SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO … · Domício demonstra em seus poemas a preocupação em...
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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOSUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE POLÍCAS E PROGRAMAS EDUCACIONAISCOORDENAÇÃO DO PDE
MARINIZA DA SILVA
UNIDADE DIDÁTICA
PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA A POESIA AFRO-BRASILEIRA EM BUSCA DO SEU ESPAÇO
Orientadora: Profa Dra. Beatriz Ávila Vasconcelos
CURITIBA2011
MARINIZA DA SILVA
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGICAA POESIA AFRO-BRASILEIRA EM BUSCA DO SEU ESPAÇO
Produção didática pedagógica apresentada à SEED- Secretaria de Estado de Educação, como parte integrante do PDE, Programa de Desenvolvimento Educacional, sob a orientação da Professora Dra. Beatriz Ávila Vasconcelos.
CURITIBA2011
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA PARA O PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO
EDUCACIONAL – PDE
UNIDADE DIDÁTICA
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Professora PDE: Mariniza da Silva
Área PDE: Língua Portuguesa
NRE: Curitiba
Professora Orientadora: Dra. Beatriz Ávila Vasconcelos
IES vinculada: FAFIPAR
Escola de Implementação: Colégio Estadual José Busnardo
Público objeto da intervenção: Alunos do 1º ano do Ensino Médio
Tema: Literatura afro-brasileira
Título: A poesia afro-brasileira em busca do seu espaço
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1
1.1 Apresentação...... .........................................................................................................4 1.2 Justificativa...................................................................................................................5
1.3 Objetivo Geral e Específico.......................................................................................5
1.4 Introdução.....................................................................................................................5
CAPÍTULO 2
Sugestões de atividades....................................................................................................9
O Poeta Negro Solano Trindade........................................................................................9
Sou Negro..........................................................................................................................11
Tem gente com fome.......................................................................................................12
Uma bela poetisa..............................................................................................................14
Integridade........................................................................................................................15
Poesia e Música 1 …........................................................................................................16
Uma nação onde sobram talentos musicais................................................................17
Uma verdadeira aquarela de talentos............................................................................18
Poesia e Música 2............................................................................................................18
Sessão Pipoca................................................................................................................19
Sites para pesquisas.......................................................................................................20
Proposta de Avaliação da Unidade Didático-Pedagógica............................................21
Referências bibliográficas..............................................................................................22
CAPÍTULO 1
1.1 APRESENTAÇÃO
Caríssimos professores!
A presente Unidade Didática tem como finalidade levar a Literatura afro-brasileira
para a sala de aula através da poesia. Bem sabemos que a poesia foi utilizada por nossos
ancestrais para demonstrar seus sentimentos e até mesmo a sua identidade e
pertencimento étnico. Entretanto, a ausência da poesia afro-brasileira nos livros didáticos
e no acervo das bibliotecas das escolas vem causando preocupação para a comunidade
afrodescendente que quer preservar sua cultura e sua identidade.
A poesia afro-brasileira não tem aparecido nos livros didáticos com a mesma
visibilidade da poesia não afro-brasileira. Esse fato resulta da maneira como a literatura
negra tem sido tratada no Brasil desde a escravidão.
Percebe-se que a literatura negra, mesmo quando aceita, era silenciada. Assim, tal
literatura no cenário artístico popular passava a ser considerada pela elite cultural
brasileira como arte de pouco valor ou de valor algum.
Acreditando na capacidade do professor como agente multiplicador de
conhecimentos, exemplos e valores, convido-o(a), a colocar em prática, juntamente com
seus colegas de trabalho, esta unidade didática, que visa justamente a contribuir para
trazer a poesia afro-brasileira ao conhecimento de nossos alunos.
Para isso, você professor(a), deve transformar sua sala de aula em um ambiente
agradável e interativo, visando a participação social de todos!
Bom trabalho a todos!
