Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

32
1 Para você, o nosso melhor prato: educação que forma e transforma. Está servido? em foco Revista Ano 5 Nº 19 dezembro de 2014 www.feuc.br/revista DA CRECHE À PÓS-GRADUAÇÃO

description

DA CRECHE À PÓS-GRADUAÇÃO: Para você, o nosso melhor prato: educação que forma e transforma. Está servido? | Fundação Educacional Unificada Campograndense - FEUC, Rio de Janeiro - RJ http://www.feuc.br/revista

Transcript of Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

Page 1: Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

1

Para você, o nosso melhor prato: educaçãoque forma e transforma. Está servido?

em focoRe

vist

aAno 5 • Nº 19 • dezembro de 2014 • www.feuc.br/revista

DA CRECHE À PÓS-GRADUAÇÃO

Page 2: Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

2

E chegamos ao final do ano de 2014. Dezembro vem sempre com grandes novidades, agenda permeada de compromissos, além de grandes expectativas. Nas famílias, antes do corre-corre do dia que precede o Natal, temos o conhecimento final da aprovação, ou não, nossa e de nossos filhos na escola, na fa-culdade, além da expectativa com vestibular ou outros concur-sos. Sempre mais alegrias e vitórias que nos anos anteriores: é o CRESCER que, até inconscientemente, perseguimos porque faz parte da natureza viva e não temos poder de paralisá-lo.

É, portanto, hora de reflexões, de avaliações, novos proje-tos, promessas silenciosas e sonhos e devaneios. Precisamos e merecemos um amanhã verdadeiramente melhor. Temos, assim, em relação ao AMANHÃ, três opções: a primeira é enfiar a cabeça na areia ou no travesseiro – bem mais con-fortável – e deixar o TEMPO PASSAR; outra é entrar no ritmo e no movimento dinâmico da vida biológica e social e AGIR ATIVAMENTE na construção do próprio trajeto, no da famí-lia, no da escola, no do trabalho e de onde quer que se este-ja; e finalmente última opção, que parece muito apreciada, é “DEIXAR A VIDA ME LEVAR”.

Quando, de forma sensata e equilibrada, corajosa e in-cansável, agimos proativamente, estamos optando por não deixar apenas o TEMPO PASSAR nem A VIDA NOS LEVAR, mas AGINDO ATIVAMENTE e deliberadamente forjando nossa marca em um traçado especial para a nossa história e na direção que a sociedade e o mundo seguem.

Nosso maior sonho é que a imensa Família FEUC – ins-tituidores, dirigentes, professores, funcionários, alunos, co-laboradores e amigos – possa refletir e concluir como cada um de nós é importante, significativo e decisivo no que faz para melhorar o nosso mundo. As nossas atitudes serão, certamente, tênues reverberações para o universo, mas in-deléveis sobre aqueles que estão mais próximos de nós.

Pensemos no crescimento de uma pessoa. Quando está no ventre da mãe, recebe uma alimentação saudável. Tranquilida-de e muito amor farão o bebê crescer e se desenvolver mais e melhor. Nascido, outros tantos cuidados para continuar cres-cendo – em estatura, inteligência e habilidades. Mas, ao chegar a certa idade, geralmente se desliga: um adulto com 20 anos, aparentemente, não “cresce” mais, e é vida que segue...

Em janeiro de 2015 a FEUC completará 55 anos de existên-cia. Já está, portanto, “adulta”. A FEUC é uma pessoa jurídi-ca, uma Fundação privada, e nas suas entranhas e entorno vivem e gravitam milhares de pessoas, físicas e jurídicas, for-mando um grande sistema numa relação simbiótica espeta-cular. Estamos falando de pessoas em geral que têm apreço por ela e dela dependem e influenciam o seu funcionamen-to, o seu crescimento, o seu brilho, os seus frutos. E é por este motivo que, apesar de seus 55 anos, a FEUC continua se renovando, crescendo e se desenvolvendo, transformando vidas, famílias, comunidade local e de municípios vizinhos.

Em 2014, podemos festejar a conquista de novos cursos, a melhoria na qualificação de nossos docentes e discentes, inclusive com aprovação e inclusão da faculdade no PIBID; e ainda melhorias físicas, como a climatização das salas de aula, ampliação e melhorias nos diversos laboratórios e acervo da biblioteca, vibrante participação de nossos professores, coor-denadores e dos universitários no ENADE, as Semanas Peda-gógicas muito bem trabalhadas, o avanço do CAEL no aspecto pedagógico e formação profissional, FEUCTEC conjunta com EXPO X, o acesso ao PRONATEC; no Colégio Magali, impor-tantes avanços e melhorias na administração pedagógica e no espaço físico. Foi um ano muito promissor, com uma intensa e rica vida acadêmica, envolvendo oportunidades de estágios e trabalho, importantes eventos e abertura plena para ativi-dades da comunidade, marcadas especialmente pelas partici-pações da UNATIL, da Orquestra e Coro Ecos Sonoros.

Agora, o mais interessante disso tudo é “a música que está no ar”: entusiasmo, sintonia e o bom momento humano, de forte ambiência harmônica, de satisfação. De sonhos e de vontade de continuar a luta. Luta com trabalho intenso, por uma Educação avançada, pela melhor formação das pesso-as, das famílias e comunidade. O que nos faz revigorados, renovados e energizados: crescendo e nos desenvolvendo, ainda aos 55 anos de vida.

Muitas felicidades em 2015, muito obrigado pela dedica-ção de todos. E que tenhamos novos planos, novas realiza-ções, conquistas, vida intensa, braços e cabeça erguidos e de mãos dadas. Avante, com muita união, vigor e determinação. Continuemos nossa grande obra, com a FEUC na cabeça. ■

Institucional

Natal 2014

Durval Neves da SilvaPresidente da FEUC

Page 3: Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

3

A matéria de capa desta edição surgiu a partir de um exercício para criar o slogan da campanha publi-citária de 2014/2015. Queríamos captar o sentimento que alunos, professores e funcionários cultivam pela FEUC, e saímos em campo. Re-colhemos tantas histórias bacanas que restou reuni-las nas páginas centrais desta revista.

Mas parecia não ter fim, e a cada nova pauta que íamos cobrir, eis que surgiam mais histórias. Como no Dia dos Professores, quando o queridíssimo Mauro Ferreira fez um discurso lindo dirigido aos pre-sentes na festa, ressaltando a qua-lidade das relações profissionais e afetivas que ele vê aqui (leia na co-luna Mundo FEUC).

E aconteceu de novo: presa em um engarrafamento a caminho daqui, onde havia marcado de en-trevistar o ex-aluno de Geografia Demetrius Silva Gomes sobre o trabalho que ele apresentara no Fó-rum de Educação, Ciência e Cultura, imaginei encontrá-lo impaciente e chateado pelo tempo de espera. Mas quem me recebeu foi um cara sorridente, contando da alegria de, por causa do meu atraso, ter podi-do circular e abraçar funcionários, professores e amigos que fez aqui. De novo, estamos falando de afeto.

Mas vamos em frente que há outros assuntos também nessas páginas: balanços da Expo X (feira de ciências do CAEL) e da FEUCTEC (semana acadêmica dos cursos de computação), trabalhos de campo do curso de Geografia, apresenta-ções de bolsistas em eventos do PI-BID fora do Rio e muito mais.

Uma boa leitura e um bom fim de ano a todos! ■

FEUC em Foco é uma publicação impressa e online da Fundação Educacional Unificada Campograndense.

Presidente: Durval Neves da Silva; Diretor Administrativo: Hélio Rosa de Araujo; Diretora de Ensino: Arlene

da Fonseca Figueira; Diretora Superintendente: Mônica Cristina de Araújo Torres; Concepção editorial e

edição: Tania Neves; Reportagem e Diagramação: Gian Cornachini; Periodicidade: trimestral; Tiragem:

5.000 exemplares; Site: www.feuc.br/revista; E-mail para contato: [email protected]

Considerações e opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade

de seus autores, não refletindo, necessariamente, a posição da FEUC.

Erivelto Reis – de garçom a professor de Literatura das FIC e mestre e doutorando em Literatura Portuguesa na UFRJ

Foto: Gian Cornachini

Editorial

Tania NevesEditora

CapaHistórias de educaçãoque forma e transforma

Selecionados irão amostras fora do Rio

Bolsistas viajam paraapresentar seus trabalhos

Festa no Dia do Músicocelebrou a data especial

Evento este ano tevecelebridades da internet

Ecos do que ‘rolou’no evento interdisciplinar

CAEL é muito mais do que o Ensino Técnico

Expo X

Voando com o PIBID

Orquestra faz 20 anos

FEUCTEC

Fórum de Educação

Artigo

Geografia leva alunosa serra e manguezais

16

08

13

28

14

10

24

30

Aula Empírica

ÍndiceFotos: Gian Cornachini

Page 4: Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

4

MUNDO

Na Cidade da Polícia, aprendendo um pouquinho sobre a arte de desvendar crimes

Alunos e professores do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental monta-ram uma nova exposição do Corredor Literário este ano. A Turma da Môni-ca foi homenageada em 2013 e, des-ta vez, a temática escolhida para dar vida à mostra foi “O Pequeno Prín-cipe” — obra do escritor francês An-toine de Saint-Exupéry, publicada em 1943, que narra a história de um pilo-to cujo avião cai no deserto do Saara, onde ele encontra um príncipe que o conduz em uma jornada filosófica. O Corredor Literário ficou exposto de 21 a 31 de outubro no pátio do CAEL, e o resultado final, composto por di-versas pinturas, textos e desenhos de-senvolvidos a partir do livro, foi fruto de um trabalho feito ao longo do ano com as crianças com o objetivo de despertar o gosto pela leitura.

