Revista EsAEx Nr1 2009

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    Revista ientfica da

    Ano 5 N 1 - 1 semestre de 2009

    ISSN: 1808 - 5784

    Escola de Administrao do Exrcito

    Rua Territrio do Amap, 455 - PitubaSalvador - BA

    CEP: 41830-540http://www.esaex.ensino.eb.br

    RevistaCientficadaEscola

    deAdministraodoExrcito

    Ano5

    N1

    2009

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    Ano V N 1 - 1 semestre de 2009 - ISSN: 1808-5784

    Escola de Administrao do Exrcito EsAEx

    Comandante Cel Jlio Cesar de ArrudaSubcomandante Cel Carlos Cordeiro da Silva Santos

    Chefe da Diviso de Ensino Major ldman de Oliveira Nunes

    CONSELHO EDITORIALJlio Cesar de Arruda Presidente

    ldman de Oliveira Nunes Vice-presidente

    CONSELHO DE SUBMISSOClu dio Rianelli Grosso,Marco Antonio Oliveira, Anaditlia Pinheiro,

    Orlange Sodr Rocha, Nadja de Assis Mendona, Selma Lcia de Moura Gonzles,Selma Iara Gomes Lopes, Wladimir Estevam

    COMISSO EDITORIALCarlos Eduardo Arruda de Souza, Nadja de Assis Mandona,

    Luiz Fernando Sousa Fonte, Alexandre Accioly Borba

    ANALISTA-COLABORADORAFernanda Pigozzi

    REVISO LINGUSTICASelma Iara Gomes Lopes

    Revista digital disponvel no stio http://www.esaex.ensino.eb.br

    Colaboraes para: [email protected]

    Aceita-se correspondncia - Pidese cambio - On demande de changement - We ask for exchange

    EsAEx - Rua Territrio do Amap, 455 Pituba - Salvador - BA - CEP: 41830-540 - Fone: (71) 3205-8800

    O contedo desta publicao poder ter reproduo autorizada, mediante consulta, se mencionada a fonte e aautoria. Os conceitos tcnicos so responsabilidade dos autores.

    omni ergo

    Revista Cientfica da

    Escola de Administrao do Exrcito

    Revista Cientfica da Escola de Administrao do Exrcito. - ano 5, n.1 (2005) Salvador: EsAEx,2005-

    Periodicidade semestral ISSN 1808-5784

    1. Administrao 2. Direito 3. Psicologia 4. Sade 5. Tecnologia I. Escola de Administrao do Exrcito.

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    Sumrio

    Editorial

    Administrao, 4

    O ambiente virtual de aprendizagem como ferramenta de educao distncia: Possibilidades e limitaes de uso no mbito da Escolade Administrao do Exrcito .......................................................5Nara de Oliveira Caiafa Duarte

    A influncia do clima organizacional do corpo de alunos da EsAExna formao militar bsica do aluno do Curso de Formao deOficiais ........................................................................................ 26Edson Antonio de Sousa Gomes

    Cincias Contbeis, 39

    A formao e atuao do Oficial de Cincias Contbeis do Quadro

    Complementar: Peculiaridades e novas perspectivas .....................40Gilmar Rodrigues Possati Junior

    Direito, 59

    Atuao efetiva dos Oficiais do QCO na preparao das tropas aserem empregadas em operaes de GLO ...................................60Alessandra A. de Santana e Silva, Andr K. Ls, Edson A. de Sousa Gomes,Eliabe G. dos Santos, Jussara B. Franco, Mayara A. Alves, Rmulo F. dos Santos,Sandro B. Cardoso Cunha, Tatyana de A. Maia, Wagner G. Carvalho de Barrosa

    Magistrio, 78

    O rendimento dos alunos do Colgio Militar de Salvador na provado concurso para o ingresso na Escola Preparatria de Cadetes doExrcito .......................................................................................79Adriana Hartmann

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    Psicologia, 96

    O apoio psicolgico aos militares brasileiros em misses de Forade Paz e aos seus familiares ........................................................97Andr Lus Vieira da Silva

    Sade, 113

    Preparo do Oficial de controle ambiental no Exrcito Brasileiro:

    Um estudo de caso com os alunos do Curso de Formao de Oficiaisdo Quadro Complementar ..............................................................114Daniel dos Reis Lopes

    Tecnologia, 134

    Avaliao de Comunicabilidade baseada em Engenharia Semitica:Uma proposta para melhoria da interao dos sistemas comporativosdo Exrcito Brasileiro ................................................................135Bruno Graciano Rocha Gomes e ldman de Oliveira Nunes

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    Editorial

    O lanamento da 8 edio da REVISTA CIENTFICA DA ESCOLA DEADMINISTRAO DO EXRCITO (EsAEx) vem atestar a melhoria contnua,tanto qualitativa quanto quantitativamente da nossa produo cientfica, emespecial, da produo do nosso Corpo Discente.

    Seguindo diretriz emanada da Diretoria de Especializao e Extenso, aSeo de Coordenao e Doutrina da Diviso de Ensino da EsAEx planejou commeticulosidade e concedeu mais tempo til para que os oficiais-alunos pudessem

    desenvolver os seus Trabalhos de Concluso de Curso e os ProjetosInterdisciplinares com mais profundidade e para que produzissem conhecimentosque pudessem ser teis para as Organizaes Militares do Exrcito Brasileiro oude outras Foras Singulares.

    Nesta edio, apresentamos assuntos variados e que esto sendo muitodiscutidos na atualidade. Esperamos que os artigos sejam teis para os leitorese informamos que a EsAEx dispe, em seus arquivos, dos trabalhos completosdesenvolvidos pelos oficiais-alunos.

    Sabemos que ainda temos um extenso caminho a percorrer; muitoaperfeioamento necessita ser feito para que tenhamos uma produo cientficamais substancial e ampliada.

    O Curso de Formao de Oficiais do Quadro Complementar (CFO/QC)tem como objetivo principal a formao militar do oficial-aluno, quer seja, privilegiaos assuntos militares bsicos e fundamentais para o incio da carreira (tenente ecapito), mas, paralelamente, por ser um curso de nvel superior, aproveitada aoportunidade e desenvolvido o curso de ps-graduao, sendo ao final do cursoconcedido o ttulo de Especialista em Aplicaes Complementares s CinciasMilitares aos alunos que tenham seus trabalhos aprovados. Neste segundo anode implantao da especializao, j pudemos perceber o avano significativoalcanado.

    Esperamos que nossos leitores possam desfrutar e tirar proveito dos artigosaqui apresentados pelos oficiais-alunos do CFO/QC de 2009.

    Reiteramos o convite a todos que produzem conhecimento a continuarem enviandosuas contribuies para a Coordenao da Revista Cientfica da EsAEx.

    Jlio Cesar de ArrudaCoronel Comandante da EsAEx/CMS

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    Administrao

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    O AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM COMOFERRAMENTA DE EDUCAO A DISTNCIA:

    POSSIBILIDADES E LIMITAES DE USO NO MBITO DAESCOLA DE ADMINISTRAO DO EXRCITO

    Nara de Oliveira Caiafa Duarte

    Resumo.A Educao a Distncia (EAD), apoiada por Novas Tecnologias deInformao e Comunicao (NTIC), permite avanos e possibilidades ainda pouco

    exploradas. Nesse contexto, o Exrcito Brasileiro vem repensando os modelospedaggicos para a educao onlinee novos cenrios decorrem da mudana deparadigma. Dessa forma, so desenvolvidos Ambientes Virtuais de Aprendizagem(AVA) que vislumbram gerar interao, cooperao e instrumentos inovadoresde avaliao, exigncias diretamente relacionadas a uma perspectivaconstrutivista, reflexiva e colaborativa que viabilize processos autnomos deaprendizagem. O presente artigo objetiva verificar a aplicabilidade do AVA naEscola de Administrao do Exrcito (EsAEx), como ferramenta de EAD,enfatizando a situao atual, os bices e as oportunidades de melhoria para aotimizao desse instrumento. A metodologia pautou-se na pesquisa documentale bibliogrfica, alm da realizao de entrevistas no-estruturadas focalizadas.As descobertas decorrentes embasaram a percepo desta autora acerca dasdeficincias, das limitaes e das possibilidades de utilizao do AVA no mbito

    da EsAEx. Concluiu-se que o uso dessa plataforma, atualmente restrita a apoiaro ensino presencial, ainda incipiente e no foi explorada em todo o seu potencial. necessrio que a EsAEx elabore uma estratgia de ensino-aprendizagemclaramente definida e possua uma estrutura bsica para atender alunos einstrutores. Mesmo diante de limitaes em termos tecnolgicos e de pessoal,no entanto, a EsAEx segue um caminho de modernizao de sua estrutura deensino, na qual a presena da EAD fundamental para a consecuo de seusobjetivos, especialmente na formao especfica realizada junto Diviso deEnsino da Escola.

    Palavras-chave: Educao a Distncia. Exrcito Brasileiro. Ambiente Virtual deAprendizagem.

    Abstract. Distance Education, supported by Information and CommunicationTechnologies (ICT), is able to allow advancement and possibilities that haventbeen much explored yet. In this context, Brazilian Army is thinking again about thepedagogical models for online education and also new spots are a result of that

    1Graduada em Administrao. Escola de Administrao do Exrcito (EsAEx), Salvador, Brasil. [email protected]

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    change of paradigm. Therefore, new Virtual Learning Environments (VLE) aredeveloped, in order to create interaction, cooperation and innovative instrumentsof assessment, demands directly related to a constructive, reflexive andcollaborative perspective that enable autonomous process of learning. The presentwork aims to investigate the applicability of VLE in Army Administration School(EsAEx), as Distance Education tool, emphasizing the current situation, theobstacles and chances of improvement of this instrument. The methodology wasbased on bibliographical and documental research, besides the accomplishmentof non-structuralized interviews focused. The decurrent discoveries had basedthe perception of the author concerning the deficiencies, limitations and possibilities

    of use of VLE at EsAEx. It was concluded even so that the use of this platform,currently restricted to support regular-presential teaching, is still incipient and hasnot been explored in its full potential. It is necessary that EsAEx draw up a strategyfor teaching and learning clearly defined, and have a basic structure to meetstudents and instructors. Even with limitations in technology and personnel,however, EsAEx follows a path of modernizing its educational structure, wherethe presence of Distance Education is the key to achieving your goals, especiallyin specific training conducted by the Schools Division Education.

    Keywords: Distance Education. Brazilian Army. Virtual Learning Environment.

