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  Tradução feita por Maly Delitti para fins didáticos. 1 Uma interpretação análitico comportamental da relação terapêutica Rosenfarb, I.S. (1992)The Psychologica l Record, 42. Tradução: MalyDelitti* O trabalho examina, de uma perspectiva analítica comportamental, os mecanismos através dos quais ocorrem mudanças dentro do contexto da relação terapêutica em  p s i c o t e r a p ia i n d iv i d u a l . A análise se centra na formulação que o behaviorista modela o comportamento do cliente através dicas não verbais e de análises verbais explícitas. Na relação terapêutica os terapeutas modificam o comportamento que traz dificuldades  p a ra o c l i en t e n o a mb i en t e n a t u r a l , e a mu d a n ç a c l í n i ca depende da possibilidade de reforçamento de classes de respostas funcionalmente similares no ambiente natural. A distinção de Ferster entre o reforço natural e arbitrário e a distinção de Skinner entre o comportamento modelado por contingências e o controlado por regras também são usadas também descrever a maneira como a mudança ocorre. O objetivo do estudo é estimular os behavioristas a observar o relacionamento terapêutico como um mecanismo da mudança clínica e para ajudar àqueles de outras abordagens a ver como a relação terapêutica pode ser compreendida usando os  p ri n c í p ios d a a p r e n d i z a g e m.  N os p r i mó r d i os d a t era p i a c o mp o r t a me n t a l , a s v a r i á v e i s d o re l a c i o n a me n t o foram vistas freqüentemente como subordinadas aos mecanismos de mudança melhor estudados. (cf. Eysenck, 1960; Wolpe, 1954). As variáveis do relacionamento eram difíceis de especificar objetivamente. Além disso, o relacionamento terapêutico estava freqüentemente associado à psicanálise e outros tipos "menos científicos" de terapia. Nessa época, os princípios da aprendizagem eram raramente utilizados para compreender os processos através dos quais o  p r ó p r i o r e l a cio n a m e n t o t e r a p êu t i c o p o de r i a con d u z i r à s mu d a n ças t e r a p ê u t icas.

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Tradução feita por Maly Delitti para fins didáticos.

1

Uma interpretação análitico comportamental da relação terapêutica

Rosenfarb, I.S. (1992)The Psychological Record, 42.

Tradução: MalyDelitti*

O trabalho examina, de uma perspectiva analítica

comportamental, os mecanismos através dos quais ocorrem

mudanças dentro do contexto da relação terapêutica em

psicoterapia individual.

A análise se centra na formulação que o behaviorista

modela o comportamento do cliente através dicas não verbais e

de análises verbais explíci tas . Na relação terapêutica os

terapeutas modificam o comportamento que traz dificuldades

para o cl iente no ambiente natural , e a mudança clínica

depende da possibilidade de reforçamento de classes de

respostas funcionalmente similares no ambiente natural. A

distinção de Ferster entre o reforço natural e arbitrário e a

distinção de Skinner entre o comportamento modelado por

contingências e o controlado por regras também são usadas

também descrever a maneira como a mudança ocorre. O

objetivo do estudo é estimular os behavioristas a observar o

relacionamento terapêutico como um mecanismo da mudança

clínica e para ajudar àqueles de outras abordagens a ver como

a relação terapêutica pode ser compreendida usando os

princípios da aprendizagem.

Nos primórdios da terapia comportamental, as variáveis do relacionamento

foram vistas freqüentemente como subordinadas aos mecanismos de mudança

melhor estudados. (cf. Eysenck, 1960; Wolpe, 1954). As variáveis do

relacionamento eram difíceis de especificar objetivamente. Além disso, o

relacionamento terapêutico estava freqüentemente associado à psicanálise e outros

tipos "menos científicos" de terapia. Nessa época, os princípios da aprendizagem

eram raramente utilizados para compreender os processos através dos quais o

próprio relacionamento terapêutico poderia conduzir às mudanças terapêuticas.

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Com o desenvolvimento da terapia comportamental, os terapeutas começaram

a enxergar as mudanças clínicas como mediadas, ao menos em parte, pela relação

entre o cliente e o terapeuta (Wilson & Evans, 1977). Entretanto, pouco foi feito

para integrar os princípios desenvolvidos no laboratório experimental com uma

compreensão dos processos de mudança dentro da relação terapêutica. Ao invés

disso, quando os behavioristas investigaram a relação terapêutica, eles

freqüentemente comparavam técnicas de relacionamento específicas, como empatia,

grau de relacionamento, aceitação incondicional, com técnicas terapêuticas

específicas como sistemática dessensibilização ou modelação, a fim de verificar

qual fator seria mais importante e teria mais peso na mudança clínica (ver Morris &

Magrath, 1983, e Sweetm 1984, para revisão). Os behavioristas, entretanto, fizeram

poucas pesquisas para investigar como a própria relação influencia as mudanças

terapêuticas (Emmelkamp, 1986).

