Revista Sindipi Nº 20

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Revista Sindipi Nº 20 - Referente aos meses Março e Abril de 2007.

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OUTUBRO 2006 REVISTA SINDIPI 3

A REVISTA SINDIPI é uma publicação do SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DA PESCA DE ITAJAÍ E REGIÃODiretoria do SINDIPI: Antônio Carlos Momm (presidente), Dario Vitali (vice-presidente), João Manoel da Silva (tesoureiro) – Departamento Jurídico: Marcus Vinícius Mendes Mugnaini (OAB/SC 15.939) – Sede: Rua Pedro Ferreira, 102, Centro, Itajaí, Santa Catarina – 88301-030;[email protected] – Fone: (47) 3348-1083 – Envie suas cartas para: [email protected] – Coordenação editorial: Antônio Carlos Momm

EDITORA ALPHA SUL: Rua Argentina, 30, s/301, Balneário Camboriú, Santa Catarina – 88338-055 – Fone: (47) 3263-0590REVISTA SINDIPI – Jornalista responsável: Daniela Maia (SC.01259-JP); Editor de Arte: Gerson Reis; Secretaria de Redação: Sabrina Schloegl; Reportagens: Rogério Pinheiro; Revisão: Rafaela Silva/Peu Japiassu; Fotos: Marcello Sokal; Para anunciar na Revista SINDIPI: Departamento de Publicidade: Arlete Piccolo – [email protected] – Envie suas cartas para: [email protected];Impressão: Gráfica Coan – Tubarão, SC – www.coan.com.br – Tiragem desta edição: 5.000 exemplares – Circulação: setor pesqueiro nacional

CAPA: Santuário da Madre Paulina, Nova Trento, SC

FOTO: DIVULGAÇÃO / DESIGN: GERSON REIS

EDITORIAL 4ENTREVISTA: Comunicadora Bernadete Felicio 6PALAVRA DO PRESIDENTE: Quatro de setembro, um marco na pesca! 10CINEMA: “O Arco” 12PESCA ESPORTIVA: Novidades da Fishing Show 13EMPRESA QUE FAZ: Equipesca 14DESCONGELAMENTO: Aprenda passo a passoi 17PROTESTO: Maior paralisação da pesca 18DICAS DE VIAGEM: Faça sua programação 21NOTAS: Novidades e clicks interessantes 22REPRESENTATIVIDADE: Câmara do Arrasto 24TURISMO: Nova Trento, cidade com tradições 26A ARTE DE Daniel Pickler 30INVESTIMENTO: GDC 32PROJETO ARQUITETÔNICO: Sede do Sindipi 34CONSTRUÇÃO NAVAL: Navship aposta em crescimento 36NUTRIÇÃO: Peixe na dieta 38EXPONAUS: Fórum Pesqueiro 39SEGURANÇA ALIMENTAR: Segurança alimentar no comércio 40RESPONSABILIDADE SOCIAL: “Judô Para Todos” 42CRÉDITO PESQUEIRO: Orientação para armadores 45PESQUISA: Espécies ricas em ômega 3 46CONSUMO: Caminhão do peixe 48CULINÁRIA: Peixe com brócolis gratinado 49MENSAGEM: “A força da união” 50

REVISTA SINDIPI

ÍndiceFOTO MARCELLO SOKAL

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Daniela Maia, editora

Editorial

Estamos chegando no final do ano. Como

está passando rápido 2006, não concorda? Por isso, ao elaborarmos mais uma edição sempre pensamos: quais informações podemos acrescentar ao nosso leitor para que ele faça um bom proveito das leituras em

2006? A nossa proposta é trocar experiências, informar fatos importantes da pesca, além de cultura e lazer. Por isso a cada e-mail que recebemos de um leitor ou uma ligação sobre a publicação é uma vitória, porque demonstra esta interatividade.

Esta edição está recheada de novidades, são 24 temas variados: turismo em Nova Trento; artes marciais como ação de responsabilidade social; imagens e fatos da maior paralisação da pesca; orientação ao consumidor sobre o descongelamento de pescado; sugestão de filme; novidades sobre pesca esportiva; dicas de viagem; construção naval; crédito de custeio para o armador.

Como destaques, a editoria Empresa Que Faz mostra a Equipesca, pioneira no mercado de redes para indústria pesqueira; o projeto da nova sede do SINDIPI; participação de pesquisadores da Unicamp, Esalq e Unimep com pesquisas sobre ômega3 e segurança alimentar. Acompanhamos a inauguração da nova fábrica de embalagens da empresa Gomes da Costa em Itajaí.

Para quem quer entrar no verão bem saudável e com uns quilinhos a menos, uma receita infalível da nutricionista Tônia Heusi. A Entrevista é com a comunicadora Bernadete Felício que está no comando da Rádio Costeira de Navegantes desde 1996.

Uma leitura tranqüila e deixo como reflexão a Força da União, inspirada na nossa mensagem!

Se você quer indicar uma matéria envie e-mail para:[email protected] sugestões e críticas envie e mail para:[email protected] falar com a jornalista: 47 3348-1083Estou aguardando a sua participação!

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A madrinha das embarcações. É assim que os pescadores e armadores consideram a comunicadora Bernadete Felicio, 51 anos. Há dez conheceu sua maior paixão, a Rádio Costeira de Navegantes. De operadora passou ao Comando da Rádio que foi transformada em Instituto de Rádio Difusão Comunitária. Ela chegou a atender mais de 300 chamadas em um só dia. Uma profissional humilde, que encanta o setor e não teme em falar o que acha. Vamos acompanhar a entrevista da Bernadete que tem muita história para contar e sabedorias adquiridas com os profissionais do mar.

Durante a entrevista, o pescador Kinho, da embarcação Águas Claras, entrou em contato por rádio com Bernadete para saber do tempo. No final da conversa observei o carinho com que a comunicadora realiza seu trabalho:

A guardiã dos mares

De fotógrafa, à funcionária de empresas de pesca e cozinheira de um estaleiro, hoje a comunicadora Bernadete Felício trabalha em três rádios, sendo duas costeiras e tem um programa na Televisão, somando uma grande experiência na pesca

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Entrevista: Bernadete Felício

Daniela Maia

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Kinho: “Um braço, um bom final de expediente, até mais tarde ou até amanhã”.

Bernadete: “Uma boa saída, vão com Deus e que Deus acompanhe vocês”.

SINDIPI – Como foi o seu primeiro contato com a rádio?Bernadete – Comecei a trabalhar na Rádio Atlântico Sul, hoje chamada de Rádio Costeira de Navegantes, em ou-tubro de 96. Na época estava fechando a SUDEPE (a Itajaí Rádio Embratel) e estávamos praticamente sem comu-nicação no Estado. Neste tempo veio um grupo do Rio de Janeiro que tinha o controle de duas estações no Estado carioca e veio para Navegantes montar uma Rádio em um estaleiro.

SINDIPI – Sabia como operar uma emissora?Bernadete – Parece que foi amor à pri-meira vista. Logo que conheci a Rádio eu me interessei muito: vários equipa-mentos, era diferente e eu nunca tinha visto. Eu já tinha feito várias coisas na minha vida, menos trabalhar em uma rádio costeira. Logo que eu saía do meu trabalho no estaleiro, onde trabalhava como cozinheira e conhecia vários pes-cadores, terminava as minhas tarefas eu ia para a Rádio, ouvir e observar tudo.Comecei a me interessar pela Rádio.

Como o proprietário precisou se au-sentar um pouco, ele chegou para mim e disse: “Bernadete, preciso de uma funcionária, e como você já conhece tudo, tem referência e a Rádio precisa estar no ar 24 horas, espero que você trabalhe conosco”. Eu aceitei e após uma semana, ele disse que precisava ir ao Rio de Janeiro, foi e não retornou.

SINDIPI – Como aprendeu a operar a Rádio?Bernadete – Logo tive que aprender tudo na marra. Como eu já acompanha-va desde o início e observava, facilitou um pouco. Comecei na Rádio Costeira já trabalhando como operadora.

SINDIPI – Qual foi sua primeira e grande experiência na Estação?Bernadete – Após três meses de tra-balho, quando a Rádio ainda estava em fase de testes, tive a pior experiência com relação ao mau tempo. Teve um grande temporal no Rio Grande do Sul, onde duas embarcações foram para o fundo: Paulo Emirim e Rio Nilo e desa-pareceram em alto mar 11 pescadores, seis em uma embarcação e cinco em outra. Eu me lembro que foi um de-sespero e uma choradeira, eu acabei chorando junto com eles. Fazer o que naquela situação? Naquela época não se falava em ciclone extratropical, só agora começou a falar. Neste temporal em RS os pescadores relataram que o

vento foi mais de 200 km por hora. De manhã, quando clareou o dia, que o vento acalmou, comecei a chamar as embarcações. E até hoje não foram encontrados nenhum vestígio e nenhum pescador.

SINDIPI – Hoje, como está sua atividade profissional?Bernadete – Estou tentando expandir ao máximo as informações para o setor, através de programa na TV, rádios e internet. Tem dia que começo na Rádio à meia noite e trabalho até às 10 horas da manhã, vou para outra emissora (Difusora) e tem dia que passo 24 horas sem dormir.

SINDIPI – Além da Rádio Costeira de Navegantes e a Difusora, também está na Rádio Costeira de Itajaí...Bernadete – Esta Rádio tem uma história. O pedido para instalar a Rádio Costeira de Itajaí foi feito através do ex-presidente do SINDIPI, Perciavalle, com Augustinho Peruzzo, mesmo sabendo que já estava em operação a Rádio Costeira de Navegantes. Na época, na minha opinião, o que interessava para eles era a verba. Se a Rádio não saísse de onde estava não teria continuado, porque ela nunca funcionou na admi-nistração deles.

SINDIPI – Mesmo longe do mar, como acontece esta troca de informações?

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Entrevista: Bernadete Felício

Bernadete – Aqui agente escuta de tudo, notícias boas, principalmente as de nascimento ou o resultado de um ultrassom, quando aviso ao pai em alto mar se é menino ou menina. Acabei de receber uma notícia que nasceu o filho de um tripulante da embarcação Tainá. São momentos de alegria, mas há os outros momentos de tristeza, como o falecimento de um filho, ou parente. Isso dói na alma. Há situações também quando precisamos avisar a família de um pescador, como já aconteceu em alto mar, onde a rondana bateu na cabeça do pescador e ele ficou três dias desacordado. Ficou muito tempo em coma e acordou com problemas mentais. Sempre quando acontece alguma coisa em alto mar, ligamos para a Capitania ou Corpo de Bombeiros e eles passam as instruções de primeiros socorros.

SINDIPI – Muitas embarcações foram encontradas com o auxílio da Rádio?Bernadete – Isso é o que a gente mais faz, mas geralmente a Capitania nem vai ao encontro da embarcação. Os próprios pescadores saem da posição onde estão trabalhando para auxiliar os outros pes-cadores. A Capitania nunca tem lancha, nunca tem aeronave, nunca tem nada. O auxílio só vem através das embarcações pesqueiras.

SINDIPI – Chegou a reclamar dessas situações na Capitania?

Bernadete – Durante a conclusão de um curso de pescadores, no salão Tiradentes, conversei com o delegado da Capitania dos Portos de Itajaí. E falei sobre uma das mágoas que tenho da Ca-pitania: que eu, na Rádio Costeira, faço a minha parte, os pescadores em alto mar fazem a sua parte e a Capitania nunca divulgou que tal embarcação foi socor-rida por um barco. Eles colocam todo o mérito à Capitania, quando sabemos que

a Capitania não fez nada. O delegado disse que não tinha o conhecimento disso. Então eu sugeri que olhasse na pá-gina da Marinha do Brasil, no Salvamar – Sul, RS, e conferisse quantos méritos a Marinha tem e constatasse que nada da-quilo é verídico. O delegado me garantiu que a parir de agora tudo será retratado, colocando o mérito à embarcação. Em conversas com pescadores na Rádio, essa também é uma grande mágoa que

eles têm da Capitania. Os pescadores saem da posição deles, deixam de pes-car, correm o risco e a Capitania diz que ela é quem salvou.

SINDIPI – Essa cumplicidade com o armador e pescador é grande...Bernadete – Desde o início. Na época só era a Rádio Costeira que fazia a co-municação com os armadores, além da-quela via Embratel, telefones nos barcos. Não tínhamos convênio com Prefeitura, Estado, sempre os armadores que ajuda-ram a manter a rádio. Nunca deixei de atender uma embarcação, mesmo que o armador não ajudasse com recursos. Eu faço o trabalho e sei que tem retorno, não aquele retorno financeiro, mas principal-mente de agradecimento. Os armadores e pescadores me consideram a madrinha de todas as embarcações, isso é especial no trabalho.

SINDIPI – Qual o fato que mais marcou a sua trajetória na Rádio?Bernadete – Fora o temporal em Rio Grande do Sul, um fato que me marcou muito foi o Furacão Catarina. Foram três dias direto sem dormir. Tive muito contato com os mestres Zezinho e Adalto que trabalharam no Marlene I e II. O Ze-zinho contava para mim, chorando, toda a história do furacão, ele estava em uma embarcação que ficou bem na frente do furacão e chegou até a rodopiar junto com o furacão. “Teve uma hora que eu

"A Capitania nunca tem

lancha, nunca tem aeronave, nunca tem

nada. O auxílio só vem através das embarcações

pesqueiras."