    1 Introduo

    Uma das caractersticas ine-rentes ao sculo XXI a utiliza-o intensiva de tecnologia, quepossibilita o acesso s infor-ma-es e o processamento de co-nhecimento em tempo real e emescala global. O mundo est pas-sando por um processo turbulen-to e complexo, a chamada Era doConhecimento, que influenciafortemente na educao. E a edu-cao, em seu sentido mais am-plo, constitui-se no combustvelpara o aprendizado humano. Onovo profissional deixa de osten-

    tar os velhos padres e passa a

    assumir plena e integral respon-sabilidade por seu prprio desen-volvimento.

    No comando dessa verdadei-ra revoluo, as Novas Tecnolo-gias da Informao e Comunica-o (NTIC), como a rede mundi-al de computadores internet estimulam aprendizados e a for-mulao de novos paradigmas nocampo educacional, visando formao do profissional e docidado.

    Sob o impacto dessa revolu-o educacional e tecnolgica, aEducao a Distnccia (EAD)

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    conheceu um impressionantecrescimento quantitativo e qua-litativo, na esteira da forte ex-panso do ensino a partir da se-gunda metade da dcada de 1990,particularmente em nvel superi-or.

    Em linhas gerais, a EAD con-siste em uma estratgia para ope-ra-cionalizar os princpios e osfins da educao permanente eaberta, de tal maneira que qual-quer pessoa, independentementedo tempo e do espao, possa con-verter-se sujeito protagonista desua prpria aprendizagem, graasao uso sistemtico de materiaiseducativos, reforado por dife-rentes meios e formas de comu-

    nicao.A importncia desse estudo

    converge no apenas para acontempo-raneidade do tema,mas tambm por fazer parte damodernizao do sistema educa-cional do Exrcito Brasileiro, le-gtimo representante da socieda-de brasileira e grande incentiva-dor do ensino de qualidade. Par-

    ticularmente, no mbito do Cur-so de Formao de Oficiais doQuadro Complementar (CFO/QC) da Escola de Administraodo Exrcito (EsAEx), torna-seimprescindvel contar com pro-

    fissionais altamente capacitados,e o ensino a distncia nesta ins-tituio - que ocorre por meio dodenominado Ambiente Virtual deAprendizagem (AVA) - pode con-tribuir significativamente para aformao destes oficiais, na me-dida em que permite a comple-mentao do ensino das reas es-pecficas, durante e aps o cur-so.

    Nesse contexto, o problemadesta pesquisa relaciona-se averiguao do emprego do AVAno mbito da EsAEx, haja vistao seu potencial como ferramentade EAD. A partir desse proble-ma, apresentam-se as seguinteshipteses: o AVA pode estar de-

    fasado ou subutilizado, seja pelodesconhecimento do significadoda tcnica e das possibilidades daEAD, seja pela falta de culturade EAD, j que o foco na EsAExencontra-se na educao buro-crtica, o que pode estar acarre-tando um descompasso entre arealidade dos fatos e a real ne-cessidade do cliente-aluno, cau-

    sando distores que podem con-vergir para algumas limitaes,considerando-se os objetivos daFora; ou, de maneira oposta, oAVA j suficientemente conhe-cido e est sendo empregado

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    conforme as suas potencialidadesno mbito da EsAEx.

    Em termos metodolgicos, acoleta de dados primria foi pautadana pesquisa documental, com nfasenos documentos disponveis querespaldam o funcionamento daEducao a Distncia no ExrcitoBrasileiro. No aprofundamento dapesquisa, teve-se a oportunidade derelacionar a literatura disponvel emdiversos meios miditicos, empre-gando a pesquisa bibliogrfica e, demaneira complementar, com ointuito de estender o conhecimentosobre a problemtica em questo,realizaram-se entrevistas no-estruturadas focalizadas com algunsusurios da Diviso de Ensino da

    EsAEx.Dessa forma, o objetivo geral

    do presente trabalho reside naanlise da aplicabilidade do Am-biente Virtual de Aprendizagem(AVA) na EsAEx, como ferra-menta de EAD, enfatizando a si-tuao atual, os bices e as pos-sibilidades e oportunidades demelhoria para a otimizao do

    instrumento. Desdobrando-o emobjetivos especficos, este artigotambm pretende: caracterizar aEducao a Distncia e seu pa-pel na educao continuada; des-crever sumariamente o desenvol-

    vimento da EAD no Sistema deEnsino do Exrcito; detectar,

    junto ao pblico usurio, o nvelde conhecimento e atual utiliza-o do AVA; e analisar a poten-cialidade do AVA como instru-mento de EAD, no mbito daEsAEx.

    2 Educao a Distncia (EAD)

    De acordo com Rosini (2007,p. 13):

    nesse novo cenrio mundial, o real eo virtual se confundem, se fundem, oque leva as pessoas a se reformularempermanentemente, principalmente noseu modo de agir e pensar quanto uti-lizao dos novos recursos e mtodos.

    Os avanos da informtica,dos computadores e de outrasformas de tecnologia tm exer-cido efeito significativo na edu-cao possibilitando uma Educa-o a Distncia de qualidade.Tido como um mtodo de educa-o ou forma de ensino quepossibilita uma resposta adequa-da s novas realidades sociais, aEAD tornou-se objeto de estudopedaggico ao mesmo tempo emque passou a ser praticado de for-ma intensa e crescente em todosos nveis e foros educativos, por

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    sua convenincia e eficcia.O Decreto 5.622 de 19 de de-

    zembro de 2005 conceitua Edu-cao a Distncia como:

    [...] modalidade educacional na qual amediao didtico-pedaggica nos pro-cessos de ensino e aprendizagem ocor-re com a utilizao de meios etecnologias de informao e comuni-cao, com estudantes e professores de-senvolvendo atividades educativas emlugares ou tempos diversos (BRASIL,2005).

    Landim (1997) apresenta qua-tro caractersticas necessriaspara o sistema de Educao aDistncia: o alunocomo sendo ocentro do processo educativo; odocente que ser o motivador epossibilitador da aprendizagemcooperativa e interativa no am-biente virtual; a comunicaoque poder ser realizada atravsde material impresso, audiovi-sual , te lemt ica ( In ternet ,softwares, cd-rom, vdeo intera-tivo, hipermdia, entre outros) ea tutoria mediando o presenciale o virtual; e estrutura e organi-

    zaodos materiais, da distribui-o de materiais, processos decomunicao e avaliao, que fa-zem parte do processo inicial nodesenvolvimento de programasde ensino a distncia.

    Ratificando essa perspectiva,o Manual do Instrutor (T 21-250)refere-se ao ensino a distnciacomo um sistema tecnolgico decomunicao de massa e b i-direcional que enfatiza a aosistemtica e conjunta de diver-sos recursos didticos e o supor-te de uma organizao tutorial,isto , um acompanhamento sis-temtico da atividade do instru-endo, que lhe proporciona aaprendizagem autnoma, em de-trimento da interao pessoalem aula de instrutor e instruendocomo meio preferencial de ensi-no. As experincias de ensinodevem ser elaboradas sob a for-ma de uma conversao didtica

    guiada e bidirecional, o que podeser favorecida pelo emprego docorreio, telefone, fax, computa-dor, correio eletrnico ou video-conferncia.

    O referido Manual enumeraas principais vantagens do ensi-no a distncia, a saber: leva oensino a regies pouco acess-veis; permite dar uma melhor

    qualidade ao ensino, sem limitesde tempo, espao, idade e ocu-pao, alm de uniformizar aapresentao dos assuntos; pos-sibilita a atualizao permanen-te em face das transformaes

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    operadas no mundo pela revolu-o tecnolgica; permite incor-porar as mais modernas tecnolo-gias de comunicao, ultrapas-sando as barreiras de tempo eespao; possibilita ao instrutordedicar-se a outros tipos de fun-es como a pesquisa, por exem-plo; difunde um saber construdopor eminentes especialistas dedeterminada rea do conheci-mento; e melhora a relao cus-to-benefcio do ensino (EXR-CITO BRASILEIRO, 1997).

    A EAD vem criando novosparadigmas, rompendo barreirase mudando conceitos. Assim,essa ferramenta apresenta maisesse novo desafio, o de mudar a

    cultura vigente e mostrar as no-vas e incrveis possibilidades deensino (LITWIN, 2001).

    Atualmente, a EAD vem ga-nhando mais adeptos por todo omundo de forma bem rpida, afi-nal, constitui um meio de demo-cratizar o acesso ao conhecimen-to, bem como de expandir opor-tunidades de trabalho e aprendi-

    zagem ao longo da vida. Rosini(2007) e Jard im, Pere i ra eRezende (2007) ressaltam que,com o passar do tempo, os pro-fissionais de antes j no somais adequados para as mesmas

    funes hoje. necessrio, des-sa forma, que as pessoas bus-quem permanentemente seu aper-feioamento e evoluam princi-palmente no seu modo de agir epensar quanto utilizao dosnovos recursos e mtodos. Comisso, observa-se uma crescentebusca pelo conhecimento porparte da sociedade, exatamentepara cumprir as exigncias ne-cessrias para a insero no mer-cado de trabalho ou at mesmo apermanncia neste; e a educao,principalmente em nvel superi-or, torna-se obrigatria. Almdisso, com o avano da tecno-logia e todas essas constantesmudanas, o homem precisa ter

    seu prprio tipo e ritmo de apren-dizagem. Deste modo, uma dasal ternat ivas encon tradas aEAD.

    Segundo Bertagnolli (2007),outra possibilidade de empregoda EAD a modalidade semi-presencial que combina o ensinopresencial com o uso de recursosa distncia, visando estabelecer

    novas possibilidades de organi-zao das aulas, o que permiteagregar vantagens do presenciale do virtual. O virtual estimulaprofessores a reconstruir suasconcepes sobre educao. Isso

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    permi te a cr iao de novosparadigmas educacionais, ondedocentes e discentes possuemnovos papis e atribuies. Almdisso, possibilita o desenvolvi-mento da inteligncia coletivae a construo de ambientescolet ivos de aprendizagem.Essa convergncia entre o mun-do real e o virtual permite o de-senvolvimento de um trabalhomais dinmico e complexo, vis-to que no possui limites de tem-po e espao para ocorrer.

