Saúde Mental e Espiritual -...

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“Tudo bem pedir ajuda” Setembro Amarelo e a Prevenção do Suicídio Bernardo Dolabella CRP: 04/35.566 Saúde Mental e Espiritual O título desse texto é o lema de uma organização dos EUA (em tradução livre) que busca conscientização e diálogo sobre suicídio. O fenômeno é considerado um sério problema de saúde pública, sendo foco de atenção de diversas organizações, tanto governamentais como não-governamentais. Mas, apesar da preocupação existente, a temática ainda sofre muito com o estigma e a falta de informação pelo público em geral, e até mesmo os profissionais da saúde que, por vezes, não sabem detectar sinais de alerta ou lidar com eles quando são perceptíveis. Segundo dados da OMS – Organização Mundial da Saúde, aproximadamente 800 mil pessoas cometem suicídio anualmente no mundo, que pode ocorrer em qualquer idade, e é a segunda causa de mortalidade registrada entre jovens com idade de 15 a 29 anos. Os números referem-se a casos de suicídios propriamente ditos, pois alguns estudos apontam: para cada adulto que comete suicídio, pelos menos outras 20 pessoas tentaram sem êxito. É consenso entre os pesquisadores da área que o suicídio é um fenômeno multifacetado, envolvendo fatores biológicos, psicológicos e sociais, e que é possível preveni-lo. A prevenção por vezes pode não ser possível por falta de informações sobre como detectar sinais ou por concepções erradas sobre como lidar com a situação. O suicídio é um ato muitas vezes relacionado a questões de Saúde Mental, como depressão ou abuso de substâncias, ocorrendo não por covardia ou coragem, mas por desespero frente a um sofrimento avassalador. Uma pesquisa brasileira que abordou jovens em idade escolar sobre a temática apontou que a tristeza é um fator de risco a ser considerado, podendo, inclusive, motivar o suicídio. A mesma pesquisa apontou que a presença de alguém confiável para conversar é considerada como um fator de proteção para os jovens, podendo desestimular o ato. A linha adotada pelas organizações que buscam a prevenção se mostra semelhante à conclusão da pesquisa citada acima. Depressão e o abuso de substâncias psicoativas aparecem, com frequência, como questões relacionadas, e motivadoras, às tentativas de suicídio. A conversa aberta sobre o tema, incluindo sentimentos e fatores relacionados, não possui efeito estimulante, ou seja, ele não vai estimular o ato. Ao contrário, a conversa atua como mecanismo que possibilita o cuidado e o pedido de ajuda. O Setembro Amarelo busca quebrar o estigma relacionado ao suicídio e auxiliar na conscientização da população. Como nos fala a campanha da Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio: se você está preocupado com alguém, gaste um minuto para saber como essa pessoa está. Essa atitude pode salvar uma vida. Psicólogo Clínico graduado pela UFMG. Atua no Centro de Terapias e Assistência Social do Hospital Espírita André Luiz (HEAL) e em consultório particular. Mestrado em Psicologia pela UFMG, com Área de Concentração em Estudos Psicanalíticos. [email protected] PALESTRANTES: Autores de diversos livros e conferencistas internacionais DATA: 26/09/17 HORÁRIO: 19h LOCAL: Clube dos Ociais (R. Diabase, 200 - Prado - BH) INSCRIÇÃO: www.sympla.com.br/heal50anos COMEMORAÇÃO DOS 50 ANOS DO HEAL Roberto Lúcio Médico psiquiatra, Diretor Técnico do HEAL Ricardo Melo Referência Mundial em coaching Haroldo Dutra Juiz de Direito do TJMG Palestra: Valorização da Vida

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Page 1: Saúde Mental e Espiritual - HEALheal.org.br/wp-content/uploads/2017/09/Coluna-Jornal-Bernardo.pdf · Setembro Amarelo e a Prevenção do Suicídio Bernardo Dolabella CRP: 04/35.566

“Tudo bem pedir ajuda”Setembro Amarelo e a

Prevenção do Suicídio

Bernardo DolabellaCRP: 04/35.566

Saúde Mentale Espiritual

O título desse texto é o lema de uma organização dos EUA (em

tradução livre) que busca conscientização e diálogo sobre suicídio. O

fenômeno é considerado um sério problema de saúde pública, sendo

foco de atenção de diversas organizações, tanto governamentais

como não-governamentais. Mas, apesar da preocupação existente, a

temática ainda sofre muito com o estigma e a falta de informação pelo

público em geral, e até mesmo os profissionais da saúde que, por

vezes, não sabem detectar sinais de alerta ou lidar com eles quando

são perceptíveis.

Segundo dados da OMS – Organização Mundial da Saúde,

aproximadamente 800 mil pessoas cometem suicídio anualmente no

mundo, que pode ocorrer em qualquer idade, e é a segunda causa de

mortalidade registrada entre jovens com idade de 15 a 29 anos. Os

números referem-se a casos de suicídios propriamente ditos, pois

alguns estudos apontam: para cada adulto que comete suicídio, pelos

menos outras 20 pessoas tentaram sem êxito.

É consenso entre os pesquisadores da área que o suicídio é um

fenômeno multifacetado, envolvendo fatores biológicos, psicológicos e

sociais, e que é possível preveni-lo. A prevenção por vezes pode não

ser possível por falta de informações sobre como detectar sinais ou por

concepções erradas sobre como lidar com a situação.

O suicídio é um ato muitas vezes relacionado a questões de Saúde

Mental, como depressão ou abuso de substâncias, ocorrendo não por

covardia ou coragem, mas por desespero frente a um sofrimento

avassalador. Uma pesquisa brasileira que abordou jovens em idade

escolar sobre a temática apontou que a tristeza é um fator de risco a ser

considerado, podendo, inclusive, motivar o suicídio. A mesma pesquisa

apontou que a presença de alguém confiável para conversar é

considerada como um fator de proteção para os jovens, podendo

desestimular o ato.

A linha adotada pelas organizações que buscam a prevenção se

mostra semelhante à conclusão da pesquisa citada acima. Depressão

e o abuso de substâncias psicoativas aparecem, com frequência, como

questões relacionadas, e motivadoras, às tentativas de suicídio.

A conversa aberta sobre o tema, incluindo sentimentos e fatores

relacionados, não possui efeito estimulante, ou seja, ele não vai

estimular o ato. Ao contrário, a conversa atua como mecanismo que

possibilita o cuidado e o pedido de ajuda. O Setembro Amarelo busca

quebrar o estigma relacionado ao suicídio e auxiliar na conscientização

da população.

Como nos fala a campanha da Associação Internacional para a

Prevenção do Suicídio: se você está preocupado com alguém,

gaste um minuto para saber como essa pessoa está. Essa atitude

pode salvar uma vida.

Psicólogo Clínico graduado pela UFMG. Atua no Centro de Terapias e Assistência Social do Hospital Espírita André Luiz (HEAL) e em consultório particular. Mestrado em Psicologia pela UFMG, com Área de Concentração em Estudos Psicanalíticos.

[email protected]

PALESTRANTES: Autores de diversos livros e conferencistas internacionais

DATA: 26/09/17 HORÁRIO: 19h LOCAL: Clube dos Ociais (R. Diabase, 200 - Prado - BH)

INSCRIÇÃO: www.sympla.com.br/heal50anos

COMEMORAÇÃO DOS 50 ANOS DO HEAL

Roberto LúcioMédico psiquiatra,

Diretor Técnico do HEAL

Ricardo MeloReferência Mundial

em coaching

Haroldo DutraJuiz de Direito

do TJMG

Palestra: Valorização da Vida