Revista SOBED 09

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SIMPÓSIO INTERNACIONAL NO CEARÁ MOSTRA O POTENCIAL BRASILEIRO DE TROCA CIENTÍFICA ENTRE REGIÕES E MUNDIALMENTE Integração necessária DNA Ricardo Rangel de Paula Pessoa Especial Os 35 anos da SOBED Nº 9 - Abr/Jun - 2010

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SimpóSio internacional no ceará moStra o potencial

braSileiro de troca científica entre regiõeS e mundialmente

Integração necessária

dna Ricardo Rangel de Paula Pessoa

especialOs 35 anos da SOBED

Nº 9 - Abr/Jun - 2010

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SIMPÓSIO INTERNACIONAL NO

CEARÁ MOSTRA O POTENCIAL

BRASILEIRO DE TROCA CIENTÍFICA

ENTRE REGIÕES E MUNDIALMENTE

SIMPÓSIO INTERNACIONAL NO

Integração necessáriaDNARicardo Rangel de Paula Pessoa

EspecialOs 35 anos da SOBED

Nº 9 - Abr/Jun - 2010

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30/6/2010 12:36:34

Confira a primeira matéria de uma série comemorativa aos 35 anos da SOBED, com a retrospectiva histórica da Sociedade. Pág. 20

Índice

Por dentro da SOBEDSecretaria........................................................................................................... 5Diretoria e Comissões .................................................................................... 8 Estaduais .......................................................................................................... 9Rede SOBED .................................................................................................10 SOBED Em Casa ..........................................................................................11Acontece ........................................................................................................12

DNA ........................................................................................... 14Gastronomia ............................................................................. 17Especial ...................................................................................... 20Esporte ....................................................................................... 24Capa ............................................................................................ 28Médico S/A ............................................................................... 37Info .............................................................................................. 40Ética ........................................................................................... 43Crônica ...................................................................................... 44Radar .......................................................................................... 47AMB............................................................................................ 49

Sobed - No 9 - Abr/Jun - 2010

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expediente

Em 2010 a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva

(SOBED) completa 35 anos de atividades. O aniversário

será abordado nas páginas da Revista SOBED. A primeira

parte de nossa história é contada por nosso ex-presidente

Glaciomar Machado. Ele narra as iniciativas que deram

origem à instituição e os desafios enfrentados para reunir

os interessados na especialidade. Agregar endoscopistas em

torno da troca de experiências tem sido nossa motivação

para organizar encontros, como o 4º Simpósio

Internacional de Endoscopia Digestiva.

Realizado entre os dias 3 e 4 de junho, em Fortaleza

(CE), e organizado conjuntamente com Ricardo Rangel

de Paula Pessoa, o evento reuniu aproximadamente 200

participantes. E trouxe palestrantes de peso, de diversas

regiões brasileiras, além de dois estrangeiros: o belga Pierre

Deprez e o costa-riquenho Herbert Burgos. Essa edição

do Simpósio teve como pano de fundo um debate sobre

o fenômeno mundial da regionalização e da padronização

de problemas em saúde; fatores que estimulam a

descentralização científica. Mas para que isso aconteça

de maneira efetiva, é necessário diálogo e integração

entre os especialistas. Além disso, foram discutidas

as possibilidades de aperfeiçoar procedimentos,

Dr. Carlos Alberto Cappellanes, presidente

da SOBED Nacional, gestão 2008-2010

Editorial

resultados inclusive da constante evolução tecnológica,

sem deixar o fator humano de lado. Dentre as novidades,

desponta no cenário brasileiro o SpyGlass, mesmo sem

previsão de chegada oficial ao País. O aparelho permite realizar

procedimentos como colangioscopia ou pancreatoscopia com

apenas um operador. Também chamaram atenção as próteses

biliares desenvolvidas em parceria com uma empresa nacional,

por oferecerem bons resultados e serem de fácil colocação.

São situações antagônicas, mas que deixam clara a capacidade

brasileira dentro do contexto endoscópico mundial.

Boa leitura!

O Presidente

Anúncios: (11) 3875-6296 / 5627 [email protected]

Jornalista responsável: Roberto Souza (Mtb 11.408)Editor-chefe: Fábio Berklian | Editor: Faoze ChibliReportagem: Thiago Bento | Rodrigo MoraesAmanda Campos | Marina PanhamFluxo de anúncios: Caroline Frigene | Projeto Gráfico: Ivan LopesDiagramação:Leonardo Fial | Luiz Fernando Almeida | Felipe SantiagoFoto da capa: Davi Farias

É uma publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) distribuída gratuitamente para médicos. O conteúdo dos artigos assinados é de inteira responsabilidade de seus autores e não representa necessariamente a opinião da SOBED. Tiragem de 3.000 exemplares.

Rua Cayowaá, 228 - PerdizesSão Paulo -SP - CEP: 05018-000Fones: (11) 3875-5627 / 3875-6296e-mail: [email protected]: www.rspress.com.br

Do micro ao macro

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Por dentro da SobedSecretaria

O Centro de Treinamento IPIRANGA / SOBED / OLYMPUS - CTPEA irá realizar este ano as seguintes atividades já definidas: 23 e 24/07: Oficina ligadura elástica

06 e 07/08: III Curso continuado teórico prático de endoscopia digestiva - OLYMPUS/SOBED/IPIRANGAMódulo - ESTÔMAGO

17 e 18/09: Oficina colocação e retirada de balão intra-gástrico

Coordenação Drs. Artur Adolfo Parada, Jimi Izaques Bifi Scarparo, Ricardo Anuar Dib e Thiago Festa Secchi.

Curso Teórico-Prático Eco-Endoscopia: durante 12 meses, com frequência mensal, às quintas, sextas e sábados de cada mês, com certificado no final do curso e apoio

da SOBED. Coordenação dos Drs. Jose Celso Ardengh e Ricardo Anuar Dib. (data de início a ser definida) Curso Teórico Prático Enterosco-pia: durante 12 meses, com frequên-cia mensal, às sextas e sábados, com certificado no final do curso e apoio da SOBED. Coordenação da Dra. Adria-na Costa Genzini e Dr. Ricardo Anuar Dib. (data de início a ser definida)

Especialização em Endoscopia

A SOBED está prestes a comemorar

35 anos de existência. Sua história

está baseada em conquistas e avan-

ços na endoscopia brasileira. Como

forma de celebrar esta importante

data, será lançado, no dia 25 de

julho, o Dia do Endoscopista, com

uma série de ações em prol da espe-

cialidade. Está no ar, desde março,

o Blog do Dia do Endoscopista,

um canal criado pela SOBED para

a integração entre os especialistas.

Outro fato que marca a ocasião é

SOBED em festa

o lançamento do logo de 35 anos

da Sociedade, que faz parte de uma

grande campanha de valorização

do especialista em endoscopia. Em

breve você saberá de tudo o que está

sendo preparado. Fique atento.

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Secretaria

SOBED DIGITAL

Confira as novidadesdo SOBED DIGITAL.Um programa de atualização médica a distância em queos eventos de maior destaque no cenário nacional sãogravados e disponibilizados em CD e/ou DVD.Para adquirir, basta acessaro site www.sobed.org.br,preencher a ficha de comprae pagar o boleto bancárioque é gerado em seguida.Confira ao lado aprogramação disponível.

Curso Internacional daSOBED 2.007 CD-11 – A flood of endoscopic innovations:hits or misses?Anthony Axon (Inglaterra)2 – Endoscopic submucosal dissection for early gastric câncer. Technical aspects,feasibility and managementof complicationsIchiro Oda ( Japão)3 – Endoscopic ressection for early gastric cancer.Results in Japan Ichiro Oda ( Japão)4 – Endoscopic therapyof chronic pancreatitis andits complications Klaus Mönkemüller (Alemanha)

Curso Internacional daSOBED 2.007 CD-21 – Double Balloon enterocopy: the small bowel and beyond (ERCP, colonoscopy, post-surgical anatomy) Klaus Mönkemüller (Alemanha)2 – Short segments of columnar metaplasia at GE junction René Lambert (França)3- Cápsula endoscópica no SGIO Luiz Ernesto Caro (Argentina) 4 – Novas propostas para exames do cólon e reto, incluindo a cápsula colonoscópica. Haverá impacto no rastreamento?Artur Parada (Brasil)

DVD – Curso ao vivoOpção 1 – 1h 04min1 - EnteroscopiaAdriana Vaz S. Ribeiro

2 - Balão Endoscópico Artur A. Parada

DVD – Curso ao vivoOpção 2 – 1h 53min1 - Dilatação Esofágica Cleber Vargas2 - CA Esofágico SuperficialMarcio M. Tolentino3 - Controle de Varizes esofágicasLuiza Romanello 4 - Ultrassom Endoscópico Jose Celso Ardengh

DVD – Curso ao vivoOpção 3 – 1h 40 min1 - Megaesôfago Renato Luz Carvalho2 - G.I.S.TJosé Celso Ardengh

Revista EndoscopyOs interessados em assinar ou renovar suas assinaturas da Revista Endoscopy para o ano de 2010 devem acessar o site da SOBED, www.sobed.org.br, e clicar sobre o link “Revistas”. Depois, ao sele-

Solicite seu diplomaComo forma de valorizar os endoscopistas associados à entidade, a SOBED elaborou um diploma para seus titulares. Confeccio-nado em pergaminho, pode ser solicitado diretamente pelo site www.sobed.org.br. O custo para aquisição é de R$ 195,00, a ser pago via boleto bancário. Peça já o seu!

cionar a opção “Revista Endoscopy”, podem então efetuar a solicitação. Automaticamente, o sistema irá gerar um boleto bancário para o pagamento da assinatura. E, na sequência, a revista

passa a ser enviada para o endereço cadastrado no site da Sociedade. Vale lembrar, também, que todos os assinan-tes da prestigiada revista internacional terão direito ao acesso online.

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3 - Balão intragástricoJosé Celso Ardengh4 - Controle de Varizespós-ligaduraRenato Carvalho

Curso de Colonoscopia 2009 – DVD 1 e 2Módulo IModalidades de Cresimento da Neoplasia Intra-mucosaClassificação Morfológica das Lesões Neoplásicas ColônicasClassificação Histopatológica das Lesões Neoplásicas

Módulo IIO vídeo-endoscópio modernoEstratégia do Diagnóstico em Colonoscopia

Módulo IIIO Tratamento Endoscópico das

Lesões NeoplásicasResultado do TratamentoEndoscópico

Modulo IVColonoscopia e Prevençãodo CâncerExames de Vigilância

Curso Interativo de Atualização em Endoscopia Digestiva 2009Módulo I – Esôfago : Neoplasia PrecoceMódulo II – Estômago:Neoplasia PrecoceMódulo III – Vias Biliares e PâncreasMódulo IV – Cólon: Neoplasia PrecoceMódulo V – Controvérsiasem PolipectomiaMódulo VI – HemorragiaDigestiva Varicosa

Por dentro da Sobed

Em reconheci-mento ao médi-co especialista em Endoscopia Digestiva ou em Endoscopia, asso-ciado à SOBED, foi criado o Selo de Especialista e também o Selo para Certificação - utilizado para referendar os laudos emitidos na especialidade. Eles são emitidos aos associados da entidade quites com as anuidades e podem ser solicitados pelo site: www.sobed.org.br.

Selo de especialista

Como benefício para você,

Associado, a SOBED está

enviando as anuidades por

e-mail. Desta forma, será mais

fácil efetuar o pagamento para

ter acesso aos serviços que a

entidade oferece. Para isso, no

entanto, é importante atualizar

seus dados cadastrais junto

à SOBED. Acesse o site para

atualizar seu cadastro e apro-

veite para verificar sua situação

financeira. Também por meio

de nosso site, é possível impri-

SELO DE QUALIDADEDO ESPECIALISTA

SOCIEDADE BRASILEIRA DEENDOSCOPIA DIGESTIVA

Anuidade 2010mir os recibos das anuidades já

pagas. O acesso é www.sobed.

org.br/área médica/seção

associados, no link “Anuidades

e Boletos”. Qualquer dúvida,

entre em contato pelo e-mail

[email protected]

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Representantes nas Revistas – GED Arquivos Brasileiros deGastroenterologia Representantes em Instituições

Conselho Federal de Medicina e Comissão Nacional de Residência Médica Flavio Hayato Ejima

Agência Nacional de Vigilância Sanitária Vera Helena de Aguiar Freire de Mello

Associação Médica Brasileira Maria das Graças Pimenta Sanna

Núcleos

Núcleo de Endoscopia Pediátrica Cristina Helena Targa FerreiraEloá Marussi Morsoletto MachadoGustavo José Carneiro Leão FilhoManoel Ernesto Peçanha GonçalvesMaria das Graças Dias da Silva Paulo Fernando Souto Bittencourt

Núcleo de Ultrassonografia Endoscópica José Celso ArdenghKleber Bianchetti de Faria Lucio Giovanni Battista RossiniMarco Aurélio D’AssunçãoSimone Guaraldi da Silva

Núcleo de Desenvolvimento do NOTES Ângelo Paulo Ferreira Jr. Kiyoshi HashibaPablo Rodrigo de SiqueiraPaulo Sakai

Núcleo de Estudos de Equipamentos e Acess. Endoscópicos e seu Processamento Alexandre Silluzio FerreiraFrancisco José Medina Pereira CaldasLigia Rocha de LucaTadayoshi AkibaVera Helena de Aguiar Freire de Mello

Núcleo de Implantaçãodas Unidades Estaduais Antonio Carlos Coelho ConradoJoão Carlos Andreoli

Núcleo de Tabagismo Everton Ricardo de Abreu Netto

Diretoria Nacional

Presidente: Carlos Alberto Cappellanes Vice-Presidente: Carlos Alberto da Silva BarrosSecretários: Ricardo Anuar Dib Fabio Segal Tesoureiros: Pablo Rodrigo de Siqueira e Ciro Garcia Montes

Comissões Estatutárias

Comissões Eleitoral, de Estatutos,Regimentos e Regulamentos Presidente: Antonio Gentil NetoHerbeth José Toledo SilvaLívia Maria Cunha LeiteNilza Maria Lopes Marques LuzSaverio Tadeu de Noce ArmelliniSergio Luiz Bizinelli

Comissão de Admissão e Sindicância Presidente: Ricardo de Sordi SobreiraAntonio Henrique de FigueiredoCarlos Aristides Fleury GuedesFabio MarioniRoberto Palmeira Tenório

Comissão Científica e Editorial Presidente: Marcelo AverbachAdriana Vaz Safatle-RibeiroCarlos Eugenio GantoisFlavio Hayato EgimaHuang Ling FangKleber Bianchetti de FariasMarcos Bastos da SilvaRamiro Robson Fernandes MascarenhasWalnei Fernandes Barbosa

Comissão de Ética e Defesa Profissional Presidente: Vera Helena de Aguiar Freire de MelloArnaldo Motta FilhoFrancisco José Medina Pereira CaldasOswaldo Luiz Pavan JuniorPlinio Conte de Faria JuniorPaulo Afonso Leandro

Comissão de Avaliação e Credenciamentosde Centros de Ensino e Treinamento Presidente: Paulo Roberto Alves PinhoDaniel MoribeGildo Barreira FurtadoGiovani Antonio BemvenutiWalton Albuquerque

Comissão de Título de Especialista esua Atualização Presidente: Jairo Silva AlvesDalton Marque ChavesGeraldo Ferreira Lima JuniorGilberto Reynaldo Mansur Luiz Felipe de Paula SoaresLuiza Maria Filomena RomanelloMarco Aurélio D’AssunçãoMarcos Clarencio Batista SilvaVitor Nunes Arantes

Comissões Não Estatutárias

Comissão de Acreditação de Serviçosde Endoscopia Presidente: Eduardo Carlos GreccoJosé Renato Guterres HauckLincoln Eduardo Villela Vieira de Castro FerreiraLuiz Roberto do NascimentoPaulo CuryRenato Luz Carvalho

Comissão de Relações Internacionais Presidente: Glaciomar MachadoArthur A. Parada

Site Presidente: Flavio BraguimHorus Antony BrasilJarbas Faraco M. LoureiroJosé Luiz PaccosRicardo Leite Ganc

Diretrizes e Protocolos Presidente: Edivaldo Fraga MoreiraCarlos Eduardo Oliveira dos SantosLix Alfredo Reis de OliveiraLuis Cláudio Miranda da RochaMara Lucia Lauria Souza