Três alunos do curso de pós-gradu-ação em Língua Portuguesa, capita-neados pelo professor Victor Ramos, tiveram uma verdadeira experiência de CSIs em setembro passado, ao par-ticipar de um seminário e workshop de Fonética Forense nas instalações da Cidade da Polícia, no Jacaré. Victor explica o interesse do tema para uma pós em Língua Portuguesa: “Em linhas gerais, a Fonética Forense tem por ob-jetivo avaliar, em situações de grava-ção ou interceptação telefônica, por exemplo, se a voz de quem fala corres-ponde, de fato, à voz de quem se acha que está falando. Os conhecimentos em linguística, como estudo de pro-sódia, curvas fonéticas, melodia, va-

riantes e coisas assim, são articulados com aspectos da perícia criminal para se chegar a resultados estatísticos”, explicou. Os alunos Juliana Rodrigues, Rodrigo Torres e Diogo Dala atuam como professores de português, sen-do que os dois últimos também são

militares – Rodrigo na PM e Diogo na Aeronáutica. E, mesmo não captan-do todas as manhas do curso, os três consideraram o intercâmbio extrema-mente válido, tanto que levaram os detalhes da experiência para debater com a turma na aula seguinte. ■

Fotos: Gian Cornachini

Foto: Acervo Pessoal

‘O Pequeno Príncipe’ é tema de exposição do Fundamental

Segundo Sonia Folena, supervisora do Ensino Fundamental, o tema da exposição contribuiu para possibili-dades valiosas de trabalhos com os alunos: “Temas como valores, imagi-nação, amor, amizade, entre tantos

outros, enriqueceram nossa prática”, destaca Sonia. “Desejamos contribuir para a formação de um aluno leitor, crítico, participativo, criativo e capaz de compreender as dimensões do mundo em que vive”, ressalta ela. ■

À esquerda, Rodrigo e Victor; acima, Juliana e Diogo

Trabalhos foram feitos a partir de valores compreendidos no livro

Page 5: Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

5

Divulgada a lista dos finalistas do Prêmio FEUC de Literatura de 2014

Já está no site da FEUC (www.feuc.br) a lista dos 40 selecionados para a etapa final do Prêmio FEUC de Literatura de 2014 – 10 na categoria Aluno e 30 na categoria Âmbito Nacional. Mais uma vez foi batido o recorde de participa-

ção na categoria Aluno, com 37 ins-critos (contra 30 no ano passado). Na Âmbito Nacional, o número se man-teve em 534. O resultado final será di-vulgado no site, na segunda quinzena de dezembro, mas os coordenadores

Rita Gemino e Américo Mano tam-bém entrarão em contato diretamen-te com os ganhadores para combinar a entrega dos prêmios de R$ 500 (1º lugar), R$ 350 (2º lugar) e R$ 250 (3º lugar) de cada categoria. ■

Sem delongas, esta coluna ele-geu a improvisada fala do professor Mauro Ferreira, do curso de Letras (Espanhol), como o ponto alto da festa do Dia dos Professores, cele-brada em 15 de outubro passado, na quadra de esportes da FEUC:

“Estou muito emocionado de mais uma vez estar aqui na FEUC, festejan-do o Dia dos Professores. Faz 24 anos que eu trabalho nesta instituição e há uma memória muito sentimental sobre isso. Eu não fiz minha gradua-ção aqui, eu morava em Vasconcelos e passava aqui no finado 815. O pré-dio era bem menor, e eu disse um dia para a minha mãe, que estava comi-go: ‘poxa, mãe, eu deveria ter estuda-do aqui, porque seria tão interessante eu dar aula aqui, seria um grande so-nho’. E esse sonho acabou sendo re-alizado: eu fui indicado por alguém e por alguém e por alguém... Quem me recebeu aqui foi a professora Aliane Vera. E vou dizer uma coisa a vocês: seguramente, quando eu desci essa Rua Lucília com meu primeiro che-quezinho, do Banco Finasa, azul, eu me senti muito feliz! E quando eu estava dirigindo, vindo para cá, pensei assim: ‘poxa, eu trabalho faz 24 anos na FEUC, essa instituição deve gostar de mim, porque eu estou lá até hoje’.

E queria dizer que eu gosto muito desta instituição. E a instituição, ob-viamente, nunca será o prédio, a pare-de... mas as pessoas que estão aqui. Eu

me sinto lisonjeado de trabalhar com pessoas tão importantes, íntegras, honestas, modernas, dinâmicas, aco-lhedoras como vocês. Obrigado”. ■

Fotos: Gian Cornachini

De professor para professores e funcionários

Professores e funcionários festejam o dia 15 de outubro

Valdemar, Arlene e Durval vibram com fala de Mauro

Page 6: Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

6

Novo escritor

Matemática compreensível

Roberto Rivelino, professor do cur-so de Matemática das FIC, lançou o livro “Construções Geométricas

Significativas na Educação Básica” du-rante a XXI Octobermática, que aconte-ceu entre os dias 6 e 10 de outubro. A obra, que é a primeira de outras que ele ainda pretende escrever, é direcionada a docentes e surgiu a partir de uma ex-periência de ensino que Rivelino teve com estudantes do 8º ano da Escola Municipal Evaristo de Moraes, onde também é professor: “Esse livro é a pos-sibilidade de divulgar um trabalho que deu certo através de uma metodologia que destaca o respeito e a cumplicida-de entre professor e aluno, bem como as devidas justificativas, os porquês”, conta ele, que escreveu sobre a impor-tância de contextualizar a Matemática utilizando exemplos do mundo real e da natureza para contribuir com a aprendizagem da Geometria. “Há uma

escassez de professores que escrevem sobre esse assunto, e mais raro ainda quando se trata de construções signifi-cativas, isto é, quando se deve justificar cada decisão tomada”, afirma.

Segundo Rivelino, essa metodologia permitiu aos alunos estabelecer cone-xões entre a Matemática e outras áreas do conhecimento, ajudando-os a de-senvolver uma visão crítica e interpretar melhor as situações cotidianas. A práti-ca pedagógica funcionou tão bem que, de acordo com o professor, o colégio recebeu a maior nota no IDEB entre as Escolas do Amanhã do Rio de Janeiro.

No livro de 144 páginas, o autor discorre sobre conceitos como cons-truções de retas paralelas, perpen-diculares, circunferências, ângulos e bissetrizes. A obra, lançada pela edi-tora Appris, custa R$ 54,00. É possível encontrá-la no próprio site da editora (www.editoraappris.com.br), na Livraria Cultura (www.livrariacultura.com.br) e na Saraiva (www.saraiva.com.br). ■

Professor das FIC lança livro sobre ensino de Geometria com significados

Por Gian Cornachini

Rivelino durante lançamento do livro na XXI Octobermática

Foto: Gian Cornachini

Page 7: Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

7

Crianças dançando ao som da Orquestra e seus solistas, adultos cantarolando as canções executadas – “Tico-ti-co no fubá” e “Aquarela do Brasil”, entre outras – famí-

lias chegando para palestras e atendimentos de saúde. Assim foi o Dia da Responsabilidade Social este ano, em 30 de se-tembro, mais uma vez celebrado pela FEUC em Nova Cidade, levando alguns de seus profissionais para se juntar às promo-toras de educação e saúde da comunidade e suas convidadas.

Dona Elisa Oliveira de Souza, de 84 anos, a Vovó Lili, era das mais entusiasmadas: encantou-se com o espetáculo musical regido pelo Maestro David de Souza, correu para ser a primei-ra a fazer limpeza de ouvido com o cone hindu, com Marília Correa, e ganhou massagem nas costas feita por Nilda Cabral: “Nossa capelinha é pobrezinha, mas é gostosa”, elogiou.

Após proferir palestras sobre verminose e tuberculose, o professor de biologia do CAEL Adalberto Pacheco juntou-se à também professora Maria Laucimar Santana e à aluna Rebe-ca Duarte, do 1º ano de Enfermagem do Pronatec/FEUC, para

realizar testes de glicose e aferição de pressão arterial nos mo-radores. Acompanhando de perto, o padre Rafael Nuñez apro-vava o trabalho. Que, nas palavras da professora Célia Neves, foi um prazer: “É compromisso da FEUC trazer para fora de seus muros as iniciativas que desenvolve ao longo do ano com o intuito de se servir à comunidade onde está inserida”, disse.

A alegria de tocar ao lado de casa

Moradores de um conjunto habitacional ao lado de Nova Cidade, os músicos da Orquestra Marco Batista (tuba) e Tony Márcio Pinto (trombone) não escondiam a satisfação de se apresentar ali. “É uma região em que a oferta de atra-ções culturais é pouca, então todos se sentem prestigiados por um espetáculo assim”, disse Marco. E Tony completou, repetindo a já conhecida filosofia do maestro David: “É em momentos como esse que temos a oportunidade de incenti-var o amor pela música e quem sabe estimular que um novo músico desponte na comunidade”. ■

FEUC e comunidade trabalhando juntas

Dia da Responsabilidade Social teve ações culturais e de saúde

Por Tania Neves

Integração

A promotora de saúde Marília faz limpeza de ouvido em morador

Os músicos Marco Batista e Tony Márcio Pinto

Fotos: Tania Neves

Page 8: Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

8

CAEL

Próxima parada: Febrace e Mostratec

AExpo X contou com duas novidades este ano: a primeira foi a antecipação do evento de novembro para o final de outubro. As-

sim, aconteceu simultaneamente e em clima de muita tecnologia e inovação com a FEUCTEC, a semana dos cursos de Licenciatura em Computa-ção e Sistemas de Informação das FIC. A segunda foi a inserção do Colégio não só na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) — como vinha acontecendo nos anos anteriores — mas também na Mostra Brasileira de Ciência e Tecnologia (Mos-tratec), uma feira internacional que acontece anu-almente em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. E isso graças à qualidade dos projetos apre-sentados pelos estudantes, como explica Carlos Vinícius Nascimento, coordenador do Ensino Téc-nico do CAEL: “Do ano passado para cá, os níveis dos projetos foram ainda melhores que nos anos anteriores. Teve grupos que estavam há três anos aprimorando seus trabalhos. Isso possibilitou que a gente conseguisse escolher mais de um projeto para participar nas duas feiras”, destaca ele.

