RTevista Reformador de Janeiro de 2003

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Frentes de Trabalho – Nestor João Masotti 5 Reformador – 120 anos – Juvanir Borges de Souza 7 Viverás, Reformador! – M. Quintão 9 Reformador – 21/Janeiro/1883 – Artigo de Apresentação 10 Carimbo do Centenário de Reformador 12 Mensagem de Gratidão 13 Tomada de posição – Passos Lírio 15 Reformador – Porta-voz da Espiritualidade Superior – 16 Francisco Thiesen

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RReeffoorrmmaaddoorrRevista de Espiritismo Cristão

Ano 121 /Janeiro, 2003 / No 2.086

Fundada em 21 de janeiro de 1883

Fundador: Augusto Elias da Silva

ISSN 1413-1749Propriedade e orientação da

Federação Espírita Brasileira

Direção e RedaçãoAv. L-2 Norte – Q. 603 – Conj. F (SGAN)

70830-030 – Brasília (DF)Tel.: (61) 321-1767; Fax: (61) 322-0523

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Para o BrasilAssinatura anual R$ 30,00Número avulso R$ 4,00Para o ExteriorAssinatura anualSimples US$ 35,00Aérea US$ 45,00

Diretor – Nestor João Masotti; Diretor-Substituto e Edi-tor – Altivo Ferreira; Redatores – Antonio Cesar Perride Carvalho, Evandro Noleto Bezerra e Lauro de Oli-veira São Thiago; Secretário – Iaponan Albuquerqueda Silva; Gerente – Amaury Alves da Silva; REFOR-MADOR: Registro de Publicação no 121.P.209/73(DCDP do Departamento de Polícia Federal do Mi-nistério da Justiça), CNPJ 33.644.857/0002-84 –

I. E. 81.600.503.

Departamento Editorial e GráficoRua Souza Valente, 17

20941-040 – Rio de Janeiro (RJ) – Brasil

Tel: (21) 2589-6020; Fax: (21) 2589-6838

Capa: Rebouças & Associados

Tema da Capa: 120 anos de Reformador. Home-nagem ao seu fundador – Augusto Elias da Silva.

EDITORIAL 4Reformador prossegue

PRESENÇA DE CHICO XAVIER 14 Apelo à União – Pedro da Rocha Costa

ESFLORANDO O EVANGELHO 21Destruição e Miséria – Emmanuel

FEB – CONSELHO FEDERATIVO NACIONAL 22Reunião Ordinária do CFN, de 2002

CONSELHO ESPÍRITA INTERNACIONAL 32A 9a Reunião Ordinária do CEI realiza-se em Portugal

A FEB E O ESPERANTO 34“Por que acredito no Esperanto?” – Affonso SoaresReformador e o Esperanto 35

SEARA ESPÍRITA 42

Frentes de Trabalho – Nestor João Masotti 5

Reformador – 120 anos – Juvanir Borges de Souza 7

Viverás, Reformador! – M. Quintão 9

Reformador – 21/Janeiro/1883 – Artigo de Apresentação 10

Carimbo do Centenário de Reformador 12Mensagem de Gratidão 13

Tomada de posição – Passos Lírio 15

Reformador – Porta-voz da Espiritualidade Superior – 16

Francisco Thiesen

Reformador – Elias da Silva 19

Madame Allan Kardec 20

A Paz – Inaldo Lacerda Lima 26

Na Seara de Luz – Bezerra de Menezes 27

Tempo e nós – Maria Dolores 28

Disposição para a Paz – Paulino Barcellos 29

A Ciência encontrará o Espírito – Adésio Alves Machado 30

Evangelho de Jesus, o Código Moral – Sonia Leal Maciel 31

Reuniões Mediúnicas: Regularidade e Disciplina – 36Lucy Dias Ramos

Reuniões homogêneas – Allan Kardec 37

Desafios da Atualidade – Léon Denis 38

O Caminho para sermos felizes – Rildo G. Mouta 39

A Necessidade do Estudo – Rogério Coelho 40

IV Congresso Nacional de Espiritismo em Portugal 41

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4 Reformador/Janeiro 20032

Augusto Elias da Silva, quando, há 120 anos, fundou Reformador, por certo ponderava sobre anecessidade da divulgação do Espiritismo tal como observa Erasto em O Evangelho segundo oEspiritismo: “Ide, pois, e levai a palavra divina: aos grandes que a desprezarão, aos eruditos

que exigirão provas, aos pequenos e simples que a aceitarão; porque, principalmente entre os már-tires do trabalho, desta provação terrena, encontrareis fervor e fé.” 1

Sem jamais discriminar ninguém, tratando a todos com total igualdade, Reformador procurou,sempre, divulgar amplamente os profundos ensinamentos que a Doutrina Consoladora a todos ofe-rece, não esquecendo dos que sofrem, alvo principal do Evangelho Redivivo.

A presença ininterrupta de Reformador junto à sociedade, durante esse largo período, demonstra,por si só, a nosso ver, o acerto da diretriz assumida. Divulgando a Doutrina Espírita tal como os Espí-ritos Superiores no-la trouxeram, em toda a sua abrangência, abordando todos os seus aspectos, vem in-formando, esclarecendo e expondo sem impor, respeitando plenamente a liberdade do próximo.

Difundindo todos os princípios doutrinários, tem dado especial atenção à parte moral e religio-sa, que decorre da convicção de que somos seres imortais em constante processo de aprimoramento.Destaca, assim, os ensinos do Evangelho à luz da Doutrina Espírita, que são roteiro de auto-ajudapara os que se empenham em trabalhar no sentido de ocupar sua atual existência com a prática espí-rita, de conformidade com a observação do Codificador: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pelasua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más.” 2

Lastreado na experiência destes 120 anos, Reformador prossegue na sua diretriz de mantera divulgação da Doutrina Espírita junto a todos os homens, procurando contribuir para a me-lhoria de cada ser e, desse modo, auxiliar na construção do esperado Mundo Novo, que deveráser constituído por uma população espiritualmente esclarecida e conscientemente fraterna, pa-cífica e progressista.

EditorialReformador prossegue

1 KARDEC, Allan – O Evangelho segundo o Espiritismo – Cap. XX, no 4 – Missão dos Espíritas – Erasto – Ed. FEB.2 Idem, ibidem, cap. XVII, no 4.

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Reformador/Janeiro 2003 5

Estimados irmãos!

ADoutrina Espírita traz consi-go um objetivo. Quando sereferiram ao trabalho de reve-

lar o Espiritismo à Humanidade, osEspíritos Superiores nos passaramesse objetivo com bastante clarezadizendo: “Nele pusemos as bases deum novo edifício que se eleva e queum dia há de reunir todos os ho-mens num mesmo sentimento deamor e caridade.”l

Este o nosso objetivo. A cons-trução desse edificio social a que sereferem os Orientadores Espirituaisé o trabalho que nos cabe realizar. Éesse edificio social que vai propiciara todos um ambiente de fraternida-de e de entendimento conscientes,uma convicção maior a respeito dabondade de Deus, da grandiosida-de da Sua Criação e dos objetivosnobres que a nossa existência terre-na apresenta.

Os que estamos a serviço doMovimento Espírita temos naturais

desafios e, como desafios, temosfrentes de trabalho. Poderíamosdestacar quatro frentes básicas paraa nossa ação no campo do Movi-mento Espírita. Temos a necessida-de de divulgar a Doutrina, colo-

cando-a ao alcance e a serviço detodos os homens. A divulgação,através da qual procuramos levar atodas as pessoas, de todos os níveissociais e culturais, o conhecimentoda Doutrina Espírita, da mensagemque ela oferece à Humanidade,assim como a possibilidade da vi-vência dos seus princípios, é umatarefa que por si só apresenta umafrente grandiosa de ação. O objeti-vo principal do nosso trabalho, semdúvida, é esse da divulgação daDoutrina Espírita.

Há uma outra frente de traba-lho no Movimento Espírita, maisvinculada à tarefa federativa, que éo apoio a todas as Instituições Espí-

ritas (Grupos, Centros e SociedadesEspíritas) para que possam apro-fundar cada vez mais a sua capaci-dade de realização, de divulgaçãodoutrinária, de atendimento aosque lhes batem à porta e, ainda, tra-balhar para que elas se multipli-quem, que se amplie cada vez maiso número dessas Instituições que,bem estruturadas e fiéis aos princí-pios espíritas, são pólos de difusãoda Doutrina, são as unidades fun-damentais do próprio MovimentoEspírita.

Outra frente de trabalho estáno que diz respeito à nossa açãojunto à sociedade em geral, paraque os homens e mulheres que noscercam, que ainda desconhecem amensagem espírita, passem a ter umconhecimento cada vez maior dotrabalho que o Espiritismo realiza,tanto pela nossa informação comopela nossa ação, e passem, com isto,a compreender melhor a DoutrinaEspírita e o Movimento Espírita,reconhecendo o significado da suaação.

Há, ainda, uma outra frenteque espera a participação solidáriados trabalhadores espíritas: é a quediz respeito ao atendimento aosnossos irmãos de outros países, quetrabalham no estudo, difusão e prá-tica da Doutrina, e que enfrentam,muitas vezes, no desempenho des-sas tarefas, dificuldades muito mais

Frentes de TrabalhoPalavra do Presidente do CFN, Nestor João Masotti,

na abertura da Reunião de 2002

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1 KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos – Pro-legômenos.

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6 Reformador/Janeiro 2003

graves e muito mais sérias do que asque habitualmente enfrentamos.

Tudo isso, naturalmente, repre-senta objetivos de longo alcanceque demandam muitos anos para sealcançar os resultados esperados. Is-to, todavia, não deve fazer com quenos acomodemos diante dessa rea-lidade, já que se trata, realmente, deum trabalho de construção diária,que vamos executando passo a pas-so, avançando gradativamente, deforma coerente, organizada e racio-nal, mas, acima de tudo, unida.

Temos, pois, como metas prin-cipais, o esforço diuturno da divul-gação da Doutrina Espírita e estetrabalho permanente de apoio jun-to às Instituições Espíritas. Na exe-cução desses misteres há, ainda,uma realidade que hoje enfrenta-mos: a de aprimorar a qualidade danossa atividade, assim como a qua-lidade do produto e do serviço queestamos oferecendo a todos. A bus-ca de uma qualidade cada vez me-lhor em todas as nossas realizaçõesé fundamental para alcançarmos al-gum resultado. Destaque-se que aDoutrina Espírita, em si mesma, éuma expressão de qualidade, ou se-ja, é o que de melhor a ProvidênciaDivina pode oferecer ao homempara a compreensão da vida em to-da a sua grandiosidade e para orien-tar a nossa existência.

Naturalmente, companheiros,todas essas frentes de ação que seapresentam para nós reclamam tra-balho de equipe. Ninguém, por cer-to, poderá pretender realizar tudosolitariamente. Sabemos que esta éuma tarefa de construção gradativajunto a todas as pessoas, e que otrabalho de equipe é fundamental.Por sua vez, nesse trabalho, temos anecessidade da união de todos, sem

o que, não alcançaremos o resulta-do esperado. Os Orientadores Espi-rituais há muito nos alertam paraque estejamos cada vez maisunidos. Isto pede superação dasnossas limitações, renúncias e esfor-ço de melhoria interior. Qualqueridéia de união efetiva que não este-ja amparada no exercício autênticoda humildade e da solidariedade re-presenta propósito que não se con-cretiza. A nossa união, pois, é essen-cial para todos nós.

Ismael, quando da assinaturado Pacto Áureo, exaltou o trabalhoda união e referiu-se à “caravanaque se não extingue”. Todos os queassim se unirem, imbuídos do espí-rito de fraternidade, de humildadee de plena vivência do Evangelhode Jesus, estarão unidos não só nomomento do trabalho, enquantoaqui encarnados, mas também nosmomentos em que, no Mundo Es-piritual, estiverem em condições dedar seqüência a esta tarefa. Enquan-to estamos aqui reunidos, no Con-selho Federativo Nacional, estamoscontando com a presença de com-panheiros que conviveram conoscoquando encarnados e que hoje con-

tinuam o seu labor no Mundo Es-piritual, inspirando, orientando,apoiando e ajudando na realizaçãodesta tarefa para que ela cresça e sedesenvolva em beneficio da Hu-manidade. É para esta união que es-tamos caminhando, construindo-aatravés de cada sentimento, de cadapensamento, de cada ação.

Humberto de Campos, no li-vro Brasil, Coração do Mundo, Pá-tria do Evangelho, psicografado porFrancisco Cândido Xavier, quandocomenta a respeito do Espiritismono Brasil, destaca que “nas suas fi-leiras respeitáveis, só a desunião é ogrande inimigo”2.

Unirmo-nos, pois, em tornodesse ideal, aprendendo a renunciara impulsos pessoais para fazer valero interesse maior da tarefa de difu-são doutrinária é a maneira corretade realmente ajudarmos na constru-ção desse Mundo Novo que os Es-píritos Superiores programaram pa-ra a Humanidade e que se realizagradativamente, criando espaços deluz e de paz para nossa Terra aindaenvolta em nuvens de tristezas eapreensões.

A construção da paz em nossoMundo está muito vinculada à di-fusão da Doutrina Espírita, ou seja,depende, também, da nossa própriaação. Unamo-nos, pois. Estejamosrealmente afinados com os AmigosEspirituais que nos sustentam e nosamparam e estaremos no caminhocerto para a concretização dos nos-sos propósitos.

Muito obrigado.

CFN, 8/11/2002.

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2 Cap. XXIX, p. 228 da 25. ed. FEB.

A construção da paz

em nosso Mundo

está muito

vinculada à

difusão da

Doutrina Espírita

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No dia 21 deste mês de janeiro,Reformador completa cento evinte anos de existência pro-

fícua.Sua atual direção resolveu co-

memorar o fato relembrando, paragáudio de seus leitores, algumaspassagens e episódios relacionadoscom a centenária revista febiana.

A data de sua fundação – 21de janeiro de 1883 – insere-se emperíodo em que o Espiritismo pro-curava firmar-se no Brasil, especial-mente na então Capital do Im-pério.

Algumas instituições e gruposjá existiam no Rio de Janeiro desde1873, com a criação do GrupoConfúcio, que desapareceu ao fimde três anos, para dar nascimento aoutras sociedades espíritas.

É interessante assinalar a estrei-ta ligação entre a Doutrina Espíri-ta, seu Movimento e a imprensa.

Allan Kardec utilizou-a desde oinício da Codificação, com a publi-cação de O Livro dos Espíritos e daRevue Spirite, em 1857 e 1858.

O fato justifica-se por terem si-do o livro e os periódicos, ao ladoda palavra, os elementos disponíveispara o estudo e a difusão da novelDoutrina dos Espíritos, nos fins doséculo XIX.

No final desse século, o Brasilera um fervilhar de idéias.

Desde os fins da Guerra do Pa-raguai cresciam os movimentos emfavor da abolição da escravatura ne-gra e da transformação do Impérioem República.

A criação do Clube Republica-no, em 1870, e a influência do Po-sitivismo, de Auguste Comte, fo-ram forças políticas e filosóficas queenfraqueceram gradativamente ospartidos políticos tradicionais doImpério e a dominação da IgrejaCatólica, ligada ao Estado.

Foi nesse ambiente, sob diver-sificadas influências, inclusive domaterialismo e do utilitarismo mul-tifários, que o Espiritismo se trans-plantara da França para o Brasil.

O Movimento Espírita já exis-tia, em seus primórdios, com insti-tuições no Rio de Janeiro, na Bahia,em São Paulo e em outras provín-cias.

Mas os espíritas do Rio de Janei-ro não se entendiam fraternalmenteentre si. Deixavam-se influenciar pe-lo personalismo e pelas interpretaçõesdivergentes dos grupos sobre os prin-cípios doutrinários.

Tentativas foram feitas paradotar o Movimento Espírita de en-tão de órgãos de imprensa.

Na Bahia surgira O Eco deAlém-Túmulo, em 1869, de efême-ra duração.

No Rio de Janeiro surgirama Revista Espírita, fundada peloDr. Antônio da Silva Neto, do“Grupo Confúcio”, que durouapenas seis meses, e a Revista daSociedade Acadêmica Deus, Cristo

e Caridade, que subsistiu de ja-neiro de 1881 a julho de 1882.

Foi nesse meio tumultuadoque surgiu o Reformador, fundadopelo fotógrafo português AugustoElias da Silva, radicado no Brasil,residente na Rua da Carioca no 120(então Rua de São Francisco de As-sis) onde instalou, no 2o andar, to-dos os serviços de sustentação dojornal.

O novo órgão era, inicialmen-te, modesto jornal de quatro pági-nas, com tiragem de cerca de 400exemplares.

No ano seguinte, 1884, foi in-corporado por seu proprietário efundador à Federação Espírita Bra-sileira, criada pela iniciativa do mes-mo seareiro Augusto Elias da Silvae de mais 11 companheiros, em 2de janeiro daquele ano.

Iniciava-se, assim, uma trajetó-ria mais que centenária, do “OrgamEvolucionista” Reformador, como odenominou seu fundador.

São palavras iniciais constantesno primeiro editorial do novo ór-gão da imprensa espírita:

“Abre caminho, saudando oshomens do presente, que tambémo foram do passado e ainda hão deser os do futuro, mais um batalha-dor da paz: o Reformador. ....................................................

(...) os nossos leitores, coevos evindouros, ficam cientes de que,alumiados pela luz da DoutrinaEspírita, somos evolucionistas es-sencialmente progressistas.” >

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Reformador – 120 anosJuvanir Borges de Souza

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8 Reformador/Janeiro 2003

> Batalhador da paz, à luz do Es-piritismo, com vocação essencial-mente progressista, é uma progra-mação ideal e feliz para qualquerinstituição, órgão ou indivíduo quese disponham a servir dentro dospressupostos da Doutrina Esclare-cedora e Consoladora.

E Reformador parece ter absor-vido integralmente a expectativa eesperança de seu idealizador, desen-volvendo a programação inicial,ampliando-a e servindo, sem limi-tação no tempo, a uma Causa gran-diosa.

Porta-voz da Federação EspíritaBrasileira, desde a primeira hora, ser-vidor da Doutrina Espírita e de seuMovimento, eis a trajetória invariá-vel do lutador pela paz e pela luz.

