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Os segredos para uma grande carreira na gestão com pessoas – Pág.3 HELOISA MACHADO – TV GLOBO PROFISSIONAL DO ANO DE RH A revista do Grupo LET Recursos Humanos News N 0 7 | Janeiro / Fevereiro | 2008 | Ano 2 www.grupolet.com CURRÍCULOS TUDO o que precisamos saber para entrar com o pé direito no mercado – Pág. 6 EXCLUSIVO TANDE – Como gerir mudanças entre ambientes distintos – Pág. 12 PRIMEIRO EMPREGO O exemplo do Bob´s – Pág. 10

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Os segredos para uma grande carreira na gestão com pessoas – Pág.3

HELOISA MACHADO – TV GLOBOPROFISSIONAL DO ANO DE RH

A revista do Grupo LET Recursos Humanos

NewsN0 7 | Janeiro / Fevereiro | 2008 | Ano 2 www.grupolet.com

CURRÍCULOSTUDO o que precisamos saber para entrar com o pé direito no mercado – Pág. 6

EXCLUSIVOTANDE – Como gerir mudanças entre ambientes distintos – Pág. 12

PRIMEIRO EMPREGOO exemplo do Bob´s – Pág. 10

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“O Advento da Longevidade no Trabalho” – de Miguel Ângelo Baez Garcia – Editora Qualitymark

A ampliação da expectativa de vida gerou um natural aumento do número de pessoas idosas no mercado de trabalho. Com a vi-são própria a um médico (autor), esta obra explica como as rígidas rotinas trabalhistas podem se fl exibilizar para se aproveitar a quali-dade da experiência e conhecimento de pessoas que já passaram dos 50, 60 ou 70 anos. De forma bem didática o livro é um manual para que gestores entendam como se comportam essas pessoas e o que o mercado pode realmente esperar delas.

“S.O.S. Dinâmica de Grupo” – de Abigenor Militão e Rose Militão – Editora Qualitymark

Esta ampla relação de dinâmicas de grupo não tem como obje-tivo apenas orientar Analistas de Recursos Humanos, mas funda-mentalmente qualquer profi ssional que deseja avaliar as condições comportamentais e potenciais de interação de seu grupo de traba-lho, bem como servir de suporte à condução de palestras. “Cami-nhando e cantando”; “A Dança da Laranja” e “Exercício da Nasa” são três excelentes exemplos de dinâmicas efi cazes.

“Como Identifi car a Mentira” – de Mônica Portella – Editora QualitymarkSem ao menos dizer uma palavra a pessoa pode revelar que é

um mentiroso. Atualmente realizando uma série de pesquisas so-bre o tema “Mentira” em seu Pós-Doutorado na PUC-RJ, a autora deste autêntico “guia contra a farsa”, esclarece didaticamente to-dos os gestos, expressões e comportamentos que revelam uma mentira, enriquecendo sua narrativa com exemplos do cotidiano. O leitor também poderá praticar atividades que o ajudem a identifi car uma mentira oriunda de qualquer interlocutor.

Caros leitores,

Sejam bem vindos a um novo tempo em

2008. Vamos passar al-guns meses por um pe-ríodo de turbulência em função da recessão ameri-cana, embora eu sinta que as nossas empresas estão se preparando com tena-

cidade para evitar malefícios. Por isso, em 2008 teremos que arregaçar as mangas com mais cria-tividade para surpreender nossos clientes atuais e futuros. Conquistar espaço será mais difícil; po-rém será uma tentação estimulante para nós.

Dessa forma é importante que as empresas sintam no Grupo LET um valioso suporte em meio à tempestade. Senhores gestores, empresários e líderes: não somos meros fornecedores de ser-viços; somos parceiros de negócios! Queremos estar juntos das empresas também nas horas difíceis, descobrindo meios de melhorar seus processos. Nesta linha, em 2008 vamos, entre outras ações, investir em Medicina e Segurança do Trabalho. Já temos um Técnico de Segurança do Trabalho que vai checar todos os controles para facilitar a vida dos nossos trabalhadores em funções cujo dia a dia possua algum risco.

Para ajudar a quem nos ajuda a crescer, esta edição de NEWSLET esclarece o que é preciso saber sobre um currículo competitivo. Heloísa Machado (TV Globo), Profi ssional do Ano de RH, divide com nossos leitores o que é preciso para se tornar um bom gestor de pessoas. Das quadras para a gestão de pessoas, Tande explica como gerenciar mudança de negócio. Livros da Qualitymark, a autêntica Responsabilidade So-cial do Bob´s e as dicas para quem quer editar seu livro complementam nosso produto cuja ra-zão de ser são vocês!

Boa leitura e um grande 2008 a todos!Joaquim Lauria

Diretor Executivo do Grupo LET

EDITORIAL - PAPO COM O LEITOR DICAS NEWSLET - LIVROS

“Em 2008 mais do que prestadores, seremos parceiros das empresas”

Foto: Alexandre Peconick

EXPEDIENTE

Grupo LET Recursos Humanos

Matriz

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Diretor Executivo: Joaquim Lauria

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Revista

Publicação bimestral– Setembro / Outubro 2007

Ano I – Nº 05 – Tiragem 1.500 exemplares

Jornalista responsável (redação e edição):

Alexandre Peconick (Comunicação

Grupo LET) - Mtb 17.889 / e-mail para

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Diagramação e Arte:

Murilo Lins ([email protected])

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críticas e leia as respostas às suas

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News

Capa: Erik Barros Pinto

INSTITUCIONAL

2 | Janeiro / Fevereiro | 20082 | Janeiro / Fevereiro | 2008

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ENTREVISTA ESPECIAL

H á quase 15 anos Heloisa Machado chegou à TV Glo-bo para participar da con-

dução de um ambicioso e estimu-lante projeto de mudança cultural e estrutural da Emissora. Incluía (e ainda inclui) renovação de lideran-ças, criação de programa de comu-nicação interna e a construção de uma mentalidade de entertainment business com foco em qualidade. Ao lado de Marluce Dias da Silva, Assessora da Presidência, a Direto-ra da Divisão de Desenvolvimento e Benefícios da Central Globo de Pesquisa e Recursos Humanos im-plantou o PGP (Programa de Ges-tão Participativa) que, entre outras formas de atuação, utilizou comitês internos para reformular processos e a produção.