A Febrace é da Química

Matheus Calixto, Aymée Ninck e Gabriel Mo-reira, ambos estudantes do 3º ano de Química, saltaram do 3º lugar do curso na Expo X de 2013 para o 1º nesta edição. E não pararam aí. O pro-jeto “Fármaco à base de urucum” foi escolhido o melhor para representar o CAEL na mostra da Febrace em março de 2015. O trabalho consiste em utilizar o urucum (fruto que origina o colo-rau) para fabricar um pesticida que repele os in-setos, em vez de matá-los, e um remédio natural para o controle do mau colesterol. O grupo já tinha utilizado o urucum na Expo X do ano ante-

rior para fazer tintas não tóxicas, e desta vez aca-bou aprimorando os estudos com a planta para a criação de novos produtos.

“As substâncias extraídas da casca do urucum mostraram-se tóxicas, e com elas nós elaboramos o pesticida. Já com as sementes, conseguimos ex-trair um líquido e deixá-lo secar até obter um pó, que pode se tornar um comprimido ou ser utiliza-do como tempero”, detalha Matheus. “Não altera o sabor da comida, só agrega cor e ajuda a reduzir o LDL, que é o mau colesterol”, afirma.

Se vencer na Febrace, o projeto garantirá uma vaga na Intel ISEF, feira internacional de ciências e engenharia realizada pela Intel, nos Estados Uni-dos, e destinada a estudantes que ainda não che-garam à graduação. Em 2003, 2006 e 2012, alunos do CAEL conseguiram alcançar uma vaga na feira norte-americana com projetos dos cursos de Edi-ficações, Eletrônica e Química.

A Mostratec é da Eletrônica

“O projeto é fantástico e de altíssima relevân-cia”. Assim define Diógenes Rocha, coordenador de Eletrônica, o projeto “Energia Alternativa Seebeck” (E.A.S.) dos estudantes Rodrigo Paiva e Thaylan de Oliveira, do 3º ano do curso. Apesar de a ideia ter sido concebida apenas em julho, em três meses a dupla conseguiu desenvolver um protótipo vol-tado para a área de energia alternativa e, ainda, garantir uma vaga na Mostratec. O “fantástico” dito pelo professor Rocha se resume na proposta do projeto: gerar energia elétrica a partir do calor dissipado por máquinas como caldeiras e fornos.

Em testes utilizando quatro pastilhas de con-versão de calor submetidas à temperatura de 200º C, Rodrigo e Thaylan conseguiram gerar 7,7 volts — tensão suficiente para ligar pequenas lâmpadas. O próximo passo é submeter as pla-

Dois trabalhos de estudantes do CAEL para a Expo X garantiram espaço em mostras técnicas de feiras em São Paulo e Rio Grande do Sul

Por Gian Cornachini

8

Page 9: Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

9

Próxima parada: Febrace e MostratecDois trabalhos de estudantes do CAEL para a Expo X garantiram espaço em mostras técnicas de feiras em São Paulo e Rio Grande do Sul

cas a temperaturas ainda mais altas para gerar tensão e armazenar energia que mantenha, por exemplo, salas de indústrias com lâmpadas e ven-tiladores ligados. “Temos uma sequência de testes a fazer ainda para poder apresentar os resultados na Mostratec. A gente não quer ir para uma fei-ra internacional e fazer feio. Estamos focados em trabalhar para fazer o melhor”, ressalta Rodrigo, que valoriza a dedicação de estudantes aos tra-balhos para a Expo X: “Os projetos fazem você se empenhar e estdudar mais. Não é só para passar de ano, mas para aprender, disputar e ganhar”.

Ainda que o CAEL tenha o direito de enviar dois projetos para as feiras por ser associado a elas, alguns estudantes estão competindo por fora. É o caso de Phelipe Lima, Gabriel Freitas e Daniel Ferreira, do 3º ano de Eletrônica, que tentam uma vaga na Febrace com a “Central de Monitoramen-to de Águas”, protótipo de um sistema que checa o abastecimento hídrico de residências e gera um alerta, inclusive via internet, do nível da água a fim de economizá-la. “Nosso projeto nasceu em 2012 e cresceu bastante este ano. Mandamos o re-sumo para a Febrace e estamos ansiosos. Quere-mos representar o CAEL lá e dar visibilidade à nos-sa ideia”, conta Phelipe, animado e esperançoso. ■

9

Fotos: Gian Cornachini

Aymée, Matheus e Gabriel irão à Febrace apresentar seus

fármacos elaborados com urucum

Thaylan e Rodrigo tiveram o projeto de energia alternativa

escolhido para ir à MostratecDaniel, Phelipe e Gabriel esperam aceite da Febrace para projeto de Eletrônica

Page 10: Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

10

LIC e BSI

Cinco dias de tecnologia em pauta

A 14ª edição da FEUCTEC, a semana acadêmi-ca dos cursos de Sistemas de Informação (BSI) e Licenciatura em Computação (LIC)

aconteceu paralelamente com a Expo X do CAEL, entre os dias 27 e 31 de outubro, e abordou neste ano a temática “Jogos Eletrônicos e Mídias Digi-tais”. O evento contou com importantes nomes do cenário midiático e tecnológico atual, como o humorista Cezar Maracujá, do canal de vídeos no YouTube “Parafernalha”, e os irmãos Marcos e Ma-theus Castro, famosos por publicar vídeos na in-ternet voltados para o público “nerd”. A FEUCTEC também foi palco de oficinas, minicursos, mara-tonas de programação, além de um concurso de aplicativos promovido pela Microsoft. O espaço ainda contribuiu para revelar trabalhos criativos de estudantes e para juntar amigos em arenas de jogos montadas por expositores convidados.

Copa de Aplicativos

O estudante Carlos Augusto de Carvalho, do 4º período de BSI, é um dos três Microsoft Student Part-ners (MSP) do Rio de Janeiro, uma espécie de por-ta-voz da Microsoft nas universidades. Com o aval da gigante da tecnologia, ele realizou na instituição, para alunos das FIC e do CAEL, a Copa de Aplicati-vos — competição que teve o objetivo de ensinar a criar aplicativos para Windows com a ferramen-ta App Studio, que não exige conhecimentos de programação. “O mercado de aplicativos está em expansão, e saber criá-los é um importante dife-rencial no momento de buscar uma vaga em gran-des empresas”, ressaltou Carlos. Os vencedores da Copa ganharam um Xbox 360 (1º lugar), um Nokia Lumia 530 (2º lugar) e um mouse Microsof mais um livro de desenvolvimento mobile (3º lugar).

Confira as principais palestras e trabalhos de destaques da FEUCTEC

Por Gian Cornachini

10

Fotos: Gian Cornachini

Os espaços da 14ª FEUCTEC foram palco para estudantes dos cursos de computação das FIC mostrarem seus trabalhos, compartilharem conhecimento e inspirarem outros com boas ideias. Carlos Augusto, que é aluno de BSI e um Microsoft Student Partner, ofereceu seis oficinas de criação de aplicativos que não exigiam conhecimentos de programação. Já um grupo de estudantes do

6º período de BSI montou para a FEUCTEC uma máquina que foi uma das principais atrações do evento: o SelfieTec, um totem para autorretratos

Page 11: Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

11

Cinco dias de tecnologia em pautaConfira as principais palestras e trabalhos de destaques da FEUCTEC

SelfieTec

Os alunos Filipe César, Leonardo Silva, Ricardo Correa, Romayne Matos e Thiago Nunes, do 6º período de BSI, lançaram na FEUCTEC um estande para fazer aquilo que mais se vê nas redes sociais: autorretratos, ou melhor, os “selfies”. Oriundo da disciplina de Multimídia, o projeto do SelfieTec surgiu a partir da ideia de criar um totem intera-tivo, somado ao que Thiago classificou como “a cereja do bolo”: “Adicionamos a possibilidade de nossos usuários tirarem as selfies, que registrariam a presença no evento”, explicou ele. Montado com pedaços de móveis em desuso e componentes ele-trônicos emprestados pela FEUC, o SelfieTec ainda foi equipado com um sistema desenvolvido pelos próprios estudantes, contendo informações sobre o evento, como dados sobre os palestrantes. Mas a principal atração, claro, foram as selfies, que eram publicadas na página “SelfieTec” no Facebook. “A página recebeu muitos acessos e curtidas. Todo esse feedback positivo incentivou novas ideias para a próxima FEUCTEC”, destacou Thiago.

Potencialidade da internet

Os irmãos Marcos e Matheus Castro, dois dos palestrantes da semana acadêmica, fazem su-cesso no YouTube com vídeos como a “A Lenda do Herói”, que simulam um jogo com narração cantada, carregada de muito humor “nerd”. O su-cesso dos vídeos foi tanto que surgiu a oportuni-dade de a dupla desenvolver o jogo de verdade, porém com gráficos um pouco mais elaborados e com um diferencial: as músicas do game serão todas cantadas por eles, sempre de acordo com as ações, ininterruptas, e ainda rimando com o humor já conhecido. Mas o projeto só está saindo do papel porque foi financiado por doações co-

letivas pela internet. “Nossa meta era atingir R$ 125 mil. Em 60 dias de campanha no site Catarse, arrecadamos R$ 258 mil”, disse Marcos. “Se você acreditar em seu projeto, as pessoas também vão acreditar e você vai conseguir fazer, porque hoje, com a internet, a gente pode fazer o que quiser”, completou ele, incentivando os estudantes.