Trabalhos Multicêntricos Paulo Alberto Falco Pires CorreaWalnei Fernandes Barbosa

Sobed - Revista Horus Antony BrasilThiago Festa Secchi

Sede Nacional Eli Kahan Foigel

Rede Sobed/Sobed em CasaHorus Antony BrasilThiago Festa Secchi

Diretoria e Comissões

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Alagoas Presidente: Nilza Marques LuzVice-presidente: Henrique Malta1º Secretário: Herberth Toledo2º Secretário: Carlos Henrique de Barros Amaral1º Tesoureiro: Laercio Ribeiro2º Tesoureiro: José Wenceslau da Costa NetoEndereço: R. dos Coqueiros, 17 - Cind. Jardim do Horto - CEP: 57052-156 - Gruta de Lourdes - Maceió - ALFone: (81) 3241-7870 E-mail: [email protected]

Amazonas Presidente: Lourenço Candido NevesVice-presidente: Victor Mussa Dib1º Secretário: Marcelo Tapajós Araujo2º Secretário: Agostinho Paiva Masullo1º Tesoureiro: Deborah Nadir Ferreira 2º Tesoureiro: Edilson Sarkis Gonçalves Endereço: Av. Djalma Batista, 1.661 - 2º andar - sls. 206/207 - Ed. Mille-nium Center -Torre Medical - CEP: 69050-010 - Manaus - AM Fone: (92) 3659-3762 / 3659-3082 E-mail: [email protected] Bahia Presidente: Maria Cristina Barros MartinsVice-presidente: Livia Maria Cunha Leite 1º Secretário: Marcia Sacramento de Araujo Felipe 2º Secretário: Sylon Ribeiro de Britto Junior 1º Tesoureiro: Durval Gonçalves Rosa Neto 2º Tesoureiro: Luciana Rodrigues Leal da SilvaEndereço: R. Atino Serbeto de Barros, 241 - CEP: 41825-010 - Salvador - BAFone: (71) 3350-6117 Site: www.sobedbahia.com.br E-mail: [email protected]

Ceará Presidente: Ricardo Rangel de Paula Pessoa1º Secretário: Francisco Paulo Ponte Prado Junior 1º Tesoureiro: Adriano Cesar Costa Cunha Endereço: R. Cel. Alves Teixeira, 1.578 - Joaquim Távora - CEP: 60130-001 - Fortaleza - CE Fone: (85) 3261-8085 E-mail: [email protected]

Distrito Federal Presidente: Aloisio Fernando SoaresVice-presidente: Sussumo Hirako1º Secretário: Cícero Henriques Dantas Neto2º Secretário: Francisco Machado da Silva1º Tesoureiro: Calixto Abrão Neto2º Tesoureiro: Marcio Velloso FontesEndereço: SHLS 716, Bloco L – Centro Clínico Sul – Torre I – sls. 408/410 – CEP: 70390-700 – Brasília - DFFone: (61) 3345-7225E-mail: [email protected]

Espírito Santo Presidente: José Joaquim de Almeida FigueiredoVice-presidente: Bruno de Souza Ribeiro1º Secretário: Aureo Paulielo2º Secretário: Aderbal Pagung1º Tesoureiro: Esteban Sadovsky2º Tesoureiro: Luis Fernando de CamposEndereço: R. Francisco Rubim, 395 – CEP: 29050-680 – Vitória - ESFone: (27) 3324-1333Site: www.sobedes.com.brE-mail: [email protected]

Goiás Presidente: José Cristiano Ferreira ResplandeVice-presidente: Marcus Vinicius Silva Ney1º Secretário: Marcelo Barbosa Silva2º Secretário: Fernando Henrique Porto1º Tesoureiro: Vágner José Ferreira2º Tesoureiro: Rennel PiresEndereço: Av. Mutirão, 2.653 – Setor Marista – CEP: 74115-914 – Goiânia - GO Fone: (62) 3251-7208E-mail: [email protected]

Maranhão Presidente: Djalma dos SantosVice-presidente: Nailton J. F. Lyra1º Secretário: Selma Santos Maluf2º Secretário: Milko A. de Oliveira1º Tesoureiro: Elian O. Barros2º Tesoureiro: Joaquim C. Lobato FilhoEndereço: R. Jornalista Miecio Jorge, 4 – Ed. Carrara – sls. 208/209 – CEP: 65075-440 – São Luis - MAFone: (98) 3235-1575E-mail: [email protected]

Mato Grosso Presidente: Ubirajarbas Miranda VinagresVice-presidente: Leo Gilson Perri1º Secretário: José Sebasttião Metelo2º Secretário: José Carlos Comar1º Tesoureiro: Roberto Carlos Fraife Barreto2º Tesoureiro: Elton Hugo Maia TeixeiraEndereço: Pça. do Seminário, 141 – Centro – Gastrocentro – CEP: 78000-000 – Cuiabá - MTFone: (65) 3321-5318E-mail: [email protected]

Mato Grosso do Sul Presidente: Carlos Marcelo Dotti Silva1º Secretário: Rogerio Nascimento Martins1º Tesoureiro: Marcelo de Souza CuriEndereço: R. Alagoas, 700 – Jd. dos Estados – CEP: 79020-120 – Campo Grande - MSFone: (67) 3327-0421E-mail: [email protected]

Minas Gerais Presidente: Luiz Claudio Miranda da RochaVice-presidente: Paulo Fernando Souto Bittencourt1º Secretário: Atanagildo Cortes Junior2º Secretário: Adriana Athayde Lima Stehling1º Tesoureiro: José Celso Cunha Guerra Pinto Coelho2º Tesoureiro: Paulo Fernando Souto Bittencourt Endereço: Av. João Pinheiro, 161 – CEP: 30130-180 – Belo Horizonte - MGFone: (31) 3247-1647E-mail: [email protected]

Pará Presidente: Abel da Cruz LoureiroVice-presidente: Edmundo Veloso de LimaTesoureiro: Marcos Moreno Domingues2º Tesoureiro: Laercio Sampaio da S. Junior1º Secretário: Danieli do S. Brito Batista2º Secretário: Ana Paula R. GuimarãesEndereço: Tv. Dom Romualda de Seixas, 1.812 – CEP: 66055-200 Belém – Pará Fone: (91) 3241-4223E-mail: [email protected]

Paraíba Presidente: Eduardo Henrique da Franca PereiraVice-presidente: Fábio da Silva Delgado1º Secretário: Carlos Antonio Melo Feitosa2º Secretário: Pedro Duques de Amorim1º Tesoureiro: Francisco Sales Pinto2º Tesoureiro: Fabio Kennedy Almeida Trigueiro Endereço: Av. Coremas, 364 – CEP: 58013-430 – João Pessoa - PBFone: (83) 3222-6769E-mail: [email protected]

Paraná Presidente: Luis Fernando TullioVice-presidente: Sandra Teixeira1º Secretário: Maria Cristina Sartor2º Secretário: Flávio Heuta Ivano1º Tesoureiro: Julio César Souza Lobo2º Tesoureiro: Marlus Volney de MoraisEndereço: R. Candido Xavier, 575 – CEP: 80240-280 – Curitiba - PRFone: (41) 3342-3282E-mail: [email protected]

Pernambuco Presidente: Josemberg Marins CamposVice-presidente: Luis Fernando Lobato Evangelista1º Secretário: Eduardo Carvalho Gonçalves de Azevedo2º Secretário: Roberto Tenório1º Tesoureiro: Mario Brito FerreiraEndereço: Av. Conselheiro Rosa e Silva, 2.063 – CEP: 52050-020 Recife - PEFone: (81) 9973-8741E-mail: [email protected]

Piauí Presidente: Wilson Ferreira Almino de LimaVice-presidente: Carlos Dimas de Carvalho Sousa1º Secretário: Conceição de Maria Sá e Rego Vasconcelos2º Secretário: Ademar Neiva de Sousa Sobrinho1º Tesoureiro: Antonio Moreira Mendes Filho2º Tesoureiro: Teresinha Quirino V. de Assunção de MaiaEndereço: R. Olavo Bilac, 2.490 – CEP: 64001-280 – Teresina - PIFone: (86) 3221-4824E-mail: [email protected]

Rio de Janeiro Presidente: José Narciso de Carvalho NetoVice-presidente: Edson Jurado da Silva1º Secretário: Marta de Fátima S. Pereira2º Secretário: Afonso Celso da Silva Paredes1º Tesoureiro: Francisco José Medina de Pereira Caldas2º Tesoureiro: José Carlos Cortes BarrosoEndereço: R. da Lapa, 120 – sl. 309 – CEP: 20021-180Rio de Janeiro - RJFone: (21) 2507-1243 / 3852-7711Site: www.sobedrj.com.br Email: [email protected]

Rio Grande do Norte Presidente: Licia Villas-Bôas MouraVice-presidente: Conceição de Maria Lins da C. Marinho1º Tesoureiro: Verônica de Souza ValeEndereço: R. Maria Auxiliadora, 807 – Tirol – CEP: 59014-500Natal - RNFone: (84) 3211-1313E-mail: [email protected]

Rio Grande do Sul Presidente: Julio Carlos Pereira LimaVice-presidente: Carlos Kupski1º Secretário: Carlos Eduardo Oliveira dos Santos1º Tesoureiro: Cesar Vivian LopesEndereço: Av. Ipiranga, 5.311 – sl. 207 – CEP: 90610-001Porto Alegre - RSFone: (51) 3352-4951E-mail: [email protected]

Rondônia Presidente: Victor Hugo Pereira MarquesVice-presidente: Domingos Montaldi Lopes1º Secretário: Adriana Silva Assis2º Secretário: Marcelo Pereira da Silva1º Tesoureiro: Ricardo Alves2º Tesoureiro: Volmir Dionisio RodigheriEndereço: Rua Campos Salles, 2245 - CEP: 76801-081Porto Velho - ROFone: (69)3221-5833E-mail: [email protected]

Santa Catarina Presidente: Silvana DagostinVice-presidente: Ligia Rocha de Luca1º Secretário:Juliano Coelho Ludvig2º Secretário: Osni Eduardo Camargo Regis1º Tesoureiro: Cintia Zimmermann de Meireles2º Tesoureiro: Eduardo Nobuyuki Usuy Jr.Endereço: Rodovia SC 401 – Km 04 3854 – CEP: 88032-005Florianópolis - SCFone: (48) 3231-0324Site: www.sobedsc.com.brE-mail: [email protected]

São Paulo Presidente: José Celso ArdenghVice-presidente: Adriana Vaz Safatle Ribeiro1º Secretário: Luiza Maria Filomena Romanello2º Secretário: Thelma Christina Nemoto1º Tesoureiro: Thiago Festa Secchi2º Tesoureiro: Lix Alfredo Reis de OliveiraEndereço: R. Itapeva, 202 – sl. 98 – CEP: 01332-000São Paulo - SPFone: (11) 3288-6883Site: www.sobedsp.com.br E-mail: [email protected]

Sergipe Presidente: Jilvan Pinto de MonteiroVice-presidente: Rogério dos Santos Rodrigues1º Secretário: Simone Deda Lima Barreto1º Tesoureiro: Miiraldo Nascimento da Silva FilhoEndereço: R. Guilhermino Rezende, 426 – São JoséCEP: 49020-270 – Aracaju - SEE-mail: [email protected]

Tocantins Presidente: Jorge Mattos ZeveVice-presidente: Marcos Rossi1º Secretário: Rone Antonio Alves de Abreu2º Secretário: José Augusto Menezes Freitas de Campos1º Tesoureiro: Maria Augusta de Oliveira Matos2º Tesoureiro: Mery Tossa NakamuraEndereço: Quadra 401 Sul – cj, 01 – Lote 1 – Av. Teotonio Segurado – Espaço Médico Empresarial – CEP: 77061-002 – Palmas - TOFone: (63) 3228-6011E-mail: [email protected]

EstaduaisPor dentro da Sobed

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Rede Sobed

A Rede SOBED é um serviço de educação continuada a distância, gratuito para os associados, de cursos ministrados pela Sociedade Brasileira de Endosco-

pia Digestiva (SOBED).O programa Rede SOBED permite ao associado assistir as aulas em tempo real e fazer perguntas aos palestrantes, res-ponder enquetes e participar de votações eletrônicas. Trata-se de um modelo virtual de educação continuada voltado aos especialistas e associados à entidade.

Como funciona?Toda primeira quinta-feira do mês um novo módulo é apre-sentado. O usuário é notificado sobre a temática do novo pro-grama. Cada módulo fica disponível por três meses a partir da data de sua transmissão. Para participar basta estar quites com a instituição, preencher a ficha de inscrição e possuir conexão com a Internet. A Rede SOBED tem mais de 650 cadastra-dos em seus diversos programas em mais de 240 cidades do Brasil. Os inscritos que assistirem às aulas recebem pontos no programa de creditação da Associação Médica Brasileira (AMB) e do Conselho Federal de Medicina (CFM). Novos cadastros são aceitos até 15h00 do dia da exibição inicial da aula. Após o horário, as senhas serão enviadas para acesso à aula via sistema on demand.

CadastramentoFaça seu cadastro por meio do site www.sobed.org.br e receba sua senha eletrônica de acesso. Estão disponíveis na rede vir-tual programas de educação continuada ministrados em 2009 (os novos usuários cadastrados ainda podem acessá-los). Não perca essa chance de investir na sua atualização e aperfeiçoa-mento profissional com o apoio da SOBED. Os usuários ca-dastrados podem acessar a Rede SOBED pelo site da institui-ção. A Rede SOBED 2010 está disponível desde fevereiro.

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Por dentro da SobedSobed em casa

O programa SOBED em Casa permite aos associados e não-associados assistirem às principais apresentações do XXXV

Congresso Brasileiro de Endoscopia Digestiva (CBED) realizado em Salvador, entre os dias 24 a 28 de outubro de 2009. Para ter acesso ao SOBED em Casa é necessário preencher o formulário de inscrição disponível na seção “Espaço Científico” no site da SOBED. Após a confirmação do paga-mento da taxa de adesão, o login e senha eletrônica de acesso são encaminhados ao e-mail cadastrado pelo usuário.Uma nova aula é publicada a cada mês no SOBED em Casa. O usuário recebe uma notificação quan-do um novo módulo estiver disponível e pode acessá-lo em qualquer hora e local. Para assistir bas-ta acessar o site da SOBED, entrar na seção SOBED em Casa e clicar sobre o link correspondente à aula. Cada usuário terá seis meses para assistir à apresen-tação de cada módulo, contados a partir da data de sua publicação e um limite máximo de tempo de três vezes em relação à duração de cada módulo. Após estes prazos (o que ocorrer primeiro) a senha irá expirar. A adesão ao SOBED em Casa também possibilita o acúmulo de 10 pontos para a revali-dação do título pelo programa de creditação da CNA/AMB (Comissão Nacional de Acreditação da Associação Médica Brasileira).Se você não é associado da SOBED aproveite esta oportunidade para se filiar e fazer a adesão ao SOBED em Casa pelo preço de associado.

Programa:

- Rastreamento do Carcinoma Colorretal- ESD - Dissecção Dendoscópica da Submu-cosa: Como Eu Faço- Hemorragia Digestiva Baixa- Lesões Benignas das Vias Biliares- Neoplasia Precoce do Esôfago- Obesidade Mórbida- Hemorragia Digestiva Alta Não Varicosa- Hemorragia Digestiva de Etiologia Obscura (Hemorragia Média)

- Transição Esofagogástrica:Cardites- Colangiopancreatografia Endoscópica Tera-pêutica de Urgência: Quando Intervir e Tipo de Abordagem- Guidelines para EMR (Ressecção Endos-cópica da Mucosa) e para ESD (Dissecção Endoscópica da Submucosa)- Lesões Subepitelais do Trato Digestório- Displasia no Esôfago de Barrett

Obs. Não serão disponibilizadas as palestras em que os médicos não concordarem emceder os direitos de imagem ou os slides.

