santa lina, empresa José Giorgi, Quatá, Zilor e biorigin

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| cidades | apresentação | história Hist ória Biog rafi as Foto s Símb olos Agri cult ura Água e Ener gia Comé rcio e Indú stri a Comu nica ção Cult ura Ensi no Enti História de Quatá O início de Quatá A história de Quatá obriga a uma volta a aproximadamente dois séculos depois do descobrimento do Brasil. Parece incrível, mas no ano de 1721 iniciaram-se os primeiros episódios do que hoje é o município de Quatá. Tudo começou quando Pascoal Moreira Cabral descobriu as Minas de Ouro de Cuiabá. O bandeirante Bartholomeu P. de Abreu, pai do culto linhagista Pedro Táques, requereu as autoridades permissão para abrir uma estrada visando encurtar a distância entre São Paulo e Cuiabá, cujo tráfico estava sendo feito via fluvial. Obtida a

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Roxo descobriu o lugar durante trabalho de levantamento do Imóvel "São Matheus", cujo processo divisório foi homologado por sentença em 1908, na então comarca de Campos Novos. O Tenente Coronel Tucunduva, sertanista e homem progressista, tentou colonizar as terras, mas os esforços despendidos fracassaram, ante várias circunstâncias de ordem política e pelo ambiente ainda

prematuro para a realização de um problema de tamanha envergadura. Quando a estrada de ferro chegou em Santa Cruz do Rio Pardo, o Tenente Coronel Tucunduva trabalhou para a ligação da fazenda Monte-Alvão, afim de tentar realizar definitivamente o seu sonho colonizador. O senado estadual aprovou o projeto, mas caiu na Câmara em 1909. Dito projeto foi combatido para levantar oposição ao Governo de Albuquerque Lins. O engenheiro Eduardo Loschi foi à Itália para contratar famílias e o finado Amador Nogueira Cobra foi escolhido como consultor jurídico da colonização. Ambos foram gratificados com 8.533 alqueires pelos serviços prestados. Em 10 de outubro de 1916, no escritório de Luiz Pereira Barreto, foi aceito e aprovado o plano de partilha entre todos os condomínios, sendo que nas proximidades da Estação de Quatá foram aquinhoados Paulo Barreto, Luís Pereira Filho, Luís Pereira Barreto, Aquino de Castro e Luís de Vasconcelos. Paulo Barreto iniciou a abertura da fazenda com o plantio de 10.000 pés de cafeeiros, hoje pertencentes a Joaquim Marques.

agricultores. Instalaram-se nas zonas dos campos, no curso inferior do rio, para se verem livres do assalto dos índios. Ali também se hospedaram os Nantes, que adquiriram o imóvel "Jaguaretê", Domingos de Medeiros e José Custódio Venancio, proprietários dos imóveis "Anhumas" e "Laranja Doce". Em razão dos constantes ataques dos índios, faziam roças naquelas longínquas propriedades, mantendo, porém suas famílias na fazenda dos Paivas, em São Matheus. José Antônio de Paiva abriu a fazenda denominada hoje de "Colonião", e

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Manoel Pereira Alvim estabeleceu-se no "Bugio". No lugar hoje denominado "Serra Preta" plantou dois mil pés de café e foi assassinado pelos índios. Também José Antônio de Paiva sustentou lutas atrozes contra os selvagens. Depois destas ocupações, o campo devastado recebeu o nome de Quatá. A procedência das pessoas que povoaram o município são de diversas partes do país, inclusive portugueses que chegaram em grande quantidade a partir de 1915.

Índios na regiãoAté 1818 havia registros da presença de índios no Rio do Peixe. Foi neste ano que os Kainguenguês atacaram uma turma de Mesquita, no rio do Peixe, em frente a Quatá. Eles realizavam serviço de levantamento do imóvel "Monte Alegre", situado à margem direita deste rio.Estes índios são amerindios da nação Gê. No Estado do Paraná eram mais pacíficos. Depois do extermínio dos redutos jesuítas de Vila Rica, Guaira, Santo Inácio, numerosas famílias penetraram em território Paulista e aqui eles se mostraram mais cruéis.No início do século XIX muitas famílias de Caigangs ou Coroados povoaram todo o ocidente de São Paulo, especialmente as bacias dos rios Peixe e Feio.