    2.1 A EAD no Exrcito Brasileiro

    A Educao a Dis tncia ,como mais uma modalidade de

    organizao das atividades deensino e de aprendizagem, foiintroduzida no sistema educaci-onal brasileiro em 23 de dezem-bro de 1996, com a Lei n 9394 -Lei de Diretrizes e Bases da Edu-cao Nacional (LDBEN), naqual, atravs do artigo 80, dasdisposies gerais, contm as de-terminaes sobre a EAD: O

    Poder Pblico incentivar o de-senvolvimento e a veiculao deprogramas de ensino a distncia,em todos os nveis e modalida-des de ensino, e educao conti-nuada (BRASIL, 1996). Essas

    bases legais da Educao a Dis-tncia no Brasil foram regula-mentadas pelo Decreto n 5.622,publicado no D.O.U. de 20 dedezembro de 2005 (que revogouo Decreto n 2.494, de 10 de fe-vereiro de 1998, e o Decreto n2.561, de 27 de abril de 1998)com normatizao definida naPortaria Ministerial n 4.361, de2004 (que revogou a PortariaMinisterial n 301, de 7 de abrilde 1998). Cumpre tambm infor-mar que a Resoluo n 1 (de 3de abril de 2001) do ConselhoNacional de Educao estabele-ceu as normas para a ps-gradu-ao lato e stricto sensu(EXR-CITO BRASILEIRO, 2009).

    A Portaria do Comandante doExrcito (Port Cmt Ex), n 715/02, que trata da Poltica de Ensi-no do EB, considera a utilizaode novas tecnologias, particular-mente na rea de informtica,como ferramenta de transmissode conhecimento nos cursos eestgios realizados de formapresencial ou pelo sistema de

    ensino a distncia, servindo deapoio na individualizao daaprend izagem (EXRCITOBRASILEIRO, 2002a). Com afinalidade de alcanar os objeti-vos estabelecidos pela Poltica

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    de Ensino, a Port Cmt Ex, n.716/02 estabelece as seguintesDiretrizes Estratgicas: ampliara realizao de cursos e de est-gios por intermdio do ensino adistncia utilizando tecnologiaseducacionais modernas; minis-trar cursos complementares, pormeio da Educao a Distncia,que permitam aos militares ob-terem graduao em cursos civisreconhecidos pelo MEC; propor-c ionar , per iod icamente , areciclagem dos agentes de ensi-no (EXRCITO BRASILEIRO,2002b).

    Dessa forma, em 1994, oExrcito Brasileiro (EB) iniciouum estudo de modernizao de

    ensino, visando a tornar os seusrecursos humanos capazes deacompanhar os avanos da era doconhecimento. Para isso, a insti-tuio, por intermdio de um dosseus rgos de Direo Setorial,o atual Departamento de Educa-o e Cul tu ra do Exrc i to(DECEx), programou nova pol-tica educacional, modificando

    seus processos de ensino, onde oenfoque foi transferido do pro-fessor para o aluno. Dentro des-ta nova viso, uma das aes le-vantadas foi a utilizao da EAD,como proposta alternativa do

    processo ensino-aprendizagemem diversos estabelecimentos deensino, visando capacitao eao auto-aperfeioamento de seusprofissionais, reduzindo seuscustos sem, contudo, diminuir aqualidade das diferentes ativida-des desenvolvidas.

    Essa modalidade de ensinotem contribudo grandementepara a capacitao continuadados recursos humanos da institui-o. Atualmente, diversas esco-las oferecem cursos desenvolvi-dos integralmente a distncia, aexemplo do Curso de Aperfeio-amento Militar (CAM) da EsAO;dos Cursos de Idiomas a Distn-cia (CID) coordenados pelo Cen-

    tro de Estudos de Pessoal (CEP);do Curso Preparatrio para oCurso de Altos Estudos Milita-res (CP-CAEM), da ECEME; edo Curso de Artilharia e DefesaAntiarea (CArtDAAe-Of) paraoficiais aperfeioados que ser-vem em Organizaes Militaresde Artilharia de Costa e Antia-rea (EsACosAAAe).

    Como se pode notar pelosexemplos supracitados, o EB,neste momento, encontra-se des-frutando das facilidades das no-vas tecnologias da informao ecomunicaes para ampliar o

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    emprego da modalidade comoresposta necessidade imperio-sa de capacitar seus recursos hu-manos e mant-los atualizados eprofissionalmente motivados.

    Emprega-a, tambm, comoforma de proporcionar ensinosuperior de qualidade aos mili-tares e seus familiares, como nocaso do convnio firmado com aUniversidade do Sul de SantaCatarina (UNISUL). Utiliza-atambm como acesso ps-gra-duao, como nos acordos coma Universidade Federal Rural doRio de Janeiro (UFRRJ), Univer-s idade Federa l F luminense(UFF) e Universidade CasteloBranco (UCB). Alm de facilitar

    o acesso ao ensino superior, a umcusto acessvel, a partir de qual-quer regio do Pas, tais conv-nios constituem uma excelenteoportunidade para que os milita-res e seus dependentes prossigamou complementem seus estudos,muitas vezes prejudicados pelastransferncias ou pela inexis-tncia de oferta de cursos de n-

    vel superior nas guarnies emque vivem.Adicionalmente, segundo o

    Centro de Comunicao Socialdo Exrcito (EXRCITO BRA-SILEIRO, 2007), houve a im-

    plantao da EAD no ColgioMilitar (EAD/CMM), a fim deoferecer os Ensinos Fundamen-tal e Mdio para os dependentesde militares cujos pais estejamservindo na regio amaznica eno exterior.

    Capitaneando essas diversasiniciativas de EAD no mbito dainstituio, o DECExcriou, pormeio da Portaria n 161, de 20 dedezembro de 2005, a Coorde-nadoria de Ensino a Distncia(CEAD), com o intuito de desen-volver e implementar aes deEAD no Exrcito Brasileiro. ACEAD, em parceria com a Fun-dao Roberto Trompowsky Lei-to de Almeida de Apoio ao

    DECEx, a fim de articular aautoaprendizagem com as dife-rentes formas contemporneas decomunicao, investe em tecno-logia e em projetos como o Por-tal de Educao do Exrcito e oAmbiente Virtual de Aprendiza-gem, o EB aula (EXRCITOBRASILEIRO, 2009).

    O Portal de Educao do

    Exrcito, criado no ano de 2004,apresenta como proposta dispo-nibilizar informaes referentes educao militar, projetos depesquisa e parcerias com univer-sidades, alm de criar um ambi-

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    ente virtual de gesto de conhe-cimento. Seu objetivo dinami-zar o sistema de ensino do Exr-cito e atingir tanto a comunida-de militar como ao pblico civilnele inser idos , u t i l izando ainternete meios interativos paraagilizar de forma inteligente todoo processo de aprendizagem. Emse tratando do pblico militar, oe-learning constitui uma ferra-menta complementar aos progra-mas presenciais de educaocontinuada que a Fora oferece.J o ambiente virtual de apren-dizagem, baseado na web, utili-zado para acompanhamento doscursos a distncia oferecidos noPortal de Educao do Exrcito,

    recebe o nome de EB aula. Talferramenta objetiva ser um canalde comunicao multidirecional,que possibilita a interao entretodos os atores envolvidos nocurso, por meio de diversos re-cursos como chat, frum, notci-as, contedos digitalizados emdiversas md ias , ca lendr io ,glossrio, notas, at ividades, per-

    fil, bibliografia e webteca. Emoutras palavras, o EB aula permiteao aluno acompanhar a sua traje-tria no curso, acessar os conte-dos e atividades, bem comointeragir com os colegas e tutores.

    Em suma, pode-se afirmarque surgem ideias em diversossetores da Fora em se adotar aEAD. Ideias geradas em Estabe-lecimentos de Ensino, diretorias,departamentos e nos comandossuperiores. Solues individuaise coletivas.

    3 O Ambiente Virtual de Apren-dizagem e seu Uso no mbito daEscola de Administrao doExrcito (EsAEx)

    Os denominados AmbientesVirtuais de Aprendizagem (AVA)vislumbram gerar interao, co-operao, produo de conheci-mento e instrumentos inovadores

    de avaliao, exigncias direta-mente relacionadas a uma pers-pectiva reflexiva, colaborativa einterativista que viabilize pro-cessos autnomos de aprendiza-gem.

    O AVA utiliza sistemas de in-fo rmaes computacionais(software) para suportar a execu-o do ensino/aprendizagem vir-

    tual. Os sistemas utilizados paraesse fim so denominados siste-mas LMS (Learning Mana-gement Systems). Existem vri-os Ambientes Virtuais de Apren-dizagem. As instituies podem

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    desenvolver seus prprios Ambi-entes ou optarem por AVA de c-digo aberto (sistemas que permi-tem aos seus usurios alteraes,adaptaes e correes) e gratui-to, como o caso da EsAEx. Estau t i l iza o Modular ObjectOriented Distance Learning, oMoodle, um ambiente amigvel,funcional e rico em recursos di-dticos e interativos.

    Sua concepo baseada nafilosofia de aprendizagem da te-oria do Construtivismo Social,que defende a construo do co-nhecimento de forma coletiva,em que a aprendizagem emergea partir das interaes sociaiscontnuas entre aluno-aluno e

    aluno-professor (CAMPOS,COSTA e SANTOS, 2007). Emoutras palavras, baseia-se naideia de que pessoas aprendemmelhor quando engajadas em umprocesso social de construo doconhecimento pelo ato de cons-truir alguma coisa para outros.Nesse contexto, a questo dosgrupos de suma importncia,

    visto que com a sua formaoque os indivduos interagem deforma mais intensa e, para tal,torna-se necessria a criao deambientes cooperativos. Desseponto de vista, aprendizagem

    um processo de negociao designificados em uma cultura desmbolos e artefatos comparti-lhados, constituindo o prprioprocesso de construo do co-nhecimento. O ConstrutivismoSocial uma epistemologia, oumodo de saber, em que o novoconhecimento construdo atra-vs da colaborao recproca,especialmente em um contextode intercmbio de experinciaspessoais. Um elemento centralpara essa colaborao recproca o desenvolvimento de compe-tncias de comunicao, ou seja,a habilidade de participar nasdiscusses com colegas e tutoresem modo construtivo. As discus-

    ses devem ser orientadas com-preenso mtua e a atividades dereflexo crtica.

