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Guilherme Görgen da Rocha SAÚDE DO TRABALHADOR E DOR LOMBAR: fatores associados e novas tecnologias analíticas Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Promoção da Saúde Mestrado, Universidade de Santa Cruz do Sul UNISC, como requisito parcial para a obtenção de título de Mestre em Promoção da Saúde. Orientadora: Dra. Hildegard Hedwig Pohl Co-orientador: Dr. Valeriano Antonio Corbellini Co-orientadora: Dra. Miria Suzana Burgos Santa Cruz do Sul 2017

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Guilherme Görgen da Rocha

SAÚDE DO TRABALHADOR E DOR LOMBAR: fatores associados e novas

tecnologias analíticas

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Promoção da Saúde – Mestrado,

Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC,

como requisito parcial para a obtenção de título

de Mestre em Promoção da Saúde.

Orientadora: Dra. Hildegard Hedwig Pohl

Co-orientador: Dr. Valeriano Antonio Corbellini

Co-orientadora: Dra. Miria Suzana Burgos

Santa Cruz do Sul

2017

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Guilherme Görgen da Rocha

SAÚDE DO TRABALHADOR E DOR LOMBAR: fatores associados e novas

tecnologias analíticas

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Promoção da Saúde – Mestrado,

Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC,

como requisito parcial para a obtenção de título

de Mestre em Promoção da Saúde.

Banca Examinadora

Dra. Hildegard Hedwig Pohl

Professora orientadora – UNISC

Dra. Suzane Beatriz Frantz Krug

Professora Examinadora – UNISC

Dr. Flávio Antônio de Souza Castro

Avaliador Externo – UFRGS

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TERMO DE SIGILO E CONFIDENCIALIDADE

Sr.(a) abaixo assinado, compromete-se a manter sigilo em relação a informações a que tiver acesso na

qualidade de membro da banca examinadora constituída para análise de dissertação intitulada “SAÚDE DO

TRABALHADOR E DOR LOMBAR: fatores associados e novas tecnologias analíticas ”, desenvolvido

pelo Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde - Mestrado, da Universidade de Santa Cruz do Sul -

UNISC.

O abaixo assinado compromete-se ainda a usar as informações a que tiver acesso apenas com o

propósito de avaliação da dissertação, não as revelando a qualquer titulo ou sob nenhum pretexto a

terceiros.

A obrigação de sigilo não prevalece sobre informações que estejam sob domínio público antes da data de

assinatura do presente instrumento ou que se tornaram públicas pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial-

INPI ou por instituto competente em âmbito internacional.

O compromisso de sigilo é válido até que os direitos de propriedade intelectual relativos à dissertação tenham

sido devidamente protegidos pela UNISC em âmbito nacional e internacional, perdurando até que o objeto da

proteção caia em domínio público.

Caso as informações transmitidas na defesa da dissertação não sejam patenteáveis ou registráveis, ainda assim o

signatário deve manter sigilo sobre elas, sendo o compromisso de sigilo válido por um período de 20 anos.

Caso o abaixo assinado descumpra quaisquer das obrigações previstas no presente Termo, a UNISC

impetrará a(s) ação(ões) judicial(ais) cabível(eis) junto à autoridade competente, que aplicará as

sanções de cunho civil e criminal pertinentes.

E PARA TODOS OS EFEITOS, firma o presente termo na presença das testemunhas abaixo assinadas.

Santa Cruz do Sul, 09 de Fevereiro de 2017.

___________________________

EXAMINADOR

Nome legível:

CPF:

Testemunhas:

1-______________________ 2-_________________________

Nome: Nome:

CPF: CPF:

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AGRADECIMENTOS

À minha Orientadora Dra. Hildegard Hedwig Pohl por acreditar no meu potencial,

pelas orientações, paciência e parceria;

Àos meus Co-orientadores, Dra. Miria Suzana Burgos e Dr. Valeriano Antonio

Corbelini pelas sugestões em relação à minha pesquisa;

À Professora Dnda. Miriam Beatris Reckiziegel, pela parceria e ajuda em todos os

momentos da pesquisa;

Ao Professor Dr. Jeam Geremia por todos os momentos de aprendizado e troca de

experiência em relação à EMG;

À todos os trabalhadores rurais que acreditaram no meu trabalho e foram parceiros e

participativos;

À minha Mãe e Irmã pelo amor e apoio incondicional;

À Êmely Pazuch Eidelwein, por entender os momentos de ausência, por me amparar

nos momentos de angústia, pelo incentivo e por todo carinho.

Aos meus familiares, principalmente meus Avós e tias por todo o apoio, positividade

e orações;

Aos incansáveis Colegas de mestrado que seguiram firmes e dividiram grandes

experiências tanto profissionais como de vida;

À toda equipe do Laboratório de Atividade Física e Saúde, por todo empenho e

dedicação as atividades da minha pesquisa;

Aos meus Amigos por todo o apoio, pela compreensão nos momentos de ausência e

pelo incentivo de seguir em frente;

Às secretárias do Mestrado e Curso de Educação Física por serem sempre tão

prestativas;

À CAPES, pelo apoio financeira da minha pesquisa;

E à Deus pela saúde, coragem e sabedoria para enfrentar todos os desafios.

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DEDICATÓRIA

“À minha mãe, que além de ser minha base,

representa todas as pessoas que eu amo; E à

todos aqueles que acreditam em mim e me

incentivam a seguir em frente.”

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RESUMO

Introdução: As dores na região lombar podem ter relação com diversos fatores como

inadequações posturais laborativas, cargas excessivas nesta região gerada pela obesidade

abdominal e por desequilíbrios musculares, sendo que 80% da população sofre ou já sofreu

com lombalgias. Objetivo geral: Caracterizar alterações posturais em trabalhadores rurais

com dor lombar dos municípios da microrregião Sul do Conselho Regional de

Desenvolvimento do Vale do Rio Pardo (COREDE/VRP), identificando a possível relação

com variáveis antropométricas, bioquímicas e musculoesqueléticas. Artigo 1: Objetivo: Este

estudo tem como objetivo analisar a presença de dor e a relação desta com parâmetros

antropométricos, flexibilidade da região lombar e alterações posturais em trabalhadores rurais.

Trata-se de um estudo transversal, descritivo e correlacional, em que foram sujeitos cinquenta

e cinco trabalhadores rurais, dicotomizados conforme presença ou não de dor lombar,

submetidos a avaliação antropométrica, da flexibilidade da região lombar e avaliação postural,

analisando se há diferenças entre os grupos e se as variáveis tem relação com a dor lombar

através da análise por componentes principais. Observou-se a presença de dor lombar em

67,2% dos trabalhadores, 29,7% eram obesos no grupo álgico versus 5,6% do outro grupo, a

área de gordura visceral encontra-se elevada em 54,1% dos trabalhadores com dor lombar

enquanto os que não apresentam, o percentual foi de 33,3%, a flexibilidade da região lombar

não apresentou diferenças e 94,6% dos sujeitos com dor apresentaram alterações posturais.

Através da análise por componentes principais as variáveis agruparam-se de formas

diferentes, em que o grupo sem dor obteve relação no primeiro fator, principalmente com os

parâmetros antropométricos referentes ao tecido muscular esquelético, e o grupo com dor com

o tecido adiposo. Artigo 2: Objetivo: Associar a presença de dor lombar com a força dos

músculos extensores lombares, ativação muscular da região lombar e parâmetros

antropométricos em trabalhadores rurais. Este é um estudo transversal, descritivo e

correlacional, em que participaram quarenta e oito trabalhadores rurais, separados em dois

grupos: grupo sem dor lombar e grupo com dor lombar, os quais foram submetidos a avalição

antropométrica, teste de força da musculatura extensora lombar e avaliação eletromiográfica

do músculo longuíssimo do dorso (LD). Os resultados apontam diferença da força muscular

lombar dos trabalhadores rurais em que o grupo sem dor lombar obteve maiores valores em

relação ao outro grupo, verificou-se que a variável MME se relacionou positivamente com a

força muscular dos extensores lombares e a ativação muscular do músculo LD. Já o IMC e os

parâmetros antropométricos referentes ao tecido adiposo, exceto o %G, relacionaram-se

negativamente com a ativação muscular do LD. O %G, bem como a intensidade da dor, além

de terem relação negativa com a ativação muscular, também obtiveram relação negativa com

a força muscular dos extensores lombares. Considerações finais: Os resultados obtidos

apontam que, foi possível relacionar parâmetros antropométricos, e as alterações posturais

com a dor lombar, pois há uma porcentagem maior de trabalhadores rurais com dor lombar

apresentando obesidade e alterações posturais, e através da análise por componentes

principais pode-se observar uma influência do tecido adiposo na presença de lombalgias,

ainda, trabalhadores rurais com dor lombar apresentaram diminuição da força muscular

extensora lombar e, em conjunto com as associações encontradas com os parâmetros

antropométricos, sugere-se que o fortalecimento desta região pode influenciar a redução dos

índices de dor lombar em trabalhadores rurais, bem como estratégias que promovam a saúde

dos mesmos.

Palavras-chaves: saúde do trabalhador; dor lombar; trabalhador rural; parâmetros

antropométricos; força muscular; eletromiografia;

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ABSTRACT

Introduction: Lumbar pain may be related to several factors such as labor postural

inadequacies, excessive loads in this region caused by abdominal obesity and muscular

imbalances, with 80% of the population suffering or already suffered from low back pain.

Objective: To characterize postural alterations in rural workers with low back pain in the

municipalities of the Southern Region of the Regional Development Council of the Rio Pardo

Valley (COREDE / VRP), identifying the possible relationship with anthropometric,

biochemical and musculoskeletal variables. Article 1: Objective: This study aims to analyze

the presence of pain and its relationship with anthropometric parameters, lumbar flexibility

and postural changes in rural workers. It was a cross-sectional, descriptive and correlational

study in which fifty-five rural workers, dichotomized according to the presence or absence of

low back pain, submitted to anthropometric evaluation, lumbar flexibility and postural

assessment were analyzed, analyzing whether there were differences between the groups and

whether the variables are related to low back pain through principal component analysis.

Lumbar pain was observed in 67.2% of the workers, 29.7% were obese in the pain group

versus 5.6% in the other group, the area of visceral fat was elevated in 54.1% of the workers

With lumbar pain while those without, the percentage was 33.3%, the flexibility of the lumbar

region did not present differences and 94.6% of the subjects with pain presented postural

alterations. Through the principal components analysis, the variables were grouped in

different ways, in which the group without pain obtained a relation in the first factor, mainly

with the anthropometric parameters referring to the skeletal muscle tissue, and the group with

pain with the adipose tissue. Article 2: Objective: To associate the presence of low back pain

with the strength of the lumbar extensor muscles, muscular activation of the lumbar region

and anthropometric parameters in rural workers. This is a cross-sectional, descriptive and

correlational study in which forty-eight rural workers participated, separated into two groups:

a group without lumbar pain and a group with low back pain, which were submitted to

anthropometric evaluation, lumbar extensor muscle strength test, and electromyographic

evaluation of the very long muscle of the dorsum (LD). The results indicate a difference in the

lumbar muscle strength of rural workers in which the group without lumbar pain obtained

higher values in relation to the other group, it was verified that the MME variable was

positively related to the muscular strength of the lumbar extensors and the muscular muscle

activation LD. However, the BMI and the anthropometric parameters referring to adipose

tissue, except the %fat, were negatively related to the muscular activation of LD. The %fat, as

well as the intensity of the pain, in addition to having negative relation with the muscular

activation, also obtained a negative relation with the muscular strength of the lumbar

extensors. Final considerations: The results obtained indicate that it was possible to relate

anthropometric parameters and postural alterations with low back pain, since there is a higher

percentage of rural workers with low back pain presenting obesity and postural alterations, if

there is an influence of adipose tissue in the presence of low back pain, still, rural workers

with low back pain have decreased lumbar extensor muscle strength and, together with the

associations found with the anthropometric parameters, it is suggested that the strengthening

of this region can influence the reduction of low back pain rates in rural workers, as well as

strategies that promote their health.

Keywords: worker health; low back pain; rural worker; anthropometric parameters; muscle

strength; electromyography;

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Artigo I - Figura 1: Diagramas das análises de componentes principais utilizando o método

de rotação Varimax com normalização de Kaiser; A) Grupo sem dor lombar; B) Grupo com

dor lombar.................................................................................................................................60

Artigo II - Figura 1: Valores médios da FM dos extensores lombares e os valores RMS do

músculo LDE, LDD e o valor médio do LD, entre o GSDL e GCDL...................................70

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LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS

%G Percentual de gordura

ACSM American College Sports Medicine

AGV Área de Gordura Visceral

ATP Adenosina Trifosfato

BIA Medida realizada pelo método de Bioimpedância

C7 Sétima vértebra Cervical

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CC Circunferência da Cintura

CEP Comitê de Ética e Pesquisa

CIVM Contração isométrica voluntária máxima

CK Creatina Quinase

CK-BB Creatina Quinase fração Brain Brain

CK-MB Creatina Quinase Muscle Brain

CK-MM Creatina Quinase Muscle Muscle

cm Centímetros

cm² Centímetros quadrados

COREDE/VRP Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Rio Pardo

CVM Contração Voluntária Máxima

DCNT Doenças Crônicas Não-Transmissíveis

DRIFTS Espectroscopia de Reflectância Difusa no Infravermelho com

Transformada de Fourier

EASHW European Agency for Safety and Health at Work

EMG Eletromiografia de Superfície

EVA Escala Visual Analógica de Dor

FM Força Muscular

FT-IR Espectroscopia no Infravermelho com Transformada de Fourier

HCA Análise por Agrupamento Hierárquico

IAM Infarto Agudo do Miocárdio

IMC Índice de Massa Corporal

Kg Quilograma

Kg/m² Quilograma por metro quadrado

L4 Quarta vértebra Lombar

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LD Longuíssimo do dorso

LDD Longuíssimo do Dorso Direito;

LDE Longuíssimo do Dorso Esquerdo

Mb Mioglobina

MLD Valor Médio do Longuíssimo do Dorso

MME Massa Muscular Esquelética

mV Milivolts

N Newton

NO Óxido Nítrico

O2 Oxigênio

OMS Organização Mundial da Saúde

PCA Análise por Componentes Principais

PLS Análise por Mínimos Quadrados Parciais

PPGPS Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde

RCQ Relação Cintura-Quadril

RMS Root Means Squares

S1 Primeira vértebra Sacral

SIMCA Modelagem Independente Flexível por Analogia de Classes

T12 Décima segunda vértebra Torácica

T5 Quinta vértebra Torácica

TCLE Termo de Consentimento Livre Esclarecido

TMB Taxa de metabolismo basal

TNI Teste de Nova Iorque

UNISC Universidade de Santa Cruz do Sul

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ............................................................................................................. 4

DEDICATÓRIA ....................................................................................................................... 5

RESUMO ................................................................................................................................... 6

LISTA DE ILUSTRAÇÕES .................................................................................................... 8

LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS ................................................................................ 9

APRESENTAÇÃO ................................................................................................................. 13

CAPÍTULO I

PROJETO DE PESQUISA .................................................................................................... 14

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 16

2 DOR LOMBAR, PERFIL ANTROPOMÉTRICO, BÍOQUÍMICO, ALTERAÇÕES

MUSCULOESQUELÉTICAS E NOVAS TECNOLOGIAS ANALÍTICAS ..................... 18

2.1 Trabalhadores rurais no Brasil ........................................................................................... 18

2.2 Saúde do trabalhador rural .................................................................................................. 18

2.3 Postura e a saúde do trabalhador ........................................................................................ 19

2.4 Dor lombar ............................................................................................................................ 22

2.5 Dor e a composição corporal .............................................................................................. 23

2.6 Dor: mioglobina, creatina quinase e troponina I .............................................................. 24

2.7 Fotogrametria e teste de Nova Iorque ............................................................................... 26

2.8 Eletromiografia de superfície ............................................................................................. 26

2.9 Espectroscopia no Infravermelho com Transformada de Fourier (FT-IR)................... 27

2.10 Promoção da saúde, interdisciplinariedade e doenças crônicas não-transmissíveis . 28

3 OBJETIVOS ...................................................................................................................... 29

3.1 Objetivo geral ....................................................................................................................... 29

3.2 Objetivos específicos ........................................................................................................... 29

4 MÉTODO .......................................................................................................................... 30

4.1 Amostra/População/Sujeitos ............................................................................................... 30

4.2 Delineamento metodológico ............................................................................................... 31

4.3 Hipóteses e variáveis ........................................................................................................... 31

4.4 Procedimentos metodológicos e cronograma de execução ............................................ 32

4.5 Técnicas e instrumentos de coleta...................................................................................... 32

4.6 Processamento e análise de dados...................................................................................... 35

4.7 Considerações éticas ............................................................................................................ 36

5 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO ................................................................................. 37

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6 RECURSOS HUMANOS E INFRAESTRUTURA .......................................................... 38

7 ORÇAMENTO .................................................................................................................. 39

8 RESULTADOS E IMPACTOS ESPERADOS ................................................................. 40

9 RISCOS/DIFICULDADES/LIMITAÇÕES ...................................................................... 41

REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 42

CAPÍTULO II

RELATÓRIO DO TRABALHO DE CAMPO .................................................................... 48

CAPÍTULO III

DESCRIÇÃO DO ARTIGO I ............................................................................................... 51

CAPÍTULO IV

DESCRIÇÃO DO ARTIGO II .............................................................................................. 65

CAPÍTULO V

NOTA À IMPRENSA ............................................................................................................ 76

ANEXOS ................................................................................................................................. 78

ANEXO A: Questionário Estilo de Vida .............................................................................. 79

ANEXO B: Escala Visual Analógica de Dor (EVA) ........................................................... 84

ANEXO C: Teste de Nova Iorque ........................................................................................ 85

ANEXO D: Carta de aceite projeto-mãe .............................................................................. 86

ANEXO E: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido .................................................. 87

ANEXO F: Documentação ao CEP ...................................................................................... 88

ANEXO G: Documentação ao CEP ..................................................................................... 89

ANEXO H: Documentação ao CEP ..................................................................................... 90

ANEXO I: Documentação ao CEP ....................................................................................... 91

ANEXO J: Aprovação do Comitê de Ética da UNISC.........................................................92

ANEXO K: Normas do The Journal of Pain ........................................................................ 97

ANEXO L: Normas da Revista Fisioterapia em Movimento ............................................. 111

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APRESENTAÇÃO

A presente dissertação de mestrado, consoante ao Regimento do Programa de Pós-

Graduação em Promoção da Saúde da Universidade de Santa Cruz do Sul, é composta por

cinco partes: projeto de pesquisa, relatório do trabalho de campo, artigos, nota para a

divulgação da pesquisa na imprensa e anexos.

Constam nesta dissertação dois artigos:

ARTIGO I – A presença de dor lombar em trabalhadores rurais e a associação com

parâmetros antropométricos, níveis de flexibilidade e alterações posturais

ARTIGO II – Associação entre a presença de dor e a força, ativação muscular da região

lombar e parâmetros antropométricos em trabalhadores rurais

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CAPÍTULO I

PROJETO DE PESQUISA

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Guilherme Görgen da Rocha

SAÚDE DO TRABALHADOR E DOR LOMBAR: fatores associados e novas

tecnologias analíticas

Projeto de Pesquisa apresentado ao Programa de

Pós-Graduação – Mestrado, Área de

Concentração em Promoção da Saúde, Linha de

Pesquisa em Estilo de Vida e Saúde da Família,

do Escolar e do Trabalhador, Universidade de

Santa Cruz do Sul – UNISC.

