Revista FEUC em Foco - Edição 11 (dezembro/2012)

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Revista em foco Ano 3 Nº11 dezembro de 2012 www.revistadigital.feuc.br CONHECIMENTO COMPARTILHADO Fórum, Jornada de Educação e encontros acadêmicos revelam vitalidade das graduações GUIA DO ESTUDANTE ABRIL 2013: FIC têm o melhor curso de Pedagogia da região

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em focoAno 3 • Nº11 • dezembro de 2012 • www.revistadigital.feuc.br

CONHECIMENTO COMPARTILHADO

Fórum, Jornada de Educação e encontros acadêmicos revelam vitalidade das graduações

GUIA DO ESTUDANTE ABRIL 2013: FIC têm o melhor curso de Pedagogia da região

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Que o diploma de um curso superior confere a um possível infrator de leis o direito à prisão especial, livrando-o do convívio com infrato-res colocados em prisão comum, possivelmente poucos brasileiros desconhecem. Mas que esse mesmo diploma pode fazer a diferença, na hora de ser inserido no mercado de trabalho e na defi-nição de seus rendimentos, muita gente não sabe.

Pois, olhe, a OCDE – Organização para Coope-ração e Desenvolvimento Econômico – divulgou recentemente o seu rela-tório “Um olhar sobre a Educação”, mostrando que, no Brasil, há uma forte cor-relação entre diploma do ensino superior e emprego: 9 em cada 10 diplomados, entre 25 e 64 anos, estão empregados. Quem con-cluiu a universidade, além de ter trabalho, ganha muito melhor. O salário é quase quatro vezes maior do que a renda daquele trabalhador que nem concluiu o ensino médio. Segundo dados do relatório, 68% dos trabalhadores que possuem diploma de ensino superior ganham mais do que duas vezes o rendimento médio da população.

Pena é que somente 11% da população brasileira de 25 a 64 anos atingiram a escolaridade supe-rior, percentual que ainda está muito distante dos estabelecidos nos últimos Planos Nacionais de Educação e que é bastante inferior ao de países com economia infinitamente inferior à do Brasil.

O relatório “Um olhar sobre a Educação” (Edu-cation at a Glance 2012) analisa os sistemas de

ensino de 34 países membros da OCDE, bem como os de Argentina, Brasil, China, Índia, Indonésia, Rússia, Arábia Saudita e África do Sul.

Para os próximos anos, é esperado um pequeno avanço nos percentuais em função de políticas governamentais de estímulos, como é o caso de beneficiados pelo FIES e pelo ProUni, além da ado-ção do regime de cotas.

As Faculdades Integradas Campo-Grandenses, mantidas pela FEUC, sabedoras da importância

do ensino de graduação, têm prestado, há mais de cinquenta anos, a sua par-cela de contribuição ao País, oferecendo, anualmente, uma significativa quanti-dade de brasileiros com nível superior ao mercado de trabalho. E, perdoe-me a modéstia, são profissionais bem formados, capazes de dignificar o diploma e o grau a eles outorgado.

O relatório da OCDE não chega a fazer esse tipo de inferência, mas é óbvio

que, concluindo um curso superior de boa quali-dade, as portas do mercado de trabalho se abrem com mais facilidade e os rendimentos são mais pródigos.

Por isso, torno a perguntar-lhe: o que você está esperando para fazer um curso superior? Mas não se esqueça de que o lugar certo para isso é na FEUC.

Hélio Rosa de Araujo

Diretor Geral das FIC

Institucional

O que você está esperando para fazer um curso superior?

“É óbvio que, concluindo um

curso superior de boa qualidade,

as portas do mercado de trabalho se

abrem com mais facilidade”

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FEUC em FOCO é uma publicação impressa e online da Fundação Educacional Unificada

Campograndense. Presidente: Wilson Choeri; Diretora Administrativa: Dieni da Costa Pimenta;

Diretor de Ensino: Hélio Rosa de Araujo; Diretor Superintendente: Durval Neves da Silva;

Periodicidade: trimestral; Tiragem: 5.000 exemplares; Site: www.revistadigital.feuc.br.

Edição: Tania Neves; Estagiário: Gian Cornachini; Marketing: Bruno Rivéro; Projeto Gráfico: Mel Guerra

Considerações e opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade

de seus autores, não refletindo, necessariamente, a posição da FEUC.

Índice

Uma visão global dos prin-cipais eventos acadêmicos anuais das FIC é o que traze-

mos para você na matéria de capa desta edição, a partir da página 17. Embora sem detalhamentos, já que o espaço da revista não comporta, procuramos reunir num único relato todas essas atividades, algumas ocor-ridas mais recentemente e outras em meses passados, para dar ideia do dinamismo e da qualidade que professores e alunos empreendem aos cursos. Não à toa, a instituição teve sua licenciatura em Pedagogia classificada pelo Guia do Estudante Abril 2013 como a melhor da região.

Pois assim como cuida de seu público interno, a FEUC volta-se também para a comunidade na qual está inserida, franqueando-lhe alguns serviços, como pode ser con-ferido em “De portas abertas”, nas páginas 14 e 15. Tal compromisso foi reforçado também nas atividades do Dia da Responsabilidade Social, descritas nas páginas 8 e 9.

Outra faceta da instituição abor-dada nas páginas 24 e 25 é a da responsabilidade ambiental, com a implantação da segunda etapa do projeto FEUC Ecoeficiente.

Neste número publicamos ainda o poema premiado da professora Rita Gemino (em Mundo FEUC), a programação de fim de ano do coral Ecos Sonoros, as viagens pedagógi-cas das FIC e do CAEL e revelamos alguns dos premiados na ExpoX. Além, é claro, dos artigos de nossos professores.

Desejamos uma boa leitura. E pedimos para que você envie suas críticas e sugestões sobre a revista ao e-mail [email protected].

Tania NevesEditora

06 Dia dos Professores Festa com almoço e bingo

acaba em música e dança

08 Ação Comunitária FEUC participa do Dia da

Responsabilidade Social

14 Aberta ao Público Serviços gratuitos e espaço

franqueado aos vizinhos

07 Coral Ecos Sonoros fecha 2012 com

uma série de apresentações

13 Viagem Pedagógica Alunos e professores visitam

Instituto Paulo Freire

24 Ecoeficiência Galpão de Reciclados marca

segunda fase de projeto

17 Capa Eventos extraclasse

dinamizam cursos das FIC

Editorial

10 Expo X Foco no bem-estar humano e

no ambiente marcam projetos

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Capa: Alunas de Pedagogia e professora Célia Neves no Fórum de Educação,

Ciência e Cultura. Foto de Ricardo Nielsen.

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O melhor curso de Pedagogia da região é o nosso!

MUNDO

Nas últimas eleições, o debate político também chegou à FEUC, que abriu as portas para os candidatos à Prefeitura do Rio apresentarem suas plataformas e planos para a admi-nistração da cidade. Apenas três dos postulantes convidados puderam com-parecer: o deputado federal Otávio Leite (PSDB) e os deputados estadu-ais Marcelo Freixo (PSOL) e Aspásia Camargo (PV).

Otávio abriu a série de apresenta-ções, no dia 12 de setembro, falando para um grupo de alunos e professores das FIC e integrantes da Associa-ção Comercial de Campo Grande, e

centrou-se em questões mais especí-ficas da Zona Oeste.

Aspásia foi recebida no dia 26 de setembro e procurou expor princi-palmente suas propostas de governo para enfrentar os problemas ambien-tais da cidade.

Já Marcelo Freixo, no dia 27, atraiu tantas pessoas de fora – além de alunos e professores da instituição – que o debate precisou ser transfe-rido para a quadra de esportes. Entre outros temas, ele abordou os proble-mas que as grandes obras em curso na cidade têm causado às populações mais pobres.

Com base nas avaliações do MEC e em pesquisas da própria publicação, o Guia do Estudante Abril 2013 constatou o que o público já sabia: o curso de Pedagogia mais bem avaliado da região compreendida entre Santa Cruz e Realengo é o das FIC, classificado na nova edição do guia com três estrelas – mesma pontuação, por exemplo, da graduação correspondente na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, em Seropédica. A qualidade de nossa licenciatura vem sendo reconhecida há tempos pelos novos estudantes, que não param de chegar: de 2009 para cá, o número de matriculados saltou de 330 para 740.