Associado Não-associadoAté 31/01 Após 01/02 Até 31/01 Após 01/02

R$ 155,00 R$ 205,00 R$ 455,00 R$ 505,00

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Acontece

Uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFN) determinou que os títulos de especialista emitidos a partir de janeiro de 2006 têm validade de cinco anos. É necessária sua revalidação por meio de atividades acadêmicas de atualização e reciclagem, como participação em congressos, cursos presenciais e à distância, trabalhos científicos, publicações, etc. Os especialistas devem se cadastrar no site www.cna-cap.org.br e acumular 100 pontos em cinco anos, sendo que há um limite máximo de 40 pontos por ano. As atividades que concentram o maior número de pontos são os congressos nacionais da especialidade, seguidos pelos congressos estaduais e cursos credenciados junto a CNA (quadro 1= tabela da pontuação).Os coordenadores de cursos cadastram no mesmo site (www.cna-cap.org.br) seus eventos, e estes são pontuados de acordo com a carga horária, recebendo 0,5 ponto por hora, com limite máximo de 10 pontos por curso.Conclamamos todos os especialistas da SOBED a cadastrar o maior número possível de cursos junto à CNA em todas as regiões do País, uma vez que há um número mínimo de pontos que a SOBED tem que oferecer, por região, tanto de cursos presenciais quanto à distância.Fica o importante ALERTA aos especialistas que conquistaram o título em 2006: eles terão que acumular os 100 pontos até 2011 e, portanto, não devem deixar para a última hora, devido ao limite máximo de 40 pontos por ano.A profusão de vários cursos em todo o território nacional contribuirá para a consolidação da SOBED enquanto especialidade médica fortemente inserida na medicina interna e cirurgia.Para saber a sua pontuação, faça o seu cadastro na CNA.

Renato Baracat

Boletim da ComissãoNacional de Acreditação (CNA)

EventosAtividades Pontos

Congresso Nacionalda Especialidade 20

Congresso da Especialidadeno Exterior 5

Congresso/Jornada Regional Estadual da Especialidade 15

Congresso Relacionado à Especialidade com apoio da Sociedade Nacional da Especialidade

10

Outras Jornadas, Cursose Simpósios

0,5 ponto/hora(mín. 2hs/máx. 10hs.)

Programa de Educação àDistância por Ciclo

0,5 ponto/hora(mín. 1h/máx. 10hs.)

Atividades CientíficasAtividades Pontos

Artigo Publicado emRevista Médica 5

Capítulo em Livro Nacionalou Internacional 5

Edição Completa de LivroNacional ou Internacional 10

Conferência em EventoNacional apoiado pela Sociedadede Especialidade

5

Conferência em Evento Internacional 5

Conferência em Evento Regionalou Estadual 2

Apresentação de Tema Livre ou Pôster em Congresso, ou Jornadada Especialidade

2(máx. 10)

Atividades AcadêmicasAtividades Pontos

Participação em Banca Examinadora (Mestrado, Doutorado, Livre Docência, Concurso, etc.)

5

Mestrado na Especialidade 15

Doutorado ou Livre Docênciana Especialidade 20

Coordenação de Programa de Residência Médica 5 por ano

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Agende-se

Equador debate especialidade

O próximo Gastro Guayaquil, que apresenta o XXXII Congresso Panamericano de Enfermedades Digestivas e o XIX Congresso Panamericano de Endoscopía Digestiva, será realizado na cidade de Guayaquil, de 30 de setembro a 4 de outubro de 2010. O encontro pretende reunir os melhores professores e cientistas da gastroenterologia de toda a América, Europa e Ásia. A expectativa é que o congresso interamericano estimule o intercâmbio de conhecimentos sobre as realidades patológicas da especialidade, por meio de sessões plenárias,

simpósios, mesas redondas e workshops; além da transmissão via satélite do Curso Internacional de Endoscopia Terapêutica, que será realizado em Boston (EUA).

ServiçoXXXII Congreso Panamericano de Enfermedades DigestivasXIX Congreso Panamericano de Endoscopía DigestivaData: 30/09 a 4/10/2010Local: Centro de Convenciones Simón Bolívar - Guayaquil – Equador

Por dentro da Sobed

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DNA

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Outros prismasSob a ótica do gastroenterologista Ricardo Rangel de Paula Pessoa, especialistas brasileiros e estrangeiros se reuniram em solo cearense para discutir técnicas eobservar os materiais de ponta utilizados em procedimentos endoscópicos,na quarta edição do Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva

A última vez que o gastroenterologista Ricardo Rangel de Paula Pessoa participou de um congresso da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) na ce-arense Fortaleza, ainda estudava medicina na Universidade Federal do Ceará (UFC), onde se graduou em 1995. Atual chefe do serviço de residência em Endoscopia do Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), Pessoa pode participar novamente de um encontro da entidade. Mas agora como um dos organizadores de uma conferência que, pela primeira vez, sai de São Paulo: o 4º Simpósio Internacional de Endoscopia Di-gestiva, realizado nos dias 3 e 4 de junho, no Hotel Vila Galé, Praia do Futuro.

Nas duas salas que funcionaram simultanea-mente durante o congresso, aproximadamente 200 participantes acompanharam o progra-ma científico ministrado por 62 palestrantes, dois deles estrangeiros: Hebert Burgos e Pierre Deprez, da Costa Rica e Bélgica, respectiva-mente. Após a apresentação de temas como diagnóstico das doenças inflamatórias intesti-nais e métodos de hemostasias na endoscopia terapêutica, os palestrantes aprofundaram os assuntos em discussões com os congressistas em mesas-redondas. “O objetivo foi a troca de experiências em todos os momentos”, explica. Além disso, Pessoa conta sobre os 30 congressis-tas que continuaram reunidos no dia 5, sábado, para aulas sobre emergências clínicas, sedação,

Ricardo Pessoa

Thiago Bento e Amanda CamposFotos: Davi Farias

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ressuscitação e aplicação da técnica, no Curso de Emergências em Endoscopia Digestiva. Segundo Pessoa, os módulos foram divididos em aulas teóricas e práticas, acompanhadas por outros especialistas.Com o estímulo da conferência na capital ce-arense, Pessoa acredita que o Estado expan-dirá o fluxo de congressos científicos até 2011, quando Fortaleza deve inaugurar um novo centro de convenções. Além de seguir o rotei-ro das discussões tecnológicas e científicas da endoscopia mundial, ele aproveitou a ocasião para dar início ao intercâmbio de residentes de Fortaleza e Bruxelas.

Um simpósio internacional no Ceará melhora a visibilidade científica do Nordeste? Os eventos vêm se expandindo para ou-tras regiões do País, não mais somente a Sudeste. O objetivo é melhorar a troca de experiências. Por ser a primeira vez que o simpósio internacional sai de São Paulo, estamos entusiasmados com os futuros investimentos que trará para a especialidade no Ceará. Até o ano que vem, por exemplo, inauguraremos um centro de convenções para receber ou-tras conferências, como o Congresso Brasileiro de Endoscopia Digestiva, que em 2009 foi realizado na Bahia.

Como foi organizar um dos mais im-portantes encontros da especialidade no Brasil?

A primeira vez que estive à frente de um simpósio e, ainda assim, foi uma expe-riência tranquila. Tive o apoio do dou-tor Cappellanes, presidente da SOBED nacional, para organizar as atividades científicas e de especialistas do Brasil inteiro. Sei o quanto é difícil conciliar o tempo fora dos consultórios e partici-par de dois dias de congresso. Pensamos nessa questão ao definir as datas. Qual a importância de um congresso in-ternacional fora do eixo Rio-São Paulo?Com o encontro no Nordeste, incenti-vamos principalmente os residentes a conhecerem melhor o dia a dia da es-pecialidade pelo Brasil. Se o Simpósio acontecesse apenas no Sudeste ou no Sul, a maioria dos estudantes do Nor-te e Nordeste não poderia participar, seja pelas obrigações universitárias ou condições financeiras. Além disso, a SOBED acaba estimulando atividades científicas menores.

A programação foi colocada em prática de que forma? Duas salas funcionaram simultanea-mente durante todo o dia, na quinta e sexta-feira. Ali, os congressistas acom-panharam as palestras e, após a apresen-tação dos temas, discutiram os assuntos em mesas-redondas. Além disso, no sá-bado, 30 profissionais participaram do Curso de Emergências em Endoscopia

“Se o Simpósio acontecesse apenas

no Sudeste ou no Sul do País, a maioria dos

estudantes do Norte ou Nordeste não

poderia participar”

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DNA

Digestiva. Foram ministradas aulas te-óricas na parte da manhã e, à tarde, os procedimentos práticos, com a orienta-ção de especialistas.

O Simpósio recebeu apoio de órgãos do Estado?Como é encontro pequeno se compa-rado a outros da SOBED, não fomos atrás de apoio formal político. A logísti-ca de simpósio não é tão grande quanto a de um congresso para mais de quatro mil pessoas, como é o caso da Semana Brasileira do Aparelho Digestivo. Mais ou menos 200 congressistas assisti-ram às palestras de aproximadamente

“Discutimos assuntos paralelamenteao Simpósio, e surgiu a ideia

de incentivarmos o intercâmbio entreresidentes de Fortaleza e Bruxelas”

60 brasileiros e dois médicos interna-cionais, Hebert Burgos, da Costa Rica, e Pierre Deprez, da Bélgica.

Algum desses investimentos na resi-dência médica o levou a optar pela es-pecialização em gastroenterologia?Na verdade, por ser área em desenvolvi-mento na época em que me formei, 1995, optei pela especialidade. Além disso, meu tio fez especialização em gastroentero-logia e segui seus passos. Apesar de ter me formado na Universidade Federal do Ceará, fiz a residência no Hospital das Clínicas, da Universidade de São Paulo, em clínica médica, e me especializei em endoscopia digestiva no Hospital Geral de Fortaleza, dois anos depois. Prestei a prova de título em endoscopia e, um ano mais tarde, a de gastro.

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É sopaÉ sopa

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Vulgarizada pela nobreza europeia enquanto erao prato principal dos camponeses na Idade Média,

a sopa atravessou séculos e ganhou toque de originalidade em diversas regiões do mundo

Gastronomia

Amanda Campos

S e dermos uma volta pelos países e procu-rarmos um ponto de partida para retratar a gastronomia mundial, chegaremos ao consenso de que é pela sopa que se deve co-meçar. De acordo com o livro “História da

Alimentação”, de Jean Louis Flandrin, Luciano Vieira Machado e Massimo Montanari, os caldos, divididos entre doces e ácidos, foram os primeiros alimentos fei-tos pelo homem antes mesmo da descoberta do fogo, que aconteceu no final do período quaternário, há aproximadamente 1,6 milhão de anos.

Misturas com água quente, vegetais, verduras, car-nes e cereais são cozidas até formarem um caldo en-riquecido com vitaminas e nutrientes. As sopas mais sofisticadas, também servidas frias, são conhecidas pelos detalhes dos ingredientes. Os gazpachos da Espa-nha, por exemplo, levam suco de limão, e a panzanella italiana, noz-moscada.

É sopa

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Gastronomia

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caldo com a ave macuco, originária do Brasil, e não a galinha.

Elaborada com vegetais frescos em seu estado natural e plantas áci-das, como urtigas, a sopa mais pró-xima do que conhecemos hoje foi colocada à mesa por Roma. Pastores, que a tinham como prato principal e cotidiano à alimentação, utilizavam verduras, legumes, frutas e queijo como acompanhamentos.

Na Idade Média, o prato compunha a alimentação mais importante dos camponeses europeus. Com ovos, fa-vas, abóbora, ervilha, couve, rabanete, entre outras hortaliças, a sopa era “au-xiliar” do pão, principal alimento da época. Na casa dos nobres, enriquecia-se o prato com carnes e especiarias, como mel e açúcar. Também era costu-me colorir as sopas com açafrão e leite de amêndoas.

Apesar da fácil digestão e enrique-cimento nutricional, a junção dos ali-mentos à água quente, acompanha-dos por torradas e queijo ralado, pode elevar as calorias e diminuir o valor nutritivo do prato. “Dependendo dos componentes, extrapolamos o valor calórico e a sopa perde a função sau-dável”, explica a nutricionista e mes-tra em ciências pela Universidade Fe-

Em solo brasileiro, a degustação do caldo foi introduzida pelos portu-gueses no período colonial. O primei-ro prato chegou ao País com o gosto doce do vinho tinto, açúcar, canela e pão torrado, conhecido como “sopa do cavalo cansado”. Com o tempo, outras culturas somaram-se à brasi-leira e, a exemplo da canja de galinha, originária do kanji, da Índia, sofreram adequações, como o preparo desse

“Na casa dos nobres, enriquecia-se o pratocom carnes e especiarias, como mel e açúcar”

Na Inglaterra, um dos pratos mais co-muns é o oxtail, sopa feita com pedaços de rabo do boi. Para os vietnamitas, o caldo aromatizado com hortelã e tama-rindo com pedaços de peixe, o famoso canh chua, é registro gastronômico his-tórico. Na cultura francesa, a receita do guisado bouillabaisse, preparado com frutos do mar, vegetais e ervas aromáti-cas, é um dos mais procurados em cida-des turísticas como Marselha.

Na Europa, o consumo virou, inclu-sive, tema de festa na portuguesa Alen-quer, que realiza anualmente o Festival das Sopas e Merendas. Além do car-dápio variado e música típica, os turis-tas recebem merenda e petisco, como acontecia antigamente entre os traba-lhadores rurais da região.

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deral de São Paulo, (Unifesp/EPM), Camila Leonel Mendes de Abreu.

O organismo humano também fun-ciona de modo diferente conforme as estações do ano. No verão o apetite di-minui e se opta pelos alimentos refres-cantes; no inverno, a ordem é contrária. “A substituição das frutas no inverno por comidas mais calóricas e quentes deve ser feita com cuidado”, adverte Camila.

A mistura cultural gastronômica su-priu as necessidades tropicais brasileiras e, com ela, trouxe variação no cardápio, como os caldos frios servidos no verão. “A sopa cremosa se tornou popular, prin-cipalmente a de tomate, pois o caldo fica mais grosso e frio na época de calor”.

Além do frio, outro fator a ser ponde-rado é o consumo de sopas prontas, co-mercializadas em supermercados, por causa da grande quantidade de sódio. Atualmente, o setor, que vê a concor-

Caldo de carne

O químico alemão Julius Liebig produziu, em 1857, um extrato de carne concentrado que, mais tarde, deu origem ao caldo sintético das sopas industrializadas. Em 1882, na Suíça, Julius Maggi passou a fabricar o mesmo tipo de concentrado, dessa vez, porém, com o caldo de galinha. E em 1889 ficou pronta a primeira sopa desidratada, feita pelo alemão Carl Hein-rich Knorr. Chamada de erbswurst, a substân-cia era empacotada com ervilhas, na forma de salame. Em 1912, Knorr fabricou ainda o primeiro caldo de carne em cubos.

rência crescer aproximadamente 30% ao ano, tem faturamento total de R$ 300 milhões anuais, segundo dados da com-panhia norte-americana AC Nielsen.

Dietas à base dos caldos também po-dem ser prejudiciais à saúde. De acordo com a nutricionista, as pessoas têm di-ficuldade em seguir a dieta porque não ficam saciadas sem a mastigação. “Os alimentos já amolecidos dão a sensação de que não se ingeriu a quantidade cor-reta de nutrientes”.

Para perder peso e manter a qualidade da alimentação, Camila sugere o prepa-ro da sopa com ingredientes de grupos variados, como cereais e proteínas. Ver-duras e legumes podem ser colocados no prato em grande quantidade, pois não têm muita caloria. Os acompanha-mentos do prato, como azeite de oliva, pão, torrada ou queijo ralado, porém, devem ser evitados.

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Especial

Evolução tecnológica e científica impulsionou a criação de uma sociedade brasileira voltada à endoscopia,em consonância com movimento mundial

Rodrigo Moraes e Thiago Bento

Primeiros passos de uma história

A década de 1960 tes-temunhou uma série de revoluções, mani-festações culturais, políticas e econômi-

cas. Todas muito importantes para o desenvolvimento do que a sociedade mundial, Brasil incluído, viveria na atualidade. No embalo efervescente e promissor, o panorama da endosco-pia digestiva também se revolucionou. Nesse período as fibras óticas foram incorporadas aos aparelhos, suscitan-do aumento de publicações científicas, congressos, simpósios, cursos e ativida-des sociais. Crescia também o número de gastroenterologistas que adotaram novos equipamentos, como as gastrocâ-meras japonesas, introduzidas no Brasil

por Akira Nakadaira e José Martins Job. E também as gastrocâmeras associadas aos gastrocópios – possibilitando a do-cumentação fotográfica dos achados do endoscopista – trazidas por Glacio-mar Machado, presidente da Socieda-de Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) entre 1982 e 1984.