Os sucessos de hoje, frutos do trabalho iniciado em 1993, tiveram infl uência do “líder inspirador” Érico Magalhães, Diretor da Central Globo de Pesquisa e Recursos Humanos. Heloisa conquistou em dezembro de 2007, aos 53 anos de idade, 31 de carreira, o Prêmio de Gestão de Pessoas Luiz Carlos Campos como a “Profi ssional do Ano de RH” con-cedido pela ABRH-RJ.

Casada com seu ex-professor de Desenvolvimento Econômico e Social na EBAPE (Escola Brasileira de Ad-ministração Pública e Empresarial da

FGV), Tjerk Franken e mãe de quatro fi lhos, ela defi ne a turma com a qual estudou e se graduou em Administra-ção e seus mestres como os alicerces de uma sólida carreira. “A turma de 1976 foi uma boa safra de vinho, que cresceu com ambições de participar da construção de um Brasil melhor”, defi ne Heloisa.

Antes da TV Globo, Heloisa atuou no BNDES, onde começou a carreira como estagiária; depois na Casa da Moeda; Interbrás e IBAM (Instituto Brasileiro de Administração Munici-pal). Na TV Globo responde pelas atividades de recrutamento, seleção e

desenvolvimento de RH; comunicação interna; integração e desenvolvimento organizacional; benefícios; programas de qualidade de vida; apoio ao elenco; assistência social e voluntariado inter-no. Não à toa fi gurou em 2006 entre os 10 RHs Mais Admirados do Brasil segundo o site Gestão RH Online.

NEWSLET – Como o RH entrou em sua vida?

Heloisa Machado – Não tinha cla-reza de fazer RH quando estava na faculdade, mas quando entrei no BN-DES (aos 21 anos) assisti a uma pa-

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ENTREVISTA / CAPA

HELOISA MACHADOTV Globo

Os "segredos” da Profi ssional de 2007 no RH do Rio de Janeiro.

Janeiro / Fevereiro | 2008 | 3Janeiro / Fevereiro | 2008 | 3

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lestra de possibilidades de trabalho, momento em que o RH se abriu como opção imediata. Mas precisava ser escolhida para esta área e tive essa sorte.

NEWSLET – Por que você foi eleita a Profi ssional do Ano 2007 em RH no Rio de Janeiro?

Heloisa Machado – Creio que pe-los resultados de um longo processo de “plantio” e “maturação” de idéias e projetos que formam, hoje, um es-copo sólido de trabalho. Tivemos na TV Globo ações importantes que me-xeram com a gestão de competências da empresa e reformularam sua es-tratégia para se trabalhar com valores mais concretos. 2007 foi tempo de co-lheita desses resultados.

NEWSLET – A cultura TV Globo deve realmente ser sempre repensada?

Heloisa Machado – Sim, permanen-temente. Temos uma cultura forte com alguns aspectos já no DNA e outros que precisam ser freqüentemente re-vistos. Temos em nosso DNA a ques-tão da qualidade, a crença no talento e da inovação como fundamentais. Só que temos que repensar o processo de gestão para a produção de conte-údo em multiplataforma - além da TV aberta, pensar em TV fechada, Inter-net, celular etc. A tecnologia nos im-pacta, o nosso cliente se transforma... E temos que nos adaptar para atender a estas novas demandas.

NEWSLET – O tema Responsabi-lidade Social vem ganhando mais força na TV Globo. O RH tem cada vez mais responsabilidade nesse trabalho?

Heloisa Machado – Certamente! Sem o RH envolver o corpo interno da empresa não se faz um bom trabalho

de responsabilidade social fora dela porque os próprios colaboradores da empresa serão seus melhores divul-gadores e realizadores dos projetos sociais. A TV Globo sempre se envol-veu em Responsabilidade Social, mas demos uma acelerada no sentido de refl etir esses projetos internamente. Temos hoje no RH uma estrutura que abre portas a quem deseja ser volun-tário e ter apoio em suas ações.

NEWSLET - Como tem sido o envol-vimento dos líderes da empresa nas ações de RH e qual é o relaciona-mento que você tem com eles?

les. Excelente é ser o melhor em qua-lidade e produtividade. Também deve ser agente de mudanças. Para tal, é necessário que se trabalhe na cultura da empresa, olhando para onde esta-mos indo e criando mecanismos para a adaptação permanente. E fi nalmen-te, o gestor deve ser parceiro de negó-cios: entender do negócio e contribuir para a estratégia da empresa. Um pa-pel não diminui e nem exclui o outros; eles são complementares.

NEWSLET – Conte sua última expe-riência de aprendizado e a aplicação prática deste...

Heloisa Machado – Destacaria um workshop de trabalho com as lide-ranças no jornalismo da editoria Rio. Discutimos o perfi l das lideranças nos aspectos de RH, saindo da pra-ticidade diária do jornalismo-notícia. As lideranças adoraram discutir, por exemplo, “como se cria uma equipe de trabalho coesa” e compreenderam que se trabalharem questões compor-tamentais em seu dia a dia colherão melhores resultados como jornalistas (para si) e para a empresa.

NEWSLET – Quais são os seus maio-res desafi os neste ano de 2008?

Heloisa Machado – Ampliar a nossa atuação como agente de mu-danças com a fi nalidade de prepa-rar a TV Globo para o novo merca-do da TV digital e da convergência de mídias. Outro desafi o será o de estarmos mais próximos das áreas, como parceiro de negócios. Deve-mos entender a demanda de cada um atuando de forma estratégica em pontos nevrálgicos, como mudan-ças culturais, desenvolvimento e re-conhecimento de talentos, sucessão de lideranças, divulgação de macro-tendências, entre outros.