Um dia em que brincar foi mais do que obrigaçãoBelas mesas de guloseimas e o dia reservado para atividades de recreação marcaram os festejos do Dia das Crianças do Colégio Magali e da Educação Infantil do CAEL. No Magali, cerca de 120 alunos do Pré-Escolar ao 5º ano se dividiram em grupos para diversas atividades ocupando os espaços do centro esportivo da escola, seguidas de um lanche caprichado e distribuição de lembrancinhas. Já os 100 pequeninos do CAEL – do Berçário ao Pré 2 – comemoraram na casa de festas Doce Como Mel, com direito a todos os mimos de uma autêntica festa de aniversário.

Chance de ouvir ao vivo o que os candidatos tinham a propor

PedagogiaFaculdades Integradas Campo-Grandenses - Rio de Janeiro

Alunos do Magali em atividade de recreação no centro esportivo

Foto de Thaís Cardoso

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Rita Gemino ganha prêmio nacional de poesiaProfessora do curso de Letras das FIC, a escritora Rita Gemino acumula mais um reconhecimento em sua profícua carreira de poeta. Ela faturou o terceiro lugar no V Festival de Poesia Falada – Prêmio Francisco Igreja, da Associação Profissional de Poetas do Estado do Rio de Janeiro (Apperj), e somou outra

medalha à coleção de prêmios.A competição reuniu obras de poetas do Brasil inteiro. “Considero esta a mais importante premiação que já recebi em minha carreira, pois se trata de uma competição de âmbito nacional”, disse Rita, que foi selecionada com o poema Dobradiças do Tempo.

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UM COQUETEL somente para pro-fessores e alunos abrirá no dia 21 de dezembro as festividades de formatura do CAEL. Em seguida, às 19h30m, os cerca de 100 formandos de 2012 do Ensino Médio e do Médio Técnico par-ticiparão da cerimônia de colação de grau, na quadra de esportes.

........EM SUA 21ª edição, o jantar de fim de ano da FEUC acontecerá às 19h do dia 19 de dezembro, aqui mesmo na instituição. Além dos comes e bebes, uma cerimônia de Ação de Graças será realizada para marcar o fechamento de mais um ano de trabalho.

........CONFIRMADA para 13 de dezembro a festa de encerramento das ativida-des de 2012 da Unatic. Após a troca de presentes e as homenagens que acontecerão no auditório, os alunos farão apresentações de dança e ginástica na quadra de esportes. O já tradicional e saboroso lanche fechará a programação.

........OS FINALISTAS do Prêmio FEUC de Poesia já podem ser conhecidos no site da instituição (www.feuc.br). De um total de 409 inscritos – 36 alunos da FEUC e 373 concorrentes externos – foram selecionados 6 da primeira categoria e 30 da segunda. Os ganhadores serão anunciados na primeira quinzena de dezembro.

VAI ACONTECER

Das janelasAs palavras observamAs pessoas que passamEsperam mais um tremQue chega a derramarPela viaOs passantes do tempo

As palavras ouvemO subir de alguém nas escadasUm alguém que talvez as descoleDas páginas amareladas

Surpresas e agitadasEstas palavrasSentem o cheiro antigoDo perfume e o toqueDaquela mão agora cansada

Houve um tempoEm que esta mão as rasgavaNum frêmito de paz e angústiaUm tempo em queAs embalava na doce história

Que contava pro filhoAgora a ferrugem tomou contaDos olhos desta mãoA dobradiça de um tempoTrocou o bonde pelo tremE as palavras nas janelasMastigam as rugasDas pessoas que já não passam.

Dobradiças do Tempo

Diante de uma de suas colchas literárias, a poeta exibe a medalha

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Um “refresco” merecido para quem passa o ano todo dando aulas, cuidando de eventos

acadêmicos ou orientando alunos, o almoço do Dia dos Professores, em 15 de outubro, reuniu cerca de 200 partici-pantes, entre professores e funcionários administrativos. Começou com brindes e abraços, teve os tradicionais discur-sos, continuou com sorteio de prêmios e terminou literalmente em samba – e também pop-rock, baladas...

Quando vinha chegando para se juntar aos colegas, ao passar pelo estacionamento e deparar-se com ope-rários trabalhando na obra do Galpão de Reciclados, a professora Vânia Sueli da Costa resumiu o espírito do dia: “Na mesma hora mandei parar e vir para a festa. Hoje não é dia de trabalho, é dia de curtir!”, decretou.

Foi dia também daquelas frases que explicam tudo: “A vida de professor vale a pena. Ele pode até reclamar de salário, mas dificilmente diz que não vale a pena”, disse o superintendente da FEUC, profes-sor Durval Neves. “Às vezes vejo professor sair às nove e cinquenta da noite can-tando. Que a gente possa valorizar isso”, desejou Regina Sélia, diretora do CAEL.

E foi ainda dia de ganhar prêmios no bingo: Luciano Pinho, inspetor do CAEL, faturou uma viagem para a Ilha Grande; Luana de Souza, professora de roda de leitura do CAEL, levou para casa um karaokê; Neide Ramos, secretária das FIC, ficou com o laptop; Jenifer Kezia, atendente de call center do Marketing, ganhou um CD Player; e Arão de Araújo, professor de História do CAEL, ficou com a TV LCD de 32 polegadas.

Pausa para comer, beber, dançar

Dia dos Professores

Fotos de Tania Neves

Os que resistiram até o fim da festa tiraram a sorte grande também: emba-lados pela voz do professor de Ciências Sociais Umberto Eller e o violão do professor de Filosofia Flávio Pimentel, os “perseverantes” cantaram, dança-ram e fizeram planos para um grande

evento artístico no futuro: “Temos mui-tos talentos, precisamos um dia reunir esse pessoal numa grande celebração”, propôs Mauro Lopes, professor de His-tória, recebendo gestos e palavras de aprovação.

E então, quando vai ser?? ■

Os sortudos Arão, Luciano, Luana, Neide e Jenifer exibem prêmios que ganharam no bingo, e os ‘perseverantes’ se divertem no show de Umberto e Flávio

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O grupo em Copacabana,

junto à estátua de Drummond,

que foi o homenageado

na edição de 2012 do FIC

Para o coral Ecos Sonoros, da FEUC, os últimos meses de 2012 estão se desenvolvendo em compasso

acelerado: desde o lançamento oficial do Festival Internacional de Corais (FIC) 2013, ocorrido em setembro passado no Calçadão de Copacabana, o grupo vem se desdobrando numa série de apre-sentações que culminará no dia 22 de dezembro durante as festividades de Natal do Rio da Prata.

Sob a batuta do maestro David de Souza, os integrantes do Coral e da Banda Sinfônica embalaram recente-mente o aniversário de Campo Grande e a inauguração do Park Shopping, além de se apresentarem também no West Shopping e na própria FEUC, durante o evento Atitude Adotiva. “E em dezem-bro tem muito mais. Uma agenda cheia é sempre gratificante”, diz o maestro.

A novidade maior sobre o FIC em 2013 é que acontecerá no Rio e não em Minas

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Cantores e músicos da FEUC farão várias apresentações em dezembro

Coral

Ecos Sonoros e Banda Sinfônica em compasso acelerado

Gerais, como de hábito, mas mantendo a mesma estrutura de pulverizar as apre-sentações por várias cidades do estado. “Como o homenageado da próxima edição será o Chico Buarque, que mora aqui, o governo do estado convidou o festival a se deslocar para o Rio. Rece-beremos corais de todo o Brasil e do mundo”, conta David de Souza.