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e a nossa tripulação achávamos que já estávamos no céu”, contou o Zezinho.

SINDIPI – Como avalia a pesca na Região?Bernadete – Eu vejo a pesca como o grande futuro da nossa região e do Brasil, mas a partir do momento que tiver união. Meu negócio é rádio, mas o pouco que converso com o setor, na pesca não há união, é aquele que mais quer passar por cima do outro. Se não há união entre a classe, a pesca não chegará a lugar nenhum. Não há um projeto definido para a pesca, cada um quer uma coisa. Eles querem tudo, mas ao mesmo tempo não conseguem alcançar um objetivo. Precisava traçar uma meta e ir até o final.

SINDIPI – Quais as principais ações você solicitaria ao Presidente e Governador eleitos?Bernadete – Eu solicitaria uma Esta-ção de Rádio, com equipamentos mais avançados. Há dinheiro, a Marinha Mercante dispõe de recursos e verbas. Por exemplo, junto à Delegacia da Capi-tania em Itajaí, o maior porto pesqueiro, deveria ter uma base para a pesca, com aeronave, um navio apropriado para ir a alto mar. Uma estação de rádio na Capitania, ou modernizar a Rádio de Itajaí, com equipamentos modernos. Poderia ter uma base em cada Região forte na pesca.

SINDIPI – Projetos para o futuro?Bernadete – Tenho em meta um projeto através do Instituto de Radiodi-fusão para as embarcações artesanais, que quero colocar em prática. Cada embarcação pesqueira de pequeno porte deveria ter um rádio VHF, para se comunicar com a Rádio Costeira de Itajaí, Capitania dos Portos, Praticagem. Ou seja, qualquer perigo que a embar-cação artesanal venha a ter, ela terá várias opções.

SINDIPI – Durante esse tempo de trabalho você presenciou muitos conflitos entre IBAMA e pesca?Bernadete – Isso tem bastante, prin-cipalmente em relação aos defesos. Na minha avaliação, o ciclo da natureza está mudando, a temperatura daágua muda. Os estudos do IBAMA, CEP-SUL andam muito parados. Os pescado-res comentam que eles não o chamam para conversar. Se os pesquisadores estivessem nas embarcações com os pescadores iam ver realmente como estão as espécies. Um pescador que tem mais tempo de mar tem até muito mais conhecimento em relação aquele que se diz estudioso.

SINDIPI – Qual a sua opinião sobre as ações do SINDIPI?Bernadete – Agora os armadores podem dizer que eles têm um Sindicato que luta pelos direitos e benefícios deles.

De 2002 para trás, desde o tempo em que trabalhava na Rádio, o Sindicato nunca teve um Presidente. Eu nunca vi o ex-presidente do sindicato envolvido em uma paralisação, em um projeto, não eram divulgadas as coisas. O atual Presidente, o Momm, está se destacan-do muito bem e se pudesse se reeleger deveria estar novamente à frente do Sindicato.

SINDIPI – Se você fosse da Diretoria do Sindicato, qual sugestão daria?Bernadete – Quando pegam um projeto deveriam ir até o fim. Muitas vezes o projeto está pela metade e já passam para outro. A entidade briga pelo preço do óleo, daqui a pouco pelo preço dos produtos, depois os defesos. Em pouco espaço de tempo é muita briga. Ou seja, enquanto não conseguirem uma reivindicação, não deveriam pular para outra.

SINDIPI – Quais as principais caracte-rísticas que admira em um bom mestre de barco?Bernadete – Eles são atenciosos e preparados na maneira do possível, enfrentam uma determinada situação, mesmo sem estarem com alta tecnolo-gia. Sabem o que fazer em uma situação de perigo e a hora certa de sair, ser prudente. Eles acham a boa pescaria, o melhor momento de largar a rede e de recolher.

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Palavra do PresidentePalavra do Presidente

Antônio Carlos MommPresidente do SINDIPI

QUATRO DE SETEMBROUM MARCONA PESCA!

Há 18 anos, quando minha filha Denise nasceu, iniciei no universo pesqueiro. Durante esse tempo acompanhei diversas

escalas da pesca: épocas boas e ruins. Mas apesar das dificuldades que o setor enfrentava e ainda enfrenta, o que mais admiro na pesca é a persistência do empresário e do trabalhador do mar. Conheci diversas pessoas, entre empresários, armadores, pescadores e funcionários das empresas de pesca, além dos proprietários das lojas de insumos. A garra e a coragem são marcas ímpares para quem tem a pesca como sua atividade profissional. Apenas, uma coisa lamentava: a desunião do setor.

Não posso negar que estar à frente da Presidência de um Sindicato que representa cerca de 200 associados, entre indústriais e armadores, não é fácil. Neste meu segundo mandato pensei: ou vai ou racha, devemos movimentar o setor e mostrar que somos uma classe produtiva, de grande potencial econômico e que merece respeito e atenção.

Não fazemos nada sozinhos e o mérito é de todos. Por isso o Sindipi sempre foi em busca da união. Mas, uma conclusão é clara: sem a união do setor e a participação de todos, garanto que é difícil realizar ações.

Mas, para minha surpresa, ou melhor, o meu grande presente se concretizou uma semana antes da 2º paralisação do setor pesqueiro. Durantes as assembléias nunca tinha presenciado um auditório tão cheio e uma calorosa participação de todos e o empenho de pessoas para que realmente as coisas pudessem acontecer. Por isso, destaco que a data 4 de setembro de 2006 é o marco da pesca. E até sugiro aos nossos associados que registrem esta data no calendário para que possamos organizar um

evento todos os anos em comemoração A UNIÃO!É essa união que comemoro com todos. Como

resultado, a paralisação foi considerada a maior do setor, além de disciplinada e com metas claras, com a participação de mais de 400 embarcações de Itajaí e Região que marcaram presença em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Tivemos também o apoio de pescadores, proprietários das lojas de insumos e até da comunidade que observava o movimento e demonstrava solidariedade e apoio.

Agradeço de coração todos que colaboraram para que a pesca se apresentasse como um grande setor produtivo do Brasil, responsável pela produção de um dos alimentos mais ricos proporcionado pela natureza, pelo mar, que é nosso pescado.

Agora, já demos o primeiro e grande passo. A partir de hoje, continuaremos as nossas lutas, afinal o setor pesqueiro ainda tem muito a crescer e precisa de muitas ações dos próximos governos, estadual e federal, que iniciam em 2007. Desejo que essa união, bem representada no dia 4 de setembro, se prolongue por anos!

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KIM KI-DUKvolta a usar silêncios e

gestos em "O ARCO"O filme “O Arco’’, do di-

retor Kim Ki-duk con-ta sua história através

de símbolos e arquétipos. Boa parte da história é comunicada pelos olhares, os gestos e a linguagem corporal dos três atores principais. A história se passa em um único cenário: o mar aberto e um barco pesqueiro decadente. O acessório principal usado na narrativa é um arco, que é, em primeiro lugar uma arma temível.

Um velho irrascível (Jeon Sung-hwan) é dono do barco, que aluga por dia a pescadores diversos. Ele usa o arco para manter à distância os homens lascivos que gostariam de tocar a dócil garota de 16 anos (Han Yeo-reum) que vive no barco com ele há dez anos. O velho pretende “casar-se’’ com a meni-na quando ela completar 17 anos.

Mas o arco também é usado por ele num processo divinatório xamânico. Para prever o futuro de seus clientes,

o velho amarra um pano no pulso da garota e a coloca num balanço em movimento. Ele usa o arco para dis-parar flechas que passam ao lado da menina, faltando pouco para acertá-la, e atingem uma gasta pintura de Buda no ponto determinado pelo destino do cliente.

E o arco acaba também por trans-formar-se em instru-mento musical. O uso dos belíssimos instru-mentais de violino de Gang Eun-il para essas seqüências in-funde ao filme um clima espiritual doce e melódico.

Os problemas do velho começam quando a garota se sente atraída pelo jovem filho (Seo Ji-seok) de um cliente. Enquanto outros homens a trataram com rudez, o jovem é gentil e doce. Quando ele parte, dá a ela de presente

seu aparelho de CD. Irado, o velho o joga fora.

De repente a garota começa a enxergar seu companheiro sob nova ótica: em lugar de ser seu protetor, ela o vê como carcereiro. Ao tomar consci-ência do egoísmo dele, ela se distancia e se fecha. Ele, por sua vez, começa a

arrancar páginas de seu calen-dário para adiantar a data do “casamento’’ deles.

Han transmite a inocência e curiosidade de uma criança criada quase selvagem, com poucas orientações para guiá-la nos relacionamentos humanos.

O jovem é mais um artifício do que um personagem real, e por isso mesmo em vários momentos age de maneira ambígua e irracional.

O clímax se estende por mais tempo do que deveria, mas contém uma ma-neira espantosamente boa de transmitir a perda de inocência da garota.

Cinema

Filme: O ArcoTítulo original: HwalGênero: dramaAno: 2005Fonte: Reuters

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A maior Feira de Pesca do Brasil foi umSUCESSO!

Mais de 36 mil pessoas visitaram a quinta edição da Brazil Fishing Show, a maior feira de pesca do Brasil, realizada entre os

dias 30 de agosto e 3 de setembro, no Transamérica Expo Center, São Paulo. Durante os cinco dias de feira, foram entregues gratuitamente cerca de seis mil molinetes importa-dos. Também foram distribuídos milhares de iscas artificiais e mais de quatro mil bonés autografados por pescadores profissionais.

Além dos itens voltados para a prática da pesca esportiva disponíveis na feira, o visitante também pôde conferir os lança-mentos mundiais do setor e os melhores equipamentos de cam-ping, náutica e mergulho fabricados no Brasil e no exterior.

Entre as atrações, o destaque ficou para a arena de arremessos onde pescadores profissionais ensinaram como usar diferentes tipos de equipamentos e deram dicas de pesca para os interessados. A criançada fisgou peixinhos nos moldes das antigas pescarias de quermesse na brincadeira “Pescaria com Prêmio”. Foram realizados sorteios de hora em hora, com grande número de presentes que fizeram a alegria de todo mundo.

Durante a feira, o presidente do IBAMA, Marcus Barros apresentou o livro “Pesque e Solte: informações gerais e pro-

cedimentos práticos”, que aborda as boas práticas de pesca, associadas à preservação do ambiente. Outra novidade foi o lançamento do “Projeto Peixamento”, da Yamaha Náuti-ca, propondo o estudo do efeito do repovoamento de rios e represas e a soltura de peixes de cultivo. Representantes do Ministério e de Secretarias do Turismo de várias regiões do país participaram de debates e palestras durante toda a programação do evento.

NOVIDADES APRESENTADAS

Roupas com proteçãoA empresa Ballyhoo apresentou camisas e calças feitas de um material extrafino e com fator de proteção solar 40. A outra novidade da empresa e exclusividade da marca são as camisetas de manga longa feitas em puro algodão extrafino e com fator de proteção solar 30.

Varas com material à prova de balasAs varas Tiralejo também foram destaque no evento, com suporte do molinete ajustável, tecnologia de construção TC 4K, com alta durabilidade e resistência.

Pesca Esportiva

FOTO DIVULGAÇÃO BALLYHOO

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Proximidade com o

mercadoGARANTE GARANTE

LIDERANÇALIDERANÇA Sempre ao lado do armador e pescador,a Equipesca consolidou sua posição como pioneira no mercado de redes para a indústria pesqueira nacional

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O maior pólo pesquei-ro industrial do país é também o único a contar com um

posto de vendas exclusivo de uma das maiores fábricas de redes de pesca do Brasil. Das 700 embarcações que atuam no Sul e Sudeste a partir de Itajaí e Navegantes, quase 100% mantém itens da Equipesca, empresa com sede em Campinas (interior de São Paulo) e que atende grande parte do mercado industrial brasileiro.

A decisão de manter uma loja ex-clusiva de fábrica em Itajaí, segundo o gerente regional da marca, José Luiz de Andrade (conhecido como Lu), vem do potencial de mercado que a região ofe-rece. É daqui que sai cerca de 40% de todo o peixe que o Brasil consome. “O maior pólo nacional da pesca também concentra clientes das diversas modali-

dades de pesca”, explica Andrade.A localização – na Avenida Rei-

naldo Schmithausen – contribui para a aproximação com os armadores, já que a maioria dos atracadouros industriais está situada no Bairro Cordeiros. A relação de proximidade com o setor pesqueiro de SC rende à Equipesca a liderança de mercado em Itajaí e Nave-gantes, onde a empresa mantém o posto de vendas avançado há 20 anos.

De acordo com o SINDIPI, Sindi-cato das Indústrias da Pesca de Itajaí, o investimento anual no setor é de aproximadamente R$ 100 milhões de reais. Só em Itajaí e Navegantes são produzidos mais de um milhão de enlatados/dia. No Brasil, a Equipesca é responsável por cerca de 40% do mercado no segmento de redes para pesca. A produção da marca atende as mais diversas modalidades de pesca

industrial, a exemplo de traineiras, arrastão, emalhe e long-line.

Na região é possível encontrar equi-pamentos de reparo da Equipesca tam-bém em postos náuticos que atendem como revendedores de alguns produtos. Além de redes e carretéis para a pesca, a marca também atua em outras duas divisões de mercado: a agrícola, com telas de sombreamento e proteção para o tempo; e a de proteção, com telas para sacadas e campos esportivos.