Orientadora: Dra. Hildegard Hedwig Pohl

Co-orientador: Dr. Valeriano Antonio Corbellini

Co-orientadora: Dra. Miria Suzana Burgos

Santa Cruz do Sul

2015

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1 INTRODUÇÃO

No Brasil, cerca de 16 milhões de trabalhadores, de um total de 90 milhões, trabalham

no meio rural (ROCHA; MARZIALE; HONG, 2010), este se encontra em um processo

permanente de transformação e aprimoramento. É necessário que intervenções sejam

implementadas para controlar os riscos psicossociais, ergonômicos e assim ajudar os

trabalhadores a lidar com potenciais fontes de adoecimento (EASHW, 2012). Na agricultura,

a ergonomia ainda é pouco aplicada, devido ao caráter relativamente disperso desta atividade,

além do pouco poder de organização e reivindicação desta população (COSTA et al., 2011). O

trabalho árduo neste meio pode levar a quadros álgicos, que por sua vez desencadeiam

diferentes graus de deficiência laborativa e distúrbios posturais (TRUSZCZYŃSKA et al.,

2014). Alterações posturais estão relacionadas a diversos fatores, o que reforça a necessidade

da precocidade no tratamento interdisciplinar (CONTI et al., 2011).

As dores na região lombar são vistas, atualmente, como um problema de saúde pública

(FURTADO et al., 2014). A capacidade de percepção de dor difere em cada indivíduo, sendo

esta referida como uma percepção particular, devendo ser analisada individualmente no que

tange a localização, tipo, intensidade e frequência, pois ela se manifesta no organismo

sinalizando que algo não se encontra dentro dos padrões fisiológicos (CARVALHO;

REZENDE, 2013). Cerca de 80% da população brasileira sofre ou já sofreu com dores nas

costas em algum momento de sua vida (FURTADO et al., 2014; HELLUM et al., 2011), o

que remete pensar que muitos destes sintomas podem ter início precoce e um

acompanhamento adequado deve ser adotado, uma vez que, a dor lombar esta diretamente

relacionada a uma diminuição na qualidade de vida (FURTADO et al., 2014).

Com a obesidade tornando-se um problema mundial ao longo dos anos e a sua

possível ligação com o desenvolvimento de lombalgias, é cada vez mais importante explicar o

crescimento concomitantemente destas variáveis (HERSHKOVICH et al., 2013). Quando

trata-se de dor lombar a associação com a obesidade é controversa, embora seja intuitivo

pensar que a adiposidade excessiva da região abdominal, possa levar a quadros álgicos na

região lombar, pois quando posta, pode gerar importantes alterações estruturais desta região

(BRIGGS et al., 2013). A carga excessiva causada pelas solicitações mecânicas nesta região,

devido a obesidade abdominal, pode ser também causada por posturas errôneas praticadas

durante as atividades de vida diária. Devido a lacuna existente neste assunto, a obesidade

pode ser postulada como um marcador ou um fator de confusão para as verdadeiras causas da

lombalgia (STONE; BRODERICK, 2009).

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É importante avaliar os desequilíbrios musculares presentes na coluna vertebral

(SACCO et al., 2004), permitindo registrar mudanças sutis entre as partes do corpo

(WATSON; MAC-DONNCHA, 2000), pois o aumento das demandas relacionadas as

lombalgias, provindas da inadequação das posturas, adotadas nas atividades laborais, da

inatividade, ou ainda por doenças crônicas (VACARI et al., 2013), aumentam o risco de

aparecimento de disfunções ortopédicas (BORGES et al., 2013).

Na corrente sanguínea, após micro lacerações e danos nos componentes contráteis do

tecido muscular, há uma liberação de uma série de components (BANDEIRA et al., 2013). A

mioglobina tem importante papel na avaliação de dano dos músculos esquelético e cardíaco,

pois é altamente sensível e rapidamente liberada na corrente sanguínea (SILVA; MORESCO,

2011). Outro marcador sinalizador de alterações musculoesqueléticas é a creatina quinase,

mostrando-se eficiente também como um potencial marcador plasmático para dano muscular

esquelético (MOORTEL et al., 2014). Já quando há ocorrência de lesões graves na estrutura

das células musculares, um importante indicador é a troponina I (DAHLQVIST et al., 2014).

Novas técnicas analíticas são capazes de definir intervalos espectrais pertencentes às

famílias moleculares conhecidas, podendo assim estimar a concentração de biomoléculas que

possam ter relação com dados clínicos (PETIBOIS; DÉLÉRIS, 2003; PETIBOIS; DÉLÉRIS,

2004).

Diante destas perspectivas, este projeto pretende elucidar o seguinte problema: existe

relação entre variáveis antropométricas, bioquímicas, musculoesqueléticas e alterações

posturais em trabalhadores rurais com dor lombar?

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2 DOR LOMBAR, PERFIL ANTROPOMÉTRICO, BÍOQUÍMICO, ALTERAÇÕES

MUSCULOESQUELÉTICAS E NOVAS TECNOLOGIAS ANALÍTICAS

2.1 Trabalhadores rurais no Brasil

No âmbito trabalhista brasileiro, aproximadamente metade da população são

trabalhadores, sendo que cerca de 16 milhões destes, estão no meio rural (ROCHA;

MARZIALE; HONG, 2010). Diferente de alguns setores trabalhistas, o trabalho agrário não

tem um posto de trabalho definido, marcado por uma variedade de atividades laborais, muitas

delas exigindo grande esforço físico (IIDA, 2005).

As principais causas que afetam negativamente a saúde destes trabalhadores são:

cargas manuais, sobrecargas mecânicas, posturas inadequadas, movimentos repetitivos,

aplicação de força excessiva com as mãos, vibrações externas, ritmos e repetições excessivas

e muitas vezes um trabalho monótono, marcado fortemente por fatores psicossociais que

podem desencadear adoecimento e processos de compensações físicas, emocionais e laborais

de grande relevância (EASHW, 2012).

2.2 Saúde do trabalhador rural

A definição de regras que possibilitem o desenvolvimento do trabalho com segurança,

bem como a definição dos níveis de segurança nos ambientes de trabalho, vem tornando-se

fonte de conflitos, uma vez que a saúde, enquanto direito individual e coletivo, é um processo

de produção social (BITTAR et al., 2011).

Pensar um trabalho efetivo, que, além disso, vise à melhoria na qualidade de vida dos

trabalhadores, deve englobar ações voltadas à prevenção e promoção da saúde, atendendo o

trabalhador com uma visão global e enfatizando a educação em saúde, buscando a diminuição

de riscos comportamentais, entres os quais se destacam a alimentação inadequada, obesidade,

alcoolismo e sedentarismo. Dentre os fatores que afetam, prejudicam e determinam à saúde

dos trabalhadores e de suas comunidades, podem-se relacionar as condições de vida e de

trabalho, os fatores psicossociais, os comportamentos individuais relacionados ao estilo de

vida, como atividade física, dieta balanceada, uso indevido do álcool, tabaco e drogas e os

fatores hereditários (BASSINELLO; GONÇALVES; MANCINI, 2006).

A jornada de trabalho dos trabalhadores rurais é intensa e muito desgastante, quando

comparada com a de trabalhadores de outros setores econômicos, pois estes participam da

maioria das fases dos processos de beneficiamento dos produtos, cuidados constantes quando

trata-se da produção de animais ou das culturas que precisam ser plantadas e colhidas dentro

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de prazos específicos (EASHW, 2012), o que demanda maior carga horária de trabalho. Por

outro lado, a produção rural não é valorizada economicamente, resultando que os

trabalhadores rurais não obtém a recompensa financeira à semelhança da obtida pelos

trabalhadores de outros setores econômicos, não obstante a sobrecarga física e psicológica

presente no cotidiano rural (MENEGAT; FONTANA, 2010).

Indivíduos em condições financeiras desfavoráveis são mais suscetíveis a doenças

cardiovasculares, pois tendem a ingesta de alimentos hipercalóricos, por serem mais

acessíveis. Muitos dos alimentos como carne, laticínios, pães, geleias, mel, ovos, grãos,

frutas, verduras e legumes são produzidos na propriedade rural e consumidos pelos

trabalhadores. Não obstante, entre estes alimentos, muitos são considerados saudáveis,

enquanto outros possuem altos níveis de gordura, tais como banha de porco e salame, que ao

serem consumidos de forma indiscriminada podem desencadear doenças cardiovasculares

(MENEGAT; FONTANA, 2010).

Para além das questões alimentares, a demanda de tempo exigida pelos processos

produtivos faz com que os trabalhadores não tenham tempo nem disposição para realizarem

exercícios físicos. Estes, além de uma dieta mais saudável, trariam inúmeros benefícios à

saúde. Ainda, a dificuldade de acesso a informações apropriadas e as redes de assistência em

saúde podem estar prejudicadas muitas vezes pela distância e isolamento das propriedades

rurais (SCHERR; RIBEIRO, 2009).

2.3 Postura e a saúde do trabalhador

Ao longo da evolução humana, a postura e as consequentes anomalias estão ligadas ao

homem, que arca com ônus da posição bípede, embora tenha suas ações diárias dependentes

desta condição. Ao adotar esta postura, o estresse imposto sobre as articulações da coluna

vertebral é mínimo, assim como a atividade muscular para mantê-la (BOSSO; GOLIAS,

2012). As desvantagens da posição incluem sobrecarga sobre membros inferiores,

dificuldades na respiração e também no transporte do sangue para o cérebro (BORGES et al.,

2013).

Como decorrência, o alinhamento postural é determinado pelas situações das

estruturas musculoesqueléticas e suas solicitações. Portanto, para uma boa postura é

necessário um arranjo balanceado das estruturas corporais para uma atividade específica,

mantida pelo equilíbrio entre o sistema musculoesquelético, por isso é definida como posição

ou atitude do corpo e é determinada pelas posições dos segmentos entre si (BOSSO;

GOLIAS, 2012).

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Uma boa postura é de grande importância, na busca da prevenção de lesões

decorrentes de atividades executadas de maneira incorreta, ou seja, a correta execução dos

movimentos do corpo humano depende de uma boa postura, fato confirmado pela correlação

existente entre alinhamento postural e desempenho em testes musculares (BARONI et al.,

2010).

As curvaturas fisiológicas da coluna vertebral são adaptações que permitem a

bipedestação e a deambulação. Essas são influenciadas por fatores hereditários, condições

patológicas, estado mental do indivíduo e forças às quais a coluna está sujeita diariamente

(BORGES et al., 2013).

As alterações posturais podem ser encontradas em diferentes populações, tanto em

indivíduos sedentários, devido sua inatividade física, quanto em sujeitos extremamente ativos,

pois atividades, tanto laborais, quanto de atividade física, podem alterar e prejudicar o

alinhamento da coluna se não realizados de maneira correta (BOSSO; GOLIAS, 2012).

O alinhamento corporal incorreto pode gerar desequilíbrio na distribuição de carga,

promovendo pressões inadequadas nas superfícies articulares e, como consequência,

contribuir para a degeneração articular e para tensões musculares incoerentes. Nessa

perspectiva, uma boa postura corporal, principalmente ao considerar-se a bípede, é

fundamental, pois trata-se da postura onde as articulações que suportam o peso estão em

alinhamento com o mínimo de sobrecarga para os músculos e ligamentos (CARNEIRO et al.,

2014).

Alterações posturais estão relacionadas a diversos fatores, o que reforça a necessidade

da precocidade no tratamento interdisciplinar (CONTI et al., 2011). Uma grande variedade de

métodos de avaliação postural tem emergido nos últimos anos, mas poucos são aqueles que

substituem os achados da tradicional avalição postural (SINGLA; VEQAR, 2014).

A avaliação postural ajuda a identificar uma série de desvios corporais, que conduzem

aos vários problemas musculoesqueléticos. Esta é uma importante ferramenta que pode ser

usada para identificar as razões por trás de várias lesões, uma vez que certas alterações

posturais podem causar dores e lesões de maior gravidade (SINGLA; VEQAR, 2014).

Há anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) vêm tendo uma maior preocupação

com a elevada incidência de doenças crônico-degenerativas, que incluem problemas

musculoesqueléticos que geram dor (SANTOS et al. 2014), a região na qual concentram-se

estes problemas é a coluna lombar que apresenta elevado acometimento independente do

gênero ou faixa etária (BARONI et al., 2010).

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O trabalho árduo na agricultura pode levar a quadros de dor, que podem causar os

diferentes graus de deficiência laborativa e distúrbios posturais, que geram movimentos e ou

posturas de compensação para aliviar os sintomas do quadro álgico, tanto na contração da

musculatura envolvida, desde à estabilização da coluna, até os músculos responsáveis pela

marcha destes sujeitos, pois a dor está geralmente associada a irradiação para os membros

inferiores (TRUSZCZYŃSKA et al., 2014). As dores musculares apresentam altos índices de

atendimento clínico e incapacidade física, sendo considerada como a maior causa de

afastamentos das atividades laborais atualmente. Os principais motivos associados às

lombalgias são provenientes de mecanismos de compressão dos discos intervertebrais e

compressão da raiz nervosa por estreitamento do forame de conjunção (VACARI et al.,

2013).

Entre as diversas patologias que afetam a coluna, estão as hérnias de disco,

espondilolisteses degenerativas, espessamento de ligamentos, doenças inflamatórias,

tuberculose e até mesmo câncer. Este conjunto de distúrbios pode causar um estreitamento do

diâmetro do forame intervertebral e, quando este se manifesta, pode ser relacionado com uma

estenose do canal medular (TRUSZCZYŃSKA et al., 2014).

O trabalho no meio rural esta em um processo permanente de transformação e

aprimoramento. É necessário que intervenções sejam implementadas para controlar os riscos

psicossociais, ergonômicos e assim ajudar os trabalhadores a lidar com potenciais fontes de

adoecimento (EASHW, 2012). Neste intuito, a ergonomia propõe a segurança, satisfação e o

bem-estar dos trabalhadores no seu relacionamento com sistemas produtivos. Na agricultura, a

ergonomia ainda é pouco aplicada, devido ao caráter relativamente disperso desta atividade,

além do pouco poder de organização e reivindicação dos trabalhadores rurais. Neste

segmento, as máquinas e equipamentos utilizados, ainda são quase sempre rudimentares, os

quais poderiam ser aperfeiçoados com a aplicação dos conhecimentos ergonômicos e

tecnológicos já disponíveis (COSTA et al., 2011).

Percebe-se que é extremamente importante praticar exercícios de alongamento e

flexibilidade, antes, durante e depois de atividades, tanto laborais, quanto esportivas. Medida

que pode melhorar a amplitude articular, relaxar a tensão muscular e minimizar as alterações

posturais (SANTOS et al., 2014), pois o aumento das demandas relacionadas às lombalgias,

provindas da inadequação das posturas adotadas nas atividades laborais, da inatividade, ou

ainda por doenças crônicas (VACARI et al., 2013), aumentam o risco de aparecimento de

disfunções ortopédicas (BORGES et al., 2013).

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2.4 Dor lombar

Há uma grande preocupação em compreender qual a contribuição que as dores trazem

para a função dos indivíduos, principalmente tendo a expectativa de se permacer ativo quando

idoso (SOWA et al., 2014). As dores na região lombar são vistas atualmente como um

problema de saúde pública (FURTADO et al., 2014), assim como outras disfunções

musculoesqueléticas, que são as principais expressões de doenças, como artrite e a

osteoartrose. As doenças musculoesqueléticas são a principal causa de adoecimento no

trabalho, podendo gerar diferentes graus de incapacidade funcional. Consideradas um dos

mais graves problemas no campo da saúde do trabalhador, levando o trabalhador muitas vezes

ao afastamento do trabalho, assim como das atividades de vida diária. Esta disfunção gera aos

países, altos custos, como com a previdência pelo afastamento prematuro destes trabalhadores

ou até mesmo por aposentadoria prematura (MATA, et al., 2011).

Cerca de 80% da população sofre ou já sofreu com dores nas costas em algum

momento de sua vida (WAONGENNGARM, RAJARATNAM, JANWANTANAKUL,

2015), o que remete pensar que muitos destes sintomas podem ter início precoce e um

acompanhamento adequado deve ser adotado, uma vez que a dor lombar esta diretamente

relacionada a uma diminuição na qualidade de vida (AGHAZADEH, J. et al.). Dadas as

proporções de acometimentos deste quadro álgico, tornam-se importantes as avalições com

foco neste agravo.

Entre os métodos de avaliação de dor lombar, os estudos de imagem contribuem para a

escolha do tipo de intervenções que serão adotadas para seu manejo, pois muitas vezes alguns

procedimentos são desnecessários. Programas de reabilitação demostram resultados

semelhantes aos cirúrgicos, quando se trata de cirurgias envolvendo a retirada de hérnias de

disco, por isso deve-se investir primeiro em um programa eficiente de reabilitação, pois

cirurgias deste tipo podem ter diversas complicações (HELLUM, et al., 2011).

Tendo em vista todas as alterações que podem ser ocasionadas pelo fenômeno

doloroso, estes sujeitos acometidos podem desenvolver outras alterações a nível sistêmico, e é

de extrema importância avaliar se indivíduos que sofrem alterações álgicas também tem

alterações em seu perfil metabólico, obtendo uma avaliação mais completa além das

mudanças observáveis em exames de imagem. Sendo assim, a compreensão de alguns

biomarcadores pode ter um grande potencial para a associação entre processos degenerativos

e dor lombar e, assim, desenvolver ferramentas de diagnóstico e terapêutica (SOWA et al.,

2014).

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2.5 Dor e a composição corporal

Segundo critérios da OMS (2004), a avaliação antropométrica avalia a medida da

massa corporal e a estatura, estimando-se o índice de massa corporal (IMC), que classifica o

sujeito em: baixo peso, peso normal, sobrepeso, obesidade tipo I, obesidade tipo II e

obesidade tipo III. Esta avaliação ainda permite a mensuração da circunferência da cintura

(CC) (LEAN; HAN; MORRISON, 1995) e, ainda, a estimativa do percentual de gordura

(%G), através das dobras cutâneas (GOLDING; MYERS; SINNING, 1989).

Há carências de estudos que demonstrem as relações entre este assunto e dores na

região lombar, porém, a combinação de altos níveis de inflamação sistémica, com aumento do

IMC ou aumento significativo da CC, aumentam as chances do desenvolvimento de

lombalgias (BRIGGS et al., 2013). Na população dos Estados Unidos, o IMC foi associado

com dores em indivíduos definidos com obesidade classe III, o que denota uma associação

positiva entre obesidade central e dor auto relatada pela população, apoiando potencial de

sucesso na investigação de fatores metabólicos que causam dor (STONE; BRODERICK,

2009).

Quando comparados indivíduos obesos que são fisicamente ativos e obesos que são

fisicamente inativos, os inativos estão mais propensos a desenvolver dor lombar, sendo o

risco aumentado à medida que atividades físicas não adaptadas são aplicadas, pois suas

musculaturas não estão preparadas para atividades de grande intensidade (SHIRI et al., 2013).

