Revista U 14
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www.auniao.com
A REVISTA SEMANAL D´A UNIÃO
Açores: RTP
Quem Vê? A AlegriA
do futebol PÁG. 06
edição 34.773 · U 14 · 18 de junho de 2012 · preço capa 1,00 € (iva incluído)
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E-mail: [email protected] • Telefone: 295 540 910 • Fax: 295 540 919
Área Clínica Médicos
Análises Clinicas
Anestesiologia
Laboratório Dr. Adelino Noronha
Dr. Pedro Carreiro
Cardiologia Dr. Vergílio Schneider
Cirurgia Geral Dr. Rui Bettencourt
Cirurgia Vascular
Podologia
Dr. Fernando Oliveira
Drª Patrícia Gomes
Cirurgia Plástica Dr. António Nunes
Clínica Geral Dr. Domingos Cunha
Medicina DentáriaDr.ª Ana FanhaDr.ª Joana RibeiroDr.ª Rita Carvalho
Dermatologia Dr. Rui Soares
Endocrinologia Dr.ª Lurdes MatosDr.ª Isabel Sousa
Gastroenterologia Dr. José Renato PereiraDr.ª Paula Neves
Ginecologia/Obstetícia
Drª Paula BettencourtDrª Helena LimaDrªAna FonsecaDr. Lúcio Borges
Medicina Interna Dr. Miguel Santos
Medicina do Trabalho Dr.ª Cristiane Couto
Nefrologia Dr. Eduardo Pacheco
Neurocirurgia Dr. Cidálio Cruz
Neurologia Dr. Rui Mota
Neuropediatria Dr. Fernando Fagundes
Nutricionismo Dr.ª Andreia Aguiar
Otorrinolaringologia Dr. João MartinsDr. Rocha Lourenço
Pediatria
Doenças de Crianças
Dr.ª Paula Gonçalves
Dr.ª Patrícia Galo
Pneumologia Dr. Carlos Pavão
PsicologiaDr.ª Susana AlvesDr.ª Teresa VazDr.ª Dora Dias
Psiquiatria Dr.ª Fernanda Rosa
Imagiologia(TAC/ECOGRAFIA/Ressonância Magnética)
Dr.ª Ana RibeiroDr. Miguel LimaDr. Jorge Brito
Neuroradiologia (TAC/Ressonância Magnética) Dr.ª Rosa Cruz
Reumatologia Dr. Luis Mauricio
Terapia da Fala Dr.ª Ana NunesDr.ª Ivania Pires
Urologia Dr. Fragoso Rebimbas
18 junho 2012 / 03
O que é ter esperança?TEXTO / Marco de Bettencourt Gomes | [email protected]
A esperança não é uma coisa que se tenha.Não é uma carteira ou um telemóvel, um passe social ou um fato de mergulho. A esperança não é algo que se tenha porque não é uma posse. Pelo contrário.A esperança é o relento.A esperança é aprender a lidar com o desespero.Só no desespero se aprende a esperança.Só no desespero, depois de esgotados todos os recursos, todos os meios, todas as possibilidades, todas as hipóteses, só aí se abre caminho à esperança.Só quando a carteira fica vazia e não se enche, só quando o telemóvel fica sem bateria, só quando o passe social cadu-ca, só quando o fato de mergulho perde a estanquicidade, só aí é que se deixa de esperar em si. E começa-se a deses-perar, porque já nada se espera. O princípio da esperança é esperar, e só se começa realmente a esperar quando se perdeu tudo. Deixar de lado – desistir – das esperançazi-nhas manhosas e ilusórias. E abrir-se ao absolutamente inesperado, à novidade inédita, ao que é todo outro.Aprender a lidar com o desespero. Só quando se deixa de esperar, quando se entra no lugar do desespero, então aí surge a possibilidade. O lugar do desespero é o único lugar esperançoso.A frase mais triste que já li é mesmo esta: “nós esperáva-mos!” Gente que chegou ao fim da linha. E, no entanto, esse lugar transformou-se no único lugar possível. Quando to-das as respostas se transformam em perguntas.A esperança não é uma coisa que se tenha.A esperança é o lugar do encontro consigo próprio sem al-drabices nem truques.
sUMÁrIO
RTP AÇORES / pág. 16
NA Capa...
Apesar das críticas e pressões do Governo Regional, par-tidos políticos e trabalhadores da empresa, a RTP Açores diminuiu mesmo a sua emissão para seis horas diárias.A administração defende o novo modelo dizendo que vai permitir aumentar os conteúdos próprios, aparecendo sondagens que colocam o canal no topo das preferên-cias dos açorianos.Fala-se e discute-se o papel da televisão regional como há muito não se via. Agora, quem, de facto, vê a RTP/A está ainda por contabilizar.
EDITORIAL / SUMÁRIO
poema 13
a nuvem do não saber 15
porque queremos mudar? 08musica tradicional açoriana 10fast, faster, and away food 11
viagem às fontes de sal i 26apologia da banalidade 29morar no deserto 31
entre o céu e a terra 06a alegria do futebol 06
angra e dublin 14
garmin approach s3 07 la speranza non costa niente 25
turismo à procura de rumo 04
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TURISMO À PROCURA DE RUMO
Foram várias as perguntas coloca-das pelo “I Seminário sobre Turismo Rural e Natureza “Diferenciar o Pro-duto, Qualificar a Oferta, Internacio-nalizar o Sector”, no decorrer da 1.ª Feira de Turismo Rural e de Natu-reza, a EXPOTur, que decorrer , em Santarém.“Afinal que Turismo temos? Falta empreendedorismo sustentável? Falta formação qualificada? Para em-presários e colaboradores? Faltam empresários motivados? Falta Ino-vação? Faltam parcerias em rede?” constituíram algumas das perguntas que encabeçaram as conclusões do seminário.Uma vez que “turismo é a palavra-chave nos discursos dos nossos res-ponsáveis, autárquicos, institucionais, governamentais”, a eficácia e a perti-nência dos investimentos financeiros no sector, referirem os promotores, “não se revela suficiente” e “depen-dem” dos “bons exemplos”, ou seja, uma resposta a “não” e a “sim”: “não, porque falha o estabelecimento de sinergias, necessárias, entre o sector privado e quem administra, perden-do-se oportunidades de aproveitar boas práticas de quem está no ter-reno a trabalhar arduamente em prol do sector; sim, porque também te-mos bons exemplos. Ouvimos os tes-temunhos, durante este seminário, e nunca é demais enumerá-los e neste caso um que foi o mais referenciado, o das Casas Açorianas”, associação
Falta “algum profissionalismoe organização”
de turismo em espaço rural que es-teve em destaque no certame que decorreu em paralelo com a Feira de Agricultura de Santarém.Segundo os participantes do semi-nário, subordinado ao turismo em espaço rural, falta “algum profis-sionalismo e organização”, além da “ausência de ferramentas marcada-mente competitivas para apoiar os proprietários, operadores e empre-sários” e da organização do que já existe: “é necessário pensar os negó-cios, organizar os produtos, integrá-los e envolvê-los na comunidade e nos territórios, porque, turismo rural e de natureza, sem o envolvimento local, sem as pinceladas rústicas que o caracterizam, sem proporcionar experiências para posteriormente serem partilhadas, não é turismo ru-ral, nem tão pouco é o que está a ser alvo de procura”.“Perceber como comunicar os res-pectivos alojamentos, que ferramen-
REVISÃO
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O SeMINÁRIO DeDICADO AO TuRISMO RuRAL e De NATuReZA eNFATIZOu O “eXCeLeNTe” eXeMPLO VINDO DA ASSOCIAÇÃO “CASAS AÇORIANAS”
tas utilizar, que parcerias desenhar, são processos tão ou mais funda-mentais neste mundo globalizado, competitivo, onde todos procuram o mesmo: captar visitas, vendas e con-quistar e se possível fidelizar esses mesmos clientes e ganhar notorieda-de”, refere o relatório das conclusões do encontro que durou dois dias.
AÇORES COMO EXEMPLOO seminário dedicado ao turismo ru-ral e de natureza enfatizou o “exce-lente” exemplo vindo da associação “Casas Açorianas”: “todos os elogios são merecidos. O exemplo desta associação deve ser seguido, deve ser apoiado, deve ser estudado. O segredo do sucesso deste projecto, dirão alguns, que foram, os apoios subsidiados, mas, não foi apenas isso. Houve também trabalho dos associados e das respectivas comu-nidades. Decidiram agarrar a opor-tunidade, arregaçaram as mangas e «atacaram» com tudo que tinham ao seu dispor, com todas as suas armas e começaram a ganhar a guerra dos mercados”.“Fornecendo experiências, mostran-do nacional e internacionalmente as potencialidades, a «autenticidade» do produto e daí à conquista de nú-meros agradáveis de taxas de ocu-pação, foi um passo naturalmente esperado. Agora é continuar o bom trabalho e se possível partilhando e contribuindo para replicar esse exemplo melhorando o sector fazen-do-o crescer”, preconiza.