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1.2 JUSTIFICATIVA
Os livros didáticos trazem sempre os mesmos autores e com isso, percebe-se que
persiste aí a grande lacuna. Deste modo, é de suma importância que se mostre interesse
em transformar o ensino da Literatura afro-brasileira em algo relevante principalmente
para o aluno do Ensino Médio.
Visando suprir a necessidade de que esta literatura torne-se visível e que a mesma
seja de fácil acesso para os nossos alunos, vários poetas brasileiros, afrodescendentes,
serão abordados nesta unidade didática que muito poderá contribuir para enriquecer o
conhecimento de nossos alunos.
Para isso, pretende-se desenvolver um trabalho que viabilize o contato dos alunos
com essa literatura. É importante ressaltar que o professor ao ensinar a literatura, na
maioria das vezes, nem ele mesmo percebe tal problema. A maneira como ele está
habituado a ensinar, já está de certa forma, cristalizada, como algo automático, que ele
nem se dá conta.
1.3 OBJETIVO GERAL E ESPECÍFICO
Esta Unidade Didática tem como objetivo principal despertar o senso crítico dos
alunos por meio da leitura de poesias, levando-os a pensar no processo histórico e
cultural, bem como na identidade e pertencimento da comunidade afrodescendente no
contexto histórico atual.
1.4 INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo tornar a literatura afro-brasileira visível e mais
divulgada no espaço escolar, fazendo com que os alunos tomem conhecimento e
passem a observá-la e valorizá-la. Podemos observar que a poesia afro-brasileira tem
sido pouco divulgada ou não mencionada no mercado editorial brasileiro, pois a elite
não negra tem o seu espaço garantido, enquanto que a literatura afro, infelizmente, é
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ocultada. E, quando a obra de algum escritor ou escritora afrodescendente é exposta ao
público, a origem do autor nem sempre é registrada de maneira clara.
Portanto, é de total relevância que autores e poetas negros sejam levados ao
conhecimento de nossos alunos, para que possam conhecer a importância da poesia
negra, como instrumento de identidade do povo negro brasileiro, dentro da sociedade.
Segundo Souza e Silva, coordenadora do NEPA (Núcleo de Estudos e Pesquisas
Afro da Universidade Estadual do Piauí).
Há poucos registros da contribuição do /a autor/a negro/a na historiografia literária brasileira canônica, por isso é comum ser encarada com normalidade a inexistência de uma literatura afro-brasileira. Tal situação resulta da forma como a pessoa negra vem sendo tratada na sociedade brasileira desde a escravidão – como coisa ou ser inferior, além da maneira como se realizam as relações étnico-raciais marcadas pelo embranquecimento, no século XIX, agravada pela concepção do mito da democracia racial, a partir de meados do século XX, cujo propósito mascara os conflitos e tensões, acentua a discriminação e racismo perpetuados nas várias esferas sociais do século XXI (Revista África e Africanidades, 2009, Fev. nº4, Ano I).
Neste mesmo sentido, Sansone afirma:
A cultura negra pode ser definida “como específica subcultura de pessoas de origem africana dentro de um sistema social que enfatiza a cor ou a descendência a partir da cor, como um importante critério de diferenciação ou de segregação das pessoas” (apud Souza e Silva, 2009).
Como observa Eduarda Rodrigues Costa, no portal da UFMG, Domício Proença
Filho, um dos mais renomados teóricos da literatura brasileira, professor da Universidade
Federal Fluminense (UFF) e autor do livro Dionísio Esfacelado, livro este considerado a
epopeia de Palmares, “aponta para a responsabilidade dos escravos no processo de
desenvolvimento econômico do Brasil, bem como reconhece sua contribuição para a
formação do povo e da cultura brasileira”.
Na obra de Domício Proença Filho, o negro é posto no centro da obra, a qual
retrata os quilombolas e seu processo de miscigenação.