Nessa luta permanente inter-põem-se múltiplos obstáculos e vi-cissitudes.

Para enfrentá-los, empenham-seos obreiros dos dois planos da Vida.As inspirações de Cima precisamdos executores no Plano das formas,sejam eles talentos cultivados ousimples obreiros de boa vontade.

Na sucessão dos anos, a atuaçãodo órgão virtualmente se confundecom a história da Instituição querepresenta – a Casa de Ismael.

São milhares e milhares de pá-ginas escritas por centenas de cola-boradores que se sucedem, todosprocurando inspiração nos diversosaspectos da Doutrina Consoladora.

Assim, o divulgador centenáriotornou-se fonte permanente de in-formações e estudos sobre a fenome-nologia, como também sobre a filo-sofia e os aspectos moral-religioso,ético, educacional e social em que sedesdobra a Doutrina Espírita.

Guillon Ribeiro, o fiel servidore inesquecível Presidente da Fede-

ração, no período de 1930 a 1943,sintetizou bem o relevante papel doórgão febiano em Relatório publi-cado em setembro de 1940:

“Subordinado sempre, com ab-soluta fidelidade, à orientação dou-trinária da instituição cujo pensa-mento lhe cabe exprimir, conti-nuou ele a esforçar-se por bem ser-vir, o melhor possível à causa espíri-ta, sem jamais dissociar do Evange-lho o Espiritismo, antes timbrandoinvariavelmente em propagar a Ter-ceira Revelação como simples des-dobramento da Revelação Cristã,sem esquecer, todavia, de dispensara atenção devida à fenomenologiaque serviu de base à estruturação daDoutrina dos Espíritos (...).”

...

Após vinte anos de sua funda-ção, o jornal da Federação transfor-mou-se em revista bimensal, com20 páginas no formato de 27 x18,5cm. Durante trinta e quatroanos, de 1903 a 1937, manteve es-ses característicos.

A administração e a redação doórgão febiano mudaram de endere-ço muitas vezes, acompanhando asede da Federação, peregrinandopor salas e porões alugados, até que,em 1911, se instalaram na sede no-va construída na administração deLeopoldo Cirne, na Avenida Passosno 30, endereço que se tornou refe-rência para os espiritistas do Brasile do Exterior.

Sob a administração de Fran-cisco Thiesen, na década de 1980,a redação foi transferida para a no-va sede em Brasília, juntamentecom outros órgãos da FEB.

Atualmente, a Direção e Reda-ção localizam-se em Brasília, na se-

de central da Federação, e a editora-ção e impressão no DepartamentoEditorial e Gráfico, na Rua SouzaValente, 17, no Rio de Janeiro.

Cronologicamente, Reforma-dor teria sido a oitava folha espíri-ta surgida no Brasil, nas pesquisasfeitas por Clóvis Ramos; ZêusWantuil afirma ter sido a décima.

De qualquer sorte, há muito setornou o mais antigo periódico es-pírita brasileiro e um dos cincomais antigos do mundo.

Os Anais da Biblioteca Nacio-nal (vol. 85), registram ser Refor-mador um dos quatro periódicossurgidos no Rio de Janeiro, desde quea Família Imperial se transferiu dePortugal para o Brasil, em 1808, até1889, data da Proclamação da Re-pública, e que sobreviveram até osdias atuais. São eles, pela ordem deantiguidade: Jornal do Commercio– 1827; Revista do Instituto Histó-rico e Geográfico Brasileiro – 1839;Diário Oficial – 1862; Reformador– 1883. O Diário Oficial e Refor-mador foram os únicos que não ti-veram interrompidas suas publica-ções, salvo pequenos atrasos porcircunstâncias eventuais.

Durante muitos anos a direçãodo órgão manteve agentes encarre-gados da cobrança e agenciamentode assinaturas. A partir de 1981 atarefa passou a ser executada direta-mente pela Gerência, valendo-sedos serviços da rede bancária, combons resultados.

A atualização e modernizaçãoem matéria gráfica é uma imposi-ção a que estão sujeitos os meios decomunicação. Reformador não po-deria deixar de obedecer aos impo-sitivos do progresso tecnológico,sem os exageros desnecessários, eprecipitados.

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Os espiritistas conhecem sobe-jamente a orientação editorial des-se órgão da FEB.

Expressando o pensamento e adiretriz da Instituição a que serve,está permanentemente a serviço daMensagem do Cristo, da Doutrinados Espíritos e de seus desdobra-mentos.

Por isso sempre esteve na esta-cada em defesa do Movimento Es-pírita, das Instituições Espíritas edos espíritas, contra os ataques, asperseguições e os preconceitos dequalquer procedência. Nessa linhade coerência, adota a coragem e aprudência dos que pugnam pelaprevalência da verdade, da justiça eda fraternidade entre os homens.

Para consecução de tudo o queé de sua programação, para chegaraos dias atuais e projetar-se no fu-

turo, Reformador conta com doisfatores essenciais, dos quais não po-de abrir mão: o compromisso coma Doutrina Consoladora, enten-dendo-a em espírito e verdade – es-ta a pedra angular; em segundo lu-gar, a dedicação de seus servidores,dos dois planos da vida, assim com-preendidos não somente os sucessi-vos Presidentes, Diretores, que hon-raram e hão de honrar seus com-promissos, mas também os traba-lhadores dos demais escalões, os co-laboradores e os executores das ta-refas aparentemente secundárias.

Lançado nos fins do séculoXIX, em época de dificuldades, deincompreensões e de perseguições,que venceu com coragem e fé, atra-vessando todo o extraordinário sé-culo XX, com suas guerras, com oprogresso científico e tecnológico e

a Humanidade inclinando-se, emconsiderável parcela, para o mate-rialismo avassalador, Reformadorchega ao limiar do século XXI.

Recordamos, com admiração ereconhecimento, o vulto humildemas valoroso de seu fundador eagradecemos com emoção a todosos trabalhadores sinceros e devota-dos que tomaram a si o dever decontinuação e sustentação da admi-rável obra de esclarecimento espiri-tual de milhões de criaturas.

Aos obreiros de hoje e do futu-ro auguramos sejam dignos da con-fiança do Alto e saibam continuarconduzindo esse ideal sagrado, essachama de Luz e de Amor.

Nota – O presente trabalho foi calcado em ou-

tros, do mesmo Autor.

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Debruçado na amurada do tempo, nossos olhospercorrem o infinito, procurando rever no pas-sado os momentos que nos levaram a sentir, nas

páginas de folhetins, dissertações de companheiros,externando em crônicas suas angústias, suas emoçõese suas esperanças.

Entre jornais profanos, jornais de fundo religio-so, revistas e até pasquins, fazem-nos saudades, pelosenso crítico que foi sempre da nossa predileção usar,dentro, é claro, de forma construtiva.

Embora ainda muito personalista nosso modo dever e sentir o mundo e as coisas, sempre levamos nes-sas apreciações o ideal de cristão em que nos tornamosna metade de nossa vida aí no plano terreno.

Entre esses publicitários, somos levados a desta-car alguns pela correção no trato das questões, priman-

do pela lealdade e pela verdade em suas edições, sem-pre considerando o respeito e o direito de seus concor-rentes, mas sem transigir nos seus fundamentos, paraagradar, e, por isso mesmo, são os que convencem pe-lo respeito que a si mesmos impõem.

Entre estes, caros irmãos, encontramos o órgão dedivulgação da Federação Espírita Brasileira, como da-queles que sempre se fizeram notar sem impor-se aquem quer que seja. Foi, é e será o instrumento quecontinuará anunciando ao Mundo as “cinzas do cin-zeiro” da meditação e da saudade.

Outros cem anos ainda viverás, Reformador!

M. Quintão

(Mensagem psicografada pelo médium Olympio Giffoni, nanoite de 13/1/1983, no “Grupo Ismael”, na Federação Espíri-ta Brasileira, Rio-RJ.)

Fonte: Reformador de março de 1983, p. 15.

Viverás, Reformador!

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10 Reformador/Janeiro 2003

Abre caminho, saudando os ho-mens do presente, que tam-bém o foram do passado e

ainda hão de ser os do futuro, maisum batalhador da paz: o Refor-mador.

Alongando o olhar em derre-dor, percorrendo com a vista, até ohorizonte, toda a vasta superfíciedo campo em que nos achamos, ve-mos uma multidão de homens, for-mando diversos grupos. Cada umdesses grupos hasteia uma bandeiradiferente no fundo e na forma,quanto aos fins e quanto aos meios.São estes grupos provenientes da di-vergência no modo de considerar ascoisas e formados para manter e de-fender preceitos religiosos e interes-ses políticos, doutrinas filosóficas eprincípios científicos antagônicos,opostos, contrários, grupos quemais despertam a nossa atenção,porque alguns deles, não encerran-do em si suficientes elementos devitalidade, os buscam fora, na polê-mica; além de que, acreditando quesó na sua bandeira está inscrita averdade, se combatem, lançando oanátema reciprocamente, e se agri-dem com a acrimônia e a sanha doamor-próprio e da sem-razão.

Estudando os efeitos, chega-mos a conhecer as causas, destruí-das as quais, por força, em virtudedo princípio – cessada a causa, ces-sa o efeito, desaparecerão as funes-tas conseqüências dessa luta semtréguas, travada desde a mais remo-ta antiguidade, entre aqueles quereconhecem a existência do Espíri-to e os que só admitem a matéria,os quais ainda se subdividem numgrande número de grupos secun-dários.

A causa dessa dissidência de-pende do ponto de vista exclusivoem que cada um se coloca. A dissi-dência, porém, é mais aparente doque real e verdadeira; na essência,no fundo, na origem, todos estãona verdade.

Esta proposição parecerá amuitos um paradoxo; entretanto,uma simples reflexão mostra quenenhum desses grupos pode serconsiderado como seguindo cami-nho falso, em absoluto.

Cada um deles conta em seuseio homens de grande mérito inte-lectual e moral, de talento e ilustra-ção, verdadeiros sábios, os quais sus-tentam as suas doutrinas e defen-dem as suas escolas, cada um a sua,como a única verdadeira, e, de par-te a parte, apresentam os mais bemdeduzidos argumentos e as provasmais evidentes das suas asserções,sendo forçoso admitir que ambos osgrupos estão com a verdade.

E de fato assim é; não podia serde outra forma, porque cada grupopode possuir uma certa soma deverdades relativas e afirmar que es-tá na verdade. O que, porém, nãopodia, ou não devia, era lançar oanátema ao seu contrário. Aí o er-ro; aí o mal, que cumpre combaterem bem da fraternidade e da pazuniversal, o que constitui o verda-deiro progresso.

Assim, pois, cada um dos di-versos grupos que apontamos pos-sui algumas verdades relativas, queconstituem os fundamentos dasdoutrinas que sustenta; todos eles,portanto, têm entre si um ponto decontato, um laço de união, até ago-ra invisível e inapreciável para cadaum. Por isso é que se repeliam, vol-tavam as costas uns aos outros e, oque é mais, se combatiam comoinimigos, por amor à verdade, ima-ginando-se cada um o único pos-suidor dela.

Tendo todos o mesmo pontode partida, a base, a essência era amesma para todos, estavam todosunidos na origem. Como, porém,cada um encarou a coisa debaixo deum ponto de vista diferente e ence-tou a marcha em linha reta e no sen-tido da direção inicial, sucede que,quanto mais se adiantam, mais afas-tados se acham uns dos outros; mas,continuando a seguir cada um a suaderrota, hão de necessariamente en-contrar-se todos no fim da jornada,

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Reformador – 21/Janeiro/1883

Artigo de Apresentação

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porque, tendo partido do pólo nega-tivo e dirigindo-se forçosamente pa-ra o pólo positivo da esfera da vida,aí se encontrarão necessariamente.

Cada viajor segue o seu cami-nho, apoiado no bordão de peregri-no que escolheu e auxiliado pelosrecursos que angariou.

Para efetuar a peregrinação,certas coisas são de mister:os meios de transporte, osaparelhos e instrumentosprecisos, segundo o gêneroda peregrinação, e um guia.

Entre os meios, figu-ram as hipóteses e, comobagagem, as idéias adquiri-das, os hábitos, os precon-ceitos e os vícios contraídos.

As hipóteses são as pica-das abertas pelos explorado-res na mata das pesquisascientíficas; são atalhos entreas longas curvas da estradaordinária, ou indicações derumos a seguir, espécies defaróis, no mar das investi-gações.

As idéias preconcebidas,os hábitos, os preconceitos eos vícios adquiridos são asmontanhas escabrosas quedificultam a marcha, madei-ros que atravancam o cami-nho, parcéis que embaraçamos portos. Uns e outras, porisso, não podem constituir osmateriais de nenhuma escola, a ne-nhuma podem filiar-se. Ainda mais:se as hipóteses são úteis, podem mes-mo tornar-se necessárias; as idéiaspreconcebidas, o apego aos conheci-mentos adquiridos, o hábito, a ten-dência à imobilidade são contráriosao progresso e, por isso, devem sercombatidos como elementos de es-tagnação, de aniquilamento.

Esta é a tarefa de cada um e,portanto, igualmente, do Reforma-dor: caminhar em linha reta, tendoem mira o alvo que é comum a to-dos, seguindo sempre no sentido dadireção inicial.

É isto o que ensina o Espiri-tismo, como se vê do que se se-gue:

O Espiritismo é a ciência novaque vem revelar aos homens, pormeio dos fatos e provas irrecusáveis,a existência e a natureza do mundoespiritual e suas relações com omundo material.

A ciência espírita demonstraque o mundo espiritual não é umacoisa sobrenatural, mas, ao contrá-rio, uma força essencialmente ativa,

origem de todos os fenômenos danatureza, até hoje não compreendi-dos e, por isso, lançados para o do-mínio do fantástico, do maravilho-so, do sobrenatural.

Para aqueles que consideram amatéria como o único agente danatureza, tudo o que se não podeexplicar pelas leis da matéria é ma-

ravilhoso ou sobrenatural e,para esses, o maravilhoso ésinônimo de superstição.Com um tal sistema, a reli-gião, fundada na existênciade um princípio imaterial, éum tecido de superstições;não se animam a dizê-lo emvoz alta, mas dizem-no emvoz baixa e julgam assim sal-var as aparências, conceden-do que haja uma religiãopara o povo ignorante e paraas crianças. Ora, o princípioreligioso ou é verdadeiro oué falso; se é verdadeiro, devede o ser para todos; se é fal-so, não é por isso melhor pa-ra os ignorantes do que pa-ra os instruídos.

São chegados os temposem que a ciência, deixandode ser exclusivamente mate-rialista, deve levar em contao elemento espiritual, e quea religião cessará de desco-nhecer as leis orgânicas eimutáveis da matéria; essas

duas forças, apoiando-se uma sobrea outra e marchando de harmonia,se prestarão um mútuo auxílio. En-tão, a religião, não recebendo maiso desmentido da ciência, adquiriráum poder inabalável, por se acharde acordo com a razão e não se lhepoderá opor a irresistível lógica dosfatos. Ao Espiritismo estava reserva-do o papel difícil mas, por isso mes-

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Reformador, Ano I, no 1 – Janeiro de 1883

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mo, glorioso de estabelecer a alian-ça da ciência e da religião.

A Doutrina Espírita muda in-teiramente a maneira de encarar ofuturo.

A vida extracorporal não é umahipótese, porém, uma realidade; oestado das almas depois da mortenão é um sistema, porém, sim, o re-sultado de uma observação. Er-gueu-se o véu; o mundo espiritualnos aparece em toda a sua realidadeprática; não foram os homens queo descobriram, pelo esforço de umaconcepção engenhosa; são os mes-mos habitantes desse mundo quenos vêm descrever a sua situação; aíos vemos em todos os degraus daescala espiritual, em todas fases dafelicidade e da infelicidade; assisti-mos, enfim, a todas as peripécias davida de além-túmulo.

Formar uma idéia clara e pre-cisa do que seja a vida futura écriar fé inabalável no porvir; e estafé traz, para moralização dos ho-mens, conseqüências incalculáveis,porque muda completamente oponto de vista sob o qual encarama vida terrestre.

De onde se vê que o Espiritis-mo não é, de modo algum, contrá-

rio à religião. Ele faz conhecer quea religião, sendo o modo pelo quala criatura testemunha sua gratidãoe reconhecimento ao Criador e aosEspíritos bons, não pode deixar deestar em relação com o desenvolvi-mento intelectual e, por isso, estásujeita às transformações que oprogresso exige e a evolução efe-tua.

Daí resulta a falta de valor dasdissensões religiosas que aos nossosolhos têm a importância de ques-tões pueris.

Deus é pai e as criaturas sãoseus filhos. Não há, não pode haverparidade entre o Pai celestial, de in-finita bondade e sabedoria, e o paiterrestre sujeito às contingências damatéria, sob o jugo das paixões. En-tretanto, apesar de tudo, o pai ter-restre deixa-se porventura impres-sionar pelas exterioridades com quecada um de seus filhos exprime osentimento de amor e veneraçãoque lhe tributa? Não vê ele, bemclaramente, que a forma pela qualcada um revela o seu sentimento es-tá de harmonia com o desenvolvi-mento adquirido?

Imagine-se agora a importân-cia que poderá ter aos olhos do

Criador o modo pelo qual as cria-turas lhe tributam amor.

Portanto, pensar que é maisagradável a Deus receber o testemu-nho de amor, ser adorado, em umacasa para isso destinada; que hajaintermediários entre ele e suas cria-turas; que a adoração lhe seja tribu-tada por uma forma, antes do quepor outra, é esquecer que Deus vê,sabe as nossas intenções e que o queEle quer, como ensinou o Cristo, éum sentimento verdadeiro, umpensamento puro, o amor d’alma,a voz da consciência contrita e nãoo ato externo, embora religioso naforma, porém, no fundo, contrárioao ensino do Divino Mestre. Deusé Espírito e importa que os que oadoram o adorem em espírito e ver-dade.

Pelas considerações que acaba-mos de fazer e que constituem a nos-sa profissão de fé, os nossos leitores,coevos e vindoiros, ficam cientes deque, alumiados pela luz da Doutri-na Espírita, somos evolucionistas es-sencialmente progressistas.