Existe uma estreita relação entre a obesidade, a depressão e dores crônicas em

diferentes topografias corporais, sendo que distúrbios psicológicos apresentam-se em pior

quadro quando o indivíduo apresenta quadro álgico crônico e obesidade. Ainda, o impacto da

dor no estado de saúde e funcional relacionados com a qualidade de vida é maior em obesos

do que em sujeitos com IMC normal. Em idosos, há um aumento de quase duas vezes na

probabilidade de apresentar dor crônica, quando se tem aumento da adiposidade abdominal

(STONE; BRODERICK, 2009), sendo que esta também é um fator de risco para o

desenvolvimento de fibromialgia em adultos (DEERE et al., 2012).

Fatores metabólicos estão ligados também a distúrbios que geram dor no complexo do

ombro, sendo a obesidade a principal delas, e a obesidade abdominal além de relacionar-se

com a dor, pode ser associada com as tendinites crônicas do manguito rotador (RECHARDT

et al., 2010).

A descoberta pioneira na associação entre obesidade e dores musculoesqueléticas foi

realizada por Deere e colaboradores (2012), em estudo realizado com adolescentes, sugerindo

que a obesidade pode representar um fator de risco importante para a ocorrência e persistência

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de sintomas clinicamente relevantes em adultos jovens. Tanto a obesidade, quanto os quadros

álgicos e suas características, estão fortemente ligadas a fatores voltados ao estilo de vida em

geral, o que deve ser algo em constante debate e construção entre a população (MUNDAL et

al., 2014).

2.6 Dor: mioglobina, creatina quinase e troponina I

Alterações no perfil protéico e lipídico estão relacionados com doenças crônicas, que

geralmente tem seu surgimento ao envelhecer. Observa-se uma relação entre a falta de

exercício físico e alterações negativas destes perfis e, estas alterações refletem diretamente na

qualidade de vida dos sujeitos (LINO et al., 2015).

A mioglobina (Mb) representa cerca de 2% da massa muscular esquelética e cardíaca,

é uma heme proteína globular de baixo peso molecular, conhecida como monomérica

(WRIGHT; DAVIS, 2015; SILVA; MORESCO, 2011). Desde 1897, quando foi descrita

como proteína vermelha do músculo, tanto estrutura molecular, como função, vêm sendo

muito estudadas, quando comparada as outras proteínas (WRIGHT; DAVIS, 2015; HELBO;

WEBER; FAGO, 2013).

O papel mais conhecido desta variável é ligar-se ao oxigênio (O2) de forma reversível

e assim armazená-lo e transportá-lo, facilitando funções de difusão, a partir do sarcolema para

a mitocôndria dos músculos esqueléticos e células do músculo cardíaco. Dentre outras

funções demonstradas desta molécula, inclui a remoção e produção de óxido nítrico (NO),

sinalizadora do controle do consumo de O2, vasodilatação e a proteção contra os radicais

livres do O2 ( HELBO; WEBER; FAGO, 2013; TOTZECK et al., 2012).

Após micro lacerações e danos nos componentes contrateis do tecido muscular, há

uma liberação de mioglobina na corrente sanguínea (BANDEIRA et al., 2013), assim, tem

importante papel na avaliação de dano dos músculos esquelético e cardíaco, pois é altamente

sensível e rapidamente liberada na corrente sanguínea (SILVA; MORESCO, 2011). A

concentração de Mb após um exercício indutor ao dano muscular, demonstra que as mulheres

apresentam uma concentração menor, quando comparadas aos homens, isso denota menor

dano muscular no sexo feminino (MINAHAN et al., 2015).

Embora neste projeto o foco da quantificação de Mb seja para tentar associação com a

dor lombar dos trabalhadores avaliados, esta molécula possui importante correlação com dor

torácica em pacientes com infarto agudo do miocárdio, pois é importante no fornecimento de

energia para as células do músculo cardíaco, conhecidas como cardiomiócitos, através de O2,

uma vez que estas se contraem continuamente (ALMOHAMMEDI et al., 2015). Ainda, a Mb

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está diretamente ligada ao desempenho no exercício, encontrando-se em maiores níveis em

atletas de endurance altamente treinados, e sua concentração aumenta expressivamente em

treinamentos com fases repetitivas de hipóxia (TOTZECK et al., 2012).

Outro marcador de alterações musculoesqueléticas, a creatina quinase (CK) é uma

molécula dimérica, composta por duas subunidades (M e B), formando assim três isoenzimas,

nomeadas CK-MM (que será avaliada neste estudo), CK-MB e CK-BB (REDDY; WATTS,

1994; SILVA; MORESCO, 2011), sendo que a semivida biológica dos subtipos é de 15 horas,

12 horas e cerca de 3 horas, respectivamente (MOORTEL et al., 2014).

A CK tem grande importância como enzima reguladora da produção e da utilização do

fosfato de alta energia nos tecidos contráteis. Sua fração MB tem sido utilizada para o auxílio

do diagnóstico de infarto agudo do miocárdio (IAM); entretanto, a sua fração MM pode ser

encontrada levemente alterada no sangue de pessoas saudáveis e, em níveis mais elevados,

quando se tem dano do musculo esquelético. Por ter peso molecular maior do que o da

mioglobina, a CK-MB é liberada na corrente sanguínea mais lentamente após o dano das

células. No entanto, é mais específica que a mioglobina quando se quer diagnosticar IAM,

pois é encontrada em menor proporção nas células musculares esqueléticas do que nas células

cardíacas (SILVA; MORESCO, 2011).

Para que se mantenha a homeostase, a CK exerce funções integradas, como quando é

necessário um alto volume de energia temporária, contraindo rapidamente o músculo

esquelético, capacidade metabólica, transferência de energia e controle metabólico, pois

regenera rapidamente a adenosina trifostato (ATP) das células. Devido às importantes funções

fisiológicas, os níveis e a atividade de CK possuem relevância clínica, por exemplo, em

estresse oxidativo (HE et al., 2007; WU et al., 2013; MOORTEL et al., 2014).

A atividade reduzida de CK no sangue pode ser encontrada em diversas condições

clínicas, como quadros patológicos ou uso de fármacos, em indivíduos que apresentam perda

de massa muscular como em estados caquéticos, hipertireoidismo, uso de corticoides,

contraceptivos, captopril e quimioterapia. Já, quando enormes quantidades de CK estão

circulantes pode-se associar a algum trauma, como em pacientes submetidos a processos

cirúrgicos (MOORTEL et al., 2014).

Em contraste com as conhecidas proteínas Mb e CK, a Troponina I é uma estrutura

predominantemente proteica ligada ao filamento contrátil fino do sarcômero, mais

precisamente com a actina (BANDEIRA et al., 2013). Esta, além de ser um importante

marcador de lesão miocárdica, vem mostrando-se eficiente também como um potencial

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marcador plasmático para dano muscular esquelético e, ainda, em concentrações elevadas,

pode indicar grave lesão da estrutura das células musculares (DAHLQVIST et al., 2014).

2.7 Fotogrametria e teste de Nova Iorque

Para a avaliação quantitativa de assimetrias posturais, uma alternativa que vem sendo

considerada é a fotogrametria digital, pois esta pode efetuar medidas lineares e angulares. Esta

técnica, segundo a American Society for Photogrammetry and Remote Sensing, permite a

obtenção de informações confiáveis sobre objetos físicos e o meio ambiente, por meio de

processos de gravação (IUNES et al., 2009), registrando mudanças sutis entre as partes do

corpo, difíceis de serem registradas por outros meios. Outra característica desta técnica é a

possibilidade de sua conjugação a processos computadorizados de mensuração, tendo como

resultado a fotogrametria computadorizada (WATSON; MAC-DONNCHA, 2000). Portanto,

além de organizar um banco de dados com as imagens captadas, esta técnica, associada à

fotografia digital, é capaz de mensurar ângulos e distâncias horizontais e verticais para

finalidades diversas através de softwares específicos (SACCO et al., 2004).

Para a avaliação objetiva da postura, o teste de Nova Iorque (TNI) considera, seis

segmentos do plano posterior, e sete segmentos no plano lateral, pontuando 5,0 para o padrão

normal, 3,0 para alteração postural moderada e 1,0 para alteração postural grave em cada

segmento. Nesta avaliação, serão considerados os pontos de referência, no plano posterior: da

cabeça, ombros, coluna vertebral, quadril, pés e arco plantar, e no plano lateral: do pescoço,

tórax, ombros, coluna torácica, tronco e pelve, coluna lombo-sacral e abdômen. A

classificação postural é obtida pela soma dos itens, sendo considerada postura normal a

pontuação entre 56-65; alteração moderada entre 40-55; e alteração postural grave entre 01-39

pontos (ALTHOFF; HEYDEN; ROBERTSON, 1988; SANTOS et al., 2005; CONTI et al.,

2012).

2.8 Eletromiografia de superfície

A eletromiografia de superfície (EMG) é uma técnica sensível na detecção e registro

dos sinais elétricos que ativam a contração muscular das estruturas musculares envolvidas.

Sendo assim, acredita-se que a utilização da EMG trata-se de uma ferramenta útil para a

avaliação dos desequilíbrios musculares presentes na coluna vertebral, pois a realização dos

movimentos destas articulações requerem força muscular, que são automaticamente

precedidos por uma ativação neuromuscular (SACCO et al., 2004).

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Para a aplicação desta técnica, alguns cuidados são fundamentais, como a remoção de

pelos e limpeza do local, com uso de álcool para preparar a pele, a contração dos músculos de

interesse antes da fixação dos eletrodos para ajudar o pesquisador a colocá-los sobre o ventre

muscular, sendo que estes, devem ficar a uma distância de 20 mm centro-a-centro, aplicados

em paralelo com as fibras musculares. Esse método pode apoiar clinicamente o diagnóstico de

deficiência na ativação de algumas musculaturas (SILVA et al., 2015).

Muitos indivíduos experimentam quadros álgicos na região lombar, devido a um

aumento da fadiga muscular nesta região, alterando a excitabilidade na via motora,

influenciando o sistema sensorial, reduzindo a atividade muscular, podendo assim ter

alterações no recrutamento dos músculos do tronco que irão comprometer a estabilidade da

coluna lombar (AGHAZADEH, et al. 2015; WAONGENNGARM, RAJARATNAM,

JANWANTANAKUL, 2015).

2.9 Espectroscopia no Infravermelho com Transformada de Fourier (FT-IR)

A FT-IR é uma técnica amplamente utilizada na pesquisa científica, pois é rápida,

barata, confiável para medidas, controle de qualidade, análises dinâmicas e aplicada à análise

das interrelações metabólicas em sistemas biológicos complexos (BARBOSA, 2007). Outro

ponto muito vantajoso desta técnica é a utilização de pequenos volumes de amostras, tornando

as coletas minimamente invasivas aos pacientes (PETIBOIS; DÉLÉRIS, 2003).

O soro e o plasma são os fluidos mais frequentemente usados para FT-IR na área

biomédica, seguidos pelo sangue in natura e, em menor extensão, pela urina, pelo líquido

amniótico, pela saliva e pelo líquido sinovial (PETIBOIS; DÉLÉRIS, 2003; SHAW;

MANTSCH, 2006). Quando se trata de amostras sanguíneas, esta técnica já mostrou ser

suficientemente capaz de diferenciar o sexo de atletas (ROCHA et al., 2012).

Então, através desta técnica, é possível definir os intervalos espectrais pertencentes às

famílias moleculares conhecidas, podendo assim estimar a concentração de biomoléculas que

possam ter relação com dados clínicos. Portanto, este método nos permite uma visão global

do organismo humano (PETIBOIS; DÉLÉRIS, 2003; PETIBOIS; DÉLÉRIS, 2004).

Os espectros da FT-IR contém muitas bandas sobrepostas e a sua interpretação não

pode ser feita por uma simples inspeção visual, sendo essencial que estas medições

espectroscópicas vibracionais sejam combinadas com um arsenal de estratégias analíticas que

são amplamente amparadas na bioanálise computacional (ELLIS; GOODACRE, 2006;

WANG; MIZAIKOFF, 2008).

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2.10 Promoção da saúde, interdisciplinariedade e doenças crônicas não-transmissíveis

No Brasil cerca de 70% das mortes ocorrem por doenças crônicas não-transmissíveis

(DCNT), sendo assim políticas públicas de prevenção e promoção da saúde, bem como um

trabalho interdisciplinar, tem sido priorizadas (SCHMIDT et al., 2011). Essas mudanças dos

padrões dizem respeito à diminuição da mortalidade por doenças infecciosas e ao aumento das

DCNT, que é justificada pelo avanço das novas tecnologias em saúde; portanto, a assimilação

dos portadores destes distúrbios frente à suas possibilidades e limitações são de extrema

importância (LEBRÃO, 2007).

A inserção da promoção da saúde na agenda do Sistema Único de Saúde no Brasil,

vem tendo um notório avanço. Entre as práticas institucionalizadas implementadas está a

promoção de atividades físicas, pois estas tem importante papel progressivo e expressivo na

proteção de morbimortalidade e dos fatores de risco das DCNT (CRUZ et al., 2008), além de

uma melhora significativa na qualidade de vida destes indivíduos (SOUZA et al., 2002).

Embora ainda não consolidadas, são uma tendência crescente nos diversos níveis de gestão,

pois a inserção destes programas de promoção da saúde tem demostrado aumento

orçamentário e de financiamentos para os municípios (CRUZ et al., 2008).

Neste contexto, a interdisciplinariedade mostra-se de grande importância na

compreensão da complexidade de questões que envolvem mais de uma área específica

(SILVA NETO; PHILIPPI JR, 2011), pois com o rápido desenvolvimento de diversas áreas

da saúde e uma explosão de conhecimentos que é colocada em prática rapidamente, surge a

necessidade da troca de conhecimentos entre os profissionais envolvidos (KOCZYNSKA;

DUBROW, 2015), e assim, com o passar das décadas, a integração e o trabalho

interdisciplinar vem auxiliando a resolução de problemas na área da saúde, desde a gestão, ou

os diretamente relacionados ao paciente (CAMPOS, 2014). No presente projeto de pesquisa

diversos fatores interdisciplinares devem ser analisados e considerados, sendo assim, o

trabalho em conjunto torna-se imprescindível para a compreensão e análise das variáveis,

envolvendo as áreas da fisioterapia, que farão as avaliações de dor, posturais, de flexibilidade

e eletromiográficas, educação física, com auxílio nas avaliações antropométricas e aplicação

de questionários, farmácia e medicina, para a realização das avaliações bioquímicas e de FT-

IR.

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3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Caracterizar alterações posturais em trabalhadores rurais com dor lombar dos

municípios da microrregião Sul do Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Rio

Pardo (COREDE/VRP), identificando a possível relação com variáveis antropométricas,

bioquímicas e musculoesqueléticas.

3.2 Objetivos específicos

Caracterizar as alterações posturais nos trabalhadores rurais com presença de dor

lombar;

Estabelecer a relação entre dor lombar e alterações posturais;

Descrever e caracterizar as variáveis antropométricas, bioquímicas e

musculoesqueléticas;

Estabelecer a relação entre dor lombar e as variáveis antropométricas, bioquímicas e

musculoesqueléticas;

Estabelecer a relação entre alterações posturais e as variáveis antropométricas,

bioquímicas e musculoesqueléticas;

Comparar o perfil metabólico em função da variável “dor”, através da FT-IR.

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4 MÉTODO

4.1 Amostra/População/Sujeitos

Segundo dados da Fundação de Economia e Estatística (2011; 2012), o Vale do Rio

Pardo possui uma população total de 420.939 habitantes, área territorial de 13.255,7 km² e um

produto interno bruto per capita de 24.973 reais. A baixa densidade demográfica, em que é

observado o esvaziamento do território, envelhecimento da população e o maior número de

homens, quando comparado às mulheres, que é devida à atividade econômica agropastoril, é

encontrada especialmente na zona rural, da porção sul (SILVEIRA; CAMPOS, 2012).

O Conselho Regional de Desenvolvimento Vale do Rio Pardo (COREDE/VRP) é

composto por 23 municípios da região centro-oeste do Rio Grande do Sul, e tem como intuito

principal proporcionar um espaço para a construção de parcerias sociais e econômicas em

nível regional. Observa-se uma carência de pesquisas que busquem estabelecer o nível de

saúde e o bem-estar deste segmento populacional (SCHLINDWEIN, 2010), sendo que esta se

trata de uma população importante para a economia da região dos Vales e observa-se um

número reduzido de pesquisas que enfoquem os trabalhadores rurais (POHL; RECKZIEGEL;

CORBELLINI, 2012).

Para a realização deste projeto, são previstas avaliações de 121 trabalhadores rurais

dos municípios da microrregião sul do COREDE/VRP. A amostra será não probabilística

intencional, através de adesão voluntária, em que serão estudados trabalhadores rurais com a

presença de dor lombar e sem dor lombar, que participaram das três fases do projeto “Triagem

de fatores de risco relacionados ao excesso de peso em trabalhadores da agroindústria usando

novas tecnologias analíticas e de informação em saúde” (POHL; RECKZIEGEL;

CORBELLINI, 2015).

4.1.1 Critérios de inclusão

Para participar da pesquisa os indivíduos devem ser produtores rurais que participaram

das três fases do “projeto mãe”, com idade superior a dezoito anos e ter condições para

realizar os testes propostos pelo projeto.

4.1.2 Critérios de exclusão

Não participarão da pesquisa, os sujeitos que apresentarem alguma patologia que

impeça a realização dos testes.

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4.2 Delineamento metodológico

Trata-se de um estudo transversal, descritivo e correlacional. Os estudos descritivos

tem como objetivo analisar através de determinados fenômenos, possibilitando o

delineamento do perfil e caracterização das variáveis envolvidas em um determinado

fenômeno; já os correlacionais se propõem a investigar associações que estabeleçam relações

entre as variáveis (GAYA et al., 2008).

4.3 Hipóteses e variáveis

Hipótese nula: não há relação entre os perfis antropométricos, bioquímicos,

alterações posturais, flexibilidade e ativação muscular com a presença de dor lombar.

Hipotese 1: existe relação entre o alterações posturais e a dor lombar;

Hipótese 2: existe relação entre o perfil antropométrico e a dor lombar;

Hipótese 3: existe relação entre o perfil bioquímico e a dor lombar;

Hipotese 4: existe relação entre a flexibilidade e a dor lombar;

Hipotese 5: existe relação entre os níveis de ativação muscular e a dor lombar;

Hipotese 6: há diferença entre o perfil metabólico global obtido através da FT-IR e a

presença ou ausência de dor lombar.

