Ri Hg b 2008 Numero 0441

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R IHGB a. 169 n. 441 out./dez. 2008

Transcript of Ri Hg b 2008 Numero 0441

R IHGBa. 169n. 441

out./dez.2008

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO BRASILEIRO

DIRETORIA – (2006-2008)Presidente: Arno Wehling

1º Vice-Presidente: João Hermes Pereira de Araújo2º Vice-Presidente: Victorino Coutinho Chermont de Miranda

3º Vice-Presidente: Max Justo Guedes1ª Secretária: Cybelle Moreira de Ipanema2º Secretário: Elysio de Oliveira BelchiorTesoureiro: Fernando Tasso Fragoso Pires

Orador: José Arthur Rios

CONSELHO FISCALMembros efetivos: Antônio Gomes da Costa, Marilda Corrêa Ciribelli e Jonas de Morais Correia Neto

Membros suplentes: Joaquim Victorino Portella Ferreira Alves e Pedro Carlos da Silva Telles

COMISSÕES PERMANENTESAdmissão de sócios: José Arthur Rios, Alberto Venancio Filho, Carlos Wehrs, Francisco Luiz

Teixeira Vinhosa e João Hermes Pereira de AraújoCiências Sociais: Lêda Boechat Rodrigues, Maria da Conceição de Moraes Coutinho Beltrão, Helio Jaguaribe de Mattos, Cândido Antônio Mendes de Almeida e Ronaldo Rogério de Freitas MourãoEstatuto: Affonso Arinos de Mello Franco, Alberto Venancio Filho, Victorino Coutinho Chermont

de Miranda, Célio Borja e Elysio Custódio Gonçalves de Oliveira BelchiorGeografia: Max Justo Guedes, Lucinda Coutinho de Mello Coelho, Jonas de Morais Correia Neto,

Ronaldo Rogério de Freitas Mourão e Miridan Britto FalciHistória: João Hermes Pereira de Araújo, Maria de Lourdes Viana Lyra, Eduardo Silva, ElysioCustódio G. de Oliveira Belchior, Pe. Fernando Bastos de Ávila e Guilherme de Andréa FrotaPatrimônio: Affonso Celso Villela de Carvalho, Claudio Moreira Bento, Joaquim Victorino

Portella Ferreira Alves, Victorino Coutinho Chermont de Miranda e Fernando Tasso Fragoso Pires

CONSELHO CONSULTIVOMembros nomeados: Augusto Carlos da Silva Telles, Luiz de Castro Souza, Lêda Boechat

Rodrigues, Evaristo de Moraes Filho, Max Justo Guedes e Hélio Leoncio Martins CEPHAS (Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas) Coordenadoras: Maria de Lourdes Viana

Lyra e Lucia Maria Paschoal GuimarãesEditor do Noticiário: Victorino Coutinho Chermont de Miranda

DIRETORIAS ADJUNTASArquivo: Carlos Wehrs

Biblioteca: Lygia da Fonseca Fernandes da CunhaMuseu: Vera Lucia Bottrel Tostes

Coordenadoria de Cursos: Maria de Lourdes Viana Lyra, Mary del PriorePatrimônio: Guilherme de Andréa Frota

Projetos Especiais: Maria da Conceição de Moraes Coutinho BeltrãoInformática e Disseminação da Informação: Esther Caldas BertolettiRelações Externas: João Maurício Ottoni Wanderley de Araújo Pinho

Iconografia: Pedro Karp Vasquez

REVISTADO

INSTITUTO HISTÓRICOE

GEOGRÁFICO BRASILEIRO

Hoc facit, ut longos durent bene gesta per annos.Et possint serâ posteritate frui.

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169, n. 441, pp. 9-368, out./dez. 2008.

Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, ano 169, n. 441, 2008

Indexada por/Indexed byHistorical Abstract: America, History and Life - Ulrich’s International Periodicals Directory - Handbook of Latin American Studies (HLAS) - Sumários Correntes Brasileiros

Comissão da Revista - EditoresMiridan Britto Falci (Diretora) - Esther Bertoletti - Maria de Lourdes Viana Lyra - Mary Lucy Murray Del Priore

Correspondência:Rev. IHGB - Av. Augusto Severo, 8-10º andar - Glória - CEP: 20021-040 - Rio de Janeiro - RJ - BrasilFone/fax. (21) 2509-5107 / 2252-4430 / 2224-7338e-mail: [email protected] home page: www.ihgb.org.br© Copright by IHGBTiragem: 700 exemplaresImpresso no Brasil - Printed in BrazilRevisora: Julia Carion

Conselho Editorial Conselho ConsultivoArno Wehling (Presidente)Antonio Manuel Dias FarinhaCarlos WehrsEduardo SilvaElysio de Oliveira BelchiorHumberto Carlos Baquero MorenoJoão Hermes Pereira de AraújoJosé Murilo de CarvalhoVasco Mariz

José MarquesJunia Ferreira FurtadoLeslie BethellMárcia Elisa de Campos GrafMarcus Joaquim Maciel de CarvalhoMaria Beatriz Nizza da SilvaMaria Luiza MarcílioNestor Goulart Reis FilhoStuart SchwartzVictor Tau Anzouategui

Amado CervoAniello Angelo AvellaAntony Russel-WoodAntonio Manuel Botelho HespanhaBraz Augusto Aquino BrancatoCarlos Humberto Pederneiras CorrêaClaude Lévi-StraussEdivaldo Machado BoaventuraFernando CamargoGeraldo Mártires CoelhoJosé Octávio de Arruda Mello

Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. - Ano 1-4 (jan./dez.,1839)-.Rio de Janeiro: o Instituto, 1839-

v. : il. ; 23 cm

TrimestralTítulo varia ligeiramenteISSN 0101-4366N. 408: Anais do Simpósio Momentos Fundadores da Formação NacionalN. 427: Inventário analítico da documentação colonial portuguesa na África, Ásia e Oceania

integrante do acervo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro / coord. Regina Maria Martins Pereira Wanderley

N. 432: Colóquio Luso-Brasileiro de História. O Rio de Janeiro Colonial. 22 a 26 de maio de 2006.

N. 436: Curso - 1808 - Transformação do Brasil: de Colônia a Reino e Império

1. Brasil - História. 2. História. 3. Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro - Discursos, en-saios, conferências. I. Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

Ficha catalográfica preparada pela bibliotecária Célia da Costa

SUMÁRIO

Apresentação 9Miridan Britto Falci

I– CELEBRAÇÕES ACADÊMICAS

I.1– Sessões de possesDiscurso de recepção ao sócio Célio de Oliveira Borja 11Alberto Venancio Filho

Discurso de Posse 23Célio de Oliveira Borja

Discurso de recepção ao sócio Miguel Maria Santos Corrêa Monteiro 25Edivaldo M. Boaventura

Discurso de Posse: Pombal e os Jesuítas 33Miguel Corrêa Monteiro

Discurso de recepção ao sócio Pedro Aranha Corrêa do Lago 57Alberto Venancio Filho

Discurso de Posse: Debret e Taunay artistas rivais da Missão Francesa 71Pedro Aranha Corrêa do Lago

Discurso de recepção à sócia Isabel Lustosa 89Maria de Lourdes Viana Lyra

Discurso de Posse 93Isabel Lustosa

I.2– Sessão MagnaFala do Presidente 109Arno Wehling

Relatório de Atividades 117Cybelle Moreira de Ipanema

Elogio aos Sócios Falecidos 125José Arthur Rios

II– DELIBERAÇÕES SOCIAIS

II.1– Atas e/ou Resoluções de Assembléias GeraisAssembléias Gerais, Ordinárias e Extraordinárias 131

II.2– Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas CEPHAS 151

II.3– Atas e/ou deliberações de Comissões Permanentes ou Especiais Sessão Magna Aniversária, 21 de outubro de 2008 237

III– INFORMES ADMINISTRATIVOS

III.1– Atos do presidente

Editais e Portarias 239

III.2– Relatórios setoriais

Biblioteca 257Arquivo 259Iconografia 263Hemeroteca 269Museu 271

III.3– Publicações Recebidas

Livros recebidos 275Periódicos recebidos 288

III.4– Estatística

Sala de Leitura 295Visitas ao Museu 295Acesso ao site 295

IV– QUADRO SOCIAL

IV.1– Cadastro Social

a - Por classe 297b - Por ordem alfabética 329c - Relação de presidentes e endereços de Institutos Históricos 341

IV.2– Movimentação no quadro social

Eleitos 345Transferidos 345Falecidos 345Propostas e Pareceres 347

IV.3– Vagas no quadro social

Vagas existentes no quadro socialem 31 de dezembro de 2008 363

APRESENTAÇÃO

A última revista do ano de 2008 apresenta um novo formato.

Em reunião ocorrida em outubro de 2008 presentes a Presidência, Vice-Presidência e a Comissão da Revista, resolveu-se destinar ao último número de cada ano os Discursos das Posses ocorridas durante o mesmo. Nesta, no entanto, só figuram três posses, já que em números anteriores foram alocadas as correspondentes aos trimestres em que foram realiza-das.

Nosso objetivo, nessa transformação, é duplo: adequar a Revista ao modelo já consagrado de revista acadêmica nos números dos três pri-meiros trimestres – onde não se apresentam discursos de posses - e, ao mesmo tempo, possibilitar ao pesquisador interessado na percepção do pensamento de nosso sócio, as características básicas do empossando no tocante à sua formação, à sua obra e à sua contribuição como sócio do Instituto.

A última revista do ano comporta, assim, uma síntese da vida social e administrativa do IHGB:

I - Celebrações Acadêmicas divididas em duas partes: os Discursos de posses e a Sessão Magna sempre ocorrida no dia da fundação do Ins-tituto 21 de outubro;

II – Deliberações Sociais - Atas das reuniões acadêmicas (Cephas) onde convidados e sócios, previamente agendados por Maria de Lourdes Viana Lyra e Lucia Guimarães, falam sobre suas pesquisas e trabalhos mais recentes e as atas das Comissões Permanentes ou Especiais e das Assembléias Ordinárias e Extraordinárias com os pareceres sobre a ad-missão de sócios;

III – Informes Administrativos contendo os Atos (editais e portarias) do Senhor Presidente, os Relatórios setoriais da Biblioteca, Arquivo, Ico-

nografia, Hemeroteca e Museu, as Publicações Recebidas, a Estatística de Visitas ao Museu, acesso ao site e à sala de Leitura;

IV – Quadro Social contendo o Cadastro Social por classe e ordem alfabética, a movimentação no quadro social ocorrida por eleição, transfe-rência ou falecimento e as vagas existentes em 31 de dezembro de 2008.

É uma revista em que a equipe de funcionários do IHGB colabora com suas informações e levantamentos.

As atividades diversas, como as palestras na CEPHAS (Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas) todas as quartas-feiras, cursos, visitas de alunos da rede escolar do Rio às nossas dependências, empréstimos de obras raras para exposições diversas, doações e compras incorporadas ao nosso acervo comprovam que o Instituto Histórico e Geográfico Bra-sileiro é uma instituição ímpar: é acadêmica de conhecimento, pelos seus ideais de pesquisa e elaboração da História; é um Arquivo pela força de sua documentação; uma Biblioteca, pela sua alentada biblioteca aberta ao público; e um Museu, pela posse de obras raríssimas.

Distanciado das atividades especificamente de ensino como são os Programas de História, nosso Instituto, e conseqüentemente nossa Revis-ta, cumpre sua missão e objetivos: apresentar ao público em geral, histo-riadores, sociólogos e cientistas políticos as contribuições mais recentes da produção dentro dessas áreas e possibilitar aos acadêmicos, em geral, o conhecimento da nossa INSTITUIÇÃO.

Miridan Britto Falci Sócia titular – Diretora da Revista Pós-Doutora em História -Professora Adjunto da UFRJ

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Discurso de recepção ao sócio Célio de Oliveira Borja

I – CELEBRAÇÕES ACADÊMICASI.1 – Sessões de Posses

DISCURSO DE RECEPÇÃO AO SÓCIO CÉLIO DE OLIVEIRA BORJA

Alberto Venancio Filho1

O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro recebe hoje Célio de Oliveira Borja. A sua qualificação seria extensa e desnecessária: advoga-do, professor, jurista, deputado estadual e federal, Presidente da Câma-ra dos Deputados, Ministro do Supremo Tribunal Federal, Ministro da Justiça, todos estes títulos englobando uma única personalidade, figura destacada no meio jurídico e político, com uma atitude inatacável na vida pública e privada e com um profundo sentido ético da conduta humana.

Este Instituto, a Casa da Memória Nacional, acolhe aqueles que es-crevem sobre a História, mas ao lado deles muitos outros que também fazem a História. O elenco seria amplo e lembro alguns: como maior ex-pressão o Barão do Rio Branco, presidente perpétuo desta Casa, historia-dor da História Militar e que os percalços da diplomacia não permitiram realizar obra mais completa.

Recordo Tavares de Lyra, pertencente ao grupo do Jardim de Infân-cia, Ministro da Justiça do governo Afonso Pena, cuja biografia foi traça-da com mão de mestre pelo nosso saudoso Presidente Américo Jacobina Lacombe.

Relembro também José Carlos Macedo Soares, também presidente perpétuo desta Casa, Ministro das Relações Exteriores por duas vezes, Ministro da Justiça, Interventor no Estado de São Paulo e cujos estudos históricos estão em primeira plana das nossas estantes.

Assim, à história aqui e em toda a parte se dedicam não apenas aque-les que exercem a profissão ou o ofício, mas muitos dos quais voltados 1 – Sócio Titular – Instituto Histórico e Geografico Brasileiro

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Alberto Venancio Filho

para outras profissões também são afeiçoados aos estudos históricos.

Inicio com o curso secundário de Célio Borja realizado no Instituto Lafayete, escola de boas humanidades, dirigida pelo ilustre professor La-fayete Cortes. Ensinavam no estabelecimento os desembargadores Fon-seca Passos, Porto Carreiro de Miranda e Nei Palmeiro. Pode-se aventar que esses professores despertaram a vocação jurídica de Célio Borja, e de dois outros, José Carlos Moreira Alves e Luiz Otávio Gallotti, três futuros Ministros do Supremo Tribunal Federal, fato certamente inédito para uma escola secundária. Para os estudos jurídicos também se encaminhou uma vocação prematuramente desaparecida Márcio Lourenço Filho e do gru-po despertaram duas vocações literárias: Antônio Carlos Vilaça e Alberto Costa e Silva.

A política estudantil o atraiu em momento de agitação política em que grupos de esquerda tentavam dominar os cargos de direção de enti-dades estudantis. Numa eleição disputadíssima em que a anulação estava sendo julgada pelo Tribunal de Estudantes, Paulo Egydio Martins, can-didato à Presidência da União Metropolitana de Estudantes pela chapa democrática, aguardava o resultado em outro local, quando Célio Borja veio ao seu encontro e, contrastando com a figura austera de hoje, disse: “Paulo, demos uma lavada!”.

A profunda fé católica que conserva até hoje fez pertencer na juven-tude à Ação Católica Brasileira e a exercer depois a vice-presidência do Centro D. Vital e ser membro da Associação de Juristas Católicos.

O visgo político não o abandonou ao deixar a política estudantil. Bacharel e doutor em direito, exerce a profissão e o magistério, quando eminente político e jurista, seu professor Aliomar Baleeiro, cujo nome deve ser pronunciado com respeito, insistiu para que concorresse à ca-deira de deputado estadual à Assembléia Constituinte do novo Estado da Guanabara. Era o início de uma grande e notável carreira política.

Pode-se dizer, adaptando frase conhecida, que a história é tema im-portante demais para ser deixada apenas para os historiadores.

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Discurso de recepção ao sócio Célio de Oliveira Borja

De fato, o apanágio do grande jurista é aquele que traz para sua es-pecialidade conhecimentos de ordem filosófica, econômica e política e mesmo literária e artística.

No campo do Direito nenhum setor apresenta vinculação mais nítida com a História do que o Direito Público – Direito de Estado –, pois cada mudança institucional é a história em movimento, e as instituições têm de se adaptar a essas alterações, só compreendidas com o entendimento do processo de evolução histórica.

Foi a esses aspectos históricos que Célio Borja se dedicou ao estudar o Federalismo, um dos cernes da vida política brasileira que afeta o País há mais de um século. Em excelente estudo, “O Federalismo na Cons-tituição de 1988”, publicado pela Fundação Getúlio Vargas no volume “Estudos sobre a Constituição de 1988”, ao examinar esta Constituição, V.Excia. tem presente a evolução histórica do instituto desde a adoção em nosso direito pelo apostolado de Rui Barbosa, as adaptações em cento e dezessete anos de vida republicana e a passagem do Federalismo dual para o Federalismo cooperativa.

O interesse pelo federalismo se espraia em vários momentos, quan-do, por exemplo, no Supremo Tribunal Federal se opõe a uma “interpreta-ção ideológica da Constituição que nela veria uma tendência incoercível à centralização”. E acrescentaria: “Como juiz, tenho que me limitar exclu-sivamente àquilo que está posto no texto de lei”.

Os temas históricos estão presentes em sua judicatura no Supremo quando impõe o primado da Constituição e da lei diante de medidas arbi-trárias do Poder Público:

“O que não podemos fazer – e cada vez me convenço mais disso – é, em nome de uma certa utilidade social, esquecer os cânones, as regras, os princípios que presidem a organização do Estado e da vida da sociedade. Ou damos primazia ao direito e exigimos que as autoridades cumpram o seu dever dentro da lei e dentro da Constituição ou realmente penso que não saberia bem o que estaria fazendo aqui”.

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Alberto Venancio Filho

Comentando a tão apregoada reforma da Justiça, comentava com uma pitada de bom senso:

“Nas nações ricas e desenvolvidas, a organização da Justiça é tão boa que ajuda os juízes a serem bons. Cá, a pobreza da Justiça é tamanha que, por mais que faça o bom juiz, o bem que faz chega tarde. Falta pouco para que o Brasil tenha boa Justiça, porque isto depende, preponderantemente, de fazer-se nos serviços judiciários a mesma revolução que já se fez em outros serviços públicos com grande êxito. Sabemos fazê-lo, sem dúvida: falta-nos vontade”.

No campo estritamente histórico, em conferência feita nesta Casa sobre “Pedro Calmon e o Direito”, Célio Borja destacava dois aspectos da vida daquele eminente consórcio, que se aplica a ele com perfeição:

“A sua indiscutível erudição não escondia o fato de que o Bra-sil era o seu interesse primordial. Assim, na exposição do Direito Público, geral ou positivo, eram as instituições nacionais, na sua longa existência, que motivavam o estudo comparado dos símiles estrangeiros”.

E em outro passo:

“Na obra de Calmon predominam as explicações históricas, para as quais estava ele excepcionalmente preparado”.

Entre os numerosos estudos históricos, cito só alguns: a conferência pronunciada no Museu Imperial de Petrópolis em 15 de outubro de 1976 comemorando os cento e cinqüenta anos de existência da Câmara dos Deputados como órgão do Poder Legislativo com o título de “Alguns Parlamentares do Segundo Reinado”.

O título é ilusório, porque na verdade a conferência é súmula da história parlamentar e política do Império, através de figuras dos grandes estadistas, “para relembrar aqueles que no Parlamento do Império ilustra-ram minha velha província natal”.

Inicia dizendo que a histórica Província Fluminense acompanhava

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ativamente os acontecimentos que interessavam de perto aos interesses brasileiros, confirmando, dessa forma, como em tantos outros episódios de nossa História, o seu inegável ascendente, que não se interrompeu ao longo de quase cinco séculos.

A análise começa pelos participantes das Cortes de Lisboa que con-siderava como embrião das instituições parlamentares.

Destaca em primeiro lugar Francisco Vilela Barbosa, o primeiro Marquês do Paranaguá, um dos dez conselheiros que elaboraram a Cons-tituição do Império e contribuíram para a restauração do Conselho de Estado e a reforma do Código de Processo Criminal.

Menciona em seguida Joaquim Gonçalves Ledo, chamado pelo Ba-rão do Rio Branco como quem inspirou todas as grandes manifestações que iniciaram o movimento pela Independência.

A seguir, pouco conhecido, José Egídio Lopes de Almeida, o Barão de Santo Amaro, com destacada atuação parlamentar. Acompanha Dom João quando da chegada ao Brasil e orienta como conselheiro de Dom João VI para a solução de grandes problemas políticos.

Aureliano de Souza Coutinho, o Visconde de Sepetiba, inscreve-se entre os maiores estadistas patrícios que se distinguiu por sua honradez e talento administrativo. É uma das mais completas figuras de homem público do Segundo Reinado. O testamento revela a simplicidade:

“Seja o meu enterro com muita simplicidade e sem a menor os-tentação; não me vistam fardas e não me ponham insígnias; esses galardões do mérito provocam a vaidade, postos em cima de um cadáver num pouco de lama abandonada pela alma, me parecem quase ridículos”.

Euzébio de Queirós Coutinho Matoso da Câmara é outra figura ex-ponencial das terras fluminenses. Disse Machado de Assis no “O Velho Senado”: “Uma só vez ouvi falar de Euzébio de Queirós e a impressão que me deixou foi viva; era fluente, abundante, claro sem prejuízo do vigor e da energia”.

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Outro parlamentar fluminense do Segundo Reinado foi Francisco de Sales Torres-Homem, o Visconde de Inhomirim. Autor do Libelo do Povo, com o pseudônimo de Timandro, que mais tarde iria reconhecer o quanto errara em suas opiniões.

E comenta Célio Borja: José Joaquim Rodrigues Torres, o Visconde de Itaboraí, foi o estadista que, por cerca de cinqüenta anos, prestou os mais assinalados serviços ao Brasil, para justificado orgulho da terra natal fluminense.

Outra referência é a Paulino José Soares de Souza, o Visconde de Uruguai, o primeiro Paulino. Embora não tenha nascido em terras flumi-nenses, foi um dos primeiros Presidentes da Província do Rio de Janeiro e eleito membro da Assembléia Provincial na primeira legislatura, um dos mais notórios parlamentares do Segundo Reinado. Com Euzébio de Queirós e Itaboraí formou o “trio saquarema”.

Afinal, examina a figura de José Maria da Silva Paranhos, o Viscon-de do Rio Branco, em que se via como um predestinado político, predes-tinação por sinal gloriosamente confirmada na obra do gabinete de 7 de março de 1871.

Às críticas à atuação na questão do Prata, de volta ao Brasil, defen-deu-se no Senado com discurso de oito horas. Relata Machado de Assis: “Era uma hora da tarde quando o Presidente deu a palavra ao Senador por Mato Grosso. Começava a discussão do voto de graças... Eram nove ho-ras da noite quando acabou. Estava como no princípio, nenhum sinal de fadiga nem dele nem do público que o aplaudiu. A agitação passara com os sucessos e a defesa estava feita”.

E conclui Célio Borja o estudo:

“Se é verdade que não se deve apegar demasiado ao passado a ponto de negligenciar o presente e o futuro, também não será me-nos verdadeiro que, sem um conhecimento apurado do que se fez de duradouro entre nós, ignorando como atuaram nossos estadistas de outrora, precisamente no momento em que o Brasil amanhecia

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para o lugar que já hoje ocupa no mundo, estaremos cometendo o grave equívoco de secionar o fluxo das correntes históricas auten-ticamente nacionais”.

Trabalho de relevância é o estudo sobre Caxias, mostrando o autor um arguto analista do Segundo Império, na feição de militar, de parla-mentar e de político.

Analisa a atuação de Caxias a partir da guerra da Independência na Bahia, das rebeliões e da Revolução Farroupilha, aponta aspecto funda-mental do regime monarquista de grande significado e nem sempre assi-nalado: “a função que a monarquia exerceu no sentido do respeito à hie-rarquia e submissão da força armada às instituições políticas nacionais”.

A atuação parlamentar como Senador da Província do Rio Grande do Sul também merece destaque.

Na análise da atuação da Guerra do Paraguai, o estudo dedica vários parágrafos que a mostrar a posição de Caxias, as críticas e agravos que recebeu e que respondeu com bravura. Creio que o ponto alto do estudo é o debate da questão de Caxias com o Ministério de Zacarias por ocasião da Guerra do Paraguai mostrando que a queda do Ministério de Zacarias não teve relação com o episódio, pois ocorrera muitos meses depois.

Acrescento dois gestos expressivos de Caxias, o primeiro, contri-buindo para a nomeação de Rio Branco como Cônsul em Liverpool, onde iniciou brilhante carreira. Rio Branco era na época o Jucá Paranhos, rapaz boêmio, freqüentador das noitadas do Alcazar para ouvir as cançonetas das artistas francesas e D. Pedro II resistia a nomeá-lo. Caxias, junto com Cotegipe, obteve da regente Princesa Isabel a nomeação. Em outro passo, junto ao Imperador, empenhou-se pela anistia dos bispos D. Vital de Oli-veira e D. Antônio de Macedo Costa.

A transcrição das palavras de Caxias completa o seu perfil:

“Não tendo servido senão ao Sr. D. Pedro e ao seu Governo, repre-sentado pelos seus Ministros de Estado” (...) “não receio que seja exibida aqui, ou em qualquer outra parte, a minha fé de ofício. Ela

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é tão limpa, tão cheia de serviços, tão nobre, que não pode senão fazer-me muita honra sempre que for trazida à luz do dia. Não há em toda a minha vida, quer privada quer pública, um fato que possa envergonhar-me. Em toda a minha vida tomei por norma obedecer sempre, sem hesitar, a todas as ordens do governo”.

Sr. Célio Borja.

Além de fazer história em trabalhos de alta expressão, V.Excia. fez história contemporânea.

V.Excia. fez história no Parlamento. Eleito Presidente da Câmara dos Deputados em 1971 em pleno regime militar, dada a eficiência do trabalho parlamentar e o prestígio que alcançara, foi um elemento de con-temporização entre as demandas dos elementos radicais militares e de outro lado das facções extremadas. Com a cassação de alguns deputados, teve dificuldades em se manter no posto, mas achou de dever enfrentar a situação e foi figura de proa no processo de abertura. Há um episódio emblemático: estava se preparando para comparecer à reunião do Conse-lho Executivo da União Parlamentar na Austrália, do qual era membro, quando decidiu não viajar enquanto o Congresso estivesse em recesso. No momento o Brasil estava em importantes negociações com aquele país e a ausência do representante brasileiro teria repercussão negativa. Instado pelo Chanceler Azeredo da Silveira, declarou que só comparece-ria à reunião se o Congresso fosse reaberto. E o chanceler mais tarde dava a informação do Presidente da República de que o Congresso seria aberto quando chegasse à Austrália.

V.Excia. fez história na elaboração de leis. O conhecimento histórico do fastígio da velha província fluminense no Império e da herança que os líderes saquaremas exerceram no Império certamente despertaram o interesse de examinar a situação geopolítica com a mudança da capital para Brasília e a criação do Estado da Guanabara. Estava atento à situação do Estado do Rio e da Cidade do Rio, esta sem possibilidade de realizar uma verdadeira expansão industrial. Como Deputado Estadual apresenta-ra projeto de reflorestamento das encostas da Cidade, com vistas à preser-

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Discurso de recepção ao sócio Célio de Oliveira Borja

vação ambiental. Mas o interesse não era apenas pela Cidade do Rio de Janeiro, mas também pelo seu entorno e a recuperação do antigo Estado do Rio que entrara em processo de decadência.

Em conseqüência, fez várias manifestações em público e entrevistas em jornais, ao considerar que a fusão era alternativa a ser estudada. Re-presentante do futuro governo do Presidente Geisel, solicitou documento a respeito, que foi entregue nas vésperas da posse.

Já em abril realizou-se reunião com a presença do Presidente e outras pessoas, da qual surgiu a necessidade da preparação de um Projeto de Lei. Armando Falcão e Reis Veloso presentes lhe disseram:

“Você faz porque está com isso na cabeça. Além do mais é carioca e jurista e quem entende disto é você.”

Logo após a entrega do documento, houve nova reunião para discus-são do projeto e Célio Borja pôde conhecer os conhecimentos literários do General João Baptista Figueiredo solicitando mudanças no texto hoje aceitas.

O projeto de fusão incluía duas partes, uma de aplicação geral para caso de fusão, divisão e desmembramento do Estado, e outra aplicável para o caso Guanabara e Estado do Rio. O projeto teve andamento no Congresso e foi aprovado. Célio Borja aventou a possibilidade de ser nomeado Governador do Novo Estado, o que afinal não ocorreu.

Os resultados trazidos pela fusão, os benefícios e os malefícios, ain-da não foram devidamente estudados, mas para ele a falta de uma efetiva liderança política frustrou em grande parte os resultados desejados.

V.Excia. mais uma vez fez história quando da votação do impedi-mento do Presidente Fernando Collor de Mello. Convocado pelo Presi-dente da República como Ministro da Justiça para realizar a implantação do parlamentarismo, encontrou como colegas Marcílio Marques Moreira na parte da Fazenda, Celso Lafer na parte das Relações Exteriores, Hé-lio Jaguaribe na Secretaria de Ciência e Tecnologia e Sérgio Rouanet na Secretaria de Cultura. Era um ministério de notáveis. Mas ao lado do mi-

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nistério de notáveis passou a existir o ministério das sombras, devotado à corrupção e à apropriação de recursos públicos.

O escândalo veio à baila. Com a reação da opinião pública Barbosa Lima Sobrinho, Presidente da Associação Brasileira de Imprensa, e Mar-celo Lavenère Machado, Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, ambos a título pessoal, propuseram ao Congresso Nacional o impedimen-to do Presidente.

Encontrava-se diante de um dilema: o drama da atividade política é manter o equilíbrio entre as exigências da real politik e os imperativos da conduta ética, evitando os transbordamentos desta última, para não cair no anátema de Gaston Boissier, ao comentar a inapetência política de Catão:

“En exagérant les scrupules, on désarme la vertu”.

Aos ministros havia a posição cômoda de pedir demissão e deixar o cargo, retornando às suas atividades, mas o dever com a Nação os convo-cava para permanecer. Formou-se o “gabinete da governabilidade” e sem faltar à confiança ao Presidente da República, promoveu com sucesso a transição sem ruptura da ordem do País. Marcílio Marques Moreira manteve o controle da economia, tranquilizando os investidores estran-geiros; Celso Lafer explicando a situação, em contato com as embaixadas e chancelarias estrangeiras, e Hélio Jaguaribe e Sérgio Rouanet atuando no âmbito das suas secretarias.

V.Excia. Ministro da Justiça, o ministério mais antigo, o ministro da ordem pública, coordenou este trabalho em contato permanente com as Forças Armadas e com as classes políticas. Creio que não haverá episó-dio idêntico em nenhum outro país que atravessou este trauma dentro da maior tranqüilidade.

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Discurso de recepção ao sócio Célio de Oliveira Borja

Sr. Célio Borja.

Esta súmula bastante incompleta de sua vida e obra justifica à sa-ciedade o ingresso no Instituto como personalidade que escreveu sobre a História e fez história contemporânea.

A escolha do tema para a posse, “Considerações sobre a História das Instituições Políticas no Brasil” – assunto pouco estudado pela histo-riografia –, revela o interesse do estudioso pela matéria.

Senhor Célio Borja.

Afastado das lides políticas, liberado da função judicante, V. Excia. tem se dedicado, ao lado de chefe exemplar, de família exemplar – e ho-menageio a nossa querida Helena –, às tarefas de jurisperito. Recolhido ao gabinete de trabalho, na sua “arrière boutique”, no dizer de Montaig-ne, V. Excia. tem sido chamado para redigir pareceres, largamente solici-tados e que merecem a consideração e o acatamento dos juízes de nossos tribunais superiores.

Creio que nas gavetas do escritório estarão recolhidos vários rascu-nhos de trabalhos incompletos. Esperamos, portanto, que, com o ingresso nesta Casa, V. Excia. nos proporcionará a conclusão desses estudos his-tóricos esboçados.

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Discurso de posse

DISCURSO DE POSSE1

CÉLIO DE OLIVEIRA BORJA

Célio de Oliveira Borja

No discurso proferido em 30 de janeiro de 1908, na sessão de sua posse na Presidência do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, o Ba-rão do Rio Branco dizia faltar-lhe competência “para poder igualar os homens eminentes” que o haviam antecedido, mas empenhava sua boa vontade e afirmava o “ardente desejo” de recomendar-se à estima dos seus confrades e retribuir em dedicação às muitas finezas de que se julga-va devedor, concorrendo, na medida dos seus recursos, para que o futuro do Instituto não desmerecesse o seu passado “fecundo e glorioso”.2

Estas palavras completam um século, neste ano de 2008; tomo-as para dizer-vos que os meus propósitos não traem os do nosso Presidente Perpétuo, embora minhas pobres vida e obras não se possam comparar às dele.

A modéstia com que se apresentou era desmentida pelo valor super-lativo das memórias históricas e geográficas que escreveu e com as quais completou o trabalho de seu pai, o VISCONDE DO RIO BRANCO, na determinação e negociação das fronteiras e na afirmação da integridade territorial do Brasil.

Mas se a modéstia de tão grande homem lhe sobrepujava o valor notório e indisputável, no meu caso, são muito bem fundados o temor com que me aproximo do Instituto e a reverência com que me associo às altas personalidades das letras históricas e geográficas do nosso País. Sem embargo da seriedade e empenho de meus estudos monográficos de professor de Direito Constitucional e Teoria Geral do Estado, dos tra-

1 – Posse realizada em 25 de junho de 20082 – Obras Completas do Barão do Rio Branco, IX, Discursos, Ministério das Relações Exteriores, pg. 149.

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Célio de Oliveira Borja

balhos profissionais do advogado e dos projetos legislativos e pareceres jurídicos que produzi como servidor do povo brasileiro sem outro vínculo funcional que não o amor à minha terra e à minha gente sem embargo da seriedade e do esforço, sei do muito que devo para corresponder ao voto generoso que me deu ingresso entre vós, caros confrades.

Tributo à Vossa Excelência, Senhor Presidente Arno Wehling, ad-miração por sua contribuição à história, cultivando-a como disciplina de rigor e estudando-a com método seguro que a elevam à condição de ciên-cia. Da admiração e da convivência, nasceu a amizade.

A V.Excelência e aos confrades ilustres, entre os quais tenho tantos e tão antigos amigos, sou profundamente reconhecido pelo acolhimento generoso.

A Alberto Venâncio Filho agradeço a aceitação do encargo de rece-ber-me. Sua escolha foi inspirada pela amizade e, na mesma medida, pela admiração por sua vida profissional e por sua obra de historiador das ins-tituições jurídicas, biógrafo das mais ilustres personalidades da Literatura e do Direito brasileiros.

É tão notável a sua vocação literária que, reconhecendo-a, a Acade-mia Brasileira de Letras reservou-lhe o posto singular de representante das letras jurídicas pátrias, entre seus pares.

O Instituto Histórico e Geográfico conhece-lhe a produção historio-gráfica, que enriquece sua tradição e seu acervo.

Sou-lhe reconhecido, meu caro Alberto Venâncio Filho, pelas pala-vras e pelos gestos com que me tem sempre incentivado, não diria pater-nalmente, uma vez que é bem mais moço do que eu, mas como o benja-mim dos meus conselheiros e modelos.

A todos os queridos amigos e colegas que anuíram ao convite do Instituto Histórico agradeço as presenças, motivo de alegria para Helena e para mim, para nossos filhos e netos aqui presentes, nada podendo dizer de nossos bisnetos que ainda não estão em idade de freqüentar esta Casa da memória e da História do Brasil.

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Discurso de recepção ao sócio Miguel Maria Santos Corrêia Monteiro

DISCURSO DE RECEPÇÃO AO SÓCIO MIGUEL MARIA SANTOS CORRÊA MONTEIRO

Edivaldo M. Boaventura1

É com alegria que o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro rece-be hoje o educador e historiador Miguel Maria Santos Corrêia Monteiro, professor da Universidade de Lisboa e secretário-geral da joanina Acade-mia Portuguesa da História. Ao longo de sua produtiva vida acadêmica, desenvolveu duas dimensões do conhecimento que se harmonizam na sua trajetória: Educação e História.

A dimensão pedagógica se manifesta em intensas atividades de for-mação de docentes, dedicando-se com afinco à Didática da História e à vertente historiográfica, que se torna expressiva na investigação cientí-fica. Contribui, assim, significativamente, para a História Moderna, en-volvendo a Companhia de Jesus no contexto cultural do século XVI ao XVIII.

Licenciado em História pela Faculdade de Letras de Lisboa, fez a profissionalização para o ensino e obteve, em seguida, o mestrado com a dissertação: Os jesuítas e o ensino médio: contributo para uma análise da respectiva ação pedagógica. Inicia, dessa forma, a sua linha do inquérito investigativo sobre a contribuição dos inacianos.

Miguel escreveu uma série de ensaios, comunicações para con-gressos, conferências e outros trabalhos acadêmicos acerca dos jesuítas, culminando com a sua tese de doutoramento: O padre Inácio Monteiro (1724-1812) um jesuíta português na dispersão: contribuição para a his-tória da Companhia de Jesus durante a época das luzes.

1 – Professor Emérito da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Mestre e Ph.D. em Ad-ministração Educacional pela The Pennsylvania State University (Penn State), Doutor e Docente Livre em Direito pela Ufba. Entre suas publicações encontram-se UFBA: tra-jetória de uma universidade 1946-1996 (1999); Metodologia da Pesquisa: monografia, dissertação e tese. (2004); O solar Góes Calmon (2004), Castro Alves: um parque para o poeta (2006). Posse realizada em 26 de novembro de 2008.

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Edivaldo M. Boaventura

Com mestrado e doutorado, confirma-se o seu chamado para o ma-gistério superior com uma riquíssima experiência pedagógica. Como ati-vidade profissional, voltada sobretudo para o ensino médio, lecionou no curso secundário em vários colégios, quando ingressou como assistente estagiário na sua alma mater. Tornou-se, então, professor-assistente da Faculdade de Letras, no ramo educacional. É nessa condição que desen-volverá a coordenação de estágios e de outras atividades curriculares, tan-to no continente quanto em Funchal, na Ilha da Madeira. André Maurois chamaria com muita propriedade anos de aprendizagem.

Percebe-se, na progressão da carreira, como a educação superior uni-versitária assume uma função estratégica de formar e capacitar recursos humanos para os seus próprios quadros e para os demais níveis e tipos de ensino, máxime o fundamental e o médio.

É do seu posto, na Universidade de Lisboa, que Miguel desenvolve todo um trabalho altamente pedagógico com Didática, Metodologia do Ensino da História e Estágio. Coordenou por anos o Seminário de Didá-tica e Conteúdos Programáticos e ensinou também Teoria da Educação, Sociologia da Educação e Metodologia da História. A propósito da Di-dática, é oportuno referenciar Duarte Costa Pereira, distinguido scholar da Universidade do Porto, quando se refere à clivagem entre didática da Europa Central e ao currículo anglo-saxônico. A Europa central refere-se certamente ao grande Comenius e ao desenvolvimento do Curriculum and Programs, nas universidades norte-americanas.

A propósito de sua contribuição à educação, tomo a sua obra Didác-tica da História: teorização e prática - algumas reflexões como exem-plificação do seu saber pedagógico, reflexo do seu fazer. Neste trabalho discute os modelos educativos, o planejamento didático, as estratégias do processo ensino–aprendizagem, os materiais escolares de apoio, a avalia-ção, problema tão discutido entre nós, as visitas de estudo, a utilização dos meios audiovisuais e a metodologia do projeto.

Já em outra obra, que trata da mesma problemática metodológica - O ensino da história numa escola em transformação - discute como os

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Discurso de recepção ao sócio Miguel Maria Santos Corrêia Monteiro

estudantes do ensino básico e secundário não gostam de História. Empiri-camente, mostra o resultado de um inquérito realizado com 480 respostas em que 179 alunos disseram que não gostam de História. Indaga: em uma escola em transformação, qual o valor da História como disciplina? Como ensinar História em um contexto de tecnologia, de pressa e do pronto a servir?

Reconhece que uma das respostas encontra-se na “alteração dos mé-todos de ensino, o que pressupõe igualmente uma mudança na atitude dos professores, que passa pelo abandono gradual de um tipo de aula baseado na exposição exaustiva e cansativa de conteúdos”.

Em contraste marcante reconhece que o público anônimo, sobretudo adulto, tem demonstrado vivo interesse, pois “aumenta de dia para dia: editores, realizadores de cinema e de televisão, arqueólogos e entusiastas de diversos países, todos eles encontraram um público para o qual a His-tória constitui uma fonte inesgotável de fascinação.”

Miguel, respondendo à pergunta formulada por John Chaffer – será que a morte do passado atingiu nossas escolas? – mostra a utilização do documento nas estratégias do ensino da História, isto é, em um ensino ativo. Pesquisa documental que pode envolver teste de hipóteses, exi-ge consulta aos mais diversos tipos de arquivos públicos e privados e apresenta-se sob os mais diversos formatos, na caracterização de Antônio Carlos Gil.

No início do seu magistério escreveu e ilustrou um delicioso livro - A ilha pedagógica. - uma verdadeira utopia da escola. Enfeixa:

É um conjunto de reflexões, fruto da experiência humana e pro-fissional do autor, e pretende alertar os leitores para o problema da Escola isolada, fechada sobre si mesma, sobre os sistemas pe-dagógicos inalteráveis, sobre os seus preconceitos e métodos an-tiquados e em muitos casos cheios de erros, que contribuem para deformar gerações de alunos em nome da tradição, em nome de projetos mais ou menos percebidos e adaptados e quantas vezes afastados da realidade e portanto utópicos.

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Ao longo da participação em encontros de âmbito científico e peda-gógico e em inúmeras atividades de formação em comunicação e confe-rências, expressa a sua contribuição à história. Um dos temas mais recor-rentes são os jesuítas. Ilustro com alguns: “Ação dos jesuítas na China até o início da Querela dos Ritos”, “A Companhia de Jesus e a missionação no Oriente”, “O século XVII e o Marquês de Pombal”, “O tempo de São Francisco Xavier”, “Teísmo e humanismo na educação jesuítica dos sé-culos XVI e XVIII. Um ensaio deixou-me curioso: “O longo e penoso exílio dos jesuítas portugueses em Itália durante os reinados de D. José I e D. Maira I”.

Possui alentado conhecimento sobre a vida dos nossos padres jesu-ítas haurido das suas investigações, nos arquivos da Itália, em especial Roma, Ferrara e Bolonha, Espanha e Portugal, quando da elaboração da sua tese de doutoramento. Considerando a cópia, abundante e qualificada, dos seus ensaios jesuíticos, Miguel nos deve uma coletânea da Societatis Jesu S.J. que eu intitularia - Jesuítas, educação e fé. É uma sugestão que flui da leitura da sua obra.

Dentro da temática jesuítica, seleciono o belo livro: São Francisco Xavier: um homem para os demais, comemorativo do quinto centenário de nascimento. Belíssimo em palavras e em ilustrações como o esplendor miraculoso do apóstolo do Oriente, pintado por Rubens, a despedida de Dom João III, retratada por José de Avelar Rebeto e a movimentada tela de André Reinoso que mostra São Francisco Xavier tornando doce a água do mar. Dentre todo o conjunto figurativo e textual, destaco a frase dra-mática de despedida de São Francisco Xavier ao seu amigo e colega de ordem, Santo Inácio de Loiola, “até a eternidade”.

Uma abordagem dentre muitas outras da sua produção científica são as relações entre História e Cinema. Como secretário da Comissão de Formação Permanente do Centro de História da Universidade de Lisboa, organizou o primeiro ciclo de palestra “Cinema e História”, dedicado à História Contemporânea. Assim, trabalhou a Guerra Civil Espanhola com as películas La lengua de las mariposas, um filme de 1999 dirigido por

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José Luís Cuerda, o Dragon rapid, de Jaime Camino, de 1986. Dedi-cando-se aos temas medievais, instrumentalizou o ensino com O nome da rosa, de Jean-Jacques Annaud, O sétimo selo, de Ingmar Bergman, o Decameron, de Píer Paolo Pasolini.

Atinente ao filme A missão, considera um filme histórico “quando procura recriar e interpretar uma série de acontecimentos reais ocorridos no passado, mas de uma enorme relevância no desenvolvimento futuro das colônias espanholas e portuguesas na América, e mesmo no que diz respeito ao cenário político da Europa”.

Enfim, pondera que a concepção positivista da História, na época da criação do cinema, era voltada para o documento escrito. Os positivis-tas foram incapazes de mudar as suas concepções não somente quanto à história, mas também no que tange à documentação: “a função didática da relação cinema-história se consubstancia na utilização de um novo método aplicado ao ensino: o uso da linguagem cinematográfica como instrumento auxiliar de formação histórica, com a finalidade de integrar, orientar e estimular a capacidade de análise dos estudantes.”

Começando a fechar esta palavra congratulatória, Miguel, em pleno desenvolvimento de sua carreira acadêmica, participa de bancas de exa-mes, elabora pareceres técnicos e científicos e orienta mestrados e douto-ramentos. No particular, distingue-se pela coordenação do Mestrado em Didática da História, ao qual tem se empenhado com energia e extremos de dedicação.

Dentre as muitas organizações a que Miguel pertence, cabe uma re-ferência à Academia Portuguesa da História pelas relações institucionais e pessoais com o nosso Instituto. Como Secretário-Geral da joanina Aca-demia, tem sido um parceiro qualificado desse relacionamento entre as duas instituições. Instituições que têm como função precípua a dissemi-nação do conhecimento pela convivência acadêmica.

Miguel é um fautor da internacionalização das Academias de Histó-ria, que é também um dos objetivos do nosso Presidente Arno Wheling,

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Edivaldo M. Boaventura

que procura, internamente, a aproximação com os Institutos Históricos brasileiros. Interessa incrementar o intercâmbio interacadêmico e intra-universitário como expressão ou talvez como reação à globalização. No que tange a Portugal e ao Brasil, a aproximação complementa a pesquisa pela história nos dois lados do Atlântico.

Como Secretário-Geral da Academia Portuguesa da História, colabo-ra eficientemente com a presidente Manuela Mendonça, no desempenho de funções e missões, tanto em Portugal quanto no exterior. Recentemen-te, distinguiu-se na hospitalidade das Primeiras Jornadas Comemorativas da Partida da Família Real para o Brasil 1807-2008. Recordo a visita às históricas Linhas de Torres, cuidadosamente preparadas por ele. Lembro igualmente o sucesso do Décimo Congresso Ibero-Americano das Acade-mias de História, de 2006. Por tudo que tem realizado no relacionamento Brasil-Portugal, este cerimonial de entrada quer dizer também agradeci-mento. Muito obrigado, meu caro Sócio Correspondente.

Meus caros amigos, presidente Arno Wheling, secretária Cybelle de Ipanema, meus caros confrades.

A tomada de posse no nosso Instituto sucede à agregação que o con-frade Miguel acaba de se submeter com êxito em setembro. Esses exigen-tíssimos exames da tradição universitária européia avaliaram o seu labor acadêmico e científico na construção da História Moderna, no magistério superior na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Se este é um momento de agradecimento é também de congratulação pelo sucesso do desempenho acadêmico. Parabéns, meu caro amigo Miguel, por toda uma vida dedicada aos estudos, pela sua distinguida scholarship, pela produ-ção científica e acadêmica, integradas à Educação e à História, e mais ain-da pela amizade e vivo interesse pelo Brasil, o professor doutor Miguel Maria Santos Corrêia Monteiro muito somará com a sua incorporação ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

Parabéns, meu caro amigo. Venha com a sua Margarida, a quem apresento os melhores e mais distinguidos sentimentos de acolhida. Ve-nha com as alunas, alunos, colegas e servidores da Universidade de Lis-

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boa e venha também com os confrades da nossa mui querida Academia Portuguesa da História.

Bem haja.

Seja bem feliz na Casa da Memória Nacional.

Gratos a todos pela atenção,

Rio de Janeiro, 26 de novembro de 2008.

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Discurso de posse: Pombal e os Jesuítas

DISCURSO DE POSSE1

MIGUEL CORRÊA MONTEIRO

POMBAL E OS JESUÍTAS

Miguel Corrêa Monteiro

Passados cerca de duzentos e trinta anos após a sua fundação por Inácio de Loiola e um punhado de companheiros, e de ter sido autorizada pelo Papa Paulo III, a Companhia de Jesus foi suprimida por um outro Papa, Clemente XIV, cedendo assim às pressões dos soberanos de Portu-gal, Espanha, França e Nápoles. Foi a 21 de julho de 1773. E sobre este facto uma questão se nos coloca desde já: será que a perda desta Congre-gação pelas monarquias católicas referidas foi uma questão tão inespe-rada como alguns autores querem fazer crer? Pensamos que não há nada de surpreendente neste facto, uma vez que ele reflecte o lento processo de afrontamento entre o poder absoluto que vigorava no chamado século das Luzes, que, ao dominar o Estado, não podia tolerar um outro poder ou Estado paralelo. Como é que uma sociedade religiosa que dependente acima de tudo dos próprios Papas poderia ter coabitado um “edifício” onde só havia espaço para o Estado Absoluto?

Na construção deste Estado surge-nos a figura incontornável de Se-bastião José de Carvalho e Melo, Conde de Oeiras e depois Marquês de Pombal, cujo governo de Portugal foi caracterizado por Francisco Cala-zans Falcon do seguinte modo:

“Um mercantilismo de tipo clássico, tardio mas ajustado à defa-sagem da sociedade lusa, adequado ao absolutismo reformador que dele se serve como instrumento de aceleração das mudanças. Insere-se então, como problemática mais profunda, a de transição do Feudalismo ao Capitalismo. Ilustração numa sociedade perifé-

1 – Realizada em 26 de novembro de 2008.

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Miguel Corrêa Monteiro

rica, longamente fechada sobre si mesma, na qual o movimento ilustrado foi fatalmente alguma coisa vinda de fora, do “estrangei-ro”. Em conseqüência, diversidade de discursos, eclectismo das formas de pensamento, redefinição das práticas ao sopro de uma realidade que se dobra mas continua a resistir. Encontro, teorica-mente inexplicável, de dois fenómenos que deveriam em princípio repelir-se um ao outro: o Mercantilismo e a Ilustração. Entretan-to, ali estavam eles, juntos, articulados, durante todo o período pombalino”2.

Quando nos interrogamos sobre os verdadeiros motivos que terão levado o Marquês de Pombal a perseguir os Jesuítas do modo como o fez, parecendo ser esta a missão mais importante da sua vida, temos que partir dos documentos existentes, como a lei da proscrição, entre outros, e onde são referidas seis importantes acusações. A primeira tem a ver com a famosa questão em torno do Tratado de Limites, celebrado ainda em vida do Rei D. João V (1750), e que entregava a Portugal o Sul do Brasil. Este facto obrigou a transferência de sete aldeias de indígenas missionadas por Jesuítas espanhóis para a margem esquerda do Rio Paraguai. Em troca Portugal entregou à Espanha a Colónia do Sacramento, situada perto de Buenos Aires.

A resistência dos índios em abandonar os locais onde habitavam foi atribuída aos Jesuítas com acusações publicadas em Lisboa na Relação abreviada da República, que os religiosos Jesuítas das Províncias de Portugal e Espanha estabeleceram nos Domínios Ultramarinos das duas Monarquias; e da guerra, que neles têm movido, e sustentado contra os exércitos espanhóis e portugueses. Formada pelos registros das Secreta-rias dos dois respectivos Principais Comissários, e Plenipotenciários; e por outros documentos autênticos, e também na Dedução Cronológica e Analítica publicada em Lisboa no ano de 1765. Sobre este assunto refere o padre Jesuíta António Leite,

“Os índios recusavam-se a deixar as suas casas e terras, não obs-

2 – Francisco José Calazans Falcon. A época pombalina, São Paulo, Ática, 1982, p. 483.

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Discurso de posse: Pombal e os Jesuítas

tante as instâncias dos missionários para que cumprissem as or-dens do monarca espanhol. Mas, mesmo que os jesuítas, sobretu-do ao princípio, apresentassem as dificuldades de tal medida, ou até alguma resistência, como aliás as autoridades e os Bispos do território espanhol, não seriam responsáveis deste facto os seus confrades portugueses”3.

Contudo, a luta travada pelos índios contra as tropas aliadas de Por-tugal e Espanha, apesar de ter sido corajosa, era desigual, e acabou com a chacina de milhares. A força das armas acabou de um modo violento com a utopia, o sonho dos padres inacianos. Para Lúcio de Azevedo,

“A execução do Tratado de Limites no Brasil, o estabelecimento da Companhia do Grão-Pará, a declaração da liberdade dos indí-genas da América, pertencem a este período do Governo pombali-no, antecedente ao terramoto, e constituem na sua ligação o facto culminante de todo o reinado. Com efeito, esses actos levaram Carvalho à luta com os Jesuítas, e daí por diante toda a adminis-tração se orienta pela idéia sobreposta a tudo o mais de os vencer e aniquilar” 4.

Quando examinamos a correspondência de Mendonça Furtado, Go-vernador da Amazónia e irmão de Pombal, compreendemos que existia um ressentimento mais antigo contra os inacianos, demonstrador de que o eventual confisco das suas propriedades e outros bens, assim como o fim da administração que exerciam nas suas missões, iriam permitir um desenvolvimento do controle, não só político quanto à mão-de-obra indí-gena, mas em relação à posse económica da região amazónica. Foi tam-bém atribuído aos missionários portugueses do Norte do Brasil o facto de ter sido mal recebida a perda dos benefícios de autoridade temporal concedidos anteriormente aos índios, assim como a proibição de pode-

3 – António Leite SJ, “A Ideologia Pombalina - Despotismo Esclarecido e Regalismo”, in Como Interpretar Pombal?, Lisboa, Ed. Brotéria, 1983, pp. 27-54. Veja-se igualmente Miguel C. Monteiro, Inácio Monteiro (1724-1812), um jesuíta português na dispersão, Lisboa, Centro de História da Universidade de Lisboa, 2004, pp. 177-213.4 – Lúcio de Azevedo, in O Marquês de Pombal e a sua época, Lisboa, Clássica Edit., 1990, p. 95.

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rem enviar ao Reino os produtos da terra indígena para compra ou troca de outros que lhes faziam falta tais como tecidos para se puderem vestir e ferramentas. Em causa estava o monopólio concedido por Pombal à Companhia do Grão-Pará.

Os Jesuítas entenderam que este facto significava a ruína das aldeias dos índios, e procuraram reagir, nomeadamente através do padre Mala-grida, que se deslocou à Corte em Lisboa. Alegava-se também que os inacianos se dedicavam ao comércio, o que corrompera muitos padres − esquecendo-se as anteriores concessões reais e pontifícias − e ainda que nas suas queixas, nomeadamente ao Geral da Congregação, difamavam o rei e o ministro. O seu envolvimento no atentado perpetrado contra D. José foi outra das acusações que fizeram contra os inacianos. Nada se pro-vou contra estes, para além das confissões obtidas durante a tortura a que foram sujeitos o Duque de Aveiro e um dos Távoras. Na sentença que foi mandada ao Papa, os Jesuítas também foram acusados de terem incitado os amotinados do Porto em 1757.

Todos estes acontecimentos tiveram lugar numa época histórica complexa, mas ao mesmo tempo cativante para o historiador como foi o século XVIII, em meados do qual o “Despotismo Esclarecido” estava amplamente divulgado na Europa. Em Portugal, esse sistema esteve ge-ralmente associado ao Regalismo, sendo apontado o ministro de D. José I, mais conhecido por Marquês de Pombal, como o seu principal protago-nista, durante o longo reinado do rei (1750-1777)5. Durante muito tempo foi comum atribuir-se ao ministro todas as realizações importantes da época, principalmente depois do terramoto de 1755 e do atentado contra o monarca ocorrido em 1758, altura em que os destinos do Estado passaram a estar nas mãos de Carvalho e Melo.

Mas terá sido D. José um rei fraco, alheado dos assuntos da governa-ção, levando uma vida de luxo, entregue aos prazeres da caça, da música e das aventuras amorosas, como diversos autores o caracterizaram? Será que delegou completamente no seu ministro toda a pesada responsabi-5 – Cf. António Leite, “A Ideologia Pombalina−Despotismo Esclarecido e Regalismo” in Como interpretar Pombal?, Lisboa, Ed. Brotéria, 1983, p. 27.

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lidade de tomar decisões, limitando-se a assinar sem ler os documentos mais complexos, dando deste modo uma total e cúmplice cobertura à ac-tuação do seu ministro, que lentamente se tornou aos olhos do reino uma figura omnipotente? Pensamos que não, sendo até normal o rei despachar com os secretários de estado quando a corte se encontrava em Mafra ou Salvaterra.

O rei travou igualmente as pretensões de Pombal em relação ao jul-gamento dos Jesuítas, porque o desejo do ministro era fazê-los julgar por um tribunal civil, o que era sem dúvida um atropelo ao Direito Canónico que determinava que os inacianos fossem julgados nos tribunais eclesi-ásticos, mas, como seria de prever, o Papa negou a possibilidade em con-trário. Mas este facto não evitou que os Jesuítas fossem desnaturalizados, presos e expulsos do reino e de todos os domínios do Ultramar por lei de 3 de Setembro de 1759, assinada conjuntamente pelo monarca e o seu omnipotente ministro. Dificilmente podemos acreditar, no entanto, que o monarca, apesar de influenciado por Pombal, tivesse podido acreditar na culpabilidade global dos Jesuítas, que antes, enquanto príncipe e nos primeiros anos do seu reinado, tanto estimara.

Alguns historiadores têm mesmo afirmado, modernamente, que o Rei D. José foi umas vezes cúmplice e outras o instigador das acções pra-ticadas pelo seu ministro. E se nos é difícil perceber se o monarca pensava de um modo diverso de Carvalho e Melo, o facto é que, em termos práti-cos, o monarca se identifica com Pombal, sendo o próprio Rei o primeiro responsável pelos actos praticados pelo seu ministro.

O Marquês de Pombal interferiu igualmente nas ordens religiosas, ao perseguir os seus membros que não estavam de acordo com as idéias regalistas, através das escolhas que recaíam em pessoas que aprovavam as sua idéias e o seu modo de actuar, particularmente os religiosos que desejavam uma maior austeridade para as respectivas Congregações, e que foram acusados de violarem o segredo da confissão. Contudo, o ob-jectivo maior da perseguição de Pombal foi, sem dúvida, a Companhia

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Miguel Corrêa Monteiro

de Jesus, de quem se procurou servir para alcançar o poder6. No entanto, a feroz perseguição que lhes moveu no País e no estrangeiro, valendo-se de todos os meios para alcançar os seus fins, culminando na sua desna-turalização, prisão e expulsão, foram bem a medida do ódio de Sebastião José aos jesuítas.

Esta animosidade contra os filhos de Loiola está bem patente com a publicação da famosa Dedução Cronológica e Analítica (1767), onde a história nacional, sobretudo no que diz respeito aos seus períodos negati-vos, é vista como conseqüência nefasta da influência directa ou indirecta dos inacianos. Todo o espírito de isenção na linha de Fr. António Brandão e D. António Caetano de Sousa fora deixado de lado7. E, depois da mor-te do Marquês, estabeleceu-se uma divisão de opiniões a favor e contra Pombal. Os pombalinos, representados pelo ministro Sousa Coutinho, defenderam uma “interpretação da sua atitude como quase laicista, jusna-turalista, precursora dos novos tempos e de novas formas de governo, li-gadas aos conceitos do despotismo iluminado”. Os que expressavam uma opinião diferente, considerando que o período pombalino tinha sido uma vergonha para o País, tinham no Visconde de Vila Nova de Cerveira a sua figura principal. Os ecos que chegavam até nós da Revolução Francesa contribuíram para a perda de importância da primeira corrente de opinião, sobretudo em termos políticos.

A pressão internacional para que o Papa suprimisse uma Congrega-ção a quem a Igreja devia tanto, usando toda a influência pessoal e diplo-mática para conseguir alianças para os seus intentos junto dos governos 6 – O Marquês de Pombal ficou a dever a seu tio Paulo de Carvalho, lente da Universi-dade e arcipreste da Patriarcal, o seu património inicial, pois dele herdou, em 1737, bens em Oeiras e Sintra, prédios em Lisboa, e mais de 504 mil cruzados em dinheiro, e foi certamente esse tio que o relacionou com o Cardeal D. João da Mota, primeiro-ministro responsável pelo seu envio para Londres. Cf. J. Lúcio de Azevedo, O Marquês de Pombal e a sua época, Lisboa, Clássica Editora, 1990, p. 10.7 – Cf. J. Borges de Macedo, artº sobre Pombal, in Dicionário de História de Portugal, dirigido por Joel Serrão, Porto, Liv. Figueirinhas, 1992, vol. V, p. 113. Segundo este histo-riador, “Com a Dedução Cronológica inaugurou-se uma historiografia oficial abertamente partidária e que continuou até os nossos dias, tendo pertencido à cultura não-oficial o esforço de isenção e de justa análise”.

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de Madrid e de Paris, não deu tréguas ao Papa Clemente XIII. Contudo, não se submetendo às imposições de que era alvo, o Pontífice Romano publicou o breve Apostolicum Pascendi de 7 de Janeiro de 1765, defen-dendo os inacianos. A reacção do ministro português não se fez esperar, e está patente na proposta apresentada aos governos da Espanha e da Fran-ça, congregados contra os Jesuítas: a criação de uma força expedicionária para invasão dos Estados Pontifícios a fim de obrigar o Papa a extinguir a congregação Inaciana. Estava mesmo prevista a sua deposição no caso de se recusar a fazê-lo.8 Contudo, tal não foi necessário, visto que no dia 2 de Fevereiro de 1769, morria Clemente XIII, e as três potências conju-garam esforços, utilizando a sua influência junto à Santa Sé, para que o Papa a escolher fosse do seu agrado. O novo Papa eleito, Clemente XIV, foi assim ocupar a cadeira do Bispo de Roma em tempos conturbados para a cristandade. Não conseguindo enfrentar as ameaças das três cortes católicas, cedeu, acabando por decretar a extinção da Companhia de Jesus a 21 de julho de 1773.

É bem verdade que os Jesuítas tinham inimigos. Alguns ataques con-tra eles foram feitos pelos enciclopedistas, designadamente D’Alembert que, no entanto, considerava que os jansenistas eram muito piores e se, por acaso, fossem poder, passariam a exercer sobre todos uma violenta repressão. Outros vieram mesmo do seio da própria Igreja através de con-gregações que olhavam o poder dos Jesuítas e a sua influência política com desconfiança e, porque não dizê-lo, com inveja. E se os ministros das potências católicas, Pombal, Choiseul, Aranda e Tanucci representando os governos de Portugal, França, Espanha e Nápoles, contribuíram com os seus ataques para a exaltação do espírito voltairiano, há que procurar a razão principal da extinção da Companhia na formação do Estado Nacio-nal Moderno. A Congregação inaciana foi fruto da sua época, isto é, foi

8 – Como a Espanha não se mostrasse muito interessada na empresa, o poderoso mi-nistro de Luis XV, e Duque de Choiseul, enviou resposta através do embaixador francês acreditado em Lisboa, de que se tratava de um perigoso intento, e que o melhor seria as três potências interessadas na extinção dos inacianos esperarem mais algum tempo, pois o Papa Clemente XIII estava doente e avançado em idade, apostando-se, deste modo, na sua morte para se tomar decisões.

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fundada durante um período da história européia em que se degladiavam os sectores romano e germânico, tentando manter um certo distanciamen-to em relação às fronteiras nacionais e aos ventos que agitavam as bandei-ras de Francisco I, Henrique VIII e os príncipes protestantes 9.

A afirmação crescente dos nacionalismos, que se dava não só em Portugal, era comum à França, Espanha e Áustria. A influência francesa no destino da Espanha ainda foi maior com a candidatura dos príncipes franceses ao seu trono. Esta centralização foi provocando uma cada vez maior incompatibilidade entre as opções romanas dos inacianos e os in-teresses directos dos Estados Absolutos, como aconteceu nos territórios americanos da Espanha e de Portugal. A Companhia que manifestara uma abertura a todos os povos e culturas e uma enorme capacidade de adap-tação às culturas diferentes dos valores transmitidos pela evangelização e pelo ensino, foi fazendo de aliada do filosofismo e procurou manter as melhores relações com os “déspotas iluminados”, mas não se conteve com os ataques que lhe eram dirigidos da Enciclopédia.

Ao lidar com nacionalismos crescentes, as hipóteses de sobrevivên-cia foram também escassas, porque teria sido preciso mudar tudo ou qua-se tudo, e fazer isto teria sido descaracterizar a Congregação. Sem dúvida que havia muito antigo aluno que detinha posições importantes no tecido social e nos quadros nacionais, mas seria possível à Companhia desligar-se do seu voto de obediência ao Papa? E à ortodoxia católica? Como tornar autónomas as suas diversas províncias? Os Jesuítas tiveram que enfrentar esta tempestade que caiu sobre eles, confiando que de Roma, o Geral, Padre Lorenzo Ricci, eleito em 1758, conduzisse a nau a bom porto, enfrentando numerosos problemas como os constantes ataques dos jansenistas, dos galicanos e dos “filósofos”.

9 – Cf. Idem, ibidem, pp. 480-481. Para o autor, a Companhia tinha tentado adaptar-se, mas as “tentativas de apagar as suas origens externas, transnacionais, ultramontanas, abor-tam definitivamente no fim do reinado de Luís XIV, quando o Papa se serve da Companhia para fazer prevalecer em França a aplicação da Bula Unigenitus que pretende submeter a prática cristã à negação expressa do jansenismo. Está aí o principal ponto de ruptura que marca a ferro em brasa a Sociedade, instrumento de um processo inquisicional, opressivo, e decretado do estrangeiro”.

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A complicar a situação estavam as relações com a Santa Sé que não eram as melhores desde há muito, visto que os Jesuítas tinham sido con-denados na questão dos “rituais chineses”, e viram a História do Povo de Deus (Histoire du peuple de Dieu) do padre francês Berruyer ser incluída no Índex. Também havia muita discordância entre as posições de Roma e os missionários no respeitante ao Paraguai. Mas a grande ofensiva contra os inacianos partiu de Portugal, onde o fervor missionário dos compa-nheiros de Loiola tinha sido tão proveitoso desde o reinado de D. João III. Como foi possível uma tal reviravolta? Será que Carvalho e Melo foi assim a única causa da desgraça da Companhia? Segundo Lacouture, “a causa antiga e profunda foi a situação conflituosa entre os Jesuítas funda-dores das missões guaranis e as colónias portuguesas. Originariamente, como vimos, e primeiro sobre a protecção muito notória e muito direc-ta de Madrid, os “Pais” haviam constituído os “redutos” como bastiões contra os caçadores de escravos, na sua maioria portugueses ou vindos de territórios controlados por Portugal, como os mamelucos paulistas. As relações entre a “República Guarani” e Lisboa baseavam-se, pois, na contradição”.

Era forçoso que as grandes casas nobres fossem atingidas, sobre-tudo as que tinham interesses ultramarinos como as Casas de Aveiro e Távora. Esta política também se dirigiu às ordens religiosas com os mes-mos interesses e influência no estrangeiro, sendo a Companhia de Jesus a mais significativa. Este processo teve diversas evoluções caracterizadas por uma guerra aberta no Brasil, pelos motins populares do Porto, e pela tentativa de eliminação física do rei e as relações tensas com a burguesia lisboeta.

As dificuldades que o Estado atravessava não foram somente de na-tureza política. A diminuição das remessas de ouro brasileiro provocara efeitos no comércio do açúcar, diamantes e escravos. Este facto ocasionou uma diminuição do poder de compra de produtos estrangeiros, afectan-do principalmente as importações de Inglaterra. A somar às dificuldades comerciais, as nossas exportações também diminuíram, o que agravou ainda mais a crise nos rendimentos do Estado. Este conjunto de proble-

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mas não fez desanimar Pombal, que procurou diminuir os seus efeitos em termos económicos e sociais.

A responsabilidade da crise foi atribuída aos Jesuítas, culpados de todos os males de que o País sofria, através de uma vasta campanha inter-na e externa de propaganda política. As conseqüências foram a expulsão dos filhos de Loiola, a morte do Padre Malagrida aos oitenta e dois anos – prenunciadora do ajuste de contas com a alta nobreza do reino como veio a suceder depois do atentado contra o rei – o corte de relações com Roma, a perseguição a outras ordens religiosas, e aos pequenos e médios mercadores.

A narração pormenorizada que Pombal levou a efeito contra a Com-panhia de Jesus, e que esteve na origem da perseguição, prisão e bani-mento dos padres inacianos não somente de Portugal continental, mas também de todo o Ultramar em 1759-1760 até à extinção da ordem em 1773, foi escrita pelo Padre Jesuíta José Caeiro, um contemporâneo entre muitos outros destes acontecimentos10.

Pombal tentou justificar os seus procedimentos de diversas formas. Não só através Relação Abbreviada publicada em dezembro de 1757, e à qual alguns inacianos pretenderam dar resposta. Contudo, para não piorar a situação adversa em que estavam envolvidos os Jesuítas, tal resposta não foi autorizada pelo Provincial. Tentava-se deste modo evitar aumen-tar o clima de tensão entre o ministro de D. José e os filhos de Loiola, e que seria certamente desvantajosa para estes, como veio a acontecer mais tarde. Já desde o tempo da questão dos redutos que se receava na Congregação a reacção violenta de Pombal. As conseqüências não se fi-zeram esperar a começar pelos Jesuítas residentes na Corte, a quem foi dada ordem de expulsão, sendo-lhes vedada a entrada no paço. Aqueles inacianos desempenhavam importantes funções como confessores e per-ceptores de fidalgos e de membros da Família Real, como aconteceu com

10 – Veja-se José Caeiro, S. I., História da Companhia de Jesus da Província de Portugal (Séc. XVIII), Lisboa, Edit. Verbo, 1995-1999. Trad. portuguesa segundo o ms. Livraria 2600-2601 do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Lisboa, por Júlio Morais S. I. (Livro I) e José Leite, S. I. (Livros II-V).

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o Infante D. Pedro, irmão do Rei, e das filhas deste, em que destacamos a futura rainha D. Maria I. A sua influência era ainda maior por serem con-selheiros do monarca nas questões de âmbito moral e eclesiástico, pelo que a sua saída provocou as mais diversas reacções. Recearia Pombal que informassem o rei dos acontecimentos ocorridos no Brasil? E teria sido realmente necessário?

Foram igualmente desterrados outros Jesuítas da capital, assim como os 21 que haviam chegado do Maranhão, por ordem do Governador, Fran-cisco Almada e Mendonça, que era irmão de Pombal. Sobre as acusações de que foram alvo, nenhuma tinha ficado provada. Desterrados então, se-riam igualmente presos em 1759. Por altura destes acontecimentos, Car-valho e Melo acusou os Jesuítas, sobretudo através da Relação Abreviada como referimos, apresentada ao Papa Bento XIV. No limiar da sua vida, o Papa não quis deixar de atender a um documento oficial da coroa portu-guesa, e tendo também em conta que as acusações eram graves, nomeou o Cardeal Francisco de Saldanha para Visitador da Companhia de Jesus em Portugal, tendo-lhe recomendado discrição e moderação no inquérito que iria realizar.

Os Jesuítas receberam a notícia da nomeação do Cardeal Saldanha a 2 de maio de 1758 e confiaram que a visita do reformador da sua Congre-gação se faria com toda a imparcialidade. No entanto, o Cardeal Visitador não realizou a investigação como lhe fora ordenado pelo Papa, condenan-do os Jesuítas por fazeram comércio vedado aos religiosos, e proibindo-os de continuarem a fazê-lo, ameaçando-os com a pena de excomunhão.

Ao acusar os jesuítas de “amotinados, infiéis ao rei, manchados com o crime de negociação e semeadores de doutrinas falsas e sediciosas”, Pombal pretendia deixar o Patriarca de Lisboa, D. José Manuel da Câma-ra, sem capacidade para reagir, cedendo aos desejos do ministro. Assim, a 6 de junho de 1758 foi retirada aos filhos de Loiola a capacidade de confessar e pregar, sendo mesmo proibidos de o fazer na igreja patriarcal de Lisboa.

O ódio contra os inacianos terá sido a principal razão que moveu

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Pombal? Será que foi este o principal motivo do ministro de D. José, a justificar a afirmação de João Lúcio de Azevedo de que “toda a acção pombalina é consequência do seu ódio antijesuítico”?11 Terá sido esta a verdadeira razão da feroz perseguição à Companhia de Jesus, iniciada pelo ministro português e rapidamente alargada à França, Espanha e al-guns estados italianos? Terá sido aquele o principal motivo dos pedidos feitos pelos governos para, através de ameaças directas ou veladas, ob-terem do Papa a extinção da Congregação inaciana? Diremos ainda com Lúcio de Azevedo, referindo-se a Pombal, que

“Dentro e fora do País foi grande a repercussão dos seus actos. Como Tanucci e Aranda, Frederico, o Grande, e José II de Áus-tria, quis a golpes de tagante despertar a sua nação para a vida nova, que o fermentar das idéias, a meio do século XVIII, deixava obscuramente entrever. Mas, sempre imbuído da rotina que pen-sava repudiar, foi seu principal esforço consolidar o poder régio, rematando o abaixamento já secular da nobreza, e, até onde foi possível, emancipando a autoridade civil da tutela romana, obra que a Idade Média principiara”12.

Como seria de esperar, esta intenção do Papa não foi do agrado das cortes interessadas na perda da Companhia, e o direito que se concede a quem é acusado para que se defenda, um direito aliás bem cristão, foi re-cusado aos amigos de Jesus. O que receavam? Que os jesuítas conseguis-sem convencer os juízes se estes fossem isentos? O facto é que as cortes 11 – Cf. António Leite, “A Ideologia Pombalina-Despotismo Esclarecido e Regalismo”, in Como Interpretar Pombal?, Lisboa, Ed. Brotéria, 1983, p. 53. Para o autor, a razão “era a mesma porque os jansenistas e regalistas, sobretudo em França, tanto odiavam os Jesuítas: a oposição que sobretudo aqueles religiosos manifestavam contra as idéias menos ortodoxas, ou mesmo francamente heterodoxas dos jansenistas e dos regalistas e galicanos, sobretudo contra o Papa, ao qual os Jesuítas se mantinham fiéis, até em virtude de um voto especial de obediência que emitiam os seus professos”.12 – J. Lúcio de Azevedo, op. cit., p. 7. “A execução do tratado de limites no Brasil, o estabelecimento da companhia do Grão-Pará, a Declaração da Liberdade dos Indígenas da América pertencem a este período do Governo pombalino, antecedente ao terramoto, e constituem na sua ligação o facto culminante de todo o reinado. Com efeito, esses actos levaram Carvalho à luta com os Jesuítas, e daí por diante toda a administração se orienta pela idéia sobreposta a tudo o mais, de os vencer e aniquilar”.

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não aceitaram a realização do Concílio.

Na madrugada do dia 21 de julho de 1773, Clemente XIV assinou o breve Dominus ac redemptor que suprimia a Companhia de Jesus. De que valeram as manifestações posteriores de arrependimento? Não tinha o Papa o poder de revogar um documento de que foi responsável? Não sabia o sucessor de Pedro que a supressão dos Jesuítas representaria sem-pre um duro golpe no “edifício” cristão, e que o seu próprio prestígio fi-caria afectado? O facto é que no Breve criticou profundamente inacianos, acusando-os de serem uma fonte de discórdias para a cristandade:

“... A Sociedade, quase ainda no berço, viu nascer no seu seio dife-rentes germes de discórdias e de invejas que não só dilaceraram os seus membros mas também os levaram a sublevar-se contra outras Ordens religiosas, contra o Clero Secular, as Academias, as Uni-versidades, os Colégios, as escolas públicas, e contra os próprios Soberanos que os haviam acolhido nos seus Estados”.

O texto tenta justificar, no passo seguinte, os motivos que levaram à expulsão da Companhia de Jesus: “não houve nenhuma das acusações mais graves que não fosse feita contra esta Sociedade, e a paz e a tranqüi-lidade da Cristandade foram durante muito tempo perturbadas (...)”, justi-ficando-se em seguida a atitude tomada pelas monarquias de Bourbon:

“ao ponto de os nossos caríssimos filhos em Jesus Cristo os reis de França, Espanha, Portugal e das duas Sicílias serem obrigados a banir dos seus Reinos, Estados e províncias todos os religiosos desta Ordem, persuadidos de que este meio extremo era o único remédio para tantos males e o único que se devia usar para impedir os Cristãos de se insultarem, de se provocarem mutuamente e de se ofenderem no próprio seio da Igreja, sua mãe. Mas estes mesmos reis, nossos caríssimos filhos em Jesus Cristo, pensaram que este remédio não poderia ter um efeito duradouro nem estabelecer a tranquilidade no universo cristão, se a Sociedade em si não fosse inteiramente suprimida e abolida”.

Segundo a opinião do Professor Borges de Macedo, o governo pom-

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balino, como uma realidade em si mesma, desligado da respectiva reali-dade social e política onde se integra, assim como das restantes perspec-tivas económicas e culturais, tem sido visto como sendo obra do Ministro Pombal, de D. José ou dos dois.

