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AVALIAÇÃO DA GENOTOXICIDADE E MUTAGENICIDADE DE GÉIS
EXPERIMENTAIS INDICADOS COMO MEDICAÇÃO INTRACANAL NA
ENDODONTIA
Aluna: Thais Akemi Sako
Orientadora: Profa. Dra. Graziela Garrido Mori Panucci
Colaboradoras: Profa. Dra. Gisele Alborgheti Nai
Mestranda - Nathália Evelyn da Silva Machado
Instituição: Faculdade de Odontologia de Presidente Prudente - UNOESTE
Área de conhecimento: Ciências da Saúde – Odontologia - Endodontia
RESUMO
O estudo de géis experimentais contendo substâncias antimicrobianas tem demonstrado
resultados promissores, pois permitem a eliminação de contaminação presente no interior dos
canais radiculares, que permitirá reparo dos tecidos periapicais e re-estabelecerá a saúde do
paciente. No entanto, para o uso clínico, é fundamental a determinação da capacidade
genotóxica ou mutagênica destes géis. Assim, este trabalho tem como objetivo avaliar a
genotoxicidade e mutagenicidade de géis experimentais indicados como medicação intracanal
na Endodontia. Para isso, serão utilizados 42 ratos machos, com peso corporal entre 200 a
250g. Esses animais serão divididos em 4 grupos: nos grupos I e II, os animais receberam, em
seus dorsos, um implante subcutâneo contendo o gel experimental I e II, respectivamente; no
grupo III (controle negativo), os implantes serão com tubos vazios; e, no grupo IV (controle
positivo), os animais receberam uma dose única de ciclofosfamida. Após 1 dia, seis animais
de cada grupo e aos 7 dias, seis animais dos grupos I, II e III serão eutanaziados, sendo que a
medula óssea dos fêmures serão coletadas para análise por meio dos testes do Cometa e do
Micronúcleo. Os dados obtidos serão anotados em tabelas e submetidos a teste estatístico,
com grau de significância de 5% (p<0,05). Espera-se determinar se os géis experimentais
apresentam ou não atividade genotóxica e/ou mutagênica, para o estabelecimento ou não de
novos protocolos clínicos endodônticos.
PALAVRAS-CHAVES: clorexidina, doxicilcina, genotoxicidade, minociclina, testes de
mutagenicidade
INTRODUÇÃO
A Endodontia tem como objetivo o tratamento das infecções pulpares e periapicais, a
fim de manter o dente em suas condições funcionais1. O sucesso do tratamento
está intimamente relacionado à remoção de restos pulpares e detritos e eliminação de
microrganismos e seus subprodutos1,2. Na rotina prática endodôntica, o profissional pode lidar
com três condições clínicas e que necessitam de intervenções: dentes com pulpite irreversível
tendo como tratamento a biopulpectomia, dentes com necrose pulpar que requerem
uma necropulpectomia, e em casos de retratamento do tratamento endodôntico3.
As periodontites apicais estão vinculadas a presença de microrganismos no interior
do sistema de canais radiculares e a remoção desses é considerado um dos passos mais
importantes na terapia endodôntica4,5. O sistema de canais radiculares possui uma morfologia
complexa, contendo canais principal, acessórios e secundários, além de
numerosas ramificações e irregularidades anatômicas como deltas apicais e istmos; essa
complexidade anatômica pode limitar a ação dos procedimentos de limpeza e modelagem
química-mecânica5,6-8.
A instrumentação mecânica facilita a remoção da dentina infectada,
porém é necessário o uso de substâncias seja durante a irrigação, seja como medicação
intracanal entre sessões, que maximizem a desinfecção do sistema de canais
radiculares infectados; o uso dessas substâncias auxilia na redução dos microrganismos
remanescentes levando à um ambiente adequado para o reparo tecidual periapical3,4,6,7,10-12.
