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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
SUL - UNIJUÍ
SANDRA EDINARA BARATTO VIECELLI
MODELAGEM MATEMÁTICA DO ATUADOR PNEUMÁTICO DE UMA
BANCADA PARA ENSAIO DE ESTRUTURAS.
Ijuí / RS – BRASIL, 2014
2
SANDRA EDINARA BARATTO VIECELLI
MODELAGEM MATEMÁTICA DO ATUADOR PNEUMÁTICO DE UMA
BANCADA PARA ENSAIO DE ESTRUTURAS.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Modelagem Matemática da Universidade Regional do
Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ),
como requisito parcial para obtenção do título de Mestre
em Modelagem Matemática.
Orientador: Dr. Antonio Carlos Valdiero
Ijuí / RS – BRASIL
2014
3
UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
SUL
DCEEng – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MODELAGEM MATEMÁTICA
MODELAGEM MATEMÁTICA DO ATUADOR PNEUMÁTICO DE UMA
BANCADA PARA ENSAIO DE ESTRUTURAS
Elaborado por
SANDRA EDINARA BARATTO VIECELLI
Como Requisito para obtenção do grau de Mestre em Modelagem Matemática
Ijuí, RS, 04 de Abril de 2014
4
Ao meu grande amor, Rodrigo, por estar sempre ao meu lado,
nos melhores e piores momentos de minha vida.
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AGRADECIMENTOS
A Deus, por sempre me conceder sabedoria nas escolhas dos melhores caminhos, coragem
para acreditar, força para não desistir e proteção para me amparar.
Ao meu esposo, pelo amor incondicional, paciência na minha ausência e nas horas de
sofrimento e desespero, ajudando a obter forças para lutar e seguir em frente, com muito
amor, carinho e muita coragem para não desistir de meus sonhos. Rodrigo, obrigada por não
desistir de mim.
A Minha Família, em especial aos Meus Pais, e a Minha Irmã, um enorme obrigada por
acreditarem sempre em mim e naquilo que faço e por todos os ensinamentos de vida. Espero
que esta etapa, que agora termino, possa de alguma forma, retribuir e compensar todo o
carinho, apoio e dedicação que me oferecem.
Ao meu orientador Prof. Dr. Antonio Carlos Valdiero, pelos ensinamentos transmitidos, pela
orientação e direcionamento de pesquisa, pela paciência, disponibilidade e dedicação. Além
disso, devo a ele inúmeras tardes de conversa produtiva sobre a evolução deste trabalho.
Dessa forma um agradecimento especial ao meu mentor e amigo.
A todos os meus amigos, por compreender minhas inúmeras ausências durante a produção
deste trabalho e por valorizar a trajetória que escolhi seguir. Agradeço também aos meus
amigos pelos momentos de diversão, pelos conselhos, e pelas palavras de conforto nos
momentos mais difíceis.
Aos colegas do Mestrado em Modelagem Matemática, pelos momentos de estudos e
descontração, também pelas palavras amigas e pelo carinho a mim dedicado. Agradeço em
especial meu colega e parceiro Claudio pela amizade e pelas trocas de conhecimentos. Muitas
foram às tardes e noites de estudos no Laboratório.
Á Geni, secretária do Mestrado, pela amizade, pelo carinho e pela atenção disponibilizada.
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Á UNIJUÍ pela infraestrutura disponibilizada e a todos os professores do Mestrado pelos
conhecimentos transmitidos.
Aos bolsistas do laboratório de pesquisa da UNIJUÍ, campus Panambi, pelo auxilio na
construção da bancada, em especial ao Djonatan.
Ao CNPq pelo apoio financeiro em forma de bolsa.
A todos aqueles que de uma forma ou de outra contribuíram para realização deste trabalho.
7
Não existe felicidade completa. Quando
compreendemos e aceitamos esse fato,
ficamos mais sábios, passando a saborear
melhor cada gota de felicidade proporcionada
por nosso destino e nossos esforços.
OSHO
8
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS .............................................................................................................. 10
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................. 13
LISTA DE SÍMBOLOS ........................................................................................................... 14
RESUMO ................................................................................................................................. 18
ABSTRACT ............................................................................................................................. 20
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 21
1.1 Generalidades ................................................................................................................. 21
1.2 Descrição do Atuador Pneumático ................................................................................. 23
1.3 Bancada Didática para o Concurso de Pórticos .............................................................. 24
1.4 Antecedentes e Revisão Bibliográfica ............................................................................ 27
1.5 Objetivos e Justificava .................................................................................................... 30
1.6 Metodologia .................................................................................................................... 31
1.7 Problema Proposto e Organização do Trabalho ............................................................. 32
2 MODELAGEM MATEMÁTICA DO ATUADOR PNEUMÁTICO .................................. 34
2.1 Introdução ....................................................................................................................... 34
2.2 Modelo Não Linear de 3ª Ordem. ................................................................................... 35
2.3 Desenvolvimento do Modelo Matemático dos componentes do Atuador Pneumático .. 37
2.3.1 Não Linearidade da Zona Morta na Válvula ........................................................... 37
2.3.2 Caracterização da Vazão Mássica na Servoválvula ................................................ 39
2.3.3 Dinâmica das Pressões nas Câmaras do Cilindro .................................................... 41
2.3.4 Equação do Movimento com Inclusão da Dinâmica do Atrito ............................... 42
2.4 Modelo Matemático Não Linear de 5ª Ordem................................................................ 49
2.5 Discussões ...................................................................................................................... 49
3 SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL E VALIDAÇÃO EXPERIMENTAL ........................ 50
3.1 Introdução ....................................................................................................................... 50
3.2 Descrição da Bancada de testes do Atuador Pneumático ............................................... 50
3.5 Implementação Computacional ...................................................................................... 65
3.5.1 Diagrama de blocos do modelo de 3ª ordem ........................................................... 65
3.5.2 Diagrama de blocos do modelo de 5ª ordem ........................................................... 67
3.5.3 Diagrama de blocos para uma estratégia de força ................................................... 71
3.6 Resultados de Validação Experimental .......................................................................... 72
3.6.1 Validação Experimental do Modelo de 3ª Ordem e do Modelo de 5ª Ordem ......... 73
9
3.7 Teste Experimental de uma Estratégia para Aplicação de Forças .................................. 76
3.8 Discussões ...................................................................................................................... 87
CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS FUTURAS .................................................................... 89
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 91
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Desenho esquemático do Atuador Pneumático (ISO 1219) ..................................... 23
Figura 2: Vista isométrica da bancada de ensaio de estruturas (a) desenho, (b) fotografia da
construção da bancada de pórticos. .......................................................................................... 25
Figura 3: Fotografia da bancada de ensaios de estruturas ........................................................ 26
Figura 4: Fotografia dos integrantes do projeto ‘Concurso de Pórticos’ .................................. 26
Figura 5: Desenho esquemático da bancada de testes .............................................................. 32
Figura 6: Desenho esquemático da modelagem da bancada de testes ...................................... 35
Figura 7: Desenho em corte de uma servoválvula direcional ................................................... 38
Figura 8: Representação gráfica da não linearidade da zona morta ......................................... 39
Figura 9: Representação gráfica da equação da vazão mássica em função da diferença de
pressão e da tensão de controle em um dos orifícios da servoválvula. .................................... 40
Figura 10: Desenho esquemático em corte de um cilindro pneumático com haste .................. 41
Figura 11: Desenho esquemático de um cilindro pneumático .................................................. 43
Figura 12: Desenho sistema não linear massa-superfície envolvendo o atrito ......................... 44
Figura 13: Gráfico da combinação das características do atrito em regime permanente ......... 45
Figura 14: Representação da microdeformação média das rugosidades entre duas superfícies
de contato .................................................................................................................................. 46
Figura 15: Características de atrito viscoso (a) e de arraste (b)................................................ 47
Figura 16: Bancada de aquisição de dados experimentais ....................................................... 51
Figura 17: Fotografia conector de sinais da placa dSPACE ..................................................... 52
Figura 18: Interface do programa ControlDesk ........................................................................ 52
Figura 19: Fonte HP 6543A para alimentação da vávula proporcional ................................... 53
Figura 20: Unidade de conservação de ar ................................................................................. 54
Figura 21: Transdutores de pressão .......................................................................................... 54
Figura 22: Fotografia da servoválvula pneumática .................................................................. 55
Figura 23: Cilindro pneumático de haste simples e dupla ação ............................................... 55
Figura 24: Transdutor de posição ............................................................................................. 56
Figura 25: Análise da velocidade constante para a identificação do atrito. ............................. 58
Figura 26: Trecho de posição com aceleração aproximadamente nula. ................................... 58
11
Figura 27: Mapa Estático do Atrito obtido experimentalmente ............................................... 61
Figura 28: Mapa do Atrito estático com ajuste dos parâmetros ............................................... 62
Figura 29: Diagrama de blocos do modelo matemático de 3ª ordem. ...................................... 66
Figura 30: Gráfico da frequência natural em função da posição .............................................. 66
Figura 31: Diagrama de blocos do modelo matemático de 5ª ordem ....................................... 67
Figura 32: Diagrama de blocos da equação da vazão ............................................................... 68
Figura 33: Diagrama de blocos da dinâmica das pressões ....................................................... 69
Figura 34: Diagrama de blocos da Equação do Movimento .................................................... 69
Figura 35: Diagrama de blocos da Dinâmica do Atrito ............................................................ 70
Figura 36: Diagrama de blocos ds Dinâmica das Microdeformações ...................................... 70
Figura 37: Atrito em Regime Permanente ................................................................................ 71
Figura 38: Diagrama de blocos do subsistema da dinâmica da função alfa do modelo Lugre. 71
Figura 39: Diagrama de blocos da equação da vazão com a inclusão do vetor das pressões de
suprimento. ............................................................................................................................... 72
Figura 40: Gráfico do sinal de controle no teste experimental com entrada de 4,1 volts......... 73
Figura 41: Gráfico do comportamento das pressões com sinal de controle de 4,1 volts no teste
experimental. ............................................................................................................................ 74
Figura 42: Gráfico comparativo do teste experimental com a simulação computacional do
modelo de 3ª Ordem para o movimento de avanço .................................................................. 75
Figura 43: Gráfico comparativo do teste experimental com a simulação computacional do
modelo de 5ª Ordem para o movimento de avanço .................................................................. 76
Figura 44: Gráfico representativo do momento em que do cilindro é centrado ....................... 77
Figura 45: Dinâmica das pressões com pressão de suprimento regulada em 1,1 bar ............... 78
Figura 46: Força pneumática gerada a partir da pressão de suprimento de 1,1 bar.................. 78
Figura 47: Posição do êmbolo para a força pneumática exercida ............................................ 79
Figura 48: Dinâmica das pressões com pressão de suprimento regulada em 1,5 bar ............... 80
Figura 49: Força pneumática gerada a partir da pressão de suprimento de 1,5 bar.................. 80
Figura 50: Posição do êmbolo para a força pneumática exercida ............................................ 81
Figura 51: Dinâmica das pressões com pressão de suprimento regulada em 2,05 bar ............. 82
Figura 52: Força pneumática gerada a partir da pressão de suprimento de 2,05 bar................ 82
Figura 53: Posição do êmbolo para a força pneumática exercida ............................................ 83
Figura 54: Gráfico da força pneumática em função da deformação vertical da estrutura ........ 84
Figura 55: Gráfico do comportamento das pressões no teste experimental ............................. 85
Figura 56: Gráfico teórico do comportamento da dinâmica das pressões ................................ 85
12
Figura 57: Gráfico experimental da força pneumática em função do tempo ........................... 86
Figura 58: Gráfico teórico da função pneumática em função do tempo .................................. 86
Figura 59: Gráfico comparativo do teste experimental com a simulação computacional da
força pneumática em função do tempo. .................................................................................... 87
13
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Principais componentes da bancada experimental .................................................. 57