Quem também apontou essa potencialidade da internet foi o ator e roteirista Cezar Maracujá, integrante do “Parafernalha”, canal de humor no YouTube. Em palestra na FEUCTEC, ele deu dicas de criação de vídeos e reforçou que a internet é um dos melhores lugares para revelar talentos: “Você não precisa estar na TV para mostrar que é capaz de alguma coisa. Hoje, você tem uma ideia, chama os amigos e faz. Qualquer um pode fazer o que qui-ser, na hora que quiser e jogar no YouTube. E se a galera curtir, continue fazendo”, concluiu o ator. ■

Os irmãos Castro, famosos por vídeos de

humor “nerd” no YouTube, estão desenvolvendo um jogo a partir de crowdfunding, um financiamento

coletivo na internet. No crowdfunding, os projetos têm metas de arrecadação e, se estas não forem alcançadas, o

dinheiro volta aos doadores. Tanto os irmãos Castro quanto Cezar Maracujá, do “Parafernalha” (canal de vídeos de

humor) enfatizaram na FEUCTEC a potencialidade da internet em abrir portas para pessoas desconhecidas colocarem suas ideias em prática e

serem devidamente recompensadas

Uma playlist com todos os vídeos das palestras da FEUCTEC está disponível no YouTube, além de um DVD virtual com materiais de

oficina e fotos do evento. Confira em www.migre.me/nbwpo

Page 12: Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

12

É tradição: a cada formatura das FIC, uma bolsa integral de pós-gradu-ação é sorteada para formandos

que concluíram todas as etapas do cur-so. E, para concorrer, o interessado pre-cisa preencher uma ficha com funcio-nários da Pós-Graduação — que só está disponível durante a cerimônia de co-lação de grau. Depois disso, é só torcer para receber um telefonema com a no-tícia de que a sorte está contigo, como aconteceu em setembro com Andressa Rimes, licenciada em História nas FIC e presente na colação de grau de agos-

to: “Preenchi uma ficha indicando que poderia concorrer a uma bolsa, e que ocorreria um sorteio referente ao cur-so desejado. Nem imaginei que pode-ria ganhar. Felizmente fui contempla-da e assim posso dar continuidade aos meus estudos”, conta ela, que ganhou a bolsa para a pós-graduação em His-tória Social e Cultural do Brasil.

Segundo Gabriela Barbosa, coorde-nadora da Pós e do setor de Cursos Li-vres, esse sorteio é feito para estimular os formandos a não pararem apenas na graduação: “É importante que os alunos reconheçam que devem prosse-guir nos estudos. Na verdade, um bom

profissional, qualquer que seja sua área de atuação, estuda a vida inteira, bus-cando aprimorar seus conhecimentos”, ressalta Gabriela, que é quem faz o sor-teio em seu setor, na presença de duas testemunhas. O nome do vencedor é divulgado, em seguida, para todos no site da FEUC (www.feuc.br).

Apesar de ser oferecida apenas uma bolsa de estudos de 100% para for-mandos a cada cerimônia de colação de grau, todos os ex-alunos das FIC ou do CAEL têm direito a cursar qualquer pós-graduação na FEUC com 50% de desconto. São mais de 20 cursos dispo-níveis, e a duração é de 16 meses. ■

Bolsa de estudo

Da formatura para a pós-graduação

Não perca a oportunidade de concorrer a uma

bolsa da pós de 100% durante a sua formaturaLicenciada em História, Andressa

continua os estudos com a pós

Foto: Gian Cornachini

Por Gian Cornachini

Page 13: Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

13

Começou aqui do lado, com o I Seminário Institucional do PIBID/UFRRJ, em outubro, quando bolsistas de todas as licenciaturas das FIC com projetos no PIBID (menos Pedago-gia) foram à Universidade Rural, em Seropédica, apresentar resultados preliminares de suas pesquisas. O evento foi des-crito pelo coordenador de Matemática, professor Alzir Four-ny Marinhos, que acompanhava um grupo de alunos, como inesquecível: “Eu estava lá, e foi fantástico ver nossos alunos se apresentando, falando de suas pesquisas com a maior proprie-dade, seguros, bem preparados, atuando no mesmo nível que os alunos das universidades federais”, disse Alzir na ocasião.

Bolsistas começam a alçar voos maiores ao participar de eventos externos

PIBID

Passaporte carimbadoDaí a distância cresceu: Isa Carla Gomes e Myla Clara, do 6º

período de Pedagogia, em seguida desembarcaram em Minas Gerais para participar da II Semana da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), apresentando a pesquisa “Leitura e Formação Docente: A experiência do en-contro com a palavra”, orientada pela professora Luiza Alves. Myla também ficou eufórica com a experiência: “A gente sai de uma faculdade pequena e acha que não tem reconheci-mento, mas através da aprovação e receptividade das pessoas você percebe que tem potencial para crescer também”.

Por fim, em novembro, alunos de Matemática foram ao Rio Grande do Sul participar do Seminário Institucional do PIBID da Universidade Santa Cruz do Sul. Milena Rodrigues Barbosa dos Santos apresentou “O Ensino das Estruturas Multiplicati-vas por meio da resolução de problemas”, feito em parceria com Ana Cláudia Cabral da Costa, Siliane Menezes de Almeida França e a orientadora Gabriela dos Santos Barbosa. Já Mar-cos Antônio Carvalho Dias e Alan Monteiro Henriques Silva levaram o trabalho “Jogos como metodologia de ensino para as operações da adição, subtração, multiplicação e divisão”, de autoria deles e de Alexandre Ferreira da Cunha, com orienta-ção do professor Alzir. Marcos Antônio vibrou: “A recepção foi fantástica, reparei que ao fim da nossa apresentação havia um sorriso maior no rosto das pessoas”, disse o estudante do 4º pe-ríodo, comentando que essas atividades têm feito com que ele e os colegas se sintam mais seguros para a futura docência. ■

Por Tania Neves

Alan, Milena e a colega Renata

rumo ao Rio Grande do Sul

Foto: Arquivo Pessoal/Alan Monteiro

As alunas Isa Carla Gomes, Myla Clara e a professora Luiza

Foto: Arquivo Pessoal/Luiza Alves de Oliveira

13

Page 14: Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

14

Trabalhos de campo têm sido um instrumento didático amplamen-te utilizado no curso de Geografia

das FIC para associar a teoria à prática. Em 27 de setembro, a professora Debo-ra Rodrigues, que dá aulas de Geomor-fologia, Pedologia, Climatologia e Car-tografia, levou um grupo de estudantes ao Parque Estadual do Mendanha a fim

de exemplificar no local os conceitos de encosta, planície e inundação, além de identificar os tipos de rocha presentes na serra e constatar a importância da preservação da área para a Zona Oeste. “É fundamental que os alunos de Geo-grafia do Rio de Janeiro conheçam as unidades de relevo e compreendam o espaço em que vivem, porque futura-mente eles poderão levar seus alunos nessas unidades em um sentido de pre-

servá-las”, explica Debora.O Parque Estadual do Mendanha

é uma Área de Proteção Ambiental (APA) localizado no maciço do Gerici-nó-Mendanha, entre a Zona Oeste do Rio e o município de Nova Iguaçu. No espaço, encontra-se uma grande área de mata atlântica preservada, trilhas, cachoeiras e espécies biológicas raras e ameaçadas de extinção. Carlos Dário, geógrafo e gestor do parque, recebeu

Aula Empírica

Da serra para o nível do marCurso de Geografia promove dois trabalhos de campo em lugares distintos: Parque Estadual do Mendanha e

Área de Proteção Ambiental Guapimirim — um formado por altos morros e outro por manguezais

Por Gian Cornachini

Professora Debora explica detalhes físicos e geográficos do

Parque Estadual do Mendanha

No destino final, estudantes aproveitaram para mergulhar

em águas claras e preservadas

Trilha para cachoeira leva mais de uma hora de caminhada entre mata atlântica densa

Page 15: Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

15

Da serra para o nível do marCurso de Geografia promove dois trabalhos de campo em lugares distintos: Parque Estadual do Mendanha e

Área de Proteção Ambiental Guapimirim — um formado por altos morros e outro por manguezais

a equipe da FEUC e a conduziu mata adentro: “Esse lugar representa uma alternativa de lazer gratuita, de alta qualidade e num ambiente de grau de preservação superior à Floresta da Tiju-ca, que é possível observar pelo estágio de regeneração das árvores. A floresta aqui é primária, não teve grandes in-tervenções humanas”, destacou Carlos, que incentiva a presença de visitantes a fim de que o lugar seja mais conheci-do e preservado: “Entre um parque na Zona Oeste e outro na Zona Sul, qual terá mais visibilidade? Por isso, eu faço questão de vir pessoalmente com vo-cês, pois quero que saiam daqui com informações privilegiadas e que tra-gam mais pessoas pra cá, porque a me-lhor maneira de preservar o parque é ter mais presença”, ressaltou o gestor.

Da serra para o nível do mar, um novo trabalho de campo foi marcado para 8 de novembro, desta vez na Área de Proteção Ambiental Guapimirim — uma região de manguezal localizada na Baía de Guanabara entre os municípios de Magé, Guapimirim, Itaboraí e São Gonçalo. Coordenada pelo professor Alexandre Teixeira, que dá aulas de Ele-mentos de Geologia e Morfologia Ge-ral, a atividade buscou apresentar aos estudantes um ambiente distinto em termos de formação de rochas e solos: “Na região do mangue predomina um ambiente de deposição de sedimentos cuja origem é marinha, de rios e de encostas da Serra do Mar. Os rios des-sa região são sinuosos, ou seja, fazem curvas, e a baixa velocidade favorece o deposito de material”, detalhou Ale-

xandre. “E o mangue ainda representa um ecossistema fundamental para as águas da Baía de Guanabara, permitin-do que ela não fique mais degradada, pois funciona como um filtro biológi-co”, completou o professor.

Juliana Fukuda, analista ambiental da Área de Proteção Ambiental Guapi-mirim, conduziu o grupo a uma área de mangue e explicou a importância do lo-cal para a preservação do bioma: “Essa é a área que mantém a Baía de Guanaba-ra viva. Por esses manguezais chegam os últimos rios limpos à Baía. O local

sofre uma pressão industrial e urbana muito grande, mas é daqui que sairão as espécies de animais e plantas para a recuperação da baía e dos mangues da região”, afirmou a analista ambiental.