“Nesse dimensionamento, esquecem-se, quase sempre, não as pes-soas, mas as posições contrárias e o que elas defendiam, assim como a situação do País dentro da qual elas fazem sentido. Mas na História Política, a actuação dos governos e das oposições nunca se bastam a si próprias”13.

Refere ainda aquele historiador que é forçoso considerar a época pombalina “como um todo onde os contrários existem” para a podermos compreender.

“Nela, os Jesuítas foram vencidos, precisamente, porque tinham algo de importante a dizer, a que o aparelho de Estado se opôs porque tinham algo de importante a defender. As sociedades são assim. Mal vai quem as julga de outro modo e supõe que os ho-mens se esgotam nesses problemas do dia a dia. Para vencer os Jesuítas, Pombal teve de os esmagar. Isto significa que a mensa-gem que representavam era essencial para o tempo em que estes acontecimentos ocorreram. A fatalidade da história é só a de que tem de haver vencedores e vencidos. Não se segue daí que estes últimos estejam em erro ou em culpa; pode significar que a sua mensagem é, por um momento, ultrapassada pelos acontecimen-tos. E foi o que sucedeu. Na dialéctica da sociedade portuguesa do século XVIII, seguros da justeza da sua posição, quanto à origem do poder, como defensora dos homens contra o perigo da tirania, os Jesuítas foram vencidos mas não recuaram nessa posição dou-trinária. Era, como se viu, o essencial” 14.

A 3 de setembro de 1759 completava-se um ano sobre o grave aten-tado contra o Rei D. José. Esta foi a data escolhida para publicação da lei que acusava os Jesuítas.13 – Jorge Borges de Macedo, “Dialéctica da Sociedade Portuguesa no tempo de Pom-bal”, in Como interpretar Pombal?, Lisboa, Edit. Brotéria, 1983, pp. 22-23.14 – Idem, ibidem, p. 23.

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“Declaro os sobreditos Regulares na referida forma corrompidos, deploravelmente alienados do seu Santo Instituto, e manifestamen-te indispostos com tantos, tão abomináveis, tão inveterados e tão incorrigíveis vícios para voltarem à observância dele, por notórios rebeldes, traidores, adversários e agressores, que têm sido e são actualmente, contra a minha Real Pessoa e Estados, contra a paz pública dos meus reinos e domínios, e contra o bem comum dos meus fiéis vassalos; ordenando que como tais sejam tidos, havidos e reputados; e os hei desde logo, em efeito desta presente lei, por desnaturados, proscritos e exterminados; mandando que efectiva-mente sejam expulsos de todos os meus reinos e domínios, para neles mais não poderem entrar; e estabelecendo, debaixo de pena de morte natural e irremissível e de confiscação de todos os bens para o meu fisco e câmara real, que nenhuma pessoa, de qualquer estado e condição que seja, dê nos meus reinos e domínios entrada aos sobreditos Regulares ou qualquer deles, ou que com eles, junta ou separadamente, tenha qualquer correspondência verbal ou por escrito, ainda que hajam saído da referida Sociedade e que sejam recebidos ou professos em quaisquer outras províncias de fora dos meus reinos e domínios” 15.

Em conseqüência destes crimes eram expulsos de Portugal e seus domínios. Num “Comentário” ao julgamento do Tribunal de Lisboa, pu-blicado pelas Novidades Interessantes pode, ler-se o seguinte:

“Foi o rei de Portugal que decidiu despojar os Jesuítas daquela so-berania que tinham usurpado no Paraguai e que lhes era mais cara do que as meninas dos olhos (...). É por isso que os Jesuítas dão lições não só de revolta e sedição, mas também de assassínio e de sangue (...). Estes ‘Pais’ decidem autoritariamente que matar o rei não é sequer um pecado venial (...). Qual não será o excesso desta maldade, quando a deliberação e a decisão dizem respeito não à vida de um particular mas à do Soberano; quando se trata de a sa-

15 – “Lei da Expulsão da Companhia de Jesus” in José Caeiro, S. I., História da Expulsão da Companhia de Jesus da Província de Portugal (Séc. XVIII), Lisboa, Editorial Verbo, 1999, pp. 391-393 com ortografia actualizada. O texto pode igualmente ser encontrado na Colleção de Leis, Decretos, e Alvarás, Ordens régias e editaes, que se publicárão desde o Anno de 1759 até 1764, Lisboa, bem como na Colleção dos Negócios de Roma, I, Lisboa 1874, pp. 114-116.

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crificar não a um interesse público, real ou suposto, o que deixaria ainda ao projecto um grau de enormidade que faz horror, mas ao interesse particular daqueles que pronunciam a decisão, do que só os Jesuítas são capazes. (...) Estes ‘Pais’ não são talvez os únicos que têm defendido que por vezes é permitido matar os reis; mas são os únicos que nunca abandonaram esta doutrina execrável. São os únicos que a adoptaram. São os únicos que a ensinam numa tradição perpétua, desde há mais de cento e cinqüenta anos. São os únicos, enfim, a tomarem-na como regra de conduta e a aplicá-la no seu próprio interesse...” 16.

Mais uma vez foram os inacianos acusados de pretenderem usurpar o território do Brasil, pelo que a maneira rápida como se tinha enfrentado este problema foi até considerada benéfica para a coroa, considerando-se que, se tivessem esperado mais dez anos para os reprimir, os Jesuítas poderiam resistir com êxito às forças européias coligadas. Refere ainda o documento que foi o fracasso deste projecto que levou os padres inacia-nos a prepararem a ruína da real pessoa assim como dos vassalos, pre-parando o atentado de que fora vítima o monarca no ano anterior. Então, como é referido no documento,

“passaram a atentar contra a minha fama a cara descoberta, maqui-nando e difundindo por toda a Europa, em causa comum com os seus sócios das outras regiões, os infames agregados de disformes e manifestas imposturas”.

Nessa data era publicado o decreto de expulsão dos Jesuítas, decla-rando o Rei que os considerava:

“corrompidos, deploravelmente alienados do seu santo instituto, e manifestamente indispostos com tantos, tão abomináveis, tão inveterados e tão incorrigíveis vícios para voltarem à obediência dele, por notórios rebeldes, traidores, adversários e agressores, que têm sido e são actualmente, contra a minha real pessoa e Estados, contra a paz pública dos reinos e domínios, e contra o bem comum dos meus fiéis vassalos; ordenando que tais sejam tidos, havidos

16 – Nouvelles intéressantes, Tomo III, p. 447.

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e reputados; e os hei desde logo, em efeito desta presente lei, por desnaturalizados, proscritos e exterminados; mandando que efecti-vamente sejam expulsos de todos os meus reinos e domínios, para neles mais não poderem entrar; e estabelecendo, debaixo de pena de morte natural e irremissível e de confiscação de todos os bens para o meu fisco e câmara real, que nenhuma pessoa, de qualquer estado e condição que seja, dê nos meus reinos e domínios entrada aos sobreditos Regulares ou qualquer deles, ou que com eles, junta ou separadamente, tenha qualquer correspondência verbal ou por escrito, ainda que hajam saído da referida Sociedade (...) a menos que as pessoas que os admitirem, ou praticarem, tenham para isso especial licença minha...”.

Por conseguinte, os Jesuítas foram presos por todo o reino e respec-tivas possessões no ultramar, as suas escolas cercadas e encerradas, os seus bens arrolados e confiscados e os seus membros, incluindo os no-viços, presos onde quer que estivessem. Metidos em prisões desumanas, aguardaram penosamente o momento de embarcar para Itália, permane-cendo os estrangeiros nos cárceres nacionais. Os inacianos portugueses acusados ficaram igualmente nas prisões estatais, como aconteceu aos provenientes do Grão-Pará e Maranhão.

A expulsão foi o golpe de misericórdia no condenado, afastando de vez a influência que a Congregação inaciana tivera na política portuguesa, motivando o desdobramento de esforços e energias de vários reinos cató-licos que em Roma se multiplicavam em actividades para a extinção da própria Companhia. Referimos como o recém-agraciado Conde de Oeiras se desembaraçou daqueles que julgou serem os seus maiores inimigos, e expulsou o núncio Acciaiuoli sob um pretexto rídiculo de ordem proto-colar. Este incidente provocado tinha como finalidade última a criação de uma situação de corte institucional com a Corte Pontifícia, que recebera os Jesuítas portugueses acusados de se terem organizado para contrariar a acção de Pombal, e conseqüentemente o embaixador português em Roma retirou-se. Não deixaram os bispos portugueses de obedecer à Santa Sé? Com que intenção? Tudo indicia, como referimos, que Pombal projectou a criação de uma igreja independente de Roma.

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Decorridos apenas três escassos meses do decreto de confisco dos bens inacianos em Portugal, sucedeu a ordem de expulsão. De facto, o Rei D. José informou o Papa através de carta datada do dia 20 de Abril de 1759, da sua decisão de expulsar os Jesuítas do reino. Mas, paradoxal-mente, parecia que não havia grande pressa em fazer embarcar a caminho do exílio os primeiros Jesuítas, o que ocorreu em 16 de setembro, quando 132 padres partiram de Lisboa. Logo a seguir, a 5 de outubro, os Jesuítas foram declarados rebeldes e traidores e o próprio Cardeal Visitador nesse mesmo dia alertava o povo católico para o perigo que corria se os con-tactassem, acusando os inacianos de não se quererem emendar dos seus erros, e pedindo para eles a oração dos fiéis para que se convertessem. Depois de uma viagem muito dura, em que foram tratados como objectos amontoados, chegaram ao porto de Civitavecchia, que fazia parte dos ter-ritórios Pontifícios, no dia 24 de outubro. Presos em condições desuma-nas, suportando o frio e a humidade das masmorras onde muitos vieram a falecer, os inacianos, sobretudo os mais jovens sem os votos definitivos, foram tentados a pedir ao Cardeal Saldanha a dispensa dos votos ante-riormente feitos, ficando deste modo no reino. Sem forças anímicas para resistir e pressionados igualmente pelas famílias, alguns renunciaram, mas a esmagadora maioria, que incluía até os noviços da Congregação, resistiu, como aconteceu em Coimbra onde de 145 escolásticos somente três cederam. 17

O caminho do exílio foi realmente muito longo para os inacianos. Entre 1759 e 1769, decorreu uma década em que o Governo de D. José esteve apostado no enfraquecimento da Igreja. Podemos utilizar mesmo a expressão de combate ou batalha diplomática, capitaneada pelo lado português por esse homem de notável determinação e energia que foi Carvalho e Melo. E no fundo era o interesse temporal que estava em causa. Não vira a Europa do século XVI o interesse com que os príncipes alemães se apressaram a enfileirar ao lado das teses de Lutero quando se 17 – Cf. William Bangert, S. J., História da Companhia de Jesus, Porto, Livraria A. I., 1985, p. 447. “Dos 1700 membros da Assistência Portuguesa, incluindo os missionários de além-mar, seis sétimos permaneceram fiéis à Companhia. O governo procedeu a expul-são por fases, vindo a aportar na Itália cerca de 1100 Jesuítas portugueses”.

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falou em nacionalizar os bens das ordens religiosas? Agora tratava-se de extinguir uma Congregação que fazia sombra ao poder dos reis absolutos, e por isso Pombal obteve a aliança dos Governos francês e espanhol.

E porque de uma batalha se tratou, todos os meios foram utilizados pelos atacantes para alcançar a vitória: as ameaças directas, os subornos escondidos, as promessas a cumprir no futuro, os argumentos verbais e a propaganda escrita, nomeadamente o livro Dedução Cronológica e Ana-lítica, publicado em Lisboa em 1767, e que teve enormes conseqüências no descrédito lançado contra a Companhia de Jesus, acusada de ser a responsável dos momentos negativos acontecidos na História de Portugal desde o seu estabelecimento no País. E nesta “guerra” tudo serviu, desde a ameaça de um corte religioso com a Santa Sé, à invasão dos seus do-mínios por uma coligação militar dos países burbónicos, aos subornos a certas figuras da corte pontifícia de Clemente XIII e à propaganda.

O longo caminho do exílio começara para os Jesuítas em 1755, ano em que Carvalho e Melo enviou um decreto assinado pelo Rei ao Pará, que era a capital da capitania do Grão-Pará e Maranhão, governada por Francisco Xavier de Mendonça Furtado, irmão do ministro. Segundo re-fere o Padre Anselmo Eckart, como conseqüência deste acto, foram exi-lados três padres Jesuítas: Teodoro da Cruz, António José e o Padre Roch Hundertpfund, natural da Baviera, conhecido e estimado pela rainha viú-va de D. João V 18.

Foram os primeiros exilados. Ao aportarem a Lisboa a 19 de novem-bro de 1755, puderam ver uma cidade destroçada pelo grande terremoto na sua caminhada para o Colégio de Santo Antão, que fora também atin-gido, servindo agora como hospital. Tendo ordens para se manterem dis-poníveis para serem convocados a qualquer momento, o facto é que isso nunca aconteceu. Já anteriormente (em 1753), fora chamado pela rainha o padre Malagrida para a assistir espiritualmente, e que pedia ao povo para fazer penitência, considerando que o terremoto era um castigo divino. Para trás tinham deixado longos anos de trabalho junto das populações 18 – Cf. Anselmo Eckart, S. J., Memórias de um Jesuíta prisioneiro de Pombal, Braga, Livraria A. I., 1987, p. 19.

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indígenas. A sua vinda foi como um presságio para os acontecimentos dramáticos que ocorreriam posteriormente.

Em Setembro de 1757, os padres Jesuítas foram afastados da Corte com a justificação de que já não eram necessários. Esta notícia foi-lhes comunicada em plena noite, tendo apenas tempo para juntar os seus par-cos haveres, e deixar o Palácio Real sob escolta militar. No dia seguinte, a entrada na Corte foi vedada igualmente ao Padre Provincial quando este procurava saber o que se passava, com a informação da parte de Pombal da proibição de entrada a qualquer Jesuíta.

Em finais do mês de novembro de 1757, começava igualmente o longo caminho do exílio para dez Jesuítas do Pará. Além do Reitor do Co-légio, foram expulsos mais nove missionários, sendo três deles alemães. Relata o Padre Eckart, que foi um dos expulsos, que os inacianos foram metidos num navio de guerra que transportava material bélico, partilhan-do o seu alojamento com outros dez padres Capuchos. Depois de dois meses e meio de viagem marítima algo atribulada em que foram visto-riados por duas naus inglesas, a comitiva dos exilados fora engrossada com mais cinco Jesuítas vindos do Maranhão que viajavam em barcos pertencentes à Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão. Chegados à foz do Rio Tejo no dia 12 de fevereiro de 1758 e depois de um episódio perigoso passado com um dos navios que evitou à justa um naufrágio, ainda tiveram que esperar a bordo quatro dias antes de serem autorizados a desembarcar. Este facto aconteceu perante a assistência de uma multi-dão que queria observar os inacianos. Uma vez desembarcados, foram transportados em oito caleches, e por ordem de Carvalho e Melo partiram para o exílio em Sanfins, tendo pernoitado em Sacavém. Foi durante esta viagem que o grupo de exilados teve conhecimento do libelo intitulado Relação Abreviada da República dos Jesuítas do Paraguai, um dos livros que mais mal fez aos Jesuítas, tendo Pombal mandado imprimir só na cidade de Lisboa 20 mil exemplares que foram distribuídos por diversos nobres e religiosos, assim como aos embaixadores portugueses nas cortes européias, onde foi traduzido e igualmente divulgado.

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Discurso de posse: Pombal e os Jesuítas

A política de Pombal foi a de resolver de uma vez por todas o pro-blema da Companhia de Jesus em Portugal, e sem qualquer aviso enviar para os Estados Pontifícios cerca de 1500 jesuítas, para que o Papa os acolhesse e lhes desse sustento e trabalho, uma questão grave, visto es-tarem condenados a desterro perpétuo. No entanto, procurou separar os não-professos, muitos deles jovens adolescentes dos inacianos com o 4º voto, porque se considerava que não sendo ainda professos não tinham ainda tomado conhecimento oficial das maquinações e projectos secretos da Companhia contra o Rei e os seus domínios, e com muitas ameaças e promessas de liberdade, tentou-se que abandonassem a Congregação.

Apesar de todas as vicissitudes porque tinham passado no seu longo caminho do exílio, os Jesuítas portugueses experimentaram na Itália a liberdade relativa dos que se consagram à vida religiosa. Viviam com pouco, situação que se foi agravando como veremos, muitos não tinham trabalho específico, em virtude do aumento da oferta que de repente ti-nha aparecido junto das comunidades italianas, tinham muitas saudades dos seus parentes e amigos, mas estavam livres, viam a luz do sol e res-piravam ar puro. A situação para os que ficaram em Portugal foi bem diferente. Os que se encontravam em Azeitão continuaram a enfrentar as tentativas levadas a cabo para que abandonassem a Companhia. Eram ainda submetidos às mais árduas provações, tendo aí falecido diversos Je-suítas, como os Padres João Lopes, que fora Reitor do colégio de Setúbal, e António Pais, já muito idoso, que fora companheiro do Padre Malagrida no Maranhão. Deste local veio também para Azeitão e aí morreu o Padre Manuel Taborda, e o Irmão Carlos Correia, nascido no Brasil.

Será legitimo considerar que Pombal obteve vitória sobre a Com-panhia de Jesus? Não estava o País em dificuldades quando Carvalho e Melo se tornou Secretário de Estado? Onde é que estava o Portugal de outros tempos, a nação poderosa do século XVI, com muitas das suas conquistas perdidas para ingleses e holandeses? Não terá sido esta vitória de Pombal, segundo refere o padre inaciano William Bangert, “um estra-nho acto de automutilação”? É que a atitude do Ministro de D. José não deixa de parecer estranha, porque em vez de procurar dar consistência ao

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País e aos domínios do ultramar, precisamente quando o momento era de crise, o Marquês, “com a cegueira própria dos Iluministas, baniu um gru-po numeroso de homens que, além das suas criações literárias, científicas e espirituais, dirigiam vinte colégios em Portugal, e trinta nas colónias. (...) Embora Pequim e Nanquim legalmente estivessem dentro da esfera do Padroado português, o Vice-Rei da Índia, Manuel Saldanha de Albu-querque, a mais alta autoridade portuguesa no Oriente, recebeu instruções para não tocar nos Jesuítas da China, porque esses viviam “mais como gentios do que como religiosos”, e não eram facilmente substituíveis. Mas dos outros campos de missão, consagrados pelos suores de alguns dos maiores apóstolos da história, como a Índia, de Francisco Xavier, Ro-berto de Nobili e João de Brito; Macau de Alessandro Valignano e Matteo Ricci; o Brasil de Manuel da Nóbrega, José de Anchieta e António Vieira; a África de Gonçalo da Silveira, Baltazar Barreira e Pedro Pais − de todas estas regiões ultramarinas, as naus, transportando nos porões superlota-dos e insalubres cerca de 850 homens, sulcaram os mares em direccção à Europa” 19.

A história repetiu-se. Mas desta vez não foram cristãos novos a aban-donar o Reino, desterrados, mas levando as suas riquezas e contribuindo para o desenvolvimento económico de outras nações. Agora eram ho-mens de grande cultura e experiência cujo exílio provocou um enorme vazio nos territórios por eles deixados, como o Brasil, e um retrocesso em termos educativos, porque os colégios ficaram sem mestres qualificados, obrigados a transportar para outras paragens o seu saber.

Se, por um lado, foi em Portugal que se iniciaram os cerrados ata-ques contra a Companhia de Jesus que acabaram por a perder, foi, por outro lado, com profunda emoção que se assistiu ao heróico exemplo que deram todos aqueles que aceitaram o exílio perpétuo de preferência à renúncia da sua fé e dos seus votos. Ao testemunho de inacianeidade que foi dado por professos e não-professos, alguns com 16 anos de idade, que souberam resistir a todas as ameaças e promessas de liberdade e de pensões para abandonarem a Companhia, tudo enfrentando desde os tra-19 – Cf. William Bangert. op. cit., pp. 448-449.

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Discurso de posse: Pombal e os Jesuítas

tamentos desumanos, às ameaças de perpétua prisão, à morte pela fome em ilhas desertas ou nas costas de África, às ternas súplicas de mães e irmãs, regadas com lágrimas que fizeram alguns vacilar, apelos de ami-gos e de familiares horrorizados com a perspectiva do exílio para sempre em terra distante. Em nome da fé tudo souberam sofrer e ultrapassar. E mesmo se houve alguns que fraquejaram como é próprio dos homens, este facto ainda vem engrandecer mais o mérito dos que renunciaram a viver em liberdade no seu próprio País, e a viver o seu longínquo desterro com resignação, preferindo isso a violar os seus votos e a sua vocação religiosa.

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Referências bibliográficas

Azevedo, Lúcio, O Marquês de Pombal e a sua época, Lisboa, Clássica Edit., 1990.Bangert, William, S. J., História da Companhia de Jesus, Porto, Livraria A. I., 1985.Caeiro, José, S. I., História da Companhia de Jesus da Província de Portugal (Séc. XVIII), Lisboa, Edit. Verbo, 1995-1999.Colleção de Leis, Decretos, e Alvarás, Ordens régias e editaes, que se publicárão desde o Anno de 1759 até 1764, Lisboa, bem como na Colleção dos Negócios de Roma, I, Lisboa 1874.Eckart, Anselmo, S. J., Memórias de um Jesuíta prisioneiro de Pombal, Braga, Livraria A. I., 1987.Falcon, Francisco José Calazans, A época pombalina, São Paulo, Ática, 1982.Leite, António, S.J., “A Ideologia Pombalina - Despotismo Esclarecido e Regalismo”, in Como Interpretar Pombal?, Lisboa, Ed. Brotéria, 1983, pp. 27-54. Veja-se igualmente Macedo, Jorge Borges de, “Dialéctica da Sociedade Portuguesa no tempo de Pombal”, in Como interpretar Pombal?, Lisboa, Edit. Brotéria, 1983, pp. 22-23.Macedo, J. Borges de, artº sobre Pombal, in Dicionário de História de Portugal, dirigido por Joel Serrão, Porto, Liv. Figueirinhas, 1992, vol. V, p. 113.Monteiro, Miguel Corrêa, Inácio Monteiro (1724-1812) um jesuíta português na dispersão, Lisboa, Centro de História da Universidade de Lisboa, 2004.

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Discurso de recepção ao sócio Pedro Aranha Corrêia do Lago

DISCURSO DE RECEPÇÃO AO SÓCIO PEDRO ARANHA CORRÊA DO LAGO

Alberto Venancio Filho1

O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro recebe hoje como Só-cio Honorário brasileiro um historiador da Arte, um bibliófilo, um cole-cionador, um ex-livreiro e um editor, mas dentre tantos títulos se destaca, sobretudo, o pesquisador.

Assim foi salientado na proposta de admissão assinada por mais de uma dezena de sócios:

“Queremos acentuar que as atividades a que vêm se dedicando o candidato, no campo da cultura, na pesquisa, colecionamento, estudo, di-vulgação, de documentos históricos, e de Arte, livros, inclusive os raros, sempre teve neste Instituto pesquisadores dedicados, desde os precurso-res, como Rio Branco, Varnhagen, ou Affonso Taunay, até os mais recen-tes, como, por exemplo, José Antônio, no Recife; Mindlin em São Paulo; Ferrez, ou Sousa Leão, no Rio; cada um com suas características mas, certamente, todos importantes para o campo cultural de nosso País.”

Neto de Oswaldo Aranha, Pedro Corrêa do Lago nasceu em 1958 no Rio de Janeiro. Poucos anos depois o pai, o Embaixador Antônio Corrêa do Lago, foi removido para Caracas, o que lhe proporcionou na meninice o conhecimento da língua espanhola, na qual aprendeu a ler e escrever.

Estágio importante foi também a residência em Genebra, a cidade de Calvino e Rousseau, e a freqüência ao liceu de língua francesa, onde tomou conhecimento da cultura francesa e universal. Em muitos casos o drama de filhos de diplomatas são apenas curtas estadas no Brasil e longas permanências no exterior, que provocam o desenraizamento e o desconhecimento da cultura do seu País. Não foi o caso do nosso home-nageado, as freqüentes vindas ao Brasil, quando vivendo no exterior, e realizando curso de humanidades em colégio no Rio deixaram marcas 1 – Sócio Titular do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

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firmes no primado da Cultura Brasileira.

Quando da formatura no Colégio Santo Inácio, vivíamos na época os malefícios do bacharelismo que afastava dos cursos de direito jovens com predisposições humanísticas e estávamos em predomínio da era dos economistas.

Optou pela Economia e formou-se pela PUC, tendo entre seus pro-fessores Pedro Malan e como colegas Armínio Fraga e Gustavo Franco. A escolha da dissertação de Mestrado revelaria o interesse histórico: a evolução da Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), órgão criado em 1945 no Governo Vargas para controle e fiscalização do siste-ma bancário, e vinte anos depois absorvido pelo Banco Central.

O interesse pela Arte e pela Pesquisa começou na infância, na casa dos pais, na Bélgica, dos 11 aos 16 anos, folheando livros de Arte. A residência era próxima da Alemanha, da França e da Holanda, e a famí-lia passava o domingo em visitas a cidades históricas ou museus. Nessa época, já com surgimento do interesse por papéis e documentos, estudou a pintura moderna, inclusive para orientação de coleções, e por extensão se interessou pela pintura antiga.

O interesse por livros raros veio de freqüentar livrarias antiquárias em Bruxelas e Paris durante toda a adolescência, pois em algumas delas eram também vendidos documentos e papéis.

Após a formatura trabalhou por pouco tempo numa instituição finan-ceira, mas se tornou logo sócio, durante um ano, numa firma que forne-cia livros correntes brasileiros às universidades americanas. Durante esse período formulou o projeto de uma livraria de livros raros em São Paulo, e foi convidado em encontro casual na Inglaterra para representante da Sotheby’s em São Paulo.

Em qualquer atividade humana, a fortuna maquiaveliana é indispen-sável para o êxito e na pesquisa histórica ela é extremamente importante. E dela o novo sócio tem sido bem aquinhoado.

Dois exemplos, entre muitos, são ilustrativos. Percorria a Lima Li-

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brary, doada pelo ilustre historiador e nosso consócio à Universidade Ca-tólica de Washington, para examinar um quadro de Frans Post quando ve-rificou em cima de uma estante um quadro que o curador Thomas Cohen declarava ser de Chamberlain, mas o olho clínico do visitante verificou logo ser de Taunay, e que seria capa de um dos seus livros.

De outra feita, ao avaliar uma coleção de livros antigos num aparta-mento da Rui Barbosa, reparou em cima de uma estante num determinado quadro. Ao examiná-lo concluiu ser quadro procurado há muitos anos, uma pintura de Pailière, o mais importante quadro descritivo da Cidade de São Paulo no século XIX.

Mas a fortuna se conjuga a virtude do especialista que sabe examinar e com o cabedal de seus conhecimentos chegar a conclusões exatas.

Examinando os livros de gravuras o volume “Iconografia Brasilei-ra” (Coleção Itaú), inclui uma das mais importantes coleções já formadas do País. O volume apresenta tanto obras individuais excepcionais quanto um conjunto quase exaustivo da iconografia impressa publicada no sécu-lo XIX. Reúne uma das mais expressivas coleções de gravuras publicadas sobre o Brasil durante o período que se estende desde 1847 a 1869. A essas gravuras se adiciona conjunto de óleos e aquarelas de grande im-portância, tanto da imagem do nosso passado como de obras de arte de qualidade relevante.

A coleção abrange imagens do Brasil inscritas num amplo espectro, a começar no século XVII com Frans Post, o nosso primeiro paisagista até 1860, quando a disseminação da fotografia determina o fim dos álbuns de gravuras de temas brasileiros editados no Brasil e no exterior.

A iconografia brasileira do século XVII tem a expressão de novo, se comparada à pobreza das imagens nos Estados Unidos, que só alguns anos depois alcançara o privilégio de que o Brasil já teve em 1637, ter a sua paisagem pintada por artista profissional formado na Europa.

Prefaciando um dos primeiros livros A Iconografia Paulista do Sécu-lo XIX, escreveu José Mindlin:

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“Espero que este ensaio de pesquisa de Pedro Corrêa do Lago, tão bem sucedido, não se limite ao presente volume. A iconografia brasileira ainda tem muitos mistérios, especialmente a do Brasil Colônia. Acho que todos devemos ser gratos ao autor pelo prazer que nos proporcionou. Mas acho também que todos esperamos vê-lo continuar seus esforços, valendo-se da nova faceta de seu talento que este livro revelou”.

O prognóstico se confirmou procedente e várias outras obras surgi-ram de sua pena.

Outro volume, Cinco Séculos de Papel e Tinta, Autógrafos e Ma-nuscritos da Coleção Pedro Corrêa do Lago, é parte da monumental cole-ção de dezenas de milhares de manuscritos reunidos durante muito anos. Personalidades do mundo inteiro estão registradas em documentos iné-ditos. Cartas, manuscritos, desenhos, dedicatórias, fotografias assinadas, os documentos reproduzidos no livro quase todos inéditos, em termos de episódios desconhecidos da maior parte das personalidades mais expres-sivas dos últimos cinco séculos, todas elas hauridas de coleções privadas formadas há quase trinta anos. O espectro é grande desde o século XI aos dias de hoje, com personalidades, como Rubens, Rafael, Napoleão, Freud, Joyce Proust e Einstein.

O professor Carlo Ginzburg, da Universidade de Piza e da Califór-nia, um dos maiores especialistas contemporâneos, no prefácio fala do entusiasmo e da revelação que foi um dia visitar a coleção de Pedro Cor-rêa do Lago. Posso confirmar que idêntico fato aconteceu comigo, certo dia em sua residência em São Paulo, ao mencionar qualquer nome a esmo tirava ele do gavetão um autógrafo da pessoa.

Nesse tema de autógrafos, Pedro Corrêa do Lago discute sobre a sua permanência do autógrafo e se a informática desferirá um golpe mortal no autógrafo:

“Talvez possa vir a dar-se o caso, mas o telefone, tal qual a máqui-na de escrever, tinham já ― desde há cem anos contribuído para diminuir sensivelmente o número de mensagens escritas a mão.

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Os faxes recebidos não são considerados como peças autógrafas. E menos ainda os e-mails, mesmo que provenham autenticamente de seu autor. É certo que os comportamentos no domínio da escrita mudaram muito e deverão ainda evoluir. O autógrafo será por isso cada vez mais apreciado e é de prever que as peças interessantes se tornarão mais difíceis de encontrar, o que tenderá a valorizá-las”.

Já no campo da Pintura, a publicação da Obra Completa de Frans Post (1612-1680), escrito com sua mulher Bia Corrêa do Lago e editado em 2006, reúne trabalhos até agora desconhecidos, e constitui importante contribuição para a história do Brasil holandês.

Na introdução o nosso novo sócio expõe a importância da passagem do pintor pelo Brasil comissionado pelo Príncipe Maurício de Nassau, com tantos outros artistas como Piso, Marcgraf, Barleus e Eckout. Evaldo Cabral de Melo acentuou que a vinda desses artistas foi iniciativa pessoal do Príncipe, desvinculada de sua ação administrativa. Enquanto Eckout se retratava às pessoas, Frans Post restringiu-se ao estudo da paisagem e forneceu matéria extremamente importante para o conhecimento da His-tória Social da época.

Os engenhos, os fortes, as igrejas retratadas pela sua mão podem ser mais expressivas para o conhecimento histórico do que muitos trechos de livros.

Vários estudiosos anteriormente se debruçaram sobre o estudo da obra de Post, com Oliveira Lima anteriormente, Eduardo Prado, Pedro Souto Maior e mais recentemente com o Embaixador Joaquim de Souza Leão Filho, mas o livro de Pedro e Bia Corrêa do Lago colocou em total dimensão a importância desse pintor e a relevância de sua obra.

Na expressão de Ribeiro Couto, Maurício de Nassau desejava que os pintores “copiassem” as coisas novas que pintassem “documentos” do reino exótico e Post correspondeu a esse propósito, pois a ele se deve o primeiro retrato plástico de um fragmento da terra brasileira, foi ele quem primeiro fixou na tela a nossa luz, os nossos rios, os nossos horizontes, a cor do nosso ambiente físico na região nordestina.

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Em matéria de fotografia, um grande livro com uma visão admirável da cidade de São Paulo na década de 60, no século XIX, é volume de Au-gusto Militão de Azevedo. Carioca que iniciou a vida como artista teatral, indo a São Paulo com uma companhia ali se radicou, se dedicando anos depois à fotografia.

Naquele momento a cidade de São Paulo era atrasada, com uma po-pulação de cerca de vinte mil habitantes, dos quais quinhentos eram es-tudantes da academia de direito que exerciam papel relevante na vida da cidade.

O Rio de Janeiro não teve um registro fotográfico tão expressivo quanto São Paulo – graças ao trabalho de Augusto Militão. Afonso Tau-nay já acentuara a importância dos trabalhos que vinham sendo divulga-dos, mas trabalhos avulsos e incompletos, dos quais o volume que Pedro Corrêa do Lago apresenta oferece uma visão mais abrangente.

A fotografia documental é instrumento importante para compreender os espaços urbanos de São Paulo e tentar entender a paisagem humana nesse processo de formação. Não fosse o trabalho de Militão iniciado em 1862, a Cidade de São Paulo de então seria totalmente abstrata para os dias de hoje.

O interesse pela obra de Taunay, surgiu por acaso, quando Pedro Corrêa do Lago visitava a biblioteca Oliveira Lima e encontrou um qua-dro do pintor.

Alguns anos mais tarde o quadro foi exibido pela primeira vez no Brasil, o autor curador da exposição “Olhar Distante”, em São Paulo, na comemoração dos quinhentos anos do Brasil. Nessa ocasião haviam sur-gido duas admiráveis paisagens atribuídas a Chamberlain pelo estudioso Joaquim de Souza Leão, que Pedro Corrêa do Lago também atribuiu a Taunay.

Deve-se o primeiro estudo sobre Taunay ao historiador brasileiro Afonso Taunay, seu bisneto e nosso ilustre consócio que resolveu se de-bruçar sobre a vida do bisavô, quase que completamente esquecido e o

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nome de Taunay significando apenas os descendentes que se tornaram ilustres em vários setores da atividade cultural.

Taunay fez levantamento meritório, dadas as condições então pouco favoráveis à pesquisa de História, e conseguiu identificar muitos quadros da produção de Taunay que se encontravam na Europa e com o ramo francês da família.

O livro discute o caráter oficial da missão; se teve realmente esse caráter ou se foi iniciativa de particular, o que me parece, entretanto, ir-relevante para o estudo da obra de Taunay. O livro analisa as dificuldades do pintor ao chegar ao Brasil e adaptar-se à nova realidade. Na verdade, ele nunca fez um esforço de adaptação, apenas resolveu não tomar conhe-cimento dela.

Taunay pintou o Brasil como se não estivesse aqui. Nada alterou de sua paleta.

Mesmo diante da nova realidade do Rio de Janeiro, as formas do Brasil foram modificadas em função dos princípios estéticos que Taunay nunca deixou de cultivar.

O que Taunay sabia pintar era mais determinante do que a realidade. Na verdade, na técnica, nas formas e nos esquemas, nada mudou no Bra-sil para Taunay, pois se recusava a pintar o que via. Ele só pintava o que queria pintar.

Durante sua estada no Rio, a atitude de Taunay diante da paisagem foi sempre a de idealizá-la.

“Taunay não leu o Brasil em português. Leu o Brasil em francês e até mesmo italiano. Não adaptou sua pintura ao Brasil, mas o Brasil à sua pintura.”

Passou cinco anos com vida pacata e conseguiu colocar a família na residência da floresta da Tijuca, um local admirável de residência, onde tinha uma plantação de café.

No final, resume Pedro Corrêa do Lago:

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“Não se trata de concluir se a obra de Taunay nos trópicos é um fracasso ou um sucesso. É sem dúvida uma grande vantagem para o Brasil ter tido sua paisagem submetida à escolha e à versão de um grande artista neoclássico e a simples existência de vinte paisa-gens do Rio de Janeiro é um claro privilégio brasileiro”.

A publicação da obra Voyage Pitoresque et Historique du Brésil, com as pranchas de Jean Batiste Debret pela Casa Firmin Didot de Paris entre 1834 a 1939, inicia uma série de estudos sobre o pintor francês que culmina com o Catálogo Raisonné Debret e o Brasil - Obra Completa (1816-1831), de Pedro Corrêa do Lago e Júlio Bandeira.

No prefácio, o historiador e acadêmico José Murilo de Carvalho sa-lienta que “para os historiadores em particular, a publicação desse catá-logo é um grande presente. Debret inaugurou entre nós a história da vida privada em imagens. Graças a ele, sobretudo, sem desfazer de Rugendas, Ender e outros, somos informados sobre como se vestia, trabalhava, se divertia, era enterrada gente rica e gente simples, livres e escravos”.

A obra está dividida em quatro conjuntos: óleos, aquarelas acabadas, esboços e desenhos e gravuras.

Os autores dizem na introdução que “este é um livro de Arte e não se pretende um livro de História. Não foram tentadas interpretações exten-sas da inserção de Debret em seu tempo nem uma análise de sua época a partir de uma leitura literal de seus escritos”. Mas esta análise não seria necessária, pois a expressividade da pintura de Debret pela exatidão da realidade revela por si só a vida social da época.

Como comprovação da seriedade do trabalho, foi constituído, como no catálogo de Post, um comitê de especialistas brasileiros e estrangeiros para dirimir dúvidas e estabelecer um corpus coerente da obra de Debret, dentre eles o nosso ilustre e querido consócio embaixador João Hermes Pereira de Araújo.

Debret foi eleito Sócio Correspondente do Instituto Histórico em 1830 e já no ano seguinte surgiram na Revista do Instituto críticas a seu

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trabalho.

Na síntese de Afonso Arinos de Melo Franco:

“Em termos franceses a posição de Debret como artista foi modes-ta. E para o Brasil ele continua a ser o mais precioso documentaris-ta da formação de nossa sociedade de país independente.”

Este ano um novo volume de Pedro Corrêa do Lago foi publicado, a “Coleção Princesa Isabel – Fotografias do Século XIX” (A descoberta de um tesouro cultural inédito composto de mais de mil imagens brasi-leiras).

Visitando há alguns anos uma neta da Princesa Isabel para lhe ofere-cer o livro de gravuras do século XIX, o casal Corrêa do Lago encontrou num grande baú de ferro centenas de fotografias, logo identificada pela coleção pessoal, formada pela Princesa Isabel e o Conde D’Eu, levada para o Castelo de D’Eu, até a sua morte em 1920.

A coleção se equipara à Coleção Tereza Cristina Maria, doada por Dom Pedro II à Biblioteca Nacional, e tem ainda a peculiaridade de des-tacar grandes mestres da fotografia do século XIX, entre os quais Marc Ferrez.

No prefácio com o título sugestivo “O Tesouro no Baú”, o historia-dor e acadêmico José Murilo de Carvalho conclui:

“A descoberta e revelação da Coleção Princesa Isabel opera uma revolução no campo da fotografia brasileira Oitocentista. A Prin-cesa e o Conde prepararam um festim iconográfico para os histo-riadores do Brasil e da fotografia.”

De fato, a História do Brasil Imperial ganhou relevo nesta obra, da qual se destacam momentos expressivos da época: os episódios da Abo-lição e a fotografia extraordinária da Sessão do Senado que aprovou a Lei Áurea; o interesse do Conde D’Eu pelo Exército com fotografias ex-pressivas de manobras militares e episódios da Guerra do Paraguai e o interesse do casal pela imigração em Santa Catarina e no Rio Grande do

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Sul, revelada em muitos instantâneos.

O especialista Joaquim Marçal Ferreira de Andrade ressalta a impor-tância da coleção do ponto de vista técnico:

“Ela vem iluminar algumas das áreas – dos estudos históricos de nossa fotografia –, ainda obscuras, esclarecer dúvidas e, acima de tudo, provocar e renovar os debates sobre alguns dos temas mais palpitantes, quando lidamos com as imagens do nosso passado.”

Como enquadrar essa importante obra editorial na historiografia?

No livro “De La Connaissance Historique”, o historiador francês Henri Irenée Marrou, no capítulo “A história se faz com documentos”, esclarece:

“Nós não podemos atingir o passado diretamente, mas somente através dos traços, inteligíveis para nós, que foram deixados deles na medida em que esses traços subsistiram e nós o reencontramos e somos capazes de interpretá-los. Reencontramos a primeira e a mais forte das servidões que pesa sobre a elaboração da Histó-ria.”

Acrescenta o historiador francês:

“Encontramos aí um dos limites mais estreitos e rígidos em que se encontra limitado o conhecimento histórico: sua possibilidade, sua precisão, seu interesse e valor se encontram determinados pelo fato brutal, todo exterior da existência ou da ausência duma docu-mentação conservada com relação a cada uma das questões que a pesquisa se propõe a abordar.”

E cita o texto a frase lapidar de Stephan Zweig:

“Como poderemos surpreender o misterioso instante de transição em que um verso, uma frase, uma melodia passam do invisível para o material, senão nos escritos originais dos grandes mestres, fruto de um enorme esforço ou redigido às pressas”.

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Não seria necessário tratar da relação da Arte, especialmente da Pin-tura com a História, tema bastante estudado. Mencionaria apenas a obra monumental de Francis Haskell, professor de História da Arte da Univer-sidade de Oxford “History and Its Images”, examinando a influência da Arte na História desde a Antiguidade. Conclui citando o livro do histo-riador holandês Johan Huizinga, que em “O Declínio da Idade Média” demonstra que as pinturas de Jan Eick devem ser consideradas como o último reflexo de uma civilização em decadência, e não como o anúncio do nascimento de uma nova sociedade.

Enquanto as artes plásticas de há muito eram utilizadas como instru-mentos de conhecimento histórico, só recentemente a fotografia ganhou este status.

Cite-se um fato curioso como a utilização da fotografia tardou em nosso país. No início do século XX, ao organizar Euclides da Cunha a equipe para a missão de reconhecimento do Alto Purus, incluiu nela um fotógrafo. O Secretário-Geral do Itamaraty, o velho funcionário Visconde de Cabo Frio, que ocupava a função há muito tempo, opinou dizendo que as expedições dos viajantes coloniais não levavam fotógrafo.

É evidente que a fotografia é um instrumento útil de conhecimento da História. Se o passado é na expressão de Paul Valery “uma coisa toda mental”, quanto teria ganho o passado se a fotografia existisse antes do século XIX.

Entretanto, como documento a ser analisado pelo pesquisador, a fo-tografia é um dado natural que tem de ser trabalhado pelo pesquisador. Na expressão de E. P. Thompson ,

“a iconografia, certamente, é uma fonte histórica das mais expres-sivas que traz embutida as escolhas do produtor e todo o contex-to no qual foi concebida, idealizada, forjada ou inventada. Nesse aspecto, ela é uma fonte como qualquer outra, e assim como as demais tem que ser explorada com muito cuidado. Não são raros os casos em que elas passam a ser tomadas como verdade, porque estariam retratando fielmente uma época, um evento, uma deter-

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minada paisagem. Não se deve deixar prender por essas armadi-lhas metodológicas. É preciso saber filtrar todas essas imagens, todos esses registros inconográficos.”

Às armadilhas metodológicas, podem ser citadas as armadilhas téc-nicas: recorde-se uma fotografia famosa da campanha eleitoral de 1947, em que se tem a nítida impressão de que no palanque de comício em São Paulo, Luis Carlos Prestes está segurando o microfone para Getúlio Var-gas discursar.

Mas com todas estas ressalvas a fotografia se tornou indispensável para o conhecimento histórico. Que grande utilidade para conhecer a vida em São Paulo nos meados do século XX nas fotografias de Augusto Mili-tão de Azevedo e com a vida imperial no álbum da Princesa Isabel.

Na análise de Susan Sontag:

“Fotos fornecem um testemunho. Algo de que ouvimos falar mas de que duvidamos parece comprovado, quando nos mostram uma fotografia. Enquanto uma pintura ou uma descrição jamais podem ser outra coisa que não uma interpretação estritamente seletiva, pode-se tratar uma fotografia como uma transparência estritamen-te seletiva”.

E mais adiante:

“A época atual é de nostalgia, e os fotógrafos fomentam ativamente a nostalgia. A fotografia é uma arte elegíaca, uma arte crepuscular”.

Ao cabo deste percurso cabe a reflexão de José Mindlin:

“Como Pedro Corrêa do Lago conseguiu reunir um acervo desse porte, é um mistério, pois não somente exige persistência, conhe-cimento e muitas vezes patológica insistência, embora tenha sido beneficiado por certa proteção sobrenatural que colocou em seu caminho documentos normalmente inencontráveis.”

Um breve intervalo ocorreu nesta atividade intelectual. Surpreendi-do pela escolha do Presidente Luis Inácio Lula da Silva, Pedro Corrêa do

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Discurso de recepção ao sócio Pedro Aranha Corrêia do Lago

Lago, dedicado aos livros, aceitou a tarefa de presidir a Biblioteca Na-cional como um desafio. Trabalhando na iniciativa particular, encontrou um ambiente bem diverso: a rotina e a rigidez burocrática, as verbas in-suficientes e incertas, um pessoal competente e dedicado, mas com baixa remuneração. Nos três anos de sua gestão, tentou realizar um programa de abertura para o público potencial, incluindo, entre outras iniciativas, a publicação da Revista de História da Biblioteca Nacional, assessorada por um Comitê Editorial de grandes especialistas, revista e comitê man-tidos pela administração seguinte. Com a extinção da Secretaria do Livro e da Leitura, suas funções passaram para a Biblioteca e no período foram instaladas cerca de 600 bibliotecas em municípios onde elas inexistiam.

Senhoras e Senhores,

Este sucinto e impreciso resumo da obra de Pedro Corrêa do Lago, embora não permita avaliar a sua total dimensão, já dá a medida da im-portância de seus trabalhos para a História da Arte de nosso País e para a pesquisa histórica, justificando cabalmente sua eleição para esta Casa.

Senhor Pedro Corrêa do Lago,

Ao ingressar no IHGB ainda na juventude, sabemos dos inúmeros projetos em elaboração e a convicção de que iremos receber a profícua colaboração da sua inteligência, da sua cultura e da sua extraordinária capacidade de pesquisador.

O discurso que vamos ouvir “Debret e Taunay artistas rivais da Mis-são Francesa” é a primeira dessas grandes contribuições.

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Discurso de posse: Debret e Taunay artistas rivais da Missão Francesa

DISCURSO DE POSSE1

PEDRO ARANHA CORRÊA DO LAGO

DEBRET E TAUNAy ARTISTAS RIVAIS DA MISSÃO FRANCESA

Pedro Aranha Corrêa do Lago

Senhor Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Dr. Arno Wehling, Dr. Alberto Venancio Filho, ilustre jurista e historiador, membro da Academia Brasileira de Letras, que me recebe hoje nesta casa com um generosíssimo discurso, mais um gesto que devo à sua longa e indefectível amizade; minha mãe, Dedei Aranha Corrêa do Lago, meu so-gro, José Rubem Fonseca, Senhores Sócios, Senhoras e Senhores, é com grande honra e prazer que tomo hoje posse da cadeira de Sócio Honorá-rio deste Instituto, cuja atividade intensa admiro desde a adolescência. O IHGB contribui fundamentalmente há 170 anos para o aprofundamento dos estudos da História do Brasil, paixão que compartilho com os demais sócios e também agora com um número cada vez maior de brasileiros.

Dos muitos temas ligados à História da Arte no Brasil que tive o privilégio de estudar, dediquei-me recentemente à vida e à obra de dois dos pintores de maior destaque do começo do século XIX em nosso País: Jean-Baptiste Debret e Nicolas-Antoine Taunay, cuja rivalidade é o as-sunto desta fala.

Os dois franceses chegaram ao Brasil no mesmo momento, o que le-vou a historiografia tradicional a considerá-los sempre juntos sob a legen-da de “Missão Francesa”, nome dado no início do século XX a um grupo de artistas em dificuldades políticas na França com a queda de Napoleão. Estes artistas, cujo destino se tornara incerto na nova fase da França que se abriu em 1815, foram reunidos num grupo organizado por Joachim

1 – Realizada em 12 de novembro de 2008.

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Pedro Aranha Corrêa do Lago

Lebreton, e partiram para o Brasil com o objetivo de iniciar o ensino artístico e fundar uma academia de Belas-Artes no País. Como veremos, as trajetórias de Debret e Taunay sempre estiveram em oposição e os dois pintores foram – desde o embarque na França – rivais ferozes, pois competiam pela mesma posição, a de Professor de Pintura de História na futura Escola de Belas-Artes que esperavam criar. A chamada pintura de história era então a categoria mais prestigiosa na hierarquia do ensino de Belas-Artes e terminaria por equivaler no Brasil à posição de pintor ofi-cial da Corte, pois pouco interessava a D. João VI aquela que talvez fosse a segunda categoria mais valorizada, a chamada pintura de paisagem.

Faltaram elementos e alguns documentos-chave descobertos recen-temente para que os historiadores do passado que se debruçaram sobre a chamada Missão Francesa pudessem estudar mais profundamente a luta surda que se travou entre Debret e Taunay. O terceiro personagem dessa história, Joachim Lebreton, organizador da Missão, não desempenhou o papel de árbitro que talvez lhe coubesse, pois também enfrentou a riva-lidade de Taunay. Assim, deixou de ser isento e tendeu para o lado de Debret.

É importante voltar às origens desta famosa Missão Francesa para explicar melhor como o projeto brasileiro destes dois grandes artistas en-tra logo em conflito e por que motivos. Esta rivalidade só pode ser com-preendida no contexto da estranha dinâmica do grupo que chegou ao Rio de Janeiro em março de 1816, liderado por Lebreton, antigo secretário da Seção de Belas-Artes do Instituto de França, também ele caído em des-graça no novo regime instaurado em seu país.

Esse grupo de vinte e poucas pessoas tem sido chamado comumen-te de Missão Artística Francesa, expressão que só foi definitivamente cunhada por Affonso Taunay, bisneto do pintor, em 1916, exatos cem anos após a chegada da então chamada “expedição”. O conjunto de artis-tas estrangeiros também tem sido às vezes tratado como “Missão Lebre-ton”, “Colônia Lebreton”, ou mesmo “Caravana Lebreton” e de tal forma foi atabalhoada sua partida, ainda que sua organização pouco tivesse de

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Discurso de posse: Debret e Taunay artistas rivais da Missão Francesa

improvisada. Vamos continuar a nos referir a ela como Missão Francesa, o nome mais habitualmente usado, apesar de todos concordarem que só tenha sido assim batizada muito mais tarde. Ao partir, o grupo não tinha qualquer nome oficial, e a colônia de artistas que se estabeleceu no Brasil se autodenominava ainda “expedição”, na expressão do próprio Debret. Consagrou-se entre nós, no entanto, o termo “Missão Francesa”, que, se não prevaleceu em sua época, certamente pode ser usado hoje com pro-priedade, pois se tratou sem dúvida de uma “missão”, na medida em que foi assim concebida e constituída por Joachim Lebreton.

Lebreton desempenha o papel crucial de tertius na rivalidade entre Debret e Taunay, e é um personagem fundamental dessa história, que co-meça de fato com ele e com um dos maiores cientistas do século XIX, Alexandre Von Humboldt, grande explorador da América Central e do Sul. Humboldt fora impedido de entrar no Brasil pelas autoridades por-tuguesas no final do século XVIII, pois estas ainda temiam a incursão de qualquer estrangeiro que pudesse revelar as riquezas do Brasil, tanto mais um cientista que parecia aos olhos dos portugueses possuir quali-ficações de espião de alta periculosidade. Quase vinte anos mais tarde, em 1815, quando começa nossa história, Humboldt continuava mantendo laços com o Novo Mundo, especialmente com o México, onde participara da criação da Academia de Nobles Artes, uma iniciativa que lhe parecia particularmente importante e bem-vinda para as Américas.

Joachim Lebreton, acusado mais tarde de ser um padre que largara a batina – quando na verdade fora apenas um seminarista –, casara-se com a filha de um homem influente e, após as vicissitudes da Revolução Fran-cesa, chegara à posição de grande destaque àquela época, de secretário da Seção de Belas-Artes do Instituto de França, na qual se manteve por mais de dez anos. Era um homem hábil, que soube ampliar seus apoios durante a época napoleônica, mas que estava de tal forma comprometido com o Império que em 1815, ante a dupla queda de seu protetor, sen-tiu claramente não ter mais condições políticas para conservar o posto. Deve ter confidenciado esta profunda preocupação com seu futuro ime-diato a Humboldt, seu colega no Instituto de França. Estou convencido de

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Pedro Aranha Corrêa do Lago

que partiu de Humboldt a sugestão de que Lebreton se empenhasse num projeto de criação no Brasil de uma escola de Belas-Artes nos mesmos moldes da Academia de Nobles Artes mexicana, pois o francês não tinha nenhum conhecimento do Novo Continente, e dificilmente lhe ocorreria sozinho tal idéia como opção de solução para seu destino.

Humboldt conhecia também o Marquês de Marialva, Embaixador português em Paris, e sabia que Lebreton mantivera boas relações com o conde da Barca, agora ministro de D. João VI, quando este havia sido o enviado português em Paris. Do encontro de Lebreton com Humboldt deve ter surgido a idéia de propor a Marialva, com o endosso do cientista alemão, a formação de um grupo de artistas e artífices que pudesse criar o ensino de Belas-Artes no Brasil e atender também às muitas necessidades decorativas da nova Corte do Reino Unido de Portugal e do Brasil.

Uma série de circunstâncias improváveis, mas particularmente feli-zes, permitiu que a hoje chamada Missão Francesa, que começou apenas como uma “utopia Lebreton”, se materializasse no episódio pleno que hoje conhecemos. Foram fundamentais o prestígio de Humboldt junto a Marialva, o empenho pessoal e o entusiasmo de Lebreton – o principal interessado –, mas também o apoio imediato do embaixador português, homem culto que entendeu os grandes benefícios da iniciativa para a Cor-te no Brasil, uma vez que tal colônia de profissionais de alto nível poderia ser contratada a baixo custo, devido à crise política que os desvalorizara. Havia também a coincidência favorável da amizade de Lebreton com o Conde da Barca, formada em Paris anos mais cedo, e que tornava o líder da expedição uma figura confiável aos olhos do principal ministro francó-filo de D. João VI no Rio de Janeiro.

É preciso notar que sempre foi muito claro para Marialva e para o diplomata português que o sucedeu, o Cavaleiro de Brito, que – devido às dificuldades pessoais que seus membros anteviam enfrentar na França – a tal colônia de artistas formada por Lebreton representava sem dúvida a melhor relação qualidade/preço existente na Europa naquele momento, uma verdadeira pechincha se a idéia era trazer para a nova Corte um gru-

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Discurso de posse: Debret e Taunay artistas rivais da Missão Francesa

po de bons profissionais dessa área.

Se a escolha da Corte portuguesa fosse contratar um grupo equiva-lente na Inglaterra ou na Itália, as dificuldades e o custo seriam muito maiores, uma vez que para convencer artistas estabelecidos a deixar suas situações estáveis seria necessário oferecer fortunas. É portanto claro que houve um profundo interesse das duas partes, e grande competência de Lebreton, que convenceu talentosos profissionais franceses a tentar uma grande aventura para integrar a expedição ao Brasil, ainda que compar-tilhassem em menor medida o seu infortúnio político. Houve empenho também, é verdade, por parte dos portugueses Marialva, Brito e, mais tarde, o Conde da Barca. Este acompanhou todas as negociações de seus enviados à França, informando constantemente os pormenores a D. João VI, e sempre ressaltando que não se prometesse nada aos franceses. Os portugueses tinham uma clara noção da situação de força em que esta-vam nesta contratação, pois não restava ao grupo de franceses nenhuma opção viável naquele momento. Falou-se do interesse do Czar da Rússia em contratar Debret e Grandjean de Montigny (o ilustre arquiteto que também fez parte da Missão), mas este projeto nunca teve chance real de concretizar-se.

Uma vez abordado por nós o contexto da iniciativa de Lebreton, po-demos agora comparar as circunstâncias pessoais muito diferentes que levaram Debret e Taunay, os principais pintores da Missão, a decidir in-tegrá-la.

Debret provavelmente teria podido sobreviver como pintor sob o novo regime que sucedeu Napoleão, a chamada Restauração da dinastia Bourbon, cujo último rei havia sido Luís XVI, guilhotinado 22 anos an-tes. Apesar de sua reputação como pintor ser menor, porquanto não fosse membro do Instituto – como o era Taunay, mais velho e mais bem esta-belecido –, Debret havia conquistado algum espaço graças a suas cenas de batalhas e, sobretudo, ao apoio de um parente de sua mulher, David, o mais influente artista da época de Napoleão. Quando lhe foi proposto o trabalho no Brasil, Debret estava próximo dos cinqüenta anos, idade

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Pedro Aranha Corrêa do Lago

avançada naquela época para uma guinada tão completa. Ocorreram, no entanto, duas delicadas circunstâncias pessoais que o impeliram defini-tivamente a aceitar a aventura: sua mulher o deixara e, um ano antes, perdera seu único filho, preparado para também ser artista, provação que o deixou sem gosto pela vida. Fora até então um homem dinâmico e sau-dável, e ao que parece bastante cordato, mas o aspecto mais importante para a história que estamos contando foi, sem dúvida, sua boa relação com Lebreton, cuja origem exata não é conhecida. A amizade pode ter surgido apenas a partir de simpatia mútua no momento em que se vi-ram envolvidos no mesmo objetivo de mudança para o Brasil, o que não ocorreu, como veremos mais tarde, entre Lebreton e Taunay, que tiveram sempre uma relação difícil com relação ao projeto brasileiro. O fato é que a confiança de Lebreton em Debret e a facilidade de suas relações desem-penharam um papel decisivo no rumo que a Missão Francesa tomaria no Brasil, pois Lebreton preferiu Debret para a posição de Pintor de História, fator determinante para a carreira do artista no Brasil. Talvez os unisse o fato de ambos viajarem sem suas famílias, ao contrário de Taunay, que trouxe uma numerosa parentela para o Brasil, e parece ter preferido con-centrar sua vida social no âmbito familiar. É muito difícil, quase duzentos anos mais tarde, especular sobre as personalidades respectivas de Debret, Lebreton e Taunay, sobretudo quando restam muito poucos testemunhos de época a esse respeito. É indubitável, porém, que as idiossincrasias, simpatias, diferenças, invejas e manias dos três desempenharam papel relevante no surgimento e no formato inicial do ensino de Belas-Artes no Brasil.

Nicolas Taunay, quando embarcou para o Brasil com a mulher, cria-da e cinco filhos, era um artista quase famoso, doze anos mais velho que Debret, e com uma posição bem mais firme na arte francesa de então, pois era membro do Instituto na Seção de Belas-Artes, consagração máxima para um artista oficial na França daquele tempo. Tornara-se conhecido com paisagens e cenas bucólicas, históricas ou campestres, inspiradas por uma visão da Arcádia oriunda de sua estada na Itália na juventude. Seus quadros revelavam uma qualidade extraordinária de miniaturista, e

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Discurso de posse: Debret e Taunay artistas rivais da Missão Francesa

o artista fora apelidado por seus colegas, de forma um pouco irônica, de “Poussin dos pequenos formatos”. Parece ter sido um homem dedicado ao trabalho e à família, e seu comprometimento com Napoleão e seu regime não fora maior do que o de quase todos os artistas de mesmo destaque em sua geração. Não tinha, assim, tanto a temer quanto Lebreton, servidor assíduo do Império, ou Debret, associado claramente a David – fadados a sofrer muito mais com a volta dos Bourbon. Tanto Taunay acreditava po-der sobreviver no novo regime que, durante o breve período da primeira restauração de Luís XVIII – antes do retorno de Napoleão nos famosos cem dias em que recuperou o poder –, chegou a proferir um discurso em que se congratulava com o regresso ao trono de um descendente de Henrique IV. Este pronunciamento tinha o objetivo claro de demonstrar sua fidelidade à velha dinastia que os novos ventos políticos acabaram de trazer de volta, e garantir a sua permanência no Instituto, posição máxima que lograra alcançar e de que muito se orgulhava.

Se para Debret a decisão de acompanhar a missão montada por Le-breton foi relativamente fácil, uma vez que pouco ainda o ligava à sua vida passada – e permanecer na França lhe parecia insistir no desgosto –, para Taunay a idéia de juntar-se a um grupo organizado por Lebreton para um destino longínquo sempre pareceu a última e a pior das opções diante das novas incertezas políticas. Taunay fora um dos primeiros ar-tistas convidados, pois Lebreton precisava de um membro do Instituto para abrilhantar o grupo que tentava formar e para impressionar favora-velmente os portugueses. Contudo, o organizador deve ter se arrependido logo, pois Taunay passou a competir por uma posição de primeiro plano no grupo. Não restou nenhum documento que ilustre o primeiro contato entre eles, assim como não sabemos como se deu a proposta a Debret, membro menos prestigioso da comunidade artística francesa aos olhos dos portugueses, mas provavelmente desde o início mais cordato, dinâ-mico, útil e confiável para Lebreton.

Taunay recebera, a princípio, a proposta de Lebreton como uma op-ção extrema, mas nunca a teria aceitado não fosse um estopim familiar da maior gravidade, que o obrigou a dar passo tão ousado. Ao contrário de

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Lebreton, Taunay esperava que seu discurso a favor de Luís XVIII – que por sorte não lhe causou problemas durante a breve volta de Napoleão – fosse agora lembrado por ocasião do retorno definitivo dos Bourbon e que a prova de sua fidelidade garantisse a continuação de seus privilégios de membro do Instituto. Encaminhava-se, quase certamente, para a opção de tentar sua chance no novo regime (ainda que esperasse ser inicialmente algo ostracizado) quando se deu a famosa e momentosa assembléia da Se-ção de Belas-Artes do Instituto, em 28 de outubro de 1815. Essa reunião era a primeira do novo reinado, e a ela compareceu excepcionalmente o Duque de Wellington. Lebreton proferiu um discurso provocador que equivalia a um suicídio político e à perda imediata de sua posição, o que já não lhe importava, pois acabara de garantir junto aos portugueses a opção Brasil. Taunay ficou quieto durante toda a sessão e teria muito pro-vavelmente escapado incólume de qualquer expurgo não tivesse ocorrido um episódio extemporâneo, que resultou no verdadeiro motivo de sua partida para o Brasil. Seu filho mais velho, Charles Taunay – que ganhara a Legião de Honra por méritos militares aos 21 e tinha agora 24 anos –, insurgiu-se publicamente contra o fato de seu pai, aos 61 anos, e apesar de grande artista, ainda não ter sido agraciado com a mesma condecoração. Charles manifestou-se de forma tão ruidosa e escandalosa que se chegou a pensar que se tratasse de um atentado contra o Duque de Angoulême, sobrinho do rei e herdeiro do trono, também presente à sessão. O jo-vem Taunay foi, naturalmente, preso e libertado dias mais tarde somente graças à intervenção de alguns amigos de seu pai. Continuava, porém, pairando sobre ele a ameaça de nova prisão, o que foi decisivo para que Nicolas Taunay aceitasse imediatamente a viagem ao Brasil e embarcasse dois meses mais tarde, com toda a família, para o Rio de Janeiro. Nesse intervalo, vendeu apressadamente suas propriedades, e levantou a quantia considerável para a época de quarenta mil francos, suficiente, pensava ele – juntamente com a pensão que esperava receber de D. João VI –, para mudar-se com sua família para o Brasil e passar o tempo necessário até que o gesto de seu filho fosse esquecido. Em nenhum momento Taunay pensou em estabelecer-se permanentemente no Rio de Janeiro. O Brasil

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pareceu-lhe nesse momento um mal necessário e a única solução imediata diante da ameaça de prisão iminente do filho. Não fosse esse estopim, o artista de idade avançada certamente não teria deixado o quase certo pelo incerto. Devemos ao gesto impensado de Charles o legado dos 16 quadros de nossa paisagem pintados por seu pai, o maior e mais importante con-junto de vistas a óleo do Rio de Janeiro realizado por um artista viajante na primeira metade do século XIX.

Debret, por seu lado, não excluía a possibilidade de passar no Brasil o resto de seus dias, caso as condições lhe fossem favoráveis e pudesse re-encontrar no Rio de Janeiro algo da felicidade perdida na França. Perma-neceu de fato por mais de 15 anos e só deixou o País aos 63 anos, devido à abdicação de seu protetor, D. Pedro I. Caso o reinado deste tivesse sido mais longo, é provável que Debret tivesse continuado no Brasil. Talvez pudesse ter realizado à distância o seu grande projeto, que acabou con-cretizando de volta à França, o famoso livro e álbum de gravuras Viagem pitoresca, que divulgou amplamente sua obra e o consagrou entre nós.

Tão logo chegou ao Rio de Janeiro, o objetivo essencial para Taunay tornou-se garantir uma pensão do rei D. João VI, pois o velho pintor já se habituara a receber uma quantia mensal por ser membro do Instituto, e durante todo o Império dependeu do favor de Napoleão. Uma vez obtida essa pensão, a prioridade seria conquistar os postos de maior prestígio no incipiente mundo artístico do Rio de Janeiro. As opções possíveis que se apresentavam para Taunay no Brasil eram, por ordem de sua própria pre-ferência: 1) tornar-se Diretor da Academia de Belas-Artes a ser fundada no Rio de Janeiro, cargo que poderia esperar devido a sua idade, posição hierárquica e ao fato de ser membro do Instituto, obtendo também – ide-almente – a posição de Secretário da mesma Academia para um de seus filhos; 2) a segunda opção seria a nomeação de Professor de Pintura de História, sem dúvida a posição de maior destaque que um pintor poderia ter na futura Academia, superior à de um Professor de Pintura de Paisa-gem, e Taunay podia pretender esse cargo em função de sua experiência com temas históricos durante sua longa carreira no Império; 3) a terceira opção seria tornar-se Professor de Desenho dos jovens príncipes, o que

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lhe permitiria aproximar-se da Corte e da Família Real. A quarta possi-bilidade, que o próprio Taunay inventou, seria um cargo de Curador das Coleções Reais, posto que absolutamente nunca ocorrera a D. João VI criar, pois as coleções de arte eram administradas pela mordomia da Casa Imperial sem distinção com relação aos móveis, obras de arte ou outros utensílios. Finalmente, a quinta e a pior de todas as opções em termos de prestígio seria a de Professor de Pintura de Paisagem na futura Academia de Belas-Artes. Essa foi justamente a única que Taunay conseguiu, mas que lhe garantiu ao menos – antes mesmo de ser montada a Academia – a mesma quantia anual que a de Professor de Pintura de História.

Os franceses foram muito bem recebidos ao desembarcar, e inicia-ram-se logo as conversas entre Lebreton e o Conde da Barca para definir o formato da futura Academia de Belas-Artes, e obter rapidamente uma pensão real para os integrantes da Missão, de forma que pudessem sobre-viver no Brasil. Isso só ocorre em agosto de 1816, pouco menos de cinco meses após a chegada dos franceses. É nesse período, entre março e agos-to, que Taunay, Debret e Lebreton buscam aliados e tentam se posicionar junto à Corte – e esses meses representam o auge da rivalidade entre os três personagens, ou, melhor dizendo, da atitude de Taunay contrária a Lebreton e Debret.

Todas as iniciativas que cada um tomará nesse intervalo determina-rão os anos seguintes de sua estada no Brasil e a obra que deixarão entre nós. Debret logo consegue aproximar-se do Príncipe-Herdeiro, o futuro D. Pedro I, que contava então com apenas 18 anos. De fato, uma aqua-rela sua datada de agosto revela um adiantado retrato do príncipe de cor-po inteiro, que deve ter sido iniciado por volta de abril. Isso mostra que Debret não perdeu tempo em posicionar-se nessa corrida em busca dos favores da Família Real. Conseguiu também aproximar-se da duquesa vi-úva de Cadaval, prima do rei e a fidalga de maior prestígio na Corte após os membros da Família Real. Obtém logo, portanto, esses dois apoios essenciais, e consegue também pintar em maio dois pequenos quadros ilustrando a partida das tropas reais para Montevidéu, quando retrata a Família Real reunida pela primeira vez. Este último movimento não es-

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Discurso de posse: Debret e Taunay artistas rivais da Missão Francesa

capa à família Taunay que, diante da aparente vantagem do rival, resolve desencadear uma onda de boatos contra Lebreton que, esperavam, enfra-quecesse também Debret.

Taunay contava com o apoio do cônsul da França no Rio de Janeiro, Maler, que vira com grande desconfiança a chegada da expedição e en-xergava em Lebreton e nos demais membros da Missão Francesa (com exceção do velho Taunay) um grupo de perigosos bonapartistas, cuja influência deveria ser esvaziada ou mesmo eliminada. Aliado a Maler, Taunay imaginou poder minar a força e a reputação de Lebreton e, pela mesma ocasião, a de Debret, como revela uma fabulosa carta que relata e desvenda todo esse primeiro período.

Às vezes, ao estudar um determinado ponto da história, o pesquisa-dor tem a sorte de dispor de um documento de importância extraordinária. Neste caso, foi encontrada nos anos 1950, em Paris, pelo estudioso Yan de Almeida Prado, uma das raras cartas de Debret falando do Brasil que chegaram a nós, e que constitui um documento histórico de primeira gran-deza. A carta não foi tratada, até hoje, como o documento fundamental que é sob todos os aspectos. O texto de Debret é uma fonte riquíssima, do tipo com que sonha todo historiador. Foi lido e interpretado por diversos autores, mas alguns tenderam a achar exagerado o que entenderam como ironia ou mesmo sarcasmo do pintor. Outros minimizaram vários aspec-tos essenciais do texto, e outros ainda simplesmente confundiram os per-sonagens aos quais Debret se refere. Em novembro de 1816, isto é, nove meses após a chegada ao Brasil, Debret escreve essa longa carta privada para um amigo íntimo, Lafontaine, que vivia na França e não tinha qual-quer influência ou relação com os eventos no país. Debret quer lhe contar sua vida no primeiro ano de Rio de Janeiro, tanto mais que Lafontaine conhecia os personagens envolvidos, inclusive Taunay. Isso leva a crer que Debret tenha sido o mais sincero possível, ainda que naturalmente discorresse a partir da sua própria versão dos fatos. Mas nada indica que exagere em seu texto, e o cruzamento de suas afirmações com o que reve-lam outras fontes esparsas mostra que não há nenhuma inconsistência em seu relato. Muito mais do que qualquer outro escrito, seja de Taunay ou de

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outro personagem pertinente ao período, este é sem dúvida o documento fundamental que explica os pormenores dos primeiros tempos da Missão Francesa no Brasil, e deixa clara essa rivalidade intensa entre Debret e Taunay, que não foi ainda estudada plenamente, e cuja relevância para os rumos que tomou a “expedição” é fundamental.

A mensagem de Debret é linear e claríssima. Acompanhá-la é um prazer para o historiador, ou mesmo para o leitor curioso, pois até parece que o autor planta em cada linha mais uma peça que completa o quebra-cabeça. Todas as chaves que desvendam as diferentes etapas iniciais da Missão Francesa no Brasil figuram nessa carta, que confirma que Taunay chegou a sugerir que se dispensasse, até mesmo antes da partida, a pre-sença de Lebreton, voltando a reconciliar-se com ele durante a travessia, apenas para tentar desacreditá-lo novamente tão logo chegassem ao Rio de Janeiro. O objetivo de Taunay e de sua família era evidente. Lebreton era o candidato natural à presidência da Academia, e o Conde da Barca só deixaria de escolhê-lo se rumores arruinassem sua reputação. O alvo estava claramente identificado e era preciso, portanto, desqualificar Le-breton com duas acusações: a de que fosse um padre casado e a de que, 23 anos mais cedo, quando deputado, tivesse votado a favor da execução do rei. Tratava-se, de fato, de um outro Lebreton, e não o Joachim, que tomara parte nessa decisão. Ambas as acusações revelaram-se falsas, mas desempenharam amplamente, por algum tempo, seu papel de calúnia.

Affonso Taunay, o bisneto de Nicolas Taunay, autor da primeira crô-nica desse período, ignorava a existência dessa carta quando escreveu sobre seu antepassado, e é possível que seu amigo Yan de Almeida Prado tenha escondido sua descoberta para poupá-lo de qualquer decepção a respeito da atitude de seus parentes. De fato, a carta revela uma família Taunay bastante intrigante, que não hesita em espalhar rumores não veri-ficados contanto que sirvam ao propósito de prejudicar Lebreton e afastá-lo do caminho em direção à diretoria da futura Academia. Como Lebreton também preferia Debret na posição de pintor de história, Taunay talvez esperasse matar dois coelhos com uma só calúnia, já que o descrédito de Lebreton também traria ao velho artista, além do comando da Academia,

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Discurso de posse: Debret e Taunay artistas rivais da Missão Francesa

a posição de pintor de história junto à Corte, cargo que Debret não alcan-çaria sem o apoio de Lebreton. Escrita no final de 1816, quando muito da poeira inicial já havia baixado, a carta é uma crônica deliciosa, especial-mente quando descreve o afobamento de Taunay, tanto nos preparativos para o embarque quanto na reação à dianteira que Debret assumira ao retratar, por sugestão de Lebreton, a Família Real numa ocasião pública pouco após o desembarque no Rio de Janeiro. A caracterização de Taunay como Dom Basílio, famoso personagem das comédias de Beaumarchais e da ópera de Rossini, é particularmente saborosa. Um “Basílio”, em-pregado como substantivo, expressava o caluniador por excelência. No mesmo ano da carta, Rossini tornaria popular uma das melhores árias no Barbeiro de Sevilha, quando Dom Basílio profere o famoso discurso sobre a calúnia – meio infalível, segundo ele, para desgraçar as pessoas mais honestas.

Entretanto, Taunay não suspeitava, nesses primeiros meses, da soli-dez da posição de Lebreton, protegido pelo Conde da Barca, que só viria a morrer um ano depois. Essa confiança não deixava qualquer espaço para a escolha de outro diretor enquanto o ministro português detivesse o poder. Ignorando isso, Taunay pensava que com o apoio de Maler estaria desferindo, ao espalhar os rumores, um tiro certeiro e mortal.

Em fins de maio de 1816, chega ao Brasil uma embaixada prestigio-sa cuja importância tampouco tem sido justamente avaliada. O Duque de Luxemburgo, embaixador extraordinário de Luís XVIII, mandado ao Brasil para confirmar a devolução da Guiana Francesa, chega acompa-nhado de um grupo de músicos, cientistas e artistas, como Neukomm, Saint-Hilaire e Clarac, personagens de tal destaque que sua embaixada poderia ser considerada uma “Segunda Missão Francesa”. Luxemburgo, fidalgo absolutista francês, era irmão da Duquesa de Cadaval e sua vin-da ao Brasil soou ao Cônsul Maler como a oportunidade definitiva de desacreditar Lebreton, provando ao duque suas filiações bonapartistas. Segundo a carta de Debret, Taunay e Maler animam-se com o provável novo aliado, levam-lhe a pretensão de Taunay de obter o posto prometido a Lebreton, e repetem-lhe as muitas acusações a respeito do líder da expe-

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dição. O tiro, infelizmente para o velho pintor, acabaria saindo pela cula-tra, uma vez que Luxemburgo considerou descabidas as alegações contra Lebreton e Debret, e desagradou-lhe a ousadia de Taunay em candidatar-se à diretoria da futura Academia e ainda pedir-lhe a posição de secretário para seu filho Hippolyte. Por outro lado, Taunay e Maler desconheciam que Debret já causara boa impressão no Duque de Luxemburgo pelos ser-viços prestados à sua irmã, a Duquesa de Cadaval, para quem executara dois grandes quadros a óleo – recém-identificados em livro como obra de Debret, assim como seu retrato e o de seu filho, em aquarela.

O texto da carta é hoje plenamente interpretável à luz das informa-ções consolidadas de que passamos a dispor. Essa leitura pode ser um pouco injusta com Taunay, pois só contamos com a versão de Debret e certamente o mesmo relato escrito por algum membro da família Taunay apresentaria as coisas sob outro ângulo, e seguramente seria ressaltado o aspecto da legítima defesa do que a família considerava os direitos na-turais de seu patriarca. Mas não há motivos para duvidar de que os fatos tenham se desenrolado basicamente como Debret relata, uma vez que ou-tras fontes permitem confirmar muitas de suas afirmações.