Tabela 2 - Experimentos realizados com voltagens positivas .................................................. 59
Tabela 3 - Experimentos realizados com voltagens negativas ................................................. 60
Tabela 4 - Parâmetros estáticos e dinâmicos do atrito no cilindro pneumático ....................... 63
Tabela 5 - Valores dos parâmetros das não linearidades da servoválvula pneumática utilizada
.................................................................................................................................................. 64
Tabela 6 - Valores dos parâmetros relacionados ao fluido ar................................................... 64
Tabela 7 - Valores dos parâmetros das não linearidades do cilindro pneumático utilizado ..... 65
Tabela 8 – Valores obtidos experimentalmente da força pneumática em função da deformação
da estrutura ............................................................................................................................... 83
14
LISTA DE SÍMBOLOS
Alfabeto Latino
A1 Área da câmara A do cilindro [m2]
A2 Área da câmara B do cilindro [m2]
A Câmara do cilindro A
B Câmara do cilindro B
B Coeficiente de amortecimento viscoso [Ns/m]
Cp Calor específico do ar a pressão constante
Cv Calor específico do ar a volume constante
D Diâmetro do êmbolo do cilindro [m]
Diâmetro da haste do cilindro [m]
Fatr Força de atrito [N]
Fatr, ss Força de atrito em regime permanente [N]
Fc Força de atrito Coulomb [N]
FL Força de carga [N]
Fp Força pneumática [N]
Fs Força de atrito estático [N]
gss( ) Função que descreve parte das características do atrito
em regime permanente
g1(Pa, sign(u)) Função não linear dos componentes dependentes
do sinal de controle
g2(Pb, sign(u)) Função não linear dos componentes dependentes
do sinal de controle
Coeficiente de rigidez [N/m]
Ganho de velocidade
L Comprimento do curso total do cilindro [m]
M Massa acoplada ao êmbolo do atuador [kg]
md Inclinação direita da zona morta
me Inclinação esquerda da zona morta
15
Patm Pressão atmosférica [Pa]
Pa, y3 Pressão na câmara A do cilindro [Pa]
Pb, y4 Pressão na câmara B do cilindro [Pa]
pai Pressão inicial na câmara A do cilindro [Pa]
pbi Pressão inicial na câmara B do cilindro [Pa]
ps Pressão de suprimento [Pa]
qma Vazão mássica na câmara A do cilindro [kg/s]
qmb Vazão mássica na câmara B do cilindro [kg/s]
R Constante universal dos gases [jkg/k]
T Temperatura do ar [k]
UT Sinal de controle [V]
Uzm Sinal de controle da zona morta [V]
Va0 Volume morto na câmara A do cilindro quando [m3]
o êmbolo está na posição inicial ( )
Vb0 Volume morto na câmara B do cilindro quando [m3]
o êmbolo está na posição inicial ( )
Velocidade stribeck [m/s]
Componente plástica do deslocamento [m]
xv Posição do carretel da servoválvula [m]
Posição do êmbolo do atuador [m]
Posição do êmbolo do atuador [m]
Velocidade do atuador [m/s]
Aceleração do atuador [m/s]
Microdeformações médias das rugosidades entre [m]
as superfícies de contato
z Componente plástica do deslocamento [m]
zba Deslocamento de força de quebra [m]
zmax Valor máximo das microdeformações [m]
zmd Limite direito da zona morta [V]
zme Limite esquerdo da zona morta [V]
Microdeformações em regime permanente [m]
Frequência natural
16
Alfabeto Grego
Coeficiente constante da função exponencial
Coeficiente de vazão para a câmara enchendo
Coeficiente de vazão para a câmara esvaziando
Relação entre os calores específicos do ar
Coeficientes de rigidez das microdeformações [N/m]
Coeficiente de amortecimento das microdeformações [Ns/m]
Coeficiente de arraste [Ns2/m
2]
Frequência Natural [rad/s]
Taxa de amortecimento do movimento do sistema
17
Símbolos
Variação
Derivada primeira
Derivada segunda
Somatório
18
RESUMO
O presente trabalho trata da modelagem matemática de um atuador pneumático responsável
pelo acionamento de uma bancada para ensaios de estruturas mecânicas, a qual será utilizada
no projeto de título “Concurso de Pórticos” (processo CNPq nº409998/2013-3, Chamada nº
18/2013 MCTI/CNPq/Secretaria de Políticas da Mulher-PR/Petrobras - Meninas e Jovens
Fazendo Ciências Exatas, Engenharias e Computação). As contribuições principais deste
trabalho são a modelagem e identificação das características não lineares do atrito no atuador
utilizado para a aplicação de forças, bem como a sistematização do modelo matemático
completo, sua simulação computacional e validação experimental. Os atuadores pneumáticos
são utilizados na maioria das instalações industriais e nos campos da automação e da robótica
pelas diversas vantagens que o caracterizam. Dentre estas vantagens considera-se uma
tecnologia de baixo custo, manutenção fácil, boa relação peso/potência, rapidez de resposta e
principalmente uma tecnologia limpa, que não polui o meio ambiente. Porém, para atuadores
pneumáticos a modelagem matemática é complexa quando comparada a outros tipos de
acionamentos, pois apresentam limitações no controle decorrente das características não
lineares inerentes ao sistema. Estas características não lineares resultam da alta
compressibilidade do ar e das não linearidades presentes em sistemas pneumáticos, tais como
o comportamento não linear da vazão mássica nos orifícios da válvula e sua zona morta, além
do atrito nas vedações do cilindro linear. A modelagem matemática é muito importante para
entendimento e previsão do comportamento dinâmico de atuadores pneumáticos e pode
contribuir para a adequada aplicação e desempenho em sistemas automáticos, principalmente
na definição de estratégias de controle. Neste trabalho, desenvolveu-se a formulação de um
modelo matemático não linear completo de 5ª ordem que representa o comportamento
dinâmico do atuador pneumático. Com o objetivo de comparação com o modelo
desenvolvido, apresenta-se também um modelo matemático não linear de 3ª ordem, validados
experimentalmente. Por fim, foram realizados testes de controle de força em malha aberta
variando-se a pressão de suprimento do sistema. Os resultados obtidos ilustram as
características do modelo matemático desenvolvido.
19
Palavras-Chave: Modelagem Matemática do atrito, Atuador Pneumático, Validação
Experimental.
20
ABSTRACT
The following paper deals with the mathematical modeling of the pneumatic actuator
responsible for triggering a bench for testing mechanical structures, which will be used in the
project entitled "Structures Concourse" (CNPq process number 409998/2013-3, Call No.
18/2013 MCTI / CNPq / Secretariat of Woman Policies-PR/Petrobras - Girls and Young
Women Making Exact Sciences, Engineering and Computing). The main contributions of this
paper are the modeling and identification of nonlinear characteristics of friction in the actuator
used for the application of forces and the systematization of the complete mathematical
model, its computer simulation and experimental validation. The pneumatic actuators are used
in most industrial facilities and in the fields of automation and robotics because of the several
advantages that characterize it. Among these benefits, it is considered a technology of low
cost, easy maintenance, good power/weight ratio, fast response, and especially, it is a clean
technology that does not pollute the environment. However, for pneumatic actuators
mathematical modeling is complex when compared to other types of drives, since they have
limitations in the control system due to the inherent non-linear characteristics. These
nonlinear features are result of the high compressibility of air and the nonlinearities present in
pneumatic systems, such as the non-linear behavior of the mass flow holes of the valve and its
dead zone, in addition to the friction of the seals in the linear cylinder. Mathematical
modeling is very important for understanding and predicting dynamic behavior of pneumatic
actuators and can contribute to the proper implementation and performance in automated
systems, especially in the definition of control strategies. In this study, a mathematical
formulation of the nonlinear full model of 5th order was developed, and which represents the
dynamic behavior of the pneumatic actuator. With the purpose of comparison with the
developed model, it is also presented a nonlinear mathematical model of 3rd order,
experimentally validated. Finally, control tests under open loop varying the supply pressure of
the system were carried out. The results obtained illustrate the features of the developed
mathematical model.
Keywords: Mathematical Modeling of Friction, Pneumatic Actuator, Experimental
Validation.
21
1 INTRODUÇÃO
1.1 Generalidades
Este trabalho trata da modelagem matemática e da validação experimental do atuador
pneumático de uma bancada para ensaio de estruturas mecânicas compostas de colunas e
vigas. Esta dissertação está inserida na linha de pesquisa de Modelagem Matemática de
Sistemas Não Lineares e Controle de Sistemas Dinâmicos, relacionada com o campo
interdisciplinar.
Devido o aumento do desenvolvimento tecnológico que caracteriza o mundo moderno,
as aplicações de precisão tem conquistado um crescente espaço no ambiente industrial. Em
particular, os campos da automação e da robótica que estão presentes em diversas áreas de
produção (SOBCZYK, 2009), e utilizam a pneumática como meio de aplicações pelas
diversas vantagens que o caracterizam.
A pneumática é o ramo da engenharia que estuda a aplicação do ar comprimido para a
tecnologia de acionamentos e comandos. Nos últimos anos a pneumática tornou-se uma das
tecnologias mais utilizadas no setor industrial e de automação, por se tratar de uma tecnologia
de baixo custo, manutenção fácil, boa relação peso/potência, rapidez de resposta e,
principalmente, uma tecnologia limpa, que não polui o meio ambiente (NISHIOKA et al.,
2010; LEE et al., 2010; VALDIERO et al., 2011; QIONG et al., 2011; WANG et al., 2011).
A utilização do ar comprimido como fonte de energia apresenta grandes vantagens, tratando-
se de uma tecnologia limpa onde não existe o risco de contaminação do ambiente como
acontece com a energia hidráulica, destaca, MOREIRA (2012). Além das vantagens citadas
acima os atuadores pneumáticos, segundo, (LE et al, 2013), em comparação com atuadores
elétricos tem maior proporção de força para massa e pode gerar mais força sem qualquer
mecanismo de redução.
Contudo, para atuadores pneumáticos a modelagem matemática é complexa quando
comparada a outros tipos de acionamentos, pois apresentam limitações severas no controle
decorrente das características altamente não lineares inerentes ao sistema. Dentre essas não
linearidades, pode-se destacar a compressibilidade do ar (Suzuki, 2010), a vazão mássica nos
orifícios da válvula e a zona morta (Valdiero et al., 2011), além do atrito entre as partes
22
móveis e as vedações do atuador que também exibe características não lineares, tornando
difícil o controle do sistema, (BAVARESCO, 2007).
Atualmente, diversos autores (PRADIPTA et al., 2013, LAGHROUCHE et al., 2013)
apresentam estudos relacionados aos efeitos de degradação do desempenho do movimento
causados pelas características não lineares do atrito que precisam ser conhecidas e
compensadas para o bom desempenho do sistema dinâmico. Shen et al. (2013) destaca que a
compensação e a modelagem do atrito dinâmico têm feito grandes avanços, motivada por
modelos em combinação com métodos de identificação baseados em dados experimentais
para a compensação de atrito. Valdiero (2012) enfatiza que o atrito é um fenômeno que exibe
diversas características não lineares. As características de atrito são em geral dependentes da
velocidade, da temperatura, do sentido do movimento, da lubrificação e do desgaste entre as
superfícies. As características dinâmicas do atrito são responsáveis por degradações no
desempenho do sistema e necessitam serem observadas para uma adequada compensação e
consequentemente diminuição de seus efeitos.
As vazões mássicas são funções não lineares das pressões nas câmaras do cilindro e da
tensão aplicada a servoválvula. É através da servoválvula que se obtêm a vazão mássica a
qual é liberada pelos orifícios e coloca em funcionamento o cilindro. A vazão mássica de ar
está relacionada à variação de pressão nas câmaras do cilindro utilizando-se o princípio da
conservação de energia.
A zona morta é uma relação estática de entrada-saída na qual para uma faixa de
valores de entrada a resposta de saída é nula. Sua inclusão na modelagem matemática do
atuador pneumático é importante, pois possibilita minimizar os erros de seguimento de
trajetória e também contribui para que não ocorra degradação no desempenho do controlador,
destaca Ritter (2010).
Dessa forma, ao modelar o comportamento dinâmico de um atuador pneumático, é
necessário considerar as não linearidades presentes neste sistema dinâmico, como uma forma
de compensar essas características não lineares e minimizar seus efeitos danosos, os quais
prejudicam o desempenho do sistema. O controle de servoposicionadores pneumáticos tem
evoluído muito na última década, sendo que existem diversos trabalhos publicados nesta área.
A modelagem matemática desenvolvida neste trabalho fundamenta-se no modelo
matemático não linear de 5ª ordem para o atuador pneumático apresentado por Ritter (2010).
A seção seguinte descreve o atuador pneumático e a bancada de testes de ensaios de
estruturas, o qual é o principal objeto da pesquisa.
23
1.2 Descrição do Atuador Pneumático
O servoposicionador pneumático é um sistema que possibilita o posicionamento de
uma carga mecânica em uma localização desejada ou seguir uma trajetória variável em função
do tempo. O elemento responsável pela aplicação da força sobre a carga é dito atuador e sua
forma de acionamento pode ser elétrica, hidráulica ou pneumática. Neste trabalho, o sistema
de posicionamento a ser estudado é composto por um atuador pneumático.
O servoposicionador pneumático linear em estudo é um sistema dinâmico composto
por uma servoválvula de controle direcional, um cilindro pneumático linear de dupla ação e
haste simples, bem como o sistema de controle. Na Figura 1 está ilustrado o desenho
esquemático do servoposicionador pneumático.
Figura 1: Desenho esquemático do Atuador Pneumático (ISO 1219)
Fonte: Autoria própria
O atuador pneumático funciona com o ar comprimido que é fornecido à servoválvula a
uma dada pressão de suprimento ( antecipadamente regulada. Durante a operação, o
controlador gera uma tensão de controle u, que energiza as bobinas do solenoide da válvula de
24
modo que uma força magnética resultante é aplicada no carretel da servoválvula, produzindo
o deslocamento do carretel. Este, ao ser deslocado, abre os orifícios de controle para que
uma das câmaras do cilindro seja ligada à linha de pressão de suprimento e a outra seja ligada
à pressão atmosférica ( . Dessa forma, produz uma diferença de pressão nas câmaras do
cilindro, que resulta em uma força pneumática que movimenta o êmbolo do cilindro e gera
um deslocamento y, positivo ou negativo, dependendo do sinal de entrada.
1.3 Bancada Didática para o Concurso de Pórticos
A bancada de ensaios em estudo é formada por uma estrutura mecânica composta de
colunas e vigas, um atuador pneumático, uma válvula direcional que permite regular a entrada
e a saída de ar nas câmaras do cilindro e um sensor de posição que define a posição de
deslocamento da haste do cilindro pneumático.
