Semiologia Baseada em Evidências & Ectoscopia Baseada em Evidências (1)

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ECTOSCOPIA BASEADA EM EVIDÊNCIAS (1) Aula 4 Daniel G. Quiroga – UC Cuiabá Abril/2015 SEMIOLOGIA BASEADA EM EVIDÊNCIAS Aula Extra

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ECTOSCOPIA BASEADA EM EVIDÊNCIAS (1)Aula 4

Daniel G. Quiroga – UC5

CuiabáAbril/2015

SEMIOLOGIA BASEADA EM EVIDÊNCIASAula Extra

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SEMIOLOGIA BASEADA EM EVIDÊNCIASAula Extra

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Em que consiste a semiologia baseada em evidências? ?

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O que é o exame físico baseado em evidências? ?

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figura 1Evolução do

padrão diagnóstico(McGee, 2012)

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O papel do exame físico baseado em evidênciasevidenc

e

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na enfermidadeclinicamente diagnosticável

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na enfermidade

tecnologicamente

diagnosticável

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A interpretaçãoda precisãodiagnóstica

10%12

%

23%

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I. Probabilidade pré e pós-testeII. Sensibilidade e especificidadeIII. Likelihood ratios / Razão de verossimilhança

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I. Probabilidade pré-teste“a probabilidade de doença antes da aplicação dos resultados de qualquer teste diagnóstico”

“a probabilidade de doença antes da aplicação dos resultados do exame clínico”

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I. Probabilidade pré-teste

figura 2Regiões endêmicas de febre amarela(USP, 2009; SUS, 2007)

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I. Probabilidade pré-teste

tabela 1Probabilidade pré-teste(McGee, 2012)

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I. Probabilidade pós-teste“a probabilidade de doença após a aplicação dos resultados de qualquer teste diagnóstico”

“a probabilidade de doença após a aplicação dos resultados do exame clínico”

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I. Probabilidade pós-testeUm certo achado clínico aumenta a probabilidade de uma enfermidade em 40%

I. P. pré-teste 50%, então: P. pós-teste 50% + 40% = 90%

II. P. pré-teste 10%, então: P. pós-teste 10% + 40% = 50%

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II. Sensibilidade e especificidade

“a probabilidade de um teste ser positivo se o indivíduo tiver a doença”

“a probabilidade de um teste ser negativo se o indivíduo não tiver a doença”

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II. Sensibilidade e especificidade

“a proporção de pacientes com o diagnóstico e que possuem o sinal clínico”

“a proporção de pacientes sem o diagnóstico que não possuem o sinal clínico”

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II. Sensibilidade e especificidadeCaso 1Um estudo com 100 pacientes diagnosticados com hipertensão pulmonar.

Complicação: regurgitação tricúspideSinal: sopro holosistólico na borda inferior esquerda do esterno

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II. Sensibilidade e especificidadefigura 3Tabela 2x2(McGee, 2012)

S= 0,52 (22/42)

E= 0,95 (55/58)

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II. Sensibilidade e especificidadeProb. Pré-teste=42%

Prob. Pós-teste=88% (22/25) +

Prob. Pós-teste=27% (20/75) –

Sopro +

↑ 46% Prob. Pós-teste (42 a 88%)

Sopro -

↓ 15% Prob. Pós-teste (42 a 27%)

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II. Sensibilidade e especificidadePortanto:

Sinais com alta especificidade, quando presentes, aumentam significativamente a probabilidade da doença | EPA! (Teste Específico, quando Presente, Aumenta a prob. da doença)

Sinais com alta sensibilidade, quando ausentes, diminuem significativamente a probabilidade da doença | SAD (Teste Sensível, quando Ausente, Diminui a prob. da doença)

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III. Likelihood ratios“a proporção de doentes que possuem um determinado achado, sobre a proporção de não doentes que possuem o mesmo achado”

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III. Likelihood ratiosLR positivo

Caso 1

Sendo assim,pacientes com regurgitação tricúspide tem 10,1 vezes mais chance de possuir sopro holosistólico do aqueles sem regurgitação tricúspide

“a proporção de pacientes com a doença e que possuem o achado sobre a proporção de pacientes sem a doença e que também

possuem o achado”

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III. Likelihood ratiosLR negativo

Caso 1 Sendo assim,pacientes com regurgitação tricúspide tem

0,5 vezes menos chance de não possuir sopro holosistólico do aqueles sem regurgitação

tricúspide

“a proporção de pacientes com a doença e sem o achado sobre a proporção de pacientes sem a doença e sem o

achado”

Sendo assim,pacientes sem regurgitação tricúspide tem 2

vezes mais chance de não possuir sopro holosistólico do aqueles com regurgitação

tricúspide

ou

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III. Likelihood ratiosPortanto:

Achados com LRs > 1 aumentam a probabilidade da doença. Quanto maior o LR, maior a probabilidade da doençaAchados com 0<LRs<1 diminuem a probabilidade da doença. Quanto mais próximo de 0, menor a probabilidade da doençaAchados com LR=1 não têm valor diagnóstico, pois não alteram as probabilidades da doença

