, respectivamente. Porém, a partir de 750 unidades, o ganho obtido
em termos da margem de erro se torna menor.
Portanto, a quantidade de casos a serem processados para efeitos de
comparação dos resultados de simulação de afundamentos de tensão deverá ser
o suficiente para se enquadrar dentro da margem de erro e do intervalo de
confiança desejado.
No entanto, os casos a serem simulados também devem contemplar
algumas variáveis de influência tais como: localização da falta, tipo de falta,
resistência de falta, modelagem do gerador, representação do regulador de
tensão e modelagem da carga.
5.2.2 – LOCALIZAÇÃO DA FALTA
A localização da falta no sistema elétrico influencia significativamente na
intensidade do afundamento de tensão. As faltas no sistema de transmissão
afetam um número maior de consumidores do que as faltas no sistema de
distribuição. Geralmente, pelas características topológicas da rede, o sistema de
transmissão abrange uma maior extensão geográfica. Portanto, para se avaliar a
influência da localização da falta, será necessário considerar faltas nos diversos
pontos da rede elétrica e em diversos níveis de tensão. Assim sendo, devem ser
consideradas faltas em linhas de transmissão, em linhas de distribuição e em
barramentos de subestações no lado de AT e BT de transformadores. Desta
forma, com esse procedimento, também poderá ser avaliada a influência da
conexão dos transformadores na propagação dos afundamentos de tensão.
Capítulo V – Proposta de Metodologia para análise Comparativa de Resultados de Simulação de Afundamentos de Tensão
87
5.2.3 – TIPOS DE FALTA
Conforme já mencionado anteriormente, as faltas no sistema elétrico
podem ser dos tipos: trifásicas (FFF), bifásicas (FF), bifásicas a terra (FFT) e
fase-terra (FT). As faltas trifásicas produzem afundamentos de tensão mais
severos e simétricos, contudo ocorrem com menor frequência. As faltas
bifásicas, bifásicas a terra e, sobretudo, a falta fase-terra, apresentam maiores
taxas de ocorrências no sistema, mas tendem a produzir afundamentos de tensão
menos severos e desequilibrados.
Devido à aleatoriedade das faltas, principalmente em sistemas com linhas
de transmissão aéreas, devem ser considerados nas simulações todos os tipos de
faltas mencionados. Nesse caso, propõe-se utilizar as estatísticas reais de taxas
de faltas do sistema elétrico sob estudo.
5.2.4 – RESISTÊNCIA DE FALTA
A resistência de falta é composta pela associação da resistência do arco
elétrico e da resistência de contato. Valores típicos de resistência de falta podem
ser encontrados na literatura [53], e, dependendo do valor a ser considerado nas
simulações, podem-se obter afundamentos de tensão mais ou menos severos.
Para se avaliar a influência da resistência de falta, devem ser considerados
valores típicos nas simulações, ou quando disponíveis, valores reais
provenientes de medições. Vale ressaltar que estes valores dependem das
condições de aterramento dos componentes e também das características do solo
de cada região.
Capítulo V – Proposta de Metodologia para análise Comparativa de Resultados de Simulação de Afundamentos de Tensão
88
5.2.5 – MODELO DE GERADOR
Existem diversos modelos de geradores, mas para os estudos de
afundamentos de tensão destacam-se dois tipos: o modelo simplificado que
considera uma fonte de tensão constante atrás de uma reatância, e o completo,
que considera a representação de toda a dinâmica da máquina síncrona,
contemplando parâmetros elétricos do gerador e parâmetros mecânicos da
turbina.
A escolha correta do modelo para representar o gerador depende do grau
de importância da fonte de geração no sistema elétrico e do tipo de estudo que se
pretende realizar. Para avaliar a influência da representação do gerador nos
resultados das simulações, propõe-se alterar o tipo de modelo de algumas fontes
de geração, consideradas importantes para o sistema elétrico em análise.
5.2.6 – REGULADORES DE TENSÃO
Os reguladores de tensão são utilizados nos sistemas de geração para
manter a tensão do sistema elétrico num valor pré-determinado e com o mínimo
de erro. Eles atuam no circuito de campo das máquinas, proporcionando o ajuste
da excitação e da tensão terminal, em valores compatíveis com a condição
operacional do sistema.
Para avaliar a influência desse componente no resultado das simulações,
propõe-se considerar a representação do regulador de tensão pelo menos nas
máquinas de grande porte do sistema, de tal forma a verificar a sua atuação na
resposta do gerador e, conseqüentemente, na intensidade do afundamento de
tensão do sistema.
Capítulo V – Proposta de Metodologia para análise Comparativa de Resultados de Simulação de Afundamentos de Tensão
89
5.2.7 – MODELO DA CARGA
Vários modelos precisos para componentes do sistema elétrico têm sido
propostos, contudo o mesmo não acontece com os modelos de carga. Existem
fatores que afetam a precisão dos modelos, tais como: natureza aleatória da
carga, variação da carga durante o tempo, dificuldades para a determinação da
composição da carga, etc. Apesar desses fatores trazerem certa dificuldade,
tradicionalmente os modelos de cargas estão divididos em dois grupos: modelos
estáticos e dinâmicos.
Os estáticos representam a potência ativa e reativa da carga em qualquer
instante de tempo, como uma função algébrica do módulo e da frequência da
tensão do barramento. Citam-se como exemplos de modelos de cargas estáticas:
modelos com impedância, corrente e potência constantes.
Os dinâmicos representam a potência ativa e reativa da carga em qualquer
instante de tempo, como uma função do módulo e da frequência do barramento
através de equações diferenciais. Citam-se como exemplos de modelos
dinâmicos aqueles baseados nas equações de motores de indução, modelo para
máquina universal (U.M.), baseado nas equações de Park.
Para avaliar a influência da modelagem da carga no cálculo de
afundamentos de tensão, propõe-se realizar simulações com diversos tipos de
modelagem. Ressalta-se, porém a dificuldade na obtenção de dados e parâmetros
para a representação detalhada da composição da carga, principalmente em
sistemas elétricos de grande porte.
Capítulo V – Proposta de Metodologia para análise Comparativa de Resultados de Simulação de Afundamentos de Tensão
90
5.3– PROPOSTA DE CRITÉRIOS PARA REALIZAÇÃO DE
SORTEIOS
Para a identificação dos casos a serem processados, deverão ser propostos
critérios para definição da linha de transmissão sob falta, localização da falta,
tipo de falta e impedância de falta que será simulada no sistema elétrico em
análise.
A metodologia proposta para esta escolha é a lógica de sorteio das
variáveis aleatórias, baseada em critérios da teoria de Simulação de Monte Carlo
[56]. Dentre as teorias, uma consiste em fazer uma espécie de fila a qual é
atribuído o valor 0 (zero) à extremidade inicial do primeiro elemento e o valor 1
(um) à extremidade final do último elemento. Nesse caso, os elementos da rede
para os quais foram utilizados a lógica de sorteio mencionada, são as variáveis
citadas anteriormente tais como: comprimento da linha de transmissão, tipo de
falta e a resistência de falta. A figura 5.2 representa graficamente esses
conceitos.
Figura 5.2 – Tamanho da LT, Tipo de falta e Resistência de falta - Sorteio por Monte
Carlo.
Capítulo V – Proposta de Metodologia para análise Comparativa de Resultados de Simulação de Afundamentos de Tensão
91
Para sortear a linha de transmissão sob defeito, bem como a distância da
falta naquela linha, propõe-se somar os comprimentos de todas as linhas do
sistema, e gerar um número aleatório com distribuição uniforme entre 0 e 1.
Esse valor definirá, através de um somatório, qual é a linha de transmissão
sorteada, bem como a distância do ponto de falta nessa linha. De modo análogo,
serão sorteadas as outras variáveis como o tipo de falta e a resistência de falta,
baseando-se em informações estatísticas reais do sistema elétrico sob análise.
Os sorteios podem ser diferentes em função do objetivo que se pretende
atingir no estudo. O primeiro tipo deverá envolver o sorteio de todas as variáveis
aleatórias, tais como: linha de transmissão, posição da falta, o tipo de falta e a
resistência de falta. O segundo tipo deverá contemplar sorteios de apenas
algumas variáveis pré-estabelecidas. Por exemplo, poderá ser sorteada apenas a
posição da falta em cada linha de transmissão e, posteriormente, simular todos
os tipos de falta, mantendo-se fixa as posições das faltas nas linhas.
5.4– PROPOSTA DE PROCEDIMENTOS PARA
COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS
Na comparação dos resultados entre os programas de cálculo de curto-
circuito e de transitórios eletromagnéticos, tais como, o ATP e o ANAFAS,
deverão ser utilizados dois parâmetros principais dos afundamentos de tensão: a
intensidade e o número de eventos registrados. Para cada falta, será obtida a
intensidade nos pontos de interesse. Os eventos que envolverem mais de uma
fase serão agregados para se obter um único registro de intensidade, utilizando-
se o critério de agregação pela menor tensão remanescente, apresentado no item
3.5.4.
Capítulo V – Proposta de Metodologia para análise Comparativa de Resultados de Simulação de Afundamentos de Tensão
92
Propõe-se que o conceito de divergência de intensidade do afundamento de
tensão seja definido como a diferença entre a intensidade obtida através do ATP
e do ANAFAS, considerando-se valores de intensidades de afundamentos de
tensão calculados em p.u., conforme a expressão 5.1.
Divergência V VATP ANAFAS= − (5.1)
onde:
VATP – corresponde ao valor de tensão em p.u. calculado pelo programa
ATP; VANAFAS
– corresponde ao valor de tensão em p.u. calculado pelo programa
ANAFAS
Como a saída do ATP contém os valores reais no tempo (oscilografia), será
necessário o cálculo do valor eficaz dos sinais de tensão dos pontos de
monitoração. O método proposto para calcular o valor eficaz do sinal deverá ser
baseado na Transformada Discreta de Fourier (Discrete Fourier Transform -
DFT) de um ciclo [55]. Portanto, a intensidade obtida através do ATP deverá ser
o menor valor RMS de tensão, resultante do tratamento dos registros gráficos de
formas de onda gerados pelo programa. Por outro lado, a intensidade obtida
através do ANAFAS deverá ser de forma direta, pois este programa já fornece a
intensidade do afundamento de tensão em p.u..
As figuras 5.3 e 5.4 apresentam as oscilografias das tensões do sistema
decorrentes de uma falta fase-terra (FT) e os correspondentes valores RMS,
respectivamente.
Capítulo V – Proposta de Metodologia para análise Comparativa de Resultados de Simulação de Afundamentos de Tensão
93
Figura 5.3 - Oscilografia das Tensões - Falta Fase-Terra.
Figura 5.4 - Valor eficaz (RMS) - Falta Fase-Terra.
Para efeito de caracterização do afundamento de tensão, será estabelecido o
patamar limite de 0.90 p.u., ou seja, o evento deverá apresentar intensidade
inferior a este valor.
Capítulo V – Proposta de Metodologia para análise Comparativa de Resultados de Simulação de Afundamentos de Tensão
94
5.5– PROPOSTA DE PROCEDIMENTOS PARA
TRATAMENTO DOS RESULTADOS
O estabelecimento de metodologia para tratamento dos resultados
provenientes dos programas ATP e ANAFAS é bastante importante,
considerando a quantidade de dados que poderão ser obtidos através das
simulações, e a necessidade de apresentá-los ordenadamente, aplicando-se
conceitos estatísticos.
Assim, propõe-se que seja elaborada uma matriz de cálculos para fornecer
as grandezas de interesse, utilizando-se ferramentas estatísticas. A matriz poderá
ser composta de três tabelas base, sendo que todas as tabelas devem estar
correlacionadas de forma a oferecer flexibilidade para possíveis modificações.
Nos itens seguintes serão apresentadas as propostas para as principais
tabelas que compõem a matriz principal.
5.5.1 – TABELAS DO ATP
A tabela do ATP deverá ser elaborada para acondicionar os valores de
afundamentos de tensão, de forma que, em cada linha, contenha um determinado
evento com o tipo de falta simulado e os valores de afundamentos de tensão nos
pontos de monitoração escolhidos (P1, P2, P3, P4, etc). A tabela 5.1 exemplifica
a proposta com valores aleatórios. Nessa proposta serão considerados como
afundamentos de tensão os valores inferiores a 0.90 p.u..
Capítulo V – Proposta de Metodologia para análise Comparativa de Resultados de Simulação de Afundamentos de Tensão
95
Tabela 5.1 – Tabela ATP com valores de afundamentos de tensão ATP P1 P2 P3 P4 P5 P6
Evento 1 0,9144 0,9144 0,9145 0,9304 0,9304 0,8713 Evento 2 0,9350 0,9350 0,9351 0,9473 0,9473 0,9017 Evento 3 0,8661 0,8661 0,8662 0,8913 0,8913 0,7998 Evento 4 0,9176 0,9176 0,9177 0,9333 0,9333 0,8756
NAP 1 1 1 1 1 3
Para cada ponto de monitoração, ou seja, para cada coluna da tabela, o
número de afundamentos de tensão deverá ser contabilizado. O número de
afundamentos de tensão por ponto de monitoração poderá ser abreviado por
NAP.
Propõe-se a criação de nova tabela contendo a média aritmética da
intensidade dos afundamentos de tensão referentes aos casos simulados em cada
ponto de monitoração (Média PM) e a média geral (Média Geral), considerando
os valores de afundamentos de tensão em todos os pontos de monitoração. Além
disso, propõe-se calcular o desvio padrão por ponto de monitoração (Desvio
PM), e o desvio padrão geral, considerando todos os pontos de monitoração
(Desvio Geral). Também será informado na tabela o número total de
afundamentos contabilizados no ATP, levando-se em conta todos os pontos de
monitoração (NAT). A tabela 5.2 exemplifica esta proposta.
Tabela 5.2 - Tabela do ATP com estatísticas calculadas. ATP P1 P2 P3 P4 P5 P6
Média PM 0,6967 0,6869 0,6869 0,7085 0,7085 0,7451 Desvio PM 0,1350 0,1350 0,1569 0,1569 9,1310 0,1580
Média Geral 0,7098 Desvio Geral 0,1533
NAT 387
Capítulo V – Proposta de Metodologia para análise Comparativa de Resultados de Simulação de Afundamentos de Tensão
96
5.5.2 – TABELAS DO ANAFAS
As tabelas do ANAFAS deverão ser elaboradas com as mesmas
características das tabelas do ATP, porém com a função de acondicionar os
resultados das simulações do programa ANAFAS. Portanto, todas as
considerações feitas sobre as tabelas do ATP podem ser estendidas às tabelas do
ANAFAS.
5.5.3 – TABELA DE DIVERGÊNCIA DE AFUNDAMENTOS DE TENSÃO
A proposta para esta tabela é a de relacionar os valores de afundamentos
de tensão das tabelas do ATP com os valores de afundamentos de tensão das
tabelas do ANAFAS, fornecendo o desvio ou as divergências entre os dois
resultados.
Essa tabela possibilita a seleção dos casos que resultam em afundamento
de tensão, calculados em pelo menos um dos dois programas. O cálculo das
divergências será feito conforme a expressão 5.1, do item 5.4.
Nesta tabela também serão calculadas a média das divergências das
intensidades dos afundamentos de tensão, por ponto de monitoração (Média
DP), assim como a média das divergências considerando todos os pontos de
monitoração (Média DT). A tabela apresenta ainda os valores calculados do
desvio padrão das médias das divergências (Desvio Div). A tabela 5.3
exemplifica a proposta apresentada.
Capítulo V – Proposta de Metodologia para análise Comparativa de Resultados de Simulação de Afundamentos de Tensão
97
Tabela 5.3 - Tabela de divergências de Afundamentos de tensão. DIVERGÊNCIAS P1 P2 P3 P4 P5 P6
Evento 1 -0,0727 -0,0735 -0,0622 -0,0288 -0,0362 -0,0266 Evento 2 -0,0901 -0,0527 -0,0322 ** -0,0327 -0,0138 Evento 3 -0,0506 -0,0470 -0,0353 ** ** -0,0067 Evento 4 -0,0939 -0,0592 -0,0499 ** ** **
Média DP -0,0768 -0,0581 -0,0449 -0,0288 -0,0345 -0,0157 Média DT -0,0480
Desvio Div 0,0242
5.6– PROPOSTA DE CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DOS
PONTOS DE MONITORAÇÃO
Os critérios propostos para a escolha dos pontos de monitoração devem
considerar a configuração do sistema, a topologia da rede, as características de
determinados componentes, a proximidade de cargas especiais, a proximidade
de centros de geração e equivalentes de rede. Os pontos devem estar distribuídos
geograficamente no sistema, de forma a avaliar os efeitos da propagação do
afundamento de tensão ao longo de toda a rede elétrica.
Torna-se bastante importante a escolha correta dos pontos de monitoração
para que nos resultados das simulações estejam contempladas as influências das
diversas variáveis de interesse da rede elétrica.
Dessa forma, os pontos de monitoração devem ser definidos em locais que
permitam analisar, entre outros aspectos, a propagação horizontal e vertical dos
afundamentos de tensão e a influência da conexão dos transformadores.
Capítulo V – Proposta de Metodologia para análise Comparativa de Resultados de Simulação de Afundamentos de Tensão
98
Devido à importância da topologia da rede, devem-se identificar no
sistema em análise as configurações com linhas radiais, sistemas malhados ou
interligados.
Levando-se em conta ainda, que o afundamento de tensão afeta a
tolerância ou a sensibilidade de cargas industriais, deve-se considerar como
critério para escolha de pontos de monitoração, barramentos nas proximidades
de cargas especiais e barramentos situados em regiões com grande concentração
de cargas.
5.7– PROPOSTA DE PROCEDIMENTOS PARA ADEQUAÇÃO
DO BANCO DE DADOS DO ATP E ANAFAS
As adequações nos bancos de dados do ATP e do ANAFAS devem ser
feitas de tal modo que o sistema seja representado de forma equivalente nos dois
programas. Esta condição é bastante importante para se evitar erros nos dados de
entrada dos programas. Os erros podem influenciar significativamente os
resultados das simulações.