Fonte: Reformador de 21 de janeiro de1933, p. 1, 2 e 3.

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Carimbo do Centenário de ReformadorA Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT),

atendendo a pedido da Federação Espírita Brasileira, emi-tiu o Carimbo Comemorativo do Centenário de Refor-mador, cujo lançamento, em ato solene, ocorreu em 21de janeiro de 1983, na Biblioteca da FEB, Avenida Pas-sos, 30, Rio de Janeiro, com a obliteração, em cartões dosCorreios, pelo Presidente Francisco Thiesen, acompanha-do pelo Dr. Ivo de Albuquerque, representante da ECT.

O referido carimbo esteve à disposição do público naBiblioteca da FEB, dia 21, e na Agência Filatélica Guana-bara, de 22 a 27 de janeiro daquele ano.

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Querido Amigo Augusto Eliasda Silva. lllllllllllllllllllllllllll mNos páramos de luz onde te

encontras, o nosso pensa-mento agradecido te procura,para levar-te ao espírito ben-fazejo a nossa homenagemcarinhosa.

Desde que, sob a inspi-ração de Ismael, fundaste estemensário, passaram-se cemanos. Ao longo desse tempo, oteu Reformador jamais deixoude cumprir a missão que lheassinalaste, esparzindo comdedicação e perseverança asluzes do Espírito Consolador,na incessante semeadura dafraternidade e da esperança.

Se muitas vezes a marémontante das dificuldadesameaçou-lhe o curso, em épo-cas de crise e até de perse-guição, o amparo celeste e oheróico idealismo dos teusseguidores sempre o mantiveramativo, no seu abençoado carreiro es-pírita-cristão.

No correr das décadas que seseguiram à sua fundação, duasguerras mundiais ensangüentarama face do planeta e diversas convul-sões sociais abalaram a nossa pátria.Nos intervalos das piores erupçõesde violência, intercalaram-se nu-

merosos modismos, dissolventes eperigosos, forjados nos estaleiros domaterialismo e da cupidez, da irres-ponsabilidade e da concupiscên-cia. Teu Reformador, porém, con-tinuou sempre a singrar, com equi-líbrio sereno e inabalável, o agitadooceano das idéias em conflito, re-

petindo, mês a mês, com impertur-bável segurança, a mensagem daverdade e do perdão, do trabalho,da solidariedade e da tolerância, emnome de Deus, do Cristo e da Cari-dade. Tribuna alta e santa, erguidaà face do mundo, este órgão foisempre fiel porta-voz das instruçõese dos apelos do Mundo Maior e decompanheiros eméritos, do porte

intelecto-moral de Bittencourt eSayão, Richard e Bezerra, GomesBraga e Quintão, Guillon e Wan-tuil, cuja palavra construtiva e pon-derada jamais descambou para aagressão ou para o revide, manten-do-se permanentemente no planoelevado das idéias cristãs e dos sen-

timentos generosos.Enquanto irrompiam nes-

te orbe o bolchevismo, o fas-cismo, o nazismo, o existen-cialismo e a permissividade,continuaram a refletir-se e amultiplicar-se nestas páginaspreciosos estudos e oportunoscomentários sobre a Boa Novado Cristo e a Codificação Es-pírita de Kardec, estimulandoos esforços mais nobres dos es-píritos bem-intencionados, norumo da confraternização e dapaz.

É tua, portanto, caríssimoAmigo, sob as bênçãos de Je-sus e de Ismael, a messe deluzes sublimais destes cemanos de Reformador. Por isso,ao editorarmos este número,que lhe completa o centenário,

nós te saudamos, em nome de to-dos os espiritistas da Terra, desen-carnados e encarnados, pois for-mamos, todos juntos,

A CARAVANA QUE NUN-CA SE DISSOLVE.

Fonte: Reformador de dezembro de1982, p. 6.

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Mensagem de Gratidão(Editorial comemorativo do Cen-

tenário de Reformador)

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Noite de 12 de abril de 1956.No justo momento das instru-

ções, tivemos a visita do EspíritoPedro da Rocha Costa, antigo sea-reiro de nossa Doutrina Consola-dora, na cidade de Cachoeiro doItapemirim, Estado do EspíritoSanto, e ali desencarnado, compa-nheiro esse cuja presença já vinhasendo notada, desde algum tempo,em nossas reuniões, pelos nossosclarividentes.

Pedro da Rocha Costa, incor-porado no médium, em síntese no-tável, formula precioso apelo àunião que a todos sobremaneiranos interessa.

Jesus-Cristo Nosso Senhor sejalouvado.

Em nossa Doutrina Redentora,as campanhas de assistênciasão inegavelmente as mais va-

riadas.Temos as que favorecem os

recém-nascidos, relegados ao desam-paro, as da sopa dedicada aos famin-tos da jornada humana, as de socor-ro aos companheiros obsidiados quereúnem os caracteres firmes e os co-rações generosos a benefício dos alie-nados mentais, as do cobertor paraas noites enregelantes do inverno, vi-sando ao reconforto daqueles irmãossitiados na carência de recursos ter-restres, as dos ambulatórios que seabrem acolhedores em favor dosdoentes, dos feridos e dos angustia-dos de todas as procedências, as doremédio gratuito e valioso, que ob-

jetivam o alívio dos enfermos neces-sitados e temos ainda aquelas dasconferências públicas que veiculamo conhecimento doutrinário para aignorância das criaturas que tateiamainda nas sombras da inteligência.

Dispomos dos mais diversosmovimentos de caridade para osquais há sempre bolsas abertas e bra-ços amigos, trabalhando na redençãodo próximo, principalmente na sal-vação do equilíbrio orgânico dos nos-sos companheiros de Humanidade.

Entretanto, seria de todo mui-to oportuna uma campanha maisvasta, da qual participem os nossossentimentos mais dignos, favore-cendo-nos a união no campo doEspiritismo.

Não nos reportamos à uniãodos pontos de vista, porque a igual-dade do pensamento é francamen-te impraticável.

Cada espírito observa o paineldo mundo, conforme a visão que jáconseguiu descerrar no campo de simesmo, e cada alma repara as ma-nifestações da Vida, segundo o de-grau evolutivo em que se coloca.

Referimo-nos à união fraternal,através da tolerância construtiva ecristã, por intermédio da desculpaautomática a todas as pequeninasofensas e a todas as insignificantesincompreensões do caminho, paraque a bandeira renovadora de nos-sa fé não se perca na escura provín-cia do tempo perdido.

União, através da prece que au-xilia em silêncio, do gesto que aju-da sem alarde, da atitude que am-para sem ruído e da língua capaz de

estender o amor de Jesus no com-bate sistemático à maledicência, àcalúnia, à perturbação, à indiscipli-na e à desordem...

Ninguém imagina, nas leirasde serviço em que a convicção espí-rita deve servir infatigavelmente,quanto nos dói o tempo desapro-veitado, depois que o corpo de car-ne – a enxada sublime – nos escapadas mãos espirituais.

Indiscutivelmente, é precisohaver perdido a oportunidade paraque o valor dela se nos apresente talqual é, aos olhos da mente acorda-da nos compromissos que esposa-mos diante do Cristo.

Em verdade, não disponho deelementos intelectuais para a cria-ção de muitas imagens, em tornoda tese que nos serve de assuntonesta visita rápida, contudo, reco-nhecemos-lhe a imensa importância.

Por isso mesmo, encerramos anossa conversação despretensiosa,rogando a Jesus nos desperte o en-tendimento para que a comunhãofraternal seja, de fato, uma campa-nha que venha a merecer de todosnós, desencarnados e encarnados,no Espiritismo com Jesus, a fielatenção que será justo consagrar--lhe, para que as nossas horas, nodia de hoje, não estejam amanhãvazias com os tristes selos da inuti-lidade que denominamos “remor-so” e “arrependimento”.

Pedro da Rocha Costa

Fonte: XAVIER, Francisco Cândido.Vozes do Grande Além, cap. 43.

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Apelo à União

PRESENÇA DE CHICO XAVIER

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Normalmente chegamos ao fimde cada ano com a impressãode que vamos enfrentar o

desconhecido.Realmente, não temos a míni-

ma idéia do que nos acontecerá nodecorrer de um novo ciclo anual,em cujo limiar nos encontramos.

Não sabemos se partirá, para ooutro lado da Vida, um dos nossosentes queridos ou se seremos nóspróprios que partiremos.

Ignoramos o que aconteceráportas adentro do nosso lar.

Desconhecemos os problemasque se nos defrontarão na oficina, noescritório, na fábrica, na escola, nolaboratório, na caserna, na vida civilou militar, como casados ou sol-teiros, na nossa condição de pais oufilhos, de empregados ou empre-gadores, e na qualidade de cidadãos,na esfera privada ou pública.

Que nos estará reservado noprimeiro mês ou em qualquer ou-tro do ano entrante?

Que passaremos no transcursode outros tantos 365 dias? Emquais deles teremos alegrias, pesares,padecimentos físicos ou morais,surpresas boas ou más, notíciasalvissareiras ou chocantes? Quandoe onde seremos convocados a teste-munhos de fidelidade à augusta esoberana Vontade do Senhor?

Segredo, mistério. As portas doAmanhã estão cerradas à ousadia denossas incursões antecipadas notempo e no espaço.

“O futuro a Deus pertence” –ensina-nos a sabedoria popular.

Assim verdadeiramente é.Todavia, no que diz respeito ao

conhecimento que podemos e de-vemos ter da natureza dos compro-missos contraídos com as nossaspróprias consciências, ainda subsis-tentes, não há impedimentos dequalquer ordem nem prováveisconstrangimentos inibitórios a quenos interessemos por preparar-nosconvenientemente bem para re-solvê-los sempre da melhor ma-neira possível.

É isto que nos compete fazer. Se nos lembramos de tudo

quanto nos ocorreu, se testemu-nhamos fatos que deixaram sua pas-sagem indelevelmente assinaladaem nossa memória, se atingimos 31de dezembro com uma considerá-vel bagagem de coisas colhidas erecolhidas desde 1o de janeiro – es-tamos em condições de situar--nos em nós mesmos para uma to-mada de posição decisiva com re-lação aos acontecimentos dos diasporvindouros.

Analisar o que fomos e o quefizemos, como e por que agimos,ajuizando das deficiências própriase das faltas apresentadas, com vistasà retificação de atitudes e à adoçãode novos e melhores critérios deação, é o que importa considerar.

Dizem que “águas passadasnão movem moinhos”, mas a ver-dade é que o saldo de experiênciaspor elas deixado deve servir paramovimentar nossa vida no senti-do construtivo, prevenindo erros,

afastando perigos, isentando-nos daincidência ou reincidência em ou-tras falhas, preservando-nos dequedas e falências, assegurando-nosa possibilidade plena de gloriosas eimperecíveis conquistas nos do-mínios do Espírito.

Nestas condições, ainda quecontinuemos a ignorar quanto nossobrevirá no curso de um novo ano,não mais desconheceremos comoagir e reagir diante de uma ou deoutra situação, de tal ou qual cir-cunstância.

Em que sentido e setor nosmostramos hesitantes, imprecisos,falhos, deficientes, desajustados?

Se não temos o direito de estarpretendendo devassar os segredos emistérios do Futuro, que se retrai ànossa aproximação e se fecha es-fingeticamente ao nosso contato,temos líquido e insofismável, o de-ver de conhecer-nos intimamente e,mais do que tudo, temos a impe-riosa necessidade de preparar-nospara viver com mais sabedoria e emmelhores condições de atuação nopalco do mundo.

Caso contrário, não estaremosaproveitando coisa alguma da exis-tência humana, e continuarmosda mesma maneira é que não dácerto, nem nos convém, sob penade deitarmos fora e pormos porterra nossa oportunidade de re-denção, que, em última análise,representa a permissão do estágiomisericordiosamente concedido acada um de nós, no cenário ter-restre, pela Bondade Infinita doPai Celestial.

Tomada de posiçãoPassos Lírio

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OReformador, em sua longa eexuberante existência, virtual-mente se confunde com a

própria história do Espiritismo e daCasa de Ismael, no Brasil.

Paulo de Tarso1, definindo aatuação dos cristãos no século I, noâmbito do Cristianismo nascente –“instituição invisível e universal” –,declarou que o objetivo dela era“dar feição visível à obra divina”.Quanto ao Reformador, podemosafirmar ser ele porta-voz firme e se-guro, perseverante e ativo da Espi-ritualidade Superior que projeta, doápice à base da pirâmide da Revela-ção, nas tarefas sagradas da revives-cência do Cristianismo, as luzes daorientação evangélica formadora,no presente, da mentalidade subli-mada da Humanidade feliz do fu-turo.

Órgão da Casa de Ismael, oReformador obedece ao comandode Cima, cumprindo sua missão,serena e confiantemente, seguindoa estrada inconfundível traçada do

Invisível pelo Anjo que a dirige.Guillon Ribeiro, em 1940, no Re-latório publicado em suas páginasde setembro, registrava: “Subordi-nado sempre, com absoluta fideli-dade, à orientação doutrinária dainstituição cujo pensamento lhe ca-be exprimir, continuou ele a es-forçar-se por bem servir, por serviro melhor possível à causa espírita,sem jamais dissociar do Evangelhoo Espiritismo, antes timbrando in-variavelmente em propagar a Ter-ceira Revelação como simples des-dobramento da Revelação Cristã,sem esquecer, todavia, de dispensara atenção devida à fenomenologiaque serviu de base à estruturação daDoutrina dos Espíritos.”

Sobre publicidade, divulgação,difusão, comunicação, vejamos oque adiantam os Espíritos quandotratam da Imprensa Espírita e doLivro Espírita, pois os programasde uma e de outro são um só. AndréLuiz2 assim se exprime: “Para não sedesviar das finalidades espíritas, se-lecionar, com ponderação e bomsenso, os meios usados na propagan-da, mormente aqueles que se rela-cionem com atividades comerciaisou mundanas. Torna-se inútil a ele-

vação dos objetivos, sempre que ha-ja rebaixamento moral dos meios.”“Uma palavra inadequada pode ma-cular a bandeira mais nobre.” “Arre-dar de si qualquer ansiedade, namodificação rápida do ponto de vis-ta dos companheiros. A fé significaum prêmio da experiência.” “ADoutrina Espírita prescinde do pro-selitismo de ocasião.” “Purificar,quando não se puder abolir, o teordos anúncios comerciais e das notí-cias de caráter mundano. A impren-sa espírita cristã representa um veí-culo de disseminação da verdade edo bem.” “Declarar a qualidadedoutrinária das programações, semdisfarces sutis ou mesmo poéticos,com lealdade à própria fé. Sem de-finição declarada, ninguém vive fiela si mesmo.” “Os bons e os mauspensamentos podem nascer de com-posições do mesmo alfabeto.” “Di-vulgar, por todos os meios lícitos, oslivros que esclareçam os postuladosespíritas, prestigiando as obras san-tificantes que objetivam o ingressoda Humanidade no roteiro da re-denção com Jesus. A biblioteca es-pírita é viveiro de luz.”

Imprensa Espírita, na sua sig-nificação mais alta e mais profunda,

ReformadorPorta-voz da Espiritualidade Superior

Francisco Thiesen

“Em 1883, Augusto Elias da Silva, na sua posição humilde, lançavao REFORMADOR, coadjuvado por alguns companheiros e com o apoio das

hostes invisíveis.” (Espírito Humberto de Campos,Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, 9a ed. FEB.)

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Reformador continua granjeandoviva simpatia e legítima confiançado público espiritista que nele iden-tifica a diretriz de Ismael, insofismá-vel na veiculação do pensamentopuro do Alto e indene do empiris-mo das improvisações apaixonadasdos homens.

Se é por alguns transitoriamen-te incompreendido ou atacado, por“tolerar os homens, sem transigircom os princípios”, nem por issodeixa de seguir compreendendo eperdoando, “convertendo toda ten-dência à lamentação em mais traba-lho, e transfigurando muitas pala-vras de autojustificação, que de-sejaria dizer, em mais serviço”.“Ouve a todos, trabalhando e tra-balhando. Responde a tudo, servin-do e servindo.”3

Há 32 anos4, o Espírito Bitten-court Sampaio, pelo médium J. Ce-lani, ditava: “Quantas vezes, e co-mo isso é consolador para nósoutros que colaboramos convosconesta obra cristã! quantas vezes, poresses rincões afora, numa humildechoupana, o rústico lavrador docampo, de inteligência rude, mas decoração aberto às verdades divinas,soletra, à luz mortiça de uma lam-parina de petróleo, as linhas do Re-formador, com a alma cheia de en-cantamento por essa dádiva divina!São esses os nossos estímulos. Énossa alegria tocar essa alma, inspi-rar-lhe à rude compreensão a idéiade alcandorar-se às alturas onde pai-ram o Espírito sublime e o coraçãotransbordante de amor do DivinoMestre. Entretanto, que sabeis vósdisso? Nada. É a obra anônima daCasa de Ismael.”

...

Emmanuel, na obra A Cami-

nho da Luz5, dissertando sobre oapogeu da Renascença, lembra: “Ainvenção da imprensa facultava omais alto progresso no mundo dasidéias, criando as mais belas expres-sões de vida intelectual. A literatu-ra apresenta uma vida nova e as ar-tes atingem culminâncias que aposteridade não poderá alcançar.Numerosos artífices da Grécia anti-ga, reencarnados na Itália, deixamtraços indeléveis da sua passagem,nos mármores preciosos. Há mes-mo em todos os departamentos dasatividades artísticas um pronuncia-do sabor da vida grega, anterior àsdisciplinas austeras do Catolicis-mo na idade medieval, cujas regras,aliás, atingem rigorosamente apenasquem não fosse parte integrante doquadro das autoridades eclesiásticas.A essas atividades reformadoras nãopoderia escapar a Igreja, desviadado caminho cristão. O plano invi-sível determina, assim, a vinda aomundo de numerosos missionárioscom o objetivo de levar a efeito arenascença da religião, de maneiraa regenerar seus relaxados centrosde força. Assim, no século XVI,aparecem as figuras veneráveis deLutero, Calvino, Erasmo, Melanch-thon e outros vultos notáveis da Re-forma, na Europa Central e nosPaíses Baixos.” E, em O Consola-dor6, Emmanuel revela: “A Reformae os movimentos que se lhe segui-ram vieram ao mundo com a mis-são especial de exumar a ‘letra’ dosEvangelhos, enterrada até então nosarquivos da intolerância clerical,nos seminários e nos conventos, afim de que, depois da sua tarefa,pudesse o Consolador prometido,pela voz do Espiritismo cristão, en-sinar aos homens o ‘espírito divino’de todas as lições de Jesus.”