O endodontista lida com dois tipos de infecções: infecção primária e secundária ou
persistente3,13. A infecção endodôntica primária é encontrada em dentes que não foram
submetidos ao tratamento endodôntico, sendo caracterizada pela presença de uma microbiota
endodôntica polimicrobiana com predomínio de bactérias anaeróbias Gram-negativas3,14.
Já a infecção endodôntica secundária ou persistente tem como característica a presença de
microrganismos resistentes, constituída especialmente por bactérias anaeróbias estritas ou
facultativas Gram-positivas3,13. O tratamento desse tipo de infecção é complicado devido
crescimento lento das bactérias, por sua natureza polimicrobiana e ter resistências crescente
aos antibióticos3,14.
O Enterococcus faecalis é considerado a principal espécie bacteriana encontrada nos
casos de canais radiculares já manipulados e com lesões perirradiculares, estando presente
em 90% dos casos6,10,15. Esse coco Gram-positivo é comumente isolado em casos de
insucessos assintomáticos6,10,15, podendo ser a causa de várias infecções sistemáticas graves16.
A resistência do Enterococcus faecalis está principalmente relacionada aos seguintes
fatores: alta capacidade de invasão dos túbulos dentários e a habilidade de sobreviver em
condições inadequadas dentro do sistema de canais radiculares17. A viabilidade destes
microrganismos é mantida por extensos períodos, sendo progressivo à duração da supressão
de nutrientes e ao calor18. A capacidade de sobrevivência é extensa, podendo atingir até 12
meses, mesmo sem nutrientes adicionais18,19. É capaz de se desenvolver tanto em aerobiose
quanto em anaerobiose18, podendo facilitar a aderência de células hospedeiras e matriz
extracelular, a invasão teciduais e causar dano mediado pela toxina20.
Todas as propriedades citadas, conferem ao Enterococcus faecalis, grande poder
agressivo aos tecidos perirradiculares e maior resistência ao controle
das infecções endodônticas21.
Quando o tratamento mecânico é realizado, ocorre uma severa desorganização
microbiana; entretanto, algumas vezes após o selamento do canal,
o Enterococcus faecalis persiste e auxilia na reorganização de um novo biofilme22.
Uma estratégia antimicrobiana importante foca-se no emprego de agentes
antimicrobianos que exibam eficácia contra os microrganismos mais prevalentes
nas infecções endodônticas primária e persistente/secundária, para minimizar a disseminação
local e sistêmica dos patógenos anaeróbios23.
O uso de uma substância química auxiliar é essencial na remoção de microrganismos,
com isso, é de extrema relevância clínica a busca por medicamentos intracanais com
substâncias potentes e com um amplo espectro antimicrobiano, além de baixa citotoxicidade23-
25.
Atualmente o agente antimicrobiano de escolha para a eliminação
do Enterococcus faecalis é a clorexidina a 2%. Esta é um anti-séptico catiônico sintético,
usado na endodontia como irrigante e medicação intracanal, devido seu amplo espectro de
ação, substantividade e excelente capacidade de atuar sobre os microrganismos presentes nas
infecções pulpares e periapicais3,14,20,22,26,27. A clorexidina apresenta um bom potencial para
uso como medicação intracanal, pois atende aos requisitos de atividade antimicrobiana
satisfatória associada à baixa toxicidade, por conta do efeito de substâncias neutralizantes
encontradas em biofilmes e células mortas28,29. É efetiva contra bactérias Gram-positivas e
Gram-negativas30, sendo bacteriostática em concentrações baixas e, bactericida
em concentrações elevadas31.
A aplicação da solução de digluconato de clorexidina a 2% por 10 minutos,
previamente à obturação endodôntica, é capaz de penetrar no tecido dentinário radicular e
manter a eficiência antimicrobiana por mais de 12 semanas, embora a capacidade reduza em
função do tempo32. Assim, a utilização da clorexidina a 2% pode colaborar com a remoção
da infecção microbiana32.