MUITOS eLoGIose pOUCOs TURISTAS
TEXTO / João Rocha / [email protected]
Os elogios às potencialidades turís-ticas dos Açores são constantes e oriundos dos mais díspares quadran-tes. Em termos teóricos, o sector tem tudo para dar certo no arquipélago e criar mais valias económicas.É a paisagem deslumbrante (em terra e no mar), a variedade gastronómica, a riquíssima cultura e a simpatia natu-ral das nossas gentes.A grande questão passa pela prática não corresponder a tão atraente te-oria. Apesar da construção de novas unidades hoteleiras (a ilha Terceira é um bom exemplo), a verdade é que por estas paragens há cada vez me-nos turistas.A crise pode ser uma das causas para a quebra de dormidas e visitante, mas, obviamente, não servirá de explicação única do desfalecimento turístico.Os transportes, além de caros, apre-sentam inúmeras carências, enquanto que crescimento harmónico não pas-sa de utopia também no turismo.
Por eStAS PArAgeNS HÁ CAdA VeZ
meNoS turiStAS
REVISÃO
18 junho 2012 / 06
aalegrIadOfutebolTEXTO / José Tolentino Mendonça
“Às vezes o futebol é uma alegria que dói”. Sábado à noite não houve português que não sentisse na car-ne esta verdade que o escritor edu-ardo galeano assinou, mas esse é apenas um dos sentidos possíveis que a frase tem. o futebol ganhou, de facto, a função representativa que, em outros períodos da histó-ria, pertenceu, por exemplo, tam-bém ao teatro ou às artes, conse-guindo, no estilhaçado panorama das nossas sociedades, conver-gências que se diriam improváveis. tornou-se habitual o encontro de despedida da equipa com o pre-sidente da república, numa espé-cie de investidura civil: eles são os nossos, eles somos nós. em raros momentos simbólicos se sentem os países assim em uníssono, revendo-se completamente no esforço e no génio de uns poucos, galvanizados pelo seu sucesso ou solidários nas suas derrotas. mas seria injusto re-duzir a festa do futebol à matemá-
tica imediata dos resultados. ele é “uma alegria que dói” por que é uma alegria verdadeira.Para lá desse papel de polarizador das paixões (e das frustrações) sociais, o futebol vale por si. ele dá a ver o jogo, a surpresa do movi-mento, a cartografia rápida do encontro e do contraste, o avanço, a finta ao obstáculo, a estratégia dos passes, a dança inteligente dos corpos, a leveza que pode ter a alegria. dá a ver a relação criativa entre o indivíduo e o grupo, entre os talentos individuais e a mecâni-ca do conjunto, instituindo práticas de cooperação onde a disciplina e o improviso frequentemente se aliam. ele dá a ver a força e a vul-nerabilidade, o cálculo e o risco, a solidão e o júbilo.Nestes dias tem-se também falado da riqueza e dos estilos de vida de alguns profissionais do futebol. o que se diz sobre eles não pode ser senão o que se aplica a todos, em iguais circunstâncias. lembrando que tão mau como a exibição exor-bitada da riqueza é o sacrifício do escasso tempo que lhes resta à sociedade de consumo, vendendo carros, roupa ou bancos. dá que pensar o que galeano escreve: “ao fim e ao cabo, isso só prova que este mundo é tão absurdo que tem até escravos milionários”.
eNTRe O Céu e a terraTEXTO / Carmo Rodeia
Vivemos dias diferentes. Bafejados pelo império do amor e da partilha que singulariza o povo dos Açores, entre bodos e santos populares, escutamos com incredulidade as notícias que nos vão chegando, cientes de que ama-nhã tudo será diferente. Essa é a esperança que, apesar de tudo, ninguém nos pode tirar, seja qual for o sentido dessa mudança.A banca espanhola acaba de ser resgatada financeiramente em condições que terão sido francamente mais vantajosas do que as observadas para os três países da União já ajudados: a Irlanda, a Grécia e Portugal. Segundo informações vindas a público, Espanha não terá necessidade de impor aos seus compatriotas mais medidas de austeridade. O desemprego é altíssi-mo; há cada vez mais espanhóis a viverem abaixo do limiar da pobreza, sem casa, sem emprego e sem comida. Mas a Espanha é grande demais para ser resgatada. A Europa sabe disso. Estará disposta a arriscar sem que se tomem medidas verdadeiramente emergentes para evitar o des-calabro do pouco que permanece da União?Em Portugal, a situação piora todos os dias. Sacrifícios em nome da crise, explicados como se apenas houvesse um caminho certo, sem curvas nem desvios. Mas, todos os dias sabemos dos desvios que nos conduziram a esta situação: obras megalómanas sem consequências reprodutivas, par-cerias público privadas que comprometeram o presente e o futuro, opções políticas que se traduziram em erros avassaladores para o país. Numa pa-lavra: a ruína. Hoje somos, como sempre, nós e as nossas circunstâncias, como dizia Gas-set. Teremos condições para arrepiar caminho?Quando um Governo é eleito é porque o povo acredita nas suas opções. Quando elas se materializam e se revelam nefastas, os políticos devem ser sancionados. Nas urnas escolhem-se outros. A isso se chama Democracia. E a factura que fica, é paga apenas pelos eleitores? E os eleitos merecem apenas a sanção política? Mesmo quando tomaram opções com base em erros ruinosos?Como disse Cavaco Silva a propósito do desemprego no dia de Portugal “é preciso passar das palavras aos actos”.
OPINIÃO
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GARMIN APPROACh S3TEXTO / Paulo Brasil Pereira
Na passada semana falei-vos de um reló-gio itech que vê mensagens, mails, ouvir música e que é um apêndice do seu tele-fone. Hoje apresento-vos o Garmin Approach S3, um relógio ideal para golfistas.Os Açores também são conhecidos pela prática do golfe, e a Terceira é conside-rada a ilha mais democrática desta mo-dalidade, pois as excelentes condições do campo faz com que qualquer um possa dar umas tacadas.Se é mais exigente no green, nada como ter este relógio como parceiro. Não dis-pensa um caddy, mas dá uma valente ajuda. É dotado de um receptor GPS de alta sen-sibilidade e tem armazenado as informa-
ções de mais de 27 mil campos de golfe em todo o mundo (sem assinaturas ou do-wnloads). Consegue saber, através dele, a distância no início, ao final e a meio dos greens. O Approach S3 informa-lhe ainda a distância média em metros percorridos em cada tacada, actualizando permanen-temente a informação de acordo com a sua localização. A sua opção “Green View” o golfista pode ver a imagem real do campo onde se en-contra a jogar e ajustar manualmente a sua posição para mais facilmente localizar a bandeira.Estatísticas do jogo, tempos médios são ainda muitas das opções que este relógio lhe oferece. Existe em Branco e Preto e custa 299 euros, com muito style incluído!
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FERRAMENTAS
COM eCRÃ TÁCTIL à PROVA De ÁGuA e LuVAS!
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Quem faz esta pergunta tem no seu íntimo uma centelha da resposta. A mudança é uma inevitabilidade uni-versal. Não só a psicologia o consta-tou, como também artistas, políticos, religiosos… Porque queremos mudar? Se a cada indivíduo cabe a respectiva resposta, existem razões gerais pas-síveis de explicar algumas das causas fundamentais para o desejo de mu-dar. Diminuir sofrimento, sair de uma situação dolorosa, incrementar a qualidade de vida, fugir ao marasmo rotineiro, melhorar a saúde, ajudar outra pessoa, vontade de explorar diferentes afectos e locais... Mas do pensamento à acção vai uma árdua distância que pode ser percorrida. Sendo a motivação o principal mo-tor da mudança é importante focar a energia de quem tem um objectivo a alcançar, mas não sabe como chegar-lhe. A estratégia da Entrevista Moti-vacional foca essa energia criando na pessoa o ambiente mental perfeito para a concretização da mudança. A Entrevista Motivacional faz parte de uma estratégia de aconselhamento desenvolvida pelos psicólogos William Miller e Stephen Rollnick, depois de acolhida a teoria do ciclo de mudança desenvolvida por Prochaska e DiCle-mente. Esta ferramenta não anula a dificuldade em mudar, antes prepara
um caminho muitas vezes tortuoso em que convém prever obstáculos para posterior ultrapassagem. Não diminui a importância da pessoa que quer mudar, antes aumenta a capaci-dade de tomada de decisão, facilitan-do uma responsabilidade informada e desejada. A Entrevista Motivacional tem um raio de acção limitado, mas experiências recentes vêm compro-vando o aumento da eficácia em con-jugação com estratégias terapêuticas diferentes. No CIPP a diversificação na aplicação desta estratégia atende não só às idiossincrasias humanas, mas também ao reconhecimento de práticas aplicadas e avalizadas pela comunidade científica. O Projecto de Investigação COMBINE (University of New Mexico), tem demonstrado a validade de diversas direcções, avaliando e partilhando práticas que podem ser usadas na tarefa de moti-var pessoas para a mudança. Vamos a isso?Aguardamos os vossos comentários, sugestões e achegas para o [email protected], bem como uma visita à nossa casa na In-ternet em www.cipp-terceira.com. Até à próxima!