Esta bancada de ensaio para pórticos tem fins didáticos e de pesquisa e foi
desenvolvida para os testes de controle. Nesta bancada monta-se a estrutura do tipo pórtico,
para ensaio de aplicação de uma carga central com a medição do espaço útil disponível, da
massa da estrutura, da máxima força de carga que a estrutura resiste e da deflexão central da
estrutura.
A Figura 2 ilustra o desenho esquemático da bancada, bem como a fotografia da
construção da estrutura de madeira.
25
Figura 2: Vista isométrica da bancada de ensaio de estruturas (a) desenho, (b) fotografia da
construção da bancada de pórticos.
Fonte: Autoria própria
Para o acionamento desta estrutura será utilizado um servoposicionador pneumático de
dupla ação e haste simples, uma servoválvula de controle direcional e um sistema de controle
composto por uma placa de controle e aquisição de dados dSPACE 1104, que utiliza a
integração dos softwares MatLab/Simulink e ControlDesk como meio de programação. Na
Figura 3 está ilustrada a fotografia da bancada experimental utilizada para testes
experimentais com aplicação de força de carga.
26
Figura 3: Fotografia da bancada de ensaios de estruturas
Fonte: Autoria própria
A bancada experimental foi desenvolvida pelo Núcleo de Inovação em Máquinas
Automáticas e Servo Sistemas (NIMASS) nos Laboratórios do curso de Engenharia Mecânica
da UNIJUÍ Campus Panambi e com o apoio do projeto: Concurso de Pórticos, Meninas e
Jovens Fazendo Ciências Exatas, Engenharia e Computação. A Figura 4 mostra as integrantes
do projeto.
Figura 4: Fotografia dos integrantes do projeto ‘Concurso de Pórticos’
Fonte: Autoria própria
27
1.4 Antecedentes e Revisão Bibliográfica
A modelagem matemática está intrinsecamente relacionada com a aplicabilidade da
matemática e de seus conceitos em fenômenos do mundo real. Para modelar uma situação ou
fenômeno, matematicamente, é necessário que se tenha suficiente experiência ou
entendimento da questão para ser capaz de descrever e refinar com clareza a transformação de
problemas da realidade em problemas matemáticos.
Com intuído de aprimorar o conhecimento em relação à modelagem matemática
proposta neste trabalho, buscou-se uma fundamentação teórica baseada em estudos realizados
anteriormente, a qual se faz importante para o entendimento e o bom andamento da pesquisa,
assim como, para analisar o que está sendo estudado e também o que foi estudado por outros
pesquisadores acerca do estudo proposto.
Diversas são as contribuições oriundas de dissertações em Modelagem Matemática da
UNIJUÍ, mais precisamente do grupo de pesquisa “Projeto em Sistemas Mecânicos,
Mecatrônica e Robótica”, inserido na linha de pesquisa Modelagem Matemática de Sistemas
Não Lineares e Controle de Sistemas Dinâmicos. Dentre estes trabalhos pode-se citar
(BAVARESCO, 2007; ENDLER, 2009; RITTER, 2010; PORSCH, 2012; ZAMBERLAN,
2013; RICHTER, 2013), que constituem um importante antecedente desta pesquisa.
Uma contribuição importante feita por Bavaresco (2007) em seu estudo trouxe um
levantamento de modelos matemáticos utilizados em acionamentos pneumáticos, dentre estes,
observou modelos de 3ª a 5ª ordem, disponíveis na literatura, aos quais observou uma grande
variação de complexidade dos modelos estudados.
Para o desenvolvimento da pesquisa Bavaresco (2007) adotou então, um modelo não
linear de 3ª ordem, com adaptações do modelo proposto por Vieira (1998), com o objetivo de
facilitar a síntese e a implementação de estratégias de controle. Com base no modelo não
linear adotado, formulou-se um projeto de controlador através de uma metodologia testada em
sistemas caóticos, que ainda não tinha sido utilizada em atuadores pneumáticos. Porém, a não
linearidade da zona morta da servoválvula, mostrou-se prejudicial ao sistema e foi
compensada pela inversa de seu modelo parametrizado.
Dando sequência ao trabalho de Bavaresco (2007), Endler (2009) propôs uma
metodologia de controle ótimo por realimentação para sistemas não lineares, por meio de uma
nova proposta para a dinâmica da vazão mássica através dos orifícios da servoválvula, a partir
do levantamento de dados experimentais para as pressões em função do tempo. O modelo
implementado foi de 4ª ordem descrito em forma de variáveis de estado, que resultou em uma
28
nova equação da vazão, facilitando assim, a implementação do projeto de controle de
servoposicionadores pneumáticos.
A fim de compor um modelo matemático mais completo, Ritter (2010), apresentou em
seus estudos a sistematização das diversas não linearidades presentes no comportamento
dinâmico do atuador pneumático, implementado um modelo completo de 5ª ordem. Este
sistema de equações apresenta a combinação do modelo da servoválvula com a do cilindro, e
inclui a não linearidade da zona morta, da vazão nos orifícios da servoválvula, a dinâmica das
pressões nas câmaras do cilindro e o atrito dinâmico. Também, apresentou um estudo
comparativo da influência do tamanho do cilindro no comportamento dinâmico do modelo
não linear.
Porsch (2012) em sua dissertação desenvolveu a aplicação da modelagem matemática
de uma bancada de simulação de declive de terrenos com acionamento pneumático. O modelo
matemático não linear proposto é de 5ª ordem, o qual descreve as variações de inclinação
lateral de uma colheitadeira autopropelida de grão. Este modelo matemático apresenta todas
as não linearidades presentes no sistema incluindo a dinâmica da plataforma girante. Este
trabalho foi de grande valia, pois apresenta a modelagem matemática de um mecanismo muito
utilizado na agricultura, contribuindo assim para a pesquisa de mecanismos agrícolas com
valores mais acessíveis para pequenos agricultores.
Em seu estudo, Zamberlan (2013) apresentou a modelagem matemática de um atuador
pneumático elaborado para compor um mecanismo articulado para aplicação na poda de
árvores. O modelo matemático adotado foi de 5ª ordem que permite simular o comportamento
dinâmico do atuador em estudo. O diferencial desde trabalho é o fato de o cilindro ter sido
construído em laboratório, o que dificulta o controle do mesmo.
Richter (2013) propôs em seu trabalho uma proposta de modelagem matemática e o
controle de posição de um atuador pneumático para uma dada aplicação em um equipamento
florestal. Propôs também o controle da posição de um cilindro especial de haste simples e
dupla ação. O modelo matemático adotado foi de 5ª ordem, o qual caracteriza a não
linearidades presentes no sistema. O diferencial deste estudo é a modelagem matemática e
desenvolvimento do controle de posição de um cilindro pneumático linear para aplicação
deste equipamento florestal para uma faixa de trabalho em torno de 2,5m de curso.
Além dos estudos desenvolvidos em dissertações de mestrado da UNIJUÍ, realizou-se
uma pesquisa em trabalhos recentes (SOBCZYK, 2009; HENÉ, 2010; ALLGAYER, 2011;
SUSUKI, 2010; CUKLA, 2012; TAHERI et al 2014), que foram desenvolvidos por diversos
29
pesquisadores de outras instituições, a fim de contextualizar sobre estudos relacionados na
área do presente trabalho.
Em relação ao controle preciso do segmento de trajetória de um servoposicionador
pneumático, Sobczyk (2009) apresentou em sua tese um modelo matemático, com atenção
voltada a modelagem dos efeitos do atrito. Para a representação desses efeitos, propôs uma
modificação da estrutura matemática do modelo de atrito utilizado no contexto dos algoritmos
de controle em tempo real, (modelo LuGre). Além disso, estudou o grau de similaridade entre
os comportamentos para o atrito por meio dos dois modelos. Demonstrou então, que a escolha
adequada dos parâmetros do modelo aproximado permite que os resultados sejam muito
próximos dos obtido com o uso do modelo original.
Para que o melhoramento do desempenho de sistemas de posicionamentos
pneumáticos, Hené (2010) enfatiza em seu estudo que é necessário alcançar um correto
dimensionamento da válvula e do cilindro para que a condição operacional do sistema seja
perfeitamente compreendida. Sendo assim, analisou a influência dos valores obtidos de
catálogos de fabricantes de válvulas em relação aos valores obtidos através de ensaios
experimentais. Através deste estudo foi possível elaborar um método de dimensionamento de
sistemas pneumáticos que auxilie na escolha dos componentes pneumáticos, apresentando um
conceito alternativo aos tradicionais métodos de dimensionamento. Além disso, os estudos de
caso apresentados, demonstraram que o método se comporta satisfatoriamente.
Com a proposta do projeto de um manipulador robótico cilíndrico acionado
pneumaticamente e de baixo custo, Allgayer (2011) desenvolveu um robô para realizar
operações de movimentação de peças que venham substituir trabalhos insalubres e repetitivos.
O controle deste sistema foi realizado por meio da técnica de realimentação de estados, a
partir de um modelo de 3ª ordem. Embora, sem a existência de um protótipo físico para
comparar com o modelo proposto, concluiu-se, que o resultado de seu estudo apresentou uma
resposta adequada, baseados na literatura e em cálculos. Contudo, Allgayer (2011) destaca
que os resultados obtidos podem divergir da realidade, principalmente em relação ao atrito.
Susuki (2010) propôs estudar o controle de um servoposicionador pneumático através
da aplicação do método de linearização por realimentação aliada ao método de controle por
realimentação de estados. Como estratégia de linearização utilizou as estimativas das não
linearidades do modelo matemático para linearizar o comportamento do servoposicionador
pneumático. Também fez uma análise de robustez em relação ao comportamento do sistema
frente as incertezas dos parâmetros estimados. Em sua pesquisa concluiu, que os resultados do
30
controlador mostraram-se promissores com redução no erro de posição no segmento da
trajetória e na parada precisa.
Em uma contribuição mais recente em relação ao controle de atuadores pneumáticos
Cukla (2012) apresentou uma proposta de estudo com objetivo de desenvolver um sistema de
controle para servoposicionadores pneumáticos que utilize software e hardware
economicamente acessíveis e que apresentem dimensões compactas e fácil utilização e com
um desempenho similar aos comerciais. Constatou em seus estudos que o trabalho atingiu as
metas propostas de desenvolver o controle preciso de servoposicionadores pneumáticos.
Quanto a aplicação de força em cilindros pneumáticos, Taheri et al (2014), propôs um
novo controlador força-rigidez através de deslizamento - backstepping. Com base num
modelo matemático detalhado do sistema pneumático que incluiu a dinâmica das válvulas, o
algoritmo proposto foi provado capaz de controlar a força desejada e rigidez de forma
independente, sem bater. A validação dos experimentos foi realizada utilizando uma
plataforma em tempo real por um cilindro pneumático adequado para aplicações robóticas
wearable e por duas servovávulas proporcional. Os resultados experimentais validaram a
eficácia do modelo matemático e do desempenho do algoritmo de controle. A força desejada e
rigidez foram monitorados com precisão, com baixo erro na amplitude e mudança de fase
mínima. Verificou em seu trabalho que o algoritmo de controle proposto pode ser utilizado
em qualquer aplicação que exige controle da força - rigidez de um cilindro pneumático.
A partir do levantamento bibliográfico acerca de vários estudos realizados sobre
servoposionadores pneumáticos bem como seus componentes, foi possível observar que
existe um grande número de pesquisas relacionadas ao controle das não linearidades
apresentadas em atuadores pneumáticos. Sendo assim, o intuito desta dissertação é em
contribuir para a evolução destas pesquisas, pois o objetivo deste trabalho é fazer a
identificação das não linearidades, bem como o controle de um servoposicionar pneumático
que será utilizado para o acionamento de uma bancada de testes para ensaios de estruturas
mecânicas.
1.5 Objetivos e Justificava
O principal objetivo deste trabalho é pesquisar, desenvolver e validar a modelagem
matemática do comportamento dinâmico do atuador pneumático responsável pela aplicação
de uma força de carga em uma bancada experimental de ensaio de pórticos e outras estruturas
31
mecânicas, desenvolvida pelo Núcleo de Inovação em Máquinas Automáticas e Servo
Sistemas (NIMASS) nos Laboratórios do curso de Engenharia Mecânica da UNIJUÍ Campus
Panambi.
Para alcançar o objetivo principal deverão ser atingidos os seguintes objetivos
específicos:
Desenvolver um modelo matemático para o atuador pneumático adotado para a
aplicação de forças de carga;
Realizar simulações computacionais;
Analisar o comportamento dinâmico do atuador pneumático;
Validar experimentalmente o modelo desenvolvido através de testes e ensaio de
estruturas;
A bancada de ensaio de estruturas foi desenvolvida para testes de controle de
aplicação de força e tens fins didáticos e de pesquisa, visto que esta bancada será utilizada
para o projeto do CNPq titulado como ‘Concurso de Pórticos’, que visa incentivar as meninas
e jovens a fazer Ciências Exatas, Engenharias e Computação. Pretende-se também através
deste trabalho contribuir para a melhoria do desempenho das aplicações com atuadores
pneumáticos.