4.3.1 Variáveis

Sexo: obtido através do questionário de estilo de vida, trata-se de uma variável qualitativa

nominal dicotômica;

Idade: obtida através do questionário de estilo de vida, trata-se de uma variável quantitativa

contínua;

IMC: realizado através da avaliação antropométrica, variável quantitativa contínua e

qualitativa categórica;

CC: realizada através da avaliação antropométrica, variável quantitativa contínua e qualitativa

categórica;

Percentual de Gordura: realizado através da avaliação antropométrica, variável quantitativa

contínua e qualitativa categórica;

Mioglobina: obtida por análise bioquímica, variável quantitativa contínua;

Creatina quinase: obtida por análise bioquímica, variável quantitativa contínua;

Troponina I: obtida por análise bioquímica, variável quantitativa contínua;

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Desvio postural: através de pontuações obtidas do teste de Nova Iorque, variável quantitativa

contínua;

Flexibilidade: teste de sentar e alcançar, medida através de centímetros utilizando banco de

Wells, variável quantitativa contínua;

Atividade eletromiográfica: ativação eletromiográfica da musculatura lombar, variável

quantitativa contínua;

Dor: escala visual analógica de dor (EVA), constituída de níveis estratificados de zero a dez,

sendo zero ausência de dor e dez a percepção máxima de dor experimentada pelo indivíduo,

variável quantitativa contínua.

Perfil metabólico global: obtido através da FT-IR, em escala de absorbância, normalização

(0-1) através de espectros médios utilizando ferramenta quimiométrica, variável contínua.

4.4 Procedimentos metodológicos e cronograma de execução

1ª etapa: Revisão bibliográfica;

2ª etapa: Elaboração do projeto de pesquisa;

3ª etapa: Envio para Comitê de Ética e Pesquisa da UNISC;

4ª etapa: Aplicação do questionário de estilo de vida (POHL et al., 2010);

5ª etapa: Aplicação da Escala Visual Analógica de Dor (EVA);

6ª etapa: Avaliação antropométrica;

7ª etapa: Avaliação bioquímica e metabólica global através da FT-IR;

8ª etapa: Avaliação postural, através de fotogrametria;

9ª etapa: Avaliação da flexibilidade, através do teste de sentar e alcançar;

10ª etapa: Avaliação da atividade eletromiográfica da coluna lombar utilizando

eletromiográfio;

11ª etapa: Análise estatística dos dados;

12ª etapa: Elaboração dos resultados para apresentação à banca de defesa da dissertação de

mestrado.

4.5 Técnicas e instrumentos de coleta

A avaliação de cada trabalhador selecionado se constituirá de questionário de estilo de

vida, avaliação da dor, análises bioquímicas, avaliação antropométrica, postural, exame

eletromiográfico e avaliação através da FT-IR. Os procedimentos de avaliação ocorrerão na

sequência a seguir: indivíduos submetidos inicialmente à aplicação de questionário de Estilo

de Vida, avaliação antropométrica, seguida de coleta sanguínea, realizada na veia braquial

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com vacutainer contendo fluoreto/oxalato (para obtenção de plasma) e outro sem aditivos

(para obtenção de soro). Simultaneamente, será coletada uma alíquota de 10 uL de sangue

com micropipeta para a obtenção do perfil metabólico através da FT-IR; posteriormente, será

realizada avaliação postural, teste de sentar e alcançar, para verificar a flexibilidade, e exame

eletromiográfico.

O questionário de estilo de vida que será aplicado foi previamente validado em estudo

(POHL et al., 2010), constituído dos seguintes itens: a) identificação e indicadores

econômicos; b) organização do cotidiano; c) atividades físicas e desportivas; d) indicadores de

saúde; e) padrão antropométrico e de consumo alimentar (ANEXO A).

Para a avaliação de percepção da dor será utilizada a Escala Visual Analógica de Dor

(EVA) (ANEXO B), constituída de níveis estratificados de zero a dez, sendo zero ausência de

dor e dez a percepção máxima de dor experimentada pelo indivíduo, e autorreferida pelo

mesmo. A avaliação antropométrica será realizada com a medida da massa corporal e da

estatura, estimando-se o IMC, classificado segundo critérios da OMS (2004); mensuração da

CC, segundo métodos e critérios de Lean, Han e Morrison (1995); e, estimativa do percentual

de gordura através das sete dobras cutâneas considerando o sexo (tríceps, subescapular,

peitoral, axilar média, suprailíaca, abdominal e coxa), utilizando compasso de Lange®,

utilizando critérios de avaliação e classificação de Golding, Myers e Sinning (1989).

Como método complementar, será utilizado o aparelho de bioimpedância INBODY

720, com balança digital incorporada, eletrodos de contato para medição em pé, sistema de

medição tetrapolar, com 8 eletrodos táteis, com medição segmentada de impedâncias, em

múltiplas frequências, com aplicação de microcorrente de diversas frequências, medida em

cada segmento do corpo. A bioimpedância permitirá avaliar peso, massa muscular, massa de

gordura corporal, água corporal total, massa livre de gordura, proteínas, minerais, IMC,

percentual de gordura corporal, relação cintura-quadril (RCQ), taxa de metabolismo basal

(TMB), análise segmentar de gordura e de massa magra (braço direito, braço esquerdo,

tronco, perna direita e perna esquerda) impedância de cada segmento e, fundamentalmente, a

área de gordura visceral. A composição corporal por bioimpedância elétrica terá como

parâmetros as seguintes faixas de percentuais de gordura: para homens – risco (5%), abaixo

da média e média (6% a 15%), acima da média (16% a 24%) e risco (25%); para mulheres -

risco (8%), abaixo da média e média (9% a 23%), acima da média (24% a 31%) e risco (32%)

(BOTTONI et al., 2000).

A avaliação bioquímica, que será realizada com indicação de jejum de 12h, incluirá

biomarcadores de hemoconcentração, CK (intervalo de referência 26-190 U/L), através do

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equipamento automatizado Miura One (ISE, Roma, Itália) e de Mb (intervalo de referência

10-92 ng/mL), CK-MB (intervalo de referência 0-3,6 ng/mL) e TntI (intervalo de referência

0-0,16 ng/mL), que serão dosados por imunoensaio disponíveis em uma plataforma Point of

Care (MOORTEL et al. 2014; TOTZECK et al., 2012; WU et al., 2013).

Os espectros de amostras de 10 uL de sangue total in natura serão misturados a 90 uL

de água deionizada e após estratificadas em triplicatas coletados por espectroscopia de

reflectância difusa no infravermelho com Transformada de Fourier (DRIFTS) em

espectrômetro Magna Nicolet 500 com 32 pulsos de varredura na faixa 4000-600 cm-1, 4 cm-

1 de resolução e armazenados em absorbância normalizada, submetidas a um procedimento

em espectrômetro Spectrum 400 FT-IR/FT-NIR Spectrometer (Perkin Elmer®) com laser de

HeNe de 633nm. Serão analisadas, in natura ou liofilizadas (2h), com acessório de

espectroscopia de reflectância difusa no infravermelho com Transformada de Fourier

(DRIFTS, Pike Technologies, Madison, USA) com 16 a 32 pulsos de varredura, 4 cm-1 de

resolução e na faixa de 4000-600 cm-1, armazenados em absorbância normalizada.

Através da fotogrametria, serão avaliadas as alterações posturais, utilizando o Método

de Nova Iorque (SANTOS et al., 2005). Utilizara-se de uma câmara digital marca Nikon-

modelo D3000, um tripé da marca VIVITAR-série “63,7”, bolas de isopor, de 15mm com

tinta reflexiva, fita dupla face da marca 3M®, tapete de borracha, fio de prumo demarcado a

cada 20 cm com uma fita azul e um banner na cor branca. A câmera será colocada sobre o

tripé e posicionada a uma distância de 3 metros e a 1,10 metros do solo, observando-se o

avaliado na vista posterior e lateral, considerando os pontos de referência vista posterior (C7,

T12, L5, espinha ilíaca póstero-superior direita e esquerda) e vista lateral (acrômio direito e

esquerdo, C7, T5, T12, L4 e S1). As fotos serão avaliadas e realizadas, segundo protocolo do

Teste de Nova Iorque (ANEXO C) (CONTI et al., 2012) e transferidas para um software de

avaliação postural, quando serão feitas as medidas de amplitudes articulares e a distância dos

pontos estipulados.

O teste de Nova Iorque (TNI) será utilizado para a avaliação postural, sendo

considerado um método objetivo; para a avaliação, são considerados seis segmentos do plano

posterior, e sete segmentos no plano lateral, pontuando 5,0 para o padrão normal, 3,0 para

alteração postural moderada e 1,0 para alteração postural grave em cada segmento. Nesta

avaliação, serão considerados os pontos de referência, no plano posterior: da cabeça, ombros,

coluna vertebral, quadril, pés e arco plantar, e no plano lateral: do pescoço, tórax, ombros,

coluna torácica, tronco e pelve, coluna lombo-sacral e abdômen. A classificação postural será

obtida pela soma dos itens e será considerada postura normal a pontuação entre 56-65,

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alteração moderada entre 40-55 e alteração postural grave entre 01-39 pontos (ALTHOFF;

HEYDEN; ROBERTSON, 1988; SANTOS et al., 2005; CONTI et al., 2012).

Para avaliar a flexibilidade da articulação coxofemural, será utilizado o teste sentar e

alcançar (ALTER, 1999), utilizando o banco de Wells. O teste é realizado numa caixa

medindo 30,5 cm x 30,5 cm x 30,5 cm, com uma escala de 26 cm em seu prolongamento,

sendo que o ponto zero se encontra na extremidade mais próxima do avaliado e o centímetro

26 coincide com o ponto de apoio dos pés. Neste teste, o avaliado deverá sentar-se sobre o

assoalho ou colchonete com as pernas plenamente estendidas e plantas dos pés contra a caixa

usada para a realização do teste. O sujeito deverá inclinar-se lentamente e projetar-se para

frente até onde for possível, deslizando os dedos ao longo da régua localizada na caixa. A

distância total alcançada representa o escore final, sendo que serão realizados três tentativas

de alcance sendo considerado o melhor resultado, classificados por Alter (1999).

Para avaliação da eletromiografia de superfície (EMG) da coluna lombar, será

utilizado o eletromiógrafo de 4 canais, código EMG432 (EMG System do Brasil Ltda, São

José dos Campos, SP, Brasil), dotado de um conversor A/D, além do software AqDados

(Lynx Tecnologia Eletrônica Ltda, São Paulo, SP, Brasil). Para o registro do sinal

eletromiográfico (sinal EMG), serão utilizados pares de eletrodos de superfície (Ag/AgCl).

4.6 Processamento e análise de dados

O processamento e análise dos dados será implementado a partir da definição do perfil

dos trabalhadores nas diferentes variáveis avaliadas. Se buscará associações entre as mesmas.

As variáveis categóricas serão apresentadas como frequências e percentuais e as variáveis

contínuas, como média e desvio padrão. Será complementada a tabulação e análise dos dados

com teste de normalidade Shapiro-Wilk e correlação de Pearson ou Spermann, no Statistical

Package for Social Sciences for Windows (SPSS – versão 20.0), com p<0,05.

Os dados provenientes das amostras do infravermelho serão processados em escala de

absorbância no programa Omnic, em extensão*.csv, transcritas para o Excel, em que serão

normalizadas e, por fim, serão submetidos ao processamento pelos métodos de Análise por

Agrupamento Hierárquico (HCA), Análise por Componentes Principais (PCA), Modelagem

Independente Flexível por Analogia de Classes (SIMCA) e análise por Minímos Quadrados

Parciais (PLS) usando software Pirouette 4.0.

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4.7 Considerações éticas

O projeto será submetido ao CEP-UNISC, observando-se os critérios éticos em

pesquisa com seres humanos, seja de proteção à privacidade ou identidade do sujeito, sendo

os dados utilizados apenas para fins deste estudo, conforme a Resolução CNS 466/2012. O

projeto “Mãe” na qual este fará sua seleção, já foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa

da UNISC em 2012 (Protocolo nº040691/2012 e Parecer nº665.642), na qual tem se carta de

aceite da coordenadora do projeto (ANEXO D).

Todos os trabalhadores que participarão voluntariamente do projeto assinarão o TCLE

(ANEXO E), com informações a respeito dos procedimentos, tendo assim a garantia de sua

privacidade, por parte do pesquisador. Este termo tem duas vias de igual teor, ficando uma

com o pesquisador e outra com o sujeito voluntário participante. As informações

disponibilizadas pela pesquisa respeitam a autonomia e o direito de decidir quanto à

participação ou não do estudo, mesmo da desistência após consentir.

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5 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

2015 2016 2017

Nº Atividade M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F

1ª Revisão

bibliográfica X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

2ª Elaboração do

Projeto de pesquisa X X X X X X X

3ª Submissão para

apreciação do CEP X X X

4ª Defesa projeto X

5ª Contato com os

sujeitos X X

6ª Coleta de dados X X X X X X X X

7ª Análise de dados e

resultados X X X X X X X X

8ª Elaboração de

artigos científico X X X X

Apresentação dos

resultados em

banca de defesa

X

10ª Submissão a

periódicos

X

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6 RECURSOS HUMANOS E INFRAESTRUTURA

O presente estudo será realizado dentro da Universidade de Santa Cruz do Sul

(UNISC) e utilizará da infraestrutura disponibilizada pela Universidade. A coleta de dados,

terá a participação do mestrando responsável pelo projeto, bolsistas do laboratório de

Atividade Física e Saúde, bolsistas de iniciação científica e professores do projeto-mãe.

As análises serão realizadas no laboratório de Atividade Física e Saúde (sala 4207,

aplicação do questionário de estilo de vida e avaliação antropométrica) (ANEXO F),

laboratório de Biomecânica (sala 4210, Avaliação postural, teste de flexibilidade, escala EVA

e avaliação eletromiográfica) (ANEXO G), laboratório de Bioquímica do Exercício (sala

4209, coleta sanguínea e análises bioquímicas) (ANEXO H) e laboratório de Infravermelho

(sala 1121, análise através da FT-IR) (ANEXO I).

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7 ORÇAMENTO

Especifícação Financiadores Quant. Valor un. Valor Total

Papel A4 Pesquisador responsável 300 R$ 0,05 R$ 15,00

Cartucho de impressora Pesquisador responsável 1 R$ 25,00 R$ 25,00

Capa da UNISC Pesquisador responsável 3 R$ 0,50 R$ 1,50

Encadernação Pesquisador responsável 3 R$ 3,00 R$ 9,00

Kit Mb, CK-mb e Tnt I Depto. Ed. Fís. e Saúde 2 830,00 1.660,00

Kit CK Depto. Ed. Fís. e Saúde 1 250,00 250,00

Valor total 1.960,50

Os custos para as demais avaliações já estão previstos no “projeto-mãe”.

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8 RESULTADOS E IMPACTOS ESPERADOS

Com este estudo pretende-se, além de caracterizar alterações posturais em

trabalhadores rurais com dor lombar, também encontrar uma relação com variáveis

antropométricas, bioquímicas e musculoesqueléticas. Através destas avaliações, os

trabalhadores rurais terão retorno sobre seu estado de saúde musculoesquelética e através de

conversar informativas, poderão modificar alguns hábitos de vida que interferem diretamente

sua qualidade de vida.

Através das análises por FT-IR, pretende-se encontrar relação entre a dor e o perfil

espectral dos trabalhadores, investigando quais as possíveis modificações metabólicas

causadas por este quadro, além do desenvolvimento de uma nova metodologia para triagem

de fatores de risco que podem influenciar na dor referida pelos trabalhadores.

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9 RISCOS/DIFICULDADES/LIMITAÇÕES

Como trata-se de um estudo sem intervenção, de avaliação transversal dos sujeitos,

este projeto não representa riscos, uma vez que os testes previstos serão realizados por

profissionais altamente treinados e com experiência neste tipo de avaliação. Dentre as

dificuldades que poderão se estabelecer durante a realização deste projeto podemos citar a não

aceitação dos sujeitos em participar e ainda as possíveis dificuldades de deslocamento dos

sujeitos até a Universidade para a realização das avaliações. As limitações do estudo

transversal se dão ao fato das avaliações serem feitas em um único momento, não existindo,

portanto, período de seguimento dos indivíduos. Ainda a escassez de estudos com esta

população e, reduzido número de referências científicas que relacionam a dor com dados

sanguíneos.

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CAPÍTULO II

RELATÓRIO DO TRABALHO DE CAMPO

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A pesquisa realizada nesta dissertação esta inserido na pesquisa “Triagem de fatores

de risco relacionados ao excesso de peso em trabalhadores da agroindústria usando novas

tecnologias analíticas e de informação em saúde”, vinculado ao Programa de Pós-graduação

em Promoção da Saúde e tem como coordenadora a professora Doutora Hildegard Hedwig

Pohl. Sendo assim, o presente estudo contou com toda a infraestrutura, materiais, recursos

humanos (bolsistas de extensão e pesquisa e professores vinculados ao projeto mãe e do

PPGPS) e financeiros vinculados ao projeto.

A seleção amostral deste estudo tinha como 121 trabalhadores rurais que haviam

participado das três fases do referido projeto, após contatos com estes trabalhadores, apenas

um quarto do numero de sujeitos previstos demonstrou interesse em participar do estudo. A

partir desta reduzida aderência dos sujeitos do projeto anterior foi necessário convidar outros

trabalhadores rurais da região, que não haviam participado do projeto inicial para aumentar o

numero de participantes, chegando-se a 55 trabalhadores. O período utilizado na captação de

novos sujeitos terminou por atrasar as coletas que foram realizadas no período de julho á

agosto de 2016.

A coleta de dados foi antecedida por capacitações para o uso de eletromiografia

(EMG) em conjunto com a dinamometria, com professor doutor Jeam Geremia. A partir

destas capacitações foi definido o método de coleta dos dados eletromiográficos e de força da

musculatura lombar. Através da EMG, foram mensurados valores da ativação muscular

extensora lombar dos trabalhadores rurais com ou sem dor lombar. Na avaliação os sujeitos

foram posicionados sobre uma mesa, fixados com tiras de velcro ao nível do quadril, joelho e

pernas, ficando com o tronco livre para o movimento, com eletrodos colocados bilateralmente

e verticalmente no músculo longuíssimo, a uma distância de 2,5 cms do processo espinhoso

da primeira vertebra lombar, seguindo orientações conforme www.seniam.org e estudo

realizado por Candotti e colaboradores (2008), denominado “Avaliação da dor lombar através

da eletromiografia”.

Para avaliar a força, foi utilizando uma célula de carga presa entre o tronco e o solo

por meio de tira de velcro e corrente na altura do processo xifóide, impedindo que o sujeito

realiza-se uma hiperextensão lombar. A partir daí, os testes de contração voluntária máxima

(CVM) foram realizados através de três tentativas em uma janela de tempo de 5 segundos e

intervalo de 2 minutos entre as contrações, levando em consideração a tentativa em que o

sujeito atingiu a maior força. A coleta de dados seguiu o seguinte padrão: canal 2:

Dinamômetro; Canal 3: EMG lado direito coluna; Canal 4: EMG lado esquerdo coluna.

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No projeto original estavam previstas avaliações bioquímicas, para a identificação de

biomarcadores de hemoconcentração da mioglobina, creatina quinase fração MB e troponina I

que seriam dosados por imunoensaio através de uma plataforma Point of Care, mas esta

proposição, não se realizou pela elevação dos custos dos equipamentos em 2016, tornando

inviável a aquisição. Entre os objetivos específicos do projeto, constava também “Comparar o

perfil metabólico em função da variável “dor”, através da FT-IR”, porém, com o atraso das

coletas devido à captação de sujeitos e a demanda de tempo que as análises por

Espectroscopia no Infravermelho com Transformada de Fourier demandam, as amostras

foram armazenadas para posterior análise.