Deve ser realizada detalhada conferência de todos os dados dos
componentes da rede: linhas de transmissão, transformadores, geradores, bancos
de capacitores, banco de reatores e cargas.
As reduções na rede devem ser calculadas com as mesmas premissas, de
modo que os equivalentes nos dois programas representem eletricamente as
redes originais.
Capítulo V – Proposta de Metodologia para análise Comparativa de Resultados de Simulação de Afundamentos de Tensão
99
Pelo fato de o programa ANAFAS geralmente considerar as tensões pré-
falta em todas as barras do sistema em 1,0 p.u., devem-se adequar as tensões
pré-falta do ATP, ajustando-se convenientemente o fluxo de potência em regime
permanente, buscando-se manter as tensões nos barramentos, em valores
também próximos à 1,0 p.u.. A outra forma de adequação é importar para o
ANAFAS as tensões pré-falta provenientes do cálculo de fluxo de potência
fornecido pelo programa ANAREDE.
Também deverão ser adequadas nos respectivos bancos de dados, as
variáveis aleatórias utilizadas nas simulações, referentes à aplicação das faltas,
tais como: localização da falta, tipo de falta e impedância de falta.
5.8– CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo foi apresentada uma proposta de metodologia para análise
e comparação de resultados de simulação de afundamentos de tensão,
utilizando-se programas de cálculo de curto-circuito e de transitórios
eletromagnéticos, com enfoque no ATP e no ANAFAS.
A proposta estabeleceu critérios para definição dos casos a serem
processados, obedecendo a conceitos de margem de erro e de intervalo de
confiança, bem como à análise de algumas variáveis de influência nos resultados
das simulações.
Adicionalmente, a proposta de metodologia estabeleceu procedimentos e
critérios para comparação e tratamento dos resultados para a escolha dos pontos
de monitoração e para a adequação dos bancos de dados do ATP e do ANAFAS.
Capítulo V – Proposta de Metodologia para análise Comparativa de Resultados de Simulação de Afundamentos de Tensão
100
No próximo capítulo a metodologia será aplicada em um caso teste
utilizando um sistema elétrico de potência de uma concessionária brasileira.
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
101
CAPÍTULO VI
ESTUDO DE CASO - SISTEMA ELÉTRICO
DO ESTADO DE MATO GROSSO
6.1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Neste capítulo é realizada uma análise comparativa dos resultados de
simulação obtidos dos programas ATP e ANAFAS, utilizando como caso teste o
Sistema Elétrico de Suprimento do Estado de Mato Grosso. Vale destacar que
este trabalho faz parte do Programa Anual de Pesquisa e Desenvolvimento –
P&D, ciclo 2002/2003 das Centrais Elétricas Matogrossenses S.A.
Para a representação da rede elétrica foram utilizados inicialmente os
bancos de dados disponíveis na CEMAT, sendo posteriormente realizadas
diversas revisões visando à compatibilização dos arquivos do ponto de vista de
topologia da rede e modelagem dos componentes.
Conforme metodologia proposta no capítulo anterior, serão realizadas
simulações para comparação dos resultados das intensidades dos afundamentos
de tensão, considerando diversos tipos de falta, sua localização e a impedância
de falta. Também serão realizadas simulações adicionais para se avaliar, de
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
102
forma sucinta, a influência da modelagem de alguns componentes do sistema:
tipo de modelagem de geradores e reguladores de tensão.
6.2 – CONSIDERAÇÕES SOBRE O SISTEMA ELÉTRICO DO
ESTADO DE MATO GROSSO
O sistema elétrico de Suprimento do Estado de Mato Grosso, de
propriedade das empresas CEMAT, ELETRONORTE e FURNAS, é dotado de
características específicas: existência de linhas longas e subcompensadas nos
níveis de tensão 230 kV e 138 kV, elevadas distâncias entre os centros de carga
e geração, parque de geração constituído de usinas hidroelétricas e
termoelétricas a gás natural e bagaço de cana. A figura 6.1 mostra o diagrama
unifilar simplificado do sistema.
Figura 6.1- Diagrama unifilar simplificado do sistema.
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
103
Constituído de 93 subestações de transformação com 2.076 MVA de
potência instalada, 6.619 Km de linhas de transmissão em 230 kV e 138 kV, este
sistema ainda possui um parque gerador composto por diversos concessionários,
autoprodutores e produtores independentes, com aproximadamente 1.643 MVA
de capacidade de geração.
A demanda atual do sistema é de 690 MW, com fator de carga bastante
elevado, devido a existência de grande quantidade de consumidores
provenientes de atividades do “agro-negócio” tais como: armazenagem e
secagem de grãos, irrigação e indústria de transformação. Esses consumidores
utilizam a energia em quase todos os períodos da curva de carga,
proporcionando um perfil de consumo bastante equilibrado e constante no
decorrer da jornada diária operacional.
O sistema de transmissão exporta o excedente da energia produzida na
região centro-oeste para a região sudeste do país, sendo as subestações de Rio
Verde e Itumbiara, ambas localizadas no Estado de Goiás, os pontos de conexão
com o sistema interligado brasileiro.
6.3 – MODELAGEM DE COMPONENTES UTILIZADA
NAS SIMULAÇÕES DO CASO TESTE
Nas diversas simulações do caso teste, foram utilizados tanto para o ATP
como para o ANAFAS os modelos de componentes propostos no capítulo 4, que
serão apresentados nos sub-itens seguintes:
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
104
6.3.2 – Modelos Utilizados no ANAFAS
• Geradores – Fontes de tensão constante (1,0 p.u.), atrás das
reatâncias subtransitórias dos geradores;
• Linhas – Modelos concentrados com os valores de resistência e
reatância, desprezando-se os elementos shunt;
• Transformadores – Impedâncias de curto-circuito considerando a
defasagem angular dependendo do tipo de conexão dos
enrolamentos;
• Cargas – Não foram representadas;
• Capacitores e Reatores – Reatâncias ligadas a terra dependendo
do tipo de conexão do equipamento.
6.3.3 – Modelos Utilizados no ATP
• Geradores – Modelos do tipo 59 com representação detalhada para
geradores de origem hidráulica e térmica de médio e grande porte,
com potências acima de 10 MVA. Modelos do tipo 14 para
geradores com potências inferiores a 10 MVA;
• Linhas – Modelos concentrados para as linhas com comprimentos
inferiores a 20 Km, considerando somente a resistência e a
reatância. Modelos com parâmetros distribuídos para as linhas com
comprimentos superiores a 20 Km, considerando a resistência, a
reatância e a susceptância por unidade de comprimento.
• Transformadores – Impedâncias de curto-circuito e a característica
de saturação, considerando a defasagem angular em função do tipo
de conexão dos enrolamentos;
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
105
• Cargas – Modelos com impedância constante, considerando os
valores de resistência e a reatância equivalente em cada barramento
do sistema;
• Capacitores e Reatores – Susceptâncias e reatâncias ligadas a terra
dependendo do tipo de conexão do equipamento.
6.4 – CRITÉRIOS PARA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE
OS RESULTADOS DE SIMULAÇÃO
Para a realização da análise comparativa entre os resultados de simulação
de afundamentos de tensão, foram considerados as propostas e os critérios
estabelecidos no capítulo anterior. Deste modo, a metodologia proposta será
aplicada no caso teste conforme itens subseqüentes.
6.4.1 - ESCOLHA DOS PONTOS DE MONITORAÇÃO
Foram escolhidos ao todo doze pontos para monitoração de afundamentos
de tensão, nos níveis de 230 kV, 138 kV, 13.8 kV e 34.5 kV, distribuídos
geograficamente no sistema. Os pontos estão localizados em locais estratégicos,
escolhidos de forma a contemplar algumas características da rede, tais como:
topologia, concentração de consumidores, consumidores especiais, proximidade
de centros de geração, regiões com elevado nível de curto-circuito e conexão de
transformadores. Dessa forma, garante-se que estes pontos retratem o
comportamento da rede sob o enfoque de afundamentos de tensão.
Assim, foram escolhidos 9 pontos de monitoração no sistema da CEMAT
e 3 pontos de monitoração no sistema da ELETRONORTE, nas seguintes
subestações: Rondonópolis, Coxipó, Sinop, Quatro Marcos e Nobres.
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
106
Na figura 6.1 podem ser observados os pontos de monitoração no sistema
identificados como P1 a P12. A tabela 6.1 mostra os mesmos pontos de
monitoração, os níveis de tensão e respectivas subestações.
Tabela 6.1- Pontos de monitoração de afundamentos de tensão.
PONTO LOCALIZAÇÃO TENSÃO KV
P1 Sinop 230
P2 Sinop 138
P3 Sinop 13,8
P4 Nobres 138
P5 Nobres 34,5
P6 Coxipó 230
P7 Coxipó 138
P8 Coxipó 13,8
P9 Rondonópolis 230
P10 Rondonópolis 138
P11 Rondonópolis 13,8
P12 Quatro Marcos 138
6.4.2 – ESCOLHA DOS CASOS A SEREM PROCESSADOS
Nas simulações foram considerados inicialmente 115 casos de faltas no
sistema de transmissão, gerados aleatoriamente através de sorteio, conforme
procedimentos estabelecidos no item 5.3. Dentre os 115 casos, foram
considerados 100 casos em linhas de transmissão e 15 casos em barramentos de
média tensão, com o intuito de representar nas análises a influência da conexão
dos transformadores. Posteriormente, foram incluídos 21 casos adicionais para
considerar as linhas curtas que não haviam sido contempladas no processo de
sorteio inicial, totalizando os 136 casos.
As variáveis aleatórias: localização da falta, tipo de falta e impedância de
falta também foram sorteadas pelo mesmo processo citado anteriormente, porém
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
107
obedecendo aos percentuais para cada tipo de falta e impedância de falta de
acordo com dados estatísticos reais fornecidos pela concessionária. A tabela 6.2
apresenta os dados estatísticos referentes à ocorrência de faltas no sistema de
transmissão e sub-transmissão. Já a tabela 6.3 mostra valores estatísticos médios
de resistências de faltas.
Tabela 6.2 – Distribuição dos tipos de falta no sistema
Tipos de falta [%]
FT FF FFT FFF
138 [kV] 62 10 14 14
230 [kV] 78 7 5 10
Tabela 6.3 - Resistências de falta no sistema
Resistência de falta [%] 15 [Ω] 50
40 [Ω] 50
Além dos 136 casos simulados, outros casos também foram incluídos
visando avaliar a influência de cada tipo de falta nos resultados. Nas simulações
com os 136 eventos iniciais, a maioria contemplava o tipo de falta FT. Isto
ocorreu devido a maior probabilidade de ocorrência deste tipo de evento de
acordo com os percentuais da tabela 6.2.
O número de casos adicionais foi definido de forma que cada linha do
sistema sofresse uma única falta, resultando assim em 67 novos casos (o sistema
em análise possui 67 linhas de transmissão), e considerando os tipos de falta FT,
FFT, FF e FFF com resistências de falta para terra de 0 ohm e 25 ohms. A
localização da falta em uma linha específica foi determinada por sorteio, de
acordo com os critérios anteriormente estabelecidos, mantendo-se a mesma
localização do defeito para os outros 6 tipos de faltas. O objetivo de simular uma
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
108
falta por linha de transmissão e sub-transmissão foi o de contemplar todo o
sistema em análise.
Através das simulações das faltas na mesma posição das linhas de
transmissão para os seis tipos de falta, pode-se analisar de forma comparativa o
comportamento dos afundamentos de tensão para os diferentes tipos de falta.
Adicionalmente, para se avaliar a influência da modelagem das máquinas
nos resultados das simulações, foram simulados alguns casos alterando-se no
arquivo do ATP o modelo de máquina tipo 59 pelo modelo tipo 14. Este
procedimento foi adotado em algumas usinas de maior importância para o
sistema, tais como: UTE Cuiabá ENRON (480 MW), UH Manso (200 MW) e
UH Juba (80 MW).
Ainda considerando a disponibilidade de dados, foi incorporado nas
máquinas da UTE Cuiabá ENRON (480 MW) o modelo do regulador de tensão,
como forma de se avaliar a influência deste componente nos resultados das
simulações.
6.4.3 - ESTABELECIMENTO DAS TENSÕES PRÉ-FALTA DO SISTEMA
O programa ANAFAS considera as tensões pré-falta em todas as barras
do sistema como sendo 1,0 p.u., a não ser que seja feita a importação dos
resultados do cálculo de fluxo de potência fornecido por outro programa, neste
caso o ANAREDE. Neste estudo, tal procedimento não será adotado e, assim, as
tensões pré-falta nas diversas barras do sistema serão consideradas como 1,0 p.u.
No programa ATP, as tensões pré-falta são determinadas pelas condições
e regime de carga do sistema elétrico, e dependem da solução e ajuste do fluxo
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
109
de potência em regime permanente, podendo resultar em valores diferentes de
1,0 p.u. em diversas barras do sistema.
Para contornar esse problema, o que poderia introduzir erros
consideráveis no cálculo das intensidades dos afundamentos de tensão, foram
realizadas adequações nas tensões pré-falta do ATP, ajustando-se
convenientemente os fluxos de potência nos diversos pontos do sistema. Essas
adequações proporcionaram os ajustes das tensões pré-falta em torno de 1,0 p.u.
em todas as barras de interesse, de modo que o maior erro verificado foi de
aproximadamente 2%.
A tabela 6.4 apresenta as tensões pré-falta consideradas no ANAFAS e no
ATP, após o ajuste conveniente do fluxo de potência
Tabela 6.4 - Tensões Pré-Falta no ANAFAS e ATP
Tensões pré-falta
PONTO LOCALIZAÇÃO TENSÃO [kV] ANAFAS (p.u.) ATP (p.u.)
P1 Sinop 230 1.000 0.9916
P2 Sinop 138 1.000 0.9916
P3 Sinop 13,8 1.000 1.0110
P4 Nobres 138 1.000 0.9880
P5 Nobres 34,5 1.000 0.9797
P6 Coxipó 230 1.000 1.0049
P7 Coxipó 138 1.000 1.0035
P8 Coxipó 13,8 1.000 0.9874
P9 Rondonópolis 230 1.000 0.9867
P10 Rondonópolis 138 1.000 0.9902
P11 Rondonópolis 13,8 1.000 0.9802
P12 Quatro Marcos 138 1.000 1.0067
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
110
6.5– SIMULAÇÃO DE CASOS ALEATÓRIOS
Conforme mencionado no item 6.4.2, foram realizadas inicialmente 136
simulações, sendo 100 simulações de curto-circuito em linhas e 15 simulações
de curto-circuito em barras de média tensão. Posteriormente, foram sorteados
mais 21 casos para completar as linhas que não haviam sido sorteados na
primeira etapa. Considerando que são ao todo 12 pontos de monitoração no
sistema, foram, portanto, gerados 1632 valores em cada um dos programas
utilizados, sendo esta a base de dados para a análise e comparação dos
resultados. No apêndice 1 encontra-se a relação dos casos gerados
aleatoriamente.
A tabela 6.5 sintetiza os resultados obtidos mostrando o número de
afundamentos de tensão, assim como a média das intensidades e o desvio
padrão.
Tabela 6.5 – Tabela com resultados do ATP e ANAFAS
ATP ANAFAS
Nº DE AFUNDAMENTOS 523 442
MÉDIA INTENSIDADE – P.U. 0,7329 0,7458
DESVIO PADRÃO 0,1607 0,1605
A média das intensidades dos afundamentos de tensão calculados pelo
ATP é ligeiramente inferior (1,3%) à média calculada pelo ANAFAS. Já a
quantidade de afundamentos contabilizados pelo ATP (523) é superior ao
ANAFAS (442), representando 15,49% de diferença. Essas diferenças podem
estar relacionadas com as tensões pré-falta, pois conforme mostra a tabela 6.4,
as tensões obtidas do ATP são diferentes do ANAFAS nos pontos de
monitoração. Isto também justifica, em parte, as diferenças na contabilização do
número dos afundamentos de tensão entre os dois programas.
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
111
De forma semelhante, as tabelas 6.6. e 6.7 apresentam os valores médios
das intensidades dos afundamentos por ponto de monitoração, assim como o
desvio padrão associado. Tabela 6.6 – Valores médios dos afundamentos e desvio padrão por ponto de monitoração –
ATP. ATP P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12
Tensão (p.u.) 0,6758 0,6581 0,6516 0,7663 0,7661 0,7742 0,7718 0,7379 0,7418 0,7539 0,7703 0,6943
DesvioPadrão 0,1904 0,2040 0,1952 0,1578 0,1472 0,1060 0,1244 0,1998 0,1214 0,1188 0,1135 0,1814
Tabela 6.7 – Valores médios dos afundamentos e desvio padrão por ponto de monitoração –
ANAFAS. ANAFAS P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12
Tensão (p.u.) 0,6854 0,6569 0,6640 0,7600 0,7668 0,7917 0,7898 0,7358 0,7784 0,7880 0,7992 0,7006
Desvio Padrão 0,1832 0,2056 0,1965 0,1669 0,1566 0,0980 0,1250 0,2087 0,1081 0,1065 0,1028 0,1740
Por inspeção, observa-se que os valores de afundamentos de tensão
verificados na subestação de Sinop (P1, P2, P3) são mais severos. Esse
comportamento pode estar relacionado com a topologia da rede elétrica, devido
as características radiais do sistema de transmissão daquela região. Atualmente,
a subestação de Sinop é atendida por uma linha de transmissão em 230 kV,
longa e subcompensada, com aproximadamente 500 Km de extensão, estando
susceptível a ocorrências de afundamentos de tensão mais severos originários de
curto-circuito no sistema tronco.
A tabela 6.8 apresenta a média das divergências e o desvio padrão. A
tabela 6.9 apresenta a média das divergências, e o desvio padrão por tipo de falta
simulada
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
112
Tabela 6.8 – Média das divergências e desvio padrão MÉDIA DIVERGÊNCIA -0,0387
DESVIO PADRÃO 0,0248
Tabela 6.9 –Média das divergências e desvio padrão por tipo de falta.
