Revista Ecoenergia - Edição 012

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Datagro Ano de Reestruturação para a Indústria Sucroenergética 2012 • Ano III • n °12 Publicação mensal www.revistaecoenergia.com.br Logística Logística do Etanol do Centro-Oeste para o Sudeste Brasileiro

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Revista Ecoenergia - Edição 012

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DatagroAno de Reestruturação para a Indústria Sucroenergética

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LogísticaLogística do Etanol do Centro-Oeste para o Sudeste Brasileiro

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Meio Ambiente2012 será o ano da energia solar fotovoltaica no Brasil?

LogísticaLogística do etanol do Centro-Oeste para o Sudeste brasileiro

Meio AmbienteNovos parques eólicos reduzirão emissões em 16mi toneladas de CO2

MercadoMercado amplia discussão de aumento na mistura do diesel

EmpresaBASF inaugura fábrica de metilato no Brasil

MercadoArgentina aumentará mistura de biodiesel para 10%

MercadoAno de reestruturação para a indústria sucroenergética

InovaçãoSustentabilidade em rede: gestão e cooperação

IndicadoresAbastecimento em ordem

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Jornalista ResponsávelMarcia Lauriodo Zambonireg. 17118-78-45

Diretor de CriaçãoGustavo Eduardo Zamboni

CapaAntônio Luiz Cunha

RedaçãoMarcia Lauriodo Zamboni reg. 17118-78-45

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Nesta edição damos início a nossa pri-meira revista totalmente digital, focan-do em REDES SOCIAIS, onde pode-mos mensurar melhor o acesso e leitura

de nossos clientes e público esperado do setor de energia renovável.

Vamos dar ênfase ao Biodisiel mostrando que a mistura vai estar, nos próximos três meses, em mais ou menos 10 por cento e isso é uma questão de so-brevivência para todo o setor de biodiesel.

Os Parques Eólicos reduzirão toneladas de CO2, o setor está agora se preparando para montar uma rede de pesquisa, desenvolvimento e inovação para suprir os geradores e os sete fabricantes de equipa-mentos eólicos de tecnologia nacional adaptada às condições de ventos e tecnologias locais.

As empresas do setor de sustentabilidade atuam em uma rede que devem cobrir da pré-matéria-pri-ma (o que fazer para preservar o espaço social e na-tural da onde será retirada) até a fase do pós-venda e do pós-consumo.

Não podemos esquecer-nos dos nossos indica-dores que, finalizada a safra no Centro-Sul, os esto-ques de anidro foram suficientes para abastecer ao mercado, complementado por eventuais importa-ções do produto de milho proveniente dos Estados Unidos, com Tradings e até Produtores aproveitan-do o spread que ocorreu em alguns momentos.

Boa leitura!

Os editores

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2012 será o ano da Energia Solar Fotovoltaica no Brasil?

No dia 13 de março, o site bloom-berg alardeou o fato de diversos países terem atingido a regra de ouro da “grid parity” para a energia

fotovoltaica, e o Brasil é um deles. Isso significa que, em muitos casos, para o consumidor final já vale a pena instalar seus painéis fotovoltaicos, e produzir eletricidade para si próprio, em vez de comprar eletricidade de sua distribuidora. A conexão à rede, entretanto, continua sendo fundamental para atender as demandas de alta potência e cumprir a função de bateria para os sistemas individuais conectados.

Sabe-se que a capacidade instalada de solar fotovoltaica no Brasil é irrisória. O que existe, na maioria das vezes, é sua utilização para o atendimento de sistemas isolados, em particular através do programa federal de uni-versalização do acesso à eletricidade, o Luz

para Todos. Com a expansão deste último – de acordo com o censo de 2010, ainda exis-tem no Brasil 728.000 habitações sem acesso à eletricidade – o solar fotovoltaico off-grid tem conhecido um importante crescimento. Apesar desse avanço, e do elevado número de conexões, em termos de acréscimo de capa-cidade instalada representa muito pouco. Em países onde o solar fotovoltaico conheceu importante desenvolvimento, e cuja indústria se desenvolveu, esse se deu com a integração da eletricidade produzida de maneira distri-buída e interligada às redes de distribuição.