Assim, a pesquisa centrou-se na investigação da presença de dor lombar, investigando

se esta tem relação com alterações posturais, flexibilidade da coluna lombar, parâmetros

antropométricos, força muscular dos extensores lombares e ativação muscular da região

lombar.

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CAPÍTULO III

DESCRIÇÃO DO ARTIGO I

Elaborado conforme as normas da revista: The Journal of Pain

Fator de impacto: 4.010

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A presença de dor lombar em trabalhadores rurais e a associação com

parâmetros antropométricos, níveis de flexibilidade e alterações posturais

Guilherme Görgen da Rocha, Universidade de Santa Cruz do Sul, Bom Retiro do Sul,

Rio Grande do Sul, Brasil - [email protected]

Miriam Beatrís Reckziegel, Professora da Universidade de Santa Cruz do Sul, Santa

Cruz do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil - [email protected]

Miria Suzana Burgos, Professora da Universidade de Santa Cruz do Sul, Santa Cruz

do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil - [email protected]

Valeriano Antônio Corbelini, Professor da Universidade de Santa Cruz do Sul, Santa

Cruz do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil - [email protected]

Hildegard Hedwig Pohl, Professora da Universidade de Santa Cruz do Sul, Santa Cruz

do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil - [email protected]

Autor correspondente – Guilherme Görgen da Rocha, telefone 051 – 97382452, e-mail:

[email protected]

Os autores declaram não existir nenhum conflito de interesses

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RESUMO:

Analisar a presença de dor e a relação desta, com parâmetros antropométricos, flexibilidade

da região lombar e alterações posturais em trabalhadores rurais. Foram sujeitos 55

trabalhadores rurais, dicotomizados conforme presença ou não de dor lombar, submetidos à

avaliação antropométrica, de flexibilidade da região lombar e avaliação postural, analisando

se há diferenças entre os grupos, e como é o agrupamento das variáveis através da análise por

componentes principais. A presença de dor lombar foi de 67,2%, 29,7% do grupo álgico eram

obesos versus 5,6% do outro grupo, a área de gordura visceral encontra-se elevada em 54,1%

dos trabalhadores com dor lombar enquanto os que não apresentam, o percentual foi de

33,3%, a flexibilidade da região lombar não apresentou diferenças e 94,6% dos sujeitos com

dor apresentaram alterações posturais. Através da análise por componentes principais o grupo

sem dor obteve relação principalmente com os parâmetros antropométricos referentes ao

tecido músculo esquelético, e o grupo com dor com o tecido adiposo. Os resultados obtidos

apontam que há uma porcentagem maior de trabalhadores rurais com dor lombar

apresentando obesidade e alterações posturais, e através da análise por componentes

principais pode-se observar uma influência do tecido adiposo na presença de lombalgias.

Palavras-chaves: saúde do trabalhador; dor lombar; trabalhador rural; parâmetros

antropométricos.

Perspectiva: Este artigo apresenta uma associação entre a dor lombar, alterações posturais e a

obesidade, podendo contribuir com a abordagem de tratamento desta patologia, demostrando

a importância de intervenções no estilo de vida destes sujeitos.

Financiamento: Este trabalho teve apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de

Nível Superior – CAPES e da Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC

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Introdução:

O número de pessoas no Brasil que trabalham no meio rural é de aproximadamente 16

milhões de uma total de 90 milhões de trabalhadores (1). Na agricultura, o cuidado com o

ambiente de trabalho e a sua otimização é pouco observada pelo caráter fragmentado desta

atividade, pelas reduzidas possibilidades de organização coletiva desta população, de certa

forma relacionada ao amplo território em que se encontram localizadas as unidades

produtoras (2). Este contexto requer a implementação de intervenções que visem minimizar

riscos ergonômicos, psicossociais, e, assim, auxiliem os trabalhadores rurais a reconhecerem

possíveis patologias (3). O trabalho árduo no meio rural, pode levar ao aparecimento de

quadros álgicos, que por sua vez desencadeiam diferentes graus de redução laborativa e

distúrbios musculoesqueléticos (4), mais especificamente as alterações posturais, relacionadas

a diversos fatores, o que reforça a necessidade da precocidade na abordagem interdisciplinar

(5).

As dores na região lombar representam um problema social, econômico e de saúde

pública, pois estão diretamente relacionadas com uma diminuição da qualidade de vida, sendo

que cerca de 80% da população em algum momento da vida já sofreu ou sofre com este tipo

de algia (6,7), que pode sinalizar alterações fisiológicas (8). Disfunções músculo esqueléticas

podem estar relacionadas com doenças crônicas, inadequações posturais relacionadas ao

ambiente de trabalho, a inatividade e as causadas por questões biomecânicas como as

decorrentes das dores lombares (9, 10).

O desenvolvimento de lombalgias, pode estar associada com a obesidade que se

tornou outro problema de saúde publica (11). A obesidade abdominal causa solicitações

mecânicas nesta região devido à carga excessiva, gerando alterações estruturais e

consequentemente levar a quadros álgico (12). Devido ao seu caráter multifatorial, a dor

lombar, pode ser influenciada por diversas causas, sendo importante relacionar outros fatores.

Considerando os aspectos abordados, o objetivo deste estudo é analisar a presença de

dor lombar e a relação desta, com parâmetros antropométricos, flexibilidade da região lombar

e alterações posturais em trabalhadores rurais.

Método

Trata-se de um estudo transversal, descritivo e correlacional, em que foram sujeitos 55

trabalhadores rurais de municípios da microrregião sul do Conselho Regional de

Desenvolvimento Vale do Rio Pardo (COREDE/VRP) que é composto por 23 municípios da

região centro-oeste do Rio Grande do Sul. Estudo aprovado pelo do Comitê de Ética e

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Pesquisa com Seres Humanos da Universidade de Santa Cruz do Sul (nº 1.337.659). Os

trabalhadores rurais foram selecionados a partir do projeto mãe “Triagem de fatores de risco

relacionados ao excesso de peso em trabalhadores da agroindústria usando novas tecnologias

analíticas e de informação em saúde”, em que foram selecionados primeiramente os

trabalhadores rurais que haviam participado de todas as fases do projeto e após aberto para os

demais.

A partir do questionário estilo de vida (13), foram investigadas variáveis

sociodemográficas e a presença de dor na região lombar, sendo os trabalhadores

dicotomizados em dois grupos: os que manifestaram dor (GCDL) e não dor lombar (GSDL).

Na avaliação antropométrica foram utilizadas as variáveis: massa corporal e estatura,

estimando-se o índice de massa corporal (IMC), assim como peso ósseo (PO), massa corporal

magra (MCM) e peso muscular (PM). Para aferição das medidas antropométricas foram

observados os critérios de Heyward (14) e o IMC foi classificado segundo a proposição da

OMS (15). Foi realizada também avaliação através do aparelho de bioimpedância INBODY

720, utilizando os dados da massa de gordura corporal (MG), massa muscular esquelética

(MME), percentual de gordura corporal (%G) e a área de gordura visceral (AGV).

Na avalição da percepção de dor foi utilizada a Escala Visual Analógica de Dor (EVA)

constituída de níveis estratificados de zero a dez, sendo zero ausência de dor e dez a

percepção máxima de dor experimentada pelo indivíduo, sendo esta autorreferida e classifica

em: 1-3 como “leve”, 4-7 “moderada” e 8-10 “intensa” (16).

A flexibilidade da região lombar e dos isquiostibiais foi avaliada com o teste de sentar

e alcançar (TSA), utilizando o banco de Wells em que a distância total alcançada representa o

escore final, sendo realizadas três tentativas de alcance e considerado o melhor resultado, e

estes, classificados em abaixo da média, média e acima da média (17).

Através da fotogrametria, foram avaliadas as alterações posturais, utilizando o Teste

de Nova Iorque (TNI) (18), Para tanto foi utilizada câmara digital marca Nikon-modelo

D3000, um tripé da marca VIVITAR-série “63,7”, a câmera foi posicionada sobre o tripé e

colocada há uma distância de 3 metros e a 1,10 metros de altura, registrando o avaliado na

vista posterior e lateral, considerado um método objetivo para a avaliação postural, são

avaliados seis segmentos do plano posterior (cabeça, ombros, coluna vertebral, quadril, pés e

arco plantar), e sete segmentos no plano lateral (pescoço, tórax, ombros, coluna torácica,

tronco e pelve, coluna lombo-sacral e abdômen), pontuando 5,0 para o padrão normal, 3,0

para alteração postural moderada e 1,0 para alteração postural grave em cada segmento. A

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classificação postural foi obtida pela soma dos itens e considerada postura normal a pontuação

entre 56-65, alteração moderada entre 40-55 e alteração postural grave até 39 pontos (19).

O processamento e a análise estatística dos dados foi realizada, através do programa

SPSS, versão 23.0 (I.B.M. Armonk, EUA). A análise descritiva dos dados foi realizada

através de frequências e percentuais e média e desvio padrão, para testar a normalidade dos

dados utilizou-se o teste de Shapiro-Wilk, em que o teste t para amostras independentes foi

utilizado para as variáveis paramétricas e o teste de Mann-Whitney, para variáveis não

paramétricas, para comparar os parâmetros antropométricos e os valores obtidos no TSA e

TNI, entre o grupo sem dor lombar (GSDL) e o grupo com dor lombar (GCDL), considerando

um nível de significância de p<0,05.

Para comparar o agrupamento das variáveis deste estudo, foi utilizada a análise de

componentes principais, o método empregado para a análise foi a rotação Varimax, com auto

escalamento por variável, teste de normalização de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) por amostra,

em que valores obtidos entre 0,5 e 1,0 indicam que a analise fatorial é adequada e ≤0,05 no

teste de esfericidade de Bartlett para que possamos realizar a análise de componentes

principais.

Foram criados modelos considerando o GSDL e o GCDL (KMO= 0,554; KMO= 0,528

respectivamente e teste de esfericidade de Barlett <0,001 para ambos) levando em

consideração uma carga fatorial ≤0,40 para o agrupamento das variáveis, em que cada

componente (fator) tem uma variação explicada e quanto maior a variação explicada, maior a

associação das variáveis com o desfecho.

Resultados:

Nos trabalhadores rurais avaliados observou-se prevalência de dor lombar em 67,2%,

destes, a maior parte (91,9%) apresentando dor classificada como moderada. Podemos chamar

atenção para o IMC dos avaliados em que há uma grande diferença em relação à obesidade,

pois o grupo álgico apresenta 29,7% versus 5,6% do outro grupo. A AGV encontra-se elevada

em 54,1% dos trabalhadores com dor lombar enquanto os que não apresentam, o percentual é

de 33,3%. A classificação da flexibilidade se agruparmos em “média e acima da média”, os

resultados são próximos, 10,9% dos sujeitos apresentam postura normal e 94,6% dos sujeitos

do GCDL apresentam alterações posturais (tabela 1).

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Tabela 1. Caracterização dos trabalhadores rurais, segundo o GSDL e GCDL.

Variáveis GSDL GCDL Total

N (%) N (%) N (%)

Sexo Masculino 8 (44,4) 17 (45,9) 25 (45,5)

Feminino 10 (55,6) 20 (54,1) 30 (54,5)

Classificação

Idade

<40 4 (22,5) 8 (21,6) 12 (21,8)

40-49 5 (27,8) 13 (35,1) 18 (32,7)

50-60 6 (33,3) 8 (21,6) 14 (25,5)

>60 3 (16,7) 8 (21,6) 11 (20)

IMC

Faixa recomendável 7 (38,9) 12 (32,4) 19 (34,5)

Sobrepeso 10 (55,6) 14 (37,8) 24 (43,6)

Obesidade 1 (5,6) 11 (29,7) 12 (21,8)

AGV* Normal 12 (66,7) 16 (43,2) 28 (50,9)

Elevada 6 (33,3) 20 (54,1) 26 (47,3)

Classificação

EVA

Sem dor 18 (100) - 18 (32,7)

Leve - 1 (2,7) 1 (1,8)

Moderada - 34 (91,9) 34 (61,8)

Intensa - 2 (5,4) 2 (3,6)

TSA

Acima da Média 13 (72,2) 19 (51,3) 32 (58,2)

Média 1 (5,6) 10 (27,0) 11 (20)

Abaixo da Média 4 (22,2) 8 (21,6) 12 (21,8)

TNI

Normal 4 (22,2) 2 (5,4) 6 (10,9)

Alteração moderada 10 (56,6) 28 (75,7) 38 (69,1)

Alteração grave 4 (22,2) 7 (18,9) 11 (20)

Total 18 (100) 37 (100) 55 (100) IMC = Índice de Massa Corporal; AGV = Área de Gordura Visceral; EVA = Escala Visual Analógica da Dor;

TSA = Teste de Sentar e Alcançar; TNI = Teste de Nova Iorque; * = 1 missing.

Foi realizada a comparação entre os valores das médias das variáveis obtidas dos

parâmetros antropométricos, tanto da antropometria e bioimpedência, quanto dos valores

obtidos no TSA e TNI, afim de, verificar se há diferenças entre os grupos conforme a

presença ou ausência de dor lombar, resultados observados na tabela 2.

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Tabela 2. Comparação dos parâmetros antropométricos, da flexibilidade (TSA) e da

avalição postural (TNI) entre o GSDL e GCDL.

Variáveis GSDL GCDL p= <0,05

PO 10,35±1,99 11,11±1,66 0,127

MCM 54,89±10,79 58,84±10,59 0,857

PM 26,89±6,78 28,20±6,41 0,477

MME 29,92±7,06 31,55±6,80 0,579

PG 18,34±4,45 22,20±8,35 0,197

MG 19,61±6,78 24,67±12,04 0,233

%G 26,98±8,86 30,02±10,77 0,244

AGV 86,91±29,15 107,83±44,23 0,090

TSA 28,09±7,83 25,30±8,89 0,351

TNI 48,22±7,39 45,94±6,21 0,238

PO = Peso Ósseo; MCM = Massa Corporal Magra; PM = Peso Muscular; MME = Massa Muscular Esquelética;

PG = Peso Gordo; MG = Massa Gorda; %G = Percentual de Gordura; AGV = Área de Gordura Visceral; TSA =

Teste de Sentar e Alcançar; TNI = Teste de Nova Iorque; * Dados expressos em média±desvio padrão.

Nenhuma das variáveis estudadas apresentou diferença estatisticamente significativa,

mas, podemos ressaltar que a AGV foi maior para o grupo com dor lombar, mesmo tendo um

grande desvio padrão esta foi a variável que mais se aproximou da significância. A partir

desta perspectiva e tendo em vista que há um número maior de obesos no GCDL, quando

comparados ao GSDL, realizou-se a análise por componentes principais destas variáveis para

observar se há um agrupamento diferente destas (tabela 3).

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Tabela 3. Análise de componentes principais dos parâmetros antropométricos,

flexibilidade (TSA) e avaliação postural (TNI) dos GDSL e GDCL.

Variáveis GSDL GCDL

Fator 1 Fator 2 Fator 1 Fator 2 Fator 3

PO 0,878 0,115 -0,053 0,909 -0,153

MCM 0,981 0,033 0,188 0,975 -0,021

PM 0,928 -0,132 -0,05 0,961 0,050

MME 0,950 -0,224 -0,185 0,949 -0,045

PG -0,011 0,87 0,956 0,081 -0,115

MG -0,077 0,984 0,99 0,021 -0,060

%G -0,47 0,872 0,926 -0,337 -0,047

AGV 0,044 0,982 0,949 0,042 -0,063

TSA -0,413 0,081 0,024 -0,3 0,759

TNI 0,034 -0,594 -0,209 0,17 0,81

Variação explicada % 46,02 31,87 41,52 36,35 11,86

Variação acumulada % 46,02 77,89 41,52 77,87 89,73

PO = Peso Ósseo; MCM = Massa Corporal Magra; PM = Peso Muscular; MME = Massa Muscular Esquelética;

PG = Peso Gordo; MG = Massa Gorda; %G = Percentual de Gordura; AGV = Área de Gordura Visceral; TSA =

Teste de Sentar e Alcançar; TNI = Teste de Nova Iorque; Análise de componentes principais; Método de rotação

Varimax com normalização de Kaiser; Números em negrito representam variáveis com carga fatorial >0,4.

Pode-se observar que com a utilização da analise por componentes principais houve

um diferente agrupamento das variáveis, em que o GSDL agrupou-as em dois fatores

representando 77,89% do modelo, sendo as variáveis PO, MCM, PM e MME, relação positiva

e o %G relação negativa no fator 1, e as variáveis PG, MG, AGV relacionaram-se no fator 2 e

o %G aparece novamente agora de forma positiva, os valores obtidos no TSA e TNI

relacionaram-se negativamente no fator 1 e 2 (respectivamente). Já o GCDL, o agrupamento

ocorreu em três fatores representando 89,73% do modelo, as variáveis agruparam-se

totalmente diferentes quando comparadas ao outro grupo, pois no fator 1 o agrupamento foi

PG, MG, %G e AGV, no fator 2 PO, MCM, PM e MME e no fator 3 os valores obtidos no

TSA e TNI. Através dos diagramas das análises por componentes principais (figura 1), pode-

se visualizar a formação dos grupos.

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Figura 1: Diagramas das análises de componentes principais utilizando o método de

rotação Varimax com normalização de Kaiser; A) Grupo sem dor lombar; B) Grupo com dor

lombar.

Discussão:

Ressalta-se que o GCDL apresentou 29,7% versus 5,6% do outro grupo em relação à

índices de obesidade e que a AGV foi maior neste grupo, Briggs et al. (12), relataram que a

combinação de altos níveis de inflamação sistémica, com aumento do IMC ou aumento

significativo da circunferência da cintura, aumentam as chances do desenvolvimento de

lombalgias. Assim como, Stone e Broderick (20) associaram o IMC, com dores em indivíduos

definidos com obesidade classe III, o que denota uma associação positiva entre obesidade

central e dor auto referida, não obstante a carência de estudos que demonstrem relações entre

parâmetros antropométricos e dores na região lombar.

A análise de componentes principais foi utilizada neste estudo, para buscar a inter-

relação dos parâmetros antropométricos, dos valores da flexibilidade da região lombar e da

avaliação postural, e verificar se a presença ou não de dor lombar tem efeitos sobre o

agrupamento destas variáveis, uma vez que, fatores metabólicos, tais como os observados na

obesidade abdominal e distúrbios posturais, além de relacionarem-se com a dor, podem ser

associados com outras patologias musculoesqueléticas (21,4).

O agrupamento das variáveis foi diferente entre os dois grupos, pois no GSDL no fator

1 as variáveis, PO, MCM, PM e MME relacionaram-se positivamente demonstrando que uma

melhor condição musculoesquelética pode associar-se ao fato de não apresentarem

lombalgias. Sabendo que um equilíbrio das estruturas corporais para o desenvolvimento de

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uma atividade específica, mantida pelo equilíbrio entre o sistema musculo esquelético (22) e

uma postura correta é importante, para prevenir lesões ocasionadas por atividades executadas

de maneira errônea (23). Ainda, obteve-se uma relação negativa do %G e a flexibilidade da

região lombar (TSA), abrindo a possibilidade de que uma diminuição de massa adiposa possa

ser um fator protetor para dores na coluna lombar e em relação a flexibilidade, 77,8% dos

indivíduos apresentaram uma classificação considerada acima da média (17), podendo ser um

fator negativo associado as lombalgias. No fator 2 agruparam-se positivamente as variáveis

referentes ao tecido adiposo e as alterações posturais (TNI) negativamente, reforçando o fato

de que uma boa postura interfere no aparecimento de quadros álgicos. Os dois componentes

formados para este modelo explicam 77,89% desta associação.