ENTREVISTA / CAPA

4 | Janeiro / Fevereiro | 2008

“O bom gestor de pessoas deve ser, sobretudo,

excelente prestador de serviços, mas também

um agente de mudanças e parceiro nos negócios

da empresa”Heloisa Machado – Trabalhamos muito em comitês e com a crença de que não adianta termos o melhor ma-terial de divulgação se a comunicação interna não se fi zer prioritariamente por meio dos líderes. Com a chega-da da TV digital montamos o Fórum Digital com a participação ativa do Fernando Bittencourt, nosso Diretor de Engenharia e ícone nacional nesta área. Precisamos saber mostrar para a sociedade tudo o que será a TV digi-tal e quais serão os seus benefícios. E isto exige mudança interna. Para esse conjunto de ações o papel das lide-ranças foi fundamental.

NEWSLET – O que é hoje ser um bom gestor de pessoas?

Heloisa Machado – A primeira dica é que um bom gestor tem que ser ex-celente prestador de serviços, porque nós, em RH, prestamos uma série de-

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O mercado editorial de livros tem dado contribuições importantes para aproxi-mar o profi ssional recém

formado do mercado de trabalho, seja provendo-lhe de ferramentas neces-sárias para estar ambientado ou apri-morando as qualidades dos gestores que irão prepará-lo. E dentro desse ni-cho a Editora Qualitymark, parceira do Grupo LET, é uma referência imediata para as publicações de Recursos Hu-manos que incluem a gestão empre-sarial e o empreendedorismo.

De acordo com o Presidente da Qualitymark, Saidul Mahomed, “ao adquirir um livro de RH, um estudan-te agrega muito valor ao que aprende na sala de aula uma vez que ganha a oportunidade de fala a mesma lingua-gem do mercado; a leitura ainda é uma das melhores formas de se investir na própria empregabilidade”, assegura. O maior exemplo parte de grandes lí-deres e executivos de multinacionais, assíduos leitores dos temas abaixo.

“Uma de nossas novidades para 2008 é um manual sobre Investigação

Apreciativa, uma ferramenta podero-sa no processo de implementação de mudanças de forma positiva”, re-vela Mahomed, que este ano também pretende consolidar a promoção de livros e autores nacionais em outros países de língua portuguesa.

Nunca se editor tanto livro de RH como agora. “Os desafi os cotidia-nos exigem leitura”, justifi ca Maho-med. Temas como “Competências”, “Gestão de clima”, “Capital Moral”, “Fazer e acontecer”, “Cargos e sa-lários”, “Proatividade”, “Talento”, “Carreira”, “Treinamento”, “Coa-ching”, “Liderança”, entre outros compõe um leque interessante de fontes que tem trazido muito conte-údo ao catálogo desta editora, que gentilmente cede obras para nosso conteúdo informativo e capacitação de profi ssionais. O Grupo LET irá lançar em breve dentro de sua ma-triz uma biblioteca com tudo o que há de melhor nos conhecimentos de Recursos Humanos. “Estamos muito contentes com esta parceria”, defi ne Mahomed.

Você considera que tem uma boa obra literária para dividir com o pú-

blico e gerar conhecimento? Se quiser publicá-la, eis aqui o passo a passo:- O candidato entra em contato com a editora (www.qualitymark.com.br no link Autores), deixa claro seu interesse e envia seu original para uma avaliação prévia que analisa a clareza na exposi-ção do tema, a consistência do conteú-do e a sinergia com o mercado. - Aprovado o original a editora faz um estudo de viabilidade (se a obra tem bom potencial de venda).- Acerta-se a data do lançamento (Qua-litymark cuida de todos os detalhes de revisão, edição e impressão).- Autor se coloca à disposição da edito-ra para promoção do livro.- Autor recebe 10% sobre o preço do

livro na vendagem.

Janeiro / Fevereiro | 2008 | 5

PARCEIROS LET

QUALITYMARKLivros de RH são ponte para sucesso no mercado

APRENDA A LANÇAR

O SEU LIVRO

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O número de empregos em 2007 (formais e infor-mais) aumentou e esta tendência também deve

se verifi car em 2008. Em contraparti-da o número de candidatos aumenta em proporção bem maior, o que deixa claro a necessidade atual: ser compe-titivo. Essa disputa pela vaga de traba-lho já começa com o currículo, que a cada momento exige mais elaboração e mudanças.

É importante o candidato a um tra-balho em qualquer área ter em mente que um currículo é a sua impressão digital para o mundo. Somente este aspecto demonstra o quanto é grave mentir em um currículo, este, aliás, é o fator levantado por nove entre dez consultores de RH para explicar a eliminação de um candidato em pro-cesso seletivo. Depois de impressão

digital, currículo também é cartão de visitas, devendo expor apenas os dados principais do candidato para aquela vaga específi ca, sem adjetivos e superlativos.

O restante será dito na entrevis-ta. “Nós Analistas de RH pensamos, se alguém mente no currículo o que pode fazer se chegar até a empresa?! E na seleção por competência os mí-nimos detalhes do currículo são iden-tifi cados; por isso é importante, para começar, inserir corretamente data de entrada e saída dos cargos que ocu-pou (ao menos o mês e ano)”, explica Mariana Vazquez, Analista de Recru-tamento e Seleção da Casa e Vídeo (cliente do Grupo LET), uma de nos-sas fontes desta reportagem.

