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Esta tem a minha reportagem sobre calor, observem que foi falado está sendo implementado na NR 15 anexo 3, em 2015.

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  • revistaREVISTA ABHO DE HIGIENE OCUPACIONAL Ano 10 N 25 Dezembro 2011

    A NR 15 FOI COLOCADA PARA REVISO

    APROVADA POLTICA NACIONAL DE SST

    HIGIENISTA BERENICE GOELZER HOMENAGEADA

    PELA ABHO

    SAIBA COMO FOI O VI CONGRESSO BRASILEIRO DE HIGIENE

    OCUPACIONAL E O XVIII ENCONTRO BRASILEIRO DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS

    NESTA EDIO

    ARTIGO TCNICO:

    A IMPORTNCIA DA SST E DA HO NAS AGENDAS DE DESENVOLVIMENTO

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  • 3Revista ABHO / Dezembro 2011

    25REVISTA

    Revista ABHO de Higiene OcupacionalAno 10, n 25

    Os artigos assinados so de responsabilidade dos autores.Reproduo com autorizao da ABHO.

    Coordenao: Conselho Editorial e Secretaria da ABHO

    Reviso: La Amaral Tarcha (portugus)

    Conselho Editorial: Diretoria Executiva e Conselho Tcnico da ABHO

    Colaboradores desta Edio: Alex Abreu Marins, Alexssandra S. Simiao,Ana Claudia Lopes de Moraes, Anailton Muniz, Antonio Fernando Cardoso,

    Araujo Barreto Junior, Adely F. D. Vieira, Basildes Pereira Chaves, Berenice Goelzer, Carlos Akira Tresohlavy, Carolina Andrade Queiroz, Cleide Ribeiro de Oliveira,

    Clodoaldo Lima Poderoso, Cristiano Cardoso, Daniela de Faria, Deborah F. Dietrich, Eduardo Macedo Barbosa, Eduardo Marques de Araujo Barbosa, Elena Elisabeth Riederer, Erika J. S.N Dias, Eva de Brito Bastos, Fatima Leal, Fernando AntonioClaudio Ferreira de Oliveira, Marcela Marques Bezerra, Geraldo Lucas Gomes, Graciela Santos Joana, Gustavo Vieira Barcellos, Gerrit Gruenzner, Isabel C. L. Oliveira, Isabel Honorato Silva, Joao Batista Goncalves Ferreira, JocenariaFerreira de Souza Viana, Jorge Haroldo Noronha Pina, Jose Luiz Lopes, JoseManuel O. Gana Soto, Jussara Ribeiro Elpidio, Lorena Pimentel Moreira Pires,

    Lucas Saldanha, Luciana da Silva Cruz, Marcela Gerardo Ribeiro, Marcelle Soares, Maria Cleide Sanchez Oshiro, Marcos Domingos da Silva, Maria Margarida

    Teixeira Moreira Lima, Maria Marta, Maria Mazzarello Pereira Veloso, Mario Luiz Fantazzini, Marluce Teixeira Andrade Queiroz, Paula Cristina Alvarenga Pereira,

    Paulo Henrique da Costa, Paulo Jose Gargano Rocha, Paulo Sergio Moraes, Raquel Paixo, Reinaldo Morelli de Oliveira, Roberto Jaques, Rodrigo Gorza Pagiola,

    Rudolf M. Nielsen, Rutilo P. de Melo Neto, Sabrina Mendes Ferraz, Sebastiao Luiz Bosi, Sergio A. Caporali Filho, Sergio Colacioppo, Sergio Krug, Tula Maria Silva

    Moreira, Valdivone Prado Cabral Souza, Walter dos Reis Pedreira Filho, Welington Luiz Ferreira, Wlander Belem Martins.

    Fotos Capa, Congresso e Cursos: Alex Nunes

    Diagramao, Artes e Produo: Strotbek & Bravo Associados(www.sebpublicidade.com.br)

    Periodicidade : TrimestralTiragem : 1.000 exemplares

    Assinatura anual (4 edies) : R$ 66.00Exemplar avulso : R$ 20,00

    A ABHO membro organizacional da International OccupationalHygiene Association - IOHA e da American Conference of Governmental

    Industrial Hygienists ACGIH

    ABHO Associao Brasileira de Higienistas Ocupacionaiswww.abho.org.br

    Rua Cardoso de Almeida, 167 cj 121 CEP 05013-000So Paulo SP - Tel.: (11) 3081-5909 e 3081-1709.

    Assuntos gerais, comunicao com a Presidncia:[email protected]

    Admisso, livros, anuidades, inscries em eventos,alteraes cadastrais: [email protected]

    Revista ABHO (anncios, matrias para publicao,sugestes, etc.): [email protected]

    DIREO TRINIO 2009-2012

    DIRETORIA EXECUTIVAPresidente: Jos Manuel O. Gana Soto

    Vice-Presidente de Administrao: Gerrit GruenznerVice-Presidente de Formao e Educao Profissional: Roberto Jaques

    Vice-Presidente de Estudos e Pesquisas: Mrio Luiz FantazziniVice-Presidente de Relaes Internacionais: Juan Felix Coca Rodrigo

    Vice-Presidente de Relaes Pblicas: Maria Margarida T. Moreira Lima

    Conselho Tcnico: Jos Gama de Christo, Jos Luiz Lopes,Juan Felix Coca Rodrigo e Milton Marcos Miranda Villa

    Conselho Fiscal: Ana Gabriela Lopes Ramos Maia, Maria CleideSanches Oshiro e Mauro David Ziwian

    Representantes Regionais: Celso Felipe Dexheimer (RS), Geraldo Srgiode Souza (MG), Jandira Dantas Machado (PB-PE), Jos Gama de Christo (ES),

    Milton Marcos Miranda Villa (BA-SE), Paulo Roberto de Oliveira (PR-SC),Roberto Jaques (RJ)

    CONTEDO

    EDITORIAL 05

    VI CONGRESSO BRASILEIRO DE HIGIENE OCUPACIONAL EXVIII ENCONTRO BRASILEIRO DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS A Norma Regulamentadora 15 foi colocada para reviso 06 ARTIGO TCNICO: A importncia da SST e da HO nas agendas de desenvolvimento 08 Saiba como foi o VI Congresso Brasileiro de Higiene Ocupacional e o XVIII Encontro Brasileiro de Higienistas Ocupacionais 11 Opinies sobre o VI CBHO 15 Homenagem Berenice Goelzer 16 Resumos dos Trabalhos apresentados no VI Congresso da ABHO 17 Cursos oferecidos durante o VI CBHO 32

    ABHO Higienistas Ocupacionais so agraciados com a Comenda de Honra ao Mrito SST 36 Aprovada Poltica Nacional de SST 37 Eventos Relacionado HO em 2012 37 Membros da ABHO ganham acesso documentao do evento AIHCE 2011 37 Por dentro da Certificao de Higienista 38 Novos Membros 38 A ABHO Homenageia o Dr. Roy Buchan 39

    CONSULTA TCNICA 40

    RESENHA BIBLIOGRFICA Controle da Poeira no Setor de Revestimentos Cermicos 41 Avaliao Qualitativa de Riscos Qumicos: Orientaes Bsicas para o Controle da Exposio a Produtos Qumicos em Grficas 42

  • 5Revista ABHO / Dezembro 2011

    EDITORIAL

    Dignos representantes das entidades que abrilhantam esta mesa de abertura do nosso VI Congresso Brasileiro de Higiene Ocupacional, entidades irms que nos acompanham, professores convidados para este evento, caros higienistas ocupacionais e profissionais das reas prevencionistas que vieram para este evento anual da ABHO.

    Escolhemos a educao em Higiene Ocupacional como tema central deste congresso, no por ser uma ideia a mais, ou por ser necessrio traz-la de novo, constituindo uma ideia repetitiva.

    Estamos falando em educao como ferramenta fundamental para a formao dos especialistas em Higiene Ocupacional existentes e futuros, para aqueles que continuaro o trabalho de pesquisa e de apoio preveno das doenas ocupacionais nas mais diversas atividades laborais de nosso pas.

    Acreditamos que a ABHO, como associao de profissionais dessa rea, sempre ter um papel importante no aprimoramento de seus membros e da sociedade na qual atuamos, apoiando aes que, direta ou indiretamente, levem a melhoras dos conhecimentos tcnicos necessrios ao desenvolvimento de nossa profisso.

    Desde sua fundao, a ABHO tem feito esforos nessa direo.

    Um exemplo dessa atuao encontra-se em nossa participao na reunio consultiva organizada pela Organizao Mundial da Sade e pela Organizao Pan-americana da Sade, entidades que, em dezembro de 1998, promoveram importante evento em So Paulo, sob a coordenao da Higienista Ocupacional Berenice Goelzer, que participa deste congresso como nossa convidada especial.

    O evento anteriormente citado teve como foco principal estudar a situao da Higiene Ocupacional na Amrica Latina, definir e atualizar conceitos referentes s funes, atuao e ao perfil do Higienista Ocupacional, estabelecer as reas do conhecimento bsico desse profissional, com uma viso atualizada da nossa realidade, incluindo recomendaes para seu aprimoramento e certificao.

    Tomamos como base as recomendaes desse evento, e hoje a ABHO atua promovendo cursos de aperfeioamento e oferece, como todos sabem, a certificao para os associados.

    Nos dois dias que antecederam este Congresso, ministramos diversos cursos: bsicos de Higiene Ocupacional, de atualizao, avanados em outras reas, todos com excelente acolhida por parte dos que procuraram a Associao para se aperfeioar.

    Esses resultados so recebidos pela diretoria da ABHO como um incentivo para continuar com nossa rea de educao, melhorando cada vez mais esse aporte aos nossos membros e sociedade brasileira.

    Queremos que este congresso, que ter como tema fundamental a educao em Higiene Ocupacional, seja um

    ponto alto de troca de experincias entre os profissionais que dele participam, assim como um marco na histria dos nossos eventos e, dessa forma contribua de modo positivo para a melhora na formao de nossos profissionais-alvo.

    Com base em tantos exemplos de vida, dos profissionais que atuaram e atuam na Higiene e Sade Ocupacional, que nos antecederam e nos deixaram suas experincias em livros e documentos escritos, cabe aqui resgatar uma frase do professor Jesse C. Ducommun, quando se referia preveno de acidentes maiores, que sem dvida pode orientar este VI Congresso de Higiene Ocupacional:

    No lgico nem adequado que cada gerao de profissionais tenha de redescobrir os princpios da preveno j descobertos

    pelas geraes anteriores.Devemos nos esforar e estudar,

    aproveitando as experincias j documentadas, por aqueles que foram os nossos professores, evitando assim o duro caminho que permitiu sua aquisio.

    Devemos, tambm, transmitir esses conhecimentos, enriquecidos pela nossa experincia, s geraes futuras.

    Em nome da Diretoria da ABHO desejamos um bom congresso a todos.

    Aos profissionais estrangeiros que vieram prestigiar este evento, deixamos nosso muito obrigado e os votos de uma tima estada em So Paulo.

    Jos Manuel Gana SotoPresidente da ABHO

    VI Congresso de Higiene Ocupacional, palavras do presidente.