De acordo com Costa,
Dionísio esfacelado (Quilombo dos Palmares) é o texto com o qual Domício Proença Filho marca presença na poesia afro-brasileira. O livro pode ser lido como a epopeia de Palmares, de modo que o herói negro é apresentado no
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centro da obra, contando os feitos quilombolas e, deste modo, reescrevendo e preenchendo os vazios da história, agora escrita sob a ótica do dominado. A obra empenha-se em relativizar os valores socioculturais europeus considerados como universais e aponta para a responsabilidade dos escravos no processo de desenvolvimento econômico do Brasil, bem como reconhece sua contribuição para a formação do povo e da cultura brasileira por meio da miscigenação e do processo de trocas culturais. (Literafro. UFMG, em www.letras.ufmg.br/literafro).
Domício Proença nos mostra em seu poema “Plantar a casa” o quanto a poesia
serviu de instrumento para os movimentos abolicionistas que lutavam pela liberdade do
negro, mantendo o sonho de reconstruir sua vida, sua cultura e costumes longe de sua
pátria. Como podemos observar os negros não vieram para o Brasil de livre e espontânea
vontade, mas sim, foram trazidos à força, foram literalmente arrancados de sua pátria
(África). Domício demonstra em seus poemas a preocupação em repassar para as
gerações futuras as tradições vindas da África.
Plantar a casa
Plantar a casa:
afagar o sonho
agudizar a chama
na Noite
da senzala.
Plantar a casa
na manhã
do Quilombo.
Dunda-Lá
Ganga-Zumba!
(Dionísio esfacelado, p. 18)
De acordo com Carrança, (2003), um dos principais obstáculos que causam a
invisibilidade da literatura afro-brasileira nos editoriais brasileiros é a dificuldade que os
autores afrodescendentes encontram no momento de colocar seus livros no mercado
editorial.
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A dificuldade de ingressar no mercado editorial e colocar seus livros à disposição de um grande público talvez seja a principal causa da reduzida visibilidade de escritores afrodescendentes que, em suas obras, retratam a vida e os valores da comunidade negra brasileira. O conceito de literatura negra é polêmico. O professor Domício Proença Filho, da Universidade Federal Fluminense (UFF), conhecido teórico de literatura e autor de Dionísio Esfacelado, considerado um clássico da poesia negra, diz que o uso dessa expressão pode ajudar a manter a discriminação. No âmbito acadêmico, o debate sobre esse tema foi aberto no Brasil por Roger Bastide com a obra Estudos Afro-Brasileiros, publicada na década de 1940. Mais tarde, surgiram trabalhos de outros pesquisadores estrangeiros, como Raymond Sayers (O Negro na Literatura Brasileira, 1958) e Gregory Rabassa (O Negro na Ficção Brasileira, 1965), (Carrança, 2003).
Assim sendo, é necessário investigar a existência de possíveis barreiras que
impossibilitam a presença da literatura afro-brasileira e especialmente a poesia nos livros
didáticos.
De acordo com Carrança, (2003) “uma saída encontrada por escritores negros para
furar o bloqueio a eles imposto no meio editorial e fazer suas obras chegarem ao leitor, foi
a publicação em regime cooperativo”.
A Literatura afro-brasileira existe, embora nossos alunos não a conheçam. Apesar
da grande dificuldade e obstáculos existentes no mercado editorial brasileiro, há uma
revista que é publicada desde 1978, intitulada “Cadernos Negros”. Esta revista até hoje é
publicada e através dela, poetas como Cuti, Éle Semog, Conceição Evaristo, Paulo
Colina, Carlos de Assumpção, Geni Guimarães, entre outros, retrataram através da
poesia negra realidades não reveladas pela ideologia dominante. Tais poetas fizeram um
marco na história da literatura afro-brasileira com suas poesias em forma de protesto pela
não visibilidade do negro na cultura brasileira. Estes autores ressaltaram a importância da
poesia negra como instrumento de identidade e posicionamento do povo negro brasileiro
dentro da sociedade.
