Sapiencia33

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ISSN 1809-0915 Teresina-PI | Edição nº 33 | Ano VIII Publicação Científica da FAPEPI Os primeiros passos na pesquisa acadêmica Jovens buscam padrão de beleza propagado pela mídia Rede Poti facilita comunicação entre centros de pesquisa Júlio Romão é tema na seção de livros da Sapiência pesquisa integração Homenagem

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Iniciação Científica

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ISSN 1809-0915 Teresina-PI | Edição nº 33 | Ano VIII

Publicação Científica da FAPEPI

Os primeiros passos na pesquisa acadêmica

Jovens buscam padrão de beleza propagado pela mídia

Rede Poti facilita comunicação entre centros de pesquisa

Júlio Romão é tema na seção de livros da Sapiência

pesquisa integração Homenagem

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PI FAPEPI NA PÓS-GRADUAÇÃO

bolsas para docentes com doutorado em andamento

em outros estados

36bolsas para Programas de

Pós-Graduação sediados no Piauí em diversas áreas

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AS BOLSAS SERÃO

PAGAS EM

meses para bolsas de mestrado

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meses para bolsas de doutorado

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“a missão da faPePi é induzir e fomentar a pesquisa e a inovação científi ca e tecnológica para o

desenvolvimento do estado do Piauí”.

www.fapepi.pi.gov.br

FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISADO ESTADO DO PIAUÍ

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FAPE

PI FAPEPI NA PÓS-GRADUAÇÃO

bolsas para docentes com doutorado em andamento

em outros estados

36bolsas para Programas de

Pós-Graduação sediados no Piauí em diversas áreas

130

AS BOLSAS SERÃO

PAGAS EM

meses para bolsas de mestrado

24

meses para bolsas de doutorado

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a fundação de amparo à Pesquisa do estado do Piauí (fapepi), ao longo do ano de 2013, vai atuar com ainda mais profundidade entre os programas de pós-graduação piauienses, principalmente por meio da parceria com a coordenação de aperfeiçoamento de Pessoal de nível superior (capes),

que prevê o investimento de r$ 14 milhões divididos em:

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EXPEDIENTE

N° 33 Ano VIIIISSN - 1809-0915

PUBLICAÇÃO SAPIÊNCIAPublicação produzida pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí

Publicação Quadrimestral

CONSELHO EDITORIAL:Ademir Sérgio Ferreira de Araújo

Ana Regina Barros Rêgo LealAntônia Jesuíta de Lima

Bárbara Olímpia Ramos de Melo Diógenes Buenos Aires de CarvalhoFrancisco Chagas Oliveira Atanásio

João Batista LopesRaimundo Isídio de Sousa

Ricardo de Andrade Lira RabêloRivelilson Mendes de Freitas

EDITORES, REDAÇÃO E FOTOS:Carlos Rocha

Eline ReisEveline S. DinizVanessa Soromo

REVISÃO DE TEXTOS: Raimundo Isídio de Sousa

IMPRESSÃO E ACABAMENTO:Grafi set

TIRAGEM: 6 mil exemplares

DIAGRAMAÇÃO: Genilson Santiago

AO LEITOR

[email protected]

Av. Odilon Araújo, 372, Piçarra Teresina-PI • CEP 64017-280

Fone: (86) 3216-6090Fax: (86) 3216-6092

Para críticas, sugestões e contato:

estudantes brasileiros contam detalhes sobre experiência com ciência sem fronteiras.9

Foto: Arquivo pessoal

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fiocruz impulsiona sustentabilidade no Piauí.

Jovens buscam padrão de beleza propagado pela mídia.

estudo traz aprofundamentos sobre calazar.

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iniciação científi ca e o desenvolvimento da pesquisa no estado.15

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e mais...artigos, teses e dicas de livros.

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Como já foi possível observar, Sapiência passou por mu-danças: novo formato gráfi co, nova proposta editorial, novas parcerias para colaboração. A publicação entra

em um ciclo novo a partir desta edição 33, apostando principal-mente na possibilidade de agregar conteúdo ao invés de optar por uma ruptura pura e simples. É uma revista diferente das opções estabelecidas anteriormente, marcada pela busca de am-pliar os horizontes da divulgação científi ca no Piauí.A partir de exemplos positivos da divulgação científi ca nacio-nal, a nova publicação científi ca Sapiência propõe uma relação com o leitor baseada na diversifi cação de informações a respeito da pesquisa científi ca no Estado. A fi m de estabelecer um ponto de partida para o projeto, o tema principal da publicação é a iniciação científi ca, momento em que os estudantes começam a conhecer mais a pesquisa na universidade.Como parte da iniciativa de estabelecer mudanças sem romper com o que Sapiência possui de melhor, esta edição conta com um dossiê especial a respeito da iniciação científi ca no Piauí. São matérias que conservam a marca de aprofundamento da Sapiência sobre temas que pautam a divulgação científi ca e que chamam a atenção dos pesquisadores piauienses. Entretanto, a partir desta edição, a publicação amplia horizontes em relação a seu conteúdo, e a nova proposta a ser encampada visa tam-bém à abordagem de outros assuntos relacionados à pesquisa científi ca.A nova roupagem da Sapiência ganha também novas parcerias. A busca por estabelecer laços com outras instituições sempre foi uma meta perseguida com afi nco e, a partir de agora, será ain-da mais consolidada. Para esta edição, contamos especialmente com duas reportagens especiais escritas por colaboradores da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) e da Universidade Fede-ral do Piauí (UFPI). Nas próximas edições, a perspectiva é que estas parcerias sejam ampliadas, a fi m de apresentar cada vez mais as iniciativas desenvolvidas no Estado do Piauí. Outros espaços existentes no antigo formato da Sapiência, como Artigos, Teses e Livros, foram mantidos, com pequenas altera-ções, com o intuito de captar as novas possibilidades apresenta-das para o periódico. A publicação ainda traz novos espaços que poderão ser conhecidos melhor ao longo da leitura desta edição. O desejo da equipe que escreve esta publicação é que possa ser bem acolhida e que cada leitor possa contribuir para o processo de aprimoramento da Sapiência, a fi m de que esteja cada vez mais próximo de seu público.

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mudando para transformar

RedesSOCIAISSOCIAIS

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piauí se prepara para receber unidade da Fundação oswaldo cruz

Por Eline Reis

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Considerada a maior instituição de ciência e tecnologia em saúde da América Latina, a Fundação

Oswaldo Cruz (Fiocruz) é o principal centro não universitário de formação e qualificação de recursos humanos para o SUS e para a área de ciência e tecnolo-gia no Brasil. O órgão tem como missão produzir e disseminar conhecimentos e tecnologias voltados para o fortaleci-mento e a consolidação do Sistema Úni-co de Saúde (SUS), contribuindo para a promoção da saúde e da qualidade de vida da população brasileira.

Com o intuito de atender melhor às necessidades peculiares a cada região do País, foi criado um programa de nacionalização da Fundação Oswaldo Cruz. Bases para institucionalização de novas unidades do Órgão estão sendo instaladas pelo Brasil e o Piauí se pre-para pare receber essa importante ins-tituição de produção científica, voltada para o ensino, a pesquisa, a inovação, a assistência, o desenvolvimento tecnoló-gico e a extensão no âmbito da saúde.

Para o professor doutor em Ciên-cias da Saúde, José Ivo dos Santos Pe-drosa, da Universidade Federal do Piauí (UFPI), o Piauí é um ponto estratégico

para a instalação da Fiocruz. Aspectos econômicos, ambientais, sanitários e culturais confirmam a necessidade de investimentos em pesquisas em favor do desenvolvimento e da sustentabili-dade da região. “Nós todos esperamos que a implantação da Fiocruz-PI contri-bua para tornar visível e produtivo todo nosso potencial de desenvolvimento econômico, social e sustentável, com aproveitamento do bioma da Caatinga. Que a Fiocruz represente o dispositivo que fortaleça toda nossa potência para

enfrentar os determinantes da saúde, da doença, enfim, das questões que inter-ferem na qualidade de vida das pesso-as”, ressalta o pesquisador.

A doutora em Odontologia Fran-cisca Tereza Coelho Matos explica que o empenho de pesquisadores locais, a vontade política de parlamentares piauienses, o apoio de gestores do Go-verno Estadual e Federal e a ajuda da equipe de dirigentes e pesquisadores da Fiocruz têm sido fundamental para a concretização desse projeto.

Em outubro de 2012, foi realiza-da uma oficina para a implantação da unidade regional da Fundação Oswaldo Cruz no Piauí, que teve a participação da vice-presidente Nísia Trindade Lima e de quatro pesquisadores da Fiocruz. Também participaram da oficina pesqui-sadores, parlamentares e representantes das instituições de ensino superior e ins-tituições de fomento à pesquisa do Piauí. Na reunião, foram discutidas “as priori-dades de pesquisa para o nosso Estado e as principais ações de cooperação entre a Fiocruz, as instituições locais e os pes-quisadores piauienses”, pontua Tereza Matos. Em princípio, o desafio é fazer um levantamento das linhas de pesqui-

José Ivo comenta sobre os benefícios da instalação da Fiocruz-PI.

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2014 da Fiocruz. Além disso, possibilitará o desenvolvimento de estudos sobre biomas, doenças infecciosas, saúde do trabalhador, saúde materno-in-fantil, entre outros campos; a realização de pesquisas de doenças da região que são negligenciadas e pesquisas de medicamentos fitoterápicos”, avalia a pesquisadora.

Entre as ações de mobilização de recursos humanos para o funcionamento da Fiocruz Piauí, está prevista a realização de concurso público para a seleção de professores e pesquisadores que deverão compor a Unidade Piauí. “Isso certamente irá contribuir para geração de emprego e renda dos profissionais envolvidos diretamente nas atividades de desenvolvimento da pesquisa, tec-nologia, inovação. Alia-se a essas vantagens o desenvolvimento da prestação de serviços de saúde e a ampliação dos serviços de educação, por meio de parcerias entre Instituições de Ensino Superior (IES), públicas e privadas e a Fiocruz Piauí”, comenta Tereza Matos.

Além de incentivar o desenvolvimento de novas pesquisas, a Fundação Oswaldo Cruz no Piauí apoiará os estudos já em desenvolvimento por outros programas de fomento à pesquisa, a exemplo dos projetos apoiados pelo Pro-grama de Pesquisa para o SUS – PPSUS. A ideia é transformar essas pesquisas em inovações que contribuam efetivamente para o enfrentamento dos pro-blemas em saúde. “Esta é uma estratégia imprescindível para a transformação desta realidade em espaço produtor de vida”, finaliza José Ivo.

sas existentes, identificar aquelas que es-tão mais relacionadas aos objetivos e às estratégias definidas pelo projeto e, em seguida, oferecer a infraestrutura ade-quada, a fim de fortalecer as pesquisas nessas áreas.

As discussões realizadas durante a oficina apontam para três eixos centrais que devem orientar as linhas de pesqui-sas a serem definidas: desafios do SUS no Piauí - determinantes da situação de saúde, organização e gestão de serviços; saúde – meio ambiente, sustentabilida-de e cooperação internacional; e ciência e tecnologia - complexo produtivo e ino-vação em saúde. Para José Ivo, “as linhas de pesquisa serão escolhidas a partir da sistematização e síntese das propostas apresentadas nestes eixos, discutidas e articuladas com o existente nos progra-mas de pós-graduação”.

O Piauí receberá uma importante instituição de fomento à pesquisa que tem uma vasta lista de estudos cientí-ficos em andamento. Atualmente, mais de mil projetos de pesquisa e desenvol-vimento tecnológico são executados pela Fiocruz. Os estudos são voltadas para o controle de doenças, como Aids, malária, Chagas, tuberculose, hanse-níase, sarampo, rubéola, esquistosso-mose, meningites e hepatites, além de outros temas ligados à saúde coletiva. A Fundação possui também 18 pro-gramas de pós-graduação stricto sensu em diversas áreas, além de uma escola de nível técnico e vários programas de pós-graduação lato sensu.

Sobre as contribuições que a Fun-dação trará para o Estado, Tereza Ma-tos esclarece que “a implantação da Unidade da Fiocruz no Piauí irá gerar e implementar soluções científicas e tecnológicas para situações de saúde e doenças que afetam a população do Es-tado do Piauí, com ênfase nos grupos populacionais vulneráveis, conforme previsto no Plano Quadrienal 2011-

Projeto de arquitetura da Fiocruz -PI, desenvolvido pela arquiteta Dra. Alcilia Afonso & equipe.

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ciência sem Fronteiras produz primeiros resultados, e estudantes brasileiros são destaque no exterior

Por Publicação Sapiência

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Iwyson Costa é estudante de graduação e faz um curso sanduíche na Universidade do Mississipi, Estados Unidos. Caio Araújo Damasceno é estudante de Engenharia Elétrica na University of Manitoba, no Canadá. Ambos participam do Programa Ciência sem Fronteiras (CsF) através de parceria feita com a Universidade Federal do Piauí (UFPI). O programa busca a expansão e a internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional. Fruto de uma parceria entre os Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC), por intermédio das respectivas instituições de fomento – CNPq e Capes -, o programa prevê a utilização de até 101 mil bolsas em quatro anos para promover intercâmbio voltado para alunos de graduação e pós-graduação. O programa também busca atrair pesquisadores do exterior que queiram fixar-se no Brasil ou estabelecer parcerias com os pesquisadores brasileiros, bem como criar oportunidade para que pesquisadores de empresas recebam treinamento especializado no exterior. Em entrevistas por e-mail, eles contam mais da realidade nos Estados Unidos e no Canadá do que como estudantes intercambistas assim como de suas pesquisas.