Este ano o grupo também se apre-sentou num festival internacional em Bariloche, na Argentina, mas não conse-guiu patrocínio para ir a um concurso de

canto coral na Venezuela: “Fomos con-vidados devido ao alto nível de nosso trabalho, mas infelizmente o fator financeiro nos impediu”, lamentou o maestro, um ex-fuzileiro naval que se encantou com a música ainda no quar-tel, formou-se em Ciências Sociais e hoje se divide entre a atividade de pro-fessor no Conservatório Brasileiro de Música, as aulas particulares de canto e trompa de harmonia (seu instrumento) e a regência do Ecos Sonoros e da Banda Sinfônica da FEUC. ■

PROGRAMAÇÃO DE DEZEMBRO

Dia 06 Coro e Banda nos 52 anos da Associação Comercial de Campo GrandeDia 18 Coral no especial de Natal da Igreja Nossa Senhora do CarmoDia 22 Coral no especial de Natal do Rio da PrataDia 27 Banda e solistas na Igreja São João Evangelista

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Responsabilidade Social

Como parte das atividades do Dia da Responsabilidade Social, promovido anual-

mente pela Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Supe-rior (Abmes), a FEUC este ano levou sua contribuição à capela São José Retirante, em Nova Cidade, onde diversos grupos prestaram serviços à comunidade no último sábado de setembro.

Intitulado Dia da Saúde, o evento contou com aferição de pressão arterial e dosagem de glicose, ofe-recidas por alunos de enfermagem do Colégio de Aplicação Emmanuel Leontsinis (CAEL); distribuição de kits odontológicos e orientações sobre higiene bucal, por parte de profissionais da Secretaria Muni-cipal de Saúde do Rio; limpeza de ouvido, massagens terapêuticas e orientações sobre fitoterapia dadas por promotoras de saúde da pró-pria comunidade e convidadas.

Coordenadores das ações reali-zadas por alunos de enfermagem do CAEL, os professores Adal-berto Pacheco (biologia) e Maria

FEUC leva contribuição de professores e

alunos a ação comunitária em Nova Cidade

Dona Maria de Lourdes (à esquerda) aplica massagem terapêutica

Paloma afere a pressão de dona Francisca e dá orientações

Laucimar Santana (enfermagem) explicaram que o principal objetivo era chamar a atenção das pessoas para a importância de manter con-trolados a pressão arterial e o nível de glicose no sangue. Sempre que algum resultado apontava desequi-líbrio, os alunos davam orientações ao paciente.

Foi o que aconteceu com dona Francisca Silva Oliveira, que estava com a pressão alta. Depois de repe-tir a aferição para confirmar o resultado, a aluna Paloma Oliveira dos Santos, do 3º ano de Enferma-gem do CAEL, recomendou que ela fosse ao posto de saúde assim que possível. “Ela me disse que estava nervosa por causa de preocupa-ção com uma sobrinha, e devia ser essa a razão da pressão alta. Mas argumentei que mesmo assim era bom procurar um médico”, disse Paloma.

Ao longo da manhã de sábado, os 11 estudantes do CAEL atende-ram 122 pessoas, realizando 105 aferições de pressão arterial e 80 exames de glicose. ■

Foto de Angelina de Mello BatistaFoto de Tania Neves

Um diaparacuidardasaúde

Formadas pela Cáritas Arqui-diocesana do Rio no curso de Promotores de Educação em Saúde e Cuidadores de Idosos, várias mulheres de Nova Cidade e outras comunidades contribuíram com o Dia da Saúde, dando orientações sobre fitoterapia e fazendo mas-sagem terapêutica e limpeza de ouvido – esta a atividade que mais atraiu a atenção. Trata-se de uma técnica milenar de limpeza energé-tica conhecida como cone hindu ou cone chinês, em que um cone feito de tecido de algodão parafinado é

introduzido no ouvido da pessoa e tem a outra extremidade acesa com fósforo ou isqueiro, o que promove a aspiração do excesso de cera pre-sente no ouvido. Dona Maria do Carmo Dias da Silva, de 83 anos, uma das promotoras de saúde que aplicavam a terapia, explicou o fun-cionamento: “Depois que o fogo consome o oxigênio, a fumaça da parafina penetra e puxa a cera”. Segundo ela, além de desobstruir o canal, a técnica ajuda também a restaurar o equilíbrio energético da pessoa.

A ação carinhosa das promotoras de saúde da comunidade

Dona Maria do Carmo: eliminação de cera e limpeza energética

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- Cada curso livre tem carga de 20 horas e requer um investimento a partir de R$30,00.- O pacote com 4 cursos, totalizando 80 horas, requer um investimento a partir de R$100,00

HORÁRIOS DAS AULAS

- Sábados das 8 às 12h;- Sábados das 13 às 17h;- Terças e quintas: das 17 às 19h;

- Segundas e quartas: das 17 às 19h;- Terças e quintas: das 13 às 15h;- Segundas e quartas: das 13 às 15h;

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Expo X

Novas ideias para um mundo em equilíbrio

Gian Cornachini

A Expo X chegou a sua 13ª edição em 2012 rea-firmando uma tendência que já se notava há tempos: a preocupação dos jovens estudan-

tes com a sustentabilidade do planeta e o bem-estar humano. Essa foi a tônica de boa parte dos proje-tos desenvolvidos este ano pelos alunos do Colégio de Aplicação Emmanuel Leontsinis (CAEL) e exi-bidos entre 6 e 8 de novembro nos 130 estandes montados na quadra da FEUC. O sucesso do evento revelou aquilo que o colégio vem trabalhando desde a primeira edição da Expo X: o cultivo do espírito científico do aluno é o que faz a diferença no CAEL.

A quantidade de projetos relevantes era tão grande que a tarefa de escolher os premiados ao final do evento não seria nada fácil, como já previra no primeiro dia da Expo X o professor Carlos Vinicius, supervisor do Ensino Técnico do CAEL: “Tem muito projeto bom este ano. Os alunos estão fazendo um bom trabalho. Todo ano a gente tem grupos

premiados aqui que vão para a Febrace. Lá, saímos vitoriosos também. Neste ano não vai ser diferente”, disse o professor, esperançoso e confiante.

A Febrace (Feira Brasileira de Ciência e Enge-nharia), organizada para estudantes do Ensino Fundamental, Médio e Técnico, é um dos eventos científicos mais importantes para os estudantes desses níveis e sempre premia alunos do CAEL.

Para impulsionar ainda mais os alunos a pes-quisar e desenvolver suas próprias ideias, André Guimarães Couto, chefe do Departamento de Extensão e Assuntos Comunitários do Cefet-RJ, trouxe uma mensagem de inspiração na abertura do evento: “Vim várias vezes na Expo X e sempre vejo projetos muito louváveis aqui. Não é à toa que ela já tem 13 anos. O aluno que participa de feiras de ciências desenvolve algumas capacidades intelectu-ais e habilidades sociais através do acesso e métodos de pesquisa, e acaba carregando esses avanços para o mercado de trabalho. Muitos representantes de empresas vêm a esses eventos para conhecer o

Gabriela e Iago inovaram com manta de cana-de-açúcar para limpar vazamentos de petróleo

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Expo Xtrabalho dos estudantes. Porém, mais importante que conhecer o trabalho especifico é conhecer as capacidades de desenvolvimento intelectual deles. É aí que oportunidades aparecem”, atesta André.

O cuidado com o meio ambiente foi o foco do projeto científico dos alunos Gabriela Oliveira Rocha e Iago Alves Rolim, do 3º ano de Petróleo e Gás: uma manta feita a partir do bagaço da cana-de--açúcar que promete melhorar em muito a limpeza de vazamentos de petróleo na superfície marinha. Inovadora, a criação levou o primeiro lugar na dis-puta do curso de Petróleo e Gás.

Alternativa mais ecológica para limpar vazamentos de petróleo

A ideia de fazer o produto surgiu como uma alternativa aos métodos aplicados para enfrentar o problema ambiental resultante do vazamento de petróleo no Golfo do México, em 2010. “Começa-mos a pesquisar materiais que tinham fibras em sua composição, capazes de absorver o petróleo. Descobrimos que o bagaço da cana-de-açúcar era um desses”, explica Gabriela. Para funcionar corre-tamente, os pedaços da cana devem ser costurados, a fim de formar uma manta. Essas mantas serão jogadas na superfície marinha, em cima do petró-leo. As fibras da cana, em contato com o petróleo, têm o poder de absorvê-lo ou adsorvê-lo, ou seja, o petróleo menos denso penetra na fibra da cana, e o mais denso gruda nela. Em ambos os casos, a manta funciona perfeitamente e, retirada do mar, leva consigo todo o petróleo da superfície marinha.