MÉDIA DIVERGÊNCIA FALTAS FT -0,0413 DPADRÃO 0,0228
MÉDIA DIVERGÊNCIA FALTAS FF -0,0310 DPADRÃO 0,0302
MÉDIA DIVERGÊNCIA FALTAS FFT -0,0413 DPADRÃO 0,0257
MÉDIA DIVERGÊNCIA FALTAS FFF -0,0341 DPADRÃO 0,0244
Com base nestas tabelas, verifica-se que a média global das divergências
para todos os casos simulados foi de -3,8%. A maior divergência, cujo valor foi
de -4,1%, ocorreu nos casos simulados com falta FT e FFT, e a menor
divergência, -3,1%, nos casos com falta FF. De acordo com a expressão 5.1, o
sinal negativo indica a tendência do programa ATP em calcular afundamentos
mais severos que o ANAFAS.
A figura 6.2 apresenta o histograma com as distribuições das divergências
das intensidades com todos os valores de tensão calculados. A figura 6.3 mostra
apenas os valores contabilizados como afundamentos.
Histograma - Divergências Geral
0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,67%8,33%
80,02%
10,85%
0,12% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
<-0,
3
-0.3
/ -0
.25
-0.2
5 /-
0.2
-0.2
/-0.
15
-0.1
5 / -
0.1
-0.1
/-0.
05
-0.0
5 / 0
0 / 0
.05
0.05
/ 0.
1
0.1
/ 0.1
5
0.15
/ 0.
2
0.2
/ 0.2
5
0.25
/ 0.
30
>0,3
Figura 6.2 - Distribuição das divergências entre o ATP e ANAFAS - Todos Valores de
Tensão.
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
113
Histograma - Divergências AMT´s
0,00% 0,00% 0,00% 0,00%2,09%
25,81%
68,69%
3,04%0,38% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
<-0,30
-0.3 / -0.25
-0.25 /- 0.2
-0.2 /-0.15
-0.15 / -0.1
-0.1 /-0.05
-0.05 / 0
0 / 0
.05
0.05
/ 0.1
0.1 / 0
.15
0.15
/ 0.2
0.2 / 0
.25
0.25
/ 0.30
>0,3
Figura 6.3 - Distribuição das divergências entre o ATP e ANAFAS – Somente
Afundamentos de Tensão.
Observa-se que a maior concentração de valores encontra-se no lado
esquerdo dessas figuras, na faixa de – 5% a 0%, pois o ATP apresenta tendência
em calcular valores de afundamentos mais severos que o ANAFAS. A
assimetria verificada na figura 6.3 é conseqüência da redução do número de
amostras, pelo fato de serem considerados apenas os valores de afundamentos de
tensão. A condição de seleção do evento foi que, em pelo menos um dos
programas, a intensidade da tensão tenha sido menor que 0,9 p.u..
A figura 6.4 apresenta a distribuição geral das tensões em todos pontos de
monitoração, considerando os resultados do ATP e do ANAFAS.
INTENSIDADE DOS AMT'S
0% 0% 0% 1% 2% 3% 4% 7%15%
66%
1%0% 0% 1% 0% 1% 3% 2% 5%15%
73%
0%0%
10%20%30%40%50%60%70%80%
0-0,
1
0,1-
0,2
0,2-
0,3
0,3-
0,4
0,4-
0,5
0,5-
0,6
0,6-
0,7
0,7-
0,8
0,8-
0,9
0,9-
1,0
1,0-
1,1
INTENSIDADE [PU]
ATP
ANAFAS
Figura 6.4 - Histograma das intensidades dos afundamentos de tensão
Parte substancial dos defeitos não resulta em afundamentos de tensão,
uma vez que a maior incidência de eventos ocorre na faixa de 0,9 a 1,0 p.u. de
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
114
intensidade (66% e 73%). Observa-se que ocorre maior concentração de
magnitudes para valores acima de 0,7 p.u..
A tabela 6.10 apresenta a relação dos eventos com divergências
individuais maiores que 10%.
Tabela 6.10 – Eventos com divergências superiores a 10%. P9 P10 P11
EVENTO FALTA RESIST. DIVERGÊNCIAS EVENTO 1 FT 40 -0,1239 -0,1033
EVENTO 46 FF ______ -0,1141 -0,1180 -0,1213
EVENTO 48 FT 40 -0,1001
EVENTO 91 FFT 40 -0,1029 -0,1048
EVENTO 118 FT 40 -0,1034
EVENTO 121 FFT 15 -0,1044 -0,1119
As divergências apresentadas nessa tabela são pouco representativas
estatisticamente, pois correspondem a apenas 11 valores (0,67%) no universo de
1632. Essas divergências seriam menores caso não houvesse as diferenças nas
tensões pré-falta, conforme já citado anteriormente.
As maiores divergências ocorrem nos pontos P9, P10 e P11, localizados
na subestação de Rondonópolis, nos níveis de tensão em 230 kV, 138 kV e
13.8kV. Entende-se que se trata de uma característica sistêmica, pois em
condições de regime permanente, há elevado fluxo de potência ativa passante
pela subestação de Rondonópolis, proveniente do excedente de geração
produzida em Mato Grosso. Este excedente de geração, da ordem de 400 MW,
escoa da região centro-oeste para a região sudeste do país. Constata-se também
que os eventos 1, 46, 48, 91, 118 e 121 correspondem às faltas aplicadas em
regiões de elevado nível de curto-circuito, podendo, em determinadas situações,
provocar problemas de instabilidade dinâmica no sistema.
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
115
Com base nos resultados obtidos deste conjunto de simulações, conclui-se
que as divergências verificadas entre os dois programas estão dentro de limites
bastante razoáveis para os tipos de faltas simuladas. Considerando a necessidade
de melhor investigar a influência de cada tipo de falta nos resultados, no
próximo item serão apresentados outros resultados provenientes de novas
simulações.
6.6 – ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DOS TIPOS DE FALTA
Conforme já mencionado no item 6.4.2, para avaliar a influência de cada
tipo de falta nos resultados dos afundamentos de tensão, foram realizadas novas
simulações considerando os seguintes tipos de faltas: FT, FF, FFT e FFF com
resistências de falta para a terra em 0 e 25 ohms. O valor de 25 ohms foi
escolhido, porque corresponde ao valor médio da resistência de aterramento
medido no sistema de transmissão da concessionária. Desta forma, serão
apresentados os resultados de 6 conjuntos de simulações (um conjunto para cada
tipo de falta), com 67 casos simulados em cada conjunto. Considerando os 12
pontos de monitoração, serão gerados outros 4824 valores em cada um dos
programas utilizados, sendo esta a nova base de dados para a comparação dos
resultados. No apêndice 2 consta a relação de todos os casos simulados.
Para cada uma das linhas consideradas foi sorteada apenas a posição da
falta, sendo que esta variável foi mantida constante variando-se as demais, ou
seja, o tipo e a resistência de falta.
6.6.1 - FALTAS DO TIPO FT SÓLIDAS
A tabela 6.11 apresenta os resultados obtidos, mostrando o número de
afundamentos de tensão, a média das intensidades e o desvio padrão.
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
116
Tabela 6.11 – Tabela com resultados do ATP e ANAFAS – FT sólidas ATP ANAFAS
Nº DE AFUNDAMENTOS 344 310
MÉDIA INTENSIDADE – P.U. 0,6615 0,6647
DESVIO PADRÃO 0,2043 0,1989
A média das intensidades dos afundamentos de tensão calculados pelo
ATP é bastante semelhante à média calculada pelo ANAFAS, com apenas
0,32% de diferença. A quantidade de afundamentos contabilizados pelo ATP
(344) é superior ao ANAFAS (310), representando 9,38% de diferença.
As tabelas 6.12 e 6.13 apresentam os valores médios das intensidades dos
afundamentos por ponto de monitoração, assim como desvio padrão associado,
para o ATP e ANAFAS, respectivamente.
Tabela 6.12 – Valores médios dos afundamentos e desvio padrão por ponto de monitoração
– ATP ATP P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12
Tensão
(p.u.) 0,6258 0,6162 0,6282 0,6348 0,6662 0,6198 0,6160 0,7256 0,6979 0,7028 0,7205 0,6604
Desvio Padrão 0,2256 0,2263 0,2187 0,2358 0,2089 0,2119 0,2835 0,1489 0,1411 0,1713 0,1568 0,1927
Tabela 6.13 – Valores médios dos afundamentos e desvio padrão por ponto de monitoração - ANAFAS
ANAFAS P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12
Tensão
(p.u.) 0,6330 0,6206 0,6290 0,5998 0,6268 0,6355 0,6136 0,7065 0,7283 0,7267 0,7270 0,6924
Desvio Padrão 0,2218 0,2103 0,2249 0,1953 0,2051 0,2824 0,1301 0,1342 0,1718 0,1553 0,1931 0,1931
Constata-se que os afundamentos de tensão verificados na subestação de
Sinop são mais acentuados (P1, P2, P3), conforme já observado no item anterior.
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
117
Observa-se também que os pontos de monitoração localizados na subestação de
Coxipó (P6, P7), e na subestação de Nobres (P4, P5), também registraram
afundamentos mais severos, podendo estar relacionados com o tipo de falta
considerado. Ainda por inspeção, observa-se que os valores médios das
intensidades dos afundamentos de tensão por ponto de monitoração são mais
severos quando calculados pelo ATP em alguns pontos. Já em outros pontos, as
intensidades calculadas pelo ANAFAS são mais severas. Este comportamento
pode estar relacionado com as diferenças nas tensões pré-falta, com o tipo de
falta e com a amostra dos valores de tensão utilizados para este cálculo. Como a
quantidade de afundamentos contabilizados pelo ATP é diferente do ANAFAS,
conforme mostra a tabela 6.11, as amostras dos dois programas, para o cálculo
dos valores médios das intensidades dos afundamentos, também são diferentes.
A tabela 6.14 apresenta a média das divergências, e o desvio padrão. A
média das divergências para este tipo de falta foi -2,8% (pró-ATP). O valor
negativo indica a mesma tendência do ATP em calcular afundamentos de tensão
mais severos que o ANAFAS.
Tabela 6.14 – Média das divergências e desvio padrão para faltas do tipo FT sólidas.
MÉDIA DIVERGÊNCIA -0,0281
DESVIO PADRÃO 0,0147
A figura 6.5 apresenta o histograma com as distribuições das divergências
das intensidades, com todos os valores de tensão calculados. A figura 6.6 mostra
apenas os valores contabilizados como afundamentos.
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
118
Histograma - Divergências Geral
0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 3,11%
85,07%
11,82%
0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
<-0,
3
-0.3
/ -0
.25
-0.2
5 /-
0.2
-0.2
/-0.
15
-0.1
5 / -
0.1
-0.1
/-0.
05
-0.0
5 / 0
0 / 0
.05
0.05
/ 0.
1
0.1
/ 0.1
5
0.15
/ 0.
2
0.2
/ 0.2
5
0.25
/ 0.
30
>0,3
Figura 6.5 - Distribuição das divergências entre o ATP e ANAFAS – Todos valores de
Tensão.
HISTOGRAMA - Divergências AMT´s
0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
7,25%
88,70%
4,06%0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
<-0,30
-0.3 / -0
.25
-0.25 /- 0.2
-0.2 /-0.15
-0.15 / -0.1
-0.1 /-0.05
-0.05 / 0
0 / 0
.05
0.05
/ 0.1
0.1 / 0
.15
0.15
/ 0.2
0.2 / 0
.25
0.25
/ 0.30
>0,3
Figura 6.6 - Distribuição das divergências entre ATP e ANAFAS - Somente Afundamentos
de Tensão.
Através da distribuição das divergências apresentadas nos histogramas das
figuras 6.5 e 6.6, verifica-se a maior concentração de divergências na faixa de
–5% a 0%. Esta distribuição confirma a tendência do ATP em calcular
afundamentos de tensão com maior severidade.
A figura 6.7 apresenta a distribuição geral das tensões em todos pontos de
monitoração, considerando tanto os resultados do ATP como do ANAFAS.
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
119
INTENSIDADE DOS AMT'S
0% 1% 1% 2% 2%7% 6% 7%
15%
57%
0%0% 1% 1% 2% 3% 5% 6% 7%13%
62%
0%0%
10%20%30%40%50%60%70%
0,0
- 0,1
0,1
- 0,2
0,2
- 0,3
0,3
- 0,4
0,4
- 0,5
0,5
- 0,6
0,6
- 0,7
0,7
- 0,8
0,8
- 0,9
0,9
- 1,0
1,0
- 1,1
IN TEN SID A D E [ PU ]
ATPANAFAS
Figura 6.7 – Histograma das intensidades dos afundamentos de tensão- Faltas FT sólidas
Parte substancial dos defeitos não resulta em afundamentos de tensão,
uma vez que a maior incidência de eventos ocorre na faixa de 0,9. a 1,0 p.u. de
intensidade (57% e 62%). Verifica-se também que ocorre maior concentração de
magnitudes para valores acima de 0,5 p.u..
Os resultados das simulações com falta FT sólida não apresentaram
divergências individuais maiores que 10%, sendo que o maior erro verificado foi
de 6,5%.
6.6.2 - FALTAS DO TIPO FT COM RESISTÊNCIA DE FALTA DE 25 Ω
A tabela 6.15 apresenta os resultados obtidos mostrando o número de
afundamentos de tensão, a média das intensidades e o desvio padrão.
Tabela 6.15 – Tabela com resultados do ATP e ANAFAS – FT 25Ω
ATP ANAFAS
Nº DE AFUNDAMENTOS 197 142
MÉDIA INTENSIDADE – P.U. 0,7470 0,7327
DESVIO PADRÃO 0,1746 0,1673
A média das intensidades dos afundamentos de tensão calculados pelo
ANAFAS é ligeiramente inferior (1,4%) à média calculada pelo ATP. A
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
120
quantidade de afundamentos contabilizados pelo ATP (197) é superior ao
ANAFAS (142), representando 27,92% de diferença.
Verifica-se que a inclusão da impedância de falta para a terra reduz
consideravelmente a quantidade de afundamentos contabilizados em relação aos
casos com falta FT sólidas. Como já era esperado, houve, ainda, acréscimos nos
valores médios das intensidades dos afundamentos, em relação aos casos com
faltas FT sólidas. Portanto, desprezar a resistência de falta significa calcular
afundamentos de tensão mais severos.
As tabelas 6.16 e 6.17 apresentam os valores médios das intensidades dos
afundamentos por ponto de monitoração e os desvios padrões correspondentes.
Tabela 6.16 – Valores médios dos afundamentos e desvio padrão por ponto de monitoração – ATP
ATP P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 Tensão
(p.u.) 0,5809 0,5364 0,5593 0,7676 0,7937 0,7901 0,8660 0,8510 0,7744 0,7852 0,8082 0,7274
Desvio Padrão 0,2370 0,2250 0,2187 0,1815 0,1482 0,1073 0,0485 0,0334 0,0807 0,0730 0,0681 0,1813
Tabela 6.17 – Valores médios dos afundamentos e desvio padrão por ponto de monitoração - ANAFAS
ANAFAS P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 Tensão
(p.u.) 0,5709 0,5445 0,5570 0,6893 0,7156 0,8099 0,8277 0,8748 0,8117 0,8192 0,8327 0,6815
Desvio Padrão 0,2174 0,2085 0,1921 0,1663 0,0851 0,0441 0,0335 0,0664 0,0518 0,0465 0,1629 0,1629
Os afundamentos de tensão verificados na subestação de Sinop são mais
acentuados (P1, P2, P3), pelos motivos já expostos nos itens anteriores. Ainda
nesta subestação, observa-se que os valores médios das intensidades dos
afundamentos, calculados pelo ATP ou ANAFAS, são mais severos em relação
aos casos com faltas FT sólidas, sendo uma exceção entre os demais pontos
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
121
monitorados. Este comportamento pode estar relacionado com a topologia da
rede, o tipo de falta e, conforme já mencionado anteriormente, com a amostra
dos valores de tensão em alguns pontos de monitoração.
A tabela 6.18 apresenta a média das divergências e o desvio padrão. A
média das divergências obtida é satisfatória, ou seja, de -3,8% (pró-ATP). O
valor negativo confirma a tendência do ATP em calcular valores de
afundamentos mais severos que o ANAFAS.
Tabela 6.18 – Média das divergências e desvio padrão p/ falta tipo FT com resistência de falta 25 Ω
MÉDIA DIVERGÊNCIA -0,0388
DESVIO PADRÃO 0,0198
Apesar da média das divergências encontrar-se dentro de limites
adequados (- 3,8%), o valor é superior à média das divergências calculadas nos
casos simulados com faltas FT sólidas (-2,8%). Portanto, constata-se que a
inclusão da impedância de falta para a terra aumenta as divergências dos
resultados.
A figura 6.8 apresenta o histograma com as distribuições das intensidades
das divergências com todos os valores de tensão calculados. A figura 6.9 mostra
apenas os valores contabilizados como afundamentos de tensão.
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
122
Histograma - Divergências Geral
0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,37%5,60%
84,08%
9,95%0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
<-0,
3
-0.3
/ -
0.25
-0.2
5 /-
0.2
-0.2
/-0.
15
-0.1
5 / -
0.1
-0.1
/-0.
05
-0.0
5 / 0
0 / 0
.05
0.05
/ 0.
1
0.1
/ 0.1
5
0.15
/ 0.
2
0.2
/ 0.2
5
0.25
/0.
30 >0,3
Figura 6.8 -Distribuição das divergências entre o ATP e ANAFAS - Todos os Valores de
Tensão
HISTOGRAMA - DIVERGÊNCIAS AMT´s
0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,52%
21,32%
75,13%
2,03% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
<-0,
30
-0.3
/ -0
.25
-0.2
5 /-
0.2
-0.2
/-0.
15
-0.1
5 / -
0.1
-0.1
/-0.
05
-0.0
5 / 0
0 / 0
.05
0.05
/ 0.