1.6 Metodologia
A partir de uma ampla revisão bibliográfica sobre o tema proposto, a pesquisa consiste
em estudos relacionados a analise de diferentes modelos matemáticos que sistematizam as
principais não linearidades em atuadores pneumáticos, observando as relações e as
simplificações consideradas pelos antecedentes desta pesquisa.
Tem-se então a elaboração do modelo matemático que contempla as não linearidades
presentes no sistema, sendo a dinâmica da vazão mássica nos orifícios da servoválvula, a
dinâmica das pressões nas câmaras do cilindro, o movimento do êmbolo do cilindro e a
dinâmica do atrito, compondo assim, um modelo matemático não linear de 5ª ordem, que
descreve o comportamento dinâmico do atuador pneumático em estudo.
Para as simulações computacionais utiliza-se o software MatLab/Simulink e para os
testes experimentais, dispõe-se de uma bancada com um servoposicionador pneumático e um
sistema de instrumentação eletrônica dSPACE, disponível no laboratório de automação da
32
Unijuí, campus Panambi. Na Figura 5 encontram-se ilustrados os componentes que integram a
bancada de testes experimental.
Figura 5: Desenho esquemático da bancada de testes
Fonte: Autoria própria
1.7 Problema Proposto e Organização do Trabalho
A presente dissertação de mestrado propõe um modelo matemático composto por uma
servoválvula direcional e um cilindro pneumático a fim de modelar matematicamente o seu
comportamento dinâmico. Propõe-se através deste trabalho contribuir para a melhoria do
desempenho das aplicações com atuadores pneumáticos, através da identificação do atrito
dinâmico, da implementação e validação experimental de uma bancada de ensaio de estruturas
tipo pórticos para testes de aplicação de força.
33
Este trabalho está organizado em 4 capítulos. O capítulo 2 descreve a modelagem
matemática do atuador pneumático em estudo e apresenta as não linearidades presentes no
sistema. Primeiramente é apresentado um modelo matemático de 3ª ordem e posteriormente o
modelo matemático da servoválvula e do cilindro, assim como a não linearidade de zona
morta, resultando no modelo adotado de 5ª ordem.
Em seguida, no capítulo 3, é apresentada a descrição da bancada utilizada para a
realização dos testes experimentais, a identificação dos parâmetros do atrito, e a determinação
dos demais parâmetros utilizados no modelo apresentados por meio de tabelas. Neste capítulo
apresenta-se os resultados da implementação computacional e da validação do modelo
matemático de 3ª ordem e de 5ª ordem para fins de comparação. Por fim, têm-se os testes
experimentais para aplicação de força de carga.
O capítulo 4 apresenta as conclusões sobre o estudo realizado bem como as
perspectivas de trabalhos futuros.
34
2 MODELAGEM MATEMÁTICA DO ATUADOR PNEUMÁTICO
2.1 Introdução
Modelagem de acordo com dicionário da língua portuguesa significa “molde”, logo
modelagem matemática significa moldar alguma situação que está inserida em outro contexto,
a fim de explicar matematicamente situações que ocorrem no cotidiano.
O ser humano na busca de resolver situações da realidade procura representar ou fazer
uso de representação, ou seja, modelando ou utilizando-se de modelos. Isso nos sugere que a
essência da modelagem está presente em quase todas as atividades humanas desde os tempos
mais primitivos, o que pode contribuir para os avanços científicos.
Araújo (2009) destaca que a Modelagem Matemática pode ser entendida como o uso
de modelos matemáticos para a resolução de problemas reais. Ou seja, significa buscar
representações matemáticas para uma situação real, procurando interpretá-la e entendê-la, na
tentativa de resolver problemas relacionados à situação.
A modelagem matemática é a area do conhecimento que estuda a simulação de
sistemas reais a fim de prever o comportamento dos mesmos, sendo empregada em diversos
campos de estudo, tais como, física, química, biologia, economia e engenharias. Ou seja,
modelagem matemática consiste na tentativa de se descrever matematicamente um fenômeno.
Dessa forma, a modelagem matemática é muito importante para entendimento e
previsão do comportamento dinâmico de atuadores pneumáticos e pode contribuir para a
adequada aplicação e desempenho em sistemas automáticos, principalmente na definição de
estratégias de controle.
Neste capítulo apresenta-se a modelagem matemática que descreve o comportamento
dinâmico do atuador pneumático bem como suas características não lineares. O atuador
pneumático em estudo é composto por uma servoválvula direcional proporcional e um
cilindro de haste simples e dupla ação. O modelo matemático propostos é descrito por um
sistema de equações diferenciais ordinárias de 5ª ordem o qual descreve o servoposicionador
pneumático linear, representado na forma de variáveis de estado. Também será implementado
35
um modelo matemático de 3ª ordem proposto por Bavaresco (2007), para fins de comparação
de resultados.
A Figura 6 mostra o diagrama de blocos esquemático dos principais elementos
incluídos na modelagem matemática utilizados para representar o comportamento dinâmico
do atuador pneumático para o acionamento de uma bancada de ensaio de estruturas,
considerando as principais não linearidades da zona morta, a equação da vazão mássica e a
equação do movimento incluindo o atrito dinâmico.
Figura 6: Desenho esquemático da modelagem da bancada de testes
Fonte: Autoria própria
2.2 Modelo Não Linear de 3ª Ordem.
O modelo matemático proposto nesta seção tem como referência os trabalhos de
Vieira (1998) apud Bavaresco (2007). Este modelo matemático representa de maneira mais
simplificada os atuadores pneumáticos, sendo assim, um ponto de partida para o estudo do
comportamento dinâmico do atuador, facilitando a aplicação de técnicas de controle. Este
modelo pode ser escrito por um sistema de equações representado através de variáveis de
estado:
36
(2.1)
(2.2)
(2.3)
onde é a posição do êmbolo do atuador, é a velocidade, é a
aceleração, e são respectivamente a frequência natural e a taxa de amortecimento do
movimento do sistema, é o ganho de velocidade da malha aberta e é o sinal de controle
em tensão aplicado a servoválvula. O ganho de velocidade em malha aberta pode ser
calculado através da equação (2.4).
(2.4)
sendo a vazão volumétrica normal da válvula, a pressão atmosférica, a pressão de
suprimento e a tensão máxima de entrada na válvula.
A expressão geral para determinação da frequência natural de atuadores lineares é
dado por:
(2.5)
onde M é massa total acoplada do êmbolo do atuador, A é área da seção transversal do
cilindro, e são respectivamente os volumes nas câmaras 1 e 2 e é o fator de
compressibilidade do ar dado por:
(2.6)
onde é a relação entre os calores específicos do ar e a pressão de suprimento.
O volume das câmaras depende da posição do êmbolo do atuador, dessa forma a
expressão para representação da frequência natural em atuadores pneumáticos é descrita pela
seguinte equação não linear:
37
(2.7)
onde e são os volumes mortos nas câmaras 1 e 2 respectivamente.
2.3 Desenvolvimento do Modelo Matemático dos componentes do Atuador Pneumático
O modelo matemático proposto nesta seção apresenta a combinação da dinâmica da
válvula com a dinâmica do cilindro, incluindo o modelo dinâmico do atrito, ou seja, o modelo
Lugre. São apresentados os princípios físicos e as deduções matemáticas para a obtenção de
um modelo não linear mais completo do atuador pneumático.
2.3.1 Não Linearidade da Zona Morta na Válvula
Esta subseção trata da identificação da zona morta em servoválvula proporcionais
direcionais. Estudos realizados por (VALDIERO et al, 2005; SALCEDO, 2010), mostram
que o sistema eletromecânico de controle da válvula apresenta uma largura de banda maior
que a do sistema pneumático. Assim é possível assumir que há uma relação estática entre a
entrada em tensão e a saída em deslocamento do carretel de controle.
Gury (2008) destaca que a zona morta é uma faixa pré-determinada da entrada na qual
a saída permanece inalterada, independente da mudança de direção do sinal de estrada.
Bavaresco (2007) destaca que este tipo de imperfeição é bastante comum em sistemas
mecânicos, principalmente em servoválvulas. A presença da zona morta nas servoválvulas
gera limitações significativas no desempenho de controladores por realimentação,
principalmente no que diz respeito à minimização do erro de posicionamento e de
seguimentos de trajetórias, diante disso, se faz necessário a utilização de metodologias de
identificação e compensação dessa não linearidade. A Figura 7 apresenta o desenho
esquemático do corte da uma servoválvula direcional com seus principais elementos.
38
Figura 7: Desenho em corte de uma servoválvula direcional
Fonte: Bavaresco (2007)
A zona morta é uma relação estática de entrada e saída, em que para uma faixa de
domínio não há resposta, ou seja, a saída é nula. O modelo matemático que descreve as não
linearidades presentes em servoválvulas direcionais é dado por Tao e KaKotovic, o qual
apresentam um modelo genérico, descrito pela equação (2.8):
(2.8)
onde é o limite direito da zona morta, é o limite esquerdo da zona morta, u é o sinal
de entrada, é a inclinação direita da zona morta e a inclinação esquerda da zona
morta. A Figura 8 mostra a representação do trecho de zona morta do sinal de entrada u em
relação ao sinal de saída .
39
Figura 8: Representação gráfica da não linearidade da zona morta
Fonte: Valdiero (2005)
Portanto, para atuadores pneumáticos é importante que a abertura dos orifícios da
servoválvula seja proporcional ao sinal de controle aplicado para que se obtenha um sistema
de controle eficaz. Para que isso ocorra é necessário que seja feita a compensação da zona
morta, através da identificação dos parâmetros por meio de testes experimentais.
2.3.2 Caracterização da Vazão Mássica na Servoválvula
A servoválvula é empregada para controlar o escoamento do ar sob pressão. É através
da servoválvula que se obtêm a vazão mássica a qual é liberada pelos orifícios e coloca em
funcionamento o cilindro, contudo depende da tensão de controle e também das pressões
nas câmaras do cilindro. A vazão mássica de ar esta relacionada a variação de pressão nas
câmaras do cilindro atuador utilizando-se o princípio da conservação de energia, conforme
descrito amplamente na literatura (BOBROW e MCDONELL, 1998; VIEIRA, 1998;
PERONDI, 2002; ENDLER et al., 2009). Contudo, a maior dificuldade encontrada na
literatura é em isolar o sinal , dificultando a aplicação de um controlador não linear que
leva em consideração as características não lineares do sistema.
Com o intuito de facilitar a modelagem matemática da vazão mássica, Endler (2009)
apresentou um equacionamento completo através de curvas de pressão em função do tempo
levantadas experimentalmente, conforme descrito pelas equações (2.9) e (2.10):
40
(2.9)
(2.10)
onde e são funções de sinal dadas por:
(2.11)
(2.12)
onde é a pressão de suprimento, é a pressão atmosférica, e são
coeficientes constantes característicos respectivamente do enchimento e do esvaziamento das
câmaras do cilindro. Estes coeficientes foram levantados experimentalmente por Endler
(2009) o qual serão utilizados para este estudo. A Figura 9 representa graficamente o
comportamento da vazão mássica em um dos orifícios da servoválvula, versus o sinal de
entrada e a diferença das pressões .
Figura 9: Representação gráfica da equação da vazão mássica em função da diferença de
pressão e da tensão de controle em um dos orifícios da servoválvula.
Fonte: Endler (2009)
41
2.3.3 Dinâmica das Pressões nas Câmaras do Cilindro
Utilizando-se das leis da conservação de energia é obtida a formulação do modelo
matemático da dinâmica das pressões. A conservação da energia é empregada para realizar o
balanço energético entre a energia da massa que entra no volume de controle, a potência do
movimento do pistão e a variação da energia interna no volume de controle (Perondi, 2002).
A fim de equacionar a dinâmica das pressões, deve-se assumir algumas hipóteses:
O ar funciona como um gás perfeito;
O sistema é considerado adiabático, ou seja, com trocas de calor desprezíveis
através das paredes do cilindro;
Os processos são reversíveis, caracterizando um comportamento isentrópico para o
sistema;
A Figura 10 ilustra um desenho esquemático do cilindro pneumático com haste
considerado nesta modelagem.
Figura 10: Desenho esquemático em corte de um cilindro pneumático com haste
Fonte: Autoria própria
Para determinação da dinâmica das pressões nas câmaras do cilindro utiliza-se a
equação da continuidade e a equação do movimento da haste, baseando-se no princípio de
conservação de energia, cujo detalhamento poderá ser encontrado em Perondi (2002) e mais
recentemente em Endler (2009). A equação resultante do balanço energético é:
(2.13)
42
onde, T é a temperatura do ar de suprimento, é a vazão mássica na câmara
A do cilindro, é a pressão na câmara A do cilindro, é a relação entre os calores
específicos do ar, onde é o calor específico do ar à pressão constante, é o calor
especifico do ar a volume constante, é o volume na câmara A e R é constante universal dos
gases.
Ponderando, que o volume total da câmara A do cilindro é dado pela soma dos
volumes variáveis da câmara com o seu volume morto, tem-se:
(2.14)
onde A é a área do êmbolo, é o deslocamento do êmbolo e é o volume morto na câmara
A incluindo às tubulações. A taxa de variação deste volume é dada por , onde
é a velocidade do êmbolo.