Após recolhidas, as mantas serão prensadas para separar o petróleo da água: o petróleo seguirá seu curso normal de refino, e a água será tratada para reuso.

O produto desenvolvido por Gabriela e Iago não fica apenas no âmbito marítimo. Os jovens desco-briram que essa manta pode ser utilizada também no solo: “Ela pode ser enterrada e, quando cair petróleo no solo, as bactérias presentes na manta irão decompor a substância e voltar para a cana, pois ela é um material orgânico. Como a manta está no solo, ela vai se decompor e virar adubo para a terra”, conta Iago.

Atualmente, as tecnologias utilizadas para remo-ver o petróleo do mar ou do solo são muito caras e não tão eficazes. No mar, por exemplo, balsas com tanques sugam o petróleo com a água e tudo o que vier junto. Animais morrem nesse processo que, ainda assim, não consegue retirar toda a substância do mar. A manta de cana-de-açúcar idealizada pela dupla de estudantes é uma alternativa barata para resolver o problema: “O bagaço é um lixo pouco explorado. Por isso, reaproveitar esse material, que é muito acessível no Brasil, irá resultar em um produto muito barato no final de sua produção”, esclarece Gabriela.

Indagados sobre o sucesso do projeto, os jovens respondem com um sorriso e uma mensagem: “É preciso levar a sério o que você tem em mente, acre-ditar e correr atrás. Mesmo que não ganhássemos, levaríamos um conhecimento grande, pois desde o início fomos instruídos a trabalhar em ideias que não existem”, conclui Iago.

Professores Diógenes e Rosana com um grupo de alunos premiados na ExpoX

Foto de Thaís Cardoso

Veja a lista completa de vencedores em www.site.feuc.br/cael

Expo X

Dispositivos para ajudar o homem e as empresasVinícius Coelho Berbert e Tamara

de Albuquerque, alunos do técnico em Química, pensaram em algo que revertesse o desperdício das empre-sas. A invenção da dupla é um etanol produzido a partir do bagaço das laran-jas de fábricas de suco. “As empresas estão precisando ser mais sustentáveis. Todos os dias, muito bagaço de laranja é desperdiçado nas fábricas”, lembra Vinícius. “Conseguimos reaproveitar mais da metade desse bagaço para fabricar etanol, que pode ser usado pela empresa para reduzir gastos com combustível. O restante vira adubo”, completa Tamara.

Já os alunos do técnico em Informá-tica Leandro Candieira, Nathanael Paiva e Rodrigo Borges – os vencedores em seu curso – desenvolveram o “Sistema para Pedido de Socorro Automático”.

O dispositivo inovador permite trans-mitir dados de um acidente de carro para os Bombeiros, e funciona a partir de uma placa de computador progra-mável instalada próxima ao motor do carro: sensores de impacto são aciona-dos quando há colisão, um GPS registra

a localização do veículo, a gravidade do acidente é medida a partir da veloci-dade, massa e resistência do carro, e as informações são enviadas aos Bombei-

ros por GSM. “Assim poupam-se vidas dos acidentados, com o rápido conhe-cimento do caso”, explica Nathanael. O grupo teve ajuda da Universidade Rural e da UFRJ para fazer a pesquisa, e nego-cia com esta última um apoio financeiro para desenvolver o sistema projetado. ■

Tamara e Vinícius produziram etanol a partir do bagaço de laranja

Foto de Gian Cornachini

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quinta-feira, 22 de novembro de 2012 11:58:22

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Cultura Internacional

Viagem Pedagógica

Imagina ter uma aula prática de língua estrangeira em plena Calle Florida, em Buenos Aires, puxando

conversa com o vendedor, na língua local, sobre aquela “bela” camisa do Boca Juniors na vitrine – que não se pretendia comprar, é claro, porque o objetivo ali era apenas “gastar” o espa-nhol e não desperdiçar dinheiro com bobagem! Pois foi algo assim que um grupo de 30 alunos do CAEL, das FIC e da pós experimentou entre 15 e 18 de novembro, na viagem inaugural do

Na casa de Paulo Freire, para ouvir suas históriasNa primeira semana de dezembro,

39 estudantes de Pedagogia das FIC terão a chance de mergulhar

um pouco mais nas histórias e teorias de um dos autores que eles mais estudam no curso: Paulo Freire. O grupo fará uma visita ao instituto que leva o nome do educador, em São Paulo, acompanhado dos professores Alexandre Alarcão, Maria Lícia, Vânia Costa, Rita Gemino, Jane

Souza, Selma Rosa e Janice Souza, que coordenará a atividade.

“O objetivo principal da nossa visita é adquirir conhecimento e experiência sobre o legado deste grande educador, ouvir suas histórias e teorias relatadas pelo seu filho Luitti, pelo educador e pesquisador Moacir Gadotti e demais profissionais que atuam na Instituição”, explica Janice.

Já é a sétima ocasião em que turmas da FEUC fazem este roteiro, que se com-pleta com um tour cultural pela capital paulista incluindo Museu da Língua Por-tuguesa, Pinacoteca, Masp, Estação da Luz e outras atrações.

No retorno, os alunos apresentarão relatórios sobre a atividade e participa-rão de uma mesa-redonda no auditório para discutir a experiência. ■

Alunos do CAEL vão a Buenos Aires

‘treinar’ o espanholO grupo diante do

Congresso Nacional argentino

projeto CAEL Cultura Internacional, que visa a proporcionar ao estudante a chance de vivenciar linguística e cultu-ralmente o cotidiano de outros países.

Acompanhados pelos professores Carlos César, Paulo Iápeter, Regina Sélia e Jane Innocêncio, os estudantes fizeram um extenso tour pela capi-tal argentina, visitando Casa Rosada, Puerto Madero, Caminito, Recoleta e outros pontos turísticos e históricos de Buenos Aires. “E sempre sendo estimu-lados a falar espanhol e a interagir com

os locais”, ressalta a professora Regina Sélia, diretora do CAEL: “No final, até entre eles mesmos o espanhol virou lín-gua oficial”.

Idealizador do projeto, o professor de espanhol Paulo Iápeter festejou a trans-formação de um sonho em realidade: “Fomos da apreensão, no início, à rea-lização, no final. E é desta maneira que nos sentimos: vitoriosos!”, afirma o pro-fessor, que já faz planos para a viagem de 2013 do CAEL Cultura Internacional: Estados Unidos. ■

Divulgação

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Em 2000, nasceu o Projeto Desbloqueando, do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Educação Matemática (NEPEM), com o objetivo de refor-çar o ensino para estudantes da rede pública em dificuldades naquela disciplina. Acabou perdendo forças, ficou alguns anos parado, mas em setembro passado voltou com intensidade, oferecendo aulas de reforço aos alunos do CAEL e da comunidade em que a FEUC está inserida.

O projeto é aberto a todos os interessados, sem restrição de idade. As aulas são dadas voluntaria-mente por estudantes do curso de Matemática das FIC, que preparam o conteúdo de acordo com a necessidade do aluno. Para o professor Alzir Fourny, coordenador do curso de Matemática e organiza-dor do Desbloqueando com a professora Ana Lúcia Carlos Reis, a iniciativa tem tudo para prosperar: “Cada hora de aula particular custa cerca de R$ 40 em Campo Grande. Aqui, ninguém paga nada. Com isso, contribuímos com o ensino da matemática e ajudamos a completar vazios da educação”.

Leandro de Sousa Martins, aluno do 2º período de Matemática, destaca a importância do projeto para sua formação: “Não tenho facilidade para falar em público nem noção dos problemas dos estu-dantes com a matemática, mas a experiência que estou ganhando vai ajudar para quando me tornar professor”, disse ele, enquanto monitorava Fran-cisco Robhert Barros, de 12 anos, já em sua quarta aula de reforço. Aluno do 7º ano do Ensino Fun-damental em um colégio da região, Francisco não conseguia resolver as contas no tempo previsto, o que lhe rendeu zero em uma prova recente. Sua mãe, Maria Claudiana Barros, inconformada com a nota, encontrou no projeto a solução. “Quando vi no cartaz que as aulas são gratuitas, inscrevi meu filho. Ele já melhorou muito”, conta.