Ainda que muitas mudanças terapêuticas ocorram através do uso de técnicas

comportamentais específicas, a relação terapêutica é sempre uma importante fonte

de resultados clínicos. Além disso, a relação terapêutica estabelece a situação na

qual essas técnicas terapêuticas específicas são implementadas. Parece também

importante compreendermos os processos de mudança inerentes à relação

terapêutica, de modo que a própria relação não seja concretizada e usada como uma

explicação suficiente para a mudança comportamental. Uma análise comportamental

precisa especificar os ingredientes interpessoais críticos de mudança dentro da

relação terapêutica e relacionar aquelas mudanças com outras realizadas em outras

relações interpessoais e a mudanças ocorridas através de outras técnicas

comportamentais específicas. Os objetivos desse estudo são duplos: interpretar

comportamentalmente as mudanças que ocorrem no contexto da relação terapêutica,

e integrar essa análise com a abordagem analítico-funcional da aprendizagem.

Experiências Interpessoais e PsicopatologiaClientes chegam à terapia porque seus comportamentos se mostram

ineficazes no ambiente natural. Freqüentemente, os relacionamentos interpessoais

são problemáticos. O comportamento do cliente pode tanto levar à falta de

conseqüências sociais positivas, como levar a conseqüências sociais negativas.

Grande parte dos psicoterapeutas então se centram nessas dificuldades de

relacionamento social (Goldiamond & Dyrud, 1968; Kohlenberg & Tsai, 1987).

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Muitos casos de experiências anteriores com outras pessoas podem ter

contribuído no desenvolvimento dessas dificuldades interpessoais. Os clientes

podem não ter sido positivamente reforçados por determinado comportamento social

anteriormente em suas vidas (Bowlby, 1988). Aqueles que não aprenderam as

importantes nuances do comportamento social durante seu passado estão em

evidente desvantagem nas interações interpessoais subseqüentes. Ferster (1973)

discutiu a importância dessas experiências interpessoais prévias no

desenvolvimento de um comportamento pró-social:

A criança que não aprendeu ficar sob o controle do

comportamento da mãe tem seu repertório de comportamentos

interpessoais empobrecido e aspectos setores globais de

aprendizagem interpessoal ficam indisponíveis a ele como

meio de troca com o mundo externo, o que nas conotações

clássicas é chamado de personalidade fixada em um estágio

particular do desenvolvimento.

Os clientes podem ainda apresentar uma história de punição excessiva em

suas vidas. A punição não apenas retarda o desenvolvimento de novas habilidades

como leva à tendência de retirar-se de situações potencialmente punitivas (Azrin &

Holtz, 1966). Aqueles que sofreram abuso sexual na infância, por exemplo, não

apenas sofrem as seqüelas dessas interações interpessoais severamente negativas,

como esse histórico pode impedir o indivíduo de buscar oportunidades onde

experiências interpessoais positivas podem tornar-se operantes. Essa punição pode

levar a falhas no aprendizado dessas importantes nuances de relacionamentos

interpessoais adultos desenvolvidos através da interação com membros do sexo

oposto.

Conhecendo a história prévia de aprendizagem do cliente e as subsequentesfalhas interpessoais, um terapeuta, do ponto de vista da relação terapêutica, pode

necessitar desenvolver comportamentos pró-sociais que nunca foram desenvolvidos

no passado. Na relação, a falta de reforço social positivo e a história de excessiva

punição precisam ser revertidas. Os terapeutas podem necessitar encorajar

comportamentos sociais positivos que nunca foram encorajados, e podem precisar

evitar punir comportamentos sociais que outros tenham sido punidos previamente

(cf. Skinner, 1953, p. 371). Ao que parece, o terapeuta precisa reagir para o cliente,

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dentro do relacionamento terapêutico, de modo diferente do que outros tenham

reagido no passado (Alexander & French, 1946; Appelbaum, 1978; Beier & Young,

1984; Ferster, 1979a; Gibbons, 1985; Wolf, 1966).