    Outros importantes acontecimentos e contedos fizeram parte do VI Congresso Brasileiro de Higiene Ocupacional, como a presena de renomadas autoridades nacionais e internacionais da rea, a homenagem notvel higienista ocupacional Berenice Goelzer, o painel premiado que apresentou um importante trabalho sobre a exposio ocupacional ao benzeno no Brasil, a oferta aos participantes da publicao Higiene Ocupacional na AmricaLatina: uma diretriz para seu desenvolvimento, traduzida para o portugus, o painel de educao em HO, que reuniu escolas com programas formais de formao na rea, como o Departamento de Engenharia de Minas e de Petrleo da Escola Politcnica da USP, a Faculdade de Cincias Mdicas de Minas Gerais, a Fundacentro, o Instituto Edumed, a Universidade de Caxias do Sul e a Universidade Federal da Bahia.

    Esta edio da Revista da Associao Brasileira de Higienistas Ocupacionais traz todas as informaes sobre o VI CBHO e outras matrias de interesse para a formao dos higienistas ocupacionais. Boa leitura!

  • 6 Revista ABHO / Dezembro 2011

    Ao longo desses mais de trinta

    anos de existncia da NR-15

    Atividades e Operaes Insalubres,

    muitos foram os pleitos e clamores

    ao MTE para que fosse revisada.

    A Moo para Reviso da NR-

    15, aprovada em plenrio no V

    Congresso Brasileiro de Higiene

    Ocupacional, foi mais uma dessas

    iniciativas.

    Essa moo, que concretizou um anseio unnime e

    urgente da comunidade de Higiene Ocupacional do Brasil, foi

    encaminhada pelo Presidente da ABHO, Jose Manuel O. Gana

    Soto, para a DSST/MTE, por ofcio datado de 19/11/2010.

    Durante a 63 Reunio da Comisso Tripartite Paritria

    A NORMA REGULAMENTADORA 15FOI COLOCADA PARA REVISO

    permanente CTPP, realizada

    em Salvador, nos dias 23 e 24

    de novembro de 2010, a moo

    da ABHO foi mencionada

    e foram dados os devidos

    encaminhamentos.

    Atendendo a essa e a outras

    demandas da parte de diversos

    segmentos das sociedades de

    segurana e sade e tambm de sindicatos e confederaes,

    o MTE sinalizou a necessidade de iniciar o processo de reviso

    dessa norma, o que aconteceu por intermdio da Portaria n

    281 de 01 de novembro de 2011 (D.O.U. de 04/11/2011

    Seo 2 pg. 48).

    Essa portaria constitui Grupo Tcnico para elaborar

    minuta de texto tcnico bsico para reviso da NR-15.

    ATUALIZAO DA NR-15

  • 7Revista ABHO / Dezembro 2011

    VI CONGRESSO BRASILEIRO DE HIGIENE OCUPACIONAL XVIII ENCONTRO BRASILEIRO DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS

    Nesta edio da Revista da ABHO, encontram-se contedos sobre o Congresso e o Encontro Brasileiro de Higienistas realizados pela ABHO em 2011, em especial um relato sobre tudo o que aconteceu durante os eventos, bem como os resumos dos trabalhos tcnicos apresentados. Procura-se aqui destacar a Conferncia de Abertura: A Educao em Higiene Ocupacional, proferida pela higienista convidada, Berenice I. F. Goelzer.

    Na oportunidade, Berenice apresentou aos congressistas sua viso sobre a necessidade das aes de educao na rea de HO, com consideraes sobre a importncia da sade dos trabalhadores e da Higiene Ocupacional nas agendas de desenvolvimento. Iniciou a palestra mencionando a Organizao Mundial da Sade (OMS), referindo-se, em especial, aos seguintes conceitos:

    Sade um estado de completo bem-estar fsico, mental e social e no a simples ausncia de

    doena,

    e que a OMS entende que

    Um dos direitos fundamentais de cada ser humano, sem distino de raa, religio, crena poltica, ou condio econmica ou social, alcanar o padro o mais elevado possvel de sade

    Como destaque ao final da palestra, a higienista Berenice ofereceu sugestes para a ABHO estudar em conjunto com entidades que participam na formao em sade ocupacional no Brasil, sendo a principal:

    - Preparar um documento de referncia da ABHO sobre a formao em Higiene Ocupacional, incluindo tpicos como:

    Q Definio dos diferentes nveis de prtica profissional (nvel superior, nvel tcnico) com os requisitos de formao para cada grupo;

    Q Proposta para um programa abrangente de formao profissional em nvel superior (possivelmente seguindo modelo da OMS/OPAS);

    Q Discusso sobre abordagens para formao, visando a modelos realsticos e aplicveis ao Brasil (nvel de ps-graduao, contnuo, especializao por mdulos, presencial/educao a distncia, etc.);

    Q Lista de fontes confiveis de informao e materiais educativos, publicados e disponveis na Internet.

    Com base em sua experincia na conduo de trabalhos similares na OMS, props diferentes etapas na realizao do documento, como:

    Q Estabelecer um grupo de trabalho para coordenar a atividade e preparar um primeiro documento. Q Fazer circular o primeiro documento de trabalho entre especialistas em HO selecionados, pedindo

    comentrios. Q Analisar comentrios. Q Promover uma reunio nacional para finalizar o trabalho. Public-lo, inclusive on-line (devendo as

    fontes de informao e os materiais educativos ser periodicamente atualizados). Q Buscar parcerias com IOHA, OIT e OMS/OPAS (principalmente Centros Colaboradores), para discutir/

    compartilhar o documento e eventualmente implementar atividades.

    O artigo a seguir, publicado na edio de outubro da Revista Proteo, e aqui republicado, apresenta o contedo da conferncia magna de abertura do VI CBHO e, dessa forma, pode se transformar em uma ferramenta de interesse a fim de ampliar a mensagem do Congresso da ABHO para os tomadores de deciso, na esperana de que, algum dia, venham a entender a importncia da rea da Higiene Ocupacional.

  • 8 Revista ABHO / Dezembro 2011

    VI CONGRESSO BRASILEIRO DE HIGIENE OCUPACIONAL XVIII ENCONTRO BRASILEIRO DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS

    Este breve artigo se refere a um dos determinantes da sade de grande importncia e frequentemente negligenciado: o ambiente de trabalho, em particular quanto a seu potencial para causar doenas, o que no significa que no existam muitos outros determinantes da sade de grande importncia.

    Dois aspectos principais devem ser considerados: a sade dos trabalhadores deve ser colocada em nvel muito mais alto nas agendas nacionais e internacionais de desenvolvimento, e a Higiene Ocupacional deve ser colocada em nvel muito mais alto quando se trata da sade dos trabalhadores e do meio ambiente, inclusive das mudanas climticas.

    A ateno dada proteo de sade dos trabalhadores raramente reflete sua real importncia. O impacto desastroso das doenas ocupacionais sobre as pessoas, a sociedade e a economia nunca considerado. Alm disso, o papel essencial da preveno primria, e, portanto, da Higiene Ocupacional, no s para a proteo dos trabalhadores, mas tambm do meio ambiente, seguidamente ignorado no contexto de estratgias para o desenvolvimento.

    As doenas ocupacionais, que constituem uma das

    grandes epidemias silenciosas, incapacitam e matam trabalhadores a cada dia no mundo todo. De acordo com a OIT (Organizao Internacional do Trabalho), infortnios ocupacionais (acidentes e doenas) matam mais de 2,3 milhes de seres humanos por ano. Entretanto, a ateno que estes recebem de agncias internacionais e nacionais, de governos e da mdia, muito menor do que a dedicada a outros problemas de sade que, apesar de muito srios, no atingem esse nmero de pessoas. A malria, por exemplo, mata cerca de um milho e a AIDS, cerca de dois milhes por ano. No se pode esquecer de que as doenas ocupacionais, em especial, so significativamente subnotificadas. Algo est errado em algum lugar, e creio que nossa responsabilidade descobrir o motivo e tentar corrigir essa situao.

    Se quisermos que a Higiene Ocupacional tenha maior visibilidade e apoio tanto nas agendas de desenvolvimento

    como nas ambientais, necessrio que haja muito mais conscientizao de seu potencial a fim de contribuir para um desenvolvimento econmico, social e sustentvel.

    Existem muitos e excelentes meios tcnicos para proteger a sade dos trabalhadores, mas seu uso depende da iniciativa de muitos tomadores de deciso em nvel de governo, de empresa e de trabalhadores, o que nem sempre acontece. Deixando um pouco de lado as preocupaes quanto ao aperfeioamento dos conhecimentos e habilidades em Higiene Ocupacional, da instrumentao e das metodologias, vamos nos concentrar em estratgias que permitam utilizar melhor e mais universalmente o que j temos.

    A maioria dos leitores j est comprometida com a proteo da sade dos trabalhadores e, portanto, completamente consciente da importncia de preveno primria. Entretanto, isso no est claro para todos os tomadores de deciso. Vontade poltica para implementar uma verdadeira preveno primria requer conscientizao sobre a ocorrncia de riscos ocupacionais e a magnitude de suas consequncias, incluindo sofrimento humano e prejuzos econmicos, bem como conhecimento das possibilidades para evit-los ou control-los.

    Deve haver um esforo global e consolidado para assegurar o devido reconhecimento Higiene Ocupacional, processo que deve ser iniciado pela conscientizao dos atuais e potenciais tomadores de deciso. A ao deve comear em nveis prximos e ser expandida para nveis mais altos at alcanar os responsveis por estratgias e projetos de desenvolvimento nacionais e internacionais.

    De acordo com a iniciativa internacional IPWL (Painel Internacional para a Vida no Trabalho, em portugus) e o slogan da OMS Pense globalmente, aja localmente, possvel visualizar o que fazer em nosso mbito de ao em termos de despertar conscincia quanto importncia da HO.

    Podem-se realizar palestras em escolas profissionalizantes ou de nvel mdio; disseminar princpios entre outros profissionais, como empresrios, gerentes, administradores pblicos, advogados, engenheiros de produo; escrever

    A IMPORTNCIA DA SST E DA HONAS AGENDAS DE DESENVOLVIMENTO (*)

    Berenice Goelzer (**)[email protected]

    (*) artigo originalmente intitulado Investindo em preveno e publicado na Revista Proteo, vol. 238, out. 2011. Republicado mediante autorizao da Revista Proteo e da autora, com pequenas alteraes de edio.(**) Engenheira e Higienista Ocupacional, consultora em Higiene Ocupacional e editora da Newsletter da IOHA.

  • 9Revista ABHO / Dezembro 2011

    VI CONGRESSO BRASILEIRO DE HIGIENE OCUPACIONAL XVIII ENCONTRO BRASILEIRO DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS

    para jornais e revistas a fim de informar e motivar o pblico em geral; comunicar-se com jornalistas e polticos, sempre que possvel, e assim por diante.

    O IPWL foi estabelecido em 2010, reunindo profissionais motivados e que queiram colaborar no sentido de elevar a Sade e a Segurana no Trabalho a um nvel bem mais alto nas agendas nacionais e internacionais de desenvolvimento. O objetivo consiste em coordenar (e no duplicar) esforos quanto elaborao de polticas, desenvolvimento de conhecimentos cientficos e trocas de experincias prticas. Inicialmente, esto sendo definidas estratgias para ao em grande escala. Organizaes e profissionais interessados podem entrar em contato com o diretor da Agncia Europia para a Segurana e Sade no Trabalho, Jukka Takala, ([email protected]) para mais informaes.

    A seguir, so apresentadas algumas sugestes de argumentos familiares aos profissionais da rea, mas que podem servir para alertar grupos fora de nosso crculo.