* Equipa Técnica do Centro de Intervenção
Psicológica e Pedagógica
Sempre pensei que o tempo não era suficiente para a dedicação a uma li-cenciatura. Por trabalhar, e lidar com os afazeres domésticos necessários à boa prestação de esposa e mãe, pensei que não teria disponibilidade para frequentar o ensino superior. O primeiro semestre foi desastroso. O cansaço destruía a monotonia dos meus dias. As saudades do meu filho deixavam-me angustiada e cheia de vontade de sair para presenciar
MÃe MODERNATEXTO / Marlene Fernandes Silva*
CIÊNCIA / OPINIÃO
MOTIVAçÃO é PRINCIPAL
MOTOR DA MUDANçA
PORquE quEREMOS MuDAR?PArA quê? TEXTO / CIPP*
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os seus primeiros passos, as suas primeiras palavras. No segundo se-mestre já não havia monotonia para destruir. O meu filho continuava a sorrir… e embora estivesse pouco tempo com ele, o pequeno Daniel sabia quem era a mãe e até já me tratava como tal. Depois vieram as férias de Verão! Recuperei a energia para mais um ano de aulas. Ainda ía-mos em Agosto e já sentia saudades de estudar.No início do segundo ano estava cheia de energia. Após todos os re-encontros chegara a hora da reali-
dade: a bibliografia foi entregue, e o programa curricular esclarecido. Já não estava no primeiro ano da Li-cenciatura em Filosofia e “sentia na pele” a exigência.No semestre seguinte tudo reco-meçava. Tudo havia começado de novo, mas estava quase no fim do segundo ano. Agora o ano terminou e o impulso de estabelecer objecti-vos continua. Eis mais um desafio: o mestrado.
*Aluna do Curso de Filosofia e Cultura Portu-
guesa na Universidade dos Açores
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21 janeiro 2012 / 09
MONTRA / OPINIÃO
im dit, veniendae simaximod molorpo ressund igendis non conessit reperae cuptatur? Siminte voluptur? Poreium am, quas mi, voluptus, as porrorenis pra dolut quam, quia derum, natibus-to illa nonecea cusdam alignimporro que ex etum ut lam lam aut laborias pedignimenis excea volorro ma der-natquam aut molesequata dis repuda sam resera voleceriae id magnimpos sum sincit quas alitemod et ipsundi-tium explabo. Ebit fugit, sitiae eicim dem simus eicit qui aut aut expelit as et porio. Offictur? Illaut quatur sa a lendam Aniatur aut modi cuptat
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MUSICA
TRADiciONAl
AçorIAnA
TEXTO / Wellington Nascimento*
FOTOS / Ricardo Laureano
A música tradicional aço-riana tem a sua génese nos primeiros povoado-res, em sua maioria por-tugueses, que trouxeram consigo seus costumes e que aqui, com o isola-mento e características peculiares das ilhas, mol-daram uma maneira pró-pria de vida. A música es-tava presente na maioria das manifestações popu-lares, serviam para ate-nuar o labor do trabalho e estavam presente nas festividades profanas e de carácter religioso. Manuel Tavares Canário efetuou a primeira reco-lha de música tradicional açoriana (1901- Balhos Micaelenses) mas só em meados do século XX (1954), com a forma-ção do Grupo Folclórico Tavares Canário (uma iniciativa do Padre José Luís de Fraga o grupo de carácter radiofónico, era constituído por dois to-cadores de viola da ter-ra, Constantino Amaro e Manuel Libório Raposo e três vocalistas, Herculano Silva, António Armando e Manuel Inácio de Melo) é que tem início o processo de revivificação da cultu-ra tradicional açoriana. Em 1955 nasce o Grupo Folclórico de São Miguel composto por individu-alidades micaelenses (Armando Cortes-Rodri-gues, Francisco Carreiro
da Costa, Luísa Athaide da Costa Gomes, Mar-garida Moura e João da Silva Jr.) que procederam à recolha musical e co-reográfica dos cantares e balhos que ainda eram executados em algumas freguesias da ilha de São Miguel. Outra iniciativa importante foi o levan-tamento etnomusicoló-gico efetuado por Artur Santos entre 1952 e 1960 nas ilhas de Santa Maria, São Miguel e ilha Ter-ceira. Outras iniciativas, tão importantes como as expostas acima, con-tinuaram no deambular do século XX e foram ful-crais para a preservação da Música Tradicional Açoriana. Atualmente os diversos grupos folclóri-cos existentes no arqui-pélago dos Açores con-tinuam mantendo viva as manifestações musicais tradicionais dos Açores.
* CHAM-Centro de História de
Além-Mar-UNL/UAC
Centro De estudos Gaspar
Frutuoso - UAC
GRUPOS DE FOLCLORE DO ARqUIPé-LAGO MAN-TÊM VIVAS AS MANIFESTA-çõES MUSI-CAIS TRADI-CIONAIS DOS AçORES.
CIÊNCIA
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FastFasterand away Food
TEXTO / Joaquim Neves
Repara em deta-lhes. Sabe quem está a comer o quê…
Ou para a língua de Camões “pisca pitiscas isca aqui”, que não tem nada a haver com o inglês, mas desde quando o “fast food”, comida rápida, faz sentido? Detesto o conceito, apesar de na década de setenta, ir ao McDonalds ser muito cool. (Veja o fil-me “Super size me” um idiota que durante um mês só come no McDonalds). Depois, como cogumelos, vieram outros e mais outros, em que há cada vez menos tempo, em que é cada vez mais rápida a ingestão de comida, de tempo poupado que quase cientificamente irá usar num centro de saúde mais próximo. Depois veio o micro-ondas e a comida pré-fabricada e depois de muitas outras coisas surge o Pestiskaky. Disseram-me que era um “fast” bom. Bem, se é “fast”, é um “slow fast food” que me agradou. Afinal, depois do pedido co-zinham. Interessante é oferecer diversos tipos de comida, “kebab”, hambúrgueres, saladas, pratos do dia cozinhados. Am-biente interior e exterior em esplanada coberta, dominado durante os dias de semana por estudantes, fim-de-semana
MESA
DALÍ, De LÁ, ALI, ACOLÁ, MAS AquI
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e noite variado. Pessoas que querem co-mer “fast” mas com tempo para comer melhor.Eu comi uma francesinha. Estava boa. O molho não sofrera a redução que é neces-sária para um bom molho de francesinha. Mas estava próximo. Também o pão não estava devidamente selado, para não em-papar, mas aceitável como o resto, como as batatas fritas do costume, e como as carnes e salsichas do comum.Como estava sozinho, deu para apreciar os empregados. Os empregados, não te-nho nada a dizer sobre a simpatia, atenção e o esforço demonstrado, mesmo em al-guns o “extreme fast smile”. Mas saliento só umas breves coisinhas. Um empregado leva a louça suja de outros assim que pu-der e não deixa indeterminadamente na mesa, durante quase toda uma refeição, de outrem. Leva louça vaga para dentro, se vier cá fora fazer entregar alguma coisa e não anda de mãos a abanar e a ver se está tudo bem, não vendo. Repara em detalhes. Sabe quem está a comer o quê, e quando alguém termina sua refeição não se põe a fazer outras coisas, esquecendo-se de re-parar e levantar um prato terminado.Outra coisa, que não tem a ver com este momento mas em geral, é a seguinte: não preciso de saber, se reclamo ou chamo à atenção de alguma coisa, todos os possí-veis intervenientes e motivos familiares, domésticos e laborais como justificação de seja o que for. Basta um “desculpe” e “obrigado”. Aliás, fica mal e desculpas são insegurança e falta de profissionalismo e agradecimento arruma qualquer incon-gruência.Gosto da esplanada meio terrário, solzinho de almoço, vai e vem dos clientes, vento lá fora, o violeta da buganvília, verde fresco do “logo”, tranquilidade da hora, caneca de cerveja, do largo em volta.
Receita
reCeitA rÁPidA
A minha sugestão para uma receita rápida esta semana é batidos.Atire tudo o que lhe apetecer para uma misturadora com copo. Tem que ser com copo, senão não tem a mes-ma piada. Click e pelo vidro do copo vê tudo a misturar-se. Nhamm! Água ou leite se for daqueles mamíferos que ainda o bebe em estado adulto.Batidos bem equilibrados com cere-ais, fibras como a linhaça ou gergelim, fruta e alguns legumes como beter-raba e cenoura, combinam bem com muita da fruta disponível. Eu tenho preferência de ir por cores. Frutos de cores semelhantes, por base com sa-bor quase neutral uma maçã ou pêra e brinco com os sabores da fruta e le-gumes de época. Temperos: gosto de hortelã, canela, anis em pó. Pimenta preta, moída, activa e potencializa os nutrientes.Açucar? Se estiver mesmo viciado e já ter perdido as suas papilas gustativas ao doce e sabor natural da fruta, po-nha pelo menos açúcar mascavado. A sua provável futura diabetes agra-dece.Seja simplesmente criativo, pode ser que descubra que bacalhau com mo-rangos é muito bom com mais qual-quer coisa do seu toque especial.Se comer bem, também evita as exageradas ofertas estonteantes de produtos para emagrecimento. Como diz um amigo meu, nunca viu pessoas subnutridas gordas. Talvez só deva fechar mais a boca comer sensata-mente o que precisa. A “segurança” social o “ministério” da saúde e o di-nheiro que se poupa aos “contribuin-tes” agradecem.