Assim que começa a reagir ao cliente dentro da relação terapêutica, de modo

diferente do que outros tenham reagido no passado, o terapeuta pode começar a

modelar novo repertório comportamental mais positivo, para o cliente. Assim que

os repertórios adaptativos são desenvolvidos, o cliente pode começar a emitir o

mesmo comportamento funcional no ambiente natural na presença de estímulos

funcionalmente similares. Se outros no ambiente natural também reforçarem as

mesmas classes de respostas que o terapeuta, então as mudanças que ocorrem dentro

da relação terapêutica se generalizarão para o ambiente natural.

A Relação Terapêutica como Processo de Modelagem

O terapeuta começa a modelar o comportamento dentro da relação terapêutica

ao modificar seu próprio comportamento interpessoal em reação ao comportamento

do cliente. Sugestões do feedback interpessoal do profissional são usados para

formatar novas respostas do cliente. Geralmente, sugestões sutis do terapeuta

acabam por reforçar aspectos selecionados do comportamento do cliente. O modo

como o terapeuta vira a cabeça, uma mudança no contato visual, ou uma mudança

no tom de voz, podem reforçar comportamentos selecionados do cliente (Ferster,

1979b). Um profissional, por exemplo, pode inclinar-se para frente em sua cadeira

toda vez que o cliente começar a discutir dificuldades no relacionamento com sua

mãe. Outro profissional pode começar a assentir com a cabeça quando o cliente

começa a discutir determinado assunto. Um terceiro pode manter mais contato

visual. Em todos os três casos, cada comportamento do profissional pode servir

tanto como estímulos reforçadores para comportamentos prévios do cliente como

um estímulo discriminativo para a posterior discussão de determinado assuntorelevante.

A mudança terapêutica dentro da relação, entretanto, ocorre primeiramente

devido ao intercâmbio verbal entre o terapeuta e o cliente (Ferster, 1979b;

Hamilton, 1988). Os profissionais utilizam seu próprio comportamento verbal para

modificar o do cliente durante as sessões. Numerosos tipos de análises verbais são

utilizados para modificar o comportamento e as pesquisas ainda não conseguiram

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delinear claramente os tipos específicos de análise que são mais eficazes

(Greenberg, 1986; Hamilton, 1988; Mahrer, 1988).

Uma forma de mudança especialmente potente de mudança de comportamento

na relação ocorre quanto o terapeuta tenta interpretar o comportamento do cliente

durante as sessões. Alguns terapeutas podem apontar discrepâncias entre o

comportamento verbal e não verbal do cliente. Outros profissionais podem tentar

relacionar o comportamento do cliente durante a sessão ao comportamento com

outros no ambiente fora do consultório. Cada profissional ao que parece, possui o

seu próprio modo de efetivar a mudança, tanto verbalmente como não, e como quase

todos os comportamentos complexos são multideterminados, qualquer número de

reações de terapeutas pode se provar eficaz (Ferster, 1979b).

As reações dos clientes durante a relação também determinam,

freqüentemente, as estratégias terapêuticas específicas usadas para formatar o

comportamento. Alguns clientes, por exemplo, respondem melhor a intervenções

cujo foco está no seu comportamento para com o terapeuta. Outros reagem mais

positivamente ao encorajamento verbal de mudanças feito fora da terapia. Ainda, há

clientes que respondem favoravelmente às tentativas do terapeuta de relacionar o

seu comportamento durante as sessões a comportamentos similares em seu

relacionamento com terceiros. Assim como o terapeuta modela o comportamento do

cliente durante o relacionamento o cliente freqüentemente modela de modo sutil a

estratégia terapêutica específica utilizada.

O Comportamento a ser modelado

No início do processo terapêutico, os profissionais geralmente usam a

relação para identificar as dificuldades interpessoais específicas do cliente. Beier e

Young (1984, p. 129) listam vários exemplos de como a primeira hora terapêutica

pode fornecer dicas para comportamentos clínicos importantes. Um cliente, por

exemplo, pode bajular excessivamente o terapeuta dizendo o quanto seus amigoselogiaram o seu trabalho. Um segundo cliente pode tentar impressionar o

profissional com o seu conhecimento de termos psicológicos específicos. Um

terceiro pode ainda responder secamente as perguntas, com frases diretas e curtas,

deixando no profissional a impressão de que ele fará pouco para fornecer

informações pessoais. Finalmente, um quarto cliente pode parecer querer deixar o

consultório a qualquer momento durante a primeira sessão, dando a impressão de

que sempre foge ou evita encontros emocionalmente difíceis. Em todos os casos, o

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terapeuta pode começar a hipotetizar sobre as maneiras pelas quais os clientes se

relacionam com pessoas significativas em suas vidas.