Não sabemos se o título Refor-mador, ao ser inspirado a AugustoElias da Silva, o foi em função dosmovimentos da Reforma, emboranos pareça que sim. De qualquermaneira, porém, o certo é que o tí-tulo é excelente e revela o fim doveículo, que é o da Revelação, o daDoutrina dos Espíritos e da Casa deIsmael. Porque esta, desde a suafundação, outra coisa não tem feitosenão trabalhar em função da divul-gação do Evangelho integral, em es-pírito e verdade, por ter compreen-dido muito cedo a enorme res-ponsabilidade que lhe cabe, agindona Terra em nome do Espiritismo,para cuja presença entre nós o Altoprogramou e fez executar, antes,programas outros de longa enverga-dura, sendo um deles a Renascençareligiosa, a Reforma iniciada porMartinho Lutero.

De janeiro de 1883 em diante,Reformador vem à luz, normalmen-te, sem jamais ter sofrido inter-rupção. (...) É revista e já foi jornal.Não nasceu nem é, hoje, perfeito:evoluiu sempre, acompanhando ocaráter progressivo da Revelação edo programa de Ismael. Durante 54anos foi bimensal; hoje é editadomensalmente. (...) As tiragens, nosúltimos anos, têm sido da ordem de40.000 exemplares mensais.

A vinculação do Reformadorcom o Livro Espírita é perfeita. Noinício, quando editar um livroconstituía mais sonho que realida-de, face às enormes dificuldades aserem vencidas pelos pioneiros domovimento espírita, Reformadortranscrevia obras e romances espíri-tas, por capítulos, em suas páginas.A literatura espírita, no Brasil, hámeio século, não era tão rica quan-to se revela na atualidade. Mas,

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Reformador oferecia sempre muito,e do melhor que havia, visitandoquinzenalmente os seus leitores. Elefoi livro. De uns decênios para cá,é ele plataforma do lançamento dolivro espírita. Através dele, o espí-rita sabe tudo o que se passa nocampo do saber espiritual, man-tém-se atualizado com as diretrizesda Casa de Ismael e acompanha omovimento espírita.

Mas Reformador tem história.Suas lutas e realizações exigiriamum volume para que fossem nar-radas. Há 33 anos surgiu a oficinaprópria. Eis parte do que escreveu,na oportunidade7, o venerando en-genheiro Guillon Ribeiro, entãoPresidente da FEB: “(...) peça im-portante que muito lhe facilitaria ofuncionamento ( da Livraria, queantes da criação do DepartamentoEditorial se responsabilizava pelaeditoração das obras espíritas), alémdo mais, por libertá-la da depen-dência de terceiros, a cujas conve-niências e imposições não lhe erapossível forrar-se. Aludimos à ofici-na gráfica que ela agora, graças aDeus, possui e da qual, desde osprimeiros tempos da Federação, co-gitaram seus Estatutos, atestando aclarividência dos que os elabo-raram. Constituída, conforme adescreveu o Reformador de novem-bro do ano passado”, “(...) entrou afuncionar regularmente desde 4 da-quele mês, data a partir da qualpouco mais precisou a Federaçãomandar imprimir em outras. Deacordo com a norma invariavel-mente seguida na Casa de Ismael,de evitar todo arruído em torno doque faz, toda e qualquer retumbân-cia para os seus atos ou realizações,o início, no dia acima indicado, dotrabalho de sua oficina impressora

não deu lugar, como é de regra ge-ral, a nenhuma inauguração festi-va ou solenizada de qualquer for-ma”.

Da oficina gráfica do Reforma-dor, que também editou muitos li-vros para a FEB, por evolução che-gamos ao moderno parque gráficodo Departamento Editorial, criadohá quase um quarto de século parasubstituir a Livraria na parte de ela-boração do livro espírita. É a linhaplanificada do trabalho progressistaque em tudo se revela na Casa deIsmael.

...

Informa-nos André Luiz8 que“todos os canais da publicidade res-peitável são caminhos pelos quais aidéia espírita precisa e deve transitar.Nossa tarefa, porém, na hora quepassa, é a de reavivar a chama dosprincípios doutrinários. Convite aopensamento. Apelo ao raciocínio.Achamo-nos à frente de um mundoem reforma. Casa de transição e re-fazimento. Entre as acomodações doantigo e os desafios do novo, somostrazidos a erguer um cenáculo paraos valores da alma. Agitar opiniõesseria distrair, perder a oportunidadena extroversão. O Espiritismo evan-gélico pede seareiros decididos arevolver as leiras da verdade. Silên-cio e construção”.

Reformador é órgão que cum-pre um programa e dele não se afas-ta, quaisquer que sejam as manifes-tações que observe às margens datrilha que lhe foi determinado se-guir. Ele avança continuamente, di-fundindo o conhecimento espiri-tual. Progressiva e progressistamente.Modernamente. A propósito, todosdeveriam reler o magnífico trabalhopublicado em março de 19719 inti-

tulado “Técnica da ComunicaçãoEspírita”, do Doutor Hermínio C.Miranda. Depois de análise abaliza-da e tranqüila do tema, de incon-teste atualidade, dentre outras, ofe-rece-nos o seu autor estas con-clusões: “Temos, pois, de estudar osmétodos do mundo e aperfeiçoarcada vez mais a nossa técnica. Sejao nosso falar sim, sim; não, não, co-mo queria o Mestre. Seja a lingua-gem direta, sem floreados, que aépoca não mais comporta, mas comum conteúdo legítimo de autentici-dade, apoiado na coragem moral dedeclarar alto e bom som a nossaposição. Se falharmos na transmis-são dessa mensagem, quem poderáestimar o retardamento das con-quistas maiores que nos esperam nafrente, lá no alto?”

...

Mas, depois de tudo quanto fi-cou dito acima, ocorreu-nos pensarsobre a tiragem do Reformador. Elefreqüenta, todo mês [1972], uns40.000 lares e casas espíritas. Con-siderando-se que em cada lar ele é li-do pelo menos por 3 pessoas, que emmuitos casos há a leitura por emprés-timo da revista e que nas nossas casasinúmeros freqüentadores também olêem sem ser assinantes, o número deleitores deve andar por 200.000. Ou,talvez, 300.000. Não mais que isso.

É realmente muito pouco. Es-tá aí um trabalho fácil e altamenteprofícuo, que pode ser realizadocom êxito imediato em benefício decentenas de milhares de criaturas,dentro da nossa técnica aperfeiçoa-da da comunicação espírita: vamostriplicar o número de leitores doReformador? Será o bastante quecada assinante ou leitor se incum-ba, não amanhã, mas hoje, agora,

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de angariar dois ou três novos assi-nantes para o nosso mensário, por-que ele não deve ser privilégio depoucas centenas de milhares decompanheiros: ele é patrimônio daEspiritualidade.

OBRAS DA FEB, CITADAS NO TEXTO:

1) Paulo e Estêvão, de Emmanuel, por Francis-

co Cândido Xavier, 8a ed., p. 340.

2) Conduta Espírita, de André Luiz, por Wal-

do Vieira, 4a ed., pp. 52/3, 58, 61, 134.

3) Rumo Certo, de Emmanuel, por Francisco

Cândido Xavier, 1a ed., pp. 48/49.

4) Trabalhos do Grupo Ismael, por Guillon

Ribeiro, 1a ed., vol. I, pp. 230/1.

5) A Caminho da Luz, de Emmanuel, por

Francisco Cândido Xavier, 6a ed., pp. 158/9.

6) O Consolador, de Emmanuel, por Francisco

Cândido Xavier, 5a ed., pp. 162/3.

7 e 9) Reformador, anos 1940 e 1971, respecti-

vamente, meses de setembro e março.

8) Entre Irmãos de Outras Terras, Diversos Au-

tores Espirituais, por Francisco Cândido Xavier

e Waldo Vieira, 2a ed., pp. 46/7.

Fonte: Reformador de outubro de 1972,p. 20-21-22.

Louvados sejam os céus! Louvado seja o Senhor!

Quantas luzes transpostas paraa Terra!llllllllllllllllllllllllllllll-Fartura de orientações, mes-

ses de bênçãos, ensinos profundos,tesouros do infinito condicionadosem palavras sérias, estudadas etransmitidas com o amor de Jesuspara os filhos do mundo.

Facho luminoso a varrer astrevas, luz imperecível a adornar ocaminho dos homens, estrelas acintilarem nas estradas do sofri-mento, confortando, alertando, con-duzindo, ensinando.

Ei-lo! Concretizado pela Cú-pula Excelsa, desceu ao coraçãodo Planeta e transformou-se emguia dos povos, em síntese doAmor Divino, em perpétua clari-dade!

Eis a luz em forma de palavras!Letras que representam sóis,

ensinos que traduzem a VontadeSoberana, reformulando concei-tos, destruindo preconceitos, ven-cendo barreiras quase intrans-poníveis, afastando o ódio, ilu-minando sempre, é a bênção doCriador para as Terras de Pindo-rama, a derramar os eflúvios doCoração Paterno sobre os filhosdesditosos.

Realizou-se a soberana vontadee, durante um século, permaneceuatento à sua grandiloqüente missãode destruir o mal e concretizar o

Reformador

bem, reformando as almas para asluzes sempiternas.

Reformador!

Segue a tua caminhada glo-riosa, penetra os lares, enxuga lá-grimas, derrama a unção divina detua essência nos corações aflitos,faze brilhar, sempre mais, a luz detua estrela!

Não volvas ao infinito sem arealização plena de teu compro-misso com a Humanidade.

Segue, estrela sublime!Que teus raios iluminem as

estradas sombrias do mundo, des-cerrem horizontes de fúlgida belezapara os espíritos que desejam cres-cer para Deus.

Projeta o luar safirino de teucoração sobre as criancinhas que,de futuro, te compreenderão a es-sência divina.

Alerta as almas, sê, enfim, ho-je e sempre, a luz de Deus noscaminhos da Terra.

Sê bendito por tua perseve-rança entre os homens!

Sê fiel ao teu mandato!Possam os responsáveis por

tanta luz amparar-te a projeção ex-celsa, erguendo-te sempre mais,para a redenção do Homem!

Guarda contigo a gratidão domenor de teus servos,

Elias da Silva

(Mensagem recebida pela médium MariaCecília Paiva, no “Grupo Ismael”, em6/1/1983, na Federação Espírita Brasi-leira, no Rio-RJ.)

Fonte: Reformador demarço/1983,p. 35.

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Catorze anos depois do decesso de H. L. D.Rivail (ALLAN KARDEC), retornava aoMundo dos Espíritos, não sem antes lutar de-

nodadamente, com significativa desenvoltura e tiro-cínio na orientação e administração dos interesses es-pirituais da Doutrina, quando da inicial consolidaçãodo Movimento Espírita, no Planeta, AMÉLIE--GABRIELLE BOUDET, a viúva Allan Kardec.

Aos 31/3/1869, ao desencarnar subitamente,Allan Kardec parecia ter deixado um vazio no cora-ção dos espíritas, como se tivera – além de todos osdons e virtudes que lhe ornavam o caráter de Mis-sionário da Terceira Revelação – igualmente a mar-ca da insubstituibilidade na fulgurante aura de luzque o identificava.

Passados, porém, os dias de impacto que se se-guiram à ruptura de um aneurisma de aorta, eis queas coisas começam a retornar à normalidade habitual,embora se registrasse uma grande ausência. Mas,principiando nova tarefa missionária – que os olhoshumanos nem sempre notavam – ali, diante do pa-trimônio – sobretudo moral e espiritual – transmi-tido pelo Mestre de Lyon, para todos os seres e todosos tempos, à frente da atividade humana e terrestredo Consolador Prometido por Jesus, velava e esme-rava-se a sublime figura de Amélie Boudet.

Foi ela quem tudo proveu e invariavelmenteconduziu, com rara lucidez e pertinácia, na fase du-ríssima das hostilidades e processos, das acusações eescândalos que a Treva promove no mundo contra oapostolado do Bem. Discípulos do Codificador,quais Leymarie e Crouzet, afora outros, assessoravama admirável Madame Kardec e dela recebiam a tran-qüila palavra de ordem, para os cometimentos kar-dequianos durante os anos de provas e testemunhos,que a história registrou.

Coroando seus cabelos brancos, aos 87 anos(1795-1883) chegou-lhe no frio inverno europeu,naquele 21 de janeiro, o diadema de vitória e glóriados justos e abnegados servidores do Cristo de Deusno sopro suave de pacífica desencarnação.

Com a volta de Amélie Boudet à vida do Infini-to, teve início a transferência para estas terras da Ár-vore do Espiritismo, como previsto por Ismael, o Le-gado do Senhor, no Brasil, e isso não aconteceusenão através da iniciativa de Augusto Elias da Silva,que, com poucas horas de diferença, no mesmo dia21 distribuía a primeira edição de Reformador.

Homenageamos, em espírito e verdade, AmélieBoudet, a generosa individualidade do CristianismoRedivivo, no Ano do Centenário de conclusão de suagrandiosa missão, suplicando para ela as mais subli-mes bênçãos de Maria de Nazaré, a Mãe Santíssima.

Fonte: Reformador de fevereiro de 1983, p. 34 – Home-nagem ao Centenário de desencarnação de Amélie-GabrielleBoudet.

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Madame Allan Kardec

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Destruição e Miséria

“Em seus caminhos há destruição e miséria.” – Paulo. (Romanos, 3:16.)

Quando o discípulo se distancia da confiança no Mestre e se esquiva à açãonas linhas do exemplo que o seu divino apostolado nos legou, preferindo a sen-da vasta de infidelidade à própria consciência, cava, sem perceber, largos abis-mos de destruição e miséria por onde passa.

Se cristaliza a mente na ociosidade, elimina o bom ânimo no coração dostrabalhadores que o cercam e estrangula as suas próprias oportunidades de servir.

Se desce ao desfiladeiro da negação, destrói as esperanças tenras no senti-mento de quantos se abeiram da fé e tece vasta rede de sombras para si mesmo.

Se transfere a alma para a residência escura do vício, sufoca as virtudes nas-centes nos companheiros de jornada e adquire débitos pesados para o futuro.

Se asila o desespero, apaga o tênue clarão da confiança na alma do próximoe chora inutilmente, sob a tormenta de lágrimas destrutivas.

Se busca refúgio na casa fria da tristeza, asfixia o otimismo naqueles que oacompanham e perde a riqueza do tempo, em lamentações improfícuas.

A determinação divina para o aprendiz do Evangelho é seguir adiante, aju-dando, compreendendo e servindo a todos.

Estacionar é imobilizar os outros e congelar-se.Revoltar-se é chicotear os irmãos e ferir-se.Fugir ao bem é desorientar os semelhantes e aniquilar-se.Desventurados aqueles que não seguem o Mestre que encontraram, porque

conhecer Jesus-Cristo em espírito e viver longe dele será espalhar a destruição,em torno de nossos passos, e conservar a miséria dentro de nós mesmos.

Fonte: XAVIER, Francisco Cândido. Fonte Viva, 28. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002, cap. 27, p. 69-70.

ESFLORANDO O EVANGELHOEmmanuel

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Abertura e Expediente

Na manhã do dia 8, sexta--feira, o Presidente Nestor JoãoMasotti iniciou a Reunião comuma prece e dirigiu a palavra aosmembros do CFN, tecendo consi-derações sobre os desafios que oMovimento Espírita enfrenta notrabalho voltado para o estudo, adivulgação e a prática da DoutrinaEspírita, cujo texto está publicadonesta edição (p. 5-6), sob o títuloFrentes de Trabalho. Em seguida,apresentou o Presidente da Con-federação Espiritista Argentina,Dr. Félix José Renaud, que agrade-

ceu o convite recebido e ressaltou aimportância do intercâmbio entreos Movimentos Espíritas da Argen-

tina e do Brasil, através da CEA eda FEB.

Foi analisada e aprovada a Atada Reunião Ordinária realizada nosdias 9, 10 e 11 de novembro de2001, cuja Súmula está publicadaem Reformador de junho, julho,agosto e setembro de 2002.

Ordem do Dia

Destacamos alguns assuntosda extensa Pauta dos Trabalhos,deixando para outra oportunidadeos relatos feitos pelos Representan-tes das Federativas e Especiali-zadas.

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Reunião Ordinária do CFN, de 2002

Realizou-se na sede da Federação Espírita Brasileira, em Brasília, de 8 a 10 de novembro, a Reunião Ordi-nária do Conselho Federativo Nacional, sob a direção do Presidente da FEB e do CFN, Nestor João Masotti.Compareceram os Representantes das Entidades Federativas de todos os Estados e do Distrito Federal; das qua-tro Entidades Especializadas de Âmbito Nacional – Associação Brasileira de Divulgadores do Espiritismo, As-sociação Brasileira dos Magistrados Espíritas, Cruzada dos Militares Espíritas e Instituto de Cultura Espíri-ta do Brasil; os quatro Vice-Presidentes e vários Diretores da FEB, além de assessores e colaboradores.Participaram como convidados: Dr. Félix José Renaud, Presidente da Confederação Espiritista Argentina,

Divaldo Pereira Franco e José Raul Teixeira.