LR positivo descreve como a probabilidade da doença muda quando o achado é presente

LR negativo descreve como a probabilidade da doença muda quando o achado é negativo

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figura 4Likelihood ratios (LRs) como valores diagnósticos(McGee, 2012)

III. Likelihood ratios

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figura 5Probabilidade aproximada(McGee, 2012)

III. Likelihood ratios

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PRESSÃO ARTERIALSua importância ao longo do tempo

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Stephen Hales

1° a aferir a PA

pelo método direto

1708

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Vierordt of Germany

introduziu o método indireto

de medição

1855

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Scipione Riva-Rocci

inventou (?) o esfigmomanôm

etro

1896

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Harvey Cushing

ajudou a difundir

a prática de aferir

a PA na américa

início dos anos 1900

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NicolaiKorotkoff

descreve os sons

da aferição da PA

1905

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Theodore C. Janeway

publica Clinical Study of Blood

Pressure

1907

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PRESSÃO ARTERIALO método palpatório

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Determinando a pressão sistólica

“A quantidade de pressão necessária para obliterar o pulso”

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Determinando a pressão diastólica

MÉTODO 1

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MÉTODO 1

1. palpe suavemente a a. braquial logo abaixo do manguito

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MÉTODO 1

2. infle o manguito

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MÉTODO 1

3. à medida que o manguito é desinflado, o primeiro aparecimento de pulso indica a pressão sistólica

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MÉTODO 1

4. à medida que a pressão diminui mais e alcança a pressão diastólica, as forças pulsáteis, distendendo a a. distal ao manguito, progressivamente aumentam, causando um choque repentino que irá de encontro aos dedos do examinador

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MÉTODO 1

5. a partir do momento que a pressão do manguito atinja um valor abaixo da pressão diastólica, a sensação de choque desaparecerá, sendo substituída por uma pulsação suave

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MÉTODO 1

6. a pressão do manguito referente ao “limite mais baixo da máxima pulsação” indica a pressão diastólica

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MÉTODO 1

obs.

o valor da pressão sanguínea pelo método palpatório é de 6 a 8 mmHg

menor que no auscultatório

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PRESSÃO ARTERIALDiferenças da pressão entre os braços

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Diferenças na pressão sistólica

Média: 6 a 10 mmHgAtenção para: > 10 mmHg

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Síndrome do roubo da subcláviaSinais e sintomas

lados afetados: esquerdo (70%) e lado direito (30%)pulso radial ipsilateral fracoisquemia vértebrobasilar:

vertigem episódicaqueixas visuaishemiparesiaataxiadiplopia

pressão ≤20 mmHg menor que no braço contralateral não afetado (94%)

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TEMPERATURADa hipotermia à febre

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Ludwig Traube

introduziu o termômetro

nas enfermarias

1850 - 1860

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Carl August Wunderlich

publicou um estudo

observacional com mais de

20.000 pacientes

1850 - 1860

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A detecção da febrequadro Medicina Baseada em Evidências 1Detecção da febre(McGee, 2012)

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Hipertermia e hipotermia extremas

quadro MBE 2Extremos de temperatura e prognóstico(McGee, 2012)

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Hipertermia e hipotermia extremas

quadro MBE 2Extremos de temperatura e prognóstico(McGee, 2012)

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Dissociação pulso/temperatura“aumento na temperatura não acompanhado de aumento no ritmo cardíaco”

Normala cada 1°C, aumento 5-10 bpm

Sinal de Fagetbradicardia na presença de febre

febre amarela

febre tifoideoutras

causas infecciosas

iatrogenia

digitálicosbeta-bloqueadores

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PULSORitmo e suas anormalidades

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Galeno de Pérgamo

objeto de estudo

129-200 d.C

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Parâmetros

estudos recentes

mostraram que em 95% das pessoas saudáveis o

ritmo cardíaco

variava entre 50 e 95 bpm

Bradisfigmia<50 bpmTaquisfigmia>100 bpm

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Déficit de pulso

diferença entre o ritmo

do pulso radial e o

apical(McGee)

fibrilação atrialextrasístoles

ausência de pulso arterial

palpável, apesar de batimento precordial

(Secrets, S. Mangione)

taquicardias

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Taquicardiaquadro MBE 3Taquicardia(McGee, 2012)

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• McGEE, Steven; Evidence-Based Physical Diagnosis, 2e, 2012, Elsevier;• MANGIONE, S; Secrets: Physical

Diagnosis, 2e, 2009, Elsevier;

LEITURA SUGERIDA

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• Artigos sobre Testes Diagnósticos – Cap. 5 (http://www.sboc.org.br/app/webroot/leitura-critica/LEITURA-CRITICA_C5.pdf)• Testes Diagnósticos, Probabilidades Pré-

Teste e Pós-Teste e a sua Utilização na Prática Clínica (http://www.spc.pt/dl/rpc/artigos/247.pdf)

LEITURA ADICIONAL