As Analistas de RH do Grupo LET, Silvia Souza (Coordenadora), Gabriela Medina e Gabriela Canella confi rmam

esse raciocínio e acrescentam que um currículo bem elaborado é meio caminho andado para a aprovação do candidato na entrevista, pois es-tas informações ajudam a Analista de RH a preparar perguntas específi cas para aquele candidato já focadas no perfi l do cargo. “O currículo preciso ajuda o recrutador a direcionar a en-trevista, facilitando o casamento entre candidato e vaga”, esclarece Gabriela Medina. Exatamente por isso jamais o candidato deve “disparar” o mes-mo currículo para todas as vagas; ao contrário, deve elaborar um para cada vaga, imaginando que o ato de fazer currículo já faz parte de seu trabalho, praticando-o com disciplina e ética.

Organização, capacidade de sínte-se, auto-conhecimento, ética e simpli-cidade são algumas das ferramentas positivas que um currículo bem elabo-

TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE UM...

CURRÍCULO!

6 | Janeiro / Fevereiro | 2008

MERCADO DE TRABALHO

Olho clínicoNenhum detalhe escapa à análise

da Analista de RH da Casa e Vídeo

(cliente do Grupo LET), Mariana Vazquez

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rado pode revelar sobre o profi ssional que o assina. Porém, não se pode pré-julgar ninguém apenas pelo currículo. “Um currículo pode não estar perfeito e até apresentar problemas, mas às vezes revela um ou dois sinais de que aquele é o profi ssional certo para a vaga que eu quero; nesse caso relevo os problemas e chamo a pessoa ape-nas para conferir os pontos positivos apresentados”, afi rma Silvia Souza do Grupo LET. O que pode ser esse ponto positivo? Foco, objetivo. Se o objetivo da pessoa está colocado cor-retamente, ela acaba de dar um passo adiante.

“Objetivo não é liderar equipes, não é aprimorar conhecimentos, não é in-teragir em grupo, não é ser pro ativo e desenvolver projetos; muita gente coloca isso e entra pelo cano; objeti-vo é tão somente a função, cargo ou mesmo a área específi ca na qual você deseja trabalhar”, orienta Silvia.

Pessoas “bem informadas” ainda não sabem, mas muitas empresas confi am às consultorias o seu re-cebimento, triagem e entrevista de conferência de currículos. No Grupo LET a triagem de currículos abrange três etapas: o recebimento e análise do currículo; a ligação telefônica para confi rmar dados do currículo ou para perguntar algo que não tenha fi cado muito claro e a entrevista pessoal para

bater as informações do candidato e o perfi l da vaga com as informações do currículo.

Analistas de RH admitem que hoje há difi culdades para se achar bons currículos. Mesmo pessoas com exce-lente nível cultural se perdem muito.

“Hoje os gestores têm muito pouco tempo para ler currículos, então que-rem ver os resultados dos candidatos em trabalhos anteriores, que devem ser expressos em frases curtas; como por exemplo: ́ Implantei o Projeto Y na data X pelo qual reduzi durante dois anos em W% o custo da Empresa Z´ ou ainda ´Criei o sistema X que gerou impacto X da empresa, benefi ciando as áreas P e Q que puderam verifi car expansão de seus negócios´”, ensina Mariana Vazquez, que na Casa e Ví-deo valoriza muito um bom currículo também para promoções internas.

A lei da oferta e da procura deve ser pensada por quem envia currículos. Currículos devem ser enviados para empresas ou que oferecem vagas ou com potencial de aproveitamento para o objetivo que você quer. Do contrário, é perda de tempo. Qualquer época do ano é boa para se enviar currículos, porque o negócio das empresas va-ria muito; mas o mês de março é em geral aquele em que se verifi ca maior leitura e aproveitamento desse tipo de documento profi ssional. Sempre que

• Não colocar competências no currí-culo – Isso deve ser verifi cado apenas na entrevista.• Se não for pedido não inserir pretensão salarial e se for pedido procure pesquisar qual a realidade da folha de pagamentos daquela empresa. Colocar um valor bem acima do que aquele cargo paga ou do que aquela empresa pode pagar é fator de eliminação.• Foto em currículo – Não coloque. Salvo se for expressamente solicitado ou para cargos do tipo Recepcionista de Feiras e Eventos, Secretária Executiva e outros nos quais a aparência seja relevante.• Não coloque que tem “inglês fl uente” se você não falar, escrever, ler e traduzir com absoluta perfeição. Isso será checa-do no processo seletivo.• Falta de informações sobre os cargos (descrição do signifi cado e abrangência) e sobre trabalhos realizados.• Erro e/ou incoerência nas datas de en-trada a saída dos trabalhos anteriores.• Repetição excessiva de palavras – de-monstra que você não é capaz de sinteti-zar e de se concentrar.• Currículos coloridos e com fotos des-contraídas – total falta de adequação aos objetivos.• Erros grosseiros de português – gra-maticais, de concordância, de grafi a de palavras – todos são inaceitáveis salvo para um cargo operacional de nível mui-to básico.• Falta de objetividade e/ou de clareza no texto – confunde o recrutador e afasta o candidato da vaga.• Currículos com texto corrido, sem pa-dronização em tópicos.• Erros nas datas• Uso de gírias, de adjetivos e de su-perlativos.

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MERCADO DE TRABALHOMERCADO DE TRABALHO

13 PECADOS NOS CURRÍCULOS – SE LHE

OCORREU ALGO PARECIDO JÁ SABE POR QUE O SEU

FOI ENGAVETADO OU PASSADO ADIANTE...

O momento e o endereço eletrônico corretos para se enviar um currículo por e-mail devem ser cuidadosamente pensados

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puder prefi ra enviar currículos por e-mail ao invés de imprimir e deixar na empresa. Não esqueça de colocar no assunto do e-mail o nome da vaga ou do cargo para o qual está pretenden-do concorrer.

Dois outros pontos fundamentais: primeiro; se você conhece o perfi l da vaga para a qual está enviando o currículo tenha antes a certeza de que preenche exatamente esse perfi l; se-gundo, se sabe o nome da empresa entre no site dela e pesquise seus ne-gócios, sua linha de ação, faça uma autocrítica e veja se você combina com esta empresa.