Apesar de todas as boas propriedades, em concentrações iguais ou maiores que
0,5%, a clorexidina produz necrose tecidual e exacerba o processo inflamatório, retardando o
processo de reparação tecidual do periodonto apical; e, na concentração de 2% chega a
promover irritação na pele33, gerando possibilidade de risco sistêmicos na sua utilização por
causa da decomposição da clorexidina em radicais livres32.
O uso rotineiro da clorexidina 2% pode gerar subprodutos, como a paracloroanilina e
espécies reativas de oxigênio (ROS)32,33. A sua instabilidade à alterações de tempo,
temperatura e pH, também, podem alterar sua composição, degradando-a em subprodutos
reativos32,33. A paracloroanilina é um dos subprodutos gerados pela hidrólise da clorexidina
em função do tempo, do pH e do aquecimento. A paracloroanilina é uma amina aromática que
pode causar Metahemoglobinemia e cianose, além de ter ação carcinogênica em
humanos32,34,35. O ROS é um subproduto que age nas estruturas da membrana e paredes
celulares de microrganismos e, após isso, libera agentes carcinogênicos e citotóxicos28,32,34.
Buscando uma alternativa inovadora para uma medicação efetiva e buscando eliminar
os inconvenientes da clorexidina a 2%, Cruz et al.36 avaliaram a diferentes medicamentos
associados na forma de dois géis experimentais. No referido trabalho, verificou-se que os géis
são eficientes para a eliminação de Enterococcus faecalis, quando em teste
de contato direto. Ao estudar a ação dos géis experimentais sobre biofilme microbiano
de Enterococcus faecalis presente no interior de dentina bovina, verificou-se que os géis
foram efetivos para a eliminação daqueles de forma semelhante à clorexidina37. A ação dos
géis pode ser justificada pela ação conjunta dos componentes dos mesmos, apresentando boa
ação antimicrobiana e sendo eficaz sobre biofilme de Enterococcus faecalis37.
Os géis são compostos pela associação de três substâncias: clorexidina a
0,2%, metronidazol a 2,5% e derivados da tetraciclina, sendo que no gel I, usa-se
a minociclina a 2% e no gel II, a doxiciclina a 2%36,37.
O uso da clorexidina utilizada nestes géis é justificada pela sua excelente capacidade
em inativar o Enterococcus faecalis20,24,28, porém a concentração utilizada foi de 0,2%,
evitando o problema relacionado à liberação de subprodutos38.
O metronidazol é um agente antimicrobiano sistêmico, conseguindo penetrar na célula
bacteriana por difusão e por meio de produtos tóxicos intermediários ou radicais livres que
são liberados, há a destruição do DNA bacteriano39,40. Possui capacidade anti-inflamatória39,
substantividade41, além de ser biocompatível com os tecidos periapicais, justificando a sua
presença na composição dos géis experimentais.
A tetraciclina é um antibiótico de amplo espectro que atua sobre espécies gram-
positivas, gram-negativas, anaeróbias e aeróbias, espiroquetas e alguns protozoários.
Apresenta uma meia vida plasmática e uma solubilidade maiores em lipídios, baixa toxicidade
e é de baixo custo42. Seu mecanismo de ação se dá pela sua habilidade em ligar-se ao 30S
do ribossomo da cadeia da síntese proteica43. Alterações estruturais na molécula da
droga, em especial no anel D onde os carbonos 7-9 foram realizadas, produzindo, assim, dois
medicamentos semi-sintéticos mais eficazes, conhecidos como minociclina e doxiciclina43.
A minociclina apresenta efeito anti-inflamatório, imunossupresor e inibir
da colagenase, apresentando amplo espectro de ação43,44. Sua efetividade é maior que a
tetraciclina devido a alta lipofilicidade43. A doxiciclina apresenta as mesmas características
da minociclina, porém com uma ação antimicrobiana diminuída quando comparada a esta44.