Outro documento histórico de menor importância para nosso relato, mas que deu lugar a interpretações recentes diversas, merece também ser mencionado. Trata-se da famosa carta não datada de Taunay a D. João VI, na qual o pintor propõe os seus serviços ao rei, o que levou à idéia de que, mesmo antes da partida da Missão Francesa, Taunay já tivesse se ofereci-do para trabalhar no Brasil, independentemente da iniciativa de Lebreton. A carta foi descoberta no Museu Imperial por Donato Mello Junior nos anos 1970, e deu origem a um artigo de sua autoria no qual apresenta a teoria deste autoconvite de Taunay. Mal sabia o pintor que, por deixar de datar sua carta – um detalhe que lhe teria parecido insignificante –, cria-ria, dois séculos mais tarde, tanta dúvida entre os historiadores. Na verda-de, um elemento claro, no próprio texto da carta, permite datá-la e prova que foi certamente escrita no Brasil e enviada a D. João VI no primeiro momento da Missão Francesa, entre abril e julho de 1816, nos famosos quatro primeiros meses decisivos em que se sedimentam as posições rela-

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tivas de cada um dos integrantes da Colônia Lebreton. Todos os indícios revelam que a carta é do período. A própria ausência de data é caracte-rística de uma correspondência entregue em mãos a um destinatário que sabe que o missivista se encontra próximo. A carta contém, ademais, uma prova inequívoca de sua data: Taunay saúda D. João VI como “Senhor” e trata-o por “Vossa Majestade”. Só poderia dirigir-se a ele dessa forma a partir de março de 1816, quando, com a morte de sua mãe, a rainha titular D. Maria I, o então príncipe regente tornou-se o rei D. João VI. Fazia ago-ra jus ao tratamento de “Majestade”, pois se tornara rei de direito e de fato do Reino Unido de Brasil e Portugal. Até então, D. João VI era saudado nas cartas como “Alteza” e referido como “Vossa Alteza Real”. Taunay certamente não ignorava esses usos, estritamente codificados na época, que faziam parte das mais corriqueiras noções de etiqueta, dominadas por todos os homens em contato com as cortes européias. Nunca escreveria uma carta para uma Alteza Real chamando-a de “Majestade”.

Temos uma prova adicional com a segunda carta que Taunay escre-ve, quase certamente no mesmo dia, a D. Carlota Joaquina, referindo-se também a ela como “Majestade” e mencionando a primeira missiva que mandara ao “rei”. Esta constatação nos parece um elemento definitivo, que encerra a questão.

A carta teve como resultado uma encomenda de oito retratos feita pela rainha Carlota Joaquina, que representam as princesas que forma-vam a ala feminina da Família Real. Taunay não imaginava que, ao acei-tar essa encomenda, fecharia suas portas de acesso ao núcleo da Família Real, constituído por D. João VI e seu filho, o futuro D. Pedro I. O velho pintor nada sabia do afastamento profundo entre o rei e sua mulher, e esperava que, após os retratos solicitados pela rainha, seguissem outras encomendas da Corte. Enganou-se profundamente, pois não se dera conta de que cometera um equívoco fundamental ao apostar no costado errado da Família Real, aquele liderado pela rainha, que vivia distante do rei, numa grande casa de Botafogo. Os dois só se reuniam nos grandes even-tos da Corte, mas levavam vidas separadas. Taunay estava habituado a agradar rainhas. Fora um protegido da Imperatriz Josefina, mas essa – ao

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contrário de D. Carlota – era próxima de seu marido e ser seu protegido significava também gozar da proteção do Imperador. A situação não se repetia no Brasil. Ao optar pela proteção da rainha, Taunay renunciou, sem saber, aos cuidados do rei e do jovem príncipe D. Pedro, que a essa altura já se tornara amigo de Debret, que dele se aproximara, ainda nos primeiros meses da expedição, ao pintar seu retrato. Nesse aspecto Tau-nay ficou em clara desvantagem e nunca conseguiu recuperar o terreno perdido. Não há notícia de qualquer retrato de D. João VI ou de D. Pedro realizado por Taunay, que provavelmente teriam sido encomendados ao artista caso este não fosse visto como um pintor de D. Carlota.

O decreto de 12 de agosto de 1816 acalmou definitivamente o clima de ebulição dos primeiros quatro meses após a chegada da Missão. Estava criada a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios – organizada segundo o plano proposto por Lebreton –, e foram distribuídas pensões aos france-ses “beneméritos” que integravam a Missão. Havia já vários meses que os artistas “úteis”, como Debret e seu amigo Grandjean de Montigny, traba-lhavam intensamente para as celebrações ou retratos da Corte, enquanto os “menos úteis”, como Taunay, eram pouco solicitados e só lhes restava conspirar.

A confirmação de Lebreton como diretor da Academia – cargo ainda inexistente na prática – e a nomeação de Debret como Pintor de História significaram a intensificação da carreira deste também como pintor da Corte e deixaram-no ocupadíssimo com diversas encomendas, enquanto não era estabelecida de fato a futura Academia. Apesar de sua vitória aparente, esta situação representou também um longo período de decep-ção para Lebreton, durante o qual esperou em vão que se concretizasse a criação da Academia, projeto que a morte do Conde da Barca, em março de 1817, adiou sine die. Os quase três anos após o decreto foram, assim, de profunda angústia para Lebreton, que morreu, em junho de 1819, sem que saísse do papel a instituição para a qual fora nomeado diretor. Nesse intervalo, Taunay dedicou-se à paisagem brasileira e retirou-se em sua casa na Floresta da Tijuca, muitas vezes descrita por viajantes e retratada por ele em alguns de seus quadros mais famosos. Manteve, nesse perí-

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odo, segundo sua própria expressão, “tanta esperança quanto este país me permite”, mas satisfazia-se com a gorda pensão do rei, que equivalia anualmente a uma quarta parte de toda a fortuna que amealhara ao partir para o Brasil.

Debret, juntamente com o arquiteto Grandjean de Montigny, esteve profundamente envolvido nas comemorações da aclamação de D. João VI, do desembarque da princesa Leopoldina e outros importantes even-tos que teve de decorar e documentar para a Corte. Um curioso episódio ocorrido nos quase três anos entre o decreto que criou a Escola de Be-las Artes e a morte de Lebreton foi justamente a chegada da Imperatriz Leopoldina, oportunidade que deu a Taunay um último alento. O artista realizou um grande quadro para provar ao rei sua capacidade como Pintor de História. Trata-se do Primeiro passeio de D. João VI e D. Leopoldina na Quinta da Boa Vista, o maior e mais ambicioso dos óleos sobre tela pintados por Taunay no Brasil, e que retrata com maestria uma passagem alegre para a monarquia. O pintor esperava que este quadro, com o qual presenteara ao rei, lhe propiciasse novas encomendas, mas seu desejo não se realizou, talvez ainda como retaliação à sua primeira aproximação com Carlota Joaquina.

A morte de Lebreton foi para Taunay o último sopro de esperança. O velho pintor estava no Brasil havia mais de três anos e se considerava muito superior a Debret como candidato à sucessão de Lebreton. No en-tanto, a nomeação de um substituto para uma função que tecnicamente não existia era a última das preocupações dos ministros que sucederam o Conde da Barca: Targini e Vila Nova Portugal. Por isso, somente ao cabo de mais de um ano decidiram por um postulante que não era nem Debret nem Taunay, mas sim um pintor português medíocre, Henrique José da Silva, pai de numerosa família e que fora recomendado ao mi-nistro Targini, futuro Barão de São Lourenço. A nomeação de Henrique José da Silva dará ensejo, seis anos mais tarde, a uma nova rivalidade famosa: a de Debret com o pintor português. Taunay, contudo, já não participa dessa história, pois decidira regressar à França tão logo soube da nomeação de Silva, no final de 1820. Em março de 1821, já está de volta

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a Paris, encerrando assim o período de quase cinco anos que passou no Brasil, durante o qual acumulou toda sorte de frustrações, mas conseguiu pintar um fabuloso grupo de vistas do Rio de Janeiro, que constituiu seu maior legado pessoal ao país. Deixou aqui quatro de seus cinco filhos, entre os quais Félix-Émile, que concretizaria nos anos seguintes todos os objetivos que seu pai não alcançara: tornou-se de fato pintor de história e diretor da Academia de Belas-Artes, assim como professor de desenho do futuro Imperador D. Pedro II, que permaneceu por toda a vida seu grande amigo e concedeu-lhe o título de Barão de Taunay. Félix-Émile foi, por sua vez, vítima de inúmeras intrigas, mas morreu consagrado com 85 anos, em 1881.

Apesar de todas as dificuldades e frustrações que evocamos, e do fosso que se abriu entre os dois principais artistas da Missão Francesa – que continuam a ser sempre citados em conjunto nos estudos brasileiros –, o legado artístico de Debret e Taunay foi fundamental para nosso País e estabeleceu-se apesar (ou talvez em virtude) desta rivalidade e dos atrasos da Academia, que tanto atormentaram Lebreton. Taunay não teria tido a energia e a saúde necessárias para desempenhar o papel de Debret, nem tampouco teria podido pintar suas belas paisagens do Brasil se estives-se empregado em tempo integral como professor. Por sua parte, Debret não teria conseguido acumular, com o mesmo empenho, suas inúmeras e preciosas observações visuais caso fossem diferentes as condições, ainda que as posições almejadas parecessem as mais favoráveis para os dois artistas nos primeiros tempos após a chegada.

Resta-nos, portanto, muito além e talvez graças a esta rivalidade his-tórica, a obra magnífica que ambos esses grandes artistas nos deixaram.

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Discurso de recepção à sócia Isabel Lustosa

DISCURSO DE RECEPÇÃO À SÓCIA ISABEL LUSTOSA

Maria de Lourdes Viana Lyra1

Caríssima Isabel Lustosa,

Manifesto inicialmente minha enorme satisfação por ter sido es-colhida para lhe receber nessa tocante solenidade de posse no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, a mais antiga instituição cultural do País e referência inconteste para os estudiosos da História do Brasil. Não faz muito tempo que aqui também fui acolhida e ainda é viva em mim a emoção que você hoje deve estar sentindo. Alem disso, creio que um tipo de sentimento emanado da boa terra nordestina, de onde ambas viemos, provavelmente faz nossos corações baterem ainda em maior sintonia.

O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro recebe hoje em seus quadros uma intelectual talentosa e dinâmica, em plena maturidade, cuja produção historiográfica desponta como uma das mais férteis nos últimos anos. Isabel Lustosa nasceu em Sobral, no interior do Ceará, e iniciou seus estudos na capital do Estado, Fortaleza, concluindo-os no Rio de Ja-neiro, onde se bacharelou em Ciências Sociais, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Revelando-se pesquisadora por excelência começou a se destacar neste campo desde o início de sua atuação profissional colabo-rando na implantação do Centro de Estudos Históricos da Divisão de Do-cumentação e Pesquisa no Museu da República. Também ali organizou o seminário interdisciplinar “Bairros do Rio: em busca de uma identidade” e elaborou seu primeiro estudo: “Catete, singularidades de um bairro do Rio”, publicado na Revista do Rio de Janeiro, em 1984.

Na Fundação Casa de Rui Barbosa, passou a coordenar o Projeto Bo-tafogo, reunindo pesquisas em torno de vários aspectos da história daque-le bairro. Em paralelo, dirigiu a área de pesquisa do Museu da República 1 – Sócia Titular do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro

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e escreveu seu primeiro livro: “Histórias de Presidentes: a República do Catete”, no qual analisa os períodos governamentais de Deodoro da Fon-seca a Juscelino Kubitschek, enfocando a relação dos presidentes com a imprensa através de casos curiosos, charges, poemas e marchinhas de carnaval criadas sobre a vida e o caráter dos ocupantes do Catete. Lança-do em plena campanha presidencial de 1989 e recentemente reeditado, o livro obteve grande repercussão pela abordagem criativa e narrativa agra-dável, tornando-se obra de referência sobre o assunto. A autora descobriu àquela altura o gosto pelo estudo de temas que, segundo ela mesma, “des-de então me acompanham e aos quais sempre volto em meus trabalhos: a imprensa, a caricatura, o humor, a política e a vida cultural do Brasil e do Rio de Janeiro”.

Seguindo a mesma trilha Isabel aprofundou o tema em sua disserta-ção de mestrado em Ciências Políticas, no IUPERJ: “Brasil pelo método confuso – humor e boemia em Mendes Fradique”, estudo precursor sobre o humorismo brasileiro do começo do século XIX, publicado em 1993. E, como tese de doutorado, na mesma instituição: “Insultos impressos: a guerra dos jornalistas na Independência”, analisando o papel da impren-sa no processo de Independência e as imprevisíveis formas de competi-ção política resultantes, publicado em 2000. Em seguida reuniu artigos esparsos e produzidos ao longo dos anos, publicando-os em 2004 sob o título: As trapaças da sorte: ensaios de história política e história cultu-ral. São textos diversos que cobrem um vasto leque de temas, espaços e temporalidades, pois tratam “da política ao carnaval; de José Bonifácio, nas Cortes de Lisboa, a Paulo Francis, no Pasquim; do Rio de Janeiro, na antiga Rua do Ouvidor, à América de Henry Ford”, e que acabam por formar um abrangente painel sobre fatos e personagens que marcaram o longo trajeto da História do Brasil, entre os séculos XIX e XX, e cuja leitura é leve e atraente.

O seu alentado curriculum vitae enumera dezessete títulos de livros escritos individualmente ou em parceria, ou ainda por ela organizados e quase o mesmo número de capítulos escritos em obras coletivas. Há ain-da uma expressiva quantidade de três dezenas de artigos publicados em

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Discurso de recepção à sócia Isabel Lustosa

renomadas revistas acadêmicas nacionais e estrangeiras. Não cabe aqui fazer referência a todas essas obras escritas, mas quero destacar aquela que alcançou maior repercussão no meio acadêmico e obteve ótima re-ceptividade entre o grande público: o estudo biográfico. D. Pedro I: um herói sem nenhum caráter. Fugindo do modelo das biografias tradicionais que tendem a enaltecer os fundadores das nacionalidades, Isabel Lustosa analisa a trajetória do personagem através de duas faces contraditórias do seu comportamento. Enfoca o seu lado rude, malcriado e irresponsável, mulherengo e farrista, briguento e fanfarrão, complementado pelo lado valente, simpático e inteligente. Enriquece assim a imagem do jovem que começou a governar o Brasil aos 22 anos, promoveu a Independência e deu uma Constituição ao novo país, abdicou aos tronos de Portugal e do Brasil, e morreu cercado de glória. Considerado por ela como um dos personagens mais fascinantes da História do Brasil o perfil biográfico que traçou sobre D. Pedro I agradou a um grande número de leitores e, caso raro entre nós historiadores, tornou-se um sucesso editorial.

Ainda em sua atividade de pesquisadora elaborou relevante trabalho como co-editora, juntamente com o jornalista Alberto Dines, da edição fac-similar do Correio Braziliense. A qual traz notas introdutórias aos 29 volumes originais e a organização de mais um trigésimo reunindo en-saios de historiadores, jornalistas, filólogos e críticos literários sobre o publicista Hipólito da Costa e sobre o período de circulação do referido jornal (1808 – 1822). Esse trabalho representa contribuição inestimável à pesquisa sobre o processo de Independência do Brasil.

No campo da divulgação, em iniciativas igualmente louváveis visan-do a transmissão do conhecimento histórico ao público infantil, escreveu duas obras: O Chico e o avô do Chico, narrativa ficcional construída com o objetivo de despertar na criança o interesse pela história da cidade; e História dos escravos, que recebeu o certificado de Altamente Recomen-dável pelo Instituto Nacional do Livro Infanto-Juvenil / Fundação Nacio-nal do Livro / Ministério da Cultura.

Atualmente Isabel Lustosa é pesquisadora titular da Fundação Casa

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de Rui Barbosa, órgão do Ministério da Cultura, e dedica-se exclusiva-mente às atividades de pesquisa. Atua ainda de forma intermitente na im-prensa escrevendo nos jornais O Globo e Folha de São Paulo, resenhas de livros, crônicas, ensaios e textos ficcionais, sendo nessa condição con-vidada com freqüência para participar de bienais, feiras literárias e pro-gramas de televisão. Todo esse dinamismo, aliado à segurança intelectual e à extrema simpatia, característica marcante e facilitadora de sociabilida-des, dão sinais do quanto será proveitosa a sua presença entre nós.

Sócia Honorária Isabel Lustosa, seja bem-vinda ao Instituto Históri-co e Geográfico Brasileiro, seja bem-vinda entre nós.

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Discurso de posse:

DISCURSO DE POSSE1

ISABEL LUSTOSA

Isabel Lustosa

Boa tarde.

Eu gostaria de saldar na pessoa do Presidente do IHGB, Prof. Arno Wehling todos os demais sócios do Instituto, na pessoa do Prof. José Al-mino de Alencar, Presidente da FCRB, todos os meus colegas daquela instituição a que estou ligada não só por laços profissionais, mas também de amizade, e saudar, na pessoa do Acadêmico Afonso Arinos de Mello Franco, meu querido amigo, os membros da ABL. Estendo esta sauda-ção a todos os presentes, amigos de várias fases de minha vida, e, muito especialmente, a meu companheiro, Mario Bag, meu irmão Fred, minha cunhada Elza e meus sobrinhos. De longe, lá no Ceará, sei que acompa-nham esse momento com muita alegria minha mãe Dolores, meu filho Francisco Bento e aquela verdadeira comunidade de irmãos, cunhados e sobrinhos que compõem a família Lustosa da Costa.

Também aproveito para homenagear a memória de alguns intelectu-ais com que tive o privilégio de conviver e que me honraram com a sua amizade e que ligam essas duas casas: Américo Jacobina Lacombe, Plinio Doyle, Homero Sena e Francisco de Assis Barbosa. Com esse elenco de grandes historiadores, escritores, memorialistas, mas, principalmente de pessoas inteligentes, charmosas, de conversação e trato amável, trabalhei durante alguns anos da minha vida e hoje vejo o quanto essa convivência foi importante para a minha formação.

Esta posse acontece ao apagar das luzes do ano de 2008, que foi mar-cado pelas comemorações em torno dos 200 anos da chegada da Corte portuguesa ao Brasil. Tendo participado de tantas atividades acadêmicas e culturais relacionadas com essa importante data, escolhi um assunto relacionado com as mesmas para compor meu discurso. Essas comemo-

1 – Realizada em 10 de dezembro de 2008.

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Isabel Lustosa

rações tiveram início ainda em 2007 e se prolongaram por todo o ano seguinte, com mais intensidades no primeiro semestre e na Cidade do Rio de Janeiro, onde a corte se estabeleceu. Na mídia, a data despertou enorme interesse, de forma que, talvez, desde os festejos pelo centenário da Independência, em 1922, nunca mais se tinha visto em relação a um fato histórico.

No entanto, não freqüentaram muito o noticiário os temas mais po-lêmicos relacionados com o estudo do período, dos quais o mais interes-sante diz respeito à política econômica. Pois se sabe que é considerável a quantidade de estudos sobre os antecedentes e as conseqüências do de-creto de Abertura dos Portos e do tratado de comércio assinado em 1810 com a Inglaterra e renovado em 1825 por D. Pedro I. Sobre este impor-tante tema merece destacar o artigo de Rubens Ricupero: “O problema da Abertura dos Portos”, inserido no livro organizado por Luís Valente e o mesmo Ricupero, A Abertura dos Portos. Ricupero faz ali um inte-ressante estudo comparativo entre o decreto de Abertura dos Portos e o tratado assinado com a Inglaterra em 1810. O autor chama a atenção para o caráter daninho desse último e para as razões políticas de sua assinatura, levando toda a culpa para esse mau negócio tanto para o Brasil quanto para Portugal aos interesses da dinastia Bragança. Mostra ainda como foram esses mesmos interesses depois representados por D. Pedro I, que levaram à renovação do mesmo tratado, em bases igualmente desvantajo-sas para o Brasil, em 1825.

Outro aspecto pouco contemplado nos debates foi a questão da con-centração dos benefícios resultantes de todo o processo na região Cen-tro-Sul do País em detrimento do resto do Brasil e do Norte e Nordeste brasileiro em especial. Fato que foi o motor das revoluções que agitaram Pernambuco e que só esteve em pauta nas comemorações através da voz solitária de um autor contemporâneo da maior importância: Ewaldo Ca-bral de Melo.

No meio acadêmico-universitário, a data propiciou a realização de muitos seminários e conferências. Merecem destaque os grandes encon-

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Discurso de posse:

tros internacionais produzidos pela Universidade Federal Fluminense, em março, e pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, em maio. Além do encontro promovido pelo Superior Tribunal de Justiça, no Museu da Justiça, e a série de conferências promovidas pela Academia Brasileira de Letras, todos realizados no Rio de Janeiro. O seminário promovido pela UFF, em maio, reuniu pesquisadores do Brasil e do exterior, notadamen-te de Portugal, e foi, certamente, o maior evento acadêmico relacionado com o tema. Os que dele participaram tomaram contato com pesquisas que contemplam os mais variados aspectos: as razões da transferência da corte; fatores que a antecederam; as vicissitudes da viagem; a abertu-ra dos portos; a criação do Banco do Brasil; o papel dos naturalistas; o funcionamento da justiça; os desdobramentos econômicos causados pela transferência e instalação da Corte no Rio de Janeiro; o impacto da mu-dança sobre outras regiões do Brasil, como o Nordeste e o Sul. Figuras importantes como o Conde de Linhares e o Visconde de Cairu tiveram suas idéias e trajetórias analisadas em mais de um trabalho.

A administração de Paulo Fernandes Viana no Rio de Janeiro tam-bém mereceu estudo minucioso. Mais uma notável contribuição dessa grande historiadora luso-brasileira, uma das maiores especialista no perí-odo: Maria Beatriz Nizza da Silva. Na questão da administração da justi-ça, os trabalhos que o professor Arno Wehling apresentou em vários dos encontros que se realizaram o credenciam como maior especialista na matéria e jogam luz sobre esse aspecto tão pouco conhecido e, no entanto, tão importante para os desdobramentos que sucederam não só à chegada do Rei, mas também à sua partida.

Tanto na UFF quanto no IHGB também foram contempladas ques-tões puramente historiográficas relacionadas com o tratamento dos di-versos temas tal como vêm sendo trabalhados, tanto no Brasil quanto em Portugal. Nessas matérias, particularmente proveitoso foi o diálogo com os colegas portugueses que para cá vieram, notadamente pela revelação de arquivos e de novos estudos relacionados com a elite portuguesa e com a situação econômica de Portugal depois de 1808.

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Isabel Lustosa

Tantas foram as publicações lançadas no âmbito das comemorações dos 200 anos da chegada da Corte que seria fastidioso arrolá-las aqui. A música, a ciência e os impressos foram temas de livros que estão hoje entre os mais vendidos nas livrarias. O best-seller de Laurentino Gomes, “1808”, popularizou o tema ampliando ainda mais o público dos leitores que já tinham se encantado com a obra de Patrick Wilkcen, Império à de-riva, lançada há poucos anos. O livro de Vasco Mariz, A música no Rio de Janeiro no tempo de D. João VI, também apresenta o ambiente da Capela Real, palco da disputa entre o arrogante maestro português Marcos Portu-gal e o modesto músico brasileiro José Maurício Nunes Garcia.

A antiga Igreja do Carmo - que foi Capela Real e, depois da Inde-pendência, Capela Imperial, título que conservou até a Proclamação da República - foi totalmente restaurada para as comemorações sob os auspí-cios da Fundação Roberto Marinho que também publicou livro reunindo artigos de diversos autores sobre sua história. Os livros sobre a história do Jardim Botânico, O Jardim de D. João, de Rosa Nepomuceno, e sobre Taunay e a chamada Missão Francesa, O sol do Brasil, de Lilia Schwarcz, elaboram esses dois aspectos importantes do período sob novas perspec-tivas. A trajetória e o papel de Carlota Joaquina naquele contexto que já tinham sido estudados em livro anterior por Francisca de Azevedo, Carlota Joaquina na Corte do Brasil, são agora reforçados pelas cartas da princesa e depois rainha reunidas em edição comentada pela mesma autora, Carlota Joaquina – cartas inéditas.

A imprensa do período joanino foi o tema de diversos livros lança-dos ou reeditados no âmbito das comemorações. Para o conhecimento da história e do conteúdo da Gazeta do Rio de Janeiro foram importantes contribuições os livros de Maria Beatriz Nizza da Silva, – A Gazeta do Rio de Janeiro (1808-1822): cultura e sociedade. Rio de Janeiro: Eduerj, 2007 – e de Juliana Gesuelli Meirelles, – Imprensa e poder na corte jo-anina: a Gazeta do Rio de Janeiro (1808-1821), Rio de Janeiro, Ed. Ar-quivo Nacional, 2008. Importante publicação do mesmo editor da Gazeta, Manuel Ferreira de Araújo Guimarães, a revista O patriota teve todos os seus textos reunidos em um CD que acompanha livro de textos de quatro

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Discurso de posse:

autores sobre a mesma publicação organizada por Lorelai Kury, Iluminis-mo e Império no Brasil - O Patriota (1813-1814). O livro de Cybelle e Marcello de Ipanema: Silva Porto: livreiro na Corte de D. João - editor na Independência mereceu bela reedição pela editora Capivara de nosso confrade Pedro Correa do Lago.

Parte 2

Em termos de estudos mais abrangentes, destacam-se dois trabalhos de fôlego: a biografia D. João VI: um príncipe entre dois continentes, de Jorge Pedreira e Fernando Dores Costa, originalmente publicada em Portugal e aqui lançada pela Companhia das letras, e Versalhes Tropi-cal: Império, monarquia e a Corte Real portuguesa no Rio de Janeiro, 1808-1821, da historiadora norte-americana Kirsten Schultz. A biografia de D. João é trabalho denso que tem sobre as anteriores a novidade do foco: é um olhar português sobre seu reinado. Novidade porque enfrenta outra questão que esteve em pauta nos debates: o contraste entre o olhar francamente favorável com que a historiografia brasileira viu o persona-gem e seu reinado com a visão crítica, para não dizer desfavorável, que dos mesmos se construiu em Portugal. No entanto, é biografia que vai na mesma direção das anteriores ao se deter no período bem mais do que no personagem, não trazendo maiores revelações a seu respeito.

Mas, sem dúvida, a longamente esperada publicação do livro de Kirs-ten Schultz foi o grande marco dentre os tantos lançamentos do período. Originalmente publicado nos Estados Unidos em 2001, o livro de Kirsten Schultz já figurava na bibliografia da maior parte dos estudos que se pro-duziram daí em diante. Baseada em densa pesquisa documental, a autora percorre os principais temas relacionados ao período, produzindo análise original e aprofundando as discussões propostas por outros autores que a antecederam. Sua maior contribuição é, sem dúvida, na análise da relação dos escravos com D. João, intermediada pelo intendente-geral de polícia, Paulo Fernandes Viana. De certa forma, em seu estudo Kirsten repensa a questão dos limites do liberalismo no âmbito do despotismo ilustrado que orientou a política joanina. Ela analisa, de forma bastante feliz, o impacto

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Isabel Lustosa

que a “Imediata Presença do Soberano” representou sobre as relações sociais, inclusive as entretidas entre senhores e escravos. A seu ver: “No processo tanto de construir uma nova corte quanto de forjar uma nova política da monarquia no Novo Mundo, os imperativos da sociedade co-lonial e os imperativos de uma corte real reconfiguraram-se juntos”.

A prática de peticionar à coroa estendia-se a todos os vassalos, inde-pendentemente do seu status social. No entanto, apesar dos escravos es-tarem formalmente excluídos da comunidade de vassalos do Rio, depois da transferência da Corte, eles passaram a reivindicar um relacionamento particular com a Coroa, vendo “o monarca como a fonte de justiça à qual todos estavam sujeitos e à qual todos podiam apelar quando diante de difi-culdades”.Essa ação dos escravos levando seus pedidos ao Rei criou uma situação de fato no que concernia às relações de poder que mantinham com seus proprietários. Assim, diz Schultz, a autoridade do rei antagoni-zava com a autoridade do senhor. Ao atender o pleito do escravo, o sobe-rano demonstrava que a autoridade real estava acima de todas as demais hierarquias sociais e que a autoridade do proprietário de escravos deveria ser manifestamente circunscrita pela lei e pela Coroa. Em outras palavras, a própria autoridade da monarquia, teoricamente reconhecida como ab-soluta, mas também justa e liberal, ficaria enfraquecida se proprietários de escravos fossem liberados para agir de maneira que seu soberano não podia agir. Ao intervir impedindo as injustiças e a tirania das autoridades inferiores, diz Schultz, a Coroa revelava que o poder real absoluto era virtuoso.

O valor de contribuições como o trabalho de Kirsten Schultz, só ago-ra tornado acessível ao público universitário, e seu enraizamento no cam-po historiográfico a que vieram se associar, só será devidamente avaliado com o tempo. No entanto, quero crer que, mesmo sendo grandes contri-buições, elas todas se beneficiam em grande medida de alguns trabalhos precursores que ainda continuam a iluminar os caminhos dos que elegem essa importante fase de nossa História como tema de seus estudos. Dentre os que para mim foram fundamentais destaco os trabalhos de Maria Odila Leite da Silva Dias e da Sócia Titular deste Instituto, Maria de Lourdes

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Discurso de posse:

Viana Lyra. A meu ver são obras que se propõem a examinar o período de forma abrangente, reunindo um conjunto de informações inéditas e pro-duzindo teses que hoje fazem parte do acervo de que partem historiadores e cientistas sociais para analisar aquele momento histórico. Assim me parece que, mesmo sendo grande o esforço renovador das tantas investi-gações em curso, a acuidade e pertinácia das análises dessas duas autoras ainda não foram superadas. Cabe aqui resumir suas idéias centrais de modo a demonstrar essa afirmativa.

Parte 3

Dois trabalhos de Maria Odila Leite da Silva Dias recentemente re-editados são os mais citados pela bibliografia relativa ao período. A au-tora reuniu em um pequeno livro A interiorização da metrópole e outros estudos, Alameda, 2005 seus três ensaios mais importantes. Contrastar a dimensão material dessa obra, em termos de páginas impressas, com a enorme importância que tiveram para os estudos que se lhe seguiram deve, de alguma forma, nos ajudar a refletir sobre a possibilidade de um conteúdo formulado de forma econômica, clara e objetiva prover com teses originais um campo importante do conhecimento histórico. De fato, com poucas e bem colocadas palavras, Maria Odila desenvolveu teses fundamentais que fizeram de seus artigos orientadores de trilhas seguidas posteriormente por outros grandes historiadores brasileiros e estrangei-ros.

Seu trabalho mais antigo, “Aspectos da Ilustração Brasileira”, publi-cado no começo de 1968 na revista do IHGB, abriu caminho para mui-tos estudos, no âmbito da História das Idéias e das Práticas Políticas do Período. Como ele se relaciona diretamente com o trabalho da Maria de Lourdes que comentarei em seguida, me atenho primeiro ao texto clássi-co e que foi mais citado durante os eventos de 2008: A interiorização da metrópole. Publicado em 1972, portanto quatro anos depois do primeiro, esse artigo abriu a senda para outros trabalhos importantes nas áreas da história econômica e social brasileiras.

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Ao ter estabelecido em seu ensaio fundador as matrizes do proces-so de desenvolvimento econômico do Centro-Sul do País – predomínio social do comerciante; interdependência de interesses rurais, comerciais e administrativos; processo moderado de emancipação da colônia frente à metrópole onde, menos do que a questão política, predominaram os interesses econômicos locais – Maria Odila deu a régua e o compasso que possibilitaram, entre outros, os trabalhos de Alcir Lenharo, Riva Go-resntein e João Fragoso. Ela também explorou com eficácia analítica a influência que tiveram, naquele contexto, os mecanismos sociais de aco-modação baseados no receio das elites coloniais em relação aos riscos que qualquer agitação social traria para a economia.

A vinda da Corte para o Brasil, com o enraizamento do Estado e dos interesses portugueses no Centro-Sul, processo que a autora denominou de “interiorização da metrópole”, representou não uma ruptura, mas a continuidade de um processo de transição da colônia para o império. O surto de crescimento que tivera início a partir da descoberta das minas de ouro e diamante na passagem dos séculos XVII para XVIII não sofreu interrupção na segunda metade do século XVIII, apesar de seu esgota-mento. A estrutura de estradas e a rede de pequenas vilas e fazendas que se criaram no período ligando as Minas Gerais ao porto do Rio de Janeiro serviriam de suporte à produção agrícola e pecuária destinada à exporta-ção e também ao abastecimento da população local. Com a chegada da Corte, a demanda por esses produtos se elevaria consideravelmente, ge-rando, a princípio, uma crise no abastecimento. Crise esta que seria logo seguida pela ampliação e intensificação da rede de comércio que já ligava o Rio a Minas e a São Paulo. Tudo isso propiciou a mais estreita integra-ção entre as capitanias do Centro-Sul fazendo com que a região liderasse, posteriormente, o processo de rompimento com Portugal.

Maria Odila também sugere que o fortalecimento das elites da região estava associado às estreitas inter-relações dos interesses comerciais com os agrários, ao contrário do que antes se pensara. Suas elites comerciais, enriquecidas principalmente pelo tráfico negreiro, estreitaram seus laços com a burocracia da Corte, tanto pela realização de investimentos em

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Discurso de posse:

obras públicas quanto pelos casamentos entre filhos de uns e outros. A proximidade do trono proporcionaria aos comerciantes estabelecidos no Rio de Janeiro acesso privilegiado à exploração de postos e de serviços administrativos que, por falta de funcionários e de estrutura administrati-va, passaram a ser terceirizados pela Coroa. Essa mesma elite seria ainda a grande beneficiária das doações de sesmarias onde, mais tarde, surgi-riam as imensas fazendas produtoras de café, principal riqueza do País durante todo o século XIX e começo do XX.

Outro caminho importante aberto por Maria Odila aponta no sentido de mostrar como esse cenário lançou os fundamentos do Novo Império a partir do controle do Rio de Janeiro sobre as demais capitanias, espe-cialmente as do Nordeste. O grande volume de recursos investidos na transformação do Rio em metrópole, às custas da elevação dos impostos sobre as demais partes da antiga colônia, teria representado, do ponto de vista das outras capitanias, apenas um recrudescimento dos processos de colonização portuguesa do século anterior.

No entanto, entre as classes dominantes tanto do Sul quanto do Nor-te, a enorme distância que as separava do resto da sociedade seria um fator de união, ainda mais reforçado pelo temor de que aqui se repetissem os acontecimentos de São Domingos, onde uma revolta de escravos tinha dizimado a população branca. Tal perigo, sempre lembrado pelos conser-vadores, se casava bem com o espírito da contra-revolução européia que se seguira à queda de Napoleão. Mas, principalmente, seria o risco que representavam para a estabilidade econômica que neutralizaria inconfi-dências, revoltas e regionalismos de caráter separatista como os que mais de uma vez agitariam Pernambuco.

Da peculiaridade desse modo de transição resultou que o processo de Independência do Brasil de Portugal não foi marcado por um movimento nacionalista ou revolucionário e também não ensejou, na seqüência, um processo de consolidação nacional. A continuidade da ordem existente com a manutenção da monarquia era a grande preocupação dos homens que forjaram a transição para o Império. Ao contrário das elites criollas

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que expulsaram e expropriaram os espanhóis metropolitanos, as elites brasileiras se confundiram com as portuguesas, que acabaram por enrai-zar seus capitais e interesses no Brasil.

A idéia de que se precisava de um governo central forte para neu-tralizar os conflitos da sociedade e as forças de desagregação internas era defendida pelos ilustrados brasileiros que a viam como fator decisivo para a manutenção da unidade. Desta forma, conclui Maria Odila, a in-dependência se fez com base em um incipiente nacionalismo didático, integrador e progressista que daria origem, no Segundo Reinado, a uma consciência nacional eminentemente elitista e utilitária.

Parte 4

Em Aspectos da Ilustração brasileira, publicado quatro anos antes do texto que resumi acima, Maria Odila já havia mapeado as bases so-ciais, intelectuais e ideológicas que orientariam a ação da elite brasileira naquele contexto. A forma moderada com que o Brasil se tornou inde-pendente de Portugal, conservando inclusive a mesma dinastia no trono pode ser apenas parcialmente explicado pela vinda da Corte e da estrutura administrativa para o Rio de Janeiro. Só mesmo a existência de uma elite constituída com base nos mesmos valores que tinham predominado du-rante toda a regência e Reinado de D. João VI poderia dar sustentação a um modelo político que conservaria muito do que nos viera de Portugal.

“Aspectos da Ilustração brasileira” analisa o surgimento do quadro de intelectuais e cientistas que comporiam aquela elite. Grupo criado na Universidade de Coimbra que optou por uma formação que tinha por base os conhecimentos úteis, as ciências naturais e a matemática em detrimento das belas letras e que teve em D. Rodrigo de Sousa Coutinho, o Conde de Linhares, seu principal mentor. No entanto, esse movimento de cooptação da juventude culta brasileira teria começado com Pombal e sua política de industrialização portuguesa que deveria ter por base as matérias-primas produzidas no Brasil. Para desenvolver e diversificar a produção agrícola da colônia americana, de forma que compensasse as oscilações dos rendi-

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Discurso de posse:

mentos do quinto e a baixa do preço do açúcar, o poderoso ministro de D. José I encomendou aos governadores e capitães-generais das principais capitanias a realização de estudos sobre a flora brasileira e de levanta-mento de seus produtos mais comerciáveis. Com isto, foi produzida por brasileiros letrados uma série de trabalhos geográficos e estatísticos que seriam depois continuados sob a orientação de D. Rodrigo.

Para Maria Odila, tais estudos, que eram freqüentemente acompa-nhados por relatórios de viagem mereceriam ser analisados como parte integrante do processo de formação de uma consciência nacional, pois revelavam os conhecimentos de que os brasileiros daquele tempo dispu-nham sobre a realidade de sua Terra. Esses trabalhos de natureza empírica e objetiva constituiriam, a seu ver, um patrimônio documental de caráter mais específico para os estudo das origens de uma cultura brasileira “do que a análise das primeiras manifestações revolucionárias e republicanas da colônia, formas generalizadas de um movimento cosmopolita e uni-versal”.

Esses jovens ilustrados eram, em sua maioria, filhos dos grandes pro-prietários e negociantes brasileiros e estavam perfeitamente identificados com os interesses materiais de seu grupo de origem e, por isso, não aderi-ram ao liberalismo democrático de Jean Jacques Rousseau. Educados na atmosfera de Reforma do Antigo Regime que marcou a segunda metade do século XVIII português e o despotismo ilustrado que orientaria a po-lítica joanina, imbuídos de sentimento patriótico que os ligava à grande família portuguesa que se espalhava por vários continentes, estimulados por D. Rodrigo, adotariam o sonho do grande império luso-brasileiro.

Assim, Maria Odila chama a atenção para um aspecto fundamental da mentalidade desse grupo que teria conseqüências para os desdobra-mentos posteriores de nossa história. Segundo a autora: “quase não se vislumbravam idéias de separação entre os ilustrados brasileiros”. Menos ainda depois da vinda da Família Real para o Brasil, quando pareceu a eles que ia se concretizar o ideal de um grande império português centra-lizado na América. O que buscavam era a reforma do Estado Absolutis-

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ta nos moldes sonhados pelos reformadores que viam no Brasil a única esperança de um futuro glorioso para Portugal. Pudemos constatar nos debates que marcaram a imprensa da Independência como esse sonho persistiria na mente de muitos brasileiros de atuação decisiva até mesmo depois do Fico. Maria Odila vai ainda mais longe quando diz:

“Tem-se a impressão de que a independência veio refrear um pouco os sonhos dos ilustrados brasileiros – sonhos que envolviam visões oti-mistas não somente de progresso material como também de regeneração social, antecipando uma transfiguração idealista do novo império ameri-cano”.

Um aspecto que é ressaltado pela autora é o papel da política do Estado, tanto com Pombal quanto com D. Rodrigo, nesse movimento de formação de quadros brasileiros e de cooptação dos mesmos para o gran-de projeto português. Naturalmente que, após a Independência, o Impé-rio a que dedicariam seus talentos e esforços seria outro. Migrando das Ciências Exatas para a Política, como foi o caso de José Bonifácio de Andradas, eles levaram para a atividade pública o pragmatismo e o racio-nalismo próprio da Ciência. Evitando as abstrações e as teorias políticas tão caras aos grupos mais identificados com os ideais da Revolução Fran-cesa, eles procurariam “dar à política uma feição essencialmente mode-rada, preocupando-se, sobretudo, com a ordem, e lutando para manter a unidade do País e um executivo forte”.

Parte 5

Toda uma geração de jovens, boa parte deles nascidos no Brasil, se formaria tendo como ideal de progresso e desenvolvimento para todo o reino português, inclusive sua grande colônia americana, o programa pensado no âmbito do chamado Reformismo Ilustrado. O livro de Maria de Lourdes A Utopia do Poderoso Império. Portugal e Brasil: Bastidores da Política 1789-1822. Rio de Janeiro: Sette Letras, 1994 esquadrinha o universo de idéias e símbolos que foram utilizados para construir esse ideal, concentrando-se especialmente no discurso de D. Rodrigo de Sousa

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Discurso de posse:

Coutinho.

A autora percorre o caminho seguido pela idéia de Império Luso-brasileiro desde quando, no reinado de D. João IV, o Padre Antônio Vieira lançou a bandeira do Quinto Império para levantar o orgulho do povo português e estimulá-lo a lutar pela recuperação da autonomia do Reino frente à Espanha. Seguindo essa trilha, Maria de Lourdes produz certa-mente o estudo mais completo sobre o conteúdo e as contradições do chamado reformismo ilustrado no que diz respeito ao Brasil. A autora de-sencava as raízes do conceito, a partir da evolução do pensamento liberal propiciada pelas revoluções inglesa, americana e francesa. Ela também analisa as idéias de dois autores do século XVIII que estiveram na base das formulações teóricas do Reformismo Ilustrado em Portugal: o abade Raynal e Adam Smith. A inevitabilidade da independência das colônias americanas prevista pelos dois e a maneira de sanar os danos que isto causaria às suas metrópoles sugerida pelo segundo vão influenciar na fór-mula intermediária que intelectuais a serviço do absolutismo português desenvolveriam para preservar a colônia sem mudar o regime.

Seu estudo também nos proporciona uma viagem pela história das visões do Brasil que circulavam na Europa e das idealizações que se construíram a partir não só dos relatos, mas também por conta da pró-pria realidade desesperançada dos portugueses que poucas saídas tinham para o crescimento da metrópole cada vez mais dependente de sua mais importante colônia. O império americano lavava a alma portuguesa da humilhação de ser uma nação de segunda no contexto das monarquias européias e os confortava com a idéia de que possuíam um tesouro na América, uma terra prometida para onde a Coroa e o próprio povo de Portugal poderia migrar a qualquer momento. Terra tão rica e boa que, para alguns, valeria até mesmo a troca da sede européia pelas possessões espanholas na América do Sul a fim de realizar o destino do poderoso império luso-brasileiro. As dimensões continentais dessa terra eram tais que a ela só poderia caber o título de Império.

O livro de Maria de Lourdes é também um precioso estudo sobre

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o pensamento de D. Rodrigo de Sousa Coutinho e de outros ilustrados acerca do Brasil e de como esse corpo de idéias lidou com as situações do acaso. A tese do poderoso império elaborada no âmbito do Reformismo Ilustrado serviu para mitigar a imagem absolutista do Regime Monár-quico português e para mascarar a profunda desigualdade no tratamen-to dado à colônia em favor da metrópole. Sob a alegação do necessário equilíbrio entre as duas partes do Reino, o Brasil, por suas dimensões, estaria destinado à produção das matérias primas que, na Europa, movi-mentavam a Balança Comercial portuguesa. Portugal, por sua vez, além de conservar o monopólio da produção do vinho e do azeite, devia rece-ber investimentos no sentido de estimular o incremento e a diversificação de sua produção industrial.

No entanto, o modelo que embasava esse ideal tinha como pontos de ancoragem o fato de que se destinava a Portugal o posto necessário de lí-der da nação portuguesa, tanto por sua história quanto por estar situado no continente europeu, junto ao grande mercado, vizinho das demais coroas. No entanto, depois de 1808, com o estabelecimento da sede da monarquia na América, essa tese ficaria comprometida. Afinal, Portugal se mostrara um lugar estrategicamente menos favorável à sobrevivência da monar-quia do que o Brasil, protegido, pela distância e por sua imensa costa, de um possível ataque estrangeiro. Ao mesmo tempo, a transferência da Corte também mostraria que o mesmo poderoso império se tornaria mais viável se governado e administrado diretamente da América.

Essa também é outra contribuição do trabalho de Maria de Lourdes: a análise da adaptação do projeto do poderoso império à nova realidade no discurso de D. Rodrigo que, no Brasil, volta a ocupar o posto de prin-cipal ministro de D. João. D. Rodrigo que também fora, antes de 1807, um dos intelectuais portugueses que tinham defendido a idéia da transfe-rência da sede da Corte para o Brasil. Projeto que, levado a cabo por força das circunstâncias, tinha muitos adversários entre os conselheiros de D. João. No Rio de Janeiro, o grande esforço de D. Rodrigo foi no sentido de realizar, a partir do Brasil, as reformas que o Reino de Portugal precisava, mantendo o projeto do grandioso império sem explicitar, pelo menos em

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Discurso de posse:

seus documentos, a evidente intenção de tornar definitiva a permanência da Corte no Brasil.

D. Rodrigo morreu em 1812. Não enfrentou, por isso, a pressão que, da Europa, fizeram os portugueses para restabelecer o modelo antigo. Um dos seus seguidores, Silvestre Pinheiro, o mais ilustrado representante desse projeto junto a D. João, apresentaria, em 1814, como alternativa às pressões portuguesas que, depois da expulsão dos franceses, se inten-sificariam, a divisão dos dois reinos: D. João permaneceria no Brasil e o Príncipe D. Pedro seguiria para Portugal, convertido em uma espécie de reino anexo ao Brasil, com relativa autonomia administrativa.

D. Rodrigo que, com muitos recursos retóricos tentara manter os por-tugueses na mesma ilusão com que, na década anterior, conseguira atrair os brasileiros para o seu projeto, talvez não tivesse ido tão longe. O fato é que a tese do poderoso império luso-brasileiro se desfez por inevitável depois que a sede do poder mudou para o Rio. Os portugueses da Europa não se conformaram com o papel secundário a que estavam destinados na era americana da monarquia portuguesa. Um dos dois lados fatalmente romperia. A solução encontrada pelos ilustrados brasileiros que tinham se formado sob a orientação de D. Rodrigo, no entanto, foi a mais próxima possível do seu projeto: o rei voltou, mas aqui ficou o príncipe. E, apesar da Independência, o vínculo com Portugal prolongar-se-ia através da di-nastia Bragança até o final do século XIX. Uma transição lenta e gradual que teria agradado aos Reformistas Ilustrados do final do século XVIIII.

Desta maneira, o trabalho de Maria de Lourdes, publicado pela pri-meira vez no final da década de 1970, completou o concentrado esboço analítico que havia sido produzido por Maria Odila. Creio que o trabalho de Kirsten Schultz é herdeiro direto dessa tradição de historiadoras que produziram análises de conjunto da realidade brasileira daquele período a partir de uma pesquisa documental densa. Cada uma em seu estilo re-presenta uma tradição preciosa na nossa historiografia que, talvez, depois que venham à luz os tantos trabalhos produzidos em virtude da comemo-ração dos 200 anos da chegada da Corte Portuguesa ao Brasil, será ainda

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Isabel Lustosa

mais engrandecida.

Muito obrigada.

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Sessão Magna 21 de outubro de 2008

I.2 – Sessão Magna

FALA DO PRESIDENTE ARNO WEHLING

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Senhores membros da Mesa

Senhores Sócios do Instituto

Ilustres convidados

Senhoras e Senhores

O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro cumpre hoje 170 anos de fundação. Os 27 fundadores, tendo à frente o cônego Januário da Cunha Barbosa e o brigadeiro Raimundo José da Cunha Matos, destaca-ram-se da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional e fundaram nova entidade, com a finalidade de coligir informações, discutir questões de relevância para a história, a geografia e a administração do País e divulgar suas conclusões por meio de eventos e publicações.

Era todo um catálogo de realizações, que aparecia enunciado no es-tatuto de 1838 e nos “programas históricos” propostos pelo primeiro pre-sidente do IHGB, o Visconde de São Leopoldo. Na expressão da época, foram reunidas a história filosófica e a história pragmática para, a partir de um repositório de dados sobre o País, compreender o processo de sua formação e estabelecer diretrizes para o futuro. Mesmo a idéia de formar quadros para a administração pública aparece nos textos produzidos na primeira década do Instituto.

Ao mesmo tempo programa de pesquisa científica, proposta de pe-dagogia social e discurso legitimador, o projeto do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro pressupunha diversos desdobramentos: coleta de 1 – Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. - Sócio Titular

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Arno Wehling

dados no Brasil e no exterior, envolvendo procedimentos que hoje deno-minamos arquivísticos, museológicos e biblioteconômicos; realização de investigações que permitissem aprofundar o conhecimento da evolução histórica do País, de sua composição étnica, de suas bases geográficas, de suas características e potencialidades econômicas; constituição de foruns de debates especializados e divulgação de textos que contribuíssem para aperfeiçoar o nível científico, educacional e cultural do País; e, por último e talvez mais importante, a elaboração de um discursso legitimador que levasse em conta os valores dominantes entre aquela elite fluminense, mi-neira e paulista que reequilibrava institucionalmente o País, com o apoio, nem sempre fácil, das demais elites provinciais.

Esses valores aparecem algo difusamente nos textos publicados na Revista do Instituto em seus primeiros anos, mas se tornam explícitos com a premiação da monografia de Martius, em 1843, sobre “como se deve escrever a história do Brasil”. Aí estão, clara e sucintamente expos-tas, as vértebras do discurso legitimador que será a marca do Instituto e do País ao longo de quase todo o século XIX.

O método a seguir é o da combinação da história filosófica com a história pragmática; o objeto da pesquisa, a sociedade, a cultura, a vida econômica e as instituições políticas, mais do que as meras informações factuais, numa equação que combina a história dos costumes de Voltaire com a história do Zeitgeist da Ilustração alemã; o processo formador, a fusão das etnias portuguesa, indígena e negra, com o predomínio da pri-meira, como rio principal ao qual se mesclavam os afluentes, na metáfora geográfica do autor; as concepções diretoras, a idéia da integridade nacio-nal, pela união das províncias em torno ao centro político e da monarquia constitucional como forma de governo capaz de permitir as condições de estabilidade ao sistema político, indispensáveis à paz e ao progresso.

Ao longo dos seus 170 anos, certamente os “programas históricos” a cumprir pelo IHGB variaram de acordo com as circunstâncias de sua historicidade. Ao romantismo historicista, preocupado com a integridade nacional e a construção do estado, seguiram-se as gerações cientificistas,

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Sessão Magna 21 de outubro de 2008

embebidas de positivismo, evolucionismo e posteriormente marxismo, centradas em encontrar os fundamentos e a dinâmica da sociedade bra-sileira.

No século XX também se acrescentaram ao debate weberianos, es-truturalistas e foucauldianos. Ainda neste século viu o IHGB acelerar-se o movimento de fundação de seus congêneres estaduais, já iniciado no século XIX e o movimento de pesquisa universitária, nascido com a fun-dação das Faculdades de Filosofia na década de 1930 e consolidada com os programas de pós-graduação dos anos 1970.

Novos papéis precisaram ser definidos para o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, como precisaram igualmente ser definidos para os institutos estaduais e, já agora, municipais.

Um papel, porém, permanece como base, embora todo o restante mude, e na oportunidade em que coincide a comemoração dos 170 anos com a realização do IV Colóquio dos Institutos Históricos Brasileiros, vale a pena ser sublinhado: é o papel de pensar o Brasil. Peço licença para reiterar aqui o que já enunciei em outro colóquio, que nos reuniu em encontro regional.

Nosso dever para com nossas instituições é continuar a pensar o Brasil e pensar nossos estados, quer formulando nós próprios a reflexão, como o fazemos em nossas reuniões permanentes e extraordinárias e em nossos congressos estaduais, nacionais e internacionais, quer facultando os meios, em nossos arquivos, bibliotecas e museus, para que os pesqui-sadores alheios às nossas Casas o façam, quer, ainda, contribuindo para as políticas de preservação do patrimônio cultural e para o êxito da peda-gogia social da comemoração.

Esse pensar o Brasil e pensar nossas realidades regionais, no iní-cio do século XXI, envolve certamente categorias, conceitos e práticas diversas daquelas que orientaram os nossos respectivos fundadores e as gerações intermediárias. Desde a nossa autolocalização institucional no panorama da cultura brasileira até as atividades concretas que a refletirão,

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Arno Wehling

tudo precisa ser repensado à luz dos desafios dessa peculiar modernidade pós-moderna.

Nossas instituições precisam construir coletivamente, pelo esforço e pela participação de seus membros, os novos objetivos para responder a tantos e tão profundos desafios. Mas o deverão fazer, creio, plenamente conscientes de que os novos objetivos definir-se-ão nos limites impos-tos pelas suas antigas finalidades. Os fins dos Institutos Históricos estão inscritos perenemente – com a perenidade que podem ter as construções humanas – em nossos estatutos e em nossas realizações desde os funda-dores. A eles permaneceremos absolutamente fiéis. Quanto aos objetivos, estes sofrem os efeitos da historicidade e precisam ser redefinidos a cada nova conjuntura, sempre olhando o norte definido pelos fins. Já tive opor-tunidade, no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, referindo-me a outro contexto, de utilizar uma paráfrase de Ortega y Gasset que parece adequada a esta situação: não devemos fazer o que os fundadores fizeram, sob pena de nos esclerosarmos num conservadorismo estéril; mas deve-mos fazer o que fariam hoje, se estivessem em nosso lugar.

Para cumprir este desiderato, somente seremos bem-sucedidos se ti-vermos muito claros os fins dos Institutos Históricos e Geográficos, aque-les princípios intemporais cuja encarnação histórica cabe a cada nova ge-ração de membros das nossas Casas.

É um desafio magno, mas que estimula nossa inteligência e anima nossa criatividade. E deveremos vencê-lo juntos, Instituto Histórico e Ge-ográfico Brasileiro e Institutos Históricos Estaduais, para honra de nossas entidades que, pensando as realidades regionais, pensamos simultanea-mente o Brasil, e com isso ajudamos a consolidar esta imensa realização histórica que é fazer de um país continental um milagre de unidade na diversidade.

Fazer 170 anos implica, também, em reafirmar nosso compromisso de recomeçar, cumprindo a sina de Sísifo.

Recomeçar consolidando o que foi realizado, partindo de um ponto

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Sessão Magna 21 de outubro de 2008

que serve de patamar e alavanca para os seguintes, sempre no sentido de, em cumprimento ao Programa fixado pela atual Diretoria, adensar a con-tribuição intelectual e moral do Instituto ao Brasil, fazendo-o partícipe de peso no conjunto das instituições culturais brasileiras.

Diversos são os instrumentos para a consolidação do trabalho até aqui desenvolvido, alguns já mencionados por ocasião de Sessões Mag-nas ou solenidades de posse. Sobre um dos mais significativos, porque condição da argamassa que nos une como sócios, a sociabilidade - gosta-ria hoje de expender algumas reflexões.

A própria natureza de uma academia envolve a idéia de união e esta por sua vez tem como corolários o convívio e a sociabilidade. Bernardin de Saint Pierre fala da indispensabilidade de “reunir as verdades dispersas por toda a terra”. Xavier Heuschling, no Dictionnaire générale de la po-litique, de 1864, afirma ser necessária “a unidade na multiplicidade: tal é a lei da natureza, na ordem intelectual e moral, como na ordem material. Daí também a necessidade da reunião dos homens que pensam, para con-centrar num local comum suas idéias isoladas e esparsas”.

O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro tem sido, ao longo de sua história, um local de convergência de idéias sobre a História, a Geo-grafia e outros campos do conhecimento. Convergência que não significa abandono de concepções ou convicções próprias em favor das eventual-mente dominantes na instituição. Aqui coexistiram e conviveram racio-nalistas ilustrados, historicistas, positivistas, evolucionistas, marxistas e weberianos; liberais, tradicionalistas, conservadores e socialistas; român-ticos, realistas e modernistas. Ademais, orgulhamo-nos de nossas origens pluricorporativas: poucas instituições mais existem nas quais sentem-se lado a lado e dialoguem juristas, eclesiásticos, militares, professores uni-versitários, diplomatas, médicos.

Essa convivência plural tornou-se possível e, mais do que isso, de-sejável, porque a finalidade que nos congrega é uma só: pensar o Brasil. Mas não o fazemos do ponto de vista de um partido, porque não aspira-mos ao poder. Não o fazemos do ponto de vista de uma ideologia, porque

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Arno Wehling

não aspiramos, ao estilo sofista, vencer uma discussão. Pensamos o Brasil de um ponto de vista acadêmico, isto é, de uma valoração superior, não imediatamente engajada numa determinada opção, de qualquer nature-za, mas mediatamente identificada com valores mais altos que envolvem uma atitude de profunda empatia com a humanidade e um sincero desejo de que o País afirme um ethos humanista.

Ao percorrermos as páginas da Revista do Instituto, desde o século XIX, é esta mensagem, freqüentemente envolta em formas muito diver-sas de expressão, que encontramos. Talvez o exemplo pessoal mais em-blemático dessa idéia seja o do cônego Januário da Cunha Barbosa, que foi pregador imperial, mas também polêmico e combativo jornalista e deputado. Esteve no governo, na oposição e na prisão, mas dedicou seus últimos anos à finalidade maior de dar ao Brasil uma instituição efetiva-mente nacional, para muito além das circunstâncias.

Em conseqüência, quando falamos em sociabilidade, não estamos nos referindo necessariamente à amabilidade, mas à capacidade de con-viver com o outro, ainda que este outro seja profundamente diferente. Charles Duclos, que era um homem cultivado no sentido francês do sé-culo XVIII e viveu nos reinados dos últimos Luíses, dizia que “o homem sociável inspira o desejo de com ele conviver... [ ao contrário ] o homem amável reúne vícios, frivolidades e inconvenientes que o tornam freqüen-temente o menos digno de ser amado”.

A sociabilidade manifesta-se de diferentes maneiras, seja na essên-cia, seja nos acidentes, seja no estilo. Mas alguns de seus traços mais característicos devem ser lembrados, se desejamos refletir sobre nossa Casa e seu espírito.

Em primeiro lugar, um acendrado respeito pela pessoa e pela obra de nosso confrade. Para além da tolerância, que apenas suporta a diversida-de do outro, esse respeito nasce não apenas da mútua condição acadêmi-ca, mas da convicção de que aquele que não pensa como nós certamente o faz amparado por alguma parcela de verdade em seu pensamento, assim como a nossa própria Weltanschauung, por mais cara que ela nos seja,

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Sessão Magna 21 de outubro de 2008

também é um exercício necessariamente parcial, datado e perspectivado. Quando lemos os livros de Max Fleiuss sobre o Instituto, cujos temas diversificados cobrem quase toda a primeira metade do século XX, ou quando recordamos o consulado de Pedro Calmon à frente de nossa insti-tuição, entendemos a expressão concreta desta atitude, a de um convívio fundado no respeito intrínseco pela pessoa e seu trabalho e não na tole-rância, esta sempre fruto de uma decisão política.

Inseparável desta atitude é a da admiração ilimitada pela inteligên-cia, mais do que pela simples erudição. A valorização do “contato com pessoas inteligentes”, na expressão de Goethe, fê-lo perguntar o que seria, “se não tivesse sempre aprendido com elas”. E rematando o pensamento em forma de conselho, dizia, dirigindo-se a seu correspondente: “Vocês devem aprender não através dos livros, mas de uma viva troca de idéias, por meio de uma tranqüila sociabilidade”. Esta Geselichkeit reaparece em várias obras e vários momentos de sua vida, atestando a importância que lhe dava, talvez porque ela já se encontrasse em certo declínio nestes anos de crise do Antigo Regime, refugiando-se em alguns nichos acadêmicos e literários.

O gosto pela troca de idéias completa, assim, o perfil acadêmico da sociabilidade. Sem o “comércio de idéias” da expressão Setecentista, a sociabilidade não floresce. Ela seria apenas um exercício frívolo ou lú-dico, se não contribuísse efetivamente para o refinamento do conheci-mento. Aquilo que hoje em dia as diferentes especialidades fazem em congressos científicos, trocando informações e procedimentos dentro de certas regras, visando ao aperfeiçoamento de um determinado campo, pode e deve ser feito em outro estilo e com meios diversos, numa socie-dade acadêmica. Muitos anos antes de falar-se em interdisciplinaridade, Valéry, referindo-se à Academia Francesa, falava do “comércio de perso-nalidades incomparáveis” para ilustrá-lo com a troca multifacetada per-mitida pelo convívio de prelados, diplomatas, filósofos, poetas, militares e historiadores.

É da interlocução entre diferentes, sobretudo entre muito diferentes,

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Arno Wehling

que podem nascer as reflexões mais elaboradas e as valorações mais pro-fundas, além e acima das práticas rotineiras do quotidiano. Se, em nosso espaço espiritual, continuarmos a perseguir esta finalidade, o “comércio de idéias” será o instrumento fundamental para atingi-la, pois poderemos dizer, ainda com Goethe, que “onde a Geselichkeit encontra interlocuto-res, ela está à vontade”.

Possa o Instituto continuar sendo este lugar do espírito onde se cultivam os valores maiores.

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Relatório das atividades do ano social 2007-2008

RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DO ANO SOCIAL 2007-2008

Cybelle Moreira de Ipanema1ª secretária

Exmo. Sr.Prof. Dr. Arno Wehling DD. Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro Demais ilustres componentes da Mesa DiretoraExmos. Senhores Delegados dos Institutos Históricos Estaduais, Representantes junto ao IV Colóquio dos Institutos Históricos BrasileirosPrezados ConfradesSenhoras e Senhores

Quando começamos a frequentar o Instituto Histórico e Geográfi-co Brasileiro, como centro de pesquisa; quando a generosidade dos seus membros nos levou a uma cadeira no Quadro Social – diretora, na 1ª Secretaria –; quando a generosidade, ainda, dos confrades vem nos ele-gendo, há sucessivos sete mandatos na gestão Arno Wehling, não sonha-ríamos, sequer, com o privilégio de repassar o desempenho do Instituto em seu 170º aniversário. É o peso de existência longa, sem perder a pers-pectiva de vencer os desafios que a marca impõe.

Como nos anos anteriores, nas décadas anteriores, nas centúrias – quase duas – anteriores, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro ar-vorou a bandeira do trabalho – em nome da manutenção das tradições, e não descurou delas.

Desde 1838, evidentemente, têm-se alterado projetos e resultados, mas não a coerência em se apresentar à comunidade estudiosa, propi-ciando caminhos e embasamento material - livros, periódicos, manuscri-tos, iconografia, peças museológicas - para a realização da produção do conhecimento no viés da História, da Geografia e das demais Ciências Sociais.

Disponibilizar os acervos, oferecer matéria para reflexão, a partir dos

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Cybelle Moreira de Ipanema

próprios sócios, ou acolhendo contribuições externas, tem sido a tônica do funcionamento ininterrupto nessa idade longeva, balizada por eventos rotineiros e/ou esporádicos.

CEPHAS – Entre a última Sessão Magna e a presente, a Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas, sob a coordenação de Maria de Lour-des Viana Lyra e Lúcia Maria Paschoal Guimarães - após funcionamento sob Arivaldo Silveira Fontes, realizou 15 sessões, com apresentação de 39 comunicações, por sócios ou convidados, isoladas ou grupadas, sob ou não o título de Mesas Temáticas, tratadas a seguir e não incluídas na contagem acima.

Sessões globais – Dedicaram-se a Nelson Werneck Sodré, com o Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro, em seu III Congresso Fluminense de História e Geografia, e outras entidades, Basílio de Maga-lhães, Hipólito da Costa e o Correio Braziliense, José Carlos de Macedo Soares, Genealogia, Josué de Castro, Padre Antônio Vieira (duas sessões completas) e Arqueologia.

Posses – Em 9 de janeiro, realizou-se a posse da Diretoria, Conselho Fiscal e Comissões Permanentes, eleitos em dezembro anterior. Empos-saram-se ainda, durante o ano, os sócios: Marcos Guimarães Sanches, ho-norário brasileiro, no gabinete do presidente e, solenemente, Jean Pierre Blay, correspondente estrangeiro, recebido por Guilherme de Andréa Fro-ta, e os honorários brasileiros, Antonio Izaias da Costa Abreu, recebido por Arno Wehling, Ondemar Ferreira Dias Junior, por Cybelle Moreira de Ipanema, e Célio de Oliveira Borja por Alberto Venâncio Filho.

Ainda no dia de hoje, no gabinete, a posse do correspondente brasi-leiro, D. Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança.

Posse, ainda, revestida de grande solenidade e expressiva freqüência, foi a do presidente de Portugal, Dr. Aníbal Cavaco Silva, como Presidente de Honra do Instituto, dentro das comemorações dos 200 anos da corte portuguesa no Brasil, cabendo ao presidente Arno Wehling saudá-lo.

Eventos culturais e associativos – A Abertura das Atividades Cul-

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Relatório das atividades do ano social 2007-2008

turais fez-se em 5 de março, com a conferência de Kenneth Light sobre “A transferência da corte para o Brasil”.

Realizaram-se em três fases, as comemorações do Bicentenário, com a participação do IHGB: I Jornadas Comemorativas da Partida, em Lis-boa, em novembro de 2007; na Bahia, de 14 a 16 de maio deste ano e no Rio de Janeiro, nesta Casa, de 19 a 21 do mesmo mês.

Em igual sentido, foi aqui realizado, de 3 a 6 de junho, o “Curso D. João e a Cidade do Rio de Janeiro 1808-2008”, pelo Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro, com parceria do Brasileiro.

O Instituto participou do Seminário “Juízes e Tribunais - Perspecti-vas da História da Justiça no Brasil”, em março, associando-se ao Supre-mo Tribunal Federal.

Como periodicamente acontece, realizou-se, em conjunto com o IHGB, a XXVII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Pesquisa His-tórica – SBPH.

Em outubro, será o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro par-ceiro da Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha no Simpósio do Bicentenário do Visconde de Inhaúma.

Participação, igualmente, deu o Instituto Histórico e Geográfico Bra-sileiro a mais duas realizações tendentes ao Bicentenário da Transferência da Corte. Com o jornal Folha Dirigida e o Sindicato dos Estabelecimen-tos de Ensino do Rio de Janeiro, e o apoio do Real Gabinete Português de Leitura e Liceu Literário Português, integrou-se no Concurso de Reda-ção para estudantes. Por um lado, vários de seus sócios colaboraram no tablóide preparado para estimular os concorrentes e, por outro, sediou, em 24 de setembro, o evento de premiação a 100 (cem) classificados, assim como ofereceu brindes. Foi lançado, na ocasião, o livro resultante do Concurso: A chegada da Corte Portuguesa e a Transição para a In-dependência.

Nem se deixe de fora o registro de que se inscreveram, da última série do Ensino Fundamental e do Ensino Médio do Estado, 22.714 par-

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Cybelle Moreira de Ipanema

ticipantes!

A outra presença foi na Revista da Academia Brasileira de Letras, relativa ao tema, com ensaios de sócios.

Cursos e outras realizações convocatórias de público – Todos sob a coordenação da Sócia Honorária Mary Del Priore. Os Cursos “História e doenças: estudos e perspectivas” (abril) e “O que é sport?” (junho) e a programação, em outubro, do “Baú de histórias”: cotidiano e objetos de nosso passado”, em três sessões e a participação de seis especialistas, em parceria com a ABBR – Associação Brasileira Beneficente de Reabilita-ção.

De ressaltar a criação, pelo Governo Federal, do Conselho Nacional de Política Cultural, na área do MinC, onde representam o Instituto seus presidente e 2º vice-presidente, Victorino Chermont de Miranda.

Da maior significação é o evento que se inicia no dia desta Sessão Magna: o IV Colóquio dos Institutos Históricos Brasileiros, na tradição do primeiro, de 1998, e que este ano, ao congraçar os Institutos de todo o Brasil, privilegiou a temática dos 200 Anos.

Lançamento de livros – Registrem-se, entre março e setembro: A Casa das Alagoas, a História e as Coleções, de Douglas Apprato Tenó-rio e Carmen Lúcia Dias; La Ravardière e a França Equinocial, de Vas-co Mariz e Lucien Provençal; Da Escola Palatina ao Silogeu: Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1889-1938), de Lucia Maria Paschoal Guimarães; Silva Porto: livreiro na corte de D. João, editor na Indepen-dência, de Cybelle de Ipanema e Marcello de Ipanema (in memoriam); Napoleão Bonaparte: imaginário e política em Portugal c. 1808-1810, de Lúcia Maria Pereira das Neves; Caminhos do açúcar: engenhos e casas-grandes das Alagoas, de Douglas Apprato e Carmen Lúcia Dias; e Nas fronteiras da intolerância: Einstein, Hitler, a Bomba e o FBI, de Ronaldo de Freitas Mourão; além do decorrente do Concurso de Redação.

Durante o Colóquio Luso-Brasileiro da transferência da corte, em maio, foi lançada a 2ª edição do clássico de Joaquim Veríssimo Serrão,

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Relatório das atividades do ano social 2007-2008

presidente de honra da Academia Portuguesa da História (que não pôde comparecer), O Rio de Janeiro no século XVI, agora em um só volume, acrescido de ilustrações.

O Colóquio contou com o apoio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e das entidades portuguesas Real Gabinete e Liceu Literário.

Reproduções e empréstimos de acervo - O Instituto, aberto à pesqui-sa o ano inteiro, também atende a pedidos de reprodução e de empréstimo de documentos sob sua guarda, o que se traduz em um intenso relaciona-mento.

Revista – Circulando há 169 anos, a Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro reúne o maior conjunto de estudos de História do Brasil. É referência internacional em Ciências Sociais. Trimestral, edita-da pela Gráfica do Senado Federal, tem a direção da Sócia Titular Miridan Britto Falci. Foram lançados este ano os volumes 437 (out.-dez. 2007) e 438 (jan.-mar. 2008). Em Brasília, o volume seguinte.

Noticiário – Além da informação administrativa, formal, dos editais e portarias que regulam o funcionamento do Instituto, da programação cultural do período e eventos, o órgão, mensal, sob a edição de Victorino Chermont de Miranda, é enriquecido com descrições ilustradas de itens do acervo do Instituto. Valiosas para acompanhar a presença do Corpo Social são as informações respectivas e o “Destaque na imprensa”.

Registrada a ascensão de Luiz de Castro Souza, benemérito, eleito em 1963 como novo decano do Instituto, após o falecimento de D. Pedro Gastão de Orléans e Bragança.

Visibilidade do Instituto – Contratou-se empresa de comunicação para a divulgação das atividades.

Tesouraria – Sob comando de Fernando Tasso Fragoso Pires con-trolando as chaves do cofre, como convém.

Setores técnicos – Entrosados com a Sala de Leitura, para dar con-seqüência ao atendimento ao usuário, de 2ª a 6ª, de 9h30 às 17 horas,

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Cybelle Moreira de Ipanema

sem solução de continuidade, de janeiro a janeiro. Dirigidos por sócios e movimentados por chefes, são assim enunciados:

Biblioteca – Lygia da Fonseca Fernandes da Cunha e Maura Corrêa e Castro.

Hemeroteca – a mesma sócia e Célia da Costa.

Arquivo – Carlos Wehrs e Lúcia Maria Alba da Silva.

Iconografia – sem diretor; chefe, a mesma.

Museu – Vera Lúcia Bottrel Tostes (sem corpo funcional no momen-to).

Em reconhecimento pela participação e dedicação à Casa, foram, como visto, agraciados sete funcionários, caminhando com o Instituto há mais de 20 anos.

Secretária da Diretoria – Tupiara Machareth Ávila Dias.

A Secretaria, ligada à Diretoria, funciona como esta, durante todo o ano, não se fragmentando por recesso como as atividades culturais, de dezembro a março.

Gerência administrativa – Jeferson dos Santos Teixeira, na bifa-ce: Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (cultural) e Edifício Pedro Calmon (comercial). No setor, instalado, com apoio do BNDES, o sis-tema de prevenção de incêndio, certamente de importância capital com dispensa de justificativa.

Senhor Presidente,

Senhoras e Senhores,

Circulando entre Diretoria, Corpo Social, Setores técnicos, Secreta-ria e Gerência Administrativa, procura conhecer do funcionamento a 1ª secretária que, todo ano, agradece aos corpos dirigentes, administrativos e funcionais a possibilidade de desempenhar o que lhe compete, espelha-

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Relatório das atividades do ano social 2007-2008

do, em parte, por este Relatório, tanto extenso, quanto lhe exige a imagem do Instituto em mais 365 dias diante do público acadêmico e cultural do País que o freqüenta, participa das suas atividades e toma conhecimento delas pelas páginas da Revista, em seu último número de cada ano.

Muito obrigada.

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Elogios aos sócios falecidos

ELOGIO AOS SÓCIOS FALECIDOS

José Arthur Rios

Ilmo. Sr. Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro Professor Arno WehlingMembros da DiretoriaPrezados ColegasSenhoras e Senhores

Mais uma vez, abusando da paciência dos meus confrades, venho ler o obituário dos que se foram no correr do ano que se finda. Lamentável que o IHGB não tenha na sua burocracia o cargo de um escrivão dos mor-tos que aqui viesse devidamente enlutado, melhor desincumbir-se desse registro. À falta desse titular, recorro à lembrança de um amigo, crente fervoroso que, em grave doença, interpelado pelo médico que o visitava se desejava alguma coisa, suspirou – só tenho pressa de chegar logo ao purgatório. Manifestava assim sua certeza de salvação, na verdade ga-rantia de ressurreição. Nem seria preciso recordar Santa Tereza “muerro porque no muerro”. É, portanto, nesse espírito que espero ouçam essa resenha, despida de qualquer unção funerária, inspirada na esperança de que os colegas ausentes estejam vivendo no limiar de outra vida e de uma paz que não é deste mundo.

Para nós, grandes as perdas do ano nessas figuras da mais diversa formação, vindos de tão remotos quadrantes: juristas, militares, profes-sores, servidores exemplares do Estado, até três senhoras – que a morte comete a grosseria imperdoável de não poupar o sexo frágil – ,brasileiros a maioria, mas também um norte-americano e uma alemã e, até um Prín-cipe nascido na Espanha – todos irmanados na mesma vocação de amor ao nosso País, de culto à nossa história.

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José Arthur Rios

DOM PEDRO GASTÃO DE ORLEANS E BRAGANÇA. Veio à luz em Sevilha, neto da Princesa Izabel, a Redentora, e bisneto de D. Pedro II – monarca cidadão – ,o mais legítimo de nossos republicanos. Tantas vezes pr1esidiu nossas sessões, símbolo vivo de uma nobreza mais de caráter que de sangue. A ele deve o Brasil a recuperação do arquivo do Castelo D´Eu, patrimônio histórico que hoje se encontra à disposição dos nossos pesquisadores, no Museu Imperial, em Petrópolis.

Logo, como que a escoltá-lo, numa invisível Guarda de Honra, ARI-VALDO SILVEIRA FONTES, sergipano de Riachão do Dantas. No físi-co enxuto e na palavra breve, não desmentia a origem sertaneja. Chegou ao Instituto com larga folha de serviços prestados ao País: professor de matemática do Colégio Pedro II e do Colégio Militar do Rio de Janeiro, diretor-geral do Departamento Nacional do SENAI, diretor e presidente da Fundação Osório, Secretário de Educação de Sergipe – acima de tudo educador, voltado para problemas essenciais de formação de recursos hu-manos. Na modéstia e simplicidade de trato quase fazia esquecer impor-tantes funções desempenhadas na administração pública. Escreveu sobre a história dos colégios militares do Brasil, traçou o perfil de Vultos do En-sino Militar sem esquecer Figuras e Fatos do seu amado Sergipe. Muitas vezes, na presidência das reuniões do CEPHAS, cabia-lhe a espinhosa tarefa, sempre desempenhada com hábil diplomacia, de dar a palavra aos conferencistas e também de encurtar o tempo das intervenções, como to-dos sabem, sempre insuficientes.

Assídua às reuniões do CEPHAS, recordamos a figura de FRIEDA WOLFF. Nos anos 30 veio para o Brasil com o marido fugindo das perse-guições racistas da Alemanha nazista. Não perdia ocasião para defender e valorizar sua cultura e sua gente. Singularizou-se pela contribuição à história dos judeus e judaizantes em nosso País, amiúde marginalizada ou esquecida na história oficial. Em colaboração com o marido Egon Wol-ff assinou inúmeros estudos sobre as comunidades judaicas revolvendo arquivos, bibliotecas, até registros de cemitérios. Suas pesquisas foram divulgadas nos Estados Unidos, em países da Europa, em Israel. Só-

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Elogios aos sócios falecidos

cia Honorária do Instituto foi eleita, em 1994, benemérita. Dedicada de corpo e alma à defesa da causa judaica, foi militante no judaísmo talvez esquecida de que o brasileiro, como em tanta coisa mais, só é racista por preguiça e que o Brasil, na frase lapidar de um publicista “é uma terra em que padre é maçon” – hoje diríamos progressista, “preto casa com branca, alemão joga no bicho e judeu come carne de porco”.