Mas currículo também é rótulo. Vi-sualmente um bom currículo deve ter uma (ou no máximo duas páginas), ser digitado e impresso em compu-tador, com letra fácil de se ler (Arial, Trebuchet e Verdana são boas famí-

lias de letras), em corpo 12, em preto e branco, com espaçamento de uma linha entre cada tópico descrito.

Estilisticamente deve conter frases curtas, sem abreviações, juízos de va-lor e muito menos erros de português. Por isso, ao terminar de escrever um currículo, peça a alguém com bom nível de erudição para lê-lo pausada-mente e corrigi-lo se necessário.

Muito cuidado na hora de escolher para quem na empresa você envia o currículo. Procure o e-mail ou ende-reço da área de Recursos Humanos desta empresa, principalmente se for de médio para grande porte. “Em boa

parte das empresas o RH tem ampla autonomia sobre admissões e os dire-tores e presidentes pouco tempo têm de se dedicar aos currículos”, justifi ca Mariana Vazquez da Casa e Vídeo.

Mariana explica o foco no currículo de um candidato também é identifi ca-do pelo recrutador ao ler os campos “Experiência Profi ssional” e “Forma-ção”. Conhecer o mercado e entender qual é o perfi l de profi ssional que tem demanda na área dele é o exemplo de um candidato que saberá usar seu foco em um currículo. Como? Se for um candidato à área de vendas ele só vai descrever trabalhos que desen-volveu nesta área ou, se não os tiver, trabalhos cujas habilidades impactem positivamente para esta área. “Da mesma forma no item Formação, se o candidato é da área Comercial deve incluir no currículo apenas cursos re-levantes como Negociação, Técnicas de Venda, Marketing, Varejo, entre ou-tros; não precisa dizer que tem cursos de fotografi a, etiqueta e postura, ou que fez MBA em Direito”, assegura a Analista de RH da Casa e Vídeo.

Esteja você na posição de quem lê ou de quem envia um currículo é inte-ressante ter noção exata do passo a passo de como fazer este documento, com todos os itens descritos em tópi-cos. O início de tudo é o item “Dados Pessoais” que deve conter bem visí-veis, nome, endereço completo, to-dos os telefones pelos quais se pode entrar em contato com a pessoa, data de nascimento e o e-mail que ela mais usa (de preferência diariamente). Mais nada aqui. Esqueça coisas como nú-mero de documentos, nome dos pais e estado civil. O item seguinte “Forma-ção” deve ser preenchido conforme o perfi l da vaga casado com o do candi-dato. Ou seja, se ambos forem de ní-vel superior é desnecessário colocar no currículo o colégio que cursou 1º

8 | Janeiro / Fevereiro | 2008

MERCADO DE TRABALHO

Padrão de qualidadeAs Analistas de RH do Grupo

LET dispõem das mais modernas ferramentas e técnicas para triar,

com velocidade e qualidade, centenas de currículos por semana

É importante saber que um currículo é a sua impressão digital

para o mundo

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e 2º grau. Inclua MBA apenas se for interessante ao cargo que pretende.

Nesse campo é comum o exage-ro de relacionar várias palestras e workshops com medo de ser elimi-nado só por não ter feito uma pós-graduação ou MBA. “Apenas incluam palestras e workshops com temas in-timamente ligados ao cargo pretendi-do”, pede Gabriela Medina, do Grupo LET. Cursos de extensão apenas de-vem ser inseridos se tiverem sido con-cluídos. De acordo com Mariana Vaz-quez, a data dos cursos (dependendo do cargo pretendido) é um fator de triagem, pois irá mostrar se o candida-to costuma se atualizar em sua área.

Em “Experiência Profi ssional”, você pode até dizer que “tem 15 anos de carreira”, mas inclua apenas um re-sumo de suas qualifi cações (da mais recente para a mais antiga) que possa explicar ao RH porque você é um pro-fi ssional adequado para aquela vaga. Se vai usar termos específi cos de sua área, como “auditoria”, “analista”, “press release”, explique em poucas palavras: “auditoria do quê?”, “analis-ta de quê”, “o que é press release?”. Se não tiver experiência naquela área (exemplo: TI - Tecnologia da Informa-ção) deve colocar experiências que demonstrem competências seme-lhantes às de TI.

Crescimento profi ssional. São duas palavras chaves para defi nir um currículo atrativo em uma carreira re-cheada de grandes experiências que se adeqüam exatamente ao cargo que pretendido. “Uma pessoa com amplo histórico de trabalhos no mesmo foco da vaga deve priorizar aqueles que trouxeram crescimento profi ssional a si e a alguém, o que signifi ca apren-dizado, projeção no mercado, encar-reiramento ou promoção”, explica Gabriela Medina do Grupo LET acres-centando que trabalhos pontuais de

prestação de serviços podem ser cita-dos no item “Outras atividades”.

Também polêmica para muitos é a questão de se fazer um currículo competitivo se o candidato está há algum tempo afastado do mercado. Como se sair dessa? Para a Ana-lista de RH do Grupo LET, Gabriela Canella, nem sempre é negativo ter fi cado fora do mercado, mesmo por-que às vezes o motivo é uma mudan-ça de cidade, um acidente sofrido ou uma opção temporária pela materni-dade, entre outros. “Se você esteve fora do mercado é interessante ci-tar o motivo real, além de destacar o que fez durante esse tempo, por exemplo, algum curso ou workshop interessante, cujo conteúdo é impor-tante para a vaga a qual está con-correndo; pois quem recruta busca identifi cação da pessoa com o traba-lho em questão”, justifi ca.

Preencher currículos pela Internet tem sido outra tarefa que ocupa boa parte do tempo de quem está ou não trabalhando ativamente. Os currículos de site têm campos limitados que exi-gem descrição precisa das atividades e atualização constante de dados. Tome muito cuidado para não esque-cer informações básicas sobre os tra-balhos realizados, como descrição de funções e resultados obtidos.