Sendo assim, derivando a equação (2.13) em relação à e considerando a relação
, tem-se:
(2.15)
Análoga para a pressão na câmara A, tem-se para a câmara B:
(2.16)
2.3.4 Equação do Movimento com Inclusão da Dinâmica do Atrito
O movimento da haste de um cilindro é gerado através das forças aplicadas sobre o
êmbolo do cilindro. De maneira geral quando se trabalha com sistemas que envolvam
movimento é necessário tratar com muito cuidado os resultados procedentes do atrito, pois
este pode causar dificuldades no controle, bem como a degradação do sistema. Sendo assim, a
modelagem das características do atrito e a equação do movimento constituirá o enfoque desta
subseção. Através da Figura 11 ilustra-se as forças atuantes consideradas no cilindro
pneumático em estudo.
43
Figura 11: Desenho esquemático de um cilindro pneumático
Fonte: Autoria própria
Conforme pode-se observar na Figura 11, as forças exercidas no êmbolo são: a força
de atrito Fatr, que ocorre principalmente nas superfícies de contato entre a haste e as vedações,
FL que representa a força de carga e que á força pneumática.
A partir da aplicação da 2ª Lei de Newton, tem-se a determinação da equação de
equilíbrio dinâmico das forças, dada por:
(2.17)
onde M é a massa deslocada composta pelo êmbolo e pela haste do cilindro, é a aceleração
da haste do cilindro pneumático, Fatr é a força de atrito, Fp é a força pneumática, dada pela
diferença de pressão nas câmaras do cilindro, logo:
(2.18)
Assim, pode-se reescrever a equação (2.17) da seguinte forma:
(2.19)
44
O atrito é um aspecto importante de muitos sistemas de controle, tanto para os
mecanismos pneumáticos quanto para sistemas hidráulicos. O atrito é o efeito ocasionado pelo
contato entre duas superfícies que apresenta movimento, comprometendo o controle dos
sistemas pneumáticos, pois apresenta características não lineares e de difícil modelagem
(SOBCZYK, 2009). Em atuadores pneumáticos, a principal fonte de atrito provém do contato
com as vedações do cilindro (Perondi, 2002).
A Figura 12 representa o contato entre duas superfícies com rugosidades que descreve
esta não linearidade envolvendo o atrito. Neste sistema tem-se uma massa deslizando sobre
uma superfície plana, devido a força aplicada sobre a mesma, tendo a ação contrária de
uma força de atrito , apresentado assim, um deslocamento do corpo rígido ( ), que pode
ser decomposto em uma componente elástica ( ) e em outra plástica ( ).
Figura 12: Desenho sistema não linear massa-superfície envolvendo o atrito
Fonte: Ritter (2010)
Atrito é um fenômeno não linear que exibe diversas características não lineares. As
características de atrito são em geral dependentes da velocidade, da temperatura, do sentido
do movimento, da lubrificação e do desgaste entre as superfícies. As características dinâmicas
do atrito são responsáveis por degradações no desempenho do sistema e necessitam serem
observadas para uma adequada compensação e consequentemente diminuição de seus efeitos.
(VALDIERO, 2012).
Dentre esses efeitos pode-se mencionar as principais características dinâmicas do
atrito estático, o atrito de Coulomb, o atrito viscoso ou o atrito de arraste, o atrito de Stribeck,
a memória de atrito e o deslocamento de predeslizamento, que muitas vezes resultam em
45
efeitos danosos ao controle, como os efeitos conhecidos na literatura por adere-desliza (stick-
slip), oscilações em torno da posição desejada (hunting), perda de movimento (standstill) e
erros nas inversões de movimento em dois eixos ortogonais (quadrature glich). O estudo mais
detalhado destas características pode ser encontrado em Valdiero (2005). A combinação das
características do atrito resulta em uma função não linear conforme ilustrado pela Figura 13
que representa a força de atrito versus a velocidade em regime permanente.
Figura 13: Gráfico da combinação das características do atrito em regime permanente
Fonte: Valdiero (2005)
Devido ao fato do atrito ser uma não linearidade presente nos sistemas mecânicos e
por causar dificuldades de controle, surgiram diversos modelos para atender esta demanda,
cada um procurando descrever o atrito de uma maneira mais completa. Mesmo sendo o atrito
um fenômeno bastante estudado por pesquisadores nos últimos anos não se tem um modelo
dinâmico aceito universalmente, no entanto a escolha de um modelo mais adequado que
inclua todas essas características se dá ao conhecido modelo LuGre, proposto por Canudas de
Wit et al. (1995). Este modelo está fundamentado no entendimento do mecanismo
microscópico do fenômeno do atrito. Neste nível, as superfícies são muito irregulares e seu
contato se dá através de rugosidades o que dificulta o deslizamento entre elas. A Figura 14
ilustra este fenômeno.
46
Figura 14: Representação da microdeformação média das rugosidades entre duas superfícies
de contato
Fonte: Miotto (2009)
Esta microdeformação causa uma força de atrito descrita por:
(2.20)
onde o parâmetro representa o coeficiente de rigidez das deformações microscópicas entre
as superfícies de contato, é um estado interno não mensurável que representa a deformação
média entre as superfícies e é o coeficiente de amortecimento associado à taxa de variação
, é o coeficiente de arraste, é a velocidade relativa entre as superfícies e a função sinal
que tem a finalidade de manter a característica do elemento. Sendo que a força de
atrito é composta por três parcelas, a primeira proporcional as médias das deformações ( ),
a segunda proporcional a taxa de variação das deformações a terceira refere-se ao atrito
de arraste o qual é causado pela resistência ao movimento de um corpo através de um fluído,
sendo proporcional ao quadrado da velocidade e muitas vezes decorrente de um escoamento
turbulento.
(2.21)
Em contrapartida, o atrito viscoso, é linearmente proporcional a velocidade e
corresponde a uma situação de boa lubrificação, porém a resposta do sistema com este atrito
foi insatisfatória, o qual não foi utilizado na modelagem. A Figura 15 e equação (2.22)
descrevem suas características:
(2.22)
47
onde B é o coeficiente de amortecimento viscoso.
Figura 15: Características de atrito viscoso (a) e de arraste (b)
Fonte: Valdirero (2005)
A dinâmica das microdeformações denotada pela variável não mensurável é
modelada através da seguinte equação:
(2.23)
onde representa uma função positiva que descreve parte das características do atrito
em regime permanente, descrita por:
(2.24)
onde é o atrito de Coulomb, é o atrito estático e é a velocidade de Stribeck .
De acordo com Dupont et al. (2000), a função foi incorporada ao modelo
Lugre e é empregada para obter a representação do atrito estático em velocidades baixíssimas.
Sendo que esta função é definida por:
48
zyse
yzzse
yzzzse
zzse
zyz
zyzz
senyz
ba
ba
ba
ba
sgnsgn,
)(,
,0
,1
,12
12
2
10
0
,
max
max
max
max
(2.25)
(2.26)
onde é o deslocamento de força de quebra, de modo que para todo o movimento
na interface de atrito é composto apenas de comportamentos elásticos, e é o valor
máximo das microdeformações e depende da velocidade.
Deste modo, ao considerar a dinâmica das microdeformações, onde se encontra
modelada na equação (2.23), pode-se ressaltar que, em regime permanente, a velocidade é
constante, e tem-se . Entretanto, pode-se aproximar o desvio por meio da
seguinte equação:
(2.27)
Assim, substituindo-se a equação (2.27) na equação (2.23), obtêm-se então a equação
(2.28), onde esta representa a força de atrito em regime permanente para movimentos com
velocidades constantes:
(2.28)
Esta equação será de fundamental importância para a identificação dos parâmetros
estáticos de atrito ( , , , ).
49
2.4 Modelo Matemático Não Linear de 5ª Ordem
O modelo matemático proposto é descrito por um sistema de equações diferenciais
ordinárias de 5ª ordem o qual descreve o servoposicionador pneumático linear, representado
na forma de variáveis de estado. Este modelo é descrito pelas equações apresentadas na
subseção 2.3, considerando , , , e , tem-se
(2.29)
(2.30)
(2.31)
(2.32)
(2.33)
onde é a posição do êmbolo, é a velocidade, e as pressões na câmaras A1 e A2 do
cilindro, e é a dinâmica das microdeformações, Fatr a força de atrito, qma e qmb são as
vazões mássicas nas câmaras A e B do cilindro, A é a área do cilindro, Va0 e Vb0 os volumes
das câmaras A e B, respectivamente, T é a temperatura do ar de suprimento, R é a constante
universal dos gases, e é a relação entre os calores específicos do ar.
2.5 Discussões
Este capítulo apresentou a modelagem matemática das principais características não
lineares do atuador pneumático para o acionamento de uma bancada para ensaios de
estruturas. A combinação das diversas não linearidades presentes neste sistema resultou em
um modelo matemático de 5ª ordem que representa o comportamento dinâmico do atuador em
estudo. Este modelo considera a não linearidade da dinâmica das pressões, zona morta, a
vazão nos orifícios da servovávula e a dinâmica do movimento que inclui o atrito dinâmico.
A modelagem matemática apresentada neste capítulo torna-se necessária para a
implementação, simulação computacional e análise do comportamento dinâmico do sistema
pneumático.
50
3 SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL E VALIDAÇÃO EXPERIMENTAL
3.1 Introdução
Este capítulo descreve a simulação computacional e validação do modelo matemático
não linear de 3ª ordem, bem como do modelo adotado de 5ª ordem proposto no capítulo 2,
para fins de comparação dos resultados. Apresenta-se também as simulações experimentais da
bancada de ensaio de estruturas para aplicação de força de carga.
As simulações computacionais apresentadas são realizadas no software
Matlab/Simulink e na solução das equações teve como método numérico Runge Kutta. Os
parâmetros utilizados nas simulações numéricas foram identificados através de testes
experimentais realizados no Núcleo de Inovação em Máquinas Automáticas e Sistemas
(NIMASS).
3.2 Descrição da Bancada de testes do Atuador Pneumático
A estrutura geral da bancada é composta pelos seguintes elementos: sistema de
aquisição de dados, unidade de condicionamento de ar, válvula reguladora de pressão, cilindro
pneumático e transdutores de pressão e posição. A Figura 16 ilustra os componentes da
bancada experimental.
51
Figura 16: Bancada de aquisição de dados experimentais
Fonte: Autoria própria
O sistema de aquisição de dados envolve os seguintes componentes: um
microcomputador, uma placa dSPACE1104 que utiliza a integração dos softwares
MatLab/Simulink e ControlDesk, responsáveis pela captura dos dados da bancada
experimental, para que em seguida sejam analisados e comparados com os dados obtidos nas
simulações computacionais pois, permite a construção de uma interface gráfica para controle
e manipulação de um conjunto de parâmetros em tempo real e por um conector de sinais da
placa dSPACE.
A Figura 17 mostra a fotografia do conector de sinais da placa dSPACE utilizada neste
trabalho.
52
Figura 17: Fotografia conector de sinais da placa dSPACE
Fonte: Autoria própria
Este componente é um conector de sinais da placa dSPACE, composta de oito
conversores analógico-digital (entrada ADC) e oito conversores digital-analógico (saída
DAC), onde se faz a conexão dos cabos de comunicação dos sensores que transmitem o sinal
até a placa instalada no microcomputador.
Os dados capturados experimentalmente podem ser visualizados através da interface
criada no programa ControlDesk para gerenciamento dos dados, que permite analisar em
tempo real as tarefas de controle e manipulação dos resultados obtidos através do aplicativo
Matlab/Simulink. Através da Figura18 pode-se observar o layout gerado pelo software
ControlDesk.
Figura 18: Interface do programa ControlDesk
Fonte: Autoria própria
53
Para a alimentação dos componemtes com corrente contínua, utilizou-se uma fonte de
tensão contínua da marca HP 6543A, que permite controlar os sinais máximos que podem ser
enviados a servoválvula afim de evitar danos aos equipamentos. Para esta fonte HP 6543A,
foram reguladas voltagem máxima de 24 volts e corrente de 1 Ampére, conforme mostra a
Figura19:
Figura 19: Fonte HP 6543A para alimentação da vávula proporcional
Fonte: Autoria própria
A unidade de conservação utilizada no trabalho tem a finalidade de purificar o ar
comprimido e ajustar a uma pressão constante do ar antes de ser conectado a servoválvula
proporcional. A filtragem do ar é indispensável, pois elimina impurezas da tubulação,
partículas de óxido e água condensada antes de chegar a servoválvula. Dessa forma, a unidade
de conservação aumenta consideravelmente a segurança de funcionamento dos equipamentos
pneumáticos. A Figura 20 mostra a unidade de condicionamento de ar.
54
Figura 20: Unidade de conservação de ar
Fonte: Autoria propria
Para medir a pressão nas câmaras do cilindro atuador foram utilizados três
transdutores de pressão, cada um acoplado a uma câmara do cilindro e a entrada da
servovalvula direcional. Estes trandutores são responsáveis pela captura e controle das
pressões nas câmaras A e B. Tais sensores estão representados na Figura 21:
Figura 21: Transdutores de pressão
Fonte: Autoria própria
A servoválvula proporcional utilizada neste trabalho, conforme expressa na Figura 22,
tem a finalidade de regular as vazões de pressurização e/ou exaustão nas câmaras do cilindro
de forma proporcional ao sinal de controle aplicado, de modo que a diferença de pressão
necessária ao movimento desejado seja suprida ao êmbolo. O deslocamento do carretel da
servoválvula é provocado por uma tensão aplicada no solenoide, assim, o carretel da
55
servoválvula é deslocado em um sentido, uma das câmaras do cilindro é conectada a pressão
de suprimento e a outra à pressão atmosférica.