CONCORRÊNCIA ILEGAL PREJUDICA MERCADO

Com capital de investimento 100% nacional, a Equipesca mantém hoje 400 funcionários em Campinas e Itajaí. A marca, que na década de 90 chegou a responder por 60% do mercado

Empresa produz redes para variados

tipos de pesca amadora e industrial

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nacional de redes de pesca industriais, hoje soma 40% de participação no segmento. Cerca de 10% de toda a sua produção é exportada para países da América do Sul, América Central e Estados Unidos.

Segundo o gerente regional da Equipesca em Itajaí, José Luiz de An-drade, a queda nos negócios foi sentida a partir da concorrência dos produtos importados. Somado a isso, a indústria nacional sente os efeitos da comercializa-ção ilegal a custos bem reduzidos e mui-tas vezes sem emissão de nota. O mesmo ocorre, por exemplo, com as indústrias têxteis do Vale do Itajaí, que há oito anos sentem o impacto do produto importado principalmente do Oriente.

As dificuldades observadas pelo

setor pesqueiro ao longo da úl-tima década também refletiu na indústria de redes. O alto preço do óleo diesel das embarcações, até então não subsidiado pelo governo federal, e a baixa na captura de algumas espécies vinha reduzindo a lucratividade das indústrias. “Se o pescador e o armador ganham bem, nós também progredimos. Do contrário, sentimos o efeito direto nas vendas”, observa Andrade.

INDÚSTRIA COMPLETA 46 ANOS NO MERCADO

Fundada em 27 de julho de 1960 por Ricardo Manarini e seu filho, Ademar Heitor Manarini, a Equipesca nasceu atenta ao desenvolvimento da atividade pesqueira no Brasil. Ademar Manarini foi buscar no Japão o conceito de qua-lidade e tecnologia para os produtos da marca. Em 46 anos de história, a Equipesca consolidou sua posição como pioneira no mercado de redes para a indústria pesqueira nacional. A empresa cresce sempre ao lado do armador e pescador.

O trabalho da empresa baseia-se na obtenção de fios mono e multifila-mentares a partir de matéria-prima de qualidade. As finalidades são diversas e englobam desde o uso de fios e cordonéis até a manufatura de redes,

destinadas tanto à captura quanto à produção de pescados. A resistência dos fios também permite que as redes sejam utilizadas para a proteção de sacadas e escadarias, além de quadras esportivas.

A tecnologia utilizada no processo industrial também permitiu a empresa desenvolver a tela de sombreamento Sombrite. Possuindo aditivos contra os raios ultra-violeta e contra a oxidação, as telas resistem ao tempo e a versatili-dade do produto possibilita a sua apli-cação tanto para o uso na agricultura como na construção civil.

ServiçosEQUIPESCA em Itajaí:47 3346-1333www.equipesca.com.br

Empresa que faz

Empresa produz redes para variados tipos de pesca amadora e industrial

Posto avançado de fábricapresta apoio de

equipamentos ao armador

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Descongelamento

Dicas ao comprar

Saiba como conferir o peso líquido do pescado e como descongelar para preparar as mais

diferentes receitas

O PEIXE CONGELADO NA INDÚSTRIALembramos que o peixe congelado deve conter uma camada de cobertura de água (glaze) em função do processo tecnológico para evitar a perda de peso por desidratação do produto, oxida-ção de lipídios, queima pelo frio e desidratação de proteínas durante a armazenagem frigorificada.

Em virtude da camada de glaze, para a verificação do peso líquido do produto na indústria aplica-se o que preconiza a regulamentação vigente, o Regulamento Técnico Metrológico para Determinação do Peso Líquido em Pescado, Moluscos e Crustáceos Glaciados, Portaria INMETRO 005/06.

O processo de descongela-mento do pescado é rápido, se possível o produto deve ser prepa-rado ainda parcialmente congelado. É importante lembrar que após o descongelamento há perda natural de líquido de composição dos tecidos e células do pescado (conhecido como drip ou gotejamento), sendo que essas perdas podem somar facilmente entre 10 e 30% do peso do pescado.

Como exemplos de espécies que per-dem muito líquido de constituição durante o descongelamento podemos citar: cação, camarão vermelho, entre outros.

DICAS PARA O CONSUMIDORAo comprar um pescado congelado, é importante o consumidor conhecer qual o método correto para conferir o peso líquido do produto.

Para o cálculo, o INMETRO usa a por-taria nº 142/2002. Em resumo:1º Passo: Pesar o produto congelado, dentro da embalagem;2º Passo: Pesar a embalagem;3º Passo: Colocar o produto de molho em água fria, a temperatura de 20º; 4º Passo: Deixar por 20 segundos, mexendo de vez em quando;5º Passo: Deixar escorrer em escorre-dor por 1 minuto;6º Passo: Pesar o produto desglaciado.

COMO CALCULARPeso do produto glaciado: (peso do produto embalado) – (peso da em-balagem)Peso líquido: (peso do produto glacia-do) – (peso do produto desglaciado)

Porcentagem de água: (peso glaciado – peso lí-quido) / peso glaciado

A outra dica é útil para a culinária:

Saiba como descon-gelar o pescado para preparar aquela receita deliciosa e nutritiva. Nes-te caso, deve se deixar mais tempo o pescado descongelando. A perda de água é uma caracte-rística natural do proces-so. Em seguida temperar para aproveitar o suco

do próprio produto, caso contrário, a receita perderá o sabor característico do camarão ou peixe. Vale ressaltar que o tempo de descongelamento total é muito importante.

Algumas recomendações de tempo de descongelamento para o preparo

de receitas

Camarão (400 g) ............ 5-10 minutosFilé de Peixe (500 g) .....10-15 minutosMexilhão ........................ 5-10 minutosPostas de Peixe .............10-15 minutos

Evite o descongelamento prolongado, pois provoca perdas de sais minerais, vitaminas e proteínas solúveis no produto.

Colaboradoras:Karla Hosang, Engenheira Química e Elizabeth Karsten, Engenheira de Alimentos.

PESCADOCONGELADO

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MAIS DE 400 EMBARCAÇÕESREALIZAM AMAIOR PARALISAÇÃODA PESCANO PAÍS

O dia 4 de setembro ficou marcado no calendário como uma grande vitória para o setor pesqueiro de

Santa Catarina e também de todo o Brasil . A data é lembrada como a maior manifestação da pesca realizada até hoje no país. O setor con-quistou a principal reivindicação: a equiparação do preço do óleo diesel marítimo nacional com o internacional. A ação aconteceu simultanea-mente em dois estados: em Santa Catarina, no município de Itajaí, considerado o maior pólo pesqueiro nacional, e no Rio Grande do Sul, em Rio Grande. Mais de 400 barcos de todas as modalidades de pesca (traineiras, emalhe e ar-rasto) que operam em Itajaí e Região participa-ram da manifestação. Participaram pescadores, industriários, armadores e transportadores de pescados (caminhoneiros). As lojas de insumos,

Protesto

Representantes de entidades da pesca, armadores, empresários acompanhando a paralisação

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que vendem produtos para a pesca, também aderiram ao movimento.

Em virtude do manifesto, uma reunião foi agendada para o final da tarde na Casa Civil, em Brasília (DF), onde a ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Dilma Rous-seff, e o Secretário Especial da SEAP/PR, Altemir Gregolin recebessem os representantes do setor produtivo. “Na reunião ficou decidido que o governo vai equiparar o preço do óleo nacional ao internacional, a partir de 2007. É a primeira vez na história que o setor patronal realiza uma greve e consegue algo de concreto do governo federal, o que mostra a força e união do setor”, esclarece o presidente do SINDIPI, Sin-dicato das Indústrias de Pesca de Itajaí e Região, Antônio Carlos Momm.

Para Momm, a presença da minis-tra Dilma Rousseff foi de fundamental importância na resolução da questão. “Estamos há quase quatro anos lutando pela equiparação do óleo diesel e agora conseguimos. Se não tivéssemos falado diretamente com a Ministra, acho que dificilmente teríamos uma resposta positiva do governo”, frisa.

O óleo diesel marítimo representa

70% do custeio de uma embarcação e, somente na região de Itajaí, por exem-plo, os barcos consomem cerca de 42 milhões de litros de óleo diesel/ano, re-presentando cerca de 40% do consumo nacional. Além disso, o setor pesqueiro movimenta mais de 50 mil postos de trabalho diretos e indiretos só em Santa Catarina e a equiparação do óleo diesel ao preço internacional é considerada a alavanca para o crescimento do setor.

Aposentadoria Especial

Outra reivindicação apresentada no manifesto é o retorno da aposentadoria especial para os pescadores, benefício retirado em 1998. Hoje se equipara o pescador ao trabalhador urbano, fixando critérios no qual o pescador profissional precisa trabalhar 35 anos para concessão da aposentadoria. Como o pescador fica praticamente me-tade do ano sem pescar, por causa dos períodos de defeso, teoricamente teria de trabalhar 70 anos para se aposentar. “A pesca está ficando desamparada e precisamos mudar esse quadro. Soli-citamos uma aposentadoria especial e que os períodos de defeso possam

valer na contagem do tempo de servi-ço”, declara o diretor-administrativo do SITRAPESCA, Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Pesca em Santa Cata-rina, Aluisio Vieira. Após a reunião em Brasília, ficou decidido a formação de um grupo de trabalho, com a participa-ção do SITRAPESCA, SEAP, ministérios do Trabalho e Emprego e da Previdência Social, para analisar a melhor fórmula de auxílio aos pescadores.

As distribuidoras também exigem direitos

Uma outra questão apresentada pelo setor pesqueiro que pode afetar direta-mente as distribuidoras de combustível marítimo e aos armadores são algumas normas estabelecidas na Instrução Nor-mativa nº 18 publicada pela SEAP/PR no dia 29 de agosto. A IN estabelece um novo sistema de subvenção econômica do óleo diesel para embarcações pes-queiras. É um sistema automatizado destinado ao controle da frota e do abastecimento. Cerca de 11 distribuido-ras de Itajaí e Navegantes temem que o novo sistema seja realizado apenas pela CTF BR, distribuidora BR, não

Pescadores, industriários, Pescadores, industriários, armadores, caminhoneiros armadores, caminhoneiros

protestaram protestaram em SC e RS.em SC e RS.

O foco: o O foco: o alto custo do alto custo do

óleo diesel óleo diesel marítimomarítimo

Embarcações de Itajaí também se deslocaram para Rio Grande

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oferecendo tempo hábil para outras empresas participarem do projeto e restaria ao armador adquirir óleo diesel através dos postos de revenda BR, difi-cultando a lei da oferta e procura, por preços melhores.

De acordo com o presidente do SINDIPI, Antônio Carlos Momm, o sis-tema é importante para o controle da frota e do abastecimento, mas não deve prejudicar nem o armador e nem as distribuidoras. Segundo Momm, após a manifestação da pesca, as distribuidoras estão realizando reuniões técnicas para solucionar os problemas encontrados na IN. Enquanto isso, as empresas fornece-doras de óleo diesel estão se agilizando no desenvolvimento de projetos para a implantação do Sistema, ou seja, não querem ficar de fora! Afinal, o óleo diesel marítimo tem um giro altíssimo no estado: na região de Itajaí as embar-cações consomem cerca de 42 milhões de litros de óleo diesel/ano.

O manifesto

O protesto foi pacífico e teve início no dia 4 de setembro, por volta das 8 horas da manhã, quando começaram a chegar as primeiras embarcações. Em Itajaí, a concentração ocorreu nas proximidades do píer turístico, no centro da cidade. Nos dois estados, além dos 400 barcos, uma frota de caminhões com faixas de protesto também fez parte do movimen-to, com a participação de pescadores e funcionários de empresas de pesca e de distribuidores de combustível.

Nas faixas e folhetos distribuídos, o setor apresentava dados econômicos enfrentados pelo setor. Com um preço mais alto que o mercado internacional, toda a cadeia produtiva é prejudicada, a exemplo de pescados como o filé de Merluza, importado da Argentina, onde o diesel custa em média R$ 0,648 o litro e o produtor Argentino ao encaminhar a mercadoria para São Paulo paga zero de imposto, ao contrário das empresas brasileiras, que se encaminhar um filé

Protesto

para São Paulo, tem que pagar 22% de imposto, além de ter no início da cadeia, o alto custo do combustível marítimo, cerca de R$ 1,79 o litro. De acordo com dados tabulados pelo SINDIPI, entre julho de 2005 a julho de 2006, Santa Catarina importou 45 mil toneladas de pescados, sendo mais de 60% de filé de Merluza, uma concorrência desleal com o setor.

Os canais de acesso aos portos de Itajaí e Rio Grande foram liberados no início da noite do dia 4, após encontro realizado na Capitania dos Portos de Itajaí. Representantes da Marinha, Po-lícia Federal, IBAMA, Porto de Itajaí, Mi-nistério Pública, SEAP e setor pesqueiro estiveram reunidos durante a tarde em busca de uma solução conjunta. Com a reunião agendada em Brasília entre a ministra-chefe da Casa Civil da Pre-sidência da República, Dilma Rousseff e lideranças do setor pesqueiro, as em-barcações liberaram a entrada e saída de navios. Os pescadores permanecem mobilizados até o retorno do setor pro-dutivo e o manifesto foi interrompido

após as declarações da Ministra.A Capitania de Itajaí autuou as

embarcações e o SINDIPI discute a ação judicialmente.