Como você avalia a sua experiência no programa Ciência sem Fronteiras (CsF)?Caio Damasceno (CD): O programa ain-da é novo, o projeto saiu do papel muito rápido e ainda apresenta algumas falhas, mas comparando com o propósito do programa, com os resultados que vêm obtendo e com o benefício futuro que irá gerar, os erros que estão sendo resolvidos e corrigidos são ínfimos.Iwyson Costa(IC): O programa é bem novo, tão tal que somente, há pouco tem-po, os primeiros estudantes estão retor-nando ao Brasil. Pra mim, a experiência

está sendo incrível, superando todas as minhas expectativas. Quando eu me ins-crevi no programa, não imaginei que se-ria tão enriquecedor quanto está sendo. A impressão que eu tinha era que não fosse funcionar, que eu não seria selecionado, porque chega a ser surreal você pensar que vão pagar seus estudos por um ano em uma universidade estrangeira, incluin-do moradia, alimentação e qualquer outro eventual gasto com material didático e acomodação. E vale ressaltar que não são quaisquer universidades, são universida-des muito bem estruturadas e que só têm

a acrescentar no currículo dos alunos se-lecionados.

Quais suas primeiras impressões quando começou a participar?C.D.: Eu percebi um pouco de desorgani-zação para tirar as dúvidas que iam surgin-do no processo de seleção, talvez porque tudo aconteceu e um tempo muito curto e para muitas pessoas, mas o programa está atendendo a todas as minhas expectativas.

Onde você está atualmente e como foi o processo de seleção?

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I.C.: Estou morando em Oxford, Mis-sissippi, estudando na Universidade do Mississippi (University of Mississippi). Pra mim, o processo começou em dezembro de 2011, quando eu tomei conhecimento do edital. As inscrições começaram em ja-neiro de 2012. Eu precisava optar por um país dentre os seguintes: Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália e Alemanha. Escolhi Estados Unidos não só por já co-nhecer um pouco do inglês e ter muita vontade de aperfeiçoar esse conhecimen-to, além de ser um país muito promissor no estudo da Farmácia, meu campo de estudo. Eu tive que prestar um exame de inglês, TOEFL (Test Of English as a Fo-reign Language), que é uma exigência do programa, com o intuito de comprovar a proficiência na língua. O programa exige uma nota mínima, mas alguns dos outros bolsistas que estão na mesma universida-de que eu e ficaram muito próximo dessa nota, ganharam um curso de inglês antes do período letivo aqui mesmo nos Estados Unidos. Depois de selecionado, você co-meça com a documentação (histórico es-colar traduzido, cartas de recomendação, atestados médicos, carteiras de vacina-ção...). Só que até meados de julho de 2012, eu estava sem saber para onde iria, porque a universidade iria me escolher segundo o meu perfil, e aí quando eu recebi a res-posta da Universidade do Mississippi eu realmente fiquei muito feliz e foi quando a ficha começou a cair de que iria dar certo.C.D.: O processo de seleção feito no Brasil é rápido (3 ou 4 meses) e um pouco cor-rido, e um dos problemas do programa acontecia nessa etapa. Para os países que exigem exame de proficiência em outra língua, o critério de seleção foi basicamen-te o nível de inglês – Teve muitos excelen-tes estudantes que estão em universidades pequenas e que nem o curso deles tem por ter um nível de inglês um pouco menor que de muitos outros que não apresenta-vam bom rendimento no Brasil. O que pa-rece ser é que o verdadeiro critério de se-leção foi esse, visto que excelentes alunos, com bom currículo em projetos e pesqui-sas desenvolvidos, estavam em universi-dades que não ofereciam o curso deles. Eu ganhei uma bolsa de 4 meses para fazer curso de inglês antes de começar a estudar engenharia, e me deparei com esse proble-

ma nesse tempo porque, na Universida-de que eu estava (University of the Fraser Valley), não tinha engenharia. Consegui resolver isso (um processo muito difícil e poucos conseguiriam) e fui transferido para uma universidade de ponta (Univer-sity of Manitoba) com renome nos cursos de engenharias, com enormes laboratórios com tecnologia avançada, então, agora pra mim, o projeto está atendendo mais às mi-nhas expectativas do que eu esperava.

Quais as principais dificuldades por que têm passado ao longo deste período par-ticipando do CsF?C.D.: No começo, esse problema com a universidade, mas a bolsa do governo co-bre com folga as despesas de um estudan-te, e não enfrentamos nenhum problema financeiro. Mais foram os choques com a nova língua e a nova cultura.I.C.: No começo, eu estava muito assus-tado com a língua, era a primeira vez que morava sozinho, eu tinha que abrir uma conta bancária para receber a bolsa aqui, me matricular nas disciplinas, e era tudo novo pra mim. Então no início foi bem complicado. Mas, a partir do momento que eu me acostumei com a nova rotina, as coisas foram ficando mais fáceis. É tudo uma questão de adaptação.

Houve um choque de culturas ao longo deste período em uma universidade es-trangeira?C.D.: Sim, o principal choque cultural é em relação à alimentação. As pessoas não têm a nossa tradição do almoço, um lan-che pra eles servem de almoço e de jantar também. Foi um pouco difícil se acostu-mar a não comer arroz e feijão. (hahaha). Os outros foram choques bons, é incrível quando você percebe que está morando num país desenvolvido e principalmente quando você percebe quão educadas são as pessoas. É um pouco estranho no co-meço conviver com a pontualidade deles (principalmente dos ônibus), com a tama-nha educação, sem o jeitinho brasileiro para resolver alguns problemas, e incrível em infraestrutura, ver o quanto eles são preparados para lidar com as diversidades.I.C.: Com certeza houve. Fazer univer-sidade aqui é bem diferente do que fazer universidade no Brasil. Aqui você pode Caio Araújo Damasceno.

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pegar disciplinas de outros cursos que venham a lhe interessar, você pode pegar disciplinas da Psicologia sendo um alu-no de Farmácia, por exemplo, o que eu achei ótimo. Fora isso, o tempo que alunos gastam em sala de aula é bem menor do que no Brasil. Isso me assustou no início porque as aulas variavam de 50 minutos a 1 hora e 15 minutos! Considerando que no Brasil eu tinha aulas de até 3 horas! O aprendizado é focado mais em você e ao mesmo tempo a quantidade de informa-ções que você consegue assimilar com au-las mais curtas é bem maior, pelo menos, na minha opinião. Eu sabia que eles eram bem fanáticos por esportes, mas a prática esportiva é realmente muito intensa, e os alunos vão aos jogos dos times da univer-sidade pra torcer, acompanham as tempo-radas, parabenizam os atletas é realmente bem interessante! Eles têm orgulho da universidade em que estudam.

A língua representou uma dificuldade neste período de adaptação?I.C.: No início, sim, porque somente quando você está inserido num ambiente da língua estrangeira você tem uma ideia de quão fluente você é, ou não! Assistir a aulas, fazer provas, apresentar trabalhos em inglês era bem assustador. Mas, depois de um tempo, você se acostuma e isso não faz mais tanta diferença.C.D.: Acho que essa foi a principal dificul-dade, mas, em 4 meses, o inglês já melho-rou muito, consigo acompanhar as aulas sem dificuldade, apesar de ser ciente de que ainda é preciso melhorar muito.

Como o programa é visto no exterior?C.D.: De início, as pessoas não acreditam que existe um programa tão bom quanto esse. Primeiro choque para eles é saber que as universidades públicas do Brasil não são pagas (diferentes de todos os ou-tros lugares do mundo) e que o governo financia esse tanto de estudante. As pesso-

as ficam deslumbradas com a iniciativa do governo brasileiro. Todos os professores elogiam e estão gostando de ver o bom desempenho dos alunos brasileiros nas disciplinas.I.C.: Eles ficam de boca aberta quando eu digo que o governo brasileiro está finan-ciando meus estudos no exterior. Não só americanos, como também os intercam-bistas de outros países, como Espanha, Alemanha, Japão, Coreia do Sul, Itália, Holanda, Colômbia... e eu não tiro a ra-zão deles. Eles talvez tenham mais ideia da despesa porque estão pagando tudo!

Você acredita que o programa consegue cumprir suas metas?I.C.: Até agora, pode-se dizer que sim. O programa acontece em duas fases: a primeira é quando o estudante vai para o exterior e a segunda é quando ele vol-ta para o Brasil. Os primeiros estudantes estão retornando, então é cedo pra dizer como a segunda parte vai funcionar. Mas, pela primeira, pode-se dizer que sim, está alcançando as metas. É um investimento mais do que válido que o Brasil está fazen-do na educação. C.D.: O programa está cumprindo com as suas metas, apesar de apresentar ainda algumas falhas, no geral, está cumprindo seu propósito de internacionalização do ensino e abertura da mente de milhares de estudantes que, sem dúvidas, voltam com uma bagagem educacional muito boa para ser compartilhada com os colegas no Bra-sil. Acredito que o programa melhoraria muito se o inverso também acontecesse, alunos do mundo todo viessem pras uni-versidades brasileiras pois, querendo ou não, estas estão com um pequeno desfal-

que devido muito bons alunos estarem passando esse tempo fora.

Você participa de algum programa de pesquisa na universidade em que está estudando? Há alguma integração com projeto semelhante no Brasil?C.D.: O principal propósito do programa é esse, tanto que tem um semestre dedica-do à pesquisa ou estágio. Os professores estão animados pra desenvolver pesqui-sas com os brasileiros. No meu caso, esse período começa em abril. No entanto, já existem estudantes desenvolvendo pesqui-sa conciliando com as aulas, entrando em contato diretamente com professor (Tem uma equipe responsável por buscar pes-quisas pra nós do programa). Estou com um projeto de pesquisa montado a respei-to de um dispositivo de reciclagem de óleo e discutindo com o professor se o projeto é viável e quando podemos começar.I.C.: Eu não sei como funciona em ou-tros países, mas aqui nos Estados Unidos durante esse 1 ano, fora os dois períodos letivos que temos que cursar, está previsto para o verão (junho a agosto) atividades de pesquisa ou estágio relacionados a sua área de estudo. Agora mesmo, eu já estou tendo que entrar em contato com empre-sas, universidades, centros de pesquisa que oferecem essas oportunidades para firmar parceria para realizar o estágio/pes-quisa durante o verão. Estou priorizando centros de pesquisa que realizem pesqui-sas semelhantes às que eu participava no Brasil, mas ao mesmo tempo estou aberto a novas áreas, afinal é uma grande opor-tunidade!

Iwyson Costa no monumento de boas vindas na Universidade do Mississippi-EUA.

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a geração Y da imprensa piauiense e os novos modos de apuração da notícia

Jornalista e mestranda do Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal do Piauí | Contato: [email protected]

edienari oliveira dos anjos

arti

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Os jornalistas entre a faixa etária dos 19 aos 40 anos sabem que, se a conexão de internet cair durante um intervalo de

tempo considerável, a conclusão da edição do jornal do dia seguinte será prejudicada. Mas o que a internet tem a ver com o retardo da edição ou com as dificuldades de apuração da notícia para os profissionais dos media? Tudo! Exata-mente tudo!

Se para os profissionais com mais de 50 anos a notícia estava na rua, pois eles tinham conta-to direto com o acontecimento e pautavam-se principalmente pelas ligações telefônicas de denúncia da população, para os profissionais que, desde cedo (sempre), têm o computador e a internet como ferramentas de trabalho, a notícia, na maioria das vezes, nasce da troca de informação entre os usuários dessas ferramen-tas: seja por meio de uma frase deixada numa plataforma que auxilia os jornalistas na busca de fontes de notícia - Ajude um repórter (BR), Source Bottle (AUS), Pitch Rate (EUA), Help a Reporter Out (EUA), dentre outras- seja por meio de depoimento postado numa rede social.

O fato é que os profissionais da geração Y (nascido após a década de 1980) se pautam e conseguem fonte de notícia por recomenda-ção de terceiros. Antes de ir para rua coletar informações, imagem e áudio de que precisam, fazem pesquisas na internet, a fim de facilitar o percurso na realização de uma matéria, alteran-do o modus operandi dos media tradicionais e dos profissionais de outrora.

Há uma descentralização do processo pro-dutivo da notícia, distribuindo a etapa de apura-ção de procura de fontes a uma grande comu-nidade. A agenda de contatos pessoal continua a existir e se faz necessária diariamente, mas, quando se compartilha com outros tal busca, as chances de encontrar fontes de notícias di-ferenciadas das habituais são potencializadas pela quantidade de respostas dos membros da comunidade à frase.

Situação consumada no grupo “Procura-se uma fonte” da rede social Facebook. Jovens

estudantes do curso de jornalismo da UFPI (Universidade Federal do Piauí) Andreelson Delmiro, Jéssica Fernandes e Jéssica Catarine, “desesperados” para concluir suas matérias, pediram ajuda dos amigos para encontrar um personagem interessante para construção do material jornalístico. No primeiro dia de fun-cionamento do grupo, mais de cem membros se engajaram na proposta do grupo, cujo obje-tivo era auxiliar jornalistas a encontrar fontes de notícia. Os idealizadores avaliam a experiência como positiva, pois dificilmente a solicitação de um repórter não é atendida.

Por mais que não se trate de prática prio-ritariamente do webjornalismo, o recurso de

interatividade proporcionada pela Web 2.0 pos-sibilita a comunicação entre usuários de disposi-tivos tecnológicos (computador, celulares, Ipod, tablete, dentre outros) e age como facilitador na rotina produtiva dos profissionais do impresso, da TV e do rádio nesta fase fundamental e de conhecimento homogeneizado entre os jorna-listas: sem fonte de informação, não há notícia.