    ARGUMENTOSAlm do sofrimento individual associado doena,

    incapacidade e morte, os danos resultantes para as famlias tm um efeito domin, impactando muitas vidas e, portanto, a sociedade. As consequncias para crianas podem ser trgicas e mudar sua vida, levando-as a um futuro incerto. Muitas so exploradas porque seus pais no tm condies de cuidar delas.

    importante que as pessoas preocupadas com problemas sociais compreendam o alcance que podem ter os danos resultantes de riscos no trabalho e possam apreciar a importncia de prevenir suas causas.

    ECONOMIAA OIT estima o custo total de doenas e acidentes devidos

    ao trabalho como 4% do Produto Interno Bruto global, com base em estudos realizados em pases industrializados. Na maioria dos pases em desenvolvimento esse custo deve representar uma proporo ainda mais elevada do PIB.

    Doenas e acidentes ocupacionais consomem imensos recursos dos sistemas nacionais de previdncia social e de sade, devido a, por exemplo, licenas de sade, indenizaes, benefcios, alocaes familiares, e a custos mdicos relativos a exames clnicos e de laboratrio, medicamentos, tratamento, hospitalizao e reabilitao, entre outros. Em muitos pases, os sistemas nacionais de sade esto beira do colapso, em vista do elevado nmero de pacientes, muito maior do que possivelmente conseguem atender. Imaginemos como seria melhor se aqueles com doenas ocupacionais no precisassem de cuidados mdicos pelo fato de elas terem sido prevenidas. Imaginemos como seria melhor se uma frao dos recursos gastos para aliviar sofrimento tivesse sido aplicada para preveni-lo.

    Infortnios ocupacionais custam muito mais caro do que se pensa para a indstria e outros ramos de atividade, em termos de produtividade, qualidade, absentesmo (de trabalhadores e familiares), imagem das empresas, indenizaes e processos jurdicos, para no falar dos gastos ambientais frequentemente associados. Estudos de custo-benefcio, relacionando gastos diretos e indiretos com doenas e acidentes ocupacionais aos gastos com preveno, so essenciais para demonstrar que, alm do valor humano e social (que no tem preo), a preveno dos riscos ocupacionais leva tambm a ganhos econmicos garantidos. Infelizmente, as vantagens econmicas devem ser demonstradas numericamente para que os tomadores de deciso se mostrem no apenas humanos, mas tambm financeiramente eficientes.

    INSTRUMENTOSConsequentemente, tem havido preocupaes quanto

    necessidade de metodologias para estimar o que se poderia chamar de custo de no prevenir, e relacion-lo com o custo da preveno eficaz, para poder demonstrar um custo-benefcio positivo das intervenes preventivas. Esse assunto tratado, por exemplo, na publicao da OMS Compreendendo e Realizando Avaliaes Econmicas em Nvel de Empresas (WHO, 2004). Avaliaes econmicas fornecem informaes importantes para melhorar as tomadas de deciso, pois demonstram, por exemplo, como muitos recursos das empresas podem ser desperdiados devido a doenas relacionadas com o trabalho e quais os meios mais eficazes para assegurar um bom ambiente de trabalho... por meio de avaliaes econmicas, os custos e os benefcios de programas bem gerenciados para proteger a sade e a segurana dos trabalhadores e o meio ambiente podem ficar bem claros, seja para a nao, a empresa ou para os trabalhadores, menciona o documento.

    Um assunto relacionado a esse o dos incentivos para a preveno, discutido na publicao da EU-OSHA (Agncia Europeia para Segurana e Sade no Trabalho) Incentivos econmicos para melhorar a segurana e a sade no trabalho: uma anlise a partir da perspectiva europeia (EU-OSHA, 2010), que oferece um apanhado, bem como uma anlise e avaliao de sistemas existentes de incentivos econmicos para a Sade e a Segurana Ocupacionais na Europa. No prefcio, o diretor da agncia, Jukka Takala, afirma que a estratgia da Unio Europeia para 2007-12 reconhece ser necessrio utilizar incentivos econmicos para motivar empresas a aplicarem boas prticas de preveno. A EU-OSHA est contribuindo para isso ao disponibilizar informaes sobre os tipos de incentivos econmicos que tm maiores possibilidades de xito. Pesquisas tm demonstrado que estmulos externos podem motivar maiores investimentos em preveno, em todas as organizaes, assim conduzindo a menos infortnios no trabalho. O relatrio desse projeto consiste em reviso bibliogrfica, um apanhado de polticas e um estudo de caso.

  • 10 Revista ABHO / Dezembro 2011

    VI CONGRESSO BRASILEIRO DE HIGIENE OCUPACIONAL XVIII ENCONTRO BRASILEIRO DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS

    Estudos de casos e exemplos concretos nesses tpicos devem ser promovidos e apoiados por instituies, universidades (at como temas de pesquisas e teses) e agncias de financiamento, como instrumentos para esclarecer e motivar tomadores de deciso. Assim, abre-se caminho para maior aplicao da preveno primria.

    MEIO AMBIENTEA importncia de prevenir e controlar riscos ambientais

    vai muito alm dos limites do local de trabalho. Muita poluio ambiental e numerosos grandes desastres tm resultado da falta de preveno nos locais de trabalho e do destino inadequado de efluentes e resduos. Muitos processos de trabalho podem causar poluio, incluindo os chamados gases de estufa, assim contribuindo tambm para as alteraes climticas.

    Materiais txicos podem sair dos locais de trabalho e afetar tanto o meio ambiente como as pessoas nas comunidades vizinhas, por meio de efluentes, resduos e at produtos de consumo. Um dos inmeros exemplos um caso recente de 24 crianas hospitalizadas devido intoxicao por chumbo causada por uma fbrica ilegal de baterias em uma vila na China. Outro caso foi o da morte de cerca de 100 crianas por intoxicao por chumbo, como resultado de poluio produzida por uma minerao ilegal de ouro, na Nigria.

    Outro aspecto o impacto de materiais txicos utilizados em locais de trabalho sobre os consumidores, como o caso de resduos de agrotxicos nos alimentos e do chumbo em brinquedos. Se um produto txico for evitado no local de trabalho, no estar presente nos produtos.

    Ainda h o problema do descarte: a que distncias conseguem chegar tais produtos? O programa Track Trash do MIT Massachusetts Institute of Technology tem demonstrado as inacreditveis distncias que produtos descartados alcanam. A responsabilidade quanto ao que acontece no local de trabalho definitivamente ultrapassa em muito a proteo da sade dos trabalhadores. Isso nos leva a outro grupo de tomadores de deciso: os consumidores. Se estiverem conscientizados dos riscos envolvidos, talvez pelo menos alguns deles orientem suas escolhas no sentido do consumo responsvel.

    MEDIDASExistem muitas medidas de preveno primria para

    eliminar ou controlar riscos ocupacionais que, ao mesmo tempo, protegem trabalhadores, comunidades e o meio ambiente. No caso de produtos qumicos, os exemplos incluem: substituio de materiais, mudanas de processos e ventilao local exaustora com coletores eficientes. Para qualquer tipo de risco, medidas importantes e muitas vezes ignoradas so a comunicao de risco e as prticas de trabalho adequadas.

    A antecipao dos riscos, para evit-los antes que ocorram, tambm faz parte da prtica da Higiene Ocupacional. Alternativas de produo limpa podem, ao mesmo tempo, ser menos poluentes e gastar menos energia, como acontece, por exemplo, com a eletrlise com clula de membrana versus a eletrlise com clula de mercrio no processo cloro-lcali.

    essencial que haja uma estreita colaborao entre os responsveis pela sade dos trabalhadores e os responsveis pelo meio ambiente, mas infelizmente isso nem sempre ocorre.

    Os pontos supracitados so apenas alguns exemplos.

    Os leitores esto convidados a discutir este assunto, a fazer sugestes para ao e a compartilhar suas experincias, a fim de assegurar que a sade dos trabalhadores e a Higiene Ocupacional ocupem o devido lugar nas agendas nacionais e internacionais de desenvolvimento e de meio ambiente, inclusive quanto s mudanas climticas.

    LINKS TEISWHO (2004) Understanding and Performing Economic Assessments at the Company Level, Protecting Workers Series No 2 disponvel on-line: http://www.bvsde.paho.org/bvsast/i/fulltext/protecting/protecting.pdf

    EU-OSHA (2010) Economic incentives to improve occupational safety and health: a review from the European perspective - disponvel on-line: http://osha.europa.eu/en/publications/reports/economic_incentives_TE3109255ENC

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    VI CONGRESSO BRASILEIRO DE HIGIENE OCUPACIONAL XVIII ENCONTRO BRASILEIRO DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS

    SAIBA COMO FOI O VI CONGRESSOBRASILEIRO DE HIGIENE OCUPACIONAL E O XVIII ENCONTRO

    BRASILEIRO DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS

    A ABHO realizou, de 22 a 24 de agosto de 2011, o VI CBHO - Congresso Brasileiro de Higiene Ocupacional e o XVIII

    Encontro Brasileiro de Higienistas Ocupacionais, que foram marcantes para os higienistas ocupacionais pelas oportunidades

    oferecidas, e pelo aprimoramento e estreitamento de relaes profissionais. Nesses eventos, os profissionais puderam

    conhecer experincias de pesquisa na rea, usos de tecnologias de avaliao e de controle dos riscos ambientais, prticas

    bem-sucedidas, gesto dos riscos ambientais e outras aplicaes das ferramentas da Higiene Ocupacional. Com o tema

    Educao em Higiene Ocupacional como contribuio para uma gesto sustentvel, a ABHO veio buscar colaboraes

    com o intuito de responder a questes relevantes para que iniciativas educacionais na rea possam ser aperfeioadas, ou

    mais bem direcionadas, e atendam s reais necessidades de formao para o controle dos riscos nos ambientes de trabalho

    e a proteo da sade dos trabalhadores no Brasil.

    O VI Congresso Brasileiro de Higiene Ocupacional e o XVIII Encontro Brasileiro de Higienistas Ocupacionais trouxeram a oportunidade de congregar higienistas ocupacionais e profissionais interessados em educao em torno de reflexes sobre a formao em segurana e sade ocupacional no Brasil. Os problemas atualmente existentes na formao na rea de SST no se restringem rea de Higiene Ocupacional, mas so percebidos em todos os campos do conhecimento para a atuao profissional, considerando sua extenso nos cursos de formao bsica, de especializao e de aperfeioamento, bem como no desenvolvimento dos programas de ps-graduao.

    O VI CBHO buscou reunir contribuies para identificar como a educao em HO colabora efetivamente no controle dos riscos nos ambientes de trabalho e na proteo da sade dos trabalhadores, alm de projetar caminhos para um crescimento e melhora nas iniciativas de educao nessa rea no Brasil. O evento tambm propiciou a atualizao de conhecimentos especficos em HO e um espao de divulgao de trabalhos realizados por especialistas nacionais e estrangeiros voltados para o reconhecimento, a avaliao e o controle dos riscos ambientais.

    A cerimnia de abertura do VI Congresso Brasileiro de Higiene Ocupacional e do XVIII Encontro de Higienistas

    Ocupacionais contou com a saudao das autoridades convidadas e com as palavras do Presidente da ABHO, Higienista Jos Manuel Gana Soto, sobre o tema central Educao em Higiene Ocupacional como contribuio para uma gesto sustentvel e com a Conferncia A Educao em Higiene Ocupacional, proferida pela higienista ocupacional Berenice Goelzer, cientista responsvel pela rea de Higiene Ocupacional na Organizao Mundial da Sade por 25 anos e atual colaboradora da IOHA.