Esta é a segunda paralisação do setor. A última ocorreu em novembro do ano passado, em Itajaí, onde cerca de 80 embarcações fecharam o canal portuário. Todas as reivindicações feitas naquela oportunidade não foram aten-didas e foram novamente requeridas.

A representatividade econômica do setor

O setor pesqueiro movimenta mais de 50 mil postos de trabalho diretos e indiretos só em Santa Catarina e a isenção dos impostos federais sobre o combustível marítimo ou a equiparação ao preço internacional seria a alavanca para o crescimento do setor. As empre-sas poderiam aumentar os postos de trabalho, além dos insumos utilizados na pesca, que no total movimenta uma economia de R$ 2 bilhões ao ano.

Em mar, os pescadores e em terra, uma carreata de caminhões

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“As únicas coisas que nin-guém pode nos roubar são as lembranças que

guardamos das viagens que realiza-mos”. Quando escutei esta frase pela primeira vez não consegui entender o que meu cliente estava querendo ex-pressar, mas passados alguns minutos consegui entender a grandiosidade dela, pois se pararmos para pensar, sempre guardamos alguma lembrança, por mais rápida que possa ter sido a viagem que realizamos.

Em tempos modernos viajar tor-nou-se um bem acessível, ao alcance de todos. Basta ter vontade, um roteiro e pronto! Lá vão os passageiros à sua viagem de sonhos.

Algumas regrinhas básicas devem ser obedecidas para o sucesso de sua viagem. Uma delas é saber qual a melhor época do ano para se visitar o destino planejado, qual clima você irá encontrar, quais os hábitos do local, que moedas são aceitas em caso de viagens ao exterior, entre outras informações.

Hoje no Brasil, temos uma gama de roteiros que cabem no orçamento de qualquer um. Um dos destinos nacional mais procurado continua sendo Porto Seguro, na Bahia. Visitado por milhares

de pessoas todos os anos, foi escolhido por muitos colégios como a viagem de despedida do 3º ano. Além de suas be-las praias e noites agitadas, é o destino mais em conta para o Nordeste. Mas nem por isso os outros lugares do Bra-sil deixam de ter seus atrativos, pois o Brasil é o país com a maior diversidade cultural já vista no mundo.

Caso você tenha poucos dias de férias e um roteiro enorme para realizar e não esteja com muita paciência para arrumar e desarrumar malas em cada destino, uma boa alternativa seriam os cruzeiros marítimos que entrarão com tudo no mercado turístico nesta temporada 2006/2007. Ao todo serão 12 navios percorrendo a Costa Brasi-leira e países vizinhos, como Argentina e Uruguai. Os roteiros são os mais diversos possíveis variando entre 03 e 21 noites.

Os cruzeiros aliam conforto, di-versão e alimentação de excelente qualidade (não precisamos nos preo-cupar aonde iremos comer no decorrer da viagem). Algumas companhias de navegação, no intuito de incrementar o mercado, lançaram alguns navios no sistema all inclusive, ou “tudo incluído” como alguns hotéis resorts já têm. Nes-

ta opção de sistema todas as bebidas nacionais que são consumidas dentro do navio já estão pagas, não gerando nenhum ônus a mais.

Em síntese, independente do tempo que você disponha para viajar e a ma-neira que você irá realizá-la, lembre-se sempre de programar sua viagem para que as lembranças que você guarde sejam sempre agradáveis.

Vale um último lembrete!!! Fique atento às promoções que aparecem diariamente em propagandas de jornais, revista e outros meios de comunicação, pois, à primeira vista, basta comprar e viajar, mas existem algumas regras que devem ser observadas. Principal-mente em se tratando de passagens aéreas, na maioria das vezes a venda é condicionada a compra de ida e volta, com permanência mínima de 02 dias. Caso você precise alterar a passagem por algum motivo, prepare-se, pois a passagem poderá passar a custar o dobro.

Os cruzeiros são a dica. Nesta temporada serão 12

navios percorrendo a costa brasileira e países vizinhos, como Argentina e Uruguai

Dica de Viagem

Serviço:Adriane Brandão HuscherBRAND VIAGENSemail: [email protected]/fax: 47 3348 2169 / 3349 4980

Por que não realizara VIAGEM DOS

SEUS SONHOS?

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Notas

BARCO FABRICADO POR JOVENS

Os 76 alunos da oficina de manutenção náu-tica do Consórcio Social da Juventude de Salvador e Região Metropolitana lançaram o Aratu 460, um barco de pesca e apoio pro-duzido para a Escola de Vela do Centro Náutico da Bahia (Cenab). O barco, feito em fibra de vidro, levou três meses para ser construído. Ele tem 4,60 metros e comporta cinco passageiros e um tripulante.O Centro Náutico organiza outra oficina até o fim de 2006.

Brasil recebe o I Fórum de Pescadores Sul Americanos

para Reduzir a Captura Incidental de Aves MarinhasO PROJETO ALBATROZ, através do apoio da Southern Seabirds Solution, ONG da Nova Zelândia e patrocínio da Care for the Wild, ONG do Reino Unido, comunica que estará rea-lizando nos dias 12 a 14 de dezembro de 2006 o I Fórum de Pescadores Sul Americanos para Reduzir a Captura Incidental de Aves Marinhas. O evento será realizado no Delphin Hotel, Praia da Enseada na estação balneária do Guarujá/SP. Espera-se a presença de pescadores, empresas de pesca, pesquisadores, órgãos governamentais e ONGs dos países sul americanos aonde ocorre a captura incidental de aves marinhas na pesca oceânica. Essa captura ocorre de forma não intencional, especialmente na pesca de espinhel e arrasto. www.forumdepescadores.com.br.

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FOTO PROJETO ALBATROZ/ DANIEL ISOLANI

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“Tabu” desafia os padrões gastronômicos

Os tabus gastronômicos foram quebrados. É com esta proposta que está instalado no bairro de Moema (São Paulo) o restaurante Tabu, que pro-mete revolucionar a gastronomia com o seu conceito fusion, uma vertente

da culinária contemporânea numa cozinha de fusão “ítalo-asiática”. Como o próprio nome sugere, a idéia foi criar uma cozinha que desafia os padrões estabe-lecidos, quebra mitos, conceitos e tabus, transmitindo sensações nunca antes experimentadas. Os peixes sempre estão presentes de maneira criativa no res-taurante. No cardápio do chef Robson Pompermayer, um diferente fondue asiático: peixes e frutos do mar com camarão e atum acompanhados de chutney de manga, camembert e teriyak.

Av. Ibirapuera, 2534, MoemaFone: (11) 2164-6060.

UMA FORMA ATRAENTE DE VENDER PEIXE

Um barco pesqueiro ancorado permanentemente no calçadão da praia, cercado por um espelho d’água, onde, além do comércio de frutos do mar, haverá área de convivência e mirante, de onde os vi-sitantes poderão observar melhor a orla. Este é o projeto que a Prefeitura de Praia Grande, litoral sul de São Paulo, executa-rá no Bairro Ocian. A estrutura em forma de barco pesqueiro abrigará sete boxes para a venda de pescado.

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“A Câmara tem como finalidade informar os armadores que possuem barcos de arrasto

sobre as novidades que surgem no setor, além de ser um espaço para reivindicações”. As palavras do coordenador Luciano Ferreira representam o que significa a Câmara Setorial do Arrasto, órgão ligado ao SINDIPI, Sindicato das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região. Recentemente, o setor pesqueiro organizou uma paralisação, no qual reivindicou a equiparação do preço Câmara do óleo diesel marítimo nacional com o internacio-nal. O protesto surtiu efeito, já que o Governo Federal prometeu fazer a equiparação, em 2007. Na avaliação de Ferreira, a ação além de representar uma grande vitória ao setor, serviu também para aumentar a participação na Câmara. “Com a greve, houve um aumento no número de armadores, que participam das reuniões da Câmara Setorial do Arrasto. Isso é muito bom, pois quanto

mais pessoas estiverem envolvidas com os assuntos relacionados ao arrasto, melhor”, ressalta.

As embarcações de arrasto estão divididas em três categorias: parelha, arrasto simples e arrasto duplo, também conhecido como tangone.

Nas parelhas são cap-turados peixes diversos, e no arrasto simples tam-bém. Já no tangone são

pescados camarões e peixes diversos.Ferreira disse que de todas as modalidades de pesca, o

de arrasto é o que tem mais gastos com óleo diesel. “O óleo diesel representa até 75% dos custos de uma embarcação. Há um maior esforço em cima da pesca de arrasto”, escla-

Arrasto está de olho noRepresentatividade

PREÇO DO ÓLEO DIESEL

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rece. O coordenador disse que além da questão do diesel, a taxa alfandegária cobrada sob os equipamentos utilizados na pesca, poderá ser outro ganho para o setor. “Uma outra boa expectativa é de uma possível ajuda do Governo do Estado, com relação à diminuição nos impostos dos equipamen-tos eletrônicos usados pelos barcos, que hoje é elevado”, comenta.

Câmara pede umdefeso para o arrasto

Preocupados com o destino de algumas espécies, armadores ligados à Câmara Setorial do Arrasto, junto com o SINDIPI, propuseram a criação de um defeso para as embarcações que atuem nesta modalidade de pesca.

O defeso, que aconteceria entre os meses de abril a junho, está sem defi-nição e os armadores aguardam uma posição do IBAMA, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Na-turais Renováveis e da SEAP, Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca para o defeso em 2007. “O pedido partiu do SINDIPI e com aprovação por unanimi-dade da Câmara. A documentação já foi

enviada à Brasília (SEAP e IBAMA), mas até agora não recebemos nenhuma resposta”, comple-menta. Ferreira classifica como importante estabelecer regras de captura através de um defeso. “Temos que dar um descanso à captura de peixes de profundida-de. Um defeso de três meses para a captura de camarão rosa e um defeso de dois meses para toda a pesca de arrasto (boca aberta, baleeira, bote, barcos de arrasto de peixe, barcos parelha e arrasto

de camarão rosa), é a medida mais justa. Por exemplo, se agora é safra de camarão e outros barcos estão parados por causa de um defeso especifico, isso vai impedir que eles capturem também camarão. A Câmara se preocupa com o defeso, pois sabe que a pesca é uma fonte, que se não for protegida pode ser esgotar a qualquer momento”, conclui o coordenador.

“Temos que dar um descanso

à captura de peixes de profundidade. Um defeso de três meses para a captura de camarão rosa e um defeso de dois meses para toda a pesca de arrasto... é a medida mais

justa.

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NOVA TRENTO

Turismo

GASTRONOMIA, HISTÓRIA E FÉ26 REVISTA SINDIPI OUTUBRO 2006

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Colonizada por alemães, italianos e

poloneses, a cidade é visitada por milhares

de turistas a cada ano

Cercada por morros e colinas, NOVA TRENTO possui diversas reservas ecológicas, algumas já tombadas como Patri-

mônio de Preservação Permanente. Há belas cachoeiras e saltos d’água, algumas com aproveitamento recrea-tivo, para pesca, banhos e mergulho. Pessoas com espírito aventureiro, que gostam de enfrentar as surpresas nas matas têm várias opções de turismo ecológico.

Além da natureza, a cidade é co-nhecida nacional e internacionalmente por fiéis que vão conhecer de perto o SANTUÁRIO DA MADRE PAULINA, onde os peregrinos todos os dias chegam até Vígolo, para conhecer, rezar, agradecer e suplicar a intercessão de Santa Paulina.

Além da religião, as viniculturas fa-zem parte do cartão postal da cidade. Os vinhos produzidos em Nova Trento são destaques entre os apreciadores. Festas típicas, como a Festa Incanto Trentino – Festa do Vinho e das Tradições Italianas. São eventos realizados todos os anos no mês de agosto, para lembrar as origens dos imigrantes que colonizaram Nova Trento. A festa é realizada no centro da cidade, em frente à Igreja Matriz. Marca também o aniversário de emancipação política do Município.

Nova Trento é cercada de tradições e histórias que se fundem à sua coloni-zação. Fundada em 1874, em terrenos da ex-colônia Príncipe D. Pedro, nos terrenos banhados pelo Rio do Braço, Nova Trento surgiu como Distrito Colonial em 1875, com a chegada de imigrantes provenientes de Trento – Itália em janeiro deste mesmo ano. Como a maioria era proveniente de Trento, batizou-se de Colônia Nova Trento. Com a Proclamação da Re-pública em 1889, a elite local, por ser a favor do novo regime, aproveitou o momento para reivindicar junto às autoridades a emancipação da cidade, que, pela Lei nº 036 de 08 de agosto de 1892, foi transformada de Distrito para Município.

Acessos

Pela rodovia BR-101/SC-411, passando por Tijucas, Canelinha e São João Ba-tista. Para quem vem do oeste, o acesso é pela BR-470/SC-411, passando por Brusque. Os aeroportos mais próximos são o de Florianópolis, a 85 km de dis-tância e o de Navegantes, a 90 km de distância. O Porto mais próximo é o de Itajaí, distante 67 Km de Nova Trento, e está a somente 7 km da BR 101.

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CONHEÇA OSPRINCIPAIS ATRATIVOS DE NOVA TRENTO

Religiosos

SANTUÁRIO SANTA PAULINAAdministrado e preservado pela Con-gregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, considerável acervo refe-rente à vida e obra de Madre Paulina está localizado no bairro Vígolo, a 6 km do centro da cidade.