1
0.1
/ 0.1
5
0.15
/ 0.
2
0.2
/ 0.2
5
0.25
/ 0.
30
>0,3
Figura 6.9- Distribuição das divergências entre ATP e ANAFAS - Somente Afundamentos
de Tensão
Pela figura 6.9 verifica-se que, devido ao aumento da média das
divergências, também ocorre o aumento da concentração de valores no lado
esquerdo do histograma. A quantidade de divergências entre -10% a –5%, atinge
o patamar de 21,32%.
A figura 6.10 apresenta a distribuição geral das tensões em todos pontos
de monitoração, considerando os resultados do ATP e do ANAFAS.
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
123
INTENSIDADE DOS AMT'S
0% 0% 0% 1% 1% 1% 2% 4%13%
75%
0%0% 0% 0% 1% 1% 1% 2% 3%9%
82%
0%0%
10%20%30%40%50%60%70%80%90%
0,0
- 0,1
0,1
- 0,2
0,2
- 0,3
0,3
- 0,4
0,4
- 0,5
0,5
- 0,6
0,6
- 0,7
0,7
- 0,8
0,8
- 0,9
0,9
- 1,0
1,0
- 1,1
INTENSIDADE [PU]
OC
OR
RÊN
CIA
S [%
]
ATPANAFAS
Figura 6.10 - Histograma das intensidades dos afundamentos de tensão- Faltas FT 25 Ω
Parte substancial dos defeitos não resulta em afundamentos de tensão,
uma vez que a maior incidência de eventos ocorre na faixa de 0,9 a 1,0 p.u. de
intensidade (75% e 82%). Observa-se também que ocorre maior concentração de
magnitudes para valores acima de 0,8 p.u..
A tabela 6.19 apresenta a relação dos eventos com divergências superiores
a 10%. Em apenas um dos eventos ocorreram divergências individuais maiores
que 10% na subestação de Rondonópolis (P3, P10, P11). Em todos os demais
pontos, os resultados estão abaixo deste limite.
Tabela 6.19 – Eventos com divergências maiores que 10% - Faltas FT 25 Ω P9 P10 P11
EVENTO DIVERGÊNCIAS
EVENTO 64 -0,1071 -0,1357 -0,1203
6.6.3 - FALTAS DO TIPO FF
A tabela 6.20 apresenta os resultados obtidos mostrando o número de
afundamentos de tensão, a média das intensidades e o desvio padrão.
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
124
Tabela 6.20 – Tabela com resultados do ATP e ANAFAS - FF ATP ANAFAS
Nº DE AFUNDAMENTOS 452 387
MÉDIA INTENSIDADE – P.U. 0,7000 0,7099
DESVIO PADRÃO 0,1657 0,1514
A média das intensidades dos afundamentos de tensão calculados pelo
ATP é ligeiramente inferior (0,9%) à média calculada pelo ANAFAS. A
quantidade de afundamentos contabilizados pelo ATP (452) é superior ao
ANAFAS (387), representando uma diferença de 14,38%. Ao se comparar com
os casos de faltas FT, verifica-se um aumento na quantidade de afundamentos
contabilizados tanto pelo ATP como pelo ANAFAS.
As tabelas 6.21 e 6.22 apresentam os valores médios das intensidades dos
afundamentos por ponto de monitoração assim como os desvios padrões
correspondentes.
Tabela 6.21 – Valores médios dos afundamentos e desvio padrão por ponto de monitoração
– ATP ATP P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12
Tensão (p.u.) 0,7027 0,7047 0,6993 0,7101 0,7209 0,7284 0,7225 0,6670 0,6870 0,6805 0,6856 0,6962
Desvio Padrão 0,1579 0,1570 0,1535 0,1634 0,1652 0,1428 0,1714 0,2776 0,1373 0,1386 0,1421 0,1244
Tabela 6.22– Valores médios dos afundamentos e desvio padrão por ponto de monitoração -
ANAFAS ANAFAS P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12
Tensão (p.u.) 0,6967 0,6869 0,6870 0,7085 0,7085 0,7452 0,7164 0,6331 0,7484 0,7338 0,7338 0,7041
Desvio Padrão 0,1350 0,1351 0,1570 0,1570 0,1310 0,1581 0,2889 0,0967 0,1049 0,1049 0,1174 0,1174
Os valores médios dos afundamentos estão próximos a 0,7 p.u. na maioria
dos pontos monitorados. Por inspeção, observa-se o mesmo comportamento para
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
125
os valores médios dos afundamentos calculados pelo ATP e ANAFAS por ponto
de monitoração, conforme já mencionado no item 6.6.1.
A tabela 6.23 apresenta a média das divergências dos afundamentos, e o
desvio padrão. A média das divergências de –3,9%, representa um aumento
moderado em relação aos casos com falta FT sólidas (-2,8%), e estando bastante
próxima dos casos com falta FT e impedância de 25 ohms (-3,8%). O valor
negativo da média das divergências indica a mesma tendência dos resultados
anteriores, ou seja, o ATP calculando afundamentos mais severos que o
ANAFAS.
Tabela 6.23 – Média das divergências dos afundamentos e desvio padrão para faltas do tipo FF
MÉDIA DIVERGÊNCIA -0,0393
DESVIO PADRÃO 0,0332
A figura 6.11 apresenta o histograma com as distribuições das
divergências das intensidades com todos os valores de tensão calculados. A
figura 6.12 mostra apenas os valores contabilizados como afundamentos.
Histograma - Divergências Geral
0,00% 0,00% 0,00% 1,00% 2,61%11,32%
75,00%
9,95%0,12% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
0%10%20%30%40%50%60%70%80%
<-0,
3
-0.3
/ -
0.25
-0.2
5 /-
0.2
-0.2
/-0.
15
-0.1
5 / -
0.1
-0.1
/-0.
05
-0.0
5 / 0
0 / 0
.05
0.05
/ 0.
1
0.1
/ 0.1
5
0.15
/ 0.
2
0.2
/ 0.2
5
0.25
/0.
30 >0,3
Figura 6.11 - Distribuição das divergências entre o ATP e ANAFAS - Todos os Valores de
Tensão
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
126
HISTOGRAMA - DIVERGÊNCIAS AMT´s
0,00% 0,00% 0,00% 1,76%4,63%
20,04%
69,16%
4,19%0,22% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
<-0,
30
-0.3
/ -0
.25
-0.2
5 /-
0.2
-0.2
/-0.
15
-0.1
5 / -
0.1
-0.1
/-0.
05
-0.0
5 / 0
0 / 0
.05
0.05
/ 0.
1
0.1
/ 0.1
5
0.15
/ 0.
2
0.2
/ 0.2
5
0.25
/ 0.
30
>0,3
Figura 6.12 - Distribuição das divergências entre ATP e ANAFAS - Somente
Afundamentos de Tensão
A maior concentração de valores está localizada no lado esquerdo do
histograma, na faixa de –5% a 0%, conforme já verificado nos casos anteriores.
A figura 6.13 apresenta a distribuição geral das tensões em todos pontos
de monitoração, considerando os resultados do ATP e do ANAFAS.
INTENSIDADE DOS AMT'S
0% 0% 0% 0%7% 9% 9% 7%
23%
44%
0%0% 0% 0% 0%3%
8% 9% 10%17%
52%
0%0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
0,0
- 0,1
0,1
- 0,2
0,2
- 0,3
0,3
- 0,4
0,4
- 0,5
0,5
- 0,6
0,6
- 0,7
0,7
- 0,8
0,8
- 0,9
0,9
- 1,0
1,0
- 1,1
IN TEN SID A D E [ PU ]
ATPANAFAS
Figura 6.13 - Histograma das intensidades dos afundamentos de tensão- Faltas FF
Parte dos defeitos não resulta em afundamentos de tensão, uma vez que a
incidência de eventos na faixa de 0,9 a 1,0 p.u. de intensidade é bastante
considerável (44% e 52%). Observa-se que ocorre maior concentração de
magnitudes para valores acima de 0,4 p.u..
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
127
A tabela 6.24 apresenta a relação dos eventos com divergências
individuais acima de 10%.
Tabela 6.24 - Eventos com divergências acima de 10 % - Faltas FF.
P9 P10 P11 EVENTO DIVERGÊNCIA EVENTO 6 -0,1243 -0,1212 -0,1242 EVENTO 9 -0,1460 -0,1053
EVENTO 15 -0,1372 -0,1178 -0,1218 EVENTO 27 -0,1302 -0,1319 -0,1358 EVENTO 44 -0,1054 -0,1025 -0,1070 EVENTO 52 -0,1573 -0,1568 -0,1604 EVENTO 53 -0,1501 -0,1512 -0,1544 EVENTO 54 -0,1201 -0,1180 -0,1220 EVENTO 61 -0,1491 -0,1515 -0,1546 EVENTO 62 -0,1000 -0,1006 -0,1050
A partir da tabela 6.24 observa-se que alguns eventos apresentam
divergências acima de 15% na subestação de Rondonópolis (P9, P10 e P11).
Verifica-se que os eventos com os maiores erros são decorrentes de faltas
próximas da subestação de Coxipó. Esta região caracteriza-se pelo elevado nível
de curto-circuito, estando adjacente à maior fonte geradora do Estado (UTE-
Cuiabá), com capacidade para 480 MW de geração. Conforme já mencionado no
item 6.5, a região possui características sistêmicas especificas.
Vale esclarecer que foram realizadas diversas análises e investigações
detalhadas nos casos em que os resultados apresentaram divergências superiores
a 15%, no entanto, não foram identificados erros nos bancos de dados e nas
simulações.
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
128
6.6.4 - FALTAS DO TIPO FFT SÓLIDAS
A tabela 6.25 apresenta os resultados obtidos mostrando o número de
afundamentos de tensão, a média das intensidades e o desvio padrão.
Tabela 6.25 – Tabela com resultados do ATP e ANAFAS – FFT sólidas
ATP ANAFAS
Nº DE AFUNDAMENTOS 465 400
MÉDIA INTENSIDADE – P.U. 0,6548 0,6559
DESVIO PADRÃO 0,2195 0,2120
A média das intensidades dos afundamentos de tensão calculados pelo
ATP é praticamente igual a do ANAFAS, com apenas 0,11% de diferença. A
quantidade de afundamentos contabilizados pelo ATP (465) é superior ao
ANAFAS (400), representando uma diferença de 13,98%.
Para este tipo de falta ocorreu um número maior de afundamentos
contabilizados, quando comparado com as simulações com faltas do tipo FT e
FF. Também a média da intensidade dos afundamentos diminuiu em relação aos
casos FT e FF, indicando que faltas FFT geram afundamentos mais severos.
As tabelas 6.26 e 6.27 apresentam os valores médios das intensidades dos
afundamentos por ponto de monitoração, assim como os desvios padrões
associados.
Tabela 6.26 – Valores médios dos afundamentos e desvio padrão por ponto de monitoração - ATP
ATP P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12
Tensão
(p.u.) 0,6532 0,6478 0,6335 0,6576 0,6685 0,6738 0,6418 0,6627 0,6581 0,6415 0,6721 0,6352
Desvio Padrão 0,2320 0,2296 0,2194 0,2414 0,2215 0,2189 0,2717 0,2785 0,1676 0,1815 0,1779 0,1946
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
129
Tabela 6.27 – Valores médios dos afundamentos e desvio padrão por ponto de monitoração - ANAFAS
ANAFAS P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12
Tensão
(p.u.) 0,6250 0,6142 0,6211 0,6446 0,6575 0,6873 0,6474 0,6331 0,7015 0,6797 0,6884 0,6461
Desvio Padrão 0,2159 0,2047 0,2427 0,2228 0,2118 0,2724 0,2889 0,1418 0,1658 0,1531 0,1913 0,1913
Na maioria dos pontos, os valores médios das intensidades dos
afundamentos é inferior aos casos FT e FF. Verifica-se que os afundamentos
mais severos ocorrem nas subestações de Sinop (P1, P2, P3) e de Quatro Marcos
(P12). Ainda por inspeção, também verifica-se o mesmo comportamento para os
valores médios dos afundamentos por ponto de monitoração calculados pelo
ATP e ANAFAS, já mencionados no item 6.6.1
A tabela 6.28 apresenta a média das divergências e o desvio padrão. A
média das divergências de -3,7%, indica pelo valor negativo a mesma tendência
do ATP calcular valores de afundamentos mais severos do que o ANAFAS.
Tabela 6.28 – Média das Divergências e Desvio Padrão para faltas do tipo FFT sólidas
MÉDIA DIVERGÊNCIA -0,0374
DESVIO PADRÃO 0,0253
A figura 6.14 apresenta o histograma com as distribuições das
divergências das intensidades com todos os valores de tensão calculados. A
figura 6.15 mostra apenas os valores contabilizados como afundamentos.
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
130
Histograma - Divergências Geral
0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,75%
13,31%
77,74%
8,08%0,12% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
<-0,
3
-0.3
/ -0
.25
-0.2
5 /-
0.2
-0.2
/-0.
15
-0.1
5 / -
0.1
-0.1
/-0.
05
-0.0
5 / 0
0 / 0
.05
0.05
/ 0.
1
0.1
/ 0.1
5
0.15
/ 0.
2
0.2
/ 0.2
5
0.25
/ 0.
30
>0,3
Figura 6.14 - Distribuição das divergências entre o ATP e ANAFAS - Todos os Valores de
Tensão
.
HISTOGRAMA - DIVERGÊNCIAS AMT´s
0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,28%
22,91%
72,38%
3,21%0,21% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
<-0,30
-0.3 / -0
.25
-0.25 /- 0.2
-0.2 /-0.15
-0.15 / -0.1
-0.1 /-0.05
-0.05 / 0
0 / 0
.05
0.05
/ 0.1
0.1 / 0
.15
0.15
/ 0.2
0.2 / 0
.25
0.25
/ 0.30
>0,3
Figura 6.15 - Distribuição das divergências entre ATP e ANAFAS - Somente
Afundamentos de Tensão
Com base nas figuras 6.14 e 6.15, verifica-se a mesma tendência dos
outros conjuntos, ou seja, a concentração de valores no lado esquerdo do
histograma, na faixa de – 5% a 0%.
A figura 6.16 apresenta a distribuição geral das tensões em todos os
pontos de monitoração, considerando os resultados tanto do ATP como do
ANAFAS.
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
131
INTENSIDADE DOS AMT'S
1% 1% 3% 4% 6% 7% 6% 8%
22%
42%
0%1% 1% 2% 3% 4% 7% 6% 8%
18%
50%
0%0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
0,0
- 0,1
0,1
- 0,2
0,2
- 0,3
0,3
- 0,4
0,4
- 0,5
0,5
- 0,6
0,6
- 0,7
0,7
- 0,8
0,8
- 0,9
0,9
- 1,0
1,0
- 1,1
IN TEN SID A D E [ PU ]
ATPANAFAS
Figura 6.16 - Histograma das intensidades dos afundamentos de tensão- Faltas FFT
sólidas
Parte substancial dos defeitos não resulta em afundamentos de tensão,
uma vez que a incidência de eventos na faixa de 0,9 a 1,0 p.u. de intensidade é
bastante considerável (42% e 50%). Observa-se também que ocorre maior
concentração de magnitudes para valores acima de 0,4 p.u..
A tabela 6.29 mostra a relação dos eventos com divergências acima de
10%. A maioria dos valores está próxima de 10%, sendo que, todos os pontos
destacados estão localizados na subestação de Rondonópolis (P9, P11).
Tabela 6.29 – Eventos com divergências acima de 10 % - Faltas FFT Sólidas
P9 P11 EVENTO DIVERGÊNCIAS
EVENTO 6 -0,1088 EVENTO 9 -0,1303
EVENTO 15 -0,1042 -0,1041 EVENTO 27 -0,1023 EVENTO 61 -0,1074
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
132
6.6.5 - FALTAS DO TIPO FFT COM RESISTÊNCIA DE FALTA DE 25 Ω
A tabela 6.30 apresenta os resultados obtidos mostrando o número de
afundamentos de tensão, a média das intensidades e o desvio padrão.
Tabela 6.30 – Tabela com resultados do ATP e ANAFAS – FFT 25 Ω ATP ANAFAS
Nº DE AFUNDAMENTOS 454 384
MÉDIA INTENSIDADE – P.U. 0,6812 0,6910
DESVIO PADRÃO 0,1874 0,1746
A média das intensidades dos afundamentos de tensão calculados pelo
ATP é ligeiramente inferior (0,98%) à do ANAFAS. A quantidade de
afundamentos contabilizados pelo ATP (454) é superior à do ANAFAS (384),
representando uma diferença de 15,42%.
Observa-se que a inclusão da impedância de falta para a terra diminui a
quantidade de afundamentos contabilizados, concomitantemente com o aumento
da média das intensidades dos afundamentos. Esta mesma tendência foi
verificada nos casos com falta do tipo FT.
As tabelas 6.31 e 6.32 apresentam os valores médios das intensidades de
afundamentos por ponto de monitoração, assim como os desvios padrões.
Tabela 6.31 – Valores médios dos afundamentos e desvio padrão por ponto de monitoração
- ATP ATP P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12
Tensão
(p.u.) 0,6708 0,6648 0,6590 0,6934 0,7033 0,7158 0,7134 0,6660 0,6759 0,6743 0,6779 0,6593
Desvio Padrão 0,2099 0,2123 0,2056 0,1983 0,1855 0,1509 0,1708 0,2775 0,1459 0,1421 0,1399 0,1610
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
133
Tabela 6.32 – Valores médios dos afundamentos e desvio padrão por ponto de monitoração-ANAFAS
ANAFAS P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12
Tensão
(pu) 0,6572 0,6472 0,6524 0,6890 0,6968 0,7363 0,7207 0,6331 0,7290 0,7116 0,7158 0,6863
Desvio Padrão 0,1990 0,1910 0,1908 0,1775 0,1463 0,1605 0,2889 0,1184 0,1088 0,1052 0,1597 0,1597
Verifica-se o aumento nos valores médios das intensidades dos
afundamentos em todos os pontos de monitoração, quando comparado com os
casos de faltas FFT sólidas. Este fato confirma que a inclusão da impedância de
falta determina afundamentos menos severos. Por inspeção observa-se o mesmo
comportamento para os valores médios dos afundamentos, por ponto de
monitoração, calculados pelo ATP e ANAFAS, já mencionados no item 6.6.1
A tabela 6.33 apresenta a média das divergências e o desvio padrão. A
média das divergências de -4.4%, constitui-se no maior valor de divergência
entre todos os eventos até então simulados. Conforme já constatado para os
casos com faltas do tipo FT, a inclusão da resistência de falta aumenta as
divergências dos resultados
Tabela 6.33 – Média das divergências dos afundamentos e desvio padrão para faltas do tipo FFT - 25 Ω
MÉDIA DIVERGÊNCIA -0,0443
DESVIO PADRÃO 0,0298
A figura 6.17 apresenta o histograma com as distribuições das
intensidades das divergências com todos os valores de tensão calculados. A
figura 6.18 mostra apenas os valores contabilizados como afundamentos.