Träsel estrutura o conceito de “apuração distribuída”, como sendo “a delegação de tarefas menores constituintes de um processo de apu-ração a uma coletividade que queira oferecer seu tempo livre para desempenhá-la” (2010, p. 223). E faz um paralelo do conceito com a mo-dalidade crowdsourcing, pois existe terceirização de atividades produzidas pelo conhecimento coletivo de uma determinada comunidade, porque, como explica Briggs, o crowdsourcing

consiste em investigação ou reportagem com-partilhada, colaborativa, distribuída ou em código aberto. “Para fazermos uma distinção entre o que significam essas expressões, pense em crowdsourcing como outsourcing, termo que deu origem à expressão terceirização e que significa buscar fontes fora do ambiente de tra-balho” (2007, p. 49).

A multidão (crow) como fonte (source) não requer a participação excepcionalmente de es-pecialistas, mas de qualquer pessoa que tenha algo de relevante a acrescentar numa atividade (HOWE, 2009). O entusiasmo e a vontade de ser reconhecido como membro realizador de um projeto envolve a reputação dos colabora-dores, motivados em participar e dedicar-se ao ócio criativo.

A participação, segundo Bordenave (1986, p.17), é uma ação “inerente à natureza social do homem, tendo acompanhado sua evolução desde tribo e o clã dos tempos primitivos, até as associações, empresas e partidos políticos de hoje”. Num mundo conectado no qual as pesso-as usam o excedente cognitivo (SKIRKY, 2011), “participar é agir como se sua presença impor-tasse, como se, quando você vê ou ouve algo, sua resposta fizesse parte do evento” (Ibidem, 2011, p. 25).

A apuração jornalística na internet reestru-tura as práticas do fazer jornalismo fincado nas redações, à medida em que as tecnologias têm o potencial de modificar o processo produtivo da notícia já instituído e condiciona o tipo de apu-ração da notícia em decorrência da natureza do produto informativo. Por mais que a imprensa piauiense esteja anos luz de alcançar práticas de webjornalismo desenvolvidas nas regiões Sul e Sudeste - que vivenciam a convergência de medias (profissionais piauienses que conhecem outras realidades de sua profissão reconhecem tal disparidade) - por constrangimentos orga-nizacionais de ordem financeira e de recurso humano, principalmente, transfiguram suas ro-tinas com recursos tecnológicos que dispõem e colaboram uns com os outros.

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Desperdício de água pela destilação na uespi

1 Mestrando em Biotecnologia – PPGBiotec/UFPI; 2 Mestranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente/UFPI; 3 Professora da Uespi e Vice-coordenadora da CTC de Ciências Biológicas da FAPEPI | Contato: [email protected]; [email protected]; [email protected]

Jefferson almeida rocha1 • Juliana rodrigues rocha2 • roselis ribeiro Barbosa machado3

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O Brasil possui a vantagem de dispor de abundantes recursos hídricos, porém pos-sui também a tendência de desperdiçá-la. A grande crise da água, prevista para o ano de 2020, tem preocupado os cientistas, e esse problema de saúde pública

deve ser visto com bastante eloquência (MORAES, 2002). A falta de água é um dos graves problemas mundiais que podem afetar a sobrevivência dos seres humanos. O mau uso, o desperdício e o crescimento da população são fatores que contribuem para aumentar a escassez de água potável no planeta (TOMAZ, 2009).

Os sistemas destinados à destilação de água, para uso em laboratório, são imprescin-díveis para o sucesso das atividades desenvolvidas nesses ambientes experimentais, no en-tanto, os atuais aparelhos de destilação apresentam um grande inconveniente quanto ao seu desempenho, porque esses equipamentos desperdiçam elevado volume de água, prin-cipalmente na etapa de condensação do vapor, para obtenção de água destilada. Estima-se que, aproximadamente, esse desaproveitamento esteja numa faixa entre 30 e 40 litros de água de refrigeração, por cada litro de água destilada (COSTA, 2006). Assim, objetivou-se avaliar o desperdício da água pelo processo de destilação no setor de Biologia no Centro de Ciências da Natureza da Universidade Estadual do Piauí – UESPI, localizado no campus Poeta Torquato Neto em Teresina - PI.

A área de estudo da pesquisa foi o setor de Biologia da UESPI que apresenta o destilador que abastece os 8 laboratórios existentes neste setor no campus poeta Torquato Neto em Te-resina-PI. Este destilador é um aparelho do tipo Quimis, desenvolvido para aplicações mais rigorosas nas áreas bioquímica, química analítica, química fina e pesquisa. Nele a água entra na caldeira, onde é pré-aquecida, para, em seguida, entrar em ebulição e condensar poste-riormente, produzindo água química e bacteriologicamente pura; o seu rendimento padrão é de 120 litros de água para produzir 2 litros de água destilada em 1 hora (QUIMIS, 2011).

Para a avaliação do processo de destilação de água no setor da Biologia, foi feita uma análise, medindo a quantidade de água destilada produzida e a água de refrigeração des-perdiçada no momento do processo de destilação em um determinado tempo. Os resulta-dos da pesquisa mostraram que, em 1 hora do processo de destilação, produzem-se 2 litros de água destilada, gastando-se em média 144 litros de água. Para o bom funcionamento dos laboratórios do setor de Biologia da UESPI, estima-se o uso de 40 litros de água des-tilada/mês, tendo-se um desperdício de água mensal em torno de 1.296 Litros (Tabela 1).

Tabela 1: Produção de Água destilada e de Refrigeração pelo Tempo.

tempo Água Potável Água DestiladaÁgua

Desperdiçada

30 min 73 litros 1 litro 72 litros

1 hora 146 litros 2 litros 144 litros

9 horas 668 litros 20 litros 648 litros

18 horas 1336 litros 40 litros 1296 litrosFonte: Jefferson, fevereiro de 2011.

Os resultados mostraram uma grande perda de água no setor da Biologia da UES-PI, possivelmente, por conta do destilador de água que tem pouca eficiência para pro-dução de água destilada. Marsaro (2007) verificou que, para produzir 1 litro de água destilada, gastam-se em média 17 a 21 litros de água de refrigeração, contrapondo-se com os resultados alcançados nesta pesqui-sa que se apresentou em torno de 3,4 vezes maior que o do referido autor.

Apesar da perda de água, é essencial a utilização de água destilada não só nos labo-ratórios do setor de Biologia da UESPI, mas também em qualquer outro laboratório, tendo em vista o desenvolvimento de mui-tos trabalhos necessitar desta água para a sua realização e em vista do grande número de atividades que precisam de água potável.

O reaproveitamento da água nos pa-drões de potabilidade deve ser feito, pois o reuso da água é uma forma que não requer tecnologia e é econômica. Assim recomenda-se o uso da água desperdiça-da para Lavagem de materiais e vidrarias, Jardinagem do setor da Biologia, Lavagem do pátio, Irrigação de outras áreas verdes, Reuso no processo de destilação. Essa água poderia ser redirecionada para uma caixa d’água que posteriormente seria utilizada para realizações dos exemplos citados. Ou-tra maneira seria uma revisão no aparelho de destilação.

Para produzir 1 litro de água destilada, gastam-se em média 17 a 21 litros de água de refrigeração

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eeg nas pesquisas acadêmicasVice-coordenador da Câmara Técnica Ciêntífica de Saúde - FAPEPIProfessor Adjunto | Contato: [email protected]

Victor Hugo do Vale Bastos

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A atividade elétrica no escalpo de humanos identificada por Hans Berger, em 1924, marcou

o início do interesse clínico e acadêmi-co por esta atividade. O interesse vem aumentando nos últimos anos e, espe-cialmente, a eletroencefalografia (EEG) tem sido usada para verificar a atividade do córtex cerebral ao medir, com eletro-dos colocados no escalpo, a resultante de potenciais elétricos excitatórios e inibitórios que são somados no tempo e no espaço. Estes sinais pequenos são ampliados no aparelho de eletroence-falografia e convertidos em sinais di-gitais para serem lidos por programas específicos de computador (NIEDER-MEYER, 2004). A interpretação destes dados confere relevante valor ao exame físico que comumente é feito pelos neu-rologistas e psiquiatras (ENGEL, 2013), embora outras especialidades médicas se utilizem deste exame complementar para auxiliar na avaliação clínica.

No campo da pesquisa acadêmica, o leque fica mais amplo, permitindo que outros profissionais capacitados utili-zem o sistema de EEG para investigar mudanças no córtex cerebral. Ressalta-se que a análise citada neste texto não é clínica, mas acadêmica considerando as diretrizes estabelecidas para pesquisas envolvendo humanos. Assim, as pes-quisas científicas objetivam identificar adaptações do córtex cerebral (plasti-cidade neural), em face de situações, como aprendizagem, recuperação de uma lesão neurológica ou processos de memória. Vários são os fatores que po-dem interferir nesta condição de plas-ticidade do córtex cerebral (repouso, movimentos durante a captação, sono-lência, medicamentos em uso etc.), fa-cilitando ou limitando estas alterações.

Laboratórios de pesquisa, ao longo

do mundo, têm investigado alterações no córtex cerebral usando diversos meios, como a ressonância magnética, que fornece excelente resolução espa-cial, mas uma resolução temporal con-siderada baixa. O oposto ocorre com a EEG, que fornece resolução temporal altíssima e uma resolução espacial, até certo ponto, baixa. Nesse contexto, para atividades em que se requer atenção ao domínio do tempo de atividade no cór-tex cerebral, a EEG é um instrumento de excelência (ANTELIS, 2012).

Durante processos de aprendiza-gem/reaprendizagem, como nos trata-mentos envolvendo a Fisioterapia, a Fo-noaudiologia e a Psicologia, ocorrem no córtex cerebral, especificamente, modi-ficações nas resultantes elétricas captá-veis pela EEG. A análise eletroencefalo-gráfica, antes e depois destas propostas terapêuticas, usando vários conceitos e métodos, evidencia mudanças ou não nos padrões de corticais (SHIN, 2012). Estas mudanças associadas a alterações comportamentais e ou físico-funcionais apontam para as condições de melhora do paciente estudado. Pacientes, como os hemiparéticos, após acidente vas-cular encefálico, podem beneficiar-se

de treinamentos manuais, mentais, de imaginação ou acionando neurônios es-pelho-corticais para funcionalizar suas habilidades e reaprender determinados padrões de movimentos, sensoriais e mesmo mentais.

Ao se investigarem em bandas ou faixa de frequência de atividade (Delta, Teta, Alfa, Beta e Gama) e ao se reconhe-cerem as alterações antes e depois de atividades ou durante atividades especí-ficas, pode-se concluir o quanto o cór-tex cerebral mudou face a esta tarefa ou aprendizado. O simples fato de se ima-ginar uma tarefa ou de se assistir a um vídeo já ativa áreas frontais e parietais do lado oposto corporal ao imaginado ou ao assistido. Isto evidencia a sensi-bilidade da EEG como medidora de pequenas alterações físico-funcionais (HSU, 2013). Um dos sistemas mais uti-lizados para análise e seleção dos dados da EEG atualmente é o sistema de análi-se dos componentes independentes. Por este sistema, o dado extraído em exame pode ser limpo precisamente e inter-pretado de maneira mais fidedigna, o que aproxima o pesquisador de eventos como aprendizagem (GRANDCHAMP, 2012; HSU, 2013).

A interpretação dos momentos em associação com a análise das bandas de frequência dominantes em dada área cortical mostrará o quanto aquela área se modificou em sua neurofisiologia. Al-gumas variáveis, como potência absolu-ta do sinal, potência relativa, função de coerência e assimetria, podem ser apro-veitadas na compreensão destes eventos neurofisiológicos. Nesse contexto, o re-cente aumento das pesquisas com este aparato de estudo vem demonstrando seu potencial na investigação funcional de eventos que repercutem, gerando plasticidade no córtex cerebral.

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iniciação científica contribui para o avanço da pesquisa no piauí

Por Eline Reis Colaboração Ascom UFPI

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Segundo informações do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cien-tífico e Tecnológico (CNPq), em

1951 foi implantado o primeiro programa de Iniciação Científica (IC) do País: o Pro-grama Institucional de Bolsa de Iniciação Científica (PIBIC), com o objetivo de des-pertar jovens talentos para a ciência. Con-tudo, com o avanço do Brasil no âmbito da pesquisa considerando as novas de-mandas, esses objetivos foram ampliados e, assim, diversos projetos e programas foram criados para atender a interesses es-pecíficos no campo da pesquisa científica.

O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnoló-gico e Inovação (PIBITI) tem por objetivo estimular a formação de jovens do ensino superior com potencial para desenvolver pesquisas nas áreas de desenvolvimento tecnológico e inovação. O Programa de Iniciação Científica Júnior (PIBICJr.) é resultante da parceria entre o CNPq e as FAPs (Fundações de Apoio à Pesquisa), com o intuito de disponibilizar bolsas para estudantes de nível médio da rede públi-ca. O Programa Institucional de Iniciação Científica Ações afirmativas (PIBIC-Af) é dirigido às universidades públicas benefi-

ciárias de cotas PIBIC que têm programa de ações afirmativas. Estas são algumas das modalidades de bolsas de IC dispo-níveis às instituições de ensino superior (IES), às FAPs e aos centros de pesquisas parceiros do CNPq.