Por meio de questionários socioeconômicos, mapeamento das dificuldades dos alunos e rela-tório do progresso obtido, o NEPEM pretende também avaliar a educação na região e gerar pro-postas para melhorar o ensino da matemática.

Comunidade

Reforço de matemática gratuito e para todos

Gian Cornachini

Acesso à biblioteca para pesquisas, uso dos laborató-rios de informática para a produção de trabalhos acadêmicos ou navegação na internet e aulas gra-

tuitas de reforço escolar em matemática são alguns dos serviços que a FEUC atualmente disponibiliza, gratui-tamente, para integrantes da comunidade. Basta chegar na portaria, identificar-se (é necessário apresentar um documento) e dizer a que setor pretende ir.

Dos seis laboratórios de informática da instituição, pelo menos um fica reservado durante o dia para o uso de alunos fora do horário de aula e para o público externo, enquanto os demais são usados para as aulas dos diver-sos cursos. Segundo Victor de Abreu, técnico de suporte do Centro de Atendimento e Suporte aos Laboratórios, os visi-tantes têm a seus dispor máquinas com acesso à internet e softwares básicos, mas quando precisam de algum pro-grama mais específico para seus trabalhos podem solicitar. “Se tivermos a licença, nós instalamos para o usuário; se não, buscamos um similar de uso gratuito”, explica.

Na biblioteca, o visitante pode consultar livros e peri-ódicos, usar a internet e a sala de estudos e contar com orientação dos funcionários para sua pesquisa, mas o empréstimo domiciliar de livros não está disponível.De

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Solicitada a ceder espaço para a realização do “IX encon-tro estadual dos grupos de apoio à adoção do Rio de Janeiro”, dias 23 e 24 de novembro, a FEUC fez um pouco mais: “emprestou” suas professoras Janice Souza e Arlene da Fonseca para ajudar o grupo Adoçando Vidas (o único em atividade na região de Deo-doro a Sepetiba) na organização do evento. Mães adotivas que são – ou mães do coração, como cos-tumam dizer – as duas tomaram a tarefa como um presente: “O país tem milhares de crianças alijadas do direito constitucio-nal de viverem em famílias que lhes deem cuidado, proteção e afeto. Como mãe adotiva, edu-cadora e cidadã, foi um imenso

prazer participar da realização do evento”, disse Janice.

Emocionantes histórias de vida, palestras e atividades lúdi-cas marcaram o encontro, que reuniu cerca de 250 pessoas, entre membros dos grupos, pais adotivos, crianças (que se esbaldaram na brinquedoteca), pessoas da FEUC, conselheiros tutelares e representantes da Defensoria Pública. Promotora do Ministério Público do Rio, Karina Valeska Fleury comentou a importância de os candidatos a pais adotivos frequentarem os grupos de apoio: “A troca de experiência qualifica o olhar do adulto para decidir, até mesmo, que não vai querer adotar. Isso evita a prática de devolução”.

Um exemplo positivo é o do casal Marcos Augusto Rodrigues e Morgana Bianchi Quintanilha. Pais de cinco filhos, o funcionário público e a empresária acabaram de adotar duas irmãs, uma de 9 e outra de 7 anos. “Não tínhamos a intenção de adotar, mas durante visitas a abrigos para a realização de festas nosso amor pelas garo-tinhas cresceu e o interesse da adoção foi mútuo”, conta Mar-cos, que teve total apoio dos outros filhos: “Estão convivendo muito bem com as garotas”, diz o paizão, irradiando felicidade. ■

Biblioteca: de 2ª a 6ª, de 13h às 17h; sábados de 9h às 15h

Laboratório de Informática: de 2ª a 6ª, de 8h às 21h30m;

sábados de 8h às 16h

Aulas de reforço: agendar na secretaria das FIC

Atitude adotiva

Já na quarta aula de reforço, Francisco Robhert desbloqueia sua relação com a matemática

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Laboratório de educadores

Gian Cornachini e Tania Neves

Quem escolhe uma graduação na qual vai aprender a ensinar sabe que, desde cedo, precisa ir construindo essa sua nova per-

sona, o professor. E nenhuma situação é mais favorável a esse desabrochar do que os encon-tros acadêmicos, os fóruns, os seminários. Afinal, entre outros aprendizados, é ali que o aluno encara dois dos principais desafios para se tornar um bom mestre: preparar aulas e falar para grandes pla-teias. Neste sentido, o calendário de eventos da FEUC oferece oportunidades o ano todo, sendo as principais delas o Fórum de Educação, Ciência e Cultura, a Jornada Regional de Educação e os encontros acadêmicos dos cursos.

Diretor geral das FIC, o professor Hélio Rosa observa que a cada ano os eventos se tornam mais ricos: “De encontros apenas festivos lá no início, hoje as semanas trazem um conteúdo científico fantástico”, avalia. Para o coordenador acadêmico,

Manuel Alvarez, esse modo que a instituição esco-lheu para desenvolver suas atividades de extensão é positivo: “Consideramos que, além de significa-rem um complemento do ensino oferecido em sala de aula, os eventos cumprem outro aspecto formal nos cursos de licenciatura, que é o de dar oportunidade aos alunos de cursarem na própria instituição as 200 horas de atividades complemen-tares que o MEC exige”.

A confluência de temas neste último ano não foi mera coincidência, segundo a coordenadora de Eventos e de Ciências Sociais, professora Célia Neves: “Sempre priorizamos na instituição uma educação voltada aos aspectos da diversidade e respeito aos direitos. A publicação das novas diretrizes do MEC sobre Educação em Direitos Humanos nos alcançou em pleno processo de reflexão sobre essas questões, e aproveitamos o Fórum, que foi nosso último grande evento aca-dêmico do ano, para sistematizar e apresentar o que já vínhamos fazendo”, disse.

Eventos que são

ferramentas para formação

e reflexão

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A 15ª edição do Fórum de Edu-cação, Ciência e Cultura – este ano com o tema “Educação em Direi-tos Humanos: História e cotidiano na construção de novas práticas pedagógicas” – reuniu dia 10 de novembro cerca de 160 partici-pantes em torno de palestras e atividades desenvolvidas por profes-sores e alunos, além de uma mostra de pôsteres e ferramentas pedagó-gicas no corredor do auditório.

A abertura do encontro contou com uma emocionante palestra de Aleksander Henryh Laks, de 85 anos, um sobrevivente do Holocausto que relatou os cerca de 5 anos que viveu sob o domínio das tropas nazistas, que invadiram a Polônia (sua terra natal) quando ele tinha 11 anos. Aleksander foi o único sobrevivente de uma família de cerca de 60 pessoas levadas para os campos de concen-tração e que foram sucumbindo uma a uma diante da fome, dos maus tratos e das atrocidades de que foram vítimas durante a Segunda Guerra. Dois anos após o fim do conflito, Aleksander veio morar no Rio, onde tinha uma tia, e naturalizou-se brasileiro.

Um dos vários momentos em que a plateia interrompeu com aplausos o relato do visi-tante foi quando ele comentou que, apesar da difícil vida no Gueto de Lodz, os professores não abriam mão de continuar exercendo sua missão e man-tinham a rotina de educação das crianças: “Agradeço aos professores do gueto, que me incutiram cultura. Os pais tra-tam do corpo, o professor trata da alma”.

Autor dos livros “O sobrevivente: Memórias de um brasileiro que escapou de Auschwitz” e “Mengele me con-denou a viver”, Aleksander autografou este último ao fim da palestra. Uma longa fila se formou diante dele, e para cada um havia sempre um abraço e palavras de incentivo para seguir no Magistério: “Professor, para mim, está no céu”, elogiava.