    Com as palestras dos renomados higienistas e autoridades na rea, demonstrou-se a necessidade de um olhar atento para as questes da educao em HO, considerando, principalmente, os impactos do adoecimento dos trabalhadores nos ambientes de trabalho e a necessidade de aes preventivas para a sustentabilidade da gesto das empresas.

    Nesse contexto, ressaltou-se o papel importante dos profissionais que atuam na preveno, tanto nos aspectos de proteo dos recursos humanos ou naturais como nos aspectos financeiros que envolvem as aes preventivas dos acidentes e das doenas ocupacionais. As perspectivas que se apresentam para a soluo de problemas cruciais da SST no Brasil demonstraram a necessidade de mudanas nas referncias e nos paradigmas de formao na rea. Exigem-se novas posturas dos educadores diante das novas necessidades e dos desafios da disseminao, de forma

    Maria Margarida Teixeira Moreira Lima (*)

    (*) Vice-presidente de Relaes Pblicas da ABHO, HOC 008

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    VI CONGRESSO BRASILEIRO DE HIGIENE OCUPACIONAL XVIII ENCONTRO BRASILEIRO DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS

    adequada e abrangente, de um nmero cada vez maior de informaes, alm de uma melhor integrao das reas

    de conhecimento para a formao dos profissionais que atuaro em HO.

    Nas palavras de abertura do VI CBHO, o presidente da ABHO cita a frase do professor Jesse C. Ducommun que, em certa ocasio, referiu-se preveno de acidentes maiores. Gana Soto apontou que, sem dvida alguma, a frase desse ilustre especialista poderia tambm nortear o VI Congresso de Higiene Ocupacional:

    No lgico nem adequado que cada gerao de profissionais tenha de redescobrir os princpios da preveno j descobertos pelas geraes anteriores. Devemos nos esforar e estudar, aproveitando as experincias j documentadas, por aqueles que foram nossos professores, evitando assim o duro caminho que permitiu sua aquisio. Devemos, tambm, transmitir esses conhecimentos, enriquecidos pela nossa experincia, s geraes futuras.

    A partir da introduo do tema central, o Congresso foi ampliando a percepo dos Congressistas sobre a importncia da formao e da qualificao na rea, em especial pela busca da certificao, como caminho para um melhor reconhecimento da capacidade dos profissionais para atuarem na rea de HO. Esse tema foi apresentado pela convidada da ABHO e futura presidente da AIHA,

    Barbara Dawson, com a palestra A certificao profissional do higienista ocupacional.

    Durante a sesso solene de abertura do VI CBHO, houve

    uma apresentao musical que chamou a todos para a arte, a qual tambm envolve a profisso dos higienistas

    ocupacionais. Dentro desse contexto, foi preparada pela Diretoria da ABHO, com a colaborao dos membros Irene Saad e Eduardo Giampaoli, uma homenagem especial para a higienista Berenice Goelzer, que incluiu uma apresentao em PowerPoint mostrando a VIDA e OBRA dessa profissional e emocionando todos os presentes.

    Durante a solenidade Be-renice recebeu tambm uma placa das mos do Presidente da Associao Brasileira de

    Higienistas Ocupacionais, como reconhecimento pela sua contribuio profissional no desenvolvimento da Higiene Ocupacional.

    Na sequncia da Programao Tcnica, o Painel 1 Educao em Higiene Ocupacional, coordenado pelo Vice-presidente de Educao e Formao da ABHO, Roberto Jaques, apresentou as iniciativas do Sistema Educacional Formal em HO no Brasil, contando com professores representantes da Faculdade de Cincias Mdicas de Minas Gerais (FCMMG), da FUNDACENTRO, da Universidade de Caxias do Sul (UCS), da Universidade Federal da Bahia (UFBA), da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e da Universidade de So Paulo (USP). Cada um transcorreu sobre as experincias com seus respectivos Programas de educao, incluindo resultados, dificuldades e formatos de realizao. Na oportunidade, a ABHO distribuiu aos participantes do VI CBHO a publicao Higiene Ocupacional na Amrica Latina: uma diretriz para seu desenvolvimento, traduzida para o portugus, sob os auspcios do SENAC, por Berenice Goelzer, editora da publicao original da OPAS em espanhol, em conjunto com Rudolf van der Haar.

    Nesse mesmo painel, os higienistas ocupacionais Maria Dorota Godini, da ABHO, e Wlander Belem Martins, da Universidade Petrobras, discorreram, respectivamente, sobre A contribuio da educao e capacitao em HO para a sustentabilidade da gesto das organizaes e a Capacitao em Higiene Ocupacional: um desafio para uma empresa de energia.

    Durante a Programao do Congresso, alguns temas de interesse foram inseridos para atualizao sobre novas referncias de avaliao e de controle dos riscos ambientais, como o do primeiro dia sobre gases e vapores, que contou

    Mesa de abertura: Presidente da ABHO, Jos Manuel Gana Soto, acompanhado do Prof Srgio Colacioppo da USP, representando o ensino da HO no Pas, Berenice Goelzer da IOHA/OMS, representando os higienistas ocupacionais internacionais, Barbara Dawson da AIHA, representando os higienistas ocupacionais americanos e Mrcia Bandini da ANAMT, representando as associaes dos profissionais de SST no Brasil.

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    VI CONGRESSO BRASILEIRO DE HIGIENE OCUPACIONAL XVIII ENCONTRO BRASILEIRO DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS

    com a apresentao da higienista americana Debbie Dietrich, abordando Novos avanos dos amostradores passivos: desempenho, padres, tecnologia e aplicaes. Esse tema foi objeto de curso especfico no domingo que antecedeu ao Congresso.

    No segundo dia, o Painel 2 Higiene Ocupacional na indstria do petrleo, coordenado pelo Conselheiro Tcnico da ABHO, Jos Gama de Christo, contou com as apresentaes de Joo Batista Gonalves Ferreira da PETROBRAS e de Paulo Srgio e Moraes da TRANSPETRO.

    Como tema de interesse para os higienistas ocupacionais que lidam com o controle da poeira nos ambientes de trabalho foi trazido pela tecnologista da Fundacentro e vice-presidente de relaes pblicas da ABHO, Maria Margarida Moreira Lima, o trabalho Da pesquisa a aes de educao para o controle da poeira no setor de revestimentos cermicos. Nesse tema foi apresentado o Manual de Controle da Poeira, elaborado para o setor pela Fundacentro e pela ASPACER Associao Paulista das Cermicas de Revestimento, e um vdeo com as medidas de controle, como aes importantes ligadas educao em HO.

    Outro assunto de interesse sobre Medidas de Controle foi apresentado no Congresso por Srgio Caporali, da Universidade de Puerto Rico, a convite da ABHO, com o trabalho sobre a Avaliao da eficincia de sistemas de ventilao portteis e de respiradores para o controle de fumos de solda. Nessa mesma mesa, sob a coordenao de Jos Luiz Lopes, do conselho tcnico da ABHO, foi exposto outro tema de interesse sobre a Gesto de SST, pelo engenheiro Leondio Francisco Ribeiro Filho, da Universidade Paulista, que discorreu sobre as atuais Diretrizes para gesto da SST: normas ABNT e NR-35.

    Dentro desse mesmo tema, foi abordado o assunto Global Product Strategy (GPS), por Clayton Luiz Castro Schultz, da BRASKEM.

    Na programao, o Painel 3 foi centrado em HO na Minerao e coordenado por Mario Luiz Fantazzini, vice-presidente de estudos e pesquisas da ABHO, contando com informaes importantes para o setor. Cludia Pellegrinelli do Instituto Brasileiro de Minerao (IBRAM), apresentou o Programa MinerAO (Programa especial de segurana e sade ocupacional na minerao). Tula Maria Moreira, mdica do trabalho da VALE, falou sobre A importncia do conhecimento das caractersticas fsicas e qumicas das partculas de ferro e silcio no processo de extrao e beneficiamento de minrios de ferro em mina a cu aberto e Valdivone Souza, tambm da VALE, apresentou um estudo sobre o Conforto Trmico em minerao subterrnea, com a anlise da expanso de um sistema de refrigerao na unidade operacional Taquari Vassouras, como Temas Livres.

    Na sequncia, outros assuntos foram trazidos por higienistas de diferentes empresas, com trabalhos inscritos como Temas Livres, e que versaram sobre a Insero de um programa de Higiene Ocupacional no sistema de gesto de uma organizao, por Fernando Antnio Claudio, a Identificao de substncias qumicas, por Jos Possebon, a Anlise de vibrao ocupacional de corpo inteiro em mquinas colhedoras de cana-de-acar, por Jos Luiz Lopes, e A Higiene Ocupacional como instrumento de educao e promoo de desenvolvimento sustentvel, enfoque apresentado por Ftima Leal, da Universidade do Par,.

    Finalizando o segundo dia do VI CBHO, foi apresentado um tema de grande interesse no campo do rudo, com a palestra do Prof Samir Gerges, da Universidade Federal de Santa Catarina, sobre a Tecnologia de ensaios da dose de rudo para trabalhadores em Call Centers.

    No ltimo dia do Congresso, na mesa coordenada pelo Presidente da ABHO, Gana Soto, apresentou-se uma iniciativa das higienistas Berenice Goelzer, Irene Saad e Maria Margarida Lima, da ABHO, como contribuio para a formao de profissionais em HO, dentro do tema Meios para educao e a capacitao em HO. Nessa mesma mesa, foram apresentadas e debatidas as informaes sobre OH Learning e suas implicaes no Brasil, com o enfoque principal no envolvimento de instituies internacionais e da ABHO pela OHTA The Occupational Hygiene Training Association, no formato de seu desenvolvimento e na proposta de certificao internacional para os profissionais de Higiene Ocupacional. Nas informaes sobre a proposta da OHTA e a participao da IOHA, contou-se com a participao nessa mesa da higienista Berenice Goelzer.

    Nesse dia, a Programao incluiu Temas Livres, sobre os seguintes assuntos: Avaliao da sobrecarga trmica sob a tica da NR-15 e da ACGIH, apresentado por Rudolf Nielsen, A relao entre exerccio fsico sob estresse trmico ambiental e a Higiene Ocupacional, estudo desenvolvido por Carlos Tresohlavy, Condies ambientais em instituio hospitalar, levantamento efetuado por Marluce Queiroz e equipe, temas que abrilhantaram ainda mais o VI CBHO.

    Entre os trabalhos inscritos como Temas Livres, foi indicado para o Painel Premiado o tema Exposio ocupacional ao Benzeno revisada: histrico no Brasil, novos paradigmas internacionais e o estabelecimento de valores limite de exposio aos agentes carcinognicos, apresentado pela mdica do trabalho Ana Cludia Lopes de Moraes da Universidade Federal Fluminense/PETROBRAS.

    Ana Cludia Lopes de Moraesjunto a Jos Manuel Gana SotoPresidente da ABHO

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    VI CONGRESSO BRASILEIRO DE HIGIENE OCUPACIONAL XVIII ENCONTRO BRASILEIRO DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS

    Outra oportunidade dada aos Congressistas foi a Sesso de Psteres, que aconteceu a partir do segundo dia

    do VI CBHO, com oito trabalhos selecionados, versando sobre diferentes temas de Higiene Ocupacional:

    Processo de deciso e tolerabilidade para

    avaliaes ambientais; O processo de trabalho em abatedouro e seus impactos ambientais: educao como ferramenta para sustentabilidade; Aplicao da anlise preliminar de riscos em marmorarias da regio metropolitana do Recife; Anlise quantitativa do rudo em duas marmorarias de Olinda, Pernambuco, Brasil; Avaliao da eficincia de protetores auditivos em exposies ocupacionais ao rudo em oficina mecnica; Queixas mais frequentes de desconforto em coluna, entre operadores de equipamentos e instalaes em empresa de minerao; Anlise de projetos voltada para higiene do trabalho; Programa de preveno de riscos ambientais integrado uma ferramenta de ampliao da capacidade de gesto dos agentes de risco ocupacionais.