A poesia acaba tornando-se o espaço ideal para a mudança de atitude do negro
brasileiro que se posiciona de forma contundente em busca de valorizar sua condição e
sua cultura e, de certa maneira, cobrar posicionamento da sociedade, a qual no decorrer
da história fez com que a cultura negra fosse preterida em relação à cultura branca
existente no Brasil.
Um exemplo disso encontra-se no poema de Cuti, Estrela, em que o autor
demonstra toda a sua indignação a respeito dos fabricantes de brinquedos da época.
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Estrela
Se Papai Noel
não trouxer boneca preta
neste Natal
meta-lhe o pé no saco
Cuti
CAPÍTULO 2
SUGESTÕES DE ATIVIDADES
Professor(a),
a) O que você conhece acerca acerca da literatura afro-brasileira?
b) Seus alunos conhecem poetas afro e costumam ler obras da literatura afro brasileira?
c) Que tal você iniciar as atividades apresentando e questionando oralmente os alunos
sobre a literatura afro brasileira?
d) Escolha agora algumas poesias com as quais serão desenvolvidas as atividades com
os alunos, possibilitando-os de conhecer os poetas afro-brasileiros através de pesquisa,
leitura, declamação, debates e composições de poesias.
O “POETA NEGRO” SOLANO TRINDADE
Solano Trindade era negro, nasceu em 24 de julho de 1908 na cidade de Recife.
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Professor(a) vamos ampliar nossos conhecimentos a
respeito de nossos poetas afro-brasileiros?
Era filho do sapateiro Manuel Abílio e de Dona Emerenciana, que além de operária,
ganhava a vida fazendo quitutes. Solano Trindade fazia suas poesias com o objetivo de
protestar contra a exploração do povo negro.
Solano Trindade foi fundador do Centro Cultural Afro-Brasileiro e da Frente Negra
Pernambucana, uma extensão da Frente Negra Brasileira, publicou o livro Poemas
Negros e também criou um Grupo de Arte Popular em Pelotas.
Trindade publicou em 1944 o livro Poemas de uma Vida Simples. Esse livro foi
censurado e apreendido pela justiça na época da ditadura militar. Em 1964, seu filho,
Francisco Solano, morreu assassinado dentro de um presídio carioca no período da
ditadura. Juntamente com Abdias Nascimento, em 1945, criou o Comitê Democrático Afro-
Brasileiro. No mesmo ano, fundou o Teatro Folclórico e também atuou em filmes como A
Hora e a vez de Augusto Matraga e O Santo Milagroso.
O poeta preocupava-se com as danças populares e com o folclore. Aquilo que ele
pesquisava nas fontes de origem, devolvia ao povo em forma de arte. Sentia orgulho ao
ser chamado de “poeta negro”. Devido a sua sensibilidade em relação às injustiças,
denunciava as condições de vida que o povo negro era submetido. Por esta razão,
tornou-se político ativista, o que faz muitos críticos dizer que a poesia de Solano possui
caráter mais social do que etnico. Solano sofreu perseguições por ser um grande
defensor da liberdade e por lutar pelo resgate da cultura negra no Brasil. Foi responsável
pela criação de grupos artísticos como, por exemplo, o Teatro Experimental do Negro o
qual foi também muito atacado pela elite nordestina. Iniciou nos anos 60, na cidade de
Embu, no Estado de São Paulo, um núcleo cultural, chamado Embu das Artes. Sua filha,
Raquel Trindade, mantém o grupo de teatro popular que leva o nome do pai.
Solano Trindade foi o primeiro a encenar em 1956, a peça “Orfeu”, de Vinícius de
Morais. Faleceu no dia 19 de fevereiro de 1974, aos 66 anos, no Rio de Janeiro.
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Professor(a), peça a seus alunos para fazerem a leitura e interpretação do poema
SOU NEGRO de autoria de Solano Trindade.
SOU NEGROSou negro
Meus avós foram queimados
Pelo sol da África
Minh’alma recebeu o batismo dos tambores
Atabaques, gongues e agogôs
(...)