Sócio Correspondente foi o brasilianista JOHN W. F. DULLES. Não sei se ainda há brasilianistas ou se é espécie extinta como extintas pare-cem as verbas fartamente distribuídas in illo tempore a esses pesquisa-dores pelo Departamento de Estado Norte-americano. A categoria não chegou a produzir uma ideologia – o brasilianismo – mas deu origem a figuras e obras marcantes que muito influíram em nossa cultura, tra-zendo-nos uma metodologia, às vezes uma visão nova de nossa história – e que está pedindo com urgência uma avaliação. Dulles, entre tantos, foi dos que mais contribuíram para o conhecimento da fase mais recente de nossa história política. Filho de Secretário de Estado, formado pelas universidades de Princeton e Harvard, dedicou-se a partir de 1962 à cá-tedra de estudos latino-americanos na Universidade do Texas. Deixou obras definitivas sobre Anarquistas e Comunistas do Brasil, biografias minuciosas de personalidades polêmicas e contraditórias como Getúlio Vargas, Castelo Branco, Carlos Lacerda. Seu último trabalho, a biografia de Heráclito Sobral Pinto, o grande e intemerato advogado liberal; todos esses livros traduzidos para o português, escritos em notável espírito de imparcial objetividade. Em 1997, ao receber notícia de sua escolha para Sócio Correspondente do Instituto, agradeceu a distinção em carta ao nosso Presidente que é modelo de modéstia e retrato do scholar que foi: “Com sentimento de profunda gratidão – e também de humildade – venho aceitar a possibilidade de me ver associado ao IHGB e quero agradecer sua gentileza em considerar-me sócio e a todos os que, como o Sr., vêm contribuindo para o renome desta casa”.

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José Arthur Rios

NÍCIA VILLELA LUZ seria brasilianista pela freqüência e associa-ção a universidades americanas se não fosse paulista. Cumpriu brilhante carreira na USP, onde assumiu a orientação dos cursos de pós-graduação na área de História da Civilização Brasileira quando da aposentadoria de Sérgio Buarque de Holanda. Foi discente e docente de universidades norte-americanas, participou de projetos de pesquisa sobre História Eco-nômica do Brasil patrocinados pelas Universidades de Harvard e Vander-bilt e pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Além de sua obra mais importante A Luta pela Industrialização do Brasil e do ensaio hoje mais do que nunca oportuno sobre a política de D. João VI e seu papel na formação de nossa indústria, deixou inúmeros artigos em revistas espe-cializadas e colaborações em obras coletivas.

Outra figura feminina que nos deixou foi MARIA CECÍLIA RIBAS CARNEIRO. Dedicada colaboradora do historiador Helio Silva em sua obra sobre a História da República, chegou a concluí-la, após a morte do historiador, redigindo os volumes finais. Completou sua formação de magistério na Universidade do Texas, onde privou do convívio e dos ensinamentos de Foster Dulles. Não se limitou a acompanhar Helio Silva com exemplar dedicação. Só a política os separava, ele lacerdista, ela getulista. Seguiu-o também na vida religiosa. Helio faleceu na Ordem Beneditina, Maria Cecília o acompanhou como oblata de São Bento. Fal-ta-nos a imagem do novelo de sua cabeça branca na primeira fila das reu-niões do CEPHAS que freqüentou praticamente até seus últimos dias.

Do baiano JOSÉ FORTUNA ANDRÉA DOS SANTOS, nosso José Andréa, da sua brilhante carreira no magistério e no serviço público, ha-veria muito a dizer. Começou a vida profissional ensinando no tradicio-nal Ginásio da Bahia, foi promotor público no interior do Estado e logo depois, em 1967, começou sua longa identificação com o Departamento Nacional de Obras contra a Seca, onde implantou as normas do serviço, elaborou o planejamento do setor jurídico, chegando a Procurador-Geral do Departamento, cargo que exerceu até sua aposentadoria. Participou da criação do Banco do Nordeste e da Sudene. Em 1967, assessorou o

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Elogios aos sócios falecidos

recém-criado Ministério do Interior, passando a servir no seu setor jurí-dico. Serviu a quatro ministérios até dezembro de 1984, e mereceu, por serviços prestados, a medalha de ouro que lhe foi concedida pelo Gover-no Federal. Deixou-nos vários trabalhos sobre História do Brasil, dentre os quais se destacam o ensaio sobre seu antepassado o Marechal Andréa. Impossível enumerar seus trabalhos sobre Direito Administrativo, numis-mática, heráldica, filatelia, teses jurídicas e histórias, bem como várias comunicações apresentadas nas sessões do CEPHAS.

Do mesmo padrão foi BRAZ AUGUSTO AQUINO BRANDATO. Homem do Rio Grande do Sul, dedicou boa parte da sua vida à Ponti-fícia Universidade Católica de Porto Alegre e à história de seu estado. Professor de graduação e pós-graduação de sua Universidade, deixou-nos, entre outros, estudo sobre a vinda da Corte portuguesa para o Brasil. Concentrou seu interesse na época da invasão napoleônica em Espanha e Portugal, nas figuras de D. João VI, Carlota Joaquina e Pedro I, analisou as vicissitudes da política hispânica no começo do século XIX, a Carta Constitucional portuguesa de 1826 e acompanhou, com lente de jurista e historiador, os primeiros vagidos do liberalismo na Península Ibérica e também os últimos estertores do absolutismo.

ODILON NOGUEIRA DE MATOS foi outro historiador que se vol-tou para o estudo e recuperação dos anais de seu Estado natal. Seu campo de estudo foi a história paulista, - o que não impediu de conquistar o re-conhecimento da Real Academia de Historia de Madrid. Vinha editando, desde 1969, sob os auspícios da Universidade Católica de Campinas, a Notícia Bibliográfica e Histórica, precioso acervo de documentos e infor-mações que hoje soma mais de 130 números. Nogueira de Matos tinha a singularidade de ser um historiador da música e um dos seus livros é Música e Espiritualidade.

Concluímos aqui, Senhor Presidente, esta resenha. No seu neces-sário e forçoso esquematismo, não faz justiça aos títulos e méritos dos nossos companheiros que partiram. Graças à sua dedicação e seu talento, na diversidade de suas vocações, contribuíram para dar a essa Casa de

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José Arthur Rios

Memória sua verdadeira dimensão nacional e internacional, na defesa de um patrimônio hoje ameaçado pela lenta erosão de nossas melhores tradi-ções e pela traça solerte do esquecimento.

José Arthur Rios

IHGB, Rio de Janeiro, 21 de outubro de 2008.

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Atas e/ou Resoluções de Assembléias Gerais

II – DELIBERAÇÕES SOCIAISII.1 – Atas e/ou Resoluções de Assembléias Gerais

ATA DA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DE 9 DE JANEIRO DE 2008

Posse da Diretoria, Conselho Fiscal e Comissões Permanentes

Aos nove dias do mês de janeiro de dois mil e oito, no Salão Nobre, realizou-se a Sessão de Posse da Diretoria, Conselho Fiscal e Comis-sões Permanentes do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, para o mandato dois mil e oito / dois mil e nove. Sessão sob a Presidência do Prof. Arno Wehling e secretaria de Cybelle Moreira de Ipanema. Aber-ta às dezoito horas e quinze minutos, compôs o presidente a Mesa com as seguintes personalidades: presidentes Cícero Sandroni, da Academia Brasileira de Letras, Cláudio Murilo Leal, do PEN Clube do Brasil , gen. Aureliano Pinto de Moura, do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil , Stella Leonardos, da Academia Carioca de Letras , Edir Mei-relles, da União Brasileira de Escritores , e Carlos Eduardo Barata, do Colégio Brasileiro de Genealogia. Seguindo o ritual do Instituto, a se-cretária leu as Efemérides brasileiras, do Barão do Rio Branco, relativas à data. Foi feito um minuto de silêncio em homenagem ao sócio grande benemérito e decano do Corpo Social, Dom Pedro Gastão de Orléans e Bragança, recém-falecido. Em seguida, a leitura do Termo de Posse da Diretoria e demais órgãos, eleitos em doze de dezembro do ano passado. O Presidente Arno Wehling leu o Termo de Compromisso pela Diretoria, seguindo-se, por ele, a chamada dos membros da Diretoria, presentes, que assinaram o Livro de Posse. Faltaram, por motivo justificado, o primeiro e o terceiro vice-presidentes, respectivamente, Emb. João Hermes Pereira de Araújo e alm. Max Justo Guedes. O discurso do presidente enfocou o humanismo, visão presente sempre, desde a criação do Instituto. Reafir-mou o compromisso humanista do IHGB, expresso na centralidade do documento como fonte histórica, no seu tratamento crítico e em outros

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aspectos. Encerrada sua fala, foram lidas as manifestações recebidas, des-de o Senhor Presidente da República. Registradas também as presenças do Presidente do Real Gabinete Português de Leitura, Antonio Gomes da Costa, do Diretor do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro, Paulo Knauss, do Presidente da Academia Brasileira de Filologia, Leo-degário Azevedo Filho, do Emb. Álvaro Franco, da Fundação Alexandre Gusmão, do Subsecretário Municipal de Turismo, Paulo Bastos César, do pro-reitor de Planejamento da UniRio, Luiz Cleber Gak, da profª. Julia Belesse, decana do Centro de Ciências Humanas da mesma Universida-de, e de Antonio Celso Alves Pereira, Presidente da Sociedade Brasileira de Direito Internacional. O Presidente Arno Wehling agradeceu ao Corpo Social a confiança reiterada para um novo mandato de Diretoria, e à pre-sença de sócios e convidados. Passou a Diretoria à Sala Imperial, onde recebeu os cumprimentos, seguindo-se de coquetel no terraço. Compare-ceram os seguintes sócios: Arno Wehling, Victorino Chermont de Miran-da, Elysio de Oliveira Belchior, Fernando Tasso Fragoso Pires, Alberto Venancio Filho, Arnaldo Niskier, Marcos Guimarães Sanches, Lygia da Fonseca Fernandes da Cunha, Antônio Izaias da Costa Abreu, Dora Al-cântara, José Arthur Rios, Célio Borja, Mary Del Priore, Antonio Gomes da Costa, Esther Caldas Bertoletti, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Affonso Arinos de Mello Franco, Melquíades Pinto Paiva, Vasco Ma-riz, Vera Bottrel Tostes, Marcos Castrioto de Azambuja, Carlos Henrique Cardim e Cybelle Moreira de Ipanema.

Cybelle Moreira de Ipanema.1ª secretária

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ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORINÁRIA DO DIA 20 DE FEVEREIRO DE 2008

Eleição do Presidente da República Portuguesa como Presidente de Honra do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

Aos vinte dias do mês de fevereiro de dois mil e oito, realizou-se, na Sala Pedro Calmon, em segunda convocação, a Assembléia Geral Extra-ordinária, destinada à eleição do Presidente de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, como Presidente de Honra do Instituto. Presidência do prof. Arno Wehling e Secretaria de Cybelle Moreira de Ipanema. A sessão foi aberta às quinze horas e explicada a razão, fundada em uma tradição do IHGB. O Presidente leu a Proposta da Diretoria e mencionou os governantes de Portugal que já tiveram o título: os reis Dom Fernando, em 1842, e Dom Carlos, em 1897, e os Presidentes da República, Gen. Francisco Higino Craveiro Lopes (1947), Alm. Américo de Deus Rodrigues Tomás (1971) e Dr. Jorge Fernando Branco de Sampaio (1999). Apresentada a Proposta, foi a mesma aprovada por aclamação, com unanimidade dos participan-tes. Passando aos Assuntos Gerais, o Gen. Jonas de Morais Correia Neto pediu para lembrar dois fatos ocorridos no presente dia: em 20 de feve-reiro de 1827, a Batalha de Passo do Rosário ou Ituzaingó, de resultados indefinidos, para o Brasil ou Buenos Aires, fechando-se com a criação do estado-tampão do Uruguai. O assunto gerara polêmica entre o Gen. Tasso Fragoso e Max Fleiuss, do Instituto. O segundo, a entrada triunfal do Con-de de Porto Alegre em Buenos Aires, em 20 de fevereiro de 1852, após a derrota de Monte Caseros, que selou o destino de Juan Manoel de Rosas. O Presidente agradece e anuncia as próximas sessões do Instituto: em 5 de março, Abertura das Atividades Culturais, e 7 de março, a Posse do Presidente Aníbal Cavaco Silva, às 11 horas. Compareceram os seguintes sócios: Arno Wehling, Victorino Chermont de Miranda, Lygia da Fonseca Fernandes da Cunha, Fernando Tasso Fragoso Pires, Maria de Lourdes Viana Lyra, Jonas de Morais Correia Neto, Maria da Conceição Beltrão, Marilda Corrêa Ciribelli, Elysio de Oliveira Belchior, Max Justo Guedes, Carlos Wehrs, Luiz de Castro Souza, Vasco Mariz, Roberto Cavalcanti de

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Albuquerque, Antonio Gomes da Costa, Guilherme de Andréa Frota, José Arthur Rios, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Helio Leôncio Martins e Cybelle Moreira de Ipanema.

Cybelle Moreira de Ipanema.1ª secretária

SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DE 5 DE MARÇO DE 2008

Abertura das Atividades Culturais

Aos cinco dias do mês de março de dois mil e oito, realizou-se a sessão destinada a marcar a Abertura das Atividades Culturais do ano. Às dezessete horas e quinze minutos inicia-se a sessão, compondo o Pre-sidente a Mesa com o segundo Vice-presidente Victorino Chermont de Miranda; o Alm. Armando de Senna Bittencourt, Diretor do Patrimônio Histórico e Cultural da Marinha; o Secretário do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano; além da primeira secretária. Lidas as Efemérides brasileiras, do barão do Rio Branco, relativas à data, o presidente minudenciou os eventos que, ao longo do ano, vão marcar a participação do Instituto nas comemorações dos 200 anos da Chegada da Família Real ao Brasil. Nos dias vinte e sete e vinte e oito, programação conjunta com o Supremo Tribunal Federal, no Centro Cultural da Justiça, intitulada “Juízes e tribunais”. Dezenove a vinte e um de maio, o Coló-quio Luso-Brasileiro “A transferência da Corte Portuguesa para o Brasil”. No mês de outubro, IV Colóquio dos Institutos Históricos Estaduais, com ênfase na temática dos 200 anos e comemorando os cento e setenta anos da fundação do IHGB. A seguir, deu a palavra ao historiador Kenneth Ligth para sua conferência, “A transferência da Capital e Corte para o Brasil – 1807-1808”. Discursou sobre a viagem, capacidade dos navios, ventos, circunstâncias, número de passageiros. Ao final, mostrou ima-gens dos navios, como concebeu suas posições e encomendou quadro a um pintor (acha-se exibido na Exposição do Museu Histórico Nacional).

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A secretária registrou as manifestações recebidas e presenças no plenário. Arno Wehling encerrou a sessão, agradecendo a sócios e convidados e anunciou o coquetel e o lançamento do livro de Lucia Maria Paschoal Guimarães, Da Escola Palatina ao Silogeu: Instituto Histórico e Geo-gráfico Brasileiro – 1889/1938. Compareceram os seguintes sócios: Arno Wehling, Victorino Chermont de Miranda, Lygia da Fonseca Fernandes da Cunha, Mary Del Priore, Maria de Lourdes Viana Lyra, Marilda Cor-rêa Ciribelli , Elysio de Oliveira Belchior, Maria da Conceição Beltrão, Antonio Izaias da Costa Abreu, Carlos Wehrs, Lucia Maria Paschoal Gui-marães, Luiz de Castro Souza, Esther Caldas Bertoletti, Roberto Caval-canti de Albuquerque, Marcos Guimarães Sanches, Armando de Senna Bittencourt , José Arthur Rios, Alberto Venâncio Filho, José Murilo de Carvalho, Jaime Antunes da Silva, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Isabel Lustosa e Cybelle Moreira de Ipanema.

Cybelle Moreira de Ipanema.1ª secretária

ATA DA SESSÃO EXTRORDINÁRIA DE 7 DE MARÇO DE 2008

Posse, como Presidente de Honra, do Presidente da Nação Portugue-sa, Aníbal Cavaco Silva com início às onze horas e trinta minutos.

A Sessão, no Salão Nobre, foi antecipada por ato na Sala Impe-rial, onde o visitante foi introduzido pelo presidente Arno Wehling que o apresentou aos membros da Diretoria, que ali o aguardavam, e diversas autoridades, representantes de instituições culturais e de governos estadu-al, e municipal da Cidade do Rio de Janeiro.

O presidente Arno Wehling convocou as chefes da Biblioteca e Ar-quivo para explicarem peças raras do acervo do Instituto que foram: a edi-ção príncipes de Os Lusíadas e a Relação dos despachos publicados na Corte pelo expediente da Secretaria de Estado dos Negócios Estrangei-ros, e da Gerra, Rio de Janeiro, 13 de maior de 1808, primeira peça saída

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da Impressão Régia. Em seguida, ofereceu ao presidente Aníbal Cavaco Silva o Álbum dos 150 anos do Instituto e a edição fac-similar de Os Lusí-adas, lançada no ano passado, aguardo crítico de Leodegário de Azevedo Filho. À senhora dona Maria Cavaco Silva foi oferecida a obra sobre Franz Post (Catalogue raisoné), organizada por Pedro Corrêa do Lago. Os visitantes ofertaram ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro a publicação: Portugalia Documenta Cartográfica. A seguir, o presidente de Portugal passou ao Salão Nobre, totalmente lotado, acompanhado dos membros da Diretoria presidente Arno Wehling, 2° e 3° vice-presidente Victorino Chermont de Miranda e Max Justo Guedes, e 1ª secretária, Cy-belle Moreira de Ipanema, quando já todos se achavam no recinto: os sócios do Instituto, na galeria de Sócios.

Cybelle Moreira de Ipanema1ª secretária

ATA DA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DE 9 DE ABRIL DE 2008

Posse do Sócio Honorário Brasileiro Antônio Izaias da Costa Abreu

Às dezessete horas e vinte minutos do dia nove de abril de dois mil e oito, no Salão Nobre, teve início a Sessão de Posse do Sócio Honorário brasileiro, desembargador Antônio Izaias da Costa Abreu. O Presidente Arno Wehling iniciou a sessão compondo a Mesa, onde já se encontrava a primeira-secretária Cybelle Moreira de Ipanema com os membros da Diretoria: segundo vice-presidente, Victorino Chermont de Miranda e te-soureiro Fernando Tasso Fragoso Pires, além do decano do Corpo Social Luiz de Castro Souza. Convocou a secretária para a leitura das Efeméri-des brasileiras, do barão do Rio Branco, alusivas à data. Em seguida, de-signou Comissão de três sócios para introduzirem o empossando: Maria da Conceição Beltrão, Vasco Mariz e Ronaldo de Freitas Mourão. Sua entrada no plenário, lotado de sócios e convidados, foi saudada de pé. Acercando-se da Mesa, o novo sócio ouviu a leitura do Termo de Posse

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pela secretária e, a seguir, leu o Termo de Compromisso, passado pelo Presidente. Aplaudido, recebeu deste o Diploma de sua categoria. Foi chamada sua esposa, Maria de Fátima Abreu, para a imposição do colar acadêmico. O Discurso de Recepção esteve a cargo do Presidente Arno Wehling que destacou a circunstância de, sempre, o Instituto ter contado com juristas em seu Quadro Social. Mencionou vários, recordando um dos últimos, o Desembargador José Bezerra Câmara. Enalteceu a forma-ção e as atividades do novo sócio, com larga trajetória na Judicatura do Estado do Rio de Janeiro. Natural de Bom Jesus do Itabopoana, no noro-este fluminense, tem-se dedicado, além de suas atribuições forenses, ao estudo das comunidades fluminenses e da implantação e desenvolvimento do Poder Judiciário estadual. É autor de, entre outros, Municípios e topô-nimos fluminenses e Palácios e Fóruns do Judiciário do Estado do Rio de Janeiro. Passou-lhe a palavra, em seqüência, o Presidente para sua oração protocolar. Da tribuna, proferiu o discurso: “Evolução histórica das co-marcas fluminenses”. Foram marcadas por muita emoção as referências à sua própria terra e comarcas onde tem atuado. Ao final, a Secretária fez o registro de outras presenças no plenário e das manifestações recebidas. O Presidente encerrou a sessão, dizendo muito esperar o Instituto da cola-boração do novo sócio. Agradeceu a presença de todos e convidou para o coquetel oferecido pelo casal Maria de Fátima–Antônio Izaias. Compare-ceram os seguintes sócios: Arno Wehling, Fernando Tasso Fragoso Pires, Maria da Conceição Beltrão, Melquíades Pinto Paiva, Antônio Izaias da Costa Abreu, Esther Caldas Bertoletti, Victorino Chermont de Miranda, Luiz de Castro Souza, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Lygia da Fon-seca Fernandes da Cunha, Marcos Guimarães Sanches,Vasco Mariz, Dora Alcântara e Cybelle Moreira de Ipanema.

Cybelle Moreira de Ipanema.1ª secretária

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ATA DA SESSÃO ORDINÁRIA DE 7 DE MAIO DE 2008

Posse do Sócio Honorário brasileiro Ondemar Ferreira Dias Junior

Aos sete dias do mês de maio de dois mil e oito, realizou-se, na Sala Pedro Calmon, a sessão de posse do Sócio Honorário brasileiro Onde-mar Ferreira Dias Junior. Sessão presidida pelo Prof. Arno Wehling, com secretaria de Cybelle Moreira de Ipanema, iniciada às dezessete horas e vinte e cinco minutos. Para compor a Mesa o presidente convocou, além da secretária; o segundo vice-presidente Victorino Chermont de Miranda, o Sócio Institucional Jaime Antunes da Silva – Diretor-geral do Arqui-vo Nacional – e o decano do corpo social, Luiz de Castro Souza. Lidas as Efemérides brasileiras, do barão do Rio Branco, alusivas à data, uma Comissão de sócios, constituída de Esther Caldas Bertoletti, Elysio de Oliveira Belchior e Maria de Lourdes Viana Lyra introduziu no recinto o novo sócio, recebido de pé, sob aplausos. Acercando-se da Mesa, ouviu ele o Termo de Posse, lido pela secretária, e leu o Termo de Compromis-so, passado pelo presidente que lhe entregou o Diploma de sua categoria. Ambos, presidente e empossando, assinaram o Livro de Posse. A impo-sição do colar acadêmico ficou a cargo da esposa do novo sócio, Jandira Neto Dias. A seguir, a Sócia Emérita e primeira-secretária Cybelle Mo-reira de Ipanema leu, da tribuna, o Discurso de Recepção. Recordou, em primeiro lugar, o início da Divisão de Patrimônio Histórico e Artístico da Guanabara, em mil novecentos e sessenta e cinco, dirigida por Marcello de Ipanema, onde ela mesma chefiou a Seção de Pesquisa, Exposições e Divulgação, em que esteve alocado Ondemar Dias e deu grande contri-buição àquele órgão da Secretaria de Educação e Cultura, no ano do IV Centenário do Rio de Janeiro. Louvou a formação acadêmica e o desem-penho como professor e arqueólogo do novo sócio, área de conhecimento a que se tem dedicado, criando o Instituto de Arqueologia Brasileira, com sede própria no município de Belford Roxo, base de pesquisas, formação de técnicos e atividades, hoje estendidas aos estados do Acre e Tocantins. Seu último trabalho é, com a equipe do IAB, a pesquisa arqueológica na antiga Catedral, a Igreja de N. S. do Carmo da Sé do Rio de Janeiro.

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Atas e/ou Resoluções de Assembléias Gerais

Em seqüência, o presidente concedeu-lhe a palavra para sua oração sob o título “Sobre a degenerescência do índio brasileiro”, onde apontou as distorções de avaliação nesse terreno. Findo seu discurso, a secretária leu as manifestações recebidas por sua posse. O Presidente encerrou a sessão, esperando novas contribuições do sócio que já tem colaborado na Revista e se apresentando na CEPHAS. Agradeceu a presença de todos e convi-dou, em nome do casal Dias, para coquetel no terraço. Compareceram os seguintes sócios: Arno Wehling, Elysio de Oliveira Belchior, Maria de Lourdes Viana Lyra, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Ondemar Fer-reira Dias Junior, Jaime Antunes da Silva, Lygia da Fonseca Fernandes da Cunha, Esther Caldas Bertoletti, Antônio Izaias da Costa Abreu, Vic-torino Chermont de Miranda, Luiz de Castro Souza, Marcos Guimarães Sanches, José Arthur Rios, Maria Cecília Londres e Cybelle Moreira de Ipanema.

Cybelle Moreira de Ipanema.1ª secretária

ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA DE 11 DE JUNHO DE 2008

Prestação de contas de 2007

Às quatorze horas e trinta minutos do dia onze de junho de dois mil e oito, abriu-se, em segunda convocação, a Assembléia Geral Ordinária de Prestação de Contas de dois mil e sete, chamando a atenção o presi-dente Arno Wehling para três pontos: o atraso nesta realização, motivado pelo Escritório de Contabilidade a apresentação de superávit nas contas, representando, em parte, superávit do ano e em parte para cobrir déficits anteriores e a autorização solicitada, como todos os anos, à Assembléia para a Diretoria transferir rubricas, se necessário, a fim de evitar convo-cação específica. A seguir, deu a palavra ao tesoureiro, Fernando Tasso Fragoso Pires, que leu o Parecer Favorável do Conselho Fiscal, firma-do pelos sócios Jonas Correia Neto, Antonio Gomes da Costa e Marilda Corrêa Ciribelli, às contas do Instituto relativas ao exercício passado (de

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primeiro de janeiro a trinta e um de dezembro de dois mil e sete). Informa do superávit e diz estar ligado ao fato de o Instituto ter, agora, nove in-quilinos (com áreas menores). Antes era o que se chamava “concentração de risco”. Lembra também o ônus com as entidades culturais que não pa-gam e ocupam um andar. O sócio Alberto Venâncio Filho pergunta se há subvenção e o Presidente explica ser pequena quantia anual do MinC que só pode ser aplicada a melhorias do acervo e atendimento e não manu-tenção dos serviços. Recorda também que o convênio com o Senado tem mantido a Revista, com prazos regulares. O Presidente põe em votação o Relatório do tesoureiro. Ninguém se manifestando, declara-o aprova-do. Não há, também, Assuntos Gerais. O Prof. Arno Wehling agradece a todos e dá por encerrada a Assembléia. Compareceram os seguintes sócios: Arno Wehling, Elysio de Oliveira Belchior, Maria da Conceição Beltrão, Marilda Corrêa Ciribelli, Carlos Wehrs, Alberto Venâncio Filho, Fernando Tasso Fragoso Pires, Lêda Boechat Rodrigues, Miridan Britto Falci, Victorino Chermont de Miranda, Esther Caldas Bertoletti e Cybelle Moreira de Ipanema.

Cybelle Moreira de Ipanema.1ª secretária

SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DE 25 DE JUNHO DE 2008

Posse do Sócio Honorário brasileiro Célio de Oliveira Borja

Aos vinte e cinco dias do mês de junho de dois mil e oito, na Sala Pedro Calmom, tomou posse o Sócio Honorário Brasileiro Célio de Oliveira Borja. Sessão presidida pelo Prof. Arno Wehling, aberta às dezessete horas e quinze minutos, com secretaria de Cybelle Moreira de Ipanema. O Presidente compôs a Mesa com o segundo Vice-presidente Victorino Coutinho Chermont de Miranda, o segundo secretário Elysio de Oliveira Belchior e o tesoureiro Fernando Tasso Fragoso Pires. Lidas, como de praxe, as Efemérides brasileiras, do Barão do Rio Branco, alu-sivas à data. O Presidente constituiu Comissão dos sócios Maria Beltrão,

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Atas e/ou Resoluções de Assembléias Gerais

Affonso Arinos e José Arthur Rios para introduzir o novo sócio no re-cinto. Recebido de pé e sob aplausos, Célio Borja acercou-se da Mesa e ouviu a leitura do Termo de Posse, pela secretária. A seguir, leu o Termo de Compromisso, estatutário, entregue pelo Presidente que também lhe passou o Diploma de sua categoria. Ambos, Presidente e empossando, assinaram o Livro de Posse. Para fazer a imposição do colar acadêmico, foi chamada a esposa, Srª. Helena Maria de Oliveira Borja. O Presidente deu a palavra ao sócio encarregado do Discurso de Recepção, Alberto Ve-nâncio Filho que, da tribuna, traçou a trajetória do novo sócio: professor, jurista, com desempenho em várias áreas da administração federal, no Executivo, no Legislativo e no Judiciário. Foi ministro da Justiça, como presidente da Câmara dos Deputados e ministro do Supremo Tribunal Federal. Em muitas ocasiões, em situações delicadas da vida brasileira, soube enfrentar como o momento exigia. Finda a saudação, o Prof. Arno Wehling agradeceu ao porta-voz do Instituto sua oração, cabendo a vez ao novo sócio para sua alocução que versou sobre “ Considerações sobre a História das instituições políticas”. Sua longa tradição do magistério e da prática da magistratura permearam seu Discurso de Posse. Ao final, a secretária registrou novas presenças no plenário, como de ex-ministro, e as numerosas manifestações de apreço recebidas das áreas política e cultural. No encerramento, o presidente reiterou a marca do discurso de Alberto Venâncio, traçando o duplo perfil de Célio Borja de intelectual ligado à História e ao Direito. Teceu mais considerações, agradeceu a aula magna conduzindo à reflexão do novo sócio, ao lado de agradecimento à presença de sócios e freqüentadores e convidou, em nome do casal Célio Borja, para um coquetel no terraço.

Compareceram os seguintes sócios: Arno Wehling, Victorino Cher-mont de Miranda, Elysio de Oliveira Belchior, Fernando Tasso Fragoso Pires, Maria da Conceição de Moraes Coutinho Beltrão, Lygia Fernan-des da Cunha, Maria de Lourdes Viana Lyra, Célio Borja, Alberto Ve-nâncio Filho, Hélio Jaguaribe, Eduardo Silva, Leda Boechat Rodrigues, Dora Alcântara, Tarcísio Padilha, Affonso Arinos de Mello Franco, Isabel Lustosa, José Arthur Rios, Alberto da Costa e Silva, Ronaldo de Freitas

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Mourão, Marcos Guimarães Sanches, Melquíades Pinto Paiva e Cybelle Moreira de Ipanema.

Cybelle Moreira de Ipanema.1ª secretária

ATA DA SESSÃO DO DIA 21 DE OUTUBRO DE 2008

Posse do Sócio Correspondente Brasileiro D. Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança

Às dezessete horas e trinta minutos do dia vinte e um de outubro de dois mil e oito, no gabinete do presidente Arno Wehling, tomou pos-se o Sócio Correspondente Brasileiro D. Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança, eleito em dezesseis de dezembro de mil novecentos e oito. Como de praxe, a posse se revestiu de todos os rituais das posses solenes, só não havendo discurso de recepção. O presidente explicou o motivo de reunião, dizendo representar o novo sócio a continuação, no Instituto, da presença de D. Pedro II, de quem é descendente. Não apenas a circuns-tância levou à sua eleição, mas por se tratar de historiador competente, com o trabalho de pesquisas em livros e colaborações na Revista. Em dois mil e sete, lançou, pela Universidade de Caxias do Sul, com o apoio do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro, O imperador e a atriz: D. Pedro II e Adelaide Ristori, edição de luxo da correspondência trocada pelo imperante e a atriz italiana, muitas vezes atuante em espetáculos no Brasil. Foi lido, pela secretária, o Termo de Posse e, pelo empossando, o Termo de Compromisso, após o que o presidente lhe passou o diploma, assinando ambos o Livro de Posse. Igualmente foi-lhe imposto o colar acadêmico, sacramentando a investidura. D. Carlos agradeceu a distin-ção, mencionando seu interesse em prosseguir pesquisas e realizações na linha do Instituto. Compareceram numerosos sócios, inclusive correspon-dentes, participantes do IV Colóquio dos Institutos Históricos Brasileiros – que se realizava – que cumprimentaram o novo membro invertido do Quadro Social.

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Cybelle Moreira de Ipanema.1ª secretária

ATA DE SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DO DIA 12 DE NOVEMBRO DE 2008

Posse do Sócio Honorário Brasileiro Pedro Aranha Corrêa do Lago

Aos doze dias do mês de novembro de dois mil e oito, no Salão Nobre, tomou posse o Sócio Honorário Brasileiro Pedro Aranha Corrêa do Lago, em sessão presidida pelo prof. Arno Wehling, com secretaria de Cybelle Moreira de Ipanema. A sessão teve início às dezoito horas e quinze minutos com a abertura pelo Presidente, que compôs à Mesa com o segundo Vice-presidente Victorino Chermont de Miranda, o tesoureiro Fernando Tasso Fragoso Pires, e o orador oficial José Arthur Rios. Pre-sente, o Cônsul Geral de Portugal no Rio de Janeiro, Embaixador Antônio Almeida Lima, não integrado à Mesa por se Ausentar mais cedo Lidas como de praxe, as Efemérides brasileiras, do barão do Rio Branco, alusi-va à data. O presidente designou Comissão para introduzir o novo sócio, composta de João Maurício de Araújo Pinho, Evaldo Cabral de Mello e Elysio de Oliveira Belchior. Saudado de pé pela numerosa Platéia de sócios, convidados e familiares, o sócio acercou-se da mesa, onde foi lido o Termo de Posse. O Presidente pediu-lhe ler o Termo de Compromisso, entregando-lhe o diploma, seguindo-se a assinatura no Livro de Posse. Para a imposição do colar acadêmico foi chamada a esposa Bia Corrêa do Lago. O Presidente deu a palavra do Sócio Titular Alberto Venâncio Fi-lho. Para a saudação em nome do Instituto, seu discurso traçou a biografia do empossando, filho do Embaixador Antônio Corrêa do Lago que, desde cedo, a mercê da residência em países estrangeiros, travou contato com as literaturas e as línguas, por exemplo, espanhola e francesa. Destacou sua formação e aplicação às atividades de pesquisador e historiador da arte, colecionador, livreiro e editor, com uma faceta também de investigador da fotografia como fonte histórica. Durante algum tempo, exerceu o cargo de presidente da Fundação Biblioteca Nacional, onde desenvolveu proje-

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tos culturais ligados ao livro e à leitura. Nos vários campos de estudo ... produzido edições de apurado gosto artístico, ao lado do metodológico na revelação das fontes. Editou, mais recentemente, três importantes obras sobre: o pintor Franz Post, Jean Baptista Debret e a Coleção pessoal de fotografia da Princesa Isabel. Com a palavra, o empossado Pedro Cor-rêa do Lago escolheu para seu tema “Debret e Taunay: artistas rivais na Missão Francesa”. Discutiu a chamada Missão Francesa e as figuras e papéis de Joaquim Lebreton e os pintores Debret e Taunay. Baseado em documentos, aprecia a rivalidade dos dois artistas, Felix-Emile Taunay, membro do Instituto de France, como Lebreton, e Jean Baptista Debret, que não o era. Uma revelação curiosa é de que Taunay se aproximou da Rainha Carlota Joaquina, pintando-lhe os retratos das filhas, no pressu-posto de agradar ao Rei, o que teve efeito exatamente contrário. D.João inclinou-se por Debret, que deixou vários retratos seus, como o conheci-do em trajes majestáticos, e o quadro do desembarque da arquiduquesa Leopoldina para o casamento com D.Pedro. Terminada sua exposição, a secretária registrou outras presenças no plenário e as manifestações rece-bidas.

Cybelle Moreira de Ipanema.1ª secretária

SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DE 26 DE NOVEMBRO DE 2008

Posse do Sócio Correspondente Português Miguel Monteiro

Às dezessete horas e vinte minutos do dia vinte e seis de novem-bro de dois mil e oito, na sala Pedro Calmon, realizou-se a posse do Só-cio Correspondente Português Miguel Monteiro, eleito em dezessete de outubro de dois mil e sete. A sessão foi presidida pelo presidente Arno Wehling com secretaria de Cybelle Moreira de Ipanema. Aberta, o pre-sidente compôs a Mesa com os sócios Victorino Chermont de Miranda, segundo vice-presidente, e José Athur Rios, orador, além do presidente do Colégio Brasileiro de Genealogia, Carlos Eduardo Barata. Como do

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Atas e/ou Resoluções de Assembléias Gerais

ritual do Instituto, foram lidas as Efemérides brasileiras, do barão do Rio Branco, relativas à data. Para introdução do novo sócio no recinto, o pre-sidente designou Comissão composta de Esther Bertoletti, Vera Tostes e Elysio Belchior, sócios titulares. Recebido de pé, sob aplausos, Miguel Monteiro acercou-se da Mesa onde ouviu a leitura do Termo de Posse, pela secretária. Leu o Termo de Compromisso, solicitado pelo presidente, recebeu deste o Diploma e ambos assinaram o Livro de Posse. A impo-sição do colar acadêmico ficou a cargo da sócia Maria Beltrão. Para a saudação em nome do Instituto, foi convocado o Sócio Correspondente brasileiro Edivaldo Machado Boaventura, da Bahia, que, da tribuna, tra-çou o elogio do novo sócio, um especialista no estudo dos jesuítas. É ele secretário-geral da Academia Portuguesa da História, com formação em colégio jesuítico e, de longa data, pesquisador, em arquivos de Portugal, da Itália, com destaque para o Vaticano, da trajetória dos inacianos em sua terra, no Brasil e no mundo. Autor de extensa e importante bibliografia sobre o tema como Inácio Monteiro, um jesuíta português na dispersão. Professor, com destacada atuação na Universidade de Lisboa e outras de seu País, participante de reuniões internacionais, como, neste próprio Ins-tituto, ainda em maio, sobre a presença da Corte portuguesa no Brasil. O presidente agradece ao sócio da Bahia e dá a palavra ao empossando cuja fala versou sobre “Pombal e os jesuítas”. Inicia lembrando a valiosa biblioteca da Academia Portuguesa da História e os acervos documentais de Lisboa e fora dela. Classifica os jesuítas de “primeiros mestres do Bra-sil”, discorrendo sobre sua ação em mais de duzentos anos de catequese e pedagogia, nos Colégios fundados no extenso território brasileiro, até a supressão da Ordem, pelo marquês de Pombal, em mil e setecentos e cinqüenta e nove. Lembra José de Anchieta e o padre Antônio Vieira. Na fala de encerramento, o presidente Arno Wehling destacou a importância da incorporação de Miguel Monteiro aos quadros do Instituto, passando a ser representante do IHGB na Academia Portuguesa da História e, em es-cala maior, no mundo cultural português. Convidou para confraternização no terraço, agradecendo a presença de sócios e freqüentadores.

Compareceram os seguintes sócios: Arno Wehling, Victorino Cher-

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mont de Miranda, José Arthur Rios, Miguel Monteiro, Edivaldo Boa-ventura, Maria da Conceição Beltrão, Vera Bottrel Tostes, Esther Caldas Bertoletti, Paulo Sérgio Rouanet, Lygia Fernandes da Cunha, Elysio de Oliveira Belchior, Maria de Lourdes Viana Lyra, Guilherme de Andréa Frota, Ronaldo de Freitas Mourão, Marcos Castrioto de Azambuja, Me-lquíades Pinto Paiva, João Maurício de Araújo Pinho e Cybelle Moreira de Ipanema.

Cybelle Moreira de Ipanema.1ª secretária

ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA DE 10 DE DEZEMBRO DE 2008

Eleição de sócios

Aos dez de dias do mês de dezembro de dois mil e oito, realizou-se, em segunda convocação, às quinze horas, a Assembléia Geral Extraor-dinária, destinada à eleição de novos membros dos quadros sociais do Instituto. Presidência da sessão, prof. Dr. Arno Wehling, e secretaria da profª Dra. Cybelle Moreira de Ipanema, primeira-secretária. O presidente abriu a sessão às quinze horas e cinco minutos e explicou o mecanismo de votação, com a utilização de cédulas de cores diferentes, para cin-co categorias de sócios: eméritos, titulares, correspondentes brasileiros, correspondentes estrangeiros e honorários brasileiros. Consultou o plená-rio sobre a dispensa de leitura dos pareceres das Comissões, onde todos os candidatos tinham sido aprovados. Aceito, o segundo vice-presidente Victorino Chermont de Miranda pede a fixação do quorum para eleição. Estando presentes vinte sócios, ele representa onze votos para a obtenção da maioria absoluta. Distribuídas as cédulas e, posteriormente, recolhidas à urna, o presidente designou escrutinadores os sócios Elysio de Oliveira Belchior e Carlos Wehrs, Titulares, e o decano do Instituto, Luiz de Cas-tro Souza, Benemérito. Apurados os votos, o presidente voltou à mesa e indicou que o decano enunciasse os resultados. Em todos os casos, houve votos positivos, marcados com x (xis), e votos em branco, que serão,

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Atas e/ou Resoluções de Assembléias Gerais

aqui, expressos. Para Sócio Emérito, por transferência da categoria de Correspondente Brasileiro, Walter Fernando Piazza (dezoito mais dois); para Sócios Titulares, por transferência de categoria de Honorários Bra-sileiros, Alberto da Costa e Silva (dezoito mais dois), Armando de Senna Bittencourt (dezoito mais dois), Arnaldo Niskier (treze mais sete); João Mauricio de Araújo Pinho (dezoito mais dois) e Marcos Guimarães San-ches (dezessete mais três); para a categoria de sócio correspondente brasi-leiro, Reinaldo Carneiro Leão (dezesseis mais quatro); para a categoria de Sócios Correspondentes Estrangeiros, Andreé Mansuy-Diniz Silva (de-zessete mais três) e Nuno Álvares Pereira de Castro (dezessete mais três) e para a categoria de Sócios Honorários Brasileiros, Antônio Celso Alves Pereira (dezessete mais três), Luiz Cláudio Aguiar (dezessete mais três), D. João de Orléans e Bragança (dezesseis mais quatro) e Kenneth Henry Leonel Light (dezesseis mais quatro). O presidente proclamou os eleitos, agradeceu a presença de todos e encerrou a sessão, convidando para a posse da Sócia Honorária Brasileira, Isabel Lustosa, às dezessete horas.

Compareceram os seguintes sócios: Arno Wehling, Marilda Corrêa Ciribelli, Elysio de Oliveira Belchior, Fernando Tasso Fragoso Pires, Car-los Wehrs, Esther Caldas Bertoletti, Eduardo Silva, Vasco Mariz, José Arthur Rios, Affonso Arinos de Mello Franco, Roberto Cavalcanti de Albuquerque, Luiz de Castro Souza, Leda Boechat Rodrigues, Antônio Gomes da Costa, Maria de Lourdes Viana Lyra, Lygia da Fonseca Fer-nandes da Cunha, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão e Cybelle Moreira de Ipanema.

Cybelle Moreira de Ipanema.1ª secretária

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ATA DA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DE 10 DE DEZEMBRO DE 2008

Posse da Sócia Honorária Brasileira Isabel Lustosa

Aos dez dias do mês de dezembro de dois mil e oito, realizou-se a Sessão Extraordinária, marcada para a posse da Sócia Honorária Brasi-leira Isabel Lustosa. Aberta a sessão às dezessete horas e quinze minutos pelo presidente Arno Wehling, foi composta a Mesa pelo presidente do Colégio Brasileiro de Genealogia, Carlos Eduardo Barata, o presidente da Sociedade Brasileira de História da Medicina, Carlos Alberto Basí-lio de Oliveira, e o sócio benemérito Luiz de Castro Souza, decano do IHGB. Lidas pela primeira-secretária Cybelle Moreira de Ipanema, as Efemérides brasileiras do barão do Rio Branco, referentes à data. Em seguida, o presidente designou Comissão para introduzir a nova sócia: Esther Bertoletti, Melquíades Pinto Paiva e Eduardo Silva. Recebida, sob aplausos, com o numeroso plenário de sócios e convidados de pé, Isabel Lustosa acercou-se da Mesa, onde lhe foi lido o Termo de Posse. Leu, a pedido do presidente, o Termo de Compromisso e recebeu seu Diploma. Ambos, presidente e empossanda, assinaram o Livro de Posse. O colar da instituição foi imposto por Mário Mendonça. No ritual da Casa, o prof. Arno Wehling convocou a Sócia Titular Maria de Lourdes Viana Lyra para o Discurso de Recepção. Traçou o perfil acadêmico e profissional da nova sócia, formada em Ciências Sociais e Ciências Políticas, com gran-de atuação na Fundação Casa de Rui Barbosa, onde é pesquisadora de História. Autora de numerosa bibliografia sobre períodos presidenciais, imprensa e outros, participou com Alberto Dines da organização da edi-ção fac-similar do Correio Brazilense, de Hipólito da Costa. Ultimamen-te, lançou livro sobre D. Pedro I. Escreve em periódicos do Rio e de São Paulo. Finda a apresentação, a palavra foi dada à empossanda, que falou sobre “O impacto da transferência da Corte para o Rio de Janeiro a partir de alguns textos fundadores”. De início, marcou sua posição nos estudos historiográficos do País e se dedicou à análise das comemorações dos 200 anos da Corte portuguesa no Brasil: eventos e produção de livros e outras

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Atas e/ou Resoluções de Assembléias Gerais

formas de mídia, exaltando a reviravolta de 1808. Grande parte de sua oração foi dedicada à apreciação da trajetória do Brasil, à luz de livros de Maria Odila da Silva Dias e Maria de Lourdes Lyra. Ao encerrar a sessão, o presidente, em seu dizer, interpretando a opinião de sócios, saudou a entrada de Isabel Lustosa nos quadros do Instituto. Agradeceu aos com-ponentes da Mesa, à sócia que falou pelo Instituto e à presença de todos, convidando para o coquetel no terraço, oferecido pela nova sócia.

Compareceram os seguintes sócios: Arno Wehling, Maria de Lourdes Viana Lyra, Isabel Lustosa, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Melquí-ades Pinto Paiva, Roberto Cavalcanti de Albuquerque, Elysio de Oliveira Belchior, Marilda Corrêa Ciribelli, Eduardo Silva, Lygia da Fonseca Fer-nandes da Cunha, Affonso Arinos de Mello Franco, Esther Caldas Berto-letti, Miridan Britto Falci, Luiz de Castro Souza, Victorino Chermont de Miranda, Antônio Izaías da Costa Abreu, José Arthur Rios, Célio Borja e Cybelle Moreira de Ipanema.

Cybelle Moreira de Ipanema.1ª secretária

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

II.2 – Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históri-cas – CEPHAS

ATA DA 1ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS)

DE 12 DE MARÇO DE 2008

Composição da Mesa dos Trabalhos:

Presidência: Victorino Coutinho Chermont de Miranda

Coordenação: Maria de Lourdes Viana Lyra

Dando início à sessão, o presidente saúda os presentes e, logo após, 1. relembrando a relevante participação no IHGB do Sócio Eméri-to Odilon Nogueira de Matos, recentemente falecido na cidade de Campinas, pede um minuto de silêncio em sua memória. Em segui-da, faz a leitura do artigo A ver navios ..., publicado no dia anterior, no jornal O Globo, escrito pelo embaixador de Portugal no Brasil, Sr. Francisco Seixas da Costa. Pela qualidade do texto e pertinência do tema abordado, no contexto das comemorações pelo Bicentenário da Transferência da Corte Portuguesa para o Brasil, sugere que o mesmo seja transcrito em anexo à ata desta sessão, sendo a moção aprovada por todos os presentes.

Apresentação do conferencista do dia: Orlando de Barros - Professor 2. de História do Brasil na UERJ, onde é o decano de sua unidade, o IFCH. Ex-professor da UFF, doutor em História Social pela USP, dedica-se às pesquisas sobre temas culturais, inclusive os internacio-nais, principalmente entre o final da Primeira República aos tempos de Vargas.

Título da exposição: Corações De Chocolat, a história da Compa-nhia Negra de Revistas (1926-27).

Resumo da exposição: A Companhia Negra de Revistas foi a primei-ra organização de artistas negros, dentre outras formadas no Brasil.

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Sua concepção se deve ao artista baiano João Candido Ferreira, o De Chocolat, influenciado pelo aparecimento da Révue Nègre, cé-lebre iniciativa artística parisiense de 1925. A trupe de De Chocolat e de seu sócio, o cenógrafo português Jaime Silva, contra todas as dificuldades e contra a má vontade da imprensa conseguiu alcançar um notável sucesso, no Rio, em São Paulo e em outras cidades de diversos estados onde excursionou. No começo de 1927 agregou-se à Companhia Negra o menino de 11 anos Pequeno Otelo, o futu-ro Grande Otelo, com inesquecível sucesso. Depois de um ano de existência, extinguiu-se a Companhia Negra, logo depois de ter sido convidada a exibir-se em Buenos Aires, ocasião em que seus oposi-tores a consideraram “um atentado aos foros da civilização”.

Questões levantadas sobre a conferência / Comentários/Debates: Os 3. sócios presentes Miridan Britto Knox Falci, Maria de Lourdes Viana Lyra, Lygia da Fonseca Fernandes da Cunha, Victorino Coutinho Chermont de Miranda, Carlos Wehrs e os visitantes Vera Cabana e Claudio Aguiar tecem comentários instigantes sobre o tema apre-sentado.

Freqüência:4.

Número de sócios presentes: 10

Número de convidados: 4

Relação dos sócios presentes: Victorino Coutinho Chermont de Mi-randa, Maria de Lourdes Viana Lyra, Lygia da Fonseca Fernandes Cunha, Carlos Wehrs, Miridan Britto Knox Falci, Maria da Concei-ção de Moraes Coutinho Beltrão.

Relação dos convidados presentes: Orlando de Barros, Stella de Bar-ros, Claudio Aguiar, Vera Cabana.

Livro doado: Corações De Chocolat. A história da Companhia Ne-gra de Revistas (1926-27) Orlando de Barros. Rio de Janeiro: Livre Expressão, 2005.

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

Transcrição do Texto: A ver navios ...

ATA DA 2ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS)

DE 26 DE MARÇO DE 2008

Composição da Mesa dos Trabalhos:

Presidência: Arno Wehling

Coordenação: Maria de Lourdes Viana Lyra

Dando início à sessão, o presidente saúda os presentes e, logo após, 1. solicita que a coordenadora faça a leitura da Ata da Sessão Anterior, o que é feito, sendo aprovada sem restrições.

Segue-se a apresentação do conferencista do dia: Magda Maria Ja-olino Torres - Professora Adjunta do Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Doutora em História pela Universidade de Brasília – que falará sobre:

O Teatro Jesuítico e os problemas de sua apreensão no Brasil

Resumo da exposição: Considerando os objetivos maiores do IHGB – “coligir, metodizar, publicar ou arquivar os documentos necessá-rios para a História e a Geografia do Brasil...” – antes mesmo de apresentar a minha tese de doutorado sobre as práticas discursivas da Companhia de Jesus e a emergência do que chamei de “teatro jesuí-tico da missão” no Brasil do século XVI, defendida na UnB após um quadriênio de estudos doutorais realizados em Florença, berço do teatro moderno, e Roma, sede dos arquivos mais relevantes da Com-panhia de Jesus -, pareceu-me oportuno alargar a discussão sobre o estado de suas possíveis fontes, a inexistência de edições críticas, sinalizando possíveis vias de superação. Bem como refletir sobre os problemas que tal situação vem acarretando para a percepção das dimensões das problemáticas em que se insere o tema, geralmente tratado entre nós de forma bastante reduzida sob o título de “teatro

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de Anchieta”.

2. Questões levantadas sobre a conferência/Comentários/Debates – O visitante Roberto Paulo Freire levantou questão pertinente, o Profes-sor Leodegário A. de Azevedo Filho teceu elogios e fez comentários instigantes sobre o trabalho de pesquisa apresentado, sendo seguido pela sócia Maria de Lourdes Viana Lyra.

Outras intervenções (comunicados, doações de livros etc.)3.

A Sócia Emérita Cybelle de Ipanema faz a apresentação do seu livro, elaborado em parceria com Marcello de Ipanema (in memoriam) - Silva Porto: livreiro na Corte de D. João, editor da Independência -, que será lançado após a sessão da Cephas, no terraço do IHGB, e editado no contexto das comemorações pelo bicentenário da transfe-rência da Corte portuguesa para o Brasil, pela editora Capivara.

O sócio Pedro Corrêa do Lago tece comentário elogioso sobre a vali-dade da obra editada e ressalta a importância do trabalho de pesquisa dos autores.

Freqüência:4.

Número de sócios presentes: 12

Número de convidados: 14

Relação dos sócios presentes: Arno Wehling; Cybelle de Ipanema; Maria de Lourdes Viana Lyra, Elysio Belchior, Carlos Wehrs, Me-lquíades Pinto Paiva, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Vasco Mariz, Lygia da Fonseca Fernandes da Cunha, Miridan Brito Falci, Lucia Maria Paschoal Guimarães e Pedro Corrêa do Lago.

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

ATA DA 3ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS)

DE 02 DE ABRIL DE 2008

Composição da Mesa dos Trabalhos:

Presidência: Arno Wehling

Coordenação: Lucia Maria Paschoal Guimarães

Os trabalhos foram abertos pelo presidente Arno Wehling, que sau-1. dou os presentes e solicitou à subcoordenadora da CEPHAS para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sen-do a mesma aprovada sem restrições. Em seguida, o presidente con-vocou o conferencista convidado da sessão, o professor Luiz Carlos Soares, e o apresentou ao auditório: Luiz Carlos Soares é Professor Titular da Área de História Moderna e Contemporânea da Universi-dade Federal Fluminense; doutor em História pelo University Col-lege London, onde defendeu a tese “Urban Slavery in Nineteenth – Century Rio de Janeiro, em janeiro de 1988. Autor de diversas publicações, o professor falará sobre “O ‘Povo de Cam’ na capital do Brasil: a escravidão urbana no Rio de Janeiro do século XIX”, temática, aliás, abordada em livro do mesmo nome, recentemente lançado pela Editora 7 Letras.

Resumo da Exposição: 2.

O Rio de Janeiro constituiu a maior cidade escravista das Américas e experimentou um crescimento econômico, urbano e populacional sem precedentes, não apenas por causa da expansão cafeeira no Vale do Paraíba, mas também devido à sua posição como centro comer-cial e financeiro da cafeicultura. Estima-se que, na primeira metade do século XIX, cerca de 900 mil escravos tenham sido desembar-cados no País pelo porto do Rio de Janeiro, destinando-se a grande maioria deles às necessidades de mão-de-obra da atividade cafeeira. Entretanto, um número considerável desses cativos permaneceu na cidade, para ser empregado, juntamente com seus descendentes já

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nascidos no País (crioulos e mestiços), nas mais diversas ativida-des urbanas. Por volta de 1850, mais de 110 mil escravos viviam nas áreas das freguesias urbanas e rurais do Município do Rio de Janeiro. Obviamente, uma massa tão grande de cativos tinha que ser controlada de forma rigorosa tanto pelos senhores quanto pelos poderes públicos. Mas, apesar deste rigoroso controle, os escravos não deixaram de manifestar, consciente ou inconscientemente, sua rebeldia contra a situação de cativeiro, praticando com freqüência fugas, roubos, agressões e assassinatos, organizando pequenas e ato-mizadas revoltas, fazendo parte das diversas maltas de capoeiras que infestavam a cidade e, até mesmo, recorrendo à alternativa última do suicídio.

Todavia, a cessação definitiva do tráfico de escravos africanos, em 1850, produziu um declínio gradual da escravidão no Rio de Janeiro e a redução da população cativa da cidade. A enorme elevação dos preços de cativos, após o fim do tráfico, e a diversificação da eco-nomia urbana de meados do século, trazendo alternativas mais ren-táveis e seguras para aplicação de capital, estimularam os senhores da cidade e seus arredores a se desfazerem de grande parte de seus escravos e substituí-los por novos trabalhadores recrutados entre as grandes levas de imigrantes europeus (sobretudo portugueses) que chegavam ao País. Apesar disso, o Rio de Janeiro continuou a con-centrar um número considerável de escravos até as vésperas da Lei Áurea de 1888, que determinou a abolição incondicional da escrava-tura em todo o Brasil.

Questões levantadas sobre a conferência/Comentários/Debates 3.

A sócia Miridan Brito Falci levantou questões, estabelecendo um cotejo entre indicadores da população escrava do Rio de Janeiro e com a do Piauí, alvo da sua pesquisa de doutorado. O sócio Tasso Fragoso elogiou a apresentação e teceu alguns comentários pertinen-tes, enquanto que a visitante Suellen Teixeira Nascimento solicitou informações de fontes sobre escravidão urbana. Ao final do debate,

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

o palestrante doou duas obras de sua autoria para a Biblioteca do IHGB, e presidente Arno Wehling sugeriu que a sócia Miridan Fal-ci resenhasse o mencionado livro “O ‘Povo de Cam’ na capital do Brasil: a escravidão urbana no Rio de Janeiro do século XIX”, com vistas à publicação na Revista Trimensal do IHGB.

Outras intervenções (comunicados, doações de livros etc.)4.

Dando prosseguimento aos trabalhos, o presidente Arno Wehling convidou o Sócio Correspondente Estrangeiro d. Marcus de No-ronha a apresentar a comunicação “Transferência da Família Real para o Brasil: antigo plano magistralmente executado”. D. Marcus Noronha fez uma apreciação a respeito das interpretações da his-toriografia portuguesa tributárias da obra de Oliveira Martins, que consideram uma “fuga”, a vinda de D. João e de sua Corte para os domínios americanos. Baseado em documentos do Gabinete Real do Príncipe Regente e do seu Real Conselho, o autor demonstrou que a solução da transmigração há muito que vinha sendo preparada em Lisboa. Portanto, não pode ser considerada uma fuga.

Nada mais havendo a tratar o presidente deu por encerrada a sessão, 5. lembrando a todos que a próxima reunião da CEPHAS ocorrerá no dia 16 de abril, e contará com a participação dos professores Zilia Osório de Castro e Luís Crespo Andrade, da Universidade Nova de Lisboa.

Freqüência:6.

número de sócios presentes: 10

número de convidados: 8

relação dos sócios presentes: Arno Wehling; Cybelle de Ipanema; Fernando Tasso Fragoso Pires; Ondemar Dias;Melquíades Pinto Paiva, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Miridan Brito Falci, Maria da Conceição Beltrão, Lygia da Fonseca Fernandes da Cunha e Lucia Maria Paschoal Guimarães.

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ATA DA 4ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS)

DE 16 DE ABRIL DE 2008

Composição da Mesa dos Trabalhos:

Presidência: Arno Wehling

Coordenação: Lucia Maria Paschoal Guimarães

Os trabalhos foram abertos pelo presidente Arno Wehling, que sau-1. dou os presentes e cumprimentou o sócio Vasco Mariz pelo lança-mento do seu último livro, A música no Rio de Janeiro no tempo de d. João VI, realizado na Livraria da Travessa, no dia 14 passa-do. Em seguida, passou a palavra à subcoordenadora da CEPHAS para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada sem restrições. O presidente convocou, então, a primeira conferencista convidada da sessão, Zilia Maria Brandão Osório de Castro para tomar assento na mesa dos trabalhos, solicitando que a subcoordenadora a apresentasse ao auditório: Zilia Maria Brandão Osório de Castro é doutora em Filosofia e Cultura Portuguesa. Professora catedrática jubilada de História das Idéias na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde continua a desenvolver suas atividades dirigindo o Seminário Livre de História das Idéias, além de coordenar o Centro de História da Cultura e o Grupo de Investigação Faces de Eva, de estudos sobre mulheres. Membro da Academia Portuguesa da Histó-ria, Zilia é autora e organizadora de diversas publicações, a exemplo de Cultura e Política. Manuel Borges Carneiro e o vintismo (1990); Portugal e Brasil. Debates Parlamentares 1821-1836 (2002); Dicio-nário do Vintismo e do 1º Cartismo (2001); Dicionário no Feminino (2005) e Tratados do Atlântico Sul. Portugal e Brasil 1825-2000 (2006). A professora falará sobre “A nova grande Lusitania”.

Resumo da Exposição: 2.

Zilia Osório de Castro agradeceu o convite e manifestou sua satisfa-

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

ção de participar da sessão da CEPHAS. Sua comunicação traçou o percurso das relações luso-brasileiras após a independência, fixan-do-se nas primeiras décadas do século XX, quando foram formula-das diversas propostas no sentido de estreitar os laços entre Portugal e Brasil. Um desses projetos consistiu na publicação de uma revista de natureza binacional, a Atlântida, dirigida em Lisboa por João de Barros e no Rio de Janeiro por Paulo Barreto, o popular João do Rio. A Atlântida circulou entre 1915 e 1920, patrocinada pelos dois go-vernos. Trouxe a latinidade para o primeiro plano, como resposta ao avanço do pangermanismo, defendeu a formação da “Nova grande Lusitânia”, ou seja, de uma comunidade luso-brasileira, por meio da aproximação política e cultural dos dois países.

Questões levantadas sobre a conferência/Comentários/Debates 3.

O presidente Arno Wehling levantou questão pertinente sobre a aproximação luso-brasileira, articulando-a com a presença de Fide-lino Figueiredo no Brasil. A sócia Lucia Guimarães lembrou que em 1908, quando foi anunciada a visita do rei de Portugal D Carlos ao Brasil, o Barão do Rio Branco, então presidente do IHGB, chegou a programar com Max Fleiuss a convocação de um congresso luso-brasileiro de História, com o objetivo de reunir intelectuais dos dois países para exame de temas comuns. O projeto, porém, não foi avan-te devido ao assassinato do monarca.

Após essas intervenções, o Presidente Arno Wehling convocou o se-4. gundo conferencista convidado, o professor Luís Crespo de Andra-de, e pediu que a subcoordenadora da CEPHAS fizesse a sua apre-sentação. Luís Crespo de Andrade é doutor em Filosofia, professor do Departamento de Filosofia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas e investigador do Centro de História da Cultura da Uni-versidade Nova de Lisboa. Autor de diversos trabalhos sobre publi-cações culturais, lançou recentemente obra examinando a trajetória editorial da revista Sol Nascente (1937 e 1940.) Coordenador do Se-minário Livre de História das Idéias, desenvolve o Projeto Edição de

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Revistas de Cultura, apoiado pela Fundação para Ciência e Tecnolo-gia e financiado pelo Programa operacional de Ciência e Inovação, comparticipado pelo Fundo Comunitário Europeu - FEDER. O pro-fessor falará sobre “Intelectuais e Literatura - Afinidades Atlânticas nos Finais da Década de 1930”.

Resumo da Exposição: O professor agradeceu o convite para se apre-5. sentar na sessão da CEPHAS e iniciou sua comunicação tecendo al-gumas reflexões teóricas sobre o papel desempenhado pela publica-ção e circulação de periódicos nos movimentos culturais. Em segui-da, centrou sua análise na revista Sol Nascente, editada em Portugal, na década de 1930, e que contava com a participação de intelectuais portugueses e brasileiros. Apontou as afinidades existentes entre aqueles letrados e as redes de sociabilidades que se teceram entre os colaboradores de Sol Nascente. Evidenciou, ainda, a influência que escritores brasileiros de esquerda como Jorge Amado e José Lins do Rego exerciam sobre seus pares em Portugal, apesar da censura do Estado Novo salazarista.

Após a exposição do Prof. Luís Crespo, o presidente Arno Wehling 6. convidou a fazer uso da palavra o professor Edivaldo Machado Boaventura, Sócio Correspondente do IHGB, natural do estado da Bahia. Edivaldo Boaventura externou sua satisfação em participar da sessão da CEPHAS e fez um breve comentário a respeito da lon-gevidade do intercâmbio entre intelectuais brasileiros e portugueses, tomando como exemplo o corpo de colaboradores da revista Broté-ria. Em seguida, anunciou sua intenção de homenagear o seu conter-râneo Luís Vianna Filho, cujo centésimo aniversário de nascimento se comemora justamente na data de 16 de abril de 2008. Apresentou uma concisa história de vida de Luís Vianna Filho, realçando sua atuação não apenas como político, mas também como jurista, his-toriador e homem de letras que cultivava a boa conversa. Salientou a expressiva bibliografia deixada pelo homenageado no campo da História, em especial suas contribuições ao gênero biográfico, lem-brando Pedro Calmon, que considerava Luís Vianna Filho o nosso

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

melhor biógrafo. Ao concluir sua exposição, Edivaldo Boaventura doou à Biblioteca do IHGB sete obras de Luís Vianna Filho, recen-temente reeditadas pela Universidade Federal da Bahia, inclusive as biografias de Rui Barbosa, de José de Alencar, do Barão do Rio Branco, de Eça de Queiroz e de Anísio Teixeira.

Outras intervenções (comunicados, doações de livros etc.)7.

O sócio Melchiades Pinto Paiva doou à Biblioteca do IHGB a co-letânea Trabalhos esparsos, agora reunidos, obra que editou para celebrar a passagem do seu septuagésimo oitavo aniversário de nascimento, bem como do seu jubileu científico. O sócio Ronaldo Mourão, após fazer uma rápida alusão ao seu convívio com Luís Vianna Filho, ofereceu ao Instituto Histórico dois livros de sua auto-ria: Anuário Astronômico e Nas fronteiras da intolerância.

Nada mais havendo a tratar o presidente deu por encerrada a sessão, 8. lembrando a todos que a próxima reunião da CEPHAS ocorrerá no dia 7 de maio, data em que também haverá a posse o Sócio Honorá-rio Ondemar Ferreira Dias.

Freqüência: 25 assistentes9.

Número de sócios presentes: 13

Número de convidados: 12

Relação dos sócios presentes: Arno Wehling; Cybelle de Ipanema; Melquíades Pinto Paiva, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Maria de Lourdes Viana Lyra, Conceição Beltrão, Lucia Maria Paschoal Guimarães, Lygia Telles, Vasco Mariz, Tasso Fragoso Pires, Alberto Venâncio Filho, Edivaldo Machado Boaventura.

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ATA DA 5ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS)

DE 7 DE MAIO DE 2008

Composição da Mesa dos Trabalhos:

Presidência: Cybelle de Ipanema

Coordenação: Maria de Lourdes Viana Lyra

Dando início à sessão, a presidente saudou os presentes e logo após, 1. lembrando a relevante atuação do Sócio Titular, Arivaldo Silveira Fontes, recentemente falecido, pediu um minuto de silêncio em sua memória. Em seguida, passou a palavra à coordenadora, para pro-ceder à leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada sem restrição. Foi então convocada a primeira conferencista convidada, Regina Wanderley - Professora do Depar-tamento de História da UERJ, Doutora em História Social pela USP, Coordenadora do Projeto COLUSO no IHGB -, que iniciou mani-festando satisfação por participar da sessão da CEPHAS, passando a expor o seu tema: O Acervo documental do IHGB: uma análise de seu potencial.

Resumo da Exposição:2.

Fazendo um balanço do seu trabalho no acervo arquivístico do IHGB, a professora passou a apresentar os resultados, inicialmente, do trabalho de levantamento da vasta documentação encontrada re-lativos à África, organizando o primeiro índice analítico “Homens, mares e terras”, publicado pela editora da UERJ em convênio com o IHGB, e posteriormente, em edição revista e aumentada, na Re-vista do IHGB, nº 247. Em seguida, do levantamento da documen-tação do “Projeto Reencontro”, resultando na catalogação e feitura de verbetes, encaminhados para a microfilmagem feita na Biblioteca Nacional. Também foi feito o levantamento da documentação refe-rente à Revolução Farroupilha, da coleção Araripe Júnior, material já enviado para o Rio Grande do Sul para a devida publicação. No

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momento, a equipe de pesquisadores (alunos cotistas), orientada pela professora, encontra-se dedicada ao trabalho de levantamen-to do conjunto “Documentos Navais”, composto de 111 latas, num total aproximado de 15 mil documentos. Já foi realizado o levanta-mento da documentação relativa à Colônia e elaborados os verbetes da mesma e, no momento, está sendo feita a elaboração dos índi-ces. Em seguida, a professora passou a falar sobre os convênios e acordos firmados entre o IHGB e instituições congêneres em que o Projeto COLUSO está envolvido, como: o de Editoração de Obras Inéditas / Cátedra Jaime Cortesão, com a Universidade de São Pau-lo, do qual constam o do Tratado de Oclocracia e o do Dicionário das Antiguidades de Portugal, de Manuel Severin de Faria; o Projeto Pró-África, Acervo digital Brasil-Angola, em convênio com a Uni-versidade Federal Fluminense; o Projeto Tratamento Arquivístico da Coleção Conde Galveas, financiado pela FAPERJ – apresentando os resultados já obtidos e, não esquecendo de falar sobre as pers-pectivas de novos projetos, como o da Editoração dos manuscritos do Monsenhor Pizarro, e outro sobre “Formas de comunicação no Atlântico português: a monarquia, as câmaras, a escravidão e o tráfi-co transatlântico (séculos XVI – XIX).

Comentários/debates:3.

A Sócia Emérita Cybelle de Ipanema parabenizou a professora pelo trabalho realizado, tecendo comentário sobre a riqueza documental do acervo do IHGB.

Em seguida, a Presidente da Spassou a função ao Presidente do IHGB, Arno Wehling, que logo convocou o segundo expositor, o Sócio Titular Ronaldo Rogério Mourão para falar sobre: A Astrono-mia na regência de D.João.

Resumo da exposição: O professor agradeceu pela oportunidade de 4. apresentar sua reflexão na sessão da CEPHAS sobre um tema que ainda é pouco conhecido, mas de grande importância para o conhe-cimento da ciência no período enfocado. E, depois de relatar os an-

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tecedentes da chegada, no porto do Rio de Janeiro, dos astrônomos portugueses e da relação dos instrumentos astronômicos enviados durante o governo de D. Maria I, do qual participava D. João, res-saltando que foi este grupo de astrônomos que deu origem à criação do primeiro observatório, na cidade do Rio de Janeiro, o professor passou a analisar a orientação do governo, demonstrando que a preo-cupação do regente em relação à astronomia é nítida, principalmente quando decide transferir para o Brasil o observatório da Real Aca-demia dos Guardas-Marinhas, ressaltando ter sido esse observatório o principal núcleo de toda astronomia durante o período joanino, e que na Academia dos Guardas-Marinhas surgiu a primeira biblio-teca técnico-científica do Brasil. A exposição foi ilustrada com a mostra da lista dos funcionários, dos alunos e instrumentos que aqui chegaram, com o objetivo de mostrar a importância dos militares-cientistas, principalmente dos oficiais de marinha responsáveis pela primeira publicação anual sobre astronomia – Efemérides náuticas e/ou Diário Astronômico, calculados para o meridiano do Rio de Janeiro – assim como pelo primeiro observatório, tão pouco valori-zado e ainda quase desconhecido.

Comentários/debates:5.

A Sócia Emérita Lygia Cunha elogiou o confrade pela exposição do tema, demonstrando interesse em aprofundar a discussão sobre a revelação de que a Biblioteca (técnico-científica) da Marinha tenha sido fundada em 1809, portanto um ano antes da Real Biblioteca, sempre vista como a primeira a ser criada na cidade do Rio de Ja-neiro. O Sócio Emérito Elysio Belchior teceu comentários sobre o primeiro Observatório, e a convidada Jandira Neto Dias elogiou a palestra sobre um tema de tanto interesse para a história da Ciência no Brasil.

Freqüência:6.

- número de sócios presentes:

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

- número de convidados:

- relação dos sócios presentes:

ATA DA 6ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS)

DE 14 DE MAIO DE 2008

Composição da Mesa dos Trabalhos:

Presidência: Arno Wehling

Coordenação: Maria de Lourdes Viana Lyra

O presidente iniciou a sessão comunicando aos presentes que aca-1. bara de chegar de Salvador, onde participou do Simpósio Interna-cional Comemorativo dos 200 Anos da Chegada da Família Real à Bahia. E, também, que participou, junto com a coordenadora Maria de Lourdes Lyra, de uma Sessão Magna na Câmara dos Deputados em Brasília pelos 200 Anos da Chegada da Família Real Portugue-sa ao Brasil – As origens do Estado Nacional: das Cortes Gerais ao Parlamento Brasileiro. Em seguida, o presidente passou a palavra à coordenadora para proceder à leitura da Ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada sem restrição. Foi convo-cado, então, o primeiro conferencista, o Sócio Emérito Vasco Mariz, para falar sobre: Padre Antônio Vieira, o diplomata.

Resumo da exposição:2.

Festejando a importante efeméride dos 400 anos do Padre Antônio Vieira, diplomata amador e patriota lusitano, o conferencista traçou o perfil do personagem, acompanhando a sua trajetória desde o seu nascimento em Lisboa, à vinda para o Brasil ainda menino e a sua formação no colégio dos Jesuítas, do trabalho de catequese com in-dígenas e negros escravos, à volta para Portugal, já adulto, como in-tegrante da comissão baiana encarregada de levar as congratulações do Brasil ao Rei D. João IV que acabara de assumir o trono portu-guês. E se detém na análise do período em que o Padre Vieira foi

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encarregado pelo Rei de três missões diplomáticas, em Amsterdan, Haia, e Paris, nos anos de 1646, 1647 e 1648, detendo-se, sobretudo, no célebre aconselhamento da entrega de todo o Nordeste brasileiro aos holandeses, para assegurar a independência e o futuro de Portu-gal, sendo então chamado de “o Judas do Brasil”.

Comentários/Debate: 3.

O presidente elogiou a qualidade do texto apresentado e logo encar-regou a coordenadora de convocar o conferencista para participar do painel que será organizado para celebrar os 400 anos do Padre Antônio Vieira.

Foi convocada a segunda conferencista convidada, a professora Ma-ria Cristina Moreira, da Universidade do Minho, Portugal, para falar sobre: Fontes para o estudo do Império luso-brasileiro: estatísticas luso-brasileiras sobre o comércio internacional.

Resumo da Exposição: Agradecendo pela oportunidade da partici-4. pação na sessão da CEPHAS, a professora passou a apresentar o seu trabalho de pesquisa, que versa sobre o espólio das Balanças Gerais de Comércio do Reino de Portugal com os seus Domínios Ultrama-rinos e Nações Estrangeiras, cujas fontes primárias se encontram quase todas em Portugal e algumas no Brasil, e é objeto de estudo no projeto POCI/HAR/59281/2004, designado por “Comércio Externo Português na primeira metade do século XIX”, desenvolvido sob sua responsabilidade. Remarcando que o IHGB é detentor de um docu-mento único no mundo, a Balança Geral do Comércio do Reino de Portugal com os seus Domínios Ultramarinos e Nações Estrangei-ras de 1808, a professora se deteve na apresentação da metodologia utilizada para informatizar as informações obtidas na documentação levantada, bem como os objetivos do projeto a serem alcançados, ilustrando a apresentação dos dados com o recurso do datashow. Por fim, a professora sublinhou o papel do Príncipe Regente D. João, posteriormente Rei, D. João VI, como promotor de um sistema po-lítico que permitiu a elaboração de uma riquíssima informação esta-

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tística sobre o comércio internacional no final do século XVIII e na primeira metade do século XIX.

Comentários/Debates:5.

O professor Arno Wehling questionou a conferencista sobre o pro-grama utilizado para montar os gráficos e tabelas apresentados. E a professora Regina Wanderley teceu considerações sobre o levanta-mento estatístico realizado.

Em seguida, o presidente convocou a terceira conferencista, a pro-fessora Célia Cristina Tavares, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, para falar sobre: Jesuítas e Inquisição: cumplicidades e confrontações.

Resumo da Exposição: O argumento básico da comunicação será de-6. monstrar que duas instituições extremamente poderosas existentes em Portugal – a Companhia de Jesus e a Inquisição – estão cobertas por mitos especialmente desenvolvidos no período pombalino, mas depois alimentados por interpretações historiográficas preocupadas em buscar as razões do possível atraso ibérico no contexto europeu. O estudo visa a esclarecer que houve muitas variações de atitudes nas relações entre estas duas corporações. Investiga também como os mitos relacionados com essas duas instituições foram desenvol-vidos e consolidaram uma interpretação de senso comum que so-brevive em imagens que se difundem até hoje em muitos meios de comunicação. Busca-se, com a exposição destas idéias, a melhor compreensão possível da Inquisição e da Companhia de Jesus, não um julgamento fácil de atribuições de certo ou errado, de bom ou mau, de justo ou injusto.

Comentários/Debates:7.

O professor Arno Wehling fez comentários pertinentes sobre o tra-balho de confrontação de análises diversas e a professora Maria de Lourdes Lyra elogiou a originalidade da pesquisa realizada.

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Freqüência:8.

Número de sócios presentes: 8

Número de convidados: 23

Relação dos sócios presentes: Arno Wehling, Maria de Lourdes Via-na Lyra, Vasco Mariz, Cybelle de Ipanema, Tasso Fragoso Pires, Marilda Corrêa Ciribelli, Melquíades Pinto Paiva e Antonio Izaias da Costa Abreu.

ATA DA 7ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS)

DE 28 DE MAIO DE 2008

Composição da Mesa dos Trabalhos:

Presidência: Vitorino Chermont de Miranda

Coordenação: Lucia Maria Paschoal Guimarães

Os trabalhos foram abertos pelo Presidente em exercício, Primeiro Vi-1. ce-Presidente do Instituto Histórico Victorino Chermont de Miranda, que saudou os presentes, e pediu um minuto de silêncio em memória da Sócia Emérita Frida Wolf, recentemente falecida. Em seguida, passou a palavra à subcoordenadora da CEPHAS para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada sem restrições. O presidente convocou, então, o primeiro conferencista convidado da sessão, o Prof. Alex Varela, a tomar as-sento na mesa dos trabalhos, para falar sobre o tema “Ciência e patro-nagem: análise da trajetória do naturalista e intendente das minas Ma-nuel Ferreira da Câmara”. Solicitou, ainda, que a subcoordenadora o apresentasse ao auditório: Alex Varela possui graduação em História pela PUC/RJ. Mestre e doutor em História das Ciências pela UNI-CAMP; atualmente, é bolsista do CNPq e faz estágio de pós-doutorado na Coordenação de História da Ciência, do Museu de Astronomia e Ciências Afins. Autor do livro “Juro-lhe Pela Honra de Bom Vas-salo e Bom Português”: Análise das Memórias Científicas de José

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Bonifácio de Andrada e Silva (1780-1819), publicado em 2006, sua produção bibliográfica aborda temas de História das Ciências, Ilus-tração Portuguesa, História do Brasil, História das Geociências e História da Medicina.