Dentre esses programas, o PIBIC é o que tem mais força no Piauí. A bolsa de iniciação científica na graduação está disponível nas três Instituições de Ensi-no Superior (IES) públicas do Estado: a Universidade Estadual do Piauí (Uespi), a Universidade Federal do Piauí (UFPI) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI).

Investimentos em programas de iniciação científica contribuem para

qualificação de alunos da Uespi

Desde 2001, a Uespi disponibiliza bol-

sas por meio do PIBIC e, de acordo com o coordenador de pesquisa da instituição, Evando Beserra, o número de bolsas e também de professores orientadores vem crescendo ano após ano, beneficiando um maior número de alunos de graduação.

Atualmente a Universidade Estadual dispõe de 163 bolsas do PIBIC, das quais 100 são da própria Uespi e 63 do CNPq. Evando Beserra explica que, como a insti-tuição possui programa de ações afirmati-vas, há reserva de bolsas para o PIBIC nes-sa modalidade. “Nós possuímos convênio com o CNPq, portanto, do número total de bolsas PIBIC disponíveis na Uespi, 10 são reservadas para o PIBIC Ações Afir-mativas, ou seja, só os alunos cotistas po-dem concorrer a essas bolsas”, informou.

Para o coordenador, a iniciação cien-tífica é importante, por se constituir uma forma de incentivo à pesquisa ainda no início da vida acadêmica. São os primei-ros passos do estudante de graduação no mundo da pesquisa. O jovem contará com o apoio de um pesquisador que vai orien-tar sua pesquisa e apontará os caminhos possíveis nesse universo.

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“O aluno de IC terá contato com litera-turas especializadas, artigos científicos. Ele aprenderá também novas técnicas e me-todologias de pesquisa. Durante o PIBIC, o aluno sente, inclusive, a necessidade de desenvolver o domínio de outros idiomas para conseguir trabalhar com literatura específica que muitas vezes só estão dispo-níveis em outra língua”, esclarece Evando Beserra.

A Uespi oferece ainda a possibilidade de o estudante atuar em projetos de pes-quisa do PIBIC de forma voluntária. Os discentes que participaram da seleção do PIBIC e tiveram projetos aprovados, mas não conseguiram bolsa podem desenvol-ver as pesquisas voluntariamente, junta-mente com seu orientador. Atualmente a Instituição conta com 44 projetos PIBIC voluntários.

“Os alunos que gostam e querem se-guir a vida acadêmica devem procurar professores orientadores de projetos de pesquisa e, desse modo, se integrarem aos programas de iniciação científica ainda que voluntariamente, pois isso vai dar um auxílio muito grande para que, no futuro, ele possa ingressar no mestrado e depois no doutorado, além de trazer contribui-

ções para a sociedade como um todo. Há muitas comunidades que carecem de informação e conhecimento, a iniciação científica pode auxiliar e muito nesse sen-tido”, pontua.

UFPI comemora 21 anos do PIBIC com apresentação dos resultados

de pesquisas

O Seminário de Iniciação Científica da Universidade Federal do Piauí, em 2012, comemorou 21 anos do Programa Insti-tucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) na UFPI. Nesse período, as ativi-dades de IC prestaram grande contribui-ção ao progresso científico e acadêmico do Piauí.

Além do PIBIC, a Universidade Fede-ral do Piauí possui outros programas de IC, Programa Institucional de Iniciação Científica Ações Afirmativas (PIBIC-Af), Iniciação Científica Voluntária (ICV), Programa Institucional de Bolsas de Ini-ciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI) e o Programa de Bol-sas de Iniciação Científica Júnior (PIBIC-Jr); este último é desenvolvido no Colégio Agrícola da Instituição.

De acordo com informações do site da UFPI, durante a vigésima primeira edi-ção do Seminário, foram apresentados os resultados parciais ou concluídos de 810 pesquisas. Destes, 39 foram apresentados na modalidade oral e os demais, expostos em pôsteres. Dados da Coordenadoria Geral de Pesquisa apontam que, por meio do Edital 2011-2012, a UFPI recebeu 410 bolsas para o PIBIC e PIBIC-Af, sendo 205 concedidas pelo CNPq e 205 a contrapar-tida da UFPI. “Para o processo de seleção do Edital do PIBIC 2012-2013, temos um total de 354 orientadores e 498 projetos inscritos e 734 pedidos de bolsas”, desta-cou a Coordenadora Geral de Pesquisa da UFPI, professora Dra. Jaíra Alcobaça.

Instituto Federal do Piauí busca

conscientizar professores e alunos sobre a importância da pesquisa na academia

A iniciação científica no Instituto Federal do Piauí (IFPI) é uma realidade ainda recente, visto que até bem pouco tempo a instituição se dedicava exclusiva-mente ao ensino médio e técnico profis-sionalizante. Entretanto, com a admissão dos cursos de graduação, o Instituto tem

o aluno de ic terá contato com literaturas especializadas, artigos

científicos. ele aprenderá também novas técnicas e metodologias de pesquisa.

Evando Beserra

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Conheça também o Programa de Iniciação Científica e Mestrado (PICME), que concede aos estudantes universitários que se destacaram nas Olimpíadas de Ma-temática (medalhistas da OBMEP ou da OBM) a oportunidade de realizar es-tudos avançados em Matemática simultaneamente com sua graduação, além de prevê concessão de bolsas de mestrado pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoa-mento de Pessoal de Nível Superior).

apresentado um bom desenvolvimento no campo da pesquisa acadêmica. Os estudos desenvolvidos por professores e alunos no Programa de Bolsas de Iniciação Científi-ca (PIBIC) é uma das formas de incentivo à pesquisa adotadas pelo IFPI.

O PIBIC foi implantado no Instituto Federal do Piauí em 2005; na época, foram ofertadas 16 bolsas de IC. “Hoje, conta-mos com 269 bolsas PIBIC institucionais”, ressalta a pró-reitora de pesquisa e inova-ção do IFPI, Valdira Brito. Esse avanço no âmbito da pesquisa deve-se principalmen-te à realização de concurso público para contratação de novos servidores na área de educação e à qualificação dos docentes que já trabalhavam no Instituto.

As bolsas de iniciação científica do IFPI estão distribuídas por todos os 11 campi presentes no Estado. A gestão supe-rior do Instituto procura, dentro do pos-sível, atender às demandas das unidades espalhadas pelo interior. “Se um campus solicitar 10 bolsas, por exemplo, nós bus-caremos uma maneira de fomentar essas pesquisas”, comenta a pró-reitora.

Valdira Brito explica que o longo pe-ríodo em que funcionou como escola téc-nica limitou a visão de alguns servidores quanto aos objetivos e potencialidades que a Instituição possui atualmente. “En-quanto escola técnica, a preocupação era formar técnicos e lançá-los no mercado de trabalho. O status de Instituto ampliou as possibilidades do IFPI no campo da edu-cação. Nesse sentido, precisamos ainda consolidar essa cultura de pesquisa pró-pria da academia.”

Por outro lado, o IFPI não abandonou a matriz dos seus objetivos e, dentro do ensino médio e técnico, também fomenta a pesquisa por meio do Programa e Bol-sas de Iniciação Científica Júnior (PIBIC-Jr.).“Em relação PIBICJr, nós temos uma grande vantagem, porque os professores

e os alunos estão aqui. Portanto, já existe uma integração entre orientadores e bol-sistas, além disso, não há necessidade do aluno se deslocar até uma universidade para conhecer um laboratório, pois nós disponibilizamos a estrutura necessária para o desenvolvimento das pesquisas”, ressalta Valdira Brito.

A respeito dos benefícios do incen-tivo à pesquisa na instituição, a pró-rei-tora afirma que o fomento à pesquisa científica em diversos pontos do Estado representa um grande avanço na difu-são do conhecimento. Ela acrescenta ainda que o Instituto promove anual-mente o ENCIPRO (Simpósio de Pro-dutividade em Pesquisa e Encontro de Iniciação Científica do IFPI), evento para divulgação dos resultados obti-dos nas pesquisas realizadas dentro dos programas de fomento disponíveis no Instituto Federal do Piauí.

“O IFPI criou recentemente o Nú-cleo de Inovação Tecnológica (NIT), alguns estudos desenvolvidos nos pro-gramas de iniciação científica têm, in-clusive, gerado pedidos de patentes. Nós temos, pelo menos, três pedidos proto-colados junto ao NIT. Dessa forma, os benefícios desses trabalhos extrapolam os limites da academia e atinge a socie-dade como um todo”, conclui.

A iniciação científica no Piauí tem apontado novos rumos para a pesqui-sa no Estado. As IES têm mostrado empenho nas ações de desenvolvimen-to científico, o que se traduz em boas oportunidades na carreira acadêmica dos estudantes envolvidos nesses proje-tos e em benefícios para o Piauí, a par-tir de todo conhecimento produzido. Além do PIBIC, que é voltado para alu-nos, existem outros projetos de fomento à pesquisa destinado a professores que já estão nos centros de pesquisa.

Bolsista PIBIC recebe prêmio Destaque da Iniciação Científica na UFPI.

Estudantes apresentam trabalhos durante Seminário no IFPI.

IV Encontro de Iniciação Científica do IFPI.

Evando Beserra é coordenador de pesquisa da Uespi.

Valdira Brito, pró-reitora de pesquisa e inovação do IFPI.

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um salto da iniciação científica aos programas de pós-graduação

Por Eline Reis

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Os primeiros passos para o sucesso na carreira acadêmica

Graduado em Ciência da Com-putação pela Universidade Es-tadual do Piauí (Uespi), Anto-

nio José de Oliveira Alves enfrentará, a partir deste ano, um novo desafio: o Mestrado em Ciência da Computação pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). O Jovem estudante aponta sua participação em projetos de iniciação científica como um dos fatores impor-tantes para o seu ingresso no mestrado. Ele integra a equipe de pesquisadores do Laboratory of Intelligent Robotics, Automation and Systems (Labiras), se-diado na Uespi.

Durante a graduação, Antonio José atuou num projeto de pesquisa so-bre TV Digital Interativa, coordenado pelo professor mestre Nairon Viana.

De acordo com o estudante, a iniciação científica (IC) proporciona o contato com um ambiente incomum e instigan-te, pois, apesar de a universidade ser um lugar de exploração do conhecimento, muito do que se aprende já é cientifica-mente comprovado, ou seja, são teorias que podem ser aplicadas com certa pre-cisão. Por outro lado, a IC permite ao aluno pesquisar algo novo que, de certo modo, não terá uma aplicação tão pre-visível.

Outro aspecto importante para quem pensa, ao término da gradua-ção, em continuar a carreira acadêmi-ca, é que a participação em programas de iniciação científica conta pontos na maioria das seleções de programas de pós-graduação sctrico sensu.

a partir do piBic, outras portas se abrem

Antonio José participou do PIBIC e recentemente foi aprovado no programa de mestrado.

A atuação na pesquisa de “Desen-volvimento de Software Livre para a TV Digital Interativa Brasileira”,

projeto desenvolvido durante a IC, rendeu a Antonio o segundo lugar, na categoria produto, na Campus Party 2012, conside-rado um dos maiores acontecimento tec-nológico do mundo nas áreas de inovação, ciência, cultura e entretenimento digital. A boa colocação na edição anterior garantiu ao jovem o direito de participar da compe-tição em 2013 e, desta vez, ele foi campeão na categoria Robótica Livre.

O evento aconteceu em janeiro de 2013, em São Paulo, e reuniu competidores de di-versas regiões do Brasil. Na categoria dispu-tada por Antonio José, a proposta era cons-truir um robô, a partir do zero, que fosse capaz de navegar em um labirinto e encon-trar uma luz no final. “Cada participante, recebeu componentes básicos de eletrônica e uma placa controladora. A partir daí, a

gente tinha que usar a criatividade, montar toda parte mecânica, elétrica e computacio-nal do robô”, explica o estudante.

Sobre a conquista na Campus Party, Antonio José comenta que o prêmio trouxe visibilidade ao Piauí no campo da Robóti-ca. “Essa vitória mostra que, no Piauí, nós

também trabalhamos com robótica e com-putação e podemos competir fora. Além disso, serve como incentivo às pessoas que desejam trabalhar com robótica em nosso Estado, que ainda é carente em estrutura de trabalho e em material humano interessado em atuar nessa área. Entretanto, esse prê-mio veio mostrar que estamos avançando nesse sentido. Nós temos um futuro pro-missor.”

Para o jovem, a iniciação cientifica é uma das melhores atividades que se pode fazer na graduação. Participar da IC, seja como bolsista ou voluntário, é sempre im-portante. “Eu já ouvi pessoas dizendo que não participam da iniciação científica por-que não querem trabalhar de graça. Mas a IC não deve ser vista como um trabalho que deve ser remunerado. Ela, na verdade, serve para você evoluir sua linha de raciocí-nio e tomar gosto pela pesquisa. É claro que existem as pesquisas que disponibilizam bolsas. Eu não recebi remuneração, mas valeu muito a pena fazer parte desse pro-grama”, conclui Antonio José.

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Invenção rendeu ao jovem prêmio em competição internacional de robótica.

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a professora e doutoranda chaenne Dourado também

foi bolsista piBic

“O trabalho de iniciação científica foi o meu primeiro trabalho

científico. Eu aprendi a escrever um pouco melhor, a pesquisar, a colocar as ideias em ordem. A par-tir do meu trabalho de IC, fui para um congresso na Paraíba e então tive conhecimento do mestrado em Pernambuco. Logo depois da gra-duação, fiz a seleção na UFPE e pas-sei. A IC contou bastante na seleção do mestrado,” esse é o depoimento de Chaenne Dourado, ex-aluna de Tecnologia em Geoprocessamento do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí – IFPI, onde atuou como bolsista do PIBIC/IFPI; atualmente é douto-randa em Ciências Cartográficas na FCT/UNESP e professora do Insti-tuto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins (IFTO).