Apesar de o Brasil ter feito um esforço para incluir novas energias renováveis em seu processo de diversificação de sua matriz elé-trica muito pouco foi feito em com relação à produção de eletricidade de origem fotovol-taica. Programas como o Proinfa, que surgiu

para estimular o desenvolvi-mento de no-vas energias renováve i s , excluíram o solar fotovol-taico, à época considerada muito caro, apesar do país possuir enor-me potencial fotovoltaico (Fig.2) – o local com o pior grau de

Por Clarice Ferraz

Este artigo foi publicado no Infopetro,

blog do GEE/UFRJ

Alemanha

Italia

Brasil

ÍndiaChina

França

$ 0,4/Kwh

$ 0,3/Kwh

$ 0,2/Kwh

$ 0,1/Kwh

$ 0/Kwh10% 12% 14% 16% 18% 20%

EUA

Japão

“grid parity” Países que atingiram a “grid parity” Países que não atingiram a “grid parity”

ReinoUnido

Russia

Fig.1 - Países que atingiram a “grid parity” para o solar fotovoltaico

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irradiação é 40% superior ao melhor da Alemanha. Além disso, o país possuiu uma das mais importantes reservas mundiais de quartzo (SiO2), do qual se ob-tém o silício, usado na fabricação da maior parte dos painéis atualmente. A indústria nacional domina sua transformação mas o destina à atividade metalúrgica.

Com tantas vantagens é de se estranhar que a indús-tria fotovoltaica não tenha se desenvolvido no país. Do lado da cadeia de produção o subdesenvolvimento é fla-grante. O país só possuiu uma empresa capaz de fabricar painéis fotovoltaicos. A grande maioria das instalações fo-tovoltaicas do país é realizada com painéis importados.

Em realidade, não são os aspectos técnicos ou eco-nômicos que freiam a disseminação do solar fotovoltaico conectado à rede no Brasil. A maior barreira ao seu de-senvolvimento se encontra nas questões institucionais que permeiam suas atividades, como já experimentado em diversos outros momentos do setor elétrico brasilei-ro. Como se sabe, um mercado só pode se desenvolver se houver investidores interessados em participar de suas atividades. Isso por sua vez, só pode ocorrer uma vez que o marco regulatório estiver definido.

Em 2010, a Aneel realizou a primeira Audiência Pública para tratar da definição das regras de conexão

de geração distribuída ao sistema elétrico interligado. A Agência recebeu 577 contribuições, o que revela que há investidores querendo que o mercado seja viabilizado para poderem atuar. Em 2011, foi realizada nova Audi-ência Pública para tratar da integração do fotovoltaico, em particular, do sistema de compensação de energia elétrica, no qual a energia ativa gerada pelo consumidor “compense” a energia ativa por ele consumida via distri-buidora. Dessa vez, foram 477 contribuições. Dois anos depois, apesar do grande interesse dos atores, e do po-tencial brasileiro de irradiação e de matéria prima, a Re-solução Normativa que definirá as “regras do jogo” para a inserção do solar fotovoltaico na matriz elétrica do país ainda não foi publicada. Por hora, ainda não foi definido o ponto de conexão, o sistema de medição ou como será contabilizada a energia ativa que o consumidor, produ-tor de eletricidade fotovoltaica, injetará na rede elétrica da distribuidora. Sem essas definições, e sem a definição da repartição desses custos e dividendos, o marco regu-latório para o solar fotovoltaico segue indefinido.

Como então explicar a conquista da tão almejada paridade anunciado por bloomberg? Infelizmente, as razões não são propriamente atribuídas às qualidades do setor elétrico brasileiro. Em realidade, é mais fácil

apresentar preços competitivos para o suprimento de energia alternativo quando os preços da eletricidade fornecida pela rede para o consumi-dor final são muito elevados. Como se sabe, o solar fotovoltaico é produ-zido on site dispensando custos de transporte e distribuição, além dos encargos que incidem sobre todas as atividades da indústria elétrica.

Assim, enquanto aguardamos a definição do marco regulatório para a integração da eletricidade de ori-gem fotovoltaica produzida de forma descentralizada, o potencial brasilei-ro em solar fotovoltaico permanece uma promessa. Sua competitividade on-w continuará sendo explicada apenas pelo aspecto negativo da ele-tricidade para o consumidor final no Brasil: seu alto preço.

Fig. 2 - Potencial de irradiação do território brasileiro

Clarice Ferraz é pesquisadora do Grupo de Economia de Energia do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (GEE/UFRJ).