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
134
Histograma - Divergências Geral
0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,49%
17,91%
73,01%
6,47%0,12% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
<-0,
3
-0.3
/ -0
.25
-0.2
5 /-
0.2
-0.2
/-0.
15
-0.1
5 / -
0.1
-0.1
/-0.
05
-0.0
5 / 0
0 / 0
.05
0.05
/ 0.
1
0.1
/ 0.1
5
0.15
/ 0.
2
0.2
/ 0.2
5
0.25
/ 0.
30
>0,3
Figura 6.17 - Distribuição das divergências entre o ATP e ANAFAS - Todos os valores de
Tensão
HISTOGRAMA - DIVERGÊNCIAS AMT´s
0,00% 0,00% 0,00% 0,00%4,39%
31,58%
61,84%
1,97% 0,22% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
<-0,30
-0.3 / -0
.25
-0.25 /- 0.2
-0.2
/-0.15
-0.15 / -0.1
-0.1
/-0.05
-0.05 / 0
0 / 0
.05
0.05
/ 0.1
0.1 / 0
.15
0.15
/ 0.2
0.2 / 0
.25
0.25
/ 0.30
>0,3
Figura 6.18 -Distribuição das divergências entre ATP e ANAFAS - Somente Afundamentos
de Tensão
Pela figura 6.18, observa-se que devido ao aumento da média das
divergências, também ocorre aumento da concentração de valores no lado
esquerdo do histograma. A quantidade de divergências entre -10% a –5% atinge
o patamar de 31,58%.
A figura 6.19 apresenta a distribuição geral das tensões em todos os
pontos de monitoração, considerando tanto os resultados do ATP como do
ANAFAS.
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
135
INTENSIDADE DOS AMT'S
0% 0% 2% 2% 6% 8% 8% 8%
22%
44%
0%0% 0% 1% 2% 3%7% 9% 10%
16%
52%
0%0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
0,0
- 0,1
0,1
- 0,2
0,2
- 0,3
0,3
- 0,4
0,4
- 0,5
0,5
- 0,6
0,6
- 0,7
0,7
- 0,8
0,8
- 0,9
0,9
- 1,0
1,0
- 1,1
IN TEN SID A D E [ PU ]
ATPANAFAS
Figuras 6.19 - Histograma das intensidades dos afundamentos de tensão - Faltas
FFT 25 Ω
Parte dos defeitos não resulta em afundamentos de tensão, uma vez que a
incidência de eventos na faixa de 0,9 a 1,0 p.u. de intensidade é bastante
considerável (44% e 52%). Nota-se também que ocorre maior concentração de
magnitudes para valores acima de 0,5 p.u..
A tabela 6.34 apresenta a relação dos eventos com divergências acima de
10%.
Tabela 6.34 – Eventos com divergências acima de 10 % - Faltas FFT 25 Ω
P1 P2 P9 P10 P11
EVENTO DIVERGÊNCIAS
EVENTO 6 -0,1241 0,1113
EVENTO 9 -0,1418
EVENTO 15 0,10792
EVENTO 27 0,11547 0,12635 0,13072
EVENTO 44 -0,1013
EVENTO 52 -0,1291 -0,1387 -0,1444
EVENTO 53 -0,1281 -0,1378 -0,1427
EVENTO 54 -0,1088 -0,1117 -0,1162
EVENTO 61 -0,1316 -0,1434 -0,1475
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
136
A maioria dos eventos com divergências acima de 10% são os mesmos
eventos já verificados nas simulações com faltas FF e FFT sólidas. Observa-se
também que as maiores divergências também ocorreram nos pontos de
monitoração localizados na subestação de Rondonópolis.
6.6.6 - FALTAS DO TIPO FFF
A tabela 6.35 apresenta os resultados obtidos mostrando o número de
afundamentos de tensão, a média das intensidades e o desvio padrão.
Tabela 6.35 – Tabela com resultados do ATP e ANAFAS - FFF
ATP ANAFAS
Nº DE AFUNDAMENTOS 492 427
MÉDIA INTENSIDADE – P.U. 0,6227 0,6218
DESVIO PADRÃO 0,2513 0,2478
A média da intensidade dos afundamentos de tensão calculados tanto pelo
ATP como ANAFAS são praticamente iguais. Entretanto, a quantidade de
afundamentos contabilizados pelo ATP (492) é maior que o ANAFAS (427),
representando uma diferença de 13,21%.
Verifica-se que o número de afundamentos contabilizados tanto pelo ATP
como pelo ANAFAS é o maior entre todos os tipos de falta simulados. No
entanto, a média das intensidades dos afundamentos foi a menor, caracterizando
a maior severidade da falta trifásica.
As tabelas 6.36 e 6.37 apresentam os valores médios das intensidades dos
afundamentos por ponto de monitoração, juntamente com os desvios padrões.
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
137
Tabela 6.36 – Valores médios dos afundamentos e desvio padrão por ponto de monitoração - ATP
ATP P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12
Tensão
(p.u.) 0,5962 0,5806 0,5873 0,6174 0,6302 0,6439 0,6443 0,6584 0,6373 0,6291 0,6363 0,6093
Desvio Padrão 0,2790 0,2895 0,2943 0,2687 0,2672 0,2334 0,2865 0,2784 0,1798 0,1983 0,1996 0,2228
Tabela 6.37 – Valores médios dos afundamentos e desvio padrão por ponto de monitoração - ANAFAS
ANAFAS P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12
Tensão
(p.u.) 0,5956 0,5801 0,5801 0,6124 0,6124 0,6585 0,6331 0,6331 0,6621 0,6357 0,6357 0,6179
Desvio Padrão 0,2960 0,2960 0,2716 0,2716 0,2251 0,2889 0,2889 0,1597 0,1784 0,1784 0,2128 0,2128
Como já era esperado, entre todos os casos simulados, a falta do tipo FFF
determina os afundamentos de tensão mais severos em praticamente todos os
pontos de monitoração. Através de inspeção, destaca-se também a subestação de
Sinop (P1, P2 e P3), onde ocorreram os valores mais severos de afundamentos
de tensão. Observa-se, também, o mesmo comportamento para os valores
médios dos afundamentos por ponto de monitoração, calculados pelo ATP e
ANAFAS, já mencionados no item 6.6.1.
A tabela 6.38 apresenta a média das divergências e o desvio padrão. A
média das divergências de -3,7%, mantém a tendência do ATP calcular valores
de afundamentos mais severos que o ANAFAS.
Tabela 6.38 –Média das divergências e desvio padrão para faltas do tipo FFF
MÉDIA DIVERGÊNCIA -0,0377
DESVIO PADRÃO 0,0204
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
138
A figura 6.20 apresenta o histograma com as distribuições das
intensidades das divergências com todos os valores de tensão calculados. A
figura 6.21 mostra apenas os valores contabilizados como afundamentos de
tensão.
Histograma - Divergências Geral
0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
14,80%
81,09%
3,73%0,37% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
<-0,
3
-0.3
/ -0
.25
-0.2
5 /-
0.2
-0.2
/-0.
15
-0.1
5 / -
0.1
-0.1
/-0.
05
-0.0
5 / 0
0 / 0
.05
0.05
/ 0.
1
0.1
/ 0.1
5
0.15
/ 0.
2
0.2
/ 0.2
5
0.25
/ 0.
30
>0,3
Figura 6.20 - Distribuição das divergências entre o ATP e ANAFAS - Todos os Valores de
Tensão
HISTOGRAMA - DIVERGÊNCIAS
0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
24,14%
74,65%
0,61% 0,61% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
<-0,30
-0.3 / -0
.25
-0.25 /- 0.2
-0.2 /-0.15
-0.15 / -0.1
-0.1 /-0.05
-0.05 / 0
0 / 0
.05
0.05
/ 0.1
0.1 / 0
.15
0.15
/ 0.2
0.2 / 0
.25
0.25
/ 0.30
>0,3
Figura 6.21 - Distribuição das divergências entre o ATP e ANAFAS - Somente
Afundamentos de Tensão
Nas figuras 6.20 e 6.21 verifica-se a mesma tendência dos casos
anteriores, ou seja, a maior concentração de valores no lado esquerdo do
histograma e na faixa de –5% a 0% .
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
139
A figura 6.22 apresenta a distribuição geral das tensões em todos os
pontos de monitoração, considerando os resultados do ATP e do ANAFAS.
INTENSIDADE DOS AMT'S
3% 2% 3% 4% 6% 6% 6%9%
22%
39%
0%3% 2% 2% 4% 6% 5% 7% 6%
19%
47%
0%0%5%
10%15%20%25%30%35%40%45%50%
0,0
- 0,1
0,1
- 0,2
0,2
- 0,3
0,3
- 0,4
0,4
- 0,5
0,5
- 0,6
0,6
- 0,7
0,7
- 0,8
0,8
- 0,9
0,9
- 1,0
1,0
- 1,1
INTENSIDADE [PU]
OC
OR
RÊN
CIA
S [%
]
ATPANAFAS
Figura 6.22 - Histograma das intensidades dos afundamentos de tensão - Faltas FFF
Parte dos defeitos não resulta em afundamentos de tensão, uma vez que a
incidência de eventos na faixa de 0,9 a 1,0 p.u. de intensidade é bastante
considerável (39% e 47%). Nota-se que ocorre maior concentração de
magnitudes para valores acima de 0,3 p.u..
Nas simulações com faltas do tipo FFF não foram verificadas
divergências individuais acima de 10%, sendo que o maior erro verificado foi de
8,7%.
Com base nos resultados obtidos nesse conjunto de simulações, no qual
foi analisada a influência de cada tipo de falta (FT, FF, FFT, FFF), conclui-se
que as divergências médias observadas entre os dois programas estão dentro de
limites bastante razoáveis.
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
140
6.7 – ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DA MODELAGEM DE
GERADORES
Considerando a possibilidade de se alterar os modelos dos geradores no
banco de dados do ATP, decidiu-se por avaliar a influência destes componentes
nos resultados das simulações, trocando-se o modelo do tipo 59 pelo 14. Tal
procedimento foi adotado em algumas fontes geradoras importantes do sistema,
destacando-se a UTE Cuiabá (480 MW), a UH Manso (200 MW) e a UH Juba
(80 MW). Posteriormente, foram comparados os valores de afundamentos de
tensão, provenientes das simulações com os dois modelos.
Tais fontes geradoras estão localizadas em pontos estratégicos do
sistema sendo, portanto, fundamentais para o controle do perfil de tensão,
fornecendo o suporte de potência reativa necessário para acompanhar as
variações da carga, bem como para promover o restabelecimento das condições
operacionais do sistema quando da ocorrência de curto-circuitos.
Como se sabe, no modelo 59 do ATP, as características dinâmicas das
máquinas podem ser representadas através das equações diferenciais de Park. Já,
no modelo 14, estas características não são consideradas, pois a geração é
representada como uma fonte de tensão constante. No ANAFAS, a
representação da geração é equivalente ao modelo 14 do ATP.
Com o objetivo de avaliar os efeitos de modelagem nos resultados das
simulações, foram simulados curtos-circuitos nas regiões próximas às fontes
geradoras que tiveram os modelos alterados. Optou-se por simular 3 conjuntos
de defeitos com faltas FT sólidas, faltas FFT com impedância de 25 ohms e
faltas FF, sendo que cada conjunto é composto de 7 casos de curtos-circuitos em
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
141
linhas de transmissão distintas. Decidiu-se por simular faltas FT, FF e FFT por
serem as mais freqüentes. No apêndice 3 encontra-se a relação de tais casos.
Em cada conjunto simulado foram gerados três tipos de tabelas a saber:
• Tabelas contendo os valores das intensidades dos afundamentos de
tensão com as máquinas modeladas como tipo 59 (tabelas 6.39,
6.42, 6.45);
• Tabelas contendo os valores das intensidades dos afundamentos de
tensão com as máquinas modeladas como tipo 14 (tabelas 6.40,
6.43 e 6.46);
• Tabelas contendo as divergências entre os resultados das
intensidades dos afundamentos de tensão obtidas das tabelas
anteriores (tabelas 6.41, 6.44 e 6.47). As divergências entre os
resultados foram calculadas segundo a expressão 6.1.
( ) ( )59 14Div V MOD V MOD= − (6.1)
Onde
DIV – divergência entre intensidade de afundamento de tensão;
V (MOD59) – intensidade do afundamento de tensão (p.u.) com o modelo 59;
V (MOD14) – intensidade do afundamento de tensão (p.u.) com o modelo 14.
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
142
Tabela 6.39 - Valores dos AMTs para faltas FT com o modelo 59. VALOR DOS AFUNDAMENTOS FT MOD59
MOD59 P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12
EVENTO 27 0,6364 0,6319 0,6501 0,4977 0,5021 0,3954 0,2573 0,5501 0,5919 0,5851 0,5877 0,6715
EVENTO 44 0,7214 0,7191 0,7367 0,5475 0,5519 0,5514 0,4447 0,6300 0,6922 0,6858 0,6854 0,6792
EVENTO 52 0,5332 0,5284 0,5460 0,3756 0,3818 0,2246 0,0504 0,4720 0,4738 0,4668 0,4727 0,5703
EVENTO 53 0,5602 0,5550 0,5724 0,3603 0,3684 0,2855 0,1207 0,4881 0,5096 0,5044 0,5074 0,5667
EVENTO 54 0,6389 0,6347 0,6525 0,4229 0,4307 0,4229 0,2870 0,5489 0,5995 0,5961 0,5966 0,5927
EVENTO 61 0,5703 0,5659 0,5837 0,4467 0,4502 0,2827 0,1223 0,5005 0,5168 0,5072 0,5127 0,6188
EVENTO 62 0,7061 0,7026 0,7209 0,4717 0,4828 0,5267 0,4141 0,6124 0,6744 0,6697 0,6686 0,6989
Tabela 6.40 - Valores dos AMTs para faltas FT com o modelo 14.