De forma geral um currículo é como um fi lho: deve ser elaborado com cal-ma, carinho, dedicação e plena cons-ciência de seu futuro.

Há candidatos que se mostram com-petitivos com seus currículos. NEWS-LET traz dois deles, captados em pro-cessos seletivos que acontecem no Grupo LET.

Nelson Fernando Henry Luz tem 30 anos é casado, graduado em Ciências Contábeis e no momento desta entrevista concorria a uma vaga de Auditor Fiscal.

“Mesmo estando trabalhando entendo que é sempre importante enviar currí-culos. Tenho um currículo padrão e de acordo com os pré-requisitos de cada vaga eu vou fazendo adaptações para deixá-lo ideal. Envio sempre por e-mail e entro bastante em sites das consultorias de Recursos Humanos para ver o perfi l das vagas. O currículo é a nossa vitrine e temos que dar importância total a ele em um processo seletivo. Sem ele, com tudo certinho, não conquisto a vaga.”

Vivian Rodrigues tem 22 anos é sol-teira, cursa o 3º período de adminis-tração e no momento desta entrevista concorria a uma vaga de Técnico Ad-ministrativo Financeiro.

“Quando estou procurando emprego envio cerca de 20 currículos por mês para agências e faço cadastro em sites de em-pregos. Meu currículo geralmente tem me-nos de uma página e defi ne logo o que eu quero naquela empresa ou naquela vaga. Busco setores fi nanceiros de empresas grandes que exijam o inglês e espanhol fl uentes. Por isso enfatizo minhas com-petências com idiomas. Para conquistar o meu último emprego senti que o currículo bem elaborado foi decisivo.”

ELES SABEM O QUE FAZER COM

SEUS CURRÍCULOS...

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MERCADO DE TRABALHO

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Conhecimentos básicos de etiqueta, higiene, re-lacionamento com o pú-blico, hierarquia e bom

linguajar são legados da rede de fast food Bob´s a jovens que chegam para aprender a lidar com o mundo profi ssional. “Eles buscam seu pri-meiro emprego; nós fazemos mais, lhes damos cidadania; afi nal realizar atividades sociais está em nossa

DNA, ninguém nos verá distribuindo sanduíches, mas sim dando meio aos cidadãos para que eles possam adquirir suas refeições, sua saú-de e sua cultura”, enfatiza Geraldo Gonçalves, Diretor de Recursos Hu-manos do Bob´s, cliente do Grupo LET. A empresa foi em 2007 uma das maiores contratadoras de primeiro emprego do país com a criação de cerca de 8 mil novos postos de tra-

balho, todos com carteira assinada e benefícios.

Para 2008 a tendência é diversifi -car oportunidades no Programa Pri-meiro Emprego, a menina dos olhos desta rede fast food criada em 1952 pelo tenista americano radicado no Brasil Robert Falkenburg. Por isso o RH da empresa assinou um projeto com o Governo do Estado do Rio de Janeiro para aproveitar nas lojas

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CASE – RESPONSABILIDADE SOCIAL

Profi ssionais?! Rede de Fast Food

Bob´s forma CIDADÃOS

OportunidadeA Gerente Cida teve o primeiro emprego no

Bob´s e agora transmite sua experiência

ao jovem Atendente Djavan que também

ganhou nesta rede de fast food a primeira

oportunidade no mercado

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Bob´s jovens que estão em situação de risco nas ruas ou que enfrentam em casa problemas domésticos – pai alcoólatra que bate na mãe, pais doentes, entre outros. “O go-verno recolhe jovens de rua, coloca em abrigos, mas não tem como em-pregá-los; dentro de nossa deman-da de expansão nós faremos isso, incrementando neste ano nossa per-cepção do que a sociedade precisa” revela Geraldo, que está há 18 anos no Bob´s.

Mesmo período em que trabalha na empresa a Gerente do Bob´s Car-refour, Maria Aparecida de Almeida, a Cida, que aos 36 anos é hoje uma das responsáveis pelo treinamento dos novos funcionários. “Tudo o que sou profi ssionalmente devo à em-presa, entrei aqui aos 18 anos, sem nenhuma experiência, mas com mui-ta vontade de crescer e ajudar minha família, hoje o trabalho de abrir por-tas aos jovens me motiva demais, me vejo um pouco neles”, afi rma Cida, que teve 30% do valor de seu curso superior de Pedagogia fi nan-ciado pelo Bob´s. Motivada a evoluir ela já está cursando pós graduação em Gestão de RH.

De acordo com os números da empresa, Cida está entre os 95% de gerentes que tiveram seu primeiro emprego e fi zeram carreira no Bob´s. A empresa não tem head hunter e acredita no desenvolvimento de ta-lentos. Em qualquer uma das quatro lojas que também são escolas-treina-mento duas horas antes da abertura ao público os funcionários passam por dinâmicas de grupo, assistem a vídeo e recebem as tarefas do dia.

Esta rede brasileira de fast food dá ampla fl exibilidade de horário e bene-fi cia seus funcionários com fi nancia-mento de cursos universitários, téc-nicos, cursos de línguas, workshops

e palestras. “Não exigimos experiên-cia, queremos motivação e compro-metimento para formar pessoas que saibam andar no mercado com suas próprias pernas”, esclarece o Dire-tor de RH da empresa que em 2006 foi classifi cada como a 2ª melhor do Brasil para se trabalhar no setor de varejo e supermercados de acordo com o ranking da revista Dinheiro.

E há na empresa a consciência de que nem todos vão fazer carreira em fast food, mesmo porque no encar-reiramento existe uma pirâmide que limita o número de vagas para Moni-tores e Gerentes, cargos logo acima do Atendente. A todo momento há novos grupos de jovens chegando ao Bob´s, alguns deles com difi cul-dades em se adaptar ao cumprimen-to de horários, hierarquias e pres-sões de produção. Eles recebem 30 dias de um paciente treinamento no qual passam por todas as seções da loja (atendimento, caixa, limpe-

za, manutenção de produtos etc). O aproveitamento é sempre superior a 80%.