O GCDL, diferentemente do outro, agrupou-se de forma diferenciada, pois obteve a

formação de três componentes explicando 89,73% do modelo e estes agruparam-se da

seguinte forma: fator 1, variáveis da composição corporal referentes ao tecido adiposo (PG,

MG, %G e AGV); fator 2, variáveis referentes ao sistema musculo esquelético (PO, MCM,

PM e MME); e por fim o fator 3, agrupando a flexibilidade da região lombar (TSA) e as

alterações posturais (TNI). Embora a análise tradicional tenha apontado tendências, elas não

foram capazes de diferenciar os grupos, já quando analisados os dados através da analise por

componentes principais foi possível visualizar que as variáveis da composição corporal

referentes ao tecido adiposo apareceram no fator 1 tendo associação com a presença de dor

lombar dos trabalhadores rurais avaliados neste estudo.

Alguns autores tem discutido a possível associação entre a obesidade e quadros

álgicos, como o estudo realizado por Deere et al. (24), sugerindo que a obesidade pode

representar um fator de risco importante para a ocorrência e persistência de sintomas

clinicamente relevantes de dores musculoesqueléticas em adultos jovens, ou, o estudo

realizado nos Estados Unidos, onde encontram relação entre a obesidade nível III e as dores

referidas pelos indivíduos (20) e o estudo de Shiri et al. (25), em que indivíduos obesos

fisicamente inativos estariam mais propensos a desenvolver dor lombar.

É importante ressaltar que a identificação de desvios corporais, analisados através da

avaliação postural podem identificar vários problemas musculoesqueléticos (26), sendo que

diferentes graus de incapacidade funcional podem ser ocasionados por doenças

musculoesqueléticas que são consideradas um dos mais graves problemas no campo da saúde

do trabalhador, pois pode causar adoecimento no trabalho e levar o trabalhador ao

afastamento de suas atividades laborais (27).

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62

Quando se trata de análises de componentes principais, a maioria dos estudos existentes,

utiliza variáveis referentes a síndrome metabólica (28, 29, 30), um estudo realizado por

Kirkwood, et al. (31), demonstrou que este tipo de análise foi eficiente para discriminar a

marcha de idosas com osteoartrite de joelho. De certa forma os resultados apresentados aqui

são considerados inovadores no que se refere a comparação entre trabalhadores rurais com e

sem dor lombar, reforçando que tanto a obesidade, quanto os quadros álgicos e suas

características, devem ser algo em constante debate e construção entre a população (32).

Conclusão:

Os resultados obtidos apontam que, foi possível relacionar parâmetros

antropométricos, e as alterações posturais com a dor lombar, pois há uma porcentagem maior

de trabalhadores rurais obesos e com algum tipo de alteração postural no GCDL, já a

flexibilidade da região lombar não teve relação com a dor lombar. Ainda, a análise por

componentes principais identificou diferenças entre os grupos no que tange o agrupamento

das variáveis estudadas, podendo indicar que o aumento do tecido adiposo pode ter influência

no aparecimento de quadros álgicos na coluna lombar. Contribuindo para que profissionais

que tratam desta patologia possam ampliar sua abordagem, enfocando também aspectos

relacionados ao estilo de vida dos sujeitos, necessitando mais estudos para estabelecer esta

relação, visto que tanto à dor lombar, quanto a obesidade são consideradas problemas de

saúde pública.

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CAPÍTULO IV

DESCRIÇÃO DO ARTIGO II

Elaborado conforme as normas da revista: Fisioterapia em Movimento

Qualis Capes: B1

Área: Interdisciplinar

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Associação entre a presença de dor e a força, ativação muscular da região

lombar e parâmetros antropométricos em trabalhadores rurais

Association between the presence of pain and strength, muscular activation of the lombar

region and anthropometric parameters in rural workers

Guilherme Görgen da Rocha, Universidade de Santa Cruz do Sul, Bom Retiro do Sul,

Rio Grande do Sul, Brasil - [email protected]

Hildegard Hedwig Pohl, Professora da Universidade de Santa Cruz do Sul, Santa Cruz

do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil - [email protected]

RESUMO

Introdução: A taxa de prevalência anual de indivíduos que apresentam dor lombar é de

aproximadamente 50%, demonstrando a grande necessidade de estratégias de prevenção e promoção

da saúde destes sujeitos, a ocorrência de lombalgias, pode estar associada à uma instabilidade

mecânica da musculatura lombar, influenciando nos padrões de recrutamento desta musculatura, sendo

importante avaliar o desempenho e a atividade destes músculos. Objetivo: Associar a presença de dor

lombar com a força dos músculos extensores lombares, ativação muscular da região lombar e

parâmetros antropométricos em trabalhadores rurais Método: Trata-se de um estudo transversal,

descritivo e correlacional, em que participaram 48 trabalhadores rurais, separados em dois grupos:

grupo sem dor lombar e grupo com dor lombar, os quais foram submetidos a avalição antropométrica,

teste de força da musculatura extensora lombar e avaliação eletromiográfica do músculo longuíssimo

do dorso (LD). Resultados: Os resultados apontam diferença da força muscular lombar dos

trabalhadores rurais em que o grupo sem dor lombar obteve maiores valores em relação ao outro

grupo, verificou-se que a variável MME se relacionou positivamente com a força muscular dos

extensores lombares e a ativação muscular do músculo LD. Já o IMC e os parâmetros antropométricos

referentes ao tecido adiposo, exceto o %G, relacionaram-se negativamente com a ativação muscular do

LD. O %G, bem como a intensidade da dor, além de terem relação negativa com a ativação muscular,

também obtiveram relação negativa com a força muscular dos extensores lombares. Conclusão:

Diante dos resultados obtidos em que trabalhadores rurais com dor lombar apresentaram diminuição

da força muscular extensora lombar e, em conjunto com as associações encontradas com os

parâmetros antropométricos, sugere-se que o fortalecimento desta região pode influenciar a redução

dos índices de dor lombar em trabalhadores rurais, bem como estratégias que promovam a saúde dos

mesmos. Palavras-chaves: saúde do trabalhador; dor lombar; trabalhador rural; força muscular;

eletromiografia.

ABSTRACT

Introduction: The annual prevalence rate of individuals with low back pain is approximately 50%,

demonstrating the great need for strategies to prevent and promote the health of these subjects. The

occurrence of low back pain may be associated with a mechanical instability of the lumbar muscles,

influencing the recruitment patterns of this muscle, and it is important to evaluate the performance and

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67

activity of these muscles. Objective: To associate the presence of low back pain with lumbar extensor

muscles, muscular activation of the lumbar region and anthropometric parameters in rural workers.

Method: This is a cross-sectional, descriptive and correlational study involving 48 rural workers,

separated in Two groups: a group without lumbar pain and a group with low back pain, which were

submitted to anthropometric evaluation, strength test of the lumbar extensor muscles and

electromyographic evaluation of the longuissimo of the back (LD) muscle. Results The results

indicate a difference in the lumbar muscle strength of rural workers in which the group without lumbar

pain obtained higher values in relation to the other group, it was verified that the MME variable was

positively related to the muscular strength of the lumbar extensors and the muscular muscle activation

LD. However, the BMI and the anthropometric parameters referring to the adipose tissue, except the%

G, were negatively related to the muscular activation of LD. The% G, as well as the intensity of the

pain, in addition to having negative relation with the muscular activation, also obtained a negative

relation with the muscular strength of the lumbar extensors. Conclusion: In view of the results

obtained in which rural workers with low back pain presented a decrease in lumbar extensor muscle

strength and, together with the associations found with the anthropometric parameters, it is suggested

that the strengthening of this region may influence the reduction of lumbar pain rates In rural workers,

as well as strategies that promote their health.

Keywords: worker health; low back pain; rural worker; muscle strength; electromyography.

Introdução:

A elevada incidência de doenças crônico-degenerativas, incluindo problemas

musculoesqueléticos que geram dor, tem sido motivo de preocupação e vêm sendo

acompanhada com o passar dos anos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) (1), uma

destas patologias são as dores na região lombar que é considerada um problema de saúde

pública (2). Aproximadamente 80% da população já sofreu ou sofre em algum momento de

sua vida com esta sintomatologia (3), que tem taxa de prevalência anual de 50% em

indivíduos adultos (4), demonstrando a grande necessidade de estratégias de prevenção à

lombalgia e promoção da saúde (5).

Há necessidade de compreender o que as doenças musculoesqueléticas podem

interferir na vida dos indivíduos (6), visto que estas são a principal causa de adoecimento no

trabalho e geram diferentes graus de incapacidade funcional, levando o trabalhador muitas

vezes ao afastamento do trabalho, assim como das atividades de vida diária (7). Ao se tratar

de trabalhadores rurais estes tem uma jornada de trabalho intensa e desgastante, quando

comparada com a de trabalhadores de outros setores econômicos, o que pode desencadear

além de quadros álgicos, diferentes graus de redução da capacidade laborativa, pois

participam da maioria das fases dos processos de beneficiamento dos produtos, dedicação

constante quando se trata do cuidado de animais e da produção de culturas que requerem

plantio e colheita dentro de prazos específicos (8, 9).

A ocorrência de dor lombar, pode estar associada à uma instabilidade mecânica da

musculatura lombar, influenciando nos padrões de recrutamento desta musculatura, o

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desequilíbrio bilateral da musculatura lombar também pode levar a instabilidade desta região

(10), sendo importante avaliar a atividade destes músculos (11), e ainda caracterizar padrões

neuromusculares através da eletromiografia (12) que já vem sendo utilizada para identificar a

ativação muscular em indivíduos com dor lombar (13, 14, 15), pois estes podem ter atraso na

ativação dos músculos do tronco principalmente os relacionados ao controle postural, quando

comparados à sujeitos sem quadros álgicos nesta região (16).

Diante do exposto, o objetivo deste estudo é associar a presença de dor lombar com a

força dos músculos extensores lombares, ativação muscular da região lombar e parâmetros

antropométricos em trabalhadores rurais.

Método:

Trata-se de um estudo transversal, descritivo e correlacional, em que participaram 48

trabalhadores rurais de municípios do centro-oeste do Rio Grande do Sul. Estes responderam

ao questionário de estilo de vida (17), em que o avaliado auto referiu a presença e topografia

de algum sintoma de dor, e a partir daí foram separados em dois grupos: grupo sem dor

lombar (GSDL n=16) e grupo com dor lombar (GCDL n=32). Estudo aprovado pelo Comitê

de Ética e pesquisa com Seres Humanos da Universidade de Santa Cruz do Sul (nº

1.337.659), tendo os sujeitos firmado termo de consentimento livre e esclarecido antes das

coletas. A coleta de dados constou da avalição antropométrica, teste de força da musculatura

extensora lombar e avaliação eletromiográfica do músculo longuíssimo do dorso (LD).

Posteriormente, os sujeitos que referiram dor na região lombar, relataram qual era a

intensidade desta dor através da Escala Visual Analógica de Dor (EVA) que classifica de 1-3

a dor como “leve”, 4-7 “moderada” e 8-10 “intensa” (18). Foi realizada avaliação de

parâmetros antropométricos, através da medida da massa corporal e da estatura, estimando-se

o índice de massa corporal (IMC), perímetro da cintura utilizando fita métrica e utilizando o

aparelho de bioimpedância INBODY 720, verificou-se a massa muscular esquelética (MME),

percentual de gordura corporal (%G) e a área de gordura visceral (AGV).

Para determinar a força dos músculos extensores da coluna lombar realizou-se um

teste de contração isométrica voluntária máxima (CIVM), por meio de uma célula de carga.

Para tanto os trabalhadores rurais foram posicionados sobre uma mesa em decúbito

ventral, fixados com tiras de velcro ao nível do quadril, fossa poplítea e pernas, presos ao

nível das escápulas com um colete a uma célula de carga fixada ao solo por meio de corrente,

os sujeitos foram incentivados a estender o tronco, como este movimento era impossibilitado,

a distração gerada na célula de carga foi considerada para a medida da força dos músculos

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extensores lombares, foram realizadas três tentativas em uma janela de tempo de 5 segundos e

intervalo de 2 minutos entre as contrações, levando em conta a tentativa em que o maior valor

da força foi atingido (19).

Durante o teste de CIVM também foi registrada a ativação muscular do LD, em Root

Means Squares (RMS), por meio de eletrodos de superfície Ag/AgCl colocados

bilateralmente e no sentido vertical do músculo LD, a uma distância de 2,5 cms do processo

espinhoso da primeira vertebra lombar seguindo as normas da SENIAM (20), utilizando

eletromiógrafo de quatro canais (EMG System do Brasil, modelo EMG800C-432).

Para o processamento dos dados eletromiográficos foi utilizado o software EMGLab,

com o objetivo de verificar qual foi a ativação muscular atingida pelo músculo avaliado. Foi

considerada a ativação muscular, aquela registrada em uma janela de tempo de um segundo,

no momento em que a força dos músculos extensores lombares atingiu o seu maior pico

durante o teste de CIVM.

Para a análise estatística dos dados foi utilizado o programa SPSS, versão 23.0

(I.B.M. Armonk, EUA). A análise descritiva dos dados foi realizada através de média e desvio

padrão, a normalidade dos dados foi testada pelo teste de Shapiro-Wilk, o teste t para

amostras independentes e correlação de Pearson para as variáveis paramétricas¸ o teste de

Mann-Whitney U e correlação de Spearman, para variáveis não paramétricas, comparando os

parâmetros antropométricos, força dos extensores lombares e a ativação do músculo LD entre

o GSDL e o GCDL, bem como às correlacionando.

Resultados:

A análise dos resultados das variáveis apontou diferença significativa da força

muscular lombar dos trabalhadores rurais em que o GSDL obteve maiores valores em relação

ao GCDL, indicando que a dor lombar dos sujeitos avaliados pode estar relacionada com a

diminuição de força muscular desta região, na figura 1, estão expressos os gráficos da força da

musculatura extensora lombar e da ativação muscular do LD e entre os grupos (Tabela 1).

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Tabela 1. Caracterização dos trabalhadores rurais dicotomizados em GSDL e GCDL.

Variáveis GSDL (n=16) GCDL (n=32) p= <0,05

IMC (Kg/m²) 25,93±2,78 28,51±6,15 0,484

CC (cm) 86,85±9,23 89,91±11,53 0,940

MME BIA (Kg) 29,92±7,06 31,55±6,80 0,418

%G BIA (%) 26,98±8,86 30,02±10,77 0,244

AGV BIA (cm²) 86,91±29,15 107,83±44,23 0,187

FM extensores lombares (N) 32,06±17,91 21,71±11,29 0,009*

LDD (mV) 146,22±58,25 121,64±44,86 0,331

LDE (mV) 152,29±59,74 128,08±47,97 0,650

MLD (mV) 149,26±58,65 124,86±45,23 0,410

* = Diferença estatisticamente significativa; IMC = Índice de Massa Corporal; Kg/m² = Quilograma por metro

quadrado; CC = Circunferência da Cintura; cm = centímetros; MME = Massa Muscular Esquelética; BIA = medida

realizada pelo método de Bioimpedância; Kg = Quilograma; %G = Percentual de Gordura; AGV = Área de

Gordura Visceral; cm² = centímetros quadrados; FM = Força Muscular; N = Newton; LDD = Longuíssimo do

Dorso Direito; LDE = Longuíssimo do Dorso Esquerdo; MLD = Valor Médio do Longuíssimo do Dorso; mV =

milivolts.

Figura 1: Valores médios da FM dos extensores lombares e os valores RMS do

músculo LDE, LDD e o valor médio do LD, entre o GSDL e GCDL.

*: diferença significativa da força muscular dos extensores lombares; Valores médios e erro padrão em N =

Newton e em mV = Milivolts; FM = Força Muscular; LDD: Longuíssimo do Dorso Direito; LDE: Longuíssimo

do Dorso Esquerdo; MLD: Valor Médio do Longuíssimo do Dorso.

Como pode ser observado tanto na tabela 1 como na figura 1, a diminuição de força

não se deu por uma menor ativação muscular do LD, pois esta não apresentou diferença entre

os grupos, então esta redução pode estar relacionada ao quadro álgico referido na região

lombar. Outra relação observada foi o valor médio da força da musculatura extensora lombar

e a ativação muscular do LD com os resultados dos parâmetros antropométricos e a

intensidade da dor auto referida pelos sujeitos (tabela 2).

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71

Nesta associação verificou-se que a variável MME se relacionou positivamente com a

força muscular dos extensores lombares e a ativação muscular do músculo LD, indicando que

o aumento desta variável, pode representar consequente aumento na força muscular e ativação

dos mesmos. Já o IMC e os parâmetros antropométricos referentes ao tecido adiposo, exceto o

%G, relacionaram-se negativamente com a ativação muscular do LD. O %G, bem como a

intensidade da dor, além de terem relação negativa com a ativação muscular, também

obtiveram relação negativa com a força muscular dos extensores lombares, apontando que

quanto maiores seus valores, menor a força muscular dos extensores lombares e a ativação do

músculo LD, tendo o %G e a intensidade da dor lombar interferência negativa nestes

parâmetros.

Tabela 2. Correlação entre os valores da força da musculatura extensora lombar e da

ativação muscular do LD com os resultados dos parâmetros antropométricos e a intensidade

da dor auto referida.

Variáveis FM extensores lombares (N) MLD (mV)

IMC (Kg/m²) -0,180 -0,460**

CC (cm) 0,129 -0,304*

MME BIA (Kg) 0,441** 0,317*

%G BIA -0,417** -0,577**

AGV BIA (cm²) -0,268 -0,553**

EVA -0,308* -0,303*

*= p<0,05; **= p<0,001; IMC = Índice de Massa Corporal; Kg/m² = Quilograma por metro quadrado; CC =

Circunferência da Cintura; cm = centímetros; MME = Massa Muscular Esquelética; BIA = medida realizada pelo

método de Bioimpedância; Kg = Quilograma; %G = Percentual de Gordura; AGV = Área de Gordura Visceral;

cm² = centímetros quadrados; FM = Força Muscular; N = Newton; MLD = Valor Médio do Longuíssimo do

Dorso; mV = milivolts.

Discussão:

Este estudo tratou de avaliar trabalhadores rurais com e sem dor lombar e verificar se

há diferenças entre os grupos no que se refere força da musculatura extensora da região da

coluna lombar e a ativação do músculo LD, um dos músculos paravertebrais, relacionando

tais variáveis com alguns parâmetros antropométricos. A manutenção de estabilidade da

coluna vertebral em posição ortostática se dá com a co-contração da musculatura extensora do

tronco, destacando a importância da integridade desta em trabalhadores, uma vez que, a

maioria das atividades laborais são realizadas nesta posição (21), quando se trata de

trabalhadores rurais o acesso as redes de assistência em saúde e a informações apropriadas,

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podem estar prejudicadas, pela distância e isolamento das propriedades rurais, frisando a

importância de avaliar esta população (22)

A fraqueza muscular da região lombar pode reduzir a capacidade dos indivíduos de

proteger os segmentos espinhais, estando estes predispostos a danos estruturais e estresses nas

articulações facetárias e nos discos intervertebrais (23). Em geral, a população com dor

lombar tem diminuição de força dos músculos extensores lombares (24), corroborando com o

nosso achado, em que os trabalhadores rurais, com dor lombar, apresentaram diminuição da

força dos músculos extensores lombares quando comparados aos sujeitos sem lombalgias.