Resumo da Exposição: 2.

Alex Varela agradeceu o convite e manifestou sua satisfação de participar da sessão da CEPHAS. Sua comunicação exa-minou a trajetória do ilustrado Manuel Ferreira da Câmara, a qual caracterizou-se pela associação entre os interesses políti-cos e o estudo das ciências naturais. No cargo público de In-tendente dos Diamantes da região de Serro do Frio, sob a a proteção do “pai e benfeitor” D. Rodrigo, ministro da Marinha e Domínios Ultramarinos, Câmara acumulou serviços e honras com a inspeção das minas e matas, a construção de fábricas de ferro, como a Real Fábrica de Gaspar Soares ou do Pilar, a capacidade de influir para a publicação de um conjunto de leis relativas à política mineral do Brasil, entre outras atividades. Seus serviços renderam-lhe diversos títulos honoríficos e projeção na sociedade luso-brasileira.

Questões levantadas sobre a conferência / Comentários/Debates:3.

A sócia Lucia Guimarães levantou questão pertinente sobre o papel desempenhado por Manuel Ferreira da Câmara articulando-o com a política estatal de renovação cultural-científica do governo de Dona Maria I. Assinalou, também, a relevância do estudo que reflete o avanço porque passam hoje em dia os estudos de História das Ciên-cias no Brasil.

Após essa intervenção, o presidente Vitorino Chermont convocou a 4. segunda conferencista convidada, a professora Ângela Telles, e pe-diu que a subcoordenadora da CEPHAS fizesse a sua apresentação. Ângela Cunha da Motta Telles é graduada em Museologia e História com especialização em História da Arte e Arquitetura no Brasil pela

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Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. É mestre em História Social, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde também defendeu, em 2007, sua tese de doutorado Desenhando a nação: revistas ilustradas do Rio de Janeiro e Buenos Aires nas dé-cadas de 1860-1870 sob a orientação de José Murilo de Carvalho. Leciona na Universidade Estácio de Sá e integra o Pólo de Pesquisa sobre Relações Luso-Brasileiras do Real Gabinete Português de Lei-tura. Seu livro Grandjean de Montigny: da arquitetura revolucioná-ria à civilização nos trópicos (2008), recém publicado pelo Arquivo Nacional, recebeu o 2º lugar do “Prêmio D. João VI de Pesquisa”, concurso organizado pela Universidade de Coimbra, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Grupo Tordesilhas e Comissão para a Salvaguarda e Divulgação do Patrimônio Docu-mental (COLUSO). A professora falará sobre “Grandjean de Mon-tigny “.

A professora agradeceu o convite para se apresentar na sessão da 5. CEPHAS e iniciou sua comunicação tecendo algumas considera-ções sobre a história de vida de Auguste Henri Victor Grandjean de Montigny. Nascido em 1776, foi o arquiteto da Missão Artística Francesa, contratada em 1816 pelo governo metropolitano portu-guês instalado no Rio de Janeiro, desde 1808. A Missão, constituída por artistas renomados, tinha a função de elaborar e implantar, na capital do Reino, uma escola de Belas Artes nos moldes daquelas existentes na Europa. De fato, tal projeto era a ponta de lança de ou-tro mais abrangente que visava, em última análise, à constituição, na América portuguesa, de um império alinhado à civilização européia. Nesta apresentação, ilustrada com slides, Ângela esclarece que não explorou toda a obra arquitetônica produzida por Grandjean. Foram selecionados apenas os projetos relevantes para as questões coloca-das e que cobrem o período de 1799 a 1828. O conjunto do trabalho traça um perfil do arquiteto francês do ponto de vista de seus pro-jetos, executados ou não. Parte-se do pressuposto de que os proje-tos arquitetônicos portam formas, as quais portam valores que nos

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informam sobre as sociedades que as moldaram. Foram explorados esboços e plantas projetadas por Granjean inicialmente na Europa e, num segundo momento, no Rio de Janeiro. A autora demonstrou que os princípios arquitetônicos, as pesquisas sobre propriedades dos materiais e as soluções plásticas presentes nos primeiros trabalhos do arquiteto na França e nos estudos realizados na Itália, sobretudo na região da Toscana, foram objeto de experimentação posterior no Velho e no Novo Mundo.

Questões levantadas sobre a conferência / Comentários/Debates 6.

O sócio Tasso Fragoso Pires cumprimentou a conferencista, desta-cando a relevância da pesquisa empreendida. Em seguida, levantou algumas questões e teceu comentários sobre a arquitetura do Pavi-lhão da Aclamação de D. João VI, erguido para aquela efeméride, onde hoje é a Praça XV. Reportou-se, também, à arquitetura e aos materiais empregados na casa que pertenceu a Grandjean de Mon-tigny, no bairro da Gávea, cujo muro em andorinha talvez ainda seja o original.

Outras intervenções (comunicados, doações de livros etc.)7.

O sócio Ronaldo Mourão doou à Biblioteca do IHGB o livro de sua autoria, Écologie cosmique, há pouco lançado em Paris. A só-cia Maria Beltrão ofereceu sua obra mais recente, Le peuplement de l’Amérique du Sud. Essai d’archéologie: une approche interdiscipli-naire, publicado também naquela cidade.

Nada mais havendo a tratar, o presidente deu por encerrada a sessão, 8. lembrando a todos que na próxima semana será realizado no IHGB o Curso “D. João VI e a cidade do Rio de Janeiro 1808 -2008”, pro-movido pelo Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro.

Freqüência: 20 assistentes9.

número de sócios presentes: 8

número de convidados: 12

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relação dos sócios presentes: Victorino Chermont de Miranda, Vasco Mariz, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Conceição Beltrão, Lu-cia Maria Paschoal Guimarães, Tasso Fragoso Pires.

ATA DA 8ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS)

DE 11 DE JUNHO DE 2008

Composição da Mesa dos Trabalhos:

Presidência: Arno Wehling

Coordenação: Lucia Maria Paschoal Guimarães

Os trabalhos foram abertos pelo presidente do IHGB, o Dr. Arno 1. Wehling, que saudou os presentes, passando a palavra à subcoorde-nadora da CEPHAS para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada sem restrições. O pre-sidente convocou, em seguida, os dois conferencistas convidados da sessão, o jornalista Alberto Dines e a sócia Isabel Lustosa, a to-marem assento na mesa dos trabalhos, para a exposição do Painel: “Hipólito da Costa: um retrato falado”. Arno Wehling externou sua satisfação em recebê-los e ponderou que ambos dispensavam maio-res apresentações, pois são nomes sobejamente conhecidos por suas contribuições ao par História e Imprensa.

Resumo da Exposição: 2.

O painel se iniciou com a intervenção de Isabel Lustosa, que ofere-ceu um perfil biográfico e político de Hipólito da Costa, evidencian-do as sucessivas aventuras que pontearam sua história de vida, como a viagem realizada aos Estados Unidos (1798-1800), a passagem pelos cárceres da Inquisição (1802/1805) e a sua permanência em Londres, por dezoitos anos (1805/1823). Isabel destacou o papel de vanguarda de Hipólito e do Correio Braziliense, periódico por ele publicado em Londres, o qual se distinguia dos primeiros jornais editados no Brasil, por não sofrer a interveniência da Coroa. Salien-tou a influência das propostas veiculadas pelo Correio Braziliense,

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no ideário e nas práticas políticas dos homens que promoveram a Independência do nosso País. Por outro lado, assinalou que o go-verno reinol chegou a financiar a publicação de outros jornais em Londres, para combater e contestar Hipólito, a exemplo do Cam-peão Português, de José Liberato Freire de Carvalho. Finalmente, Isabel Lustosa narrou a experiência compartilhada com Alberto Di-nes de editar a versão facsimilada dos 29 volumes da coleção do jor-nal Correio Braziliense, publicado por Hipólito da Costa (Londres, 1808 – 1822), obra lançada pela Imprensa Oficial do Estado do São Paulo entre 2000 e 2003.

O jornalista Alberto Dines, apresentador do programa Observatório da Imprensa, na Rede Brasil, agradeceu o convite para se apresentar no Instituto Histórico, órgão que considera um “baluarte da cultura brasileira”. Sua exposição buscou aprofundar o perfil pioneiro de Hipólito da Costa, no seu entender “patrono e patriarca”, autor da primeira peça jornalística da imprensa brasileira, uma verdadeira profissão de fé, texto de natureza pedagógica, que marcou o apare-cimento do Correio Braziliense. Reportou-se aos biógrafos de Hi-pólito da Costa e à decisão de alterar a comemoração do Dia da Imprensa para 1 de junho, em homenagem ao início da circulação do Correio, em lugar do dia 10 de setembro, que correspondia à edição inaugural da Gazeta do Rio de Janeiro, primeiro veículo impresso no Brasil, porém de natureza oficial, pois era preparado pela Corte portuguesa, instalada no Rio de Janeiro. Concluindo sua comunica-ção, Dines chamou a atenção para o longo silêncio a que ficou rele-gado o jornalista pioneiro, rompido apenas por Assis Chateaubriand, que se apossou da sua memória. Em 1942, na campanha “Asas para o Brasil”, foi batizado em São Paulo um pequeno avião com o nome de “Hipólito da Costa”, por iniciativa de Chateaubriand, sendo pa-drinho Elmano Cardim, Diretor do Jornal do Commércio do Rio de Janeiro.

Questões levantadas sobre o Painel / Comentários/Debates

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A sócia Cybelle de Ipanema felicitou os dois expositores pela apre-sentação na CEPHAS e pelo trabalho gigantesco de ambos, ao orga-nizarem a edição facsimilar do Correio Braziliense. Comentou que o Dia Nacional da Imprensa passou a ser celebrado em 1 de junho por força de lei proposta pelo Deputado Nelson Marchezan e aprovada no Congresso Nacional, em 1999. Informou, também, que o acervo do IHGB possui a coleção completa do Investigador Português, do-ada pelo sócio Manuel Barata, acrescentando que o Investigador foi um dos diversos jornais editados em Londres, com financiamento da Coroa, por José Liberato Freire de Carvalho, para combater Hipóli-to da Costa. Lucia Guimarães levantou questão pertinente sobre o papel desempenhado por Hipólito da Costa e o Correio Braziliense como fontes históricas, já que constituem os principais testemunhos em que se apoiou Francisco Adolfo de Varnhagen para analisar os fatos que precederam a Independência. Maria Beltrão recordou que na década de 1980, quando pesquisava em Londres, conheceu a ca-pela onde estava enterrado Hipólito da Costa e fez menção a algu-mas curiosidades que cercariam o seu falecimento. Alberto Dines esclareceu que tais fatos não diziam respeito a Hipólito, mas sim a um filho seu, oficial da marinha mercante assassinado durante um ataque de piratas no porto de Hong-Kong. Em relação ao tema de escolhas de datas comemorativas, o sócio Elysio Belchior comentou que há cerca de 15 anos leu um texto sobre as motivações que leva-ram a definição do dia 7 de setembro como a data da Independência do Brasil e comprometeu-se de trazer a indicação dessa fonte, em sessão próxima da CEPHAS. Miridan Brito Falci congratulou-se com os palestrantes e fez observações relacionadas com o livro Con-tribuição à História da Imprensa, publicado pelo professor Hélio Vianna, em 1945. Esther Bertoletti especulou a respeito das causas do silêncio da historiografia em torno de Hipólito da Costa, detendo-se no fato de que Hipólito pertencia à maçonaria da linha inglesa. Arno Wehling, por sua vez, teceu reflexões sobre as estratégias da memória, refletindo sobre a forma como se vai construindo a ima-

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

gem do homem e da respectiva obra ao longo do tempo. No enten-der de Wehling, Varnhagen, de algum modo, já havia oficializado as censuras que Hipólito da Costa costumava fazer à administração jo-anina, em particular, a crítica de que d. Rodrigo de Sousa Coutinho, quando instalou o aparato de governo no Rio de Janeiro, ao invés de modernizá-lo, limitou-se a copiar o Almanak de Lisboa de 1807. Ju-ízo, aliás, referendado por Oliveira Lima, em 1908, na obra d. João VI no Brasil. A propósito da referência à data, Cybelle de Ipanema salientou que o Instituto Histórico promoveu naquele ano uma Ex-posição, comemorativa do primeiro centenário do estabelecimento da Imprensa no Brasil. Reportou-se aos dois catálogos preparados para o evento, dos quais só um foi publicado, já que outro teve os originais perdidos no incêndio que consumiu as oficinas da Impren-sa Nacional, em 1911. Revelou, também, que junto com Marcelo de Ipanema já realizou um extenso levantamento bio-hemerográfico dos brasileiros que participaram daqueles jornais. Alberto Dines, em seguida, sugeriu-lhe que transformasse o material em um banco de dados, com a respectiva edição em CD-Rom.

Outras intervenções (comunicados, doações de livros etc.)3.

A sócia Miridan Brito Falci, Diretora da Revista do IHGB, ofertou a Alberto Dines um exemplar da mesma do último número lançado, relativo ao 3º trimestre de 2007. Em seguida, doou para o acervo do Instituto três números do periódico do Programa de Pós-Graduação de História da Universidade Severino Sombra, do qual é editora res-ponsável. O sócio Davis Ribeiro de Sena ofereceu obras de sua au-toria para a biblioteca.

Nada mais havendo a tratar, o presidente deu por encerrada a sessão, 4. comunicando que a próxima sessão da CEPHAS se realizará em 25 de junho.

Freqüência: 23 assistentes5.

Número de sócios presentes: 14

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Número de convidados: 9

Relação dos sócios presentes: Arno Wehling, Davis Ribeiro de Sena, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Maria Beltrão, Lucia Maria Paschoal Guimarães, Tasso Fragoso Pires, Isabel Lustosa, Cybelle de Ipanema, Miridan Brito Falci, Esther Caldas Bertoleti, Elysio Belchior e Antonio Izaias da Costa Abreu, Victorino Chermont de Miranda.

ATA DA 9ª. SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS)

DE 25 de JUNHO DE 2008

Composição da Mesa dos Trabalhos:

Presidência: Arno Wehling

Coordenação: Maria de Lourdes Viana Lyra

Dando início à sessão, o presidente saudou os presentes e em segui-1. da passou a palavra à coordenadora, para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada com a recomendação de correção na indicação do nome do sócio Manuel, em lugar de Mário, e na intervenção do sócio Elysio Belchior, sobre a fixação da data do Dia da Independência. Foi então convocada a primeira conferencista convidada, Carmen Alveal, graduada em His-tória pela UFF, com mestrado pela UFRJ e recém-doutora pela Johns Hopkins University, que iniciou sua fala manifestando satisfação por participar da sessão da CEPHAS, passando a expor o tema: Comuni-cações jurídicas e o sistema sesmarial no império português.

Resumo da Exposição:2.

Fazendo uma breve apresentação do trabalho geral de levantamento das fontes e sobre a metodologia utilizada na elaboração de sua tese, a professora centrou a exposição sobre o tema em pauta, analisando a atuação da principal agência metropolitana, o Conselho Ultrama-rino, criado em 1642 e responsável pelas colônias, que funcionou

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

como o principal canal de comunicação entre a colônia e a metró-pole; explicitando a eficácia do controle português sobre as colô-nias, que requereu o desenvolvimento de um conjunto de técnicas de comunicações jurídicas no tocante ao sistema de distribuição de sesmarias; esclarecendo que as comunicações jurídicas constituíam-se numa diversa gama de mecanismos de trocas de informações ju-rídicas, incluindo instruções reais aos governadores, ordens régias, casos de apelação e petições; e explicando que este conceito de co-municações jurídicas abarca um número de indistinguíveis práticas percebidas, ao analisar-se o sistema de sesmarias inserido do sistema de administração lusitana.

Comentários/debates:3.

O sócio Fernando Tasso Fragoso Pires parabenizou a professora pelo trabalho realizado, tecendo comentário sobre a importância do tema apresentado, e a visitante Luitgarde Oliveira registra a importância dos trabalhos clássicos de Célia Freire d`Aquino Fonseca e Costa Porto sobre o tema das sesmarias no Brasil colonial.

Em seguida, o presidente convocou o segundo conferencista convi-dado, Tayguara Torres, graduado e mestre em Ciências Sociais pela UERJ, para falar sobre o tema: Desenvolvimento e sertão nordesti-no: um debate.

Resumo da exposição: O professor agradeceu pela oportunidade de 4. apresentar, na sessão da CEPHS, o trabalho de pesquisa desenvol-vido na sua Dissertação de Mestrado, onde analisa os pressupostos sócio-econômicos do plano que ficou conhecido como Operação Nordeste, criado em finais dos anos 1950, em meio à euforia desen-volvimentista do “anos JK”, quando surge novamente o Sertão Nor-destino na cena política brasileira, tornando-se objeto de políticas de governo. Enfocando o debate existente entre dois intelectuais de grande importância à época – Celso Furtado, economista e ideali-zador da OPENE, e Josué de Castro, médico e geógrafo, autor do livro clássico Geografia da Fome, que entendiam o Sertão de for-

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ma diversa e defendiam propostas antagônicas de desenvolvimento da região –, o expositor demonstra que a análise permite melhor vislumbrar os pressupostos das políticas de desenvolvimento, e as críticas a que tais propostas foram alvo, bem como a transformação do Sertão Nordestino de então no Sertão de hoje.

Comentários/debates:5.

O visitante Mário Afonso Carneiro elogiou o trabalho apresentado, tecendo comentários sobre algumas das relevantes questões aborda-das.

Em seguida, o presidente convidou o sócio Melquíades Pinto Pai-va para uma breve apresentação do livro de sua autoria, Trabalhos esparsos, agora reunidos., que foi gentilmente distribuído aos pre-sentes.

Nada mais havendo a tratar, o presidente encerrou a sessão, convi-dando os presentes para assistirem à cerimônia de posse do novo sócio Célio Borja, na sala Pedro Calmon.

Freqüência: 216.

- Número de sócios presentes: 09

- Número de convidados: 12

- Relação dos sócios presentes: Arno Wehling, Elysio Belchior, Mel-quíades Pinto Paiva, Dora Alcântara, Fernando Tasso Fragoso Pires, Lygia Fernandes da Cunha, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Eduardo Silva e Maria de Lourdes Viana Lyra.

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

ATA DA 10ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS)

DE 2 DE JULHO DE 2008

Composição da Mesa dos Trabalhos:

Presidência: Victorino Chermont de Miranda

Coordenação: Maria de Lourdes Viana Lyra

Dando início à sessão, o presidente saudou os presentes e em segui-1. da passou a palavra à coordenadora, para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no qual foi atendido, sendo a mesma aprovada sem restrições. Fazendo o registro de tratar-se de uma Sessão de Home-nagem a José Carlos Macedo Soares, o presidente convocou o pri-meiro conferencista, Nelson de Castro Senra - Doutor em Ciência da Informação, Pesquisador-Titular do CDDI do IBGE e no programa de mestrado na Escola Nacional de Ciências Estatísticas, do IBGE –, para expor o tema: MACEDO SOARES REÚNE IBGE E IHGB.

Resumo da Exposição:2.

Fazendo uma breve apresentação sobre a relevante atuação do ho-menageado na direção do IBGE, onde figura como o seu primeiro presidente e o mais longevo entre todos, e do IHGB, instituição que presidiu por quase três décadas, o professor passou a ressaltar as situações em que, nas presidências simultâneas de Macedo Soares, o IBGE e o IHGB estiveram irmanados. Apresentando apenas alguns exemplos, por ser uma temática a demandar pesquisas históricas mais alentadas, o professor ressalta que o estudo em pauta revela alguns dos aspectos mais relevantes da criação do IBGE, além da assunção de Macedo Soares à sua presidência, associando sua ha-bilidade articuladora à concretização da idealização de Teixeira de Freitas. No final, fez doação ao IHGB dos livros Embaixador Mace-do Soares. Um Príncipe da Conciliação e História das Estatísticas Brasileiras, Vol.3, publicados pelo IBGE.

Comentários/debates:3.

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O sócio Alberto Venâncio Filho teceu comentários pertinentes sobre o texto apresentado, a sócia Maria de Lourdes Viana Lyra parabeni-zou o professor pelo trabalho de pesquisa realizado, a sócia Esther Caldas Bertoletti sugeriu a retomada da tarefa de incrementar a es-crita da história dos municípios, o sócio Vasco Mariz falou do seu convívio institucional no governo JK com o homenageado Macedo Soares, e a sócia Mary Del Priore solicitou informações sobre a do-cumentação existente no IBGE.

Em seguida, o presidente convocou o segundo conferencista, Ale-xandre de Paiva Rio Camargo – Mestre em História pela UFE, Pesquisador-assistente e autor de numerosos capítulos na coleção “História das Estatísticas Brasileiras”, editada pelo IBGE, do artigo “A ciência da certeza”, publicado na Revista de História da Biblio-teca Nacional (nº 23, 2007), e do artigo “Uma breve História do Brasil”, publicado no “Brasil em Números” do IBGE (v. 16, 2008) –, para expor o tema: MACEDO SOARES, EMBAIXADOR DA GEOGRAFIA.

Resumo da Exposição:4.

O professor centrou a sua análise na recuperação do papel relevante de Macedo Soares na organização do campo geográfico, durante a Era Vargas. Destacando a sua atuação decisiva na criação e consoli-dação do Conselho Nacional de Geografia e, neste sentido, procuran-do revelar a relação entre tradição e modernidade presentes nos elos tecidos pelo embaixador no exercício concomitante das presidências do IHGB e do IBGE em benefício da visibilidade da atividade geo-gráfica. E, por fim ressaltando que é preciso enfatizar o caráter preli-minar de tal abordagem, que pretende incentivar pesquisas históricas sobre representações mútuas entre as duas instituições.

Em seguida o presidente convocou o terceiro conferencista, Gui-lherme Pereira das Neves – Professor-Doutor do Departamento de História da UFE; pesquisador do CNPq e do projeto Pronex “Raízes do Privilégio”; autor de inúmeros artigos publicados no Brasil e no

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

exterior, e da tese de doutorado premiada pelo Arquivo Nacional e publicada em 1997 com o título E Receberá Mercê: a Mesa da Consciência e Ordens e o clero secular no Brasil, 1808-1828 –, para expor o tema CARLITO HISTORIADOR.

Resumo da Exposição:5.

Expressando satisfação por participar das atividades do IHGB e agradecendo pelo convite para falar sobre o homenageado, o pro-fessor centra a análise sobre a atividade de José Carlos de Macedo Soares (1883-1968) como historiador, que considera tratar-se, em especial, a partir das suas três principais obras: As fronteiras do Bra-sil no regime colonial (1939), Santo Antônio de Lisboa, Militar no Brasil (1942) e Fontes para a história da Igreja católica no Brasil (1954). Explicando que, embora elas permitam situá-lo como um caso atípico no período, essas obras não deixam de revelar certas constantes do pensamento histórico no País na primeira metade do século XX.

Em seguida, o presidente convocou a quarta conferencista, a Sócia Emérita Cybelle Moreira de Ipanema, para expor o tema: COMO O INSTITUTO EVOLUIU SOB MACEDO SOARES.

Resumo da Exposição:6.

A professora iniciou sua apresentação assinalando a passagem dos quarenta anos de morte do homenageado, passando a enumerar as atividades mais relevantes do IHGB no longo período da sua presi-dência, por quase trinta anos.

Comentários/debates:7.

A sócia Lúcia Maria Paschoal Guimarães parabeniza os expositores pela relevância das análises apresentadas e agradece pelo aceite de todos aos convites para participarem dessa sessão de homenagem, sendo endossada pela coordenadora Maria de Lourdes Viana Lyra. O Sócio Decano Luis Castro Souza lembra a celebração promovida pelo IHGB por ocasião da passagem do centenário do embaixador

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Macedo Soares.

Nada mais havendo a tratar, o presidente encerrou a sessão, convi-dando os presentes para o tradicional cafezinho do terraço.

Freqüência: 268.

Número de sócios presentes: 14

Número de convidados: 12

Relação dos sócios presentes: Victorino Chermont de Miranda, Ely-sio Belchior, Lucia Maria Paschoal Guimarães, Vasco Mariz, Alberto Venâncio Filho, Tasso Fragoso Pires, Mary Del Priore, Esther caldas Bertoletti, Ronaldo Rogério De Freitas Mourão, Cybelle Moreira de Ipanema, Luiz de Castro Souza, Maria Beltrão, Lygia Fernandes da Cunha e Maria de Lourdes Viana Lyra.

ATA DA 11ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS)

DE 9 de JULHO DE 2008

Composição da Mesa dos Trabalhos:

Presidência: Arno Wehling

Coordenação: Lucia Maria Paschoal Guimarães

Os trabalhos foram abertos pelo presidente do IHGB, o Dr. Arno 1. Wehling, que pediu um minuto de silêncio em memória do Sócio Correspondente Braz Augusto Brancato, falecido em Porto Alegre no dia 5 de julho passado. Após a homenagem, passou a palavra à subcoordenadora da CEPHAS para a leitura da ata da sessão ante-rior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada sem restrições. O presidente convocou, em seguida, a primeira palestrante convidada da sessão, a professora Vera Lucia Cabana Andrade, para apresentar a comunicação “Historiadores do IHGB e Catedráticos do Colégio Pedro II na República”. Vera Lucia Cabana Andrade é doutora em História Social pela UFRJ, professora aposentada da UERJ e do

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

Colégio Pedro II, onde coordenou investigações no Núcleo de Do-cumentação e Memória (NUDOM). É autora de diversos trabalhos publicados na linha de pesquisa “História do Ensino de História”.

Resumo da Exposição: 2.

Vera Cabana agradeceu o convite para participar da CEPHAS e as-sinalou que o seu trabalho dá continuidade à pesquisa anteriormente exposta no IHGB, intitulada “Historiadores do IHGB e Catedráticos do Colégio Pedro II no Império”. Esclareceu que seu interesse é exa-minar a dimensão cognitiva e cultural do ensino da História como disciplina escolar, através da articulação e/ou aproximação de duas categorias de análise: o conhecimento acadêmico ou saber científico e o conhecimento escolar como saber docente, produzidos respecti-vamente no IHGB e no Colégio Pedro II. O estudo das fontes docu-mentais e de memória possibilitou a análise do entrecruzamento das duas instituições. Neste sentido, destacou a atuação dos docentes que exerceram a “cátedra” de História no Colégio, autores de com-pêndios escolares ali adotados, e ao mesmo tempo integrantes dos quadros do IHGB, a exemplo de João Ribeiro e de Jonatas Serrano. Situação, aliás, que perdurou até a década de 1960, quando a “cáte-dra” foi extinta no Colégio.

Questões levantadas sobre a conferência/Comentários/Debates:3.

O presidente Arno Wehling teceu comentários pertinentes e a sócia Lucia Guimarães lembrou que a Revista do IHGB costumava pu-blicar resenhas desses compêndios escolares nas primeiras décadas do século XX. A sócia Mary Del Priore cumprimentou a expositora e manifestou sua preocupação com a necessidade de estudos mais aprofundados sobre a decalagem existente entre os estudos acadê-micos de História e sua reprodução no ensino fundamental. A sócia Marilda Ciribelli levantou a mesma questão centrando-se na proble-mática dos livros didáticos.

Em seguida, o presidente Arno Wehling convocou à mesa a segunda 4.

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palestrante da sessão, a professora Maria Letícia Corrêa, para disser-tar sobre o tema “Nacionalismo e Estado nacional na Era Vargas: um estudo sobre o Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica e as empresas estrangeiras (1939-1945)”. Maria Letícia Corrêa é doutora em História pela UFF, autora de diversos títulos publicados sobre o tema; foi bolsista recém-doutora do CNPq e da FAPERJ, e desde 2006 é professora-adjunta do Departamento de Ciências Humanas da Faculdade de Formação de Professores da UERJ

Maria Letícia Corrêa expressou sua satisfação em participar da CE-5. PHAS. Assinalou que seu trabalho focaliza a formulação de políticas públicas no Brasil, durante a chamada “Era Vargas”, tomando como ponto de partida o processo de regulamentação conduzido pelo Con-selho Nacional de Águas e Energia, criado em 1939. Da investigação empreendida, a professora concluiu que se faz necessária a revisão de uma noção freqüentemente associada à memória de Getúlio Var-gas, e endossada em parte pela historiografia do período, qual seja, a de que em seu governo, considerado o período até 1954, determi-nadas ações de política pública teriam contribuído para a afirmação de posições nacionalistas, marcando a ruptura definitiva em direção à industrialização.

Questões levantadas sobre a conferência/Comentários/Debates6.

A sócia Lucia Guimarães felicitou a expositora e teceu comentários pertinentes, e levantou a discussão sobre carência de estudos apro-fundados sobre as relações entre o governo brasileiro e as empresas estrangeiras concessionárias de serviços, em especial a Ligth & Po-wer.

Concluída a discussão, o presidente Arno Wehling convocou à mesa 7. a última palestrante da sessão, a professora Mariana P. Cândido, para apresentar a comunicação “Reconstruindo a história pré-colonial africana: o caso de Benguela nos séculos XVIII e XIX”. Mariana Candido é PhD em História da África pela Universidade de York (Canadá), exerce as funções de Assistant Professor da Princeton

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

University e é autora de diversas publicações internacionais sobre a problemática da escravidão na África portuguesa.

Maria Cândido agradeceu a oportunidade de expor os resultados de 8. sua pesquisa na CEPHAS. Destacou, também, o diálogo entre a sua investigação e projeto de catalogação e de digitalização de docu-mentos sobre a África existentes no IHGB, coordenado por Regina Wanderley. Sua comunicação ofereceu uma síntese das experiências de pesquisa que realizou na região de Benguela, em Angola. A loca-lidade era um dos centros mais importantes de embarque de escravos durante o período do tráfico transatlântico. Abordou, sobretudo, as dificuldades de se reconstruir a história pré-colonial angolana, ape-sar do rico acervo documental disponível.

Questões levantadas sobre a conferência/Comentários/Debates9.

A sócia Lucia Guimarães felicitou a expositora e teceu comentá-rios pertinentes, seguida das intervenções da sócia Marilda Ciribelli sobre “Ana de Angola”, e da professora Regina Wanderley que sa-lientou a necessidade de publicar, em meio digital, os resultados do trabalho de arquivista que vem sendo realizado no acervo do IHGB sobre escravidão e África.

Retomando a palavra, o presidente Arno Wehling comunicou que 10. o acervo do IHGB fora acrescido de doações do bibliotecário prof. Pedro Tórtima (fotos de Augusto Malta e correspondência trocada entre Manoel de Oliveira Lima e Antonio Carneiro Leão. Informou, também, que já está disponível o último número da Revista, o 438, relativo aos meses de outubro-dezembro de 2007, com textos origi-nais de diversos sócios. Nada mais havendo a tratar, o presidente deu por encerrada a sessão, convidando a todos para o tradicional café no terraço do Instituto.

Freqüência: 31 assistentes11.

Número de sócios presentes: 12

Número de convidados: 19

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Relação dos sócios presentes: Arno Wehling, Tasso Fragoso Pires, Davis Ribeiro de Sena, Marilda Ciribelli, Mary Del Priore ,Lygia Fernandes da Cunha, Antonio Izaias da Costa Abreu,Ronaldo Ro-gério de Freitas Mourão, Maria da Conceição Beltrão, Melquíades Pinto Paiva, Elysio Belchior e Lucia Maria Paschoal Guimarães.

ATA DA 12ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS)

DE 16 de JULHO DE 2008

Composição da Mesa dos Trabalhos:

Presidência: Arno Wehling

Coordenação: Lucia Maria Paschoal Guimarães

Os trabalhos foram abertos pelo presidente do IHGB, o Dr. Arno 1. Wehling, que cumprimentou os presentes e dirigiu uma saudação es-pecial ao Sócio Correspondente dr. Pedro Mário Soares Martinez, de nacionalidade portuguesa. Este agradeceu a deferência e manifestou sua firme disposição de colaborar mais estreitamente com o Insti-tuto. O Presidente respondeu-lhe que a contribuição será benvinda. Solicitou, então, à subcoordenadora da CEPHAS para proceder a leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada com a correção de que o número recém-lançado da Revista é o 437.

O presidente convocou à mesa os palestrantes convidados Carlos 2. Eduardo Barata, Eduardo Schnoor e Victorino Chermont de Mi-randa. Comunicou à platéia que devido à natureza da sessão, vol-tada para a temática da Genealogia, as questões e os comentários deveriam ser deixados para o final das três exposições. Em seguida, passou a palavra ao Dr. Carlos Eduardo Barata, para apresentar o trabalho “A serventia dos estudos genealógicos para a historiografia brasileira”. Carlos Eduardo Barata é presidente do Colégio Brasilei-ro de Genealogia e autor de diversas obras voltadas para esse campo do saber histórico.

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

Resumo das Exposições: 3.

Carlos Eduardo Barata agradeceu o convite e assinalou que sua in-tervenção é fruto de levantamento realizado no fichário do Colégio Brasileiro de Genealogia, abrangendo o corte temporal entre 1565 e 1900. O estudo buscou identificar os principais fatores que con-correram para o povoamento do Rio de Janeiro, através do levan-tamento das famílias que se transferiram para a cidade, vindas de outros pontos do Brasil em diferentes momentos da época colonial e mais tarde do Império. Dando seqüência aos trabalhos, o presidente Arno Wehling convocou o Prof. Eduardo Schnoor para desenvolver a comunicação “Da fazenda do Resgate em Bananal (São Paulo) à Gare du nord. A genealogia como instrumento de uma pesquisa his-tórica”. Eduardo Schnoor é doutor em História pela USP, preparou junto com Hebe Castro a coletânea Resgate: uma janela para o oito-centos, assinou o capítulo “Os senhores do caminho: a elite na tran-sição para o século XIX”, que integra o livro Revisão do Paraíso: os brasileiros e o Estado em 500 anos de história, organizado por Mary Del Priore. No momento, investiga as chamadas “famílias cafeeiras” da região de São João Marcos e Pirai. O professor manifestou sua sa-tisfação em participar das atividades da CEPHAS. Acentuou que seu trabalho tem por objetivo mostrar a importância da genealogia em pesquisas históricas sobre elites coloniais e imperiais. Através de um estudo de caso, demonstrou que a montagem de uma parentela ou de uma rede de sociabilidade em uma determinada região pode levar à ampliação do conhecimento histórico, pois muitas vezes persona-gens importantes são vistos de maneira dispersa. Entretanto, através da genealogia, é possível articulá-los a contextos mais amplos que lhes dão novos significados. Finalmente, o Presidente Arno Wehling convidou o Sócio Titular e Vice-Presidente do IHGB Dr. Victorino Chermont de Miranda, para expor a comunicação “Os estudos ge-nealógicos e sua significação nos dias de hoje”. Victorino Chermont fez uma reflexão a respeito do significado contemporâneo dos es-tudos de genealogia. Esclareceu que atualmente genealogia não é

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sinônimo de nobiliarquia, nem certificação de qualidade; trata-se do resgate da continuidade de uma família, de cada família, no tempo. A moderna investigação genealógica constitui um suporte da identi-dade. E, neste sentido, ter genealogia significa ter uma história.

Questões levantadas sobre as exposições/ Comentários/Debates4.

A sócia Lucia Guimarães cumprimentou os expositores pela con-tribuição substantiva, salientando a relevância dos respectivos tra-balhos. As sócias Marilda Ciribelli e Mary Del Priore levantaram questões pertinentes sobre a relação entre a genealogia e a história da vida privada, enquanto o sócio Melquíades Paiva teceu comentá-rios sobre a genealogia cearense. Também participaram dos debates os convidados Regina Cascão, Vera Cabana, Ludmila Mayrink da Costa e Carlos Gabriel Guimarães.

Concluída a discussão e nada mais havendo a tratar, o presidente deu 5. por encerrada a sessão, convidando a todos para o tradicional café no terraço do Instituto.

Freqüência: 49 assistentes6.

Número de sócios presentes: 13

Número de convidados: 36

Relação dos sócios presentes: Arno Wehling, Davis Ribeiro de Sena, Marilda Ciribelli, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Miridan Britto Falci, Lucia Maria Paschoal Guimarães, Fernando Tasso Fra-goso Pires, Mary Del Priore, Elysio Belchior, Victorino Chermont de Miranda, Pedro Mário Soares Martinez, Melquíades Pinto Paiva e Esther Caldas Bertoletti.

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

ATA DA 13ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS)

DE 6 DE AGOSTO DE 2008

Composição da Mesa dos Trabalhos:

Presidência: Arno Wehling

Coordenação: Maria de Lourdes Viana Lyra

Dando início à sessão, o presidente saudou os presentes e em segui-1. da passou a palavra à coordenadora para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada sem restrições. Foi então convocada a primeira conferencista, a Sócia Ti-tular professora doutora Marilda Corrêa Ciribelli, para expor o tema: A presença feminina na Abolição da escravatura.

Resumo da exposição:2.

A professora iniciou sua fala agradecendo ao presidente pela opor-tunidade da apresentação na CEPHAS do trabalho de pesquisa que vem desenvolvendo, cuja temática trata especificamente da parti-cipação feminina no movimento abolicionista. O planejamento da apresentação foi dividido em três partes, sendo o primeiro denomi-nado considerações introdutórias, no qual tratou das interpretações polêmicas e contraditórias em relação à participação da mulher na abolição. Nas duas partes seguintes, tratou das variadas formas de colaboração feminina no movimento abolicionista, discutindo sobre as diversificadas facetas de atuação da mulher branca, negra e mula-ta em prol da libertação do trabalho escravo e refletindo sobre as for-mas de reações então colocadas em prática. Complementando a sua explanação, apresentou imagens correlatas ao tema apresentado.

Considerações/debates:3.

A sócia Mary Del Priori parabenizou a professora pela competência na abordagem do tema, fazendo comentários pertinentes em torno da questão apresentada. O convidado Sérgio Lima, sócio do Instituto

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Histórico de Vassouras, cumprimentou a professora pelo trabalho de pesquisa realizado, se detendo sobre a classificação dos quilombos. O Presidente Arno Wehling felicitou a conferencista pela importân-cia do trabalho para o estudo do tema da abolição da escravatura e pelo seu entusiasmo na apresentação do mesmo.

Em seguida, o presidente convocou a coordenadora para proceder à leitura do texto: Gilberto Ferrez, historiador da imagem no Brasil, escrito pela Sócia Emérita Lygia Fonseca Fernandes da Cunha, im-pedida de comparecer à sessão por motivo de saúde.

Resumo da Exposição:4.

A autora dissertou sobre a trajetória do pesquisador Gilberto Ferrez, ressaltando a sua inclusão entre os historiadores ligados principal-mente aos estudos da iconografia brasileira, inclusive na vertente histórica completa. Chamou a atenção para a sua vasta bibliografia, destacando as obras de maior importância, sobretudo A muito leal e heróica cidade do Rio de Janeiro, primorosa edição para comemo-rar os quatrocentos anos da cidade, e aquela registrada nas páginas das Revistas do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e do Ins-tituto Histórico e Geográfico Brasileiro, que se estendeu inclusive nas buscas da cartografia e fotografia, ambas acopladas à imagem. E demonstrou que a obra de Gilberto Ferrez, um dos pioneiros da ico-nografia brasileira, relacionada neste ensaio, confere-lhe a inclusão de pesquisador que sempre se dedicou a valorizar a imagem de um Brasil conhecido por alguns aficionados.

Em Face da ausência da conferencista, não houve debate. O presi-dente convocou então o terceiro conferencista, o Sócio Honorário Pedro Karp Vasquez para expor o tema: Visões e antevisões de Gil-berto Ferrez, o primeiro historiador da fotografia no Brasil.

Resumo da Exposição:5.

Pedro Vazquez manifestou sua satisfação por participar da sessão de homenagem ao mestre e amigo, Gilberto Ferrez, passando a destacar

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

o seu papel de pesquisador, colecionador, historiador da iconografia nacional, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, por trinta e sete anos, consultor do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, membro do Conselho Federal de Cultura, atua-ções que demonstram a sua fundamental e distintiva contribuição para a cultura brasileira, sedimentada em cerca de quarenta obras temáticas variadas. Aproveitado o pretexto do seu centenário de nas-cimento, completados em 15 de maio último, o professor focalizou o pioneirismo do ilustre homenageado, enquanto primeiro historiador da fotografia brasileira e o seu mais importante colecionador do sé-culo XX. Ressaltado ainda o seu papel como divulgador da fotogra-fia clássica brasileira, tanto no próprio País, quanto no exterior, onde realizou a primeira grande mostra sobre o tema em Nova York, em 1976, no Center for Inter-american Relation (atual Americas Socie-ty). Concluindo com a projeção de fotografias tiradas pelo homena-geado desconhecidas do público até a recente exposição no Centro Cultural do Banco do Brasil: Gilberto Ferrez – novas revelações.

O presidente cumprimentou o expositor pela excelência da apresen-tação. E nada mais havendo a tratar, encerrou a sessão.

Freqüência: 39 assistentes6.

Número de sócios presentes: 15

Número de convidados:24

Relação dos sócios presentes: Arno Wehling, Cybelle Moreira de Ipanema, Elysio Belchior, Pedro Vasquez, Carlos Wehrs, Antonio Izaias da Costa Abreu, Fernando Tasso Fragoso Pires, Mary Del Priore, Eduardo Silva, Vasco Mariz, Marilda Ciribelli, Ronaldo Mourão, Esther Bertoletti e Maria de Lourdes Viana Lyra.

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ATA DA 14ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS)

DE 13 DE AGOSTO DE 2008

Composição da Mesa dos Trabalhos:

Presidência: Arno Wehling

Coordenação: Lucia Maria Paschoal Guimarães

Os trabalhos foram abertos pelo presidente do IHGB, o Dr Arno 1. Wehling, que cumprimentou os presentes e dirigiu uma saudação especial ao Sócio Correspondente Edivaldo Boaventura, da Bahia, que agradeceu a deferência. O Presidente, solicitou, então, à sub-coordenadora da CEPHAS para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada.

Arno Wehling convocou à mesa o primeiro palestrante convidado 2. da Sessão, o professor Ivan Ducatti, para apresentar a comunicação BRASIL: Passado Feudal? - Os “Restos Feudais” na obra de Nel-son Werneck Sodré. Ivan Ducatti é mestre em História pela USP e atualmente cursa o doutorado na mesma Universidade, sob a orien-tação do Dr. Marcos Silva. Foi professor em diversas instituições de ensino superior e é autor de vários artigos, publicados em periódicos especializados sobre a problemática da produção historiográfica de Nelson Werneck Sodré.

Resumo da Exposição: 3.

Ivan Ducatti agradeceu o convite e assinalou que sua intervenção é fruto da pesquisa que vem desenvolvendo no doutorado. Sua inter-venção busca analisar como Nelson Werneck Sodré precisou a cate-goria feudal em suas obras da formação histórica brasileira. O termo feudal, neste caso, trata-se de uma metáfora política para justificar os obstáculos ao desenvolvimento da burguesia nacional e da sujeição desta ao imperialismo político-econômico. É importante frisar que o conceito “feudal” tem estatuto de centralidade na obra de Sodré. Ele mostra a existência de restos feudais no Brasil, mas esses restos feu-

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

dais fariam parte de uma superestrutura de funcionamento da gran-de propriedade fundiária no Brasil. Mesmo após a independência política, o Brasil continuava a manter uma estrutura colonial sobre as propriedades do campo. Torna-se necessário indagar qual modo de produção se desenvolveu num país cuja história colonial fora he-rança de colonizadores que, há muito, em termos econômicos, não viviam sob a égide da produção feudal.

Questões levantadas sobre as exposições/Comentários/Debates:4.

A sócia Esther Bertoletti parabenizou o expositor e aventou a pos-sibilidade da Casa da Torre de Garcia D’Ávila ter constituído um feudo, sendo aparteada pelo sócio Edivaldo Boaventura, o qual não concorda com essa premissa. O Presidente Arno Wehling teceu re-flexões a respeito da abordagem historiográfica do problema que en-volve a existência de um suposto feudalismo no Brasil.

Em seguida, o Presidente Arno Wehling convocou à mesa a segunda 5. palestrante da sessão, a professora Lucia Maria Bastos Pereira das Neves, para dissertar sobre o tema “Napoleão Bonaparte: imagens e culturas políticas no mundo luso-brasileiro”. A convidada é Profes-sora Titular de História Moderna na UERJ. Pesquisadora do CNPq, do Pronex/CNPq/Faperj: “Dimensões da Cidadania”, coordenado por José Murilo de Carvalho e Cientista do Nosso Estado/Faperj. Autora de Napoleão Bonaparte: Imaginário e política em Portugal (c.1808-1810). São Paulo, Alameda, 2008; Corcundas e constitucio-nais: a cultura política da Independência do Brasil, 1820-1822. Rio de Janeiro, Revan/FAPERJ, 2003; e O Império do Brasil. Rio de Ja-neiro, Nova Fronteira, 1999; além de diversos artigos em periódicos no Brasil e em Portugal.

Lucia Maria Bastos Pereira das Neves agradeceu o convite das coor-6. denadoras para participar da sessão da CEPHAS. Seu estudo propõe uma análise das imagens e culturas políticas que Portugal e Brasil elaboraram a respeito de Napoleão Bonaparte e da França imperial ao longo do conturbado período das invasões francesas (1807-1810).

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Como fontes, privilegia os impressos de circunstância – jornais e panfletos – capazes de evidenciar, sob o choque das novidades que os invasores trouxeram e dos episódios inéditos que ocorreram, o lento desgaste das estruturas tradicionais portuguesas e de acenar para a entrada do País e de seu império na via da cultura política moderna. Para tanto, examina a trama dos acontecimentos que daí se depreende, a fim de considerá-la como a expressão de um embate, no plano político e ideológico, entre as forças, ainda ativas, do Anti-go Regime e aquelas, nascentes, do liberalismo europeu.

Questões levantadas sobre as exposições/Comentários/Debates:7.

A sócia emérita Cybelle de Ipanema cumprimentou a expositora pela pesquisa e teceu comentários pertinentes, no que foi seguida pelos sócios Edivaldo Boaventura e esther Bertoletti. A Dra. Fátima Sá, visitante e professora do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, de Lisboa, destacou a originalidade da investigação empreendida e a erudição da autora.

O sócio Melquíades Pinto Paiva doou à Biblioteca do IHGB o livro 8. Professor Dias da Rocha: origem, vida e obra.

E nada mais havendo a tratar o Presidente Arno Wehling convidou a 9. todos para subirem ao terraço do Instituto, onde será lançado o livro Napoleão Bonaparte: Imaginário e política em Portugal (c.1808-1810), de autoria de Lucia Bastos Pereira das Neves, acompanhado de um coquetel.

Freqüência: 34 assistentes10.

Número de sócios presentes: 12

Número de convidados: 22

Relação dos sócios presentes: Arno Wehling, Cybelle de Ipanema, Mary Del Priore, Roberto Cavalcanti de Albuquerque, Eduardo Sil-va, Edivaldo Boaventura, Esther Bertoletti, Melquíades Pinto Paiva, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Miridan Britto Falci, Maria

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

Beltrão e Lucia Maria Paschoal Guimarães.

ATA DA 15ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS)

DE 20 de AGOSTO DE 2008

Composição da Mesa dos Trabalhos:

Presidência: Arno Wehling

Coordenação: Lucia Maria Paschoal Guimarães

Os trabalhos foram abertos pelo presidente do IHGB, o Dr. Arno 1. Wehling, que cumprimentou os presentes e fez uma rápida introdu-ção à temática que seria tratada, e esclareceu que devido à natureza da sessão, com 3 expositores voltados para o 4º centenário do nas-cimento de Antônio Vieira, as questões e os comentários deveriam ser deixados para o final das apresentações. O Presidente solicitou, então, à subcoordenadora da CEPHAS para proceder a leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada.

Arno Wehling convocou para compor a mesa os três palestrantes 2. convidados, Cláudio Aguiar, Marco Lucchesi e José Arthur Rios, passando a palavra ao primeiro, para expor a comunicação “Padre Antônio Vieira e o Ceará”. Cláudio Aguiar é graduado pela Facul-Cláudio Aguiar é graduado pela Facul-dade de Direito do Recife e Doutor pela Universidade de Salaman-ca, Espanha. Foi Professor-Visitante da Universidade Federal Ru-ral de Pernambuco, atuando em convênio com a Universidade de Sherbrooke-Irecus – Canadá (1990-94). Foi Bolsista Pesquisador do Ministério de Assuntos Exteriores de Espanha (Madri), onde se especializou na obra de Ortega y Gassset (Madrid, 1983) e Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológi-co (CNPq), quando estudou o processo de imigração espanhola ao Brasil junto à Universidade de Salamanca, Espanha (1983/1986), defendendo a Tese Doutoral – ORGANIZACIÓN SOCIAL Y JURÍ-DICA DE LOS INMIGRANTES ESPAÑOLES EN BRASIL. Pos-sui cerca de vinte obras publicadas, destacando-se as de natureza

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histórica, a saber: OS ESPANHÓIS NO BRASIL (Edições Tempo Brasileiro. Rio de Janeiro, 1991); FRANKLIN TÁVORA E O SEU TEMPO (Academia Brasileira de Letras, Coleção Afrânio Peixoto, vol. 72. Rio de Janeiro, 2005) e A PRÁXIS MISSIONÁRIA DO PA-DRE ANTÔNIO VIEIRA E OUTROS ESTUDOS (Ateliê Editorial, São Paulo, 2008, no prelo).

Resumo da Exposição: 3.

Cláudio Aguiar agradeceu o convite e externou sua satisfação de participar da sessão da CEPHAS. Iniciou sua intervenção assina-Iniciou sua intervenção assina-lando que até o início do século XVII a fisionomia institucional do Ceará ainda se apresentava praticamente informe. Somente em 1605 ocorreu a primeira tentativa de colonização por parte de Pero Coelho de Sousa. Curiosamente, será por causa do fracasso dessa primeira tentativa que o Padre Antônio Vieira, em 1655, movido por sua fé inabalável na “doutrina e governo espiritual de todos os índios que estivessem à conta dos religiosos da Companhia”, partiu do Mara-nhão para o Ceará, liderando uma missão extremamente perigosa pois, na prática, sua ação missionária buscava reviver o mesmo péri-plo realizado, em 1605 pelo seu irmão jesuíta Francisco Pinto, bru-talmente martirizado pelos índios Tabajaras da Serra da Ibiapaba. O relato dessa emocionante incursão do Padre Antônio Vieira, intitula-do “Relação da Missão Jesuítica da Serra de Ibiapaba”, constiui uma de suas mais importantes páginas. No entanto, nosso estudo objetiva mostrar os resultados práticos alcançados pela Missão, sobretudo no contexto da colonização do Ceará.

Em seguida o Presidente Arno Wehling solicitou ao 2º expositor, 4. o professor Marco Lucchesi, para apresentar a comunicação “As Romas do Padre Antônio Vieira e a Filosofia da História”. Marco Lucchesi é Professor Associado da Faculdade de Letras da UFRJ. Bacharel em História pela UFF, Doutorado em Letras pela UFRJ, com estágio de Pós-Doutorado em Filosofia, na Universidade de Co-lônia (Alemanha).

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

Marco Lucchesi manifestou seu contentamento de voltar às sessões 5. da CEPHAS, que freqüentara quando estudante, lembrando o seu contato com sócios como Antonio Carlos Vilaça e Marcelo de Ipa-nema. Aproveitou para convidar os presentes para a Exposição de Machado de Assis na Biblioteca Nacional, a ser inaugurada em 23 de setembro. O professor apresentou um instigante ensaio sobre aspec-tos da visão de história do padre Antônio Vieira e o seu lugar no de-bate do discurso historiográfico luso-brasileiro. Através de diversos exemplos, extraídos dos Sermões, indicou aspectos centrais e chaves interpretativas que se mostram flutuantes na obra do religioso, e que dificultam a sua interpretação, como as relações dialéticas obra total e obra em fragmento; contingência e fluxo do tempo, evidenciando ainda de que maneira a noção de totalidade perpassa os “Sermões”.

Concluída a exposição, o Presidente cedeu a palavra ao último pa-6. lestrante, o Sócio Titular José Arthur Rios, para proferir a comunica-ção “Antônio Vieira: o político”. José Arthur fez um grande balanço da atuação política de Vieira, advertindo para a impossibilidade de se reduzir a análise de uma figura da envergadura de Antônio Vieira a apenas um ângulo. Examinou o contexto político, social e cultural em que o religioso atuou, sobretudo como confidente e conselheiro de D. João IV, pontuando suas idéias sobre a gestão dos negócios do Estado, e destacou tanto a pertinência das suas sugestões ao mo-narca em relação ao Brasil quanto das suas críticas à sociedade e aos políticos em geral. Finalmente, José Arthur Rios salientou que, mesmo sob o prisma político Vieira é um personagem multifacetado, à medida que se na maturidade suas contribuições denotam forte pragmatismo, na velhice ele se volta para o profetismo político.

Questões levantadas sobre as exposições/Comentários/Debates:7.

O Embaixador Antonio Fantinato levantou questão pertinente sobre a exposição de Marco Lucchesi, e a visitante Maria Arair Paiva te-ceu reflexões sobre a relação entre os paradigmas do pensamento científico e as análises da obra de Antônio Vieira. O presidente Arno

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Wehling fez um comentário das três comunicações articulando-as e estabelecendo pontos comuns. Seguiu-se a discussão de questões pontuais, com intervenções dos sócios Roberto Cavalcanti, Vasco Mariz, e do visitante Mario Afonso Carneiro, com as réplicas de Marco Lucchesi, Cláudio Aguiar e José Arthur Rios.

Outras intervenções (comunicados, doações de livros etc.):8.

A sócia Lucia Maria Paschoal Guimarães doou à biblioteca do Ins-tituto um exemplar do livro “Entre a Monarquia e a República; im-prensa, pensamento político e historiografia (1822-1889)”. O pales-trante Marco Lucchesi ofereceu “Arte da língua de Angola”, de Pe-dro Dias, uma edição facsimilar da Fundação Biblioteca Nacional, por ele produzida.

E nada mais havendo a tratar, o Presidente Arno Wehling encerrou a sessão e convidou a todos para subirem ao terraço do Instituto para o tradicional café.

Freqüência: 28 assistentes9.

Número de sócios presentes: 13

Número de convidados: 15

Relação dos sócios presentes: Arno Wehling, Cybelle de Ipanema, Melquíades Pinto Paiva, José Arthur Rios, Ronaldo Rogério de Frei-tas Mourão, Antonio Izaias da Costa Abreu, Fernando Tasso Fragoso Pires, Lucia Maria Paschoal Guimarães, Elysio Belchior, Roberto Cavalcanti de Albuquerque, Elysio Belchior, Maria da Conceição Beltrão e Vasco Mariz.

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

ATA DA 16ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS)

DE 27 DE AGOSTO DE 2008

Composição da Mesa dos Trabalhos:

Presidência: Arno Wehling

Coordenação: Maria de Lourdes Viana Lyra

Os trabalhos foram abertos pelo presidente do IHGB, que saudou os 1. presentes, dispensou a leitura da ata, por tratar-se de continuidade da temática tratada na sessão anterior, o 4º centenário de nascimento do Padre Antônio Vieira, informou que as atas dessas duas sessões serão lidas em conjunto, e que os comentários serão feitos no final das apresentações. Em seguida, convocou os demais palestrantes, os sócios Vasco Mariz e Arnaldo Niskier, para compor a mesa, pas-sando a palavra ao primeiro, para apresentar o tema: Padre Antônio Vieira, o diplomata.

Resumo da exposição:2.

Após cumprimentar os presentes, o Sócio Emérito Vasco Mariz ini-ciou a sua intervenção assinalando a trajetória do Pe. Vieira, desde a sua saída de Salvador para Lisboa, em 1641, como integrante da missão de congratulações do Brasil ao Rei D. João IV, que acabara de assumir o trono português, após 60 anos de domínio espanhol. Traçou o perfil de hábil negociador em missões diplomáticas da maior delicadeza em Amsterdã, Haia e Paris, levantando questões sobre a sua sugestão de venda de parte do Nordeste do Brasil, ocu-pado pelos holandeses, a criação de companhias de comércio e o seu apoio aos cristãos-novos, que resultou em graves problemas a Ordem dos Jesuítas, a qual pertencia. Analisa as razões da sua volta ao Brasil e o seu trabalho missionário no Maranhão, o retorno a Lis-boa e ao posto de orador da Capela Real, o processo que lhe moveu o Tribunal do Santo Ofício, a missão a Roma e o reconhecimento de genial orador, a velhice e a volta definitiva a Salvador, onde falece

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aos 85 anos de idade.

Em seguida, o presidente passou a palavra ao segundo expositor, a Sócia Titular Maria de Lourdes Viana Lyra, para apresentar o tema: Vieira e a idealização do Quinto Império do Mundo - que centrou a atenção na conjuntura de crise do século XVII, quando Portugal en-frentou a Espanha para restaurar a monarquia e a autonomia do Rei-no, para destacar o relevante papel desempenhado pelo Padre Vieira, ao lançar mão da visão do “Quinto Império, sob a égide de Deus e de Portugal” para estimular os patrícios à luta pela Restauração. Traçou os passos da elaboração dessa idealização, esboçada por ocasião da passagem do ano 1641/1642, no Sermão dos Bons Anos, exposta na carta intitulada Esperanças de Portugal, dirigida ao Pe. André Fernandes, e completada na obra: História do Futuro, texto de alta qualidade literária, publicado após a sua morte, em 1718. Remarcou a sua influência na mentalidade regeneradora da nação portuguesa e a sua permanência ao longo dos tempos – sendo transposta para o Brasil com a transferência da Corte, em 1808, e retomada pelo poe-ta Fernando Pessoa, ao reivindicar a criação de um Quinto Império Cultural, tendo Portugal como centro absoluto.

O presidente passou a palavra ao terceiro expositor, o Sócio Hono-rário, Arnaldo Niskier, para apresentar o tema: Vieira, imperador da Língua Portuguesa – que iniciou a sua fala levantando algumas questões na abordagem das duas primeiras exposições, passando a destacar o reconhecimento de Vieira como gênio literário, pela Aca-demia das Ciências de Lisboa, nas atuais celebrações do 4º centená-rio do seu nascimento, sendo também ressaltado o seu trabalho em defesa da igualdade dos povos e raças e a sua reprovação de vocábu-los estrangeiros. Em seguida, salienta o combate de Vieira ao estilo pomposo de pregador da época e defesa de um estilo fácil e natural, para que a pregação fosse frutífera; aponta a sua atuação de missio-nário, diplomata, orador e político, e centra a análise no seu papel de crítico do comportamento da metrópole em relação à colônia Brasil, sua pátria maior e, também, como defensor dos cristãos-novos, per-

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

seguidos pelo Santo Ofício.

Em seguida, o Presidente e Sócio Titular Arno Wehling, como o quarto e último expositor, inicia a apresentação do tema - Vieira e a justiça colonial -, com pertinente indagação: qual a imagem que o Padre Antônio Vieira fez da justiça absolutista e de sua aplicação no mundo colonial brasileiro? E passa a buscar as respostas no vasto acervo de sermões, cartas, relatórios, pareceres, voto sobre a admi-nistração dos índios e propostas de mudanças nos estilos do Santo Ofício, elaborando uma instigante análise da sua visão que Vieira possuía sobre questões essenciais ao exercício do poder real como: os fundamentos da justiça; a justiça do príncipe, cujo poder se ba-seava na vontade divina; a administração e a execução da justiça; o caso colonial, com o devido esclarecimento de tratar-se de uma abordagem indireta, por serem os sermões obras de circunstância, e a pertinente reflexão sobre a dimensão dessa fonte para a Histó-ria Política e Social que sermões de natureza mais espiritual não possuem, pelo caráter eminentemente político do púlpito no século XVII. E constatando que Vieira acompanhou a filosofia política do seu tempo, ao emprestar papel proeminente à justiça como organi-zadora das relações sociais e elemento significativo do seu universo simbólico.

Questões levantadas sobre as exposições/Comentários/Debates:3.

A expositora Maria de Lourdes Viana Lyra pediu a palavra para apresentar a edição fac-similar do livro História do Futuro, escrita pelo Padre Antônio Vieira, editado pela Secretaria de Cultura e da Imprensa Oficial do Estado do Pará, em 1998, como marco dos tre-zentos anos de sua morte. E fazer referência à louvável publicação da obra: Sermões, organizada por Alcir Pécora e editada pela Hedra, em 2001, por facilitar o acesso dessa fonte aos pesquisadores. O em-baixador Vasco Mariz teceu reflexões sobre as questões levantadas pelo expositor Arnaldo Niskier. Seguiu-se a discussão de questões pontuais, com intervenções dos sócios: Arno Wehling, Arthur Rios,

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Maria de Lourdes Viana Lyra, e dos visitantes Vera Cabana e Josué Nogueira Junior.

Nada mais havendo a tratar, o presidente encerrou a sessão e convi-dou os presentes para subirem ao terraço do Instituto para o tradi-cional café.

Freqüência: 294.

Número de sócios presentes: 12

Número de convidados: 17

Relação de sócios presentes: Arno Wehling, Cybelle de Ipanema, Maria de Lourdes Viana Lyra, Mary Del Priore, Elysio Belchior, Carlos Wehrs, Arnaldo Niskier, Fernando Tasso Fragoso Pires, Ma-ria da Conceição Beltrão, Melquíades Pinto Paiva, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Vasco Mariz.

ATA DA 17ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS)

DE 3 DE SETEMBRO DE 2008

Composição da Mesa dos Trabalhos:

Presidência: Victorino Coutinho Chermont de Miranda

Coordenação: Maria de Lourdes Viana Lyra

Os trabalhos foram abertos pelo presidente, que saudou os presentes 1. e passou a palavra à coordenadora para proceder à leitura das atas das duas sessões anteriores, no que foi atendido, sendo as mesmas aprovadas sem restrições. Foi convocado o primeiro palestrante, o sócio Melquíades Pinto Paiva, para expor o tema: Algumas perdas das Ciências Naturais no Brasil.

Resumo da exposição:2.

Após cumprimentar os presentes, o palestrante iniciou sua interven-ção assinalando algumas perdas das Ciências Naturais no Brasil, ocasionadas por razões diversas, incluindo roubo, naufrágio, incên-

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dio, perseguição política, desídia e estúpido comportamento de her-deiros. E tomando com exemplos, o caso do livro de Ivo d`Evreux, impresso pela primeira vez em 1615, em Paris, totalmente dilacera-do por perseguição política; o caso de Alexandre Rodrigues Ferrei-ra, que após realizar importante expedição científica na Amazônia e Mato Grosso, entre 1783 e 1793, faleceu por conseqüência de pro-funda depressão, por saber que seus escritos não seriam divulgados, deixando-os inéditos e dispersos; o caso de Alfredo Russel Wallace, que perdeu todo o material coletado em três expedições científicas realizadas nas bacias dos rios Negro, Solimões, Uapés, e Cuquiari, no incêndio do navio que o levava de à volta A Inglaterra, em agos-to de 1852; o caso da Comissão Científica de Exploração, proposta pelo IHGB, em 1856, iniciada pela província do Ceará, com resul-tados irrelevantes; o caso de Philipp Von Leutzeiburg, que chegou ao Brasil em 1910, enviado pela Academia Bávara de Ciências, cujo material coletado foi perdido num incêndio; o caso do Catálogo Mundial dos Dipólodos, organizado pelo alemão Otto Rudolf Julius Schubart, que chegou ao Brasil em 1934, cujo original, desaparecido por longo tempo foi recuperado pelo palestrante e entregue ao Mu-seu Nacional, de lá retirado pelos herdeiros que também impediram a sua publicação.

Em seguida, o presidente convocou a convidada Franci Machado Darigo para expor o tema: Perfil de um mineiro – João Pandiá Ca-lógeras.

Resumo da Exposição:3.

Após cumprimentar os presentes e externar sua satisfação de participar da sessão da CEPHAS, a pesquisadora traçou o perfil do escritor, desde a sua formação inicial de engenheiro, com atuação emMinas Gerais, e de pesquisador de minério, manganês e de ferro, levando-o a escre-ver As minas do Brasil e sua Legislação, em 1904, quando entrou na vida política, projetando-se no conhecimento dos assuntos de mine-ração, transportes, fronteiras, marinha de guerra. Foi eleito Deputa-

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do, assumiu a pasta da Agricultura, Indústria e Comércio e depois o Ministério da Fazenda, entre 1914 e 1918, fez parte da Delegação da Conferência de Paz em Versalhes e ainda assumiu o Ministério da Guerra, fazendo profundas modificações nas normas do Exérci-to, em seguida abandonando a vida política para se tornar escritor de obras fundamentais ao conhecimento da História do Brasil, com destaque para Formação Histórica do Brasil, As minas do Brasil e sua Legislação, entre outras. No Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, deixou o cunho do seu serviço à cultura.

Em seguida, o presidente convocou o sócio Senna Bittencourt para apresentar o convidado e terceiro palestrante, o Diretor do Museu da Marinha de Portugal, o comandante José Antônio Rodrigues Pereira, para expor o tema: A Armada Real no início do século XIX.

Resumo da Exposição:4.

Após cumprimentar os presentes e externar sua satisfação de par-ticipar da CEPHAS, o comandante apresentou um interessante e pertinente estudo sobre a organização da Armada portuguesa desde o século XVII, mas centrando a atenção sobre a sua composição, a classificação dos navios, o poder de fogo de uma esquadra, as ba-talhas em que a Armada participou no século XIX, sobretudo no contexto da invasão francesa em Portugal e na transferência da Corte portuguesa para o Brasil, em 1808. Utilizando o recurso da proje-ção de imagens, o palestrando foi apresentando cenas das batalhas e os tipos de navios que compunham a Armada, explanando sobre o poder naval operacional fundeado no Tejo, em novembro de 1807, com os navios preparados com grau de segurança aceitável para uma longa viagem e completamente abastecidos e a estratégia de retirada da Família Real e de todos os membros da Corte, além da valiosa do-cumentação e tesouros transportados, Sobre o transcurso da viagem e da chegada ao Brasil, Sobre a participação de esquadras em bata-lhas ocorridas na América do Sul, como na conquista de Caiena e da Banda Oriental, no combate à Revolução Pernambucana de 1817 e

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

no regresso da Corte à Lisboa.

Questões levantadas sobre as exposições/Comentários/Debates:5.

Levantaram questões pertinentes: sobre a primeira exposição, o só-cio Vasco Mariz; sobre a segunda, a convidada Vera Cabana; e so-bre a terceira, os sócios Senna Bittencourt, Vasco Mariz e Maria de Lourdes Viana Lyra, e a convidada Vera Cabana.

Freqüência: 236.

Número de sócios presentes: 10

Número de convidados: 13

Relação dos sócios presentes: Victorino Chermont de Miranda, Ma-ria de Lourdes Viana Lyra, Cybelle Moreira de Ipanema, Melquíades Pinto Paiva, Vasco Mariz, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Ly-gia Fonseca Fernandes da Cunha, Maria da Conceição de M. Cou-tinho Beltrão, Antonio Izaias da Costa Abreu e Armando de Senna Bittencourt.

ATA DA 18ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS)

DE 10 DE SETEMBRO DE 2008

Composição da Mesa dos Trabalhos:

Presidência: Cybelle Moreira de Ipanema

Coordenação: Maria de Lourdes Viana Lyra

Os trabalhos foram abertos pela Senhora Presidente da Sessão, que 1. justificou a ausência do presidente do IHGB, saudou os presentes e passou a palavra à coordenadora para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendida, sendo a mesma aprovada sem restrição. Em seguida, a presidente convocou os três conferencistas convidados, os professores Ana Maria de Castro, Luitgarde Caval-canti e Tayguara Torres Cardoso, a tomarem assento na mesa de tra-balhos, para a exposição do Painel: Centenário de Josué de Castro:

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vida e obra.

O painel se iniciou com a intervenção de Ana Maria de Castro, filha do homenageado, Livre Docente em Sociologia e Professora Titular aposentada do IFCS, UFRJ, que apresentou o tema: Josué de Cas-tro e a Geografia da Fome. Inicialmente, a professora externou sua satisfação pela homenagem prestada pelo IHGB ao seu pai e agra-deceu pela oportunidade da participação. Em seguida, traçou o perfil biográfico e político do renomado médico/geógrafo, destacando que a sua obra cientifica está repleta de intervenções multidisciplinares, sendo esse o caráter predominante de todo o seu pensamento. E res-saltando que na elaboração do seu mais importante livro, Geografia da Fome, Josué de Castro deixa explícito no prefácio, a importância do método geográfico para o êxito do trabalho. “Para tal fim lan-çamos mão do método geográfico no estudo do problema da fome. Único método que a nosso ver permite estudar o problema em sua realidade total, sem arrebentar-lhe as raízes que o ligam subterra-neamente a inúmeras outras manifestações econômicas e sociais da vida dos povos”.

Em seguida, a senhora presidente passou a palavra ao conferencista convidado, Tayguara Torres Cardoso, Mestre em Ciências Sociais pela UERJ e Professor de Sociologia da rede pública do Estado do Rio de Janeiro, para apresentar o tema: Josué de Castro e o Desen-volvimentismo. O professor agradeceu pela oportunidade da partici-pação e passou a falar sobre o papel desempenhado pelo homenage-ado, pouco citado no Brasil como referência científica e intelectual no debate em torno do desenvolvimento, mesmo tendo produzido importantes reflexões sobre o tema, analisando suas concepções so-bre desenvolvimento e subdesenvolvimento, bem como suas críti-cas ao que considerava “exagerado economicismo”, nas propostas e políticas governamentais, por deixarem de considerar o bem-estar, a cultura e a dignidade dos homens dos chamados “países subdesen-volvidos”, em suas concepções teóricas.

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

Falou por último a proponente e organizadora do Painel, a conferen-cista convidada Luitgarde Cavalcante, Doutora em Ciências Sociais e Professora de Antropologia da UERJ, sobre o tema: Josué de Castro e os Estudos de Meio Ambiente. A professora iniciou sua fala agra-decendo ao IHGB pelo acolhimento da sugestão e tecendo elogios à instituição pela realização da sessão comemorativa do centenário de nascimento de Josué de Castro, ressaltando que, com a homenagem, resgatava-se a importante contribuição do cientista em vários ramos do conhecimento, seu pioneirismo e militância nas tentativas de so-lucionar problemas enfrentados pelos grupos humanos, passando a apresentar instigante análise sobre a preocupação de Josué de Castro com relação ao destino do planeta, e conseqüentemente da sociedade humana, a partir de seus estudos pioneiros sobre o Meio Ambiente, posto contemporaneamente nos debates universitários e nas agendas governamentais em todos os países.

Questões levantadas sobre as exposições/Comentários/Debates:2.

A presidente Cybelle de Ipanema parabenizou os conferencistas e relembrou os tempos da UDF, que reuniu personalidades expressi-vas como Josué de Castro, e destacou a contribuição à cultura da época. A coordenadora Maria de Lourdes Viana Lyra parabenizou os conferencistas e agradeceu pela participação, levantando questões pertinentes sobre o que foi apresentado. Seguiu-se a discussão de questões pontuais, com as intervenções da sócia Miridan Britto Fal-ci, que teceu reflexões sobre o pensamento e a atuação do homena-geado, de quem foi aluna, e dos convidados Maria Arair Pinto Paiva e Sérgio Severino Azevedo.

Freqüência: 273.

Número de sócios presentes: 9

Número de convidados: 18

Relação dos sócios presentes: Cybelle Moreira de Ipanema, Melquí-ades Pinto Paiva, Elysio de Oliveira Belchior, Maria de Lourdes Via-

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na Lyra, Miridan Britto Falci, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Vasco Mariz, Marilda Cirirbelli e Lygia Fernandes da Cunha.

ATA da 19ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS)

DE 17 DE SETEMBRO DE 2008

Composição da Mesa dos Trabalhos:

Presidência: Prof. Arno Wehling

Coordenação: Profa. Miridan Britto Falci

Após a leitura e aprovação da ata da sessão anterior, o presidente 1. convidou a Sócia Emérita Cybelle Moreira de Ipanema para falar sobre Enfim, o jornal: Gazeta do Rio de Janeiro (1808-1822). A pa-lestrante iniciou lembrando as comemorações que estão ocorrendo neste ano sobre a chegada de D. João, os jornais e a imprensa e o esquecimento da importância da Gazeta do Rio de Janeiro. Tal fato adviria da ocorrência de três datas para a celebração do início da imprensa: 13 de maio de 1808, com criação da Impressão; primeiro de junho, quando surgiu o Correio Brasiliense em Londres; e 10 de setembro, quando saiu o primeiro número da Gazeta do Rio de Janeiro. Acresce o fato de que foi sancionado por Fernando Hen-rique Cardoso, como o Dia da Imprensa no Brasil, o primeiro de junho, quando saiu o Correio Brasiliense. Deu minuciosos detalhes sobre a história da imprensa no Brasil, desde a tentativa de Nassau, reportou-se à proibição de D. João V e ao decreto de criação da Im-prensa Régia por D. João e sobre a finalidade da mesma, assunto que a palestrante possui imenso conhecimento por ter sido profunda pesquisadora do assunto.

Fez, em seguida, um detalhamento do jornal 2. A Gazeta, assinalando o seu tamanho, características da impressão, epígrafes, mudança de título, números saídos, editoração, números extraordinários, preços, distribuição, redatores e os assuntos mais veiculados como anúncios de venda de livros, venda de escravos etc. Lembrou a bibliografia

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a respeito destacando Alfredo do Vale Cabral e Rubens Borba de Morais.

Ao final, foi parabenizada pelo presidente – que lembrou outros es-tudos sobre a Gazeta e principalmente o livro da sócia Maria Bea-triz Nizza da Silva, A Gazeta do Rio de Janeiro, lançado no próprio IHGB.

Segue-se a intervenção da profa. Miridan Britto Falci, que apresen-3. tou os dois últimos números saídos da Revista do IHGB, o número 437 (out/dez 2007) e o 438(jan/mar 2008), do qual leu todo o su-mário. Lembrou que a revista possui qualificação excepcional dada pela CAPEs como periódico de categoria A Internacional pedindo, aos sócios que apanhassem os seus exemplares na Secretaria e que os autores teriam até 10 volumes.

Segue-se a palestrante Eliane Garcindo de Sá, professora adjunta 4. da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Agradecendo inicial-mente a oportunidade de mais uma vez expor os seus trabalhos na Cephas, declarou que está atualmente se dedicando à pesquisa de te-mas relacionados à produção artística e intelectual e ao intercâmbio cultural entre artistas e intelectuais da América Latina. Paralelamen-te, dá continuidade a estudos sobre mestiçagem, construção de iden-tidades e produção de cronistas e pensadores do período colonial ibero-americano, trazendo hoje um ensaio intitulado Entre África e Américas – leituras da terra e do homem nos textos do século XVI e XVII. Trata-se de uma leitura crítica e cotejo de textos de três au-tores: Ambrósio Fernandes Brandão, português, texto de 1618, inti-tulado Diálogo das Grandezas do Brasil, André Alvarez d`Almada, texto de 1594, e do índio Felipe Waman Poma de Ayala, texto do início do século XVII. Apresentando as ilustrações em Power Point, fez reflexões sobre as mesmas e sobre o pensamento de Almada e Ayala no tocante à mestiçagem e construção das identidades crioulas e negras na América Espanhola e Portuguesa. O Presidente agrade-ceu a comunicação e a projeção dos belos desenhos do século XVI

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e passou ao terceiro palestrante, o Sócio Correspondente Douglas Apratto Tenório.

O sócio informou que com a professora de História da Arte Cármen Lucia Dantas, idealizou o belo livro editado pelo Senado Federal que seria lançado logo após, no terraço: Caminhos do açúcar: a in-fluência dos engenhos na formação histórica de Alagoas. Discorreu sobre a influência dos engenhos na formação histórica de Alagoas assinalando, com Diegues Junior, que a história de Alagoas é a his-tória do açúcar, ciclo econômico que se iniciou e expandiu na faixa litorânea da parte austral da capitania de Pernambuco iniciada pelos engenhos Escurial e Buenos Aires. Essa produção formou uma so-ciedade hierarquizada, senhorial e escravocrata e que está simboli-zada nos exemplares de casas-grandes e senzalas que ainda restam nas fazendas que substituíram os antigos engenhos. Os professores projetaram algumas imagens de engenhos, de casas-grandes, de mo-biliários, de louças e brasões e de famílias de Alagoas.

Agradecendo a participação de todos, o presidente encerrou a sessão e convidou para o café e lançamento do livro no terraço.

Freqüência: 27 assistentes5.