Para finalizar o trabalho de campo, o grupo ainda visitou o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, em Teresópolis, a fim de verificar a formação rochosa do lugar. Porém, o trânsito na subida da serra e a chuva no parque atrapalharam a atividade, que poderá ser remarcada para um outro momento, de modo que o aprendizado seja completo. ■

A partir de maquete da Serra dos Órgãos, estudantes visualizam formação rochosa

Às margens da Baía de Guanabara, grupo de alunos observa uma área de mangue

Fotos: Gian Cornachini

Page 16: Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

16

Histórias de uma educação que forma e transforma

Elizabeth folheia o livrão “História da minha educação”, no qual registrou sua trajetória escolar, e a partir daí percebeu a mudança que a educação estava fazendo em sua vida

Foto: Gian Cornachini

16

Page 17: Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

17

Histórias de uma educação que forma e transforma

Capa

Pessoas que passaram por aqui ou ainda estão na FEUC revelam as razões

afetivas e educacionais que as fazem se sentir ligadas à instituição

Hora de preparar a campanha anual de divulgação dos cursos das FIC e do CAEL, e começamos a nos per-guntar: o que a FEUC tem de mais importante a dizer

àqueles que são potenciais candidatos a se tornarem seus alunos em 2015? Ora, aquilo que esta revista vem ouvindo ao longo dos últimos anos de um sem-número de entrevis-tados, entre estudantes, pais, ex-alunos, professores, funcio-nários... – que a qualidade da educação aqui recebida e a convivência afetuosa têm sido fundamentais para transfor-mar e melhorar suas vidas e de suas famílias.

E veio o slogan “Educação para fazer seu mundo melhor”. Mas quem melhor conta essas histórias são os que vive-

ram e vivem pessoalmente a experiência. Como Elizabeth Ramos da Silva, do 5º período de Pedagogia, que veio em busca de um curso superior apenas para obter status com-patível com a função que já exercia, de professora de teolo-gia em sua igreja, mas que aqui se descobriu uma verdadeira educadora: “A transformação começou lá no início do curso, ouvindo as professoras Gilda, Dimarina... Mas a ficha só caiu quando escrevi a ‘História da minha educação’, na disciplina da professora Célia, e me dei conta da minha trajetória. Aí vi crescendo em mim um amor enorme pela profissão, e agora sei que quero lecionar e fazer a diferença”.

Hoje com 57 anos, casada há 35, 4 filhos e 4 netos, Eli-zabeth conta que não teve boa relação com os estudos no passado. Estudava por obrigação, achava a escola chata, pa-

rou no ginásio para trabalhar, depois se casou, engravidou... Uma história comum, mas que ganha ares de superação quando a protagonista completa 50 anos e decide se matri-cular no Ensino Médio, na mesma turma da filha mais nova, em um Ciep de Vila Kennedy. “Fiz surpresa para todos, até para o marido. Me arrumei de manhã, botei meu uniforme, e minha filha se espantou: ‘onde vai assim?’. Para a escola, e com você! Ela primeiro reclamou que eu ia fazê-la ‘pagar mico’, mas depois se habituou”, lembra Elizabeth.

Trabalhando a autoestima dos colegas

A turma era a 1001, tida como a pior da escola: cadeiras voavam durante brigas, alunos matavam aula, professores lavavam as mãos... “Só o de Matemática conseguia dar aula e ser respeitado, daí percebi que ele sabia o nome de cada um, falava carinhosamente com todos e cobrava aquilo que dava. Ele me inspirou”, conta Elizabeth, que passou a traba-lhar a autoestima dos jovens colegas de turma, ressaltan-do suas qualidades, e ao longo de três anos conseguiu fazer com que acreditassem no próprio potencial: “Eu os convenci a estudarmos juntos para o Enem. Hoje estão cursando Di-reito, Design, Engenharia... e antes achavam que no máximo iam ter a mesma vida dos pais”, relembra.

Entre leituras de Paulo Freire, Luckesi e outros pensado-res, a estudante de pedagogia agora compreende que exer-ceu ali um papel de educadora, embora sendo apenas co-lega de classe daqueles jovens. E, sabiamente, conclui que

Por Tania Neves

Page 18: Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

18

Capa

Tanto Rosilaine quanto

Valdemar começaram a vida

profissional no comércio, ela

vendendo roupas, ele fritando

hambúrguer – até trocarem os

clientes pelos alunos

Do balcão para as salas de aula

Reflexões sobre questões sociais levaram Rosilaine encarar

docência com outros olhos

Foto: Nilcilene Vieira

mais aprendeu com eles do que ensinou. “Eles não tinham o que eu também não tive quando criança na escola: estímu-lo, professores que se importassem. Quando eu me impor-tei com eles, tudo mudou. Agora, na faculdade, meus pro-fessores me ajudam a ver isso. Encontrei aqui profissionais tão cheios de vigor e amor pelo magistério que me achei definitivamente nesta profissão.

Também foi um professor (de Geografia, formado aqui) que inspirou Rosilaine Souza de Araújo da Silva a vir cursar sua graduação nas FIC. Naquele momento (2000), o que a movia era o firme propósito de romper a realidade em que vivia e mudar o rumo a partir da conquista de um diplo-ma, mas não exatamente ser professora. A única da família a concluir o Ensino Médio, Rosi trabalhava como vendedora de butique para pagar o curso superior, ganhava salário pra-ticamente igual ao valor da mensalidade e usava a carinha de menina para economizar o dinheiro do transporte: ao sair do trabalho, vestia o antigo uniforme da escola pública que lhe franqueava a viagem de ônibus. “Se não fosse assim, eu não teria conseguido fazer a faculdade”, lembra a hoje coordenadora do curso de Geografia.

Após um ano inteiro conciliando butique e faculdade, Rosi conseguiu trocar o comércio pelo trabalho em uma ONG da área de educação. E ali começava a surgir a futura professo-ra: “Foi a FEUC que me proporcionou essa experiência. As-sociada a todo o envolvimento que eu já tinha com as ques-tões sociais, contribuiu para que eu pudesse ter outro olhar sobre a docência”. Em outras palavras, quando escolheu cur-sar Geografia, Rosi queria apenas unir o útil ao agradável: avançar profissionalmente com o diploma de curso superior (virar gerente da butique?!) e adquirir conhecimentos para entender melhor o mundo. Mas, no caminho, foi “escolhida” para mudar também a vida de outros: “Além da formação em si, de cursar as disciplinas, a possibilidade de desenvolver projetos, como o Pré-Vestibular Comunitário que criamos aqui, permitiu que eu fizesse muitas reflexões e finalmente enxergasse onde estava aquela mudança de vida que eu al-mejava”, analisa. Estava no magistério.

O atual coordenador Acadêmico das FIC, Valdemar Fer-reira da Silva, foi outro que procurou a faculdade com o estrito propósito de crescer no emprego que já tinha: o de coordenador de Treinamento e Desenvolvimento do Bob’s, posto a que chegou poucos anos depois de começar a vida profissional ainda adolescente, fritando hambúrguer como contratado temporário. Determinado, Valdemar conquis-tou uma vaga de atendente após o período como extra e foi rumando para o topo: virou assistente de gerente, ganhou

Page 19: Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

19

prêmio de melhor assistente do ano, foi transferido para a loja mais importante e, finalmente, convidado a coordenar o treinamento de atendentes.

No novo setor, Valdemar convi-via com psicólogos, administradores, pedagogos... mas faltavam-lhe ferra-mentas que os outros tinham. “Aí pen-sei: vou fazer faculdade de Pedagogia, preciso ter uma formação superior para continuar crescendo”. Assim ele chegou à FEUC – e você concluirá, no fim da história, que esta instituição é a culpada de o Bob’s hoje ter menos um grande executivo em sua equipe. “Quando comecei a estudar sociolo-gia, filosofia... foi se consolidando o entendimento de que eu não acreditava naquele trabalho que realizava, de treinamento. Aquilo só servia para reforçar a alienação do sujeito, e tudo o que eu estava estudando

apontava para a educação libertadora”.Em conflito, Valdemar foi se aconselhar com a professora

Aparecida Tiradentes. Ela foi simples e direta: “Faça o que seu coração pedir”. Ele fez: pediu para sair, e seu chefe na empresa gentilmente o demitiu. Com a indenização, pagou to-das as mensalidades até o fim do curso e mergulhou nos estudos e em um está-gio. Ao se formar, conquistou ao mesmo tempo uma vaga de mestrado na Fio-cruz, sob a orientação de Aparecida, e um convite para lecionar nas FIC. “Devo aos meus professores daqui essa guina-da, por eles terem me mostrado que era possível, com suas próprias histórias. Para um menino que cresceu sem estí-

mulo e sem sequer ouvir a palavra faculdade, tenho certeza que a vida só mudou por causa do lugar onde fiz a graduação. Por isso digo sempre aos alunos: aproveitem isso”, completa.

Bob’s perdeu futuro executivo,

FEUC ganhou coordenador mais

querido dos últimos tempos

Valdemar: histórias de vida de seus professores mostraram que era possível mudar

Foto: Gian Cornachini

Page 20: Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

20

Capa

‘Bom para mim, melhor ainda para meu filho’

Quando se trata dos colégios, tanto no CAEL quanto no Magali não é raro encontrar pais que trazem seus filhos para cá animados com a experiência positiva vivida por eles pró-prios em épocas anteriores. André Luiz Cabral, de 29 anos, foi aluno do Magali em 1995 e 1996, e diz que as lembranças se renovam a cada vez que ele reencontra velhos colegas de escola que são seus amigos até hoje.

Foi pensando nessa riqueza pessoal que há 3 anos ele ma-triculou o filho Lucas dos Santos Tavares, hoje com 7 anos. “Eu era um aluno bagunceiro, ativo, mas nunca fui incom-preendido. Quis para o Lucas esse mesmo ambiente, em que os valores são aqueles mais importantes, mas não se fica parado no tempo. É assim que eu vejo o Magali”, diz André, apontando ainda outra característica que lhe agrada: o fato de as diretoras, os professores e os funcionários conhece-rem cada aluno pelo nome. “Essa proximidade é muito boa. Eu gostava disso no meu tempo. Se foi bom para mim, vai ser melhor ainda para o meu filho”.