A avaliação do desempenho dos músculos do tronco é recomendada nas avaliações

funcionais (11), uma vez que o desempenho muscular desta região pode através de exercícios

específicos prevenir ou até mesmo reduzir algias da coluna lombar (25). Achados de

Kumar, et al. (2015) (26) apontam que exercícios de fortalecimento da musculatura do “core"

(músculos abdominais, diafragma , assoalho pélvico, glúteos e paravertebrais) aumentaram a

força destes músculos com a consequente redução dos níveis de dor lombar dos sujeitos

estudados, indicando que estes são eficazes na reabilitação de indivíduos com dor lombar

crônica.

Geralmente a dor lombar é vista como um efeito à longo prazo de um desequilíbrio

entre fatores físicos relacionados com o trabalho e a capacidade física. A dor lombar, pode

afetar o controle motor, alterando a excitabilidade na via motora, influenciando o sistema

sensorial e reduzindo a atividade muscular (27). Embora achados da literatura sugerem uma

diminuição da ativação de músculos da região lombar em indivíduos que apresentam dor

nesta região (10, 21), não encontramos diferenças na ativação muscular do LD entre os

grupos estudados, podendo esta ser uma limitação do nosso estudo, uma vez que outros

músculos desta região podem ter influência na estabilidade da coluna e consequentemente

levar a quadros de dor lombar (16).

As relações encontradas entre a MME e a força da musculatura extensora lombar e

ativação muscular do LD, indicam uma influência positiva nestes parâmetros, quanto maior a

massa muscular, maiores são os valores de força e ativação muscular. O contrário aconteceu

com os outros parâmetros antropométricos e com a intensidade da dor, reforçando o fato de

que embora a ativação muscular do LD não apresenta diferenças significativas entre os

grupos, a dor interferiu diretamente na força muscular dos extensores lombares. Santos,

Rodrigues e Mainenti (2014) (28) também observaram esta relação em seus resultados, porém

estes com a força da muscular dos extensores de joelho, que foi correlacionada com a dor

ocasionada pela osteoartrose de joelho. Alguns estudos também buscaram relacionar variáveis

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referentes à força muscular e parâmetros antropométricos como Reis Filho, et al. (29), que

não encontraram relação entre a força dinamométrica lombar em mulheres de meia idade e

idosas e os parâmetros antropométricos referentes ao IMC e CC, e Silva et al. (30) que

encontraram correlação entre o IMC e a força de preensão palmar e não lombar em mulheres.

Indivíduos que sofrem de dor lombar geralmente evitam todo e qualquer movimento

que gera dor (26), o que pode de certa forma justificar a menor força da musculatura

extensora lombar encontrada no grupo com dor lombar. Como não foram encontradas

diferenças na ativação muscular do LD e mesmo assim a força de extensores lombares foi

menor, para o grupo com dor lombar, este padrão pode indicar um comportamento protetor da

coluna vertebral e pode predispor estes sujeitos a quadros agudos de dor nesta região (21).

Conclusão:

Os resultados encontrados neste estudo apontam que a força da musculatura extensora

da coluna lombar foi menor em trabalhadores rurais que apresentaram dor nesta região. Outra

observação foi a relação negativa do IMC e parâmetros antropométricos referentes ao tecido

adiposo com a ativação muscular do LD, e o %G, bem como a intensidade da dor além de

relacionarem-se negativamente com a ativação muscular do LD, também obtiveram relação

negativa com a força dos músculos extensores lombares. Já a MME teve relação positiva com

a força da musculatura extensora lombar e ativação do músculo LD, sugerindo que o

fortalecimento desta região pode influenciar na redução dos índices de dor lombar em

trabalhadores rurais, bem como estratégias que promovam a saúde dos mesmos.

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CAPÍTULO V

NOTA À IMPRENSA

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O projeto de pesquisa intitulado “Saúde do Trabalhador e Dor Lombar: fatores

associados e novas tecnologias analíticas”, elaborado a partir do projeto guarda-chuva

“Triagem de fatores de risco relacionados ao excesso de peso em trabalhadores da

agroindústria usando novas tecnologias analíticas e de informação em saúde” que tem como

coordenadora a Dra. Hildegard Hedwig o Mestrando, Fisioterapeuta Guilherme Görgen da

Rocha, sob sua orientação, desenvolve-se com o objetivo de caracterizar alterações posturais

em trabalhadores rurais com dor lombar de municípios da microrregião Sul do Conselho

Regional de Desenvolvimento do Vale do Rio Pardo (COREDE/VRP), identificando a

possível relação com variáveis antropométricas, bioquímicas e musculoesqueléticas,

Beneficiando 55 trabalhadores rurais dos municípios de Candelária, Passo do Sobrado e Vale

Verde, através de exames antropométricos e sanguíneos e ainda orientações relacionadas ao

estilo de vida e ergonomia.

Por meio dos resultados observou-se que 67,2% dos trabalhadores avaliados

apresentaram dor lombar, e esta se relacionou com alterações posturais, elevação do peso

corporal através do acúmulo de gordura, principalmente na região abdominal e diminuição da

força dos músculos extensores da coluna lombar. Reforçando a importância de uma boa

postura, a manutenção do peso ideal ou a perda de peso se em excesso e também a realização

de atividades físicas que visem principalmente o fortalecimento da região da coluna vertebral,

para prevenir ou minimizar as dores nesta região.

Cerca de 80% da população em algum momento de sua vida é acometida com

sintomas dolorosos na coluna lombar, sendo de grande valia por parte das entidades públicas a

divulgação de medidas preventivas à lesões músculo esqueléticas e à obesidade, pois estas

além de serem problemas de saúde pública, podem levar ao afastamento do trabalho e

consequente adoecimento do sujeito.

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ANEXOS

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ANEXO A: Questionário Estilo de Vida

QUESTIONÁRIO ESTILO DE VIDA

BLOCO A – IDENTIFICAÇÃO E INDICADORES SÓCIO ECONÔMICOS

1. Dados de Identificação Data:___/___/_____

a)Nome:............................................................................... ......... b) Sexo: [ ] Masculino [ ]Feminino

c)Data de nascimento:....../......./........... d) Idade:............. e) Estado civil: [ ] Solteiro; [ ] Casado; [

]Viúvo; [ ] Divorciado; [ ] Separado; [ ] Outros;

f)Você reside em: [ ] casa; [ ] apartamento; g)Sua moradia é: [ ]térrea [ ] no 1º piso [ ] no 2º piso [ ]

no 3º piso [ ] outros Quais:.......................

g)Endereço do entrevistado:.......................................................................... h)Bairro.............................

i)Cidade:..................................... j)Estado:......... k)Cep:............................... l)Fone:..........................

m)Você mora com: [ ] pais [ ] pais e irmãos [ ] marido [ ] marido e filhos [ ] esposa [ ] esposa e filhos [ ]

só [ ]com colegas [ ] outros Quais: .................................... n)Total de pessoas na família:....................

o)Tem filhos? [ ] Não [ ] Sim, quantos?........... p) Idade dos filhos:...............................q)Quantas pessoas da

mesma família trabalham na agroindústria?...................................

Leia com atenção a explicação abaixo antes de responder as perguntas.

O que é estilo de vida?

É tudo que se vive no dia-a-dia: hábitos alimentares, atividades físicas, atividades sociais e culturais,

valores e oportunidades das pessoas, realizadas em casa, na comunidade, no clube social/esportivo e no

trabalho. Estas ações interferem na saúde geral e qualidade de vida dos indivíduos.

2. Indicadores socioeconômicos (critério ABEP–Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa)

Quantidade de itens

0 1 2 3 4

Televisão em cores 0 1 2 3 4

Radio 0 1 2 3 4

Banheiro 0 4 5 6 7

Automóvel 0 4 7 9 9

Empregada mensalista 0 3 4 4 4

Máquina de lavar 0 2 2 2 2

Vídeo cassete e/ou DVD 0 2 2 2 2

Geladeira 0 4 4 4 4

Freezer (aparelho independente ou parte da

geladeira duplex) 0 2 2 2 2

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2.1. Grau de Instrução do chefe de família

Analfabeto/ Até 3ª série Fundamental/ Até 3ª série 1º. Grau 0

Até 4ª série Fundamental / Até 4ª série 1º. Grau 1

Fundamental completo/ 1º. Grau completo 2

Médio completo/ 2º. Grau completo 4

Superior completo 8

QUESTIONÁRIO ESTILO DE VIDA

BLOCO B - ORGANIZAÇÃO DO COTIDIANO

NO TRABALHO:

1. Qual ramo de trabalho:....................................................................................................... ....................

Qual atividade de trabalho :............................................................................. .......................................

2. Qual o seu horário de trabalho:.............................................................................................. ........

3. Há quanto tempo trabalha neste ramo: anos: ________; meses ___________

4. No trabalho, sua postura predominante é: a) [ ] de pé b) [ ] sentada c) [ ] alternadamente de pé/sentada;

5. Quanto tempo, em média, você fica em pé durante a jornada de trabalho ?

minutos Horas

a) – de 15 b) de 15 a 30 c) de 30 a 45 d) de 45 a 60 e) de 1 a 2 f) de 2 a 3 g) de 3 a 4 h) + de 5

FORA DO TRABALHO

1. Como você vai para o trabalho predominantemente: a)[ ]com veículo motorizado b)[ ] bicicleta

e)[ ] a pé Outros: ........................................................

2.Como você volta para casa do trabalho predominantemente: a)[ ] com veículo motorizado b)[ ] bicicleta c)[

] a pé Outros:............................................................................................................... ..........

3. Assinale o quadro abaixo a distância da sua moradia até a empresa, considerando 1 km como mais ou menos

10 quadras:

a) b) c) d) e) f) g) h)

Menos de

1 km

De 1 a 2 km De 2 a 3 km De 3 a 4 km De 4 a 5 km De 5 a 6 km De 6 a 7 km Mais de 7 km

4. Quanto tempo você leva no percurso de casa para o trabalho: ..............................................................

5. Sua postura predominante fora do trabalho é: a) [ ] de pé b) [ ] sentada c) [ ] alternadamente de

pé/sentada;

6. Quanto tempo, em média, você fica em pé fora do trabalho na empresa?

minutos Horas

a) – de 15 b) de 15 a 30 c) de 30 a 45 d) de 45 a 60 e) de 1 a 2 f) de 2 a 3 g) de 3 a 4 h) + de 5

7. Você desenvolve outra atividade remunerada? a) [ ] Sim b) [ ] Não

8. Além do trabalho você estuda? a) [ ] Sim b) [ ] Não

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9. Você procura cultivar amigos e está satisfeito com seus relacionamentos?

a) [ ] Nunca; b) [ ]às vezes c) [ ]Quase sempre ; d) [ ] Sempre

10. Seu lazer inclui encontros com amigos, atividades esportivas em grupo, participação em associações ou

entidades sociais? a) [ ] Nunca; b) [ ]às vezes c) [ ]Quase sempre ; d) [ ] Sempre

11. Você procura ser ativo em sua comunidade, sentindo-se útil no seu ambiente social?

a) [ ] Nunca; b) [ ]às vezes c) [ ]Quase sempre ; d) [ ] Sempre

12. Você reserva tempo (ao menos 5 minutos) todos os dias para relaxar?

a) [ ] Nunca; b) [ ]às vezes c) [ ]Quase sempre ; d) [ ] Sempre

13. Você mantém uma discussão sem alterar-se, mesmo quando contrariado?

a) [ ] Nunca; b) [ ]às vezes c) [ ]Quase sempre ; d) [ ] Sempre

14. Quanto tempo faz trabalhos domésticos?

a) [ ] menos de 2 horas b) [ ]de 2 à 4 horas c) [ ] de 4 à 6 horas d) [ ]mais de 6 horas

15. Quanto tempo dorme?

a)[ ] menos de 6 horas b)[ ]de 6 à 7 horas c) [ ]de 7 à 8 horas d) [ ]mais de 8 horas

QUESTIONÁRIO ESTILO DE VIDA

BLOCO C – ATIVIDADES FÍSICAS E DESPORTIVAS

1. Você pratica alguma atividade física regularmente? a) [ ]Sim b) [ ] Não

2. a) Qual?.............................................................. b) Onde?............................................ ...............

c) Frequência semanal:........................................d) Duração da atividade:........................................

e) Há quanto tempo?............................................................

3. Se você não pratica esporte ou atividade física programada, qual o motivo?

......................................................................................................................................................

4.Você em seu lazer inclui algumas horas por semana de atividades físicas leves (passeio de bicicleta, caminhada

em ritmo lento, etc): a) [ ]Sim b) [ ] Não

5.Duas vezes ou mais por semana você faz exercícios abdominais, de força ou de resistência durante pelo menos

10 minutos? a) [ ]Sim b) [ ] Não

6.Você faz exercícios de alongamento muscular regularmente: a) [ ]Sim b) [ ] Não c) [ ] As vezes

7. Quando se sente sob tensão, costuma fazer algum tipo de exercício para relaxar: a) [ ]Sim

b) [ ] Não c) [ ] As vezes

QUESTIONÁRIO ESTILO DE VIDA

BLOCO D - INDICADORES DE SAÚDE

1. Assinale no quadro abaixo a que horas você costuma ir dormir?

a)Antes das 20h b)Entre 20 e 21h c)Entre 21 e 22 h d)Entre 22 e 23 h e)Depois das 23 h f)Outra:

2. Tem algum distúrbio de sono: a) [ ]Sim b) [ ] Não Qual: .............................................................. .

3. Com relação ao fumo, marque a resposta apropriada para o seu caso:

a) [ ] nunca fumei; d) [ ] fumo menos de dez cigarros por dia

b) [ ] parei de fumar há mais de dois anos; e) [ ] fumo de dez a vinte cigarros por dia;

c) [ ] parei de fumar a menos de dois anos; f) [ ] fumo mais que vinte cigarros por dia;

4. Você toma bebida alcoólica?a)[ ]Não b)[ ]Raramente c)[ ]Com certa frequência d)[ ]Diariamente

5. Você toma medicamentos? a) ( )Sim b) ( )Não

6.Qual a frequência? a) ( )Todos os dias b) ( )Três vezes por semana c) ( )Duas vezes por mês

d) ( ) Outra; Qual: __________________

7. Neste caso, mediante recomendação médica: a) [ ]Sim b)[ ]Não

8. Qual é o tipo de medicamento que você toma com frequência:

a) ( ) combate a dor (analgésico) d) ( ) combate a febre (antitérmico) g) ( )calmante

b) ( )anticoncepcional e) ( )combate as infecções (antibióticos) h) ( )moderador de apetite

c) ( ) combate a dor muscular f) ( ) combate a pressão alta i ) ( )Outros. Quais:........................... .

9. Você já recorreu a atendimento por algum tipo de lesão? ( ) Sim, ( ) Não;

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Qual? .................................................................. Foi acidente de trabalho? ( ) Sim, ( ) Não;

10. Você tem problemas com: [ ]Hipertensão [ ]Diabetes [ ]Excesso de peso [ ]Colesterol

[ ] Triglicerídeos [ ] Gastrite [ ] Úlcera nervosa [ ] Câncer [ ] Problemas cardíacos

11. Você tem algum outro problema de saúde? [ ] Sim; [ ] Não Qual:...................................................

12. Em sua família ocorreram problemas com:

Grau de parentesco

(biológico “de sangue”)

Doenças Pai Mãe Irmãos Filhos

a)( ) hipertensão (pressão alta)

b)( ) infarto (ataque do coração)

c)( ) acidente vascular cerebral (derrame)

d)( ) doenças circulatórias (varizes)

e)( ) colesterol alto

f) ( ) diabetes (açúcar no sangue)

g)( ) câncer

h)( ) obesidade

i) ( ) outra, qual?

13. Você conhece sua pressão arterial, seus níveis de colesterol e procura controlá- los:

a) [ ] Nunca; b) [ ]às vezes c) [ ]Quase sempre ; d) [ ] Sempre

14. Você respeita as normas de trânsito (como pedestre, ciclista ou motorista), se dirige usa sempre o cinto de

segurança e nunca ingere álcool.

a) [ ] Nunca; b) [ ]às vezes c) [ ]Quase sempre ; d) [ ] Sempre

15. Após um dia de trabalho como você se sente:

a) [ ] ótimo; b) [ ]muito bem c) [ ]bem ; d) [ ] um pouco cansado; e) [ ]muito cansado ; f) [ ] exausto ;

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16. Na figura a seguir, de vista posterior, estão representadas as regiões do corpo numeradas, se você sente

alguma dor em seu corpo, identifique a região correspondente na figura e assinale no quadro.

Cód. Região Desconforto Dor

01 Pescoço

02

03

Ombro-direito

Esquerdo

04 Costas superior

05

06

Braço - direito

Esquerdo

07 Costas médias

08

09

Cotovelo – direito

Esquerdo

10

11

Antebraço – direito

Esquerdo

12 Costas inferior

13

14

Punho – direito

Esquerdo

15 Bacia

16

17

Mão - direita

Esquerda

18

19

Coxa – direita

Esquerda

20

21

Joelho – direito

Esquerdo

22

23

Perna – direita

Esquerda

24

25

Tornozelo – direito

esquerdo

17. É portador de alguma limitação anatômica?

a) [ ] Sim b) [ ] Não

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ANEXO B: Escala Visual Analógica de Dor (EVA)

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ANEXO C: Teste de Nova Iorque

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ANEXO D: Carta de aceite projeto-mãe

Santa Cruz do Sul,__ de ___________ de 2015

Ao

Comitê de Ética em Pesquisa da UNISC

Prezados Senhores:

Eu, Hildegard Hedwig Pohl, responsável pelo projeto “Triagem de fatores de risco

relacionados ao excesso de peso em trabalhadores da agroindústria ampliando o espectro de

análise: com ênfase em alterações posturais e musculoesqueléticas” declaro que conheço o

protocolo de pesquisa “SAÚDE DO TRABALHADOR E DOR LOMBAR: fatores associados

e novas tecnologias analíticas” desenvolvido pelos Professores Hildegard Hedwig Pohl,

Valeriano Antonio Corbellini, Miria Suzana Burgos e o mestrando Guilherme Görgen da

Rocha bem como os objetivos e a metodologia da pesquisa em questão e autorizo o

desenvolvimento da pesquisa na instituição.

Atenciosamente,

Hildegard Hedwig Pohl

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ANEXO E: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

SAÚDE DO TRABALHADOR E DOR LOMBAR: fatores associados e novas tecnologias analíticas

Você está sendo convidado a participar de uma pesquisa cujo objetivo principal é estabelecer relação

entre dor lombar com variáveis antropométricas, bioquímicas e musculoesqueléticas. Para participar da pesquisa

será necessária a coleta de sangue. Você deverá não fazer exercício nas doze horas que precedem à coleta, e

deverá manter jejum de oito horas antes de iniciar a coleta. Para tanto serão coletados cerca de 10 mL de sangue

da veia braquial. O experimento consistirá de aplicação de questionário de estilo de vida, avaliação

antropométrica, bioquímica e avaliações musculoesqueléticas. É importante ressaltar que riscos existem, embora

sejam muito pequenos, de natureza física e psicológica, mas as coletas tanto de sangue quanto as outras

avaliações será feita por profissional qualificado, conforme as normas de segurança.