Atua sobre várias bactérias, sendo eficaz no tratamento de lesões orais, devido sua atuação na
síntese proteica, por meio da degradação da matriz extracelular45.
Apesar da excelente capacidade antimicrobiana do géis experimentais, para o uso
rotineiro deste, há a necessidade da avaliação das propriedades biológicas
relacionadas à citotoxicidade e genotoxicidade.
Citotoxicidade é o grau ao qual um agente tem ação destrutiva específica em
determinadas células, enquanto genotoxicidade está relacionada aos danos que determinadas
substâncias promovem no DNA, demonstrando potencial mutagênico ou carcinogênico46.
Inúmeras técnicas que detectam danos no DNA têm sido utilizadas para identificar
substâncias com atividade genotóxica47, identificando carcinogênicos e mutagenicidade48. Os
principais testes utilizados para este fim são os testes do cometa e do micronúcleo46.
O teste do Cometa consiste na quantificação de danos em DNA de células embebidas
em gel de agarose, permitindo a detecção de danos e reparos em uma única célula46,48; além
disso, permite detectar mutações ou defeitos na reparação do material genético
celular49. Durante o teste, partes do DNA são arrastadas do seu núcleo e fragmentos
produzidos por ligações cruzadas e quebras duplas na fita de DNA, migram resultando na
imagem de um cometa, o que caracteriza o resultado do teste46.
O teste do micronúcleo é identificado pela formação de um núcleo adicional e
separado do núcleo principal da célula durante a sua divisão. Materiais ou substâncias podem
promover alterações estruturais cromossômicas ou falhas no fuso celular, fazendo com que
um novo núcleo adicional seja formado e excluído do interior celular durante a telófase46,49.
É uma técnica valiosa por permitir a detecção de diferenças intercelulares de mutações e
reparo de material genético em qualquer célula eucariótica48.
Considerando a importância do controle das infecções endodônticas e
dos índices de resistência dos Enterococcus faecallis, Machado et al.37 trouxeram uma
alternativa à Clorexidina à 2%, devido a excelente ação antimicrobiana dos géis experimentais
analisados. No entanto, o presente estudo torna-se fundamental para a determinação
da genotoxicidade e mutagenicidade destes géis experimentais, para o estabelecimento de
novos protocolos clínicos endodônticos.
OBJETIVOS
Objetivo Geral
Este trabalho tem como objetivo geral analisar a ação biológica genotóxica e/ou
mutagênica dos géis experimentais.
Objetivos específicos
Os objetivos específicos serão:
a) determinar o grau de alteração do DNA celular quando em contato com os géis
experimentais, comparando com os grupos controles, por meio do teste do
Cometa;
b) identificar potencial de mutação celular quando em contato com os géis
experimentais, comparando com os grupos controles, por meio do teste do
Micronúcleo.
MATERIAL E MÉTODOS
O presente estudo será baseado na metodologia publicada por Nai et al.46, em 2016.
Os géis experimentais serão os mesmos analisados por Cruz et al.36 e Machado et al.37, sendo
o gel experimental I composto pela associação de clorexidina a 0,2%, metronidazol a 2,5% e
minociclina a 2% (Pharmacotécnicas Fórmulas, Tupã, São Paulo, Brasil) e o gel experimental
II composto pela associação de clorexidina a 0,2%, metronidazol a 2,5% e doxiciclina a 2%
(Pharmacotécnicas Fórmulas, Tupã, São Paulo, Brasil).
Para este estudo, serão utilizados 42 ratos Wistar albinos, adultos, machos, com peso
entre 200 a 250 gramas. Os animais serão obtidos no biotério central da Universidade do
Oeste Paulista (UNOESTE) após aprovação da Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA
– UNOESTE). Os ratos serão mantidos em caixas individuais, as quais serão limpas
diariamente. Os ratos serão mantidos em biotério climatizado, sendo alimentados, antes e
durante o experimento, com ração sólida, com exceção das primeiras doze horas pré-
operatórias, e água à vontade.