Chaenne Dourado afirma que sempre pensou em contribuir com a ciência, mas, mesmo na graduação, ainda se sentia meio perdida. Ape-sar disso, ela conseguiu ingressar como bolsista de iniciação científi-ca, sob a orientação da professora Dra. Valdira Brito, então, “as coisas começaram a funcionar”, disse.

A professora do IFTO considera que esse é o passo inicial na vida do aluno que pretende trabalhar com pesquisas acadêmicas. É uma etapa muito importante até mesmo para que o estudante de graduação pos-sa fazer o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), um dos requisitos para que o graduando obtenha o di-ploma.

Com doutorado em andamento na Universidade Estadual Paulista (UNESP) em Presidente Prudente – SP, Chaenne Dourado trabalha “no desenvolvimento de um aplicativo para processamento dos dados, com o intuito de solucionar ambiguida-des em tempo real, proporcionan-do ao usuário um posicionamento

acurado em nível de centímetro com apenas um receptor GPS”, sintetiza a pesquisadora. “PPP PÓS-PROCES-SADO E EM TEMPO REAL COM SOLUÇÃO DE AMBIGUIDADES NO CONTEXTO DE REDE GNSS”, esse é o título da pesquisa desenvolvi-da pela ex-aluna do IFPI, sob orien-tação do professor Dr. João Francisco Galera Monico.

A sugestão dada pela ex-bolsista PIBIC aos estudantes que estão dan-do os primeiros passos na carreira acadêmica é que “leiam bastante e procurem conversar sempre com seu orientador. Ele ajudará a encon-trar o caminho, mas o aluno é que deve desenvolver sua pesquisa. É importante questionar-se: E se fosse de outra forma?”, pontua.

“Fico feliz em saber que existem projetos para desenvolvimento cien-tífico no Piauí. Dentro das universi-dades e institutos, a pesquisa deve ser mais incentivada. Atualmente o aluno sai da sala de aula somente com o pensamento de cair no mer-cado de trabalho e poucos pensam em ser pesquisadores e contribuir com o desenvolvimento científico do país. Falta incentivo”, pondera Chaenne Dourado.

Chaenne Dourado em Congresso no Uruguai.

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ta professora destaca que iniciação científica está se popularizando nas universidades

Por Publicação Sapiência

Ex-Coordenadora Geral de Pesquisa da Uni-versidade Estadual do Piauí (Uespi), Mem-bro do Comitê Interno de Pesquisa, possui graduação em Licenciatura Plena em Física pela Universidade Federal do Piauí (1991), mestrado em Física pela Universidade Federal do Ceará (1994) e doutorado em Física pela Universidade Federal do Ceará (1999), Edi-na Luz tem experiência ampla relacionada com a iniciação científica no Estado do Piauí. Nesta entrevista, ela conta mais como está ca-racterizado o cenário da iniciação científica no Piauí, tanto em relação à popularização quanto ao desenvolvimento das habilidades entre os estudantes.

O que é possível apontar como avanços na ini-ciação científica nos últimos anos no Estado do Piauí? A iniciação científica no Estado do Piauí tem cumprido o seu principal objetivo que é o de despertar no aluno de graduação o interesse pela pesquisa científica e o de contribuir para a diminuição do tempo médio de titulação em programas de mestrado. Os programas de IC estão cada vez mais se popularizando dentro das universidades e tornando-se um programa cada vez mais procurado pelos estudantes que veem nele uma boa oportunidade de melhoria da sua formação acadêmica, desenvolvimento de habilidades.

Como as universidades têm trabalhado para incentivar a pesquisa? Cada universidade tem seu próprio programa de incentivo à pesquisa científica que envolve o apoio a projetos com financiamento ou mesmo

incentivando os doutores a submeterem pro-postas às agências de fomentos, captando assim recursos externos para o desenvolvimento dos projetos de pesquisa.

Que áreas destacam-se no incentivo à inicia-ção científica no Piauí? No programa de IC, não existem áreas priori-tárias, os projetos de IC são aprovados segundo critérios estabelecidos pela Resolução Normati-va RN 17/2006 do CNPq. Na Universidade Es-tadual do Piauí, as áreas que mais apresentam proposta para o programa de IC são as áreas de Saúde e de Agrárias, isso devido ao grande nú-mero de professores qualificados nessas áreas.

A iniciativa privada tem-se interessado por incentivar a atuação de novos cientistas no Piauí? A ação da iniciativa privada ainda é muito tí-mida, falta uma conexão maior com entre as universidades e as empresas do Piauí que possi-bilitem a ação dos alunos pesquisadores dentro da empresas.

Comparando com outros Estados, em que es-tágio o Piauí está em relação à iniciação cien-tífica? A iniciação científica no Estado do Piauí tem-se desenvolvido de forma satisfatória e não difere em nada dos outros Estados, pois a IC segue critérios do CNPq, que é a agência que regulamenta e avalia os programas de bolsa de Iniciação Científica.

As pesquisas em geral abordam aspectos do Piauí ou ainda estão concentradas em ques-tões relacionadas a Teresina? Os projetos de IC abrangem todas as áreas do conhecimento e muitas pesquisas se atêm ain-da aos aspectos relacionados a Teresina, pois é onde a maioria das pesquisas se desenvolve.

As semanas de iniciação científica têm conse-guido estabelecer um diálogo entre as várias áreas do conhecimento? Os Seminários de Iniciação são muito impor-tantes para a divulgação das pesquisas realiza-das pelos alunos, bem como para a interação entre outros alunos e outros professores. São os

Seminários de IC o cenário ideal para divulga-ção das pesquisas de IC desenvolvidas para ou-tros alunos e professores de fora do programa. Há apresentações gerais destinadas aos públi-cos das mais diversas áreas do conhecimento, estabelecendo assim um diálogo entre elas.

Muitos estudantes ainda ficam fora da inicia-ção científica, seja por falta de bolsas ou de interesse. Como resolver estes gargalos? As universidades possuem cotas de bolsas que, na sua grande maioria, não supre a demanda de alunos, mesmo com a contrapartida da Ins-tituição. Porém há, em muitas delas, a possibili-dade de desenvolvimento de projeto de IC sem bolsa, o aluno é chamado de aluno voluntário, e o andamento do seu projeto caso seja aprova-do segue os mesmos critérios dos projetos dos bolsistas, tendo portanto a mesma validade. Poucos projetos são reprovados, creio então que a maioria dos alunos que ficam de fora deve ser porque não querem desenvolver o projeto voluntariamente ou mesmo por falta de orientador, e esse deve ser o maior problema enfrentado pelas universidades.

Que perspectivas são possíveis para os próxi-mos anos em relação à iniciação científica? O que se almeja para os próximos anos na IC é que a mesma continue se consolidando como um importante incentivo às pesquisas científi-cas por parte dos alunos, para que os mesmos possam despertar suas habilidades científicas e que continue contribuindo para que o aluno te-nha uma formação mais completa, adquirindo conhecimentos além dos conteúdos ministra-dos nas disciplinas acadêmicas.

Que desafios ainda parecem difíceis de ser transpostos na iniciação científica? A IC é o principal meio de inserir os alunos nas atividades de pesquisa, o que possibilita para o aluno o contato com pesquisadores e com pes-quisas científicas e que podem desenvolver no mesmo o gosto pelo fazer científico. Nos pro-gramas institucionais de IC, o desafio maior é atender à demanda de bolsa existente, trazendo um maior número de alunos para IC, contri-buindo assim para um maior desenvolvimento científico regional.

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Por Carlos Rocha

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cidades piauienses exploram potencialidades com apoio da

iniciação científicaProjetos desenvolvidos em Corrente e Parnaíba apontam caminhos para a

Iniciação Científica no interior do Piauí.

em Corrente. Essa pesquisa busca estudar a com-

posição dos resíduos sólidos gerados na zona urbana de Corrente, bem como identificar o potencial de reutilização desses materiais e, para isso, desde ju-lho de 2012, a professora vem orientan-do dois projetos de iniciação científica pelo Programa Institucional de Bol-sas de Iniciação Científica (PIBIC). “A primeira pesquisa é desenvolvida pelo estudante de Tecnologia em Gestão Ambiental, Israel Lobato Rocha, e tra-ta da problemática do lixo urbano do município de Corrente, com ênfase na sua composição e potencial para reci-clagem. A outra pesquisa é desenvolvi-da pela estudante do curso Técnico em Agronegócio, Samylla Gabrielle Pereira Rocha, e tem como objetivo avaliar a fauna edáfica como indicadora da qua-lidade do solo em diferentes tipos de uso agrícola”, explica Maria Ivanilda de Aguiar, que desenvolve a pesquisa atra-vés do Programa de Iniciação Científica Júnior (PIBICjr). A pesquisadora conta

O ensino superior no Piauí alcan-ça cada vez mais municípios no interior do Estado e as pesqui-

sas, assim como a iniciação científica, acabam por seguir um caminho seme-lhante. Ligados às potencialidades lo-cais, os estudos buscam apoio para que a pesquisa científica possa crescer tam-bém no interior.

No Instituto Federal do Piauí (IFPI), duas pesquisas, em Parnaíba e em Cor-rente, destacam-se pelo pioneirismo e também pelo aproveitamento do que cada local tem para oferecer. Em Cor-rente, aproximadamente 900 km a su-doeste de Teresina, a pesquisa “Carac-terização da fauna edáfica em diferentes coberturas do solo”, desenvolvida desde julho do ano passado, é voltada princi-

palmente para familiarizar os estudan-tes com a pesquisa científica. A doutora em Ecologia e em Recursos Naturais e professora do IFPI em Corrente, Maria Ivanilda de Aguiar, enfatiza que a ini-ciação científica é o primeiro passo para que os estudantes se familiarizem com a pesquisa. “A iniciação científica permite que jovens estudantes tenham a oportu-nidade de conhecer a pesquisa, dando a estes a oportunidade de, no futuro, atuarem como pesquisadores, dentro de suas áreas de formação”, ressalta.

Maria Ivanilda de Aguiar pontua ainda que o desenvolvimento do pro-jeto contribui ainda para estimular iniciativas que respondam a demandas localizadas nas cidades. “Os projetos de iniciação científica contribuem para au-mento do conhecimento científico e ge-ram informações que dão suporte para o desenvolvimento de projetos mais es-pecíficos e, às vezes, de execução mais complexas”, analisa a professora do IFPI

Bolsista Israel Rocha separandoamostragem do lixo.

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ainda que os projetos têm metodologias adequadas para o proposto, baseadas em fácil execução, pois, não há mate-riais e laboratórios equipados nos quais pudessem ser executadas análises mais específicas.

Em Parnaíba, a pesquisa “Desenvol-vimento de um sensor, baseado em aná-lise de resposta em frequência, para aná-lise de estabilidade oxidativa em óleos alimentícios”, orientada pelo Professor do IFPI em Parnaíba Wilson Rosas de Vasconcelos Neto, também precisa de mais recursos para a aquisição de recur-sos para consolidar os dados pesquisa-dos. “Hoje em dia o ponto critico não é mais a disponibilidade de bolsas de fo-mento à iniciação cientifica, a dificulda-de é o recurso financeiro para aquisição de material usado na pesquisa”, ressalta Wilson Rosas. O professor destaca que as entidades de fomento dispõem de grandes somas para apoiar projetos que atendam a núcleos de pesquisa forma-dos por vários pesquisadores doutores que se unem em prol de uma linha de pesquisa.

“A dificuldade reside no pesquisa-dor, muitas vezes solitário, que está que-rendo dar início a alguma nova pesqui-sa inovadora e precisa catar migalhas, sobras, de outros projetos para dar o ponta pé inicial em suas pesquisas”, res-salta o pesquisador. A pesquisa desen-

volvida a partir dos trabalhos do profes-sor Wilson Rosas de Vasconcelos Neto é impulsionada principalmente pelas potencialidades do litoral piauiense em relação a óleos em diversas espécies. “Há cerca de 4 décadas, o Brasil inau-gurou um processo bem interessante de despertar, nos seus graduandos, o inte-resse pelo novo, pela investigação cien-tifica, a busca por respostas que muitas vezes ainda não estavam nos livros. Foi a iniciação científica que levou muitos destes jovens daquela época, e continua levando, a se tornarem pesquisadores de instituições de ensino e pesquisa aqui dentro e fora do Brasil”, comenta o pesquisador sobre o crescimento da iniciação científica.

Apesar das dificuldades, o professor do IFPI destaca que a iniciação científi-ca é atualmente um caminho importan-te para que os estudantes possam fazer pesquisa. “Essa ideia brasileira serviu para criar excelência em várias áreas do conhecimento aqui no Brasil: um exem-plo bem simples é o Butantan, que pos-sui muitos brasileiros que começaram pela iniciação cientifica”, pontua Wilson Rosas de Vasconcelos Neto. Ele destaca também que, nos Institutos Federais, o PIBICjr estimula cada vez mais cedo os jovens a seguir a carreira com uma vi-são mais crítica e curiosa.

Wilson Rosas de Vasconcelos Neto e

Análise permite apontar a qualidadedo solo.

Bolsista Samylla fazendo a triagem dos invertebrados observados nas amostras.

Bolsista analisa material em campus daUFPI em Parnaíba.