No Santuário pode-se visitar: o monumento; a Casa Paterna; o Ca-sebre; a Capela; a Igreja; a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes; o Arco da Colina; a Vereda da Paz e o Monumen-to do Milênio.

ARTIGOS SOBRE OSANTUÁRIO DE SANTA PAULINADesde a beatificação, em 1991, as Irmãzinhas sentiram o desafio de construir um espaço para acolher os devotos de Santa Paulina em Vígolo – Nova Trento,SC. Aos poucos, a Congregação foi planejando e se orga-nizando para dar resposta de acolhida e evangelização.

A nova realidade impôs sobre as Irmãs a necessidade de criar infra-estru-tura para melhor atender quem chega de todas as partes do Brasil e do mundo. “O caráter arquitetônico do Santuário Santa Paulina retrata a essência de sua trajetória de mulher simples, de valores sólidos e puros e de imensa espirituali-dade e bondade” (Arquitetos).

A releitura da arquitetura sacra tra-dicional, representa a simplicidade por meio da composição da volumetria, da geometria, da solidez e autenticidade, através dos materiais construtivos. A iluminação natural, elevada ao centro e direcionada ao céu, mediante a forma ascendente da cobertura, cria um espaço propício à meditação, à busca da espiri-tualidade e ao encontro com Deus.

TURISMO

DESINGA cobertura em duas águas, inspirada no casebre, onde Santa Paulina iniciou a Congregação, busca uma referência nas construções tradicionais e sob esta, se localizam todas as atividades litúrgi-cas. A nave principal possui planta de formato cônico permitindo a visualiza-ção do altar por todos os fiéis. A sacristia está localizada em ponto estratégico, possibilitando o fácil acesso aos altares da nave principal, das capelas e confes-sionários. A iluminação e a ventilação natural do Santuário se dá por meio de uma faixa contínua localizada no eixo central da cobertura buscando a criação de um espaço repleto de luz, vinda das alturas como forma de inspiração à meditação e à prece.

Vigas vencem a profundidade da nave principal e capelas. Pilares em concreto, nas extremidades da cons-trução servem de apoio à estrutura da cobertura. A cobertura em telha metá-lica tem isolamento térmico-acústico. A pedra fundamental está colocada na entrada principal com tampa de vidro, podendo ser visualizada. Altar com mesa em granito, na parte frontal, apresenta a imagem do Cordeiro Pascal e no coração do Cordeiro, bem visível, a relíquia de Santa Paulina.

O Santuário está localizado numa área estratégica, onde a natureza ca-prichou e o dedo do Artista Divino,

desenhou um santuário ecológico. Três grandes sinos completam a torre do Santuário numa altura de quase cinqüenta metros. A capela do Santís-simo Sacramento se localiza à direita e a capela de Santa Paulina, à esquerda de quem entra no Santuário. Neste espaço sagrado, o peregrino e o visi-tante passam o dia todo contemplando lugares onde podem usufruir a beleza, o encanto, o lazer, a oração, o prazer, enchendo os olhos e o espírito de uma paz indescritível.

SANTUÁRIO NOSSA SENHORA DO BOM SOCORROLocalizado no Morro da Cruz, a 525 metros, ponto mais alto da cidade, oferece belíssima vista panorâmica de Nova Trento e do Vale do Rio Tijucas. Distante cerca de 5,5 km do centro da cidade.

CAPELA DE SANTA ÁGATALocalizada na rua Carlos Tridapalli, no bairro Besenelo, foi construída por volta de 1880 e nela foram realizados os primeiros atos religiosos na sede da Colônia. Aberta todos os dias.

ORATÓRIO DO CALVÁRIOSão 14 capitéis que formam a Via Sa-cra e o monumento, com 3 estátuas, representando o Cristo Crucificado com João, Maria e Maria Madalena a seus

Grupo Folk Nea Tridentum

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pés, doados por famílias de Nova Trento implantados em 1956, no bairro Trinta Réis a 2 km do centro da cidade.

IGREJA MATRIZ DE SÃO VIRGÍLIOLocalizada no centro da cidade, ao lado da Praça da Bandeira, é dedi-cada ao Padroeiro de Trento – Itália. Construída por três vezes, a primeira no ano de 1876. A atual edificação foi inaugurada em 1942, sendo tombada como Patrimônio Histórico da cidade. Aberta todos os dias.

ATRATIVOS CULTURAIS E PATRIMÔNIO HISTÓRICO

MUSEU DA CULTURA ITALIANALocalizada a 1 Km do centro da cidade, na Estrada Geral Morro da Cruz. Acesso não pavimentado. Aberto das 08:30 às 17:00. Ingressos a R$ 3,00. Maiores informações no telefone (48) 3267-0028 ou no site www.parquedaculturaitalia-na.com.br.

EDIFICAÇÕES HISTÓRICAS Os fortes traços da cultura italiana trazi-da pelos imigrantes, estão presentes na arquitetura, de estilo trentino-italiano de muitas casas, a maioria pertencen-tes a famílias tradicionais da cidade,

de empresas, comerciantes e também do poder público. Muitas delas, de importantíssimo valor histórico, foram destruídas, a exemplo do antigo prédio da Prefeitura. Em seu lugar existe hoje uma praça, localizada em frente à nova Prefeitura. Segundo avaliação da Fundação Catarinense de Cultura, são consideradas de relevante importância as edificações: Praça Getúlio Vargas – no centro da cidade, além do casario adjacente; Igreja Matriz de São Virgílio e Oratórios; Capela de Santa Ágata; Centro de Encontros Ima-culada Conceição e a Igreja Nossa Senhora de Lourdes, em Vígolo.

Atrativos Naturais e de Lazer

Reserva Biológica da Canela PretaUnidade governamental de conservação ambiental, de floresta primária.

Reserva Ecológica Municipal Morro da CruzTombada como Patrimônio de Preservação Permanen-te, propicia uma bela visão panorâmica.

Reserva Ecológica Municipal Monte BaronNa localidade de Alto Silva, a 1.148 metros de altitude.

Reserva Ecológica Municipal Monte Bela VistaSituada a 850 metros de altitude.

Reserva Ecológica Municipal Monte LimaSituada a 789 metros de altitude.

Viniculturas fazem parte do cartão postal da cidade

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CALENDÁRIO DE EVENTOS DE NOVA TRENTOEvento Data LocalFesta da Uva Janeiro Pesca e Lazer Tridapalli – Bairro da VelhaCaminhada ao Santuário do Morro da Cruz 5ª Feira Santa Morro da Cruz – CentroCelebração Paixão e Procis. do Senhor Morto 6ª Feira Santa Centro da CidadeFesta da Cruz e de N. Sra. do Bom Socorro 1º Dom. Maio Santuário N. Sra. do Bom Socorro – Morro da CruzCeleb. Aniv. Canonização de Madre Paulina 3º Dom. Maio Santuário Santa Paulina – VígoloIndaiá Fest Junho IndaiáFesta de São Virgílio Julho Praça da Bandeira, ao lado da Igreja MatrizFesta Litúrgica de Santa Paulina 2º Dom. Julho Santuário Santa Paulina – VígoloFesta Incanto Trentino Agosto Centro da CidadeCavalgada “Nos Caminhos de Santa Paulina” Agosto Parque da ABRACAMP – VígoloCeleb. anivers. beatificação de Madre Paulina 2º Dom. Outubro Vígolo

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A ARTE ZEN DE

A residência número 155, da Rua José Manoel da Costa, no centro de Navegantes-SC, chama atenção de quem passa por ela. Pintada com cores variadas e por símbolos

esotéricos, a casa em si já diz quem mora lá. A história do blumenauense Daniel Henrique Pickler, 28 anos, é até mais surpreendente do que seu lar. Pickler abandonou a carreira militar para seguir o coração. “Eu era militar e servi durante cinco anos no 23º Batalhão de Infantaria do Exército, em Blu-menau. Era cabo e estava preste a ser promovido a sargento,

A ARTE DE DANIEL PICKLER

Daniel Pickler

quando conheci a minha atual esposa. Foi ela que descobriu toda esta parte artística dentro de mim”, explica. Desenhista nas horas vagas, Pickler hoje vive das pinturas, esculturas que produz e algumas das suas peças custam até R$ 2 mil.

Como todo o início de um artista, a nova profissão foi cheia de desafios, mas por nenhum momento se arrependeu de ter trocado a farda pelos pincéis. “No começo foi muito complicado. Existiram momentos na minha carreira que eu ficava na dúvida entre comprar pão, ou lápis de cor. Nunca me arrependi de ter largado a carreira militar. Mesmo com os obstáculos, estou certo que fiz a melhor escolha”, reforça.

Entalhe em madeira, pinturas em tela ou esculturas são

algumas técnicas. Os pincéis, formão, pirógrafo, pistolas de precisão (aerógrafos) são os instrumentos utilizados pelo artesão. Ele tem obras vendidas em Santa Catarina e também no Exterior. “Nos Estados Unidos tenho uma irmã que mora na Califórnia. Enviei algumas peças para ela fazer a revenda. Hoje trabalho no Projeto “Pintura Ao Vivo”, em Blumenau, onde as pessoas escolhem o tema e faço a pintura na hora”, afirma.

Com estilo próprio, Daniel não segue nenhuma escola artística, mas ele não consegue esconder a admiração que tem pelo criador da Monalisa. “Não sigo nenhum estilo artístico. O que procuro observar é a perspectiva de alguns

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pintores. Eu gosto muito de Leonardo da Vinci”, salienta. Quando falta inspiração, Daniel vai até a praia e procura no mar a criatividade perdida. “Acredito que o ambiente da praia é um lugar tranqüilo. Para desenvolver um trabalho, sobretudo, artístico você tem que ter paz e essa tranqüilida-de tenho quando observo o mar. Na praia eu capto muita energia”, conta.

Para Daniel, observar o que existe ao redor é essencial na carreira de qualquer artista. “Eu costumo dizer que as pessoas esqueceram de observar a praia, a natureza. Não interessa que ao seu redor esteja um carro ou uma casa bonita. Um pôr-do-sol, uma lua bonita, um céu estrelado. Muitas pessoas esqueceram de apreciar isso. Como é que pode alguém desenvolver a pintura de uma flor, se você não sabe nem observar uma flor?”, questiona.

O lado místico é predominante nas obras de Daniel Pi-ckler. O quadro “Asas da Imaginação” é um bom exemplo. Na pintura, um barco de pesca com duas asas sobrevoa uma praia. “A influência do esoterismo é totalmente ligada

à minha esposa, que dá aula de ioga. No quadro, as asas da imaginação de um artista, ou de um pescador. Ele pode ter saído, não para pegar peixes, mas estrelas”, observa.

Apesar de gostar do trabalho que realiza, Daniel sente que precisa melhorar. “Eu me sinto muito satisfeito com o trabalho que faço, mas vejo que tenho sempre muito a aprender. Uma obra nunca está pronta. Na minha opinião ela nunca termina, ela está sempre em estado de evolução”, finaliza o artista plástico.

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FOTOS MARCELLO SOKAL

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Gomes da Costa

E CONTRATA MÃO DE OBRAE CONTRATA MÃO DE OBRA

Marca consagrada na indústria de pesca-dos da América Latina, a Gomes da Costa (GDC) inaugurou sua própria

fábrica de embalagens de sardinha e atum. O complexo, or-çado em R$ 31 milhões, tem 10 mil metros quadrados e vai produzir cerca de um milhão e meio de latinhas de aço por dia. Todo o maquinário é importado e o grande diferencial serão as embalagens com sistema “abre-fácil”, que dispensam a utilização de abridor.

A inauguração do novo espaço ocorreu no dia 25 de setembro, em Itajaí, no Litoral Norte do Estado, e contou com a presença de diversas autoridades. A empresa, que contava com 1.200 funcionários, abriu outros 400 postos de trabalho com a construção da fábrica de embalagens. A nova fábrica é uma das mais modernas do mundo no gênero e, conforme o presidente da GDC, ISMAR MACHADO ASSLY, sua inauguração representa um marco importante de

desenvolvimento, que deverá trazer benefícios diretos aos consumidores. “A finalidade nossa é levar ao consumidor esse novo serviço (abre-fácil), ao mesmo preço do anterior”, destaca Assly.

A estratégia de expansão vem acompanhada de outros investimentos significativos, como a ampliação da unidade de processamento de atum, em Itajaí, que ganhou mais sete mil metros quadrados de área, além de maquinários de última geração. O investimento na unidade no primeiro semestre deste ano foi em torno de R$ 20 milhões.

Atualmente, a GDC atende cerca de 240 mil postos de venda no Brasil, além de estar presente em mercados da Amé-rica Latina, África, Oriente Médio, Europa e Ásia. Em 2005, 10% da produção foi vendida para países como Argentina, Paraguai, Uruguai, Japão, Angola e Croácia. Já neste ano, a empresa quer duplicar a capacidade produtiva e ampliar em 5% o volume de exportações. O objetivo é fechar 2006 com

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O diretor-presidente da Calvo, José Luis Calvo e o embaixador da Espanha no Brasil, Ricardo Peidró Conde, com autoridades

INVESTE EM TECNOLOGIA

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Reportagem: Marcelo Roggia

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faturamento de R$ 330 milhões, 10% a mais que no ano anterior. Sobre novos projetos, o presidente Assly foi enfático: “Ainda existem alguns segredos indus-triais, mas estamos com bastante coisa para ser lançada”.