Do Km 32 a Campo Grande, por amor à escola

Gisele de Menezes Bento Silva, de 30 anos, entrou para o Magali aos 3 anos e cursou lá todo o Ensino Fundamental. Considera que teve ótima formação e sempre se sentiu que-rida e cuidada no ambiente escolar, detalhes fundamentais para o bom desenvolvimento de uma criança. Por isso ela le-vou a filha, Alana de Menezes Bento Silva, para estudar lá. “Para ela também foi paixão à primeira vista, num instante estava adaptada e se entendendo com todo mundo”. Mas a felicidade durou pouco, e um ano depois Gisele precisou tro-

No Magali e no CAEL,

pais que foram alunos

dos colégios em décadas

passadas agora levam seus

filhos para estudar e repetir o

que eles consideram que foi

uma experiência positiva em

sua infância e adolescência

car Alana de escola, pois se mudou para o Km 32 da Antiga Rio-São Paulo, em Nova Iguaçu, e o Magali ficou distante. “Ela não gostou, ficou amuada. No começo achei que era só sau-dade e que ia passar, mas depois vi que minha filha estava re-gredindo na socialização, se retraindo, não queria mais ir para a escola. Cheguei a pensar que ela pudesse ter dificuldade de aprendizado, pois não ia bem nas atividades. Aí resolvi fazer um sacrifício e voltar para o Magali”, relata Gisele.

A rotina da família se transformou, pois Gisele passou a levar a filha de carro todos os dias, contando com a sogra ou o marido para buscá-la nos dias em que trabalha à tarde. Mas o esforço conjunto logo foi recompensado: “De volta ao Magali, ela recuperou todo o prazer de estudar e o estímulo também. Agora quer ir à escola até no fim de semana! Va-leu muito a pena. É tranquilizador quando você pode confiar numa escola e ver que seu filho fica bem”, diz Gisele.

Lucas e André: pai quis para o filho o mesmo ambiente

escolar em que se sentia bem

Alana e Gisele: longe de casa, mas perto da felicidade

Page 21: Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

21

‘Bom para mim, melhor ainda para meu filho’

Todos os dias quando entra na FEUC para buscar a pe-quena Maria Antônia, de 5 anos, Bruna Azevedo Pereira Machado Fonseca revive o que ela mesma classifica de a melhor época de sua vida: 11 anos inteirinhos como alu-na do CAEL, de 1990 a 2000. A julgar pelo que acontece no percurso, da portaria até o prédio da Educação Infantil, pa-rece que foi ontem: Bruna vai cumprimentando professo-res, inspetores, serventes... “O mais legal é isso, ver que um monte de gente da minha época continua aqui. E todos eles se lembram de mim”, diz a ex-aluna de Enfermagem.

E foi a formação no curso técnico que conduziu Bruna ao posto que ocupa hoje no Hospital Ro-cha Faria, embora tenha feito também faculdades de Enfermagem e Educação Física – esta graduação, aliás, a trouxe de volta ao CAEL em 2006, como esta-giária de seu antigo professor, Miguel Louro. A ex-aluna conta que, quando sua filha nasceu, ela nem cogitou outro colégio: “Com três meses ela já estava aqui, na creche. E com certeza vai continuar até se formar, como eu. Só não fiz faculdade na FEUC porque não tinha o que eu queria”, afirma Bruna, torcendo para que a atual expansão de cursos da instituição desemboque num grande leque de opções para Maria Antônia no futuro.

Outra que passou recentemente pelo CAEL e já alça voos mais altos é Larrysa de Morais Alves da Cruz, de 18 anos, formada no técnico em Química e estudante de Farmácia na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). A jo-vem valoriza a qualidade do ensino do Colégio, que lhe per-

mitiu ingressar em uma universidade pública: “O CAEL me deu toda a base para realizar o sonho de estar hoje na Rural. Muita coisa que aprendi nas matérias do Ensino Técnico e Regular eu estou usando na faculdade”, afirma Larrysa. “Há colégios que focam só no Técnico e esquecem as matérias básicas, então os alunos chegam muito deficientes em al-gumas disciplinas da universidade. Mas pela base que tive, eu me sinto um pouco em destaque, porque na faculdade consigo entender tudo plenamente”, observa.

Durante sua trajetória no CAEL, Larrysa brilhou em 2013 com um projeto da Expo X escolhido para representar o

Colégio na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), que acontece anualmente na Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista. A jo-vem criou um bioplástico com a pro-posta de identificar a deterioração dos alimentos, alertando as pessoas quan-do o produto está impróprio para con-sumo. “Infelizmente, não ganhei ne-

nhum prêmio na Febrace, porque o projeto ainda não está concluído. Mas foi uma experiência muito boa, e eu quero continuar trabalhando na faculdade com descobertas que ajudem as pessoas. Isso sempre foi o meu objetivo: criar algo para ajudar”, revela Larrysa, lembrando da importância da Expo X para fortalecer o aprendizado: “É uma grande opor-tunidade no Colégio, pois incentiva o aluno a descobrir, a aguçar a criatividade e a curiosidade. A Expo prepara a gente para a vida na universidade, que tem isso de descobrir as coisas e de saber o porquê delas”, ressalta.

“Só não fiz faculdade na FEUC porque não tinha o

que eu queria”

Larrysa: destaque na turma da faculdade por conta da boa

formação no Ensino MédioMaria Antônia e Bruna: caso de amor familiar com CAEL

Fotos: Gian Cornachini

Page 22: Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

22

Capa

A história do professor de Português Erivelto Reis com a FEUC começou muitos anos antes de ele se tornar aluno da graduação em Letras. Desde garoto apaixonado por literatura e poesia, o jovem sempre frequentou os eventos culturais da instituição, onde tinha a chance de conhecer poetas, escritores e outros artistas. Isso nas horas em que não estava trabalhan-do como garçom, profissão que exerceu por 18 anos. Quando a esposa, Regina, o incentivou a apertar o orçamento e fazer uma faculdade, os poetas Primitivo Paes, Américo Mano e Rita Gemino lhe asse-guraram que o lugar certo era a FEUC, apesar de ele ter a possibilidade de uma bolsa integral em outra instituição.

Erivelto veio, abriu seu coração so-bre o desejo imenso de cursar a gra-duação, lembrou que era assíduo nos saraus da instituição e acabou obten-do um bom desconto. Assim sua vida começou a mudar: “Eu não tinha mais tempo a perder, então a questão que me movia era ter um bom aproveitamento no curso. Todos os professores que tive aqui foram muito generosos comigo, porque me disse-ram a verdade: o que não estava bom era corrigido, e eu ti-nha que fazer de novo. E é assim que procuro agir com meus alunos, entendendo as dificuldades que têm como trabalha-dores, mas sendo firme ao exigir qualidade, pois essa marca

da FEUC já existia antes de mim e continuará depois”.O professor ressalta também o carinho dos funcionários:

“No meu primeiro dia de aula, a Andreia me levou até a sala, porque eu não estava entendendo aquele negócio de bloco. Isso é muito legal: aqui todo mundo ajuda, a gente é prepa-rado para competir fora daqui, mas dentro há cooperação, uma humanidade muito grande”.

Erivelto criou para si uma espécie de personagem: o pro-fessor de suspensórios. E conta que se tornar docente foi um processo ela-borado em sua formação: “Eu assistia aulas pensando em como daria aulas, porque me prometi que só seria gar-çom até as vésperas da minha formatu-ra. Fui pegando, de cada professor que eu admirava, alguma coisa, e testando à minha maneira quando tinha que apre-sentar trabalhos lá na frente. Recomen-do isso como treinamento”, diz.

A promessa foi cumprida. Com colação de grau marcada para o dia 28 de dezembro de 2009, Erivelto se despediu das bande-jas no dia 23 de dezembro. E em 2010 se tornou professor da própria FEUC: “Continuo pensando do mesmo jeito e tendo os mesmos sonhos de quando era garçom, só que agora esta casa me deu ferramenta para realizá-los. Fiz um curso superior para fazer escolhas superiores e não para ser superior a ninguém”.

A vida que muda a vida da gente

Conhecedores das

dificuldades de conciliar

trabalho, estudo e

jornadas domésticas,

porque também

passaram por isso,

professores são mais

generosos com alunos,

sem abrir mão da

qualidade da formação

“Procuro agir com meus alunos

entendendo as dificuldades que têm como trabalhadores”

Professor Erivelto: paixão por poesia e livros o fez trocar as

bandejas pelo quadro e giz

Page 23: Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

23

E mesmo quem só conheceu a FEUC na hora de fazer a pós-graduação sente um clima diferente. Ainda mais quando é trazida por uma declarada admiradora da instituição. Que o diga a professora de artes Alexandra Fernandes da Silva, que na pós em Libras é aluna de sua vizinha e incentivadora Maria José Brum. Formada no Ensino Normal e em Artes Plásticas, ela passou a se interessar por Libras devido ao convívio com Maria José e sua irmã Lili, que é surda. Alexandra fazia uma pós em Libras a distância, mas não estava muito satisfeita. Quando soube que a FEUC abriu uma, presencial, correu para cá: “Só de saber que a Maria José seria professora, não tive a menor dúvida. Depois conheci o professor Victor Ramos, aí o círculo se fechou. Os dois são maravilhosos, instigam a turma a querer aprender mais”, diz Alexandra.

Formada em Pedagogia pelas FIC, Maria José se especia-lizou em Libras fora daqui e dá aulas da disciplina na gradu-ação e na pós. Ela acabou de concluir mais uma pós sobre o tema na UFRJ (Interpretação e Tradução de Libras) e está se candidatando ao mestrado na UFRJ. E quer fazer do curso de especialização da FEUC uma referência no tema: “O curso aborda mais teoria, mas quero unir com a prática, levar para a proficiência do aluno. Seria um sonho realizar algo grande assim nesta instituição, que eu amo de paixão!”.