VALOR DOS AFUNDAMENTOS FT MOD14
MOD14 P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 EVENTO
27 0,6459 0,6420 0,6600 0,5197 0,5248 0,4032 0,2670 0,5800 0,5995 0,5931 0,5957 0,6768
EVENTO 44 0,7279 0,7263 0,7436 0,5646 0,5700 0,5616 0,4574 0,6572 0,6975 0,6914 0,6911 0,6840
EVENTO 52 0,5395 0,5353 0,5528 0,3846 0,3916 0,2251 0,0512 0,5047 0,4766 0,4699 0,4761 0,5727
EVENTO 53 0,5670 0,5623 0,5796 0,3695 0,3797 0,2870 0,1225 0,5201 0,5130 0,5082 0,5115 0,5686
EVENTO 54 0,6464 0,6427 0,6604 0,4309 0,4441 0,4268 0,2959 0,5825 0,6046 0,6016 0,6022 0,5971
EVENTO 61 0,5768 0,5730 0,5906 0,4613 0,4666 0,2845 0,1246 0,5305 0,5204 0,5112 0,5169 0,6219
EVENTO 62 0,7127 0,7102 0,7279 0,4803 0,4910 0,5360 0,4276 0,6413 0,6797 0,6753 0,6743 0,7086
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
143
Tabela 6.41- Divergência entre valores dos AMTs entre os modelos 59 e 14 para faltas FT. COMPARAÇÃO DOS AFUNDAMENTOS FT (MOD59 - MOD14)
Compa
ração P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12
EVENTO 27 -0,0095 -0,0101 -0,0100 -0,0220 -0,0227 -0,0078 -0,0098 -0,0299 -0,0076 -0,0080 -0,0080 -0,0054
EVENTO 44 -0,0065 -0,0072 -0,0069 -0,0171 -0,0181 -0,0103 -0,0126 -0,0272 -0,0053 -0,0056 -0,0056 -0,0049
EVENTO 52 -0,0063 -0,0068 -0,0067 -0,0089 -0,0098 -0,0005 -0,0007 -0,0327 -0,0027 -0,0031 -0,0034 -0,0024
EVENTO 53 -0,0068 -0,0073 -0,0072 -0,0092 -0,0113 -0,0015 -0,0018 -0,0320 -0,0035 -0,0039 -0,0041 -0,0020
EVENTO 54 -0,0074 -0,0081 -0,0079 -0,0081 -0,0134 -0,0038 -0,0088 -0,0336 -0,0052 -0,0055 -0,0056 -0,0045
EVENTO 61 -0,0065 -0,0070 -0,0070 -0,0146 -0,0165 -0,0018 -0,0023 -0,0301 -0,0036 -0,0040 -0,0042 -0,0030
EVENTO 62 -0,0066 -0,0076 -0,0070 -0,0086 -0,0082 -0,0093 -0,0135 -0,0289 -0,0053 -0,0056 -0,0056 -0,0098
MÉDIA -0,0093
Tabela 6.42 - Valores dos AMTs para faltas FF com o modelo 59. VALOR DOS AFUNDAMENTOS FF MOD59
MOD59 P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 EVENTO
27 0,6353 0,6311 0,6460 0,5182 0,5139 0,5177 0,4588 0,1204 0,5293 0,5136 0,5099 0,6537
EVENTO 44 0,6972 0,6925 0,7087 0,5486 0,5440 0,5785 0,5036 0,2743 0,6088 0,5999 0,5954 0,6413
EVENTO 52 0,5999 0,5941 0,6088 0,4879 0,4838 0,4911 0,4481 0,0402 0,4881 0,4744 0,4709 0,6169
EVENTO 53 0,6219 0,6192 0,6342 0,4829 0,4788 0,4993 0,4432 0,0883 0,5114 0,4963 0,4932 0,6106
EVENTO 54 0,6757 0,6704 0,6872 0,5151 0,5108 0,5512 0,4799 0,2143 0,5773 0,5668 0,5629 0,6162
EVENTO 61 0,6090 0,6026 0,6173 0,5142 0,5099 0,4940 0,4472 0,0551 0,4938 0,4769 0,4739 0,6414
EVENTO 62 0,7068 0,7017 0,7175 0,5163 0,5099 0,5887 0,5130 0,2968 0,6212 0,6091 0,6047 0,6856
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
144
Tabela 6.43 - Valores dos AMTs para faltas FF com o modelo 14. VALOR DOS AFUNDAMENTOS FF MOD14
MOD14 P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 EVENTO
27 0,6397 0,6356 0,6506 0,5335 0,5361 0,5505 0,4856 0,1281 0,5346 0,5191 0,5152 0,6704
EVENTO 44 0,7074 0,7036 0,7194 0,5643 0,5662 0,6077 0,5364 0,2903 0,6142 0,6055 0,6009 0,6538
EVENTO 52 0,6027 0,5970 0,6117 0,5007 0,4996 0,5174 0,4627 0,0408 0,4941 0,4804 0,4768 0,6303
EVENTO 53 0,6248 0,6222 0,6372 0,4931 0,4927 0,5363 0,4795 0,0902 0,5176 0,5026 0,4995 0,6217
EVENTO 54 0,6812 0,6804 0,6959 0,5249 0,5245 0,5847 0,5181 0,2250 0,5833 0,5730 0,5690 0,6267
EVENTO 61 0,6126 0,6065 0,6212 0,5312 0,5291 0,5275 0,4612 0,0604 0,4990 0,4822 0,4791 0,6579
EVENTO 62 0,7167 0,7119 0,7279 0,5205 0,5118 0,6172 0,5456 0,3158 0,6266 0,6146 0,6102 0,7022
Tabela 6.44 - Divergência entre valores dos AMTs entre os modelos 59 e 14 para faltas FF COMPARAÇÃO DOS AFUNDAMENTOS FF (MOD59 - MOD14)
Compa
ração P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12
EVENTO 27 -0,0043 -0,0046 -0,0046 -0,0152 -0,0222 -0,0328 -0,0268 -0,0078 -0,0053 -0,0054 -0,0054 -0,0167
EVENTO 44 -0,0102 -0,0110 -0,0107 -0,0157 -0,0221 -0,0292 -0,0328 -0,0161 -0,0055 -0,0056 -0,0056 -0,0126
EVENTO 52 -0,0028 -0,0029 -0,0030 -0,0128 -0,0159 -0,0263 -0,0146 -0,0006 -0,0060 -0,0060 -0,0059 -0,0134
EVENTO 53 -0,0029 -0,0031 -0,0030 -0,0102 -0,0139 -0,0370 -0,0363 -0,0018 -0,0062 -0,0063 -0,0063 -0,0111
EVENTO 54 -0,0055 -0,0100 -0,0086 -0,0098 -0,0138 -0,0335 -0,0382 -0,0107 -0,0060 -0,0062 -0,0061 -0,0104
EVENTO 61 -0,0037 -0,0039 -0,0039 -0,0170 -0,0193 -0,0335 -0,0140 -0,0053 -0,0052 -0,0053 -0,0052 -0,0165
EVENTO 62 -0,0099 -0,0102 -0,0104 -0,0042 -0,0019 -0,0286 -0,0326 -0,0190 -0,0054 -0,0055 -0,0055 -0,0166
MÉDIA -0,0121
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
145
Tabela 6.45 - Valores dos AMTs para faltas FFT 25 Ω com o modelo 59. VALOR DOS AFUNDAMENTOS FFT25 MOD59
MOD59 P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 EVENTO
27 0,6206 0,6162 0,6309 0,5028 0,4994 0,5197 0,4590 0,1173 0,5443 0,5278 0,5226 0,6424
EVENTO 44 0,6913 0,6906 0,7053 0,5318 0,5284 0,5886 0,5114 0,2743 0,6236 0,6150 0,6088 0,6281
EVENTO 52 0,5878 0,5815 0,5957 0,4757 0,4723 0,4924 0,4463 0,0402 0,5048 0,4905 0,4855 0,6071
EVENTO 53 0,6107 0,6077 0,6223 0,4712 0,4678 0,5094 0,4456 0,0883 0,5262 0,5115 0,5072 0,6010
EVENTO 54 0,6641 0,6629 0,6777 0,5005 0,4972 0,5612 0,4874 0,2144 0,5922 0,5819 0,5767 0,6043
EVENTO 61 0,5958 0,5891 0,6034 0,5010 0,4974 0,5009 0,4446 0,0551 0,5112 0,4936 0,4888 0,6313
EVENTO 62 0,7017 0,7010 0,7157 0,4909 0,4860 0,5999 0,5228 0,2968 0,6364 0,6247 0,6188 0,6741
Tabela 6.46 - Valores dos AMTs para faltas FFT 25 Ω com o modelo 14. VALOR DOS AFUNDAMENTOS FFT25 MOD14
MOD14 P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 EVENTO
27 0,6265 0,6225 0,6372 0,5129 0,5188 0,5250 0,4887 0,1281 0,5511 0,5348 0,5296 0,6593
EVENTO 44 0,6972 0,6970 0,7122 0,5428 0,5473 0,5975 0,5424 0,2904 0,6291 0,6206 0,6144 0,6406
EVENTO 52 0,5908 0,5846 0,5988 0,4850 0,4848 0,4967 0,4646 0,0408 0,5106 0,4964 0,4913 0,6205
EVENTO 53 0,6137 0,6109 0,6255 0,4777 0,4784 0,5180 0,4831 0,0902 0,5324 0,5178 0,5134 0,6122
EVENTO 54 0,6693 0,6685 0,6837 0,5037 0,5062 0,5691 0,5176 0,2250 0,5982 0,5880 0,5828 0,6147
EVENTO 61 0,5997 0,5932 0,6076 0,5147 0,5136 0,5064 0,4617 0,0604 0,5164 0,4988 0,4940 0,6478
EVENTO 62 0,7077 0,7075 0,7228 0,4930 0,4880 0,6096 0,5547 0,3158 0,6418 0,6302 0,6243 0,6907
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
146
Tabela 6.47 - Divergência entre valores dos AMTs entre os modelos 59 e 14 para faltas FFT 25Ω.
COMPARAÇÃO DOS AFUNDAMENTOS FFT25 (MOD59 - MOD14)
Compa
ração P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12
EVENTO 27 -0,0059 -0,0063 -0,0063 -0,0101 -0,0194 -0,0053 -0,0297 -0,0109 -0,0068 -0,0070 -0,0069 -0,0170
EVENTO 44 -0,0059 -0,0064 -0,0070 -0,0111 -0,0189 -0,0089 -0,0310 -0,0161 -0,0055 -0,0056 -0,0055 -0,0125
EVENTO 52 -0,0030 -0,0031 -0,0031 -0,0093 -0,0125 -0,0043 -0,0184 -0,0006 -0,0058 -0,0059 -0,0058 -0,0134
EVENTO 53 -0,0030 -0,0032 -0,0032 -0,0065 -0,0106 -0,0086 -0,0375 -0,0018 -0,0061 -0,0062 -0,0062 -0,0111
EVENTO 54 -0,0052 -0,0056 -0,0060 -0,0032 -0,0089 -0,0079 -0,0301 -0,0107 -0,0060 -0,0061 -0,0060 -0,0104
EVENTO 61 -0,0039 -0,0041 -0,0041 -0,0137 -0,0162 -0,0055 -0,0171 -0,0052 -0,0051 -0,0052 -0,0051 -0,0165
EVENTO 62 -0,0060 -0,0065 -0,0070 -0,0021 -0,0020 -0,0097 -0,0319 -0,0190 -0,0054 -0,0055 -0,0054 -0,0166
MÉDIA -0,0093
Com base nos dados apresentados, verifica-se que as diferenças nos
resultados calculados pelo ATP, considerando a modelagem das fontes com os
modelos 59 e 14, são bastante pequenas, sendo que as médias das divergências
para todos os conjuntos de casos simulados se encontram na faixa de 0,9% a
1,2%.
Nas tabelas 6.41, 6.44 e 6.47, observa-se, que as divergências apresentam
valores negativos, evidenciando que ao se utilizar o modelo 14, os afundamentos
de tensão calculados são menos severos. Para fins práticos, pode-se considerar
que os dois tipos de fontes geradoras não adicionam erros consideráveis aos
resultados das simulações.
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
147
6.8 – ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DO REGULADOR DE
TENSÃO DA UTE CUIABÁ
Os reguladores de tensão são utilizados nos sistemas de geração com o
objetivo de se manter a tensão terminal das máquinas em um valor pré-
determinado, uma vez que atuam no circuito de campo, proporcionando os
ajustes necessários no sistema de excitação das máquinas. Geralmente, os
reguladores entram em ação diante de determinadas solicitações do sistema
elétrico, tais como: desligamentos, entrada em operação de grandes blocos de
carga, chaveamento de reatores e banco de capacitores, desligamento de blocos
de geração, etc. Normalmente, os reguladores de tensão são modelados em
programas para a realização de estudos de estabilidade dinâmica.
Geralmente, no ATP, este componente não é representado devido ao
reduzido tempo utilizado nas simulações. No entanto, considerando a
disponibilidade de dados e parâmetros dos reguladores das máquinas da UTE
Cuiabá, optou-se por modelá-lo no ATP, de forma a avaliar a influência deste
componente nos resultados das intensidades dos afundamentos de tensão.
Pelo fato da UTE Cuiabá se constituir na maior fonte geradora do sistema
de Mato Grosso (480 MW), com elevada capacidade para injeção e absorção de
potência reativa e, conseqüentemente, de grande influência no controle de tensão
da área, a avaliação do seu desempenho é de fundamental importância quando
da ocorrência de curto-circuitos no sistema. Assim, os pontos para simulação
das faltas foram criteriosamente escolhidos de modo a representar tanto defeitos
eletricamente próximos como distantes desta fonte geradora.
Desta forma, foram simulados casos de curto-circuitos no sistema de
transmissão, utilizando-se as duas bases de dados disponíveis no ATP, ou seja,
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
148
uma com a representação dos reguladores de tensão e a outra sem a
representação dos mesmos. Foram escolhidos estrategicamente três pontos para
monitoração dos resultados: Sinop 13,8 kV, Quatro Marcos 138 kV e Coxipó
138 kV.
Identificaram-se 20 casos para simulação, sendo que o critério para
escolha das faltas considerou duas premissas: aplicação de curto-circuitos que
ocorrem com maior freqüência, ou seja, as faltas FT, e os curto-circuitos que
ocasionam maior severidade, ou seja, as faltas trifásicas. No apêndice 3
encontra-se a relação dos casos simulados.
A tabela 6.48 apresenta os valores das intensidades nos pontos de
monitoração citados, considerando simulações no ATP com e sem regulador de
tensão:
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
149
Tabela 6.48 – Valores dos AMTs, Com e Sem o Regulador de Tensão Sinop 13,8 kV Quatro Marcos 138 kV Coxipó 138 kV
Comparação dos AMTs
Com Regulador
Sem Regulador
Com Regulador
Sem Regulador
Com Regulador
Sem Regulador
EVENTO 1 0,0009 0,0008 0,9540 0,9359 0,9028 0,8775
EVENTO 2 0,3707 0,3155 0,9729 0,9683 0,9362 0,9289
EVENTO 3 0,6852 0,6689 0,8332 0,8093 0,6773 0,6412
EVENTO 4 0,6852 0,6689 0,8332 0,8093 0,6773 0,6412
EVENTO 5 0,4105 0,4099 0,6663 0,6519 0,4023 0,3734
EVENTO 6 0,6903 0,6812 0,8452 0,8294 0,6112 0,5917
EVENTO 7 0,9349 0,9331 0,9700 0,9609 0,9336 0,9204
EVENTO 8 0,9561 0,9562 0,9774 0,9755 0,9548 0,9513
EVENTO 9 0,8655 0,8475 0,9114 0,8893 0,8244 0,7892
EVENTO 10 0,9363 0,9410 0,9588 0,9552 0,9025 0,8978
EVENTO 11 0,9262 0,9105 0,7575 0,7355 0,8592 0,8379
EVENTO 12 0,9596 0,9619 0,8756 0,8708 0,9169 0,9135
EVENTO 13 0,9547 0,9529 0,3883 0,3859 0,9164 0,9053
EVENTO 14 0,9813 0,9811 0,6295 0,6295 0,9510 0,9509
EVENTO 15 0,5652 0,5644 0,4931 0,4848 0,2584 0,2480
EVENTO 16 0,7415 0,7357 0,6824 0,6724 0,4514 0,4357
EVENTO 17 0,4425 0,4460 0,4678 0,4640 0,0390 0,0389
EVENTO 18 0,5981 0,5628 0,6243 0,5776 0,1218 0,0553
EVENTO 19 0,5315 0,5327 0,4628 0,4573 0,1991 0,1930
EVENTO 20 0,6640 0,6589 0,5941 0,5881 0,2894 0,2802
As figuras 6.23, 6.24 e 6.25 demonstram o comportamento dos valores de
AMTs nos pontos de monitoração: Sinop, Quatro Marcos e Coxipó,
respectivamente.
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
150
Comparação entre as Intensidades dos AMTsSinop 138 [kV]
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10
E11
E12
E13
E14
E15
E16
E17
E18
E19
E20
Eventos
Intens
idad
e [ p
u ]
Com ReguladorSem Regulador
Figura 6.23- Comparação entre as intensidades dos afundamentos de tensão -
Sinop 13,8 kV
Comparação das Intensidades dos AMTsQuatro Marcos 138 [kV]
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10
E11
E12
E13
E14
E15
E16
E17
E18
E19
E20
Eventos
Inte
nsid
ade [p
u]
Com ReguladorSem Regulador
Figura 6.24 - Comparação entre as intensidades dos afundamentos de tensão - Quatro
Marcos 138 kV
Comparação das intensidades dos AMTsCoxipó 138 [kV]
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10
E11
E12
E13
E14
E15
E16
E17
E18
E19
E20
Eventos
Intens
idad
e [p
u]
Com ReguladorSem Regulador
Figura 6.25 - Comparação entre as intensidades dos afundamentos de tensão -
Coxipó 138 kV
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
151
Os valores apresentados na tabela 6.48 e figuras 6.23, 6.24 e 6.25 são
bastante semelhantes para os dois casos, com ligeira tendência dos AMTs serem
mais severos quando não se consideram os reguladores de tensão. De fato, este
resultado já era esperado, pois, quando o sistema é submetido a um curto-
circuito e decorrido determinado intervalo de tempo, proporcional às constantes
de cada modelo, os reguladores de tensão tomam a iniciativa de elevar a tensão
para os valores pré-ajustados.
Para exemplificar o comportamento das tensões devido à ocorrência de
curto-circuito e posterior ação do regulador de tensão, serão apresentados
resultados gráficos de alguns dos casos simulados, mostrando a evolução da
tensão em função do tempo nos pontos de monitoração já citados.
As figuras 6.26, 6.27 e 6.28 mostram o comportamento das tensões nas
subestações de Sinop, Quatro Marcos e Coxipó, respectivamente. O evento
simulado corresponde a uma falta FT sólida na linha LT Cáceres – Poconé, na
distância de 47% da subestação de Cáceres.
Figura 6.26 - Detalhe da tensão na fase A - Sinop 13,8 kV
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
152
Figura 6.27 - Detalhe da tensão na fase A - Quatro Marcos 138 kV
Figura 6.28- Detalhe da tensão na fase A - Coxipó 138 kV
Observa-se que os resultados das simulações mostram que os reguladores
de tensão da UTE Cuiabá possibilitam uma recuperação mais rápida da tensão
em função da atuação no sistema de excitação das máquinas.
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
153
No entanto, analisando os valores das tabelas e figuras apresentadas,
verifica-se que a diferença média encontrada na intensidade dos afundamentos
de tensão é de aproximadamente 1,2%, valor este pouco significativo do ponto
de vista prático.
6.9 – ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS CASOS SIMULADOS
ATRAVÉS DE SORTEIO
O objetivo deste item é realizar uma análise estatística dos resultados de
simulação, tomando-se como base os dados obtidos dos 136 eventos gerados
aleatoriamente, conforme item 6.5.
As análises serão conduzidas utilizando-se as duas principais medidas
aplicáveis à análise exploratória de dados. A primeira, a média, que representa
uma medida de tendência central, ou seja, o valor em torno do qual os valores
dos afundamentos de tensão tendem-se a agrupar. A segunda, o desvio padrão,
que quantifica a dispersão dos valores de afundamentos de tensão em torno da
média.
A figura 6.29 mostra os valores médios dos AMTs calculados para todos
os pontos de monitoração, ou seja, de P1 a P12, utilizando-se tanto os resultados
obtidos do ATP como do ANAFAS.
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
154
Comparação ANAFAS X ATP - Intensidades médias (136 casos)
00.10.20.30.40.50.60.70.80.9
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12
Pontos de monitoração
Valo
r da
tens
ão [p
u]
ATPANAFAS
Figura 6.29 - Valores Médios dos Afundamentos de Tensão nos pontos de Monitoração
A figura 6.29 demonstra que existe uma forte aderência entre os
resultados. Se o valor médio da intensidade do afundamento de tensão tende a
ser maior de acordo com os cálculos do ATP, o mesmo comportamento é
observado quando se utiliza o ANAFAS. Tal comportamento é verificado em
todos dos pontos monitorados.