Shapiro (1989) relatou que o modo como os clientes descrevem a si próprios

e aos outros, geralmente fornece pistas para um material clínico importante. Uma

cliente, diz Shapiro, relatou uma discussão com o namorado como se estivesse

dando um depoimento em um tribunal. Ela descreveu cada detalhe da situação como

se estivesse relatando um caso e revisando as evidências. Um outro cliente se

mostrou muito orgulhoso na terapia. Ele tinha dificuldades para admitir suas

fraquezas e freqüentemente falava sobre o tempo ou sobre os últimos resultados do

futebol. No primeiro caso, o assunto terapêutico foi à necessidade do cliente em

 justif icar seu próprio comp ortamento e no segundo caso, a relação se focou na

forçada autoconfiança do cliente e sua artificialidade.

Muitas vezes dicas não-verbais são indicativas de material clínico

importante. Beier e Young (1984) oferecem o seguinte intercâmbio entre cliente e

terapeuta

Cliente: Eu acho que sou o tipo de cara que nasceu para ficar só,

droga! (suspiro profundo).

Terapeuta: quando você suspira e parece tão triste, eu tenho a

impressão de que eu deveria deixá-lo sozinho com a sua miséria, que

eu deveria tomar muito cuidado e não me tornar muito íntimo, ou

que eu fazê-lo sofrer ainda mais.. .

Cliente: Eu me sinto c omo um solitário, eu acho que nem você se

preocupa comigo.. .

Terapeuta: Eu fico imaginando se as outras pessoas também têm que

passar nesse teste?

Nesse exemplo, vemos o profissional não só apontando as mensagens não-verbais do cliente, como também tentando modificar o modo como o cliente se

relaciona com o terapeuta. Além disso, o terapeuta está tentando fazer uma conexão

entre o modo de relatar do cliente para si e a maneira como se relaciona com os

outros em ambiente natural.

Muitos profissionais se focalizam na discrepância entre o comportamento

verbal e não-verbal do cliente durante as sessões. Shapiro (1989) forneceu o

exemplo de uma dona-de-casa que chegou para a terapia reclamando que se sentia

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uma esposa sexualmente inadequada ou incompetente. De discussões posteriores,

ficou claro que a cliente estava simplesmente imitando a descrição feita por seu

marido sobre o seu comportamento. Shapiro afirmou que notou uma falta de

convicção na voz da cliente . Sua voz soou “automática e esganiçada, talvez como a

voz de uma criança fazendo sua lição de casa” (Shapiro, 1989, p.45). A relação

terapêutica assim focalizou-se não nos sentimentos do cliente de inadequação ou

incompetência, mas nas tentativas de reforçar comportamentos indicadores de

desejos e vontades próprias. A relação ofereceu uma oportunidade para a cliente de

desenvolver comportamentos assertivos independentemente da avaliação de seu

marido.

Algumas vezes, os profissionais usam seu próprio comportamento como dicas

para comportamentos relevantes do cliente durante a relação. Yalom (1989, p.95),

por exemplo, usou sua própria irritação como estímulo para começar a confrontar

uma cliente a realizar mudanças na relação. A cliente lidava com informações

pessoais íntimas rindo ou entretendo o terapeuta. A intervenção de Yalom consistiu,

em parte, em simplesmente fazer a cliente perceber quando estava agindo

superficialmente e quando estava revelando informações pessoais relevantes. O

comportamento da cliente rapidamente passou a operar sob controle dessas

contingências e ela começou a discutir assuntos pessoais sérios e dolorosos.

No exemplo a seguir, Shapiro (1989) mostra como quase toda interação

dentro da relação pode ser usada como tentativa de modificação de comportamento

pelo profissional. Um homem que ficava tenso quando estava dirigindo, chegou à

terapia agitado, e começou a se censurar por estar nervoso:

Qual o problema comigo! Eu estava apenas procurando um

lugar para estacionar quando achei um. Um cara veio e me

cortou. Você me conhece! Eu fui até o seu lado e dei um murro

na cara dele só para ele saber o que achei da atitude dele! Eunão consegui deixar pra lá! Eu não consigo deixar nada pra lá!

Olha só o desgaste que eu causo a mim mesmo! Eu não consigo

relevar! (p. 87)

Ao invés de discutir a tendência do cliente de não conseguir relevar, Shapiro

aponta que o comportamento importante expresso na relação foi o da autopunição

do cliente. Assim, como em quase todas as discussões, apesar de o cliente se referir

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a eventos que transcorreram em outro lugar, havia componentes de seu repertório

comportamental que poderiam ser modificados diretamente na situação da relação

terapêutica.