O MunicipioEm 1916, teve inicio o povoamento do atual território municipal. Isso aconteceu com a instalação da Fazenda Paulo Barreto e a abertura da Fazenda Santa Lina. O impulso da colonização foi lento no inicio, mas começou a obter crescimento considerável a partir da vinda de um grupo de portugueses e italianos que adquiriram áreas naquela localidade.Iniciaram a organização de pequenas vilas, mantidas pelas lavouras de café. O latifúndio veio, sem dúvida, contrariar um dos maiores interessados do município. A grande área territorial da Companhia Drumond foi retalhada, contribuindo decisivamente para o aumento da produção.O povoado foi tomando impulso e pela lei 1998, de 18 de dezembro de 1924, foi criado o Distrito de Paz, cuja instalação se realizou solenemente em 9 de março de 1925. O distrito pertencia ao município de Conceição do Monte Alegre, na Comarca de Assis.Emancipação Politico-AdministrativaCom o crescente progresso da vila, depois de um trabalho paciente e árduo de Luis Gagliard - para que o distrito se emancipasse - conseguiram criar o município em 26 de janeiro de 1926, cujo território foi desmembrado de Conceição do Monte Alegre.Nesta data foi solenemente instalada a primeira Câmara Municipal, constituída dos seguintes vereadores: Júlio Paixão, Bartholomeu Nogueira Brando, Virgílio Dalla Pria, Josué Gil de Oliveira, José Gonçalves de Almeida e José Gagliard.Na ocasião foi lavrada a seguinte ata:"Aos dezesseis dias do mês de janeiro de 1926, na sala do paço Municipal, presente o M.M Juiz de Direito da Comarca, Dr. Vasco Smith de Vasconcelos, servindo eu abaixo-assinado de escrivão ad-hoc, ás 16 horas foi pelo M.M Juiz de direito dada posse aos vereadores Srs. Bartholomeu Nogueira brando, Júlio Paixão, Josué Gil de Oliveira , José Gonçalves de Almeida , José Gagliard e Virgílio Dalla Pria. Nada mais havendo a tratar, mandou o M.M Juiz lavrar a presente ATA que vai por

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ele assinada pelos vereadores e por mim João Carlos de Godoy que a escrevi".José Gagliard foi o primeiro prefeito de Quatá. No entanto retirou-se bem cedo das campanhas políticas, porque pertencia a uma outra época desaparecida do cenário político local. Refugiou-se no seu passado para viver na sombra e no isolamento. Episódios politicos que marcaram a história

Na sessão ordinária da Câmara Municipal de 30 de janeiro de 1926, o vereador Bartholomeu Nogueira Brando, reconhecendo os esforços de Carlos de Campos e Ataliba Leonel, propôs que se denominasse "Rua Ataliba Leonel" a então "Bela Vista" e "Praça Carlos de Campos "ao então "Largo da Escola", o que foi unanimemente aprovado .

Em 4 de janeiro de 1928 foi realizada uma sessão extraordinária da Câmara, na qual o prefeito Júlio Paixão comunicou ter concluído os trabalhos de construção da estrada de rodagem em prolongamento a da do Rio do Peixe, ligando no espigão Peixe-Feio com a estrada de Penápolis. Ele pediu que se levantasse um empréstimo de 19.000,00 para cobrir as despesas de construção dessa estrada. Atualmente esta estrada é aquela que liga Quatá a Tupâ.

Na sessão regimental de 29 de fevereiro de 1928, o prefeito José Pires de Almeida levou ao conhecimento dos membros da edilidade ter lavrado um contrato com o Major Patrik Póscolla para a construção da estrada de automóvel de Quatá a João Ramalho.

Na sessão de 31 de março de 1928, o Padre Domingos Cassiano requereu um auxilio de CR$ 1.000,00 para a construção da casa paroquial e foi atendido. O Padre Domingos Cassiano foi o 1º Vigário da Paróquia. Retirou-se mais tarde e foi capelão militar na Itália durante o último conflito.

Por esse tempo a cidade já entrava no seu franco progresso. Os negócios se aceleravam, dentro de uma atmosfera de plena confiança. O exemplo é dado através dos requerimentos de José Lucindo Ramalho para instalar uma bomba de gasolina na Rua Ruy Barbosa e o outro na Luís Pereira Barreto, esquina da Ruy Barbosa e na sessão de 30 de novembro de 1928, foi lido um requerimento de Gervásio de Almeida Ramalho sobre a instalação de uma bomba distribuidora de gasolina em frente ao seu prédio, sito á Rua Montálvão.