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Logística do Etanol do Centro-Oeste para o Sudeste Brasileirocenário atual e perspectivas

N a edição de nº 2 referente ao trimestre agosto/ setembro/ outubro de 2009, primeiro ano de publicação da Ecoe-

nergia, discutimos aqui a logística do eta-nol no Sudeste brasileiro. Em vista das

urgências infraestruturais brasileiras, das transformações ocorridas na própria lo-gística do etanol, incluindo mais ativamen-te a região Centro-Oeste, e dos últimos investimentos sobre a malha ferroviária nacional, faz-se necessário reanalisarmos

o cenário da lo-gística do etanol e apontarmos suas perspectivas

Não há como falar de logística sem abordar uma de suas principais funções: o trans-porte. A razão de tamanha impor-tância dessa fun-ção é a de que ela representa a maior parcela da compo-sição dos custos logísticos. Além disso, o transporte

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Modelo ConceitualMatriz de Transportes

Alto

Baixo

Baixa AltaDistância da Rota

DutoFerroviário

FerroviárioAquaviário

Duto

RodoviárioFerroviárioRodoviário

Figura 1

por José Luiz Portela Gómez

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tem um papel preponderante na qualidade dos serviços logísticos, pois afeta diretamente o tempo de entrega, a confiabilidade e a segurança dos produtos. Sendo assim, administrar o transporte significa tomar decisões cruciais. São decisões do plano estraté-gico e do plano operacional. As decisões estratégicas se carac-terizam pelos impactos de longo prazo e se referem basicamente a aspectos estruturais. Já as deci-sões operacionais são geralmen-te de curto prazo e se referem às tarefas diárias dos responsá-veis pelo transporte, sendo ba-sicamente duas as principais de-cisões: a escolha de modais e a seleção de transportadores.

A maioria dos gestores de lo-gística trata a escolha do modal relacionando alguns atributos para guiar o processo de deci-são e trabalha na elaboração de modelos utilizando ferramentas que possam dar ao tomador de decisão instrumentos para uma escolha racional da modalidade ou das combinações de modais. Cada modal possui custos e ca-racterísticas próprias que o tor-nam adequado ou inadequado para certos tipos de operações. A busca de alternativas de uso dos modais de menores custos unitários, como o ferroviário, o dutoviário e o aquaviário, é um dos principais assuntos corren-tes nas agendas dos gestores de

logística. As análises e as deci-sões para a utilização de modais buscam o modelo conceitual da matriz de transportes, ilustrado no gráfico (figura 1).

Na edição de 2009, utiliza-mos o esquema abaixo (figu-ra 2) para representar as duas logísticas mais utilizadas na distribuição dos álcoois para o consumo interno na região Sudeste do território brasileiro. A alternativa 1, ilustrada pelas setas azuis, combina e utiliza os modais rodoviário, ferroviário e dutoviário. Já a alternativa 2, indicada pela seta verde, utiliza apenas o modal rodoviário.

Conforme o esquema da figura 2, o suprimento inicia--se na coleta de álcool através do modal rodoviário nas usinas localizadas no interior do país. Em seguida, essa coleta dire-ciona-se para centros coletores distantes dos grandes centros urbanos, mas próximos às fer-rovias. Essa proximidade possi-bilita o uso do modal de menor custo, o ferroviário. Tais cen-tros coletores capacitados para operar pelo modal ferroviário viabilizam a transferência do álcool até outros centros cole-tores, localizados no município de Paulínia e, portanto, próxi-mos ao grande mercado con-sumidor: Grande São Paulo. A partir de terminais localizados em Paulínia, é possível utilizar e finalizar a logística por meio do uso do modal dutoviário opera-do pela Transpetro e/ou reali-zar entregas diretas pelo modal rodoviário a rede de postos.

As ferrovias presentes nas regiões Sudeste e Centro-Oeste exercem papel muito relevante nos fluxos de transferência de álcoois entre os terminais, pois

alternativa 2alternativa 1

Modal Rodoviário

Modal Dutoviário

Modal FerroviárioModal Rodoviário

Modal Rodoviário

Modal Rodoviário

Usinas de álcool - MT

Base no centro urbano Grande São Paulo

Centro coletor no interior de SP ou MT

Centro coletor - PL

Rede de Postos

Figura 2

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alavancam os sistemas da cadeia logística de suprimento. O mo-dal ferroviário é o mais adequa-do para movimentar os produtos em médias e grandes distâncias, porque transporta os produtos em grandes volumes para um ter-minal mais próximo da demanda na forma mais consolidada possí-vel. Por essa razão, as distribuido-ras de combustíveis empenham--se em construir suas instalações próximas aos traçados das ferro-vias e dutovias.

O transporte de álcool com-bustível para o mercado interno brasileiro, por meio dos modais de

menores custos unitários, como o ferroviário, vem crescendo sig-nificativamente nos últimos anos, apontando a intensificação e a operação plena desse modal. Por essa razão, investimentos na am-pliação da malha ferroviária nacio-nal vêm aumentando. Dentre os investimentos em operação no território nacional, destacam-se os da Ferrovia América Latina Logís-tica (ALL) e os da Ferrovia Norte--Sul (FNS), que estão trabalhando na consolidação da estratégia de criação e ampliação de novos ne-gócios a partir de investimentos em suas infraestruturas.