De forma geral, os afundamentos médios calculados pelo ATP são mais
severos que os calculados pelo ANAFAS, sendo que as maiores divergências
são encontradas nos pontos de monitoração P9, P10 e P11, que correspondem à
subestação de Rondonópolis nos níveis de tensão em 230 kV, 138 kV e 13.8 kV,
respectivamente.
A figura 6.30 apresenta os valores dos desvios padrões calculados para
todos os pontos de monitoração. De modo análogo, o desvio padrão também
apresenta comportamento semelhante, com a mesma tendência dos resultados
para o ATP e ANAFAS. No entanto, pode-se observar que a dispersão dos
resultados é ligeiramente menor quando se utilizam os valores do ATP.
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
155
Comportamento do STDV
0.0000
0.0500
0.1000
0.1500
0.2000
0.2500
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12
Pontos de monitoração
STD
V ATPANAFAS
Figura 6.30 - Desvio Padrão nos pontos de Monitoração
Outra variável importante para a análise de afundamentos de tensão é o
número de eventos ou freqüência de ocorrência de eventos. Assim, a figura 6.31
apresenta o número de AMTs contabilizados.
Analisando-se tais dados, observa-se que o número de AMTs
contabilizados quando se utiliza o ATP é maior que o número de AMTs quando
se utiliza o ANAFAS. Este fato já era esperado uma vez que as intensidades dos
AMTs calculadas pelo ATP são mais severas do que as intensidades calculadas
pelo ANAFAS. Também, deve-se levar em conta, nas análises, as diferenças nas
tensões pré-falta entre o ATP e o ANAFAS, algo em torno de 2,0%. Tais
diferenças podem resultar em contabilização adicional para o ATP, quando os
resultados dos cálculos das intensidades dos afundamentos de tensão forem
próximos de 0,9 p.u..
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
156
Número de AMTs por Ponto de Monitoração136 eventos
0
10
20
30
40
50
60
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12
Pontos de Monitoração
Nº d
e AM
Ts
ATPANAFAS
Figura 6.31 – Número de Afundamentos de Tensão por ponto de Monitoração
Para que haja melhor visualização das diferenças entre as intensidades dos
afundamentos de tensão, calculados pelo ATP e ANAFAS, as figuras 6.32, 6.33
e 6.34 mostram estes valores monitorados em Rondonópolis, nos barramentos de
230 kV, 138 kV e 13.8 kV, respectivamente. Observa-se que em Rondonópolis,
foram verificadas as maiores divergências nas intensidades de AMTs.
A figura 6.32 mostra as intensidades dos AMTs na Barra de 230 kV de
Rondonópolis, e os resultados oriundos das simulações, utilizando o ANAFAS e
o ATP.
Intensidade no medidor de Rondonópolis 230 [kV]136 casos
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
E1 E5 E9 E13
E17
E21
E25
E29
E33
E37
E41
E45
E49
E53
E57
E61
E65
E69
E73
E77
E81
E85
E89
E93
E97
E101
E105
E109
E113
E117
E121
E125
E129
E133
Eventos
Inte
nsid
ade
[pu]
Rondonópolis 230 [kV] - ATPRondonópolis 230 [kV] - ANAFAS
Figura 6.32– Intensidade dos Afundamentos de Tensão em Rondonópolis 230 KV
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
157
De forma semelhante, as figuras 6.33 e 6.34 mostram as intensidades dos
AMTs, obtidas para as Barras de 138 kV e 13,8 kV de Rondonópolis,
respectivamente.
Intensidade no medidor de Rondonópolis 138 [kV]136 casos
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
E1 E5 E9 E13
E17
E21
E25
E29
E33
E37
E41
E45
E49
E53
E57
E61
E65
E69
E73
E77
E81
E85
E89
E93
E97
E101
E105
E109
E113
E117
E121
E125
E129
E133
Eventos
Inte
nsid
ade
[pu]
Rondonópolis 138 [kV] - ATPRondonópolis 138 [kV] - ANAFAS
Figura 6.33 – Intensidade dos Afundamentos de Tensão em Rondonópolis 138 KV
Intensidade no medidor de Rondonópolis 13,8 [kV]
136 casos
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
E1 E5 E9 E13
E17
E21
E25
E29
E33
E37
E41
E45
E49
E53
E57
E61
E65
E69
E73
E77
E81
E85
E89
E93
E97
E101
E105
E109
E113
E117
E121
E125
E129
E133
Eventos
Inte
nsid
ade
[pu]
Rondonópolis 13,8 [kV] - ATPRondonópolis 13,8 [kV] - ANAFAS
Figura 6.34 – Intensidade dos Afundamentos de Tensão em Rondonópolis 13.8 KV
Os gráficos mostram que, geralmente, as intensidades de AMTs
calculadas pelo ATP são mais severas do que as do ANAFAS.
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
158
6.10 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo foi apresentado um estudo de caso, utilizando-se como
caso teste o sistema elétrico de suprimento do Estado de Mato Grosso, com o
objetivo de comparar resultados de simulações de afundamentos de tensão entre
os programas ATP e ANAFAS.
Foram realizadas diversas simulações considerando faltas FT, FF, FFT e
FFF, levando-se em conta algumas variáveis de interesse, tais como:
localização, tipo e impedância da falta, modelagem de geradores e de regulador
de tensão.
Os resultados das simulações foram monitorados através de doze pontos
escolhidos estrategicamente em função da topologia da rede e importância da
carga, estando estes localizados em subestações do sistema nos níveis de tensão
de 230 kV, 138 kV, 13.8 kV e 34.5 kV.
Dos resultados das simulações, conclui-se:
• A média das divergências das intensidades dos afundamentos de tensão
calculadas pelos dois programas em todos os casos simulados, foi
inferior a 5%, valor este considerado satisfatório para efeito de
comparação de resultados de afundamentos de tensão.
• A maior divergência média ocorreu nos casos de faltas FFT com
impedância de 25 ohms (4,43%). Os outros tipos de faltas apresentaram
as seguintes divergências médias em ordem decrescente: 3,9% para
faltas FF, 3,88% para faltas FT com impedância de 25 ohms, 3,77%
para faltas FFF, 3,74% para faltas FFT sólidas e 2,5% para faltas FT
sólidas.
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
159
• As divergências, em torno de 10%, poderiam ser reduzidas caso não
houvesse diferenças nas tensões pré-falta entre os dois programas.
Nota-se, também, que em apenas 3 eventos com faltas FF, ocorreram
divergências acima de 15% em pontos localizados na subestação de
Rondonópolis. Foram realizadas diversas análises e investigações, mas
não foram identificados erros nos bancos de dados e nas simulações que
justificassem tais divergências.
• Geralmente, os afundamentos de tensão médios calculados pelo ATP são
mais severos do que o ANAFAS. Isto pode ser verificado pelo valor
negativo das médias das divergências de intensidade em todos os
conjuntos de casos simulados. No entanto, quando alguns pontos de
monitoração são observados isoladamente, esta tendência não é
mantida, ou seja, por vezes o ANAFAS calcula afundamentos mais
severos. Este comportamento pode estar relacionado com as diferenças
nas tensões pré-falta, com o tipo de falta e com a amostra dos valores
de tensão utilizadas para o cálculo dos valores médios por ponto de
monitoração. Devido ao fato do ATP e o ANAFAS contabilizarem
quantidades diferentes de afundamentos de tensão, as amostras para o
cálculo dos valores médios das tensões também serão diferentes.
• Normalmente o ATP contabiliza maior quantidade de afundamentos de
tensão que o ANAFAS. Esse comportamento pode ser verificado em
todos os conjuntos de casos simulados. Esperava-se este resultado, uma
vez que o ATP geralmente calcula afundamentos mais severos.
• As intensidades dos afundamentos de tensão estão diretamente
relacionadas a algumas variáveis de influência, tais como: topologia da
rede, localização da falta, tipo de falta e impedância de falta. Nota-se
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
160
que devido à topologia da rede atual, a subestação de Sinop, atendida
por linha de transmissão extensa e radial, está susceptível a
afundamentos de tensão mais severos, originários de curto-circuito no
sistema tronco.
• A inclusão da impedância de falta para a terra aumenta a média das
intensidades dos afundamentos de tensão e, conseqüentemente, reduz a
sua contabilização. Esse comportamento pode ser observado quando
comparam-se os casos de faltas FT e FFT com e sem a impedância de
falta. Dessa forma, pode-se dizer que desprezar a impedância de falta
significa calcular afundamentos mais severos. Observa-se ainda que a
inclusão da impedância de falta também aumenta a divergência entre os
resultados das simulações.
• Verifica-se nos histogramas, com a distribuição das divergências, a maior
concentração de valores no lado esquerdo das figuras (lado negativo),
principalmente na faixa de –5% a 0%. Assim ficam demonstradas as
pequenas divergências nos resultados dos dois programas, mas com a
tendência do ATP calcular afundamentos de tensão com maior
severidade. Nota-se, também, que nos casos de faltas FT e FFT, a
inclusão da impedância de falta aumenta a divergência nos resultados.
Para os casos de faltas FT com 25 ohms, 21,3% das ocorrências
apresentam divergências entre – 10% a –5%, o mesmo acontece para os
casos de faltas FFT com 25 ohms, que apresentam 31,5% das
ocorrências nesta mesma faixa.
• As alterações de modelagem de algumas importantes fontes de geração do
sistema, com a substituição no arquivo do ATP do modelo 59 pelo
modelo 14 nos geradores da UTE Cuiabá, UH Manso e UH Juba não
Capítulo VI – Estudo de caso - Sistema elétrico de Mato Grosso
161
apresentaram variações significativas nos resultados das simulações. As
intensidades dos afundamentos de tensão calculados com o modelo 14
ficaram ligeiramente superiores aos calculados com o modelo 59. No
entanto, as diferenças encontradas não são representativas do ponto de
vista prático estando na faixa de 0,9% a 1,2%.
• A inclusão do modelo dos reguladores de tensão nos geradores da UTE
Cuiabá não proporcionou diferenças consideráveis nos resultados das
simulações. A maior diferença observada nos valores das intensidades
dos afundamentos de tensão entre os casos simulados com e sem o
regulador de tensão foi de 1,2%.
• A carga foi representada no ATP através do modelo de impedância
constante. Apesar da proposta de metodologia sugerir a simulação do
sistema considerando diversos tipos de representação de carga, tal
procedimento não foi possível devido as dificuldades na obtenção de
dados para a determinação da composição da carga em um sistema
complexo como o do caso teste.
• O desvio padrão e a média das intensidades dos afundamentos de tensão
por ponto de monitoração, utilizando-se os resultados obtidos dos casos
aleatórios do item 6.5, apresentam o mesmo comportamento estatístico
em todos os pontos, evidenciando a forte aderência dos resultados.
• Finalmente, com base nos resultados obtidos nas simulações, pode-se
dizer que as divergências verificadas entre os dois programas estão
dentro de limites bastante razoáveis para os diversos tipos de falta,
podendo ser considerados satisfatórios em termos de cálculos de
afundamentos de tensão.
Capítulo VIII – Conclusões Gerais
162
VII– CONCLUSÕES E SUGESTÕES
7.1 – CONCLUSÕES
Para a avaliação dos distúrbios relativos à QEE, o conhecimento, o
acompanhamento e o gerenciamento dos indicadores de qualidade podem ser
considerados fatores importantes para as empresas, seja na identificação de
eventuais violações dos padrões estabelecidos, seja na aplicação de medidas
corretivas para a solução de anomalias, objetivando, sobretudo, o atendimento
aos clientes de forma rápida e eficiente.
Com o avanço da tecnologia na área computacional e o desenvolvimento de
novos produtos nas áreas de softwares e hardwares, a preços cada vez mais
competitivos, associados à possibilidade de implementação de diversas rotinas e
metodologias de cálculo para se analisar os problemas relacionados a QEE, a
simulação representa atualmente importante ferramenta na área de estudos em
sistemas elétricos.
Em particular, quando se estuda o fenômeno afundamentos de tensão, a
simulação apresenta-se como uma boa alternativa para se determinar os
principais parâmetros (intensidade e número de ocorrências), evitando-se
despender grandes recursos financeiros com a implantação de sofisticadas redes
de medição e longos períodos de monitoração. Dessa forma, a simulação
oferece subsídios técnicos relevantes às áreas de engenharia, no processo de
prevenção, avaliação e proposição de soluções para os problemas.
Assim sendo, programas computacionais devem ser utilizados para a
realização de tais simulações, sendo desejável a utilização de ferramentas que
ofereçam a possibilidade de se modelar componentes da rede elétrica de forma
mais simplificada. A simplificação torna-se importante na medida que nem
sempre estão disponíveis nos bancos de dados os modelos completos dos
Capítulo VIII – Conclusões Gerais
163
componentes, principalmente, durante o planejamento do sistema. No entanto,
se por um lado espera-se a utilização de processos de cálculo mais
simplificados, por outro, deve-se garantir a mínima precisão para estes
resultados.
Neste contexto, esta dissertação apresentou uma proposta de metodologia
para a comparação de resultados de simulação de afundamentos de tensão em
sistemas elétricos, utilizando-se de programas de cálculo de curto-circuito
convencional e de transitórios eletromagnéticos, os quais utilizam métodos de
cálculo e de representação dos componentes da rede elétrica bastante distintos.
Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi o de identificar quais desses
programas atendem os requisitos acima descritos, ou seja: simplificação na
modelagem dos componentes e nos procedimentos de cálculo, mantendo-se a
precisão dos resultados.
Uma vez identificada a possibilidade de simplificação dos modelos e
procedimentos de cálculo, pode-se reduzir o tempo computacional para a
execução das simulações, com conseqüente redução de custos associados, horas
de engenharia, estudos e análises, tornando o processo de decisão e solução dos
problemas mais fácil, ágil e eficiente.
A proposta de metodologia apresentada para a comparação de resultados de
simulação de afundamentos de tensão contemplou as seguintes etapas:
• Proposição de critérios estatísticos para determinação do tamanho da
amostra de resultados e, conseqüentemente, da quantidade de casos a
serem processados, utilizando-se os conceitos de margem de erro e
intervalo de confiança;
• Definição de critérios para contemplar nas simulações algumas das
principais variáveis de influência, tais como: posição da falta, tipo de
Capítulo VIII – Conclusões Gerais
164
falta, impedância de falta, modelagem do gerador, representação do
regulador de tensão e modelagem da carga;
• Estabelecimento de procedimentos para a comparação e tratamento dos
resultados através da elaboração de matrizes para o cálculo e
fornecimento das grandezas de interesse;
• Definição de critérios para escolha de pontos monitorados no sistema
elétrico, considerando a necessidade de análise da propagação horizontal e
vertical dos afundamentos, assim como a influência da conexão dos
transformadores. Proximidade dos centros de carga, dos centros de
geração e de cargas especiais foram requisitos importantes considerados
para a escolha dos pontos de monitoração;
• Estabelecimento de procedimentos para adequação dos bancos de dados
do programa de cálculo de curto-circuito (ANAFAS) e do programa de
cálculo de transitórios eletromagnéticos (ATP), com a representação
equivalente da configuração dos componentes e da topologia da rede.
Dessa forma, propõe-se que as tensões pré-falta, nos dois programas,
sejam ajustadas, convenientemente, em todos os barramentos, em valores
próximos a 1,0 p.u., de tal forma a minimizar os erros nos resultados.
A fim de aplicar a metodologia proposta, foi utilizado como caso teste o
sistema elétrico de suprimento do Estado de Mato Grosso, dotado de
características específicas tais como: linhas longas e subcompensadas, elevadas
distâncias entre os centros de carga e geração, elevado fator de carga e
diversidade no parque gerador constituído por centrais hidroelétricas e centrais
termoelétricas movidas a gás natural e a bagaço de cana. Para esse propósito,
foram utilizados nos processamentos os programas de cálculo de curto-circuito
(ANAFAS) e cálculo de transitórios eletromagnéticos (ATP).
Capítulo VIII – Conclusões Gerais
165
Como principais resultados deste trabalho podem-se citar:
• Com base nos resultados obtidos das simulações verificou-se que a
média das divergências das intensidades de afundamentos de tensão
calculadas, utilizando-se os dois programas, foi inferior a 5%;
• Normalmente, as intensidades dos afundamentos de tensão
calculadas pelo ATP são mais severas do que pelo ANAFAS. Isso
pode ser verificado pela média das intensidades de tensão ou pelo
valor negativo das médias das divergências de intensidades em
todos os conjuntos de casos simulados. No entanto, sabe-se que
estas divergências poderiam ser reduzidas, caso não houvesse
diferenças nas tensões pré-falta dos barramentos monitorados.
• Como esperado, as intensidades dos afundamentos de tensão estão
diretamente relacionadas com algumas variáveis de interesse:
topologia da rede, localização da falta, tipo de falta e impedância de
falta.
• As alterações feitas nos modelos de alguns geradores do sistema,
substituindo-se no arquivo do ATP o modelo 59 pelo modelo 14,
bem como, a inclusão do modelo dos reguladores de tensão nos
geradores da UTE Cuiabá, não resultaram em diferenças
significativas nos resultados das simulações, estando estas
diferenças na faixa de 0,9 a 1,2%.
• Quando analisadas algumas estatísticas como a média e o desvio
padrão das intensidades dos afundamentos de tensão, utilizando-se
como amostra os casos simulados aleatoriamente, verifica-se a forte
Capítulo VIII – Conclusões Gerais
166
aderência entre os resultados obtidos pelos dois programas, o
ANAFAS e o ATP.
Observou-se, portanto, que em praticamente todos os casos simulados,
não se verificaram divergências consideráveis nos resultados, daí, pode-se
concluir que é possível utilizar no estudo e no cálculo dos afundamentos
de tensão, um programa de curto-circuito que admite a representação e a
modelagem simplificada dos componentes da rede elétrica, sem alterar de
forma significativa à precisão dos resultados. Assim, uma das principais
contribuições deste trabalho, é a de fornecer uma indicação para a
utilização de um programa simples para o cálculo de afundamentos de
tensão, pois os resultados obtidos são muito próximos aos resultados de
um programa mais sofisticado como o de transitórios eletromagnéticos.