As ausências dos terapeutas devido a férias, doença, ou gravidez, pode

fornecer uma pista para material clínico importante (Gibbons, 1985; Kohlenberg &

Tsai, 1987). Finalmente, términos causados pela saída do terapeuta podem levar a

importantes dicas de como os clientes lidam com o fim de outros relacionamentos

importantes em suas vidas.

Comportamentos de má adaptação, semelhantes àqueles expressos quando

pessoas importantes deixaram o cliente no passado, podem começar a aparecer.

Dentro da relação terapêutica, entretanto, o profissional pode tentar modifica e

mudar essas respostas mal adaptadas e assim, pode ajudar o cliente a aprender a

lidar com perdas significativas.

Generalização para o Ambiente Natural:

I. O Uso de Reforçadores Naturais

A análise se concentra nos modos pelos quais os terapeutas modificam o

comportamento do cliente dentro da relação terapêutica. Ferster (1967) notou que

essa formatação terapêutica é um exemplo de processos de reforçamento natural.

Reforços naturais ocorrem com pouco planejamento ou consciência. Eles estão

intimamente ligados, de maneira momento a momento, a variações no

comportamento de um indivíduo. Quando são liberados reforços naturais ocorre

uma interação perfeita (Ferster, 1979a, p.289) entre o comportamento e sua

conseqüência.

Reforçadores arbitrários faltam nessa relação fina e natural com o

comportamento. Quando reforçadores arbitrários são usados na terapia, os

comportamentos reforçados são geralmente operantes diferentes daquelesreforçados no ambiente natural do cliente. A distinção entre reforçamento natural e

arbitrário, no entanto, é na maioria das vezes, sutil. Ferster (1972) fornece o

seguinte exemplo para ilustrar a “sutileza” da distinção funcional entre

reforçadores naturais e arbitrários. Um terapeuta disse a seu cliente que ela ficava

depressiva quando estava com raiva. Essa intervenção foi arbitrária. Ferster

observou que, devido à habilidade da cliente em observar sua depressão e as

condições antecedentes, sua relação com seu terapeuta estaria prejudicada. O

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controle social é arbitrário quando o ouvinte ajusta sua reação especificamente ao

comportamento requerido pelo falante (Ferster, 1972).

O terapeuta, durante a relação, usa reforçadores naturais quando o

comportamento deles está sob o controle do comportamento do cliente. Terapeutas,

entretanto, podem reagir arbitrariamente quando o comportamento deles está sob o

controle de contingências externas à relação. Um profissional, por exemplo, que

diz, “Bom menino!” para uma criança, não porque a criança mereceu o elogio, mas

porque o supervisor do terapeuta disse que elogios são importantes, reagiu

arbitrariamente ao comportamento da criança. Reforçadores arbitrários geralmente

falam mais às necessidades do terapeuta do que para as do cliente (Ferst er, 1967).

O uso de reforçadores naturais dentro da relação terapêutica ajuda a garantir

que as mudanças realizadas dentro da relação terapêutica se generalizarão para o

ambiente natural. O mais potente reforçador natural dentro da relação e o mais

semelhante ao tipo de reforçamento oferecido no ambiente natural é o reforçamento

social oferecido pelo terapeuta (ver Deitz, 1989, para uma discussão da natureza

“natural” do reforçamento social) . Como disse Skinner (1982), “ao inventar 

contingências sociais relativamente não ambíguas, o terapeuta constrói um

repertório que será naturalmente eficaz para a vida diária do cliente” (p. 5).  

Reforçadores arbitrários, no entanto, podem servir como procedimentos de

transição úteis para assegurar que o comportamento a ser emitido será

positivamente reforçado no ambiente natural. Algumas vezes, não há intervenção

terapêutica natural que pode gerar comportamento a ser reforçado pelos outros.

Intervenções arbitrárias podem, então, ser requeridas a fim de evocar o

comportamento desejado. Contratos terapêuticos ou “tarefas de casa” , por exemplo,

apesar de arbitrários na natureza, são geralmente importantes no desenvolvimento

de repertórios comportamentais que serão reforçados positivamente por outros na

comunidade natural.