    Segundo o si te oficial doMoodle, o sistema est dispon-vel em mais de 70 idiomas e utilizado em 202 pases. Essaplataforma conta com as princi-pais funcionalidades de um AVA,possuindo ferramentas de comu-

    nicao, de avaliao, de dispo-nibilizao de contedos e deadministrao e organizao. Asferramentas de avaliao dispo-nveis no Moodle so avaliaesde curso, pesquisa de opinio,

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    questionrio, tarefas e trabalhoscom rev iso , a lm dedisponibilizar recursos para oacompanhamento dos alunos,como o lanamento de notas erelatrios de participao do alu-no no ambiente.

    Segundo Pulino Filho (2005),para uma melhor compreensodo funcionamento dessa platafor-ma, torna-se necessrio expor osprincipais mdulos que a com-pem, a saber:

    ltimas notcias:frum espe-cial dos cursos que adotam osformatos semanal e tpicos, o local mais adequado para pu-blicar avisos que devam ser vis-tos por todos os alunos.

    Prximos eventos: o ambien-te Moodle possui uma ferra-menta denominada Calendrio,atravs do qual os prximoseventos agendados sovisualizados. Atividades: so as ferramen-tas que estimulam a interaodos participantes com o ambi-ente e entre si, dentre as quais

    se destacam: avaliao do cur-so, bate-papo, exerccio,fruns, glossrios, lio, ofici-na, pesquisa de opinio, ques-tionrios e tarefa.

    3.1 Aplicabilidade corrente doAVA na EsAEx e limitaes de uso

    Com o propsito de propor-cionar aos militares formadosneste estabelecimento de ensinoa possibilidade de aperfeioa-mento e atualizao profissional,adaptando o estudo sua rotina,os oficiais alunos do Curso deFormao de Oficiais do QuadroComplementar 2005 (CFO/QC-2005) envolvidos no ProjetoInterdisciplinar Ambiente EADpara Div iso de Ensino daEsAEx desenvolveram um am-biente de EAD para disponi-bilizar cursos a distncia de in-teresse da Instituio. (REIS;

    HOKAMA, 2005)Pode-se constatar, entretanto,

    que no seria adequado a ofertade cursos a distncia pelo AVAda EsAEx, tanto pelo fato de jhaver no EB um ambiente criadopara este fim, o EB aula, quantopelas restries apresentadaspela escola, no que tange a as-pectos como falta de infra-estru-

    tura tecnolgica para suportar oambiente; falta de treinamentopara os usurios que operam ealimentam o AVA; insuficinciade mo-de-obra para oferecer tu-toria aos alunos e para a confec-

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    o de material didtico adequa-do concepo de EAD.

    Devido ao xito do empregodo AVA na Seo de Ensino 2(SE/2), responsvel pelo cursode In formt ica , em 2008 , oidealizador do Ambiente na Es-cola, atual chefe da Diviso deEnsino da EsAEx (DE/EsAEx),durante a realizao do SimpsioInterdisciplinar da EsAEx, nomesmo ano, apresentou a ferra-menta s demais Sees de En-sino da DE/EsAEx e ao Corpo deAlunos da EsAEx, j vislum-brando a possibilidade de expan-dir sua utilizao a partir do anosubsequente. Assim, com o ob-

    jetivo de sensibil izar seus inte-

    grantes para que utilizassem essaferramenta durante o CFO-2009,bem como instru-los quanto aoseu funcionamento, foram minis-tradas algumas instrues bsi-cas pelo prprio chefe da DE/EsAEx, auxiliado pelo chefe daSE/2, no decurso do Estgio deAtualizao Pedaggica (ESTAP),em fevereiro de 2009. Cumpre in-

    formar que, por questes de or-dem temporal, tal treinamentofocou-se na operacionalizaobsica do sistema, atinente aosaspectos tcnicos, no abordan-do os aplicativos em sua totali-

    dade.Desse modo, a partir de 2009,

    a DE/EsAEx como um todo pas-sou a utilizar o AVA.

    Atualmente, a EsAEx aplicao AVA como apoio ao ensinopresencial. Dentre as principaisfunes do AVA at ento empre-gadas, esto a disponibilizaode planos de ensino, currculodos instrutores, material e arqui-vos de instrues ministradas deforma presencial. Conforme jexposto, so vrias as ferramen-tas de interao disponveis noambien te Moodle . Contudo ,como se encontra em fase inicialde implantao, as atividadesque tm sido efetivamente utili-

    zadas restringem-se basicamen-te a Tarefa e Questionrio .

    Adicionalmente, o AVA temdesempenhado papel relevantecomo ferramenta de coordenaoda vida administrativa da DE/EsAEx, uma vez que disponi-biliza o mdulo Calendriopara a marcao de reunies,com a incluso dos participantes

    e das respectivas pautas, bemcomo indica os aniversariantesdo ms. Assim, integra vriasfunes em um s ambiente, fa-cilitando a rotina administrativadas Sees de Ensino.

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    De fato, pode-se afirmar queo AVA apresenta vantagens, poispermite uma maior flexibilidadepara acrescentar ou editar con-tedos de forma descentralizadae em qualquer lugar, em qualquerhorrio; diminui os custos demanuteno e com mdias fsicaspara disponibilizar o materialdidtico aos alunos. Em termosgerais, a implantao do AVApermite que a organizao tenhatotal autonomia sobre o conte-do e dispense a assistncia deterceiros para manutenes derotina. Nem mesmo preciso umfuncionrio exclusivo, pois cadamembro da equ ipe podegerenciar o seu prprio conte-

    do.Diante do exposto, acredita-

    se que a fase inicial de implan-tao, ainda que com algumasrestries, tem sido feita comsucesso, atravs de aes como:

    a) Busca de disseminao da sis-temtica aos instrutores;b) Disponibilizao dos recursosde hardware e software defini-

    dos;c) Qualificao, sob responsabi-lidade da DE/EsAEx, na utiliza-o das ferramentas bsicas deconstruo de contedos;d) Criao das estruturas das dis-

    ciplinas; ee) Utilizao do AVA como am-biente de suporte s atividadesadministrativas de cada Seo deEnsino.

    3.2 Novas possibilidades deemprego do AVA na EsAEx

    Com base na anlise do em-prego do AVA na EsAEx, atual-mente como ferramenta de apoioao ensino presencial, e tendo emvista a construo coletiva dosaber, pode-se sugerir algumasopor tun idades de melhor ia ,focadas basicamente nos seguin-tes aspectos: extenso da quali-ficao de pessoas, de acordo

    com a necessidade e especializa-o no assunto, nas ferramentasde construo de contedos; am-pliao do uso de ferramentas deinteratividade; reforo da disse-minao da sistemtica, para to-dos os usurios; extenso doacesso ao Ambiente aos ex-dis-centes do CFO/QC e aos discen-tes do Programa de Ps-Gradua-

    o.O ambiente Moodle enfoca otrabalho em ferramentas paradiscusso e compartilhamento deexper incias ; embora ta isaplicativos sejam do conheci-

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    mento deste Estabelecimento deEnsino, na concepo desta au-tora, percebe-se que estes vmsendo de certa maneira subutiliza-dos, tendo em vista a carga hor-ria ainda relativamente reduzidadestinada ao treinamento de seususurios.

    Dessa forma, alm das ativi-dades presenciais do CFO/QC,podem ser realizadas tambm al-gumas atividades na plataformavirtual, alm de utiliz-la comorepositrio de material didticoempregado nas ins t ruespresenciais. A aplicao de dife-rentes ferramentas, tais como:leituras de artigos sugeridos peloins t ru to r e d ispon ib i l izados

    online, atividades de pesquisaorientadas, publicao das pro-dues dos oficiais-alunos naplataforma, frum de discusses,salas de chatse correio eletrni-co possuem o carter de suporte,de recurso, de meio atravs dosquais os alunos so incitados aadquirir a sua autonomia intelec-tual na resoluo de problemas e

    na busca de informao. Ao mes-mo tempo, o suporte tecnolgicopermite a organizao, o acom-panhamento e a anlise dessasinteraes, compondo cenriosem que a tecno log ia pode

    viabilizar indicadores que, de al-guma forma, mapeiem o proces-so de aprendizagem e conduzama novas e especficas abordagenspara a aval iao do ens ino-aprendizagem online. Assim, po-dem ser avaliadas as participa-es nos fruns, chats e outrasque se fizerem necessrias, ob-servando-se, como sugesto, osseguintes aspectos: participaocrtica e reflexiva; atitude de pro-por novas indagaes; debatecom os colegas e professor; coe-rncia com o tema proposto; as-siduidade.

    O questionrio, cuja aplica-o est em fase de testes na Se-o Tcnica de Ensino e deve ser

    implementado j em 2010, tam-bm poderia ser usado nas pes-quisas realizadas com ex-discen-tes e chefes de ex-discentes.

    Outra aplicao interessantepara o AVA seria a criao deambincias para aval iaoformativa, tanto com questes demltipla escolha quanto comquestes discursivas.

    Outra sugesto de melhoriarefere-se disponibilizao doambiente aos ex-discentes doCFO que esto realizando a ps-graduao do Estabelecimento deEnsino, com vistas a facilitar a

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    confeco do Trabalho de Con-cluso de Curso e a interaocom a EsAEx

    importante tambm que aEsAEx realize um cadastro doendereo eletrnico de seus ex-dis-centes, ou ento que permitao seu acesso ao AVA, de modoque os mesmos mantenham-seatualizados, consultando apenasuma plataforma.

    Cumpre lembrar ainda da ne-cessidade de providenciar umapreparao especfica de todos osmilitares e/ou civis contratadosque trabalham em prol do ambi-ente de EAD. A esses agentesdevem ser disponibilizados cur-sos e estgios que tratem do as-

    sunto com profissionalismo.Como sugesto, o treinamen-

    to deveria abordar o seguintecontedo programtico:

    1. A abordagem pedaggicapara o EAD.2. Recursos tecnolgicos parao EAD.3. Suporte ao aluno.4. Interatividade do ambien-

    te.5. Material didtico - textoimpresso, livros, revistas ehipertexto; ilustrao (figu-ras); animao; udio; vdeo;software; hipermdia.

    6. Metodologia de construode Aulas para EAD.7. Referncias bibliogrficas.

    Isso produziria um conscien-te coletivo acerca da importn-cia da qualificao na conduode cursos a d is tncia ousemipresenciais, melhorando orendimento escolar dos oficiais-alunos do CFO/QC.

