Serão carrapatecias.....

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Mestrado Profissional em Agroecossistema RESENHA CRITICA do artigo:Serão os carrapaticidas agrotóxicos? Implicações na saúde e na percepção de riscos de trabalhadores da pecuária leiteira. Mestrando: Paulo Davi Johann Trabalho apresentado a disciplina sanidade animal como pré-requisito para obtenção de grau de mestre profissional em agroecossistema ministrada pela Profa.: Patrizia Ana Bricarello. 1

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O textoserão carrapatecidas agrotóxicos apresenta de que forma os trabalhadores com gado percebem os carapatecidas se este causam danos a saúde ou não.

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Mestrado Profissional em Agroecossistema

RESENHA CRITICA do artigo:Serão os carrapaticidas agrotóxicos? Implicações na saúde

e na percepção de riscos de trabalhadores da pecuária leiteira.

Mestrando: Paulo Davi Johann

Trabalho apresentado a disciplina sanidade animal

como pré-requisito para obtenção de grau de mestre

profissional em agroecossistema ministrada pela

Profa.: Patrizia Ana Bricarello.

Florianópolis fevereiro – 2014

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DA SILVA, Tatiana Pastorello Pereira; MOREIRA, Josino Costa; PERES,Frederico. Serão

os carrapaticidas agrotóxicos? Implicações na saúdee na percepção de riscos de

trabalhadores da pecuária leiteira.In: Ciência & Saúde Coletiva, vol. 17, núm. 2, febrero,

2012, pp. 311-325,Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva Brasil.

O artigo é parte da dissertação de mestrado de Tatiana Pastorelho Pereira da Silva com

o título: “Tem veneno na pecuária? Riscos associados ao uso de carrapaticidas na

pecuárialeiteira”. Nessa pesquisa ela apresenta o artigo elaborado pelos autores acima citados.

Neste artigo os autores fazem uma análise sobre a composição química dos

medicamentos de uso veterinários e sua implicação na saúde humana e no sistema biota.

Assim como se os trabalhadores na pecuária leiteira percebem o risco que estão submetidos

ao manipular estes produtos.

A partir da composição química de muitos dos medicamentos de uso veterinário

receitados pelos veterinários, principalmente nos utilizados no combate aos ectoparasitas

(carrapatos e bernes), e utilizados pelos produtores de leite tem em sua composição princípios

ativos que são considerados agrotóxicos. É a partir dessa constatação que os autores falam em

agrotóxicos de uso veterinário.

Embora os princípios ativos encontrados nos medicamentos utilizados no combate e

controle dos carrapatos chamados de carrapaticidas são os mesmos encontrados nos

agrotóxicos de uso agrícola, a lei nº (Lei 7.802 de11 de Julho de 19894) prevê que para o

registro desse produto é necessário uma avaliação de um comitê interministerial formado

pelos ministérios da Agricultura, Pecuária e abastecimento (MAPA),(que avalia a

eficiênciaagronômica dos produtos), da Saúde (que avaliao potencial tóxico dos produtos à

saúde humana)e do Meio Ambiente (que avalia o potencialtóxico dos produtos para o

ambiente e a biota).Enquanto isso os agrotóxicos de uso veterinários são analisados única e

exclusivamente pelo MAPA que avalia a sua eficácia. Segundo os autores: “Assim,

produtosformulados com o mesmo princípio ativo,numa mesma concentração, podem ter

avaliaçõesdistintas, para fins de registro, dependendode sua utilização na agricultura ou na

pecuária”.

É a partir dessa constatação os autores fazem o seguinte questionamento. Será que os

trabalhadores que lidam com agrotóxicos de uso veterinário são mais vulneráveis ao efeito

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nocivo desses produtos do que os que utilizam agrotóxicos de uso agrícola? Haverá influência

na percepção dos riscos que os trabalhadores da pecuária correm devido a diferenciação no

registro desses produtos?

A partir da pesquisa de campo ouvindo veterinários e trabalhadores da pecuária que

utilizam estes agrotóxicos de uso veterinários constatam que o os trabalhadores não percebem

o risco que correm em relação a saúde humana e a biota ao utilizar estes produtos. Isto se dá

exatamente pelo fato de nesses produtos não constar a sua toxidez igual aos da

agricultura.Nos agrotóxicos de uso agrícola a lei exige que consta a classe taxológica a qual

pertence. Ou seja, se é muito toxico, medianamente toxico ou pouco toxico.

Os trabalhadores da pecuária e os veterinários ao não perceber o risco que correm

aomanusear estes produtos são mais suscetíveis e vulneráveis a se intoxicar e ter problemas de

saúde do que os trabalhadores da agricultura. Segundo os autores para diminuir o risco em

relação a saúde humana, torna-se urgente e necessário o enquadramento dos agrotóxicos de

uso veterinário as mesmas leis dos agrotóxicos de uso agrícola.

Este com certeza seria um avanço ao pensarmos o humano como um ser fora da

natureza. Mas se pensarmos o ser humano como parte da natureza é preciso que avancemos

mais. Este avançar mais significa pensar a saúde animal, saúde vegetal e saúde humana com

um todo integrado. Nesse sentido o questionamento é: de que forma garantir a saúde animal,

vegetal e humana sem necessitar de se utilizar desses produtos (agrotóxicos)?

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