Generalização para o Ambiente Natural:

II. Mudança através de Processo de Modelagem por Contingência

A generalização para o ambiente natural é fortalecida devido à maneira

gradual pela qual o profissional modela o novo comportamento do cliente na

relação terapêutica. Skinner (1969) adicionou uma importante dimensão à sua

análise do comportamento humano quando distinguiu entre comportamento

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modelado por contingências e controlado por regras. Skinner afirmou que o

comportamento modelado por contingências é aquele emitido por suas

conseqüências passadas enquanto no comportamento controlado por regras os

indivíduos estão seguindo uma regra já determinada. Os indivíduos, por exemplo,

 podem aprender a jogar bilhar “ intuit ivamente” ao serem modelados pelas

conseqüências de seu jogo. Eles se tornam mais propensos a repetir lances que

colocam as bolas nas caçapas do que lances perdidos. Por outro lado, outros

indivíduos podem aprender a jogar bilhar a partir do cálculo dos ângulos, do peso

da bola, das distâncias e frações de cada jogada. Esses últimos não foram

modelados pelas conseqüências de suas jogadas. Ao contrário, eles aprenderam as

regras sobre o jogo. Embora os comportamentos controlados por contingências e

governados por regras parecerem idênticos, eles são comportamentos funcionais

 bastante diferentes. “No prime iro caso, o indivíduo sente a cer teza da força e

direção com a qual a bola foi atingida, enquanto no segundo caso, ele sente a

correção de seus cálculos, mas não do lance em si” (Skinner, 19 69, p. 166).

A literatura operante sobre comportamento humano tem analisado

empiricamente a distinção entre comportamento governado por regras ou modelado

pelas contingências e tem mostrado que enquanto o comportamento governado por

regras pode, às vezes, se tornar “insensível” às contingências , o comportamento

modelado por contingências é mais sensível a mudanças sutis nas contingências e

pode adaptar-se às contingências que se alteram.(ver Hayes, 1989, para revisão).

Quando o terapeuta modifica suas próprias dicas interpessoais para modelar o

comportamento na relação com o cliente, ocorre uma contingência de modelagem. O

cliente entra em contato com as conseqüências sociais, sutis de seu comportamento.

Assim, pode ser que quando estiver em contato com contingências sociais similares

no ambiente natural, fique mais sensível às mesmas e se adapte quando essas

contingências mudarem.Generalização ao ambiente natural é realçada quando o

terapeuta usa reforçadores naturais dentro da relação e quando os clientes entramem contato, através de contingências de modelagem, com as conseqüências sociais

de seu comportamento.

No entanto, algumas vezes pode ser importante os terapeutas usarem regras

ou instruções para obter mudanças clínicas. Quando os clientes são confrontados

com situações de ameaça à vida, por exemplo, os terapeutas podem precisar intervir

diretamente a instruir seus clientes sobre mudanças de comportamento que precisem

realizar. Em outras situações, os terapeutas podem querer superar as contingências

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naturais (Skinner, 1982). Muitos repertórios comportamentais positivos nunca serão

desenvolvidos a não ser que sejam dadas instruções para garantir que o

comportamento seja emitido. Além disso, regras ou instruções terapêuticas podem

ser necessárias para ajudar os clientes a entrar em contato com conseqüências de

longo prazo de seus comportamentos, ao invés de serem controlados pelas

contingências mais imediatas (cf. Rachlin, 1974).

Pesquisa sobre a Relação Terapêutica

Esse estudo se concentrou nas tentativas feitas pelos terapeutas de modificar,

dentro da relação terapêutica, o comportamento que levará a mudanças positivas

externas ao processo terapêutico. Mudanças realizadas dentro da relação

terapêutica, todavia, são difíceis de prever. Resultados clínicos são geralmente

dependentes de mudanças momento a momento na relação (cf. Rice & Greenberg,

1984) e as contingências controladoras desse processo de contingenciamento podem

ser sutis. A pesquisa, conseqüentemente, pode nunca conseguir isolar todos os

fatores relevantes que afetam esse processo de formatação (cf. Skinner, 1969, p.

171). Ainda, a pesquisa pode nos ajudar a encontrar interações terapêuticas

importantes que estão associadas a mudanças terapêuticas.

Pesquisas recentes sobre condicionadores verbais operantes, por exemplo,

demonstraram que o comportamento verbal poderia ser trazido sob o controle de

contingências de reforçamento. Essas pesquisas também sugerem que o

comportamento verbal na psicoterapia foi modificado pelo terapeuta do mesmo

modo que outros comportamentos operantes. A literatura mostra que unidades

verbais a serem reforçadas podem incluir variáveis como o tipo de memória

reportada (Quay, 1959), o tipo de afeto demonstrado (Salzingfer & Pisoni, 1958), e

indicações referentes ao self (Adams & Hoffman, 1960). Além disso, essas

pesquisas demonstraram que o tipo de fatores do terapeuta que podem servir de

reforçadores pode variar de dicas não-verbais (Greenspoon, 1954) a interpretaçõespsicanalíticas (Timmons, Noblin, Adams & Butler, 1965).