Em 31 de dezembro de 1928, o médico José Pires de Almeida apresentou o seguinte projeto para que ficassem isentos de impostos municipais, por cinco anos, todas as fazendas de café que executarem os seguintes melhoramentos: instalação de água potável nas casas coloniais, luz elétrica, construções de fogões de chapa de ferro e chaminé, impermeabilização do solo.

Na sessão extraordinária da Câmara, em 15 de julho de 1929, foram inaugurados no salão das sessões, os retratos de Washington Luís Pereira de Souza e Ataliba Leonel deputado federal e chefe do distrito eleitoral.

Na sessão de 31 de outubro de 1929, o presidente do Quatá Futebol Clube, José Pinheiro, obteve despacho favorável a um seu requerimento pedindo doação de toda a madeira necessária para o fechamento do campo de Esporte.

Em 27 de outubro de 1930, foi aclamado governador da cidade Osvaldo da Silva Loureiro, por parte do governo revolucionário. Não compareceu nenhum vereador do P.R.P. Foi nomeado também como secretário, Cyro de Moura.

Na sessão de 22 de abril de 1933 foram abertas as propostas para o

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sargeteamento da rua Dr. Luís Pereira Barreto e foi escolhida a proposta apresentada pelo construtor Ricardo Alvares Lomba.

Em 6 de janeiro de 1934, foi solenemente inaugurado o serviço de Luz e Força em João Ramalho.

Na sessão de 31 de outubro de 1934, foi aceita a proposta da firma Luís Castaldi & Irmão para o sargeteamento de cinco mil metros lineares e respectivas guias nas principais ruas da cidade. Era prefeito nessa época o Sr. Jonhatan Pereira.

Na sessão de 10 de maio de 1938, tomou posse do cargo de prefeito Lourenço Dessimoni. Na mesma data foi inagurado o retrado do então presidente da República Getulio Vargas. Na ocasião usou da palavra Antônio Silva e o delegado de polícia Antônio Dourado.

Na sessão de 22 de outubro de 1938 foi instalado o diretório municipal de geografia.

-Na sessão de 27 de novembro de 1938, foram revisados os limites do perímetro urbano de João Ramalho.

No dia 30 de janeiro de 1942, no salão nobre do departamento das municipalidades na capital, em sessão solene e com a presença de Gabriel Monteiro da Silva, então diretor daquele departamento. Também estiveram presentes o senador César Lacerda de Vergueiro, Coronel Tenório de Brito, José Testa, diretor do departamento do café, padre André Aguirre, Arlindo Maio Lelo, Luís Pena, prefeito de Paraguaçú Paulista, Batista Berbet, o prefeito de Regente Feijó, Caio Monteiro da Silva, Lourenço Dessimoni, Mário Penteado, José Carlos Ribeiro de Andrade e uma caravana de quataense, composta por Manoel Alvares Lomba, Antônio Dessimoni, Manoel Pires Delgado , Oswaldo Gil de Oliveira , Antônio Ribeiro entre outros, foi empossado no cargo de Prefeito de Quatá, o farmacêutico Antônio Silva. Á noite desse dia, o prefeito Antônio Silva e os demais quataenses que se encontravam na capital foram homenageados com um jantar oferecido por Vergueiro, na tradicional mansão da sua jandaia.

-Em 3 de fevereiro deste mesmo ano era inaugurada a Estação Ferroviária local.

À tarde desse mesmo dia, assumia o Governo Municipal o novo prefeito, que foi saudado nessa ocasião pelo Loureço Dessimoni, Antenor Assunção, prefeito de Paraguaçú e pelo jornalista Mário Pacheco.

Tal nomeação representava uma nova esperança a Quatá. Foram 15 dias de acontecimentos marcantes. O novo prefeito recebeu do governo um auxilio de CR$ 50.000,00 para o inicio das obras do jardim da praça da Matriz e ainda dois auxílios de igual importância cada um, para aquisição do terreno da praça de esportes local e inicio dos serviços de água de João Ramalho.