Com o constante aprimoramento da aparelhagem, sofisticando os proce-dimentos endoscópicos, e a incorpora-ção de novas técnicas e número cada vez maior de especialistas capacitados, surgiu a necessidade de uma organiza-ção associativa para representar a espe-cialidade. “Rapidamente, sociedades de endoscopia digestiva começaram a proliferar nos quatro cantos do mun-do”, comenta Machado. O ex-presi-

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dente participou, com José de Souza Meirelles Filho e José Figueiredo Pen-teado, do Colóquio Gastrocâmera, co-ordenado por Job durante o 23º Con-gresso Brasileiro de Gastroenterologia, realizado em Araxá (MG), no agora distante ano de 1970. Pela primeira vez, a endoscopia era incluída na pro-gramação científica.

“Depois do congresso, Job e eu pas-samos a nos corresponder sobre a cria-ção de uma maneira de congregar os interessados em endoscopia digestiva”, lembra Glaciomar Machado. Mas as ideias realmente se fortaleceram du-rante o 24º Congresso Brasileiro de Gastroenterologia, realizado em 1972, em Brasília (DF). Lá, aproximadamen-te 300 especialistas assinaram uma lista

pedindo a criação de uma seção de en-doscopia, junto à Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), segundo o ex-presidente.

Dentre os signatários estavam no-mes como o de Akira Nakadaira, Luiz Felipe de Paula Soares, Fernando Cor-deiro, Dulmar Garcia de Carvalho, Celso Afonso de Oliveira, Edson Jurado, Isa-ac Goldenzon Filho, Cleber Vargas, Olival Leitão, Burech Abramovitch, Sérgio Ramos, Luiz Carlos Monteiro, Schlioma Zaterka, Jerônimo Martins de Andrade, Luiz João Abrahão, Ange-lita Habr-Gama, J.J. Gama Rodrigues, Shinishi Ishioka, entre outros especia-listas de renome.

De acordo com Glaciomar Macha-do, a iniciativa foi influenciada por

gastroenterologistas consagrados, que sugeriram essa opção para solucionar o problema de congregação dos inte-ressados em endoscopia digestiva. O ex-presidente da SOBED comenta que a FBG encaminhou o pedido para aná-lise de uma comissão. A solicitação, no entanto, foi indeferida. “A negativa foi decepcionante, mas, por outro lado, também serviu como ponto de partida para a fundação da Sociedade Brasilei-ra de Endoscopia Digestiva”, recorda.

Ainda segundo Machado, outro im-pulso para reunir os profissionais veio do crescente número de médicos reali-zando a endoscopia, de interessados na nova “pretensa” especialidade, além de sociedades em diversos países. Um ano depois do encontro em Brasília, Macha-

Akira Nakadaira José Martins Job Glaciomar Machado

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Especial

Martins Job, Akira Nakadaira e José de Souza Meirelles Filho”, afirma Macha-do. Durante seu mandato, em 1983, a SOBED filiou-se à Associação Médica Brasileira (AMB).

Nesse período houve a primeira prova para obtenção do título de es-pecialista em Endoscopia Digestiva, reconhecido pela AMB. A comissão era presidida por José de Paula Lopes Pontes, e integrada por Ismael Ma-guilnik, Kiyoshi Hashiba e Glaciomar Machado. Foi divulgada a lista dos especialistas em endoscopia digestiva para todos os hospitais brasileiros e to-dos os planos de saúde, com o objetivo de concientizá-los a credenciar apenas aqueles que possuíssem o titulo de es-pecialista. “Criamos a primeira tabela de honorários para os procedimentos endoscópicos”, explica.

Ainda durante os anos de 1982 a 1984, foram modificados os estatutos iniciais da Sociedade. “Eram insufi-cientes”, sentencia Machado. Para isso, era necessária a presença de 2/3 dos sócios em assembleia geral, o que ocor-reu em Campinas, em 1983, durante o VI Seminário (Congresso) Brasileiro, presidido por Flávio Quillici. “Edita-mos o primeiro livro de Endoscopia Digestiva da SOBED, idealizado por José Meirelles”, conta.

do teve o “privilégio”, como afirma, de organizar o Seminário (atualmente de-nominado Congresso) Brasileiro de En-doscopia Digestiva. “Foi a concretização de nossos ideais”, orgulha-se, comentan-do que na época conseguiu patrocínio da representante da Olympus no Brasil e apoio da Sociedade de Gastroente-rologia do Rio de Janeiro, por meio de Flávio San Juan e Sérgio Ramos, respec-tivamente presidente e secretário.

A resposta dos endoscopistas e simpa-tizantes da especialidade foi a presença de aproximadamente 250 participantes de todo o País. Em 1974, foi realizado, em Porto Alegre (RS), o II Seminário, organizado por José Martins Job. Em 1975, Luiz Felipe de Paula Soares e Oli-val Leitão foram os responsáveis pelo III Seminário, em Curitiba (PR). “Foi quan-do se materializou a criação da SOBED, com a aprovação de seu primeiro esta-tuto e posse da primeira diretoria, em Salvador, em 1976”, conta.

PresidênciaGlaciomar Machado presidiu a

Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, com Angelita Habr-Gama na vice-presidência, Luiz Arthur G. Juruena de Mattos como secretário e Alexandre Abrão Netto como tesou-reiro. “Tive a honra de suceder José

A criação da SOBED se

materializou com a aprovação de seu primeiro estatuto,

em 1976

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Esportes

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Esportes

O futebol é paixão nacional desde o século XIX, período em que os primeiros clubes foram fundados na África do Sul

Marina Panham e Rodrigo Moraes

Bola da vez

P rovavelmente, enquanto você lê esta reportagem, atletas de 32 nações dis-putam a 19ª edição da Copa do Mundo de Fu-

tebol, enquanto torcedores do mundo todo se voltam pela primeira vez para observar o extremo sul do continente africano. Nesta edição, a África do Sul é o país anfitrião da Copa, que acontece de 11 de junho a 11 de julho.

Buscando priorizar o turismo, a África do Sul aproveitou o torneio para fazer melhorias na infraestrutura do país, renovando estradas, aeropor-tos e serviços básicos. Cinco novos es-tádios de futebol foram construídos, pois durante o apartheid (ver box) era permitida apenas a edificação de cam-

pos esportivos para críquete e rúgbi – esportes populares entre sul-africanos brancos. Os outros cinco estádios existentes foram reformados.

O coordenador do Núcleo de Estu-dos em Negócios do Esporte da Escola de Propaganda e Marketing (ESPM), Claudinei Santos, afirma que o impac-to socioeconômico na África do Sul será identificado somente quando o mundial acabar. “A Copa do Mundo é exposição global do país sede, e a quali-dade da organização – serviços e infra-estrutura – do evento determinará se o impacto será positivo ou negativo.”

Segundo o cônsul-geral da África do Sul no Brasil, Yusuf Omar, para abrigar a competição foram investidos aproximadamente US$ 2,24 bilhões.

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Sobed - No 9 - Abr/Jun - 2010Sobed - No 9 - Abr/Jun - 2010

O país africano, que recebe eventos desportivos internacionais há cerca de 15 anos (Copa do Mundo de Rúgbi-1995 e Copa do Mundo de Críquete-2003), investiu US$ 1,28 bilhão em transporte para apoiar a infraestrutu-ra, e o restante na construção ou re-forma dos dez estádios para a Copa. Aproximadamente 67 mil empregos diretos e outros 400 mil indiretos foram criados por causa da disputa. Estima-se que a Copa contribua com US$ 4 bilhões para a economia e gere US$ 616 milhões ao Produto Interno Bruto (PIB), ainda de acordo com Omar. Para ele, a Copa do Mundo é mais do que infraestrutura para o fu-tebol. “São programas para a juventu-de e desenvolvimento de base.”

Nação africaNaA temporada na sede da Copa do

Mundo pode ser emocionante aventu-ra para os turistas torcedores. A vasta área de 1.223.410 quilômetros quadra-dos – cinco vezes maior do que a Grã-Bretanha – impressiona, mas não é sua principal característica, tendo em vista o relevo geográfico, ecossistema surpre-endente e, sobretudo, a cultura africana. Museus de Johannesburgo, areia doura-da das praias de Durban, vinhedos de Tulbagh, complexos de entretenimento da Cidade do Cabo e safáris em reser-vas particulares, como a Kruger National Park, integram o imperdível roteiro tu-rístico sul-africano.

Predominantemente marcado pela cadeia montanhosa, o país possui picos que excedem três mil metros de altura, provocando, juntamente às correntes oceânicas, variações climáticas. No ecossistema, é possível encontrar paisa-gem mediterrânea em zonas costeiras, florestas tropicais ao longo dos rios, savanas no altiplano e estepe mediterrâ-nea na região de Kalahari.

Com aproximadamente 47 milhões de habitantes das mais diversas origens, culturas e crenças, a África do Sul fala 11 dialetos, oficialmente reconhecidos,

a maioria deles naturais do país, como o isisZulu e o isiXhosa. O inglês é falado em comércios, bancos, departamentos de Estado, e o afrikaans, derivado do ho-landês, também é bastante utilizado pe-los sul-africanos.

cidadesCada cidade da África do Sul é ca-

racterizada por uma atividade. Cidade do Cabo é a capital legislativa, Pretó-ria a capital executiva, Bloemfontein a capital judiciária e Johannesburgo a capital comercial. Apesar de ser a única cidade com dois estádios para a realização dos jogos, Johannesburgo não é a capital oficial da África do Sul. Ao contrário do que algumas pessoas pensam, a capital é Pretória.

A África do Sul possui diversas se-melhanças com o Brasil. Yusuf Omar às vezes precisa se lembrar que está de fato em terras tupiniquins, pois muitas coi-sas recordam o país sul-africano. “Além dos dois países serem abençoados com abundância de recursos naturais, com-partilham muitas semelhanças cultu-rais”. O cônsul-geral cita ainda o contí-nuo crescimento econômico dos dois países em função da disciplina fiscal e políticas macroeconômicas estabele-

Estádio Soccer City,em Johannesburgo

med

iaclub

sout

hafri

ca

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Esportes

cidas. “Ambas as economias iniciaram programas de infraestrutura e material agressivo de desenvolvimento, que se tornarão catalisadores fundamentais subjacentes à criação de empregos e crescimento sustentável.” Ocupando a 29º posição no ranking das economias mundiais – igualando-se à Argentina – a África do Sul é a maior participante eco-nômica do continente africano.

Segundo Yusuf Omar, como nenhu-ma outra instituição sul-africana, o es-porte é capaz de curar feridas antigas. Quando a seleção sul-africana de rúgbi, chamada de “Springboks”, ganhou o tor-neio mundial em 1995, Nelson Mandela vestiu a camisa número seis, do capitão da equipe, François Piennar – africano branco – e os dois se abraçaram, em ges-to espontâneo de reconciliação racial. Para Omar, o abraço foi momento úni-

co. “Os 400 anos de luta racial de repen-te pareciam tão mesquinhos”, enaltece o cônsul. O título foi extremamente im-portante para a nação sul-africana, pois aconteceu pouco tempo depois do fim do apartheid e unificou o país.

Viagem com saúdeAlguns cuidados com a saúde devem

ser considerados antes do embarque para a África do Sul. Por ser um país no qual os principais riscos são as doenças transmitidas por picadas de insetos, os visitantes devem evitar contato com car-ne malpassada e animais mortos. “Todos os viajantes devem tomar as precauções apropriadas contra picadas de mosquitos (uso de mosquiteiros e repelentes)”, se-gundo nota divulgada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

De acordo com a OMS, as autorida-

Curiosidades

VuvuzelasAs tradicionais e barulhentas cornetas,

de um metro de comprimento, utilizadas por torcedores nos jogos de grandes equipes do futebol sul-africano, estão cada vez mais po-pulares no país.

Bafana BafanaÉ assim que a Seleção da África do Sul é

chamada pelos seus torcedores. O grito pas-sou a ser usado nas vitórias da Seleção du-rante a Copa das Nações Africanas, em 1996, também realizada no país. No dialeto IsiZulu, significa ‘os rapazes, os rapazes’.

‘Invictus’O filme “Invictus”, lançado em 2009,

retratou parte da história do ex-presidente e figura mais conhecida da África do Sul, Nelson Mandela, preso político e principal defensor do fim do regime de apartheid no país. O filme relembra o momento, citado neste texto, em que Mandela utiliza a sele-ção de rúgbi, símbolo da cultura branca no país, para aproximar a população.

Vista aérea da Cidade do Cabo, onde se vê o estádio Green Point

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Sobed - No 9 - Abr/Jun - 2010

des sul-africanas notificaram 172 casos de febre do vale do Rift e 15 óbitos este ano. O vírus pode apresentar sintomas moderados, como gripe e rigidez na nuca, ou então mais graves - alucinações, tonturas e até coma. A OMS afirma que mesmo assim não é o caso de evitar via-gens para o país sede da Copa do Mun-do. Uma vacina contra a febre do vale do Rift foi desenvolvida, mas não licenciada. Portanto, ainda não está comercialmente disponível. Além dessas enfermidades, os visitantes também devem se prevenir contra meningite meningocócica A, po-liomielite e febre tifoide. Para saber mais, confira no www.viagemcomsaude.com.br informações importantes para quem pretende viajar com saúde e segurança.

Oficializada em 1948, a política de segrega-ção racial, denominada apartheid, determinava que a minoria branca detinha todo o poder po-lítico e econômico, e era a única com direito a voto na África do Sul, enquanto a maioria negra era obrigada a obedecer rigorosamente à legis-lação separatista.

Em oposição à política racial, o Congresso Nacional Africano (CNA) lançou a desobediên-cia civil em 1950. Dez anos depois, a polícia sul-africana matou 67 manifestantes negros. O Massacre de Sharpeville, como ficou co-nhecido, ganhou tanta repercussão que gerou protestos em diversos países. Como punição, o CNA foi declarado ilegal e seu líder, Nelson

Mandela, foi preso em 1962, condenado à pri-são perpétua. Em 1990, Mandela foi libertado e o CNA recuperou sua legalidade.

Em 1994, Nelson Mandela foi eleito presi-dente da África do Sul, finalizando o período de segregação racial vivido no país. A transição do apartheid para a democracia foi difícil, mas bem negociada e conduzida. Na nova presidên-cia, a nova Constituição foi implantada, com o intuito de oferecer soluções para pobreza, de-sigualdades e injustiças às quais o povo sul-africano era submetido.

Atualmente, a África do Sul é referida como “nação arco-íris”, nome dado por Desmond Tutu - primeiro sul-africano negro a ser elei-to e ordenado arcebispo anglicano da Cidade do Cabo – para descrever a nação sul-africana pós-apartheid e Prêmio Nobel da Paz.

Nação Arco-Íris

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Regionalismo

Evento da SOBED oferece retrato da endoscopia no Brasil e no mundo; o fortalecimento regional e a padronização dos problemas de saúde estimulam descentralização científicaFaoze ChibliFotos: Davi Farias

universal

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Sobed - No 9 - Abr/Jun - 2010J técnicas com vantagens científicas com-provadas, usadas comumente na Euro-pa, são de acesso restrito no Brasil.

E a aparelhagem tradicional, norte-americana, é mais cara. Por outro lado, as políticas públicas também estão em discussão no Velho Mundo, conside-rando-se o custo crescente da tecno-logia, especialmente quando se analisa a endoscopia. Nesse sentido, o Brasil também pode contribuir no cenário global: “Ouvi muito sobre equipamen-tos customizados [self-made, em uma tradução não literal]”. Mas a Europa também poderia tirar proveito das “so-luções criativas” brasileiras?

“Sim, é claro. Se os estudos apropria-dos forem conduzidos aqui. Há algumas companhias inovadoras, pelo fato de o Brasil ser um país em desenvolvimento, e elas podem trazer novos equipamentos ao mercado”. Ele afirma que já existem ideias de especialistas brasileiros sendo levadas à Europa. Além disso, a concentração de pacientes em grandes hospitais pode ser um catalisador para estudos. Por causa dessa amostragem maior, eles podem ser desenvolvidos mais rapidamente.