A Gomes da Costa foi fundada em 1954, na Baía de Guanabara (RJ), pelo imigrante português Rubem Gomes da Costa, que trouxe de sua terra o hábito de consumir atum e sardinha em con-serva. A fábrica da GDC foi transferida do Rio de Janeiro para Itajaí em 1998,

local onde permanece até hoje. Em 2004, a empresa foi adquirida pelo grupo espanhol Calvo, uma das cinco maiores indústrias de conservas do mun-do. Fundado em 1940, o grupo Calvo também controla as marcas Nostromo, segunda maior da Itália, e a própria Cal-vo, campeã de vendas na Espanha e em Portugal. “Esta fábrica de embalagens de sardinha e atum é, com certeza, a mais moderna que temos”, garante José Luiz Calvo, diretor-presidente do grupo Cal-vo, também presente na inauguração.

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A GDC quer duplicar sua capacidade produtiva

A empresa pesqueira aposta na nova fábrica

de embalagens de sardinha e atum. O

investimento total foi de R$ 31 milhões, com

a contratação de 400 funcionários

Importância de um trabalho bem feito

A fábrica própria de embalagens de sardinha e atum da GDC foi destacada também entre os convidados. Para o presidente do SINDIPI, Antônio Carlos Momm, o novo empreendimento só tem a contribuir para o crescimento de Itajaí e de Santa Catarina. “É muito importante ver que nossa cidade está cada vez mais forte no ramo pesqueiro. Mostra um setor formado por profissio-nais qualificados, que acreditam no que fazem”, frisa Momm.

O embaixador da Espanha no Brasil, Ricardo Peidró Conde, também comemorou esta nova conquista da GDC e, conseqüentemente, do grupo espanhol Calvo. “A Espanha confia no Brasil e acho que a inauguração dessa fábrica é um bom exemplo para estreitar ainda mais os laços entre os dois países”.

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O novo prédio terá design moderno,

com funcionalidade que garante o desempenho

de serviços administrativos,

estacionamento e espaço para reuniões

com os associados

Sede SINDIPI

SINDIPI de

em 2007SEDE NOVASEDE NOVA

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Um sonho dos associados e uma meta do Pre-sidente do SINDIPI, Antônio Carlos Momm, está com os dias contados para ser realizado:

a nova sede do SINDIPI. A pedra fundamental já foi lançada, com a compra de um terreno no centro de Itajaí.

A área total a ser construída será de 1600 metros quadrados. O novo prédio, localizado na Rua Lauro Müller, será edificado com estrutura toda pré-fabricada, que garante rapidez à obra. “Será um edifício moderno próprio para escritórios, ou seja, será todo informatizado. O edifício terá

ainda toda fachada de vidro”, explica o engenheiro responsável pela obra, Paulo Sérgio Arias. O engenheiro destaca que outra novidade é referente às divisórias. “Todos os andares terão forro de gesso acartonado, que permite uma mobilização maior. As divisórias, por exemplo, poderão ser deslocadas sem que haja uma mudança na estrutura do prédio”, completa.

O edifício terá cinco pavimentos. No térreo, estará localizado o estacionamento e uma loja. O primeiro andar vai abrigar um auditório com 200 lugares e o departamento médico, enquanto no segundo e terceiro andares terá espaço para salas.

O setor administrativo, compreendendo a recepção, secretaria executiva, sala de assessoria

de imprensa e secretaria estará localizado no quarto andar. No quinto andar funcionará a sala da diretoria do SINDIPI. A obra está orçada em R$ 1.600.000,00. Os recursos são provenientes das contribuições dos associados.

Tanto o auditório, quanto as lojas poderão se converter em fonte de renda para o Sindicato, uma vez que poderão ser alugadas. Em 26 anos de existência, o SINDIPI somente esteve localizado em dois lugares, ambos alugados. A pri-meira sede ficava na avenida Coronel Eugênio Müller, sala número 15, do prédio da Itavel. O Sindicato funcionou nessa sede de abril a setembro de 1980. Depois mudou para o atual endereço, na Rua Pedro Ferreira, 2º andar, sala 102, no centro de Itajaí. Para 2007, o novo endereço não significa uma simples mudança, mas, a conquista por um espaço digno dos associados.

As obras da nova sede já foram iniciadas e seguem em ritmo acelerado

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Investimento

Construção Naval com

FUTURO INDEFINIDOEntre altos e baixos, o

Estaleiro Navship aposta no crescimento, e lança embarcações do tipo

PSV para apoio às plataformas

O Brasil já foi o segundo maior produtor de na-

vios do mundo. Nos últimos 27 anos, contudo, a indústria naval praticamente desapareceu do País. Ensaiou uma retomada em 2000, mas o quadro só mudou de fato após a decisão do Governo Federal de produzir embarca-ções em território nacional, em vez de comprá-las no exterior. Aliado a isso, houve o retorno dos financiamentos através do Fundo da Marinha Mercante. Segundo o superintendente da indústria de construção naval da ONIP, Organização Nacional da Indústria do Petróleo, Franco Papini, até 2015 são esperados para o segmento investimentos de US$ 10,4 bilhões no Brasil. Para o superintendente, um conjunto de fatores é responsável pelo otimismo que o segmento vive. “A retomada da cabotagem (navegação entre os portos), o avançado tempo de uso da frota em operação no Brasil, novas exigências ambientais, como o uso de casco duplo nas embarcações, além de novas exigências técnicas dos portos, fazem com que haja necessidade de adquirir novas embarcações”, completa.

No entanto, a construção naval brasileira está apenas em fase de recuperação, pois durante17 anos (1980 a 1997) esteve em queda livre. Esses anos de desaquecimento na eco-

nomia deixaram o parque industrial estagnado. Para competir lá fora, a indústria naval nacional ainda vai ter que investir em moderniza-ção tecnológica.

Aos poucos esta realidade começa a mudar. Um exemplo disso vem do Estaleiro NAVSHIP, localizado em Navegantes, SC. A companhia do grupo norte-americano Edison Chou-est Offshore, dona de quatro estaleiros dos Estados Unidos, investiu R$ 80 milhões para a instalação da unidade, que é considerada uma das mais modernas da América Latina. “Toda a parte operacional é informatizada e todos os equi-pamentos são de última geração. Nem os quatro estaleiros dos Estados Unidos possuem as máquinas que o NAVSHIP de Navegantes tem. Utilizamos até um robô para a fabricação dos navios. Isso ajuda para que o produto final tenha mais qualidade”, explica o diretor da NAVSHIP, Aldo Manoel.

Em Navegantes a empresa vai fabricar somente embarca-ções para Alfanave, com sede no Estado do Rio de Janeiro. Atualmente duas embarcações do tipo PSV, com 80 metros de cumprimentos, estão sendo construídas e 400 funcioná-rios já foram contratados, 70% moradores de Navegantes. Esses navios vão prestar apoio a plataformas de petróleo da Petrobrás. Cada navio está orçado em R$ 50 milhões.

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Reportagem: Rogério Pinheiro

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Outras quatro embarcações já foram encomendadas.

Já o diretor do Estaleiro Detroit, que tem unidade em Itajaí, SC, Carlos Teixeira, ressaltou que a viabilização dos projetos dependerá ainda de von-tade política, especialmente no que se refere à exigência de garantias para os financiamentos aos armadores. Tam-bém chamou atenção para as elevadas exigências do setor de petróleo e gás no que se refere à qualidade e prazo. “A Petrobrás, por exemplo, cobra de todo fornecedor certificação de quali-dade. Exceto o Estaleiro Itajaí, que tem condições de atender pedidos de em-barcações de maior porte, para Santa Catarina a bola da vez são os navios de apoio marítimo”, enfatiza.

No entanto, nem tudo pode ser co-memorado na indústria da construção naval brasileira. Agora, mais uma vez, esse setor pode estar ameaçado, com o anúncio da priorização do Fundo da Marinha Mercante em atender a

subsidiária da Petrobrás, a Braspetro. A priorização consiste na construção de 26 navios petroleiros, de um total de 42 previstos no Programa de Mo-dernização e Expansão da Frota, a Transpetro.

Para reaparelhar a frota, a subsidiá-ria da Petrobrás vai gastar dois bilhões e meio de dólares, ou seja, todo o di-nheiro que existe atualmente no Fundo da Marinha Mercante. De acordo com o presidente do SINCONAVIN, Sindicato das Indústrias da Construção Naval de Itajaí e Navegantes, Paulo Dutra, se a

medida se concretizar vai retardar o crescimento e decretar mais uma vez a bancarrota do setor. “Hoje o Fundo está priorizando a Braspetro. Com o con-trato serão beneficiados apenas cinco estaleiros. Já o restante terá que parar por falta de crédito para o financiamento”, explica.

Dutra disse que algumas medidas estão sendo tomadas para reverter a decisão do Fundo da Marinha Mercante, como o financiamento pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador, embora os juros sejam um pouco alto. “Através da mobilização feita na imprensa conseguimos ser ou-vidos e agora vamos torcer para uma saída sensata por parte das pessoas que controlam o Fundo”, afirma. Para o SINCONAVIN a preocupação é que acon-teça a mesma crise de 1980. “Nós não queremos novamente estar em queda livre”, finalizou.

Atualmente duas embarcações do tipo PSV estão sendo construídas

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Nutrição

Colaboração:Tônia Inthunr Heusi, nutricionista do Espaço Pense Magro, Itajaí, SC

PEIXE ÉSAÚDE

Nutricionista destaca a necessidade do pescado na dieta alimentar, um importante aliado na perda de peso

Vivemos no litoral... deve-mos usufruir das igua-rias culinárias que temos

à nossa disposição regularmente. Um dos alimentos considerado fonte de saúde é o peixe, indispensável para quem deseja alimentar-se bem.

O peixe traz diversos benefícios para o corpo. Só não esqueça que devemos saber prepará-lo, ou seja, o modo como você prepara sua refeição também é muito importante. Assado, grelhado, cozido, ensopado, peixe é gostoso de qualquer jeito!

Além de saboroso, o consumo de peixe é muito nutritivo e deveria estar sempre em nossa alimentação. Para começar, o peixe é rico em proteínas, como qualquer outra carne. Por isso, quem quer deixar de lado a carne ver-melha, estará bem nutrido comendo peixe. Além disso, tem grande quan-tidade de minerais, entre eles cálcio, fósforo, iodo e cobalto e é também fonte das vitaminas A, D e B.

E a melhor notícia é que o peixe tem pouca gordura!

É claro que existem algumas espécies gordurosas, mas, em geral, o peixe tem bem menos gordura do que carne vermelha e frango, e isso faz com que sua digestão seja mais rápida.

E peixe é ótimo para quem quer perder peso e controlar o nível de co-lesterol no sangue! Algumas espécies de peixe, principalmente aqueles de água fria, são ricos em ômega-3, que é um tipo de gordura bastante benéfica à nossa saúde.

Então?O que você está esperando?Vamos consumir peixe no mínimo

uma vez por semana!

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Evento

SETOR PESQUEIROX

AGENTES FINANCEIROSDEBATEM LINHAS

DE CRÉDITOO Fórum será realizado no início de dezembro. No final de três dias será

apresentado um modelo de linha de crédito

Acontecerá nos dias 7, 8 e 9 de dezembro de 2006 paralelamente à EXPONAUS, Exposição Naútica e Naval do Sul, o 1° Fórum de

Crédito da Pesca Industrial. O evento é coordenado pela SEPESCA, Secretaria da Pesca de Itajaí, com apoio institu-cional do SINDIPI e SITRAPESCA.

A proposta é promover a aproximação entre empresários da pesca e instituições financeiras que dispõem de linhas de crédito e oportunizando a exposição das necessidades do setor através de debates.

A Secretaria vem realizando um trabalho junto aos agentes financeiros objetivando maiores oportunidades de investimentos para o empresariado do setor pesqueiro que já foi contemplado recentemente com linhas de crédito, tanto para investimento, quanto para custeio da pesca. De acordo

com a perspectiva dos organizadores, durante o evento o setor deverá pressionar os agentes financeiros sobre as linhas de crédito em busca de resultados ainda mais efetivos.

Segundo o coordenador do Fórum e gerente de gestão da SEPESCA, Claudionor Gonçalves, neste Fórum pretende-se formatar uma linha de crédito que contemple as reais necessidades do setor. “Um Fórum de suma importância para o setor. Por isso esperamos uma participação grande de empresários e armadores”, relata.

De acordo com a programação, nos três dias da EXPO-NAUS, 7 a 9 de dezembro, o Fórum terá palestras proferidas pelos agentes financeiros nos horários das 19h30 às 22 horas. Na última noite do evento, 9 de dezembro, será promovido um debate entre os agentes e o setor pesqueiro para a for-matação de um modelo de linha de crédito.

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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 70% dos casos de enfermidades trans-mitidas pelos alimentos têm origem no seu

manuseio inadequado. Uma estatística revela a importância da atenção do consumidor na hora da compra. Preocupados com esta estatística, a ESALQ/USP, ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA “LUIZ DE QUEIROZ” da Universidade de São Paulo, realiza diversos estudos e eventos. Entre os Seminários destacou-se o “I Simpósio de Segurança Alimentar no setor Supermercadista”, realizado pelo Departamento de Agroin-dústria, Alimentos e Nutrição. A reunião científica enfatiza a importância do alimento seguro nos diversos setores.