Surgimento de outros empreendimentos Construção do prédio para cinema e teatro Edifício Getulio Vargas", campo

de Aviação e Escola de pilotagem, Associação Recreativa do "Club XV de Novembro", construção do Matadouro Municipal.

instalação de água e Posto de arrecadação em João Ramalho calçamento do pátio da estação da ferrovia local construção do novo grupo escolar da cidade e de numerosas escolas rurais. instalação do posto da Companhia Telefônica Brasileira e do Posto de Saúde

Municipal e posteriormente do PAMS Estadual. reforma da agência do Correio.

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Fundação do "Correio de Quatá ". reconstrução da estrada e pontes, e contrução da igreja matriz. No dia 1º de janeiro de 1994, às 12 horas, no salão Nobre da prefeitura, foi

comemorado o dia do município, tendo usado da palavra Renato Monfort , Humberto Bueno Bicalho e Benedito Jorge Patrão. Falaram também o vigário da Paróquia, Revmo. Padre Felix das Dores Ortega e o prefeito.

A ComarcaNo ano de 1944, um grande acontecimento marcou a história de Quatá: a criação da Comarca. Antônio Silva, soube ganhar a soma indispensável de autoridade moral e material para conduzir o município ao seu destino glorioso.Ao assumir a direção do município, Silva realizou diversas obras, mas levou suas atenções realmente quanto a criação da Comarca. Em 30 de novembro de 1944, pelo decreto lei n º14.334, foi criada a Comarca que foi solenemente instalada em 13 de julho de 1945.Um dos impasses para que fosse instalada a Comarca de Quatá foi que as autoridades jurídicas entendiam que a cidade estava muito próxima a Paraguaçú Paulista e Rancharia, e por isso não comportava uma nova entidade judiciária.O primeiro juiz de Direito da Comarca de Quatá foi José Duilio Nogueira de Sá. Na solenidade de instalação estiveram presentes o então prefeito Antônio Silva, José Macedo, Professor Antônio Mazei, Jonatas Pereira em nome de todos os ex- prefeitos presentes, Coronel Tenório de Brito e o jornalista Mário Pacheco.Os primeiros cartorários da comarca: Cartório Civil e de Casamento, Cirilo de Almeida Sampaio , Cartório de registro de imóveis, Cel Flamingo Ferras Barbosa; Primeiro Oficio, Plínio Marim; Segundo Oficio, Josina Goulart Pinheiro; Contador, Partidor e Distribuidor, Hélio Pecchio; Oficiais de Justiça; Paulo Pires Silveira e Mário Custodio Moreira.

Primeiros registrosO primeiro casamento realizado na cidade foi celebrado em 27 de março de 1925, do casal Joaquim de Araújo Vallim e Francisca Soares do Amaral. O primeiro registro de nascimento foi feito em 9 de março de 1925, sendo registrada a menina Ines, filha de José Tofolli e Palmira Ferracini.

Construção da Nova MatrizO grande número de fiéis fez com que se fomentasse o desejo de ser construída uma nova sede para a Igreja Matriz. Para isso foi organizada uma comissão que trabalhou na direção dos serviços desde os seus alicerces até o final: Manoel Maria, Gil de Oliveira, Manoel Henrique da Costa Júnior, Francisco Vieira Nogueira, Oscar Soares, Agostinho Conde, Antônio Silva e Carlos Eugênio de Freitas. Dos reverendos Padre João Kivillus, Padre Felix das Dores Ortegas e Padre Alfeu Piccard.Visitantes IlustresNo dia 15 de outubro de 1943, o então diretor da Agência Postal os Correios, Gervasio Gonçalves Galisa, realizou visita em Quatá. Na época a agência estava sob a direção do agente Antônio José de Alencar.O governo italiano, em 1920, querendo prestar ao Brasil um atestado de gratidão pelo relevante concurso prestado durante o conflito mundial de 1914 a 1918, enviou as costas brasileiras o couraçado "Roma", sob o comando do Capitão Augusto