Na minh’alma ficou
O samba
O batuque
O bamboleio
E o desejo de libertação
Solano Trindade
ATIVIDADES: Professor(a), peça aos alunos que logo após terem feito a leitura do poema
respondam às seguintes perguntas:
1. Você já tinha ouvido falar desse poeta?
2. Que mensagem o poema transmite para você?
3. A primeira estrofe indica origem, pertencimento e costumes, você poderia descrevê-los?
4. A segunda estrofe deixa ainda mais explícito o reconhecimento do poeta pelas
tradições do povo negro. Acrescente alguma outra característica que seja
reconhecidamente uma herança do povo negro.
5. Quando o poeta fala de libertação, ele está se referindo a quê?
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Professor(a), apresente para seus alunos este poema que foi transformado em
música. Sugira então, que seus alunos ouçam a música “TEM GENTE COM FOME”,
interpretada pelo grupo musical Secos e Molhados. (http://www.youtube.com/results?
search_query=secos+e+molhados+tem+gente+com+fome&aq=f)
TEM GENTE COM FOMETrem sujo da Leopoldina
Correndo correndo
Pra dizer
Tem gente com fome
Tem gente com fome
Tem gente com fome
Piiiii
Estação de Caxias
De novo a dizer
De novo a correr
Tem gente com fome
Tem gente com fome
Tem gente com fome
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Professor(a), peça a seus alunos para fazerem a leitura e interpretação do poema “TEM GENTE COM FOME” de autoria de Solano Trindade.
Vigário Geral
Lucas
Cordovil
Brás de Pina
Estação da Penha
Olaria
Ramos
Bom Sucesso
Carlos Chagas
Triagem, Mauá
Trem sujo da Leopoldina
Correndo correndo
(....)
Tantas caras tristes
Querendo chegar
Em algum destino
Em algum lugar
(....)
Mas o freio do ar
Todo autoritário
Manda o trem calar
Psiuuuuuuuuuu
Solano Trindade
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ATIVIDADES:1) Qual a mensagem principal do poema e qual a sua função?
2) Quais são as figuras onomatopaicas existentes no poema?
3) Como você interpreta a estrofe: “Tantas caras tristes/ querendo chegar/ em algum
destino/ em algum lugar”?
4) Que ideia o autor quer passar com a frase: “ Mas o freio do ar todo autoritário manda o
trem calar?”
Sugestões:
a) Professor(a), peça aos seus alunos para declamar e traçar um paralelo entre este
poema e o poema “Trem de ferro” de Manuel Bandeira observando o ritmo e as figuras de
linguagens contidas nos mesmos.
b) No YOUTUBE há um video com trecho recitado, do livro Cantares ao Meu Povo, de
Solano Trindade. Peça aos alunos para assistir e conhecer um pouco mais sobre o poeta.
http://www.youtube.com/watch?v=Wo3t_ImIqrw
UMA BELA POETISA
“Acredito que o ato de escrever é o veículo de exteriorização da situação de um povo dentro da sociedade e pode, com isso, motivar mudanças”. Geni Guimarães
Geni Guimarães, nasceu no interior de São Paulo, em 8 de Setembro de 1947,
numa fazenda que se chamava Vilas Boas. Quando Geni completou 5 anos de idade,
seus pais mudaram para outra fazenda chamada Barra Bonita, onde a poetisa reside
atualmente e exerce a profissão de professora.
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Professor(a), agora vamos conhecer um poema de uma das mais renomadas poetisa da literatura afro-brasileira, Geni Guimarães.
Geni, já no tempo de infância, tinha o hábito de ler livros, revistas e jornais. Quando Geni
entrou para a escola, foi informada pelo seu professor que a mesma possuía o dom da
poesia. Desde então, Geni assumiu o privilégio desses dons.
Na adolescência, Geni já colaborava com os jornais Debate Regional e Jornal da
Barra, onde foram publicados contos, poemas e crônicas de sua autoria. No início dos
anos 80, aproximou-se do grupo Quilombhoje e do debate em torno da literatura negra.