7.2 – SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Considerando os resultados das simulações apresentados, propõe-se no
contexto do projeto de P&D da CEMAT, a comparação dos resultados das
simulações com os resultados das medições que estão sendo realizadas através
da rede de medição e aquisição de dados, instalada nos pontos de monitoração
do sistema. Dessa forma, os resultados das simulações dos dois programas
poderão ser comparados e validados com os resultados das medições reais em
campo.
Aproveitando o sistema de medição já instalado, sugere-se montar um
banco de dados, agrupando todas as informações de forma conveniente, com
vistas a analisar as características da propagação vertical e horizontal dos
afundamentos de tensão. Desta maneira, poderão ser analisadas as áreas de
influência para faltas em diversos pontos da rede e, também, a capacidade de
propagação dos distúrbios provenientes de faltas em pontos remotos do sistema.
Capítulo VIII – Conclusões Gerais
167
Como atividade complementar da pesquisa, propõe-se realizar a
representação das impedâncias mútuas dos circuitos paralelos de linhas de
transmissão dos circuitos que ocupam a mesma torre, com o objetivo de avaliar
possíveis influências desse parâmetro nos resultados das simulações.
Considerando alguns fatores que afetam a precisão dos modelos das
cargas: natureza aleatória, variação durante o tempo e as dificuldades para
determinação da sua composição, propõe-se também realizar uma pesquisa
detalhada da influência da representação da carga no cálculo das intensidades
dos afundamentos de tensão.
Referências Bibliográficas
168
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Apêndices
179
APÊNDICES
Apêndices
180
APÊNDICE 1
A1- RELAÇÃO DOS CASOS SIMULADOS
ALEATORIAMENTE
CASO LINHA/BARRA TENSÃO (kV)
TIPO FALTA
POSIÇÃO DA FALTA (%)
IMP. FALTA (Ω)
1 COXIPÓ II - RONDONÓPOLIS 230 FT 95 40
2 RONDONÓPOLIS- COUTO MAGALHÃES 230 FT 59 15
3 SORRISO- LUCAS DO RIO VERDE 230 FT 30 15
4 JAURÚ I - COXIPÓ 230 FFF 25 0
5 MANSO - NOBRES 230 FF 78 0
6 RONDONÓPOLIS I -B. PEIXE 230 FT 53 15
7 JAURÚ I - COXIPÓ 230 FT 30 40
8 COUTO MAGALHÃES - RIO VERDE 230 FT 8 40
9 RONDONÓPOLIS I - B. PEIXE 230 FT 30 15
10 RONDONÓPOLIS I - B. PEIXE 230 FT 75 40
11 RONDONÓPOLIS I - B. PEIXE 230 FT 56 40
12 JAURÚ I - COXIPÓ 230 FT 83 15
13 RONDONÓPOLIS - COUTO MAGALHÃES 230 FT 81 40
14 COUTO MAGALHÃES- RIO VERDE 230 FT 32 15
15 MANSO - NOBRES 230 FT 54 40
16 B. PEIXE - RIO VERDE 230 FT 61 40
17 B. PEIXE - RIO VERDE 230 FT 96 15
18 B. PEIXE - RIO VERDE 230 FT 7 40
19 B. PEIXE - RIO VERDE 230 FT 27 40
20 B. PEIXE - RIO VERDE 230 FF 91 0
21 JAURÚ I - COXIPÓ 230 FF 36 0
22 SINOP - SORRISO 230 FF 17 0
23 JAURÚ II - COXIPÓ 230 FT 13 15
Apêndices
181
24 RONDONÓPOLIS- COUTO MAGALHÃES 230 FT 52 40
25 RONDONÓPOLIS- COUTO MAGALHÃES 230 FT 36 40
26 COXIPÓ II - RONDONÓPOLIS 230 FT 64 15
27 NOVA MUTUM- NOBRES 230 FT 35 40
28 B. PEIXE - RIO VERDE 230 FT 61 40
29 COXIPÓ I - RONDONÓPOLIS 230 FFT 91 40
30 JAURÚ I - COXIPÓ 230 FT 96 40
31 BARRALCOOL 13,8 FFF - 0
32 NORTELÂNDIA 34,5 FF - 0
33 CAMPO VERDE 34,5 FF - 0
34 RONDONÓPOLIS CENTRO 13,8 FT - 15
35 NOVA OLÍMPIA 13,8 FF - 0
36 VERA 13,8 FT - 40
37 CUIABÁ 13,8 FT - 40
38 CIDADE ALTA 13,8 FT - 40
39 DIAMANTINO 13,8 FFF - 0
40 VÁRZEA GRANDE 13,8 FT - 40
41 JUBÁ 13,8 FFT - 40
42 JUBÁ 13,8 FFF - 0
43 SINOP 69 FFF - 0
44 BRASNORTE 13,8 FF - 0
45 NOVA MUTM 69 FFT - 40
46 BARRO DURO - COXIPÓ 138 FF 12 0
47 P. EMAS - RIO CLARO 138 FT 79 15
48 PETROVINA - RONDONÓPOLIS 138 FT 91 40
49 CAMPO VERDE - PRIMAVERA 138 FF 66 0
50 DENISE - NOBRES 138 FT 45 15
51 NOVA XAVANTINA - BARRA DO GARÇAS 138 FT 54 40
52 BARRO DURO - CASCA III 138 FFT 14 15
53 POCONÉ - VÁRZEA GRANDE 138 FT 89 15
54 COUTO MAGALHÃES- P. EMAS 138 FT 96 15
55 CLAUDIA - COLIDER 138 FF 39 0
Apêndices
182
56 BRASNORTE - CAMPO NOVO 138 FFF 18 0
57 PONTES E LACERDA - JAURÚ 138 FT 54 15
58 CAMPO NOVO - ITANORTE 138 FFT 40 15
59 ÁGUA BOA - NOVA XAVANTINA 138 FT 41 40
60 PETROVINA- RONDONÓPOLIS 138 FFF 5 0
61 RIO CLARO - RIO VERDE 138 FT 85 40
62 CAMPO VERDE - PRIMAVERA 138 FT 56 40
63 JUBÁ I - QUATRO MARCOS 138 FF 22 0
64 JACIARA - RONDONÓPOLIS 138 FT 5 40
65 DENISE- NOBRES 138 FF 6 0
66 CÁCERES - POCONÉ 138 FF 11 0
67 BRASNORTE - CAMPO NOVO 138 FT 96 15
68 BRASNORTE - CAMPO NOVO 138 FFT 26 15
69 CÁCERES - POCONÉ 138 FT 84 40
70 CAMPO VERDE - PRIMAVERA 138 FT 13 40
71 BARRO DURO - CASCA III 138 FT 11 40
72 CRISTO REI - VÁRZEA GRANDE 138 FFT 53 40
73 QUATRO MARCO - CÁCERES 138 FT 94 40
74 ITAMARATI - TANGARÁ 138 FT 14 40
75 RIO CLARO - RIO VERDE 138 FF 6 0
76 TANGARÁ - DENISE 138 FFF 96 0
77 CLAUDIA - COLIDER 138 FT 65 40
78 COXIPÓ - JACIARA 138 FT 14 15
79 JUBÁ I - QUATRO MARCOS 138 FF 27 0
80 NOBRES - FABRICA DE CIMENTO 138 FFT 12 40
81 CÁCERES - POCONÉ 138 FF 96 0
82 PETROVINA - RONDONÓPOLIS 138 FT 37 40
83 NOBRES - DIAMANTINO 138 FT 10 15
84 P. EMAS - RIO CLARO 138 FT 91 40
85 CÁCERES - POCONÉ 138 FFF 77 0
86 CLAUDIA -TAP CLAUDIA 138 FT 5 15
87 P. EMAS - RIO CLARO 138 FT 34 40
88 TAP - CLAUDIA - COLIDER 138 FT 51 15
89 POCONÉ - VÁRZEA GRANDE 138 FT 7 40
Apêndices
183
90 COLIDER - ALTA FLORESTA 138 FFF 46 0
91 VÁRZEA GRANDE - COXIPÓ 138 FFT 45 40
92 BRAZNORTE - CAMPO NOVO 138 FT 51 15
93 CAMPO NOVO - ITANORTE 138 FT 44 15
94 CLAUDIA - TAP CLAUDIA 138 FT 80 15
95 QUATRO MARCO - CÁCERES 138 FFF 52 0
96 JUBÁ I - QUATRO MARCOS 138 FT 96 15
97 JUBÁ II - ITANORTE 138 FT 5 40
98 INDIAVAÍ - ALTO JAURÚ 138 FF 25 0
99 PETROVINA- RONDONÓPOLIS 138 FT 68 40
100 CLAUDIA - TAP CLAUDIA 138 FT 95 15
101 NOVA XAVANTINA - BARRA DO GARÇAS 138 FFT 4 40
102 POCONÉ - VÁRZEA GRANDE 138 FFF 68 0
103 BARRA DO GARÇA - B. PEIXE 138 FFF 36 0
104 COUTO MAGALHÃES - AGAR TAP 138 FT 38 40
105 INDIAVAÍ - ALTO JAURÚ 138 FF 57 0
106 JACIARA - RONDONÓPOLIS 138 FT 59 15
107 BARRO DURO - CASCA III 138 FT 15 15
108 JUBÁ II - ITANORTE 138 FT 75 15
109 JUBÁ II - ITANORTE 138 FT 62 40
110 JACIARA - RONDONÓPOLIS 138 FT 53 40
111 QUATRO MARCO - CÁCERES 138 FT 17 40
112 DENISE- NOBRES 138 FT 29 15
113 CÁCERES - POCONÉ 138 FT 54 15
114 BARRO DURO - CASCA III 138 FFT 61 15
115 COLIDER - ALTA FLORESTA 138 FT 43 15
116 LUCAS - NOVA MUTUM 138 FT 5 15
117 NOBRES - COXIPÓ 138 FT 72 40
118 RONDONÓPOLIS II - B. PEIXE 138 FT 14 40
119 TAP - CLAUDIA - SINOP 138 FT 94 15
120 CANARÃNA - ÁGUA BOA 138 FT 47 15
121 COXIPÓ - CPA 138 FFT 53 15
122 NOBRES - CIDADE ALTA 138 FT 36 40
123 QUATRO MARCOS - ARAPUTANGA 138 FT 63 40
Apêndices
184
124 CASCA III - CAMPO VERDE 138 FT 67 15
125 CIDADE ALTA - RODOVIÁRIA 138 FT 26 15
126 CIDADE ALTA - VÁRZEA GRANDE 138 FT 85 15
127 AGAR- TAP - PETROVINA 138 FT 73 15
128 UTE CUIABÁ - COXIPÓ 138 FT 37 40
129 UTE CUIABÁ - CPA 138 FT 87 40
130 VÁRZEA GRANDE - UTE CUIABÁ 138 FT 16 15
131 UHE - JAURÚ 138 FFF 66 0
132 UHE GUAPORÉ - JAURÚ 138 FFF 57 15
133 RODOVIÁRIA - CPA' 138 FT 79 40
134 UHE JUBÁ - JUBÁ II 138 FF 19 0
135 RONDONÓPOLIS - RONDONÓPOLIS CENTRO 138 FFT 67 15
136 RONDONÓPOLIS CENTRO - BUNGE 138 FT 44 40
Apêndices
185
APÊNDICE 2
A2 - RELAÇÃO DE CASOS SIMULADOS POR TIPO DE
FALTA (FT, FFT, FF, FFF)
CASO LINHA TENSÃO(kV) POSIÇÃO DA FALTA (%)
1 MANSO - NOBRES 230 29
2 N. MUTUM - NOBRES 230 34
3 LUCAS - N. MUTUM 230 53
4 SORRISO - LUCAS 230 73
5 SINOP - SORRISO 230 31
6 NOBRES - COXIPÓ 230 84
7 COXIPÓ 1 - RONDONÓPOLIS 230 57
8 COXIPÓ 2 - RONDONÓPOLIS 230 37
9 B. PEIXE F - R. VERDE 230 70
10 B. PEIXE - R. VERDE 230 55
11 RONDONÓPOLIS 2 - B. PEIXE 230 44
12 RONDONÓPOLIS 1 - B. PEIXE 230 69
13 C. MAGALHÃES - R. VERDE 230 62
14 RONDONÓPOLIS - C. MAGALHÃES 230 79
15 JAURÚ 1 - COXIPÓ 230 95
16 JAURÚ 2 - COXIPÓ 230 52
17 ÁGUA BOA - N. XAVANTINA 138 88
18 TAP CLAUDIA - SINOP 138 17
19 TAP CLAUDIA - COLIDER 138 95
20 CLAUDIA - TAP CLAUDIA 138 27
21 COLIDER - ALTA FLORESTA 138 25
22 B. GARÇAS - B. PEIXE 138 88
23 N. XAVANTINA B. GARÇAS 138 74
24 CANARÃNA - ÁGUA BOA 138 14
Apêndices
186
25 JACIARA - RONDONÓPOLIS 138 5
26 COXIPÓ - JACIARA 138 89
27 COXIPÓ - CPA 138 20
28 NOBRES - C. ALTA 138 30
29 DENISE - NOBRES 138 66
30 ITAMARATI - TANGARA 138 28
31 CÁCERES - POCONÉ 138 47
32 POCONÉ - VÁRZEA GRANDE 138 6
33 Q. MARCOS - CÁCERES 138 95
34 B. DURO - CASCA III 138 58
35 Q. MARCOS - ARAPUTANGA 138 42
36 P. LACERDA - JAURÚ 138 52
37 JUBA 1 - Q. MARCOS 138 33
38 JUBA 2 - ITANORTE 138 43
39 CAMPO NOVO - ITANORTE 138 23
40 BRAZNOTE - CAMPO NOVO 138 58
41 CASCA III - C. VERDE 138 76
42 C. VERDE - PRIMAVERA 138 53
43 C. ALTA - RODOVIÁRIA 138 64
44 V. GRANDE - COXIPÓ 138 21
45 C. ALTA - VÁRZEA GRANDE 138 38
46 C. MAGALHÃES - AGAR-TAP 138 78
47 AGAR-TAP - PETROVINA 138 68
48 PETROVINA - RONDONÓPOLIS 138 46
49 R. CLARO - R. VERDE 138 57
50 P.EMAS - R. CLARO 138 79
51 C. MAGALHÃES - P. EMAS 138 6
52 UTE CUIABÁ - COXIPÓ 138 60
53 UTE CUIABÁ - CPA 138 5
54 V. GRANDE - UTE CUIABÁ 138 42
55 NOBRE - DIAMANTINO 138 30
56 UHE JAURÚ - JAURÚ 138 87
57 UHE GUAPORÉ - JAURÚ 138 5
58 JAURÚ - INDIAVAI 138 77
59 INDIAVAI - ALTO JAURÚ 138 95
Apêndices
187
60 NOBRES - FÁBRICA CIMENTO 138 95
61 B. DURO - COXIPÓ 138 79
62 RODOVIÁRIA - CPA 138 44
63 UHE JUBA - JUBA 2 138 50
64 RONDON. - RONDON. CENTRO 138 21
65 RONDON. CENTRO - BUNGE 138 64
66 C. REI - V. GRANDE 138 32
67 TANGARA - DENISE 138 95
Apêndices
188
APÊNDICE 3
A3.1 - RELAÇÃO DOS CASOS SIMULADOS COM
ALTERAÇÃO DOS MODELOS DE GERADORES
CASO LINHA TENSÃO(kV) TIPO DE FALTA
POSIÇÃO DA FALTA
1 COXIPÓ - CPA 138 FT/FFT/FF 20 2 VÁRZEA GRANDE - COXIPÓ 138 FT/FFT/FF 21 3 UTE CUIABÁ - COXIPÓ 138 FT/FFT/FF 60 4 UTE CUIABÁ - CPA 138 FT/FFT/FF 5
5 VÁRZEA GRANDE - UTE CUIABÁ 138 FT/FFT/FF 42
6 BARRO DURO - COXIPÓ 138 FT/FFT/FF 79 7 RODOVIÁRIA - CPA 138 FT/FFT/FF 44
Apêndices
189
A3.2 - RELAÇÃO DOS CASOS SIMULADOS COM INCLUSÃO
DO MODELO DO REGULADOR DE TENSÃO DA UTE -
CUIABÁ
CASO LINHA TENSÃO(Kv) TIPO DE FALTA
POSIÇÃO DA FALTA
1 NOVA MUTUM - LUCAS 230 FFF 53 2 NOVA MUTUM - LUCAS 230 FT 53 3 COXIPÓ - RONDONÓPOLIS 230 FFF 57 4 COXIPÓ - RONDONÓPOLIS 230 FT 57 5 JAURÚ - COXIPÓ 230 FT 95 6 JAURÚ - COXIPÓ 230 FFF 95 7 BARRA DO PEIXE - B. GARÇAS 138 FT 88 8 BARRA DO PEIXE - B. GARÇAS 138 FFF 88 9 JACIARA - RONDONÓPOLIS 138 FT 5
10 JACIARA - RONDONÓPOLIS 138 FFF 5 11 CIDADE ALTA - NOBRES 138 FT 30 12 CIDADE ALTA - NOBRES 138 FFF 30 13 CÁCERES - POCONÉ 138 FT 47 14 CÁCERES - POCONÉ 138 FFF 47 15 COXIPÓ - VÁRZEA GRANDE 138 FT 21 16 COXIPÓ - VÁRZEA GRANDE 138 FFF 21 17 CUIABÁ - COXIPÓ 138 FT 60 18 CUIABÁ - COXIPÓ 138 FFF 60 19 CUIABÁ - VÁRZEA GRANDE 138 FT 42 20 CUIABÁ - VÁRZEA GRANDE 138 FFF 42
Apêndices
190
APÊNDICE 4
A4 – DIAGRAMA UNIFILAR COM O SISTEMA ELÉTRICO
DO ESTADO DE MATOGROSSO