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Capon. Para emprestar maior prestigio a essa visita, fez acompanhar a expedição S.A Real Príncipe Aimone dos Savoia Aosta, Duque de Espoleto, filho do grande herói Duque de Aosta, que tombou heroicamente nos campos de batalha na África durante a última conflagração. Durante a sua permanência na capital do Estado, o jovem Príncipe quis conhecer as belezas do interior e para agradá-lo, o Governo do Estado pôs a sua disposição um trem especial para percorrer toda a linha da Sorocabana. Foi escolhida esta região pelo fato de existir em Cardoso de Almeida a Vila Giorgi.Após uma permanência em Cardoso de Almeida, o Príncipe chegou no dia 29 de setembro de 1920 em Santa Lina. Ele percorreu o cafezal e visitou as primeiras casas colônias em construção. De Santa Lina, seguiu até à ponta dos trilhos, atravessando as mais opulentas matas do então lendário sertão de Paranapanema.Em 24 de abril de 1924, o embaixador extraordinário de S.M o Rei da Itália, João Ciuriati, chegou a Santa Lina. Foi saudado pelos alunos das escolas reunidas à frente das quais estavam os professores Henrique Zolner Netto e José de Arimatéa Machado, que pronunciou discurso de boas vindas.Depois desta estada, voltou a Cardoso de Almeida e no dia seguinte seguiu para o Porto Tibiriçá, na fronteira do Estado de Mato Grosso.Pietro Badoglio - No dia 21 de janeiro de 1925, chegava a Santos o Comendador Mastro Mattei, ilustre Vice-Comissário da imigração italiana, enviado pelo Governo para examinar e estudar a situação do mercado de trabalho no Brasil, afim de encaminhar levas de operários técnicos e agrícolas ao país.Visitou em seguida a Fazenda e fez também uma excursão a cavalo até o Rio do Peixe. Com relação à organização interna, definiu como uma poderosa agremiação de trabalho ligados por vínculos sociais e econômicos que hontam a sociedade moderna.A maior e mais importante Fazenda da Alta SorocabanaO fundadorA Fazenda Lina foi incontestavelmente a maior fazenda da Alta Sorocabana. Foi fundada em 1916 pelo saudoso Comendador José Giorgi. Oriundo de uma família proveniente de Luca, na Itália, Giorgi nasceu naquela cidade em 13 de dezembro de 1866. Esta grande propriedade agrícola, denominada antigamente "Fortuna" pertencia primitivamente a Francisco de Paula Moraes, proprietário de toda a bacia fluvial do Rio do Peixe.Em 1887 a viúva e os herdeiros do antigo posseiro venderam ao Capitão José de Barros Camargo e Joaquim de Oliveira Lima o imóvel representado hoje pela Fazenda Santa Lina e pela fazenda Fortuna, sendo a primeira de propriedade dos herdeiros do Comendador José Giorgi e a segunda dos herdeiros e sucessores do finado João Kobal.O comendador José Giorgi adquiriu em 1915, de Idalina de Barros Oliveira e outros, uma área de 1646,25 alqueires, e, em 22 de junho de 1916 adquiriu do Capitão José de Barros Camargo uma área de 1.647 alqueires com mais aquisições feitas em imóveis confrontantes. A área global da fazenda alcança o respeitável volume de 4.059.19 alqueires.Toda esta imensa área de terras, em 1916, era totalmente recoberta de uma majestosa floresta virgem, habitada ainda por silvícolas, cujos toldos ficavam localizados nas margens do Rio do Peixe, extremo limite norte da Fazenda.