“Então, esse é um bom ponto para se ter um grande centro sobre câncer”, opina Deprez. O clínico, gastroentero-logista, hepatologista e presidente da Sociedade Cearense de Gastroente-rologia Sérgio Pessoa, corrobora essa opinião. Mas ele observa que a desorga-nização de protocolos e de prontuários gera “dificuldade tremenda na coleta de dados”. Isso por causa da informatiza-ção dos hospitais ainda ser incipiente. “O trabalho todo tem que ser feito de forma manual”. Tanto é que se forem utilizadas estatísticas, raramente se usa as nacionais. “Trabalhamos com dados norte-americanos ou europeus. Ape-sar de termos muitas vezes um volume muito maior do que o deles”.

oão Barbosa Pires de Paula Pessoa é o primeiro a chegar e último a sair, lite-ralmente. Em plena atividade médica aos 81 anos de idade, foi professor de alguns dos presentes. Quando se for-mou em medicina, não havia endosco-pia na sua região, considerando-se que a especialidade era incipiente no País, e mesmo mundialmente. Gastroentero-logista e hepatologista, Barbosa assiste a tudo concentrado. E confessa: “Eu não sei como nós conseguíamos fazer naquela época, é um verdadeiro mi-lagre. Eu vibro muito quando vejo os meus alunos”. Pioneiro da integração hoje visível, o cearense de Sobral trazia médicos das capitais fluminense e pau-lista, para ensinar gastroenterologia em Fortaleza (CE). Mas hoje a cidade é a quarta maior do Brasil, precedida por Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo.

A Contagem da População 2007, re-alizada pelo Instituto Brasileiro de Ge-ografia e Estatística (IBGE), divulgou população de 2.431.415 fortalezenses. A mudança do perfil nacional é um fe-nômeno em curso. Apresenta-se como tendência a descentralização do eixo Sul e Sudeste em áreas estratégicas, inclusive a científica. O 4º Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva realizado pela SOBED entre 3 e 4 de junho de 2010 está inserido nesse contexto de mudança.

Entre os especialistas presentes, um deles veio ao Brasil pela primeira vez. Pierre Deprez, endoscopista de Bru-xelas e presidente da Sociedade Belga de Endoscopia Gastrointestinal, foi convidado a falar sobre “Vias Biliares e Pâncreas – CPER”, especialmente pseu-docisto pancreático. Após ter assistido ao primeiro período de palestras, ele ressaltou: “Acho que vocês têm endos-copistas muito experientes na SOBED e no Brasil”. Ele reconhece que a tecno-logia por aqui é mais limitada. Algumas

universal

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tar os canais entre o Brasil e a América Latina, e países de língua hispânica. Para essa informação criar os vínculos neces-sários a um crescimento simétrico”.

Pela quinta vez no País (sempre no Rio de Janeiro e em São Paulo), esta

é a primeira do especialista na região Nordeste. “Os cursos [universitários] no Brasil têm um altíssimo valor educativo e uma informação clínica muito relevan-te. E as conferências falam muito sobre as estatísticas nacionais, algo que não

IntegraçãoMas para a América Latina, o Brasil

já é capaz de gerar informação clínica de alto valor. Essa é a visão de Herbert Burgos, especialista em gastroenterolo-gia, com ênfase em endoscopia digesti-va e câncer gástrico. Costa-riquenho de San José, é diretor do Centro de Treina-mento da Organização Mundial de Gas-troenterologia [World Gastroenterology Organisation]. Para ele, o estágio atual da especialidade e da ciência médica como um todo reflete um processo social.

O Sul ainda utiliza as informações do Norte e, para integrar o conhecimento, é necessária uma grande dose de padro-nização. “É uma questão de tempo, a ca-racterística das pesquisas é sempre soma-tória”. Burgos considera a comunicação como o aspecto mais importante para o desenvolvimento regional. Pois gera me-lhor aproveitamento da informação, de recursos e detecta a necessidade de cada grupo. “O que devemos fazer é incremen-

João Barbosa Pires de Paula Pessoa, pioneiro da integração científica entre Sudeste e Nordeste

Painel científico

Marcos Clarencio da Silva (BA), no painel Métodos de Hemostasias na Endoscopia Terapêu-tica, falou sobre “Risco de ressangramento”. Na hemorragia digestiva, o endoscopista tem função primordial em reduzir esse risco. Surgem mais estudos, mesmo assim “faltam trabalhos consis-tentes na área de hemorragia digestiva baixa”.

Flavio Hayato Ejima (DF) informou que o cateterismo com fio guia, ao contrário do que se pensava, resulta em mais complicações. Ejima lembrou ainda: “A boa técnica evita procedimen-tos desnecessários”. Se houver dúvida, encami-nhar o paciente para novos procedimentos.

do. Ainda hoje, especialmente em um País como o nosso, que não tem acesso a endoscopistas com rapidez, ele deve ser usado algumas vezes e pode ser salvador”.

Walnei Fernandes Barbosa (SP), no “Mó-dulo Endoscopia – Aspectos Gerais”, falou sobre “Avaliação clínica na Endoscopia Terapêutica”. Estudo de um grupo no HC avaliou risco de san-gramento em pacientes com doenças diversas: “Percebemos no trabalho nuances que não estão ainda descritas com precisão, e os exames tradi-cionais estão se mostrando ineficazes em deter-minados casos, com a necessidade de outros ”

Beatriz Monica Sugai (SP) discorreu sobre “Pancreatite aguda biliar – Quando indicar CPER”. Ela lembrou formas não invasivas de detecção dos cálcu-los biliares, e alertou para se levar em consideração as causas, “que podem ser cálculos biliares (45%), abuso de álcool (35%) e outras (medicamentosas, doenças auto-imunes, parasitas na via biliar, Krohn)”.

Ricardo Pessoa (CE) falou sobre “métodos mecânicos”, no Módulo Endoscopia – Aspectos gerais, Métodos de Hemostasias na Endoscopia Terapêutica. Ele detalhou técnicas de profilaxia e aconselhou: “O Balão de Sengstaken-Blackemore, muito utilizado no passado, não deve ser esqueci-

Confira algumas das informações discutidas por especialistas durante o simpósio.

Pierre Deprez: com estudos necessários, Brasil pode oferecer soluções inovadoras à Europa

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Algumas doençasse manifestam com maior incidência ede forma mais simétrica no mundo. O motivoé a predominânciade parâmetros ocidentais, com maus hábitos alimentares, fumo e estresse

se encontra em outros cursos e é mui-to valioso”. Ele destaca que as apresen-tações trazem sempre o state of the art, o ponto máximo de conhecimento em cada área. “Esse tipo de atividade onde se discutem temas e se trata de forma sistemática das enfermidades, é muito intenso, elevado e didático”.

Nesse sentido, ele comenta que o convite de profissionais de outros paí- ses latino-americanos para futuros eventos seria muito proveitoso. “Toda a América Latina tem de se integrar em algum momento. Mas isso tam-bém tem a ver com as prioridades”. O médico exemplifica: “No Brasil, prova-velmente é o câncer de colo, no Peru, de pâncreas, no Chile e na Costa Rica, gástrico, na Argentina, colo”. Mas Bur-gos acredita que pouco a pouco esta-mos nos integrando em uma só massa crítica. Mas há outro fator de união que não pode ser comemorado.

Formação

Natural de Uberlândia (MG), Bruno Chaves Salomão se formou em sua cidade, obteve a especialização em endoscopia na cidade de São Paulo (SP), no Hospital Sírio Libanês, e agora, concluída a residência médica, traba-lha em Brasília. “A especialidade é nova e a residência mais ainda. Antigamente, o pesso-al fazia estágios”, narra. Para ele, a vantagem de eventos como o Simpósio em Fortaleza é a possibilidade de reciclagem, de forma con-densada: “Na endoscopia, a cada mês existe uma novidade, e sem dúvida isso está ligado ao desenvolvimento tecnológico”.

Já Gardênia Costa, fortalezense que faz residência na Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto, aproveitou também para visitar a família. Ela se especializa em endoscopia digestiva e considera: “A importância de vir para o Simpósio é ter ideia do que está se passando no mundo da endoscopia”. Na opi-nião dela, trata-se de uma chance para pensar em qual subárea se especializar, além do as-pecto de atualização.

Admar Borges da Costa Junior defende o papel dos médicos na conscientização de gestores públicos

O costa-riquenho Herbert Burgos: “Devemos incrementar os canais de comunicação”

Sérgio Pessoa aponta as dificuldades nacionaispara consolidar dados de pesquisas

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Os problemas nacionais de saúde também estão passando por certa pa-dronização. Costumes estão em mu-dança e se ocidentalizam: maus hábi-tos alimentares, fumo, estresse. Isso faz com que algumas enfermidades se ma-nifestem mais, e de forma mais simé-trica. “Isso é grave e está nos afetando”. Burgos informa que o câncer de colo e o de mama se agravam em todos os paí-ses, com o aumento da obesidade. Há, porém, variáveis mais específicas.

RegIonalIsmosA Costa Rica, por exemplo, ocupa o

primeiro lugar no mundo em mortali-dade por câncer gástrico (oitava causa global de morte). Não se sabe exata-mente o porquê, mas tem-se o dado de que 60% dos problemas estão as-

O 4º Simpósio Interna-cional de Endosco-pia Digestiva trouxe um panorama do de-senvolvimento tec-

nológico e de procedimentos na área. A grande novidade no cenário nacional é o SpyGlass. Ângelo Paulo Ferrari Ju-nior, gastroenterologista de São Paulo (SP), que falou sobre táticas para redu-ção de complicações no Módulos Vias Biliares e Pâncreas – CPER, apresentou o aparelho (um cateter dentro do qual se introduz fibra ótica). O dispositivo permite realizar colangioscopia ou pan-creatoscopia com apenas um operador. “A imagem ainda precisa ser melhorada. Mas além de permitir visão direta, per-mite biópsia sob visão direta e litotrep-

Novose velhosfatoresTecnologia em constante evolução traz possibilidades de aperfeiçoar procedimentos; mas fator humano é primordial, como mostram estudos

sociados à carga genética. “Há famílias inteiras que têm esse tipo de câncer”, lamenta. O fenômeno também se dá por zonas geográficas, em regiões com características vulcânicas. O excesso de consumo de sal é outro fator. Entre-tanto, para estabelecer causalidade, é preciso um estudo retrospectivo.

Por se tratarem de pesquisas caras e longas, estabelecer essa relação é difícil. Mesmo no Japão, onde o pro-blema também é grave. As estatísticas no mundo estão declinando um pou-co, mas mantêm um número absoluto muito grande e crescente, pois a popu-lação cresce. No caso do Brasil, Burgos

Dois auditórios trouxeram simultaneamente painéis e debates sobre as mais variadas

questões da atualidade na endoscopia

sia intra-corpórea”. Ferrari esmiuçou o funcionamento do SpyGlass por meio de um vídeo inglês.

João Carlos Andreoli (SP), especialista autor de Terapêutica Endoscópica, também falou sobre o aparelho. “Esperamos real-mente que entre no nosso País nos servi-ços especiais, e possamos dar um avanço na terapêutica das vias biliares e pancreá-ticas”. Ao falar sobre procedimentos avan-çados com o SpyGlass, Andreoli ressaltou a necessidade de treinamento profissional específico. “Não é método para ser fei-to em qualquer consultório ou hospital. Geralmente podem ser centros univer-sitários”. Ele observou, ainda, que há um aumento no tempo de procedimento.

Sem previsão de entrada no Brasil, o SpyGlass pode trazer continuidade para

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quem estuda as patologias bilio-pan-creáticas, na opinião de Andreoli – com avanço diagnóstico e, principalmente, terapêutico. “Essa tecnologia nunca foi desenvolvida no Brasil por ser um proce-dimento muito difícil, e pelo custo tam-bém”. Por outro lado, há soluções nacio-nais bem sucedidas. Wagner Colaiacovo, endoscopista no estado de São Paulo, re-latou durante sua apresentação que exis-tem próteses biliares desenvolvidas com empresa nacional, com bons resultados e de fácil colocação.

métodosJosé Luiz Paccos, endoscopista cirur-

gião do aparelho digestivo, de São Paulo (SP), que falou no módulo sobre póli-pos, com o subtema “Melhorando a acu-

rácia”, afirmou que novos métodos são importantes, além de muito cuidado. No caso da colonoscopia, pequenas lesões praticamente ocultas podem ser respon-sáveis pelo aparecimento de câncer em um curto período. No mesmo sentido, o médico especializado em endoscopia di-gestiva diagnóstica e terapêutica, Walton Albuquerque, de Belo Horizonte (MG), participante do “Módulo Colonoscopia”, informou que o principal indicador de qualidade nos exames é o tempo despren-dido, de acordo com pesquisas.

Kleber Bianchetti de Faria, endosco-pista digestivo mineiro, citou estudo de 2005, com 12 colonoscopistas. Os mais experientes dedicavam mais tempo ao exame e obtinham resultados superiores. A diferença no diagnóstico chegou a 85%,

e uma detecção apurada evita complica-ções futuras. Para incentivar essa atitude, o médico citou a ideia do pagamento por performance mínima, com exclusão por performance inadequada. E enfatizou que a retirada do aparelho deve ser con-siderada um momento ainda propício ao detalhamento.

Faria citou estudo divulgado pela re-vista Gastrointestinal Endoscopy, no qual se cravou o tempo de retirada do colonos-cópio. Os profissionais eram avisados de que estavam sendo filmados e que iriam ser assistidos por colegas. Conclusão: au-mentou o número de pequenos focos de adenoma encontrados nos exames. “O ser humano é igual em toda parte do mundo. Se há fiscalização, vigilância, a performan-ce melhora”, arrematou Bianchetti.

avalia que um dos maiores problemas é o tamanho, a variedade dos grupos so-ciais e origens étnicas. Isso dificulta a consolidação da informação. “O esfor-ço a ser feito é de cada um. Devemos estimular a investigação em outras áre-as, para começar a resolver os proble-mas locais”.

Um dos exemplos dessa situação em solo nacional é o das varizes esofagia-nas, uma das causas de hemorragia di-gestiva. Conforme explica Admar Bor-ges da Costa Junior, médico com área de maior experiência em endoscopia digestiva, as causas desse sangramento podem ser medicamentos sem prescri-ção médica, como antiinflamatórios ou analgésicos. Outras causas frequen-tes são a cirrose, o vírus da hepatite, ou esquistossomose. Essa última é de alta incidência na região de Recife e em todo o estado de Pernambuco.

Chefe do serviço de endoscopia e de residência médica do Hospital da Res-tauração, Borges foi chamado a palestrar no Simpósio por causa desse know how específico. E Recife é referência no trato do problema. O hospital onde Borges trabalha é o maior do estado e creden-ciado como Centro de Treinamento da SOBED. Atividades didáticas são desen-volvidas em acordo com a Sociedade. “Nós treinamos muita gente e lá temos os maiores volumes de hemorragias di-gestivas do mundo” – outro fenômeno em conexão com a esquistossomose.

Sérgio Pessoa, por sua vez, fala sobre o tratamento não endoscópico da he-morragia digestiva por varizes, e sobre o papel do clínico. Primeiro a entrar em contato com um paciente nessas con-dições, sua atuação é fundamental para melhorar a chance de resposta ao tra-tamento endoscópico. Pessoa abre sua

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aula com um trabalho canadense que questiona de forma bem humorada o que é melhor na hemorragia por vari-zes: usar medicação, fazer tratamen-to endoscópico ou dormir um pouco mais. “Eu não tenho opinião formada, porque isso varia muito de acordo com o serviço. Para o endoscopista ‘dormir um pouco mais’, ele tem que estar inse-rido em um serviço capaz de dar toda essa abordagem inicial correta”.

Ou seja, algo que nem sempre é re-alidade nos nossos serviços. Em um hospital como o que Sérgio Pessoa atua, por exemplo, a emergência não tem essas condições. Então o endosco-pista deve intervir mais precocemente. Na manipulação do doente privado em hospitais particulares, há condição de estabilizar o paciente com as drogas disponíveis. “Agora, no serviço públi-co, muitas vezes você atende em uma cadeira, uma maca, no corredor. As condições de estabilização são muito ruins”. Além disso, há poucos centros formados e completos para atendi-mento da hemorragia digestiva. “Isso é um problema, as pessoas não estão treinadas e a maioria dos serviços de atendimento de emergência não tem as pessoas e os equipamentos”.