Figura 22: Fotografia da servoválvula pneumática
Fonte: Autoria própria
O atuador pneumático utilizado nesta bancada consiste de um cilindro pneumático de
dupla ação e haste simples, conforme demonstrado na Figura 23. O cilindro é responsável
pelo posicionamento da carga acoplada ao êmbolo em função das diferenças entre as pressões
geradas no interior das câmaras do cilindro.
Figura 23: Cilindro pneumático de haste simples e dupla ação
Fonte: Autoria própria
56
Para obter os dados experimentais sobre o deslocamento da bancada é utilizado um
transdutor de posição, conforme mostrado na Figura 24. O transdutor de posição é um
equipamento que converte variações de movimento em um sinal de saída do tipo elétrico. Os
transdutores detectam a posição medida pelo princípio magnetostritivo e sem contato. Isto faz
com que sejam absolutamente isentos de desgaste ou necessidade de manutenção. Além do
sinal absoluto de saída, oferecem alta resolução, repetibilidade e linearidade, assim como
imunidade a choques, vibrações e contaminação.
Figura 24: Transdutor de posição
Fonte: Autoria própria
Na Tabela 1 estão descritas as especificações técnicas dos principais componenetes
utilizados na bancada experimental, bem como seus fabricantes.
57
Tabela 1 - Principais componentes da bancada experimental
Descrição do
Componente
Fabricante Código Especificações Precisão
Servoválvula de
Controle Direcional
Festo
MPYE-5-1/8-
HF-010B
5 vias e 3 posições
Vazão = 700l/min
-
Cilindro Pneumático
Festo
DCN-100-500-
PPV
Curso = 0,5 m
-
Unidade de
Conservação
Festo
LFR-D 5M-
MIDI
C143
0,5....7 bar
Vazão máxima de
160 l/min
-
Sensor de Pressão
Festo
SDE1-D10-G2-
R18-C-PU-M8
Faixa de medição
0...10 bar
4%
Sensor de Posição
Balluff
BTL6-A110-
M0200-A1-
S115
Curso = 0,5m
20 μm
3.3 Identificação das Características Não Lineares do Atrito
Com o objetivo de se obter resultados confiáveis tanto nos experimentos de validação
do modelo descrito no capítulo 2, quanto nas simulações computacionais, foi realizada a
identificação das características do atrito. Os parâmetros a serem identificados são o atrito
estático ( , o atrito Coulomb ( , a velocidade de Stribeck ( o atrito viscoso e de arraste
( ).
A identificação das características do atrito baseia-se na análise do Mapa Estático do
Atrito, que é obtido através de diversos experimentos variando as velocidades de trabalho do
sistema. Os experimentos para composição do mapa foram realizados em malha aberta,
variando o sinal de controle de abertura da válvula de velocidades baixas até a máxima
velocidade de trabalho do sistema. Para cada experimento realizado foi capturado uma faixa
de tempo onde a velocidade é constante, pois para velocidades constantes a aceleração é nula
e a força de atrito iguala-se a força produzida pelas diferença das pressões nas câmaras do
cilindro, conforme mostrado na equação (3.1).
(3.1)
58
Os gráficos a seguir representam a trajetória de um experimento com sinal de controle
de 3,9 volts em que a velocidade do sistema é constante. A Figura 25 ilustra o trecho em que a
velocidade permanece constante para um sinal de controle de 3,9 volts.
Figura 25: Análise da velocidade constante para a identificação do atrito.
Aproximando a posição em função do tempo selecionado, obtem-se o trecho em que a
aceleração é nula, podendo ser verificado na Figura 26.
Figura 26: Trecho de posição com aceleração aproximadamente nula.
Sendo assim, para o experimento de 3,9 volts, tem-se o trecho de tempo compreendido
entre 5,8 e 6,2 segundos.
0 2 4 6 8 10 12
-0.2
-0.1
0
0.1
0.2
Posiç
ão y
(m
)
0 2 4 6 8 10 12
0
2
4
6
8
Pre
ssões (
bar)
0 2 4 6 8 10 12
0
2000
4000
6000
Forç
a P
neum
ática (
N)
Tempo (s)
5.8 5.85 5.9 5.95 6 6.05 6.1 6.15 6.2
-0.08
-0.06
-0.04
-0.02
Tempo (s)
Posiç
ão y
(m
)
59
Dessa forma, a força de atrito é dada pela equação (2.28) e os quatro parâmetros do
atrito podem ser obtidos através dos dados experimentais demonstrados na Tabela 2 e Tabela
3, que representam as forças de atrito positivas e negativas.
Para a aquisição dos valores mostrados nas tabelas, foram analisadas as trajetórias de
cada experimento, buscando-se o trecho em que a velocidade é constante a fim de anular a
aceleração o obter a força de atrito.
Tabela 2 - Experimentos realizados com voltagens positivas
Teste de Atrito
Nº
Sinal de Controle
(volts)
Velocidade
(m/s)
Força de Atrito
(N)
1 0,5 0,001334535 274,909607
2 0,9 0,00802991 249,4022517
3 1,1 0,016537676 279,5664209
4 1,3 0,027429618 297,9800932
5 1,5 0,040731635 312,6093757
6 1,7 0,051533903 379,6259083
7 1,9 0,06086434 408,6164971
8 2,1 0,071011223 450,8288985
9 2,3 0,081250117 484,1693018
10 2,7 0,098998429 558,8968088
11 2,9 0,106709977 587,9018216
12 3,1 0,111445043 609,3383071
13 3,3 0,124804514 714,8087554
14 3,5 0,130955812 810,930432
15 3,7 0,134072459 860,62166
16 3,9 0,138579108 916,378193
17 4,9 0,159548005 1081,517122
18 5,6 0,167444039 1161,004937
19 7,1 0,175175597 1324,642712
60
Tabela 3 - Experimentos realizados com voltagens negativas
Teste de Atrito
Nº
Sinal de Controle
(volts)
Velocidade
(m/s)
Força de Atrito
(N)
1 -1 -0,008124543 -125,9813921
2 -1,2 -0,014226819 -89,01735832
3 -1,4 -0,024192002 -119,7000057
4 -1,6 -0,034472637 -146,7878987
5 -1,8 -0,047157304 -213,7659354
6 -2 -0,062250696 -296,3268697
7 -2,2 -0,069284237 -319,0715713
8 -2,4 -0,079750259 -372,3462682
9 -2,6 -0,078121587 -381,2743581
10 -2,8 -0,102363039 -506,936613
11 -3,2 -0,118085214 -610,6950769
12 -3,4 -0,120461404 -646,0578189
13 -3,6 -0,131219446 -703,1436531
14 -3,8 -0,136417104 -749,957437
15 -4 -0,141224496 -780,1378729
16 -4,2 -0,139663613 -796,118793
17 -4,4 -0,145811031 -864,164812
18 -4,6 -0,148009746 -896,0580399
19 -4,8 -0,154055584 -933,1161717
20 -5 -0,154841276 -964,448126
21 -5,5 -0,15917149 -1021,510002
22 -6,5 -0,169806051 -1118,274342
23 -7 -0,170857905 -1146,498203
24 -8 -0,171184032 -1189,313338
25 -9,5 -0,174008508 -1200,662857
26 -10 -0,177044818 -1289,708973
A partir da aquisição das velocidades e dos valores da força de atrito para cada
experimento realizado, obtem-se o Mapa Estático do Atrito para o atuador pneumático em
estudo, conforme mostra a Figura 27:
61
Figura 27: Mapa Estático do Atrito obtido experimentalmente
A partir do gráfico observa-se que cada ponto representa um experimento realizado,
onde os pontos em azul representam os experimentos com velocidades positivas e os pontos
em vermelho representam os experimentos com velocidades negativas.
Desta forma, é possível ajustar uma curva experimental onde os parâmetros do atrito
podem ser identificados. Para este procedimento utiliza-se o algoritmo nlinfit do MatLab. Os
ajustes resultantes do mapa estático são apresentados na Figura 28.
-0.2 -0.15 -0.1 -0.05 0 0.05 0.1 0.15 0.2-1500
-1000
-500
0
500
1000
1500
Velocidade (m/s)
Forç
a d
e A
trito(N
)
62
Figura 28: Mapa do Atrito estático com ajuste dos parâmetros
Obtidos os parâmetros estáticos, pode-se então estimar os parâmetros dinâmicos e
. Perondi (2002) obteve uma estimativa dos parâmetros dinâmicos utilizando um
equipamento óptico de precisão para as medições dos deslocamentos do embolo de um
cilindro pneumático em regime de predeslizamento e com medição das forças aplicadas, mas
teve os resultados prejudicados devido a existência de vibrações mecânicas transmitidas do
ambiente de trabalho para a bancada. Em virtude disto os parâmetros dinâmicos foram
ajustados por simulações e com valores menores que os obtidos pela medição.
No presente trabalho utilizou-se a metodologia proposta por Valdiero (2005) apud
Miotto (2009), em que o valor do parâmetro dinâmico seja ajustado por meio de
simulações seguindo duas orientações: a ordem das microdeformações na região de pré-
deslizamento sejam valores aceitáveis estando na faixa de 1 a 50 e a viabilidade de
instituição de tempo real de um observador de atrito sem a perda de estabilidade numérica por
limitações do tempo de amostragem. Desta forma, o parâmetro é representado pela
equação (3.2):
(3.2)
-0.2 -0.15 -0.1 -0.05 0 0.05 0.1 0.15 0.2-2000
-1500
-1000
-500
0
500
1000
1500
2000
Experimento
Ajuste
63
O valor do parâmetro dinâmico proporciona o amortecimento adequado ao modelo
de atrito na região de pré-deslizamento e é ajustado de acordo com as condições deduzida por
Barahanov e Ortega (2000) apud Valdiero (2012). Sendo assim, o parâmetro é escrito na
forma da equação (3.3):
(3.3)
Os valores das microdeformações de quebra são consideradas constantes,
delimitam a região que ocorrem as microdeformações elásticas conforme Dupont et al. (2002)
apud Valdiero (2012) e devem satisfazer a condição dada pela equação (3.4).
(3.4)
Na Tabela 4 apresentam-se os valores obtidos para os parâmetros estáticos e
dinâmicos do atrito.
Tabela 4 - Parâmetros estáticos e dinâmicos do atrito no cilindro pneumático
Parâmetros
Força de Atrito Coulomb 230 N 110 N
Força de Atrito Estático 250 N 150 N
Coeficiente de rigidez das deformações
microscópicas
= 5x106 N/m = 2,2x10
6 N/m
Coeficiente de amortecimento = 3,9x105 N.s/m = 9,4x10
4 N.s/m
Coeficiente de arraste = 34202 N.s2/m
2 = 34202 N.s
2/m
2
Velocidade de Stribeck = 0,01 m/s = 0,01 m/s
3.4 Determinação dos parâmetros do atuador pneumático
Os parâmetros utilizados para as simulações numéricas foram obtidos a partir de
consulta a catálogos, medição e através de testes experimentais realizados na bancada de
testes (seção 3.2) da infraestrutura do Núcleo de Inovação em Máquinas Automáticas e Servo
Sistemas (NIMASS).
64
A Tabela 5 apresenta o valor dos parâmetros da equação da vazão mássica na
servoválvula utilizada e da identificação da zona morta, estes parâmetros foram identificados
por Zamberlan (2013). Os parâmetros relacionados às propriedades do ar são apresentados na
Tabela 6 e a Tabela 7 especifica os valores dos parâmetros das não linearidades do cilindro
utilizado.
Tabela 5 - Valores dos parâmetros das não linearidades da servoválvula pneumática utilizada
Descrição do Parâmetro Simbologia Valor Observações
Limite direito da zona morta zmd 0,78 V Obtidos
experimentalmente
conforme Zamberlan
(2013)
Limite esquerdo da zona morta zme 0,78 V
Inclinação direita da zona morta md 1
Inclinação esquerda da zona morta me 1
Coeficiente de vazão para a câmara
enchendo
0,69501x10-8
Obtidos
experimentalmente
conforme Endler (2009)
Coeficiente de vazão para a câmara
esvaziando
0,898105x10-8
Tabela 6 - Valores dos parâmetros relacionados ao fluido ar.
Descrição do Parâmetro Simbologia Valor Observações
Pressão de suprimento 7x105 Medido
Pressão Atmosférica 1x105
Literatura
Constante universal dos gases R 287 Jkg/K
Temperatura do ar T 293
Relação entre os calores específicos
do ar
1,4
Adimensional
65
Tabela 7 - Valores dos parâmetros das não linearidades do cilindro pneumático utilizado
Descrição do Parâmetro Simbologia Valor
Diâmetro do êmbolo D 100x10-3
m
Diâmetro da haste 25x10-3
m
Curso total L 0,5 m
Área do êmbolo 7,9x10-3
Área do êmbolo descontada a
haste
7,4x10-3
Volume na câmara A 1,9958x10-3
Volume na câmera B 1,8723x10-3
Massa acoplada M 6,03 kg
3.5 Implementação Computacional
Nesta seção descreve-se a implementação computacional do modelo matemático não
linear de 3ª ordem e de um modelo mais completo não linear de 5ª ordem, para a bancada de
simulação que descreve o comportamento dinâmico do atuador pneumático, na qual é feita a
comparação dos resultados obtidos.