Na propaganda, a alma da FEUC

O estudante Renato Paulo Gomes de Souza traçou um paralelo tão interessante entre suas conquistas profissio-nais e a formação recebida aqui, que uma das frases de sua entrevista foi parar nos outdoors de publicidade da faculda-de: “Cada vez que retorno à FEUC, mais portas se abrem para mim, na vida profissional e nas relações humanas”. Ele se referia à rápida inserção no mercado de trabalho após se formar em Química no CAEL, em 2001, e a recente conquis-ta de um estágio em docência e a participação no PIBID, agora que cursa Ciências Sociais nas FIC.

Após quase 15 anos atuando como técnico em várias in-dústrias no Rio, numa carreira vitoriosa que o levou ao atual posto de chefe substituto em Bio-Manguinhos, na Fiocruz, Renato decidiu que era hora de voltar aos bancos escolares para dar uma guinada na vida profissional: “A formação de técnico me deu um bom emprego, minha própria casa, uma vida confortável. Mas chega uma hora que você quer outros desafios, e me lembrei de como eu gostava da área de Ci-ências Humanas, daí decidi fazer faculdade. Para mim, não poderia ser em outro local senão na FEUC”, diz.

Por ter um bom emprego na Fiocruz, Renato conta que já ouviu críticas sobre sua escolha, gente que lhe diz que ja-mais ganhará o mesmo como professor. Ele rebate: “Meu projeto é de longo prazo, conciliar as duas coisas por um tempo, até poder viver só do magistério. Vou chegar lá. O que eu não vou é mercantilizar tudo e deixar de fazer o que sei que me realizará”, afirma o estudante, que se vê no futu-ro trabalhando com educação de jovens e adultos. ■

Renato: Química no CAEL e Ciências Sociais nas FIC

Alexandra e Maria José: amigas e vizinhas se encontram como aluna e professora na pós

Fotos: Gian Cornachini

Page 24: Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

24

O tema “Educação e ousadia: teoria e prática em projetos emancipatórios”, do XVII Fórum de Educação, Ciência e Cultura, teve o mérito não apenas de proporcionar palestras e apresentações de altíssimo nível, mas também o de reunir um público atento e interessado em discutir as delica-das questões que cercam o fazer pedagógico – e que são, naturalmente, instigantes e envolventes.

Na palestra de abertura, a doutora em Educa-ção Daniela Patti – que foi coordenadora de Peda-gogia das FIC entre 2005 e 2008 e hoje é vice-dire-tora da Faculdade de Educação da UFRJ – elencou uma série de ousadias indispensáveis nesse cam-po, entre elas a de defender uma educação de-mocrática, pública, laica, inclusiva e ética. Alunos e alunas participaram ativamente do bate-papo, levando dúvidas e exemplos de seu dia a dia como professores ou estagiários, de modo geral sinto-nizados com a mensagem positiva da palestran-te: “Quem escolhe ser professor vai ser afetado pela realidade do aluno e vai também afetar. O cenário é difícil, mas é importante deixar claro ao

Ecos do Fórum

Em pauta, as ousadias necessárias à educaçãoPor Tania Neves aluno que ‘eu me importo’, embora essa relação

afetiva não implique em deixar de ter critério e um certo distanciamento crítico”, ensina.

Dividindo a mesa com ela, Leandro Tartaglia, mestre em Geografia pela UFF, abordou um exem-plo concreto de ousadia em educação: as oficinas de grafite que desenvolve com alunos do Colégio Pedro II, onde leciona. É a partir desse mapeamen-to da arte urbana presente nas paredes e muros da cidade que o professor captura a atenção de seus alunos para discussões mais profundas sobre ter-ritório, uso cultural e político do espaço urbano e outros temas da disciplina: “A escola tem esse pa-pel, de estimular a discussão sobre cidadania”.

A tarde foi reservada para apresentações de vi-vências e trocas de experiências. Na Sala de Vídeo da Biblioteca, alunos e alunas falaram de suas pesquisas de Iniciação Científica em andamento e os projetos que começam a desenvolver no PIBIB. E no Auditó-rio aconteceram as “Práticas pedagógicas para uma nova formação docente”, com relatos de resultados de projetos realizados tanto por estudantes e pro-fessores da casa quanto por convidados (cobertura completa no link http://migre.me/nb7Ip).

Encontro acadêmico interdisciplinar do dia 1º de novembro foi rico em reflexões e trabalhos apresentados por alunos, professores e convidados

Após breve reformulação em seu projeto inicial, a Khóra: Revista Transdisciplinar já está novamente no ar, e foi apresentada ao público pelo professor Flávio Pimentel. A publicação científica eletrônica dos cursos de Ciências Sociais, Geografia, História e Pedagogia tem periodicidade semestral e pode ser acessada em http://www.site.feuc.br/khora/index.php/vol. Está aberta a submissões de artigos inéditos; sinopses e resenhas; capítulos de teses, dissertações e monografias; entrevistas, relatos e projetos, entre outros textos científicos. O número de estreia contém dois dossiês temáticos: “Perspectivas da educação pública do RJ: construindo caminhos para além da educação como mercadoria” e “Transformações sócio-territoriais em Campo Grande”.

ESPAÇO RESERVADO PARA A PRODUÇÃO CIENTÍFICA

Page 25: Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

25

Em pauta, as ousadias necessárias à educação

Formado em Geografia pelas FIC, Demetrius leciona em dois colégios do Estado e cursa o mestrado no Cefet-RJ

Foto: Gian Cornachini

Encontro acadêmico interdisciplinar do dia 1º de novembro foi rico em reflexões e trabalhos apresentados por alunos, professores e convidados

Mergulhado em estudos sobre território e mani-festações culturais no campo da música, o ex-aluno de Geografia Demetrius Silva Gomes apresentou no Fórum o seu trabalho “O pagode da década de 90, um estudo sobre a imagem do negro na mídia”, feito este ano para a Semana da Cultura do Cefet, onde ele cursa o mestrado em Relações Étnico-Ra-ciais. O tema da dissertação de Demetrius, porém, é outro: “Diálogos entre Milton Santos e Os Racio-nais”, em que traça um paralelo entre a produção artística do grupo musical e os ensinamentos do geógrafo sobre o diálogo entre o local e o global, mostrando que o lugar sempre reproduz o que acontece no mundo: “Apresentei os dois temas para a Semana Cultural, o da minha pesquisa de mestra-do e o outro sobre o pagode, mas preferiram que eu desenvolvesse o do pagode”, conta Demetrius.

O interesse, ele percebeu, teve a ver com o ine-ditismo da proposta: ao iniciar a pesquisa, consta-tou não haver trabalhos acadêmicos relacionando a presença do negro na mídia com os ritmos mu-sicais que entram e saem de moda, como foi o pa-gode nos anos 90. “Houve uma avalanche midiáti-ca explorando a imagem dos negros: por exemplo, quatro periódicos se dedicavam exclusivamente ao pagode e todo programa de TV com atrações artísticas sempre tinha um grupo de pagode e muitos convidados negros. Foi o pagode perder protagonismo e os negros sumiram da TV de uma hora para a outra”, diz Demetrius, que pensa em adotar o tema num futuro doutorado.

Já a pesquisa de mestrado, relacionando Milton Santos e Os Racionais, Demetrius conta que sur-giu de sua monografia de fim de curso nas FIC, orientada pela professora Regina Celi Pereira. “Saí daqui com um projeto redondinho e passei em primeiro lugar para o mestrado no Cefet”, lembra o ex-aluno, não economizando elogios à orien-tadora e aos demais professores de seu curso: “A Regina foi fantástica, e toda a formação que recebi aqui em nada fica a dever às grandes universida-des. Sei disso porque convivo com os egressos de-las no mestrado e em outros ambientes”.

Page 26: Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

26

Ecos do Fórum

Daniela Patti conta que matutava um tema para desenvolver em seu pós-doutorado, em 2010, quando “caiu a ficha” de algo que esteve o tempo todo na sua frente, no período em que atuou na FEUC: a criação do Programa Universidade para Todos (ProUni). “Como esta política pública teria impactado na vida dos primeiros bolsistas após o término de seus cursos?” – ela se perguntou. E saiu em busca de respostas.

Foi assim que a professora definiu sua pesquisa de pós-doc na Fundação Getúlio Vargas, na linha de Políticas para o Ensino Superior – “O ProUni e o acesso ao Ensino Superior: estudo introdutório sobre os usuários do programa na Zona Oeste do município Rio de Janeiro” – com o objetivo de avaliar os impactos daquela política pública voltada para a inclusão no ensino superior privado de alunos que, sem ela, não teriam a chance de cursar a faculdade.

Daniela escolheu duas IES de Campo Grande para seu estudo, uma delas a FEUC, e buscou ouvir bolsistas que ingressaram em 2005 e 2006 (os dois

primeiros anos do ProUni) e se formaram entre 2008 e 2009. A maioria absoluta dos entrevistados relatou mudanças positivas: “Entre outras coisas, passaram a ter um trabalho melhor e mais bem remunerado, serviram de estímulo para parentes e amigos também fazerem faculdade e amplia-ram seus horizontes sociais”, afirma a professora,

reforçando sua convicção de que o ProUni é uma política vitoriosa. E ela contesta os que tacham o programa de neoliberal, por destinar di-nheiro público para a edu-cação privada: “Esse dinheiro não é retirado da universi-dade pública. E, mesmo que

fosse usado para reforçá-la, provavelmente não atenderia a esse aluno que o ProUni atende, o alu-no trabalhador, da periferia, que quase sempre só consegue estudar à noite e perto de casa”.

O resultado da pesquisa de Daniela será lançado ano que vem no livro “Democratização e acesso à educação superior: o ProUni em curso”, que reú-ne diversos trabalhos realizados sobre esta política pública de educação em várias partes do Brasil.