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Maria Ivanilda de Aguiar desenvolvem pesquisas há mais de 850 km de distância e concordam na necessidade de melhorar o aparelhamento para as pesquisas e dos avanços que a iniciação científi ca vem colecionando nos últimos anos no Piauí. Mas tem opiniões diferentes quando se trata de analisar o cenário de interiorização da pesquisa científi ca no Piauí. “Honestamente, desconheço a realidade de grande parte do interior piauiense, porém, aqui na região de Corrente, as iniciativas de incentivo à pesquisa dadas a estudantes e professores do IFPI, com concessão de bolsas, têm contribuído para que esta atividade se inicie, porém muito ainda pre-cisa ser feito para possibilitar o deslanchar da pesquisa científi ca”, ressalta Maria Ivanilda de Aguiar.

Já o professor do IFPI, em Parnaíba, destaca o exemplo do Núcleo de Pesquisa em Biodiversidade e Biotecnologia (Biotec), coordenado pelo Prof. Dr. José Ro-berto de Souza de Almeida Leite da Universidade Federal do Piauí (UFPI), em Parnaíba. Wilson Rosas de Vasconcelos Neto conta que o Biotec possui índices de produção científi ca comparados com os de grandes e prestigiados centros nacio-nais e já possui inclusive parcerias com universidades e centros de pesquisa de fora do País. “Porém falta ao Estado atingir a massa crítica de pesquisadores para que o estado do Piauí desponte realmente no cenário nacional”, analisa.

essa ideia brasileira serviu para criar excelência em várias áreas do conhecimento aqui no Brasil: um exemplo bem simples é o Butantan, que possui muitos brasileiros que começaram pela iniciação cientifi ca.

essa ideia brasileira serviu para criar excelência em várias áreas do conhecimento

Butantan, que possui muitos brasileiros que Butantan, que possui muitos brasileiros que

Wilson Rosas de Vasconcelos Neto

Pibicjr atrai novos alunos.

Professora Maria Ivanilda de Aguiar - IFPI Campus Corrente.

Professor Wilson Rosas Vasconcelos Neto.

Célula após análise de óleo.

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ufP

i estudo investiga as suscetibilidades que a busca da beleza impõe aos jovens

Alinny Maria, Fernanda Ito Ota , Karuline FernandesPatrícia de Aguiar Cavalcante, Pedro James, Valbia de SousaAlunos do curso de Comunicação Social da UFPI

Pesquisadora busca entender o comportamento gerado no jovem a partir de um padrão de beleza imposto.

“A mídia divulga um ideal de corpo belo, um corpo a ser alcançado e este, geralmente,

é representado por pessoas que mos-tram ser felizes, saudáveis e bem sucedi-das, sendo exibidas na figura de atores, atrizes e modelos que estão na mídia. O público, de certa maneira, principal-mente os jovens, passam a desejar esse corpo, esse padrão”.

Essa fala sintetiza a premissa da qual parte a pesquisa realizada pela professo-ra Dra. Ana Maria da Silva Rodrigues, que vem aprofundando, nos últimos anos, estudos relacionados à questão da imagem corporal, desenvolvidos pelas pessoas a partir da prática da atividade física. Mais especificamente, sua última pesquisa visa entender a relação da for-mação de uma imagem corporal, essen-cialmente, de jovens e a relação com a mídia.

Os estudos comprovam a tese de que os jovens estão muito suscetíveis ao padrão dado pela mídia e como eles não possuem ou não conseguem o cor-po determinado por esta, desenvolvem um nível de insatisfação corporal mui-to grande. Os dados obtidos até o mo-mento atual da pesquisa mostram que 76% dos meninos entrevistados estão descontentes com seu corpo, e esse per-centual sobe para 85% quando se refere às meninas.

Procurando compreender esse sen-timento de insatisfação, a pesquisadora percebe que o principal comportamen-to detectado é o desejo das meninas por emagrecer, perder gordura. Já os meni-nos querem desenvolver a massa mus-cular. A pesquisa foi feita entre jovens de onze a dezesseis anos, logo, indiví-duos que não possuem formação física completa. São meninos e meninas que

ainda estão em processo de desenvolvi-mento corporal e, no entanto, desejam um corpo já definido.

Apesar da forte influência da mídia, existem outros fatores que interferem, como a família, em específico as mães, que, de certa maneira, sofrem e absor-vem esse ideal de corpo e de beleza e tentam impor aos filhos. Elas cobram, principalmente das meninas, que as fi-lhas se alimentem melhor, procurem emagrecer e ficar dentro do padrão para não serem feias.

Preocupação antiga

Ana Maria da Silva Rodrigues é do-cente do Departamento de Comunica-ção Social da UFPI tem formação em Educação Física e Comunicação, com doutorado em Ciência da Informação (2004). A partir do doutorado, vem rea-

Jovens entre 20 e 25 anos são objeto de estudo.

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lizando estudos sobre padrão de beleza corporal, práticas corporais, níveis de satisfação com a imagem corporal, en-tre outros.

Atualmente a professora é também orientadora do Mestrado em Comuni-cação, na linha de pesquisa - mídia e produção de subjetividades, e pretende aprofundar os estudos no sentido de compreender melhor a influência da mídia em relação a essas questões do corpo, de como esta produz subjetivi-dades a partir do incentivo às práticas corporais.

Os resultados obtidos dos estudos até aqui pela pesquisadora são, para ela, preocupantes, pois a percepção é a de que a insatisfação corporal tem atingido indivíduos cada vez mais jovens; crian-ças a partir de sete anos já demonstram essa preocupação. Para a professora, as meninas pesquisadas são crianças que não deveriam estar preocupadas com este tipo de assunto, mas estar envol-vidas com brincadeiras, com jogos e com atividades lúdicas. Contudo, elas se mostram preocupadas com a questão do corpo, da alimentação e em estar na moda etc.

Outro estudo desenvolvido pela doutora escolheu, como objeto, mu-lheres com idade entre 20 e 25 anos, de diferentes classes sociais. O pressuposto era de que mulheres com níveis socioe-conômicos mais baixos, talvez não esti-vessem tão preocupadas com a beleza. Entretanto, foi constatado que estas es-tão muito insatisfeitas com a aparência. Isso foi verificado, num grupo de mu-lheres que trabalhavam em um ateliê de costura, que praticavam atividade física e se preocupavam com a estética, em manter o cabelo, cuidar da pele do ros-to, com uso de maquiagem e o uso de produtos de beleza. Constatou-se ain-da o interesse destas em fazer cirurgia plástica.

Já as mulheres de nível socioeconô-mico mais elevado procuram clínicas de estética e academia. A única diferença entre os dois grupos é que as mulhe-res de menor poder aquisitivo buscam absorver suas limitações e realizar os

cuidados estéticos, adequando-os às suas possibilidades financeiras. Como elas não têm condição de estar em um ambiente onde a prática de atividade física seja sistemática, como, por exemplo, a musculação, fazem caminhada. Entretanto, pro-curam sistematizar essa prática, mantendo regularidade de, pelo menos, três vezes por semana. Isso mostra que elas também estão preocupadas em manter um pa-drão de corpo tido como ideal.

A referência em perder gordura, em emagrecer, é o modelo de mulher bonita da mídia, inclusive a internacional. A Gisele Bündchen permanece como um exemplo, seu biótipo é muito próprio, não é fácil se chegar a ele, mesmo com exercício, die-tas ou cirurgias plásticas. Ela é bastante alta, longilínea, magra e possui um cabelo exuberante. Existe a questão da individualidade biológica, cada indivíduo é um ser único e este padrão torna-se praticamente inalcançável.

Meninas querem perder gordura e garotosganhar masssa muscular.

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rede ipê e rede poti rompem as barreiras tecnológicas em benefício da pesquisa

Por Eline Reis

Desde julho de 2012, está em funcio-namento em Teresina uma rede que mantém interligadas as instituições de ensino e pesquisa da Capital. Essa rede recebe o nome de Poti, em homenagem ao rio que corta a cidade. Ela é, na ver-dade, parte de um amplo projeto coor-denado pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), uma organização social que está vinculada ao Ministé-rio da Ciência, Tecnologia e Informa-ção (MCTI). A Redecomep (Redes Comunitárias de Educação e Pesquisa), como é generi-camente denominado o projeto, con-siste na implantação de redes de alta velocidade nas regiões metropolitanas do país. O projeto surgiu para com-plementar, em nível metropolitano, a nova infraestrutura nacional de alta capacidade para apoio à comunidade acadêmica.

Da Rede Ipê à Rede Poti

A Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) está ampliando sua infraestrutura de acesso e conexão. O trabalho desen-volvido pela RNP visa manter interligadas todas as instituições de ensino e pesquisa do Brasil, além de desenvolver novas tec-nologias que aprimorem essa conexão. A Rede Ipê é uma infraestrutura de rede, que via internet, conecta universidades e institu-tos de pesquisa do Brasil. Ela está presente em todos os Estados da federação, por meio dos Pontos de Presença da RNP (PoPs), que se confi guram como suportes da RNP jun-to às instituições em todo o Brasil. O Ponto de Presença da RNP no Piauí (PoP-PI) atua como provedor de serviços de comunica-ção em rede para os centros de pesquisa do Estado.

“Em cada Estado do Brasil, tem um

PoP, aqui, temos o PoP-PI. Nós nos rela-cionamos diretamente com as instituições de ensino e pesquisa locais. Portanto, em tudo que se refere à interligação em redes, implementação de equipamento novo e demais serviços de comunicação para es-ses centros, o PoP-PI está atuando”, escla-rece o Coordenador Técnico do PoP-PI, Madson Santos.

Para consolidar os benefícios dos ser-viços oferecidos pelo PoP-PI, surge a Re-decomep. Ela permite que a comunidade acadêmica em Teresina usufrua melhor da conexão em alta velocidade oferecida pelo Ponto de Presença. De acordo como o co-ordenador administrativo do PoP-PI, Car-los Giovanni, antes da instalação da Rede Poti, a troca de informações entre centros de pesquisa e o Ponto de Presença era len-ta e onerosa, tendo em vista que a conexão das instituições era feita por meio de con-tratos com operadoras privadas de servi-ços de internet. A fi bra óptica da Rede Poti otimiza essa relação tanto entre centros de pesquisa quanto a comunicação destes

com o PoP-PI, que, por sua vez, permite a interligação em rede nacional.

Em Teresina, as instituições que in-tegram a Rede Poti são: Universidade Federal do Piauí (UFPI), Universidade Estadual do Piauí (Uespi), Instituto Fe-deral de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (FAPEPI) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agrope-cuária (Embrapa), Hospital Getulio Vargas (HGV), Maternidade Dona Evangelina Rosa (MDER), além da Secretaria de De-senvolvimento Econômico e Tecnológico do Piauí (SEDET). Elas estão interligadas por meio de uma infraestrutura de fi bra óptica que permite a comunicação intra e interinstitucional de forma mais ágil.

Para o Presidente do Comitê Gestor da Rede Poti, professor Guilherme Amaral, a implantação de redes de comunicação metropolitanas é muito importante para a promoção do ensino e da pesquisa em grandes cidades brasileiras. “Foi dispo-nibilizado um instrumento que pode ser

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utilizado de inúmeras maneiras em prol da pesquisa”, comenta o professor.

Ele explica que o benefício mais visível, em princípio, é a maior velocidade dos ser-viços de internet, que hoje pode atingir até um 1Gbps (gigabits). “A UFPI, maior con-sumidora desse serviço, mantinha uma comunicação com o PoP-PI, via rádio, que chegava a um pico máximo de 60 mega-bits de velocidade. Com a implantação da Rede Poti, a gente tem uma velocidade bem maior”, ressalta Guilherme Amaral.

Além de possibilitar o acesso rápido à internet, a Rede permite outras aplica-ções, como realização de videoconferên-cia; digitalização de acervo bibliográfico, a exemplo da Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro; aplicação à arte e cultura, com a teleperformance utilizada na Universidade Federal da Bahia (UFBA); a telemedicina, por meio do projeto Rute (Rede Universi-tária de Telemedicina), que contribui para o aprimoramento de projetos em teleme-dicina já existentes e incentiva o surgimen-to de futuros trabalhos interinstitucionais. Vários projetos que contribuam para a dis-seminação do conhecimento podem ser concretizados por meio da Redecomep, assim, a Rede Poti integrada à Rede Ipê disponibiliza todo um aparato tecnológico em benefício do ensino e da pesquisa, com custo relativamente baixo se comparado

com a infraestrutura de acesso oferecida pelas operadoras privadas.

Desafios

Embora esteja funcionando há menos de 1 ano, existem planos para o aperfei-çoamento da infraestrutura da Rede Poti. Segundo o presidente do Comitê Gestor, a velocidade de 1 Gbps, alcançada hoje pela fibra óptica, já é considerada obsoleta, en-tretanto, a fibra tem duração de mais de 20 anos e sua capacidade máxima ainda é desconhecida, pois esse é um fator que depende, principalmente, do conjunto de

equipamentos que são utilizados para ope-racionalizar a fibra óptica.

A Redecomep é financiada com recur-sos da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), porém, para participar da inicia-tiva, é necessário que as instituições dispo-nibilizem pessoal técnico com formação em operação e gerenciamento de redes IP. Além disso, são elas também que devem formar um consórcio para a manutenção e aprimoramento da infraestrutura criada pelo governo federal.