MESA
FAST à LA CARTe
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IMPReSSõeSSOBRea OrdeM dO dIÁlOgO
TEXTO / Marina Huxley
A percebida impossibilidade de algo gera em mim, em nós talvez, uma necessidade de saí-da, uma fresta.Procuro, procuramos…, na busca da continui-dade, um diálogo.
Que intérpretes fabulosos somos para nós mesmos, buscando em sobressaltadas me-mórias dos sonhos, sinais premonitórios ou fraudulentos avisos, reconhecendo ordem nos encontros e nas sequências diárias, buscan-do em nós mesmos o reencontro da possibi-lidade.
A música é nesta significância, um maravilho-so transporte, entre mim e o outro, ainda su-ficientemente ambíguo e único, vadio de pa-lavras, raro de planos objectivos… edificada ela mesma em estruturas, harmonias, pautas e todos os determinantes, válidos ou não para a arte de sentir.
ecoa?
PALAVRAS
Rótu-losPaRainvi-suais
18 junho 2012 / 14
TEXTO / ACRA
Portugal publicou a Lei n.º 33/2008, que estabe-lece as medidas de pro-moção da acessibilidade à informação sobre de-terminados bens de ven-da ao público para pes-soas com deficiências e incapacidades visuais.De acordo com o estipu-lado nesta Lei, deverá ser assegurada, no acto da compra, a impressão em
brail-l e , numa e t i -queta p o r p r o -duto , d a infor-mação tida como necessária, nomeadamente a re-lativa a denominação e características principais e a data de validade. Esta Lei é (especialmente) dirigida às sociedades que detenham mais de cinco estabele-cimentos de comércio misto, funcionando sob insíg-nia comum, com área superior a 300 m2 cada um.Ainda de acordo com o diploma (Artigo 3.º), essas so-ciedades passam a estar obrigadas,a dispor de serviços de acompanhamento persona-lizado para as pessoas com deficiências e incapaci-dades visuais, no acesso aos produtos que se encon-trem expostos que poderão ser complementados por um sistema de informação adequado a essas pessoas. Estas sociedades deverão, no prazo de seis meses após a entrada em vigor da presente lei, concluir a selecção e adaptação dos estabelecimentos comer-ciais, tendo o prazo legal para a implementação des-tas medidas terminado no passado dia 22 de Janeiro.A lei não obriga que estes serviços sejam prestados em todos os supermercados e hipermercados da ca-deia, mas sim em pelo menos um, existente em cada Concelho.
*Associação de Consumidores da Região Açores
CONSUMO/OPINIÃO
VIAGeNS AO CeRNe DAS COISAS VI
ANGRA e DuBLIN
As festividades tradicionais populares estão a tornar-se uma área cada vez mais sensível da cultura de qualquer país. Isto porque o turismo “esbarrou” nelas (provavel-mente por mera coincidência) e ao “esbarrar” começou a influenciá-las. Talvez ainda por mero acaso, começam a aparecer marcações de hotéis e passagens, em simul-tâneo com datas especiais, celebradas de modo especí-fico, em determinados locais. Todas estas “coincidên-cias” colocam pressão sobre os organizadores dessas celebrações e certamente contribuem para as alterar, mesmo que muito pouco, ou então, no “melhor sentido”. Nos Açores ainda pensamos que nada disso influencia e que tudo se mantém inalterado perante os olhares dos turistas. Mas convém ver o que se passa nesses luga-res de grande densidade de visitantes. Por exemplo, “Newgrange” e “Tara” na Irlanda, onde têm lugar as celebrações Solsticiais mais famosas da actualidade. Como estive lá em 2009 e nos autorizaram filmagens de interiores (caso inaudito), achei-me com cacife para lhes propor, há dois dias, uma troca de imagens das ce-lebrações do Solstício de Verão, com as das Sanjoaninas (que eles também já conhecem). Responderam muito delicadamente que não, para as celebrações “verda-deiras”, e um “talvez” para outras que são organizadas na forma de espectáculo (para turistas). Esta reserva e este respeito pela autenticidade, são pormenores que nos falham mas que ainda espero, venham a tornar-se imprescindíveis.
*Historiadora
CELEBRAçõES SOLSTICIAIS
TEXTO / Antonieta Costa * / [email protected]
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Parece que começaram já os nevoei-ros de S. João: um destes dias estava Angra mergulhada na sua sombra simples e o Monte Brasil estava cor-tado ao meio. Mas o que dizer sobre as nuvens? Que mensagem traz o nevoeiro? A Bíblia tenta ver aí a pre-sença de Deus: o Monte Sinai estava envolto em nuvens, fumo e trovões quando Ele dá a lei a Moisés; o Filho do Homem voltará sobre as nuvens, no fim dos tempos.As nuvens são sinal do fim do mundo que, bem se sabe, há de chegar, pelo menos dentro de alguns milhares de anos. É caso para não se perder a fé e, por Deus, a linguagem apocalíptica serve para isso mesmo, para prome-ter que a fé há de trazer recompensa no fim: a apocalíptica é um ato de oti-mismo no meio da tempestade meta-fórica da história humana.Até os ateus são causa de otimismo no nosso tempo: tem-se falado muito de Alain de Botton, o autor que pro-moveu um projeto de templo para não crentes em Londres. Dentro do pouco que sei, é uma novidade esta simplicidade do discurso ateu. Em geral, o que fazem é crítica a todas as religiões: a religião é má e os crentes são pessoas pouco esclarecidas.Se é bem real que muitos crentes es-tudam pouco sobre a sua condição, isso não justifica fundamentalismos contrários: muitos ateus exibem os mesmos traços de intransigência que pretendem denunciar. Os Dawkins e Hitchens deste mundo constroem cer-tezas absolutas para abalar outras...Não será um sinal de Deus? Botton admite que a imagem de um Deus bondoso é reconfortante e que o acesso a ela está-lhe vedado pela sua condição. Pode-se perguntar se a necessidade que o homem tem de Deus é argumento contra Ele... olha,
os campos precisam de chuva e ela existe, se bem que a Ele não se possa reduzir a uma necessidade.No filme de Bresson baseado no cé-lebre “Diário de um Pároco de aldeia” de Bernanos, o padre afirma que Deus não é mestre de amor: Ele é o próprio amor. Mas fiquemos por aqui porque falar de Deus é perigoso... muitas ve-zes se esquece que o conhecimento de Deus é uma experiência e não um saber... não será que quando se tenta provar a existência de Deus já se ce-deu a um falso pressuposto?O caminho para o Ente Supremo não será a superação do que temos to-dos os dias? Talvez seja essa a razão principal para se perguntar por Ele e tentar percebê-lo: acrescentar algo mais ao que já se encontrou mas não para encher o cérebro. O responder sobre Deus é um res-ponder sempre passageiro, sempre incompleto e à espera de mais... isso fará sentido? Sim se se pensa que é aí que se cria afeto e relação: a fé pre-cisa das perguntas novas que lhe dão alento... e o que é a existência senão um repetir das mesmas ações? O outro filme de que me socorro aqui é o “Wordet”, “Palavra” de Dryer. Vale ainda mais que a ingenuidade bem intencionada mas verborreica do padre anterior: a história é a de um louco que acredita na ressurrei-ção e nos milagres. Vai daí e alguém que tinha morrido ressuscita mesmo depois de ele fazer oração. Essa, pa-rece-me, é a maior lição de que pre-cisamos hoje: despir as nossas razões afinadas e eloquentes e confiar como só os loucos confiam.Ao fim do filme de Bresson o padre moribundo também chega lá... não se tinha confessado mas responde a si mesmo, de forma memorável: para quê? Tudo é graça...
a nUveMdO Não SAber
OPINIÃO
TEXTO / Pe. Teodoro Medeiros
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Segunda-feira, 4 de Junho de 2012. A RTP Açores (RTP/A) começa a funcionar com novo modelo de emissão com produção pró-pria concentrada entre as 17h30 e as 23h30.A mudança, segundo os responsáveis da te-levisão pública, pretende “concentrar pesso-as e reduzir gastos”, declarou na altura Sidó-nio Bettencourt, recentemente empossado como subdirector do canal.Em termos práticos, o popular “Bom Dia” de Pedro Moura terminou, tendo nascido “Açores Hoje” do mesmo apresentador, que abre a emissão de segunda a sexta-feira e desapareceu o jornal regional emitido pelas 13h00. No entanto, a nova grelha de produ-ção própria só irá para o ar na totalidade no próximo Outono.A contestação à medida surgiu de forma prá-tica com a instauração, por parte do Governo Regional, de uma providência cautelar contra a implementação deste modelo, posição que teve o apoio de todos os partidos políticos com assento na Assembleia Regional.O poder político açoriano contesta a medida da República por considerar que a redução de emissão é o primeiro passo para o des-mantelamento e incumprimento das respon-sabilidades do Estado no âmbito do serviço público de rádio e de televisão na Região, tendo como suporte a crise económica e a necessidade de reduzir custos.