A segurança alimentar é um desafio atual e visa a oferta de alimentos livres de agentes que podem pôr em risco a saú-de do consumidor. Por isso, o consumidor deve estar atento ao adquirir um produto. Empresas sérias, comprometidas com a saúde têm todo um trabalho de qualidade e higieni-zação nas fábricas, onde profissionais qualificados orientam sobre a manipulação e todo o processo de produção. A continuidade deste processo no setor de venda (comércio) garante a boa qualidade do produto.

Dentro do setor pesqueiro o simpósio revelou informa-ções sobre consumo e conservação do pescado. Para garantir a qualidade de uma variedade de peixes, algumas medidas devem ser tomadas, como: o controle sanitário rígido; rela-tórios e documentação, base da certificação e rastreabilidade (histórico do produto desde da sua origem).

Na hora de comprar peixes, algumas observações devem ser seguidas à risca pelos consumidores. No pescado fresco devem ser observadas as seguintes características: superfície brilhante, tonalidade viva com muco transparente, carne firme e elástica e aderida aos ossos, não eliminar líquido

Segurança Alimentar

SEGURANÇA ALIMENTAR SEGURANÇA ALIMENTAR NO COMÉRCIONO COMÉRCIO

É importante o consumidor estar atento à compra do pescado

e não adquirir produtos de origem clandestina e sem

comprometimento com a saúde

Professor Dr. Eduardo Spers,Professor Dr. Eduardo Spers,palestrante e orientador da pesquisapalestrante e orientador da pesquisa

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sob pressão, a espinha dorsal de cor característica, guelras vermelhas e brilhantes, olhos transparentes, brilhantes e convexos, e odor marinho ou lacustre.

Já o pescado em processo de deterioração apresenta os seguintes traços: superfície pálida, espessura do muco au-mentada, carne leitosa, desbotada e amarela, má aderência aos ossos, espinha dorsal marrom avermelhada, guelras pálidas, olhos opacos, sem brilho e odor característico de alteração.

De acordo com a professora Marília Oetterer, do Depar-tamento de Agroindústria da ESALQ, um peixe de qualidade passa por diversas etapas antes de chegar ao consumidor. “A qualidade da água, higiene no barco, métodos de captura, contato do peixe com os microorganismos da água de lava-gem, das mãos dos operários e dos equipamentos”, explica. Marília disse que a segurança alimentar é um processo que envolve a todos. “Independente de leis ou imposições quanto à questão da segurança dos produtos alimentares, a conscientização e a informação do consumidor, do Governo e das empresas quanto aos perigos da insegurança alimentar, é sem dúvida, imprescindível para a obtenção de produtos alimentares de qualidade com um adequado nível de segu-rança”, completa.

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Freqüência de compra de pescado50% - compram o produto raramente20,83% - compram apenas uma vez por mês, o mesmo número de pesquisados que responderam comprar o produto duas vezes por mês5,21% - compram o produto quatro vezes por mês3,12% - compram o produto mais de quatro vezes/mês

Local de compra50% - supermercado37,78% - peixaria apontada 11,11% - outros locais1,11% açouguesNão houve citação de compra em padariaDeixaram de responder 7 entrevistados

Preferência por pescado40,32% não têm preferência por um tipo de pescado

Das espécies citadasO cação foi o mais apontado, com 10,48%; 6,45% merluza; 5,64% tilápia; 4,84% para o pintado e o salmão. Ficando as demais espécies citadas com 27,42% das respostas.

O conhecimento de marcas de frigorífico ou distribuidores de pescado71,88% - desconhecem28,13% - afirmam conhecer

O conhecimento de região brasileira produtora de pescado52,58% - conhecem47,42% - não conhecem

Conhecimento sobre o sistema de produção16,49% - afirmam conhecer os sistemas de produção de pescado83,51% - afirmam não conhecer

Outro dado relevante constatado na pesquisarefere-se à confiança depositada pelos consumidores nas informações adicionais apresentadas nas embalagens, representadas pela aposição de selos, certificados de origem ou de garantia de produto além de informações quanto a prazos de validade e procedência.

Pesquisa avalia a percepção do consumidor quanto a segurança e confiança no produto

As entrevistas foram realizadas com consumidores habituais de pescado da cidade de Sorocaba, SP, totalizando noventa e sete entrevistas

Fonte: Dissertação de Eugênio Vila Keppler apresentada no Curso de Mestrado Profissional em Administração, da Faculdade de Gestão e Negócios da Universidade Metodista de Piracicaba/Unimep, como orientador, o Prof. Dr. Eduardo Spers.

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ARTES MARCIAISCrianças se inspiram nas

O Projeto“JUDÔ PARA TODOS” transformou a vida de mais de 600 jovens. Uma ação social e esportiva que motiva o respeito, a humildade, a lealdade e a cidadania

Responsabilidade Social

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O judô tem como filosofia integrar corpo e mente“Hoje é muito me-

lhor, antes ficava em casa sem fazer

nada, ia para a rua. Agora quando chego da escola eu vou treinar. Além das artes marciais, aprendi que as drogas não levam a nada e com esporte você pode tudo”. O desabafo da estudante Samara Roberta de Souza, 14 anos, é um exemplo de que o esporte pode mudar vidas e realizar sonhos.

Em 10 anos de existência, o projeto “Judô Para Todos”, já transformou e melhorou o estilo de vida de 675 pessoas. O Projeto é um trabalho comunitário, com a proposta de difundir o ensino das artes marciais em comunidades ca-rentes de Itajaí-SC. O Projeto Social é coordenado pela APAJUDAN, Associação de Pais, Amigos do Judô e Dança, que atende hoje 212 alunos, sendo 140 crianças e adolescentes, entre 5 e 14 anos.

O judô tem como filosofia integrar corpo e mente. Sua técnica utiliza os músculos e a velocidade de raciocínio para dominar o oponente. Na academia procura-se passar algo mais além da luta, do contato físico. Para tornar-se um bom

lutador, antes de tudo, é preciso ser um grande ser humano. “Na reali-dade o judô é uma doutrina, que ensina a viver. Quando a criança aprende aqui dentro o respeito, a humildade, ela aprende a ser leal e honesta, e o mais importante: no confronto corpo a corpo, conduz a pessoa a um entendimento entre ela mesma e as outras pessoas. Ela sabe quando começa o limite dela e termina do outro”, explica o idealiza-dor do projeto, o major da Polícia Militar (PM) de Santa Catarina, Marco Antônio Otávio.

Segundo o major, as artes mar-ciais são importantes ferramentas de inclusão social, contribuindo na auto-estima e confiança. Ele coloca algumas perguntas que merecem re-

flexão: “Se as crianças e os jovens não estivessem treinando, estariam na rua, jogando bolinha de gude e soltando pipa. Não sou nada contra, mas para o futuro, que responsabilidade social eles teriam? Qual é o impacto que a rua pode causar? Qual o impacto que eles teriam com a responsabilização e cidadania?” E analisa: “ Eu não vou dizer que ao sair daqui, eles vão se tornar excelentes pais, mas a probabilidade de

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O projeto “Judô Para Todos”, já transformou e

melhorou o estilo de vida de 675 pessoas

Responsabilidade Social

Uma família no judô

Outro caso típico que o esporte pode unir as pessoas é a família Toniolli. Depois que o filho Cayman, 11 anos, começou a freqüentar as aulas, a irmã, a mãe e o pai começaram a lutar também. “O Cayman começou há três anos, por indicação médica. Ele era hiperativo, não parava. O médico indicou o judô. Até agora está sendo muito bom para ele, melhorou muito, em todos os aspec-tos, em casa e na escola. Eu de tanto observar o Cayman lutando acabei tomando gosto. Sempre tive interesse, até que um dia tomei coragem e resolvi participar. Meu marido está há um ano e meio e minha filha também”, comemora Cátia Toniolli, 36 anos.

serem cidadãos corretos é muito maior do que na rua”.

Esporte olímpico de grande pres-tígio e muito disputado, o judô tem no Brasil um “celeiro” de bons lutadores, fazendo o País ser reconhecido e admi-rado internacionalmente, inclusive no Japão, país de origem da arte marcial. Em Itajaí não é diferente.

Além de ensinar o respeito, ho-nestidade e socialização, a academia é uma verdadeira fábrica de campeões. Desde 1998 os alunos já conquistaram 43 títulos estaduais, 18 títulos brasileiros e três títulos sul-brasileiros.”O pódio é uma conseqüência. O mais importe é que essas crianças sejam campeãs nas suas vidas. Com o esporte se cria na criança o senso de responsabilidade”, resume o major da PM, Marco Antônio Otávio.

Para Otávio, que também é sensei (professor), a arte marcial é um dos esportes mais completos que existe. “O judô só perde para natação. Ele auxilia na respiração, circulação e nas condi-ções física e emocional do praticante. A única restrição é que a pessoa não pode ser cardíaca e ter problemas de coluna. De resto a pessoa pode ser magra, gorda, velha ou nova, o esporte aceita todos”, ressalta.

Os três irmãos

Quem vê hoje os irmãos Willian Roberto Pereira, 11, Matheus Roberto Pe-reira, 4 anos e Leandro Ro-berto Pereira, 7 no tatame, não imagina o que era a vida deles antes de participar do projeto “Judô Para Todos”. Estavam sempre pelas ruas e não praticavam nenhuma ati-vidade esportiva. Atualmente eles são exemplos de dedica-ção e amor ao esporte.

Tanto esforço pode ser

traduzido em medalhas. En-tre os irmãos, Willian é um dos destaques do projeto. “Foi através da minha tia que eu conheci o judô. O esporte mudou tudo na minha vida, na escola e principalmente na educação em casa com meus pais. Já ganhei 12 medalhas: uma de prata, outra de bron-ze e o restante de ouro. Hoje estou me preparando para o Campeonato Brasileiro de Judô que acontece no Pará”, conta o judoca entu-siasmado.

Outra façanha de Willian foi levar os irmãos Matheus e Leandro aos tatames e se de-pender do esforço dos dois, os Pereira terão muito do que se orgulhar dos filhos.

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O Banco Central do Brasil através da

Resolução 3.390 publicada no Diário Oficial da União em 08 de Agosto de 2006 acabou com o impedimento que não permitia o acesso ao crédito pelos armadores de pesca.

Em seu artigo 2º a Resolução diz “O beneficiário de crédito de custeio para captura de pescado não está obrigado a associar-se ou manter-se associado à cooperativa ou colônia de pescadores”

Art.3° “O crédito para a pesca artesanal deve ter o vencimento fixado por prazo de até 90 dias após o fim do período de defeso da espécie alvo do pescador”.

O custeio da pesca será financiado através do Crédito Rural uma vez que está

inserido nas normas do Banco Central como custeio pecuário tradicional. Desta forma a taxa de juros é de 8,75% ao ano. O prazo para pagamento é de um ano podendo ser amortizado com pagamento único no final do período, o teto (limite máximo) por beneficiário é de R$ 150.000,00 e a garantia deve ser discutida diretamente com o Banco. Ou seja, o armador que requerer o custeio, tem doze meses para pagar o valor recebido, em uma única parcela, acrescido de juros de 8,75%(ano).

Para quem pretende obter o financiamento, deve procurar o Banco de sua preferência para elaboração de cadastro e abertura de conta e só após este procedimento é que deve dirigir-se ao SINDIPI para elaboração do seu projeto.

Este foi um dos assuntos debatidos em reunião com os representantes da pesca industrial, do Banco do Brasil e a coordenação da Secretaria da Pesca, que estava representada pelo seu Secretário Manoel Xavier de Maria e pelo seu Gerente de Gestão, Claudionor Gonçalves, na sede do SINDIPI.

A reunião cumpriu plenamente o seu objetivo considerando-se que foi o primeiro passo para aproximação do agente financeiro com o setor pesqueiro industrial depois de muitos anos de falta de apoio necessário ao desenvolvimento tecnológico-sem o qual

nenhum setor incrementa sua produtividade.

Foi elogiada pelo setor pesqueiro a atitude do Banco do Brasil, representado pelo Gerente Geral Pedro Paulo da Silva, em demonstrar confiança no setor, chamando para uma parceria permanente através de um tratamento diferenciado na disponibilização dos seus serviços.

O Banco com sua visão macroeconômica vê na cadeia produtiva da pesca o grande potencial econômico gerador de negócios. Providências imediatas como estrutura física e pessoal capacitado para operacionalizar o Crédito Rural já estão sendo tomadas por parte da Agência Centro do Banco do Brasil de Itajaí. Cabe agora ao setor pesqueiro tomar suas providências no sentido de se organizar e somar esforços aos demais setores da cadeia produtiva da pesca para que esta parceria se concretize com a maior brevidade possível e em caráter permanente com objetivo de demonstrar aos agentes financeiros que o setor merece a disponibilização de crédito para a continuidade do seu desenvolvimento.

“Um negócio só é bom quando todos saem ganhando“.

Banco Central Libera Linha de Crédito Para Custeio da Pesca

Crédito pesqueiro

Claudionor Gonçalves (*)

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* Claudionor GonçalvesEngenheiro Agrônomo Msc,Sec. da Pesca de ItajaíGerente de Gestão – [email protected]

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Nas últimas décadas tem se observado o aumento no consumo de pescados, princi-palmente devido a presença de altas concen-

trações de compostos bioativos como os ácidos graxos da família ômega 3 (ω3), sendo os peixes de origem marinha as principais fontes destes ácidos graxos.