Abertura da Reunião: o Presidente Nestor João Masotti dirige a palavra ao CFN, ladeado pelos Vice-Presidentes Cecília Rocha, Altivo Ferreira,Sady Guilherme Schmidt e pelo Dr. Felix José Renaud, Presidente da CEA; ao fundo, Vice-Presidente Ilcio Bianchi

Dr. Felix José Renaud, Presidente daConfederação Espiritista Argentina

FEB – CONSELHO FEDERATIVO NACIONAL

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Projetos para oTrabalhoFederativo

Procedeu-se àAvaliação do desen-volvimento dos se-guintes Projetos pro-postos pelo Plano deAção aprovado peloCFN em nov./2001e publicados, na ín-tegra, em nossa edi-ção de junho de 2002, p. 27-33:

I – Página Eletrônica da Ativi-dade Federativa da FEB;

II – Boletim Informativo doCFN da FEB;

III – Atividade de Preparaçãode Trabalhadores Espíritas;

IV – Diretrizes de Trabalho dasEntidades Federativas Estaduais eseu relacionamento com Institui-ções Espíritas não Integradas noSistema Federativo;

V – Organização da SecretariaGeral do CFN;

VI – Campanha: Construamosa Paz Promovendo o Bem!

Com respeito a esta Campanha,o Assessor de Comunicação SocialEspírita das Comissões Regionais doCFN, Merhy Seba, expôs um proje-to para a sua divulgação, sendo apre-

sentados outros dois projetos, a tí-tulo de subsídio, por companhei-ros colaboradores da FEB, em Brasí-lia. As sugestões serão analisadas comvistas a posterior aproveitamen-to.

Projeto sobre Capacitação Ad-ministrativa da Casa Espírita: AComissão designada na Reunião de2001 para desenvolver esse Projetoapresentou uma Proposta de Cursosobre Capacitação Administrativapara Gestão das Casas Espíritas, aqual despertou grande interesse nasFederativas, sendo decidida suaabordagem nas Reuniões dos Diri-gentes das Comissões Regionais.

Integração das Entidades Espe-cializadas: A Comissão designada pa-ra estudar o processo de integraçãodas Entidades Especializadas de Âm-

bito Nacional no CFN submeteu àconsideração do Conselho circuns-tanciado histórico sobre as razões dacriação do quadro de Entidades Es-pecializadas e a forma de atuação des-sas Instituições no CFN, concluindopela proposta, aprovada por unani-midade, de dar-se continuidade aoassunto, em face de sua complexida-de, através de uma nova Comissão aser designada pela Presidência doConselho.

Campanhas

Campanha Permanente deEvangelização Espírita Infanto-Ju-venil: Rute Vieira Ribeiro, Diretorado DIJ/FEB, fez uma exposição so-bre o IV Encontro Nacional de Di-retores de DIJ, ocorrido na sede daFEB, em Brasília, de 26 a 28 de ju-lho passado, em que se buscou refle-tir, com inspiração na pergunta deSaulo de Tarso a Jesus – Senhor, quequereis que eu faça? –, sobre os ru-mos da evangelização espírita infan-to-juvenil no Brasil. Falou a respei-to dos Projetos discutidos e ela-borados em vários grupos e acercadas Metas para a Evangelização. Es-ses Projetos e Metas já foram divul-gados em Reformador de setembro(p. 13) e novembro (p. 24-25).

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Aspecto do Plenário (I)

Aspecto do Plenário (II)

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Campanha Permanente doEstudo Sistematizado da DoutrinaEspírita: Maria Túlia Bertoni, As-sessora da Área do ESDE nas Co-missões Regionais do CFN, relatousuas observações sobre o ESDE2002, com o uso de transparências,comentando os assuntos abordadosnas reuniões das Comissões Regio-nais Nordeste, Sul, Norte e Centro,e as atividades do ESDE desenvol-vidas pelas Federativas Estaduais,concluindo que: 100% das Federa-tivas realizam Cursos, Jornadas eEncontros para a Capacitação deMonitores e Preparação de Multi-plicadores; desenvolvem-se os tra-balhos de formação de bibliotecas,filmotecas e musicotecas, assim co-mo de integração dos vários depar-tamentos das Federativas e das Ca-sas Espíritas. Mencionouos temas para as reuniõesde 2003 e fez referência aosdados parciais do CensoESDE 2001/2002.

Campanha de Divul-gação do Espiritismo: OPresidente Nestor Masottiapresentou a última versão,em português, do folhetoDivulgue o Espiritismo –Uma Nova Era para a Hu-manidade, lançado pela

FEB e aprovado pelo CFN em1996, cujo texto recebeu aprimora-mento do Conselho Espírita Inter-nacional. Aprovado por unanimida-de, o folheto será objeto de ampladivulgação pelas Instituições inte-gradas no Conselho Federativo Na-cional.

Atividade Editorial

Difusão do Livro: O Vice--Presidente Sady Guilherme Schmidt,responsável pelo DepartamentoEditorial da FEB, informou que aEditora detém um acervo de cercade 400 títulos, dos quais, 88 deFrancisco Cândido Xavier, 33 in-fantis e 42 em outros idiomas (33em Esperanto, 4 em Francês, 4 emInglês e 1 em Espanhol). Teceu

considerações sobre asatuais diretrizes nocampo editorial, quecompreendem medidascomo: a ampliação doformato do livro (ini-ciada com a ColeçãoEmmanuel e a conti-nuar com as coleçõesAndré Luiz e Kardec);cuidados com um me-lhor acabamento (con-trole de qualidade); re-

novação periódica de capas (sóneste ano, de 23 títulos); utilizaçãode processos mais apropriados decomposição eletrônica e empregode papel que permite uma impres-são de melhor qualidade. Referiu--se, também, à produção de 71.400cartazes e 330.000 folders (comdestaque para o folheto Conheça oEspiritismo – Uma Nova Era paraa Humanidade em vários idiomas).

Revista Reformador: O Editorda Revista, Vice-Presidente AltivoFerreira, disse que Reformador, fun-dado por Augusto Elias da Silva em21 de janeiro de 1883, está comple-tando 120 anos de existência. Ci-tando Juvanir Borges de Souza, emseu Escorço Histórico sobre a Fede-ração Espírita Brasileira, informouque os Anais da Biblioteca Nacional

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Aspecto do Plenário (III)

Aspecto do Plenário (IV)

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(vol. 85) registram ser Reformadorum dos quatro periódicos surgidosno Rio de Janeiro, de 1808 a 1889,que sobreviveram até hoje. São eles,pela ordem: Jornal do Commercio(1827), Revista do Instituto Histó-rico e Geográfico Brasileiro (1839),Diário Oficial (1862), Reformador(1883), sendo que, à exceção doDiário Oficial, Reformador é oúnico que jamais teve interrompidasua publicação. Disse que foi criadauma seção intitulada Presença deChico Xavier – para divulgação depáginas por ele psicografadas – e seacha em estudo um novo projetodestinado ao aprimoramento daRevista.

Atividade Federativa

Comissões Regionais: O Coor-denador das Comissões Regionais,Altivo Ferreira, fez considerações so-bre o trabalho dessas Comissões esua importante contribuição para aação federativa e as atividades dasCasas Espíritas, apresentando os da-dos da Avaliação feita pelos partici-pantes das Reuniões ocorridas em2002. A seguir, os Secretários Al-berto Ribeiro de Almeida (Norte),Francisco Bispo dos Anjos (Nordes-te), Umberto Ferreira (Centro) eAylton Guido Coimbra Paiva (Sul)resumiram os assuntos tratados, nes-te ano, em suas respectivas Regiões.

Além das exposições feitas pe-las coordenadoras do DIJ e doESDE, quando trataram das Cam-panhas Permanentes, falaram, sobresuas Áreas, os coordenadores: Mar-ta Antunes de Oliveira Moura, doEstudo da Mediunidade e Assistên-cia Espiritual; Merhy Seba, da Co-municação Social Espírita; e JoséCarlos da Silva Silveira, do Serviço

de Assistência e Promoção SocialEspírita. As notícias detalhadas so-bre as reuniões das Comissões Re-gionais foram publicadas por estaRevista nas edições de julho, agos-to, setembro e outubro de 2002.

Legislação que regula a Assis-tência e Promoção Social: Foi apre-sentado relatório pela Comissão de-signada, com minuciosa e atuali-zada pesquisa sobre a legislação querege o assunto. Considerou-se im-portante o registro e participaçãodas Federativas e das Casas Espíritasnos órgãos Estaduais e Municipaisde Assistência e Promoção Social.

Movimento Espírita Internacional

Conselho Espírita Internacio-nal: O Conselho Espírita Interna-cional realizou sua Reunião Ordi-nária de 2002 na cidade do Porto,Portugal, em 30 e 31 de outubro de2002, com a presença de dezesseispaíses-membro e dois convidados,ocasião em que foram admitidosmais dois participantes: o ConselhoEspírita Holandês e a Federação Es-pírita Boliviana. O representante daFEB, Altivo Ferreira, apresentou orelatório Principais Atividades –2002 e comentou alguns tópicos,ressaltando a ênfase que deu ao tra-balho das Comissões Regionais doCFN, o qual, se aplicado às Coor-denadorias da Europa e das Améri-cas do Norte, Central e do Sul, po-derá dinamizar as atividades doCEI.

4o Congresso Espírita Mun-dial: O Presidente Nestor João Ma-sotti, que é Secretário-Geral doCEI, informou sobre o andamentodos preparativos para esse Congres-so, que se realizará em Paris, Fran-

ça, em outubro de 2004, quando secomemora o bicentenário de nasci-mento de Allan Kardec.

Assuntos Gerais

Programa de Prevenção ao usoindevido de drogas: As Diretorasda FEB Marta Antunes de OliveiraMoura e Rute Vieira Ribeiro apre-sentaram, ilustrado com transpa-rências, o Projeto de Prevenção aoUso de Drogas elaborado pela Fede-ração Espírita Brasileira – como sig-natária do Protocolo de Intençõesassinado junto à Secretaria Nacio-nal Antidrogas do Governo Fede-ral –, a título de contribuição parao Programa de prevenção ao uso in-devido de drogas. O Projeto propõeum Curso de Capacitação de Mul-tiplicadores do Programa NacionalAntidrogas da Federação EspíritaBrasileira.

Ensino Religioso nas Escolas:Este assunto voltou a ser analisado,com relatos das Federativas do Riode Janeiro e Minas Gerais sobre aorientação adotada, havendo co-mentários de outras Federativas.Visto que em cada Estado o ensinoreligioso nas escolas públicas temcaracterísticas próprias, a solução doassunto também há que observaressas características.

Próxima reunião: Será em Bra-sília, na sede da FEB, nos dias 7, 8e 9 de novembro de 2003.

Mensagens Mediúnicas

Presente à Reunião do CFN,José Raul Teixeira psicografou, nasexta-feira, dia 8, duas mensagens:Disposição para a Paz, do EspíritoPaulino Barcellos (Coronel-Médi-co, fundador da Cruzada dos Mili-

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tares Espíritas) e A Paz e o Amor,soneto do Espírito Sebastião Las-neau. Na noite de sábado, durantea palestra, ao público interno, deDivaldo Pereira Franco, psicografoua mensagem Excelência Espírita, doEspírito Camilo.

Domingo pela manhã, ao en-cerrarem-se os trabalhos do CFN,Divaldo Franco recebeu, por via

psicofônica, a mensagem Compro-misso com a Fé Espírita, do Espíri-to Dr. Bezerra de Menezes, publi-cada em nossa edição de dezem-bro/2002, p. 8-9.

Palestras

Foram promovidas atividadesde divulgação da Doutrina Espíritadurante a Reunião do CFN, comos oradores Divaldo Pereira Francoe José Raul Teixeira.

Na sexta-feira, dia 8, às 20h30,Raul Teixeira proferiu vibrante pa-lestra para o público externo, quelotou o Salão de Conferências daFEB (Cenáculo).

No sábado, às 20h30, DivaldoFranco manteve diálogo sobre as-suntos evangélico-doutrinários e deinteresse do Movimento Espíritacom o público interno (membros

do CFN, dirigentes e colaboradoresda FEB), no auditório do PrédioUnificação.

No domingo, dia 10, às 16h,Divaldo fez profunda e eloqüentepalestra para um público de maisde 2.500 pessoas, no Teatro PedroCalmon, do Quartel-General doExército, em Brasília.

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Raul Teixeira proferindo sua palestra Divaldo Pereira Franco: Palestra noTeatro Pedro Calmon

A PazInaldo Lacerda Lima

Nas nuvens que correm tranqüilas no espaço,nos lírios do campo, nas aves do céu,na azul borboleta que, em grácil compasso.voeja entre as flores, do Sol no almo véu;

Nos olhos fulgentes de meiga criançaque pula travessa na alegre campina;no lar onde o Amor sempre nutre a Esperança,e, pela oração, colhe a Bênção divina;

Em tudo isso escuto, sorrindo e cantando,a música suave e sublime da Paz –da Paz que reflete do céu, vez em quando,a abóbada em festa de um Cosmo loquaz!...

A Paz! A alegria na Terra, o sorrisodos homens unidos em Fraternidade!A Paz! Nem tristeza de olhar indeciso,nem manchas cruéis na alma da Humanidade!...

Será desse modo, ó queridos irmãos,o Reino de Deus por Jesus prometido!Cantemos felizes, nos demos as mãos,lancemos de nós qualquer mal fementido...

Oremos, contritos, por todas as Almassujeitas aos corpos carnais que ainda são,que pensem na Paz, que busquem ser calmase tenham, na Terra, nova encarnação!...

A Terra há de ser um cenário de luz,sem guerras, sem crimes, sem ódio tenaz,se nós, todos nós, com fé viva em Jesus,cumprirmos, sem falha, o Evangelho da Paz!

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Filhos da alma:Abençoe-nos Jesus, o Amigo

Incomparável de todas as horas.

Asociedade estertora! O mate-rialismo, que vem acionandoas massas, saído dos centros

de cultura e de pesquisas, desgover-nou a consciência humana.

Vivem-se as horas de glórias daCiência e da Tecnologia, ao tempoem que se apresentam abismos dedor, nos sentimentos e nas emo-ções. Em toda parte defronta-se ogrande paradoxo: conhecimentoe aflição!

O Espiritismo chegou no mo-mento azado, quando podia ilumi-nar a Ciência que o confirmaria, nomesmo instante quando o homemsaía dos limites do planeta terrestre,na busca de outros céus, de outrasmoradas, para confirmar a plurali-dade dos mundos habitados noUniverso.

Graças à promessa de Jesus--Cristo, o Consolador veio extirparas causas geradoras das lágrimas.Não obstante, o desvario do ser hu-mano prossegue tão grande que,ainda dominado pelo ópio das pai-xões e embora observando a ma-drugada nova, permanece ligado àssombras de onde provém.

Não é de estranhar que, na sea-

ra de luz permaneçam também al-guns recantos onde se homizia atreva densa, da mesma forma quena sementeira do abençoado trigoda vida, o escalracho misture as suasraízes com aquelas que são gerado-ras do pão.

Este é um momento muitograve, que vivemos na Terra, exigin-do-nos discernimento e definição.

Jamais, porém, esqueçamos dasnossas raízes eminentemente cristãs.

A Ciência tem ampliado os ho-rizontes do Universo, mas Jesus co-manda os pensamentos dos homense mulheres que se encontram noslaboratórios de pesquisas, para pro-piciar a felicidade e a esperança emfavor das criaturas humanas. Isto,porque a Ciência, sem Deus, é uto-pia perigosa gerada pela presunçãohumana.

A Filosofia e múltiplas escolasdo pensamento atendem aos diver-sos procedimentos da sociedade ter-restre, mas é o pensamento de Je-sus, na Filosofia do Amor, queorienta a sociedade no rumo daplenitude.

As religiões multiplicam-se fas-cinadas pela necessidade de predo-mínio de umas sobre as outras, massomente aquelas que apresentaremJesus, ensejando a fé raciocinada,que estrutura o ser em uma ética docomportamento moral saudável,permitir-lhe-á que desfrute da realplenitude que lhe está reservada.

O Espiritismo, no seu aspectotríplice, mantém-se como a base

que permitirá a construção de umaoutra sociedade feliz, que já se ins-tala no Planeta.

Qualquer tentativa de pres-tigiá-lo, oferecendo primazia a umaem detrimento das outras angula-ções, significa ameaçar-lhe a estru-tura fundamental.

Jesus, meus filhos, é o zênite eo nadir das nossas buscas. Sejamos--Lhe fiéis.

Certamente encontraremos emnossas fileiras Espíritos nobres queainda não penetraram no significa-do pleno da mensagem de que Elese fez portador, doando a própriavida e seguindo conosco até aqui, afim de prosseguir até o momentoda perfectibilidade relativa que nosestá destinada.

Desse modo, concedamos a to-dos o direito de optar por aquiloque melhor lhes facultem a razão ea emoção, mas não abdiquemos docaráter cristianíssimo da DoutrinaEspírita, a pretexto de arrebanha-mento e multiplicação de adeptos,fascinados mas não convencidos danecessidade da transformação moral.

Este é o preço a pagar pelaconcretização das promessas queEle nos ofereceu.

Neste momento cabem-vos osdeveres de fidelidade, amor e perse-verança nos ideais abraçados, man-tendo a segurança de que não mar-chais a sós.

Nos tumultuados dias em queviveis na Terra, quando buscais as-serenar os ânimos, deter os venda-

Na Seara de LuzMensagem do Dr. Bezerra de Menezes ao Conselho Espírita Internacional

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vais e semear as estrelas da esperan-ça, não há outra alternativa senãoprosseguirdes intimoratos e gentis.

Representando algumas co-munidades e nações, tendes a gra-ve responsabilidade de viver con-forme o estabelecido na Codi-ficação Kardequiana, que não ne-cessita de defensores verbalistas,mas sim, daqueles que introjetemna conduta os seus postulados pro-fundos.

Muito difícil apresenta-se-noseste momento, exigindo-nos maiorsoma de testemunhos. Não é, po-rém, diferente daqueles dias tor-mentosos, quando o Mestre veio

implantar a Era Nova e, através doamor, alterar os rumos do pensa-mento humano.

Porfiai, portanto, como servi-dores da última hora que sois, to-cados pelo espírito do bem, na pre-servação do ideal da verdade.

E se for exigido a cada um devós o contributo do testemunho deamor, que ninguém se furte a ofe-recê-lo em benefício de si mesmo,face às derrocadas do passado ediante dos compromissos assumi-dos em relação ao presente e ao fu-turo.

Continuai construindo o beme vivendo-o, pois que outra alterna-

tiva não existe neste momento, queé o da grande transição.

Assim pensamos, os Espíritos--espíritas desde a primeira hora, queaqui estamos convosco no serviçoda construção do mundo melhorde amanhã.