    Os resumos de todos os trabalhos apresentados no Congresso esto sendo publicados nesta edio da Revista da ABHO, com os dados dos autores, para a troca de informaes.

    A Exposio de Produtos e Servios, como ocorreu em todos os Eventos anteriores da ABHO, foi outro diferencial, pois reuniu o que h de melhor em fornecedores de equipamentos de avaliao ambiental, alm de empresas

    fabricantes de EPIs e de outros insumos para o gerenciamento e o controle das exposies aos riscos ambientais, bem como empresas de referncia que prestam servios de Higiene Ocupacional. Neste ano, o VI CBHO contou com o patrocnio e o apoio das seguintes empresas: PETROBRAS, ALMONT, BALASKA, CHROMPACK, VALE, ENVIRON, 3M, SKC, AMBIENTEC, DP UNION, FASTER, ITSEMAP, ANALYTICAL,

    INDUSTRIAL SCIENTIFIC, NAKAYAMA, TOTAL SAFETY, ALAC, AVAM, HELPSEG, IBRAM, BRASKEM e o apoio especial das Revistas CIPA e PROTEO.

    Outro ponto forte dos Congressos da ABHO tem sido o almoo que, dessa vez, foi oferecido aos participantes dos cursos e aos membros, como um diferencial aos associados ABHO e como mais uma oportunidade de congraamento e fortalecimento da amizade que une os higienistas brasileiros.

    Como em todos os Encontros de Higienistas Ocupacionais, foi realizada a Assembleia da Associao,

    que neste Evento, teve a participao de 33 membros ativos e deliberou, entre outros assuntos, sobre a realizao do evento da ABHO novamente na cidade de So Paulo, no ms de agosto de 2012, em virtude de ser um acontecimento que tambm abrigar o IV Congresso Pan-americano de Higiene Ocupacional, o que exigir a proximidade da sede da ABHO para facilitar a recepo aos participantes estrangeiros.

    O VI CBHO contou com duzentos e trinta e dois (232) participantes que estiveram congregados nas instalaes do Hotel Novotel Jaragu, entre os dias 22 e 24 de agosto de 2011, sendo que entre eles muitos participaram dos cursos do final de semana que antecedeu ao Congresso. Duzentos e seis (206) profissionais realizaram os cursos da ABHO. Os temas foram: Introduo Higiene Ocupacional; Avanado de agentes qumicos: materiais particulados; Avanado de agentes fsicos: exposio ocupacional a vibraes; Avanos em amostragem passiva de agentes qumicos; Avaliao econmica de estratgias de controle de riscos ambientais; Gesto de passivos de HO; Uso de equipamentos de proteo respiratria como medida de controle.

    Assembleia dos membros da ABHO

    Convidamos a todos a participarem dos prximos eventos da ABHO. Acompanhem as demais notcias sobre o VI CBHO nessa edio da Revista e as chamadas que sero veiculadas sobre a realizao do IV Congresso Pan-americano de Higiene Ocupacional, em agosto de 2012, em So Paulo.

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    VI CONGRESSO BRASILEIRO DE HIGIENE OCUPACIONAL XVIII ENCONTRO BRASILEIRO DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS

    Gostaria de destacar que o VI CONGRESSO BRASILEIRO DE HIGIENE OCUPACIONAL foi uma oportunidade nica de reflexo sobre o que acontece no Brasil e tambm em algumas partes do mundo em relao ao assunto HO. Foi a primeira vez que participei do CBHO, inclusive do curso Bsico de HO, e posso afirmar que ambos corresponderam s minhas expectativas e as ultrapassaram! Excelente nvel tcnico e instrutores e conferencistas de ponta, em especial Berenice Goelzer. Johnie Neves

    Gostei muito do evento, no qual tive a oportunidade de rever meus mestres da POLI.Os convidados internacionais, o tema Educao, uma das reas em que tenho interesse, os expositores de equipamentos, enfim, foi um evento memorvel, pois nele tive a oportunidade de compartilhar experincias com outros colegas da Petrobras e da ABHO.Por ter sido minha primeira participao nesse evento, avalio como excelente, nota 10.Atenciosamente.

    Paulo Jos de Mendona

    O VI Congresso Brasileiro de Higiene Ocupacional e o XVIII Encontro Brasileiro de Higienistas Ocupacionais foram muito abrangentes, pois reuniram experincias de profissionais de vrios pases, empresas e faculdades.Foram apresentados desde trabalhos acadmicos at trabalhos prticos existentes em empresas de grande porte,. Isso reflete uma maturidade da comunidade para entender e valorizar as diferenas dos grupos iniciantes e mais experientes com relao ao tema.Alm disso, foi uma oportunidade de conhecer pessoas que nos inspiram a buscar, cada vez mais, conhecimento e melhora para nossas prticas. Grata,

    Sabrina Mendes Ferraz

    O evento foi muito bom. Conhecer vrios profissionais dedicados HO foi um marco para mim. A interao das pessoas, as aes das empresas no que diz respeito disseminao de HO, os trabalhos apresentados e os estandes tambm contriburam para o sucesso do evento.Espero que o prximo seja to bom quanto este ou at melhor. Parabns a todos.

    Jos Paulo de Lima

    Estive a ler a sntese do Vosso Congresso e, tanto quanto pude ler do assunto, os temas desenvolvidos devem ter sido muito enriquecedores, dada a sua pertinncia.Lamentavelmente, no pude participar presencialmente pelos 5000 km de gua (o Oceano Atlntico) que nos separam. Continuem com esse excelente trabalho.Um abrao,

    Alda Alves

    OPINIESSOBRE OVI CBHO

    Assuntos gerais, comunicao com a Presidncia:[email protected]

    Admisso, livros, anuidades, inscries em eventos,alteraes cadastrais: [email protected]

    Associao Brasileirade Higienistas Ocupacionais

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    VI CONGRESSO BRASILEIRO DE HIGIENE OCUPACIONAL XVIII ENCONTRO BRASILEIRO DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS

    A diretoria da ABHO entregou homenageada uma placa de

    reconhecimento profissional com os seguintes dizeres, que foram lidos no plenrio pelo presidente da Associao,

    Jos Manuel Gana Soto:

    A ABHO reconhece e parabeniza Berenice Goelzer pela sua

    valiosa contribuio profissional Higiene Ocupacional,

    documentada em centros de estudos e pesquisas nacionais e

    internacionais.Fazemos votos para que a sua participao no

    engrandecimento de nossa profisso continue a brilhar entre os Higienistas Ocupacionais do

    Brasil e do mundo.

    Na manh do dia 22 de agosto, o plenrio do VI congresso de HO presenciou a merecida homenagem prestada Higienista Berenice Goelzer.

    Nessa ocasio, foi apresentado um audiovisual, preparado pelos higienistas Irene Saad e Eduardo Giampaoli com um contedo que emocionou a todos os presentes. Nele se ressaltavam alguns momentos da vida profissional da Berenice em fotografia histricas. A msica de fundo era tocada ao piano pela prpria homenageada, tendo sido extrada de uma rara gravao de uma das suas apresentaes como pianista.

    Berenice Goelzer tambm foi agraciada pessoalmente com uma flor em cristal, presente escolhido como forma de a ABHO homenage-la por sua delicadeza como pessoa e pela amizade que todos temos por ela, procurando reconhecer e materializar uma de suas outras paixes, alm da Higiene Ocupacional, da msica e da famlia, que fotografar

    a natureza, em especial as flores. A fotografia da flor da ABHO aqui se publica assinada por Berenice com grande conhecimento da ARTE, como os inmeros documentos, artigos, discursos, livros que ela tem elaborado ao longo de mais de 25 anos de dedicao sua prtica profissional

    como higienista ocupacional.A engenheira Berenice com

    os conhecimentos adquiridos no exterior e multiplicados entre profissionais brasileiros, na Fundacentro, na Faculdade de Sade Pblica da USP e no SESI, em especial, pode ser considerada

    a matriarca da Higiene Ocupacional no Brasil. Formou-se em Engenharia Civil, pela Universidade Federal do Rio

    Grande do Sul (UFRGS), obtendo posteriormente o ttulo de mestre em Sade Pblica e em Higiene Industrial pela Universidade de Michigan (EUA). Foi certificada como CIH (Comprehensive Industrial Hygiene Practice) de 1974 a 2009 pelo American Board of Industrial Hygiene (ABIH-EUA), recebendo por sua atuao em prol da sade dos trabalhadores prmios de diferentes organizaes, como o: William P. Yant Award (da AIHA), outorgado em Washington. D.C., nos EUA, em 1996, e o Life Achievement Award da Associao Internacional de Higiene Ocupacional (IOHA), recebido em Bergen, na Noruega, em 2002. Convidada para a Jeffrey S. Lee Lectureship 2004 (palestra proferida durante a AIHCE 2004, em Atlanta, nos EUA). Como cargos principais, atuou por 25 anos como cientista, responsvel pela rea de Higiene Ocupacional em

    nvel internacional, na Organizao Mundial da Sade (OMS), em Genebra, na Sua; Pesquisadora na Universidade de North Carolina nos EUA de 1973 a 1974; primeira chefe da Diviso de Higiene do Trabalho na FUNDACENTRO em So Paulo, por 3 anos, de 1970 a 1972; foi tambm professora convidada da Escola de Sade Pblica da USP de 1970 a 1972; responsvel pela rea de Higiene Ocupacional no SESI - Porto Alegre em 1968 e1969; professora de Higiene do Trabalho na Escola de Engenharia da UFRGS, em Porto Alegre, de 1965 a 1969. Tem inmeras publicaes na rea de Higiene Ocupacional. Atualmente editora da Newsletter da Associao Internacional de Higiene Ocupacional (IOHA) e consultora em sua rea de atuao.

    HOMENAGEM BERENICE GOELZER

    DURANTEO VI CBHO

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    VI CONGRESSO BRASILEIRO DE HIGIENE OCUPACIONAL XVIII ENCONTRO BRASILEIRO DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS

    ANLISE DE VIBRAO OCUPACIONAL DE CORPO INTEIRO EM MQUINAS COLHEDORAS DE CANA-DE-ACARJos Luiz Lopes

    Este trabalho tem como objetivo a comparao do nvel de vibrao ocupacional de corpo inteiro gerado nas colhedoras de cana-de-acar durante o corte mecanizado na usina de acar e lcool.

    A metodologia aplicada baseia-se na norma ISO 2631:1/1997, critrio sade. As medies foram realizadas com analisador de vibrao HVM 100, marca Larson Davis, configurado em m/s2, leituras simultneas triaxiais (x, y e z), ponderaes dos eixos Wd (x e y) em 1,4 e eixo Wk (z) em 1, fator soma de 20 (dB), sensibilidade dos trs eixos em 100,0 mV/g, tempo mximo dos ciclos em 120 segundos cada. O acelermetro foi montado no assento de cada colhedora com o cabo Lemo de 4 pinos no conector INPUT do medidor, direcionando-se o eixo x para o painel e joystick de cada mquina, depois de conectado o acelermetro no conector Microdot, foi checado o setup e os operadores foram orientados a realizar as operaes de rotina com as colhedoras na colheita mecanizada da cana-de-acar.