Para a realização das intervenções cirúrgicas, os animais serão anestesiados com uma
associação de cloridrato de ketamina (Dopalen – Sespo Indústria e Comércio Ldta, Jacareí,
São Paulo, Brasil) e cloridrato de xilazina (Anasedan – Agribrands do Brasil Ldta, Jacareí,
São Paulo, Brasil) por via intraperitoneal, na dosagem de 0,05ml/100g de peso animal para
cada substância citada. A anestesia será realizada com o auxílio de uma seringa descartável
para insulina.
Após isso, os animais serão divididos em 4 grupos:
• Grupo I – gel experimental I (n=12): os animais terão os seus dorsos tricotomizados e a
anti-sepsia da área, realizada com clorexidina a 2% (FGM Produtos Odontológicos,
Joinville, Santa Catarina, Brasil), seguida de neutralização com solução fisiológica (Darrow
Laboratórios S.A, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil). Na sequência, cada animal
receberá uma incisão na região mediana do dorso com o auxílio de uma lâmina de bisturi
número 15 (Embramac Exportação e Importação, Campinas São Paulo, Brasil).
Lateralmente à incisão, o tecido cutâneo será pinçado e divulsionado com uma tesoura de
ponta romba. Após isso, um tubo de polietileno estéril medindo 2 mm de diâmetro x 10 mm
de altura será preenchido completamente com o gel experimental I e será introduzido no
tecido subcutâneo do animal. As incisões serão suturadas com fio de nylon 5-0 (Ethicon,
São José dos Campos, SP, Brasil);
• Grupo II - gel experimental II (n=12): semelhante ao grupo I, com excessão do gel
experimental, que neste grupo será utilizado o gel experimental II;
• Grupo III - controle negativo (n=12): semelhante ao grupo I, com excessão do uso do gel
experimental, visto que os tubos de polietileno estarão vazios;
• Grupo IV - controle positivo (n=6): os animais receberão ciclofosfamida (Genuxal, Baxter
Oncology GmbH, Halle/Westfalen, Alemanha) em dose única subcutânea (50mg/kg) no
primeiro dia do experimento.
Os animais receberão 2mg/ml de Acetominofenol [Tylenol®] na água do bebedouro
por 7 dias (50), para o controle da dor, visto que na clínica odontológica, esse analgésico é
frequentemente recomendado.
Após 1 dia, seis animais de cada grupo e aos 7 dias, seis animais dos grupos I, II e III
serão eutanaziados em câmara de gás com inalação de CO2. Os indicativos de morte serão a
ausência de movimentos respiratórios, batimentos cardíacos e perda dos reflexos. Os dois
fêmures dos animais serão retirados logo após o óbito e imediatamente seccionados para
coleta da medula óssea. Para coleta do material medula óssea, o fêmur será seccionado nas
duas extremidades. Os materiais coletados serão submetidos ao teste do Cometa e ao teste do
micronúcleo.
Para a realização do teste do Cometa, o material da medula óssea será obtido
injetando-se 1 ml de soro fetal bovino em uma das extremidades dos fêmures direitos com o
auxílio de uma agulha hipodérmica, promovendo descolamento daquele. As células da medula
óssea serão ressuspensas em criotubos de 2ml de solução contendo 40% de soro fetal bovino,
50% de RPMI 1640 (Sigma-Aldrich Co. LLC. - EUA) e 10% de DMSO (dimetil sulfóxido –
Merck - EUA) e, estes serão armazenados a –80oC. De posse de lâminas para microscopia
embebidas com agarose a 1,5%, colocar-se-á sobre esta, uma gota da mistura de 5 μl das
células coletadas da medula óssea com 75 μl de agarose low melting; com o auxílio de uma
lamínula grande, realizar-se-á o espalhamento da mistura. Após solidificação em geladeira e
remoção da lamínula, as lâminas serão colocadas em cubeta de vidro vertical contendo
solução de lise gelada e protegida da luz, por 1 hora. Na sequência, as serão colocadas
horizontal de eletroforese contendo tampão de eletroforese por 20 minutos. A eletroforese
será realizada na mesma solução a 25V e 300 mA por 15 minutos. Após isso, as lâminas serão
neutralizadas, secas e fixadas para posterior coloração com solução específica contendo prata.