As primeiras observações quanto ao valor nutricional dos pescados foram realizadas no início do século XX, quando se relatou que o óleo de fígado de bacalhau exercia ações preventivas e terapêuticas nas carências de vitaminas A e D. Mais tarde, em conseqüência da competitividade exercida pelas vitaminas sintéticas, os óleos de pescado foram per-dendo sua importância. Entretanto, na década de 80, pesqui-sadores relacionaram o consumo de peixes marinhos, ricos em ácidos graxos ômega 3, a efeitos benéficos para saúde humana, como prevenção ao desenvolvimento da ateroscle-rose, hipertrigliceremia, hipertensão, doenças auto-imunes e problemas alérgicos, além de reduzirem significativamente a mortalidade por doenças cardíacas, levando a diminuição do número de infartos, do desenvolvimento de anginas, arritmias e fibrilação cardíaca (Harris, 1999). Além disso, os ácidos graxos ômega 3 são importantes na produção de energia,

desenvolvimento, metabolismo celular e possuem proprie-dades anti-inflamatórias, agindo através da modulação das funções celulares responsáveis por processos inflamatórios. De acordo com Haumann (1998) a ingestão complementar dos ácidos DHA e EPA por pacientes que apresentam artrite reumática mostrou-se eficaz, com redução dos sintomas como dor e inflamação nas articulações.

Os principais ácidos graxos da famíla ômega 3 são os ácidos graxos poliinsaturados eicosapentaenóico (EPA) e docasahexaenóico (DHA). Uma dieta contendo DHA é im-portante na formação de novas células do hipocampo, rela-cionadas com a manutenção do aprendizado. Um decréscimo na ingestão deste composto pode afetar o sistema nervoso aumentando a vulnerabilidade, a depressão e também está ligado ao desenvolvimento de esclerose múltipla. Baixos te-ores de DHA estão associados à demência senil (Alzheimer) e esquizofrenia (Horroks & Yeo, 1999).

Dentre os peixes marinhos, a pescada e a sardinha destacam-se por apresentarem elevados níveis de ácidos graxos ômega 3 EPA e DHA, conferindo-lhe características nutricionais e funcionais apreciáveis. As sardinhas são larga-mente distribuídas entre o cabo de São Tomé (RJ) e o cabo de

Pesquisa

Dentre os peixes marinhos, a pescada e a sardinha destacam-se por apresentarem elevados níveis de ácidos graxos ômega 3 EPA e DHA, conferindo-lhe características nutricionais e funcionais apreciáveis

A importância A importância dos dos peixes peixes marinhosmarinhos na na alimentação alimentação humanahumana

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Santa Marta (SC). A pescada branca, ou merluza, é com-posta por um grande número de espécies de importância econômica, com distribuição difundida predominantemente em águas frias. A pescada do Atlântico, também conhecida como pescada olhuda, encon-tra-se em abundância entre o sudoeste do oceano Atlântico até o Rio da Prata.

Considerando a impor-tância dos ácidos graxos na alimentação humana, foi re-alizado um estudo sobre o perfil lipídico de sardinhas, pescadas frescas e pescadas congeladas como tese de doutorado em Ciências de Alimentos na Faculdade de Engenharia de Alimento na Unicamp.

Os resultados obtidos por Saldanha (2006) mostraram altas concentrações dos ácidos graxos EPA e DHA (Tabela 1). Os valores encontrados para EPA variaram entre 6.8 a 10.7 em pescadas congeladas, 11.4 em sardinhas e 6.2 g/ 100 gramas de lipídios em pescadas frescas. Os teores de DHA obtidos foram de 16.7 em amostras de sardinhas, 18.9 em pescadas frescas e entre 13 e 14.4 g/ 100 gramas de lipídios nas pescadas congeladas (tabela 1).

Variações na composição de ácidos graxos entre os peixes da mesma espé-cie podem ser encontradas uma vez que a concentração dos lipídios presentes é largamente dependente do mês de captura, estação do ano, além da área de pesca. Assim, outros pesquisadores (Silva et al., 1993) estudaram amostras de sardinha e determinaram teores de 7.9 g/ 100 gramas para EPA e de 27.8 g/ 100 gramas de lipídios para o DHA, res-pectivamente. Já Méndez et al. (1992, 1997) avaliaram amostras de pescada e observaram teores de EPA entre 6.3 a 9.4; e de DHA entre 24.7 a 25.7 g/ 100 gramas de lipídios.

*Tatiana Saldanha, Médica Veterinária, Doutora em Ciência de Alimentos,Faculdade de Engenharia de Alimentos da UNICAMP

**Neura Bragagnolo, Profa. Dra. em Ciência de Alimentos do Departamento de Ciência de Alimentos na Faculdade de Engenharia de Alimentos da UNICAMP

g/ 100g de lipídiosFonte: Saldanha, 2006

Peixes Sardinha Pescada fresca Pescada congeladaEPA 11.4 6.2 6.8 – 10.7DHA 16.7 18.9 13 – 4.4

Neura Bragagnolo, Profa. Dra. em Ciência de Alimentos do Depto. de Ciência de Alimentos na Fac. de Engenharia de Alimentos da UNICAMP

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Brasil, um país rico em recursos pesqueiros e com peixes de alto valor nutritivo

Nas últimas décadas as atenções dos médicos e nutricionistas têm se voltado para as possíveis formas de aumento na ingestão dos ácidos graxos ômega 3, sendo importante a implementação do consumo de alimentos que naturalmen-te contenham estes compostos, como os pescados em geral. De acordo com Kin-sella et al. (1990), as quantidades diárias

requeridas destes ácidos graxos variam conforme a faixa etária, sendo recomendada ingestão entre 0.5 a 1,5 g/ dia. Conside-rando as concentrações dos ácidos EPA e DHA obtidas nos peixes avaliados, pode-se concluir que o consumo de pequenas porções de sardi-nha ou pescada, duas a três vezes por semana, satisfaz plenamente as quantidades requeridas para o exercício da atividade bioativa destes compostos.

O Brasil é um país de dimen-sões continentais, com extensa costa marítima e extremamente rico em recursos pesqueiros. Entretanto, a contribuição dos peixes na dieta da população ainda é reduzida, apenas 4.6% em detrimento a outras fontes

protéicas, principalmente devido à falta de informações sobre a importância nutricional destes alimentos. Com uma população de 185 milhões de habi-tantes, torna-se necessário um melhor aproveitamento dos recursos pesquei-ros, cabendo à indústria de pesca aprimorar a divulgação das pesquisas a respeito do valor nutritivo dos pescados em geral, considerando que os peixes como as sardinhas e pescadas, frescos ou industrializados, além de baratos são ótimas opções como fonte dos ácidos graxos ômega 3.

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AUMENTA CONSUMO

de PEIXEem ITAJAÍ

O atendimento àquatro rodas é o destaque do CAMINHÃO DO PEIXE, que vende o pescado nos bairros sem atravessadores

Um hábito pouco co-mum para a maioria dos brasileiros, mas aos poucos vai se tornando

rotina para os moradores de Itajaí-SC, o consumo de peixes. Para tentar mudar esta realidade a SEPESCA, Secretaria Municipal de Aqüicultura e Pesca de Itajaí-SC lançou no final de setembro o PROJETO CAMINHÃO DO PEIXE. Através de um caminhão adaptado, corvinas, cações, anchovas, sardinhas, entre ou-tros peixes, são vendidos pela metade do preço de mercado.

Dona Salete Goulart Alves, 58 anos, moradora do bairro Vila Ope-rária, levantou bem cedo no dia 30 de setembro, um sábado, para conferir a novidade de perto. “É como se fosse uma peixaria sobre rodas. Tudo é muito organizado e limpo, mas o que mais me chamou atenção foi o preço do pescado, bem abaixo do que estou acostumada a comprar”, conta.

Para o aposentado Carlos Anacleto

Capistrano, 56 anos, o caminhão foi uma surpresa. “Não comprei peixe hoje porque não sabia que o caminhão estaria aqui, não estava preparado. O caminhão me chamou atenção e a qualidade do produto também. Na próxima vez vou levar umas corvinas para casa”, relata.

Segundo o secretário da SEPESCA, Manoel Xavier, o preço do pescado é mais barato no caminhão porque o peixe é vendido direto do produtor. A meta é fechar a parceria com o SINDIPI, que ofereceria a logística, eliminando a figura do atravessador e garantindo grande quantidade de pescado. Para fechar o convênio o SINDIPI aguarda a aprovação jurídica e administrativa.

Além do preço mais acessível, o diretor garantiu que o produto é de alta qualidade, atendendo os aspectos sanitários exigidos por lei. “Para dar maior qualidade ao consumidor, o peixe é somente comprado de uma empresa que tenha o Serviço de Inspeção Fe-deral (SIF). Além disso, o CAMINHÃO DO

PEIXE também tem aprovação do órgão sanitário”, ressalta. Silva informa que o projeto vai atender todos os bairros de Itajaí, mas não terá um calendário fixo. “Ele vai funcionar um dia sim, outro não. Este tempo é necessário para seja feita a limpeza e desinfecção do veículo. Todos os bairros de Itajaí serão atendi-dos e a população será avisada com um dia de antecedência”, completa.

Embora recente, a aceitação do projeto entre a população já é grande, prova disso é a quantidade de peixes vendidos. Em apenas dois dias de fun-cionamento, o caminhão comercializou quatro toneladas de pescado, sardinha na sua maioria.”Estou levando corvina, pescada e sardinhas. Toda semana eu compro peixe, o preço está melhor e consigo até levar um pouco mais”, esclarece um morador de Itajaí, João Duarte, 53 anos. Para o itajaiense, além do preço, a aproximação do caminhão facilita o acesso e estimula a comprar e consumir mais peixe.

Caminhão do Peixe

FOTO MARCELLO SOKAL

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Ingredientes* 2 xícaras de brócolis cozido* 2 tomates picados sem pele e sem sementes* 4 filés de peixe (pescada, badejo, cação,

ou qualquer outro filé)* 1 colher de café de sal* 2 colheres de sopa de suco de limão* 1 colher de café de raspas de laranja* 1 colher de chá de manjerona

Ingredientes para o molho* 1 cebola picada* 2 colheres de chá de azeite de oliva* 1 colher de sopa de farinha de trigo* 1 xícara de chá de leite desnatado* 2 colheres de sopa de requeijão light* 1 colher de sopa de queijo parmesão light ralado* 1 pitada de páprica doce

Modo de prepararTempere o peixe com sal, suco de limão, as raspas de laranja e a manjerona e coloque em um refratário. Reserve. Misture o brócolis com os tomates e coloque por cima do peixe.

Peixe com brócolis gratinado

Culinária

A nutricionista Tônia Heusi do Espaço “Pense Magro” trouxe uma receita nutritiva, saborosa e light, um cardápio que fará sucesso entre amigos

MolhoDoure a cebola no azeite e polvilhe a farinha de trigo. Mexa e adicione o leite e o requeijão. Deixe engrossar. Coloque no refratário por cima dos outros ingredientes. Polvilhe com o queijo ralado e a páprica, leve ao forno médio pré-aquecido (180° C) por cerca de 30 minutos, ou até o peixe assar.

Informação nutricionalRendimento: 4 porçõesCalorias: 231 por porçãoProteína: 21 g por porçãoCarboidrato: 10 g por porçãoGorduras totais: 12 g por porçãoGorduras saturadas: 3,6 g por porçãoColesterol: 61 mg por porçãoSódio: 138 mg por porçãoFibras: 4,4 g por porção

AcompanhamentoSalada de broto de alfafa, cenoura cozida, milho e ervilhas frescas. Arroz integral. Batatas à dorê. Salada.

FOTO DANIELA MAIA

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Mensagem

O grande erro da maioria das pessoasO grande erro da maioria das pessoasÉ o de lutar isoladamenteÉ o de lutar isoladamentePelo seu paraíso individualPelo seu paraíso individualQue se torna insustentável.Que se torna insustentável.

Sozinhos somos muito fracos, inseguros.Sozinhos somos muito fracos, inseguros.Um fio de linha ganha uma resistênciaUm fio de linha ganha uma resistênciaSurpreendente, quando entrelaçado com Surpreendente, quando entrelaçado com outros,outros,Amarrados com inúmeros nós,Amarrados com inúmeros nós,Em forma de rede;Em forma de rede;Bem o sabem os pescadores.Bem o sabem os pescadores.

Muitos animais andam em grupoMuitos animais andam em grupoPara se protegerem dos predadores.Para se protegerem dos predadores.

As flores doam-se às abelhasAs flores doam-se às abelhasQue espalham seus pólens, produzem o mel.Que espalham seus pólens, produzem o mel.

A folha cai e fertiliza a terraA folha cai e fertiliza a terraPara as outras plantas.Para as outras plantas.

As células do nosso corpo comunicam-se,As células do nosso corpo comunicam-se,Organizam-se.Organizam-se.

Na natureza, no UniversoNa natureza, no UniversoTudo tem uma estreita relação.Tudo tem uma estreita relação.

Izilda Mª V. ZacarelliCongregação das Irmãzinhas da

Imaculada Conceição/www.ciic.org.br)

A FORÇA DA UNI‹OA FORÇA DA UNI‹O

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