Questões genéticas, geográficas, políticase econômicas interferem na intensidade dos problemas de saúdeem certas regiões

O imprevisto em foco

Instruir os endoscopistas sobre como preve-nir e agir frente a uma situação emergencial: esse foi o enfoque do Curso de Emergências em En-doscopia Digestiva, ministrado no dia 5 de junho por Samir Lisak, anestesiologista do Hospital Sírio Libanês e médico do Grupo de Resgate de Atendimento de Urgência (GRAU-Resgate 193), do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Es-tado de São Paulo; e Leonardo Vanzatto, do ser-viço médico de anestesia do Hospital Sírio Liba-nês e instrutor do Centro de Treinamento em Vias Aéreas da Santa Casa. Ambos trabalham com o serviço de endoscopia como anestesistas.

Segundo Vanzatto, as complicações são ra-ras, por isso muitos endoscopistas, mesmo com vasta experiência, não vivenciaram alguns dos problemas debatidos. O intuito da dupla é fazer com que o especialista reconheça e saiba evitar essas situações. Em segundo lugar, que tenham uma conduta para agir na emergência, tirar o pa-ciente da complicação e não se comprometer. “O foco é qualidade do atendimento e segurança do procedimento”, afirma Samir Lisak.

A intenção é conseguir realizar exames e enca-minhar o paciente à recuperação, “de preferência melhor do que ele chegou”. Muitas informações novas foram trazidas pelos especialistas, pois as

leis mudam e as portarias do Conselho Federal de Medicina também. “O que é correto e o que diz a lei não é necessariamente o que as pessoas vivenciam pelo Brasil, e isso causa polêmica”. Já Leonardo faz um alerta: “O médico, pela correria, pelo excesso de trabalho, às vezes acaba não documentando no prontuário o que aconteceu”. Mesmo que tenha dado tudo certo, o paciente pode vir com uma queixa, por exemplo, de que se acidentou com o carro por ter recebido uma dose excessiva de anestésico. Por isso é fundamental documentar todos os procedimentos.

Também foi reforçada no curso a questão de alergias e doenças prévias, que podem ser des-cobertas no contato clínico com o paciente. “A maioria dos médicos tem uma rotina muito corrida, ele faz ‘cinquenta’ exames, então não quer perder cinco minutos conversando”, dispara Lisak. Isso é um erro, pois pode-se evitar problemas sérios com esse investimento de tempo. “A medicina é dinâmica, novas drogas, novos dispositivos para qualidade e segurança”, por isso uma das funções do curso é ajudar nessa adaptação e listar as op-ções. Mas sem “receita de bolo” em relação às doses de novas drogas. Pois cada paciente deve ser avaliado pelo médico e o profissional tem de fazer sua própria programação.

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Controle na endoscopia Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária suscita reflexão sobre antigas questões da área médica

equipe. Esclarecimentos e alta médica são funções do médico, e de nenhum outro profissional da saúde: “É preciso assumir completamente essa responsa-bilidade”. Já a liberação do paciente pode ser feita por um profissional treinado.

Se a ética médica é uma questão tão antiga, por que tem gerado tanta preo- cupação? “Por causa do Código de De-fesa do Consumidor”. Mas existe algo de bom para o médico no Código, se-gundo Vera. O parágrafo 4º do artigo 14 fala sobre informações inadequadas e insuficientes. Isso significa ser subje-tivo o julgamento desses aspectos. “O Conselho Federal de Medicina fez uma coisa importante, mas com vinte anos de atraso: o novo Código de Ética Mé-dica, que entrou em vigor em abril des-se ano, diz que ‘a natureza personalíssi-ma da atuação profissional do médico não caracteriza relação de consumo’”. É uma forma de distanciar o Código de Defesa do Consumidor do médico.

Segundo Vera, foi melhorada a re-dação de artigo que fala sobre causar dano ao paciente por imperícia, negli-gência ou imprudência. Nesse caso, a culpa do médico tem que ser provada

pelo paciente. Vera esclareceu que os advogados apregoam a manutenção de registros escritos do esclarecimento e do consentimento do paciente, porque essa é a única prova material. “De ou-tra forma é palavra contra palavra”. No caso da endoscopia, é muito importan-te que o acompanhante seja informado e que ele assine essa informação. Por-que o paciente fica inimputável caso exista alguma ocorrência – como um acidente de automóvel – e o médico seja responsabilizado.

Flavio Hayato Ejima, gastroentero-logista de Brasília (DF), detalhou que a necessidade de um profissional da enfermagem dependerá do serviço de endoscopia realizado. Ele informou so-bre a necessidade de uma sala de recep-ção com tamanhos mínimos definidos, quantidade e tipo das cadeiras. É proi-bida a recuperação de pacientes fora da sala de recuperação. E há outras exigên-cias, como: exaustão de ar; arquivamen-to de exames e registro de procedimen-tos; numero determinado de acessórios em função da quantidade de procedi-mentos; e caixas distintas para carregar materiais dentro e fora do hospital.

V era Helena de Aguiar Freire de Mello, pre-sidente da Comissão de Defesa e Ética Pro-fissional da SOBED,

alertou para que todos tenham cuida-do com pré-requisitos básicos. A esfe-ra municipal é a que os profissionais precisam conhecer mais. Em uma fis-calização, deve-se questionar o que diz a lei. “Eles estão procurando o que querem”, alertou. O esclarecimento do paciente é outro ponto fundamental. Nem o consentimento nem o esclare-cimento foram incluídos no Código de Ética Médica para a proteção do médi-co. “Esse é o grande equívoco”. São fer-ramentas para o paciente decidir.

“Quanto mais complexo e de maior risco for o ato médico, tanto mais com-pleto, específico e individualizado deve ser os esclarecimentos”. Vera reconhe-ceu que é difícil saber o limite entre esclarecer e ensinar medicina para o paciente. Por isso o especialista deve estar em consonância com informações da mídia, inclusive. E os protocolos aju-dam nesse sentido, pois é grande a de-pendência do médico em relação à sua

Vera Helena de Aguiar Freire de Mello, presidente da Comissão de Defesa e Ética Profissional da SOBED

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Infectologiaurgente

Eveline Girão, especialista cearense da Co-missão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital da Unimed, falou sobre essa área de alto risco. Desde 1985, com a morte de Tan-credo Neves, surgiu uma portaria com força de lei, determinando que todos os hospitais devem ter esse setor. As atribuições são avaliar, dirimir riscos e diminuir os casos de infecções em pro-cedimentos e cirurgias. Eveline falou sobre a endoscopia e comentou que hoje se questiona muito como os aparelhos são esterilizados e desinfetados. “Há vinte anos se usava água e sa-bão. Isso transmite várias bactérias e vírus”. Há mais de dez anos existe uma normatização de como esses aparelhos têm de ser esterilizados.

Para a especialista, as clínicas é que são o grande problema. Elas não costumam ter um infectologista e não existe um órgão específico para fiscalizá-las. “Se ele tem infecção, não vai relatar para a Vigilância. Então, esses dados são subnotificados. Não se sabe hoje qual é a taxa de transmissão”. Em uma infecção de hepatite, por exemplo, não há como saber se ocorreu du-rante endoscopia. Trabalhos de 2006 mostram que nos EUA houve surtos de mais de 60 casos de transmissão de hepatites (inclusive B e C) em clínicas de endoscopia. “Mas aqui existem muito mais casos, só que nós não sabemos”. As instâncias fiscalizadoras não conseguem monitorar todas as clínicas. “As leis não são cumpridas e nem fiscalizadas”.

De fato, o Hospital da Restauração, onde trabalha o recifense Admar Borges, é um dos poucos centros no País a dispor de atendimento 24 horas em endosco-pia digestiva, com plantão presencial. O hospital mantém comunicação e recebe médicos brasileiros e estrangeiros para ministrar palestras. Em contrapartida, os especialistas pernambucanos treinam mé-dicos jovens, com programas para receber aspirantes inclusive de outros estados. Como no caso da Costa Rica, a intensi-dade do problema em Pernambuco tem a ver com questões genéticas e geográficas.

Admar Borges explica que a esquistos-somose veio da África para o Brasil e se ins-talou sobretudo nas áreas mais tropicais. O parasita se adaptou muito bem. Hoje, a maior incidência em nível mundial ocor-re no Egito e em países da África tropical. O controle da patologia depende muito das questões sanitárias e sociais. Trata-se de uma doença que acomete as classes menos favorecidas, porque a propagação se dá na ausência de condições sanitárias adequadas e hábitos de higiene básicos.

O médico de Recife avalia, ainda, que as doenças são muito regionaliza-das no Brasil: “Por exemplo, o câncer de esôfago é muito mais frequente no Rio Grande do Sul, por conta do chi-marrão, então eles têm muita experiên-cia sobre isso lá”. Por isso o médico tem papel fundamental para conscientizar os gestores públicos. A aplicação de re-cursos financeiros na parte “cuidativa” é sempre mais dispendiosa do que na parte preventiva. “Isso é um problema brasileiro e de outros países em desen-volvimento”, pondera.

Nesse sentido, Borges destaca o pa-pel da organização para superar desa-fios: “O Brasil é um país continental e a SOBED é uma sociedade nacional. Tenho observado que a diretoria se preocupa com uma atuação não só no eixo Rio-São Paulo”. Ele considera que a vinda desse Simpósio para Fortaleza beneficia muito os médicos do Nor-deste e do Norte também, pela facilida-de de deslocamento. “Essa orientação é muito positiva, e os eventos, como vem sendo, devem ser regionalizados”.

E o eixo Rio-São Paulo também é fa-vorecido por essa situação. O Nordeste se firma como presença de destaque na medicina brasileira. Especialistas de pro-jeção nacional e internacional são profes-sores e palestrantes. “Isso é muito bom, porque o equilíbrio entre as regiões é um desejo não só econômico, mas científico”. Além da troca científica, há que se consi-derar a possibilidade de lazer e a menor dificuldade de transporte em uma cidade de tamanho médio, como Fortaleza.

Assim, é natural que a cidade queira receber a XI Semana Brasileira do Apa-relho Digestivo em 2012. Sérgio Pessoa faz uma retrospectiva: “A última vez que Fortaleza teve um congresso brasileiro de gastroenterologia foi em 1964, ano em que eu nasci”. Ele argumenta que to-das as “Semanas” foram ou serão realiza-das no Centro, Sudeste e Sul. E enfatiza que a cidade tem infraestrutura necessá-ria, com aeroportos, hotelaria, público e um centro de convenções com data pre-vista de conclusão para este ano.

Colaborou a Redação

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A volta do cliente para a próxima consulta não dependeapenas da técnica aplicada no procedimento médico.Investir na humanização profissional e na infraestruturada unidade garante fidelidade e satisfação dos pacientes

Impressão que fica

Amanda Campos e Marina Panham

O ditado popular “a pri-meira impressão é a que fica” se aplica per-feitamente ao aten-dimento dos clientes

em consultórios médicos particula-res. Além de observar detalhes como higiene e organização do espaço, os pacientes analisam desde o tempo de espera agendado até os laços criados no momento da consulta. “Sem trei-namento, atendentes prestam mais atenção ao computador do que ao próprio cliente”, explica o gestor de qualidade Ronaldo Damaceno.

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Médico S/A

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facilitam o acesso às unidades, como o estacionamento (ponto negativo para 99 clientes). A recepção foi apontada como insatisfatória por 65 pessoas e o atendi-mento das secretárias foi considerado ruim por 68 pacientes. A aparência física interna das unidades foi elogiada por 115 pessoas, o atendimento médico por 142, e a confiança no profissional foi ponto positivo para 144 entrevistados.

Em busca de conforto, alívio e cura dos males, o paciente carece de atenção, e geralmente o atendente, cartão de vi-sita dos consultórios, não está capacita-do para lidar com emoções e situações adversas. “Ao invés de agir acalmando o cliente alterado, por exemplo, recepcio-nistas sem treinamento adequado se al-teram tanto ou até mais do que o clien-te”, destaca o gestor de qualidade.

Além dos requisitos que antecedem a consulta, o pós-atendimento compõe o atendimento médico ideal. Para conquis-tar a fidelidade do paciente, a consulta deve ser humanizada, fator que estimula o conceito de qualidade para os clientes, de acordo com o gestor. “O médico pode ter excelente técnica, mas se deixar a de-sejar no contato com o paciente, perde”.

Considerando que os problemas de saúde são o único motivo que leva in-divíduos ao consultório, é imprescin-dível que a recepcionista ou secretária entendam a importância e o cuidado ao receber o cliente. Se as tarefas forem bem gerenciadas e distribuídas gradu-almente para todos os colaboradores do consultório, o sucesso profissional do médico e o crescimento empresarial

Passo-a-passo

Dez regras simples possibilitam a gestão de qualidade, segundo Ronaldo Damaceno.

1 - Satisfação total do clientePor ser a pessoa mais importante do consultório, o cliente é prioridade e termômetro da qualidade na gestão. É preciso prever suas necessidades e superá-las.

2 - Gerência participativaPara ter a participação efetiva de todos os colaboradores, deve-se manter a equipe informada sempre. Só assim a qualidade será fortalecida e aproveitada.

3 - Desenvolvimento de RHAcreditar, ter espírito de colaboração e iniciativa. O setor deve conhecer as atividades desenvolvidas, metas da empresa e se aperfeiçoar técnica e culturalmente.

4 – Propósitos constantesProcurar ideias coesas para executar o projeto. Esse propósito deve, inclusive, fazer parte do planejamento estratégico.

orientada em 2008 pelo professor e coordenador do curso de Adminis-tração das Faculdades Integradas de Bauru (FIB), Carlos Henrique Ca-robino, foram ouvidas 150 pessoas atendidas com frequência em con-sultórios de médicos particulares. Elas falaram sobre os pontos posi-tivos e negativos no atendimento e estrutura das unidades.

Entre as questões a serem melhoradas estão pontualidade médica (reclamação de 129 pessoas), entretenimento na sala de espera (83 reclamações), e locais que

Promessas não cumpridas, serviço ineficiente, informações contraditó-rias ou erradas fornecidas por aten-dentes e médicos, atrasos e longas es-peras, entre outras reivindicações, são os principais problemas apontados pelos clientes da área da saúde. Afinal, de que adianta a ciência ter muito a oferecer se os profissionais apresenta-rem apenas a técnica científica?

Na pesquisa “Qualidade no atendi-mento a clientes praticado nos con-sultórios médicos privados de Bau-ru: uma abordagem teórico-prática”,

5 - Aperfeiçoamento contínuoO sucesso depende da equipe. Os funcionários devem deixar para trás o individualismo ou paternalismo na busca por superar as expectativas dos clientes.

6 - Gerência de processosEventuais barreiras entre as áreas da empresa devem ser quebradas com o objetivo de promover a integração.

7 – DelegaçãoPoder e responsabilidade devem ser transferidos às pessoas para eliminar futuras burocracias aos clientes.

8 - Disseminar a informaçãoDivulgar o objetivo da empresa, missão, grandes propósitos e planos.

9 - Garantia de qualidadeProcedimentos corporativos devem ser escritos e deixados em locais de fácil acesso, permitindo a consulta dos colaboradores. Somente assim a empresa alcançará o “zero defeito”.

10 - Não aceitar errosOs erros devem ser medidos e analisados, assim como o planejamento e as ações, com abertura às sugestões da equipe. Eles também devem ser prevenidos e estudados.

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da unidade estarão garantidos. “São os clientes que determinam o sucesso ou fracasso de qualquer empreendimento comercial”, diz Damaceno.

Atualmente, no exercício da profis-são, o médico se depara com pacientes exigentes, aumento dos custos da prática profissional e redução dos honorários, que exigem suporte dos colaboradores e boa gestão na qualidade do atendimento. Segundo a obra do consultor em estu-dos estatísticos e autor de títulos como “Palestras e conferências em estatística matemática”, o norte-americano William Edwards Deming, a melhoria de um ser-viço tem de ser propósito constante. Meta que inclui, entre outros fatores, prevenir atrasos e erros humanos frequentes.

Invertamos os papéis. Se o médico fosse o paciente, como gostaria de ser tratado? Qualquer pessoa responderia que gostaria de receber, além do diag-nóstico, respeito, discrição e atenção. Segundo o artigo 1º do Código de

Ética Médica, a medicina é profissão a serviço da saúde do ser humano e da coletividade, e deve ser exercida sem discriminação de qualquer natureza. “Foi assegurada ao paciente total au-tonomia da vontade, inclusive para a escolha do tratamento”, explica o advogado da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), José Luiz Barbosa Pimenta Junior.