    4 Concluso

    O Exrcito Brasileiro (EB),atento s mudanas e aos desafi-os que se impem na atualidade,vem modernizando o ensino mi-litar de modo a atingir o objeti-

    vo de melhor formar seus recur-sos humanos, empregando comsucesso a EAD em cursos de idi-omas, cursos preparatrios daEscola de Comando e EstadoMaior do Exrcito ou da Escolade Aperfeioamento de Oficiais,no ensino voltado aos filhos e de-pendentes dos militares que ser-vem em reas pioneiras da Ama-

    znia e em misses no exterior,atravs do Colgio Militar deManaus, entre outros.

    correto afirmar que o supor-te normativo do EB para a reado ensino farto e abrangente no

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    que concerne aos p rocessosaval ia t ivos das d imensescognitiva, afetiva e psicomotora.Ainda assim, deixa um grandehiato quando o assunto Educa-o a Distncia, certamente porser essa abordagem diferente doensino tradicional e que s a par-tir da popularizao dos meiostecnolgicos, particularmentedos atinentes rede mundial decomputadores, que vem ga-nhando fora.

    Nesse cenrio, a EsAEx uti-liza um Ambiente Virtual deAprend izagem, denominadoAVA, que consiste em um con-

    junto de caractersticas e proce-dimentos pedaggicos necessri-

    os realizao da EAD na mo-dalidade virtual, como: constru-o de contedo, acompanha-mento na participao e registrode desempenho do a luno einterao entre participantes. Oambiente virtual pode incentivaro aluno reflexo para resoluode problemas, estimular a pes-quisa, aplicar exerccios dirigi-

    dos, tirar dvidas, propor estudode casos, apresentar dicas e cu-riosidades, alm de oportunizara autoaprendizagem e uso de re-cursos para conversao em tem-po real atravs de chatse fruns.

    Em outras palavras, o xito des-sa plataforma depende da consi-derao da necessidade de se de-senvolver atividades que estejamdentro do contexto e que possi-bilitem motivar o aluno a execu-tar, a refletir, a interagir com ou-tros alunos e a buscar novos co-nhecimentos.

    Este contexto conduziu identificao do objetivo princi-pal do presente artigo, o qual re-monta anlise da aplicabilidadedo AVA na EsAEx, como ferra-menta de EAD, enfatizando a si-tuao atual, os bices e as pos-sibilidades e oportunidades demelhoria para a otimizao doinstrumento.

    Dessa forma, quanto ao em-prego da EAD na EsAEx, pode-se concluir que sua utilizaoainda incipiente e no foi ex-plorada em todo o seu potencial,sendo um instrumento exclusivode suporte ao ensino presencial.

    Torna-se vlido mencionarque a modalidade semipresencialtambm permite a criao de no-

    vos paradigmas educacionais,onde docentes e discentes adqui-rem novos papis e atribuies.Alm disso, possibilita o desen-volvimento da inteligncia co-letiva e a construo de ambi-

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    entes coletivos de aprendiza-gem, permitindo o desenvolvi-mento de um trabalho mais di-nmico e complexo, sem limitesde tempo e espao.

    Decompondo os componentesda EAD na EsAEx, chega-se concluso que a atual estruturado Ambiente Virtual de Aprendi-zagem no CFO/QC no contem-pla uma organizao pedaggicatutorial que possibilita uma de-dicao mais personalizada aoaluno.

    Desse modo, a reformulaotutorial seria um primeiro passo,

    juntamente com um reforo ad-ministrativo, para o apoio ao en-sino, com o aumento do efetivo

    de militares e/ou funcionrioscivis, para que os instrutores fi-quem totalmente voltados para asfunes de tu to res e con te-udistas, inclusive com a criaofutura de uma Seo de EAD,dirigida para atender aos cursosnas modalidades presencial, no-presencial e de ps-graduao.

    O seguinte abrangeria uma pre-

    parao especfica de todos os mi-litares que trabalham em prol doambiente de EAD, contemplandodesde a realizao de treinamentosformais at a utilizao de tcni-cas como o benchmarkingjunto a

    instituies que possuem projetosno segmento ensino a distncia,como a EsAO e a ECEME, a fimde adquirir o know-how necess-rio implantao dessa sistemti-ca com total xito na EsAEx.

    Mesmo diante de limitaesem termos tecnolgicos e de pes-soal, no entanto, a Escola segueum caminho de modernizao desua estrutura de ensino, na quala presena da EAD fundamen-tal para a consecuo de seusobjetivos, especialmente na for-mao especfica realizada jun-to Diviso de Ensino da Esco-la. O corpo docente deste Esta-belecimento de Ensino reconhe-ce que a EAD, bem trabalhada

    para atender s necessidades dainstituio e sem diminuir a car-ga horria presencial, tem trazi-do e poder agregar vantagensainda mais palpveis para aEsAEx, no ambiente de ensino.

    De fato, a utilizao de mo-dernas tecnologias de informa-o e comunicao para a EADapresenta-se como uma das alter-

    nativas s necessidades de cons-tante especializao e aprendiza-gem contnua. Entretanto, deve-se ressaltar que, para que essastecnologias possam ser utilizadasa fim de atingir objetivos peda-

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    ggicos , necessr io que aEsAEx tenha uma estratgia deensino-aprendizagem claramentedefinida, assim como apresenteuma estrutura bsica para aten-der alunos e instrutores. Os de-safios so muitos, porm consti-tuem interessantes tpicos depesquisa e de estudo.

    Por fim, pode-se concluir queo mais signif icat ivo que aEsAEx, foco desta pesquisa, estconstruindo, aprendendo. im-portante experimentar algo novoa cada semestre. Pode-se come-ar pelo mais simples na utiliza-o de novas tecnologias e ir as-sumindo atividades mais com-plexas. Comear pelo que se co-

    nhece melhor, pelo que famili-ar e de fcil execuo e avanarem propostas mais ousadas, di-fceis, no utilizadas antes. Ex-perimentar, avaliar e experimen-tar novamente a chave para ainovao e a mudana desejadase necessrias.

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    1 Ps-Graduado em Gesto Estratgica de Recursos Humanos. Universidade Castelo Branco(UCB).Rio de Janeiro. [email protected]

    A INFLUNCIA DO CLIMA ORGANIZACIONAL DO CORPO DEALUNOS DA EsAEx NA FORMAO MILITAR BSICA DO

    ALUNO DO CURSO DE FORMAO DE OFICIAIS

    Edson Antonio de Sousa Gomes1

    Resumo. Este trabalho constitui-se de um estudo sobre o Corpo de Alunos daEscola de Administrao do Exrcito (EsAEx) com o objetivo de analisar seuclima organizacional e sua importncia para a formao militar bsica do alunodo Curso de Formao de Oficiais, apresentando subsdios necessrios melhoria

    contnua de seus processos. Foi realizado um mapeamento de fatores quecontribuem positivamente ou negativamente no desempenho dos profissionaisdo corpo de alunos. Um questionrio abrangendo os mais variados assuntossobre ambiente interno de trabalho e aspectos importantes na formao do alunofoi desenvolvido e aplicado aos militares do corpo de alunos da Escola deAdministrao do Exrcito. Pressupe-se que conhecendo o clima organizacional,pode-se detectar quais os aspectos importantes, objetivando mudanas nascondies de trabalho dos militares, facilitando e contribuindo na formao doaluno do Curso de Formao de Oficiais. Com base nos dados colhidos dosquestionrios, fez-se a anlise dos mesmos, sempre buscando informaes quepudessem contribuir com o objetivo deste trabalho. De maneira geral, depreendeu-se que o clima organizacional influencia na formao militar bsica do aluno do

    Curso de Formao de Oficiais, pois um ambiente de trabalho favorvel faz comque os militares consigam desempenhar suas atividades de maneira proficiente,colaborando assim para uma melhor qualificao das instrues e das atividadesrelacionadas aos discentes.

    Palavras-chave: Clima Organizacional. Corpo de Alunos. Formao Militar.

    Abstract. This work consisted of a study on the Student Board of the School ofEscola de Administrao do Exrcito(EsAEx) in order to examine theirorganizational climate and its importance for basic military training of the studentsTraining Course for Officers, giving subsidies to continual improvement of itsprocesses. We conducted a survey of factors that contribute positively or negativelyon the performance of the professional board students. A questionnaire coveringa wide range of issues on internal environment of work and important aspects inthe training of students was developed and applied to the body of military studentsEscola de Administrao do Exrcito. It is assumed that knowing theorganizational climate, one can detect what the important issues, to changes in

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    working conditions for facilitating and helping the military training of the studentsTraining Course for Official. Based on data collected from the questionnaires,was the analysis of them, always seeking information that would contribute withthe objective of this work. In general, it appears that the organizational climateinfluence the formation of a student of military basic training courses for Officers,as a working environment conducive makes the military can perform its activitiesso proficient, contributing to better classification instructions and activities relatedto students.

    Key words: Organizational Climate. Student Body. Military Training.

    1 Introduo

    A passagem para a chamadaera do conhecimento trouxemudanas econmicas e sociais.Nesta nova era faz-se necessriovisualizar as organizaes comocomunidades humanas cujo co-nhecimento coletivo representa

    um diferencial competitivo emrelao concorrncia.Atualmente, ocorre a trans-

    formao acelerada dos conheci-mentos cientficos em objetosteis para produo ou consumo.Como resultado deste panorama,no possvel mais ignorar opapel da intelectualidade huma-na no contexto organizacional,

    nem deixar de trabalh-la de for-ma consciente e estruturada.O conhecimento traz implci-

    ta a importncia de seu principalagente, o ser humano. A partir darelao entre as pessoas, o co-

    nhecimento e as organizaes,evidenciam-se o capital intelec-tual humano definido como: oconhecimento implcito, habili-dade e experincia individual dafora de trabalho, incluindo a suacriatividade e capacidade de ino-var.

    O objetivo geral deste artigo

    foi analisar o clima organi-zacional do corpo de alunos daEsco la de Admin is t rao doExrcito e a sua importncia paraa formao militar bsica do alu-no do Curso de Formao de Ofi-ciais, apresentando subsdios ne-cessrios melhoria contnua nodesempenho profissional de seusmilitares.

    A hiptese de estudo foi des-cobrir se o clima organizacionaldo corpo de alunos da EsAEx in-fluencia na formao militar b-sica do aluno do curso de forma-o de oficiais.

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    Por intermdio de um questi-onrio foram coletadas informa-es relevantes, que aps anali-sadas, iro contribuir para imple-mentao de mudanas nos as-pectos referen tes ao c l imaorganizacional.