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TeXTO / Renato Gonç[email protected]
FOTOS / Ricardo Laureano
A subcomissão de trabalhadores da empresa tem sido outra das vo-zes contestatárias desde a primeira hora, ponderando igualmente uti-lizar a via judicial para contestar o novo modelo e defender a RTP/A enquanto “instrumento fundamen-tal da afirmação da açorianidade.Em Agosto de 2011 o ministro Mi-
guel Relvas anunciou que a emissão da RTP-Açores seria reduzida para uma janela de quatro horas de emis-são.Em Novembro, o grupo de trabalho para a definição do serviço público de comunicação social publicava um relatório onde se podia ler que a missão histórica das televisões re-gionais estava terminada.O Governo da República mostrava-se intransigente na intenção de re-duzir custos e apesar dos protestos das forças politicas regionais, tra-balhadores da empresa e de algu-ma sociedade civil que através de grupos de apoio e petições procu-rou manter “tudo na mês”, a RTP Açores entrou, no início deste mês, numa nova etapa da sua vida, que em muito se assemelha a um re-gresso aos primórdios, funcionando num horário reduzido a partir do fi-nal da tarde.Com um orçamento para 2012 que ultrapassa os oito milhões de euros, dos quais uma verba superior a cin-co milhões de euros se destina aos salários dos 140 funcionários, cerca de um milhão de euros é gasto com a grelha e 1,5 milhões com despesas de funcionamento, a diminuição de emissão é vista pelo Governo da Re-pública (e pelo recém reformulado Conselho de Administração) como essencial para reduzir os custos de funcionamento da empresa.Sidónio Bettencourt, subdirector de conteúdos, em entrevista ao tele-jornal da RTP/A no dia em que teve início o novo horário, afirmou que na actual conjuntura “é o melhor que se pode fazer de forma a termos os nosso recursos humanos na máxima força e produção diversificada”.
Realçando que o cenário ideal seria sempre manter uma programação de manhã à noite, o subdirector lembrou que este modelo não é uma “janela” pois o controlo da progra-mação continua nos Açores. O responsável declarou igualmente que a produção local vai aumentar em relação ao passado, bem como a
inclusão de material proveniente da RTP/A nos canais nacionais e inter-nacional da televisão pública.“Temos a porta aberta e vamos fa-zer um esforço enorme para termos mais conteúdos dos Açores nos ou-tros canais da RTP “.
“TODOS” CONTRAEm contraponto a esta defesa e realce das qualidades da “nova” RTP/A para o futuro do canal regio-nal, subcomissão de trabalhadores e todos os partidos políticos, estão contra o que entendem ser uma ac-ção concertada da Republica para acabar com o canal e a sua missão na defesa da Autonomia.O Governo Regional avançou com uma acção na justiça para combater a implementação do novo horário de emissão, passo que está a ser estudado pela subcomissão de tra-balhadores.Os argumentos são os mesmos des-de que Miguel Relvas anunciou a intenção de “mexer” no canal regio-nal, ou seja, o desmantelamento e incumprimento das responsabilida-
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eMISSÃO De quATRO PARA SeIS hORAS
ORÇAMeNTO uLTRAPASSA OITO MILhõeS
des do Estado no âmbito do serviço público, fruto de uma “estratégia” no do poder central para condicio-nar as autonomias regionais tendo como suporte as dificuldade eco-nómicas e orçamentais que o país atravessa.Em nota conjunta de todos os par-tidos com representação parlamen-tar, a RTP/A é considerada “ pilar fundamental para a afirmação da autonomia” desempenhando uma função “de grande e insubstituível importância”.Mais um argumento nesse sentido, será, provavelmente, o relatório do grupo criado pelo Parlamento Re-gional para a definição do serviço público audiovisual na Região, cujas conclusões serão apresentadas no próximo dia 22 de Junho.
MODERNIZAÇÃO Na sua intervenção, Sidónio Betten-court deixou bem claro que, mais do que o próprio modelo, a sobrevivên-cia da RTP/A passa pela moderniza-ção tecnológica e das suas instala-ções. O responsável afirmou que o canal “perdeu a corrida tecnológi-ca” e necessita urgentemente de encontrar soluções para fazer face a instalações sem condições para um canal de televisão moderno.Eduardo Cintra Torres, conhecido crítico televisivo nacional, visitou este mês o centro de produção de Ponta Delgada e num artigo publi-cado no Correio da Manhã lança du-ras críticas às condições de trabalho dos profissionais da RTP, dizendo-se “aterrado” com várias situações, desde uma emissão com qualidade VHS a equipamentos “que já não se fabricam”.
A TELEVISÃO DOS AÇORES?Os tempos em que a RTP/Açores era “A televisão dos açorianos” estão já a repousar no baú das memórias.A real implementação do canal na região encontra-se no reino da sub-jectividade fruto da falta de núme-ros públicos e credíveis sobre as suas audiências.João Duque, líder do grupo de tra-balho encomendado pelo Governo da República, declarou no final de 2011 que a audiência local dos ca-nais “não justifica o investimento”, mas no inicio do mês uma sondagem encomendada pelo Governo Regio-nal dava a RTP/Açores como o canal televisivo com mais notoriedade en-tre os açorianos O mesmo estudo apontava que 79% dos inquiridos era contra a redução do horário de emissão.Quanto às preferências de conteú-dos, o extinto “Bom Dia” de Pedro Moura era o programa mais visto, seguido do “Telejornal”e dos “Aço-res VIP”.
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DirectorMarco Bettencourt Gomes
EditoraHumberta Augusto
RedacçãoJoão Rocha, Humberta Augusto,
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Colaboradores desta ediçãoAdriana Ávila, Alex Borges, Antonieta Costa,António Camões Gouveia, António Lima,Carlos A. Moreira Azevedo, Carmo Rodeia,Frederica Lourenço, Joaquim Neves, José Júlio Rocha, José Tolentino Mendonça, Marina Huxley,Marlene Silva, Melânia Pereira, Paulo Brasil Pereira, Paulo Homem, Ricardo Laureano, Rildo Calado,Teodoro Medeiros e Wellington Nascimento.
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A soLenIdAde
dO COrpUs ChrIstI
EM PORTuGAl
A instituição da festa do Corpo do Senhor situa-se no movimen-to desejoso de ver a hóstia e a adorar, que valorizou o momen-to da celebração em que se faz a narração da Ceia, assinalado pelo toque de campainha e com sole-nização ritual.A festa do Corpus Christi, mal traduzida por «Corpo de Deus», mas chamada «Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo», foi instituída na Bélgica em 1246 e aprovada para toda a Igreja lati-na em 1264, na quinta-feira após a oitava do Pentecostes. Consti-tui uma resposta de fé e de cul-to a doutrinas heréticas sobre a presença real de Cristo na Euca-ristia, ao mesmo tempo que co-roou um movimento de devoção ardente ao Santíssimo Sacra-mento do altar. Em 1318 já o papa João XXII lhe acrescentava a pro-cissão solene, que a caracteriza por levar em triunfo o «Santíssi-mo Sacramento».Portugal não esperou a deter-minação papal e acolheu a festa pouco depois da sua criação bel-ga. Já há referências para o Porto (em 1294) e para Coimbra ainda no século XIII. O título de «Cor-pus Christi» aparece em livros da Colegiada de Guimarães (1302), foi dado ao convento dominica-no de Gaia (entre 1348 e 1352) e para reparar um ultraje (1361 e 1362) à eucaristia acontecido em Coimbra foi erguida a Capela do Corpo de Deus, cerca de 1367. Em Évora dá o nome a uma travessa (1385). A Confraria do Corpo de Deus da Igreja de São João Bar-tolomeu (Guadalupe), em Braga, em 1403 já tinha uma centena de irmãos. Todas as cidades e vilas do reino realizavam com brilho a mais espantosa das procissões.A procissão dava lugar a repre-sentações, como se conhece no tempo de D. Manuel. As mani-festações teatrais e os jogos de
danças que se juntaram aos cor-tejos solenes davam lugar a abu-sos, que foram controlados por determinações diocesanas.A partir do final do século XV assistiu-se a uma vaga de fundo de ordenação e moralização das procissões católicas que atingiu acima de todas a do Corpus Chris-ti, que na apresentação das dife-rentes corporações de mesteres ou determinados ofícios acabava por denotar a vida do concelho mas provocava crescimentos es-pectaculares de representativi-dade que procuravam fazer cha-madas de atenção sobre o poder, económico em primeiro lugar, de alguns dos participantes.