Em vigor desde 12 de abril, após 20 anos de vigência do Código anterior, o novo Código contém normas que de-vem ser seguidas pelos médicos no exer-cício da profissão, em atividades relati-

vas ao ensino, pesquisa e administração de serviços da saúde. Emissão de laudos com letra ilegível - sem identificação do número de registro no Conselho Regio-nal de Medicina de sua jurisdição – e oposição à realização de trabalho con-junto com outro médico – a segunda opinião solicitada pelo paciente – serão vetadas, de acordo com as cláusulas da nova legislação médica.

Preocupado com a mecanização do atendimento público da área médica, o Ministério da Saúde desenvolveu a Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão no Sistema Único de Saúde (Humaniza SUS). Desde 2003, o programa de humanização qualifica as práticas de atenção e gestão da saúde pública nacional e incentiva trocas so-lidárias entre gestores, trabalhadores e usuários. “Primar pelo respeito e auto-nomia do paciente é fundamental para a relação sadia entre o profissional e o cliente”, afirma Barbosa Pimenta.

Invertamos os papéis. Se o médico

fosse o paciente, como gostaria de

ser tratado?

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C aro leitor, você já pen-sou em ter computa-dor com um Petabyte de HD? Não sabe a diferença entre Mega-

bytes e megabits? Jamais ouviu falar em números binários? Pensa que um nibble pode ser uma raça estranha de cachorros? Relaxe, a maioria dos iniciantes nos sombrios mistérios da informática também se encontra na mesma situação!

A grande verdade é que as pessoas não sabem dimensionar o tamanho de um arquivo e não têm ideia das unidades ou valores de referência usados para medi-los. Com isso, às vezes temos situações engraçadas, como aquele “filminho” do fim de semana, que atulha a nossa caixa postal, mandado por um desavisa-do, que filmou 30 minutos, em HD, o seu pimpolho fazendo gracinhas... Aquelas fotos que não cabem no

Bits, bytes e outros bichos...Dr. Horus Antony Brasil*

Info

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nosso pendrive ou o último capítu-lo da novela gravado que não cabe mais no nosso HD. Para piorar a si-tuação, o próprio Windows às vezes confunde o usuário e mostra todos os arquivos em Kb, obrigando-nos a convertê-los em Mb ou Gb. Calma! Veremos isso já.

Muito bem, tudo começou há mui-to tempo, com a invenção da lingua-gem de programação. Os computa-dores “entendem” impulsos elétricos, positivos ou negativos, representa-dos por 1 ou 0, respectivamente. A cada impulso elétrico damos o nome de bit (BInary digiT). Um conjunto de 8 bits reunidos como uma única unidade forma um byte. Ou seja, a menor coisa que um computador en-tende é 1byte (formado por 8 bits).

Uma letra tem 1 byte. Nos com-putadores, representar 256 números binários é suficiente para lidarmos a contento com eles. Por isso, os bytes possuem 8 bits. É só fazer os cálculos: como um bit representa dois tipos de valores (1 ou 0), e um byte represen-ta 8 bits, basta fazer 2 (do bit) eleva-do a 8 (do byte), que é igual a 256.

Os bytes representam todas as le-tras (maiúsculas e minúsculas), si-nais de pontuação, acentos, caracte-res especiais e até informações que

box 1

1 byte = 8 bits1 kilobyte (KB ou Kbytes) = 1024 bytes1 megabyte (MB ou Mbytes) = 1024 kilobytes (KB)1 gigabyte (GB ou Gbytes) = 1024 megabytes (MB)1 terabyte (TB ou Tbytes) = 1024 gigabytes (GB)1 petabyte (PB ou Pbytes) = 1024 terabytes (TB)1 exabyte (EB ou Ebytes) = 1024 petabytes (PB)1 zettabyte (ou Zbytes) = 1024 exabytes (EB)1 yottabyte (ou Ybytes) = 1024 zettabytes (ZB)1 Iunibyte (Ubytes) 1024 (YB)

não vemos, mas que servem para co-mandar o computador e que podem, inclusive, ser enviados pelo teclado ou por outro dispositivo de entrada de dados e instruções.

Faça esse experimento: abra um novo arquivo no Bloco de Notas e in-sira a frase “Four score and seven years ago”. Salve o arquivo no disco, com o nome de getty.txt. Utilize então o Ex-plorer e veja o tamanho do arquivo. Você descobrirá que o arquivo ocupa espaço de 30 bytes no disco: 1 byte para cada caractere. Se você adicio-nar outra palavra ao final da sentença e salvar novamente, o tamanho do ar-quivo subirá para o número referen-te de bytes. Cada caractere consome um byte.

Voltemos ao nosso problema com as unidades: se você deseja armaze-nar um pouquinho de líquido, vai preferir uma jarra de 1 litro, certo? Se for armazenar muito líquido, vai preferir um tambor de 100 l (ou um hectolitro-hl). Mas se vai armazenar um montão de líquido é melhor usar um tonel de 1000 l (1 kl- quilolitro). A mesma coisa com a nossa informa-ção. A partir daí, foram criados vários termos para facilitar a compreensão humana da capacidade de armazena-mento, processamento e manipula-

ção de dados nos computadores. No que se refere aos bits e bytes, as me-didas são as indicadas no box 1.

Antigamente (eu me lembro!), existiam os disquetes flexíveis ou flopy-disc de 360 KB, logo substitu-ídos pelos incríveis disquetes rígidos de 1024KB (ou 1,4 MB). Mas não durou muito, vieram os CDs, com estonteantes 650 MB de capacidade. Agora era o paraíso... Mas qual, logo apareceram os DVDs, com capacida-de na casa dos Gigabytes: 4,7 GB ou 4700 MB. Um prodígio...!

Ainda não: hoje estamos na era do Blu-Ray, que pode ter, dependendo do tipo, de 25 a 100 Gigabytes! Quan-do termina? Nunca. O homem, na sua incrível busca pela melhoria, não para jamais. Assim como não para de cres-cer a capacidade de processamento, os periféricos, enfim, tudo.

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Info

Perceba, pelo conteúdo do Box 1, que kilo corresponde a aproximada-mente mil; mega, cerca de um milhão; giga, um bilhão, e assim por diante. Quando alguém diz: “Este compu-tador tem um disco rígido de 2 giga”, está querendo dizer é que o disco rígido pode armazenar 2 gigabytes, aproximadamente 2 bilhões de bytes, ou exatamente 2.147.483.648 bytes. Como seria possível você precisar de 2 gigabytes de espaço? Se você consi-derar que um CD armazena 650 me-gabytes, perceberá que o equivalente a apenas três CDs de dados ocuparia o disco rígido inteiro. Bases de dados de terabyte são comuns nos dias de hoje e, provavelmente, já deve haver algumas bases de petabyte sendo utilizadas pelo Pentágono, nos EUA.

Como deve ter notado - assunto tratado em artigos anteriores -, as uni-dades não são em sistema decimal; as-sim, 1 Giga não tem 1000 MB, e sim

1024 MB. Isso por causa do sistema de base dois, de que já falamos. Não importa, pode aproximar para 1000. A indústria também o fez, e é comum encontrarmos HD de 250 MB, quan-do sabemos que não é bem assim.

Vamos falar agora de transmissão de dados:

Para transmissão de dados entre computadores, geralmente são usa-das medições relacionadas a bits e não a bytes. (ver box 2)

E assim por diante. Quando a me-dição é baseada em bytes, a letra ‘b’ da sigla é maiúscula (GB). Quando a medição é feita em bits, o ‘b’ da sigla é minúsculo (Gb).

A utilização de medições em bits, portanto, é comum para indicar o volume de dados em transmissões. Geralmente, indica-se a quantidade de bits transmitidos por segundo. As-sim, quando queremos dizer que um determinado dispositivo é capaz de enviar, por exemplo, 54 megabits por segundo, é utilizada a expressão 54 Mbps (54 Megabits per second - 54 megabits por segundo). (veja box 3)

Eis um truque para checar se a sua conexão está mesmo com aqueles Me-gas prometidos: supondo que tenha uma conexão que promete velocida-de de 4 MB, faça o seguinte. Baixe um arquivo bem grande e verifique a taxa de transferência que aparece no Box

de downloads com dizeres do tipo: Transferindo arquivo xxx Kbps. Pegue este número xxx e o multiplique por 8 (1Byte = 8bits). Se, no caso do nosso exemplo, a taxa for de 500 Kbps, mul-tiplique por 8 e terá 40000 Kbps, ou 4 MB. Mas aceite algo perto disso, pois as conexões e velocidades variam muito.

Uma curiosidade: a uma metade de um byte dá-se o nome de nibble ou semioctecto, pois um byte tam-bém se chama um octeto. Para que serve isso? Não sei, talvez para deixar os outros com cara de bobos ao saber de tal novidade. Exceto se você tra-balhar no Vale do Silício ou for aluno do MIT...

Fontes consultadas:http://www.infowester.com/bit.phphttp://pt.wikipediahttp://informatica.hsw.uol.com.br/bits-bytes.htmFórum do Clube do Hardware

*Dr. Horus Antony Brasil é médico endoscopista associado à SOBED.

box 2

box 3

1 kilobit (Kb ou Kbit) = 1024 bits1 megabit (Mb ou Mbit) = 1024 Kilobits1 gigabit (Gb ou Gbit) = 1024 Megabits1 terabit (Ou Tbit) = 1024 Megabits

1 Kbps = 1 kilobit por segundo1 Mbps = 1 megabit por segundo1 Gbps = 1 gigabit por segundo

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Ética e Defesa Profissional

Resolução SESDEC, nº. 911, de 19 de novembro de 2009. Terça, 01 de dezembro de 2009 17:01Publicada no DOE nº. 214 de 25/11/2009. Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro.

Ato do SecretárioResolução SESDEC nº. 911/2009ALTERA PARÁGRAFO ÚNICO DO ARTIGO 2º, DA RESOLUÇÃO SES-DEC Nº 500, DE 13 DE NOVEMBRO DE 2008, PUBLICADA NO DOE Nº. 215, DE 14 DE NOVEMBRO DE 2008.O SECRETÁRIO DE ESTADO DE SAÚDE E DEFESA CIVIL, no uso de suas atribuições legais e considerando:Resolução RE ANVISA nº 2605, de 11 de agosto de 2006, que estabelece a lis-ta de produtos médicos enquadrados como sendo de uso único proibidos de serem reprocessados;Resolução RE ANVISA nº 2606, de 11 de agosto de 2006, que dispõe so-bre as diretrizes para elaboração, vali-dação e implantação de protocolos de reprocessamentos de produtos médi-cos e dá outras providências;Nota Técnica ANVISA nº 2/2007 – Ocorrências de casos de infecções por MCR (Mycobacterium de Crescimen-to Rápido) pós videocirurgia;Nota Técnica ANVISA nº 5/2008 – Ocorrências de casos de infecções por MCR (Mycobacterium de Crescimen-to Rápido) pós videocirurgia;

Nota Técnica ANVISA nº 08/08/2008 – Ocorrências de casos de infecções por MCR (Mycobacterium de Cresci-mento Rápido) pós videocirurgia;Que não houve notificação de casos novos no Estado do Rio de Janeiro, após abril 2008;Que não houve notificação de casos re-lacionados a procedimentos semicríticos no Estado do Rio de Janeiro ao longo do período de 2006 a 2008;As dificuldades técnicas na substituição dos produtos saneantes à base de GLU-TARALDEIDO 2%, como desinfetante de médio e alto nível e esterilizante por outros métodos, em especial no tocante ao processamento de fibroendoscópios;O disposto na Resolução SESDEC nº 431 de 29 de agosto de 2008.R E S O L V E:Art.1º - Alterar o Parágrafo Único do Artigo 2º da Resolução SESDEC nº 500 de 13/11/2008, passando a vigo-rar com a seguinte redação:“Art. 2º. (...)Parágrafo Único - No caso de artigos de uso semicrítico, conforme classi-ficação de Spalding, fica permitido o método de desinfecção de alto nível/esterilização com uso de saneantes à base de Glutaraldeído a 2%.”Art.2º - Esta Resolução entrará em vi-gor na data de sua publicação, revoga-das as disposições em contrário.

O Estado do Rio de Ja-neiro foi o único dos Estados que manteve a proibição do uso do sa-neante Glutaraldeído a

2% até 11/2009. A partir da Resolução SESDEC, de nº. 911 de 19/11/2009, abaixo transcrita, o produto teve seu uso liberado, também naquele Estado, para produtos médicos semicríticos, caso dos endoscópios que acessam o organismo por vias exclusivamente na-turais. É importante ressaltar que seu uso continua proibido para produtos médicos críticos, como pinças de bi-ópsias e demais acessórios críticos de uso endoscópico ou não.

Relembrando conceitos:Acessório de uso endoscópico: pro-duto ou artigo médico, semicrítico ou crítico, independente de equipamento, utilizado com funções específicas de auxílio a diagnóstico e/ou terapêutica.Produto ou artigo crítico: produto ou artigo utilizado em procedimentos invasivos, com penetração de pele ín-tegra ou não, mucosa, espaços ou cavi-dades estéreis, tecidos subepteliais ou sistema vascular. Pelo grande risco de infecção precisam ser esterilizados.Produto ou artigo semicrítico: pro-dutos ou artigos que entram em con-tato com mucosas. Requerem desin-fecção de alto nível ou esterilização para ter garantida a qualidade do seu múltiplo uso.

Resolução sobre utilização do Glutaraldeído

*Sérgio Cortês é Secretário de Saúde e Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro

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Crônica

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História de um verdadeiro pai

Era domingo, 3h30 da manhã, chovia. A cidade estava deserta, não me recor-do o motivo, a pediatria se encontrava desativada. Os pacientes eram atendi-dos alternadamente. Até meia-noite era intenso o movimento, depois caía consideravelmente. Chegou um senhor de uns 40 anos de idade. Trazia emba-lado nos braços, envolta em um grosso lençol, uma criança de quatro ou cinco anos. Foi à recepção, e disse que o filho estava com febre e dor na garganta.

A recepcionista explicou que não se tratava de emergência, e deveria procu-rar o outro serviço logo o dia clareasse. Humildemente o senhor sentou-se em uma cadeira, defronte à televisão, que passava a noite ligada. Pensou, refletiu, voltou à recepcionista, tentou explicar e, sem sucesso, solicitou a ela que lhe mos-

Iderval Reginaldo Tenório

Ilustração: Felipe Santiago

N o início de minha vida profissional, fui plantonista de um sério pronto atendi-mento. Nesses plan-

tões eram lotados dois médicos, e os atendimentos eram para pacientes emergenciais. Os casos mais graves eram transferidos e recebidos com todo o prazer pelos plantonistas da unidade hospitalar, que davam suporte ao pronto atendimento.

Discutia-se, naquela época, como nos dias atuais, o que é atendimento de urgência, o que deve o médico atender, até que ponto é ético o médico dizer “este caso não é emergência e não deve ser atendido nesta casa, e sim por outra unidade”. Unidade que nesse complexo existia e muitas vezes com especialistas.

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trasse quem eram os médicos. Queria falar e pedir “pelo amor de Deus” para atenderem o filho. O médico da vez res-pondeu que aquele caso não configurava emergência, e poderia muito bem espe-rar até o amanhecer. Pensou: “Amigdali-te às 3h30 da manhã é brincadeira. Por que não levou o garoto, durante o dia, ao ambulatório apropriado?”. E resmungou para si: “Amigdalite às 3h30 é demais”.

Ao ver a cena e sentir naquele pai um semblante de diminuição, inferio-ridade e desvalorização como cidadão, chamei o colega e solicitei a ele que atendesse a criança. Ele foi irredutível. Não pensei duas vezes: mandei fazer a ficha, solicitei que colocasse o pai e o filho no consultório, chamei o colega e, frente a frente, iniciei a consulta. Não consulta médico-clínica, mas consulta

médico-social. O pai revelou que mo-rava na periferia, saía de casa às 6h. O transporte era uma casinha adaptada sobre a carroceria de um caminhão. Não tinha alimentação e nem garantia de emprego, e era o último a chegar em casa no subúrbio ferroviário, depois de uma peregrinação por toda a cidade, por causa do despejo dos seus pares, que moravam em pontos diversos.