Em 1981, publicou dois contos no exemplar número 4 de Cadernos Negros, marcados
pelos tons de protesto e afirmação identitária.
Seu primeiro livro, chamado Terceiro Filho, contém poemas da meninice e da
adolescência. Outro livro de Geni Guimarães é intitulado Da flor o afeto foi lançado em
1981, com poemas mais decisivos e seguros. Mais tarde, Geni entrou em contato com a
poesia negra, identificando-se com essa poesia, o que fez com que seu trabalho ficasse
mais definido. A partir daí, foi convidada a participar de várias antologias e eventos
culturais, dentre as quais a antologia Schwarze Poesie, Edition Diá, Alemanha Ocidental e
IV Bienal Nestlé de Literatura, o que colaborou para que Geni fosse convidada pela
Secretaria de Cultura de Colônia, onde participou do projeto “As diferentes faces da
América Latina - Encontro com autores e diretores de cinema brasileiros” em novembro
de 1988, onde apresentou seus trabalhos. Esta apresentação proporcionou para Geni
maior visão cultural em termos de literatura brasileira e valorização de seu trabalho. A
Fundação Nestlé de Cultura, reconheceu o valor do trabalho de Geni e publicou o livro
Leite do peito (contos). No ano seguinte, publicou a novela A cor da ternura, com a qual,
recebeu os prêmios Jabuti e Adolfo Aisen.
Como podemos observar Geni Guimarães também é uma das grandes poetisas
que marcaram a literatura afro-brasileira, cujos poemas são lindos. Vamos nos deliciar
com mais este momento de fruição desta bela poesia.
INTEGRIDADE
Ser negra Na integridadeCalma e morna dos dias
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Ser negra De carapinhasDe dorso brilhanteDe pés soltos nos caminhos
(...)
Negra
Puro afro sangue negro
Saindo aos jorros,
Por todos os poros.
Geni Guimarães
ATIVIDADES:
Sugestões:
a) Peça também para que seus alunos pesquisem sobre as obras de Geni Guimarães
trazendo para a sala de aula, poemas, artigos, contos, fotos, etc.
b) Mostre para a turma os poemas encontrados, exponha-os em um mural para que
outras turmas também possam conhecê-los.
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Professor(a), peça aos alunos que elaborem um texto de 10 linhas que tenha como tema a identidade e força do negro quando este se aceita como negro que é e tem orgulho de sua descendência.
POESIA E MÚSICA 1
Para iniciar a organização do sarau, comece pedindo aos alunos para que sigam
os seguintes passos:
a) Peça aos seus alunos para pesquisar autores como Cuti, Carlos Assumpção, Oswaldo
de Camargo e Paulo Colina, Elisa Lucinda, Geni Guimarães e Conceição Evaristo.
b) Formem grupos de quatro alunos. Cada grupo escolherá dois poemas que mais lhe
agradar dentre esses autores.
c) Os alunos deverão declamar de forma musicalizada e o ritmo preferencialmente negro,
como: Blues, Rap, Samba de Roda, Maracatu, Xote, Samba Fank, Afoxé, etc.
d) Professor(a), peça aos seus alunos para organizar um varal de poesias desses
autores para que possam divulgá-las para todo o colegiado.
SUGESTÃO: Professor (a), você poderá utilizar uma música (como fundo musical) ou se
tiver alguém do grupo que saiba tocar pandeiro, berimbau, cuíca, ganzá, atabaque, violão,
etc, para tocá-los, enquanto o grupo declama. Outra sugestão é que se proponha aos
alunos que confeccionem cartazes, faixas, bandeirolas e criem um ambiente charmoso
com características afro-brasileiras.
UMA NAÇÃO ONDE SOBRAM TALENTOS MUSICAIS
Brasil, meu Brasil brasileiro Meu mulato inzoneiro Vou cantar-te nos meus versos Ary Barroso
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Professor(a), que tal planejar um lindo sarau de poesias envolvendo toda a escola?