Muita paz, meus filhos, são osvotos do servidor humílimo e pa-ternal de sempre,

Bezerra

(Mensagem psicofônica recebida pelo mé-dium Divaldo P. Franco, no dia 30 de ou-tubro de 2002, durante a 9a Reunião Or-dinária do Conselho Espírita Interna-cional, realizada na cidade do Porto, emPortugal.)

Enquanto o Tempo segue renovandoOs quadros da existência a que se atrela,Indagas, muita vez, alma querida e bela,Como vencer na prova a te agredir...De tudo quanto aprendo, entre as lições do mundo,Dá-me a estrada, na luta a que me vejo exposta,Quatro verbos distintos por resposta:– Amar e compreender, trabalhar e servir.

A própria Natureza é um livro aberto...Se inquirisses do Sol no firmamentoComo brilhar sem pausa, firme e atento,Nutrindo mundos sem se consumir...Ele, decerto, te responderiaQue o Senhor lhe traçou por alta obrigaçãoCumprir as leis da vida, tais quais são:– Amar e compreender, trabalhar e servir.

Interroguei, um dia, à roseira podada,Já que se lhe furtava o véu de rosas,A pancadas e injúrias espantosas,Como devia a pobre reflorir;Ela, porém, me disse, humilde e crente:– “Enriquecer a Terra é o meu deverE, se quero evoluir, necessito aprenderAmar e compreender, trabalhar e servir.”

Vejo tratores retalhando o solo,Dinamites na serra, a parti-la, de todo,Fontes varando tremedais de lodo,Árvores venerandas a cair...E se busco entender a dor do campo,Nesses despojamentos que pesquiso,Cada elemento fala que é precisoAmar e compreender, trabalhar e servir.

Assim também, alma fraterna e boa,Se trazes sob o Tempo, aflições e problemas,Constrói, age, confia, crê, não temasE resguarda no peito o anseio do porvir;Por mais sofras, não pares, segue à frente,Enquanto cada dia surge e avança,Eis que o Céu nos repete, através da esperança:– Amar e compreender, trabalhar e servir.

Maria Dolores

Fonte: XAVIER, Francisco C. A Vida Conta, pelo EspíritoMaria Dolores, 3. ed. São Paulo: CEU, 1984, p. 16-17.

Tempo e nós

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Meus caros amigos,Meus votos de harmonia para todos.

Imensa é nossa honra pessoal em poder estar entretodos vocês, com a generosidade dos nobres com-panheiros que me ensejam representá-los, aqui, na

dimensão dos desencarnados.Recordo-me dos objetivos felizes da nossa Cruza-

da dos Militares Espíritas, no que diz respeito à cida-dania, à moralização enobrecida, à paz entre as cria-turas.

Acompanhamos, no presente momento, o movi-mento pendular da simbólica espada de Dâmocles so-bre a cabeça da humanidade. Tem-se a impressão, portodos os lados, de que a violência, a guerra, e todas asexpressões delas decorrentes, jamais serão dissipadas,tamanha a força com que a Sombra investe sobre a al-ma incauta das sociedades terrenas.

Sem embargo, não têm sido poucos os que, de-sacreditando dos valores do amor e da paz, ban-dearam-se para a indiferença ou se atrelaram às for-mas diversificadas do egoísmo, na representação dosseus sequazes como o orgulho e a vaidade, que tei-mam em perturbar, numa peleja irracional contra osvalores do bem, que os prepostos do Cristo personi-ficam.

Cabe-nos hoje, companheiros, mais do que an-tes, ajuntar os recursos incontáveis de que dispo-mos, seja em nível pessoal ou institucional. Urgetransformar a paz em atitude, em atividade prática,retirando-a das formulações meramente retóricas,ou simplistamente teóricas. É importante assuma-mos a vivência da paz aprendendo a dizer “sim, sim,não, não”, conseguindo não dobrar a cerviz perantea imposição da violência, sob todas as suas máscaras.

Imprescindível é que cada um de nós se torneagente da difusão da paz, começando na convivên-

cia doméstica, onde tantas vezes se imbricam ener-gias conturbadas de antigos adversários ou mesmode inimigos; contudo, imperioso será que a famíliaque se encontra equilibrada, vivendo estabilidade,não se abrace ao comodismo como se a questão na-da lhe dissesse, satisfazendo-se com o bem-estar par-ticular do grupo consangüíneo. Cumpre abrir osolhos e, unida, a família avançar para o auxílio efeti-vo aos esforços pela vivência da paz. Nenhum egoís-mo será justificado nesses tempos ciclópicos, densos,do Planeta.

Convocados pela consciência para assumir nossoscompromissos com Cristo, torna-se indispensável aboa vontade, o espírito de serviço, a fim de que osideais da paz não venham a fanar-se na fieira de dis-cursos ocos ou de discussões intermináveis, mas inó-cuas, uma vez que a vontade é fraca nos discursantes,nos discutidores.

Desejamos somar nossa contribuição aos empe-nhos de todos vocês, irmãos queridos e dedicados, li-derados pelo pensamento luminar da Codificação Es-pírita.

Encontram-se aqui, entre outros amigos do Infi-nito, compartilhando das preocupações e ocupaçõesdo nosso Movimento Espírita, nossos caros Kremer eO´Reilly, vibrantes perante o ensejo de servir com de-senvoltura à Causa da Paz, que é a mesma do MestreJesus-Cristo.

Desse modo, queremos deixar nossa singela par-ticipação no presente evento, afirmando nossa fideli-dade às propostas bem-aventuradas do Espiritismo,tão bem coordenadas pelo gênio missionário de AllanKardec.

Recebam todos os amigos aqui reunidos – parti-cularmente os companheiros da Cruzada de Maurício– os augúrios de paz e o abraço fraternal de

Paulino Barcellos*

(Mensagem psicografada pelo médium J. Raul Teixeira, duranteReunião do CFN da FEB, em 8/11/2002, Brasília-DF.)

* Coronel-Médico, fundador da Cruzada dos MilitaresEspíritas.

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Disposição para a Paz

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Ojornal O Globo, de 12 deagosto de 2001, veiculou umaentrevista de página inteira

com o bioquímico greco-cipriotaPanos Zavos, de 57 anos, naturali-zado americano, que é um dos res-ponsáveis pela experiência científicaque suscita a maior polêmica dos úl-timos tempos: a clonagem humana.Ele garante que pode realizar a clo-nagem com 80% ou mais de segu-rança. Garantiu que casais brasilei-ros participarão da etapa inicial dapesquisa e que vai provocar uma re-volução, naturalmente não só nosmeios científicos, mas também naopinião mundial. O cientista é espe-cialista em infertilidade masculina.

Ora, não somos ingênuos, sa-bemos que estamos diante de umcientista com especialidade na ques-tão da clonagem, mas somos perfei-tamente capazes de identificá-lo co-mo mais um cientista materialistaopinando. Imagina que imitaráDeus (mesmo que não acredite queEle exista), e se igualará a Ele, pos-sivelmente o fazendo de forma in-consciente. Como se percebe, clara-mente, ele trabalha suas pesquisasem cima do aspecto estritamentematerial da clonagem. E é por issoque vai se machucar, com certeza,porque a reencarnação é um princí-pio doutrinário revelado pela Espi-ritualidade Superior e cientifica-mente comprovado.

Como espíritas e de posse, co-mo estamos, de informações a res-peito do processo reencarnatório,caso a ciência venha a lograr êxitocom a clonagem de seres humanos,interferirá nas reencarnações dosEspíritos e estes chegariam aquisem nenhuma programação de vi-da, seriam jogados na correnteza ci-clópica da vida na base do “salve--se quem puder”. Deus concordariacom isso?

A questão técnica material daclonagem é uma realidade aceitapelo Espiritismo. Emmanuel, no li-vro O Consolador, perguntas 35,36 e 37, já admitiu, tacitamente, ainterferência do homem no proces-so genético. Na questão 35 ele ob-serva: “As leis da genética encon-tram-se presididas por numerososagentes psíquicos que a ciência daTerra está longe de formular, den-tro de seus postulados materialistas(...).” Logo adiante adita que os ge-neticistas, entre eles podemos ago-ra incluir Panos Zavos, irão encon-trar incógnitas inesperadas quedeslocarão o centro de suas anterio-res ilações. Cremos que o veneran-do Espírito estava já antecipando,naquela época, 1940 mais ou me-nos, que por este caminho a ciênciamaterialista se depararia com o Es-pírito, condutor inteligente da for-mação do corpo físico. Na questão36, Emmanuel salienta que a gené-tica irá melhorar o homem, fisica-mente falando, e acentua que tal fa-to já ocorre, continuadamente, nosseus processos de seleção natural.Nesse sentido, a genética somente

copiará o trabalho da própria Na-tureza. Isto é notório, bastando queolhemos para trás e verifiquemoscomo era a aparência do homemdas cavernas.

A ciência, prossegue Emma-nuel, poderá criar um vasto serviçode melhoramento e regeneração dohomem espiritual no mundo, casoestude os elevados princípios queobjetivam a iluminação das almashumanas. E é na questão 37 que oMentor destaca o mais importanteaspecto da questão: as combinaçõesde “genes” não podem imprimirno homem faculdades ou voca-ções, que é justamente a meta am-bicionada pela ciência materialistado senhor Panos Zavos. Diz Em-manuel que alguns cientistas pro-clamam essas possibilidades, esque-cidos de que vocação ou faculdadesão atributos do Espírito, da indivi-dualidade espiritual, inacessível àsobservações dos cientistas materia-listas. As suas experiências não pas-sarão da zona superficial já que te-mos para analisar as provações ou aposição evolutiva dos Espíritosreencarnados.

Pudessem os cientistas materia-listas “reencarnar espíritos”, a seubel-prazer, nós espíritas seríamosforçados a abrir mão, postergar tu-do quanto sabemos a respeito doprocesso reencarnatório. Seria ocaos. São os Espíritos Superioresque nos orientam sobre reencarna-ção de forma detalhada e minucio-sa, obedecendo os nossos limites,após Jesus haver deixado tantas re-ferências sobre ela.

A Ciência encontrará o EspíritoAdésio Alves Machado

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Reencarnação e clonagem hu-mana têm, forçosamente, que cami-nhar juntas. Cientistas de “lá”, osTécnicos em Reencarnação, e oscientistas daqui estabeleceriam,através da mediunidade, todos osdetalhes para o renascimento dosEspíritos na carne. Sem isso é admi-tir a subordinação dos Planos Divi-nos ao talante do orgulho, vaidade,ambição e egoísmo dos cientistasreencarnados. Idéia absurda, in-viável. A ordem e direção partiram,partem e sempre partirão de “lá”para cá, e não no sentido contrário.

Imaginemos a cena: o PlanoEspiritual, em obediência à Lei Di-vina, providencia a reencarnação deum Espírito que precisa chegar aquiportando deficiências físicas, por-que as matrizes degenerativas seacham no corpo espiritual, no mo-delo organizador biológico do reen-carnante. Os pais, naturalmente,não irão aceitar um filho assim. Eaí, como ficam os cientistas daqui?Falarão, explicarão as razões paraque esse Espírito nasça com tais de-ficiências? Imporão a sua vontadeou se sujeitarão às determinaçõesdos cientistas de “lá”? Problema sé-rio este, não? Haverá de prevalecer,claro, o Plano Espiritual e o plane-jamento previamente estabelecido.

Somente acreditaremos na pos-sibilidade da clonagem humanaacontecer um dia em série e se tor-nar um fato natural quando a Terrajá estiver povoada, em sua maioria,por Espíritos bastante evoluídos,em condições, pois, de trabalharemem harmonia com o Plano Espiri-tual Superior, visando a que o pro-cesso reencarnatório não sofra solu-ção de continuidade. Até lá, sóvemos, nesta postura da ciência ma-terialista, o desejo de “brincar de

Deus”, segundo Joanna de Ângelis.É uma forma de eles se aproxima-rem da realidade tão explicitada pornós, os espíritas: somos Espíritos ecomandamos, automaticamente, aaglutinação das células formadoras

do corpo físico a ser usado pelo Es-pírito reencarnante. Tranqüilizemo--nos e aguardemos, porque é Jesusque está no comando da nave pla-netária, e do destino de seus ocu-pantes.

Os Espíritos consideram oEvangelho de Jesus como ocódigo moral mais significa-

tivo da face da Terra. Ele é a sínte-se de todos os ensinamentos que,respeitando o livre-arbítrio, mostraque as normas para evoluir estão aoalcance de todos os homens, inde-pendentemente do grau de inteli-gência, raça ou condição social. Es-te relicário orientativo permanece,através do tempo, sempre definiti-vo e integral, protegido de qualquerinsensatez em sua estrutura. Embo-ra no seu conceito social ainda pa-reça prematuro, é o organogramamais avançado do Planeta.

É um guia doutrinário de mo-ral espiritual que disciplina e orien-ta o ser humano, levando-o aoamor e ao perdão, requisitos quesustentam todas as estruturas uni-versais.

A propagação exclusiva doamor contida em seus ensinos afas-ta fanatismos e interpretações pes-soais de líderes religiosos, que ain-da insistem em impor seus dogmase mistérios, que por si contradizemos ensinamentos do Mestre.

Jesus sabia de nossa natureza

egocêntrica e personalística, e dei-xou-nos este Mapa do Tesouro soba forma de princípios modeladoresnos diversos setores e aspectos davida, levando-nos a encontrar a jóiapreciosa que é a vivência plena doamor de Deus em nós.

O Evangelho de Jesus é a por-ta estreita, onde o Espírito se des-basta da inferioridade, supera osdesejos animalescos e flui de si aluz. É a fórmula perfeita de ascen-são espiritual, mas que requer re-núncia consciente do mundo damatéria, uma luta para superar osinstintos e alcançar os sentimentosnobres, que vivificam a vida e inte-gram o homem no contexto uni-versal.

Este maravilhoso código leva oser humano a não mais viver paradestruir e sim para encontrar a paze o equilíbrio na vivência do amorpleno.

O homem que segue o Evan-gelho perdoa, ajuda, conforma-se econfia, expressando as palavras doCristo: “Aquele que der a sua vidapor amor de mim, ganhá-la-á portoda a eternidade.”

Evangelho de Jesus, o Código Moral

Sonia Leal Maciel

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A histórica eacolhedora cidade doPorto sediou a 9a

Reunião Ordináriado Conselho Espíri-ta Internacional, nosdias 30 e 31 de ou-tubro de 2002, pre-sidida pelo represen-tante dos EstadosUnidos, VanderleiMarques, e com aparticipação do Se-cretário-Geral doCEI, Nestor JoãoMasotti, e de outros membros daComissão Executiva. Estiveram re-presentados na Reunião os seguin-tes países integrantes do Conselho:Angola, Argentina, Bélgica, Brasil,Colômbia, Espanha, Estados Uni-dos, França, Itália, México, Para-guai, Peru, Portugal, Reino Unido,Suécia e Suíça; como observadores,Canadá e Dinamarca.

Iniciados com uma prece, namanhã de 30, os trabalhos esten-deram-se até à tarde do dia 31, de-

senvolvendo-se a Reunião em am-biente de muita harmonia e ope-rosidade. Dos assuntos tratados,destacamos os seguintes:

Integração de novas Institui-ções no CEI: Foi aprovada a inte-gração de dois novos países: a Bolí-via e a Holanda, representados, res-pectivamente, pelos recém-funda-dos Federação Espírita Boliviana eConselho Espírita Holandês; a re-presentação do Reino Unido peloAllan Kardec Study Group, fundador

do CEI, passou para o BritishUnion of Spiritist Societies (BUSS).O CEI passou a contar com 24 paí-ses como membros.

Relato de atividades: As ativi-dades desenvolvidas nos países,conforme relatos de seus represen-tantes, tiveram significativo incre-mento em 2002, com a realizaçãode diversos eventos – Congressos,Seminários, Encontros, Simpósios,Conferências, etc. – voltados para adivulgação da Doutrina Espírita, a

expansão e dinamização doMovimento Espírita. Cons-tatou-se o surgimento denovas Casas Espíritas namaioria deles. A carênciade livros da Codificação ede obras complementa-res, nos idiomas nacionais,continua sendo o pontonevrálgico das dificulda-des encontradas pelos con-

32

A 9a Reunião Ordinária do CEI realiza-seem Portugal

Formação da Mesa (esq./dir.): Arnaldo Costeira, Presidente da FEP; Vitor Mora Féria, 2o Secretário do CEI;

Nestor João Masotti, Secretário-Geral do CEI; Vanderlei Marques, Presidente (EUA);

José Carlos da Silva Silveira (Itália); Charles Kempf (França)

Representações (esq./dir.): Espanha, Colômbia, Brasil, Bélgica, Argentina e Angola

CONSELHO ESPÍRITA INTERNACIONAL

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frades. A Coordenadoria Europadistribuiu relações de livros espíri-tas editados em francês, inglês, ale-mão, italiano, polonês, sueco etcheco, assim como uma lista de su-gestões de obras a serem traduzidas.O Secretário-Geral falou do empe-nho do CEI na tradução e ediçãode livros, principalmente em inglês.

O Secretário-Geral fez o relatodas atividades da Comissão Execu-tiva, no período de fevereiro a ou-tubro de 2002, referindo-se às se-guintes viagens: em abril, compa-receu ao Congresso Espírita Co-lombiano, na cidade de Pereira; emjulho esteve no Peru e, acompanha-do de Juan Antonio Durante, 2o

Tesoureiro do CEI, Fábio Villarra-ga e Álvaro Vélez Pareja, da Coor-denadoria América do Sul, esteveno Equador, precedendo a funda-ção da Federação Espírita do Equa-dor; em agosto, realizou semináriose reuniões no México, com a pre-sença de dirigentes da Central Es-pírita Mexicana e a participação deVanderlei Marques, responsável pe-la Coordenadoria América do Nor-te, e Carlos Roberto Campetti, deLos Angeles. Ainda em agosto e se-tembro, o Assessor de Comunica-ção da Comissão Executiva, Anto-nio Cesar Perri de Carvalho, par-ticipou de atividades doutrinárias e

ligadas ao CEI nos EUA (Washing-ton, New York, New Jersey e Bos-ton) e Canadá (Montreal). JuanAntonio Durante visitou a Federa-ção Espírita Uruguaia.

