Sempre que paro na curva da Serra e contemplo do alto a paisagem sem fim que se perde em plan í...
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Sempre que paro na curva da Serrae contemplo do alto a paisagem sem fim
que se perde em planícies e lonjuras,
até onde mais longe a vista alcança,de repente acodem-me à lembrança
aqueles versos que diziam assim:
Sempre que paro na curva da Serrae contemplo do alto a paisagem sem fim
que se perde em planícies e lonjuras,
até onde mais longe a vista alcança,de repente acodem-me à lembrança
aqueles versos que diziam assim:
“O’ louro imigrante, que trazes a enxada ao ombro e na roupa em remendos
azuis e amarelos o mapa de todas as pátrias! Sobe comigo a este píncaro
e olha a manhã brasileira que vem despontando, na serra,
qual braçada de flores jogada da Terra. (OCassiano Ricardo)
Embalado na doce melodia,aperto ao peito a quadra centenáriae abraço com emoção ruas antigas,
retalhos desbotados do passado...
O casario de janelas largas,grandes sombras de "ficus", preguiçosas,
dormindo suas sestas nas calçadas...Ah, flores murchas dos jardins da infância,
fugaz lembrança de tempos douradosque já se foram para o nunca mais.
Atormentado,envolto em tais enleios,procuro reviver a tua história,porém precisaria ser cantor.
Se soubesse cantar, eu cantariao hino inesquecível e glorioso
de tua padroeira, a Mãe Sant'Ana.
Então espalharia pelos ventosOs feitos e memórias gloriosas
que encheram de grandeza o teu passado.Cantaria a epopéia de tuas lutas,a saga e heroísmo de teus filhos,
glória de teus varões assinalados.
Depois, eu tentaria cantar com os passarinhosque te despertam em lindas alvoradas,bebendo o orvalho da manhã da serra.
Como não sei cantar tantos solfejos,para espalhar teus hinos na montanha,
precisaria, então, ser um pintor.
Ah, se eu soubesse pintar, eu pintariao clarão ofuscante das auroras,
dessas tuas manhãs sempre douradas,escancaradas de luz!
Eu pintaria o verde exuberantedessas tuas montanhas onduladasna explosão estuante da sementeexplodindo da terra em profusão.
Pintaria a beleza das donzelas,das flores belas dos jardins da serrabotões de rosas enfeitando as praçase enfeitiçando os nossos corações.
E, ao descer a serra com emoção,com os olhos marejados de saudadeeu fitaria, ao longe, um vulto amado
NA CURVA ONDE DEIXEI MEU CORAÇÃO!João Bosco Fernandes
Julho/2006
[email protected]: Arquivo Pessoal e
Site de Luís Gomes:- http://www.luisgomesrn.com/portal/
Música: FelicidadeLeandro Júnior
http://www.powermensagens.com/