    A originalidade fundamen-tada pela apresentao de formaindita de um retrato, mesmo quede forma superficial, do climaorganizacional no corpo de alu-nos da EsAEx, podendo servir debase para um estudo mais amplo,com maior disponibilidade detempo de pesquisa, procurandoidentificar o clima organiza-cional do estabelecimento de en-sino, contribuindo para desen-

    volver estratgias gerenciaisadaptadas ao contexto das Orga-nizaes Militares.

    Conhecer o clima organiza-cional presente nas OrganizaesMilitares e especificamente nocorpo de alunos da Escola de Ad-ministrao do Exrcito repre-senta uma informao fundamen-tal para subsidiar o comando em

    aes de melhoria contnua paraa formao militar bsica do alu-no alinhada aos princpios doSistema de Excelncia Geren-cial.

    Foi realizada a pesquisa bibli-

    ogrfica e documental, onde sebuscou subsdios tericos, paraanlise da investigao e com-provao ou refutao do pontode vista do autor. Para tanto seutilizou da leitura e anlise detextos relevantes ao tema do pro-

    jeto, anal isando tambm as ten-dncias a tuais sobre c l imaorganizacional e cultura organi-za-cional.

    A metodologia utilizada foi apesquisa descritiva e quantitati-va. Diz-se descritiva, pois foirealizada a aplicao de um ques-tionrio para os militares quecompem a amostra, aps termode consentimento e quantitativaporque retrata numericamente as

    respostas apresentadas.Conclui-se retratando o clima

    organizacional do corpo de alu-nos, na viso especfica de seusprofissionais, mostrando as ca-ractersticas e perfil do pesqui-sado,o resultado da pesquisa, al-gumas consideraes finais, li-mites do trabalho e a importn-cia dos dados obtidos.

    2 Clima Organizacional e CulturaOrganizacional

    A competio dentro dos se-tores constantemente demons-

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    trada e as empresas procuram in-cessantemente melhorar a suacompetitividade, pois sem issono conseguiro sobreviver aomercado. As organizaes depen-dem e muito de seu fator de pro-duo mais importante: o capi-tal humano. Os profissionais pre-cisam estar satisfeitos, motiva-dos, felizes e orgulhosos dos va-lores compartilhados no seu lo-cal de trabalho. As pessoas en-tendem que um ambiente de tra-balho agradvel est relacionadopositiva ou negativamente com oseu desempenho funcional. Sur-ge, portanto, a necessidade daobservao desse quesito impor-tante, trazendo-o para o contex-

    to das Organizaes Militares(OM). O cl ima existente emqualquer organizao tem a ca-racterstica especfica da indivi-dualidade. Cada organizao temo seu clima e deve desenvolv-lo de modo a propiciar condiespara um melhor desenvolvimen-to dos trabalhos por seus profis-sionais.

    Com essa pesquisa espera-secontribuir para o aprofunda-mento do estudo de clima organi-zacional, no que tange ao inves-timento de proporcionar e criarum clima onde as metas e obje-

    tivos possam ser mais facilmen-te atingidos.

    A partir da definio de cul-tura, podemos definir a culturaorganiza-cional, que segundoGuimares (2004), tambm podeser chamada de cultura corpora-tiva, e representa o conjunto dehbitos e crenas estabelecidosatravs de normas, valores, ati-tudes e expectativas comparti-lhados por todos os membros daorganizao. Ela tambm se re-fere ao sistema de significadoscompartilhados por todos estesmembros, e tambm como o fa-tor que distingue uma organiza-o das demais. As caractersti-cas de cada indivduo quando se

    relaciona com outras pessoasdentro de qualquer grupo social,so a base para as caractersticasdo grupo como um todo, consti-tuindo o modo institucionalizadode pensar e agir que existe emuma organizao. A essncia dacultura de uma empresa expres-sa pela maneira como ela fazseus negcios, a maneira como

    ela trata seus clientes e funcio-nrios, o grau de autonomia ouliberdade que existe em suas uni-dades ou escritrios e o grau delealdade expresso por seus funcio-nrios com relao empresa.

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    A cultura organizacional re-presenta as percepes dos diri-gentes e funcionrios da organi-zao e reflete a mentalidadepredominante da mesma. Por estarazo, ela condiciona a adminis-trao das pessoas.

    Em outras palavras, a culturaorganizacional representa as nor-mas informais e no escritas queorientam o comportamento dosmembros de uma organizao nodia-a-dia e que direcionam suasaes para o alcance dos objeti-vos organizacionais. No fundo, a cultura que define a misso eprovoca o nascimento e o esta-belecimento dos objetivos da or-ganizao.

    3 Caractersticas da organizaoestudada

    O Exrcito uma instituionacional, permanente e regular,organizada com base na hierar-quia e disciplina. Assim, como asdemais Foras Singulares (Mari-nha e Aeronutica), o guardio

    da soberania nacional e temcomo misses a garantia dos po-deres constitucionais e por inici-ativa de qualquer um destes, dalei e da ordem. A Escola de Ad-ministrao do Exrcito o es-

    tabelecimento de ensino respon-svel pela formao do oficial doQuadro Complementar. Com ainteno de unir o sabre aos sa-beres acadmicos, de acordo coma frase de Castro Alves, Nemcora o livro de ombrear coosabre. . .Nem cora o sabre decham-lo irmo, que se encon-tra afixada no pavilho do corpode alunos da Escola de Adminis-trao do Exrcito, foi criado oQuadro Complementar de Ofici-ais (QCO), em 02 de outubro de1989, pela Lei n 7.831. Essadata marcou um momento signi-ficativo para o Exrcito Brasilei-ro, sedimentando uma concepode gesto administrativa ajusta-

    da moderna sociedade da infor-mao. O objetivo foi o de su-prir as necessidades da ForaTerrestre em pessoal de nvel su-perior com formao especfica,para a ocupao de cargos e fun-es de natureza tcnico-admi-nistrativa. Trs anos depois dacriao do QCO, a Escola deAdmin is t rao do Exrc i to ,

    sediada em Salvador, formou,pela primeira vez, oficiais dosegmento feminino recebendo aturma a denominao histricade Maria Quitria. Trata-se deum Quadro novo diante da secu-

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    lar existncia da Instituio. OCurso de Formao de Oficiaisda EsAEx inclui adestramentobsico militar, mas, essencial-mente, voltado para a missode fornecer recursos humanospara a atividade-meio da Fora.Constitudo por homens e mulhe-res com curso de nvel superior,realizado em instituies civis,em reas que sejam de interessedo Exrcito, o QCO atua comoum importante agente na manu-teno dos nveis de profis-sionalismo que garantem o poderde dissuaso ao Exrcito Brasi-leiro. Foi criado com o objetivode suprir as necessidades das or-ganizaes militares em pessoal

    de graduao superior habilitadoao exerccio de funes no afe-tas ao oficial combatente. O Cor-po de Alunos possui o encargo daformao militar dos oficiais-alunos, para que se adaptem ra-pidamente s atribuies e ativi-dades inerentes carreira das ar-mas, capacitando-os para exercerde forma satisfatria e eficiente

    o seu desempenho nas Organiza-es Militares. O Curso de For-mao de Oficiais da EsAEx tema durao de aproximadamenteoito meses, habilitando o ofici-al-aluno, para exercer os cargos

    e funes de tenente e capitono-aperfeioado, aps o trmi-no do mesmo e se houver conclu-do com aproveitamento. O Ofi-cial do Quadro Complementarpossui formao especfica emdiversas reas de interesse doExrcito, porm, pode ser desig-nado para desenvolver atribui-es e assumir encargos ineren-tes ao posto que ocupa. Exem-plos prticos so oficiais oriun-dos desse quadro exercendo atmesmo funo de comandantesde subunidade, oficiais de tiro einstrutores de estgio de adapta-o e servio, dentre outras queprioritariamente, deveriam serexercidas por oficiais formados

    na Academia Militar das AgulhasNegras, refletindo, portanto, aimportncia da formao militarbsica. O aluno tem a oportuni-dade de conhecer a estrutura doExrcito, seu rgo de DireoGeral O Estado-Maior do Exr-cito e seus rgos de DireoSetorial e de suas respectivasatribuies e dinmica de funci-

    onamento. Os regulamentos b-sicos (Regulamento Disciplinardo Exrcito, Regulamento de Ad-ministrao do Exrcito, Regula-mento de Continncias Honras,Sinais de respeito e Cerimonial

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    Militar das Foras Armadas e Re-gulamento Interno dos ServiosGerais), os manuais, legislaese normas militares so discutidose interpretados pelos oficiais-alunos, de forma a condicionar equalificar a compreenso e o en-tendimento das disposies refe-rentes hierarquia e a discipli-na.

    4 Metodologia

    O tipo de pesquisa desenvol-vida neste trabalho foi descriti-va e quantitativa. Considera-sedescritiva, pois, foram utilizadosinstrumentos de coleta de dadosaplicando-se questionrios para

    os militares do corpo de alunosque compem a amostra. Ch a-ma-se tambm de quantitativa,tendo em vista que os elementoslevantados foram expressos nu-mericamente, retratando fiel-mente a opinio dos entrevista-dos, para anlise e classificao.O objetivo proposto no trabalhopode ser melhor viabilizado a

    partir da investigao da realida-de, no contexto do binmio ex-plorar-descrever. Esta afirma-o indica esse tipo de pesquisacomo ideal, dentro de um enfo-que exploratrio-descritivo, por

    realizar um exame detalhado deum dado ambiente, de um indi-vduo, de um grupo de pessoasou de uma situao especfica.Uma pesquisa deste tipo produzresultados apenas pelo fato de serrealizada, no sendo apenas umacoleo estatstica e padroniza-da de dados, mas ensejando emotivando o envolvimento dosparticipantes na definio dosobjetivos, na coleta e na anlisedos dados.Os instrumentos usa-dos na pesquisa adequaram-se cultura da organizao militar,inclusive em termos de lingua-gem, motivo pelo qual foramconstrudos a partir de contatocom os militares que nela traba-

    lham.Ressalte-se que o envolvime-

    nto do comando da EsAEx e aclareza dos objetivos so os prin-cipais determinantes da adeso eparticipao. A experincia mos-tra que se a pesquisa for feitacomo parte de programa de mu-danas institucionais ou comosubsdio a programas de desen-

    volvimento, ela ter melhorescondies de ser aceita pelosmembros da organizao. ine-vitvel que qualquer pesquisa le-vante expectativas. A retroali-mentao (feedback) aos partici-

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    pantes fator crucial credibi-lidade da pesquisa realizada, fa-cilita a eventual realizao deoutras e a introduo de mudan-as que os dados vierem a suge-rir.