Somente participará da pesquisa quem:

- Observar as doze horas de inatividade física e dieta adequada;

- Pertencer ao grupo de trabalhadores rurais, que apresentarem ou não dor lombar; e estarem aptos para

realizar todos os testes.

- Devolver este documento assinado.

Os benefícios desta pesquisa incluem:

-Com este estudo pretende-se além de caracterizar alterações posturais em trabalhadores rurais com dor

lombar, também encontrar uma relação com variáveis antropométricas, bioquímicas e musculoesqueléticas;

-Através destas avaliações os trabalhadores rurais terão retorno sobre seu estado de saúde

musculoesquelética e através de conversar informativas, poderão modificar alguns hábitos de vida que

interferem diretamente sua qualidade de vida.

Cabe salientar que esse Projeto apresenta patrocinador externo.

Eu................................................................................................................ (sujeito ou responsável)

manifesto meu consentimento em participar desta pesquisa, fui informado, de forma clara e detalhada, livre de

qualquer forma de constrangimento e coerção, dos objetivos, da justificativa, dos procedimentos que serei

submetido, dos riscos, desconfortos e benefícios, assim como das alternativas às quais poderia ser submetido,

todos acima listados.

O mestrando Guilherme Görgen da Rocha e a professora pesquisadora Hildegard Hedwig Pohl

certificam-se de que todos os danos dessa pesquisa referentes as minhas respostas serão confidenciais e terei a

liberdade de retirar o meu consentimento de participação da pesquisa em face dessas informações. Caso existam

gastos adicionais esses serão absorvidos pelo orçamento da Pesquisa.

Para qualquer pergunta sobre os direitos como participantes deste estudo ou se penso que fui

prejudicado pela minha participação e caso tiver pergunta sobre este estudo posso chamar o mestrando

Guilherme Görgen da Rochal (Fone 37177604), Departamento de Educação Física e Saúde, da Universidade de

Santa Cruz do Sul (UNISC).

Declaro que recebi cópia do presente Termo de Consentimento.

_________________________________ _____________________ _________

Nome Assinatura do Pesquisado/Responsável Data

________________________________ _______________

Mestrando Guilherme Görgen da Rocha Data

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ANEXO F: Documentação ao CEP

Santa Cruz do Sul, 04 de agosto de 2015.

Ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP/UNISC)

Prezados Senhores,

Declaramos para os devidos fins conhecer o protocolo de pesquisa intitulado:

“SAÚDE DO TRABALHADOR E DOR LOMBAR: fatores associados e novas

tecnologias analíticas”, desenvolvido pelo acadêmico Guilherme Görgen da Rocha

do Curso de Mestrado em Promoção da Saúde, da Universidade de Santa Cruz do

Sul-UNISC, sob a orientação da professora Hildegard Hedwig Pohl, bem como os

objetivos e a metodologia de pesquisa e autorizamos o desenvolvimento no

Laboratório de Atividade Física e Saúde (4207) da Universidade de Santa Cruz do

Sul.

Informamos concordar com o parecer ético que será emitido pelo CEP/UNISC,

conhecer e cumprir com a Resolução do CNS 466/12 e demais Resoluções Éticas

Brasileiras. Esta instituição está ciente das suas corresponsabilidades como instituição co-

participante do presente projeto de pesquisa e no seu compromisso do resguardo da

segurança e bem estar dos sujeitos de pesquisa nela recrutados, dispondo de infraestrutura

necessária.

Atenciosamente,

______________________________________

Assinatura e carimbo do responsável institucional

Miriam Beatriz Reckziegel

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ANEXO G: Documentação ao CEP

Santa Cruz do Sul, 04 de agosto de 2015.

Ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP/UNISC)

Prezados Senhores,

Declaramos para os devidos fins conhecer o protocolo de pesquisa intitulado:

“SAÚDE DO TRABALHADOR E DOR LOMBAR: fatores associados e novas

tecnologias analíticas”, desenvolvido pelo acadêmico Guilherme Görgen da Rocha

do Curso de Mestrado em Promoção da Saúde, da Universidade de Santa Cruz do

Sul-UNISC, sob a orientação da professora Hildegard Hedwig Pohl, bem como os

objetivos e a metodologia de pesquisa e autorizamos o desenvolvimento no

Laboratório de Biomecânica (4210) da Universidade de Santa Cruz do Sul.

Informamos concordar com o parecer ético que será emitido pelo CEP/UNISC,

conhecer e cumprir com a Resolução do CNS 466/12 e demais Resoluções Éticas

Brasileiras. Esta instituição está ciente das suas corresponsabilidades como instituição co-

participante do presente projeto de pesquisa e no seu compromisso do resguardo da

segurança e bem estar dos sujeitos de pesquisa nela recrutados, dispondo de infraestrutura

necessária.

Atenciosamente,

______________________________________

Assinatura e carimbo do responsável institucional

Hildegard Hedwig Pohl

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ANEXO H: Documentação ao CEP

Santa Cruz do Sul, 04 de agosto de 2015.

Ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP/UNISC)

Prezados Senhores,

Declaramos para os devidos fins conhecer o protocolo de pesquisa intitulado:

“SAÚDE DO TRABALHADOR E DOR LOMBAR: fatores associados e novas

tecnologias analíticas”, desenvolvido pelo acadêmico Guilherme Görgen da Rocha

do Curso de Mestrado em Promoção da Saúde, da Universidade de Santa Cruz do

Sul-UNISC, sob a orientação da professora Hildegard Hedwig Pohl, bem como os

objetivos e a metodologia de pesquisa e autorizamos o desenvolvimento no

Laboratório de Bioquímica do Exercício (4209) da Universidade de Santa Cruz do

Sul.

Informamos concordar com o parecer ético que será emitido pelo CEP/UNISC,

conhecer e cumprir com a Resolução do CNS 466/12 e demais Resoluções Éticas

Brasileiras. Esta instituição está ciente das suas corresponsabilidades como instituição co-

participante do presente projeto de pesquisa e no seu compromisso do resguardo da

segurança e bem estar dos sujeitos de pesquisa nela recrutados, dispondo de infraestrutura

necessária.

Atenciosamente,

______________________________________

Assinatura e carimbo do responsável institucional

Miria Suzana Burgos

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ANEXO I: Documentação ao CEP

Santa Cruz do Sul, 04 de agosto de 2015.

Ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP/UNISC)

Prezados Senhores,

Declaramos para os devidos fins conhecer o protocolo de pesquisa intitulado:

“SAÚDE DO TRABALHADOR E DOR LOMBAR: fatores associados e novas

tecnologias analíticas”, desenvolvido pelo acadêmico Guilherme Görgen da Rocha

do Curso de Mestrado em Promoção da Saúde, da Universidade de Santa Cruz do

Sul-UNISC, sob a orientação da professora Hildegard Hedwig Pohl, bem como os

objetivos e a metodologia de pesquisa e autorizamos o desenvolvimento no

Laboratório de Infravermelho (1121) da Universidade de Santa Cruz do Sul.

Informamos concordar com o parecer ético que será emitido pelo CEP/UNISC,

conhecer e cumprir com a Resolução do CNS 466/12 e demais Resoluções Éticas

Brasileiras. Esta instituição está ciente das suas corresponsabilidades como instituição co-

participante do presente projeto de pesquisa e no seu compromisso do resguardo da

segurança e bem estar dos sujeitos de pesquisa nela recrutados, dispondo de infraestrutura

necessária.

Atenciosamente,

______________________________________

Assinatura e carimbo do responsável institucional

Valeriano Antônio Corbellini

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ANEXO J: Aprovação do Comitê de Ética da UNISC

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ANEXO K: Normas do Journal of Pain

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ANEXO L: Normas da Revista Fisioterapia em Movimento

A Revista Fisioterapia em Movimento publica trimestralmente artigos científicos na

área da Fisioterapia e saúde humanos artigos recebidos são encaminhados a dois

revisores (pareceristas) das áreas de conhecimento às quais pertence o estudo para

avaliação pelos pares (peer review). Os editores coordenam as informações entre os

autores e revisores, cabendo-lhes a decisão final sobre quais artigos serão publicados com

base nas recomendações feitas pelos revisores. Quando recusados, os artigos serão

devolvidos com a justificativa do editor. Todos os artigos devem ser inéditos e não podem

ter sido submetidos para avaliação simultânea em outros periódicos. É

obrigatório anexar uma declaração assinada por todos os autores quanto à exclusividade

do artigo, na qual constará endereço completo, telefone, fax e e-mail. Na carta de pedido

de publicação, é obrigatório transferir os direitos autorais para a Revista Fisioterapia em

Movimento. Afirmações, opiniões e conceitos expressados nos artigos são de

responsabilidade exclusiva dos autores. A Revista Fisioterapia em Movimento está

alinhada com as normas de qualificação de manuscritos estabelecidas pela OMS

e International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE), disponíveis em

<http://www.who.int/ictrp/en/> e <http://www.icmje.org/faq.pdf>. Somente serão

aceitos os artigos de ensaios clínicos cadastrados em um dos Registros de Ensaios Clínicos

recomendados pela OMS e ICMJE. Trabalhos contendo resultados de estudos humanos

e/ou animais somente serão aceitos para publicação se estiver claro que todos

os princípios de ética foram utilizados na investigação (enviar cópia do parecer do

comitê de ética). Esses trabalhos devem obrigatoriamente incluir a afirmação de ter sido o

protocolo de pesquisa aprovado por um comitê de ética institucional (reporte-se à

Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde, que trata do Código de Ética da

Pesquisa envolvendo Seres Humanos). Para experimentos com animais, considere as

diretrizes internacionais Pain, publicada em: PAIN, 16: 109-110, 1983.

Os pacientes têm direito à privacidade, o qual não pode ser infringido sem

consentimento esclarecido. Na utilização de imagens, as pessoas/pacientes não podem ser

identificáveis ou as fotografias devem estar acompanhadas de permissão específica por

escrito, permitindo seu uso e divulgação. O uso de máscaras oculares não é considerado proteção adequada para o anonimato.

É imprescindível o envio da declaração de responsabilidade de conflitos de interesse,

manifestando a não existência de eventuais conflitos de interesse que possam interferir no resultado da pesquisa.

A Revista adota o sistema Blackboard para identificação de plagiarismo.

Não há taxas para submissão e avaliação de artigos.

Forma e preparação de manuscritos

A Revista Fisioterapia em Movimento recebe artigos das seguintes categorias:

Artigos Originais: oriundos de resultado de pesquisa de natureza empírica,

experimental ou conceitual, sua estrutura deve conter: Introdução, Materiais e

Métodos, Resultados, Discussão, Conclusão, Referências. O texto deve ser elaborado

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com, no máximo, 6.000 palavras e conter até 5 ilustrações.

Artigos de Revisão: oriundos de estudos com delineamento definido e baseado em

pesquisa bibliográfica consistente com análise crítica e considerações que possam contribuir com o estado da arte (máximo de 8.000 palavras e 5 ilustrações).

Os trabalhos devem ser digitados em Word for Windows, fonte Times New Roman,

tamanho 12, com espaçamento entre linhas de 1,5. O número máximo permitido de

autores por artigo é seis (6).

• As ilustrações (figuras, gráficos, quadros e tabelas) devem ser limitadas ao número

máximo de cinco (5), inseridas no corpo do texto, identificadas e numeradas

consecutivamente em algarismos arábicos. A arte final, figuras e gráficos devem estar

em formato .tiff. Envio de ilustrações com baixa resolução (menos de 300 DPIs) pode acarretar atraso na aceitação e publicação do artigo.

• Os trabalhos podem ser encaminhados em português ou inglês.

• Abreviações oficiais poderão ser empregadas somente após uma primeira menção completa. Deve ser priorizada a linguagem científica para os manuscritos científicos.

• Deverão constar, no final dos trabalhos, o endereço completo de todos os autores,

afiliação, telefone, fax e e-mail (atualizar sempre que necessário) para encaminhamento de correspondência pela comissão editorial.

Outras considerações:

• sugere-se acessar um artigo já publicado para verificar a formatação dos artigos

publicados pela revista;

• todos os artigos devem ser inéditos e não podem ter sido submetidos para avaliação

simultânea em outros periódicos (anexar carta assinada por todos os autores, na qual

será declarado tratar-se de artigo inédito, transferindo os direitos autorais e

assumindo a responsabilidade sobre aprovação em comitê de ética, quando for o

caso);

• afirmações, opiniões e conceitos expressados nos artigos são de responsabilidade exclusiva dos autores;

• todos os artigos serão submetidos ao Conselho Científico da revista e, caso pertinente, à área da Fisioterapia para avaliação dos pares;

• não serão publicadas fotos coloridas, a não ser em caso de absoluta necessidade e a critério do Conselho Científico.

No preparo do original, deverá ser observada a seguinte estrutura:

Cabeçalho

Título do artigo em português (inicial maiúsculo, restante minúsculas – exceto nomes

próprios), negrito, fonte Times New Roman, tamanho 14, parágrafo centralizado,

subtítulo em letras minúsculas (exceto nomes próprios).

Título do artigo em inglês, logo abaixo do título em português, (inicial maiúsculo,

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restante minúsculas – exceto nomes próprios), em itálico, fonte Times New Roman,

tamanho 12, parágrafo centralizado. O título deve conter no máximo 12 palavras, sendo suficientemente específico e descritivo.

Apresentação dos autores do trabalho

Nome completo, afiliação institucional (nome da instituição para a qual trabalha),

vínculo (se é docente, professor ou está vinculado a alguma linha de pesquisa),

cidade, estado, país e e-mail.

Resumo estruturado / Structured Abstract

O resumo estruturado deve contemplar os tópicos apresentados na publicação.

Exemplo: Introdução, Desenvolvimento, Materiais e Métodos, Discussão, Resultados,

Considerações Finais. Deve conter no mínimo 100 e no máximo 250 palavras, em

português/inglês, fonteTimes New Roman, tamanho 11, espaçamento simples e

parágrafo justificado. Na última linha deverão ser indicados os descritores (palavras-

chave/keywords). Para padronizar os descritores, solicitamos utilizar os Thesaurus da

área de Saúde (DeCS) (<http://decs.bvs.br>). O número de descritores desejado é de

no mínimo 3 e no máximo 5, os quais devem ser representativos do conteúdo do trabalho.

Corpo do Texto

• Introdução: Deve apontar o propósito do estudo, de maneira concisa, e descrever

quais os avanços alcançados com a pesquisa. A introdução não deve incluir dados ou conclusões do trabalho em questão.

• Materiais e Métodos: Deve ofertar, de forma resumida e objetiva, informações que

permitam ser o estudo replicado por outros pesquisadores. Referenciar as técnicas padronizadas.

• Resultados: Devem oferecer uma descrição sintética das novas descobertas, com

pouco parecer pessoal.

• Discussão: Interpretar os resultados e relacioná-los aos conhecimentos existentes,

principalmente os indicados anteriormente na introdução. Esta parte deve ser apresentada separadamente dos resultados.

• Conclusão ou Considerações Finais: Devem limitar-se ao propósito das novas

descobertas, relacionando-as ao conhecimento já existente. Utilizar apenas citações indispensáveis para embasar o estudo.

• Agradecimentos: Sintéticos e concisos, quando houver.

• Referências: Numeradas consecutivamente na ordem em que são primeiramente

mencionadas no texto.

• Citações: Devem ser apresentadas no texto por números arábicos entre

parênteses. Exemplos:

“o caso apresentado é exceção quando comparado a relatos da prevalência das

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lesões hemangiomatosas no sexo feminino (6, 7)” ou “Segundo Levy (3), há mitos a respeito da recuperação dos idosos”.

Referências

Todas as instruções estão de acordo com o Comitê Internacional de Editores de

Revistas Médicas (Vancouver), incluindo as referências. As informações encontram-se

disponíveis em: (<http://www.icmje.org>). Recomenda-se fortemente o número

mínimo de 30 referências para artigos originais e 40 para artigos de revisão. As

referências deverão originar-se de periódicos com classificação Qualis equivalente ou

acima da desta revista.

Artigos em Revistas

- Até seis autores

Naylor CD, Williams JI, Guyatt G. Structured abstracts of proposal for clinical and epidemiological studies. J Clin Epidemiol. 1991;44:731-737.

- Mais de seis autores

Listar os seis primeiros autores seguidos de et al.

Parkin DM, Clayton D, Black RJ, Masuyer E, Friedl HP, Ivanov E, et al Childhood

leukaemia in Europe after Chernobyl: 5 year follow-up. Br J Cancer. 1996;73:1006-12.

- Suplemento de volume

- Suplemento de número

Payne DK, Sullivan MD, Massie MJ. Women´s psychological reactions to breast cancer.

Semin Oncol. 1996;23(1 Suppl 2):89-97.

- Artigos em formato eletrônico

Al-Balkhi K. Orthodontic treatment planning: do orthodontists treat to cephalometric

norms. J Contemp Dent Pract. [serial on the internet] 2003 [cited 2003 Nov. 4]. Available from: URL: www.thejcdp.com.

Livros e monografias

- Livro

Berkovitz BKB, Holland GR, Moxham BJ. Color atlas & textbook of oral anatomy. Chicago:Year Book Medical Publishers; 1978.

- Capítulo de livro

Israel HA. Synovial fluid analysis. In: Merril RG, editor. Disorders of the

temporomandibular joint I: diagnosis and arthroscopy. Philadelphia: Saunders; 1989.

p. 85-92.

- Editor, Compilador como Autor

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Norman IJ, Redfern SJ, editors. Mental health care for elderly people. New York: Churchill Livingstone; 1996.

- Livros/Monografias em CD-ROM

CDI, clinical dermatology illustrated [monograph on CD-ROM], Reeves JRT, Maibach H. CMEA Multimedia Group, producers. 2 nd ed. Version 2.0. San Diego: CMEA; 1995.

- Anais de congressos, conferências congêneres

Damante JH, Lara VS, Ferreira Jr O, Giglio FPM. Valor das informações clínicas e

radiográficas no diagnóstico final. Anais X Congresso Brasileiro de Estomatologia; 1-5

de julho 2002; Curitiba, Brasil. Curitiba, SOBE; 2002.

Bengtsson S, Solheim BG. Enforcement of data protection, privacy and security in

medical informatics. In: Lun KC, Degoulet P, Piemme TE, Rienhoff O, editors.

MEDINFO 92. Proceedings of the 7th World Congress of Medical Informatics;1992 Sept 6-10; Geneva, Switzerland. Amsterdam:North-Holland; 1992. p. 1561-5.

Trabalhos acadêmicos (Teses e Dissertações)

Kaplan SJ. Post-hospital home health care: the elderly´s access and utilization

[dissertation]. St. Louis: Washington Univ.; 1995.

Envio de manuscritos

Os manuscritos deverão ser submetidos à Revista Fisioterapia em

Movimento por meio do site <www.pucpr.br/revfisio> na seção

“submissão de artigos”.