TEXTO / D. Carlos A. Moreira Azevedo e
António Camões Gouveia *
HISTÓRIA
DA Sé De ANGRA
CuSTóDIA, TeSOuRA
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As proibições desta procissão concelhio-religiosa foram muitas e atingiram sobretudo os seus elementos festivaleiros, como o São Jorge, o seu alferes, cavalo e sela, o Dragão, Serpe ou Conca, as danças e folias variadas.Além da particular exaltação eu-carística na Quinta-feira Santa, os acontecimentos mais atribu-lados da vida social e política e ocasiões de profanações sacrí-legas proporcionavam solenes e emotivos actos de desagravo. João Marques sublinha o momen-to da Restauração como particu-larmente propício ao recurso do imaginário eucarístico nos ser-mões e nas narrações de actos litúrgicos. Unia-se a defesa da pátria à comunhão eucarística.Esta sensibilidade foi contra-riada pela separação da Igreja do Estado e pelas orientações do concílio plenário (1926), que conseguiram reduzir a procissão ao meramente religioso e nal-guns lugares levaram mesmo à sua suspensão.
CONFRARIAS DO SANTíSSIMO SACRAMENTOConhecem-se entre nós, desde meados do século XV, as confra-rias do Santíssimo Sacramento. O compromisso da existente na freguesia de Castro (Ponte da Barca) data de 1457.Para reagir ao abandono a que se viam destinados tantos sacrários sem veneração, alguns devotos decidiram criar, no convento do-minicano de Santa Maria Sopra Minerva (Roma) uma confraria destinada ao culto do Santíssi-mo Sacramento, com diversos gestos e acções. O papa Paulo III aprovaria esta piedade para toda a Igreja em 30.11.1539. Vá-rios opúsculos espalharam pelo mundo a mesma devoção.Os testemunhos portugueses são
também precoces. Faculdades para criar congéneres são con-cedidas pelo papado ao cardeal D. Henrique, para Braga (1540) e para Évora, pouco depois.
CAMINHAO alastrar da instituição é rápi-do durante o século XVI e sofre incremento tridentino (Concílio de Trento). Aos poucos todas as igrejas erigiram estas associa-ções. Foram fundamentais para preservar muito património e zelar pela beleza dos espaços. O ímpeto lançado no povo católico à volta do culto eucarístico é ful-gurante de realizações piedosas.
* Diretório sobre a piedade popular
e a Liturgia
HISTÓRIA
eM TORRe De MONCORVO
TAPeTe De FLOReS
LISBOA, 1908, COM A PReSeNÇA DO ReI D. MANueL II
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PERDA DEhOrIzOnte
A vida, às vezes, passa por este caminho, por este desencon-troA praia que sonhamos e a praia a que chegamos nem sempre coincidem. A desproporção espacial ou temporal entre o projecto e a realização nem sempre são harmonizáveis. A vida, às vezes, passa por este cami-nho, por este desencontro. Este desvio à medida que o tempo passa ofusca a visão e compromete a perspectiva de projecção. Permitindo ao esquecimen-to a possibilidade de se infiltrar no sen-tir e no pensar, circundando o sonho cada vez com laços mais apertados. Perde-se a relação e a interacção com
a idealidade o que conduz à “cousifi-cação” ou seja, como diria o filósofo Leonardo de Coimbra, o pensamento perde a acção transitiva de dinamismo; o medo e a insegurança instalam-se silenciosamente, criando estruturas petrificadas e impeditivas às trocas di-nâmicas do eu com o fluxo cósmico. Chegamos à praia, mas no momento decisivo da partida, desviamos o rumo. As nossas âncoras transformam-se em correntes das quais ficamos prisionei-ros. Voltamos as costas e começamo-nos a afastar, sabotamos a viagem. E o que podia ter sido uma grandiosa aventura não passou de um olhar que num ápice de ironia se desvia do seu destino. Perdemo-nos de nós próprios. Deixamos de ser uma manifestação de possibilidade eterna e desvanece-se o potencial imensurável da vida.A vida e a sua teimosia em retornar ao vazio… O espírito que dissipa-se, e nada mais resta que matéria e forma.O regresso à realidade existencial mu-mificada e a perda de horizonte é ine-vitável. O essencial ficou por viver, sobrevive apenas a saudade do que podia ter sido num coração petrificado.
TEXTO / Melânia Pereira
FOTO / Alex Borges
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lA SPERANZAnon COSTA NieNte
O olhar meigo da Fernanda, doce como os ovos-moles, tinha sido o princípio da viagem do Vítor pelos caminhos de uma paixão tão insólita quanto podem ser as histórias de amor que já não acontecem hoje. E hoje, ou há dias, agarrado com as duas mãos a uma imperial, como dizem por lá, foi-me contando as narrativas mais belas, e também as mais tristes, do seu amor. Devo confessar que não me impressionaram tanto as suas histórias, mas a forma afectuosa, sem remorsos nem ressentimentos, como as contava.Conheceu a Fernanda em Fátima, num encontro de jovens, e ela já namorava outro. Mas o Vítor tinha uma queda inestimável para a música, sobretudo o violão e a guitarra, e ela sentava-se quase sempre ao seu lado, a acompanhar, com os olhos húmidos de doçura, os seus acordes. Ele sentia-lhe o olhar e a música ga-nhava corpo a ponto de as cordas do violão serem a extensão natural da alma do Vítor. Só que os seus olhos doces partiram para um lado e o violão regressou para outro, às costas dele. Escreveu-lhe uma carta, com a alma em franjas, a pedir per-dão mas que não conseguia silenciar mais o seu amor. Esperou, com a alma aos pulos, uma resposta que, como sempre, levou muito tempo a chegar. Ela dizia-lhe que tinha uma grande admiração por ele, um carinho especial, e pedia desculpa por o fazer sofrer assim. Os pulos da alma em franjas deram lugar a uma queda brutal na realidade, mas – como acontece sempre que alguém ama – qualquer sinal, qualquer recordação acendia-lhe a esperança.Ela contava-lhe a sua vida, os seus altos e baixos, o fim do namoro, o início de outro e, durante muitos meses, a alma do Vítor dançou entre a esperança e a desilusão. Calejou. Tornou-se um artista da música. Encontrou-se várias vezes com a Fernanda e não soube senão amá-la.Foi estudar para Espanha. Foi então que um dia recebeu uma mensagem dela: convidava-o para tocar na boda do seu casamento e o coração deve ter-lhe para-do durante mais de vinte e quatro horas. Acordou e disse que sim. Preparou cada música como se fosse um diamante. Escolheu o violão mais fiel, o infalível. Tratou as cordas como Miguel Ângelo terá cinzelado a Pietà.Na noite anterior ao casamento não dormiu nada e, ao vê-la entrar na igreja, feliz, com o seu olhar meigo e doce como ovos-moles todo para outro, sentiu que ia vomitar a alma. Deu tudo. Tocou como um príncipe, dobrou-se sobre o violão e arrancou-lhe sangue às cordas, alma à madeira. Mas toda a gente estava a olhar para a noiva e a noiva a sorrir para toda a gente. Até que alguém – que não conhe-cia – lhe veio agradecer, porque iam cantar karaoke. Deram-lhe um prato remoto numa mesa remota e ele, docemente, foi beijar a noiva e despedir-se. «Oh!!! Não ficas mais um bocadinho, Vítor?». Regressou a cair aos bocados.Anos mais tarde, com as duas mãos agarradas à imperial, recorda esse trágico aci-dente que foi o tudo dele embater de frente contra a indiferença dela. Esperou, ao menos, um agradecimento. Não a acusa de nada e é isso que me pasma. Diz que ela sabia que ele a amava, e que, no fundo, adoraria tocar outra vez para ela. Ele, sim, ele é que fora um parvo ao pensar que naquele dia – o dia do seu casamento – ela iria abraçar-se a ele, como se a canção do “Trio Odemira” fosse plausível!Agora, o silêncio e a distância amainaram-lhe a alma, mas continua a tocar para ela em cada nota. De cada vez que abre a sua caixa de correio electrónico, ainda espera ver uma mensagem, um desabafo, um longo lamento triste da mulher a quem, em silêncio, deu a alma tímida.O meu encontro com o Vítor deu-se em Fátima, num daqueles cafés cheios de absolutamente nada. Ele já lá não ia há alguns anos. E a Fernanda casou-se a poucos quilómetros dali. Talvez seja por isso que o Vítor agarra a imperial com as duas mãos.