    O trabalho investigativo, apsa reviso bibliogrfica, realiza-se a partir da aplicao de umquestionrio de clima organiza-cional aos militares do corpo dealunos, conseguindo atender snecessidades do pesquisador,preservando o rigor e a qualida-de tcnica que toda pesquisadeve possuir. O perodo de reali-zao da pesquisa, atravs de umquestionrio estruturado, foi de20 de julho a 23 de julho de 2009

    e utilizou-se tambm da observa-o informal e dirigida, na qual,verifica-se a capacidade de ob-servar continuamente objetos,comportamentos e fatos de inte-resse para o problema em estu-do. A Populao deste estudoabrangeu os militares do corpode alunos da EsAEx, seo res-ponsvel pela formao militar

    bsica do aluno do CFO. Comoa populao finita, resolveu-seaplicar um questionrio aos in-tegrantes procurando evidenciaruma melhor confiabili-dade nosdados obtidos. O perfil demons-

    tra a predominncia das seguin-tes variveis: sexo masculino 94%, oficiais 62,5%, faixa etria 41a 46 anos 62,5%, casados 62,5 %e tempo de servio no exrcito de24 a 26 anos 50%.

    5 Resultados e discusso dosdados

    A partir do demonstrativo dasdistribuies de frequncia rela-tiva e absoluta dos militares (ofi-ciais/praas) do corpo de alunosda EsAEx, escolhidos aleatoria-mente, segundo as variveisabordadas e as sugestes apre-sentadas pelos mesmos, chegou-se aos seguintes resultados:

    Entre os militares do corpo dealunos per tencen tes a nossaamostra, 100 % afirmaram quesentem orgulho de pertencer aoExrcito Brasileiro, demonstran-do um fator positivo para o estu-do em questo. A unanimidadevaloriza o grau de comprometi-mento com a instituio na qualdesempenham suas atividades. A

    maioria dos entrevistados 75%demonstraram estar muito satis-feitos com a profisso militar;25% dos militares afirmaram queesto satisfeitos com a profisso.50% concordaram que sua remu-

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    nerao justa em relao ao tra-balho desempenhado no corpo dealunos e 50% discordaram. Amaioria dos militares 62,5% con-sidera que a sua remunerao re-lacionada ao seu grau de instru-o boa. Remunerao ruim,regular e muito boa, apresenta-ram 12,5 % cada, sendo a remu-nerao considerada tambm por100% dos entrevistados comofator motivacional.Foi verifica-do que 75% dos entrevistadosesto servindo na EsAEx h trsanos ou menos, 12,5 % de 4 a 6anos e 12,5% de 7 a 9 anos. Amaioria 87,5% dos entrevistadosesto trabalhando no CA/ EsAExh 3 anos ou menos, ou seja, tm-

    se que grande parte dos milita-res do CA, ao serem movimen-tados para a EsAEx, j so de-signados para trabalharem espe-cificamente na seo.As condi-es de trabalho (materiais utili-zados, equipamentos de inform-tica, mveis, salas, rudos, tem-peratura, instalaes, ergono-mia), foram consideradas boas

    (50%), regulares (37,5%) e ruins(12,5%). O relacionamento como chefe imediato apresentou-separa a maioria dos entrevistadoscomo excelente(62,5%), muitobom (25%) e bom(12,5%).A mai-

    oria (62,5%) respondeu que ochefe informa sobre o desempe-nho no trabalho. Em conversainformal com alguns dos entre-vistados, estes disseram ser mui-to importante o feedback, poisfacilita e orienta em quais aspec-tos pode melhorar no seu desem-penho. Todos os entrevistadosafirmaram que o chefe reconhe-ce o seu trabalho, demonstrandoa percepo do superior imedia-to em relao ao subordina-do,aspecto considerado bastantepositivo. Os entrevistados de-monstraram estar sat isfei tos(87 ,5%) e mui to sa t i s fe i tos(12,5%) com o tratamento querecebem do seu chefe. Este as-

    pecto tambm foi julgado comobastante positivo para o desem-penho dos militares. Os entrevis-tados concordaram que as condi-es de trabalho, remunerao erelacionamento com a chefia po-dem influenciar de alguma for-ma o seu desempenho no traba-lho. Concordaram plenamente(62,5%) e concordaram em parte

    (37,5%). A cooperao e o traba-lho em equipe so unnimes en-t re os mi l i tares de todas assubsees do corpo de alunos daEsAEx. A maioria dos entrevis-tados (87,5%) informou que os

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    respectivos chefes estimulam oseu desenvolvimento profissio-nal, o que demonstra a preocu-pao destes militares com oauto-aperfeioamento de seussubordinados. A maioria dos mi-litares (50%) est indiferentequanto ao nvel de stress, poucoestressados perfazem 25 %; 12,5% esto estressados e 12,5 %apresentam-se sem stress. im-portante verificar que o nvel destress elevado, cientificamente ede acordo com a OrganizaoMundial de Sade, prejudicialpara a sade das pessoas, relaci-onando principalmente a doenascardacas e depresso. neces-srio que seja realizado um tra-

    balho de desacelerao do ritmode trabalho e de vida destes mi-litares (12,5% estressados), paraque problemas de sade sejamevitados. Dentre os entrevista-dos, a maioria destes (75%) es-to motivados; 12,5% esto in-diferentes e 12,5% esto desmo-tivados. Desta forma, evidencia-se a necessidade de estabeleci-

    mento de polticas e estratgiasorganizacionais direciona-daspara aumentar o grau de motiva-o dos militares.

    6 Concluso

    Entender o clima organiza-cional uma questo complexaque leva em conta diversas vari-veis estruturais (tica, culturaindividual, crenas, estilos devida, flexibilidade); e tecnol-gicas (materiais, equipamentos emtodos de trabalho). Isso requero conhecimento da instituiocomo um todo, sua histria, cul-tura, modelo de administrao,formas de planejamento, com-prometimento dos profissionais ecompartilha-mento dos objetivosgerais (empresa) com os indivi-duais (funcionrio). Em um mun-do em constantes mudanas, as

    organizaes precisam discutirseu ambiente interno, para que odesenvolvimento e o crescimen-to organizacional ocorram de for-ma que tambm venham a con-tribuir para o crescimento e sa-tisfao de seus colaboradores.Por intermdio dessa viso dagesto, as organizaes so re-compensadas com o comprome-

    timento e esforos bem-coorde-nados de seus colaboradores.Porm, quando essa confiana violada por atos de injustias, asrelaes so afetadas comprome-tendo o ambiente organizacional.

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    O respeito, a credibilidade, acompreenso e a motivao,constituem ferramentas essenci-ais no entendimento do climaorganizacional, j que o ideal que o militar sinta que especi-al pelo fato de estar ligado a umainstituio eficiente e de grandecredibilidade.

    As organizaes tm a neces-sidade de conhecer bem os seustrabalhadores para que possamdesenvolver estratgias eficien-tes e eficazes, visando otimi-zao de recursos e o alcance deexcelentes resultados. O Exrci-to Brasileiro acompanha a ten-dncia mundial e procura cadavez mais superar os desafios que

    sempre esto presentes em qual-quer organizao militar do ter-ritrio nacional. Nota-se quenem mesmo a restrio oramen-tria capaz de impedir o bomcumprimento de todas as missesdelegadas, onde o conhecimento,inteligncia, segurana e cria-tividade dos recursos humanosrepresentam os aliados durante

    os 365 dias de cada ano que sepassa. Este artigo identificou ascaractersticas dos militares, oclima organizacional, o grau demotivao, satisfao e compro-metimento com a instituio, re-

    lacionamento com a chefia, con-dies de trabalho, limitaes esugestes dos militares do corpode alunos da Escola de Adminis-trao do Exrcito. O autor infe-re que o clima organizacional in-fluencia no desempenho dos mi-litares do corpo de alunos e estefoi considerado muito bom pelamaioria dos militares. O estudocomprovou a hiptese de que oclima organizacional do corpo dealunos influencia positivamentena formao militar bsica doaluno do Curso de Formao deOficiais. Ao analisar os dados edurante a pesquisa foi observa-do o grau de comprometimentoe profissionalismo dos militares

    envolvidos na amostra.Os aspectos mais positivos

    foram orgulho de pertencer aoExrcito, remunerao como fa-tor motiva-cional, cooperao etrabalho em equipe e reconheci-mento do trabalho pelo chefe,onde todos os militares concor-daram com o quesito. Destaca-mos a existncia de militares

    desmotivados, estressados, che-fias que no incentivam o desen-volvimento profissional e exis-tncia de insatisfao relaciona-das remu-nerao.Vale ressal-tar que estes aspectos foram ci-

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    tados por percentual reduzido daamostra.Os dados obtidos repre-sentam subsdios para o estabe-lecimento de planos de melhoria,alicerados nos princpios doSistema de Excelncia Geren-cial. At a presente data, no hconhecimento de que tenha sidorealizado outro estudo com estaproblemtica e poder servir debase para um estudo mais apro-fundado sobre o clima organiza-cional da EsAEx.

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    plementar de Oficiais do Exr-cito (R-41).Disponvel em

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    Cincias

    Contbeis

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    A FORMAO E ATUAO DO OFICIAL DE CINCIASCONTBEIS DO QUADRO COMPLEMENTAR:PECULIARIDADES E NOVAS PERSPECTIVAS

    Gilmar Rodrigues Possati Junior1

    Resumo.O presente artigo aborda as peculiaridades da atual formao e atuaodo oficial do Quadro Complementar de Cincias Contbeis e a relao destascom a estrutura de ensino disponvel Seo de Ensino 1, responsvel pela

    formao especfica da rea contbil na Escola de Administrao do Exrcito.Esta investigao objetiva verificaras peculiaridades da atual formao e atuaodo oficial do Quadro Complementar de Cincias Contbeis relacionando-as coma estrutura de ensino disponvel Seo de Ensino 1. Para tanto, realizou-seum mapeamento das Organizaes Militares onde os oficiais do QuadroComplementar de Cincias Contbeis esto servindo. A partir desse mapeamento,formou-se um diagnstico das atuais singularidades de atuao dos mesmos.Pode-se inferir que h uma vasta rea de atuao do contador dentro do ExrcitoBrasileiro. A atuao se d tanto como executor direto do controle financeiro,oramentrio e patrimonial, na chefia de sees ligadas a essas atividades, comotambm na figura do analista contbil, verificando eventuais irregularidades nascontas e tambm como auditor, na preparao das tomadas de contas anuais.Verificou-se que a estrutura de ensino disponvel Seo de Ensino 1 estatualmente adequada perante as necessidades e peculiaridades da formao eatuao do oficial do Quadro Complementar de Cincias Contbeis. A presenteinvestigao propiciou um melhor conhecimento da atuao do contador noExrcito Brasileiro, verificando-se que h uma ampla rea de emprego do mesmona estrutura administrativa desta instituio militar tornando-se importante a fasede adaptao de conhecimentos acadmicos dos oficiais alunos realidade deatuao dentro da estrutura da Fora.