Naquele dia havia deixado a fábrica às 22h, rodara por mais de 150 quilô-metros e, ao chegar em casa, sem almo-ço e sem jantar, sem banho e possuído pelo cansaço, foi avisado pela esposa que o menino estava com febre, e es-perava o pai para levá-lo ao médico. Matou a sede, encostou a mochila e a marmita, embalou a criança e, debaixo de chuva, andou a pé três mil metros.

Pegou o trem suburbano, que se conec-tava com o último ônibus e, depois de rodar 30 quilômetros, atingiu o fim de linha, um turístico logradouro, desceu a pé um íngreme enladeirado, longo e deserto percurso da grande praça ao longínquo serviço de urgência.

Na solidão do caminho, na escuri-dão da noite, sob o frio da úmida e tor-rencial chuva, arriscando as duas vidas, mergulhou na realidade. Na cabeça, um turbilhão de pensamentos, todos de baixa estima: pobre, não bonito, su-burbano, pertencente a uma categoria sem valor, afrodescendente, cansado, naquele dia sem se alimentar, foi to-mado pelo desânimo. Porém, tinha um filho, possuía um rei, possuía uma das razões que justificavam viver, que justi-ficavam todo e qualquer sacrifício.

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Crônica

* Iderval Reginaldo Tenório é médico cirurgião e endoscopista em Salvador

“O depoimento era mais um desabafo,um desabafo social, desabafo com ele mesmo,

desabafo, quem sabe, com DEUS...?”

para aquele pai exemplar. Alimentou a criança, pediu-me que passasse o plantão pela manhã. Com a criança medicada, a bolsa cheia de amostras e muita disposição, foi conhecer, na periferia, onde morava um homem, onde morava um cidadão, onde mora-va um verdadeiro pai. E saíram os três na mesma condução.

Ainda hoje, nos encontros da vida, escuto do nobre e gentil colega: “Meu amigo, muito obrigado. A medicina não é só conhecimento técnico, mas muito mais. A medicina é o social, o humanismo, a ética, o altruísmo, a essência da cidadania, uma das repre-sentantes fiéis de Deus. Ser médico, enfim, é ser um misto de tudo quanto é bom. Ser médico é ser provedor e acolhedor, compreender os encontros e os desencontros do homem. Ser mé-dico é apenas ser médico. Apenas..!”

ocupado como fazer para voltar, com que carro, com que dinheiro para ir ao trabalho no outro dia... Sem dormir, sem comer, sem condições de faltar. E se fosse demitido? Porém, nada dis-so era mais importante do que aquele filho, nada tinha mais importância do que a saúde do seu filho.

O colega, frente a frente, escutava silenciosamente. O depoimento era mais um desabafo, um desabafo social, desabafo com ele mesmo, desabafo, quem sabe, com DEUS...? O colega es-cutava calado, silencioso, olhar perdido. O colega estava em outro mundo, bem distante, não sei onde. Em um lugar lon-gínquo, e cabisbaixo. Repentinamente, os olhos marejados, voz trêmula, rom-peu o silêncio, abraçou o guerreiro pai e balbuciou: “Pai, ah, se todos os pais fos-sem assim! Como seria diferente...”.

Pegou as rédeas do atendimento, arranjou energia não se sabe onde, atendeu, conversou, riu, ofereceu o seu lanche noturno e o café da manhã

Aliás, levar o seu filho a um médico não era sacrifício, mas um prazer. Pen-sava no trabalho, na família, no seu pai. Via e sentia, naquela hora, naque-le momento, como era difícil a vida, como era dura, como era insignifican-te diante do mundo. Ainda bem que existia o médico, este sim “me com-preende, este sim é homem de cora-ção bom, este sim atende a toda hora, atende em todos os momentos”. Nos momentos de necessidades e sempre alegre, sempre rindo, “ainda bem que existe o médico”. Neste mundo só o médico, somente o médico era verda-deiramente humano. Mas quem era ele para ser atendido, receber a atenção daquela espécie de homem, homem estudado e importante?! Inclusive ser um simples operário era condição su-ficiente para não ser atendido. Ainda assim, o médico atendia.

Atendia porque era humano, era bom, era gente. Além de médico, era gente. E assim veio pensando em todo o longo e difícil trajeto. Imaginava en-contrar um amigo, um amigo que o escutasse, que oferecesse atenção, que desse socorro. Ainda bem que existe o médico... Disse também que saiu pre-

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Radar

Despesas do brasileiro com medicamentos, tratamentos e planos de saúde aproximam-se dos R$ 120 bilhões, número considerado catastrófico, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Os brasileiros precisam investir mais no setor do que na educação e cultura, por exemplo.Segundo a doutora em Saúde Pública e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Lígia Bahia, o Brasil precisaria de medidas relacionadas à melhoria do Sistema Único de Saúde, como a regulamentação da Emenda 29 - com mais recursos para a saúde.

OMS critica verbapara saúde

Uma das principais causas determinantes para o diagnóstico da gastrite, a bactéria Helicobacter pylori pode ter o desenvolvimento inibido com extrato de uva e seus compostos, sugere estudo da Universidade norte-americana de Clemson. Avaliados os efeitos antibacterianos de extratos de diversos tipos da fruta, como o resveratrol, ácido elágico e miricetina, os resultados indicam que o extrato da pele da uva muscadina tem o maior efeito contra a bactéria, seguida de seu extrato total e das sementes. De acordo com os autores, a terapia com antibióticos é eficaz para alívio inicial, mas com o tempo a bactéria cria resistência ao medicamento.

Uva contra a gastriteRecadastramentomédico até novembro

No dia 11 de novembro, o Conselho Regional de Medicina (CRM) de todo o País encerrará o prazo para que médicos atualizem os dados profissionais. A prorrogação - inicialmente terminaria em 11 de maio - visa contemplar a alta demanda pelo recadastramento e beneficiar a implementação do certificado digital,o chamado CRM Digital,proposto para janeiro de 2011.Para mais informações, acesse https://recadastramento.cfm.org.br

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Radar

Kits genéticos ainda não são comercializados

Os testes genéticos personalizados Insight Saliva Collection somente serão vendidos em farmácias norte-americanas após aprovação da Food and Drug Administration (FDA). Os kits, que deveriam estar nas prateleiras de farmácias e drogarias desde maio, permitem descobrir, a partir de amostra de saliva, quais doenças os filhos poderão ter futuramente. Com instruções simples, os usuários recolhem a amostra e enviam o material para análise laboratorial. Além da disposição genética, casais que planejam ter filhos descobrem se são portadores de 23 variações genéticas, entre elas doenças cardiovasculares e a Doença de Alzheimer.

Com o objetivo de promover a consciência associativa do jovem residente, o Projeto Jovem Gastro, da Federação Brasileira de Gastroenterologia, atingiu a marca de 300 inscritos, distribuídos em todas as federadas estaduais da entidade. Estimulando a participação por meio de atividades de educação continuada, os associados têm, entre outros benefícios, esclarecimentos

Projeto Jovem Gastro atinge marca de 300 inscritos

sobre o mercado de trabalho e maior integração entre os núcleos formadores.Além de se tornar isento da anuidade da FBG durante o período da residência, o residente participa do Prêmio Jovem Gastro, que dará aos autores da melhor pesquisa sobre a gastroenterologia na saúde pública o prêmio de R$ 5 mil. Inscreva-se pelo site www.jovemgastro.com.br.

Bahia receberá encontro latino-americano de endoscopia

Dos dias 25 a 28 de agosto, em Salvador, endoscopistas e gastroenterologistas da América Latina discutirão, entre outros temas, “esôfago de Barrett” e “procedimento cirúrgico geral”, no IX Congresso Latino-americano de Cirurgia Endoscópica e X Congresso

Brasileiro de Videocirurgia. Os encontros serão organizados pela Asociación Latinoamericana de Cirugía Endoscópica (ALACE), em parceria com a Sociedade Brasileira de Videocirurgia (SOBRACIL). Inscrições pelo site www.alacesobracil2010.com.

Dia Mundial da Saúde Digestiva, com corrida pela gastroenterologia

Em celebração ao Dia Mundial da Saúde Digestiva, comemorado a 29 de maio, a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) realizou, no dia 30 de maio, a Corrida Corpore FBG Viva Saudável, em frente ao Jockey Club de São Paulo. Com o tema “Doença Inflamatória Intestinal”, a FBG, em acordo com a Corpore Brasil, desenvolveu percursos de 25 km, 12,5 km e 4 km.

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AMB

Falsa polêmica

A aprovação da regulamen-tação da profissão médica na Câmara dos Deputados, acompanhando decisão anterior do Senado, cons-

titui passo fundamental para a qualifi-cação da assistência à saúde de milhões de brasileiros. Longe de interpor-se nas atribuições das profissões regulamenta-das, o Projeto de Lei 7703/2006 define o escopo da Medicina, garante a trans-parência quanto às responsabilidades dos diferentes profissionais e harmoni-za o trabalho em equipe.

Apesar disso, há quem levante con-tradições imaginárias. Por desatenção ou flagrante má-intenção, há quem diga que o PL 7703/2006 interfere nas atividades de cirurgiões-dentistas, de médicos veterinários e de outros profissionais de saúde.

Alegar que a regulamentação da medicina limite a Odontologia é in-verdade explícita. Visto que no artigo 4º, parágrafo 6º, do projeto aprovado lê-se com todas as letras: “O dispos-

to neste artigo não se aplica ao exer-cício da Odontologia, no âmbito de sua área de atuação”. É também óbvio que o projeto em questão aplica-se à medicina humana e não à veteriná-ria. Da mesma forma, em relação aos demais, expressa o parágrafo 7º do artigo 4º: “são resguardadas as com-petências das profissões de assistente social, biólogo, biomédico, enfermei-ro, farmacêutico, fisioterapeuta, fono-audiólogo, nutricionista, profissional de educação física, psicólogo, tera-peuta ocupacional e técnico e tecnó-logo de radiologia”. Não há, portanto, qualquer razão para interpretar o PL 7703/2006 como restritivo.

Alguns atribuem à proposta de re-gulamentação da profissão médica ca-racterísticas que ela não tem. Tentam transformar em polêmica um assunto já cristalizado, pois o PL não ofende ou sobrepõe-se às demais profissões da saúde. Buscando cooptar adeptos, falsas lideranças desta ou daquela ca-tegoria profissional tentam impingir

aos que lhes dão ouvidos que a regu-lamentação da Medicina colocaria os demais profissionais de saúde em po-sição subalterna. Não existe qualquer referência no texto da lei que permita tal interpretação. As profissões não são mais ou menos importantes, po-rém há competências e especificida-des que têm de ser respeitadas. Desse modo, garante-se a eficiência e a segu-rança no atendimento.

Finalmente, argumenta-se que o PL 7703/2006 alijaria outros profissionais do sistema de saúde. O exemplo mais comum desse raciocínio equivocado é supor que apenas o médico pudesse realizar exames laboratoriais, como é o caso do Papanicolau. Se isso ocorresse, milhares de pessoas beneficiadas por estes procedimentos ficariam desassis-tidas. A lei não diz isso. Ela não impe-de que outros profissionais participem da realização de exames, mas reafirma que o diagnóstico é responsabilidade exclusiva do médico.

Isto posto, cabe-nos aos médicos esclarecer a sociedade sobre o real conteúdo do Projeto de Lei, rebater falsos argumentos e aguardar a ma-nifestação definitiva do Senado e da Presidência da República.

* José Luiz Gomes do Amaral, médico, professor titular da disciplina de anestesiologia da Unifesp e presidente da Associação Médica Brasileira

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Departamento de Endoscopia da Associação Médica BrasileiraFiliada à Organização Mundial de Endoscopia Digestiva

Filiada à Sociedade Interamericana de Endoscopia Digestiva

Carlos Alberto Cappellanes – PresidenteCarlos Alberto Silva Barros – Vice-Presidente

Pablo Rodrigo de Siqueira – 1º TesoureiroCiro Garcia Montes – 2º Tesoureiro

Ricardo Anuar Dib – 1º SecretárioFabio Segal – 2º Secretário

Rua Peixoto Gomide, 515 – conj. 44 – 01409-001 São Paulo, SP – Brasil – Fone/Fax: (11) 3148-8200 ou 3148-8201www.sobed.org.br – e-mail: [email protected]

Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva

Anuidade 2010

Prezado(a) Sobediano(a),Gostaríamos de informá-lo que a anuidade da SOBED para o ano de 2010 já está disponível no site

www.sobed.org.br - área médica, Anuidade 2010. Para gerar o boleto é necessário ter login (e-mail) e senha.O boleto deverá ser quitado até o dia 30/07/2010. Caso você já tenha efetuado o pagamento de sua

anuidade, poderá acessar o sistema para gerar o recibo da mesma.Aproveitamos para informar que, de acordo com nosso estatuto, os associados com mais de 70 anos

estão isentos da taxa da anuidade, de acordo com o artigo 22. Recadastramento: Solicitamos que acessem o site www.sobed.org.br para atualizar seus dados

cadastrais e que os mantenham sempre atualizados. Lembramos da importancia do seu e-mail pois, com ele, podemos enviar os informativos SOBED ONLINE e todas as atualizações.

Atenciosamente,

Diretoria ExecutivaSOBED 2008-2010

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Nova regra Antes Agora

Alfabeto passa a ter 26 letrasAlfabeto de 23 letras, mais as

chamadas especiais K,W, YK, W, Y são integradas

Trema é eliminado Conseqüência, lingüiça Consequência, linguiça

Obs: O trema permanece em nomes estrangeiros e derivados: mülleriano, Müller.

Não se acentuam os ditongos abertos

–ei e –oi nas palavras paroxítonasPlatéia, idéia, paranóico Plateia, ideia, paranoico

Não se acentuam o –i e –u tônicos

das palavras paroxítonas quando

precedidas de ditongo

Baiúca, feiúra, saiínha Baiuca, feiura, saiinha

Não se acentua o –u tônico nas

formas verbais rizotônicas (acento na

raiz) quando precedido de –g ou –q

e seguido de –e ou –i

Apazigúe, argúi, obliqúe Apazigue, argui, oblique

Não se acentua o hiato -oo Enjôo, vôo, perdôo Enjoo, voo, perdoo

Não se acentua o hiato –ee dos verbos

crer, dar, ler e ver e seus derivadosCrêem, dêem, lêem, vêem Creem, deem, leem, veem

Cai o acento diferencial Pára (verbo), pêlo (subst.) Para (verbo), pelo (subst.)

Obs: Permanece nos homógrafos pode/ pôde; e também em pôr/ por

Não se emprega o hífen nos

compostos terminados em vogal,

nos quais o segundo elemento começa

com r ou s, consoantes que,

nesse caso, devem ser duplicadas

auto-sugestão, contra-senso,

extra-seco, infra-som, supra-renal

autossugestão, contrassenso,

extrasseco, infrassom, suprarrenal

Obs: Permanece nos compostos com prefixos super, hiper, inter, que combinam com elementos que comecem por r: super-realista, hiper-requisitado, inter-regional

Não se emprega o hífen nos

compostos em que o prefixo termina

em vogal e o segundo elemento

começa por vogal diferente

Auto-ajuda, infra-estrutura,

semi-árido, auto-escola

Autoajuda, infraestrutura,

semiárido, autoescola

Ganham hífen os compostos em que o

prefixo termina em vogal e o segundo

elemento começa com mesma letra

Antiimperialista, microondas Anti-imperialista, micro-ondas

Obs: No caso do prefixo co- não se usa hífen: cooperação

Não se emprega o hífen em

compostos em que se perdeu, em

certa medida, a noção de composição

Manda-chuva, pára-quedas Mandachuva, paraquedas

Obs: Permanece nas palavras compostas que não contêm um elemento de ligação, mantendo acento próprio, e também na-queles que designam espécies botânicas e zoológicas: médico-cirugião, ano-luz, guarda-chuva, erva-doce, bem-te-vi

Não se emprega o hífen nas locuções

de qualquer tipo.Pão-de-mel, cor-de-vinho Pão de mel, cor de vinho

Obs: São exceções algumas locuções já consagradas pelo uso: cor-de-rosa, pé-de-meia

Tome notaA Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) passou aadotar as regras do novo acordo ortográfico na Revista SOBED

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