Um exemplo de desenvolvimen-to humano é o de Djavan Santos de Jesus, de 17 anos, Atendente do Bob´s Carrefour. Há apenas cinco meses na empresa ele revela que o treinamento e o dia a dia de Aten-dente o ajudaram muito a aumentar sua confi ança em si mesmo e o in-teresse pelo trabalho. “Aqui aprendi a tratar bem o público e a ter força de superação; quero fazer carreira e um dia entrar na universidade”, so-nha ele que cursa o primeiro ano do ensino médio.

Outro fator curioso do Programa Primeiro Emprego é que no Bob´s ele não abrange apenas os jovens em idade, mas também os “jovens de espírito”. Algumas donas de casa que nunca tiveram um trabalho formal na vida se descobrem úteis à sociedade após os 50 anos de idade.

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CASE – RESPONSABILIDADE SOCIAL

O Diretor de RH do Bob´s Geraldo Gonçalves revela que em 2008 o Bob´s está ampliando seu programa Primeiro Emprego aos jovens tidos como “em situação de risco”

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No princípio era a frase: “Tá difícil? Bota a bola na ponta que o Tande vira!”. O talen-

to de Alexandre Ramos Samuel, ou Tande, afl orou ainda aos 22 anos, quando ele conquistava a medalha de ouro pela seleção brasileira de vôlei nos Jogos Olímpicos de Bar-celona (1992). Depois vieram outras vitórias no vôlei italiano e na praia – onde foi campeão mundial em 2001. Mas este carioca de 37 anos, casado com a atriz Lisandra Souto e pai de Yasmim (8) e Yago (4), de-senvolveu uma habilidade maior: a de perseguir e superar desafi os.

Hoje ele ouve e se dá muito bem com frases do tipo “desce uma ba-tata doce orgânica com sufl ê de chuchu e fi lé orgânico”. Com um sorriso de orelha a orelha, superou com planejamento e determinação a gestão da mudança de negócios. Dono de três restaurantes (em breve serão cinco e mais uma cozinha es-pecial para higienização de alimen-tos) treinou gerentes com a fi losofi a da prioridade ao cliente. E ainda tem uma academia de ginástica.

Em meio a isso tudo aceita con-vites dos usuais aos exóticos: co-

mentarista de TV, dançarino no gelo, participante de gincanas da Xuxa e muito mais. NEWSLET pede a ele um desafi o mais simples: explicar como fazer gestão da mudança em nível competitivo.

NEWSLET - Qual foi o principal fa-tor para você com tão pouca idade chegar à medalha de ouro olímpica em Barcelona (1992)?

Tande – Sonho, mais união, talento e motivação crescendo no momen-to mais importante da competição. A divisão de tarefas no grupo de Barcelona (1992) era perfeita. Outra coisa: saímos do Brasil sem cobran-ça. O 4º lugar seria título para nós. E fomos além.

NEWSLET - Mas depois disso vie-ram as pressões, ali você apren-deu muito?

Tande – Sem dúvida. Não nos pre-paramos para as cobranças que vie-ram na Olimpíada seguinte (Atlan-ta 1996). Temos que treinar para agüentar pressões. Passei a treinar muito mais. Por isso eu adorava os fi nais dos jogos, aquele detalhe fi -nal, o ponto decisivo. Preparava-me para não deixar o cansaço me abater; ao contrário, aprimorava a minha concentração naqueles mo-mentos. Quanto mais difi culdade mais eu gostava. Em uma empresa o líder deve também saber avaliar com quem ele mais pode contar na hora da difi culdade.

TANDE “Fome de desafi os é combustível para gerenciar mudanças”

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PERSONAGEM

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NEWSLET - Que ensinamentos você trouxa das quadras para o mundo dos negócios?

Tande – A visão estratégica do jogo, espírito de equipe antenado no foco, mas primordialmente o profi ssionalis-mo com disciplina. Se você não tiver objetivo e nele não traçar tarefas e o tempo certo para cumpri-las não vai realizar negócios. E sempre tive mui-to vivo na minha cabeça o estado de alerta para querer planejar o que iria fazer quando parasse de jogar vôlei. Temos que estar em estado de alerta, planejando o próximo passo.

NEWSLET – Fale nos sobre seu aprendizado com a cultura da Itá-lia, onde você morou...

Tande – Trouxe profi ssionalismo extremo. Lá eles te dão todas as condições de trabalhar, te recom-pensam com tudo, mas cobram até o limite. Ninguém se importa em ser cobrado se é bem recompensado. Em alto nível de performance temos que estar acostumados e até exigir-mos ser cobrados.

NEWSLET – Mas você rodou o mundo e também aprendeu com outras culturas...

Tande – Muito. Me adaptei, por exemplo, a não jogar lixo no chão que parece uma coisa incrível, mas aqui no Brasil quase todo mundo joga o tempo inteiro. Aprendi com os orientais uma cordialidade ím-par, você respeitar a pessoa quem quer que ela seja, ocupe o cargo que ocupar. Também aprendi o va-lor de boas parcerias; não adianta eu ser bom demais em algo que faço se quem é meu sócio não me completa ou me atrapalha.

NEWSLET – A constante mudança te ensinou a não deslizar nos ne-gócios? Tande – Com certeza! Adoro desa-fi os! Todas as minhas mudanças fo-ram movidas a desafi os. Quando saí das quadras para a praia, estava sem patrocínio. Corria atrás dos desafi os na maioria das vezes e nunca tive medo deles, ao contrário, sempre tive a gana de combatê-los. O segredo para vencer todos os desafi os está na garra de treinar sempre melhor, sempre com mais vontade.

NEWSLET – Em que momento sur-ge o desafi o de gerenciar um res-taurante?