OPINIÃO
TEXTO / Pe. José Júlio Rocha
viaGEMÀsFontEsDE sal i
A ideia de viajar não me agrada e a viagem só se torna aprazível como memória daquilo que se acrescenta na minha vida: horizontes de entendimento sobre construções da vida hu-mana. Por isso mesmo, tenho poucas memórias da terra e do asfalto que me trouxeram de Viena a Bratislava, na Eslováquia.Paramos junto à mar-gem do rio que atra-vessa a cidade e o coração da Europa, o Danúbio, que de azul tem pouco. Sítio estra-tégico junto à entrada da cidade velha, com o majestoso castelo de Bratislava de sentinela. Entramos numa antiga praça, junto à Catedral de St. Martin e Casa do Bom Pastor. Existiam 4 portas que davam en-
trada na fortificação da cidade e esta é a única que ainda permanece. A praça tem um monu-mento que, segundo me lembro, recorda a mor-te de homens, mulheres e crianças refugiados numa antiga igreja des-truída por uma bomba. Não sei de quem era a bomba e também não interessa. As bombas não têm pátria. A minha atenção pren-dia-se com uma árvore que, quanto a mim, fa-zia mais justiça ao local. De todas as fotos que tirei, a que permanece mais viva na memória é esta a que chamei “a árvore que chora”. O monumento é frio e dá um mero sentido ico-nográfico à tragédia. A lágrima da árvore é ex-pressão da sua raiz, a raiz que fende a terra e bebe no subterrâneo da história humana. As memórias são selec-tivas, pois claro. Umas lembram os ornamentos a ouro, a imponência dos edifícios, a beleza e a ri-queza das construções religiosas, a majestade da praça de armas onde se situa o belo edifício da antiga prefeitura, os sorrisos dos homens de bronze espalhados pe-las ruas...belas arquitec-turas da cidade. Outras dirigem o seu olhar para o pulsar do coração da cidade: o homem. Somos todos iguais e todos di-ferentes. O homem ou mulher que estende a triste mão – se tiver mão –, que toca um instru-mento com um animal
PARTIDAS
TEXTO E FOTO / Paulo
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A B R I LS — 4 11 18 F —T — 5 12 19 26 —Q — 6 13 20 27 —Q — 7 14 21 28 —S 1 8 15 F 29 —S 2 9 16 23 30 —D 3 10 17 P — —
M A I OS — 2 9 16 23 30T — 3 10 17 24 31Q — 4 11 18 25 —Q — 5 12 19 26 —S — 6 13 20 27 —S — 7 14 21 28 —D F 8 15 22 29 —
J U N H OS — 6 R 20 27 —T — 7 14 21 28 —Q 1 8 15 22 29 —Q 2 9 16 F 30 —S 3 F 17 24 — —S 4 11 18 25 — —D 5 12 19 26 — —
J U L H OS — 4 11 18 25 —T — 5 12 19 26 —Q — 6 13 20 27 —Q — 7 14 21 28 —S 1 8 15 22 29 —S 2 9 16 23 30 —D 3 10 17 24 31 —
A G O S T OS 1 8 F 22 29 —T 2 9 16 23 30 —Q 3 10 17 24 31 —Q 4 11 18 25 — —S 5 12 19 26 — —S 6 13 20 27 — —D 7 14 21 28 — —
S E T E M B R OS — 5 12 19 26 —T — 6 13 20 27 —Q — 7 14 21 28 —Q 1 8 15 22 29 —S 2 9 16 23 30 —S 3 10 17 24 — —D 4 11 18 25 — —
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DE
ao lado – não se sabe qual o olhar mais triste –, esvaece pela indife-rença do fausto huma-no. Nas entradas das majestosas catedrais se revelam, paradoxal-mente, os extremos da essência humana. Todas as objectivas sorriam muito. Sorrisos que se misturavam com os dos homens de bronze. Sim, esses também sorriam muito. Uma viagem, uma ver-dadeira viagem, é a que fazemos pelo músculo maior: um pulsar laten-te que fala e diz que as fontes de sal são iguais em todo o mundo.
UMA VIAGEM, UMA VERDA-DEIRA VIA-GEM, é A qUE FAzEMOS PELO MúS-CULO MAIOR: UM PULSAR LATENTE qUE FALA E DIz qUE AS FON-TES DE SAL SÃO IGUAIS EM TODO O MUNDO.
PARTIDAS
O MONuMeNTO é FRIO e DÁ uM
MeRO SeNTIDO ICONOGRÁFICO à TRAGéDIA
Rua da Rosa, 199700-171 Angra do HeroísmoTelefone: 295 214 275Fax: 295 214 030
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União Gráfica AngrenseCONTRIBUINTE N.º 999 999 999Rua da Rosa, 19 • 9700 Angra do HeroísmoTelefone: 295 214 275 • Fax: 295 214 030
GUIA TRANSPORTE
NºNome _______________________________________________________________________________________________________________________Morada _____________________________________________________________________________________________________________________Contribuinte n.º Data
Quant. Designação P. Unitário
TOTAL . . . .
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Importância
IVA em regime de isenção
Viatura nº __________
Local de Carga ______________________________________
Local descarga ______________________________________
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Hora ________ h ________
Recebido por ______________________________
Entregue por _______________________________
Matrícula ________ – ________ – ________ O Condutor _____________________ Data ______ /______ /______
U. G. A. • Contribuinte nº 512 066 981 • Rua da Palha, 11-17 • Angra do Heroísmo • Aut. Minist. 2-3-88 • 1 bl. c/ 50x3 ex. • 6-2008 Os bens/serviços foram colocados à disposição do cliente nesta data
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9700-073 Angra do Heroísmo
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comprimentos e
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interiores
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FAYAL SPORTFactos e Figuras
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18 junho 2012 / 28
“a qualidade é a quantidade de amanhã.”henri Bergson
CONCORDA COM A RE-DUçÃO DA EMISSÃO DA RTP/AçO-RES?
QueStioNÁrio
SIM 52,52%
NÃO 47,48%
cARTOON
ÓCIOS / OPINIÃO
AS MAiS vIstasONLINE
PSD/Açores acusa“O PS JÁ DEIXOU DE GOVERNAR NA REGIÃO”
Frente de Libertação acusa: ESTADO ESCONDE qUANTO VALE A REGIÃO PARA PORTUGAL
F. S.
ENTRETENIMENTO / OPINIÃO
07 maio 2012 / 28
“Citação e/ou frase aqui.”
AS MAIS VISTASONLINE
A MA-ÇONARIA INFLU-ENCIA A POLÍTICA PORTU-GUESA?
QUESTIONÁRIO
SIM
NÃO
CARTOON
Título Aqui
Título Aqui
BOXETTI, BED IN A BOXTEXTO / Frederica Lourenço
I am a fan of
Adoro mobiliário que desa-
fia a percepção habitual da
forma aplicada à utilidade.
Muito embora não tenha
espaço cá em casa para tra-
zer este “quarto compacta-
do”, gostava muito de o ver
no meio de um loft. Perfeito
para quem tem pouco es-
paço, open spaces ou para
a mania das arrumações,
a colecção Boxetti (www.
boxetti.com) é assinada
pelo designer letão Rolan-
ds Landsbergs, e tem sido um sucesso em tudo o que
é eventos de design. A Murphy Bed (assim se chama
este módulo) lançou mesmo uma tendência, de certa
forma estranha, no design de quartos: sistemas modu-
lares em altura, para aproveitamento de espaços. De
certa forma, e à semelhança dos restantes módulos
da colecção, o objectivo é conseguir compactar - da
melhor forma possível - tudo o que é necessário para
um compartimento confortável numa caixa branca,
totalmente livre de excessos decorativos. Neste caso,
temos uma cama dupla, um armário de roupa com
gavetas, prateleiras e cabide tudo numa caixa só. A
colecção Boxetti está assente em 3 princípios básicos
do design: funcionalidade, tecnologia avançada e mi-
nimalismo. Cumpre todos na perfeição.
18 junho 2012 / 29
JOANA MaChadOA”Blame it on my Youth Tour”de Joana Machado chega no dia 23 ao Coliseu Micaelense. Falamos de Pop, Rock e R&B, estilos em que a artista deu os
teAtroseus primeiros passos. Aqui encarna os temas da sua juventude e as canções da actualidade, interpretando-os com incessante procura por beleza nas melodias, característica que a define.
MICaelense
A educação que o jazz proporcionou e toda a expe-riência nesta área, servem como plataforma para a desconstrução das formas originais das canções, reconhecíveis ao ouvinte, mas com a sofisticação e a cumplicidade que só os músicos de jazz sabem conferir. Grandes canções de sempre, cantadas com a mesma emoção com que as viveu.
ATLâNTIDA revista
O Instituto Açoriano de Cultura colocará em bre-ve nas livrarias, a Atlântida-Revista de Cultura, vol. LVI, referente ao ano de 2011.À semelhança dos anos anteriores, a revista sai em edição papel e CD-ROM que, para além do conte-údo da revista de 2011, integra também os fascícu-los do vol. VII, publicado no ano de 1963.Esta revista está organizada por quatro secções temáticas Estudos e Criação Artística; Estudos e Criação Literária; Ciências Humanas e Outros Sa-beres – conta com textos da autoria de António Barros, Filipa Bettencourt Picanço, José Luís Por-fírio, Anabela Almeida, Onésimo Teotónio Almeida, J.A. David de Morais, Pedro Benjamim, Brígida Bap-tista, José Guilherme Reis Leite, Miguel Silvestre e Sérgio Fazenda Rodrigues – nos quais se apresen-tam alguns estudos científicos e se abordam te-máticas relacionadas com literatura, arquitectura e história, entre outras.