Outra pesquisa nessa linha tentou analisar trechos transcritos de psicoterapia

tradicional e procurar pelas contingências controlados do comportamento verbal do

cliente. Tanto Murray (1956) como Truax (1966), por exemplo, analisaram sessões

de terapia de Carl Rogers para determinar as contingências controladoras do

comportamento do cliente. Ambos os estudos concluíram que Rogers tendia a reagir

positivamente a certa classe de comportamentos verbais (como a dependência de

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outros). Com o tempo, aqueles comportamentos que eram aprovados tiveram

aumento de freqüência enquanto aqueles desaprovados diminuíram a freqüência.

Apesar de estar claro, nos dois estudos e na literatura sobre condicionadores

verbais operantes que as mudanças verbais na psicoterapia poderiam ser entendidas

usando-se os princípios de aprendizagem, parece também que esses estudos

falharam ao replicar adequadamente as sutis contingências operativas dentro da

interação terapêutica (Krasner, 1971).

Recentes desenvolvimentos estatísticos ajudaram a desvelar as sutis

interações entre terapeutas e clientes associadas com mudanças clínicas. Técnicas

de análise seqüencial (cf. Gottman, 1982), por exemplo, possuem pelo menos duas

vantagens distintas sobre os modelos lineares tradicionais na tentativa de

compreender a relação terapêutica. Primeiro, a análise avalia mudanças momento a

momento dentro da relação. Compreender a relação nesse sentido molecular parece

crítico para as tentativas de descobrir interações terapêuticas positivas (Mahrer,

1988). Segundo, a metodologia de pesquisa de análises seqüenciais tende a ser

indutiva naturalmente, sem polarizações terapêuticas pré-concebidas (Hill, 1990). A

análise simplesmente avalia como mudanças em certas classes de comportamentos

do terapeuta estão associadas com mudanças em certas classes de respostas dos

clientes, e como mudanças no comportamento dos clientes levam a mudanças nas

respostas dos terapeutas. A análise procura mapear seqüências de interações

terapêuticas e associar essas interações com resultados clínicos. Essa estratégia de

pesquisa indutiva parece uma maneira importante e necessária de explorar o campo

de investigação (Skinner, 1950). Essa pesquisa então, pode nos ajudar a começar a

especificar as formatações que ocorrem entre terapeutas e clientes.

Pesquisas de uma outra perspectiva teórica podem também ser úteis ao

iniciar o desenvolvimento de uma aproximação indutiva para a compreensão das

mudanças dentro da relação terapêutica. Vários pesquisadores trabalhando sob uma

perspectiva centrada no cliente, por exemplo, têm explicado o conceito de“experimentação” (ver Klein, Matieu -Coughlan & Keisler, 1986 para uma revisão).

Em resumo, essa pesquisa indicou que quando o cliente discute pensamentos,

sentimentos, e comportamento no tempo presente, ao invés de se referir a eles como

tendo ocorrido em outro lugar/tempo, essas interações terapêuticas são

positivamente relacionadas a mudanças comportamentais realizadas externamente à

terapia.

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Tradução feita por Maly Delitti para fins didáticos.

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Outros pesquisadores, trabalhando sob uma perspectiva psicodinâmica,

tentaram formular os principais padrões do cliente com o terapeuta e com pessoais

significativas (cf. Luborsky & Crits-Christoph, 1989). Conhecidos como Tema

Conflitivo do Núcleo de Relacionamento (TCNR), Luborsky e seus colegas tentaram

quantificar as necessidades ou desejos dos clientes em relacionamentos

significativos, e o modo como o cliente tipicamente responde nessas situações.

Utilizando o TCNR, Luborsky, Crits-Christoph e Mellon (1986) encontraram que os

padrões de relacionamento reportados com outros significativos perpassam

semelhanças impressionantes com o relacionamento demonstrado dentro da relação

terapêutica. Ainda, embora dados relacionando mudanças nos padrões de

relacionamento a medidas comportamentais do progresso do cliente são limitados.

Luborsky e colegas também tentaram examinar os fatores que cercam as

mudanças nos estados dentro da relação terapêutica. Em um desses estudos

(Luborsky, Singer, Harte, Crits-Christoph & Cohen, 1984), fitas com sessões de

terapia de um cliente, Sr. Q, foram examinadas a fim de se determinar o contexto

no qual o cliente fica mais ou menos depressivo. Os resultados indicaram que o

cliente se torna mais depressivo (mensurado pela qualidade de voz e das afirmações

feitas) quando discutia sentimentos ou falta de solidariedade dentro da relação, e

que se tornava menos depressivo quando o terapeuta fazia comentários

tranquilizadores e de apoio. Essa estratégia de pesquisa, conhecida como método de

contextualização dos sintomas, elucida uma aproximação indutiva para o estudo de

relacionamentos terapêuticos e pode ser adaptado por analistas behavioristas para

explorar fatores que cercam as mudanças no comportamento dos clientes durante a

relação.