    Concludo cada estudo, transferiram-se os dados pelo software Blaze do aparelho HVM 100 no microcomputador.

    Cada registro com os resultados foi analisado criteriosamente, de acordo com a Norma ISO 2631:1/1997.

    Pelos resultados apresentados, podemos considerar que as variveis que influenciaram os resultados das colhedoras de cana-de-acar foram: o tipo de terreno, as ondulaes, as depresses, a esteira metlica das colhedoras, os amortecedores tipo coxinho, o operador solto sobre o assento sem cinto de segurana e o tempo da exposio no interior da colhedora de cana. Recomendam-se estudos complementares para ampliao dos conhecimentos sobre o assunto.

    CAPACITAO EM HIGIENE OCUPACIONAL: UM DESAFIO PARA UMA EMPRESA DE ENERGIAWlander Belem Martins

    A Gesto de Higiene Ocupacional em uma empresa de energia tem por objetivo prover orientao sobre Gesto do Programa de Preveno de Riscos Ambientais e o gerenciamento da funo Higiene Ocupacional, viabilizando e balizando o desdobramento dos planos de aes nas

    Unidades Organizacionais. O objetivo consiste em alinh-las s Diretrizes e Padres Corporativos de Gesto de Segurana, Meio Ambiente e Sade. A Gesto fundamenta-se em trs pilares: padronizao, informatizao e capacitao.

    O presente trabalho visa a reconhecer a importncia da capacitao em Higiene Ocupacional para a empresa. Essa capacitao se realiza em trs formas de cursos: Tcnicas de Avaliao em Higiene Ocupacional, Higiene Ocupacional para Resultados e Especializao e Extenso em Higiene Ocupacional. Os objetivos dos cursos citados so: implementar aes capazes de criar multiplicadores para divulgar as boas prticas em Higiene Ocupacional, fornecer subsdios tcnicos para a elaborao de estratgias de amostragens de agentes de riscos ambientais e desenvolver a competncia para a realizao de diagnstico, planejamento e desenvolvimento de aes, visando otimizao das condies de trabalho e minimizao de problemas associados sade, qualidade de vida e produtividade do trabalhador.

    Nos ltimos dez anos, aproximadamente quatrocentos profissionais foram capacitados na empresa e esto comprometidos com suas unidades, mediante aes de controle diante das exposies ocupacionais, buscando a melhora contnua dos ambientes de trabalho.

    RESUMOS DOS TRABALHOS APRESENTADOSNO VI CONGRESSO DA ABHO

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    VI CONGRESSO BRASILEIRO DE HIGIENE OCUPACIONAL XVIII ENCONTRO BRASILEIRO DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS

    ESTUDO DE CASO: CONDIES AMBIENTAIS EM INSTITUIO HOSPITALARMarluce Teixeira Andrade Queiroz (Apresentadora)

    Rodrigo Gorza Pagiola, Welington Luiz Ferreira, Paula Cristina Alvarenga

    Pereira, Graciela Santos Joana Ferreira de Oliveira, Carolina Andrade Queiroz

    Este trabalho analisou a relao entre o conforto ambiental e a produtividade em uma instituio hospitalar localizada no Colar Metropolitano do Vale do Ao, em Minas Gerais.

    Os locais selecionados para o estudo foram a enfermaria feminina (P

    1) e a rea de preparao de

    medicamentos (P2). A sobrecarga trmica foi mensurada em

    consonncia com os procedimentos tcnicos estabelecidos na Norma de Higiene Ocupacional (NHO) 06.

    Os nveis de presso sonora e iluminamento foram quantificados aplicando-se a NBR- 10.152/00 e NBR-5.413/92, respectivamente. Alm disso, foram realizadas entrevistas com trabalhadores, e determinados o ndice de Frequncia de Absentesmo (IFA) e o Percentual de Tempo Perdido (PTP).

    Segundo a NBR- 5.13/92, o Valor Mnimo de Iluminamento (VMI) em P

    1 e P

    2 deveria situar-se em 200 e

    500lux, respectivamente. Constatou-se violao do VMI em todas as medies realizadas, atingindo -68,5% (d=4,58%) em P

    1 e -74,2% (d=5,14%) em P

    2.

    O IBUTG no foi extrapolado em observncia aos valores estabelecidos na NR-15, Anexo n. 1. No entanto, os colaboradores apresentavam diversas queixas quanto s condies de conforto termoambientais. Vale destacar que as reas no eram aclimatadas e que o baixo nvel de conservao das persianas implicava alta incidncia solar.

    O Nvel de Presso Sonora Ponderado (LPA) atingiu 65dB(A) e 62dB(A), respectivamente, em P

    1 e P

    2 extrapolando

    o nvel de conforto de 40dB(A) indicado para hospitais. O IFA e o PTP foram respectivamente iguais a 1,33 e 7,81% denotando exacerbao dos riscos ambientais, em decorrncia do iluminamento insuficiente, do desconforto trmico, da poluio sonora, do convvio com a dor e da angstia dos usurios.

    Esse conjunto de fatores implicava a prevalncia de queixas relativas s condies gerais de sade entre os colaboradores. Destacavam-se as cefaleias (66,7%), o cansao fsico (88,9%) e o visual (66,7%), a irritabilidade (33,3%), o estresse (77,8%) e as dores no pescoo e ombros (55,5%).

    O conjunto de dados apontou a necessidade de aperfeioamento nas polticas pblicas direcionadas s instituies hospitalares.

    Vale destacar que a poluio sonora tambm apontada como um fator que contribui negativamente para a recuperao dos pacientes implicando maior consumo de medicamentos, aumentando a gerao de resduos potencialmente contaminados e onerando o Sistema nico de Sade.

    Entende-se que deve ser implantado um sistema de gesto integrado com aes em segurana, sade, meio ambiente e responsabilidade social, certamente envolvendo o provimento de recursos financeiros pelo poder pblico. No entanto, o custo do investimento provavelmente bem menor em comparao ao bem-estar social.

    A HIGIENE OCUPACIONAL COMO INSTRUMENTO DE EDUCAO E PROMOO DE DESENVOLVMENTO SUSTENTVELMsC. Fatima Leal - Universidade Federal do Par

    A Higiene Ocupacional, se bem aplicada, um instrumento eficaz e eficiente na promoo da sade e educao dos trabalhadores e tambm contribui para o desenvolvimento sustentvel por meio de processos e atitudes promotoras da sustentabilidade, que consitui a etapa inicial do desenvolvimento sustentvel.

    Os indicadores de sustentabilidade, em sua maioria, podem ser avaliados por meio dos procedimentos de Higiene Ocupacional. Entretanto, fazem-se necessrios o pleno conhecimento desses indicadores, bem como uma adequada formao profissional.

    No se pode exercer Higiene Ocupacional dissociada do conhecimento do meio ambiente, de uma base conceitual slida e das normas de Higiene Ocupacional, entre outros. Muitas vezes o conceito de Higiene Ocupacional confundido com a utilizao de equipamentos, de forma tecnicamente em desacordo com o ambiente em que est sendo avaliado e, em especial, sem a observao e ateno que o trabalhador merece.

    O Programa de Preveno de Riscos Ambientais um programa de Higiene Ocupacional que estabelece que seja

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    considerada a proteo do meio ambiente e dos recursos naturais. Alm disso, ele contempla a participao dos trabalhadores e tambm de seus representantes, o que constitui uma forma de educar por meio do exerccio da participao.

    Assim, preservar o meio ambiente significa contribuir para o desenvolvimento sustentvel, e a programao de atividades com a participao dos trabalhadores tambm uma forma de promover a educao, uma vez que o conhecimento adquirido pode ser aplicado no apenas no lugar onde exercem suas atividades, mas tambm nas comunidades das quais fazem parte.

    Entretanto, observa-se que, na prtica, os programas de

    sade ocupacional esto dissociados do meio ambiente, e a promoo da educao no ocorre de forma que haja mudanas comportamentais, pois os cursos, a reciclagem e at mesmo os treinamentos so utilizados com a finalidade de cumprir a legislao e com o objetivo principal de evitar acidentes ou queixas trabalhistas.

    Fatores como: currculos desatualizados, utilizao inadequada dos equipamentos paralamente ao total desconhecimento das normas de higiene e do prprio equipamento, bem como equvocos conceituais, aliados a determinadas situaes que privilegiam os resultados em detrimento dos processos, fazem com que a gesto da sade do trabalhador seja aplicada de forma equivocada.

    Os programas de Higiene Ocupacional que, alm da promoo da sade e da proteo do meio ambiente, apresentem reflexos positivos na educao do trabalhador exigem uma gesto sustentvel cujos aspectos econmicos, sociais e ambientais sejam contemplados e, consequentemente, contribuam para o desenvolvimento sustentvel.

    A RELAO ENTRE EXERCCIO FSICO SOB ESTRESSE TRMICO AMBIENTAL E A HIGIENE OCUPACIONAL: uma abordagem interdisciplinarCarlos Akira Tresohlavy

    O presente trabalho buscou, de forma terica, integrar as metodologias de avaliao do calor e seus envolvimentos fisiolgicos nas reas da fisiologia do exerccio e da Higiene Ocupacional.

    A pesquisa consistiu em uma averiguao terica e bibliogrfica, utilizando as

    abordagens de diferentes autores para caracterizar a investigao do problema proposto. Dessa maneira, foram comparadas as referncias literrias de diversos autores a respeito dos aspectos mais significativos desse estressor ambiental. Tambm se analisou a funo termorreguladora, levando em conta as variveis ambientais e as consequncias orgnicas envolvendo calor. Na sequncia, foram enquadrando-se os parmetros legais e normativos que envolvem o tema. Em seguida, apurou-se a existncia de integrao entre as cincias, pelo fato de as bases cientficas da Higiene Ocupacional e da fisiologia do exerccio, serem condizentes.

    Procurou-se definir conceitos importantes como Higiene Ocupacional, estresse trmico ambiental, calor, meios de transmisso de calor e mecanismos de troca trmica, alm de outras influncias que implicam a referida grandeza.

    O estudo justificou-se pelo interesse em investigar profundamente o tema, pelo fato de o calor representar o risco ambiental que mais possui afinidade entre as cincias, e pelo nmero impressionante de acidentes desportivos envolvendo hipertermia.

    Observaram-se os pontos fortes e oportunidades de melhoras nas duas reas, em que foi conclusiva, a necessidade de adoo de parmetros complementares entre si, para o beneficio de todos os que sofrem com os malefcios do calor. Foi inserida na pesquisa uma srie de informaes de cunho prtico, citadas pelos autores com o intuito de disponibilizar informaes que possam ser colocadas em prtica de forma simplificada e objetiva.

    Finalmente, so discutidos os pontos divergentes e convergentes entre os autores e colocados resumidamente.

    Nas recomendaes, apresenta-se um fluxograma com duas propostas de atuao preventiva em relao ao calor, em que fica subentendida a influncia de cada rea nas tratativas do estresse trmico ambiental.

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    O CONTROLE DA POEIRA NO SETOR DE REVESTIMENTOS CERMICOSMaria Margarida Teixeira Moreira Lima

    Tecnologista do Centro Tcnico Nacional da Fundacentro

    [email protected]

    O Programa Nacional de Eliminao da Silicose PNES por meio do grupo setorial de cermica e vidro estabeleceu, no final de 2004, metas de mdio prazo para o dimensionamento e o controle do risco de silicose no segmento de fabricao de revestimentos cermicos. O setor foi definido

    para atuao por apresentar indicadores socioeconmicos importantes e condies potenciais para o aparecimento da silicose entre seus trabalhadores.