CULTURA
“Por em evidência o que normalmente passa despercebido “ Reflexo de uma socie-dade cansada e acul-tural, frase repetida vezes sem conta em diversos contextos sendo um deles o cul-tural; o artista que usa o seu esforço para por em evidência a trivialidade do Natu-ral, a isso designo de moda, o insuflar de egos individuais ofe-recendo por momen-tos bálsamos para a vulgaridade.Permita-se e imagine-se, por momentos, a comparação com uma companhia mineira que com muito esfor-ço e penar se aventu-ra nas entranhas da terra para encontrar e recolher simples pedras as quais po-deriam encontrar na berma da estrada. Rí-diculo, desnecessário, e perigoso, imagem clara dos tempos que vivemos, hipotecámos com irresponsabilida-de amoral para com as futuras gerações o nosso esforço e vitali-dade.querer ocultar a nos-sa ânsia pela exelên-cia, o nosso desejo de dignidade com a infinita oferta de ba-nalidades, satisfazen-do cada apetite in-dividual e subjectivo é permissa de uma equação económica criada de propósito para sedução e con-trolo da liberdade in-dividual, lembram-se do cão de Pavlov??, toda essa exposição ao trivial nunca nos permitirá alcançar o verdadeiro potencial divino de cada um, para quando uma cri-minalização da publi-cidade?? A única coisa a ser ge-rada pela apologia da banalidade é a me-diocricidade, o empo-brecimento da expe-riência individual e a prepositada dormên-cia dos sentidos de forma a que o ferrão da verdade não cause danos á autoestima do vulgar. Resta saber se esta pseudo-sacralização da trivialidade se sus-tenta na passagem do crivo do Tempo, se mantém o mesmo vigor e emoção de quando foi concebi-da.
apOlOgIa dabANAliDADE
TEXTO / António Lima
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DE
MOGwaITEXTO / Adriana Ávila
O grupo de post-rock da Escócia formado em Glasgow no ano de 1995, tem como elementos integrantes Stu-art Braithwait (guitarra e voz), John Cummings (guitarra e voz), Barry Burns (guitarra, piano, sintetizador e voz), Dominic Aitchison (baixo) e Martin Bulloch (percurssão). Apesar de Mogwai significar “diabo” em mandarim, a sua sonoridade nada tem de diabólico, transmitindo uma estabilidade num contexto ambiental, apelando a um contraste aprazível entre as melódicas composi-ções das guitarras/baixo e a intensa distorção.Os Mogwai, representam uma discografia considerá-
hardCOre wIll never dIe, BUt YOU wIll
vel, visto já lançarem álbuns desde 1997 com pouco tempo de intervalo entre cada lançamento. Ênfase no seu último trabalho, “Hardcore will never die, but you will.” lançado pela editora escocesa Rock Action Re-cords com a qual se relacionam desde cedo.
lAbJoVem S. JorgeA MOSTRA LABJOVEM 2012 – JOVENS CRIADORES DOS AÇORES estará patente na Pousada da Juven-tude de São Jorge de 19 a 31 de Junho com a apre-sentação dos projectos seleccionados nas áreas de Arquitectura, Design de Moda, Design Gráfico, Ilus-tração + BD e Vídeo.
EXPOsIçÕesExposições em Angra no âmbito das Sanjoaninas 2012: Centro Cultural “Voo às Memórias” de Manuel d´Olivares; Multiusos – “Retratos do Norte”da Associação de Fotó-grafos Amadores dos Açores; Teatro Angrense – pintura de José João Dutra; Museu “Tátaros: o som íntimo das cor-das”; “Festas açorianas por Marilyn Salvador” e “Francisco de Lacerda: os legados do maestro”; Direcção Desporto – “Memórias do Desporto”; Direcção Turismo – “A arte de Moldar em Barro” de Paulo Silva; Centro de Ciência – “A volta à Física em 60 minutos”; Salão de cabeleireiro CCI – “Um dia único” de Gonçalo Simões; IAC “O máscara de ferro e outro desenhos negros” de Ana Tecedeiro.
SeMANA HamhaloA Casa Descalça, em Ponta Delgada, acolhe até 21 de Junho a IV Semana Hamhalo com António Cunha, Teresa Valente, André Rebelo e Sandra Silva.No dia 19 de Junho, das 21h30 às 22h30, Workshop de danças sevilhanas e a 20 Trance Dance, no mes-mo horário.Ao longo da semana tem lugar sessões de massa-gem tailandesa, Ayurvédica, Sacrocraniana, Rela-xamento, Gongos e Taças Tibetanas e sessões de Reiki, com marcação prévia.
CULTURA
CONSULTÓRIOS EMMadalenaAngra Praia Velas292623321295214980 295512025 295412538
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18 junho 2012 / 31
SANJOANiNAS 2012“Angra, Berço de Tradições” é o tema da edição 2012 das Sanjoaninas que têm o seu início no dia 22 de Junho com a abertura da gastronomia, exposições e ilumina-
22 de JuNHo
ção, tendo o ponto alto no desfile “da Rainha” entre o Alto das Covas e a Praça Velha, a partir das 22h00.Nesse mesmo dia têm ainda lugar actuações de Dj´s, orquestra Angra Jazz e, pela 1h30, uma
festa na Prainha.No sábado, 23 de Junho, é noite de S. João com o desfile de duas dezenas de marchas pelas ruas da cidade pa-trimónio mundial, com início marcado para as 21h00.Pela noite dentro teremos a actuação dos “Contraban-da”, “Os Mostardas” e “Ti-notas”, além das tradicionais fogueiras e sardinhas assadas na Rua de S. João.
A Praia da Vitória celebra no dia 20 de Junho a ele-vação a cidade com uma sessão solene nos Paços do Concelho, a partir das 14h30.A educação será o tema central da ce-rimónia deste ano, onde serão home-nageadas pessoas que “que muito contribuíram para a educação neste Concelho”, referiu Roberto Monteiro, presidente da Câ-mara Municipal.
desFIle de aBertUra
OPINIÃO / AGENDAOPINIÃO / AGENDA
07 maio 2012 / 31
MORAR NO
DESERTOTEXTO / Rildo Calado
HEADLINE HERELores aut quidebis dis nitatem et que pel ime nosse-quam, officae cesecto etum rae quibus acesto quaspiet faccum iligenimi, sam et, quidebitis antia
TITLE HERE
dolorestibus conse-quate int entus quo doluptiatus dolo earum rem arum volora vita arum reictissi utatae. Et aborero cone etur, cuptatem que com-moluptas quiae et, ve-liqui accusam facculp
TITLE HERE
ariorum vel il es volor simus, core quistib eribus voluptis earum vendae cum exerum arum quiant. Ehendit, sinto verovitio. Ut est, ut incid quas inullor estiusa picaboremque nonsed quibearum que est, quiasped eos auditem poreptas doloriti omnimpo-riate invellaut expediciis quias mos sam alite quid quas ella Lit et qui debis magnates dolupta erfe
Xeratem quost autemos dipsam ut imagnam, offic totatur? Quiditam alia iducidentia si-tias millupis et om-nim ex enis as eost eosaper ibeaquo ma del ipis dolor ad eument, con cor-ectatiam dolorese pratiant quam que volo molorro ex et vit qui ditessun-di unte ella nate nobitatem quis quossimodia quis delisci psapedi beritem ilit quis in-venis consequ un-dignam aut most, cum fugition eium eratur res ipsamus eatum etur sapitat iaecaep udaera-tiatur aditatis no-bitib usante qui as rersperae latis ex exerae. Ipicipitium que et, quatur res
acabamento exterior composto por fibra de plástico reforçado que confere um alto grau de eficiência energética pela capacidade de reflectir o calor do sol, cobre toda a superfície, assente numa estrutura de treliça em carbono, excep-to nas zona de painéis de vidro, que são controlados electrnicamente para mudar a sua transparência consoante as neces-sidades térmicas e lumínicas do espaço interior. Cada peça da estrutura e acaba-mento foi desenhada de forma a maximi-zar a sua mobilidade permitindo uma rá-pida montagem e desmontagem no local. No interior, o espaço limita-se às neces-sidades básicas do uso, usando como au-xílio sistemas hidráulicos para abertura e fecho automático das portas exteriores, reduzindo a perda de área com a aber-tura das mesmas. O controlo passivo e subtil da privacidade da área privativa é feita por sistemas cortina e estantes semi-translúcidas. A conjugação destas peças permite ao morador ter a sensação de semi-privacidade e proporcionar total abertura e iluminação aos espaços.
http://violentvolumes.com
Por vezes, a forma mais simples com menor manipulação, pode oferecer ame-nidades visuais e soluções adaptadas ao contexto. “Califórnia roll” é uma casa pré-fabricada que passa do conceito à metodologia prática para criar a sua adaptação morfológica ao ambiente de-serto quente para o qual é pensado. Com