Guilherme Amaral pontua que, ape-sar de a Redecomep estar presente em diversas regiões do país, não existe um modelo de gestão financeira para essas redes metropolitanas. Cada uma delas desenvolve um modelo que atenda às suas necessidades peculiares. Dessa for-ma, as instituições parceiras, juntamen-te com o Comitê Gestor da Rede Poti, precisam discutir a melhor maneira de captar recursos para mantê-la em pleno funcionamento. “Cada instituição paga-ria um valor mensal, para que possamos fazer a manutenção preventiva, corretiva e a evolução dessa infraestrutura. Nós estamos na fase de levantamento de cus-tos, para depois definir o valor que cada uma das consorciadas pagará. Esse con-sórcio é muito importante, porque todas as instituições hoje são beneficiadas por uma rede de alta velocidade com custos relativamente baixos. Por isso, devemos fazer grande esforço para esse consórcio funcionar”, finaliza o presidente.

Guilherme Amaral é presidente do Comitê Gestor da Rede Poti.

Coordenador técnico do PoP-PI, Madson Santos.

Foto: Eline Reis

Foto: Eline Reis

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es Universidade Estadual do Piauí, Centro de Tecnologia e UrbanismoDefesa: Universidade de São Paulo, Escola de Engenharia de São Carlos, 2010 • [email protected]

Professor do Departamento de Física – IFPIDefesa: Instituto de Física - UFAL, [email protected]

ricardo de andrade Lira rabêlo José ricardo rodrigues Duarte

O planejamento da operação de sistemas hidrotér-micos pode ser classifi cado como um problema de um sistema acoplado no tempo e no espaço,

não linear, não convexo, estocástico e de grande porte. A complexidade do problema justifi ca a necessidade de utilização de diversas ferramentas computacionais com abordagens variadas. Este trabalho tem como objetivo de realizar estudos de estudos relacionados ao planeja-mento da operação energética de sistemas hidrotérmicos de geração, pela aplicação de componentes de soft ware e de sistemas de inferência fuzzy. Pretende-se apresentar e aplicar um processo de desenvolvimento (UML Com-ponents), baseado em componentes de soft ware, para a construção de modelos computacionais de simulação e otimização para servir de apoio ao planejamento da ope-ração energética do sistema hidrotérmico brasileiro. O processo de desenvolvimento UML Components é apli-cado de forma a nortear o desenvolvimento do soft ware, para englobar as diferentes atividades realizadas nos fl u-xos de trabalho, além de incluir os vários artefatos pro-duzidos. Como contribuição adicional, paralelamente ao uso dos componentes de soft ware, este trabalho apresenta uma política de operação energética para reservatórios baseada em sistemas de inferência fuzzy Takagi-Sugeno. A política proposta é baseada na otimização da operação energética das usinas hidroelétricas, empregando o mode-lo de otimização desenvolvido. Com a operação energética otimizada, obtêm-se as relações entre a energia armaze-nada do sistema e o volume útil operativo de cada usina a reservatório. A partir dessas relações, são ajustados os parâ-metros do modelo Takagi-Sugeno de ordem um. Ao optar-se por um sistema de inferência fuzzy para determinar a política de operação energética de um conjunto de reserva-tórios, obtém-se uma estratégia de ação/controle que pode ser monitorada e interpretada, inclusive do ponto de vista linguístico. Outra vantagem na aplicação de sistemas fuzzy deve-se ao fato de os operadores humanos (especialistas) poderem traduzir, de forma consistente, e em termos de regras linguísticas, o seu processo de tomada de decisões, fazendo com que a ação do sistema fuzzy seja tão funda-mentada e consistente quanto à deles.

A compreensão dos mecanismos de transmissão de sinais e transporte direcionado de partículas em sistemas físicos fora do equilíbrio termodi-

nâmico é de grande interesse para diversas áreas emer-gentes. As modelagens e simulações desses mecanismos envolvem uma dinâmica estocástica, ou seja, levam em consideração as fl utuações térmicas (ruídos), inevitá-veis para qualquer sistema real que interage com seu meio. É comum na literatura atual o uso de modelagens estocásticas que utilizam distribuições gaussianas des-correlacionas para representar as fl utuações. No entan-to, há um número crescente de trabalhos que relatam a ocorrência de fl utuações correlacionadas, principal-mente em sistemas biológicos. Nesta tese, utilizando-se técnicas da Mecânica Estatística de não equilíbrio, foi possível o estudo da infl uência da distribuição estocás-tica sobre as propriedades de dois modelos dinâmicos bioinspirados. No primeiro, foi analisada a infl uência da distribuição sobre a transmissão de sinapses entre neurônios, utilizando o modelo LIF (Leaky Integra-te-and-Fire). A distribuição dos tempos de primeira passagem apresentou picos que identifi caram a escala de tempo característica do sinal subliminar para um mínimo da intensidade de ruído ótimo, assinalando uma condição de ressonância estocástica. No segun-do modelo, foram abordadas a dinâmica de motores moleculares (ou motores brownianos) e o mecanismo conhecido como efeito catraca pulsado. As fl utuações de grande amplitude infl uenciaram sobremaneira a corrente média de partículas, sendo que esta alcançou seu valor máximo para um valor fi nito e intermediário do expoente da distribuição. Apesar de não existir uma conexão explícita e direta entre estes dois sistemas, as duas condições de otimização observadas foram acen-tuadas à medida que a distribuição das fl utuações des-viava-se do caráter gaussiano descorrelacionado. É pos-sível que as condições de otimização aqui relatadas, de forma mais acentuada para distribuições não gaussia-nas e correlacionadas, possam também contribuir para o estudo sobre a efi ciência de uma variedade maior de sistemas em micro e nanoescala.

Componentes de Software no Planejamento da Operação

Energética de Sistemas Hidrotérmicos

Sistemas dinâmicos excitáveis sob a ação de ruídos não gaussianos

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tes

esPesquisador CAPES e Professor da Universidade Federal do Piauí Defesa: Universidade Federal do Ceará, 2012. [email protected]

Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (PI), pesquisador visitante no MITDefesa: Universidade Federal Fluminense, [email protected]

isaías pereira de Jesus erick Baptista passos

Problemas de otimização aparecem com bastante frequência em uma série de problemas de ciên-cias da engenharia e economia. Muitos modelos

matemáticos são formulados em termos de problemas de otimização, envolvendo um único objetivo: minimi-zar custos ou maximizar o lucro, etc. Em situações mais realistas e relevantes, diversos objetivos (em geral confl i-tantes) devem ser considerados. Em um problema clás-sico de controle mono-objetivo para um sistema mode-lado por uma equação diferencial, existe um controle v, atuando na equação e tentando atingir um objetivo pré-determinado, geralmente consistindo em minimi-zar um funcional J(.). Quando não existe uma restrição no espaço de controle e o funcional J satisfaz algumas hipóteses adequadas, existe uma única solução u para o problema de controle, que é determinada pela condi-ção de otimalidade gradiente J(u) = 0. Em um proble-ma de controle multiobjectivo, existe mais do que um objetivo; possivelmente mais que um controle atuando sobre a equação. Agora, em contraste com o caso de um único objetivo, existem várias estratégias de forma a es-colher os controles, dependendo da natureza do proble-ma. Estas estratégias podem ser cooperativas (quando os controles cooperam entre eles, a fi m de alcançar os objetivos), não-cooperativas, hierárquicas etc. Equilí-brio de Nash defi ne uma estratégia de otimização não-cooperativa múltiplo-objetiva, inicialmente proposto por Nash. Desde que teve origem na teoria dos jogos e economia, a noção de jogador é frequentemente utiliza-do. Para um problema de otimização com G objetivos (ou funcionais Ji a ser minimizados), uma estratégia de Nash consiste em ter G jogadores (ou controles vi), cada um deles otimizando seu próprio critério. No entanto, cada jogador tem que otimizar seu critério, uma vez que todos os outros critérios são fi xados pelo resto dos joga-dores. Quando nenhum jogador pode melhorar ainda mais o seu critério, isso quer dizer que o sistema atingiu um estado de equilíbrio de Nash. Existem outras estra-tégias para otimização multiobjetiva, como a estratégia de Pareto (coopertivo) e a estratégia de Stackelberg (hie-rárquico) etc.

Narrativas são uma parte inerente à experi-ência humana, e a pesquisa na linha story-telling visa entender e melhorar a criação,

análise e apresentação tanto de narrativas passivas quanto de estórias interativas. Muitos trabalhos an-teriores focam no desafi o de substituir o autor huma-no através da geração automática de enredos, sem se preocupar demais com a forma e estrutura de repre-sentação dos eventos que compõem a estória, sendo a maioria desses trabalhos baseados no modelo de planos para a representação de narrativas (um grafo onde nós são eventos e as arestas relações de prece-dência). Entretanto, planos conseguem representar apenas uma das possíveis relações temporais, prece-dência, para organizar estruturalmente a sequência dos eventos constituintes. Nessa tese, propõe-se um modelo hierárquico para enredos, baseado em uma álgebra de relações temporais fortes entre eventos, um conjunto de algoritmos e estruturas de dados para a composição dinâmica desses enredos, e uma rede extensível e programável de personagens e ob-jetos, para modelar emoções e inter-relações atra-vés de atributos numéricos. Esse modelo temporal forte permite a representação de todos os tipos de relações temporais observadas entre acontecimen-tos do mundo real. Também foi desenvolvida uma heurística para a propagação do estado temporal dos eventos do enredo, simulando o desenrolar da estória, e consequentemente as mudanças no esta-do dos personagens e objetos. As aplicações desse trabalho variam desde a criação de ferramentas de apoio a autoria de estórias, quanto problemas mais complexos como a análise estrutural e de similari-dade entre enredos e estórias, factuais ou não.

Observações sobre o controle hierárquico para as equações do calor

e da onda em domínios ilimitados e em domínios com fronteira variável

PNF-Story: Um modelo para enredos baseado na propagação de

restrições temporais

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professora da uespi desenvolve pesquisa sobre calazar

De acordo com a Fundação Nacional de Saúde (FU-NASA), a Leishmanio-

se Visceral (LV), popularmente conhecida como Calazar, é uma zoonose causada pelo protozoário Leishmania infantum chagasi. É transmitida pela picada de fêmeas do fl ebotomíneo Lutzomyia longi-palpis, conhecido também como mosquito palha ou biriguis. Estes mosquitos podem infectar animais tanto em meio silvestre quanto em meio urbano. Em ambiente silves-tre, raposas e marsupiais são tidos como principais reservatórios, já, em meio urbano, cães domésticos assumem importância na cadeia epidemiológica da LV humana.

O Calazar é uma doença crôni-ca, caracterizada pela febre de lon-ga duração e outras manifestações. Quando não tratada, pode evoluir para óbito rapidamente após o aparecimento da sintomatologia. Em 2011, no Nordeste, foram no-tifi cados 1.832 casos humanos de Calazar, e o Piauí contribuiu para esta estatística com 202 casos, ten-do 15 óbitos. Em áreas endêmicas, a prevalência de Leishmaniose Visceral Canina (LVC) é alta e, ge-ralmente, precede a ocorrência de casos humanos.

Com base nesses estudos, a doutoranda em Ciência Animal na Universidade Federal do Piauí (UFPI) e professora Assistente da Universidade Estadual do Piauí

(UESPI), Simone Mousinho de-senvolveu, ao longo de dois anos, uma pesquisa intitulada “Células T reguladoras (T reg) e sua relação com as alterações esplênicas e com as manifestações clínicas de cães na-turalmente infectados com Leishma-nia (Leishmania) chagasi”, com o objetivo de avaliar, em baço e pele de cães, a participação de células T reg na modulação da resposta frente à infecção por leishmania e relacionar a sua presença com a intensidade das manifestações clí-nicas e alterações do órgão em cães sintomáticos e assintomáticos.

No Brasil, o cão doméstico é incriminado como sendo o prin-cipal reservatório de infecção por leishmanias, contudo, ainda não se sabe o verdadeiro papel deste animal na cadeia epidemiológica da doença. Segundo a professora

Simone Mousinho, na literatura estudada, foi observado que, tanto nos cães como nos homens infecta-dos naturalmente pela Leishmania infantum chagasi, ocorrem altera-ções no baço devido à proliferação de parasitas em macrófagos, o que, por sua vez, provoca aumento de volume deste órgão. No processo de regulação da infecção leishma-niótica, papel importante tem sido conferido às células T reg (T regula-tórias), que constituem uma subpo-pulação de células T, diferenciam-se no timo e são encontradas no san-gue periférico e em órgãos linfoides secundários. Tais células expressam constitutivamente a cadeia α do receptor de IL-2, conhecido como CD25 e expressam o gene Foxp3 como principal marcador, assim como o antígeno 4 intracelular de linfócitos T citotóxico (CTLA-4). “Diante do pouco conhecimento sobre a relação existente entre a car-ga parasitária, as alterações do baço, as manifestações clínicas da LV e a participação das células T reg na resposta à infecção por leishmania, os resultados deste estudo podem permitir o aprofundamento dos conhecimentos sobre aspectos pa-tológicos e imunopatológicos das alterações do baço em cães natural-mente infectados pela L. infantum chagasi, e sua relação com as mani-festações clínicas desenvolvidas por estes animais”, revela a pesquisado-ra.

Luana Torres • Estagiária ASCOM/UESPIRevisão: Sammara Jericó

universidade estadual do piauí-uespi

Resultado de pesquisa levou Simone Mousinho a congressos nacionais e internacionais.