Número de convidados: 20

Número de sócios presentes: 7

Relação de sócios presentes: Arno Wehling, Cybelle de Ipanema, Elysio Belchior, Miridan Britto Falci, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Douglas Apratto Tenório e Vasco Mariz.

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

ATA DA 20ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS)

DE 1 de OUTUBRO DE 2008

Composição da Mesa dos Trabalhos:

Presidência: Victorino Chermont de Miranda

Coordenação: Lucia Maria Paschoal Guimarães

Os trabalhos foram abertos pelo presidente em exercício, Dr. Victo-1. rino Chermont de Miranda, primeiro vice-presidente do IHGB, que cumprimentou os presentes e solicitou à subcoordenadora da CE-PHAS para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada.

Em seguida, Victorino Chermont convocou para compor a mesa a 2. Sócia Titular Maria Beltrão – organizadora da sessão de natureza temática, voltada para os estudos de Arqueologia no Brasil, bem como os convidados Fernando Bonetti e Rhoneds Aldora Perez. Maria Beltrão agradeceu o convite formulado pela coordenação da CEPHAS e esclareceu que a sessão previa também a intervenção do Sócio Honorário Ondemar Ferreira Dias, que não pôde comparecer por motivo de doença. O presidente em exercício passou a palavra, então, ao primeiro palestrante, Fernando Bonetti, para apresentar a comunicação “Nota prévia sobre as Tocas do Índio e Tapuia”. Fer-”. Fer-nando Bonetti possui graduação em Ciências Econômicas e dedica-se à investigações na área de Arqueoastronomia. É pesquisador asso-ciado ao Projeto Central, coordenado por Maria Beltrão.

Resumo da Exposição: 3.

Fernando Bonetti agradeceu o convite e assinalou que há um grande descompasso nos estudos sobre a arte rupestre brasileira, pois é mui-to maior o número de estudos relativos às pinturas do que às gravu-ras. Valendo-se da apresentação de fotos em Power Point, Fernando deteve-se na exposição dos resultados de investigações realizadas em três sítios arqueológicos localizados no estado da Bahia: Toca do

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Tapuio e Toca dos Índios, no município de Caetés; e Toca do Pintado, no município de Central. A pesquisa partiu da premissa formulada por Maria Beltrão de que esses três sítios teriam sido habitados por ancestrais do tronco Macro Jê. O autor concluiu que a representação de um plano de aldeia Jê, com superposição intencional de vários eventos astronômicos, possivelmente de caráter mágico-religiosos, na Toca do Pintado, a ausência de mamíferos e, sobretudo, a pre-sença de cerâmica Jê junto à Toca parece confirmar tal hipótese. Ao final da exposição, Maria Beltrão ofereceu explicações complemen-tares a respeito da similaridade dos vestígios encontrados naqueles sítios e da dificuldade com a respectiva preservação.

Em seguida, Victorino Chermont solicitou à 2ª palestrante – a douto-4. ra Rhoneds Aldora Rodrigues Perez, para apresentar a comunicação “Os sambaquis brasileiros com estratégia de ocupação do litoral”. Rhoneds Aldora Rodrigues Perez é arqueóloga do Departamento de Antropologia do Museu Nacional, autora de diversos trabalhos pu- de diversos trabalhos pu-blicados no Brasil e no exterior. Desde 1979, estuda a ocupação pré-histórica da Bacia de Itaboraí. No momento, orienta, dentre outros, bolsistas do Projeto Jovens Talentos para a Ciência, patrocinado pela FAPERJ/CECIERJ.

Rhoneds Aldora Rodrigues Perez manifestou seu contentamento de 5. participar da sessão da CEPHAS. Salientou que a ciência arqueoló-gica ainda se encontra em fase de construção no Brasil, sendo a sua trajetória marcada por incertezas e dificuldades, que impedem a for-mulação de uma grande síntese da Pré-História brasileira. Rhoneds Aldora ilustrou sua palestra com material fotográfico e explicou que os sambaquis constituem espaços multifuncionais, onde se percebe a intervenção do homem na natureza. Através da sua análise é possível identificar processos de ocupação e de domínio de uma determinada área, tal como no caso do recôncavo da Baía de Guanabara, com os sambaquis localizados em Guapimirim, Magé, Caxias e Itaboraí. Após a apresentação, Maria Beltrão pediu a palavra para acrescentar que os sambaquis do litoral brasileiro podem alcançar 8 mil e até 10

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

mil anos, mas na maioria dos casos se encontram submersos, devido ao avanço do mar. Por conseguinte, para estudar tais ocorrências, há necessidade da formação de equipes transdisciplinares, integradas por químicos, físicos, paleontólogos etc.

Questões levantadas sobre as exposições/Comentários/Debates:6.

A Sócia Emérita Cybelle de Ipanema cumprimentou os expositores e teceu comentários pertinentes, lembrando as iniciativas pioneiras do professor de geografia Francis Ruellan, na antiga Faculdade Nacio-nal de Filosofia, a respeito do Sambaqui de Sernambetiba. A Sócia Titular Miridan Britto Falci também se reportou aos trabalhos de Ruellan e fez uma breve reflexão sobre o avanço do mar sobre o litoral, em conseqüência do aquecimento global. Finalmente, a sócia Lucia Guimarães agradeceu à profª Maria Beltrão pela substantiva contribuição acadêmica oferecida às atividades da CEPHAS.

Nada mais havendo a tratar, o presidente Victorino Chermont de Mi-randa encerrou a sessão pedindo que se registrasse em ata um voto de pesar pelo falecimento recente do Dr. Joaquim Monteiro de Car-valho, Colaborador Benemérito do IHGB. Em seguida, convidou os presentes a subirem ao terraço do Instituto para o tradicional café.

Freqüência: 7.

Número de sócios presentes: 08

Número de convidados: 12

Relação dos sócios presentes: Victorino Chermont de Miranda, Ma-ria Beltrão, Cybelle de Ipanema, Elysio Belchior, Fernando Tasso Fragoso Pires, Lucia Maria Paschoal Guimarães, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão e Miridan Britto Falci.

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ATA DA 21ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS)

DE 15 DE OUTUBRO DE 2008

Composição da Mesa dos Trabalhos:

Presidência: Arno Wehling

Coordenação: Lucia Maria Paschoal Guimarães

Os trabalhos foram abertos pelo Presidente Arno Wehling, que cum-1. primentou os presentes e solicitou à subcoordenadora da CEPHAS para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada, com a correção indicada pela Sócia Emé-rita Cybelle de Ipanema.

Em seguida, o presidente convocou à mesa a primeira palestrante 2. convidada da sessão, Profª Gilda Santos, para apresentar a comuni-cação Machado de Assis no Real Gabinete. Gilda Santos é Doutora em Letras pela UFRJ, onde também lecionou Literatura Portugue-sa nos cursos de Graduação e de Pós-Graduação da Faculdade de Letras/UFRJ até 2007, quando se aposentou. Foi pesquisadora do CNPq e realizou investigação de Pós-Doutorado na Univ. da Cali-fórnia/Santa Bárbara (1992-3) e na Biblioteca Nacional de Portu-gal (2005). Criou a Cátedra Jorge de Sena para Estudos Literários Luso-Afro-Brasileiros na UFRJ e o Pólo de Pesquisa sobre Relações Luso-Brasileiras, no Real Gabinete. Tem trabalhos publicados no Brasil e no Exterior e uma trajetória de conferencista que inclui Por-tugal, Espanha, França, Itália, EUA e Hungria. Em 1997, recebeu a Comenda da Ordem do Mérito de Portugal.

Resumo da Exposição: 3.

Gilda Santos agradeceu o convite e manifestou sua satisfação de par-ticipar pela primeira vez das atividades da CEPHAS. Assinalou que as biografias de Machado de Assis costumam salientar o seu auto-didatismo que, em grande parte, se deve à assiduidade com que fre-qüentava o Gabinete Português de Leitura desde bem jovem. Ali

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

criou amigos e sempre foi muito prestigiado. A autora deteve-se em vários aspectos da estreita ligação entre o escritor e esse espaço lu-so-brasileiro, que ainda guarda importantes memórias de seu per-curso biográfico e literário. Neste sentido, privilegiou documentos do acervo do Real Gabinete, em particular, da “Coleção de Ofícios, mensagens e telegramas endereçados ao Gabinete Português de Lei-tura por motivo do Terceiro Centenário de Camões (1880-1881)”; do Livro de Ouro em Homenagem ao Presidente Eduardo de Lemos; do Relatório da Diretoria do Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro (1895-1898) e de crônicas de Machado de Assis, que men-cionam o Gabinete.

Comentários:4.

A sócia Lucia Guimarães parabenizou a expositora e lembrou que Machado de Assis era leitor atento da Revista do IHGB, cujas ma-térias, vez por outra, comentava nos seus rodapés literários. Pos-suía uma coleção do periódico, atualmente incorporada ao acervo da Academia Brasileira de Letras.

Após esses comentários, o presidente Arno Wehling convocou o 5. segundo palestrante convidado, professor Antonio Celso Alves Pereira, para discorrer sobre a temática “Teófilo Benedito Ottoni: liberalismo e epopéia na construção do Brasil”. Antonio Celso Al-ves Pereira é Doutor em Direito Público, Livre-Docente em Direi-to Internacional pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Pós-Graduado em Política Internacional e História Diplomática pela Universidade de Lisboa. Professor da Uerj e da UFRJ aposentado. Professor do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universi-dade Gama Filho. Ex-Professor de Política Internacional do Insti-tuto Rio Branco. Visitante e conferencista em várias universidades e instituições acadêmicas nacionais e internacionais. Foi Reitor da Uerj – 1966/2000 – e Diretor da Faculdade de Direito da mesma universidade – 1992/1996. Presidiu a Fundação de Amparo à Pes-quisa do Estado do Rio de Janeiro – FAPERJ – 2000/2001. Autor de

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livros, artigos e ensaios, científicos e literários, publicados no Brasil e no exterior. Em 1984, recebeu o Prêmio Coelho Neto da Academia Brasileira de Letras. Desde 2001, preside a Sociedade Brasileira de Direito Internacional.

Antonio Celso Alves Pereira externou seu agradecimento à coor-6. denação da CEPHAS pelo convite. Ponderou que Teófilo Benedi-to Ottoni foi um dos mais destacados liberais da história política brasileira. Democrata e formado nas idéias dos filósofos liberais ingleses e na doutrina da revolução norte-americana, na juventude batalhou pela República, entretanto, preocupado com a unidade fí-sica e a construção do Brasil, passou a apoiar a monarquia, desde que constitucional. Em defesa desses princípios, esteve à frente da Revolução Liberal de 1842. Durante toda a sua vida, foi alvo de ab-surdas preterições, da ira e do rancor das lideranças conservadoras do Império. Em 1849, Ottoni renunciou ao mandato de deputado para embrenhar-se nas matas do Vale do Mucuri, região infestada pela malária e povoada por tribos bravias, onde empreendeu verda-deira epopéia, plantando cidades, construindo estradas, colonizando um vasto território da Província das Minas Gerais. Arrematando sua intervenção, o auor concluiu que Teófilo Ottoni bateu-se com honra por suas idéias, defendeu a liberdade do índio, do negro e de todos os cidadãos. Manteve a coerência, a dignidade, e somente transigiu quando estava em jogo o interesse nacional. Foi, como disse dêle Juscelino Kubitschek, “uma figura apostolar da nossa democracia”.

Ao final da exposição, os sócios Cybelle de Ipanema e Arno Wehling 7. cumprimentaram o expositor e teceram comentários pertinentes, a respeito do papel desempenhado por Ottoni no âmbito da política imperial.

Finalmente, o presidente convidou o sócio Ronaldo Rogério de Frei-8. tas Mourão, autor do livro “Nas fronteiras da intolerância: Einstein, Hitler, a Bomba e o FBI”, para fazer uma apresentação da obra em questão, cujo lançamento teria lugar após a sessão da CEPHAS, no

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

terraço do Instituto.

Nada mais havendo a tratar, o presidente Arno Wehling encerrou a sessão e convidou os presentes a subirem ao terraço do Instituto para o tradicional café, seguido do lançamento do livro de Ronaldo Rogério Mourão.

Freqüência: 19 assistentes9.

Número de sócios presentes: 9

Número de convidados: 10

Relação dos sócios presentes: Arno Wehling, Cybelle de Ipanema, Fernando Tasso Fragoso Pires, Elysio Belchior, Guilherme Frota, Lucia Maria Paschoal Guimarães, Marilda Ciribelli, Ronaldo Rogé-rio de Freitas Mourão, Lygia Fernandes da Cunha.

ATA DA 22ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS)

DE 05 DE NOVEMBRO DE 2008

Aos cinco dias do mês de novembro de dois mil e oito, realizou-se a vigésima segunda sessão da CEPHAS, presidida pelo prof. Arno Wehling, com secretaria de Cybelle Moreira de Ipanema, em subs-tituição às duas coordenadoras responsáveis. Lida e aprovada a Ata da sessão anterior, foi chamada a primeira comunicadora do dia, Mariana Muaze, convidada pelo vice-presidente Victorino Cher-mont de Miranda. A expositora é doutora em História pela UFF, com pós-doutorado na Fundação Getúlio Vargas (CPDOC), onde leciona. Prêmio do Concurso de Monografias do Arquivo Nacional, 2007, e Menção Honrosa do Prêmio Jorge Zahar, do mesmo ano. Teve seu livro As memórias da viscondessa: família e poder no Brasil Império publicado em 2008 por aquela editora. É o objeto de sua apresen-tação que se propunha a discutir família e Império, utilizando rico material documental de Mariana Velho de Avelar, viscondessa de Ubá: manuscritos, fotografias e objetos de outras naturezas. Sede da família, a Fazenda Pau Grande, do Vale do Paraíba, na região

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de Pati do Alferes, recentemente restaurada, de que se pode tomar também como fonte primária documentação do Arquivo Nacional e de terceiros. Inicia mencionando historiadores que se voltaram ao tema da família, como Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Caio Prado Júnior. Seu trabalho, na metodologia da micro-história, remonta ao canal Mariana Velho da Silva e Joaquim Ribeiro de Ave-lar, constituído em 1849, cuja atuação, primitivamente no comércio do Rio de Janeiro, vai evoluindo para a fixação na vida rural do Vale e na criação de redes de sociabilidade, com o enobrecimento da fa-mília. Suas relações com o poder – a própria família imperial – vão sendo mostradas, inclusive com o testemunho iconográfico de nu-merosas fotos que proporcionaram a interpretação do aparecimento e valorização de aspectos do comportamento pessoal e social, inclu-sive ao lado da Princesa Isabel, por exemplo, e da imagem de álbuns que se abrem, com o imperante e seus familiares. Estavam presentes à sessão antigas proprietárias da Fazenda e guardiães dessa memó-ria. Intervenções do sócio Vasco Mariz e de convidados. O presiden-te agradece à expositora e às que têm conservado a documentação como fundamento da História do Brasil. O item seguinte da pauta era o registro do centenário do historiador e professor Helio Viana. A secretária chamou a atenção para a vitrine, montada na sala, com documentos relativos, dos acervos do Instituto. Falaram os sócios Cybelle Moreira de Ipanema e Arno Wehling, ex-alunos do homena-geado na Faculdade Nacional de Filosofia. A primeira referiu-se às origens da Faculdade, de 1939, sucessora da antiga UDF – Univer-sidade do Distrito Federal, criada com a extinção desta. A FNF (de-pois FNFi) não dispunha de sede e o Curso de Geografia e História (duplo até os anos 1950), onde lecionou Helio Viana, funcionava no Largo do Machado, na Escola José de Alencar, uma das chamadas “escolas do ABC”, destinada como vontade do imperador ao povo, em oposição à idéia de elevação de uma estátua a D. Pedro II, com a subscrição popular arrecadada. Cybelle de Ipanema, da turma de 1944-47, lembrou a competência e traços da personalidade do cate-

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

drático de História do Brasil, como professor. Citou exemplos de sua vasta bibliografia, como História do Brasil, História diplomática e Contribuição à história da imprensa brasileira, ao lado de intensa participação em jornais e revistas. Complementou com dados liga-dos a suas relações e do antigo sócio, Marcello de Ipanema, também ex-aluno da mesma turma, com o homenageado do dia. Observação do sócio Alberto Venancio Filho. Arno Wehling, aluno de Helio Via-na na mesma Faculdade, a partir de 1966, sumaria procedimentos didáticos daquele, em sala de aula e fora dela, e a faceta professor-aluno, tendo observado ser “alguém extremamente metódico”. De seu relacionamento, mencionou que sua primeira bolsa de pesquisa fora solicitada por ele e que, em contato posterior, quando já douto-rando na USP, em viagem para os Estados Unidos, recebeu do antigo professor excelente roteiro de indicações e contatos. Fala na sua ver-tente de pesquisador de toda a vida e na produção bibliográfica dela decorrente. Cita publicações e distingue nelas duas tendências: a das sínteses históricas e a dos trabalhos de investigação. Chama a aten-ção para as edições críticas que elaborou: Livro da Razão do Estado do Brasil e A Malagueta. Concluiu pela necessidade de uma análise em profundidade da obra de Helio Viana cujo roteiro preliminar po-deria ser o que publicou, na Revista, Lucinda Coelho, consócia e ex-discípula. Além do Arquivo, já tratado, encontra-se no Instituto o Di-ário de Helio Viana com cláusula de sigilo por 50 anos. O convidado Maximiano de Carvalho e Silva ofertou à Biblioteca exemplar de A vida de um pintor escrita por ele mesmo, de Antônio Parreiras, em terceira edição por ele preparada, para restaurar a primeira, em virtu-de das distorções da que a antecedera. Por último, falou o sócio cor-respondente Ricardo Vélez Rodríguez, para apresentar seu livro, A análise do patrimonialismo através da literatura latino-americana: o Estado gerido como bem familiar, que seria lançado em seguida. Utilizou, como disse, “com olho de sociólogo”, os escritores Gabriel Garcia Márquez, Domingo Sarmiento, Amaro Juvenal, Octavio Paz e Érico Veríssimo. O presidente elogia e tece comentários e encerra

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a sessão, convidando para o lançamento do livro no terraço.

Compareceram 9 sócios e 21 convidados.

ATA DA 23ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS)

DE 12 DE NOVEMBRO DE 2008

Composição da Mesa dos Trabalhos:

Presidência: Arno Wehling

Coordenação: Lucia Maria Paschoal Guimarães

Os trabalhos foram abertos pelo presidente Arno Wehling que cum-1. primentou os presentes e solicitou à subcoordenadora da CEPHAS para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada sem correções.

Em seguida, o presidente convocou à mesa a primeira palestrante 2. convidada da sessão, Profª Rogéria de Ipanema, para expor a comu-nicação Distinção do poder: Título de imperial. Rogéria de Ipanema é doutora em História Social pela UFF e mestra em História e Crítica da Arte pela URFJ. Professora-adjunta das Faculdades Integradas Hélio Alonso, onde leciona Arte, História e Cultura, também é artis-ta plástica e design gráfica. Desempenha a função de 1º Secretário do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro.

Resumo da Exposição: 3.

Rogéria de Ipanema agradeceu o convite e manifestou sua satis-fação de participar das atividades da CEPHAS. Assinalou que os privilégios, sempre outorgados por régia concessão e proteção, es-tabeleciam os limites da reprodução visual, qualidade e quantidade, na representação dos específicos e espaciais gravadores, editores e estabelecimentos, com que os governos permitiam a instituição, pro-dução e circulação da sua imagem. No Brasil, as relações e as dinâ-micas da gravura com o poder político se estabeleceram de formas diversas, mesmo na esfera comercial, para além dos privilégios de

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

impressão, distribuição, importação e venda de livros, desde o perí-odo de D. João. No reinado de D. Pedro II é que se vai permitir ao profissionalismo liberal, ao comércio e à indústria associarem-se ao Estado, com a distinção do estabelecimento e/ou produto/produção, concedendo-lhe a mercê do título de Imperial.

Comentários:4.

O sócio Vasco Mariz e a convidada Vera Cabana parabenizaram a expositora e teceram considerações pertinentes.

Após esses comentários, o Presidente Arno Wehling convocou o se-5. gundo palestrante, o Sócio Emérito Afonso Arinos de Mello Fran-co, para apresentar a comunicação Virgilio de Mello Franco. Afonso Arinos assinalou que sua intervenção constituía uma homenagem à passagem do sexagésimo aniversário da morte do político mineiro, ocorrido em 28 de outubro de 1948. O expositor fez uma síntese da história de vida de Virgílio de Mello Franco, pontuando sua atua-ção política, tanto no movimento que pôs fim à Primeira República quanto na derrubada do Estado Novo, quando assumiu o papel de principal articular político da redemocratização do País.

Ao final da exposição, o Presidente Arno Wehling cumprimentou o 6. palestrante e lembrou que o retrato de Virgilio de Mello Franco que se encontrava à mostra na sala das sessões da CEPHAS era prove-niente do acervo da UDN, doado ao Instituto Histórico pelo sócio Oscar Dias Correia.

Finalmente, o Presidente convidou o Sócio Titular Eduardo Silva 7. para expor o trabalho “A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e o movimento popular abolicionista”.

Eduardo Silva agradeceu o convite das coordenadoras da CEPHAS 8. e indicou que sua comunicação é parte de uma pesquisa maior so-bre a História Cultural da Abolição, apoiada pelo CNPq. Destacou que a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos, no Rio de janeiro, exerceu papel essencial na luta

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pela libertação dos escravos no Brasil. Primeiro, dentro do projeto emancipador tradicional, se empenhou na libertação de seus próprios membros, os chamados “irmãos cativos”. Depois, a partir de 1880, engajou-se no projeto revolucionário-abolicionista articulado por José Carlos do Patrocínio e passou a ser um dos centros principais da agitação subversiva que, em poucos anos, destruiria o sistema escravista no Brasil.

Nada mais havendo a tratar, o Presidente Arno Wehling encerrou a sessão e convidou os presentes para comparecerem à posse do Sócio Honorário Pedro Correia do Lago, às 18 horas.

Freqüência:19 assistentes9.

Número de sócios presentes: 13

Número de convidados: 06

Relação dos sócios presentes: Arno Wehling, Cybelle de Ipanema, Vasco Mariz, Afonso Arinos de Mello Franco, José Artur Rios, Ro-naldo Rogério de Freitas Mourão, Lucia Maria Paschoal Guimarães, Elysio Belchior, Fernando Tasso Fragoso Pires, Alberto Venâncio Filho, Eduardo Silva ,Esther Caldas Bertoletti e Marilda Ciribelli.

ATA DA 24ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS)

DE 19 DE NOVEMBRO DE 2008

Composição da Mesa dos Trabalhos:

Presidência: Victorino Chermont de Miranda

Coordenação: Lucia Maria Paschoal Guimarães

Os trabalhos foram abertos pelo presidente Victorino Chermont de 1. Miranda, que cumprimentou os presentes e solicitou à subcoordena-dora da CEPHAS para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada sem correções.

Em seguida, o presidente convocou à mesa a primeira palestran-2.

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

te convidada, Renata Santos, para expor a comunicação A Imagem Gravada: A Gravura no Rio de Janeiro. Renata Santos é historiado-ra, doutora em História Social pela UFRJ, pesquisadora contratada do Museu Victor Meirelles/IPHAN.

Resumo da Exposição: 3.

A pesquisadora agradeceu o convite para participar, mais uma vez, das atividades da CEPHAS. Manifestou, também, sua gratidão à sócia Lygia Cunha, pioneira no estudo da gravura no País. Acompanhada de projeção de material iconográfico, Renata Santos examinou a his-tória da produção de gravuras no Rio de Janeiro desde a chegada dos primeiros gravadores, que vieram com a Corte portuguesa, em 1808, até meados do século XIX, quando se deu o encontro entre a gravu-ra e a fotografia. Assinalou, ainda, que a comunicação constitui um breve resumo do seu livro “A Imagem Gravada. A Gravura no Rio de Janeiro entre 1808 e 1853”, lançado este ano pela Editora Casa da Palavra, e selecionado pela Comissão para as Comemorações da Chegada de D. João e da Família Real ao Rio de Janeiro/Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro.

Comentários:4.

Os sócios Lygia Cunha, Lucia Guimarães e Victorino Chermont cumprimentaram a expositora e teceram comentários pertinentes, sendo que Lygia Cunha agradeceu a menção ao seu nome e os elo-gios às incursões que realizou ao estudo da gravura. O convidado Sérgio Severino de Azevedo levantou questão sobre a permanência nas práticas da gravação de imagens e a preparação de obras de lite-ratura de cordel no Nordeste.

Após esses comentários, o presidente convocou o segundo palestran-5. te, Frederico Lustosa, para expor a comunicação “Prefácio a uma História da Administração Pública Brasileira”. Frederico Lustosa é Doutor em Gestão pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), de Lisboa, e Professor Titular da Escola Bra-

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sileira de Administração Pública e de Empresas (EBAPE) da Funda-ção Getúlio Vargas.

Frederico Lustosa externou seu agradecimento à coordenação da 6. CEPHAS. Explicou que seu trabalho constitui uma modesta contri-buição a um projeto mais amplo voltado para a elaboração de uma História do Estado, da Organização Governamental e da Adminis-tração Pública Brasileira. Procurou delimitar o campo de estudo em face dos marcos da historiografia contemporânea. Indicou que o projeto pretende incorporar os aportes teóricos e metodológicos da Nova História e construir uma periodização que contemple as gran-des transformações verificadas no País, antes de 1930. Trata-se de uma tentativa de superar a setorialização da História Administrativa em ministérios de existência transitória para privilegiar o exame de macro funções permanentes ou quase permanentes, além de propi-ciar a introdução de temas relacionados com dimensões e represen-tações do Estado moderno.

Comentários:7.

A Sócia Emérita Cybelle de Ipanema felicitou o expositor e destacou a contribuição de dois sócios do IHGB à História Administrativa: Max Fleiuss e Vicente Tapajós. Desculpou-se por se haver ausenta-do temporariamente da sessão devido a problema de garganta, o que lhe impediu de parabenizar Renata Santos pela comunicação sobre a introdução da gravura no Brasil. Neste sentido, lembrou, também, os trabalhos de Rogéria de Ipanema, em particular, sobre a técnica da litografia.

Finalmente, o Presidente chamou à mesa o último palestrante convi-8. dado, Sérgio Bittencourt - Sampaio, para apresentar a comunicação “Duas intérpretes negras brasileiras na música lírica (séc. XVIII a XX)”. Sérgio Bittencourt-Sampaio diplomou-se pela Faculdade de Medicina da UFRJ, onde exerceu o magistério, bem como na Esco-la de Medicina Souza Marques (RJ). Desempenhou as funções de Assessor Cultural do Decanato do Centro de Ciências da Saúde da

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

UFRJ e da Escola de Medicina Souza Marques. Entre outras ativida-des, idealizou e organizou o I Seminário de Cultura Nórdica no Rio de Janeiro, na Universidade Santa Úrsula. Foi indicado pelo Con-sulado Geral da Suécia no Rio de Janeiro para realizar um progra-ma sobre a música sueca na Rádio Roquette Pinto (Rio de Janeiro). Pertenceu aos Conselhos Editoriais dos seguintes periódicos: Anais Brasileiros de Dermatologia (Rio de Janeiro); Revista da Academia Nacional de Música (Rio de Janeiro); Revista Española de Musico-teràpia (Barcelona). Foi presidente da Academia Nacional de Músi-ca (2004-2007).

Sérgio Bittencourt-Sampaio agradeceu o convite para se apresentar 9. na CEPHAS. Salientou que a presença de cantoras negras no cenário lírico brasileiro, sobretudo nos séculos XVII e XIX é quase desco-nhecida da historiografia, embora seja incontestável sua participa-ção na música popular desde longo tempo. No cenário lírico ou de concerto constitui um fato raro, como foram os casos de Joaquina Maria da Conceição Lapa (Lapinha) e de Camila Maria da Concei-ção. A primeira obteve êxito no Brasil e em Portugal, apoiada por D. Maria I e pelo então Príncipe Regente D. João, com fartos elogios na imprensa da época. Por sua vez, Camila Maria da Conceição, alvo de elogios de compositores ilustres, como Alberto Nepomuceno, Francisco Braga e outros, empenhou-se no movimento de implanta-ção da nossa língua na música erudita, participou da primeira audi-ção de obras desses e de outros compositores, foi professora Titular do Instituto Nacional de Música, e fundou duas instituições em prol da música e de músicos necessitados de auxílio. Ao final da apre-sentação, o expositor ofereceu à biblioteca do IHGB o livro “Negras líricas: Duas intérpretes negras brasileiras”, de sua autoria.

Outras intervenções (comunicados, doações de livros):10.

A Sócia Titular Miridan Britto Falci fez uma rápida intervenção a respeito da sua publicação mais recente, “A morte escrava em Vas-souras”, escrita em parceria com Ana Maria Leal Almeida. Em se-

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guida, ofertou um exemplar da obra à Biblioteca do IHGB.

Nada mais havendo a tratar, o presidente Victorino Chermont de Mi-randa encerrou a sessão e convidou os presentes para o tradicional café no terraço do IHGB.

Freqüência: 17 assistentes11.

Número de sócios presentes: 07

Número de convidados: 10

Relação dos sócios presentes: Victorino Chermont de Miranda, Cy-belle de Ipanema, Lygia Cunha, Vasco Mariz, Lucia Maria Paschoal Guimarães, Miridan Britto Falci e Guilherme Frota.

ATA DA 25ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS)

DE 26 DE NOVEMBRO DE 2008

Composição da Mesa dos Trabalhos:

Presidência: Arno Wehling

Coordenação: Maria de Lourdes Viana Lyra

Os trabalhos foram abertos pelo presidente, que cumprimentou os 1. presentes e solicitou à coordenadora para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada sem correções. Informando tratar-se de sessão temática Projeto Acervo Digital Angola – Brasil, o presidente convocou a professora convi-dada, Mariza de Carvalho Soares, da Universidade Federal Flumi-nense, para iniciar a apresentação: Planejamento e execução de um projeto de pesquisa e documentação Arquivo Histórico de Angola (AHA) e IHGB.

Resumo da Exposição:2.

A professora cumprimentou os presentes e falou da satisfação em apresentar os resultados do trabalho realizado pela equipe de profes-sores e alunos bolsistas na sessão da CEPHAS. Realizado a partir do

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

levantamento da documentação que consta do Acervo Digital An-gola Brasil – PABAP, o resultado ora apresentado é a produção de uma coleção digital de documentos históricos sobre as relações entre Angola e o Brasil. Informou que o projeto foi executado através de uma parceria entre o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, o Arquivo Histórico de Angola e a UFF/LABHI, contou com financia-mento do Edital Pró-África 2006 do CNPq. Com o objetivo de reunir e reclassificar a documentação existente para facilitar o acesso ao pesquisador. A professora também se incumbiu da parte que caberia ser apresentada pela bolsista Ana Flávia Cichelli Pires, doutoranda em História da UFF e também pesquisadora do NEAF, intitulada: O Arquivo Histórico de Angola e as possibilidades de pesquisa para a história das relações entre Angola e Brasil – Pesquisa documental: Cabinda e Rio de Janeiro na documentação do AHA – apresentando o quadro das condições de trabalho e do acervo do AHA no que diz respeito ao Brasil.

Em seguida, falou a professora convidada Regina Wanderley sobre A experiência arquivista num projeto interinstitucional, explicando a metodologia do trabalho adotado na execução do projeto e discor-rendo sobre os resultados obtidos. E também comentando sobre o volume da documentação trabalhada e sobre a elaboração de instru-mentos de consulta.

Em seguida, os alunos bolsistas Rafael Cupello Peixoto e Nathalia Topinilucas falaram sobre A coleção digital do AHA e no IHGB, apresentando a metodologia de trabalho e os resultados obtidos, bem como o volume da documentação trabalhada e a elaboração dos ins-trumentos de consulta.

Comentários:3.

Os sócios Esther Bertoletti, Maria de Lourdes Viana Lyra, Arno Wehling, Vasco Mariz e Miguel Monteiro felicitaram a equipe de pesquisadores pelo trabalho realizado e bem apresentado. Esther Bertoletti comentou sobre o trabalho que está sendo desenvolvido

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em Pernambuco, nesse mesmo sentido. Vasco Mariz perguntou se foi localizada alguma informação sobre Salvador Correia de Sá. Arno Wehling expressou seu contentamento pelos bons resultados apresentados, lembrando o início do trabalho embrionário da profes-sora Regina Wanderley no IHGB.

Finalizada a sessão temática, o Presidente convocou à mesa o Sócio Titular José Arthur Rios para expor a comunicação: Jackson de Fi-gueiredo: 80 anos.

Resumo da Exposição: 4.

Após cumprimentar os presentes, o palestrante remarcou a passagem dos oitenta anos de morte do intelectual Jackson de Figueiredo, cujo tempo de vida (1891 e 1928) coincide com o período da chamada Primeira República ou República velha. Influenciado pela vivência em repúblicas estudantis, em Aracajú e em Salvador, Jackson de Fi-gueiredo se identificou inicialmente com a filosofia de Nietzsche. Em 1914 veio para o Rio de Janeiro, em busca de emprego público. De temperamento arredio e recatado, exerceu a atividade de jornalis-ta. Leitor voraz e participante das rodas literárias da sua época, abra-çou o positivismo. Através da amizade com Farias de Brito – que perdeu o concurso para professor no Colégio Pedro II para Euclides da Cunha, protegido do Rio Branco - abandonou o materialismo e se voltou ao espiritualismo. Tornou-se católico fervoroso e fundou, em 1922, ano de criação do Partido Comunista, o Centro Dom Vital e o jornal A Ordem, passando a escrever sobre a fé católica até a morte prematura, aos 37 anos de idade.

Comentários:5.

A visitante Vera Cabana cumprimentou o professor e comentou so-bre a documentação existente no Colégio Pedro II sobre o menciona-do concurso e o confronto resultante. A sócia Esther Bertoletti infor-mou que a documentação referente ao Centro D. Vital encontra-se na Biblioteca Nacional. A sócia Maria de Lourdes Viana felicitou

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

o professor pela oportunidade da análise apresentada, que tão bem realçou a produção intelectual do homenageado. O Presidente Arno Wehling remarcou a importância do ano de 1922, pelos aconteci-mentos históricos marcantes, e apontou o catolicismo acuado da época, vendo-o como a ponta do iceberg da renovação que viria pos-teriormente. Por fim, comentou sobre a documentação do Jackson de Figueiredo existente no IHGB, doada pela filha do intelectual e pelo próprio expositor, o professor José Arthur Rios.

Nada mais havendo a tratar, o presidente encerrou a sessão e convi-dou os presentes para o tradicional café no terraço do IHGB.

Freqüência: 27 assistentes6.

Número de sócios presentes: 15

Número de convidados: 12

Relação dos sócios presentes: Arno Wehling, Cybelle de Ipanema, Elysio Belchior, Maria de Lourdes Viana Lyra, Esther Caldas Ber-toletti, Miguel Corrêa Monteiro, Guilherme Frota, Mary Del Priore, Ronaldo Mourão, José Arthur Rios, Vasco Mariz, Victorino Cher-mont, Melquíades Pinto Paiva, Edivaldo Machado Boaventura e Maria Beltrão .

ATA DA 26ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS)

DE 3 DE DEZEMBRO DE 2008

Composição da Mesa dos Trabalhos:

Presidência: Arno Wehling

Coordenação: Lucia Maria Paschoal Guimarães

A sessão foi aberta pela primeira-secretária do IHGB, Cybelle de 1. Ipanema, que cumprimentou os presentes, justificando a ausência temporária do Presidente Arno Wehling e da coordenadora da CE-PHAS, os quais se encontravam na Casa, em reunião de trabalho.

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Em seguida, chamou à mesa o primeiro palestrante convidado, Car-los Alberto Figueiredo, para apresentar a comunicação “Aspectos do Salve Regina de Lobo de Mesquita (1745?-1805)”. Carlos Alberto de Figueiredo é Doutor em Musicologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Professor-Adjunto da mes-ma UNIRIO e Regente do Coro de Câmera Pró-Arte.

Resumo da Exposição:2.

O professor agradeceu o convite para participar das atividades da CEPHAS. Indicou que a antífona “Salve Regina” do compositor minei-ro José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (1745?-1805), composta em 1787, lhe servirá como ponto de partida para uma reflexão sobre os vários aspectos que envolvem a noção de obra musical. Abordou as circunstâncias que envolvem o trabalho da composição - englobando o contexto socio-cultural, a funcionalidade das obras musicais, a situação profissional do compositor mineiro no século XVIII, bem como o manuscrito autógrafo, a edição moderna, publicada por Francisco Curt Lange em 1951, e as várias interpretações da obra a partir de quatro diferentes gravações. No correr desta apresentação, o presidente Arno Wehling assumiu a presidên-cia da sessão e a sócia Lucia Guimarães a secretaria dos trabalhos.

Comentários:3.

A Sócia Emérita Cybelle de Ipanema e o convidado Sérgio Severino de Azevedo felicitaram o expositor e levantaram questões pertinen-tes, reportando-se à situação social dos músicos negros e mestiços pertencentes às irmandades.

Após as intervenções, o presidente anunciou o segundo palestran-4. te, Professor Manoel Luiz Salgado Guimarães, o qual apresentou a comunicação “História e Erudição na cultura das Luzes.”. Manoel Guimarães é Doutor em História pela Universidade Livre de Berlim, Professor Associado do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ e Presidente da Associação Nacional de Professores de His-tória. Autor de obras publicadas no País e no exterior, dedica-se ao

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

estudo da escrita da História do Brasil, nas primeiras décadas do século XIX.

Manoel Guimarães externou seu agradecimento à coordenação da 5. CEPHAS e salientou que o Instituto Histórico, desde o seu curso de doutoramento, há cerca de duas décadas, constitui tema central de suas investigações, constituindo um foco importante a iluminar outras questões afins. A comunicação traz os primeiros resultados de pesquisa realizada em duas frentes, no Brasil e em Portugal, partin-do da premissa de que os procedimentos necessários a uma escrita da História no Brasil no século XIX valeram-se de uma forte tra-dição erudita herdada da cultura letrada portuguesa das Luzes. Por meio de um estudo de caso, o do religioso português João Pedro Ri-beiro, o qual assumiu a Cátedra de Diplomática na Universidade de Coimbra, em 1792, Manoel abordou as formas como essa tradição desenvolveu-se no espaço da cultura iluminista lusíada e sua reinter-pretação da erudição humanista agora voltada para o papel central do documento para a realização de uma escrita da história.

Comentários: 6.

A sócia Lucia Guimarães cumprimentou o prof. Manoel pela apre-sentação e salientou a relevância da sua pesquisa para a historiogra-fia luso-brasileira.

Finalmente, o presidente Arno Wehling convocou à mesa o último 7. palestrante da tarde – José Almino de Alencar, para apresentar a co-municação “Joaquim Nabuco: a história em primeira pessoa”. José Almino de Alencar concluiu o doutorado em Sociologia pela Uni-versidade de Chicago. È pesquisador e atualmente preside a Funda-ção Casa de Rui Barbosa. Autor, entre outros títulos, de Maneira de dizer (poesia); Motor da luz (romance) e Baixo Gávea (romance). Sobre Joaquim Nabuco, publicou os livros Meu caro Rui, um caro Nabuco – correspondência entre Rui Barbosa e Joaquim Nabuco; e Joaquim Nabuco: O dever da política (Rio de Janeiro: Edições Casa de Rui Barbosa, 2002), em colaboração com Ana Pessoa; organizou

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e apresentou a reedição de Balmaceda, de Joaquim Nabuco, lançada recentemente pela Editora Cosac Naif (2008).

Após cumprimentar os presentes, José Almino de Alencar agradeceu 8. o convite formulado pelo Presidente do IHGB para se apresentar na sessão da CEPHAS. Assinalou que ao se afastar da vida política, durante a década de 1890, Joaquim Nabuco se dedicou à escrita de textos ... políticos, em que dramatiza a narrativa histórica através da análise das histórias de vida ou dos comportamentos de indivíduos excepcionais: ele mesmo, em Minha Formação (1900); seu pai, o senador José Tomás Nabuco de Araújo, em Um estadista do Império (1896) e em Balmaceda (1895), no qual narra a guerra civil que precedeu a deposição e depois o suicídio do presidente chileno, Bal-maceda Fernandez (1891). Pondera que o conjunto desses três livros – ao que se acrescentaria O abolicionismo (1883) – compõe o núcleo dos seus escritos históricos. Neles, o que lhe interessa, conforme as palavras de José Veríssimo – é a parte contemporânea, cujos atores ainda conheceu, e de cujos atos ainda sente os contrachoques. Co-menta que a obra de Nabuco constitui, sobretudo, um diálogo com sua época e com as alternativas políticas comuns aos homens de sua geração.

Comentários:9.

O Presidente Arno Wehling felicitou o pesquisador pela sua contri-buição e remarcou a importância da obra política de Joaquim Na-buco. Após este comentário, observando que restava tempo hábil, solicitou à subcoordenadora da CEPHAS para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada, com a indicação de que seja corrigido o termo jornal para revista A Ordem.

Outras intervenções (comunicados, doações de livros):10.

A Sócia Emérita Cybelle de Ipanema – Presidente do Instituto His-tórico do Rio de Janeiro – convidou a todos para o lançamento do

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

livro “D. João e a cidade do Rio de Janeiro (1808-2008), no próximo dia 11 de dezembro, às 17 horas, no terraço do IHGB. A obra orga-nizada por Rogéria Moreira de Ipanema reúne os textos de 27 cola-boradores, que se apresentaram no Curso do mesmo nome, realizado em junho passado por aquela instituição em parceria com o IHGB.

Nada mais havendo a tratar, o Presidente Arno Wehling encerrou a sessão e convidou os presentes para o tradicional café no terraço do IHGB.

Freqüência: 20 assistentes11.

Número de sócios presentes: 10

Número de convidados: 10

Relação dos sócios presentes: Arno Wehling, Cybelle de Ipane-ma, Carlos Wehrs, Esther Caldas Bertoletti, Lucia Maria Paschoal Guimarães, Miridan Britto Falci, Victorino Chermont de Miranda, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Maria da Conceição de M.C. Beltrão e Vasco Mariz.

ATA DA 27ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS)

DE 17 DE DEZEMBRO DE 2008

Composição da Mesa dos Trabalhos:

Presidência: Arno Wehling

Coordenação: Lucia Maria Paschoal Guimarães

A sessão foi aberta pelo Presidente Arno Wehling, que cumprimen-1. tou os presentes, dirigindo-se especialmente aos senhores Nuno Álvares Pereira de Castro, Antonio Celso Alves Pereira e Cláudio Aguiar, recém-eleitos Membros Honorários do IHGB, e ao sócio Marcos Guimarães Sanchez, promovido à categoria de titular, na úl-tima Assembléia Geral do IHGB, de 10 de dezembro de 2008. Após a saudação, Arno Wehling solicitou à subcoordenadora da CEPHAS

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para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendi-do, sendo a mesma aprovada sem correções. Em seguida, chamou à mesa o primeiro palestrante convidado, o Sócio Emérito Vasco Mariz, para apresentar a comunicação “Um personagem notável do século XVIII: Salvador Corrêa de Sá e Benevides”.

Resumo da Exposição:2.

Externando sua satisfação de participar das atividades da CEPHAS, Vasco Mariz ponderou que Salvador Corrêa de Sá e Benevides é um personagem bastante esquecido de nossa história colonial, apesar da sua extraordinária importância na época. Citou a iniciativa do Mi-nistério das Colônias de Portugal, que nos anos 1940 escolheu dois historiadores ilustres – o brasileiro Clado Ribeiro Lessa e o portu-guês Luís Norton para escreverem livros sobre Salvador. Lembrou, ainda, o trabalho de Charles Boxer (editado em 1952 e em 1973) e de uma pequena biografia de Salvador, editada em Angola, por volta de 1907. Vasco Mariz fez uma síntese apurada da história de vida de Salvador Corrêa de Sá acentuando suas conexões hispânicas, for-jadas por meio de laços de família. Examinou sua atuação no Novo Mundo, na África e em Portugal, já idoso, quando tomou assento no Conselho Ultramarino.

Comentários:3.

O sócio Antonio Celso felicitou o expositor e reportou-se às opiniões controversas a respeito da administração de Salvador Corrêa de Sá, na governança do Rio de Janeiro.

Após essa intervenção, o presidente anunciou o segundo palestran-4. te, o Sócio Titular Marcos Guimarães Sanches, o qual apresentou a comunicação “Dano e prejuízo da Fazenda Real”. Marcos Sanches agradeceu o convite à coordenação da CEPHAS e salientou suas novas responsabilidades para com a Casa, doravante como Sócio Titular do IHGB. Indicou que a comunicação “DANO E PREJUÍZO DA FAZENDA REAL” é fruto de investigação que busca analisar

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Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS

a dinâmica dos processos de arrematação na Capitania do Rio de Janeiro. Segundo Sanches, os dízimos foram o mais importante e universal tributo do período colonial, no sentido que o Direito Tri-butário do nosso tempo lhe atribui, tendo sua arrecadação definida desde os Regimentos do Provedor-mór e dos Provedores de Fazenda (1548) e dos Dízimos (1577), incidindo de modo particular sobre o açúcar, embora extensivo a todos os produtos. Baseado no sistema de arrematação, o exercício do fiscus pelos colonos obedeceu à lógi-ca da administração fazendária do Estado moderno. Neste sentido, a série de contratos da Capitania do Rio de Janeiro na segunda metade do século XVII é representativa da complexidade das relações co-loniais, indicando a permanente tensão entre o esforço fiscal da me-trópole, numa conjuntura de crise, e as resistências coloniais, muitas vezes decorrentes da real impossibilidade de quitar as obrigações. O funcionamento da Provedoria da Fazenda, suas relações com outras esferas da administração e sua direção monopolizada pelas princi-pais redes de poder da sociedade revelam, ao mesmo tempo, o sutil e tenso “jogo” entre a exploração colonial e os interesses dos próprios colonos, eles próprios operadores da colonização. As constantes de-núncias e suspeitas de conluios e descaminhos, mais do que esvaziar a efetividade dos objetivos da administração fazendária na extração fiscal sobre a colônia, tornam reveladora a sua dinâmica.

Comentários:5.

Os sócios Arno Wehling e Lucia Guimarães cumprimentaram o ex-positor e salientaram a relevância da sua pesquisa para a historiogra-fia luso-brasileira.

Em seguida, o Presidente Arno Wehling informou que a sessão deve-6. ria contar com um terceiro palestrante, o Sócio Correspondente bra-sileiro José Mendonça Telles, inscrito para apresentar comunicação sobre o livro “A Coluna Prestes em Goiás”, de sua autoria. Face à ausência de Mendonça Telles, o presidente concedeu a palavra, no-vamente, ao Sócio Emérito Vasco Mariz para concluir suas reflexões

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008236

sobre o papel desempenhado por Salvador Corrêa de Sá e Benevides na administração colonial. Ao final desta exposição, os sócios Maria de Lourdes Viana Lyra e Nuno Álvares Pereira de Castro teceram comentários pertinentes, e Elisio Belchior lembrou que a família de Salvador Corrêa de Sá e Benevides perdeu o poder no Rio de Janeiro em 1660, após o episódio conhecido como Revolta da Cachaça, ain-da que sua influência não desaparecesse de todo na capitania.

Nada mais havendo a tratar, o Presidente Arno Wehling encerrou a sessão, desejando a todos boas festas e próspero ano novo, e convi-dou os presentes para o tradicional café no terraço do IHGB.

Freqüência: 24 assistentes7.

Número de sócios presentes: 13

Número de convidados: 11

Relação dos sócios presentes: Arno Wehling, Vasco Mariz, Lucia Maria Paschoal Guimarães, Maria de Lourdes Viana Lyra, Nuno Álvares Pereira de Castro, Antonio Celso Alves Pereira, Elisio Bel-chior, Cláudio Aguiar.

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Atas e/ou deliberações de Comissões Permanentes ou Especiais

II.3 – Atas e/ou deliberações de Comissões Permanentes ou Especiais

ATA DA SESSÃO MAGNA DE 21 DE OUTUBRO DE 2008

Aos vinte e um dias do mês de outubro de dois mil e oito, no Salão Nobre, realizou-se a Sessão Magna comemorativa dos cento e setenta anos de fundação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Sessão presidida pelo prof. Dr. Arno Wehling com secretaria de Cybelle Moreira de Ipanema. O presidente abriu a sessão e compôs a Mesa com as se-guintes personalidades: Dr. Antonio Gomes da Costa, presidente do Real Gabinete Português de Leitura; embaixador António de Almeida Lima, cônsul de Portugal no Rio de Janeiro; Jaime Antunes da Silva, diretor-geral do Arquivo Nacional; Adolfo Martins, do grupo Folha Dirigida; D. Carlos Tasso de Saxe – Coburgo e Bragança, Presidente de Honra do IV Colóquio dos Institutos Históricos Brasileiros; Luiz de Castro Souza, decano do Corpo Social; e Reinaldo Carneiro Leão, secretário perpétuo do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano. Anun-ciada pelo presidente a execução do Hino Nacional Brasileiro pela Banda do 1º Batalhão de Guardas – Batalhão do Imperador – cantado por todos. A seguir, foi convocada a primeira secretária para a leitura das Efemé-rides brasileiras, do barão do Rio Branco, relativas à data. O prof. Arno Wehling proferiu sua fala de abertura, saudando os Institutos estaduais presentes por suas delegações ao IV Colóquio e enfatizando o significado da fundação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, há cento e setenta anos. Discorreu sobre as circunstâncias da criação desse órgão de representação da nacionalidade, não muito longe da conquista da Inde-pendência, em mil oitocentos e vinte e dois. Estendeu-se na importância do reconhecimento da documentação embasadora do perfil do País, no estímulo à criação dos Institutos congêneres nas províncias e no aspecto de sociabilidade, fundamental ao relacionamento. Deu a palavra à secre-tária para a aprovação do Relatório das Atividades do Ano Social. Findo

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Sessão Magna Aniversária

este, foi a vez do elogio dos sócios falecidos, pelo sócio José Arthur Rios. Como renovação na frente, o Instituto prestou homenagem a sete de seus funcionários, com longo tempo de presença e serviços nas guardas da ins-tituição. Foram oferecidas com placas individuais. A secretária registrou as manifestações recebidas e presenças no plenário. O presidente encer-rou a sessão, convidando a todos assistirem ao descerramento de placa evocativa dos fundadores do Instituto, em mil oitocentos e trinta e oito, em número de vinte e sete, à saída do Salão Nobre. A placa será coloca-da em lugar de destaque. Seguiu-se recepção, no terraço, aos presentes. Compareceram os seguintes consócios: Arno Wehling, Victorino Cher-mont de Miranda, D. Carlos Tasso de Saxe–Coburgo e Bragança, Jaime Antunes da Silva, Luiz de Castro Souza, Enélio Luiz Petrovich, Lygia de Fonseca Fernandes da Cunha, Vasco Mariz, Afonso Arinos de Mello Franco, Guilherme de Andrea Frota, Alberto Venancio Filho, José Arthur Rios, Carlos Wehrs, Antônio Gomes da Costa, Esther Caldas Bertoletti, Elysio de Oliveira Belchior, Miridan Britto Falci, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Vera Lucia Bottrel Tostes, Marilda Corrêa Ciribelli, Ma-ria de Lourdes Viana Lyra, Marcos Guimarães Sanches, Alberto Costa e Silva, Célio de Oliveira Borja, Armando de Senna Bittencourt, Lucia Maria Pascoal Guimarães, Melquíades Pinto Paiva, Isabel Lustosa, Pedro Corrêa do Lago, Antônio Izaias da Costa Abreu, Consuelo Pondé de Sena, Hildebrando Campestrini, Gabriel Augusto de Mello Bittencourt, Jaime Lustosa de Altavila, José Mendonça Teles, Carlos Humberto Pederneiras Corrêa, Vasco Mariz, Eduardo Silva e Cybelle Moreira de Ipanema.

Cybelle Moreira de Ipanema.1ª secretária

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Atos do Presidente

III – INFORMES ADMINISTRATIVOIII.1 – Atos do Presidente

EDITAIS E PORTARIAS

EDITAL Nº 01/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, por de-terminação estatutária, declara aberta a vaga no quadro de Sócios Emé-ritos em decorrência do falecimento do sócio grande-benemérito Dom Pedro Gastão de Orléans e Bragança.

Rio de Janeiro, 2 de janeiro de 2008.

Arno WehlingPresidente

EDITAL Nº 02/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, por de-terminação regimental, declara aberta uma vaga no quadro de Sócios Correspondentes Brasileiros, em virtude do falecimento da sócia Nicia Villela Luz.

Rio de Janeiro, 11 de janeiro de 2008.

Arno WehlingPresidente

EDITAL Nº 03/08

Ficam convidados os Sócios Eméritos, Titulares e Correspondentes Brasileiros a se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária no dia 20 de fevereiro, em primeira convocação às 13horas e em segunda convoca-

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Editais e Portarias

ção às 15 horas, com o quorum previsto no § 2º do artigo 20 do Estatuto, com a seguinte pauta:

Eleição do presidente de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, para Presi-dente de Honra do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

Rio de Janeiro, 12 de fevereiro de 2008.

Arno WehlingPresidente

EDITAL Nº 04/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, por de-terminação regimental, declara aberta uma vaga no quadro de Sócios Correspondentes Portugueses, em virtude do falecimento do sócio Luís Ferrand de Almeida.

Rio de Janeiro, 9 de abril de 2008.

Arno WehlingPresidente

EDITAL Nº 05/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, por de-terminação estatutária, declara aberta a vaga no quadro de Sócios Titula-res em decorrência do falecimento do sócio Arivaldo Silveira Fontes.

Rio de Janeiro, 6 de maio de 2008.

Arno WehlingPresidente

EDITAL Nº 06/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, por de-terminação estatutária, declara aberta a vaga no quadro de Sócios Eméri-

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Atos do Presidente

tos em decorrência do falecimento da sócia Frieda Wolff.

Rio de Janeiro, 24 de maio de 2008.

Arno WehlingPresidente

EDITAL Nº 07/08

Ficam convidados os Sócios Eméritos, Titulares e Correspondentes Brasileiros a se reunirem em Assembléia Geral Ordinária no dia 11 de junho, em primeira convocação às 12h30m, em segunda convocação às 14h30m, com o quorum previsto no art. 20 do Estatuto, com a seguinte ordem do dia:

Prestação de Contas 2007

Previsão orçamentária 2008

Assuntos Gerais

Rio de Janeiro, 30 de maio de 2008.

Arno WehlingPresidente

EDITAL Nº 08/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, por de-terminação estatutária, declara aberta a vaga no quadro de Sócios Titu-lares em decorrência do falecimento do sócio José Fortuna Andréa dos Santos.

Rio de Janeiro, 21 de junho de 2008.

Arno WehlingPresidente

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008242

Editais e Portarias

EDITAL Nº 09/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, por de-terminação estatutária, declara aberta a vaga no quadro de Sócios Corres-pondentes Estrangeiros em decorrência do falecimento do sócio John W. Foster Dulles.

Rio de Janeiro, 2 de julho de 2008.

Arno WehlingPresidente

EDITAL Nº 10/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, por de-terminação estatutária, declara aberta a vaga no quadro de Sócios Cor-respondentes Brasileiros em decorrência do falecimento do sócio Braz Augusto Aquino Brancato.

Rio de Janeiro, 12 de setembro de 2008.

Arno WehlingPresidente

EDITAL Nº 11/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, por de-terminação estatutária, declara aberta a vaga no quadro de Sócios Titulares em decorrência do falecimento da sócia Maria Cecília Ribas Carneiro.

Rio de Janeiro, 18 de setembro de 2008.

Arno WehlingPresidente

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008 243

Atos do Presidente

EDITAL Nº 012/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, por de-terminação estatutária, declara que fica aberto por 60 (sessenta) dias o prazo para apresentação de propostas de candidatos a 2 (duas) vagas de Sócio Correspondente estrangeiro, observando-se os procedimentos esta-belecidos no art. 2o do Estatuto.

Rio de Janeiro, 10 de outubro de 2008.

Arno WehlingPresidente

EDITAL Nº 13/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, por de-terminação estatutária, declara que fica aberto por 30 (trinta) dias o prazo para apresentação de propostas de candidatos a 1 (uma) vaga de Sócio Emérito, observando-se os procedimentos estabelecidos no art. 2o do Es-tatuto.

Rio de Janeiro, 27 de outubro de 2008.

Arno WehlingPresidente

EDITAL Nº 14/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, por determi-nação estatutária, declara que fica aberto por 30 (trinta) dias o prazo para

apresentação de propostas de candidatos a 5 (cinco) vagas de Sócios Titulares, observando-se os procedimentos estabelecidos no art. 2o do

Estatuto.

Rio de Janeiro, 27 de outubro de 2008.Arno Wehling

Presidente

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008244

Editais e Portarias

EDITAL Nº 15/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, por de-terminação estatutária, declara que fica aberto por 30 (trinta) dias o prazo para apresentação de propostas de candidatos a 1 (uma) vaga de Sócio Correspondente Brasileiro, observando-se os procedimentos estabeleci-dos no art. 2o do Estatuto.

Rio de Janeiro, 27 de outubro de 2008.

Arno WehlingPresidente

EDITAL Nº 16/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, por de-terminação estatutária, declara que fica aberto por 30 (trinta) dias o prazo para apresentação de propostas de candidatos a 4 (quatro) vagas de Só-cios Honorários Brasileiros, observando-se os procedimentos estabeleci-dos no art. 2o do Estatuto.

Rio de Janeiro, 27 de outubro de 2008.

Arno WehlingPresidente

EDITAL Nº 17/08

Ficam convidados os Sócios Eméritos, Titulares e Correspondentes Brasileiros a se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária no dia 10 de dezembro, em primeira convocação às 13 horas e em segunda convo-cação às 15 horas, com o quorum previsto no § 2o do artigo 20 do Estatu-to, com a seguinte pauta:

Eleição de novos membros do Quadro Social nas categorias:

Sócio Emérito 1 vaga

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008 245

Atos do Presidente

Sócio Titular 5 vagas

Sócio Honorário Brasileiro 4 vagas

Sócio Correspondente Brasileiro 1 vaga

Sócio Correspondente Estrangeiro 2 vagas

Rio de Janeiro, 19 de novembro de 2008.

Arno WehlingPresidente

PORTARIA Nº 01/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições,

RESOLVE:

Nomear, para a Coordenação e Subcoordenação da Comissão de Es-tudos e Pesquisas Históricas (CEPHAS), a Sócia Titular Maria de Lour-des Viana Lyra e a Sócia Honorária Brasileira Lucia Maria Paschoal Gui-marães.

Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2008.

Arno WehlingPresidente

PORTARIA Nº 02/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições,

RESOLVE:

Nomear, para a função de Editor do Noticiário, o Sócio Titular Vic-torino Coutinho Chermont de Miranda.

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008246

Editais e Portarias

Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2008.

Arno WehlingPresidente

PORTARIA Nº 03/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições,

RESOLVE:

Nomear, para o cargo de Diretor do Arquivo, o Sócio Titular Carlos Wehrs.

Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2008.

Arno WehlingPresidente

PORTARIA Nº 04/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições,

RESOLVE:

Nomear, para o cargo de Diretora da Biblioteca, a Sócia Emérita Lygia da Fonseca Fernandes da Cunha.

Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2008.

Arno WehlingPresidente

PORTARIA Nº 05/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições,

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008 247

Atos do Presidente

RESOLVE:

Nomear, para o cargo de Diretora do Museu, a Sócia Titular Vera Lucia Bottrel Tostes.

Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2008.

Arno WehlingPresidente

PORTARIA Nº 06/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições,

RESOLVE:

Nomear, para a função de Secretário Adjunto da Diretoria, o Sócio Titular Arivaldo Silveira Fontes.

Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2008.

Arno WehlingPresidente

PORTARIA Nº 07/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições,

RESOLVE:

Nomear, para a Coordenação de Cursos, a Sócia Honorária Brasilei-ra Mary Lucy Murray Del Priore.

Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2008.

Arno WehlingPresidente

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008248

Editais e Portarias

PORTARIA Nº 08/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições,

RESOLVE:

Nomear, para o cargo de Diretor de Patrimônio, o Sócio Titular Guilherme de Andréa Frota.

Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2008.

Arno WehlingPresidente

PORTARIA Nº 09/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições,

RESOLVE:

Nomear, para o cargo de Diretora de Projetos Especiais, a Sócia Ti-tular Maria da Conceição de Moraes Coutinho Beltrão.

Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2008.

Arno WehlingPresidente

PORTARIA Nº 10/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições,

RESOLVE:

Nomear, para o cargo de Diretora de Informática e Disseminação da Informação, a Sócia Titular Esther Caldas Bertoletti.

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008 249

Atos do Presidente

Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2008.

Arno WehlingPresidente

PORTARIA Nº 11/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições,

RESOLVE:

Nomear, para o cargo de Diretor de Relações Externas, o Sócio Ho-norário Brasileiro João Maurício Ottoni Wanderley de Araújo Pinho.

Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2008.

Arno WehlingPresidente

PORTARIA Nº 12/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições,

RESOLVE:

Nomear, para o cargo de Diretor de Iconografia, o Sócio Honorário Brasileiro Pedro Karp Vasquez.

Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2008.

Arno WehlingPresidente

PORTARIA Nº 13/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições,

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008250

Editais e Portarias

RESOLVE:

Nomear, para a Comissão da Revista, as sócias:

Miridan Britto Falci

Esther Caldas Bertoletti

Maria de Lourdes Viana Lyra

Lucia Maria Paschoal Guimarães

Mary Lucy Murray Del Priore

Cabendo à primeira o cargo de Diretora.

Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2008.

Arno WehlingPresidente

PORTARIA Nº 14/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições,

RESOLVE:

Nos termos do art. 16 do Estatuto, nomear Membros do Conselho Consultivo os sócios:

Arivaldo Silveira Fontes

Augusto Carlos da Silva Telles

Evaristo de Moraes Filho

Frieda Wolff

Hélio Leoncio Martins

Lêda Boechat Rodrigues

José Pedro Pinto Esposel

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008 251

Atos do Presidente

Luiz de Castro Souza

Maria Cecília Ribas Carneiro

Vasco Mariz

Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2008.

Arno WehlingPresidente

PORTARIA Nº 15/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições, e considerando a realização do IV Colóquio dos Ins-titutos Históricos Estaduais, no período de 21 a 23 de outubro de 2008,

RESOLVE:

Art. 1o – Constituir Comissão Executiva para planejar, organizar e implementar atividades relacionadas ao IV Colóquio dos Institutos His-tóricos Estaduais.

Art. 2o – Designar para compor a Comissão, sob a presidência do pri-meiro, os sócios:

Victorino Coutinho Chermont de Miranda

Cybelle Moreira de Ipanema

Lucia Maria Paschoal Guimarães

Esther Caldas Bertoletti

Rio de Janeiro, 01 de fevereiro de 2008.

Arno WehlingPresidente

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008252

Editais e Portarias

PORTARIA 16/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, de acor-do com o Estatuto e com as atribuições que o mesmo lhe confere,

RESOLVE:

Admitir no quadro de funcionários desta entidade Carlos Elias Pau-lino Filho como Assistente Administrativo, com os proventos iniciais de R$ 1.250,00 (hum mil e duzentos e cinqüenta reais), no horário de 09:00 às 18:00 horas, de segunda a sexta-feira, sendo reservado o horário de 13:00 às 14:00 horas para refeição e descanso.

Rio de Janeiro, 25 de fevereiro de 2008.

Arno WehlingPresidente

PORTARIA Nº 17/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições,

RESOLVE:

Designar para compor a Comissão Organizadora do Projeto Memó-ria dos Sócios, instituída em Portaria nº 18/04, de 19 de março de 2004, a Sócia Emérita Cybelle Moreira de Ipanema.

Rio de Janeiro, 03 de abril de 2008.

Arno WehlingPresidente

PORTARIA Nº 17A/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições, atendendo ao que lhe foi sugerido pela Comissão Executiva do IV Colóquio de Institutos Históricos Brasileiros,

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008 253

Atos do Presidente

RESOLVE:

1º) Fica instituída a COMISSÃO JULGADORA DO PRÊMIO PE-DRO CALMON – 2008, com a seguinte composição:

– Um representante do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, a quem caberá a Presidência da Comissão;

– O representante do mais antigo dos Institutos Históricos Estaduais presentes ao Colóquio, que não haja indicado candidatos ao prêmio, con-forme certificação da Comissão Executiva do Colóquio;

– Um representante dos demais Institutos Históricos Estaduais pre-sentes, escolhido por sorteio, a ser realizado pela Comissão Executiva do Colóquio, dentre os que não hajam indicado candidatos ao Prêmio.

2º) Dos trabalhos será lavrada ata a ser encaminhada à Comissão Executiva;

3º) Os casos omissos serão resolvidos pela Comissão Julgadora, ou-vida a Comissão Executiva do IV Colóquio, constituída pela Portaria nº 15/08.

Rio de Janeiro, 15 de outubro de 2008.

Arno Wehling Presidente

PORTARIA Nº 18/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições, atendendo ao que lhe foi sugerido pela Comissão Executiva do IV Colóquio de Institutos Históricos Brasileiros,

RESOLVE:

1º ) Revogar a Portaria 17A/08 e instaurar a COMISSÃO JULGA-DORA DO PRÊMIO PEDRO CALMON-2008, com a seguinte compo-sição dos sócios:

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008254

Editais e Portarias

– Elysio de Oliveira Belchior

– Maria de Lourdes Viana Lyra

– Lucia Maria Paschoal Guimarães

2º) Dos trabalhos será lavrada ata a ser encaminhada à Comissão Executiva;

3º) Os casos omissos serão resolvidos pela Comissão Julgadora, ou-vida a Comissão Executiva do IV Colóquio, constituída pela Portaria nº 15/08.

Rio de Janeiro, 15 de outubro de 2008.

Arno WehlingPresidente

PORTARIA Nº 19/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições,

RESOLVE:

Art. 1o – Constituir Comissão Executiva para planejar, organizar e implementar atividades relacionadas às Comemorações do Ano da França no Brasil (2009).

Art. 2o – Designar para compor a Comissão, sob a presidência do pri-meiro, os sócios:

Vasco Mariz

José Arthur Rios

Maria da Conceição Coutinho Beltrão

Ronaldo Rogério de Freitas Mourão

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008 255

Atos do Presidente

Rio de Janeiro, 29 de outubro de 2008.

Arno WehlingPresidente

PORTARIA Nº 20/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições,

RESOLVE:

Acrescentar à Comissão Executiva das Comemorações do Ano da França no Brasil (2009), constituída através da Portaria nº 19/08, de 29 de outubro de 2008, o Sócio Honorário brasileiro Marcos Castrioto Azam-buja.

Rio de Janeiro, 26 de novembro de 2008.

Arno WehlingPresidente

PORTARIA Nº 21/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições e tendo em vista haverem os Institutos Históricos, presentes ao IV Colóquio de Institutos Históricos Brasileiros, delibera-do, em Sessão Administrativa, deferir ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro o julgamento das obras inscritas para concorrerem ao Prêmio Pedro Calmon – 2008.

RESOLVE:

1º ) Dar nova configuração à Comissão instituída para julgamento do Prêmio Pedro Calmon – 2008, nomeando para integrarem-na os seguintes sócios:

Elysio de Oliveira Belchior

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008256

Editais e Portarias

Maria de Lourdes Viana Lyra

Lucia Maria Paschoal Guimarães

2º) Revoga as indicações constantes do Art. 1º, da Portaria nº 17A, de 15/10/2008,ratificando o disposto em seus Artigos 2º e 3º.

Rio de Janeiro, 10 de dezembro de 2008.

Arno WehlingPresidente

PORTARIA Nº 22/08

O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições,

RESOLVE:

Nomear, para compor o Conselho Consultivo da Revista, Renato Pinto Venâncio, em substituição a Braz Augusto Aquino Brancato.

Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 2008.

Arno WehlingPresidente

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):257-258, out./dez. 2008 257

Relatórios setoriais

III.2 – Relatórios setoriais

BIBLIOTECA

Relatório das atividadesPeríodo de outubro de 2007 a outubro de 2008

Relatório das atividades desenvolvidas pela Biblioteca do IHGB no perí-odo de outubro de 2007 a outubro de 2008.

1 – Atividades de rotina:Agradecimentos, registro, catalogação e arranjo das publicações re- –cebidasHigienização das publicações e encadernação, quando necessária –Análise das publicações, com descarte das duplicatas –Digitalização das publicações correntes –Colocação no computador, com nova catalogação, do acervo antigo, –que ainda se encontra em fichas datilografasAtendimento a consultas internas e externas –Estatísticas dos livros recebidos e do movimento da Sala de Leitura –Colaboração no Noticiário do IHGB: Algumas pesquisas e Livros –RecebidosAutorização para reprodução da documentação –Atendimento aos consulentes na Sala de Leitura –

2 – Atividades desenvolvidas:Continuação dos trabalhos de restauração dos livros da Biblioteca –Americana de Von Martius (séc. XVI-XVIII)Finalização do tratamento e catalogação da Coleção Guilherme –SchubertTratamento da catalogação da Coleção Emilio Garrastazu Médici –

3 – Enriquecimento do acervo:Doação – 2.450 livrosCompra (FARP, Leilões) – 24 livros

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):257-258, out./dez. 2008258

Biblioteca

Comodato: Victorino Coutinho Chermont de Miranda – 25 livros

4 – Visitas à Biblioteca:Universidade Federal Fluminense – Departamento de HistóriaProfessora Beatriz Kushnir – Participação: 10 alunos

Edward L. WidmerDiretor da John Carter Brown Library

Universidade Federal do Rio de Janeiro – Faculdade de MedicinaProfessor Carlos Alberto Basílio de Oliveira – Participação: 8 alu-nos

Universidade Gama FilhoAcompanhante: Elysio de Oliveira Belchior – Participação: 10 alu-nos

Cláudio MagnavitaJornalista

6 – Participação em palestras:Palestra do Coronel Ronaldo Braga – “Segurança de Instituições Culturais”Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro

7 – Digitalização do acervo:Total de itens digitalizados disponíveis da Internet: 25.000

Maura Corrêa e CastroChefe da Biblioteca

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):259-262, out./dez. 2008 259

Relatórios setoriais

ARQUIVO

Relatório das atividadesPeríodo de outubro de 2007 a outubro de 2008

A - ATIVIDADES DE ROTINA:Análise crítica dos documentos manuscritos. –Pesquisas para identificação e classificação da documentação. –Digitação do material produzido pela equipe técnica (planilhas, rela- –ções, inventários).Correspondência interna e externa. –Arranjo da documentação. –Confecção do material de acondicionamento da documentação (pas- –tas, envelopes).Higienização dos documentos. –Autorização para reprodução fotográfica ou xerográfica de peças do –acervo.Acompanhamento das reproduções fotográficas (documentos textu- –ais e iconográficos).Levantamento estatístico da documentação consultada. –

B – TRATAMENTO DO ACERVO:Em andamento o tratamento técnico dos Arquivos do General Osório –e de Epitácio Pessoa (descrição e digitação).

C – ENRIQUECIMENTO DO ACERVO:

1 - Doações:1 - Eleições 2006 – Presidente, governador e senador: Luís Inácio –Lula da Silva, Vladimir Palmeira e Jandira Feghali.Nº de documentos: 3 Cartões de visita de Eugênio Castro, Miguel Calmon du Pin e Almei- –da, Paulo de Frontin e senhora.Nº de documentos: 3Doador: Victorino Coutinho Chermont de Miranda.

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):259-262, out./dez. 2008260

Arquivo

Condy Ragnet: sua vida, obra e educação. 20° aniversário da tese –de doutorado apresentada à Universidade da Pensilvânia – USA em 1988. 1 folheto, 1 CD, 1 cartão de agradecimento.Doadora: Zélia de Sá Viana Camurça.

Documentos sobre escravos: Livro contendo escrituras de compra e –venda, cartas de liberdade. Incompleto. 1871-1873.Doador: Melquíades Pinto Paiva.

Disco: Sérgio Cabral no Congresso – Deputado Federal – PSB –Doador: Alfredo Brito.

Documentos pertencentes a Antônio Carneiro Leão, destacando-se a –correspondência com o diplomata e historiador Manuel de Oliveira Lima. Fundo Eva Tórtima.Doador: Pedro Tórtima.

2 - Adquiridos por compra:

a) FARP:Volantes de propaganda eleitoral: – a) Para Presidente da República e Vice-Presidente: Getúlio Vargas e João Pessoa, b) Movimento Popu-lar Jânio Quadros. Discos: – a) Monumento apresenta – A Carta – Testamento de Getú-lio Vargas na interpretação de Silvino Netto, b) Amaral Neto na XV Convenção Nacional da UDN – A Verdade custe o que custar. Cartões de visita: General e sra. Gaspar Dutra, Henrique Dodsworth –(prefeito do Distrito Federal), Monseigneur Aloisi Masella. Cardápio do almoço oferecido a Sua Excelência Sr. Presidente da –República Dr. Juscelino Kubitschek de Oliveira, por ocasião da inau-guração das obras da BR-2, trecho São Paulo-Curitiba. Registro, 24.1.1961.

b) Leilão:Volantes de propaganda eleitoral: – a) Não desespere! Jânio vem aí..., b) Eleitorado culto e inteligente do Brasil, Minas e Juiz de Fora – Se quiserdes redemocratizar a República e engrandecer a Pátria, votai o

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):259-262, out./dez. 2008 261

Relatórios setoriais

nome do major-brigadeiro Eduardo Gomes para Presidente da Repú-blica. Cardápio do almoço em homenagem a Enrico Ferrri. Com autógrafo. –Rio de Janeiro, 27.11.1908. Cassino balneário da Urca. Grill Room. Rio de Janeiro. Impresso. –Título de eleitor nº 22 de Luís Domingues Branco. Província de São –Paulo. Município da Parnaíba. São Paulo, 1.9.1881.Notas fiscais: G. Huebner & Amaral, J. B. Pedrosa & C. – (2); Com-panhia de Transportes e Carruagens, Officina Vulcano (2); Freitas, Couto & Ca. Ferragens, Tintas e Artigos de Cozinha (2); Fábrica Na-cional de Artefatos de Borracha e Manuel Moreira Dias, Depósito de Máquinas de Timóteo Martins & C. (2); A. S. Coqueiro, Julio Miguel de Freitas & Cia. (2); Cunha & Fernandes (2); A. F. Vieira, Alfaiata-ria de A. L. Oliveira (2); Campos, Silva & C. (1); Carlos Conteville & Cia., Oscar Tavares & Comp. (2); Alexandre Ribeiro & Comp. (1); Vicente dos Santos Caneco & C. (1); Melo Sampaio & Ca. – Ao fo-gão econômico (1); Fundição de Ferro e Bronze-M.S.Lino (1); José Silva & Comp. (1); Casa Globo – M.R. Paiva (1); Lobo da Costa, Gomes Neto & Cia. (1).

D – ATENDIMENTO DE PEDIDOS DE REPRODUÇÃO: 7 (sete) pe-didos.

E - VISITAS AO ARQUIVO:Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ –Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - Departamento de Histó-ria - Cadeira de Arquivística.Prof. Jaime Antunes da Silva - 8 alunosData: 1.7.2008

Universidade Gama Filho –Visita de alunos acompanhados pelo Dr. Elysio de Oliveira Belchior, 2º secretário do IHGB.Data: 9.7.2008

Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ –

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):259-262, out./dez. 2008262

Arquivo

Faculdade de MedicinaDr. Carlos Alberto Basílio de Oliveira - 8 alunosData: 26.8.2008

F – PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS: Exposição “Barão de Mauá” –Local: Centro Cultural Banco do BrasilPeríodo: 14.7.2008 a 10.8.2008Material exposto: Documentos textuais: 11Iconografia: 1 foto, 1 litografia e 1 álbum

Posse do Presidente de Portugal Aníbal Cavaco Silva como Presiden- –te de Honra do IHGB.Exposição de peças do acervo do IHGBLocal: IHGBData: 7.3.2008Material exposto: Documentos textuais: 5

G – PARTICIPAÇÃO EM PALESTRAS:Palestra do Coronel Ronaldo Braga –Tema: Segurança de Instituições Culturais Local: Arquivo Geral da Cidade do Rio de JaneiroData: 5. 8.2008

H - AUTOMAÇÃO DO ARQUIVO:

Disponibilizados para o usuário:Coleção IHGB e Arquivos: General Osório, Victorino Chermont de –Miranda, João Severiano, Fonseca Hermes, Paulo de Frontin, Hélio Viana e Wanderley Pinho.Total de itens até a presente data: 22.269

CONCLUSÃO:O Arquivo funcionou, durante o ano de 2008, com 2 funcionárias: 1 Arquivista e 1 Auxiliar de Arquivo. Os programas de trabalho foram desenvolvidos dentro do tempo previsto.