Podemos observar que a música é um veículo capaz de levar mensagens que
fazem as pessoas parar para pensar, refletir, aceitar ou rejeitar ideias, propostas,
ideologias, e por que não dizer, ideais.
Sabemos que o Brasil é um país rico em talentos musicais e por isso, não podemos
esquecer os ícones da MPB como Cartola, Elza Soares, Clara Nunes, João Nogueira,
Martinho da Vila, Jair Rodrigues, João Bosco, Milton Nascimento, Exalta Samba, Arlindo
Cruz e outros tantos que são verdadeiras pérolas da música brasileira. Esses cantores,
alguns deles, compõem, tocam instrumentos musicais, além de interpretar belas músicas
que representam nosso povo, nosso país e nossa cultura, valorizando nossas tradições.
Exemplos disso, são compositores dos sambas de enredo para o carnaval. Cada escola
de samba tem seu samba enredo que também são verdadeiras poesias. Estes sambas
são entoados enquanto as escolas se apresentam na avenida do sambódromo.
UMA VERDADEIRA AQUARELA DE TALENTOS
ATIVIDADES:
1) Professor(a), após apresentar o vídeo da música “Aquarela do Brasil”, na interpretação
da cantora Gal Costa, trabalhe com os alunos a letra dessa música e ressalte o samba, o
pandeiro, o gingado e o quanto o Brasil é reconhecido no exterior através dessa música.
Eles poderão também fazer uma paródia exaltando o povo afro-brasileiro.
2) Sugira aos alunos que façam um círculo na sala e dancem a música no ritmo “samba
de roda”.
Saiba mais: acesse o sítio do youtube.
http://www.youtube.com/watch?v=gycZSBu1yjI
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Professor(a), agora apresente para os alunos a
música AQUARELA DO BRASIL.
POESIA E MÚSICA 2
ATIVIDADES:
Professor(a), antes de mostrar o vídeo das músicas aos alunos, entregue uma cópia
das músicas para que eles façam a leitura das mesmas. Em seguida,mostre o os vídeos
para eles.
Video 1: Banda Cidade Negra com a música Sorriso Negro assista em:
http://www.youtube.com/watch?v=WLm2yLIqyPY
Proponho o seguinte: Professor(a), peça aos alunos que fiquem em pé formando dois grandes círculos e
façam um círculo voltado para o outro de maneira que cada aluno ficará de frente para
outro aluno.
Enquanto cantam a música, o círculo vai girando e cada aluno do círculo A dará um
forte abraço no aluno do círculo B. Esta atividade propõe um momento de descontração
onde haverá interação entre os colegas de sala.
Vídeo 2: Cantora Daniela Mercury, com a música Preta (de Dona Ivone de Lara) Assista
em: http://www.youtube.com/watch?v=EIRD9xMfzMo&feature=related
Neste segundo Vídeo, os alunos cantarão, farão interpretação da letra observando
qual é a mensagem que esta música traz.
Professor(a), proponha aos alunos um trabalho de pesquisa sobre a vida da
cantora Dona Ivone de Lara.
Outra atividade que também será desenvolvida é a audição da música Negro Rei,
esta música foi clip da Novela Sinhá Moça. Pode-se também aproveitar e pedir aos alunos
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Professor(a), apresente para os alunos esses dois vídeos de música afro-brasileira e logo após desenvolva as atividades propostas.
que assistam no site YOUTUBE alguns trechos da novela que retratavam a escravidão,
os maus tratos e preconceitos com o povo negro. Assista em:
(http://www.youtube.com/watch?v=WwtB-XE7l4c).
SESSÃO PIPOCA
1.Professor(a), agora mostre o filme o Xadrez das Cores para os alunos e peça para que
eles observem a luta entre classes que ocorrem entre a empregada e a patroa. (Diretor
Marco Schiavon,2004). Assista em: http://filmescopio.blogspot.com/2007/11/o-xadrez-das-
cores-2004-de-marco.html
2. Professor(a), peça para que seus alunos tragam para a próxima aula, um breve resumo
do filme para que possam debater sobre o mesmo.