    Para o alcance das metas estabelecidas, foi desenvolvido pela Fundacentro, no perodo de 2005 a 2010, um Projeto intitulado Estudo da Exposio Ocupacional Slica na Indstria de Revestimentos Cermicos, sendo realizado um estudo piloto no polo cermico de Santa Gertrudes, no Estado de So Paulo, por este contribuir com 56% da produo de cermica para revestimento no Brasil.

    Nesse perodo, realizaram-se as seguintes aes: organizao da primeira Jornada sobre a silicose na indstria de revestimentos cermicos (agosto de 2005), criao do Frum Interinstitucional Permanente da Indstria de Revestimento Cermico de Santa Gertrudes (2005), estudo preliminar sobre a exposio ocupacional poeira em onze indstrias de revestimento cermico (2005-2006), elaborao de dissertao de mestrado sobre as caractersticas da poeira dos processos produtivos (2007), caracterizao da exposio dos trabalhadores poeira de quartzo e avaliao das radiografias de trax dos exames mdicos peridicos dos trabalhadores em sete empresas voluntrias (2008-2010) e promoo da II Jornada sobre exposio slica e silicose na indstria de revestimentos cermicos (agosto de 2010).

    Como aes de educao e de informao sobre os riscos da exposio a poeiras no setor e sobre as medidas necessrias para o seu controle, elaborou-se, em parceria com a Associao das empresas do polo cermico (ASPACER) e com a participao da federao representativa da categoria dos trabalhadores da regio (FETICOM-SP), o Manual de Controle da Poeira no Setor de Revestimentos Cermicos, em conjunto com um vdeo, sendo seu contedo voltado principalmente para o reconhecimento das fontes de gerao da poeira e para a aplicao das medidas de controle necessrias, de forma a melhor orientar a implementao do Programa de Preveno de Riscos Ocupacionais (PPRA) das empresas.

    A IMPORTNCIA DO CONHECIMENTO DAS CARACTERSTICAS FSICAS E QUMICAS DAS PARTCULAS DE FERRO E SLICA NO PROCESSO DE EXTRAO E BENEFICIAMENTO DE MINRIO DE FERRO EM MINA A CU ABERTO.Tula Maria Silva Moreira (Apresentadora), Maria Marta, Lorena Pimentel

    Moreira Pires

    No levantamento bibliogrfico, no foram encontradas referncias de casos de silicose e siderose relacionados atividade de minerao de ferro a cu aberto no Brasil.

    Conhecer os agentes dos ambientes de trabalho, avaliando os riscos presentes fundamental para a prescrio adequada

    dos controles de sade para o trabalhador. O risco respiratrio variar de acordo com o dimetro da partcula, suas caractersticas fsico-qumicas, o local de sua deposio e a suscetibilidade de cada trabalhador.

    O processo de minerao de ferro a cu aberto envolve vrias etapas que foram estudadas com especial ateno tendo em vista as caractersticas fsico-qumicas das partculas de ferro e slica colhidas em amostras do produto.

    A partir da identificao da granulometria das amostras, em vrias fases do processo de minerao, foi possvel identificar as reas com potencial de criticidade para emisso de particulados finos e correlacionar os grupos de expostos identificados com os controles de sade adotados. Posteriormente, foram analisados os grupos de expostos identificados no programa de controle ambiental como risco respiratrio e mapeados para controles de sade, comparando-os com os resultados do estudo detalhado das diversas fases do processo.

    Dos 12 pontos de amostragem estudados, cinco pontos demonstraram presena de particulados com dimetro abaixo de 150. Entre estes, as concentraes de ferro variaram na mdia de 49,94% a 68,44%, e as de slica variaram de 1,51% a 26,80%.

    Os pontos de maior concentrao de slica se encontram nas fases iniciais de alimentao de usina (processo a seco) e aps o beneficiamento das colunas de flotao (processo mido). Dos grupos de expostos identificados nas diversas fases do processo, apenas 29% so acompanhados pelos controles de sade.

    Os resultados demonstraram a importncia da definio de uma adequada estratgia de amostragem que subsidiar um reconhecimento adequado do risco respiratrio,

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    contribuindo para a reduo de custos e otimizao de controles mdicos a partir de uma adequada utilizao dos conceitos de Higiene Ocupacional.

    INSERO DE UM PROGRAMA DE HIGIENE OCUPACIONAL NO SISTEMA DE GESTO DE UMA ORGANIZAOEduardo Marques de Arajo Barbosa, Fernando Antnio Claudio,

    Paulo Henrique da Costa (Apresentador).

    Este estudo visa a identificar a presena da Higiene Ocupacional como elemento de planejamento estratgico em uma empresa de minerao atuante em Minas Gerais, mostrando a importncia do entendimento do conceito de Higiene Ocupacional no contexto da gesto e planejamento

    estratgicos, para aumentar o comprometimento de gestores e lderes a fim de fortalecer as aes efetivas voltadas para segurana, sade e integridade fsica dos empregados.

    A gesto estratgica, que hoje no se baseia apenas em indicadores de carter intrinsecamente financeiro, permite

    que a organizao reavalie e revise permanentemente suas estratgias, buscando a antecipao de cenrios futuros para tratar corretamente os possveis impactos advindos de mudanas internas e externas ao ambiente da empresa, com foco na continuidade do negcio e gerao de valor aos acionistas.

    Foi adotada a metodologia de estudo de caso por meio da verificao de documentos e entrevistas com gestores, profissionais do Servio Especializado em Engenharia de Segurana e em Medicina do Trabalho (SESMT) e trabalhadores operacionais, alm de participao em reunies com a alta gerncia.

    Identificou-se que, no contexto estudado, a Higiene Ocupacional constitui-se como um dos elementos da dimenso sustentabilidade e est inserida no planejamento estratgico de forma indireta, como quesito indispensvel para a obteno da excelncia em SEGURANA E SADE OCUPACIONAL, objetivo estratgico da empresa estudada.

    Com isso, pode-se concluir que o entendimento distorcido da Higiene Ocupacional pelos profissionais da linha de comando influenciam sobremaneira o desempenho dos controles recomendados e adotados, repercutindo nos custos financeiros, humano e social decorrentes da falta ou ineficincia destes no ambiente de trabalho.

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    EXPOSIO OCUPACIONAL AO BENZENO REVISITADA: HISTRICO NO BRASIL, NOVOS PARADIGMAS INTERNACIONAIS E O ESTABELECIMENTO DE VALORES- LIMITE DE EXPOSIO AOS AGENTES CARCINOGNICOS.Joo Batista Gonalves Ferreira, Gustavo Vieira Barcellos, Eduardo Macedo

    Barbosa, Ana Claudia Lopes de Moraes (Apresentadora).

    No Brasil, o Acordo Nacional do Benzeno (ANBz), fruto de um contexto scio-histrico e tcnico-poltico e decorrente de negociao tripartite, foi assinado em setembro de 1995. Serviu como subsdio para a legislao trabalhista nacional do benzeno e trouxe ganhos para a higiene e a sade do trabalhador, incluindo o estabelecimento do

    VRT (Valor de Referncia Tecnolgico), um limite tecnolgico, baseado na legislao alem da poca que estabelecia o TRK (Technische Richtkonzentration). Entretanto, quebra de dogmas e novos paradigmas tm sido amplamente discutidos no mundo.

    O objetivo deste trabalho atualizar e fomentar a discusso no Brasil sobre os limites ocupacionais e novos paradigmas na caracterizao do risco carcinognico, especialmente do benzeno.

    Trata-se de um estudo descritivo, que inclui levantamento da legislao nacional, literatura cientfica dos ltimos dez anos e da evoluo regulatria na Europa e Amrica do Norte relacionada ao benzeno.

    Desde o estabelecimento do ANBz, houve expressiva evoluo cientfica e tecnolgica no controle da exposio ocupacional ao benzeno. Entretanto, a Comisso Nacional Permanente do Benzeno (CNPBz) e os rgos reguladores no rediscutiram seus critrios de caracterizao do risco.

    O dogma tradicionalmente aceito de que no possvel o estabelecimento de valores-limite para agentes carcinognicos genotxicos tem sido alterado pelo resultado de novos estudos. Na Unio Europeia (UE), o Comit Cientfico de Limites de Exposio Ocupacional (Scientific Comittee on Occupational Exposure LimitsSCOEL) tem discutido o risco ocupacional dos agentes carcinognicos, incluindo o benzeno, para o estabelecimento dos limites.

    A Diretiva 2004/37/CE da Unio Europeia estabelece, para os pases-membros, limites de exposio ocupacional para carcinognicos, incluindo o benzeno. A Alemanha, referncia para o VRT, no utiliza mais o TRK desde 2004, quando estabeleceu um novo sistema de Valores Limites

    Ocupacionais quantitativos. Passou a adotar o valor-limite de 1ppm CMPT, por meio do TRGS 900 (Technische Regel fr Gefahrstoffe 900).

    A pesquisa evidenciou que os pases da UE e Amrica do Norte utilizam valores-limite de exposio ocupacional ao benzeno baseados em dados cientficos. No utilizam limites tecnolgicos que no tenham base em estudos cientficos. Portanto, o cenrio nacional e internacional mudou desde o Acordo.

    Os autores consideram que h a necessidade de rediscutir amplamente os critrios da caracterizao do risco ocupacional ao benzeno no Brasil. Nesse cenrio de quebra de paradigmas, fundamental a educao/formao/atualizao dos profissionais e legisladores de sade e segurana para a gesto sustentvel e responsvel do processo produtivo nacional.

    AVALIAO DA SOBRECARGA TRMICA SOB A TICA DA NR-15 E DA ACGIHRudolf M. Nielsen Eng. Industrial e de Segurana do Trabalho, Mestre em

    Eng. de Produo com nfase em Ergonomia. Membro da AIHA. ACGIH e

    ABHO.

    Um risco fsico muito comum nas indstrias brasileiras o causado pela exposio ao calor, que pode levar operrios a uma sobrecarga trmica, principalmente no vero.

    O Anexo 3 da NR-15 apresenta falhas e omisses, de modo que uma avaliao da sobrecarga trmica deve utilizar conceitos mais atualizados, como os apresentados na NHO-06 (Calor) da Fundacentro. Mesmo nessa Norma encontram-se algumas omisses, como o no detalhamento das correes que devem ser feitas em funo das roupas utilizadas pelos funcionrios expostos ao calor.

    A apresentao prope um roteiro baseado nos atuais critrios da ACGIH, com anlise do metabolismo e da influncia tanto das roupas quanto de outros itens, como o da ventilao sobre os operrios, alm da determinao do Nvel de Ao. Sero apresentados exemplos de clculo do Limite de Tolerncia e do Nvel da Ao, por meio da determinao do IBUTG e do metabolismo, com correo pelo tipo de roupa utilizada. Ser utilizado como base da apresentao o texto anexado, resultado de um curso de Sobrecarga Trmica (PDC) realizado em congresso da AIHA, em 2010 (anexo). Esta apresentao ser realizada em Power Point, sendo enquadrada como uma Avaliao de Risco, em termos de Higiene Ocupacional.