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):263-267, out./dez. 2008 263

Relatórios setoriais

Lucia Maria Alba da SilvaChefe do Arquivo

ARQUIVO

ICONOGRAFIA

Relatório das atividadesPeríodo de outubro de 2007 a outubro de 2008

A – ATIVIDADES DE ROTINA: Pesquisa. –Registro no livro de entrada do acervo. –Digitação de planilhas de descrição. –Digitalização de peças do acervo. –Acompanhamento das reproduções fotográficas. –Confecção de envelopes, caixas, pastas para acondicionamento. –

B – ATENDIMENTO DE PEDIDOS DE REPRODUÇÃO:Solicitante: Vladimir Sacchetta – Cia. da Memória –Material solicitado: 6 fotosFinalidade: Caderno iconográfico da biografia do general Osório, sé-rie Perfis Brasileiros, da Companhia das Letras.

Solicitante: Ana Laura N. Sousa –Material solicitado: Fotos de D. Romualdo Seixas, Padre Anchieta, Diogo Feijó, Seminário de Olinda, Jesuítas. (5)Finalidade: Edição de livro.

Solicitante: Marcus Monteiro, Diretor Geral INEPAC –Material solicitado: 29Finalidade: Publicação de livro de memória fotográfica da Baixada Fluminense.

Solicitante: Rogério Rezende –Material solicitado: 1 foto

Solicitante: Embaixador Vasco Mariz –

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):263-267, out./dez. 2008264

Arquivo/Iconografia

Material solicitado: 6Finalidade: Publicação do livro “A Música no Rio de Janeiro no tem-po de D. João”.

Solicitante: Mariângela Castro – Fundação Roberto Marinho –Material solicitado: Retrato de José Maurício Nunes GarciaFinalidade: Produtos educativos e de divulgação do Projeto de Res-tauro da Igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé.

Solicitante: Regina Cascão: Colégio Brasileiro de Genealogia –(CBG)Material solicitado: Retrato de Vicente Costa Santos Tapajós

Solicitante: Guilherme de Andréa Frota –Material solicitado: Iconografia sobre o visconde de Inhaúma. 5 fo-tos

Solicitante: Rodrigo Moura Visoni –Material solicitado: 1 foto

Solicitante: Priscila Serejo –Material solicitado: 7

Solicitante: Adriana Barreto de Sousa –Material solicitado: Retrato do visconde de MajéFinalidade: Tese de doutoramento.

Solicitante: Bruno Porto – Editora Objetiva –Material solicitado: 29Finalidade: Livro: “Condessa de Barral” (provisório) de Mary Del Priore.

Solicitante: Cyro Ferreira Filizola Zucarino –Material solicitado: Foto de João Bráulio MunizFinalidade: Opúsculo sobre o regente e sua passagem pela ilha de Paquetá.

Solicitante: Maria José dos Santos Cunha –Material solicitado: 3 fotos

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):263-267, out./dez. 2008 265

Relatórios setoriais

Finalidade: Tese de doutoramento sobre os jesuítas no Espírito San-to.

Solicitante: João E. da Costa Machado – Instituto Histórico e Geo- –gráfico de Caxias (MA)Material solicitado: Foto de César Augusto Marques.

Solicitante: Ernesto Regino Xavier de Carvalho –Material solicitado: Forte de MonteserrateFinalidade: Publicação institucional do Centro de Recursos Ambien-tais (Salvador-BA).

Solicitante: Casa de Oswaldo Cruz – FIOCRUZ –Material solicitado: 13

Solicitante: Nataraj Trinta –Material solicitado: Missa Campal em homenagem a Princesa Isabel, a 17 de maio de 1888.Finalidade: Revista de História da Biblioteca Nacional. nº 29.

C – ENRIQUECIMENTO DO ACERVO:

Doações:Fotografia de Hamilton Nogueira – 1897 –Doador: Victorino Coutinho Chermont de Miranda.

Fotografias do IHGB. Jonas de Morais Correia Filho. 1972, 1977 e –1978 – 6 fotosDoador: General Jonas de Morais Correia Neto.Ressaca em Botafogo – Fotografia –Doadora: Lygia da Fonseca Fernandes da Cunha.

Calendário: Postais de Alagoas – 2008 –Doador: Douglas Apratto Tenório – Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas.

Egon e Frieda Wolf, com padrinhos, no casamento (cópia). –Doador: Carlos Wehrs.

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Arquivo/Iconografia

Marquesa de Lages – Litografia –Doador: Miguel Salles.

Arcos da Lapa – cartão-postal (6) –Doador: Pedro Tórtima.

Dom João VI – Rei do Reino Unido de Portugal, do Brasil e Al- –garves. Homenagem do Instituto Dom João VI no 2º Centenário da Transferência da Família Real para o Brasil.Doador: Victorino Coutinho Chermont de Miranda.

Brasão da Família Trompowsky –Doadora: Atella Maria B. T. L de Oliveira.

Fotos de Augusto Malta: 41 –Fotos diversas: 7Doador: Pedro Tórtima.

Ilustrações do falecido sócio Geraldo de Menezes no – Jornal de His-tória e Geografia do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. 1988-1992. (cópias xérox).Doadora: Cybelle Moreira de Ipanema.

Adquirido por compra:

a) FARP:Retratos de Carlos Lacerda: 3 –Retratos diversos: 10 –Retrato: Manuel Duarte, Washington Luís Pereira de Sousa, entre –outros.

b) Leilão:Fotografias de Getúlio Vargas, Café Filho, Nereu Ramos, Epitácio –Pessoa: 3Posse da governadoria do Acre – Ministério da Justiça – Rio. Carlos –Luz, Presidente da República – Litografia: 1

Comodato:

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Relatórios setoriais

Bilhete postal – Associação de Cartofilia do Rio de Janeiro. XVIII –Jornada Nacional de Cartofilia.Comodante: Victorino Coutinho Chermont de Miranda.

Exportadores de café (Barão de Matos Vieira, comendador Francisco –Joaquim Gomes, Paulo Arnaud da Silva Taveira, Albano Raimundo da Fonseca Marques). Foto.Comodante: Victorino Coutinho Chermont de Miranda.

Retrato do Barão de Pouso Alto. –Retrato do Barão de Calera.Comodante: Victorino Coutinho Chermont de Miranda.

D – AUTOMAÇÃO DO ARQUIVO: Itens disponibilizados para usuários até a presente data: 5.003 –

Lucia Maria Alba da SilvaChefe do Arquivo

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):269-270, out./dez. 2008 269

Relatórios setoriais

HEMEROTECA

A Hemeroteca continua a atuação no sentido de aprimorar o atendi-mento ao público, sobretudo através da indexação da coleção completa da Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e outros periódicos em sua base de dados. O acervo está todo indexado.

Incorporação ao acervo:Foram indexados 119 artigos de periódicos, 117 informações conti-das nas atas de Revista e 182 periódicos.A base de dados já se encontra com 8.907 artigos, 5.302 títulos de periódicos e 104.294 fascículos.

Atendimento por e-mail:Foram atendidas 78 consultas

Conservação:Higienização de 1.594 periódicos, entre eles o Jornal do Commercio, Correio Official (RJ), o Cruzeiro (RJ), A Província (PE), Diário do Governo (RJ) e A União (PB);Restauração de quatro volumes de periódicos raros: Gazeta de Lis-boa Occidental (1718 e 1722), A Idade d’Ouro do Brazil (1812), e Brazil Ilustrado (1888);Encadernação de 48 números da Revista do IHGB.

Digitação:A Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro já se encon-tra toda digitalizada do t. 1, 1839 ao n. 438, jan/mar. 2008.Folha do Acre (1910-1912).Sob a responsabilidade da Hemeroteca e operação do funcionário Givonildo Luiz da Silva, foram atendidos 191 pedidos de digitaliza-ções, atendendo aos setores: Biblioteca, Arquivo e Hemeroteca.

Aquisição por compra:Brasil Reportagens – 2; Careta – 2; O Cruzeiro – 2; Fatos & Fotos – 6; Ilustração Brasileira – 9; O Malho – 3: Manchete – 66; A Manhã

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Hemeroteca

– 1; O Momento – 12; Mundo Ilustrado – 44; Noite Ilustrada – 1; Revista da Semana – 1 e Sétimo Céu (Portugal aclama JK) – 1.Ao todo foram adquiridos 110 números de periódicos para preenche-rem as lacunas de acervo.

Intercâmbio:A distribuição da Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasi-leiro é feita para 166 bibliotecas de Institutos Históricos Estaduais e Municipais, Academias, entidades e universidades nacionais e es-trangeiras.

Participação em palestras:Palestra sobre Proteção contra Incêndio aplicada pela Firma Mentor realizada na CEPHAS.Palestra do Cel. Ronaldo Braga sobre Segurança de Instituições Cul-turais, realizada no Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro.

Visitantes:Edward L. Widner – Diretor da John Carter Brown Library.Comissão do presidente de Portugal Aníbal Cavaco e Silva.Cláudio Magnavita – jornalista de turismo.Estudantes da Universidade Gama Filho.

Projetos:Em andamento: disponibilidade dos números digitalizados da Revis-ta do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro na base de dados, nos terminais da Sala de Leitura.

Celia da CostaChefe da Hemeroteca

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Relatórios setoriais

MUSEU

Compras/FARP:01 (uma) medalha de bronze. 3ª Conferência Internacional America- –na, 1906.01 (uma) medalha de prata. Presidente José Linhares. –01 (uma) medalha de prata. Presidente João Café Filho. –01 (uma) medalha de bronze. Visita do Presidente Harry Truman ao –Brasil, 1947.01 (uma) flâmula de propaganda política. Campanha presidencial de –Juscelino Kubitschek, 1955.01 (uma) flâmula comemorativa. Visita do presidente Juscelino Ku- –bitschek ao Amapá.01 (um) prato decorativo. Porcelana francesa com o retrato de Santos –Dumont.01 (um) button de propaganda política. Campanha Civilista, com o –retrato do marechal Hermes da Fonseca.01 (um) button de propaganda política. Partido da Soberania Nacio- –nal – 33.

Doações:01 (uma) medalha comemorativa. 170 anos do Arquivo Nacional. –01 (um) medalhão Comemorativo. Centenário de Nascimento do –Prof. Ernesto de Mello Salles Cunha, por doação de Thales Ribeiro de Magalhães.01 (uma) peça comemorativa. Bicentenário da Chegada da Família –Real, por doação de Antônio da Silva Pena Loulé.01 (um) retrato a óleo. Visconde de Andaraí, de autoria de Vienot –et Morisset, doação de D. Laura Cerqueira Lima, por intermédio do sócio João Mauricio de Araújo Pinho.01 (um) retrato a óleo. Não assinado, de James Andrew, idem. –01 (um) retrato a óleo. Não assinado, de Margarida d´Assunção Silva –Andrew, idem.01 (um) retrato a óleo. Não assinado, de Benedita Cândida Andrew –

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Museu

de Souza, idem.01 (um) retrato a lápis de cera. Visconde de Andaraí, de autoria de –Valle, idem.01 (uma) fotografia colorisada. Barão de Aimorés, em formato – bom-bée, emoldurada, com a marca do atelier da Chicago Portrait Com-pany, por doação de descendentes do referido titular, por intermédios da prof. Regina Wanderley.01 (uma) fotografia colorisada. Baronesa de Aimorés, em formato –bombée, emoldurada, com a marca do atelier da Chicago Portrait Company, por doação de descendentes da referida titular, por inter-médios da prof. Regina Wanderley.01 (um) prato de porcelana. Limoges, França, com detalhes policro- –mados e aplicação de ornatos florais e inscrição “DEODORO” – fim do século XIX, do aparelho de jantar do Mal. Deodoro da Fonseca, por doação de Francisco José Andrade Ramalho.01 (um) protetor de caixa de fósforos. Campanha eleitoral de 1950. –Para Presidente Getúlio Vargas e para Governador Ernani do Amaral Peixoto por doação de Maura Macedo Correa e Castro.

Legado da sócia Maria Cecília Ribas Carneiro:Espátula em bronze com incrustação em marfim de cabeça feminina 1. coroada com louros com a inscrição em baixo relevo “Dr”, e abaixo o monograma “RC” de seu pai, o jurista Edgar Ribas Carneiro. No verso da peça existe a inscrição “Bernoud”.Estojo em jacarandá com guarnições em prata em estilo rococó tendo 2. ao centro o emblema da justiça e uma pequena placa com a inscrição em baixo relevo “RC”, do jurista Edgard Ribas Carneiro.Pequena placa em jacarandá e metal banhado à prata com o brasão 3. policromado da cidade de Porto Alegre e as inscrições em baixo re-levo “A Câmara Municipal de Porto Alegre agradece a honrosa visita de”, e, em letra manuscrita, “Maria Cecília Ribas Carneiro”.Moeda em prata com a inscrição: verso “UM PESO 1947 Mo. 14 Gr. 4. 0.500.” (com perfil masculino imberbe com a identificação “More-los”, um dos mártires da Independência mexicana), reverso “Estados

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Relatórios setoriais

Unidos Mexicanos” (com emblema do México).Estatueta de bacamarteiro nordestino portando arma e cachimbo, 5. com a inscrição: “Zizuino Brilante” na parte inferior frontal e atrás “JFS”.Estatueta em barro cozido, madeira e arame representando vendedor 6. de peixes com chapéu, cachimbo e duas cestas com peixes, uma delas danificada.

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):275-287, out./dez. 2008 275

Publicações recebidas

III.3 – Publicações Recebidas

LIVROS RECEBIDOS

ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Arquivo. Arquivo dos Acadêmicos: guia geral. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, 2003. 230 p.___ . Arquivo Machado de Assis. Rio de Janeiro: inventário. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, 2003. 49 p.ALMADA, Zenilo. Dias da Rocha: origem, vida e obra. Fortaleza: Z. Almeida, 2008. 481 p.AMADO, Wolmir Therezio. Diálogos com a história. Goiânia: Ed. da UCG, 2006. 186 p.ANDRADE, Marcos Ferreira de. Elites regionais e a formação do Estado imperial brasileiro: Minas Gerais, Campanha da Princesa (1799-1850). Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2008. 376 p.ARANHA, Maria Amélia Arruda de Souza Botelho; MAMMANA, Maria Amélia de Souza Aranha. As nuvens passam: personagens esquecidos. São Paulo: All Print. Ed., 2007. 139 p.ARAUJO, Valdei Lopes de (Org.). Teófilo Ottoni e a Companhia do Mucuri: a modernidade possível. Belo Horizonte: Arquivo Público Mineiro, 2007. 494 p.AS CONSTITUIÇÕES brasileiras: de 23 de maio a 23 de agosto de 2007. São Paulo: Fundação Armando Álvares Penteado, 2007. 316 p.BACHILLER CABRIA, Juan Vicente. Cartografía manuscrita de Brasil en las colecciones españolas (1500-1822). Salamanca: Universidad de Salamanca, Centro de Estudios Brasileños, 2008. 247 p.

BANDEIRA, Julio; LAGO, Pedro Corrêa do. Debret e o Brasil: obra completa : 1816-1831. Prefácio de José Murilo de Carvalho. Rio de Janeiro: Capivara, 2007. 708 p.BANDEIRA, Luiz Alberto Moniz. Fórmula para o caos: a derrubada de Salvador Allende (1970-1973). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008. 640 p.

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Livros recebidos

___ . A reunificação da Alemanha: do ideal socialista ao socialismo real. 2. ed. rev., aum. e atual. São Paulo: Global, 2001. 256 p.BARBOSA, Rui. Discursos em Haia. Rio de Janeiro: Edições Casa de Rui Barbosa, 2007. 274 p.BARROS, Orlando de. Corações De Chocolat: a história da Companhia Negra de Revistas (1926-27). Rio de Janeiro: Livre Expressão, 2005. 320 p.BATALHA, Fernando. Arquitectura e história. Lisboa: Guimarães Ed.; Roma: Universitá degli Studi di Roma Tor Vergata, 2006. 267 p.BEHR, Miguel von. Quixadá: terra dos monólitos. São José dos Campos: Somos Ed., 2007. 303 p.BELTRÃO, Maria da Conceição de Moraes Coutinho. Le peuplement de l’Amérique du Sud: essai d’archéogéologie: une approche transdiciplinaire. Paris: Riveneuve, 2008. 222 p.BENTO, Cláudio Moreira. General Osório: o maior herói e líder popular brasileiro. Resende: Academia de História Militar Terrestre do Brasil, 2008.

BERNARDO, J. Caminhos e trilhas da Ilha Grande. Rio de Janeiro: Enelivros, 2005. XXXV,355 p.BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil). Machado de Assis: 100 anos de uma cartografia inacabada. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2008. 64 p.BICCA, Brianne Elizabeth Panitz; BICCA, Paulo Renato Silveira (Org.). Arquitetura na formação do Brasil. Brasília: Unesco, 2006. 367 p.BITTENCOURT-SAMPAIO, Sérgio. Negras líricas: duas intérpretes negras brasileiras na música de concerto (séc. XVIII-XX). Rio de Janeiro: 7Letras, 2008. 116 p.BUVE, Raymond; STORMS, Martijn. A cartografia neerlandesa da América Latina: mapas da coleção Van Keulen e da coleção Bodel Nijehuis. Leiden: Universiteitsbiblioteek Leiden, 2008. 59 p.CAETANO, Vicente. Viagens ao extremo Oeste: desbravadores e cientistas nos caminhos de Mato Grosso. Cuiabá: VerdePantanal, 2005. 408 p.___ .O vôo do condor. Vitória: [s.n.], 2007. 222 p.CAMPESTRINI, Hildebrando. O trilhador de todos os caminhos: vida e

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Publicações recebidas

obra de Hélio Serejo. Campo Grande: Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, 2008. 127 p.CARDIM, Carlos Henrique. A raiz das coisas: Rui Barbosa: o Brasil no mundo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007. 349 p.CARDOSO, Fernando Henrique. Cartas a um jovem político: para construir um Brasil melhor. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. 194 p.CARVALHO, Carlos Gomes de. Governadores: meio século de vida pública. Cuiabá: Carlini & Caniato, 2007. 252 p.CARVALHO, Claudia S. Rodrigues de et al. Um olhar contemporâneo sobre a preservação do patrimônio cultural material. Rio de Janeiro: Museu Histórico Nacional, 2008. 366 p.CASTRO, Alice Viveiros de. O elogio da bobagem: palhaços no Brasil e no mundo. Rio de Janeiro: Família Bastos Ed., 2005. 269 p.

CASTRO, Nuno de. A porcelana chinesa ao tempo do Império. [S.l.]: ACD Ed., 2007. 400 p.CATÁLOGO da Biblioteca de Rui Barbosa. Rio de Janeiro: Edições Casa de Rui Barbosa, 2007. 837 p.CATÁLOGO do Arquivo do Almirante Tamandaré. Rio de Janeiro: Serviço de Documentação da Marinha, 2007. 681 p.COELHO, José João Teixeira. Instrução para o governo da capitania de Minas Gerais: 1782. Organização, transcrição documental e textos introdutórios Caio César Boschi. Belo Horizonte: Arquivo Público Mineiro; Rio de Janeiro: Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, 2007. 400 p.COSTA, Emilia Viotti da. O Supremo Tribunal Federal e a construção da cidadania. 2. ed. São Paulo: Instituto de Estudos Jurídicos e Econômicos, 2007. 238 p.COUTO, Jorge; VIANA, Francisco; COELHO FILHO, Luiz Walter. Abertura dos Portos: 200 anos. Salvador: Associação de Usuários dos Portos da Bahia, 2008. 148 p.DIAS, Pedro. Arte da língua de Angola. Ed. fac-similar. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2006. 48 p.DORATIOTO, Francisco. General Osorio: a espada liberal do Império. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. 262 p.

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Livros recebidos

DUARTE, Paulo. Agora nós!. Apresentação Boris Fausto. Edição fac-similar. São Paulo: FUNDAP: Impr. Oficial do Estado de São Paulo, 2007. 412 p.DULLES, John W. F. Resisting Brazil’s military regime: an account of the battles of Sobral. Austin: University of Texas Press, 2007. 288 p.ELISEU VISCONTI: Arte e Design. Rio de Janeiro: Caixa Cultural, 2007. 92 p. ETCHEVARNE, Carlos (Org.). Escrito em pedra: cor, forma e movimento nos grafismos rupestres da Bahia. [S.l.]: Fundação Odebrecht, 2007. 312 p.FÉLIX VARELA y la prosperidad de la pátria criolla. Introducción y selección documental José Antonio Piqueras. Madrid: Fundación Mapfre, 2007. 270 p.

FERREIRA, Edgardo Pires. A mística do parentesco: os Castello Branco e seus entrelaçamentos familiares. Parnaíba: Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Parnaíba, 2008. v. 5.FIGUEIREDO, Ney (Org.). Políticos no entardecer: poder e dinheiro no entorno de Vargas, JK, Geisel, Café Filho, Brizola, Andreazza, Covas e Lacerda. São Paulo: Cultura, 2007. 319 p.FRANCO, Alvaro da Costa (Org.). Documentos da política externa independente. Rio de Janeiro: Centro de História e Documentação Diplomática; Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2007. 393 p.

FRANCO, José Eduardo; TAVARES, Célia Cristina. Jesuítas e Inquisição: cumplicidades e confrontações. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2007. 133 p.FREIRE, Luiz Fernando. Geyer. Rio de Janeiro: Ventura, 2007. 407 p.FREIRE, Mário Aristides. A Capitania do Espírito Santo; crônicas da vida capixaba no tempo dos capitães-mores. 2. ed. ampliada e anotada pelo autor e organizada por Fernando Achiamé e Reinaldo Santos Neves. Vitória: Flor&Cultura, 2006. 320 p. FRÓES, José Kopke. Petrópolis capital do Estado. Petrópolis: Tribuna de Petrópolis, 1944. 67 p.GASPAR, Lúcia; BARBOSA, Virgínia. O Recife: uma bibliografia. Recife: Fundação Joaquim Nabuco: Massangana, 2008. 341 p.GIL, Tiago Luís. Infiéis transgressores: elite e contrabandistas nas fronteiras

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Publicações recebidas

do Rio Grande e do Rio Pardo (1760-1810). Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2007. 225 p.GODOY, Joaquim Floriano de. A Província de S. Paulo. Apresentação Tânia Regina de Luca. Edição fac-similar. São Paulo: FUNDAP: Impr. Oficial do Estado de São Paulo, 2007. 188 p.GODOY, Solange de Sampaio. Círculo das contas: jóias de crioulas baianas. Salvador: Museu Carlos Costa Pinto, 2006. 105 p.GOMES, Angela de Castro (Org.). Histórias de família: entre a Itália e o Brasil. Niterói: Muiraquitã, 1999. 311 p.GUEDES, Max Justo. O descobrimento do Brasil: 1500-1548. [S.l.]: CTT Correios de Portugal, 2000. 156 p.

GUIMARÃES, Lucia Maria Paschoal. Da Escola Palatina ao Silogeu: Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1889-1938). Prefácio Arno Wehling. Rio de Janeiro: Museu de República, 2006. 246 p.GUSMÃO, Paulo Dourado de. História de uma vida. Rio de Janeiro: P. Dourado de Gusmão, 2007. 150 p.HISTORIOGRAFIA da literatura brasileira: textos inaugurais: Joaquim Caetano Fernandes Pinheiro. Organização, apresentação e notas Roberto Acízelo de Souza. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2007. 427 p.

HOLANDA, Bartolomeu Buarque de. Buarque: uma família brasileira: ensaio histórico-genealógico. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2007. 1168 p.___. Buarque: uma família brasileira: romance. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2007. 198 p.IPANEMA, Cybelle de; IPANEMA, Marcello de. Silva Porto: livreiro na Corte de D. João: editor na Independência. Apresentação A.Gomes de Costa. Rio de Janeiro: Capivara, 2007. 191 p.IVERN, Francisco (Org.). A inspiração cristã e católica das universidades confiadas aos cuidados da Companhia de Jesus no Brasil. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2007.124 p.KARASCH, Mary C. A vida dos escravos no Rio de Janeiro: 1808-1850. Tradução Pedro Maia Soares. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. 643 p.

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Livros recebidos

KERN, Arno Alvarez; JACKSON, Robert. Missões ibéricas coloniais: da Califórnia ao Prata. Porto Alegre: Palier, 2006. 286 p.LIGHT, Kenneth. Arvores genealógicas das famílias Light, Hansen, Lynch, Antunes de Siqueira, Mesquita e Bonfim. Rio de Janeiro: K. Light, 2007. 1 v. ___ . A viagem marítima da família real: a transferência da corte portuguesa para o Brasil. Rio de Janeiro: J. Zahar, 2008. 282 p.___ et al. A transferência da capital e da corte para o Brasil, 1807-1808. Lisboa: Tribuna da História, 2007. 356 p.LIMA, Cândido Pinheiro Koren de. Lunas. Fortaleza: Fundação Ana Lima, 2007. 211 p.___ . Nobiliário das famílias de Portugal : índice por subtítulos. Fortaleza: Fundação Ana Lima, 2007. 70 p.___ . Pedatura lusitana : índice por subtítulos. Fortaleza: Fundação Ana Lima, 2006. 98 p.___ et al. Corografia portuguesa: índice onomástico e toponímico. Fortaleza: Fundação Ana Lima, 2006. 643 p.LAGO, Pedro Corrêa do; LAGO, Bia Corrêa do. Coleção Princesa Isabel: fotografia do século XIX. Rio de Janeiro: Capivara, 2008. 432 p.

___ . Frans Post : 1612-1680: catalogue raisonné. Milan: 5 Continents, c2007. 430 p.LÉPINE, Claude. Os dois reis do Danxome: varíola e monarquia na África Ocidental, 1650-1800. Marília: Unesp Marília Publicações , 2000. XIX,219 p.LESSA, Mônica Leite; FONSECA, Silvia Carla Pereira de Brito (Org.). Entre a monarquia e a república: imprensa, pensamento político e historiografia (1822-1889). Rio de Janeiro: EdUERJ, 2008. 259 p. LEVY, Ruth. Entre palácios e pavilhões: a arquitetura efêmera da Exposição Nacional de 1908. Rio de Janeiro: EBA Publicações, 2008. 223 p.LINS, Guilherme Gomes da Silveira d’Avila. Governantes da Paraíba no Brasil colonial. 2. ed. rev. e corr. João Pessoa: Ed. Fotograf, 2007. 192 p.___ . Imortalidade, uma idealização do ser humano. João Pessoa: Academia

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Publicações recebidas

Paraibana de Letras, 2006. 45 p.___ . A primeira rua da capital paraibana: uma contribuição para a história do alvorecer da Capitania da Paraíba. João Pessoa: Ed. Fotograf, 2007. 145 p.LOPES, Antonio Herculano (Org.). Religião e performance ou as performances das religiões brasileiras. Rio de Janeiro: Edições Casa de Rui Barbosa, 2007. 239 p.LOS DISCURSOS opuestos sobre la independencia de la Nueva España. Introducción y selección documental Jaime Olveda. Madrid: Fundación Mapfre, 2006. 149 p.LOS PROCESSOS independentistas iberoamericanos en los manuales de historia. Madrid: Fundación Mapfre Tavera, 2005. 4 v. LUSTOSA, Isabel (Org.). Imprensa, história e literatura. Rio de Janeiro: Edições Casa de Rui Barbosa, 2008. 536 p.LYRA, Cyro Corrêa. Documenta histórica dos municípios do Estado do Rio de Janeiro. Prefácio de Augusto C. da Silva Telles. Rio de Janeiro: Documenta Histórica, 2006. 285 p.MAcCORD, Marcelo. O rosário de D. Antônio: irmandades negras, alianças e conflitos na história social do Recife, 1848-1870. Recife: Ed. Universitária UFPE, 2005. XIII,294 p.MAcDOWALL, Duncan. Light: a história da empresa que modernizou o Brasil. Rio de Janeiro: Ediouro, 2008. 559 p.

MACHADO, Arnaldo. De Maria à Candelária. Saquarema, RJ: A Machado, 2003. XIII,135 f.MAGALHÃES, Mauro. Carlos Lacerda o sonhador pragmático: recordações, na perspectiva do tempo, do líder do governo na Assembléia Legislativa da Guanabara. 3. ed. rev. e ampl. [S.l.: s.n.], c1993. 384 p.MAGALHÃES, Rejane de Almeida; CARMO, Laura do. Bibliografia sobre Rui Barbosa. Rio de Janeiro: Edições Casa de Rui Barbosa, 2007.___ ; SENNA, Marta de (Org.). Rui Barbosa em perspectiva: seleção de textos fundamentais. Rio de Janeiro: Edições Casa de Rui Barbosa, 2007. 304 p.

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Livros recebidos

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NEDEHF, Eduardo André Chaves. Memorial Visconde de Mauá: arquivo e memória. Fortaleza: UNIFOR, 2006. 299 p.NEJAR, Carlos. História da literatura brasileira. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2007. 565 p.NEMER, José Alberto. A mão devota : santeiros populares das Minas Gerais nos séculos 18 e 19. Rio de Janeiro: Bem-Te-Vi, 2008. 363 p.NEVES, Lúcia Maria Pereira das. Napoleão Bonaparte: imaginário e política em Portugal, c.1808-1810. São Paulo: Alameda, 2008. 360 p.NISKIER, Arnaldo. Apocalipse pedagógico e outras crônicas: as dificuldades da educação brasileira. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, 2007. 246 p. NOGUEIRA, Octaciano. A constituinte de 1946: Getúlio Vargas, o sujeito oculto. São Paulo : Martins Fontes, 2005. XXX,706 p.OLIVEIRA, Maria Aletta B. Tromposwky Livramento de. Genealogia da família Trompowsky. Rio de Janeiro: [s.n.], 2008. 34 p.___ . A história da família Trompowsky. Rio de Janeiro: [s.n.], 2007. 80 p.PAIVA, José Pedro. Os bispos de Portugal e do Império. Coimbra: Impr. da Universidade de Coimbra, 2006. 663 p.PAIVA, Melquíades Pinto. Trabalhos esparsos, agora reunidos. Fortaleza: Livro Técnico, 2008. 654 p.PARANHOS, Paulo. História do Rio de Janeiro: os tempos coloniais. Teresópolis: ZEM, 2008. 487 p.

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Livros recebidos

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Livros recebidos

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Publicações recebidas

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Periódicos recebidos

PERIÓDICOS RECEBIDOS

ACERVO. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, v. 20, n. 1-2, jan./dez. 2007.ANAIS DA ACADEMIA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS. Rio de Janeiro, v. 79, n. 4, dez. 2007; v. 80, n. 1, 3, mar., set. 2008.ANAIS DE HISTÓRIA DE ALÉM-MAR. Lisboa, Ponta Delgada: Universidade Nova de Lisboa, Universidade de Açores, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Centro de História de Além-Mar, n. 7-8, 2007-2008.ANAIS DO MUSEU HISTÓRICO NACIONAL. Rio de Janeiro, v. 39, 2007.ANUÁRIO DE ASTRONOMIA E ASTRONÁUTICA / Ronaldo Rogério de Freitas Mourão. Rio de Janeiro: Letras & Magia Editora, 2008.ANUARIO DE ESTUDIOS AMERICANOS. Sevilla: Escuela de Estúdios Hispano-Americanos, v. 64, no. 2, jul./dic. 2007.ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO BRASIL. Rio de Janeiro: IBGE, v. 67, 2007.ARQUIVO MEMÓRIA DE GUARATINGUETÁ. Guaratinguetá, n. 266-280, 2007-2008.ASOCIACIÓN CULTURAL CRISTÓBAL COLÓN: boletín informativo. Palma de Mallorca Islãs Baleares, año 45, epoca 2, n. 26, oct. 2007.BOLETIM DA SOCIEDADE DE GEOGRAFIA DE LISBOA. Lisboa, ser. 124, n. 1-12, jan./dez. 2007.BOLETIM DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO PARANÁ. Curitiba, v. 58, 2007.BOLETÍN DE HISTORIA Y ANTIGÜEDADES. Bogotá, D. C.: Academia Colombiana de Historia, v. 94-95, no. 839-840, 2007-2008.BOLETÍN DE LA ACADEMIA CHILENA DE LA HISTORIA. Santiago de Chile, año 73, n. 116, jul./dic. 2007.BRASIL EM NÚMEROS. Rio de Janeiro: IBGE, v. 15-16, 2007-2008.BRASIL GENEALÓGICO. Rio de Janeiro: Colégio Brasileiro de Genealogia, t. 5, 2005.

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CADERNOS DA COMUNICAÇÃO. Rio de Janeiro: Secretaria Especial de Comunicação Social, 2006-2007. (Série Estudos; v. 16-19).CADERNOS DE ESTUDOS SOCIAIS. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, v. 19, n. 2, jul./dez. 2003.CADERNOS DO CHDD. Rio de Janeiro: Fundação Alexandre de Gusmão, ano 6, 1. sem. 2007. N. especial; ano 6, n. 10-11, 1./2. sem. 2007.CADERNOS DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE NITERÓI. Niterói, n. 9, 2007. Conteúdo: Bibliografia básica para a história de Niterói, por Salvador Mata e Silva.CAFÉ-COM-LETRAS. Teófilo Otoni: Academia de Letras de Teófilo Otoni, ano 5, n. 5, nov. 2007. Conteúdo: Theófilo Benedicto Ottoni, 1807-2007: uma vida, uma história. Bicentenário de nascimento.CARIOQUICE. Rio de Janeiro: Instituto Cultural Cravo Albin, ano 4, n. 15, out./dez. 2007; ano 5, n. 17, abr./jun. 2007.CARTA MENSAL. Rio de Janeiro: Associação de Cartofilia do Rio de Janeiro, ano 21-22, n. 171-176, set. 2007/fev. 2008; n. 178-181, maio/jul. 2008.CARTA MENSAL. Rio de Janeiro: Colégio Brasileiro de Genealogia, ano 20, n. 87, out./dez. 2007 e jan. 2008. CARTA MENSAL. Rio de Janeiro: Confederação Nacional do Comércio, v. 53, n. 627, jun. 2007; n. 629-633, ago./dez. 2007; n. 635-636, 639, fev./mar., jun. 2008.CLÍO. Santo Domingo: Academia Dominicana de la Historia, año 76, no. 174, jul./dic. 2007.COLETÂNEA TURÍSTICA. Rio de Janeiro: CNC, Conselho de Turismo, 2008.CONFLUÊNCIA: revista do Instituto de Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Liceu Literário Português, n. 32, 2. sem. 2006.A DEFESA NACIONAL: Revista de assuntos militares e estudo de problemas brasileiros. Rio de Janeiro, ano 93, n. 808, maio/ago. 2007; ano 94, n. 810, jan./abr. 2008.EM ABERTO. Brasília: INEP, v. 21, n. 78, dez. 2007.

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Periódicos recebidos

ENCONTROS. Rio de Janeiro: Colégio Pedro II, Departamento de História, n. 9, 2007.ESPAÇO PLURAL. Marechal Cândido Rondon: Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Centro de Estudos, Pesquisas e Documentação da América Latina, ano 8, n. 16, 1. sem. 2007.ESTUDOS AMERICANOS. Porto Alegre: PUCRS, v. 33, n. 2, dez. 2007.ESTUDOS FILOSÓFICOS. São Paulo: DFIME, Departamento das Filosofias e Métodos, n. 1, 2008.ETHNOLOGY: na international journal of cultural and social anthropology. Pittsburgh: University of Pittsburgh, v.45, no. 4, Fall 2006; v. 46, no. 1, Winter 2007.THE FLORIDA ANTHROPOLOGIST. Gainesville, Fl: The Florida Anthropological Society, v. 60, no. 1-4, Mar./Dec. 2007.HISTÓRIA DIGITAL. Brasília: Centro de Memória Digital, ano 1, n. 1, 2007.HISTÓRIA UNISINOS. São Leopoldo: UNISINOS, v. 11, n. 3, set./dez. 2007.HUMANITAS. Campinas: Pontifícia Universidade Católica, v. 9, n. 2, jul./dez. 2006.INFORMATIVO DO IEV. Lorena, n. 193, nov. 2007; n. 199, jun. 2008.LOCUS: revista de história. Juiz de Fora: Editora UFJF, v. 12, n. 2, 2006; v. 13, n. 2, 2007.MARTIUS-STADEN-JAHRBUCH. São Paulo: Instituto Martius-Staden, nr. 54, 2007.MEMORIA & SOCIEDAD. Bogotá: Pontifícia Universidad Javeriana, v. 10, n. 21, jul. dic. 2006; v. 11, n. 22, ene./jun. 2007.MESOAMÉRICA. South Woodstock, VT: Plumsock Mesoamerican Studies, año 29, no. 50, ene./dic. 2008; Índ. General 1980-2008.MUSAS: revista brasileira de museus e museologia. Rio de Janeiro: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, n. 3, 2007.NAVIGATOR: subsídios para a história marítima do Brasil. Rio de Janeiro: Serviço de Documentação da Marinha, v. 3, n. 6, 2007.

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Publicações recebidas

NOTÍCIA BIBLIOGRÁFICA E HISTÓRICA. Campinas: PUC Campinas, ano 38, n. 200-201, jan./dez. 2006.ORG & DEMO. Marília: Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Filosofia e Ciências, v. 8, n. 1-2, jan./dez. 2007.PESQUISAS. Antropologia. São Leopoldo: Instituto Anchietano de Pesquisas, n. 65-66, 2007-2008.PÓVOA DE VARZIM. Povoa de Varzim: Biblioteca Municipal Rocha Peixoto, v. 41, 2007.O PRELO. Rio de Janeiro: Imprensa Oficial, ano 4, n. 16, dez. 2007/fev. 2008.PRESENÇA. São Luiz Gonzaga, RS: Instituto Histórico e Geográfico de São Luiz Gonzaga, n. 2, 2007.RBPI: revista brasileira de política internacional. Brasília: Instituto Brasileiro de Relações Internacionais, ano 50, n. 2, 2007.RC: revista de cultura. Macau: Instituto Cultural do Governo da R.A.E., 21-22, jan./abr. 2007.RESGATE: revista interdisciplinar de cultura. Campinas: UNICAMP, n. 15, 2006.REVISTA BRASILEIRA. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, ano 13, n. 52-54, jul. 2007/mar. 2008.

REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA. Rio de Janeiro: IBGE, v. 60, n. 1-2, jan./dez. 2006.REVISTA COMPLUTENSE DE HISTORIA DE AMÉRICA. Madrid: Universidad Complutense de Madrid, v. 32-33, 2006-2007.REVISTA DA ASBRAP. São Paulo, n. 14, 2008.REVISTA DA UGF. Goiânia, ano 8, n. 2, dez. 2006.REVISTA DE HISTÓRIA DA BIBLIOTECA NACIONAL. Rio de Janeiro, ano 3, n. 28-37, jan./ out. 2008; Ind.: autores e assuntos, ano 3, n. 25-36, out. 2007/set. 2008..REVISTA DE HISTÓRIA DE AMÉRICA. México: Instituto Panamericano de Geografia e História, n. 131-136, jul. 2002/dic. 2005.

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Periódicos recebidos

REVISTA DE HISTÓRIA REGIONAL. Ponta Grossa: UEPG, Deptº de História, v. 11, n. 2, inverno 2006; v. 12, n. 1, verão 2007.REVISTA DO ARQUIVO PÚBLICO MINEIRO. Belo Horizonte, ano 43, n. 2, jul./dez. 2007; ano 44, n. 1, jan./jun. 2008.REVISTA DO CÍRCULO DE ESTUDOS BANDEIRANTES. Curitiba, n. 21, set. 2007.REVISTA DO HISTORIADOR. São Paulo: Academia Paulista de História, ano 20, n. 141, jul./ago. 2008.REVISTA DO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E HISTÓRIA MILITAR DO BRASIL. Rio de Janeiro, ano 60, n. 86, 2000; ano 66, n. 93, 2006.REVISTA DO INSTITUTO DO CEARÁ. Fortaleza, ano 121, t. 121, v. 121, 2007.REVISTA DO INSTITUTO GEOGRÁFICO E HISTÓRICO DA BAHIA. Salvador, n. 102, 2007.REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE FEIRA DE SANTANA. Feira de Santana, ano 4-5, n. 4-5, 2007-2008. REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE SANTA CATARINA. Florianópolis, n. 25-26, 2006-2007.REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE SERGIPE. Aracaju, n. 37, 2008.REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO ESPÍRITO SANTO. Vitória, ES, n. 61, 2007.REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO. São Luís, n. 27, jul. 2007.REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO SUL. Porto Alegre, ano 87, n. 142, 2007-2008.REVISTA EMERJ. Rio de Janeiro: Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, v. 10, 2007. Edição Especial Comemorativa do Octogésimo Ano do Código de Menores (1927/2007).REVISTA ESPAÑOLA DE ANTROPOLOGÍA AMERICANA. Madrid: Universidad Complutense de Madrid, v. 37, no. 2, 2007; v. 38, no. 1, 2008.REVISTA MARÍTIMA BRASILEIRA. Rio de Janeiro: Serviço de

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Publicações recebidas

Documentação da Marinha, v. 127, n. 10-12, out./dez. 2007; v. 127, dez. 2007. Edição especial: Bicentenário de nascimento [do] Marquês de Tamandaré; v. 128, n. 4-6, abr./jun. 2008.REVISTA RIO DE JANEIRO. Rio de Janeiro: Fórum do Rio de Janeiro/UERJ, n. 16-19, maio 2005/dez. 2006.SÍNTESE DA ECONOMIA BRASILEIRA. Rio de Janeiro: Confederação Nacional do Comércio, 2008.TERRA BRASILIS: dossiê América Latina. Rio de Janeiro: Grupo de Trabalho de História do Pensamento Geográfico no Brasil, ano 2, n. 3, 2001.VERITAS : revista de filosofia. Porto Alegre: PUCRS, v. 52, n. 3, set. 2007.

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):295-295, out./dez. 2008 295

Estatísticas

III.4 – Estatística

PESQUISAS REALIZADAS NA SALA DE LEITURA NO PERÍODO DE OUTUBRO DE 2007 A OUTUBRO DE 2008

CONSULENTES: .................................................................... 2.499LIVROS: .................................................................................. 3.596PERIÓDICOS: ......................................................................... 1.761MANUSCRITOS:..................................................................... 1.955ICONOGRAFIA: ..................................................................... 804MICROFILME: ........................................................................ 01CDs: .......................................................................................... 67

VISITAS AO MUSEU NO ANO DE 2008

VISITAS: .................................................................................. 173

ACESSOS AO SITE NO ANO DE 2008

ACESSOS: ............................................................................... 56.195

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Cadastro Social

IV – QUADRO SOCIALIV.1 – Cadastro Social

A - POR CLASSES

Presidentes Honorários

Dom Juan Carlos de 1. Bourbon, da Espanha 25-05-1983 Palácio de La Zarzuela - Madrid –

Espanha

José Sarney2. 02-10-1985Ala Sen. Ruy Carneiro - Gab. 3 - Anexo II/B - Senado Federal - 70165-900 - Brasília - DF

Fernando Collor de Mello3. 13-12-1991Jornal Gazeta de Alagoas – Av. Aristeu de Andrade, 355 – Farol – Maceió – AL – 57051-090 – Fone.: (82) 3218-7700

Fernando Henrique 4. Cardoso 03-10-1999

Instituto Fernando Henrique Cardoso – Rua Formosa, 367 – 6o andar – Centro – São Paulo – SP – 01049-000 – Fone.: (11) 3359-5000

Jorge Sampaio5. 24-04-2000 Praça Afonso de Albuquerque - Palácio de Belém - 1300 - Lisboa – Portugal

Aníbal Cavaco Silva6. 07-03-2008 Palácio de Belém – Calçada da Ajuda, nº 11 – 1349022 – Lisboa - Portugal

Sócios Eméritos01 – Beneméritos

Luiz de Castro Souza1. 26-06-1963Rua Sebastião Lacerda, 31/507 - Laranjeiras - Rio de Janeiro - RJ - 22240-110 - Fone: (21) 2557-3425

Max Justo Guedes2. 15-12-1967Rua Sambaíba, 166/104 - Leblon - Rio de Janeiro - RJ - 22450-140 - Fone.: (21) 2274-0374

Isa Adonias3. 04-09-1968Rua Tonelero, 125/801 - Copacabana - Rio de Janeiro - RJ - 22030-000 - Fone.: (21) 2257-3304

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008298

Por classes

02 - Eméritos

Enélio Lima Petrovich4. 21-05-1969 Rua Açu, 703 – Tirol – Natal RN – 59020-110 – Fone.: (84) 3222-3050

Augusto Carlos da Silva 5. Telles 19-05-1971 Caixa Postal 85828 - Pati do Alferes - RJ

– 26950-000 - Fone.: (24) 2485-6690

João Hermes Pereira de 6. Araújo 19-05-1971

Rua Gago Coutinho, 66/901 - Laranjeiras - Rio de Janeiro - RJ - 22221-070 - Fone.: (21) 2558-0100

Affonso Arinos de Mello 7. Franco 19-05-1971

Praia de Botafogo, 130/801 – Botafogo - Rio de Janeiro - RJ - 22250-040 - Fone.: (21) 2552-5922

Lygia da Fonseca 8. Fernandes da Cunha 19-05-1971

Rua Senador Vergueiro, 200/409 – Flamengo - Rio de Janeiro - RJ – 22230-001 - Fone.: (21) 2552-6177

Affonso Celso Villela de 9. Carvalho 11-12-1974

Av. Celso Garcia, 564 – Palmas – Paulo de Frontin – RJ - 26650-000 – Fone.: (24) 2471-2566/2468-1340

Luís Henrique Dias 10. Tavares 15-12-1975

Av. Princesa Leopoldina, 214/1003 - Edf. Serza Real – Graça - 40150-080 - Salvador - BA – Fone.: (71) 3245-3524

Cybelle Moreira de 11. Ipanema 15-12-1976

Rua Rui Vaz Pinto, 130/302 – Jardim Guanabara - Ilha do Governador - Rio de Janeiro - RJ - 21931-390 – Fone.: (21) 3393-3927

Thalita de Oliveira 12. Casadei 15-12-1976

Rua Lemos Cunha, 414/402 – Icaraí – Niterói – RJ – 24230-130 – Fone.: (21) 3711-8385.

Claudio Moreira Bento13. 13-12-1978

Casa da Palmeira Imperial – Rua Florença, 266 - Jardim das Rosas - Itatiaia - RJ – 27580-000 – Fone.: (24) 3354-2988

Walter Fernando Piazza14. 13-12-1978Rua Frei Evaristo, 172 – Centro – Florianópolis – SC – 88015-410 Fone.: (48) 3222-3014

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 299

Cadastro Social

Lêda Boechat Rodrigues15. 17-12-1979Rua Paul Redfern, 23/C. 01 – Ipanema - Rio de Janeiro - RJ – 22410-080 - Fone.: (21) 2239-8233

Lucinda Coutinho de 16. Mello Coelho 16-12-1981

Rua Argentina, 306 – Nogueira – Petrópolis – RJ – 25730-120 – Fone.: (24) 2221-0777

Vasco Mariz17. 27-10-1982Av. Atlântica, 2150/1102 - Leme - Rio de Janeiro - RJ - 22021-001 - Fone.: (21) 2255-9517

Sócios Titulares

Pedro Jacinto de Mallet 1. Joubin 11-12-1974

Rua Senador Eusébio, 30/204 – Flamengo – Rio de Janeiro - RJ – 22250-020 - Fone.: (21) 2552-7460

Arno Wehling2. 15-12-1976Rua Soares Cabral, 59/603 – Laranjeiras - Rio de Janeiro - RJ 22240-070 - Fone.: (21) 2553-5677

Waldir da Cunha3. 15-12-1976Rua Belfort Roxo, 158/302 – Copacabana – Rio de Janeiro - RJ – 22020-010 - Fone.: (21) 2541-5613/9826

José Pedro Pinto Esposel4. 13-12-1978Rua Comte. Miguelote Viana, 141 Icaraí – Niterói - RJ - 24220-190 – Fone.: (21) 2711-8663

Evaristo de Morais Filho5. 10-12-1980

Rua Domingos Ferreira, 102/303 - Copacabana – Rio de Janeiro - RJ - 22050-010 – Fone.: (21) 2547-5629 / 2240-8314

Paulo Werneck da Cruz6. 10-12-1980Rua Canning, 10/602 - Ipanema - Rio de Janeiro - RJ - 22081-040 – Fone.: (21) 2287-6966

Guilherme de Andréa 7. Frota 16-12-1981

Av. Rui Barbosa, 16/1802 - Flamengo – Rio de Janeiro - RJ - 22250-020 - Fone.: (21) 2551-8717

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008300

Por classes

Arnaldo Niskier8. 16-12-1981Rua Prudente de Morais, 765 - Cob. 02 – Ipanema - Rio de Janeiro - RJ – 22420-043 - Fone.: (21) 2267-7655

Evaldo José Cabral de 9. Mello 28-10-1987

Rua Barão de Jaguaribe, 297/301 - Ipanema - Rio de Janeiro - RJ - 22421-000 - Fone.: (21) 2247-2574

Joaquim Victorino 10. Portella Ferreira Alves 13-07-1988

Av. Atlântica, 1536/801 - Copacabana – Rio de Janeiro - RJ - 22021-000 - Fone.: (21) 2295-2000 / 2541-3000

Alberto Venâncio Filho11. 17-08-1988Praia de Botafogo, 132/401 - Botafogo - Rio de Janeiro - RJ - 22250-040 - Fone.: (21) 2551-0159

Eduardo Silva12. 17-08-1988Rua Viúva Lacerda, 300/601 - Humaitá - Rio de Janeiro - RJ - 22261-050 – Fone.: (21) 2539-5845

José Arthur Rios13. 29-03-1989Travessa do Oriente, 83 - Santa Teresa - Rio de Janeiro - RJ – 20240-120 - Fone.: (21) 2224-6765

Marilda Corrêa Ciribelli14. 07-06-1989Rua Lopes Trovão, 89/801 - Icaraí – Niterói – RJ - 24220-070 – Fone. (21) 2711-4305

Maria da Conceição de 15. Moraes Coutinho Beltrão 20-09-1989

Rua Prudente de Morais, 1179 - Cob. 01 – Ipanema - Rio de Janeiro - RJ – 22420-041 – Fone.: (21) 2513-2691

Carlos Wehrs16. 29-11-1989Rua Senador Vergueiro, 154/1203 – Flamengo - Rio de Janeiro - RJ – 22230-001 - Fone.: (21) 2551-6916

Francisco Luiz Teixeira 17. Vinhosa 12-12-1990

Estr. Caetano Monteiro, 2835 - Rua B, 356 – Pendotiba - Niterói - RJ – 24310-030 - Fone.: (21) 2617-6818Rua Sergipe, 472 / 1206 – Funcionários – 30130-170 – Belo Horizonte – MG – Fone: (31)3212-4504

Antônio Gomes da Costa18. 29-04-1992Av. Osvaldo Cruz, 121/902 – Flamengo – Rio de Janeiro – RJ – 22250-060 – Fone.: (21) 2253-5351

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 301

Cadastro Social

João Maurício Ottoni 19. Wanderley de Araújo Pinho

29-04-1992Rua Pio Correia, 55 - Jardim Botânico - Rio de Janeiro - RJ – 22461-240 - Fone.: (21) 2252-7059

Jonas de Morais Correia 20. Neto 24-06-1992

Rua Prof. Eurico Rabelo, 139 – Maracanã – Rio de Janeiro - RJ – 20271-150 - Fone.: (21) 2569-7782

Esther Caldas Bertoletti21. 16-12-1992

Rua das Laranjeiras, 147/204 – Laranjeiras – Rio de Janeiro - RJ – 22240-000 - Fone.: (21) 2557-5604 / 2557-5625

Victorino Coutinho 22. Chermont de Miranda 16-12-1992

Rua Eurico Cruz, 47/1101 - Jardim Botânico - Rio de Janeiro - RJ - 22461-200 - Fone.: (21) 2535-2273

Elysio Custódio 23. Gonçalves de Oliveira Belchior

09-06-1993Rua Homem de Melo, 347/701 - Tijuca – Rio de Janeiro - RJ - 20510-180 - Fone.: (21) 2571-9561 / 3804-9265

Luiz Felipe de Seixas 24. Corrêa 09-06-1993

Embaixada do Brasil no Vaticano – Via della Conciliazione 22 – 3 piano 00193 – Roma - Itália

Miridan Britto Falci25. 09-06-1993Rua Des. Alfredo Russel, 50/101 – Leblon - Rio de Janeiro - RJ - 22431-030 - Fone.: (21) 2274-0302

Ronaldo Rogério de 26. Freitas Mourão 08-06-1994

Av. do Exército, 105 - Casa - Quinta da Boa Vista - 20910-020 – Rio de Janeiro - RJ - Fone.: (21) 2580-7154

Helio Jaguaribe de Mattos27. 14-12-1994Rua Fernando Magalhães, 45 – Jardim Botânico – Rio de Janeiro – RJ – 22460-210 – Fone: 3205-4668

Pedro Carlos da Silva 28. Telles 14-12-1994

Rua Voluntários da Pátria, 181/201 – Botafogo - Rio de Janeiro - RJ - 22270-000 - Fone.: (21) 2538-0726

Marcos Guimarães 29. Sanches 28-06-1995

Rua Barão de São Borja, 23/101 – Meier - Rio de Janeiro - RJ – 20720-300 – Fone.: (21) 2592-9224

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008302

Por classes

Vera Lucia Bottrel Tostes30. 18-12-1996

Rua Francisco Otaviano, 23 - Bl. 2 - apt. 301 – Copacabana – Rio de Janeiro - RJ – 22080-040 - Fone.: (21) 2287-9282 - (21) 2220-2328 (museu)

Hélio Leoncio Martins31. 13-08-1997Rua Raul Pompéia, 53/501 – Copacabana – Rio de Janeiro - RJ – 22080-000 - Fone.: (21) 2522-4742

Cândido Antonio Mendes 32. de Almeida 13-08-1997

Rua Paulo Cesar de Andrade, 70/302 - Laranjeiras - Rio de Janeiro - RJ- 22221-090 – Fone.: (21) 2264-1725 - Trab.: Praça XV de Novembro, 101/ sl. 26 – Centro - Rio de Janeiro - RJ – 20010-010 – Fone.: (21) 2531-2310 – Fax: 2533-4782

Fernando Tasso Fragoso 33. Pires 28-04-1999

Rua Arthur Araripe, 53/702 – Gávea – Rio de Janeiro – RJ – 22451-020 – Fone.: (21) 2239-7491

Alberto Vasconcellos da 34. Costa e Silva 21-08-2002

Rua das Laranjeiras, 322/401 – Laranjeiras – Rio de Janeiro – RJ – 22240-002 – Fone.: (21) 2265-2002

Maria de Lourdes Viana 35. Lyra 19-11-2003

Rua das Acácias, 101/904 – Gávea – Rio de Janeiro – RJ – 22451-060 – Fone.: (21) 2274-3436

Armando de Senna 36. Bittencourt 25-08-2004

Rua Alberto de Campos, 107/cob. 2 – Ipanema – 22411-030 – Rio de Janeiro – RJ – Fone.: (21) 2267-5965

Roberto Cavalcanti de 37. Albuquerque 15-12-2004

Rua Paula Freitas, 104/405 – Copacabana – Rio de Janeiro – RJ – 22040-010 – Fone.: (21) 2235-8742 / 8743

Sócios Honorários Brasileiros

Jarbas Gonçalves 1. Passarinho 29-04-1970

SHIS - QL 06 – Conj. 08 - Casa 7 - Lago Sul – Brasília - DF - 71620-085 - Fone.: (61) 3248-0820

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 303

Cadastro Social

Dom Eugênio de Araújo 2. Sales 19-05-1971

Rua Visconde de Pirajá, 339/8º andar – Ipanema - Rio de Janeiro – RJ – 22410-003 - Fone.: (21) 2267-1255

Ibrahim Abi-Ackel3. 25-05-1983Rua Curitiba, 2427/301 - Lourdes - Belo Horizonte - MG - 30170-122 – Fone.: (31) 3337-1479 - 3337-8454

Paulo Brossard de Souza 4. Pinto 30-09-1987

Rua Dario Pederneiras, 347 – Petrópolis – Porto Alegre - RS - 90630-090 – Fone.: (51) 3321-8588

Antônio Henrique Cunha 5. Bueno 13-07-1988

Rua Líbero Badaró, 293/13º. and. Conj. A – Centro – São Paulo – SP – 01009-907 – Fone.: (11) 3105-7121

Celina Vargas do Amaral 6. Peixoto 17-08-1988 Av Vieira Souto, 324 – ap 301 -= Ipanema

– Rio de Janeiro – RJ – 22420-000

José Ephraim Mindlin7. 17-08-1988

Av. Alfredo Egídio de Souza Aranha, 75 – Conj. 51/5o and. – Vila Cruzeiro – São Paulo – SP – 04726-170 – Fone.: (11) 5641-0493

Kátia M. Queirós Mattoso8. 21-12-1988 Rua Square Thiers - 75116 - Paris - França – Fone.: (331) 4553-7141

Marcos Castrioto de 9. Azambuja 05-09-1990

Praia do Flamengo, 392/2º and. – Flamengo – Rio de Janeiro – RJ - 22210-030 – Fone.: (21) 2551-1613 / 2553-2454

João de Scantimburgo10. 24-11-1993Rua Prof. Picarolo, 115/4º andar B - São Paulo - SP – 01332-020 – Fone.: (11) 2287-4951

Sérgio Paulo Rouanet11. 24-11-1993Av Afrânio de Melo Franco, 393 – ap 203 – Leblon – Rio de Janeiro – RJ - 22430-060 – Fone: 2274-2875

Alexandre Miranda 12. Delgado 28-06-1995

Rua Carvalho Alvim, 87/204 - Tijuca – Rio de Janeiro - RJ - 20510-100 - Fone.: (21) 2208-6214

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008304

Por classes

Pe. Fernando Bastos de 13. Ávila, S.J. 29-11-1995

Rua Bambina, 115 – Botafogo - Rio de Janeiro - RJ – 22251-050 – Fone.: (21) 3527-2903

José Murilo de Carvalho14. 29-11-1995Rua Senador Vergueiro, 154/1004 – Flamengo - Rio de Janeiro – RJ – 22230-001

Antonio Candido de Melo 15. e Souza 13-08-1997

Alameda Joaquim Eugênio de Lima, 1196/apt. 5 - Jardim Paulista - São Paulo - SP – 01403-002 - Fone.: (11) 3887-6194

Antonio Ferreira Paim16. 13-08-1997Instituto Tancredo Neves – Senado Federal – Anexo I – 26º. Andar – 70165-900 – Brasília – DF

Celso Lafer17. 13-08-1997 Av. Brigadeiro Faria Lima, 1306/10º. – Centro – São Paulo – SP- 01451-914

Eulália Maria Lahmeyer 18. Lobo 13-08-1997

Rua Senador Simonsen, 42/401 – Jardim Botânico - Rio de Janeiro - RJ – 22461-040 - Fone.: (21) 2539-7840

José Roberto Teixeira 19. Leite 13-08-1997

Rua Angatuba, 618 – Pacaembu - São Paulo - SP - 01247-000 - Fone.: (11) 3873-4095

Marcos Vinicios 20. Rodrigues Vilaça 13-08-1997

QL 10 – conj 1 - casa 16 - Lago Sul – Brasília - DF - 71630-015 - Fone.: (61) 3248-6678

Roberto DaMatta21. 13-08-1997Estrada de Itaipu –Alameda 3 - casa 33 - Jardim Ubá - Itaipu- Niterói - RJ-24350-370 - Fone.: (21) 3709-1925

Tarcísio Meirelles Padilha22. 13-08-1997Rua Sá Ferreira, 188/704 – Copacabana - Rio de Janeiro - RJ – 22071-100 - Fone.: (21) 2521-1102

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 305

Cadastro Social

Francisco Correa Weffort23. 16-12-1998Av Epitácio Pessoa, 2800 – ap 403 – Lagoa – Rio de Janeiro – RJ – 22471-003 – Fone: 2267-6628 / 2513-2058

Luiz Felipe Lampreia24. 05-07-2000Rua Cupertino Durão, 148/401- Leblon – Rio de Janeiro - RJ – 22441-030 - Fone.: (21) 2529-2993

Fernando Segismundo 25. Esteves 04-07-2001

Rua General Azevedo Pimentel, 21/201 – Copacabana - Rio de Janeiro – RJ - 22011-050 - Fone.: (21) 2236-1632

Pedro Karp Vasquez26. 21-08-2002Praia de Icaraí, 237/1302 – Bloco B – Niterói – RJ – 24230-003 – Fone.: (21) 2714-1700

Célio de Oliveira Borja27. 19-11-2003Rua Bulhões de Carvalho, 527/801 – Copacabana – Rio de Janeiro – RJ – 22081-000 – Fone.: (21) 2247-3287

Davis Ribeiro de Sena28. 15-12-2004Rua XV de Novembro, 132 – ap 702 – Centro – Campo Grande – MS – 79002-141

Ondemar Ferreira Dias Jr.29. 15-12-2004Rua Ribeiro Guimarães, 220/403 – Vila Isabel – 20511-070 – Rio de Janeiro – RJ – Fone.: (21) 3612-0267 / 2264-9806

Lucia Maria Paschoal 30. Guimarães 28-09-2005

Rua Alm. Tamandaré, 38/301 – Flamengo – Rio de Janeiro – RJ – 22210-060 – Fone.: (21) 2265-1610

Melquíades Pinto Paiva31. 28-09-2005Rua Baronesa de Poconé, 71/701 – Lagoa – Rio de Janeiro – RJ 22471-270 – Fone.: (21) 2266-7880

Mary Lucy Murray Del 32. Priore 04-10-2006

Chácara do Ipê – Estr. do grande Circuito, 35 – Parque do Imbuí – Teresópolis – RJ – 25970-480 – Fone.: (21) 2641-9468

Antônio Izaias da Costa 33. Abreu 17-10-2007

Rua Barão do Flamengo,. 3 ap 1101 – Flamengo – Rio de Janeiro – RJ – 22220-080 - Fone: 3133-3614 (TJ)

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008306

Por classes

Dora Monteiro e Silva de 34. Alcântara 17-10-2007

Av Epitácio Pessoa, 3400 – ap 1108 – Lagoa – Rio de Janeiro – RJ – 22471-001 – Fone:2539-7994

Isabel Lustosa35. 17-10-2007Rua Fonte da Saudade, 265 – ap 302 – Lagoa – Rio de Janeiro – RJ – 22471-210 – Fone:2537-3097(FCRB)

Pedro Aranha Corrêa do 36. Lago 17-10-2007

Av Visconde de Albuquerque., 871 – Leblon – Rio de Janeiro - RJ – 22450-001 – Fone: 2239-4196

Antônio Celso Pereira 37. Alves 10-12-2008

Rua Marina Guimarães, 197 – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro – RJ – 22793-236 – Fone: 3325-8685 / 3326-2928

D. João de Orléans e 38. Bragança 10-12-2008

Rua Fresca, 4 – Centro Histórico de Paraty – Paraty – RJ – 23970-000 – Fone: (24) 3371-6143

Kenneth Henry Lionel 39. Light 10-12-2008

Rua da Imperatriz, 65 – ap 502 – Petrópolis – RJ – 25685-320 - Fone: (24) 2242-58931

Luiz Cláudio Aguiar40. 10-12-2008Praia do Flamengo, 82 – ap 1101 – Flamengo – Rio de Janeiro – RJ – 22210-030 – Fone: 2556-4626

Sócios Honorários Estrangeiros

Daisaku Ikeda1. 25-08-2004Rua Miguel Fernandes, 229 – Méier – 20780-060 – Rio de Janeiro – RJ – Fone.: (21) 2501-2336

Sócios Correspondentes Brasileiros

Fernando da Cruz Gouvêa1. 17-12-1979Rua Padre Carapuceiro, 399/701 – Boa Viagem - Recife - PE – 51020-280 – Fone.: (81) 3465-4674

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 307

Cadastro Social

Vamireh Chacon de 2. Albuquerque Nascimento 14-12-1983

Garvey Park Hotel – SHN – Qd 2 – Bl J – ap 716 – 70710-300 – Brasília – DF – (61)3329-8516 / 3329-8400 / 3327-9064

Gabriel Augusto de 3. Mello Bittencourt 02-10-1985

Rua Chapot Presvot, 214/801 - Praia do Canto - Vitória - ES – 29055-410 – Fone.: (27) 3324-2586

Hilgard O’Reilly 4. Sternberg 29-07-1987

Departament of Geography - 4GEO1 – University of California Berkeley – California – 94720 – USA

Côn. José Geraldo 5. Vidigal de Carvalho 29-07-1987 Praça do Rosário, 15 – Viçosa - MG –

36570-000 - Fone.: (31) 3891-1144

Alberto Martins da Silva6. 13-07-1988 SQN 205 – Bloco D - ap 303 – Brasília - DF - 70843-040 - Fone.: (61) 3347-4385

Consuelo Pondé de Sena7. 29-03-1989Av. Princesa Leopoldina, 288/301 Graça - Salvador - BA – 40150-080 - Fone.: (71) 3336-6205 / 3247-6669

Edivaldo Machado 8. Boaventura 29-09-1989

Rua Dr. José Carlos, 99/801 – Ed. Parque das Mangueiras – Acupe de Brotas – Salvador – BA 40290-040 - Fone.: (71) 3340-8505

Altiva Pilatti Balhana9. 12-12-1990Rua Padre Anchieta, 1025/112 – Curitiba – PR - 80430-060 - Fone.: (41) 3336-1822

Carlos Humberto 10. Pederneiras Corrêa 29-04-1992

Rua Alan Kardec, 181 – Agronômica – Florianópolis - SC – 88025-100 – Fone.: (48) 3228-2185 / 3228-0824

Nachman Falbel11. 29-04-1992Rua Duarte da Costa, 166 - Lapa – São Paulo - SP - 05080-100 – Fone.: (11) 3834-6063

Aziz Nacib Ab’Saber12. 24-06-1992 Rua Brasiléia, 472 - Granja Viana - Cotia – SP - 06700-000

Helga Iracema Landgraf 13. Piccolo 02-09-1992

Rua Prof. Idelfonso Gomes, 53 – Porto Alegre - RS - 91900-130 – Fone.: (51) 3264-7207

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008308

Por classes

Luiz Fernando Ribeiro 14. Soutelo 02-09-1992

Rua Dep. Carvalho Dedo, 379/103 – Solopedo – Aracajú - SE- 49025-070 – Fone.: (79) 3231-2318 / 3224-2127 / 3224-2128

Sonia Maria Demoner15. 02-09-1992Av. Antonio Gil Veloso, 2350/604 – Praia da Costa - Vila Velha – ES – 29101-012 - Fone.: (27) 3229-7106

Leonardo Dantas Silva16. 16-12-1992Rua Marquês de Maricá, 73 – Torre – Recife - PE - 50711-120 – Fone.: (81) 3227-4910

José Octávio de Arruda 17. Mello 24-11-1993

Av. Senador Ruy Carneiro, 425 - João Pessoa – PB - 58032-100 - Fone.: (83) 2247-7926

Maria Luiza Marcílio18. 08-06-1994Rua Pe. João Manuel, 774/142 – São Paulo – SP - 01411-000 - Fone.: (11) 3282-8550

Maria Beatriz Nizza da 19. Silva 14-12-1994

Rua Fialho de Almeida, 26/3º. – Lisboa – Portugal – 1000 – Fone: 351-21-4835019

Sonia Apparecida de 20. Siqueira 14-12-1994

Av. Cons. Rodrigues Alves, 966/32 - São Paulo - SP - 04014-010 – Fone.: (11) 5579-8281

Wilson Martins21. 14-12-1994Av. João Gualberto, 1435 ap. 71 – Curitiba – PR - 80030-001 - Fone.: (41) 3252-5515

Vicente Salles22. 28-06-1995 SQS 210 - Bl. A - ap. 508 – Brasília - DF - 70273-010 - Fone.: (61) 3244-6757

Cid José Teixeira 23. Cavalcante 29-11-1995

Rua das Violetas, 85 - Pituba – Salvador – BA - 41810-080 - Fone.: (71) 3452-1828.