    Palavras-chave: Formao de oficiais. Atuao profissional. Oficiais. QuadroComplementar de Oficiais. Cincias Contbeis.

    Abstract.The present work approaches the peculiarities of the current formation

    and performance of the officer of the Complementary Board of Countable Sciencesand the relation of these with the structure of available education to the Section ofEducation 1, responsible for the specific formation of the countable area in theSchool of Administration of the Army. The inquiry destines to verify it the peculiaritiesof the current formation and performance of the officer of the Complementary

    1Bacharel em Cincias Contbeis. Escola de Administrao do Exrcito (EsAEx), Salvador, Brasil. [email protected]

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    Board of Countable Sciences being related these with the structure of availableeducation to the Section of Education 1. A mapping of the military organizationswas become fulfilled where the officers of the Complementary Board of CountableSciences are serving. From this mapping, a diagnosis of the current singularitiesof performance of the same ones was become fulfilled. It can be inferred that itinside has a vast area of performance of the accountant of the Brazilian Army.The performance if of in such a way as direct executor of the financial, budgetaryand patrimonial control, in commands of on sections to these activities, as well asin the figure of the countable analyst, verifying eventual irregularities in the accountsand also as auditor, in the preparation of the taking of annual accounts. It was

    verified that the structure of available education to the Section of Education 1currently is adjusted before the necessities and peculiarities of the formation andperformance of the officer of the Complementary Boar of Countable Sciences.The present inquiry propitiated one better knowledge of the performance of theaccountant in the Brazilian Army verifying itself that it has an ample area of job ofthe same in the administrative structure of this important military institutionbecoming the phase of adaptation of academic knowledge of the official pupilsthe reality of performance inside of the structure of the Force.

    Key-words:Peculiarities. Formation. Performance. Officers. ComplementaryBoard of Countable Sciences.

    1 Introduo

    O Exrci to Bras i le i ro , aexemplo das demais organiza-es pblicas, administra recur-sos humanos, materiais e finan-ceiros diariamente. Toda essaestrutura de movimentao (cr-ditos, repasses) demanda umacompanhamento de registro e

    controle, a fim de evidenciar asrelaes de responsabilidade.Assim, a Cincia Contbil den-tro da estrutura do Exrcito Bra-sileiro possui forte relevncia.Nesse contexto, indispensvel,

    para o desempenho das funesatinentes a rea de contabilida-de, que o oficial do Quadro Com-plementar de Cincias Contbeistenha uma slida formao espe-cfica e uma experincia bsicade vivncia profissional na rea.

    de entendimento j consuma-do que as instituies pblicas pos-suem certas particularidades de ad-

    ministrao financeira e patrimo-nial e, dessa maneira, o desempe-nho profissional na rea da Cin-cia Contbil dentro dessas institui-es, entre elas o Exrcito Brasi-leiro, possui certas singularidades

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    de atuao no encontradas no se-tor privado. Dentro da atual estru-tura do Exrcito Brasileiro so in-meras as atividades desempenha-das pelo oficial do Quadro Com-plementar de Cincias Contbeis,cada qual com suas caractersticasinerentes. Assim, o conhecimentoespecfico do referido militar deveser amplo, de forma a atender sexpectativas da administrao mi-litar, aumentando a importncia dese ter uma boa formao especfi-ca no Curso de Formao de Ofi-ciais (CFO), atualmente desenvol-vido na Escola de Administraodo Exrcito EsAEx por interm-dio da Seo de Ensino 1.

    Nesse contexto, o presente

    trabalho aborda as peculiaridadesda atual formao e atuao dooficial do Quadro Complementarde Cincias Contbeis e a rela-o destas com a estrutura deensino disponvel Seo deEnsino1 da EsAEx, a qual res-ponsvel pela formao espec-fica do oficial aluno de CinciasContbeis. Assim, surge a pro-

    blemtica do estudo: a estruturade ensino disponvel na Seo deEnsino1 atende s necessidadese peculiaridades da formao eatuao do oficial de CinciasContbeis do Quadro Comple-

    mentar? A partir desse questio-na-mento traou-se o objetivogeral do estudo que verificaraspeculiaridades da atual formaoe atuao do oficial do QuadroComplementar de CinciasContbeis relacionando estascom a estrutura de ensino dispo-nvel Seo de Ensino1.

    Para atingir os objetivos pre-vistos, foi realizado um mapea-mento dasOrganizaes Milita-res (OM) nas quais atualmenteencontram-se servindo oficiaisdo Quadro Complementar de Ci-ncias Contbeis, utilizando-separa isso informaes coletadas

    junto ao Estado-Maior do Exr-cito (EME). A partir desse mape-

    amento, realizou-se um diagns-tico das atuais singularidades deatuao dos mesmos. Feito isso,partiu-se para uma anlise da es-trutura de ensino disponvel Seo de Ensino1, de forma ase extrair informaes importan-tes sobre como se efetiva a for-mao dos oficiais alunos.

    Inicialmente foi realizada uma

    pesquisa bibliogrfica com a fina-lidade de realizar um refe-rencialterico que deu suporte anlisedos resultados encontrados pelotrabalho. Como etapa posterior,realizou-se uma breve anlise da

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    estrutura de ensino disponvel Seo de Ensino 1 como formade se ter uma ideia das particulari-dades da atual formao dos ofici-ais alunos de Cincias Contbeis.A seguir, fez-se um levantamentodos conhecimentos prvios dessesoficiais alunos e da atuao profis-sional antes do ingresso na EsAEx.

    Como segunda etapa do trabalho,realizou-se um mapeamento dasOr-ganizaes Militares (OM) onde es-to servindo oficiais do QuadroComplementar de CinciasContbeis. Para isso, foram utiliza-das informaes conseguidas direta-mente da 2 Subchefia do Estado-Maior do Exrcito (EME). Tendocomo base esse mapeamen-to, foi re-

    alizado um diagnstico das atuaissingularidades de atuao do oficialdo Quadro Complementar de Cin-cias Contbeis dentro da atual estru-tura do Exrcito Brasileiro. Por fim,aps a anlise dos dados e informa-es levantadas, foram apresentadosos resultados e discusses do traba-lho, sendo sugeridas propostas demelho-rias na estrutura de ensino

    atual.

    2 A Escola de Administrao doExrcito

    A Escola de Administrao do

    Exrcito (EsAEx) foi criada no anode 1988, na cidade de Salvador BA, iniciando suas atividades comos cursos ministrados a oficiais egraduados de carreira do Exrcito.Com a criao do Quadro Comple-mentar de Oficiais (QCO), no anode 1989, coube EsAEx a missode formar os oficiais desse novoQuadro.

    Um momento marcante nahistria da Escola e, consequen-temente, para o Exrcito Brasi-leiro, foi a incluso do segmentofeminino em 1992, ano em quese formou a primeira turma comintegrante de ambos os sexos. Apartir desse marco histrico, aEscola forma anualmente ho-

    mens e mulheres de diversas re-as e especialidades do conheci-mento: Administrao, CinciasContbeis, Direito, Informtica,Comunicao Social, Enferma-gem, Psicologia, Veterinria,Magistrio, Economia e Estats-tica.

    Desde o ano de 1993, a Esco-la de Administrao do Exrcito

    compartilha, juntamente com oColgio Mil i tar de Salvador(CMS), a rea e determinadasinstalaes. Os dois estabeleci-mentos de ensino funcionam deforma independente, mas h a

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    nomeao de um nico coman-dante para um perodo de 2 (dois)anos , com poss ib i l idade dereconduo.

    A EsAEx est estruturada demodo a oferecer as condies ne-cessrias para a formao dos ofi-ciais alunos. A seguir encontra-seilustrado (figura 1) o organogramada estrutura de ensino da Escola:

    Figura 1: Organograma da estrutura de en-

    sino da Escola de Administrao do Exr-citoFonte: Exrcito Brasileiro, 2009. Portal daEscola de Administrao do Exrcito

    Como se pode observar, a Es-cola possui duas divises bsicas:o Corpo de Alunos (CA) e a Divi-so de Ensino (DE). O primeiro responsvel por toda a formaobsica militar dos oficiais alunos.

    A DE, por sua vez, executa as ati-vidades inerentes formao espe-cfica e responsvel pela aplica-o e controle de avaliaes e, tam-bm pela rea psicopedaggica docurso.

    2.1 O Quadro Complementar deOficiais

    O Quadro Complementar deOficiais (QCO) foi criado em1989. No dia 02 de maio de 1990,entrava pelo porto das armas daEsAEx, pela primeira vez no Exr-cito Brasileiro, os aprovados noconcurso de admisso ao Curso deFormao de Oficiais do QuadroComplementar (CFO/QC). Naoportunidade foi realizada a apre-sentao do CFO ao comandanteda Escola o qual proferiu a aulainaugural, dando incio formaodos primeiros oficiais alunos doQuadro Complementar (ESAEX,1989-2008).

    O QCO composto por cida-dos que incorporam s fileiras doExrcito Brasileiro, oriundos domeio civil, do prprio meio mili-tar, como oficiais temporrios epraas do Exrcito, Marinha e Ae-ronutica, bem como das ForasAuxiliares, aprovados em concur-so pblico de mbito nacional.

    A finalidade do QCO est pre-

    vista em seu regulamento (R-41),art. 1 e 1:

    Art. 1 O Quadro Complementar deOficiais (QCO), de que trata o presen-te Regulamento destina-se a suprir as

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    necessidades do Exrcito em pessoalde nvel superior para a ocupao decargos e funes de natureza comple-mentar. 1 So considerados de natureza com-plementar os cargos e funes cujas ati-vidades no esto relacionadas direta-mente com as operaes militares e exi-

    jam, para o seu desempenho, pessoalcom formao superior especfica, no

    existente nos atuais Quadros, Armas eServios. (EXRCITO BRASILEIRO,1989).

    De acordo com o histrico daEsAEx, disponvel em seu por-tal na internet, a implantao doQC