Aleksander: livro autografado para a Biblioteca da FEUC

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Fórum: emoção com sobrevivente do Holocausto

Os três livrões sobre a mesa do corredor do auditório chama-vam a atenção dos participantes. “A história da minha educação”, exercício proposto pela profes-sora Célia Neves ao 4º período de Pedagogia, levou mais de uma centena de alunas a rememorar e escrever suas histórias. “O objetivo era perceber como o percurso de cada um constrói sua identidade e molda sua condição humana”, disse a professora.

Além da mostra dos livros, de pôsteres e de jogos e ferramen-tas educacionais elaboradas por estudantes e professores, cinco

palestras e um videodebate com-pletaram a programação do Fórum.

O professor de Letras Leandro Garcia Rodrigues jogou luzes sobre um importante e esquecido perso-nagem da história brasileira, Frei Tito, preso e torturado na ditadura. Já Norma Maria Jacinto da Silva, do mesmo curso, discorreu sobre a educação diferenciada para afrodes-cendentes e indígenas (leia artigo na página 23).

A contribuição de Paulo Freire para a Educação em Direitos Huma-nos (EDH) foi o tema de Tobias Tomines Farias, educador popular do IFHEP. Ainda sobre EDH, alunos

da professora de Letras Arlene da Fonseca apresentaram traba-lhos refletindo sobre a formação docente nessa perspectiva. E a pro-fessora de Língua Inglesa Simone Eschenazi debateu a experiência de um projeto pedagógico voltado para direitos humanos implantado numa escola municipal onde ela também leciona.

No videodebate sobre juventude e violência, o professor de História Mauro Lopes se propôs a mostrar como os documentários possibili-tam levar à sala de aula a discussão sobre direitos humanos. “Funcio-nou bem”, avaliou Mauro.

Palestras, oficinas, comunicações e trabalhos em exposição

Foto de Ricardo Nielsen

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Ela pode não ser a mais antiga da FEUC – surgiu dois anos depois da pioneira, a de Pedagogia – mas já é disparadamente a mais con-corrida da instituição. Em sua 21ª edição, a Semana de Letras reuniu em maio deste ano quase 500 pes-soas (entre integrantes e público interno e externo) em torno de mais de 40 palestras, 20 comunicações, 9 mesas-redondas e mais minicursos, oficinas, pôsteres e até um sarau de poesias.

“As semanas acadêmicas trazem tatuadas as principais marcas desta instituição, que são a longevidade e a superação”, avalia a coordenadora de Letras, Arlene da Fonseca. Segundo ela, a cada ano o evento atrai para a faculdade um número maior de poetas, ativistas culturais e interes-sados em literatura – que, não raro, em seguida se tornam alunos.

O encontro teve como tema “Lín-gua, literatura e cultura: Caminhos para novas práticas pedagógicas”, e

contou com a participação de muitos profissionais de outras instituições, além de professores dos demais cur-sos das FIC e um número recorde de alunos apresentando comunica-ções, atuando em mesas-redondas ou mostrando outros trabalhos nos espaços de circulação da faculdade.

“Esta é a hora em que os estudantes saem da condição de temer (o desa-fio) para a condição de enfrentar. E no fim da jornada estão verdadei-ramente gratificados, muitos se sentindo professores pela primeira vez, o que é mesmo o objetivo”, con-clui Arlene.

Professora Simone Eschenazià frente de uma atividade com alunos

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No ano que marcou sua décima edição, a Jornada Regional de Edu-cação abordou questões relacionadas às práticas educacionais inclusivas, extrapolando o âmbito do estabe-lecimento escolar tradicional e do educador formal e direcionando o olhar para experiências várias reali-zadas em outros espaços educativos, como ONGs e movimentos sociais.

O objetivo, segundo os organiza-dores, foi levantar questões como a necessidade de os educadores rom-perem com as práticas de exclusão na escola – muitas vezes nem percebi-das, de tão naturalizadas – que fazem com que uma parcela considerável dos brasileiros esteja à margem de uma convivência social plena, pois seus valores e identidades não são

respeitados. As sessões temáticas abordaram desde a contribuição e limites do pensamento social bra-sileiro para a democratização da educação até as práticas coletivas de construção do saber urdidas no nível das redes de solidariedade, como a das artesãs da Socioeconomia Soli-dária da Zona Oeste, que estiveram presentes na Jornada.

Jornada debate práticas educacionais inclusivas como forma de garantir cidadania

Agito cultural e público em alta na Semana de Letras

Foto de Thaís Cardoso

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Entre os dias 28 de maio e 2 de junho, a FEUC foi palco da XIII Semana de Geografia e Meio Ambiente (XIII SG&MA), que abordou o tema “Rio+20: desen-volvimento e sustentabilidade em questão”. No encontro foram dis-cutidos pontos como a Agenda 21, políticas públicas para o meio ambiente e atuação de movimen-tos sociais e ambientais.

Além da realização de debates, os promotores da semana acadê-mica programaram um trabalho de campo para os alunos, em parceria com a organização da Conferência da ONU. Os estudantes visitaram a comunidade do Cantagalo, na Zona Sul do Rio, a fim de conhecer alguns projetos de pesquisas lá realizados, com foco nas questões ambientais daquela localidade.

O coordenador do curso de Geo-grafia, professor Luiz Mendes de Carvalho Filho, destaca a importân-cia da XIII SG&MA: “O aluno tem a

possibilidade de ter contato com profissionais não só do magistério, mas de empresas voltadas para a área ambiental, pois a semana também é de meio ambiente”, explica ele.

Além de conhecer profissionais atuantes no segmento, participar de uma semana acadêmica contribui para uma formação ainda mais com-pleta, conforme sugere o professor

Luiz: “Fora da sala de aula, o aluno discute temas que ele acha impor-tantes e que ficam restritos somente à opinião do professor ou ao mate-rial bibliográfico de leitura. Outras vertentes e conceitos são apresen-tados para o estudante de geografia, capazes de enriquecer o debate e a sua estrutura teórica”, ressalta o professor.

Semana de Geografia e Meio Ambiente na esteira da Rio+20

Catolicismo e ditadura, repre-sentações do Diabo no Ocidente e Islamismo foram três dos temas mais concorridos do XIV Encontro de História, que aconteceu em setem-bro passado. O assunto condutor do evento foi História e Religião, o que prenunciava alguma dose de polê-mica nas discussões, mas o resultado foi bem diferente. “Os alunos compa-receram com o espírito desarmado, dispostos realmente a refletir sobre

os temas, o que foi muito legal. Às vezes, numa aula normal, quando se toca em religião, as discussões ficam acaloradas e perdem o rumo, mas no encontro eles realmente soube-ram aproveitar a oportunidade para debater”, conta Vivian Zampa, coor-denadora do curso.

Com um número recorde de mais de 240 inscrições, o evento atraiu gente da comunidade e até pessoas que vieram de longe, estimuladas

pelo banner que anunciava a pro-gramação na fachada da instituição.

“Esses eventos são fundamentais. Primeiro por mobilizar e integrar os alunos, depois porque trazem para cá olhares diferentes, possibilitando o contato das turmas com estudiosos de fora, pois boa parte dos estudan-tes também trabalha e não tem a oportunidade de frequentar outros ambientes acadêmicos”, explica a professora.

História debate religião, sem polêmica

Professor Luiz Mendes: semanas acadêmicas trazem novos olhares

Foto de Gian Cornachini

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A XII FEUCTEC, semana acadêmica dos cursos de licenciatura em Com-putação e bacharelado em Sistemas de Informação da FEUC, aconteceu entre os dias 23 e 25 de outubro, com apresentações de palestras e minicur-sos nos turnos da manhã e da noite. O tema foi “Comunicação, tecnologia e empreendedorismo na web”. Para Frederico Guilherme Ferreira Lima, coordenador dos cursos de Compu-tação e Sistemas de Informação, e organizador do evento com a pro-fessora Adriana Silva, a FEUCTEC foi extremamente satisfatória para os alunos: “Nossa semana acadêmica teve como ponto forte a qualidade das palestras que levam aos alunos um conhecimento necessário e de uma forma diferente do que eles têm em sala de aula. Na semana

acadêmica, o aluno passa a conhecer mais das qualificações que o mercado de trabalho tem exigido dos novos formados”, ressalta o professor.