De uma perspectiva comportamental, Hayes e seus colegas se focalizaram no

desenvolvimento de uma aproximação contingencial para o treinamento de

habilidades sociais. Apesar de a maioria dos programas de treinamento de

habilidades sociais estar baseado em tentativa de identificar e treinar componentesde habilidades específicas (cf. Bellack & Hersen, 1979), esse trabalho tentou usar

um processo contingencial gradual para ensinar habilidades sociais. No primeiro

estudo, Azrin e Hayes (1984) desenvolveram um tratamento contingencial para

ensinar adolescentes do sexo masculino a discriminar indicadores não-verbais de

interesse entre mulheres. Aos estudantes eram mostrados vídeos de garotas

interagindo com um rapaz invisível e lhes eram pedido indicarem, numa escala tipo

Likert, quanto eles achavam que as garotas estavam interessadas em seu parceiro.

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Aqueles que receberam feedback com precisão nas respostas (comparadas com as

reais escalas das meninas) estavam mais aptos a discriminar dicas de interesse em

garotas, e melhoraram suas medidas de role-play de habilidades sociais que os

outros estudantes.

Rosenfarb, Hayes e Linehan (1989) integraram esse tipo de feedback 

contingencial a um pacote de tratamentos para adultos com déficits de habilidades

sociais significativos. Os clientes participaram de um programa de treinamento de

oito sessões individuais de role-playing. Após cada role-play, alguns clientes

receberam “feedbacks experimentais” de seus terapeutas: os terapeutas deram notas

para suas habilidades sociais em um escala tipo Likert. Os resultados indicaram que

os clientes que receberam esse feedback contingencial melhoraram

significativamente tanto no role-play como nas medidas auto-reportadas de

habilidades sociais do que aqueles que não receberam instruções sobre

comportamentos específicos a serem modificados durante o role-playing. O

resultado de ambos os estudos indica, assim, que não é necessário se ensinar

habilidades social pelo isolamento dos componentes específicos a serem

modificados. Habilidades sociais podem ser ensinadas através de um processo

gradual de contingências.

O trabalho de Haynes e seus colegas então, procurou examinar

experimentalmente e validar componentes críticos da relação terapêutica

desenvolvendo pacotes de treinamento específicos contendo os hipotéticos

ingredientes de mudança. Para que a pesquisa em psicoterapia se desenvolva parece

importante não apenas especificar essas interações terapêuticas através de análises

correlacionais associadas a mudanças clínicas, mas também, parece necessário

testar experimentalmente se esses fatores hipotéticos são realmente críticos para o

resultado.

Sumário e ConclusõesO presente estudo procurou, dentro de uma estrutura de análise

comportamental, compreender as mudanças que ocorrem dentro do contexto da

relação terapêutica em psicoterapia. A interpretação se centrou na formatação

gradual do comportamento do cliente. O terapeuta observa ambos os padrões, verbal

e não-verbal, no comportamento do cliente, e procura modificar aqueles repertórios

comportamentais que geraram dificuldades interpessoais para ele. O comportamento

do cliente muda devido a mudanças nas pistas no feedback interpessoal do

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terapeuta. Se repertórios comportamentais funcionalmente similares também são

reforçados fora da terapia, então as mudanças realizadas dentro da relação se

generalizarão para o ambiente natural.

Os objetivos do estudo são de duas naturezas: ajudar a estimular terapeutas

comportamentais a se deter mais a fatores dentro da relação terapêutica como

processos importantes da mudança clínica, e ajudar os terapeutas de outras

perspectivas a ver como a eficiência dentro da relação terapêutica pode ser

compreendida usando os princípios de aprendizagem. A pesquisa da terapia

comportamental tem sido dificultada, em geral, pela falta de explorações críticas

sobre a eficiência da relação terapêutica. A pesquisa em terapia comportamental se

concentrou no desenvolvimento de técnicas terapêuticas para a exclusão da

exploração de processos de mudança dentro da relação. Análise comportamental,

entretanto, parece bem servida para compreender esses processos de

relacionamento. Espera-se que esse estudo ajuda a derrubar a barreira que

impendem os terapeutas comportamentais de investigar os procedimentos de

psicoterapia enquanto tendem a ignorar os processos de mudança dentro do

relacionamento terapêutico.