Pesquisa será lançada

em livro em 2015,

com outros trabalhos

sobre o ProUni

Foto: Tania Neves

FEUC inspirou o tema do pós-doc

Daniela na Faculdade de Educação: ProUni melhorou a vida dos destinatários da política

Page 27: Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

27

Explorar o estudo da Geografia a partir das manifestações culturais enraizadas nos territórios é a proposta das pesqui-sas desenvolvidas por esses dois jovens mestres que vieram à FEUC debater seus trabalhos com nossos licenciandos. Leo-nardo de Castro Ferreira e Leandro Tartaglia são o mais per-feito exemplo do “professor que se importa”, delineado por Daniela Patti em sua palestra: aquele que ouve o aluno, pene-tra em seu universo e extrai daquela realidade subsídios para problematizar as questões de sua disciplina, fazendo da prá-tica de ensino uma oportunidade de produzir conhecimento em conjunto com os alunos. Ambos transformaram suas dis-sertações de mestrado em livros – que vale a pena conhecer. ■

Dois lançamentos

editoriais

TERRITÓRIOS DO FUNK CARIOCA: DO CIRCUITO MARGINALIZADO AO ESPE-TACULARIZADO, de Leonardo de Castro Ferreira. Editora Multifoco/Mil Palavras. R$ 45. A publicação pode ser adquirida em www.editoramultifoco.com.br.Conduzindo-se pela ordem espacial, o autor levanta uma discussão sobre a dinâmica de produção/apropriação dos territórios do funk carioca. Trata-se de uma obra de referência para a renovação do pensamento a respeito da geografia, que parte do marco teórico da chamada geografia marginal e

outras geografias, com o propósito de trabalhar a música como expressão sociocultural e que também interfere na organização dos territórios.

GEOGRAFFITIS: UMA LEITURA GEO-GRÁFICA DOS GRAFFITIS CARIOCAS, de Leandro Tartaglia. Editora Multi-foco/Luminária Academia. R$ 40. A publicação pode ser adquirida em www.editoramultifoco.com.br.Partindo de sua trajetória de grafiteiro e o desejo de aliar a geografia com as ma-nifestações artísticas, o autor desenvolve uma envolvente reflexão sobre a origem do grafite e o modo como ele se inscre-ve no dia a dia da cidade e das pessoas.

Leandro apresenta o grafite como uma das mais relevantes manifestações cul-turais urbanas dos últimos 20 ou 30 anos, destacando a espontaneidade de sua linguagem e sua função no uso político-cultural dos espaços.

ORGANIZAÇÃO DOS TERRITÓRIOS PELA MÚSICA O USO POLÍTICO-CULTURAL DOS ESPAÇOS

Foto: Divulgação Foto: Divulgação

Page 28: Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

28

Música na FEUC

Orquestra e coral em ano de festa

Grandes comemorações marcaram 2014 na FEUC, a começar pela Universidade Aberta à Terceira Idade Professora Leda Noronha,

a UNATIL, que completou 20 anos em agosto. Aos 20 chegou também a Orquestra da FEUC, e o Coro Ecos Sonoros — reorganizado e de volta à ativa em 1999 — celebrou seus 15 anos de muita voz. A festa de toda essa trajetória artística na FEUC não poderia ter sido de outra maneira ou em data di-ferente: em 22 de novembro, Dia do Músico, a Or-questra e o Coro Ecos Sonoros promoveram um concerto especial de aniversário, que contou com mais de 10 músicas no repertório, apresentação de dança, participação do coral da UNATIL e um reencontro com ex-coralistas.

A Orquestra da FEUC foi formada em 1984 pelo maestro Manoel Messias. Hoje, é regida pelo ma-

estro David de Souza e integrada por mais de 40 músicos, entre professores, estudantes, ex-alu-nos e membros da comunidade. Já participou de diversas apresentações e conquistou títu-

los e troféus em diversos concursos e festi-vais. Recentemente, foi inserida entre

as 10 melhores bandas civis do estado do Rio de Janeiro por meio de um concur-so realizado pela Associação de

Bandas de

Música do Rio de Janeiro (ASBAM). Já o Coro Ecos Sonoros, que teve como primeiro regente Mário Pinheiro, foi reorganizado em 1999 pelo maestro David, após um longo período sem atividades. Desde então, recebe candidatos para integrá-lo que tenham, segundo o maestro, um mínimo de percepção musical. O coral registra ainda uma lista de diversas apresentações em outros estados e fora do Brasil, como Bariloche e Córdoba, na Argentina.

“A FEUC hoje é uma referência não só aqui, mas até fora do país. O coral e a orquestra levam essa extensão com o nome da instituição para di-versos lugares. Temos convites para nos apresen-tar no ano que vem em Portugal e na Itália”, con-tou o maestro David, animado após o concerto.

Danilo Peixoto, professor de Matemática for-mado na FEUC em 2005 e ex-coralista, relem-brou, com muita empolgação, os tempos em que fez parte do coral: “Participei de viagens com eles e foi bom demais o período em que fiquei aqui. Se as situações da vida não me ocupassem tanto, com certeza tiraria um tempo para estar no coral mais uma vez”, destacou ele.

Em agradecimento aos presentes no concer-to, o presidente da FEUC, professor Durval Ne-ves, elogiou a equipe musical e o trabalho de extensão da Orquestra e do Coro Ecos Sonoros — projeto que flui em parceria com a comunidade acadêmica e externa: “A harmonia da orquestra e do coral impregnou a todos nós nesses últimos anos”, observou ele. “E que a gente amplie cada vez mais, para que nossa querida FEUC possa abraçar a todos que têm vontade de música

e vontade de viver, porque aqui a gente vive inten-

samente”, concluiu. ■

Concerto celebra aniversário dos grupos musicais da FEUC

28

Por Gian Cornachini

Page 29: Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

29

Maestro David com a orquestra: grupo é composto por mais de quarenta músicos profissionais

Coral da UNATIL também participou da noite musical,

apresentando-se com duas canções

Ex-coralistas assistiram ao concerto e se juntaram em uma a capella informal ao fim da noite

Foto: Gian Cornachini

Page 30: Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

30

Artigo

Ana Lúcia de Oliveira Cruz RimesMestre em Letras Vernáculas pela UFRJ e professora de

Língua Portuguesa no CAEL e nas FIC

O Colégio de Aplicação Emmanuel Leontsi-nis, mais conhecido como CAEL, é um divisor de águas em Campo Grande e adjacências. Atuando há mais de 50 anos, conta com uma equipe qua-lificada, com professores altamente preparados e técnicas de ensino e laboratórios modernos. Já formou inúmeros profissionais de qualidade, re-conhecidos no mercado de trabalho. Grande par-te atua no Estado do Rio de Janeiro, mas muitos desempenham suas atividades em outros esta-dos. A instituição tem contribuído em diferentes áreas, que vão de cursos voltados para o cuidado, como é o caso de Enfermagem, até Química, Ad-ministração, Eletrotécnica, que são clássicos, e In-formática, Petróleo e Gás e Turismo, mais moder-nos, acompanhando a tendência do mercado, só para citar alguns. Nossos alunos têm conseguido excelentes colocações em seus projetos pelo Bra-sil, em todas as feiras tecnológicas de que parti-cipam, e até mesmo no exterior. Já levamos mais de uma vez projetos premiados aos Estados Uni-dos, o que nos deixa muito satisfeitos, visto que trabalhamos em prol da excelência da formação de profissionais engajados e comprometidos.

No entanto, não é apenas na área técnica que temos nos destacado. O CAEL, hoje, conta com um curso de Formação Geral especialmente cria-do para quem deseja cursar uma universidade, pública ou particular, ou ainda almeja fazer al-gum outro concurso para ingressar nas Forças Armadas e afins. Temos, assim, um planejamento e estratégias voltados especificamente para esse público, também crescente em nosso Estado e não menos importante. Nossos professores têm vasta experiência em cursos preparatórios, elabo-ração de material didático para concursos e cur-sinhos; participam também da implantação de novas tecnologias no fazer pedagógico, como é

o caso de Física, Química, Biologia e Matemática. Além do mais, contamos com mestres e especia-listas em nosso quadro acadêmico, alguns com trabalhos publicados e reconhecidos, e outros atuando no Ensino Superior.

O resultado de tanto empenho não poderia ser diferente: nossos alunos egressos estão em toda parte, aprovados com louvor nos vestibulares mais concorridos, tanto em instituições federais como estaduais. É com orgulho que podemos dizer que já contamos com médicos, advogados, jornalistas, escritores, biólogos, psicólogos, todos formados, e ex-alunos do Colégio de Aplicação Emmanuel Le-ontsinis. Há pouco tempo recebemos uma visita feliz: a escritora Mariana, que acabara de chegar dos Estados Unidos para lançar seu livro aqui e mereceu uma nota nesta revista. Guilherme Sou-za, outro escritor, que já conta com dois livros, “Céu” e “A Lista: o Rei de Nova York”, ainda cur-sa Direito e já pensa em uma segunda faculdade, a de História. Há aqueles que preferiram cursar uma federal em outro estado, como Carlos Neves, e os que optaram pela carreira militar, como Da-niel Fernandes, aprovado em concurso dificílimo para a AMAN. Não podemos nos esquecer dos que seguem seus estudos aqui mesmo, nas FIC, ou estão pertinho cursando Engenharia, Arquitetura, Nutrição... São muitos nomes!

Todos os anos, temos agradáveis notícias de aprovação no ENEM e em outros vestibulares. Os alunos sempre voltam para rever seu colégio, seus professores, amigos e funcionários. Nesse momento, a alegria é enorme, e não é possível descrever a satisfação que há em saber que, em-bora não tenham concluído os cursos escolhidos ainda, estão bem, e encaminhados.

É o CAEL contribuindo com a educação e fa-zendo a diferença. ■

Muito além do ensino técnico

Page 31: Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

31

Page 32: Revista FEUC em Foco - Edição 19 (dezembro/2014)

32