O tema se deu a partir das novas convergências das tecnologias da informação com a comunicação: “Antigamente, falávamos somente em tecnologia da informação. Hoje, o termo utilizado é a ‘tecnologia da informação e comunicação’. As redes

sociais, tão presentes no momento, são o ponto chave para que conhe-çamos tudo o que vem envolvendo o uso de mídias e tecnologias no meio de comunicação”, explica Frederico.

O tema desperta tanto interesse que atraiu alunos de fora: “Recebe-mos mais de 40 pedidos de alunos de outras instituições de ensino supe-rior querendo participar da nossa semana acadêmica, mas o evento ainda não estava aberto à comu-nidade. A partir do ano que vem, devemos abrir as inscrições para todos”, adianta o professor.

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Na FEUCTEC, informações sobre o mercado

Com o tema “Matemática nas Artes”, a 19ª Octobermática se esten-deu de 1 a 5 de outubro, com mais de 15 palestras diferentes, outras tan-tas oficinas, teatro e a apresentação de comunicações científicas pelos alunos. Entre as palestras, algumas trouxeram visões instigantes como “A matemática no artesanato Gua-rani” (professora Gabriela dos Santos Barbosa), “A matemática como pano de fundo nas obras de arte de Oscar Niemeyer” (professora Jucimar Alves Peixoto) e “A música e as frações” (alunos Gilson de Oliveira e Valéria Cristina). Nas oficinas, atividades com dobraduras de papel ajudaram

a compreender melhor a lógica da trigonometria e da geometria.

O objetivo era exatamente este: sem descuidar do olhar científico sobre a matemática, mostrar que a disciplina tem aplicações também nas artes, na arquitetura, na música. “Nas

aulas, é difícil contextualizar a matemática, então considero que a semana acadêmica é o palco perfeito para abordar

essas outras aplicabilidades”, explicou o professor Alzir Fourny Marinhos, coordenador do curso. Segundo ele, quando vislumbram essas outras pos-sibilidades os alunos apreciam mais a disciplina: “Sem isso, o ensino da matemática fica frio”, diz.

O (delicioso) sabor da Matemática muito além dos números

Professores Frederico e Adriana no Laboratório de Informática

Dobraduras para entender geometria

Foto de Gian Cornachini

Foto de Thaís Cardoso

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Pedagogia: discutir diversidade cultural para melhorar o professor e a escola

O lançamento do livro “Listri-nho – Crônicas para professores”, de Aparecida Tiradentes, marcou em setembro a abertura do XXIII Encontro de Pedagogia, que abordou “Conhecimento, identidade e cultura africana e indígena no currículo da Educação Brasileira”. Gratificada com a intensa participação do corpo discente, a coordenadora do curso, Maria Lícia Torres, considerou que a escolha do tema foi o ponto alto: “Fomos muito felizes, pois as temá-ticas instigaram os alunos a fazerem bons trabalhos e as discussões foram muito produtivas”.

A ex-coordenadora Janice Souza atribuiu o grande interesse ao reco-nhecimento, por parte dos alunos, de que essas matrizes da cultura brasi-leira são relegadas: “A escola, quando toca nas questões desses povos, é de forma superficial, estereotipada. Daí

a importância dessa discussão no ensino superior, pois são professores bem capacitados que poderão ajudar a quebrar preconceitos”, defende.

A palestra sobre música e con-tação de histórias africana e indígena e a oficina de máscaras africanas, comandadas respecti-

vamente pelos professores do município do Rio César Cesário e Sirlene Ribeiro, estiveram entre as atividades mais elogiadas. A influên-cia africana e indígena na culinária e na moda inspirou trabalhos de pes-quisa e caracterização apresentados por alunos.

Às vésperas da realização da Conferência da ONU sobre Desen-volvimento Sustentável, o XIV Encontro de Ciências Sociais debateu em maio deste ano o tema “Rio+20 em que$tão: Desenvolvimento sus-tentável ou mercantilização da natureza?”, com duas mesas-redon-das abordando a crise do modelo capitalista (com Nazira Correia, da UFF, e Aparecida Tiradentes, da Fio-cruz) e as alternativas que diferentes povos trariam para a Cúpula (com

Sandra Quintela, do Pacs, e Renato Cinco, da Cúpula dos Povos).

“O objetivo foi problematizar a Rio+20, pois àquela altura vozes importantes da sociedade – mas pouco repercutidas na mídia – alertavam para o fato de que os documentos da conferência já che-gariam prontos e ratificando o compromisso com os interesses do capital e não com o meio ambiente”, lembra a coordenadora do curso, Célia Neves.

O ponto alto da programação foram os trabalhos de campo feitos por alunos e professores em comuni-dades vizinhas das grandes obras de infraestrutura para a Copa e as Olim-píadas, como Guaratiba (Transoeste) e Ilha da Madeira (Porto do Açu), que tiveram afetadas suas condições de moradia e trabalho. “Foi uma bela aula, com os alunos podendo ver in loco como o modelo capitalista impacta o processo de reprodução das comunidades”, disse a professora.

Ciências Sociais: trabalhos de campo em comunidades afetadas por grandes obras

Alunas a caráter: roupas e comidas típicas para falar de cultura africana

Foto de Thaís Cardoso

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Profa. Norma Maria Jacinto da SilvaCurso de Letras das FIC

A educação brasileira tem pas-sado, ao longo dos anos, por várias transformações que

vêm trazendo novas reflexões sobre a desigualdade étnico-racial. Desde a des-coberta do Brasil, com a chegada dos portugueses e o tráfico de escravos vin-dos da África, que culturas indígenas e africanas passam por um processo de silenciamento, e, paulatinamente, estão perdendo traços culturais pertinentes a cada cultura. É importante, para nós educadores, lutarmos para preservar as particularidades de cada cultura e pro-pagar suas histórias, suas memórias, seus costumes.

Segundo a Lei 10.639/03, as práticas pedagógicas devem primar pela valori-zação da diversidade, repelindo qualquer tipo de desigualdade étnico-racial pre-sente na educação escolar. A Lei 11.645/08 veio ratificar a Lei 10.639/03 e inserir a obrigatoriedade da cultura indígena no currículo escolar. A Constituição de 1988 outorga aos povos indígenas uma edu-cação específica e diferenciada, uma vez que a história desses povos, ao ser con-textualizada à educação escolar, serve como instrumento de luta e fortaleci-mento dos aspectos identitários.

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no Art. 28, contempla-se a seguinte informação: “conteúdos curriculares e metodolo-gias apropriadas às reais necessidades

e interesses dos alunos da zona rural; [...]” (LDB nº 9.394/1996).

Assim sendo, não podemos utilizar, nas aldeias e nos quilombos, a mesma metodologia de ensino utilizada nas escolas convencionais dos grandes cen-tros, ou seja, os mesmos livros didáticos e paradidáticos, a mesma organização e estruturação de conteúdos. Na aplicabi-lidade dos gêneros textuais trabalhados em sala de aula, a temática dos textos deve voltar-se exclusivamente para a cul-tura desses povos. Dessa forma, teremos um resgate cultural e, ao mesmo tempo, um fortalecimento de suas origens.

Urge a necessidade de uma edu-cação diferenciada para indígenas e quilombolas na educação básica, por-que todos têm direito à educação. Entretanto, sabe-se que a educação básica divide-se em: educação infan-til, ensino fundamental e médio. Se nós aplicarmos, no currículo escolar, uma educação diferenciada em toda educa-ção básica, provavelmente, estaremos tolhendo o povo indígena e o povo quilombola, que também são cida-dãos brasileiros, a outras perspectivas na zona urbana, delimitando as habi-lidades e competências desses povos, tornando-os, possivelmente, inaptos ao curso superior.

A nosso ver, a educação diferenciada deve ser inserida nas primeiras séries do ensino fundamental, pois esse segmento

Educação diferenciada para os afrodescendentes (quilombolas) e indígenas

no primeiro segmento do Ensino Fundamental representa o alicerce para novas eta-pas, logo o pertencimento aos aspectos culturais do povo a que faz parte é fun-damental. Por isso, acreditamos ser relevante o envolvimento de todos no processo estrutural de uma educação diferenciada nesta fase de ensino.