3.Peça aos alunos que façam uma comparação entre as peças do jogo de xadrez e a
classe social das personagens do filme.
4. Professor(a), proponha aos seus alunos uma pesquisa sobre a atriz Odelair Rodrigues
paranaense que atuou no teatro, em novelas, comerciais e filmes. Odelair atuou no filme
“Quanto vale ou é por quilo?” ( Diretor Sérgio Bianchi, 2007).
5. Marque com seus alunos mais uma “sessão pipoca”, indicando o filme “Quanto vale ou
é por quilo?” e depois façam um relatório, o qual, será posteriormente debatido sobre a
situação do povo negro.
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Professor(a), que tal proporcionar aos seus alunos
uma sessão de cinema?
PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DA UNIDADE DIDÁTICO-PEDAGICA
Caro professor(a):
Convido-o(a) agora, a fazer-me um grande favor, respondendo algumas questões
que são de suma importância para comprovar a eficácia desta unidade didática.
1) Foi levado ao conhecimento dos alunos a existência desta literatura que apesar de
existir, não lhes é apresentada?
2) Houve interesse dos alunos na busca de conhecimentos sobre os poetas afro-
descendentes?
3) Foi oferecido aos alunos material de pesquisa e sites de busca para que eles
pudessem aprofundar seus conhecimentos?
4) Houve conscientização dos alunos a respeito dos fatores histórico-sociais envolvidos
na produção da literatura de autores afrodescendentes?
5) Foi abordado o problema relacionado à baixa divulgação da literatura afro-brasileira?
6) Estimulou-se o gosto dos alunos pela leitura, recitação e escrita de poesias?
7) Foi proporcionado aos alunos momentos lúdicos através da poesia, canto e dança?
8) Algum aluno demonstrou interesse em compor alguma poesia?
9) Proporcionou-se aos alunos a oportunidade para assistir aos vídeos e filmes que tratam
da história do povo negro?
10) Foi realizado o sarau de poesias? Se foi realizado, qual foi o grau de envolvimento
dos alunos neste evento?
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Sites para pesquisas:
http://www.acordacultura.org.br/herois/heroi/franciscotrindade
http//br.groups.yahoo.com/negrosepoliticaspublicas
http://www.ftd.com.br/v4/Biografia.cfm?aut_cod=692&tipo=A
[http://www.historianet.com.br], acesso em fevereiro de 2011.
[www.letras.ufmg.br/literafro], acesso em 04/02/2011.
www.pstu.org.br
www.casapoema.com.br
http://filmescopio.blogspot.com/2007/11/o-xadrez-das-cores-2004-de-marco.html
http://www.youtube.com/watch?v=WLm2yLIqyPY
(http://www.youtube.com/results?
search_query=secos+e+molhados+tem+gente+com+fome&aq=f)
http://www.youtube.com/watch?v=Wo3t_ImIqrw
http://www.youtube.com/watch?v=gycZSBu1yj
http://www.youtube.com/watch?v=EIRD9xMfzMo&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=WwtB-XE7l4c).
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSUMPÇÃO, Carlos de. Tambores da noite. São Paulo. Maxprint, 2009.
CADERNOS NEGROS. Os melhores poemas. São Paulo, Quilombhoje; 1998.
CARRANÇA, Flávio. Quilombo das letras, Revista Problemas Brasileiros. Nov/Dez.
2003, nº 360.
COSTA, Eduarda Rodrigues. Negritude e História em Dionísio Esfacelado – Literafro.
Em: [www.letras.ufmg.br/literafro], acessado em 04/02/2011.
DOS SANTOS, Luiz Carlos; GALAS, Maria; TAVARES, Ulisses. O Negro em Versos. São
Paulo. Editora Moderna, 2005.
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