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o calazar é uma doença crônica, caracterizada pela febre de longa duração e outras manifestações.

o calazar é uma doença crônica, caracterizada pela febre de longa

Sobre a metodologia utilizada du-rante a pesquisa, Simone Mousinho explica que foram coletadas células esplênicas de cães com Calazar e ana-lisadas pela técnica de Citometria de fl uxo e, até o momento, a pesquisadora dispõe de dados disponíveis sobre a res-posta das células T reg em baço de cão e está iniciando a pesquisa destas mes-mas células agora na pele. Para ela, os resultados desta pesquisa se mostram muito signifi cativos, pois contribuem para entender melhor como acontece a participação destas células T regulató-rias frente à infecção por leishmania em cães, para a caracterização das mani-festações clínicas da LV canina em área endêmica e para o entendimento da patogenia das lesões de baço e pele em cães sintomáticos e assintomáticos, bem como a relação entre as manifestações clínicas apresentadas por estes animais e a presença das células T reg.

Vale ressaltar que esta pesquisa, rea-lizada pela docente da UESPI, fez parte do seu Mestrado em Ciência Animal na UFPI em parceria com a Universidade de São Paulo (USP). Simone Mousinho continua desenvolvendo sua pesquisa na UESPI, em parceria com a UFPI e a USP, avaliando estas células em pele de cão. Com os resultados já obtidos, o projeto rendeu à pesquisadora diversas apresentações em Congressos nacionais e internacionais, dentre eles o 7th Eu-ropean Congress on Tropical Medicine, em Barcelona, na Espanha, em outubro de 2011, e no Congresso Internacional de Medicina Tropical realizado no Rio de Janeiro, em setembro de 2012.

“Espero que, com a realização des-te projeto, possamos contribuir com informações básicas para um melhor conhecimento da LV urbana e da im-portância dos cães no ciclo infeccioso da doença. Além disso, servirá para a formação de material humano com o treinamento de alunos de iniciação científi ca, que terão a oportunidade de vivenciar várias técnicas laboratoriais na área de patologia, imunopatologia e protozoologia”, fi naliza.

Nos centros urbanos a transmissão do protozoário Leishmania infantum chagasi é potencializada por conta do grande número de cães.

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32 sapiência 33 Publicação Científi ca da FAPEPI

Dicas De Livros

Autor: Ací Campelo e Elio Ferreira Número de páginas: [email protected]

O livro reúne várias obras de Júlio Romão da Silva e parte da for-tuna crítica, tais como artigos bio-gráfi cos e ensaios de crítica literária sobre a obra do autor; entrevistas colhidas em periódicos, jornais e através da decupagem de grava-ções; iconografi a; artigos escritos pelo autor sobre política, literatura e outros ensaios biográfi cos.

Júlio Romão da Silva nasceu em Teresina. É considerado um dos homens mais eruditos do Bra-sil, escritor versátil e fecundo, com mais de quarenta obras publica-das, funcionário aposentado pelo IBGE, jornalista, professor, histo-riador, geógrafo, biógrafo, serta-nista, crítico literário, dramaturgo, poeta, etnolinguista, pesquisador da língua Tupy. Foi também um dos fundadores do Movimento da Negritude Brasileira e membro do partido Comunista. Romão fale-ceu, recentemente, aos 95 anos de idade, deixando um legado cultu-ral, literário e jornalístico para o Piauí e, por que não dizer, para o Brasil.

JÚLio romão Da siLVa

ENTRE O FORMÃO, A PENA E A FLECHA

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sapiência 33 Publicação Científi ca da FAPEPI 33

Dicas De Livros

sons Do sertão LUIZ GONZAGA, MÚSICA

E IDENTIDADE

Autor: Jonas Rodrigues de MoraesNúmero de páginas: [email protected]

A obra discorre sobre a produ-ção musical e a trajetória artística de Luiz Gonzaga, precisamente sobre a invenção do baião e os ou-tros gêneros apropriados pelo san-foneiro, os quais serviram como discursos fundantes desses mar-cadores identitários. As músicas (letras e ritmos) e a performance do autor serviram como táticas discursivas para a construção de um imaginário de Nordeste.

Autor: José Marques de Souza Filho (Zemarx)

Número de páginas: [email protected]

O livro O Saci é verde tem caráter estritamente jornalístico e seu objetivo é dar o exemplo de que é possível, por meio das iniciativas individuais e coletivas de uma comunidade, modifi car a paisagem urbana de Teresina, buscando valorizar os espaços de arborização. Para o autor e jorna-lista Zermarx, a obra vai mobilizar Teresina em prol da arborização.

o saci É VerDe UM EXEMPLO DE

ARBORIZAÇÃO EM TERESINA

a cuLpa De a VioLência

persistir, tamBÉm, É sua!

Autor: José SoaresNúmero de páginas: 180

[email protected]

A obra sugere uma refl exão sobre as principais causas da vio-lência e sobre a maneira como os cidadãos deveriam agir para com-bater a violência à luz da Palavra de Deus. No livro, o autor afi rma que, além dos órgãos legais cons-tituídos, todos os indivíduos são, direta ou indiretamente, respon-sáveis pelos acontecimentos de nossa sociedade, sejam eles posi-tivos ou negativos.

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34 sapiência 33 Publicação Científi ca da FAPEPI

A FAPEPI é a única agência de fomento ao desenvolvimento científico e tecnológico do Piauí.

Fundada em 1993, em homenagem ao Professor Afonso Sena Gonçalves, a FAPEPI fomenta diversos

projetos e parcerias voltadas ao desenvolvimento científico do Estado. É uma fundação do Governo

Estadual, vinculada à Secretaria do Trabalho e do Desenvolvimento Econômico e Tecnológico (SEDET)

com recursos financeiros assegurados pela Constituição do Estado.

COMO ATUA

* Financia total ou parcialmente projetos de pesquisas individuais ou institucionais.* Fortalece programas de pós-graduação do Estado concedendo bolsas de Mestrado e Doutorado.* Promove e subvenciona a publicação e divulgação dos resultados das pesquisas e apoia a participação de pesquisadores em eventos.* Incentiva a qualificação de pesquisadores, concedendo bolsas de Mestrado e Doutorado.* Apoia à realização de eventos técnico-científicos no Estado.

PROGRAMAS DESENVOLVIDOS PELA FAPEPI

A FAPEPI conta com diversos programas de destaque que estão consolidados. Conheça um pouco mais da presença da FAPEPI na comunidade científica piauiense: *Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS): apoia pesquisas integradas ao Sistema Único de Saúde (SUS).*Programa Bolsa de Iniciação Científica Júnior (PIBIC-Jr.): fomenta a iniciação científica no ensino médio e profissionalizante.*Programa de Desenvolvimento Científico Regional (DCR): apoia a fixação de doutores que

desenvolvem pesquisas voltadas para a realidade regional. *Programa de Auxílios para Organização de Reunião Científica: apoia a organização de eventos científicos e/ou tecnológicos realizados no estado do Piauí.*Programa de Apoio a Núcleos de Excelência (Pronex): fomenta grupos de pesquisa já consolidados. *Programa Primeiros Projetos (PPP): Apoia a aquisição, instalação, modernização, ampliação ou recuperação da infraestrutura de pesquisa científica para recém-doutores.

PARCERIAS DE SUCESSO IMPLEMENTADAS ATRAVÉS DA FAPEPI

Outros programas foram implementados pela FAPEPI em parceria com órgãos federais:* A REDECOMEP em conjunto com a FAPEPI efetivou projeto que visa implementar redes de alta velocidade nas regiões metropolitanas através de pontos de presença da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa – RNP.*GERATEC – convênio envolvendo UESPI, UFPI e IFPI, com financiamento da FINEP/Governo do Estado do Piauí para desenvolvimento da cadeia produtiva do babaçu.

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Uma das seções novas para este novo formato da Sapiência é uma página dedicada especialmente aos membros do Conselho Editorial desta publicação. Conheça um pouco mais a respeito de cada um dos membros:

ADEMIR SÉRGIO FERREIRA DE ARAÚJO Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Agro-nomia-Produção Vegetal (PPGA) e docente permanente do mestrado em Agronomia-Solos e Nutrição de Plantas (PPGSNP), ambos da UFPI. Tem experiência na área de Agronomia-Ciência do Solo, com ênfase em Microbiolo-gia e Bioquímica do Solo.

ANA REGINA BARROS RÊGO LEAL Atua como professora no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Piauí. Tem experiência na área de Comunicação Corporativa e de-senvolve pesquisas em assessoria de imprensa, teorias do jornalismo, ética, webjornalismo e história da imprensa.

ANTÔNIA JESUÍTA DE LIMA Doutora pela Pontifícia Universidade Católica de São Pau-lo. Atualmente é professora associada da Universidade Federal do Piauí. Tem experiência na área de Sociologia, com ênfase em Direitos Sociais, atuando principalmente nos seguintes temas: políticas públicas, pobreza urbana, espaço urbano, cidade e gestão democrática.

BÁRBARA OLÍMPIA RAMOS DE MELO Presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí – FAPEPI, Professora Adjunta I da Uespi, Douto-ra pela Universidade Federal do Ceará, desenvolve pesquisa na área de Linguística nas temáticas: letramento, argumen-tação, letramento digital, gêneros textuais, gêneros digitais, educação a distância e educação de jovens e adultos.

DIÓGENES BUENOS AIRES DE CARVALHODoutor em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e professor Adjunto I da Universidade Estadual do Piauí, atuando na Graduação em Letras e no Mestrado em Letras. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Teoria Literária, atuando nos temas: estéti-ca da recepção, literatura infantil e juvenil, leitura literária.

FRANCISCO CHAGAS OLIVEIRA ATANÁSIOProfessor Assistente I da Universidade Estadual do Piauí, campus Ariston Dias Lima São Raimundo Nonato. Tem a produção de identidades, o estudo das memórias, literatura, representações sociais e antropologia histórica como eixos centrais de sua pesquisa. Atualmente, também faz incursão por temas, como: biografi a, história política.

JOÃO BATISTA LOPESPós-doutor pelo Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo e professor associado do Departamen-to de Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Piauí. Participa como orientador dos cursos de mestra-dos e doutorados dos Programas de Pós-Graduação em Ciência Animal e Desenvolvimento e Meio Ambiente, ambos da UFPI. Fez parte do grupo que atuou no processo de criação da Fapepi.

RAIMUNDO ISÍDIO DE SOUSAProfessor Assistente da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), Diretor Adjunto do Núcleo de Educação a Distância da Uespi, Mestre em Estudos de Linguagem, tem experiência na área de Letras, Linguística, com ênfase nos seguintes temas: análise de dis-curso, educação a distância, heterogeneidade discursiva e leitura.

RICARDO DE ANDRADE LIRA RABÊLODoutor em Ciências (Engenharia Elétrica), na Universidade de São Paulo, USP, Escola de Engenharia de São Carlos, EESC. Suas áreas de interesse são: Fundamentos e Aplicações de Sistemas In-teligentes, Robótica Móvel, Redes de Sensores Sem Fio e Sistemas Elétricos de Potência. É diretor técnico-científi co da Fapepi.

RIVELILSON MENDES DE FREITAS Pós-doutor na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra e no Grupo de Investigação Redox Biology in Heal-th and Disease do Centro de Neurociências e Biologia Celular e professor Adjunto III do Curso de Graduação em Farmácia e Coordenador do Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal do Piauí.

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A FAPEPI é a única agência de fomento ao desenvolvimento científico e tecnológico do Piauí.

Fundada em 1993, em homenagem ao Professor Afonso Sena Gonçalves, a FAPEPI fomenta diversos

projetos e parcerias voltadas ao desenvolvimento científico do Estado. É uma fundação do Governo

Estadual, vinculada à Secretaria do Trabalho e do Desenvolvimento Econômico e Tecnológico (SEDET)

com recursos financeiros assegurados pela Constituição do Estado.

COMO ATUA

* Financia total ou parcialmente projetos de pesquisas individuais ou institucionais.* Fortalece programas de pós-graduação do Estado concedendo bolsas de Mestrado e Doutorado.* Promove e subvenciona a publicação e divulgação dos resultados das pesquisas e apoia a participação de pesquisadores em eventos.* Incentiva a qualificação de pesquisadores, concedendo bolsas de Mestrado e Doutorado.* Apoia à realização de eventos técnico-científicos no Estado.

PROGRAMAS DESENVOLVIDOS PELA FAPEPI

A FAPEPI conta com diversos programas de destaque que estão consolidados. Conheça um pouco mais da presença da FAPEPI na comunidade científica piauiense: *Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS): apoia pesquisas integradas ao Sistema Único de Saúde (SUS).*Programa Bolsa de Iniciação Científica Júnior (PIBIC-Jr.): fomenta a iniciação científica no ensino médio e profissionalizante.*Programa de Desenvolvimento Científico Regional (DCR): apoia a fixação de doutores que

desenvolvem pesquisas voltadas para a realidade regional. *Programa de Auxílios para Organização de Reunião Científica: apoia a organização de eventos científicos e/ou tecnológicos realizados no estado do Piauí.*Programa de Apoio a Núcleos de Excelência (Pronex): fomenta grupos de pesquisa já consolidados. *Programa Primeiros Projetos (PPP): Apoia a aquisição, instalação, modernização, ampliação ou recuperação da infraestrutura de pesquisa científica para recém-doutores.

PARCERIAS DE SUCESSO IMPLEMENTADAS ATRAVÉS DA FAPEPI

Outros programas foram implementados pela FAPEPI em parceria com órgãos federais:* A REDECOMEP em conjunto com a FAPEPI efetivou projeto que visa implementar redes de alta velocidade nas regiões metropolitanas através de pontos de presença da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa – RNP.*GERATEC – convênio envolvendo UESPI, UFPI e IFPI, com financiamento da FINEP/Governo do Estado do Piauí para desenvolvimento da cadeia produtiva do babaçu.

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