Conquanto percebamos a urgên-cia por uma educação diferenciada no ensino fundamental do primeiro seg-mento, depreendemos que, no ensino fundamental do segundo segmento e no ensino médio, é necessária uma educação sistemática unificada. Ou seja, podemos utilizar como exemplo o Currículo mínimo/2011, implemen-tado pela SEEDUC. Este é aplicado em todas as regiões do Rio de Janeiro e traz, além dos conteúdos gramaticais, itens que abordam as literaturas africanas de língua portuguesa.

O currículo escolar e o projeto político-pedagógico, no primeiro seg-mento do Ensino Fundamental, devem adaptar-se ao modo de vida de povos indígenas e quilombolas, para que tenhamos “igualdade de condições para o acesso e permanência na escola” (LDB nº 9.394/1996).

Portanto, acreditamos que pode-remos ter uma aplicabilidade de estratégias profícuas no ensino-apren-dizagem desses povos a partir de uma educação diferenciada no ensino funda-mental do primeiro segmento.

Artigo

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Ecoeficiência

Menos lixo e mais educação ambientalTania Neves

Quando se candidatou a uma vaga no mestrado profissional em Ciências Ambientais na Universidade Severino Sombra, em Vassouras, a professora Vânia Sueli da Costa já tinha em mente o projeto que queria desenvolver: um plano de gestão ambiental para uma instituição de ensino. Esta instituição é a FEUC, e o projeto está em pleno andamento: o FEUC Ecoeficiente. A pro-fessora de Metodologia da Ciência teve sua proposta encampada pela direção e apresentou suas ideias à comunidade acadêmica, produzindo em seguida um manual sobre o tema.

A primeira etapa do FEUC Ecoefi-ciente foi iniciada em agosto de 2011, com uma minuciosa vistoria em cada sala, cada cantinho da instituição, com o objetivo de mapear os pontos em

Na disciplina Sistemas Multimí-dia, o professor Bruno Santos do Nascimento propôs aos alunos de licenciatura em Computação e bacha-relado em Sistemas de Informação a tarefa de unir a teoria e as ferramen-tas daqueles cursos com os conceitos de sustentabilidade e preservação do meio ambiente, numa perspectiva de contribuir para a prática da educação ambiental. O resultado já está a cami-nho, em forma de diversos produtos como um gibi multimídia (ilustração acima), um filme interativo, animação em 2D e 3D e objetos de aprendiza-gem usando bases tecnológicas, entre outros. “As turmas se dividiram em 10 grupos, cada um trabalhando um

conceito e um produto distinto. O aplicativo para cinema interativo, por exemplo, permitirá ao especta-dor interferir no desenrolar da trama. Na medida em que ele faça escolhas favoráveis ou desfavoráveis ao meio ambiente, a continuação da história

irá se modificando, e ele saberá que o resultado tem a ver com suas ações”, explica o professor.

O projeto, cujos trabalhos serão apresentados no começo de dezem-bro, teve dupla inspiração: a re-

cente resolução do Conselho Nacio-nal de Educação (CNE) estabelecendo diretrizes para a educação ambien-tal no nível superior e as filosofias e metas do FEUC Ecoeficiente, que busca transformar a instituição numa empresa ecologicamente responsável.

que havia desperdício de energia elé-trica e água. “Identificamos situações como vedação inadequada de aparelhos de ar-condicionado, lâmpadas acesas ininterruptamente sem necessidade, aparelhos elétricos ligados sem uso, bicas com vazamento etc. A partir daí foram sugeridas algumas obras repa-radoras e a instalação de sensores de presença, por exemplo”, conta Vânia.

A professora explica que as medidas para tornar mais eficiente o gasto de energia e água vão desde obras físicas – como a troca de torneiras e de fiação elétrica – até simples mudanças de arru-mação e de hábitos: “Numa sala de aula, por exemplo, a posição do quadro pode exigir que se mantenham as luzes acesas o tempo todo ou, ao contrário, permitir que se aproveite a luminosidade externa durante o dia. Neste caso, devemos pre-ferir esta segunda arrumação”.

A próxima etapa está para come-çar, com a inauguração do Galpão de Reciclados, junto ao estacionamento. Para lá serão levados os resíduos sóli-dos recicláveis após recolhidos de forma seletiva nas diversas caixas de coleta que serão dispostas na instituição. Haverá então uma última separação e a classi-ficação do material, que será vendido e terá sua renda destinada para a manu-tenção e ampliação o projeto. Mas os ganhos não virão apenas da venda do material, como explica o superinten-dente da FEUC, professor Durval Neves: “A reciclagem dos resíduos sólidos sig-nificará também que teremos menos lixo a ser recolhido pela Comlurb, o que reduzirá o valor mensal que paga-mos à empresa. Além disso, há o lucro ambiental e o social, pois estaremos nos transformando numa instituição mais consciente e sustentável”. ■

Projeto FEUC Ecoeficiente já rende frutos e inspira ações acadêmicas

Ecoeficiência inspira criação de aplicativos educacionais

Menos lixo e mais educação ambiental

Professora Vânia no Galpão: espaço para separar recicláveis

Fotos de Gian Cornachini

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Prof. Alzir Fourny MarinhosCurso de Matemática das FIC

Linguagem algébrica: uma linguagem matemática universal

Todas as pessoas que passam pelos bancos escolares, no Ensino Básico, estudam uma linguagem da Matemática estabelecida por

símbolos e normas. Ao se depararem com (X+3)2 =6,

que chamamos de equação algébrica, estão diante da seguinte expressão da Língua Portuguesa: Há um número desconhecido chamado x que adicio-nado ao número três e dividido pelo número dois é igual ao número seis. Esta linguagem matemática com os símbolos ( ), x +, 3, —, 2, =, 6, chama-se linguagem algébrica.

Chamamos a atenção para a palavra algébrica, que vem de álgebra, de origem da palavra árabe Al-Jabr, que foi tirada do título de um livro escrito por volta de 800 dC., por um matemático árabe chamado Al-Khwarizmi, que tinha métodos para determinar um número desconhecido em expres-sões matemáticas conhecidas como equações algébricas.

Deve ficar claro que Álgebra não significa os procedimentos para determinar este número desconhecido, como sugere a origem do nome. Álgebra é uma linguagem formada por símbolos que proporcionam as leituras matemáticas. Por exemplo: quando escrevemos a + b = b + a, faze-mos a leitura de uma propriedade dos números em que a ordem das parcelas a e b não altera a soma. Isto é uma linguagem algébrica.

Antes de Cristo não havia a linguagem com sím-bolos matemáticos. As expressões matemáticas

eram escritas em textos da língua de uma nação. Na Grécia, em 400 aC., a matemática era escrita em textos gregos. Esta forma de escrever as expressões matemáticas foi chamada de retórica.

Depois de Cristo, até 1500, surge uma nova forma de escrever as expressões matemáticas com símbolos e palavras. Escreviam 2 quadrado, que significa hoje 22. Esta forma de escrever as expres-sões matemáticas com símbolos e palavras, mais simplificada que a retórica, chamou-se forma sincopada.

De 1500 a 1700 as expressões matemáticas total-mente simbólicas começam a tomar força, surgindo vários símbolos, a partir de grandes matemáticos, que usamos até hoje. Podem ser destacados, por exemplo, os símbolos = (igual), + (mais), – (menos) usados pelo matemático Inglês Robert Record; os símbolos x (multiplicação), : (divisão) usados pelo matemático Inglês Guilherme Oughtred; os sím-bolos x, y, z, como números desconhecidos em equações, usados pelo matemático Francês René Descartes; os símbolos > (maior), < (menor), usa-dos pelo matemático Inglês Thomas Harriot.

A partir de 1700, os símbolos matemáticos são conhecidos e aceitos, tornando-se universais nas expressões matemáticas.

Hoje temos várias formas de escrever, conforme a linguagem de cada povo, mas a linguagem mate-mática, chamada algébrica, é escrita e interpretada da mesma forma por todos.

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