Nova estrutura administrativado CEI: O trabalho das Coordena-dorias da Europa, da América doNorte, da América Central e Cari-be e da América do Sul foram ana-lisados pelos representantes dos paí-ses que as integram, havendo as se-guintes informações: a Coordena-doria América Central e Caribe, daqual é responsável Edwin Bravo,promoveu recentemente Semináriosna Guatemala e em El Salvador; aCoordenadoria América do Sulpromoveu Seminário em Guaya-quil, Equador, de 12 a 14 de julho,e participou, no citado país, do3o Ciclo de Conferências EspíritasInternacionais da Costa do Pacífico.

A Coordenadoria Europa rea-lizou sua 5a Reunião em Whinther-tur (Suíça), de 12 a 14 de abril. NaAlemanha já funcionam 14 grupose novos grupos estão surgindo naItália e na Áustria. O Esperantovem sendo utilizado em intercâm-bio com espíritas do Leste Europeu.

Esperanto: Ismael de Mirandae Silva deu uma aula sobre gramá-tica e elementos básicos de Esperan-to, ressaltando a importância dautilização dessa língua nas ativida-des do CEI.

4o Congresso Espírita Mundial:O Secretário-Geral e o representanteda França prestaram informações so-bre os preparativos desse Congresso,promovido pelo CEI, e que será rea-lizado em Paris, pela Union SpiriteFrançaise et Francophone, no períodode 3 a 5 de outubro de 2004, quan-do se comemorará o bicentenário donascimento de Allan Kardec.

Reuniões do CEI em 2003:Não haverá a Reunião Ordinária doCEI em 2003, a fim de que as re-presentações se preparem para oCongresso Mundial de Paris. Emsubstituição, haverá reuniões dasCoordenadorias, com a presença daComissão Executiva. Já está marca-da a 6a Reunião da CoordenadoriaEuropa: será em Estocolmo, Suécia,no período de 9 a 11 de maio.

Presença de Divaldo PereiraFranco: Divaldo Franco compare-ceu à Reunião do CEI, oferecendoa sua judiciosa e inspirada contri-buição, tendo recebido por via psi-cofônica, no dia 30, a mensagemNa Seara de Luz, do Dr. Bezerrade Menezes, e, no encerramento,dia 31, a mensagem Desafios daAtualidade, de Léon Denis, publi-cadas nesta edição (p. 27-28 e38-39).

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Representações (esq./dir.): Peru,Paraguai e México

Representações (esq./dir.): Dinamarca, Canadá, Suécia e Reino Unido

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Onúmero de março de 2002da revista Esperanto, órgãooficial da Associação Univer-

sal de Esperanto, Rotterdam, Ho-landa, http://uea.org, é excepcional-mente rico em matérias sobre oproblema lingüístico mundial e asua única solução justa e democrá-tica, o Esperanto. Em outras opor-tunidades iremos abordando cadatema, para hoje destacamos o arti-go de Claude Piron intitulado “Porque acredito no Esperanto?”.

Claude Piron, já bem conheci-do dos leitores de Reformador, ofe-rece-nos, ao analisar os motivospor que acredita no Esperanto, umquadro nítido dos sintomas que ca-racterizam a ainda persistente resis-tência à adoção do Esperanto comolíngua internacional da Humani-dade.

Em sua esmagadora maioria,os homens, diante desse problema,se revelam: ingênuos, porque aceitam sem

resistência, crédulos como crian-ças, o que a escola, os veículosde comunicação de massa, os

governos, as poderosas multi-nacionais repetem, isto é, queo inglês venceu e que para talfato não há alternativa;estultos, porque aceitam issosem tentar compreender ascausas, os mecanismos, as in-fluências que agem por trásdessa assertiva, uma vez que,com efeito, o homem inteli-gente não adere de pronto aqualquer afirmação, antes sedetém, examina, tenta alter-nativas, levanta a hipótese deque pode estar sendo engana-do, e se decide a investigar pa-ra saber onde estão a legítimaverdade, os fatos incontestá-veis;

não realistas, porque não com-param, no próprio terreno, co-mo funcionam os diversosmeios usados para superar asbarreiras lingüísticas, pois dacomparação entre as diversassoluções propostas para o pro-blema viria a constatação deque a do Esperanto é a menosdispendiosa com maior eficáciae aproveitamento;obstinados, porque muitas pes-soas – eu mesmo, por exemplo!– lhes têm evidenciado a recu-sa em enfrentar a realidade, en-

xergar os fatos, informar-se so-bre como funciona o Esperan-to em comparação com outrossistemas;

loucos, porque são dominadospor verdadeiras alucinações,tais como pensar que o inglês éa solução justa e correta, quan-do basta abrir os olhos e ouvi-dos para constatar que a eficá-cia dessa língua só se verificanuma reduzidíssima parte doscasos em que se necessita dacomunicação internacional;porque acreditam não existi-rem custos, tanto na comuni-cação internacional como noensino do inglês; porque jul-gam ser plenamente eficaz oensino de línguas estrangeirasnas escolas; porque se iludemquanto à evolução histórica,crendo que a situação atual édefinitiva, como se a Histórianão nos houvesse ensinado queapogeu e decadência, vitórias ederrotas, superioridade e infe-rioridade se sucedem de modoimplacável.O arremate do artigo de Piron

– aliás aqui extremamente empali-decido pelas imposições do resumoe adaptação – é a ênfase sobre o ca-ráter espiritualmente superior do

“Por que acredito noEsperanto?”

Affonso Soares

A FEB E O ESPERANTO

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Reformador/Janeiro 2003 3533

Esperanto em relação às línguas na-cionais. Esse caráter se define nospropósitos da língua, nos ideais pa-ra cuja realização ela foi concebida,o que a define como um instru-mento de comunicação criado nasEsferas Espirituais Superiores espe-cificamente para servir à Humani-dade na fase de vida universalistaque já se anuncia. Numa palavra: oEsperanto é muito mais do queuma língua.

Mas, encerremos com o arre-mate de Piron:

“Leio muito em inglês, utili-zo-o intensamente, gosto dessa lín-gua [Piron é suíço], mas ela não co-munica a meu coração a vibraçãoque o Esperanto me traz. Gosto doinglês, mas amo o Esperanto. (...)Por essa razão, mantenho-me firme-mente em minha convicção a res-peito do Esperanto. Afinal de con-tas, por mais racionais que oshomens tentem ser, sua mais pro-funda motivação sempre estará nossentimentos, nas emoções, e amaior diferença entre o inglês e o

Esperanto é que o Esperanto tocaos corações, o inglês não.”

...

Que os espíritas, legítimos van-guardeiros do progresso, nos lem-bremos dessa simples mas profun-da verdade no enfrentamento dosproblemas de comunicação que jáse levantam no caminho da expan-são do Espiritismo, quando osadeptos vão sendo chamados a umasempre crescente, cada vez mais es-treita convivência internacional.

Os 120 anos de existência deReformador (21/01/1883) eo centenário da desencarna-

ção de seu fundador, Augusto Eliasda Silva (1848-1903), são neste anoevocados com emoção e reverênciapelos círculos espíritas do Brasil.

Quantas lutas e sacrifícios, aolado de santas alegrias, pontilharamo caminho dos que, sob a égide doPrograma de Ismael, têm, desde oinício, lançado fecundas sementesde edificação, esclarecimento e con-solação nas centenas de milhares dealmas que no venerando órgão ofi-cial da FEB vêm buscar a pura lin-fa dos ensinos do Senhor e das re-

velações dos Espíritos Superiores,vertidos em textos dignos da eleva-ção do Ideal que os inspira.

E a tantas vozes, a expressarjustas e sinceras homenagens a Re-formador e a Elias da Silva, vêmunir-se a dos esperantistas – espíri-tas ou não – que sempre tiveram narevista da FEB um poderoso veícu-lo de divulgação do ideal de Zame-nhof.

É em Reformador de 15 defevereiro de 1909 que LeopoldoCirne, então na presidência da Fe-deração, faz publicar o primeirotexto de propaganda do Esperantono seio da família espírita do Bra-sil.

Sucedem-se notícias, artigue-tes, de modo esporádico, até que,em 1937, Ismael Gomes Braga,com o vigoroso apoio do então pre-

sidente Guillon Ribeiro, insere oEsperanto definitivamente na pro-gramação regular do órgão da FEB,como se mantém até hoje.

Pode-se afirmar, sem qualquerlaivo de pretensão, que Reformadortambém responde, junto a respeitá-veis periódicos do movimento espe-rantista neutro, pela sustentação doideal de Zamenhof no Brasil e nomundo.

Sua publicação é invariavel-mente aguardada com interesse poresses círculos esperantistas, e quan-do, por imperiosas razões de ordemeditorial, o tema não pode ser tra-tado em determinado número darevista, a falta é sinceramente senti-da, dando mesmo ensejo a amigá-veis, carinhosas reações de leitoresque o vêem como indispensável,confiável fonte de consultas e deapoio para seus labores no ideal es-perantista.

Saudamos, portanto, em nomeda generosa família esperantista, os120 anos de Reformador, ao mes-mo tempo que reverenciamos a fi-gura veneranda de seu fundador,Augusto Elias da Silva. (A. S.)

Reformadore o Esperanto

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“Reuniões perfeitas não existem.Tendo por objetivo a melhoria dos ho-mens, o Espiritismo não vem procu-rar os perfeitos mas os que se esforçamem o ser, pondo em prática os ensinosdos Espíritos. O verdadeiro espíri-ta não é o que alcançou a meta, maso que seriamente quer atingi-la.”Allan Kardec, Revista Espírita, 1861,p. 394, item 11.

No capítulo XXIX de O Livrodos Médiuns, Allan Kardectrata especificamente das

“Reuniões e Sociedades Espíritas”,onde iremos encontrar normas ade-quadas de como nos devemosorientar como participantes de gru-pos mediúnicos.

Fala detalhadamente das diver-sas modalidades de reuniões, desta-cando a disciplina, o método, a ho-mogeneidade e a regularidade comofatores essenciais ao bom funciona-mento das reuniões espíritas.

No item 341, diz: “A influên-cia do meio é conseqüência da na-tureza dos Espíritos e do modo porque atuam sobre os seres vivos.Dessa influência pode cada um de-duzir, por si mesmo, as condiçõesmais favoráveis para uma So-ciedade que aspira a granjear asimpatia dos bons Espíritos e a sóobter boas comunicações, afastandoas más. Estas condições se contêmtodas nas disposições morais dos as-sistentes (...).” A seguir Kardec des-

creve os pontos chaves para a har-monização de um grupo mediúni-co, já bastante conhecidas pelos es-tudiosos da Doutrina Espírita,principalmente dos que atuam nocampo da mediunidade. Se cumpri-das estas determinações consegui-ríamos ter uma “reunião ideal”,dentro dos preceitos da CodificaçãoEspírita. Mas, iremos comentardois pontos fundamentais: a regu-laridade e a disciplina.

Muitas obras espíritas que tra-tam desse assunto, principalmenteas mediúnicas, recebidas através deChico Xavier e Divaldo P. Franco,fornecem subsídios valiosos no en-caminhamento dos problemas e di-retrizes para um trabalho sério edisciplinado nesta área. Contudo,alguns participantes e dirigentes dereuniões mediúnicas argumentamque Allan Kardec não obedecia, ri-gorosamente, horários e citam oitem 333 do capítulo acima men-cionado, justamente para justificaro não cumprimento de normas nasreferidas reuniões.

Kardec diz, neste item: “Acres-centemos, todavia, que, se bem osEspíritos prefiram a regularidade,os de ordem verdadeiramente supe-rior não se mostram meticulosos aesse extremo. A exigência de pon-tualidade rigorosa é sinal de infe-rioridade, como tudo o que sejapueril. Mesmo fora das horas prede-terminadas, podem eles, sem dúvi-

da, comparecer e se apresentam deboa vontade, se é útil o fim objeti-vado. Nada, porém, mais prejudi-cial às boas comunicações do que oschamar a torto e a direito (...).”

Allan Kardec usava o métodode evocação dos Espíritos para finsde estudo e pesquisa. As reuniões da-quela época dirigidas pelo codifica-dor tinham características diversasdas de nossos dias, que são progra-madas e regulares com finalidade desocorro espiritual, desobsessão eatendimento aos enfermos da alma.Não que Kardec deixasse de socorreràs entidades que se comunicavamnas reuniões, mas estas divergiamdas que existem atualmente porqueo objetivo era, principalmente, o es-tudo dos fenômenos através das co-municações psicográficas, e isso estábem definido no artigo 1o do Regu-lamento apresentado no cap. XXXde O Livro dos Médiuns.

“A exigência de uma regulari-dade rigorosa é um sinal de infe-rioridade”, certamente é uma refe-rência ao atendimento à evocaçãode determinado Espírito que exi-gisse pontualidade ao evocá-lo, oque Kardec considerava um gestopueril e desnecessário. Muito dife-rente de nosso objetivo atual, querecomenda horários e dias preesta-belecidos para os trabalhos mediú-nicos. Vários fatores nos levam aagir desta maneira e com bons re-sultados.

Reuniões Mediúnicas:Regularidade e Disciplina

Lucy Dias Ramos

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Nesse mesmo item 333, Kardecenfatiza, a propósito das reuniões:“Em todas, sempre estão presentes Es-píritos a que poderíamos chamar fre-qüentadores habituais, sem que comisso pretendamos referir-nos aos quese encontram em toda parte ou emtudo se metem. Aqueles são, ou Espí-ritos protetores, ou os que mais assi-duamente se vêem interrogados.Ninguém suponha que esses Espíri-tos nada mais tenham que fazer, se-não ouvir o que lhes queiramos di-zer, ou perguntar. Eles têm suasocupações (...). Quando as reuniõesse efetuam em dias e horas certos, elesse preparam antecipadamente acomparecer e é raro faltarem.”

Podemos concluir que para seobter regularidade nas reuniões sé-rias e contar com uma boa assistên-cia espiritual, é necessário que os di-rigentes e médiuns sejam discipli-nados e metódicos em suas atua-ções. Nunca esquecendo que a reu-nião mediúnica tem uma progra-mação feita nos dois planos – mate-rial e espiritual – e eles se integramquando os objetivos são superiorese todos os participantes demons-tram seriedade, amor e disciplina.

Há inúmeros inconvenientespara que uma reunião se prolonguealém do horário preestabelecido:

condições pouco favoráveisà concentração;cansaço e preocupação dosparticipantes com relaçãoao horário;falta de disciplina e educaçãomediúnica, não permitindoque o dirigente consiga ter-minar no horário previsto;falta de energia, de lideran-ça e discernimento do diri-gente;

facilidade em propiciar e di-fundir comunicações aními-cas e mistificadoras já queum grupo indisciplinadonão oferece segurança aosparticipantes, nem comu-nhão de pensamentos, poisse uns gostam de alongar ohorário, outros se aborrecemcriando problemas de afini-zação e homogeneidade;os Espíritos Protetores dasreuniões precisam de nossacolaboração mantendo ho-rários regulares. Eles têmsuas ocupações e deveres.Não somos os únicos aquem eles atendem e auxi-liam nas tarefas mediúnicas.

Assim, seria errôneo afirmarque o mentor ou guia espiritual dareunião se afastará do grupo, todavez que, eventualmente, houver umatraso de alguns minutos... Todavia,a lógica, o discernimento nos acon-selham prudência, porque os Espí-ritos secundam nossas intenções.

Quando Allan Kardec fala, noitem 341, que “a influência do meioé conseqüência da natureza dos Es-píritos e do modo por que atuam so-bre os seres vivos. (...)”, fica bem cla-ro deduzir em quais condiçõesobteremos resultados mais favorá-veis em nossas reuniões mediú-nicas.

A experiência nos tem mostra-do que desde que o grupo se edu-que e se harmonize com as normasestabelecidas não haverá dificulda-des em manter horários preesta-belecidos. Todo o tempo da reuniãoé bem aproveitado, as comunicaçõessucedem-se sob a direção segura dosdois dirigentes – do encarnado e doespiritual – conseguindo-se finalizaros trabalhos no horário previsto. Aavaliação é feita sem pressa, com aparticipação de todos onde se reali-zam trocas de experiências e esclare-cimentos necessários.

Seguindo as diretrizes de AllanKardec teremos reuniões mais har-mônicas e homogêneas, portantomais produtivas.

Reuniões homogêneas

Sendo o recolhimento e a comunhão dos pensamentos as condiçõesessenciais a toda reunião séria, fácil é de compreender-se que o nú-

mero excessivo dos assistentes constiui uma das causas mais contráriasà homogeneidade. Não há, é certo, nenhum limite absoluto para essenúmero e bem se concebe que cem pessoas, suficientemente concen-tradas e atentas, estarão em melhores condições do que estariam dez,se distraídas e bulhentas. Mas, também é evidente que, quanto maiorfor o número, tanto mais difícil será o preenchimento dessas condições.Aliás, é fato provado pela experiência que os círculos íntimos, de pou-cas pessoas, são sempre mais favoráveis às belas comunicações, pelosmotivos que vimos de expender.

Allan Kardec

Fonte: KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. 70. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002,item 332, p. 428.

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Éinevitável que as dificuldadespermaneçam desafiadoras, es-pecialmente porque a Doutri-

na Espírita não se enquadra nos li-mites das escolas do pensamentofilosófico convencional, tampoucose encontra diante das provetas delaboratório com as investigações daCiência no constante movimentode aprimoramento, de aperfeiçoa-mento, tampouco de uma Religiãoestanque, mas de uma Religião cu-jos objetivos não estão definidos emdogmas ultramontanos, nem estra-tificados em teologias que não resis-tem ao avanço do desenvolvimentointelecto-moral da própria criatura.