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Em 1916, foram derrubados 50 alqueires de terras nas proximidades do Espigão divisor com as vertentes do Ribeirão Sapé e foi montada uma grande cerâmica para fabricar o material necessário à construção das obras de arte do prolongamento da Estrada de Fero Sorocabana. Foram plantados 50.000 pés de café, a primeira lavoura cafeeira da Alta Sorocabana. Posteriormente foram plantadas mais áreas de café. Essas diversas variedades foram plantadas em talhões distintos, permitindo calcular a produção média anual de cada espécie.As casas colônias eram cômodas, confortáveis, higiênicas, providas de luz elétrica e dependências para as criações pertencentes aos colonos. O terreiro para a secagem do café foi construído num só plano e obdece sua orientação ao rumo do alinhamento do café. Caprichosamente ladrilhado, possui uma área de 24.444 metros quadrados. Ao lado inferior existem três grandes tulhas revestidas com paredes de tijolos, sendo que o café seco é transportado por vagonetes que correm em pequenos ramais ferreis com a bitola de M. 0,60.A sede da fazenda estava ligada à estação Ferroviária "Santa Lina" com um ramal férreo e com boa estrada para automóveis. Em fevereiro de 1924, o Governo do Estado criou as escolas reunidas, instaladas em amplos salões, cujo primeiro diretor foi o professor José de Arimátea Machado. Hoje está sendo dotado de um Grupo Escolar com quatro classes e prédio próprio.A Resolução de 1924Os efeitos da revolução de 1924, fizeram-se infelizmente sentir na fazenda com saques, roubos, espancamentos e defloração. Os fugitivos, ébrios pelo fracassado movimento, entregaram-se a saques e desmandos inqualificáveis. No dia 5 de agosto, começaram passar pela estrada de ferro as primeiras forças revoltosas. No dia 10, um contingente revolucionário composto por cerca de 100 homens e comandado por um tenente de nome Rafael, ficou acampado na Cerâmica, na proximidade da estação ferroviária.Dia 13, as forças do Cel. Miguel Costa chegaram pela madrugada, que foi o célebre autor do saque da fazenda Cardoso de Almeida. No dia 14, quatro soldados armados de carabina trouxeram para a sede da fazenda, preso, o oleiro João Dias Gonçalves e invadiram a casa do administrador Manoel Inácio. Depois disso, realizaram diversos atos de vandalismo e roubo em outras propriedades. Por conta disto, muitas famílias fugiram das próprias casas refugiando-se em ranchos na proximidades do Rio do Peixe. Somente no dia 19, as forças do Cel. Miguel Costa deixaram a fazenda. Ao amanhecer do dia seguinte, o Tenente Cabanas tinha chegado a Quatá e mandou o tenente ir buscar um boi e quatro carroças com burros e arreios. Este tenente estava acompanhado de vários praças e, pelo caminho, davam tiros a esmo, ameaçando de morte o guarda-livros Henrique de Araújo.Na praça da fazenda, descarregavam violento e cerrado tiroteio, que matou algumas pessoas. Foi então, que o Tenente Cabanas ordenou a retirada das forças para arrasar a fazenda, mas o Padre Landell de Moura, que o acompanhava, aconselhou que não cometesse tamanho crime.Primeiras ConstruçõesAs primeiras casas foram construídas no divisor Peixe-Parapanema, à Rua Monte-Alvão, hoje Comandante Saltado. Este lugar era o limite extremo do primeiro povoado.

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Em 23 de junho de 1919, José Gonçalves de Almeida adquiriu de Rafael Antônio de Oliveira uma área de terras com 199 alqueires e no mesmo ano iniciou a derrubada plantando café. Em 1920, loteou para terreno urbano, a faixa de terras limitada pela rua Comandante Salgado e, em 1922, construiu um prédio para hotel, que foi o primeiro estabelecimento da nascente cidade. Foi nesse loteamento que Guido Pecchio, vindo de Avaré, construiu a primeira casa de tijolos, na qual montou uma oficina de sapateiro.Mas a cidade, na sua maior extensão, estava situada em terras pertencentes ao imóvel São Matheus, numa gleba que pertencia a firma "Maia, Guimaro e Barbeiro". Esta área foi adquirida por Nestor França, nas cabeceiras do Ribeirão Bugio. Lotearam a parte compreendida entre o leito da Estrada de Ferro Sorocabana e a rua Comendador Salgado. Cada quadra continha oito datas de 22 metros de frente, por 44 metros de fundo. Os lotes foram vendidos por CR$ 100,00, em prestações.A cidade agradava pela topografia, pelo clima e pela disposição de suas ruas e praças, amplas e arborizadas. Do alto da cidade, a vista abarca uma natureza incomparável. O primeiro rancho levantado foi de Júlio Paixão, o qual chefiava uma turma de serradores de dormentes. Nesse rústico rancho, que serviu como a Agência de Correios improvisa, Júlio Paixão distribuía a correspondência aos primeiros habitantes de Quatá.Destaca-se, no quesito construção civil, o edifício Getúlio Vargas que tem um valor histórico e político para Quatá. Sua importância pode ser comparada a do Edifício Itália para São Paulo. O Edifício Getúlio Vargas já foi sede de muita coisa, como do Partido Social Democrático (PSD), o Quatá Futebol Clube, Biblioteca e escolas.     

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