3.5.1 Diagrama de blocos do modelo de 3ª ordem
O modelo matemático de 3ª ordem do atuador pneumático é implementado na
ferramenta Simulink através de um diagrama de blocos, conforme mostrado na Figura 29,
onde o primeiro bloco representa a entrada do sistema dinâmico, caracterizando um sinal de
controle em malha aberta u.
Este modelo matemático considera a não linearidade da frequência natural que é
gerada quando o volume da câmara do cilindro é muito pequeno, esta dinâmica é muito rápida
resultando em altos valores da frequência natural do cilindro pneumático, ou seja, o sistema
dinâmico torna-se oscilatório e em certas condições até instável. A partir da modelagem
matemática e dos valores dos parâmetros dimensionais do cilindro, pode-se calcular a
frequência natural do cilindro e verificar os limites de uma região central do curso onde ela
66
permanece praticamente constante. Fora desta região e próximo dos finais de curso há um
acréscimo brusco da frequência natural.
Figura 29: Diagrama de blocos do modelo matemático de 3ª ordem.
Para o cálculo da frequência natural do cilindro pneumático de haste simples e dupla
ação utilizou-se a equação (2.7) apresentada detalhadamente na seção (2.2). O gráfico
ilustrado pela Figura 30 representa o comportamento da frequência natural em função da
posição do êmbolo do cilindro.
Figura 30: Gráfico da frequência natural em função da posição
y2 y1y3
1
s
velocidade
uzm
sinal de controle1
u
sinal de controle
y
resposta
1
s
posição
wn
frequencia natural
1
s
aceleração
((2*gama*ps)/(3*M)*(A1^2/(VA0+A1*u)+A2^2/(VB0-A2*u)))^0.5
Wn
Dead Zone
4.1
Constant
kq
u^2
2*epson
-0.25 -0.2 -0.15 -0.1 -0.05 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.250
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
Posição y(m)
Fre
quência
Natu
ral (r
ad/s
)
67
A partir da análise do gráfico verifica-se que este cilindro não trabalha com altos
valores de frequência natural, visto que na região das extremidades do curso do cilindro a
frequência natural é maior do que na região central.
3.5.2 Diagrama de blocos do modelo de 5ª ordem
O diagrama de blocos representado na Figura 31 resulta da implementação das
equações (2.29), (2.30), (2.31), (2.32) e (2.33) que compõem o modelo matemático de 5ª
ordem do atuador adotado. Sendo que o primeiro bloco representa o sinal de controle em
malha aberta u e o segundo bloco representa a não linearidade da zona Morta. Este diagrama
possui também um subsistema que representa a Equação da Vazão da servoválvula, um
subsistema que representa a Dinâmica das Pressões e por fim um subsistema que representa a
Equação do Movimento do Cilindro.
Figura 31: Diagrama de blocos do modelo matemático de 5ª ordem
A equação da vazão mássica da servoválvula baseia-se nas equações (2.9) e (2.10),
representada através do diagrama de blocos conforme Figura 32. Este possui com entrada o
sinal de saída da não linearidade da zona morta, e possui realimentação das pressões nas
câmaras A e B do cilindro, que resulta no acoplamento dinâmico da válvula com a equação da
continuidade nas câmaras do cilindro. As varáveis de saída deste subsistema são e .
A Figura 32 representa as equações da vazão na câmara A e B do cilindro.
Zona MortaStep
Fp
y
dy
Equação do
Movimento
do Cilindro
pa
pb
UT
qma
qmb
Equação da Vazão
Mássica da servoválvula
qma
qmb
y
dy
pa
pb
Fp
Dinâmica das Pressões
68
Figura 32: Diagrama de blocos da equação da vazão
Partindo da Equação da Continuidade, obtêm-se a Dinâmica das Pressões que
representa a variação das pressões nas câmaras do cilindro em relação a posição e velocidade
do êmbolo em função do tempo, proveniente do subsistema mecânico, resultando em um
acoplamento dinâmico. As condições iniciais de posição e velocidade são obtidas a partir dos
testes experimentais. As variáveis de saída deste subsistema são as pressões nas câmaras do
cilindro, e , as quais devem ser informadas inicialmente para que a simulação numérica
apresente resultados adequados de previsão do comportamento dinâmico, e , a força
pneumática é resultante da diferença do produto entre as áreas e pressões das câmaras A e B
do cilindro. A Figura 33 apresenta o diagrama de blocos da dinâmica das pressões.
2
qmb
1
qma
ps-pb
ps-pa
ps
pressão suprimento
patm
pressão atmosférica
pb-patm
pa-patm
beta_esv
coeficiente esvaziamento
camara
beta_ench
coeficiente enchimento
camara
g2
To Workspace1
g1
To Workspace
Switch2
Switch
Product5
Product4
Product3
Product2
Product1
Product
-1
Gain
atan(2*u)
Fcn1
3
UT
2
pb
1
pa
69
Figura 33: Diagrama de blocos da dinâmica das pressões
A Figura 34 representa a dinâmica do movimento do atuador pneumático, resultante
do somatório das forças aplicadas ao êmbolo do cilindro, incluindo a dinâmica do atrito. Este
subsistema tem como entrada a força pneumática e como saída a velocidade e a posição.
Figura 34: Diagrama de blocos da Equação do Movimento
dpb
dpa
3
Fp
2 pb
1
pa
A2
Área2
A1
Área1
A1
Área do Êmbolo
A2
Área do lado da haste
dpb To Workspace5
dpa To Workspace4
Product3
Product2
Product1
Product
1
s
Integrator1
1
s
Integrator
R*T
Gain1
R*T
Gain
(Vb0-(A2*u))
Fcn3
(Va0+(A1*u))
Fcn2
gama/u
Fcn1
gama/u
Fcn
Add1
Add
(A1.pa-A2.pb)4
dy
3
y
2
qmb
1
qma
ydyd2y
2
dy
1
y
dyFatr
dinâmica do atrito
d2y To Workspace3
1
s
Integrator1
1
s
Integrator
1/M
Gain(A1.pa-A2.pb)-Fatr.dy
1
Fp
70
O subsistema da dinâmica do atrito é composto por três outros subsistemas
demonstrados na Figura 35, 36, 37. Estes diagramas representam as equações mencionadas
detalhadamente na seção 2.3.4.
Figura 35: Diagrama de blocos da Dinâmica do Atrito
Figura 36: Diagrama de blocos ds Dinâmica das Microdeformações
1
Fatr
u(1)^2
dy^2
alf a(z,dy )
dy
gss
dz
z
dinâmica da
microdeformação z
dy
gss
z
alf a(z,dy )
alfa(z,dy)
Sign(dy)Product
sigma0
Gain4
sigma2
Gain3
sigma1
Gain2
Add
1
dy
y' z' z
1/gss
3
z
2
dz
1
gss
v elocidadegss
atrito em regime permanente
Subtract1
Product
1
s
Integrator2
sigma0
Gain2
Divide
|u|
Abs
2
dy
1
alfa(z,dy)
71
Figura 37: Atrito em Regime Permanente
Figura 38: Diagrama de blocos do subsistema da dinâmica da função alfa do modelo Lugre.
3.5.3 Diagrama de blocos para uma estratégia de força
A Figura 30 representa o diagrama de blocos para as equações das vazões mássicas
para uma estratégia de força, tendo como entrada o vetor das pressões de suprimento e como
sinal de saída a força pneumática.
1
gss
Fc+((Fs-Fc)*exp(-(u(1)/dys)^2))
características do atrito em regime permanente
1
velocidade
1
alfa(z,dy)
|z|-|zmax|
|u|
|z|
|u|
|zmax|
0
zero
0.9zba=90% de zmax
zba-|z|
1
um
sign(dy)*sign(z)
sigma0
sigma0
u(1)/u(2)
gss/sigma0
0
Zero
alfa
Sign(z)
Sign(dy)
-1
Gain
>=0
>= 0
1/2*sin(pi*(u(2)-((u(1)+u(3))/2))/(u(1)-u(3)))+1/2
0<0.5sin(pi*(z-((zmax+zba)/2))/(zmax-zba))+0.5<1
>=0
3
z
2
gss
1
dy
72
Figura 39: Diagrama de blocos da equação da vazão com a inclusão do vetor das pressões de
suprimento.
3.6 Resultados de Validação Experimental
Para as simulações numérica utilizou-se o software MatLab, o qual integra ferramentas
de análise numérica, processamento de dados e geração de gráficos. Como extensão do
MatLab tem-se o Simulink, que possui uma interface gráfica para construir modelos como
diagramas de blocos, através do qual pode-se expressar o modelo matemático não linear, além
de uma vasta biblioteca de blocos pré-definidos, na forma de diagrama de blocos.
Para a resolução do sistema de equações diferenciais foi utilizado o método de
integração Runge-Kutta com o passo de 0,001 segundos. A metodologia dos testes
experimentais consistiu em posicionar o êmbolo do cilindro nas extremidades do curso
(posição recuado y = -0,25m e posição avançado y = 0,25m) aplicar um sinal de controle em
degrau que possibilita a análise do comportamento das variáveis de estado do atuador
pneumático em diferentes partidas.
2
qmb
1
qma
ps-pb
ps-pa
ps
pressão suprimento
patm
pressão atmosférica
pb-patm
pa-patm
beta_esv
coeficiente esvaziamento
camara
beta_ench
coeficiente enchimento
camara
vetorpse
To Workspace2
g2
To Workspace1
g1
To Workspace
Terminator
Switch2
Switch
Product5
Product4
Product3
Product2
Product1
Product
-1
Gain
pse
From
Workspace
atan(2*u)
Fcn1
3
UT
2
pb
1
pa
73
3.6.1 Validação Experimental do Modelo de 3ª Ordem e do Modelo de 5ª Ordem
Nesta seção apresenta-se a comparação entre a simulação numérica e os resultados
experimentais para o movimento de avanço do cilindro, validando o modelo matemático de 3ª
ordem e de 5ª ordem, para fins de comparação de resultados.
Para as simulações computacionais foram utilizadas as condições iniciais das pressões
e da posição do cilindro dos testes experimentais adotados. A Figura 40 apresenta o sinal de
controle em degrau de 4,1 volts aplicado no teste experimental.
Figura 40: Gráfico do sinal de controle no teste experimental com entrada de 4,1 volts.
A Figura 41 mostra a dinâmica das pressões nas câmaras do cilindro.
0 2 4 6 8 10 120
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
Tempo (s)
Sin
al de C
ontr
ole
(bar)
74
Figura 41: Gráfico do comportamento das pressões com sinal de controle de 4,1 volts no teste
experimental.
A partir das pressões iniciais experimentais obteve-se as condições iniciais para a
simulação e desta forma pode-se comparar o comportamento do modelo matemático com os
resultados da bancada, em especial a posição. A Figura 42 apresenta a validação para o
movimento de avanço do cilindro com sinal de entrada de 4,1 volts.
0 2 4 6 8 10 120
1
2
3
4
5
6
7
8
Tempo (s)
Pre
ssões (
bar)
pa(bar)
pb(bar)
ps(bar)
75
Figura 42: Gráfico comparativo do teste experimental com a simulação computacional do
modelo de 3ª Ordem para o movimento de avanço
Apresenta-se a seguir a validação do modelo matemático adotado de 5ª ordem para o
movimento de avanço do cilindro. Para a validação deste modelo utilizou-se um sinal de
controle de 4,1 volts para o avanço, conforme mostrado na Figura 40. Também foram
estimadas a pressões iniciais para as simulações numéricas computacionais, a fim de obter a
validação do modelo matemático adotado. A Figura 41 ilustra o comportamento das pressões
para o experimento realizado.
A Figura 43 apresenta a validação para o movimento de avanço do cilindro com sinal
de entrada de 4,1 volts.
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.40.11
0.12
0.13
0.14
0.15
0.16
0.17
0.18
Tempo(s)
Posiç
ão y
(m)
Simulação
Experimental
76
Figura 43: Gráfico comparativo do teste experimental com a simulação computacional do
modelo de 5ª Ordem para o movimento de avanço
Analisando a validação dos modelos implementados é possível verificar que existe um
atraso na partida do modelo de 3ª ordem em relação ao modelo de 5ª ordem, ficando
evidenciado que o modelo não linear de 5ª ordem apresenta melhores resultados.
3.7 Teste Experimental de uma Estratégia para Aplicação de Forças
Esta seção apresenta os resultados dos testes experimentais realizados na bancada de
testes para estruturas com aplicação de força. A metodologia adotada para os testes
experimentais consistiu primeiramente em centrar o êmbolo do cilindro na posição y = 0 em
malha fechada, com pressão de suprimento igual a 0,5 bar. A partir do cilindro centrado
realizaram-se os testes para força de carga, sendo que o procedimento para estes testes
consistiu em abrir toda a válvula no sentido de recuo, u = -10 volts, e variar a pressão de
suprimento em malha aberta, e assim realizar a aquisição das variáveis, tempo, posição,
pressões e força pneumática.