Allan Kardec referiu-nos queera uma Ciência de observação enão estava ligada a este ou àquelelimite do conhecimento. Era umaciência abrangente. Vemos quehoje a Física Quântica chega àsmesmas conclusões que foramapresentadas pelos Espíritos,quando o átomo era consideradoa partícula inicial da formação damatéria. A Biologia Molecular le-va-nos a uma visão profunda doser enquanto a Engenharia Gené-tica, trabalhando com outras for-mulações, apresenta-nos a criatu-ra humana dentro de padrões jáantes previstos pela Doutrina Es-pírita, pois se estrutura no pensa-mento de Sócrates e Platão essen-cialmente, e as suas raízes éti-co-morais estão cravadas na rocha

viva do Evangelho de Jesus; daí assuas conseqüências religiosas te-rem uma abrangência universal,porque abarcam todas as doutri-nas espiritualistas.

Não será, evidentemente, a re-ligião do futuro de toda a Humani-dade – não temos esse sonho e me-nos essa presunção.

O próprio Codificador es-clareceu-nos que o Espiritismo ilu-minaria as religiões, porque lhesofereceria aqueles fundamentos queelas ainda não possuem ou que, ospossuindo, não lhes convém brin-dar aos seus imensos rebanhos.

Lentamente a comunicabilida-de dos Espíritos, a reencarnação, apluralidade dos mundos habitados,que ainda estão sob reserva em al-gumas Doutrinas, devagar vão sen-do adotadas pelas suas diferentesdenominações. Já não é estranhávelhoje para o católico a comunicaçãodos santos, desde quando O Ob-servador Romano, há alguns anos,considerou essa hipótese como sen-do uma realidade, com a bênção doColégio dos Cardeais. O princípioda evolução darwiniana tampoucoestá ausente nas preocupações daIgreja de Roma, quando o PapaJoão Paulo II a considerou – até hápouco tida herética – uma realida-de legítima.

A Filosofia Espírita, trazendoSócrates e Platão à atualidade, en-frenta o materialismo conformepreviu Allan Kardec, através daeducação. É uma doutrina essen-cialmente de educação. Educação,no seu sentido mais profundo, aque se expande além da instrução

convencional, das grades escolarestradicionais. A educação moral, es-ta sim, que tem a ver com a trans-formação do indivíduo e que se co-loca como adversária do materia-lismo e da crueldade, nas palavrastextuais do próprio Codificador. Asua proposta sociológica é abran-gente porquanto não se vincula apartidos, a princípios filosóficos dedoutrinas político-partidárias, por-que a sua é a do Evangelho de Jesus.

Desta forma, trata-se de umaDoutrina muito complexa e com-pleta, porquanto toda a sua estrutu-ra encontra-se já realizada pelos Es-píritos que se encarregaram daCodificação, cabendo ao Movimen-to que somos atualizar sempre opensamento do Codificador na lin-guagem das conquistas contempo-râneas, sem alterar, na forma ou noconteúdo, o que se encontra exara-do nas obras fundamentais, na Re-vista Espírita entre janeiro de 1858a março de 1869, quando estevesob a direção do insigne mestre.

Desta maneira, os dez anos queo CEI está celebrando transcorremdentro das mesmas característicasdaqueles que distanciaram AllanKardec da publicação de O Livrodos Espíritos, através de dificulda-des, enfrentamentos, desafios emuitos males.

Quando hoje observamos aadesão de países diferentes em tor-no da bandeira Fora da Caridadenão há Salvação, não temos comotemer os inimigos. Pelo contrário,somente nos é lícito compreenderque o amanhã será muito mais en-riquecedor do que o hoje.

Desafios da Atualidade

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Assim sendo, cabe-nos, a todosem geral e a cada um, em suas vi-das, fazer que a nossa seja a palavraespírita, a nossa, a conduta espíritae que a nossa vida reflita a excelên-cia dos postulados espíritas, paraque todos aqueles que nos conhe-çam possam asseverar que a Doutri-na que esposamos é nobre, é digna,é libertadora, porque eles nos iden-tificam na condição de cartas-vivasque somos desta extraordinária re-ligião.

Congratulamo-nos com os que-ridos amigos do CEI, pelo empe-nho, pelos sacrifícios, pelo esforço,pelo ideal que vêm levando adiante,intimoratos e intemeratos, tendo acerteza de que esta é a hora.

Na noite mais tenebrosa, umsegundo após a sua plenitude, jásignifica o amanhecer; a paredemais resistente, quando um dosseus elementos é frágil, tombará,porque retirada a primeira pedra, oprimeiro tijolo, toda a sua força de-saparece.

Todos devemos estar vincula-dos uns aos outros, ajudando-nosem uma perfeita integração, unifi-cados, para estarmos fortes no sen-tido real da palavra, preservando osideais e mantendo a dignidade es-pírita.

Então diremos ao Pai, Autorde nossas vidas, quão gratos esta-mos, os encarnados e os desencar-nados, pela concessão magnânimado Seu amor, convidando-nos,obreiros imperfeitos que reconhece-mos ser, para trabalharmos na searalibertadora do Evangelho de Jesus--Cristo.

Empenhados neste compro-misso, e desafiados a manter fideli-dade ao ideal abraçado, sigamos!

O ontem são as bases. O hoje o

começo da construção. O amanhã otemplo da fraternidade universal al-bergando todas criaturas sob um sóteto, o Amor, num espaço geral, a fra-ternidade além dos limites de qual-quer outra construção, que é a pre-sença de Deus em nossos corações.

Aos companheiros queridos,integrados no espírito do Espiritis-mo, a nossa profunda gratidão.

Do trabalhador igualmente in-cansável da seara da grande luz,

Léon Denis

(Mensagem psicofônica recebida pelo mé-dium Divaldo P. Franco, em 31 de outu-bro de 2002, no encerramento das ativi-dades da 9a Reunião Ordinária do Con-selho Espírita Internacional, realizada nacidade do Porto, Portugal.)

Oapóstolo Paulo, falando certavez a seus seguidores, decla-rou sabiamente:

“E não nos cansemos de fazero bem, porque a seu tempo ceifare-mos, se não houvermos desfaleci-do.” (Gálatas, 6:9.)

E Emmanuel, guia espiritualde Chico Xavier, acrescentou:

“Confia em Deus. Aceita nodever de cada dia a vontade do Se-nhor para as horas de hoje. Não fu-ja da simplicidade. Conserva a men-te interessada no trabalho edificante.Detém-te no ‘lado bom’ das pessoas,das situações e das coisas. Guarda ocoração sem ressentimento. Cria es-perança e otimismo onde estiveres.

Reflete nas necessidades alheias,buscando suprimi-las ou atenuá-las.Faze todo o bem que puderes emfavor dos outros sem pedir remu-neração. Auxilia muito. Esperapouco. Serve sempre. Espalha a fe-licidade no caminho alheio, quan-do seja possível.

Experimentamos semelhantesconselhos na vida prática e adquirire-mos a luminosa ciência de ser feliz.”*

O Espiritismo é uma nova for-ma de revelação eterna.

E ele é um dos métodos deconquistarmos uma felicidade maisplena.

Nos séculos passados as revela-ções fizeram sua obra.

Todas conquistaram seu pro-gresso, cada uma nos seus devidostempos, umas sobre as outras, ensi-nando-nos o caminho das trevas pa-ra a luz, isto é, mostrando-nos comosermos felizes material e espiritual-mente. E, auxiliados pelos esclareci-mentos dessa nova revelação, dizLéon Denis na obra Cristianismo eEspiritismo (Ed. FEB): “(...) Chega-remos, assim, à conclusão de que es-sa doutrina é simplesmente a voltaao Cristianismo primitivo, sob maisprecisas formas. (...)”

Apeguemo-nos, pois, a ela, fa-çamos dela um grande alicerce, ten-do Cristo como base principal, e,assim, conquistaremos o direito desermos inteiramente felizes.

O Caminho para sermos felizesRildo G. Mouta

* Caminho Espírita, psicografia de FranciscoCândido Xavier, 1a edição, IDI – 1983,pág. 57.

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Overbo “estudar” é o mais con-jugado por todos os Instruto-res Espirituais a começar pe-

lo Espírito de Verdade.Em O Livro dos Espíritos

q. 780, os Benfeitores Amigos afir-mam que o progresso moral vem areboque do progresso intelectual.Sem o estudo, como lograr essesdois tipos de progresso?!

É pelo estudo da Doutrina Es-pírita que descobrimos que a causade todos os males da Humanidadese apóia nos pilares do orgulho e doegoísmo; e é também pelo autoco-nhecimento gerado no estudo denós mesmos é que podemos estabe-lecer uma programação de melho-ria íntima gradual.

A Codificação Espírita, junta-mente com as excelentes obras quelhe são subsidiárias, tais as da lavrade Léon Denis, André Luiz, Em-manuel, Yvonne Pereira, Camilo,Irmão José, Joanna de Ângelis,Amélia Rodrigues, Manoel Philo-meno de Miranda, Vianna de Car-valho e outros, constituem o imba-tível cardápio de luz com o qualpodemos alimentar o Espírito, fa-

cultando-lhe o conhecimento eman-cipador...

O Espiritismo oferece-nos “achave para compreendermos tudo demaneira fácil”, inclusive em “espíritoe verdade” os ensinamentos de Jesus.

No excelente livro Atualidadedo Pensamento Espírita (LEAL),Vianna de Carvalho, através daabendiçoada mediunidade de Di-valdo Franco, esclarece:

“(...) O conhecimento elevadosempre liberta o Espírito de suaspaixões perturbadoras. Assim, quan-do os postulados espíritas forem co-nhecidos e vividos, haverá uma ra-dical mudança de comportamentoem todas as áreas do pensamento edo relacionamento interpessoal,tempo em que o amor vicejará for-te nos corações, banindo em defini-tivo, da Terra, os terríveis monstrosdo egoísmo, da guerra, da desola-ção, da infelicidade. (...) Quantomais instruções recebermos, melho-res possibilidades haverão para com-preendermos os objetivos essenciaisda existência e a finalidade da nos-sa jornada terrena”.

A ancestral e, entre nós, pou-quíssimo conhecida cultura árabecompara todo livro a um degrau.Sendo que o bom livro é um degrauque nos leva para cima, na direçãodos arejados proscênios de luz; omau livro é um degrau que nos levapara os baixios pantanosos, para ospestilentos marnéis existenciais.

Portanto, não fica difícil de-duzir que tipos de degraus são aque-les que apontamos acima e paraonde devem nos levar... Assim, sedesejamos – verdadeiramente –nos modificarmos, construindoum futuro espiritual melhor, deve-mos nos empenhar em estudar econhecer toda a retrocitada bi-bliografia, verdadeiros degraus deluz, a começar pela CodificaçãoEspírita. Ali vamos encontrar ex-plicações filosóficas, com embasa-mento científico e conseqüênciasreligiosas. Destarte, descobriremosnovos caminhos, novos posiciona-mentos, nova compreensão que,por certo, modificarão a nossa for-ma de pensar, de ver, de falar e deagir...

É o progresso intelectual en-gendrando o progresso moral, cons-tituindo-se ambos os fatores deto-nantes de nossa definitiva eman-cipação espiritual.

Se o Espírito de Verdade acon-selha a “instrução”, Ele deve ter lá(como vimos) as suas razões, não éverdade?

Portanto, tenhamos o saboro-so apetite pela leitura e dirijamo--nos – perseverante e obstinada-mente – às searas dos estudos quenos ensejarão o conhecimento al-forriador, o qual, por sua vez, noslivrará da ignorância ancestral quetanto prejuízo tem causado à nossaeconomia espiritual.

38

* – KARDEC, Allan. O Evangelho segundo oEspiritismo – Cap. VI, item 5 – FEB.

A Necessidade do EstudoRogério Coelho

“Espíritas, instruí-vos (...).” – O Espírito de Verdade*

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A cidade da Maia, integrantedo Grande Porto, sediou o IV Con-gresso Nacional de Espiritismo emPortugal, promovido pela Federa-ção Espírita Portuguesa, no perío-do de 1o a 3 de novembro de 2002,nas modernas dependências de seucentro de convenções, o Fórum daMaia. O evento contou com 811inscritos, de todas as regiões dopaís, além dos convidados estran-geiros que participaram do Con-gresso, em seguida ao encerramen-to da Reunião do Conselho EspíritaInternacional, realizada no Portonos dias 30 e 31 de outubro.

A conferência de abertura, so-bre o tema central – Espiritismo:Novo Desafio para a Ética do Pen-samento Humano –, foi proferidapelo ex-Presidente da FEP, Manueldos Santos Rosa, precedida de umexcelente vídeo subordinado ao slo-gan do evento – À Descoberta de

Novos Mares. A Mesa de Honra es-tava assim constituída: Nestor JoãoMasotti, Secretário-Geral do CEI;Manuel dos Santos Rosa, conferen-cista; Sra. Elvira Lemos, Represen-te da Câmara Municipal da Maia;Arnaldo Carvalhaes Almeida Cos-teira, Presidente da FEP; AdrianoBarros, Presidente da AssembléiaGeral da FEP; Sra. Maria dos An-jos Féria, Presidente do ConselhoFiscal; Divaldo Pereira Franco; eAlexandre Joaquim da Silva Rama-lho, Coordenador do Congresso(ver seqüência na foto supra).

No desenvolvimento do pro-grama, foram apresentados, por ex-positores espíritas de Portugal, trin-ta temas baseados no slogan e notema central.

A sessão de encerramentoocorreu na manhã do dia 3, commemorável conferência de DivaldoPereira Franco, seguida de uma reu-

nião com dirigentes das InstituiçõesEspíritas participantes do Congres-so, havendo exposição de NestorMasotti sobre o Movimento Espíri-ta Internacional e palestra de Dival-do Franco com abordagem de as-suntos de interesse das Casas Es-píritas.

Nas Galerias de Arte foramexpostos painéis sobre o Históricodo Movimento Espírita Português;cenas com pequenas esculturas embarro, representando a “Evoluçãodo Espiritismo ao largo do tem-po”; e exposição de telas em óleo efotos de autoria de artistas por-tugueses...

Os jornais da região focaliza-ram o evento e as emissoras TV I eRTP 2 transmitiram entrevistascom Arnaldo Costeira, DivaldoFranco e Nestor Masotti.

IV Congresso Nacional de Espiritismo em Portugal

Mesa de Honra na abertura do Congresso

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SEARA ESPÍRITA

Brasília: Campo Experimental da FEBO encerramento das atividades de 2002 do CampoExperimental da FEB, em Brasília, no mês de de-zembro, observou o seguinte calendário:

Dia 14 – Encerramento dos Cursos do ESDE,do DIJ, do Estudo e Educação da Mediunidade, edo Curso de Estudos Avançados do Espiritismo.Ocorreu, também, a solenidade de conclusão decursos do ESDE e de Educação da Mediunidadepara as turmas que completaram os programas deestudo.

Dia 15 – Encerramento das atividades do Setor deInfância.

No Departamento de Assistência Social, houve oencerramento dos cursos de culinária, de corte e cos-tura, de artesanato, de gestante e de introdução à in-formática, assim como das atividades de distribuiçãode cestas de alimentos, de roupas e de brinquedos,além de almoço confraternativo para todos os parti-cipantes.

Goiás: Capacitação de Coordenadores e de MonitoresA Federação Espírita do Estado de Goiás promoveunos dias 7 e 8 de dezembro de 2002, em sua sede, oevento Capacitação de Coordenadores e de Monitoresde Cursos Regulares do Espiritismo. A Federação Es-pírita Brasileira contribuiu com o material didático ecom a seguinte equipe de expositores: Marta Antunesde Oliveira Moura, José Carlos da Silva Silveira,Zaíra Amarílis da Cruz Silveira e Élzio AntônioCornélio.

Bélgica: USB – 75 anosA Union Spirite Belge comemorou, no dia 19 de ou-tubro passado, com um encontro de confraternizaçãode instituições e trabalhadores espíritas, os seus 75anos de existência e funcionamento. A USB integrao Conselho Espírita Internacional e adota na suaprática a Codificação Kardequiana.

Encontro Espírita de Sergipe e AlagoasRealizou-se na cidade de Penedo (AL), no Teatro7 de Setembro, em 16 de dezembro passado,o I ENESEAL – Encontro Espírita de Sergipe eAlagoas –, promovido pelas Federações Espíritas do

Estado de Alagoas e do Estado de Sergipe, com oapoio da Prefeitura Municipal de Penedo. O En-contro, do qual participou o Presidente da FEB,Nestor João Masotti, abordou o tema – A Con-tribuição da Doutrina Espírita na TransformaçãoSocial.

Espanha: Congresso Espírita NacionalA Federación Espírita Española promoveu o X Con-gresso Espírita Nacional no Hotel Bayren I de Gan-dia, Valência, de 7 a 8 de dezembro de 2002, com ex-tenso programa de palestras e seminários ligados aolema do Congresso – O Espiritismo ante a Sociedade–, abordado na conferência inaugural por DivaldoPereira Franco.

Rio de Janeiro: Fórum da Ação EvangelizadoraRealizou-se no Colégio Militar (Rua São FranciscoXavier, 267, Tijuca, Rio de Janeiro), em 7 e 8 de de-zembro passado, o I Fórum da Ação Evangelizadorado Estado do Rio de Janeiro, promovido pelas Enti-dades Federativas USEERJ e FEERJ. Após a Cerimô-nia de Abertura, foi apresentado o Painel Panoramado Movimento de Evangelização no Brasil por CecíliaRocha e Rute Vieira Ribeiro (FEB), Gladis Pedersende Oliveira (RS) e Darcy Neves Moreira (RJ). Do pro-grama constaram palestras de Lydiênio Barreto deMenezes, José Raul Teixeira e Geraldo Guimarães,além de outros expositores que atuaram em MesasRedondas, Oficinas, Relatos de Experiências e demaisatividades.

Porto Rico: Federação Espírita centenáriaA Federación de los Espiritistas de Puerto Rico es-tá comemorando seu centenário de fundação, ocor-rida em 1903, e acaba de criar, na Internet, aprimeira página de fala hispânica na área do Caribe:http://www.geocities.com/Athens/Forum/4968/

S. J. dos Campos (SP): Área Verde Chico XavierPela Lei Municipal no 6148/02, de 29 de agosto de2002, a Prefeitura Municipal de São José dos Camposdenominou CHICO XAVIER a Área Verde 29 doBairro Jardim Aquarius, cuja solenidade de inaugura-ção ocorreu no dia 3 de novembro, das 9 às 12 horas.

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