As imagens obtidas analisadas com um microscópio de transmissão de luz (Leica
Microsystem, Wetzlar, Germany).
Para a realização do teste do micronúcleo, o material da medula óssea será obtido
injetando-se 1 ml de soro fetal bovino em uma das extremidades dos fêmures esquerdos com
o auxílio de uma agulha hipodérmica, promovendo descolamento daquele. O material
coletado será ressuspenso em 3ml de soro fisiológico e centrifugado a 1000 rpm por 5
minutos. O sobrenadante será descartado e o precipitado será ressuspenso em 0,5ml de soro
fisiológico. Os esfregaços serão preparados pingando-se duas gotas da suspensão na
extremidade de uma lâmina e realizados por extensão com auxílio de outra lâmina. As
preparações são secas ao ar. Na sequência, o material presente nas lâminas serão coradas pelo
corante de Giemsa (Dolles, São Paulo, Brasil) e analisadas com um microscópio de
transmissão de luz.
FORMA DE ANÁLISE DOS RESULTADOS
Para a análise do teste do Cometa, duas lâminas serão confeccionadas por amostra, as
quais serão observadas com uma magnificação de 400x. O parâmetro utilizado para a análise
será o comprimento da cauda formada e sua relação com o dano do DNA, conforme figura 1.
A indicação da classe dos danos do DNA, especificadas acima, será realizada por avaliar
experiente e cego.
Figura 1 – Classificação das imagens das “células cometa”, segundo Villela et al.51.
Para a análise do teste do micronúcleo, duas lâminas serão confeccionadas por
amostra, as quais serão observadas com uma magnificação de 400x. Para a determinação da
quantidade de micronúcleos, serão contados 2000 eritrócitos policromáticos por animal (1000
em cada lâmina). Serão considerados micronúcleos, as estruturas que apresentassem um halo
circundante sugestivo de membrana, menores que um terço do diâmetro do núcleo associado,
intensidade de coloração semelhante ao núcleo e mesmo plano focal a microscopia, conforme
figura 2. A contagem será realizada por um
avaliador experiente e cego.
Figura 2 – Eritrócito com micronúcleo (seta), segundo imagem publicada por Nai et al.46.
Para a análise estatística, será considerado o padrão de distribuição dos resultados,
para a aplicação de teste adequado, tendo grau de significância de 5% (p<0,05).
RESULTADOS ESPERADOS
Espera-se determinar se os géis experimentais apresentam ou não atividade
genotóxica e/ou mutagênica, para o estabelecimento ou não de novos protocolos clínicos
endodônticos.
CRONOGRAMA
Período Atividade a ser realizada
Setembro e
outubro/2017
Solicitação dos animais e organização dos materiais a serem usados
na pesquisa
Leitura de artigos científicos
Novembro e
Dezembro/2017
Cirurgia dos animais, coleta do material para análise e realização dos
testes do Cometa e do Micronúcleo
Janeiro e
Fevereiro/2018
Leitura dos resultados
Março/2018 Relatório parcial
Abril/2018 Análise estatística
Maio a Agosto/2018 Redação do manuscrito para publicação em revista científica
especializada, além de apresentação em congresso da área
Setembro/2018 Apresentação dos trabalhos (preparatória) e entrega do Relatório
Final
Outubro/2018 Redação do relatório final e Apresentação do trabalho no Simpósio
de Iniciação Científica (SIC) da UNOESTE
Outubro/2018 Inserção no SGP do Relatório Final e certificado de apresentação no
SIC
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