O principal objetivo dos testes experimentais realizados é verificar qual a força
máxima de carga suportada pela estrutura adotada, para isso foram realizados vários testes
variando a pressão de suprimento desde a mais baixa até a mais alta suportada pelo sistema.
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.40.11
0.12
0.13
0.14
0.15
0.16
0.17
0.18
Tempo (s)
Posiç
ão y
(m
)
Simulação
Experimental
77
A Figura 44 apresenta os gráficos que ilustram o momento em que o êmbolo está
sendo centrado considerando um pequeno erro resultante da força de atrito.
Figura 44: Gráfico representativo do momento em que do cilindro é centrado
O teste experimental mostrado a seguir foi realizado com uma pressão de suprimento
regulada em 1,1 bar. A Figura 45 ilustra a variação de pressão de suprimento. A Figura 46
ilustra a força pneumática exercida e a Figura 47 ilustra a posição do atuador para dada força
pneumática.
60 70 80 90 100 110 120-10
-5
0
5
Sin
al de C
ontr
ole
u (V)
60 70 80 90 100 110 1200
1
2
3
Pre
ssões
pa(bar)
pb(bar)
ps(bar)
60 70 80 90 100 110 120
-0.2
0
0.2
Posiç
ão y
(m
)
Tempo(s)
78
Figura 45: Dinâmica das pressões com pressão de suprimento regulada em 1,1 bar
Figura 46: Força pneumática gerada a partir da pressão de suprimento de 1,1 bar
0 10 20 30 40 50 60 70 800
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
Tempo (s)
Pre
ssões(b
ar)
pa(bar)
pb(bar)
ps(bar)
0 10 20 30 40 50 60 70 80-800
-750
-700
-650
-600
-550
-500
-450
-400
-350
Tempo (s)
Forç
a P
neum
ática(N
)
79
Figura 47: Posição do êmbolo para a força pneumática exercida
A seguir têm-se os gráficos para o teste experimental com pressão de suprimento
regulada em 1,5 bar. A Figura 48 mostra o momento em que a pressão de suprimento foi
regulada a partir de 1,1 bar até a pressão desejada de 1,5 bar. A Figura 49 mostra a força
pneumática exercida. A Figura 48 mostra a posição do êmbolo para uma a força pneumática
exercida.
0 10 20 30 40 50 60 70 80-0.045
-0.04
-0.035
-0.03
-0.025
-0.02
-0.015P
osiç
ão y
(m
)
Tempo(s)
80
Figura 48: Dinâmica das pressões com pressão de suprimento regulada em 1,5 bar
Figura 49: Força pneumática gerada a partir da pressão de suprimento de 1,5 bar
0 10 20 30 40 50 60 70 800
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
1.6
Tempo (s)
Pre
ssões (
bar)
pa(bar)
pb(bar)
ps(bar)
0 10 20 30 40 50 60 70 80-1100
-1050
-1000
-950
-900
-850
-800
-750
-700
Tempo (s)
Forç
a P
neum
ática (
N)
81
Figura 50: Posição do êmbolo para a força pneumática exercida
Em seguida foi realizado o teste experimental com pressão de suprimento regulada em
2,05 bar. Os gráficos a seguir ilustram o momento em a estrutura não resiste a força de carga
exercida e quebra. A Figura 51 mostra o momento em que a pressão de suprimento foi
regulada em de 2,05 bar.
0 10 20 30 40 50 60 70 80-0.065
-0.06
-0.055
-0.05
-0.045
-0.04
-0.035P
osiç
ão y
(m
)
Tempo (s)
82
Figura 51: Dinâmica das pressões com pressão de suprimento regulada em 2,05 bar
A Figura 52 mostra a força pneumática exercida e a Figura 53 mostra a posição do
êmbolo no momento da quebra da estrutura de madeira.
Figura 52: Força pneumática gerada a partir da pressão de suprimento de 2,05 bar
0 10 20 30 40 50 60 700
0.5
1
1.5
2
2.5
Tempo (s)
Pre
ssões (
bar)
pa(bar)
pb(bar)
ps(bar)
0 10 20 30 40 50 60 70-1600
-1500
-1400
-1300
-1200
-1100
-1000
-900
-800
-700
-600
Tempo (s)
Forç
a P
neum
ática (
N)
Quebra
83
Figura 53: Posição do êmbolo para a força pneumática exercida
Analisando os gráficos acima pode-se verificar que a estrutura de madeira resistiu a
uma força pneumática de aproximadamente 1440 N.
A partir dos dados coleta através dos testes experimentais de aplicação de força de
carga foi possível traçar uma reta com os pontos obtidos e dessa forma encontrar a constante
elástica de rigidez da estrutura. A Tabela 8 apresenta os pontos considerados nos testes
experimentais.
Tabela 8 – Valores obtidos experimentalmente da força pneumática em função da deformação
da estrutura
Testes Experimentais Força Pneumática (N) Deformação da estrutura (m)
Teste 1 -407 -0,015
Teste 2 -740 -0,04
Teste 3 -1070 -0,06
A Figura 54 mostra o gráfico da força pneumática em função da deformação da
estrutura durante o teste de ensaio da estrutura de madeira.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90-0.25
-0.2
-0.15
-0.1
-0.05
0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
Posiç
ão y
(m
)
Tempo (s)
84
Figura 54: Gráfico da força pneumática em função da deformação vertical da estrutura
A partir deste gráfico pode-se estimar o coeficiente de rigidez da estrutura, Ke =
14744,26 N/m. Para a validação do modelo escolheu-se o experimento em que a pressão de
suprimento foi regulada em 1,1 bar. A Figura 55 mostra o gráfico experimental da dinâmica
das pressões nas câmaras A e B do cilindro pneumático.
-0.08 -0.07 -0.06 -0.05 -0.04 -0.03 -0.02 -0.01 0-1400
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
Deformação Medida (m)
Forç
a E
stim
ada (
N)
Teste
Ajuste
ke
85
Figura 55: Gráfico do comportamento das pressões no teste experimental
A Figura 56 mostra o gráfico teórico do comportamento das pressões nas câmaras do
cilindro.
Figura 56: Gráfico teórico do comportamento da dinâmica das pressões
0 5 10 15 20 25 30 35 400
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
Tempo (s)
Pre
ssões (
bar)
ps (bar)
pa (bar)
pb (bar)
0 5 10 15 20 25 30 35 400
2
4
6
8
10
12x 10
4
Tempo (s)
Pre
ssões (
bar)
ps (bar)
pa (bar)
pb (bar)
86
A Figura 57 representa o gráfico experimental da força pneumática em função do
tempo.
Figura 57: Gráfico experimental da força pneumática em função do tempo
A Figura 58 mostra o gráfico teórico da força pneumática em função do tempo, sendo
que para esta simulação utilizou-se um vetor de pressões de suprimento, conforme mostrado
no diagrama de blocos na seção (3.5.3).
Figura 58: Gráfico teórico da função pneumática em função do tempo
0 5 10 15 20 25 30 35 40-750
-700
-650
-600
-550
-500
-450
-400
-350
Tempo(s)
Forç
a P
neum
ática (
N)
0 5 10 15 20 25 30 35 40-850
-800
-750
-700
-650
-600
-550
-500
-450
-400
Tempo(s)
Forç
a P
neum
ática (
N)
87
A Figura 59: representa a validação do modelo matemático da força pneumática em
função do tempo.
Figura 59: Gráfico comparativo do teste experimental com a simulação computacional da
força pneumática em função do tempo.
Os resultados experimentais e computacionais mostraram uma boa aproximação,
porém percebe-se que a uma diferença entre o gráfico experimental e computacional que deve
ser considerada, decorrente do comportamento da dinâmica das pressões e do atrito dinâmico.
3.8 Discussões
Neste capítulo foram apresentados os resultados das simulações computacionais e
experimentais. Inicialmente foi descrita a bancada de aquisição de dados, bem como seus
principais componentes. Em seguida foi realizada a identificação do atrito por meio de testes
experimentais, ajustados através do algoritmo nlinfit do software Matlab.
Apresentaram-se, também a partir de tabelas, os valores medidos e calculados dos
parâmetros do modelo utilizados para as simulações numéricas, assim como os demais
parâmetros identificados experimentalmente.
0 5 10 15 20 25 30 35 40-850
-800
-750
-700
-650
-600
-550
-500
-450
-400
-350
Tempo (s)
Forç
a P
neum
ática (
N)
Simulação
Experimental
88
A seguir foi descrita a implementação computacional do modelo matemático de 3ª
ordem, bem como o modelo matemático adotado de 5ª ordem, através da ferramenta
Matlab/Simulink por meio de diagramas de blocos. Tem-se então a validação do modelo
matemático de 3ª ordem e de 5ª ordem, bem como a comparação dos resultados obtidos. Os
resultados obtidos da validação experimental do modelo adotado ilustram a sua eficiência.
Por fim foi apresentada a validação dos testes experimentais em malha aberta, da
bancada de ensaio de estruturas para aplicação de força, onde os resultados mostraram
adequados ao modelo adotado, porém existe uma diferença de ajuste que deve ser
considerada, provavelmente decorrente do comportamento da dinâmica das pressões e do
atrito dinâmico.
89
CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS FUTURAS
Esta dissertação tratou da modelagem matemática e identificação do atrito dinâmico
do atuador pneumático de haste simples e dupla ação utilizado para o acionamento de uma
bancada de ensaio de estruturas. Neste trabalho desenvolveram-se dois modelos matemáticos
para fins de comparação de resultados, primeiramente foi desenvolvido um modelo
matemático não linear de 3ª ordem que considera a não linearidade da frequência natural.
Posteriormente foi desenvolvido um modelo matemático adotado de 5ª ordem para o atuador
pneumático em estudo, este modelo apresenta a combinação do modelo da servoválvula com
a do cilindro, incluindo a não linearidade da zona morta, da vazão mássica nos orifícios da
servoválvula, da dinâmica das pressões e do movimento do êmbolo do cilindro, que considera
o atrito dinâmico.
Os resultados de simulação computacional foram obtidos utilizando-se o software
MatLab/Simulink, a partir dos parâmetros e dados coletados, utilizando o modelo matemático
adotado, a fim de comparar os resultados experimentais da bancada.
A validação experimental do modelo adotado consistiu na comparação entre as
simulações experimentais e computacionais, através da implementação do modelo
matemático de 3ª e 5ª ordem. Como resultados, mostrou-se através da validação e comparação
dos modelos que o modelo adotado de 5ª ordem apresenta melhores resultados.
Os resultados da validação do modelo adotado em relação a aplicação de força de
carga mostrou-se eficiente, porém percebe-se que existem alguns fatores que interferiram na
convergência do modelo matemático simulado e os testes experimentais, provavelmente
decorrente do comportamento da dinâmica das pressões e do atrito dinâmico.
As principais contribuições deste trabalho são a identificação das características não
lineares do atrito dinâmico que foram identificados através do levantamento do mapa estático
do atrito por meio de testes experimentais em malha aberta, com o auxílio do algoritmo nlinfit
do software Matlab, bem como o desenvolvimento de um modelo matemático não linear que
descreve o comportamento dinâmico de uma bancada de ensaio para aplicação de força, sua
simulação computacional e validação experimental.
Os resultados obtidos através da bancada de ensaio para testes de estruturas mecânicas
contribuirão para o projeto de título “Concurso de Pórticos” (processo CNPq nº409998/2013-
90
3, Chamada nº 18/2013 MCTI/CNPq/Secretaria de Políticas da Mulher-PR/Petrobras -
Meninas e Jovens Fazendo Ciências Exatas, Engenharias e Computação).
Como perspectiva de trabalhos futuros sugere-se que sejam realizadas estratégias de
controle para testes de aplicação de força para a bancada experimental, bem como a utilização
de uma válvula reguladora de pressão.
91
REFERÊNCIAS
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pneumaticamente. 2011. 99f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) –
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011.
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Automação de Pequenas e Médias Empresas, 1999.
ARAÚJO, J. L. Pesquisa sobre Modelagem em Eventos Científicos Recentes da Educação
Matemática no Brasil. In: IV Seminário Internacional de Pesquisa em Educação Matemática,
Brasília, 2009.
BALLUFF, Transdutor Linear BTL7. Catálogo de produto. Disponível em:
http://www.balluff.com.br/produtos-/produto-outros.asp?codLinha=6&codProduto=11.
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estratégia. São Paulo: Contexto, 2004.
BAVARESCO, D. Modelagem matemática e controle de um atuador pneumático. 2007.
107f. Dissertação (Mestrado em Modelagem Matemática) – Universidade Regional do
Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Ijuí, 2007.
BOBROW, J. E.; MCDONELL, B. W. “Modeling, Identification, and Control of a
Pneumatically Actuated, Force Controllable Robot”, in IEEE Trans. on Robotics and
Automation, Vol. 14, No. 5, October 1998, pp. 732-742.
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Comandos Binários Eletropneumáticos. São Paulo: Associação Brasileira de Hidráulica e
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CANUDAS-DE-WIT, C. et al. A new model for the control of systems with friction. IEEE
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DUPONT, P.; ARMSTRONG, B.; HAYWARD, V. Elasto-plastic friction model: contact
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92
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aplicação no controle ótimo de um servoposicionador pneumático. 2009. 119f.
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