Luiz Alberto Dias 24. Lima de Vianna Moniz Bandeira

18-12-1996Reilinger Strabe 19 - 68789 - St. Leon-Rot - Deutschland – CP 10096- Fone.: 49-62-27880534

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 309

Cadastro Social

Dom Carlos Tasso de 25. Saxe-Coburgo e Bragança 16-12-1998

Quinta de São Fernando – apartado 166 – 8700-906 – Moncarapacho – Algarve – Portugal Fone.: 351-916719161

Ricardo Vélez Rodríguez26. 16-12-1998

Praça Jarbas de Lery Santos, Bl. 11/502 – 30016-390 - São Mateus - Juiz de Fora – MG – Fone: (32) 3232-2878 / 3212-7994

José Mendonça Teles27. 28-04-1999Rua SB 11 QD 6 – Lt 7 – Portal do Sol I – 74884-597 – Goiânia - GO – Fone.: (62) 3275-3268

Marcus Joaquim Maciel 28. de Carvalho 04-07-2001

Rua Pacífico dos Santos, 63/101 – Paissandu - 52010-030 - Recife - PE – Fone.: (81) 3325-3557

Synesio Sampaio Goes 29. Filho 04-07-2001

SMDB – Cj 26 – Casa 8/9 – Lago Sul – 71680-260 – Brasília – DF – Fone: (61) 3367-1351

Elizabeth Madureira 30. Siqueira 10-07-2002

Rua Quatro, 630 – Boa Esperança – 78068-724 – Cuiabá – MT – Fone.: (65) 3627-6268 / 6247

Jaime Lustosa de Altavila31. 10-07-2002Rua Marieta Lage, 80 – Farol – 57050-130 – Maceió – AL – Fone.: (82) 3223-5297

Léa Brígida Rocha de 32. Alvarenga Rosa 10-07-2002

Av. Saturnino de Brito, 1001/502 – Praia do Canto – 29055-180 – Vitória – ES – Fone.: (27) 3227-9886

Luís Alberto Cibils33. 10-07-2002Av. 24 de outubro, 627/301 – 90040-150 – Porto Alegre – RS – Fone.: (51)3222-8594/3228-2610

Luiz Hugo Guimarães34. 10-07-2002Rua Aurora, 28/201 – 58043-270 – João Pessoa – PB – Fone.: (83) 3247-2481/8103

Maria Thetis Nunes35. 10-07-2002 Av. Ivo do Prado, 820/701 – Centro – 49015-330 – Aracaju – SE

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008310

Por classes

Marcio Augusto de 36. Freitas Meira 27-08-2003

SQ SW 103 – Bl. E – ap. 605 – 70670-309 – Brasília – DF – Fone.: (61) 3316-2149/2151

Arno Alvarez Kern37. 19-11-2003Av. Ipiranga, 6681 – Prédio 3 – sala 303 – Partenon – 90619-900 – Porto Alegre – RS – Fone.: (51) 3320-3534

Caio César Boschi38. 19-11-2003Rua Ramalhete, 550/900 – Serra – 30210-500 – Belo Horizonte – MG – Fone.: (31) 3319-4299

Carlos Henrique Cardim39. 19-11-2003 SQS 216 – Bl. A – apt. 406 – 70295-010 – Brasília – DF – Fone.: (61) 3245-8309

Corcino Medeiros dos 40. Santos 19-11-2003

Condomínio Vivendas Friburgo – Módulo I – Casa I – Sobradinho – 73074-013 – Brasília – DF – Fone.: (61) 3485-0250

José Jobson de Andrade 41. Arruda 25-08-2004

Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 1465 – apt. 81 – Jardim Paulistano – 01441-903 – São Paulo – SP – Fone.: (11) 3088-6365 – Fax: (11) 3081-9907

Luiz Antonio Barreto 42. 25-08-2004Av. Ivo do Prado, 160 – Centro – 49010-050 – Aracaju – SE – Fone.: (79) 3214-5301

Márcia Elisa de Campos 43. Graf 25-08-2004

Rua Ângelo Sampaio, 860 – Batel – 80250-120 – Curitiba – PR – Fone.: (41) 3242-9879

Agaciel da Silva Maia44. 15-12-2004QL 6 – Conj. 7 – Casa 20 – Lago Sul – 71620-075 – Brasília – DF – Fone.: (61) 3311-4001 – Fax.: (61) 3321-4666

Ático Frota Vilas-Boas 45. da Mota 15-12-2004

R. Dr. Manoel Vitorino, 411 – Coité – 46500-000 – Macaúbas – BA – Fone.: (77) 3473-1292 – Fax.: (77) 3473-2005

Maria Cecília Londres 46. Fonseca 15-12-2004

SQS 314 – Bl. E – Ap. 202 – 70383-050 – Brasília – DF – Fone.: (61) 3245-5092 - (21) 2541-1173

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 311

Cadastro Social

Douglas Apratto Tenório47. 28-09-2005

Rua Deputado José Lajes, 395 – Ponta Verde – Maceió – AL – 57035-330 – Fone.: (82) 3327-9916 – Fax: (82) 3221-0402

Nestor Goulart Reis Filho48. 28-09-2005Rua Gaspar Lourenço, 138 – São Paulo – SP – 04107-001 – Fone.: (11) 3289-2167 / 3091-4556

Adilson Cezar49. 04-10-2006Av. Jorge Zamur, 1212 – Parque Ibiti do Paço – Sorocaba – SP – 18086-050 – Fone.: (15) 3328-4733 / 3228-7041

Hildebrando Campestrini50. 04-10-2006Av. Tamandaré, 331 – ap. 32 – Campo Grande – MS – 79009-790 – Fone.: (67) 3397-0181

Pe. José Carlos Brandi 51. Aleixo, S.J. 04-10-2006

Centro Cultural – Av. L 2 N – Q. 601–B – Brasília – DF – 70830-010 – Fone.: (61) 3224-9974 – Fax.: (61) 3426-0400/0401

Lilia Katri Moritz 52. Schwarcz 04-10-2006

Rua Salvador de Mendonça, 95 – Jardim Paulistano – São Paulo – SP – 01450-040 – Fone.: (11) 3031-6614

Marco Antônio de 53. Oliveira Maciel 04-10-2006

Senado Federal – Praça dos Três Poderes – Anexo I – 5o and. – Salas 1 a 6 – Brasília – DF – 70165-900 – (61) 3311-5710/5719

Geraldo Mártires Coelho54. 17-10-2007Rua dos Periquis, 3145 – ap 801 – Belém – PA – 66040-320 – Fone: (91) 9995-7280

Reinaldo José Carneiro 55. Leão 10-12-2008

Rua Desembargador Célio de Castro Montenegro, 32 – ap 2501 – Ed. Solar de Palmeiras – Monteiro – Recife – PE – 52070-008

Sócios Correspondentes Estrangeiros

Silvio Zavalla1. 15-04-1958 Av. Del Observatório, 192 – Tacubaya – México 18

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008312

Por classes

Manuel Ballesteros 2. Graibois 09-09-1958

Facultad de Antropologia y Etnologia de América – Ciudad Universitária – Madri – Espanha

Robin A. Humphreys, 3. OBE 21-05-1969 St. James’ Close - Prince Albert Road –

London NW8 7 LG – Inglaterra

Ernesto Reguera Sierra4. 29-04-1970 Siclair 3129 – 3º B - Buenos Aires - Argentina

Harry Bernstein5. 17-10-1984 191 Lexington Avenue - Freeport - Nova York – 11520 - USA

Guillermo Morón6. 25-05-1988Urb. Horizonte – Transversal 11 - Qta Maria Eugenia - Caracas - ZP 1070 – Estado Miranda Venezuela

Rollie E. Poppino7. 02-05-1990 Departament of History of California – Davis - California – 95616 – USA

Boris Nikolaievitch 8. Komissarov 12-12-1990 Ul. Parachutnaia, 12 Kv. 715 – 197341 –

Leningrado - Rússia

Bernardino Bravo Lira9. 02-09-1992 Casilla 13199 – Santiago - Chile

Aniello (Nello) Angelo 10. Avella 02-09-1992

Via Giuseppe Verdi, 2 – 00040 – Montecompatri – Roma – Itália – Fone.: 39-06-94789019 –

Haim Avni11. 02-09-1992 74 Tcheraikowsky St. – Jerusalém - Israel - 92585

Juan Bautista Rivarola 12. Paoli 02-09-1992 Av. Fernando de la Mora, 1493 – 554202

- Assunção – Paraguai

Valentín Abecia 13. Baldivieso 02-09-1992 Edf. Alba – Colombia 440 - 2º Piso – La

Paz – Bolívia - Fone.: 372726 372545

Alícia Elena Vidaurreta14. 16-12-1992Humahuaca 4037 – 1192 Buenos Aires - Argentina - Fone.: 54 1 4862-4871 / 4863-9823

Leslie Bethell15. 16-12-1992 Rua Paul Redfern, 24 – 3º andar Ipanema – Rio de Janeiro – RJ - 22410-080

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 313

Cadastro Social

Kenneth R. Maxwell16. 24-11-1993

David Rockefeller Center for Latin American Studies – Harvard University - 61 Kirkland Street - Cambridge - MA – 02138 - USA - Fone.: (617) 496-4780

Stuart B. Schwartz17. 24-11-1993Yale University – Po Box 208324 – New Haven – CT 06520 – USA – Fone.: (203) 432-1375

Claude Fouquet18. 08-06-1994 10, Rue Pérignon – 75007 – Paris – França

Daniel Restrepo 19. Manrique 08-06-1994

Calle Claudio Coello, 123 piso 4 – 28006 – Madrid – Espanha – Fone.: (341) 581-5286 / 581-1832

Marianne L. Wiesebron20. 08-06-1994 Druivenlaan 6 –– Westmalle – Bélgica - 2390- Fone: 32-3-311-6175

Jorge Salvador Lara21. 14-12-1994 R. Guarderas, 434 - Quito – Equador

Claude Lévi-Strauss22. 13-08-1997Laboratoire D’Anthropologie Sociale – Collége de France, 52 - Rue du Cardinal Lemoine –- Paris - 75005

Ludwig Lauerhass, Jr.23. 13-08-1997319 Dalkeith Avenue - Los Angeles – California - 90049 - Fax.: 1-310-206-6859

Richard Graham24. 13-08-1997 110 – Vuelta Sabio - Santa Fé – Novo México – 87506 - USA

Anthony John Russell-25. Wood 16-12-1998

Departament of History - The Johns Hopkins University – Baltimore -Maryland 21218 - USA- Fone.: 1.410.516-7584

Christophe Wondji26. 16-12-1998Coordonnateur des Projets D’Histoires - 1, Rue Miollis – 75732 - Paris, Cedex 15 – France – Fone: (331) 45.68.55.95

Horst Pietschmann27. 16-12-1998Von-Melle – Park 6, 20146 – Hamburgo - Alemanha – Fone.: (040) 4123-4841/4839

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008314

Por classes

Miguel León-Portilla28. 05-07-2000Calle Alberto Samora, 131 – Caioacan – 04000 - México – Fone.: (55-21) 509-5107

Thomas Skidmore29. 05-07-200044 Halsey Street, 3 – Providence – Rhode Island – RI - 02906 – USA - Fone.: 5212351

Joaquim Antero Romero 30. de Magalhães 04-07-2001

Rua Machado de Castro, 247 - 2º Esq. – 3000 - Coimbra – Portugal – Fone: 351-3929571

José Enrique Silva31. 04-07-2001

Academia Salvadoreña de Historia – Calle La Mascota, 525 – Colonia La Mascota - San Salvador - El Salvador - Fone: (503) 2638002

Luis E. Gonzales Vales32. 04-07-2001

Academia Puertorriqueña de Historia – Apartada - 9021447 – San Juan de Puerto Rico – 00902 - 1447 - Fone: 1-787-7234481

Rafael Fernandes Heres33. 04-07-2001

Academia Venezuelana de Historia – Palacio de las Academias - Av. Universidad – Bolsa a San Francisco – Caracas - 1010 - Venezuela - Fone.: 58-2-4839435 / 4844306

Roberto Quevedo34. 04-07-2001

Academia Paraguaya de la Historia - Avda. Artigas y Andrés Barbaro – Asunción – Paraguai - Fone: 59-521-202552 / 600568

Sergio Martínez Baeza35. 04-07-2001 Calle Pedro Canisio, 1213 – ap. 161 – Vitacura – Santiago do Chile – Chile

Carmen Maria Radulet36. 10-07-2002 Vila Val D’Ossola, 25 – 00141 – Roma – Itália – Fone: 3906-97194344

Marcus Soares 37. Albergaria de Noronha da Costa

10-07-2002Palacio do Salvador – Largo do Salvador, 22 – 1100-462 – Lisboa – Portugal – Fone: 351-21-8866282

Rolf Nagel38. 10-07-2002 Heesenstrasse, 16-40549 – Düsseldorf – Alemanha – Fone: 211-501091

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 315

Cadastro Social

Alberto Gallo39. 19-11-2003 Via Re, 112 – 10146 – Torino – Itália – Fone.: 39-011-720800

Antonio Manuel Botelho 40. Hespanha 19-11-2003

Rua Luís de Freitas Branco, 26 – 6º Esq, 1600 – Lisboa – Portugal – Fone: 351217594915

Antonio Salum-Flecha41. 19-11-2003 Elías Ayala 970 – Asunción – Paraguay – Fone.: 595-21-613227

Eddy Odiel Gerard Stols42. 19-11-2003Herent, Tover Bergstraat 5-5, 3020 – Veltem-Beisem – Bélgica – Fone.: 32.16.48.98.32

Berthold Zilly43. 25-08-2004 Spessartstr. 21 – 14197 – Berlim – Alemanha – Fone: 49-30-8224126

Lydia Magalhães Nunes 44. Garner 25-08-2004

111 – East Sierra Circle – San Marcos – Texas – 78666 – USA – Fone: 512-245-3745

Manuela Rosa Coelho 45. Mendonça de Matos Fernandes

15-12-2004Rua Teófilo Braga, 1 – 5º. and. – 2685-243 – Portela de Sacavém – Portugal – Fone: 351-219432249

Lucien Provençal46. 28-09-2005 51, Rue Felix Cléry – Marvivo – La seyne-sur-mer, Var – 83.500 - França

Mary Karasch47. 28-09-2005

Oakland University – Departament of History – College of Arts and Sciences – Rochester – Michigan – 48309-4483 – USA – Fone.: (248) 370-3510

Jean Pierre Blay48. 04-10-2006 1 Rue Benjamin Raspail, 60100 – CREIL – FRANÇA – Fone: 344260653

Andrée Mansuy-Diniz 49. Silva 10-12-2008

Estrada Nacional 10, 676 – Estrelinha – Monte de Caparica – Lisboa – Portugal - 2825

Nuno Álvares Pereira de 50. Castro 10-12-2008

Rua Visconde de Pirajá, 605 – Cob – Ipanema – Rio de Janeiro – RJ – 22410-003 – Fone: 2274-4719

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008316

Por classes

Sócios Correspondentes Portugueses

Joaquim Veríssimo Serrão1. 16-08-1967

Rua Capitão Renato Batista, 81 - 3º Dt.º - Lisboa - Portugal – 1000 – Fone.: (35119) 524616 Casa dos Pinheiros/Salmeirim, lote 3 – Santarém – Portugal - 2000

Fernando Castelo-Branco2. 11-12-1978 Rua David de Souza, 14 - 2º. - E – Lisboa – Portugal - 1000

Mário Júlio Brito de 3. Almeida Costa 27-10-1982 Av. Infante Santo, 15 - 7º. - 7 – Lisboa –

Portugal - 1300

Martim de Albuquerque4. 27-10-1982 Av. General Norton de Matos, Lote 6 - A - 10º. - E - 1495 – Lisboa - Portugal

Vitorino Magalhães 5. Godinho 02-10-1985

Rua D. Estefânia, 118 - 3º - E - 1000 – 158 – Lisboa - Portugal - Fone.: 351-13 - 141874

Aníbal Pinto de Castro6. 25-05-1988

Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra - Av. Álvaro Anes de Cernache, 30 – Cernache - Coimbra – Portugal - 3000 - Fone.: 94279

Carlos da Costa Gomes 7. Bessa 20-09-1989

Rua de Goa, 18 – 2º - Caxias – 2780 – Oeiras – Portugal – Fone 351-21-4432426

Pedro Mário Soares 8. Martinez 02-05-1990 Rua de S. Bento, 26 – 1200-819 - Lisboa

– Portugal – Fone: 351-21-3974280

Humberto Carlos Baquero 9. Moreno 02-09-1992

Rua S. João de Brito, 471 – 1º Esq 4100-454 – Porto – Portugal – Fone: 351-22-6173045

Antônio Manuel Dias 10. Farinha 16-12-1992

Rua Carlos Calisto, 4 - 9º Dto – Lisboa – Portugal – 1400-043 - Fone.: 351-21-3015653

Antônio Pedro de Araujo 11. Pires Vicente 24-11-1993

Av. João XXI, nº 4, 3º Esq. – Lisboa – Portugal -1000-301 - Fone.: 351-21-8049104

Eugenio Francisco dos 12. Santos 14-12-1994 Rua Duque da Terceira, 381 – 4º Esq –

4000-537 – Porto – Portugal

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 317

Cadastro Social

José Vitorino de Pina 13. Martins 29-11-1995

Rua Marquês da Fronteira, 4, 1º Esq – 1070-295 – Lisboa – Portugal – Fone: 351-21-3875636

Justino Mendes de 14. Almeida 29-11-1995

Rua Padre Francisco, 10 – 4º Esq – 1350-225 – Lisboa – Portugual – Fone: 351-21-3961316

José Jorge da Costa Couto15. 13-08-1997Estrada de Benfica, 591 – 6º. Esq. – 1500-086 – Lisboa – Portugal – Fone.: 351-96-6921660

José Marques16. 13-08-1997Rua António Marinho, 13 – 5º Esq – 4700-361 – Braga – Portugal – Fone: 351-25-3261214

Pe. Henrique Pinto Rema, 17. O.F.M. 05-07-2000

Travessa Arrochela, nº. 2, 1200-032 – Lisboa – Portugal – Fone: 351-21-3934772

Fernando Guedes18. 25-08-2004Av. Maria Helena Vieira da Silva, 3 / 2º. And. 1750-179 – Lisboa – Portugal – Fone.: 351-21-3801100

Miguel Monteiro19. 17-10-2007Rua José Carlos da Maia, 123, r/c 2775-214 – Parede – Portugal – Fone: 351-21-4571441

Sócios Correspondentes Argentinos (convênio de 28.05.1968)

José M. Mariluz Urquijo1. 1968 Santa Fé 2982 (1425) - Argentina – Fone.: 84-6371

Beatriz Bosh2. 1968 Larrea 1045 P. 4º Dto. A (1117) – Argentina – Fone.: 822-6484

Edberto O. Acevedo3. 1968 Gral. Paz 255 (5501) Godoy Cruz Madza - Argentina - Fone.: 061-223533

Pedro S. Martinez4. 1968 Martinez de Rosas 578 (5500) Madza – Argentina - Fone.: 061-245958

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008318

Por classes

Victor Tau Anzoategui5. 1970

(res.) Juncal 770 – 6o Piso - 1085 – Buenos Aires – Argentina – 5411-4311-8494 – (com.) Instituto de Investigaciones de Historia del Derecho – Av. de Mayo 1480 – 1o Izq. 1085 – Buenos Aires – Argentina

Laurio H. Destefani6. 1971 Anchorena 1476 (1425) – Argentina – Fone.: 84-4951

Hector H. Schenone7. 1978 Av. Quintana 494 (1014) – Argentina – Fone.: 804-0278

Luíz Santiago Sanz8. 1978 Callao 1944 P. 6º Dto. A (1024) – Argentina – Fone.: 804-2701

Daisy Ripodas Ardanaz9. 1982 Santa Fe 2982 (1425)- Argentina – Fone.: 804-6371

Eduardo Martiré10. 1992Balcarce 139 – 1064 – Buenos Aires – Argentina – 54-11-4331-5147 / 4343-4416 / 4331-4633

Isidoro Ruiz Moreno11. 1992 Callao 1382 (1023) - Argentina – Fone.: 42-7865

Ezequiel Vallo12. 1992 Montevideo 1875 (1021) – Argentina – Fone.: 815-6991 / 773-5825

Felix Luna13. 1993 Reconquista 745 1º cuerpo, P. 1º Dto. C (1003) - Argentina - Fone.: 311-4575

Natalio Rafael Botana14. 1996Balcarce 139 – 1064 - Buenos Aires – Argentina - Fone.: 343-4416 y 331-5147

Enrique Zuleta Alvarez15. 1996Balcarce 139 – 1064 - Buenos Aires – Argentina - Fone.: 343-4416 y 331-5147 - Fax.: (54-14) 331-4633

Rodolfo Adelio Raffino16. 1996Balcarce 139 – 1064 - Buenos Aires – Argentina - Fone.: 343-4416 y 331-5147 - Fax.: (54-14) 331-4633

Nilda Gulielmi17. 1996Balcarce 139 – 1064 - Buenos Aires – Argentina - Fone.: 343-4416 y 331-5147 - Fax.: (54-14) 331-4633

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 319

Cadastro Social

Olga Fernández Latour 18. de Botas 1996

Balcarce 139 – 1064 - Buenos Aires – Argentina - Fone.: 343-441 y 6331-5147 - Fax.: (54-14) 331-4633

Maria Amalia Duarte19. 1998 Spiro 950 (1846) - Adrogué – Argentina – Fone: 264-5315

Armando Raul Bazan20. 1998 Av. V. del Valle 512 (4700) – Catamarca - Argentina - Fone: 0833-22282

Miguel A. de Marco21. 1998Urquiza 1184 (2000) - Rosario – Argentina – Fone.: 04163257 / 256256 / 305866

Ernesto J. A. Maeder22. 1998Catamarca 449 (3500) – Chaco – Argentina - Fone: 0722-24565 / 583-3972

Roberto Cortes Conde23. 1998 Ob. Terrero 1532 (1642) - S. Isidoro – Argentina - Fone.: 747-4025 / 742-2661

Nestor Tomas Auza24. 1998 Madero 490 (1638) - Vicente Lopez – Argentina - Fone: 791-6502

Cesar A. Garcia Belsunce25. 1998 Ocampo 2506 P. 8º Dto. 20 (1425) Argentina - Fone.: 801-0870

Ramon Gutierrez26. 1998 Bolivia 82 (3500) - Chaco – Argentina - Fone.: 0722-29294 / 826-0959

Dardo Perez Guilhou27. 1998Esfta. Drummond (5507) – Lujan de Cuyo - Madza. – Argentina – Fone.: 061-249016

Hernán Asdrúbal Silva28. 1999Balcarce 139 – 1064 - Buenos Aires – Argentina - Fone.: 343-4416 y 331-5147 - Fax.: (54-14) 331-4633

Carlos A. Mayo29. 1999Balcarce 139 – 1064 - Buenos Aires – Argentina - Fone.: 343-4416 y 331-5147 - Fax.: (54-14) 331-4633

José Eduardo de Cara30. 1999Balcarce 139 – 1064 - Buenos Aires – Argentina - Fone.: 343-4416 y 331-5147 - Fax.: (54-14) 331-4633

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008320

Por classes

Samuel Amaral31. 1999Balcarce 139 – 1064 - Buenos Aires – Argentina - Fone.: 343-4416 y 331-5147 - Fax.: (54-14) 331-4633

Félix Weinberg32. 1999 Pasaje Delfino, 352 – 8000 – Bahía Blanca – Argentina

Fernando Barba33. 2004Balcarce 139 – 1064 - Buenos Aires – Argentina - Fone.: 343-4416 y 331-5147 - Fax.: (54-14) 331-4633

Carlos Páez de la Tore34. 2004Balcarce 139 – 1064 - Buenos Aires – Argentina - Fone.: 343-4416 y 331-5147 - Fax.: (54-14) 331-4633

Marcelo Montserrat35. 2004Balcarce 139 – 1064 - Buenos Aires – Argentina - Fone.: 343-4416 y 331-5147 - Fax.: (54-14) 331-4633

Sócios Correspondentes Uruguaios (convênio de agosto/1996)

Ivho Acuña1. 1996

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P - Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay – 11100

Enrique Arocena Oliveira2. 1996

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P - Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100

Juan José de Arteaga3. 1996

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay – 11100

Luis Victor Anastasía4. 1996

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 321

Cadastro Social

Alvaro Mones5. 1996

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100

Angel Corrales Elhordoy6. 1996

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100

Eduardo Acosta y Lara7. 1996

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100

José E. Etcheverry 8. Stirling 1996

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100

Marta Canessa de 9. Sanguinetti 1996

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100

José Joaquín Figueira10. 1996

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100

Daniel Hugo Martins11. 1996

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P - Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100

César Loustau12. 1996

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100

Juan Fernández Parés13. 1996

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008322

Por classes

Olaf Blixen14. 1996

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100

Walter Gulla15. 1996

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100

Victor H. Lamónaca16. 1996

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100

Héctor Gros Espiell17. 1996

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P - Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100

Luis A. Musso Ambrosi18. 1996

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100

Juan Carlos Pedemonte19. 1996

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100

Ernesto Puiggros20. 1996

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100

Carlos Ranguís21. 1996

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay – 11100

Juan Villegas Mañé S. J.22. 1996

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay – 11100

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 323

Cadastro Social

Luis A. Musso23. 1996

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100

Aníbal Barrios Pintos24. 2000

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100

Augusto Soiza Larrosa25. 2000

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100

Susana Monreal26. 2000

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100

Enrique Mena Segarra27. 2001

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100

Fernando Chebataroff28. 2001

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay – 11100

Oscar Padrón Favre29. 2001

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay – 11100

Suzana Rodríguez Varese30. 2001

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay – 11100

Ernesto Daragnés31. 2002

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay – 11100

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008324

Por classes

Fernando Mañé Garzón32. 2002

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay – 11100

Alberto Del Pino33. 2003

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay – 11100

Beatriz Torrendell34. 2003

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay – 11100

Carlos Sagrera35. 2003

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay – 11100

Héctor Patiño Gardone36. 2006

Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay – 11100

Sócios Correspondentes Espanhóis (convênio de 24.05.1996)

Miguel Batllori Y Munne 1. S. J. 1996

Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (341) 429-6552

Gonzalo Menendez-Pidal 2. Y Goyri 1996

Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552

Pedro Lain Entralgo3. 1996Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552

Fernando Chueca Goitia4. 1996Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 325

Cadastro Social

Luis Diez Del Corral Y 5. Pedruzo 1996

Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552

Antonio Domingues Ortiz6. 1996Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552

Carlos Seco Serrano7. 1996Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552

Gonzalo Anes Y Alvares 8. de Castrillon 1996

Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552

Juan Vernet Gines9. 1996Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552

José Filgueira Valverde10. 1996Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552

Miguel Artola Gallego11. 1996Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552

Manuel Fernandez 12. Alvarez 1996

Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552

Vicente Palacio Atard13. 1996Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552

Eloy Benito Ruano14. 1996Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552

Antonio Lopez Gomes15. 1996Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008326

Por classes

Joaquin Vallve Bermejo16. 1996Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552

Jose Alcala-Zamora Y 17. Queipo de Llano 1996

Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552

Jose Manuel Pita Andrade18. 1996Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552

Jose Maria Blazquez 19. Martinez 1996

Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552

Felipe Ruiz Martin20. 1996Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552

Carmen Iglesias Cano21. 1996Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552

Miguel Angel Ladero 22. Quesada 1996

Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552

Jose Angel Sanchez 23. Asiain 1996

Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552

Faustino Menendez Pidal 24. de Navascues 1996

Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552

Luis Suarez Fernandez25. 1996Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552

Rafael Lapesa Melgar26. 1996Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 327

Cadastro Social

Fernando de La Granja 27. Santa Maria 1996

Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552

Martín Almagro Gorbea28. 1996Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552

Alvaro Galmés de 29. Fuentes 1996

Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552

Pe. Quintín Aldea 30. Vaquero 1997

Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552

Alfonso E. Pérez Sánchez31. 1998Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552

Manuel Alvar32. 1999Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552

Luis Miguel Enciso Recio33. 1999Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España – 28014 - Fone.: (0034-1) 429-6552

Sócios Institucionais

Jaime Antunes da Silva1. 09-06-2004

Diretor do Arquivo Nacional – Rua Praça da República, 173 – Centro – 20211-350 – Rio de Janeiro – RJ – Fone.: (21) 2179-1313

Muniz Sodré de Araújo 2. Cabral 24-10-2005

Presidente da Fundação Biblioteca Nacional – Av. Rio Branco, 219/4o and. – Centro – 20040-008 – Rio de Janeiro – RJ – Fone.: (21) 2220-2057

Luiz Fernando de 3. Almeida 08-02-2006

Presidente do IPHAN – SBN Qd. 2, Edf. Central – 6o and. – 70040-904 – Brasília – DF - Fone.: (61) 326-7111

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008328

Por classes

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):329-340, out./dez. 2008 329

Cadastro Social

B - POR ORDEM ALFABÉTICA

ABI-ACKEL, Ibrahim – Honorário brasileiro – Pág. 303

ABREU, Antônio Izaias da Costa - Honorário brasileiro – Pág. 305

AB’SABER, Aziz Nacib - Correspondente brasileiro – Pág. 307

ACEVEDO, Edberto O. - Correspondente argentino – Pág. 317

ACUÑA, Ivho - Correspondente uruguaio – Pág. 320

ADONIAS, Isa - Benemérita – Pág. 297

AGUIAR, Luiz Cláudio – Honorário Brasileiro – Pág. 306

ALBUQUERQUE, Martim de - Correspondente português – Pág. 316

ALBUQUERQUE, Roberto Cavalcanti de – Titular – Pág. 302

ALCÂNTARA, Dora Monteiro e Silva de - Honorária brasileira – Pág. 306

ALEIXO, José Carlos Brandi - Correspondente brasileiro – Pág. 311

ALMEIDA, Cândido Antonio Mendes de – Titular – Pág. 302

ALMEIDA, Justino Mendes de - Correspondente português – Pág. 317

ALMEIDA, Luiz Fernando de - Institucional – Pág. 327

ALTAVILA, Jayme Lustosa de - Correspondente brasileiro – Pág. 309

ALVAR, Manuel - Correspondente espanhol – Pág. 327

ALVAREZ, D. Manuel Fernandez - Correspondente espanhol – Pág. 325

ALVES, Antônio Celso Pereira – Honorário Brasileiro – Pág. 306

ALVES, Joaquim Victorino Portella Ferreira - Titular – Pág. 300

AMARAL, Samuel - Correspondente argentino – Pág. 320

AMBROSI, Luis A. Musso – Correspondente uruguaio – Pág. 322

ANASTASÍA, Luis Victor - Correspondente uruguaio – Pág. 320

ANDRADE, D. Jose Manuel Pita - Correspondente espanhol – Pág. 326

ARAÚJO, João Hermes Pereira de - Emérito – Pág. 298

ARRUDA, José Jobson de Andrade - Correspondente brasileiro – Pág. 310

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):329-340, out./dez. 2008330

Por por ordem alfabética

ARTEAGA, Juan José – Correspondente uruguaio – Pág. 320

ASIAIN, D. Jose Angel Sanchez – Correspondente espanhol – Pág. 326

ATARD, D. Vicente Palacio – Correspondente espanhol – Pág. 325

AUZA, Néstor Tomás – Correspondente argentino – Pág. 319

AVELLA, Aniello (Nello) Angelo – Correspondente estrangeiro – Pág. 312

ÁVILA, Fernando Bastos de, S.J. (Pe.) – Honorário brasileiro – Pág. 304

AVNI, Haim – Correspondente estrangeiro – Pág. 312

AZAMBUJA, Marcos Castrioto de – Honorário brasileiro – Pág. 303

BAEZA, Sergio Martínez – Correspondente estrangeiro – Pág. 314

BALDIVIESO, Valentín Abecia – Correspondente estrangeiro – Pág. 312

BALHANA, Altiva Pilatti – Correspondente brasileira – Pág. 307

BANDEIRA, Luiz Alberto Dias Lima de Vianna Moniz – Correspondente brasileiro – Pág. 308

BARBA, Fernando E. – Correspondente argentino – Pág. 320

BARRETO, Luiz Antonio – Correspondente brasileiro – Pág. 310

BAZÁN, Armando Raúl – Correspondente argentino – Pág. 319

BELCHIOR, Elysio Custódio Gonçalves de Oliveira - Titular – Pág. 301

BELSUNCE, Cesar A. Garcia- Correspondente argentino – Pág. 319

BELTRÃO, Maria da Conceição de Moraes Coutinho - Titular – Pág. 300

BENTO, Claudio Moreira - Emérito – Pág. 298

BERMEJO, D. Joaquin Vallve - Correspondente espanhol – Pág. 326

BERNSTEIN, Harry - Correspondente estrangeiro – Pág. 312

BERTOLETTI, Esther Caldas - Titular – Pág. 301

BESSA, Carlos da Costa Gomes - Correspondente português – Pág. 316

BETHELL, Leslie - Correspondente estrangeiro – Pág. 312

BITTENCOURT, Armando de Senna - Titular – Pág. 302

BITTENCOURT, Gabriel Augusto de Mello - Correspondente brasileiro – Pág. 307

BLAY, Jean Pierre - Correspondente estrangeiro – Pág. 315

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):329-340, out./dez. 2008 331

Cadastro Social

BLIXEN, Olaf - Correspondente uruguaio – Pág. 322

BOAVENTURA, Edivaldo Machado - Correspondente brasileiro – Pág. 307

BORJA, Célio de Oliveira - Honorário brasileiro – Pág. 305

BOSCH, Beatriz - Correspondente argentina – Pág. 317

BOSCHI, Caio César - Correspondente brasileiro – Pág. 310

BOTANA, Natalio Rafael - Correspondente argentino – Pág. 318

BOTAS, Olga Fernández Latour de - Correspondente argentina – Pág. 319

BOURBON, D. Juan Carlos de – Presidente Honorário – Pág. 297

BRAGANÇA, D. Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e, - Correspondente brasileiro – Pág. 309

BUENO, Antônio Henrique Cunha - Honorário brasileiro – Pág. 303

CABRAL, Muniz Sodré de Araújo – Institucional – Pág. 327

CAMPESTRINI, Hildebrando - Correspondente brasileiro – Pág. 311

CANO, Dª Carmen Iglesias - Correspondente espanhola – Pág. 326

CARA, José Eduardo de - Correspondente argentino – Pág. 319

CARDIM, Carlos Henrique - Correspondente brasileiro – Pág. 310

CARDOSO, Fernando Henrique - Presidente Honorário – Pág. 297

CARVALHO, Affonso Celso Villela de - Emérito – Pág. 298

CARVALHO, José Geraldo Vidigal de (Cônego) - Correspondente brasileiro – Pág. 307

CARVALHO, José Murilo de - Honorário brasileiro – Pág. 304

CARVALHO, Marcus Joaquim Maciel de - Correspondente brasileiro – Pág. 309

CASADEI, Thalita de Oliveira - Emérita – Pág. 298

CASTELO-BRANCO, Fernando - Correspondente português – Pág. 316

CASTRILLON, D. Gonzalo Anes Y Alvares de - Correspondente espanhol – Pág. 325

CASTRO, Aníbal Pinto de - Correspondente português – Pág. 316

CASTRO, Nuno Alvares Pereira de, Correspondente Estrangeiro – Pág. 315

CAVALCANTE, Cid José Teixeira - Correspondente brasileiro – Pág. 308

CEZAR, Adilson - Correspondente brasileiro – Pág. 311

CHEBATAROFF, Fernando - Correspondente uruguaio – Pág. 323

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):329-340, out./dez. 2008332

Por por ordem alfabética

CIBILS, Luís Alberto - Correspondente brasileiro – Pág. 309

CIRIBELLI, Marilda Corrêa - Titular – Pág. 300

COELHO, Geraldo Mártires - Correspondente Brasileiro – Pág. 311

COELHO, Lucinda Coutinho de Mello - Emérita – Pág. 299

CORRÊA, Carlos Humberto Pederneiras - Correspondente brasileiro – Pág. 307

CORRÊA, Luiz Felipe de Seixas - Titular – Pág. 301

CORREIA NETO, Jonas de Morais - Titular – Pág. 301

CORTÉS CONDE, Roberto - Correspondente argentino – Pág. 319

COSTA, Antônio Gomes da - Titular – Pág. 300

COSTA, Marcus Soares de Albergaria de Noronha da - Correspondente estrangeiro – Pág. 314

COSTA, Mário Júlio Brito de Almeida - Correspondente português – Pág. 316

COUTO, José Jorge da Costa - Correspondente português – Pág. 317

CRUZ, Paulo Werneck da - Titular – Pág. 299

CUNHA, Lygia da Fonseca Fernandes da – Emérita – Pág. 298

CUNHA, Waldir da - Titular – Pág. 299

DAMATTA, Roberto - Honorário brasileiro – Pág. 304

DARAGNÉS, Ernesto - Correspondente uruguaio – Pág. 323

DEL PINO, Alberto - Correspondente uruguaio – Pág. 324

DEL PRIORE, Mary Lucy Murray - Honorária brasileira – Pág. 305

DELGADO, Alexandre Miranda - Honorário brasileiro – Pág. 303

DEMONER, Sonia Maria - Correspondente brasileira – Pág. 308

DESTEFANI, Laurio H. - Correspondente argentino – Pág. 318

DIAS JR., Ondemar Ferreira - Honorário brasileiro – Pág. 305

DUARTE, Maria Amalia - Correspondente argentina – Pág. 319

ELHORDOY, Angel Corrales - Correspondente uruguaio – Pág. 321

ENTRALGO, Pedro Lain - Correspondente espanhol – Pág. 324

ESPIELL, Héctor Gros - Correspondente uruguaio – Pág. 322

ESPOSEL, José Pedro Pinto - Titular – Pág. 299

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):329-340, out./dez. 2008 333

Cadastro Social

ESTEVES, Fernando Segismundo - Honorário brasileiro – Pág. 305

FALBEL, Nachman - Correspondente brasileiro – Pág. 307

FALCI, Miridan Britto Knox - Titular – Pág. 301

FARINHA, Antônio Manuel Dias - Correspondente português – Pág. 316

FAVRE, Oscar Padrón - Correspondente uruguaio – Pág. 323

FERNANDES, Manuela Rosa Coelho Mendonça de Matos - Correspondente estrangeira – Pág. 315

FERNANDEZ, D. Luis Suarez - Correspondente espanhol – Pág. 326

FIGUEIRA, José Joaquín - Correspondente uruguaio – Pág. 321

FONSECA, Maria Cecília Londres - Correspondente brasileira – Pág. 310

FOUQUET, Claude - Correspondente estrangeiro – Pág. 313

FRANCO, Affonso Arinos de Mello - Emérito – Pág. 298

FROTA, Guilherme de Andréa - Titular – Pág. 299

FUENTES, Alvaro Galmés de - Correspondente espanhol – Pág. 327

GALLEGO, D. Miguel Artola - Correspondente espanhol – Pág. 325

GALLO, Alberto - Correspondente estrangeiro – Pág. 315

GARDONE, Héctor Patiño – Correspondente uruguaio – Pág. 324

GARNER, Lydia Magalhães Nunes - Correspondente estrangeira – Pág. 315

GINES, D. Juan Vernet - Correspondente espanhol – Pág. 325

GODINHO, Vitorino Magalhães - Correspondente português – Pág. 316

GOES FILHO, Synesio Sampaio - Correspondente brasileiro – Pág. 309

GOITIA, Fernando Chueca - Correspondente espanhol – Pág. 324

GOMES, Antonio Lopes - Correspondente espanhol – Pág. 325

GORBEA, Martín Almagro - Correspondente espanhol – Pág. 327

GOUVÊA, Fernando da Cruz - Correspondente brasileiro – Pág. 306

GOYRI, Gonzalo Menendez-Pidal Y, Correspondente espanhol – Pág. 324

GRAF, Márcia Elisa de Campos - Correspondente brasileira – Pág. 310

GRAHAM, Richard - Correspondente estrangeiro – Pág. 313

GRAIBOIS, Manuel Ballesteros - Correspondente estrangeiro – Pág. 312

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):329-340, out./dez. 2008334

Por por ordem alfabética

GUEDES, Fernando - Correspondente português – Pág. 317

GUEDES, Max Justo - Benemérito – Pág. 297

GUIGLIELMI, Nilda - Correspondente argentina – Pág. 318

GUIMARÃES, Lucia Maria Paschoal - Honorária brasileira – Pág. 305

GUIMARÃES, Luiz Hugo - Correspondente brasileiro – Pág. 309

GULLA, Walter - Correspondente uruguaio – Pág. 322

GUTIÉRREZ, Ramón - Correspondente argentino – Pág. 319

HERES, Rafael Fernandes - Correspondente estrangeiro – Pág. 314

HESPANHA, Antonio Manuel Botelho - Correspondente estrangeiro – Pág. 315

HUMPHREYS, Robin A., O.B.E. - Correspondente estrangeiro – Pág. 312

IKEDA, Daisaku - Honorário estrangeiro – Pág. 306

IPANEMA, Cybelle Moreira de - Emérita – Pág. 298

JOUBIN, Pedro Jacinto de Mallet - Titular – Pág. 299

KARASCH, Mary - Correspondente estrangeira – Pág. 315

KERN, Arno Alvarez - Correspondente brasileiro – Pág. 310

KOMISSAROV, Boris Nikolaievitch - Correspondente estrangeiro – Pág. 312

LAFER, Celso - Honorário brasileiro – Pág. 304

LAGO, Pedro Aranha Corrêa do - Honorário brasileiro – Pág. 306

LAMÓNACA, Victor H. - Correspondente uruguaio – Pág. 322

LAMPREIA, Luiz Felipe - Honorário brasileiro – Pág. 305

LARA, Eduardo Acosta y - Correspondente uruguaio – Pág. 321

LARA, Jorge Salvador - Correspondente estrangeiro – Pág. 313

LARROSA, Augusto Soiza - Correspondente uruguaio – Pág. 323

LAUERHASS JR, Ludwig - Correspondente estrangeiro – Pág. 313

LEÃO, Reinaldo José Carneiro – Correspondente Brasileiro – Pág. 311

LEITE, José Roberto Teixeira - Honorário brasileiro – Pág. 304

LEÓN-PORTILLA, Miguel - Correspondente estrangeiro – Pág. 314

LÉVI-STRAUSS, Claude - Correspondente estrangeiro – Pág. 313

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):329-340, out./dez. 2008 335

Cadastro Social

LIGHT, Kenneth Henry Lionel – Honorário Brasileiro – Pág. 306

LIRA, Bernardino Bravo - Correspondente estrangeiro – Pág. 312

LLANO, D. Jose Alcala-Zamora Y Queipo de - Correspondente espanhol – Pág. 326

LOBO, Eulalia Maria Lahmeyer - Honorária brasileira – Pág. 304

LOUSTAU, César - Correspondente uruguaio – Pág. 321

LUNA, Félix - Correspondente argentino – Pág. 318

LUSTOSA, Izabel - Honorária brasileira – Pág. 306

LYRA, Maria de Lourdes Viana - Titular – Pág. 302

MACIEL, Marco Antônio de Oliveira - Correspondente brasileiro – Pág. 311

MAEDER, Ernesto, J. A. - Correspondente argentino – Pág. 319

MAGALHÃES, Joaquim Antero Romero de - Correspondente estrangeiro – Pág. 314

MAIA, Agaciel da Silva - Correspondente brasileiro – Pág. 310

MAÑÉ GARZÓN, Fernando - Correspondente uruguaio – Pág. 324

MAÑE, S. J. Juan Villegas - Correspondente uruguaio – Pág. 322

MANRIQUE, Daniel Restrepo - Correspondente estrangeiro – Pág. 313

MARCÍLIO, Maria Luiza - Correspondente brasileira – Pág. 308

MARCO, Miguel Angel de - Correspondente argentino – Pág. 319

MARILUZ URQUIJO, José M. - Correspondente argentino – Pág. 317

MARIZ, Vasco - Emérito – Pág. 299

MARQUES, José - Correspondente português – Pág. 317

MARTIN, Felipe Ruiz. - Correspondente espanhol – Pág. 326

MARTINEZ C., Pedro S. - Correspondente argentino – Pág. 317

MARTINEZ, D. Jose Maria Blazquez - Correspondente espanhol – Pág. 326

MARTINEZ, Pedro Mário Soares - Correspondente português – Pág. 316

MARTINS, Daniel Hugo - Correspondente uruguaio – Pág. 321

MARTINS, Hélio Leoncio - Titular – Pág. 302

MARTINS, José Victorino de Pina - Correspondente português – Pág. 317

MARTINS, Wilson - Correspondente brasileiro – Pág. 308

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):329-340, out./dez. 2008336

Por por ordem alfabética

MARTIRÉ, Eduardo - Correspondente argentino – Pág. 318

MATTOS, Helio Jaguaribe de - Titular – Pág. 301

MATTOSO, Kátia M. Queirós - Honorária brasileira – Pág. 303

MAXWELL, Kenneth R. - Correspondente estrangeiro – Pág. 313

MAYO, Carlos A. - Correspondente argentino – Pág. 319

MEIRA, Marcio Augusto de Freitas - Correspondente brasileiro – Pág. 310

MELGAR, Rafael Lapesa, - Correspondente espanhol – Pág. 326

MELLO, Evaldo José Cabral de - Titular – Pág. 300

MELLO, Fernando Collor de - Presidente Honorário – Pág. 297

MELLO, José Octávio de Arruda - Correspondente brasileiro – Pág. 308

MELO E SOUZA, Antonio Candido de - Honorário brasileiro – Pág. 304

MENA SEGARRA, Enrique - Correspondente uruguaio – Pág. 323

MINDLIN, José Ephraim - Honorário brasileiro – Pág. 303

MIRANDA, Victorino Coutinho Chermont de - Titular – Pág. 301

MONES, Álvaro - Correspondente uruguaio – Pág. 321

MONREAL, Susana - Correspondente uruguaia – Pág. 323

MONTEIRO, Miguel Maria Santos Corrêa - Correspondente português – Pág. 317

MONTSERRAT, Marcelo - Correspondente argentino – Pág. 320

MORAES FILHO, Evaristo de - Titular – Pág. 299

MORENO, Humberto Carlos Baquero - Correspondente português – Pág. 316

MORÓN, Guillermo - Correspondente estrangeiro – Pág. 312

MOTA, Ático Frota Vilas-Boas da - Correspondente brasileiro – Pág. 310

MOURÃO, Ronaldo Rogério de Freitas - Titular – Pág. 301

MUNNE S. J., Miguel Batllori Y - Correspondente espanhol – Pág. 324

MUSSO, Luiz A. - Correspondente uruguaio – Pág. 322

NAGEL, Rolf - Correspondente estrangeiro – Pág. 314

NASCIMENTO, Vamireh Chacon de Albuquerque - Correspondente brasileiro – Pág. 307

NAVASCUES, D. Faustino Menendez Pidal de - Correspondente espanhol –

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):329-340, out./dez. 2008 337

Cadastro Social

Pág. 326

NISKIER, Arnaldo – Titular – Pág. 300

NUNES, Maria Thetis - Correspondente brasileira – Pág. 309

OLIVEIRA, Enrique Arocena - Correspondente uruguaio – Pág. 320

ORLÉANS E BRAGANÇA, D. João de – Honorário Brasileiro – Pág. 306

ORTIZ, Antonio Dominguez - Correspondente espanhol – Pág. 325

PADILHA, Tarcísio Meirelles - Honorário brasileiro – Pág. 304

PAIM, Antonio Ferreira - Honorário brasileiro – Pág. 304

PAIVA, Melquíades Pinto - Honorário brasileiro – Pág. 305

PAOLI, Juan Bautista Rivarola - Correspondente estrangeiro – Pág. 312

PARÉS, Juan Fernández - Correspondente uruguaio – Pág. 321

PASSARINHO, Jarbas Gonçalves - Honorário brasileiro – Pág. 302

PEDEMONTE, Juan Carlos - Correspondente uruguaio – Pág. 322

PEDRUZO, Luiz Diez Del Corral Y - Correspondente espanhol – Pág. 325

PEIXOTO, Celina Vargas do Amaral - Honorária brasileira – Pág. 303

PERÉZ GUILHOU, Dardo - Correspondente argentino – Pág. 319

PETROVICH, Enélio Lima - Emérito – Pág. 298

PIAZZA, Walter Fernando - Emérito – Pág. 298

PICCOLO, Helga Iracema Landgraf - Correspondente brasileira – Pág. 307

PIETSCHMANN, Horst - Correspondente estrangeiro – Pág. 313

PINHO, João Maurício Ottoni Wanderley de Araújo - Titular – Pág. 301

PINTO, Paulo Brossard de Souza - Honorário brasileiro – Pág. 303

PINTOS, Aníbal Barrios - Correspondente uruguaio – Pág. 323

PIRES, Fernando Tasso Fragoso - Titular – Pág. 302

POPPINO, Rollie E. - Correspondente estrangeiro – Pág. 312

PROVENÇAL, Lucien - Correspondente estrangeiro – Pág. 315

PUIGGROS, Ernesto - Correspondente uruguaio – Pág. 322

QUESADA, D. Miguel Angel Ladero - Correspondente espanhol – Pág. 326

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):329-340, out./dez. 2008338

Por por ordem alfabética

QUEVEDO, Roberto - Correspondente estrangeiro – Pág. 314

RADULET, Carmen Maria - Correspondente estrangeira – Pág. 314

RAFFINO, Rodolfo Adelio - Correspondente argentino – Pág. 318

RANGUÍS, Carlos - Correspondente uruguaio – Pág. 322

RECIO, Luis Miguel Enciso - Correspondente espanhol – Pág. 327

REIS FILHO, Nestor Goulart - Correspondente brasileiro – Pág. 311

REMA, Henrique Pinto O. F. M. (Pe) - Correspondente português – Pág. 317

RIOS, José Arthur - Titular – Pág. 300

RÍPODAS ARDANAZ, Daisy - Correspondente argentina – Pág. 318

RODRIGUES, Lêda Boechat - Emérita – Pág. 299

RODRÍGUEZ, Ricardo Vélez - Correspondente brasileiro – Pág. 309

ROSA, Léa Brígida Rocha de Alvarenga - Correspondente brasileira – Pág. 309

ROUANET, Sérgio Paulo - Honorário brasileiro – Pág. 303

RUANO, D. Eloy Benito - Correspondente espanhol – Pág. 325

RUIZ MORENO, Isidoro - Correspondente argentino – Pág. 318

RUSSELL-WOOD, Anthony John - Correspondente estrangeiro – Pág. 313

SAGRERA, Carlos - Correspondente uruguaio – Pág. 324

SALES, Eugênio de Araújo (Dom) - Honorário brasileiro – Pág. 303

SALLES, Vicente - Correspondente brasileiro – Pág. 308

SALUM-FLECHA, Antonio - Correspondente estrangeiro – Pág. 315

SAMPAIO, Jorge - Presidente Honorário – Pág. 297

SANCHES, Marcos Guimarães - Titular – Pág. 301

SÁNCHEZ, Alfonso E. Pérez - Correspondente espanhol – Pág. 327

SANGUINETTI, Marta Canessa de - Correspondente uruguaia – Pág. 321

SANTA MARIA, Fernando de La Granja, Correspondente espanhol – Pág. 327

SANTOS, Corcino Medeiros dos - Correspondente brasileiro – Pág. 310

SANTOS, Eugênio Francisco dos - Correspondente português – Pág. 316

SANZ, Luís Santiago - Correspondente argentino – Pág. 318

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):329-340, out./dez. 2008 339

Cadastro Social

SARNEY, José - Presidente Honorário – Pág. 297

SCANTIMBURGO, João de - Honorário brasileiro – Pág. 303

SCHENONE, Héctor H. - Correspondente argentino – Pág. 318

SCHWARCZ, Lilia Katri Moritz - Correspondente brasileira – Pág. 311

SCHWARTZ, Stuart B. - Correspondente estrangeiro – Pág. 313

SENA, Consuelo Pondé de - Correspondente brasileira – Pág. 307

SENA, Davis Ribeiro de - Honorário brasileiro – Pág. 305

SERRANO, D. Carlos Seco - Correspondente espanhol – Pág. 325

SERRÃO, Joaquim Veríssimo - Correspondente português – Pág. 316

SIERRA, Ernesto Reguera - Correspondente estrangeiro – Pág. 312

SILVA, Alberto Martins da - Correspondente brasileiro – Pág. 307

SILVA, Alberto Vasconcellos da Costa e - Titular – Pág. 302

SILVA, Andrée Mansuy-Diniz – Correspondente Estrangeiro – Pág. 315

SILVA, Aníbal Cavaco – Presidente Honorário – Pág. 297

SILVA, Eduardo - Titular – Pág. 300

SILVA, Hernán Asdrúbal - Correspondente argentino – Pág. 319

SILVA, Jaime Antunes da - Institucional – Pág. 327

SILVA, José Enrique - Correspondente estrangeiro – Pág. 314

SILVA, Leonardo Dantas - Correspondente brasileiro – Pág. 308

SILVA, Maria Beatriz Nizza da - Correspondente brasileira – Pág. 308

SIQUEIRA, Elizabeth Madureira - Correspondente brasileira – Pág. 309

SIQUEIRA, Sonia Apparecida de - Correspondente brasileira – Pág. 308

SKIDMORE, Thomas - Correspondente estrangeiro – Pág. 314

SOUTELO, Luiz Fernando Ribeiro - Correspondente brasileiro – Pág. 308

SOUZA, Luiz de Castro - Benemérito – Pág. 297

STERNBERG, Hilgard O’Reilly - Correspondente brasileiro – Pág. 307

STIRLING, José E. Etcheverry - Correspondente uruguaio – Pág. 321

STOLS, Eddy Odiel Gerard - Correspondente estrangeiro – Pág. 315

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):329-340, out./dez. 2008340

Por por ordem alfabética

TAU ANZOATEGUI, Victor - Correspondente argentino – Pág. 318

TAVARES, Luís Henrique Dias - Emérito – Pág. 298

TELES, José Mendonça - Correspondente brasileiro – Pág. 309

TELLES, Augusto Carlos da Silva - Emérito – Pág. 298

TELLES, Pedro Carlos da Silva - Titular – Pág. 301

TENÓRIO, Douglas Apratto - Correspondente brasileiro – Pág. 311

TORRE, Carlos Páez de la - Correspondente argentino – Pág. 320

TORRENDELL, Beatriz - Correspondente uruguaia – Pág. 324

TOSTES, Vera Lucia Bottrel - Titular – Pág. 302

VALES, Luis E. Gonzales - Correspondente estrangeiro – Pág. 314

VALLO, Ezequiel - Correspondente argentino – Pág. 318

VALVERDE, José Filgueira Valverde - Correspondente espanhol – Pág. 325

VAQUERO, Quintín Aldea (Pe.) - Correspondente espanhol – Pág. 327

VARESE, Suzana Rodríguez - Correspondente uruguaia – Pág. 323

VASQUEZ, Pedro Karp - Honorário brasileiro – Pág. 305

VENANCIO FILHO, Alberto - Titular – Pág. 300

VICENTE, Antonio Pedro de Araujo Pires - Correspondente português – Pág. 316

VIDAURRETA, Alícia Elena - Correspondente estrangeira – Pág. 312

VILAÇA, Marcos Vinicios Rodrigues - Honorário brasileiro – Pág. 304

VINHOSA, Francisco Luiz Teixeira - Titular – Pág. 300

WEFFORT, Francisco Correa - Honorário brasileiro – Pág. 305

WEHLING, Arno - Titular – Pág. 299

WEHRS, Carlos - Titular – Pág. 300

WEINBERG, Félix - Correspondente argentino – Pág. 320

WIESEBRON, Marianne L. - Correspondente estrangeira – Pág. 313

WONDJI, Christophe - Correspondente estrangeiro – Pág. 313

ZAVALLA, Sílvio - Correspondente estrangeiro – Pág. 311

ZILLY, Berthold - Correspondente estrangeiro – Pág. 315

ZULETA ÁLVAREZ, Enrique - Correspondente argentino – Pág. 318

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):341-343, out./dez. 2008 341

Cadastro Social

C- PRESIDENTES E ENDEREÇOS DOS INSTITUTOS HISTÓRICOS ESTADUAIS

(sócios correspondentes brasileiros enquanto na direção dos respectivos institutos)

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE ALAGOASJayme Lustosa de Altavila

Rua João Pessoa, 382 - 57020-970 - Maceió - AL

INSTITUTO GEOGRÁFICO E HISTÓRICO DO AMAZONASEdinea Mascarenhas Dias

Rua Bernardo Ramos, 117/131 - Centro - 69005-310 - Manaus - AM

INSTITUTO GEOGRÁFICO E HISTÓRICO DA BAHIAConsuelo Pondé de Sena

Av. Sete de Setembro, 94/A - 40060-001 - Salvador - BA

INSTITUTO DO CEARÁJosé Augusto Bezerra

Rua Barão do Rio Branco, 1594 - 60025-061 - Fortaleza - CE

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO DISTRITO FEDERALAffonso Heliodoro dos Santos

SEP/Sul EQ 703/903 - Conj. C - 70390-039 - Brasília - DF

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO ESPÍRITO SANTOGetúlio Marcos Peereira das Neves

Av. República, 374 - Parque Moscoso - 29020-620 - Vitória - ES

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE GOIÁSAidenor Aires

Rua 82, nº. 455 - Centro - 74083-010 - Goiânia - GO

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):341-343, out./dez. 2008342

Presidentes e Endereços dos Institutos Históricos Estaduais

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃOEneida Vieira da Silva Ostria de Canedo

Rua Santa Rita, 230 - Edf. Prof. Antonio Lopes - 2º. and - 65015-430 - São Luiz - MA

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE MATO GROSSOJoão Carlos Vicente Ferreira

Rua Barão de Melgaço, 3869 - Centro - 78005-500 - Cuiabá - MT

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE MATO GROSSO DO SULHildebrando Campestrini

Rua Rui Barbosa, 2624 - 79002-365 - Campo Grande - MS

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE MINAS GERAISFernando Antonio Xavier Brandão

Rua Guajajaras, 1268 - Sobreloja - 30180-101 - Belo Horizonte - MG

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO PARÁGuaraciaba Quaresma Gama

Rua D’Aveiro, 62 - Cidade Irmã - 66020-610 - Belém - PA

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO PARAIBANOLuiz Hugo Guimarães

Rua Barão do Abiai, 64 - 58013-080 - João Pessoa - PB

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO PARANÁLauro Grein Filho

Rua José Loureiro, 43 - Centro - 80010-000 - Curitiba - PR

INSTITUTO ARQUEOLÓGICO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO PERNAMBUCANO

Maria Cristina Cavalcanti de AlbuquerqueRua do Hospício, 130 - Boa Vista - 50060-080 - Recife - PE

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO PIAUIENSEPaulo de Tarso Mello e Freitas

Av. Miguel Rosa, 3300 - Sul-Centro - 64001-490 - Teresina - PI

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):341-343, out./dez. 2008 343

Cadastro Social

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO DE JANEIROCybelle Moreira de Ipanema

Av. Augusto Severo, 8/12º. Andar - Glória - 20021-040 - Rio de Janeiro - RJ

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTEEnélio Lima Petrovich

Rua da Conceição, 622 - 59025-270 - Natal - RN

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO SULGervásio Rodrigo Neves

Rua Riachuelo, 1317 - 3o andar. - Centro - 90010-271 - Porto Alegre - RS

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE RONDÔNIAYêdda Pinheiro Borzarcov

Rua Portugal, nº. 2298 - Ipase Novo - Pedrinhas - 78900-000 - Porto Velho - RO

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE SÃO PAULONelly Martins Ferreira Candeias

Rua Benjamim Constant, 158 - 01005-000 - São Paulo - SP

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE SANTA CATARINACarlos Humberto Pederneiras Corrêa

Praça XV de Novembro, s/n - caixa postal D142 - 88010-970 - Florianópolis - SC

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE SERGIPEJosé Ibarê Costa Dantas

Rua Itabaianinha, 41 - 49010-190 - Aracajú - SE

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):345-345, out./dez. 2008 345

Movimentação no quadro social

IV.2 – Movimentação no quadro social

FORAM ELEITOSCorrespondente brasileiro: Reinaldo José Carneiro LeãoCorrespondentes estrangeiros: Nuno Álvares Pereira de Castro Andrée Mansuy-Diniz SilvaHonorários brasileiros: Antônio Celso Pereira Alves Cláudio Aguiar D. João de Oleáns de Bragança Kenneth Henry Lionel Ligth

FORAM TRANSFERIDOSPara sócio emérito Walter Fernando PiazzaPara sócio titular Alberto Vasconcellos da Costa e Silva Armando de Senna Bittencourt Arnaldo Niskier João Maurício de Araújo Pinho Marcos Guimarães Sanches

FALECERAM Luís Ferrand de Almeida, Correspondente português Odilon Nogueira de Matos, Emérito Arivaldo Silveira Fontes, Titular Frieda Wolff, Emérita José Fortuna Andréa dos Santos, Titular John W. Foster Dulles, Correspondente estrangeiro Braz Augusto Aquino Brancato, Correspondente brasileiro Maria Cecília Ribas Carneiro, Titular

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):347-362, out./dez. 2008 347

Movimentação no quadro social

PROPOSTAS E PARECERES

PROPOSTA

Propomos para Sócio Emérito o Sócio Correspondente Brasileiro Walter Fernando Piazza, residente em Santa Catarina.

Professor Titular de História do Brasil da Universidade Federal de Santa Catarina, ocupou diversos cargos públicos na área educacional e cultural de seu Estado, tendo inclusive sido Presidente do IHGSC.

De sua vasta bibliografia, destacam-se os livros “A epopéia açóri-co-madeirense 1748-1756, Luminares do ensino catarinense, Brigadei-ro Silva Paes, construtor do Brasil meridional, além de colaboração em periódicos especializados do Brasil e do exterior e participação em obras coletivas.

Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2008.

PARECER DA COMISSÃO DE ADMISSÃO DE SÓCIOS

A Comissão de Admissão de Sócios do Instituto Histórico e Geográ-fico Brasileiro, ora reunida, aprova com intensa satisfação a transferência do sr. Walter Fernando Piazza para a classe de Sócio Emérito.

Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 2008.Alberto Venâncio Filho

Carlos WehrsJosé Arthur Rios

PARECER DA COMISSÃO DE HISTÓRIA

A Comissão de História aprova, tendo em vista sua obra como his-toriador, a transferência do prof. Walter Fernando Piazza para a classe de

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Propostas e Pereceres

Sócio Emérito.

Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2008.Eduardo Silva

Elysio de Oliveira Belchior

PROPOSTA

Propomos para Sócio Titular o Sócio Honorário Alberto da Costa e Silva.

Diplomata de carreira, tornou-se um dos maiores especialistas em História da África e das relações afro-brasileiras. De sua produção desta-cam-se livros como A enxada e a lança: a África antes dos portugueses (1992), As relações entre o Brasil e a África Negra de 1822 à Primeira Guerra Mundial (1996) e A manilha e o libambo: a África e a escravidão de 1500 a 1700 (2003).

Tem colaborado com o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro em diferentes eventos, inclusive na presidência da Comissão que organi-zou, na Prefeitura do Rio de Janeiro, as comemorações dos 200 anos da transferência da Corte.

Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2008.

PARECER DA COMISSÃO DE ADMISSÃO DE SÓCIOS

A Comissão de Admissão de Sócios aprova a indicação de Alberto da Costa e Silva para Sócio Titular.

Rio de Janeiro, 2 de dezembro de 2008.

Alberto Venâncio FilhoCarlos Wehrs

José Arthur Rios

PARECER DA COMISSÃO DE HISTÓRIA

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):347-362, out./dez. 2008 349

Movimentação no quadro social

A Comissão de História, tendo em vista a contribuição do Sócio Ho-norário Alberto da Costa e Silva à cultura brasileira, com repercussão no cenário internacional, não só através de obras, como dos cargos exerci-dos, aprovou a indicação para Sócio Titular.

Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2008.Eduardo Silva

Elysio de Oliveira Belchior

PROPOSTA

Propomos, para ascenção no Quadro Social, de Sócio Honorário a Titular, o vice-Almirante Armando de Senna Bittencourt, presença cons-tante nas parcerias com o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, em eventos da Marinha.

Responsável pela Diretoria de Patrimônio Histórico e Cultural da Marinha, hoje Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha, é um respeitado Engenheiro Naval, especializado em História Naval, com me-dalhas e condecorações, como a do Mérito Naval e a do Mérito Rio Bran-co.

Em 2007, coordenou a realização do Simpósio do Bicentenário do Almirante Tamandaré, Joaquim Marques Lisboa, e, neste ano, o do Almi-rante Joaquim José Ignácio, Visconde de Inhaúma, realizado nos dias 29 e 30 de outubro.

É uma parceria benvinda ao Instituto que, assim, considera reconhe-cer o empenho de seu Sócio Honorário, eleito em 2004, na projeção do IHGB.

Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2008.

PARECER DA COMISSÃO DE ADMISSÃO DE SÓCIOS

A Comissão de Admissão de Sócios aprova a indicação de Armando de Senna Bittencourt para Sócio Titular.

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):347-362, out./dez. 2008350

Propostas e Pereceres

Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 2008.Alberto Venâncio Filho

Carlos WehrsJosé Arthur Rios

PARECER DA COMISSÃO DE HISTÓRIA

A Comissão de História, tendo presente a produção historiográfica do Sócio Honorário Armando de Senna Bittencourt, manifesta favoravel-mente à sua eleição para o quadro de Sócios Titulares.

Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2008.Eduardo Silva

Elysio de Oliveira Belchior

PROPOSTA

O professor Arnaldo Niskier, Sócio Honorário desde 1981, agora proposto a Sócio Titular, é nome expressivo da educação e da cultura do País.

Tem estado à frente de importantes cargos da administração, como Secretário Estadual, tanto de Ciência e Tecnologia quando de Cultura e de Educação.

Desde sua eleição, muito se tem enriquecido sua produção biblio-gráfica, ao lado de funções de destaque nos cenários de suas áreas de conhecimento.

Já presidiu a Academia Brasileira de Letras. Atualmente, é o editor-responsável do Jornal de Letras e Presidente do Centro de Integração Empresa-Escola, Unidade Rio de Janeiro.

De seus últimos títulos, registramos: 10 Anos de LDB, em 2007, e Don Quixote para crianças, em 2008.

Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2008.

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):347-362, out./dez. 2008 351

Movimentação no quadro social

PARECER DA COMISSÃO DE ADMISSÃO DE SÓCIOS

A Comissão de Admissão de Sócios aprova a indicação de Arnaldo Niskier para Sócio Titular.

Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 2008.Alberto Venâncio Filho

Carlos WehrsJosé Arthur Rios

PARECER DA COMISSÃO DE HISTÓRIA

Pela continuada e importante contribuição do Sócio Honorário Ar-naldo Niskier, nos campos da educação e história, a comissão aprova sua indicação para Sócio Titular do Instituto Histórico e Geográfico Brasilei-ro.

Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2008.Eduardo Silva

Elysio de Oliveira Belchior

PROPOSTA PARA SÓCIO TITULAR

Propomos para Sócio Titular do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro JOÃO MAURÍCIO WANDERLEY DE ARAÚJO PINHO.

Jurista dos mais conceituados no Rio de Janeiro, com destacada passagem pelo magistério universitário e por inúmeros conselhos empre-sariais, integra o Quadro de Sócios Honorários desde 1991, exercendo atualmente as funções de Diretor de Relações Externas.

Presença marcante na vida cultural fluminense, é vice-presidente do Conselho Deliberativo do Museu de Arte Moderna e ex-diretor da Casa França-Brasil e do Museu do Ingá. É também membro dos Institutos His-tóricos da Bahia e do Rio de Janeiro e da Academia Brasileira de Arte.

É autor dos estudos Guerra e Paz no Prata (1950), Correspondência do Marquês de Barbacena (1958) e de verbetes de Direito Financeiro para a Enciclopédia Brasileira de Sociologia do MEC (1966), além de

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Propostas e Pereceres

vasta bibliografia jurídica.

Rio de Janeiro, 28 de outubro de 2008.

PARECER DA COMISSÃO DE ADMISSÃO DE SÓCIOS

A Comissão de Admissão de Sócios aprova a indicação de João Maurício de Araújo Pinho como Sócio Titular.

Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 2008.Alberto Venâncio Filho

Carlos WehrsJosé Arthur Rios

PARECER DA COMISSÃO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

A Comissão de Ciências Sociais endossa a indicação do predicto João Maurício de Araújo Pinho para Sócio Titular, ressaltando a contribuição que tem dado ao Instituto nas funções que lhe têm sido concedidas.

Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2008.Eduardo Silva

Elysio de Oliveira Belchior

PROPOSTA

O Professor Marcos Guimarães Sanches é Sócio Honorário do IHGB desde 1995, agora proposto para Sócio Titular.

Mestre e Doutor em História do Brasil pela UFRJ, é professor das Universidades Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e Gama Filho, tendo exercido a Direção do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro.

Tem trabalhos publicados em sua especialidade, particularmente no âmbito da História Colonial, alguns deles publicados na Revista do Insti-tuto Histórico e Geográfico Brasileiro.

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):347-362, out./dez. 2008 353

Movimentação no quadro social

Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2008.

PARECER DA COMISSÃO DE ADMISSÃO DE SÓCIOS

A Comissão de Admissão de Sócios o Instituto Histórico e Geográ-fico Brasileiro, ora reunida, aprova o ingresso do Sr. Marcos Guimarães Sanches, sem restrições, para a condição de Sócio Titular.

Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 2008.Alberto Venâncio Filho

Carlos WehrsJosé Arthur Rios

PARECER DA COMISSÃO DE HISTÓRIA

A Comissão de História aprova o ingresso do historiador e professor Marcos Guimarães Sanches para a condição de Sócio Titular.

Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2008.Eduardo Silva

Elysio de Oliveira Belchior

PROPOSTA

Para ingresso no Quadro Social do Instituto, na categoria de Sócio Correspondente Brasileiro, propomos o nome de Reinaldo José Carneiro Leão, atual 1º Secretário Perpétuo e Curador do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano.

É Bacharel em Sociologia e Política e em Ciências Jurídicas e So-ciais, por entidades universitárias de seu estado.

Tem exercido atividades administrativas e culturais, por exemplo no levantamento Sócioeconômico das propriedades dos vales do Seridó e do Alto Apodi, como na Fundação Joaquim Nabuco, na Companhia Hidro Elétrica do São Francisco, no Museu do Açúcar e na SUDENE.

Além de Sócio Benemérito do Instituto Pernambucano, que repre-

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Propostas e Pereceres

sentou nos Colóquios promovidos por este Instituto (II, III e IV), é cor-respondente do Paraibano e do de Igaraçu. Pelo Instituto de Oeiras (PI), foi agraciado com a Medalha Brigadeiro Souza Martins.

Autor de trabalhos individuais e coletivos, com destaque para O MEPE – Museu do Estado de Pernambuco, O tesouro dos abades (texto para Exposição) e Campo das Princesas – o Palácio do Governo de Per-nambuco. No prelo, O universo encantado de Cláudio Dubeux: fotogra-fias de cenas oitocentistas.

Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2008.

PARECER DA COMISSÃO DE ADMISSÃO DE SÓCIOS

A Comissão de Admissão de Sócios do Instituto Histórico e Geo-gráfico Brasileiro, ora reunida, aprova, sem restrições, o ingresso para o quadro de Sócio Correspondente Brasileiro, do candidato sr. Reinaldo Carneiro Leão.

Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 2008.Alberto Venâncio Filho

Carlos WehrsJosé Arthur Rios

PARECER DA COMISSÃO DE HISTÓRIA

A Comissão de História aprova o ingresso do historiador Reinaldo Carneiro Leão para o quadro de Sócios Correspondentes Brasileiros.

Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2008.Eduardo Silva

Elysio de Oliveira Belchior

PROPOSTA

Propomos para Sócia Correspondente Estrangeira a historiadora franco-portuguesa Andrée Mansuy-Diniz Silva, com importante contri-buição historiográfica à História do Brasil Colonial.

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):347-362, out./dez. 2008 355

Movimentação no quadro social

A Dra. Andrée Mansuy publicou a que é considerada a melhor edi-ção crítica da obra Cultura e Opulência do Brasil, de Antonil. Nos últi-mos anos, dedicou-se ao estudo da vida e obra de D.Rodrigo de Sousa Coutinho, tendo editado escritos deste estadista e elaborado monumental biografia, D.Rodrigo de Sousa Coutinho, Comte. de Linhares – portrait d’un homme d’état.

Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2008.

PARECER DA COMISSÃO DE ADMISSÃO DE SÓCIOS

A Comissão de Admissão de Sócios aprova a indicação de Andrée Mansuy-Diniz Silva como Sócia Correspondente Estrangeira.

Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 2008.Alberto Venâncio Filho

Carlos WehrsJosé Arthur Rios

PARECER DA COMISSÃO DE HISTÓRIA

A Comissão de História aprova a indicação da historiadora franco-portuguesa Andrée Mansuy-Diniz Silva para o quadro de Sócios Corres-pondentes Estrangeiros.

Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2008.Eduardo Silva

Elysio de Oliveira Belchior

PROPOSTA PARA SÓCIO CORRESPONDENTE ESTRANGEIRO

Propomos para Sócio Correspondente Estrangeiro do Instituto Histó-rico e Geográfico Brasileiro o pesquisador português NUNO ALVARES PEREIRA DE CASTRO, residente, desde 1976, no Rio de Janeiro.

Internacionalmente conhecido por seus estudos sobre porcelana da

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Propostas e Pereceres

Companhia das Índias, é autor do livro A porcelana chinesa ao tempo do Império: Portugal e Brasil, ora em 2ª edição, bilíngüe, e dos estu-dos A cerâmica e a porcelana chinesas na Dinastia Ming (1368-1644) e Alguns brasões inéditos em Companhia das Índias. Escreveu, ainda, De Bartolomeu Dias a Vasco da Gama - As famosas armadas da Índia 1496-1650 por Simão Ferreira Paes, e artigos outros sobre as expedições portuguesas.

É Sócio Correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de San-ta Catarina, sócio benemérito do Real Gabinete Português de Leitura e membro da Academia Luso-Brasileira de Letras. Em 2000, foi agraciado com o Prêmio Jonatas Serrano, da União Brasileira de Escritores.

Rio de Janeiro, 27 de outubro de 2008.

PARECER DA COMISSÃO DE ADMISSÃO DE SÓCIOS

A Comissão de Admissão de Sócios do Instituto Histórico e Geo-gráfico Brasileiro, ora reunida, aprova, sem restrições, o ingresso para o quadro de Sócio Correspondente Estrangeiro, o Sr. Nuno Álvares Pereira de Castro.

Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 2008.Alberto Venâncio Filho

Carlos WehrsJosé Arthur Rios

PARECER DA COMISSÃO DE HISTÓRIA

A Comissão de História aprova o historiador português Nuno Ál-vares Pereira de Castro, autor de importantes obras sobre a porcelana chinesa em Portugal e Brasil, para o ingresso no quadro de Sócio Corres-pondente Estrangeiro.

Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2008.Eduardo Silva

Elysio de Oliveira Belchior

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):347-362, out./dez. 2008 357

Movimentação no quadro social

PROPOSTA

Propomos para Sócio Honorário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro o Dr Antônio Celso Alves Pereira.

Doutor em Direito Público pela UFRJ, foi professor da Universi-dade Federal do Rio de Janeiro e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, onde ocupou a Direção da Faculdade de Direito e a Reitoria da Universidade. Nesta última condição efetivou convênio com o IHGB, que permitiu a presença de professores e alunos da UERJ no levantamen-to de documentação do Arquivo do Instituto. Foi também Presidente da Fundação Carlos Chagas de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro e é o atual Presidente da Sociedade Brasileira de Direito Internacional, além de Vice-Presidente do PEN Clube do Brasil.

Tem intensa colaboração em periódicos especializados nas áreas de Direito e Ciências Sociais, além de obras como Desarmamento nuclear e nova ordem internacional, Os impérios nucleares e sem reféns: relações internacionais contemporâneas e Novas perspectivas do direito interna-cional contemporâneo (capítulo e coordenação).

Sua participação mais recente na CEPHAS foi conferência sobre “Teófilo Otoni e o liberalismo brasileiro”.

Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2008.

PARECER DA COMISSÃO DE ADMISSÃO DE SÓCIOS

A Comissão de Admissão de Sócios aprova a indicação de Antônio Celso Alves Pereira como Sócio Honorário Brasileiro.

Rio de Janeiro 3 de dezembro de 2008.Alberto Venâncio Filho

Carlos WehrsJosé Arthur Rios

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):347-362, out./dez. 2008358

Propostas e Pereceres

PARECER DA COMISSÃO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

A Comissão de Ciências Sociais endossa a indicação do professor Antônio Celso Alves Pereira para o quadro de Sócios Honorários Brasi-leiros, à vista de seu currículo.

Rio de Janeiro 3 de dezembro de 2008.Maria da Conceição de Moraes Coutinho Beltrão

Ronaldo Rogério de Freitas Mourão

PROPOSTA PARA SÓCIO HONORÁRIO BRASILEIRO

Propomos para Sócio Honorário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro D. João de Orléans e Bragança, empresário e fotógrafo, com destacada participação na vida cultural brasileira.

É autor, entre outros, dos livros Rio imperial (em co-autoria com Paulo Marcos Mendonça, 1988), Floresta da Tijuca (em co-edição com Ana Jobim e Pedro Vasquez e Franz Krajberg, 1991), Ilha Grande (2005), Piauí: luz do mar e do sertão (2006), Macaé: a natureza revelada (com texto de Carlos Heitor Cony, 2008) e A riqueza vem do fundo do mar (com texto de Antonio Torres, 2008).

Como fotógrafo, participou da Bienal de Torino (1990) e de exposi-ções em Paris (1988 e 2007) e Salerno (2007). É também ligado aos mo-vimentos de preservação ambiental e de defesa do patrimônio histórico e artístico brasileiro.

Tem residência no Rio de Janeiro e em Parati. Rio de Janeiro, 28 de outubro de 2008.

PARECER DA COMISSÃO DE ADMISSÃO DE SÓCIOS

A Comissão de Admissão de Sócios do Instituto Histórico e Geográ-fico Brasileiro, ora reunida, aprova o ingresso na Classe de Sócio Hono-rário Brasileiro, de D. João de Orleans e Bragança.

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Movimentação no quadro social

Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 2008.Alberto Venâncio Filho

Carlos Wehrs

PARECER DA COMISSÃO DE HISTÓRIA

A admissão de D. João de Orleans e Bragança, como Sócio Honorá-rio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, constitui aquisição que muito contribuirá para a consecução dos objetivos desta instituição, não só pelo seu interesse na preservação do patrimônio cultural e histórico nacional, como por sua dedicação à memória iconográfica do País, tal qual D. Pedro II.

Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2008.Eduardo Silva

Elysio de Oliveira Belchior

PROPOSTA

Para uma vaga de Sócio Honorário Brasileiro, propomos o nome do pesquisador Cláudio Aguiar (Luiz Cláudio Aguiar), natural do Ceará, com atuação acadêmica e profissional, principalmente em Pernambuco e no Rio de Janeiro.

Graduado em Direito, pela UFPE, e Doutor pela Universidade da Salamanca (Espanha).

Professor Visitante da Universidade Federal Rural de Pernambuco, em convênio com a Sherbrook-Irecus (Canadá). Bolsista do CNPq, com vistas ao estudo da imigração espanhola para o Brasil. Seminarista do Instituto de Tropicologia da Fundação Joaquim Nabuco.

Pertence às Academias Pernambucana e Carioca de Letras a ao PEN Clube do Brasil.

Autor de obra bibliográfica, repartida entre, predominantemente, en-saios históricos e jurídicos, romances e teatro. Exemplos: El barroco bra-sileño y la contribución española (1984), Os espanhóis no Brasil (1991),

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Propostas e Pereceres

Franklin Távora e o seu tempo (2ª ed. 2005) e Suplício de frei Caneca (oratório dramático, 2. ed.,1981).

Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2008.

PARECER DA COMISSÃO DE ADMISSÃO DE SÓCIOS

A Comissão de Admissão de Sócios aprova a indicação de Cláudio Aguiar como Sócio Honorário Brasileiro.

Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 2008.Alberto Venâncio Filho

Carlos WehrsJosé Arthur Rios

PARECER DA COMISSÃO DE HISTÓRIA

A Comissão Permanente de História aprova o ingresso de Cláudio Aguiar para o quadro de Sócios Honorários Brasileiros, à vista de seu currículo.

Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2008.Eduardo Silva

Elysio de Oliveira Belchior

PROPOSTA PARA SÓCIO HONORÁRIO BRASILEIRO

Propomos para Sócio Honorário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, na forma do art. 6º, I e II, do Estatuto, KENNETH HENRY LIONEL LIGHT, residente em Petrópolis, RJ.

Pesquisador e empresário, diplomado pelo Institute of Chartered Accountants of England and Wales, London, ex-diretor da Companhia Souza Cruz, o indicado é autor do recém-lançado livro A viagem maríti-ma da Família Real - A transferência da corte portuguesa para o Brasil (Zahar, 2008), escrito a partir dos livros de quarto da Marinha inglesa existentes no Arquivo Histórico de Londres, e a partir do qual foi possível ao pintor Geoff Hunt, por encomenda sua, reconstituir o desembarque

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Movimentação no quadro social

daquela no Rio de Janeiro. Autor, ainda, dos artigos ‘Britain and the Por-tuguese Navy’ e ‘Sidney Smith - um marinheiro herói’, publicados no Brasil e em Portugal.

Conferencista de reconhecidos méritos, tem participado de Congres-sos e Seminários, valendo mencionar os realizados pelo Museu Histórico Nacional (2000), Universidade do Minho (2001), Universidade Nova de Lisboa (2003), Câmara Municipal de Lisboa e Comissão 200 anos Portu-gal/Brasil (2007) e pelo IHGB, onde realizou as conferências de abertura do Colóquio Luso-Brasileiro sobre os 200 anos da transferência da Corte e do IV Colóquio de Institutos Históricos brasileiros, recém-encerrado.

É membro da British Historical Society of Portugal e do Instituto Histórico de Petrópolis e possui a Medalha Princesa Isabel, do MinC/ IPHAN/ Museu Imperial.

Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2008.

PARECER DA COMISSÃO DE ADMISSÃO DE SÓCIOS

A Comissão de Admissão de Sócios do Instituto Histórico e Geográ-fico Brasileiro, aprova a indicação de Kenneth Light como Sócio Hono-rário Brasileiro.

Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 2008.Alberto Venâncio Filho

Carlos WehrsJosé Arthur Rios

PARECER DA COMISSÃO DE HISTÓRIA

O historiador Kenneth Ligth apresentou seu curriculum vitae em que estão registradas, além de sua contribuição em conferências e livros, suas pesquisas em arquivos ingleses das quais resultaram inédito aporte de informações sobre a vinda da Corte Portuguesa para o Brasil, com tema no exame dos diários de bordo dos navios britânicos que acompanharam a esquadra portuguesa, em 1808. Portanto, a comissão de História é favo-

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Propostas e Pereceres

rável à admissão de Kenneth Light como Sócio Honorário.

Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2008.Eduardo Silva

Elysio de Oliveira Belchior

R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):363-363, out./dez. 2008 363

Movimentação no quadro social

VAGAS EXISTENTES NO QUADRO SOCIAL EM 31 DE DEZEMBRO DE 2008

Emérito – 1

Titulares – 5

Correspondente Brasileiro – 1

Honorários Brasileiros – 4

Honorários Estrangeiros – 2

NORMAS

A Revista do IHGB aceitará trabalhos, sob a forma de artigos, resenhas, transcrições de fontes comentadas, conferências e comunicações com perspectiva histórica ou historiográfica, que serão encaminhados à apreciação de pelo menos dois pareceristas do Conselho Editorial.

Os trabalhos deverão ser originais mas em casos especiais será aceita a publicação simultânea em outras revistas estrangeiras ou nacionais. As traduções serão acompanhadas da autorização do autor.

Os artigos deverão conter título, autor(es), crédito(s) do(s) autor(es), endereço para correspondência incluindo telefone, fax, e/ou e-mail, etc, acompanhados de um resumo e abstract de no máximo 10 linhas e 3 palavras-chave em português e em inglês. Devem ser apresentados em 2 (duas) vias impressas e acompanhadas de disquete ou CD sendo que em 1 (uma) os dados deverão estar ocultos. Programa Word for windows ou compatível. Quaisquer figuras devem ser enviadas em arquivos separados do texto para serem devidamente editadas embora também constantes das vias impressas para a localização correta conforme designação do autor. Todos os trabalhos serão submetidos a dois pareceristas. Havendo pareceres contrários haverá um terceiro para desempate.

A digitação deverá seguir as seguintes especificações:

Fonte: Times New Roman 12, folha A4 e espaço simples.

O parágrafo deverá ter um recuo de 1 cm.

As notas deverão ser colocadas em pé de página. Se contiverem todas as referências bibliográficas de que o autor se serviu fica dispensada a repetição da bibliografia ao final.

Normatização das notas de rodapé:

- Livro:

SOBRENOME, Nome. Título do livro em itálico. Edição (se não for a primeira). Cidade: Editora, ano, p ou pp. Ex. : CASTELLO BRANCO, Carlos. Retratos e fatos da história recente. 2. ed. Rio de Janeiro: Revan, 1996, 206 p.

- Artigos de revistas ou capítulo de livro, ou parte de obra coletiva:

SOBRENOME, Nome. “Título do artigo (entre aspas)” In Título do periódico em itálico, volume e/ou número do periódico, local de publicação, data de publicação, número(s) da(s) página(s). Ex.: SOIHET, Rachel. “O drama da conquista na festa: reflexões sobre resistência indígena e circularidade cultural” In Estudos Históricos, vol. 5, n 9, Rio de Janeiro, 1992, pp. 44-59.

- Outros documentos:

IBGE. Anuário Estatístico do Brasil – 1995. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.

A publicação e comentários sobre documentos inéditos seguirão as normas especificadas para artigos.

Cabe à Comissão da Revista a decisão referente à oportunidade da publicação das contribuições recebidas.

ESTA OBRA FOI IMPRESSAPELA GRÁFICA DO SENADO,

BRASÍLIA/DF,EM 2008, COM UMA TIRAGEM

DE 700 EXEMPLARES

A Gráfica do Senado limitou-se a executar os serviços de impressão e acabamento desta obra.