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    AVALIAO DA EFICINCIA DE SISTEMAS DE VENTILAO PORTTEIS E DE RESPIRADORES PARA O CONTROLE DE FUMOS DE SOLDA (CRVI)Sergio A. Caporali Filho, Ph.D., CSP, CIH - Universidade de Porto Rico Campus

    de Cincias Mdicas - Escola de Ps-graduao de Sade Pblica

    Glaucia Christine Cortelini Gabas, M.E. - Universidade de Porto Rico Campus

    de Rio Piedras - Escola de Ps-graduao de Administrao de Empresas

    O cromo hexavalente (CrVI) est entre os

    agentes de risco mais comuns e perigosos presentes nas operaes de soldagem do ao inoxidvel. A concentrao de CrVI disperso no ar depende do processo de soldagem, das tarefas envolvidas, do metal

    base e de outros metais adicionados pelo eletrodo. Embora a prtica de Higiene Ocupacional, no controle da exposio a CrVI, recomende o emprego de Equipamentos de Proteo Coletiva (EPC) como opo anterior ao uso de Equipamentos de Proteo Individual (EPIs), na maioria das situaes de exposio ao CrVI, o uso do EPI a nica estratgia adotada pelos empregadores. Este estudo aplicado teve o objetivo de avaliar a efetividade e a viabilidade prtica do uso de sistemas de Ventilao Local Exaustora (VLE), de respiradores semifaciais com filtros e de respiradores motorizados (PAPR) para o controle da exposio a CrVI em operaes simuladas de solda em ao inoxidvel. A movimentao, umidade e temperatura do ar foram controladas a todo momento, e o trabalhador envolvido estava capacitado para o uso correto de EPIs e dos sistemas portteis de VLE.

    Os efeitos na exposio do trabalhador a CrVI foram avaliados durante a utilizao de quatro estratgias de controle da exposio combinadas com trs posies de soldagem (12 condies experimentais). As quatro estratgias de exposio avaliadas foram: a) sistema grande de VLE (21,3 lpm); b) sistema pequeno de VLE (6,5 lpm); c) respirador tipo pea semifacial (FPA=10) com filtro

    classe P100 (P3) e; d) respirador motorizado (PAPR).

    As trs posies de soldagem avaliadas foram acima da cabea, altura dos olhos e altura da cintura, com todas as posies ao alcance dos braos e o trabalhador em p.

    Como concluso, as nicas estratgias que apresentaram o potencial de manter consistentemente a exposio do trabalhador abaixo do limite OSHA PEL para CrVI foram o sistema grande de VLE e o respirador motorizado PAPR. O sistema pequeno de VLE necesitou de muito mais ajustes e seu desempenho foi afetado pelo tamanho e formato do extrator. A posio de soldagem teve um impacto

    significativo o desempenho do respirador tipo pea semifacial, no desempenho do sistema pequeno de VLE e no respirador motorizado PAPR. No sistema pequeno de VLE e para o respirador semifacial, quanto mais baixa a posio de soldagem, mais alta foi a exposio do trabalhador. Para o respirador motorizado, no entanto, quanto mais prxima da cabea a posio de soldagem, mais alta foi a exposio do trabalhador.

    CONFORTO TRMICO EM MINERAO SUBTERRNEA ANLISE DA EXPANSO DE UM SISTEMA DE REFRIGERAO NA UNIDADE OPERACIONAL TAQUARI-VASSOURAS (UOTV) Antonio Fernando Cardoso Barreto Jnior, Clodoaldo Lima Poderoso,

    Valdivone Prado Cabral Souza (Apresentadora)

    O trabalho analisa a importncia da expanso do sistema de refrigerao, considerando a necessidade de conforto trmico no processo de minerao subterrnea na Unidade Operacional Taquari Vassouras (UOTV).

    Abordam-se os controles trmicos no circuito de ventilao, levando em conta os postos de trabalho em condies atpicas com a presena de fatores diversificados que constituem um diferencial s atividades normalmente vivenciadas na superfcie. Tais fatores so potencializados pela presena de mquinas e equipamentos que irradiam determinadas quantidades de calor sensvel. Trabalha ainda a questo do desconforto gerado para o trabalhador, desconforto esse que chega a impossibilitar a permanncia de operadores em determinados pontos de trabalho, interfere negativamente no funcionamento e na durabilidade das instalaes e dos equipamentos, consequentemente provocando impactos na ocorrncia de acidentes e na produtividade operacional. Considerando o processo de expanso do sistema de refrigerao implantado, suas respectivas etapas, xitos e pontos de ateno, conclui-se que h uma reduo significativa da exposio do trabalhador ao agente calor, destacando-se como consequncia a reduo de ocorrncias resultantes desta e o aumento da produtividade.

    Requer ainda ateno especial a manuteno do sistema como um todo, o avano ininterrupto da mina em direo s frentes mais quentes e o aspecto comportamental dos empregados para melhor compreenso da importncia da ventilao e da preservao de sua estrutura para a coletividade e para o bom funcionamento da mina.

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    ESTUDO DE CASO: AVALIAO DO CONFORTO TRMICO APLICANDOO PMV E PPDMarluce Teixeira Andrade Queiroz (Apresentadora), Graciela Santos Joana

    Ferreira de Oliveira, Rodrigo Gorza Pagiola, Welington Luiz Ferreira, Carolina

    Andrade Queiroz

    A estruturao fsica de uma empresa condio essencial para preservar a sade fsica e mental dos seus colaboradores, viabilizando o aproveitamento mximo do seu potencial em recursos humanos.

    Neste estudo, avaliou-se a exposio ao calor em uma empresa da administrao pblica municipal do Colar Metropolitano do Vale do Ao, Minas Gerais. A sobrecarga trmica foi mensurada utilizando-se o ndice de Bulbo mido Termmetro de Globo (IBUTG) em consonncia com os procedimentos tcnicos estabelecidos na Norma de Higiene Ocupacional (NHO) 06. Tambm foi aplicado o Roteiro para o Trabalho de Conforto Trmico (RTCC) desenvolvido pelo Laboratrio de Eficincia Energtica em Edificaes (LabEEE), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), viabilizando-se o clculo do Voto Mdio Preditivo (PMV) e do Percentual de Pessoas Insatisfeitas (PPD).

    Em observncia ao RTCC in situ quantificaram-se a temperatura do ar, temperatura mdia radiante, velocidade e umidade do ar. As medies foram realizadas, em dois perodos do dia, pela manh (1 hora e 20 minutos) e tarde (1 hora e 20 minutos). Alm disso, foi aplicado um questionrio semiestruturado permitindo a identificao quanto percepo dos colaboradores em relao s condies trmicas do espao laboral.

    O clculo do PMV e PPD foi intermediado pelo software Ladesys v1.0, sendo constatadas significativas variaes entre o PMV calculado e o PMV subjetivo, justificadas principalmente por diferenas de gnero, faixa etria e vesturio. Verificou-se que, em decorrncia das condies termoambientais inadequadas, o padro operacional estava comprometido, constatando-se elevado ndice de absentesmo, embora o IBUTG estivesse abaixo do Limite de Tolerncia (LT) estabelecido na Norma Regulamentadora (NR) n. 15.

    Vale destacar que a American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH) recomenda que sejam considerados os ndices de sobrecarga trmica e orgnica na avaliao ocupacional, estabelecendo limites diferenciados para trabalhadores aclimatados, correes dos valores em funo do uso de equipamentos ou roupas adicionais de proteo, alm de outras recomendaes tcnicas para a aplicao correta do IBUTG. Sugeriram-se a implantao

    de sistema de ventilao central, aclimatao e orientao para os trabalhadores quanto s necessidades de reposio de lquidos e alimentao em um processo educativo em carter sistemtico e contnuo. Alm disso, aes para o controle de hipertenso e desidratao, entre outros agravos, devero ser includas no Programa de Controle Mdico e Sade Ocupacional (PCMSO). Entende-se que a divulgao desses resultados dever contribuir para fomentar aes de proteo ao trabalhador.

    PROGRAMA DE PREVENO DE RISCOS AMBIENTAIS INTEGRADO UMA FERRAMENTA DE AMPLIAO DA CAPACIDADE DE GESTO DOS AGENTESDE RISCO OCUPACIONAISAlex Abreu Marins. (Membro ABHO/1113 HOC/0061)

    Este trabalho apresenta o modelo de PPRA que integra o PPRA da CETREL e os PPRAs das suas diversas contratadas em um s documento.

    Busca comprovar as vantagens da aplicao do PPRA INTEGRADO como uma ferramenta de gesto dos riscos ambientais, destacando-se sob os seguintes aspectos: reduo do nmero de GSEs e dos custos de quantificao dos riscos, padronizao do documento e informaes, gesto compartilhada e maior alcance do Plano de Ao anual.

    Muitos problemas continuam existindo no tocante aplicao da NR-9 e, por consequncia, gesto dos riscos ocupacionais, por no definir um modelo de documento nem a habilitao profissional necessria para elabor-lo, fazendo surgir nas empresas documentos sem padronizao e com interpretaes equivocadas, prejudicando, assim, a eficincia do importante programa, que a NR-9.

    nesse contexto que o PPRA INTEGRADO se destaca como uma ferramenta de padronizao e maior abrangncia no controle dos riscos ambientais. No pretenso deste trabalho apresentar um modelo nico de documento que atenda a todas as diferentes empresas, uma vez que existem empresas de diversos ramos e portes, mas a experincia aqui apresentada pode ser aplicada em uma infinidade de segmentos e, no mnimo, servir de referncia para adaptao realidade de cada um deles. Para um melhor entendimento do que ser proposto como objetivo deste trabalho, faz-se necessria a definio do conceito de PPRA INTEGRADO. Para efeito deste estudo, entende-se por PPRA INTEGRADO um PPRA que contempla em um s documento

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    todas as empresas que realizam servios em um mesmo local de trabalho e/ou possuem interaes nas atividades executadas.

    QUEIXAS MAIS FREQUENTES DE DESCONFORTO NA COLUNA, ENTRE OPERADORES DE EQUIPAMENTOS E INSTALAES EM EMPRESA DE MINERAO. UMA ANLISE ERGONMICAJorge Haroldo Noronha Pina, Cleide Ribeiro de Oliveira (Apresentadora)

    Com o aumento progressivo das DORT distrbios osteomusculares relacionados ao trabalho , surgiu um grande interesse em seu estudo, por parte da Sade Pblica e Ocupacional. Os principais fatores desencadeantes e/ou agravantes esto presentes em todas as atividades nas quais

    o uso da coluna vertebral uma constante, o que acaba por gerar um aumento do absentesmo e da tenso, devido sobrecarga ocupacional e a problemas relacionados com a fiscalizao trabalhista e previdenciria. Em busca de solues para queixas mais frequentes de desconforto na coluna vertebral entre operadores de equipamentos e instalaes, a organizao busca conhecimentos tcnicos e cientficos para a soluo de seus problemas.

    O principal objetivo deste trabalho mostrar que o paradigma do que fazer em termos de ergonomia implica grandes gastos ou pode ser quebrado e que o investimento em pequenas melhoras na organizao do trabalho, com o apoio de grupos treinados nos Crculos de Controle de Qualidade - CCQ, ainda a soluo.

    PROCESSO DE TRABALHO EM ABATEDOURO E SEUS IMPACTOS AMBIENTAIS: EDUCAO COMO FERRAMENTA PARA SUSTENTABILIDADEAraujo, Adely F. D. Vieira; Barros, Eva de Brito (Apresentadora); Bastos, Luciana

    da Silva; Cruz, rika J. S.N da.; Dias, Isabel C. L.; Oliveira, Marcelle Soares de;

    Soares, Jocenria Ferreira de Souza; Viana, Alexssandra S. Simio.

    O ciclo produtivo da sociedade capitalista extrai do meio ambiente os insumos necessrios para a produ