Tande – Mesmo jogando vôlei pla-nejava a mudança. Se tudo está mui-to bem, esta é a hora para pensar em mudança. Tinha 27 anos quando pensei em assumir um restaurante. Estava no auge da carreira. O ideal para um empreendedor é saber es-colher onde investir, que ele procure se preparar muito antes de entrar no negócio, estudando sobre aquele as-sunto e tendo a sorte e/ou a compe-tência de escolher bons parceiros.

NEWSLET – Como é o Tande com os seus funcionários?

Tande – Dou descontos em plano de saúde e me preocupo com a qualida-de de vida deles, mas cobro profi ssio-nalismo. Fora do ambiente de trabalho adoro ser amigo, bater papo; mas lá dentro o assunto é trabalho. Temos que separar o lado informal do lado profi ssional. Aqui no Brasil as pesso-as em geral misturam o lado pessoal com os negócios. Se você brigou em casa, o problema é seu, não traga isso para o ambiente de trabalho. Seja cor-

dial com o colega de trabalho e deixe problemas em casa.

NEWSLET – Você tem a sua equipe na mão?

Tande – Tenho. A ponto de em um de meus restaurantes as coisas não andavam como eu queria; na cozinha havia alguns empregados “chupa-sangue”, dispensei-os e melhoramos o processo de seleção. Passei a in-vestir em treinamento e em aumentar a versatilidade de todos. Pessoas que faziam uma coisa passaram a realizar três diferentes.

NEWSLET – E o que você faz para fi delizar clientes?

Tande – Ter comida de qualidade é o primeiro ponto. Mas não apenas isso. Uso promoções de fi delização. Na me-tade e no fi nal do ano fazemos sorteios distribuindo bicicletas e laptops. Tam-bém penso no bolso do cliente: cobro aqui o preço de custo por um fi lé orgâ-nico. O lucro vem depois da felicidade dos clientes. Por isso temos nutricionis-tas que explicam valores alimentares para os clientes montarem seus pratos conforme as calorias que podem inge-rir. Nem todos os empresários deste setor têm essas preocupações.

NEWSLET – Como você administra a sua rotina?

Tande – Não tendo rotina. Meu ne-gócio é não fazer sempre as mesmas coisas em um dia; é uma fi losofi a des-de que meus pais faleceram. Prometi a mim mesmo. O que faço depende da demanda do momento. Hoje o res-taurante precisa mais de mim do que a academia? Então fi co lá. Mas só consigo isso colocando pessoas cer-tas para trabalhar comigo.

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PERSONAGEM

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Medo é uma reação na-tural a uma ameaça real, como a de ser seguido na rua ou so-

frer um assalto. Quando este medo tem base em algo que não apresen-ta risco real, surge a fobia. Quando a fobia vem seguida de palpitação, mal estar e dores físicas temos um caso de pânico, ou Síndrome do Pânico.

Cerca de 10% da população mun-dial sofre de alguma fobia; pode ser medo de falar diante dos outros, de avião, de locais com muita gente, de mudanças ou mesmo de usar o elevador. Em geral são pessoas competentes, inteligentes, respon-sáveis e sensíveis. Fobias podem impedir ascensões profi ssionais ou contratações em empresas. Como vencê-las?

Para a Psicoterapeuta Corporal Márcia Bruno, uma das coordena-doras do NUNAP (Núcleo de No-vas Abordagens em Psicoterapia)

quem sofre de alguma fobia deve procurar um psiquiatra que vai lhe prescrever medicamentos para eli-minar os sintomas do problema, mas, também não pode abrir mão de um psicoterapeuta que vai pro-curar eliminar a causa. “Apenas medicamentos minam a imunidade não suprem a angústia da pessoa; é necessário complementar a ação do remédio com uma investigação do histórico familiar, com situações nas quais o paciente vai confrontar seus medos, bem como massagens terapêutica e biodinâmica, além de treinamentos para aprimorar o nível da respiração”, esclarece Márcia.

O processo psicoterapêutico au-menta a pulsação de vida da pes-soa ao trabalhar sua motivação. De acordo com a Psicoterapeuta do NUNAP (www.nunap.com.br), o primeiro passo é melhorar a res-piração, pois a pessoa com medo tensiona sua musculatura e encurta a passagem de ar, o que restringe

seu movimento no mundo e piora seu sono. Há várias formas de reali-zar esse trabalho, como, por exem-plo, usando uma bola de borracha grande na qual a pessoa se deita de frente (ou de costas) para alongar a musculatura do tronco.

Em seguida vem a massagem biodinâmica, uma via de acesso na busca da origem da fobia. “Quem passa pela massagem biodinâmica começa a mudar hábitos alimenta-res, se questionar porque nunca fez coisas corriqueiras como entrar no mar, dirigir um carro, falar a várias pessoas”, revela a Psicoterapeuta.

Conforme a pessoa vai aprofun-dando o tratamento, os sintomas e a raiz do problema que trouxe a fobia gradativamente tendem a ir embora. Tudo depende da força de vontade com a qual ela encara o tratamento, que tem um mínimo dois meses de duração, incluindo oito sessões. O custo é personalizado e deve ser ne-gociado com o Psicoterapeuta.

•Compre um mordedor de bebê (de bor-racha) e comece a morder ritmadamente; isso irá soltar a tensão que fi ca na muscu-latura do maxilar.•Faça regularmente os exercícios de res-piração orientados pelo Psicoterapeuta.•Pessoas com fobias ou com Síndrome do Pânico (SP) devem investir em cami-

nhadas e ginástica. A ginástica libera en-dorfi nas, que são nossos antidepressivos naturais e aumentam nosso bem estar. •Ioga, meditação e massagem de relaxa-mento também ajudam muito a quem sofre de fobias e SP. •Diminuir álcool e cafeína (café, chá preto, chá mate, refrigerantes) é recomendável.

Vença mais esses obstáculos na rotina profi ssional

DEVER DE CASA para os fóbicos

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SAÚDE

FOBIAS, PÂNICO...

A Psicoterapeuta Márcia Bruno

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