A ALL dispõe de uma malha de 21.300 km de extensão, e, no início de 2012, anunciou a previ-são de investimentos significativos a serem gastos ao longo deste ano. O montante a ser utilizado englo-ba a manutenção e a expansão de sua malha ilustrada na figura 3, com recursos destinados para o desenvolvimento de tecnologias e para a última etapa da construção do projeto de extensão da malha ferroviária entre Alto Araguaia e Rondonópolis (MT), que começou em 2009 e tem previsão de térmi-no para 2012. Esse projeto irá am-pliar a ferrovia em 260 km.

Figura 3 - malha ferroviária na região Sul, Sudeste e Centro-Oeste

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Outro projeto ferroviário em andamento é a construção da ferrovia Norte-Sul – FNS ilustrado na figura 4, que contempla a construção de aproxima-damente 2.100 km de ferrovia, atravessando as re-giões Centro-Oeste e Norte do País. A FNS já se en-contra conectada, ao norte, com a Estrada de Ferro Carajás (EFC) e, no futuro, estará conectada com a Ferrovia Centro Atlântica (FCA), no sul do país. Das grandes oportunidades que serão geradas pelo proje-to da FNS, ressaltamos a possibilidade de exportação do etanol produzido no Centro-Oeste também pela região Norte, através do porto de São Luiz - MA.

O modal rodoviário ainda se mantém presen-te na atividade de distribuição, sendo o modal de maior participação na matriz de transporte, visto que quase todas as coletas nas usinas são feitas

Figura 4 - malha ferroviária na região Centro-Oeste e Norte

Figura 5 - Principais Eixos Rodoviários no Estado de São Paulo

por caminhão. Especialmente no estado de São Paulo, a malha ro-doviária é bem desenvolvida, com várias rodovias, o que ocasiona a competitividade desse modal com os outros modais. A figura 5 abai-xo ilustra as principais rodovias e corredores de fluxos no Estado de São Paulo utilizados no transporte de combustíveis e álcoois.

Todos os investimentos na am-pliação da malha ferroviária no ter-ritório brasileiro buscam reduzir o custo do frete nas longas distân-cias, conforme modelo conceitual da matriz de transporte ilustrado anteriormente, diminuindo a par-ticipação do modal rodoviário. Observando a figura 6 abaixo, po-demos obter uma idéia das malhas ferroviárias existentes sinalizando os principais corredores ferroviá-rios para transporte no país.

Com os investimentos em anda-mento no modal ferroviário, com a extensão das malhas pela ALL e com a FNS, espera-se que aconteça a re-dução da participação do modal ro-doviário no transporte de etanol en-tre as usinas localizadas no interior do país até os grandes centros ur-banos. Esses investimentos promo-verão uma significativa expansão da malha ferroviária para transporte e distribuição de combustíveis, o que

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alavancará a infraestrutura logística disponível no modal ferroviário e, consequentemente, ajustes nos custos logísticos.

Diante da progressiva inserção do Brasil nos ce-nários político e econômico mundiais, é compreen-sível que se queiram evitar ou diminuir os gargalos que hoje existem no escoamento da produção de muitos produtos brasileiros. É muito provável que, com a construção dos novos trechos de ferrovias, ca-minhões sejam retirados das estradas. Vale lembrar, entretanto, que a opção pelo rodoviarismo no Brasil, feita há mais de 50 anos, à custa da escassez e da ocio-sidade da infraestrutura ferroviária, já lhe custou a di-ficuldade de distribuição. Hoje, com a ampliação dos investimentos nas malhas ferroviárias e com a produ-tividade crescente desse modal, muitos desses obstá-

Figura 6

culos deverão ser superados. É saudável que o Brasil diversifique as opções de modais, construindo ferro-vias. Uma variedade de modais integrados entre si é excelente para o país, pois a diversificação de modais permite aos gestores de logística um leque maior de possibilidades, que podem ampliar as oportunidades de negócio, facilitar a diminuição nos custos logísti-cos das empresas e tornar as decisões mais acertadas.

José Luiz Portela GómezGestor de Compras da Ipiranga Produtos de Petroleo e Prof. Universitario

Colaboração de:Fernando José Conceição de SouzaGraduando engenharia de produção - UERJ

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Novos parques eólicos reduzirão emissões em 16mi toneladas de CO2

Por Alexandre Spatuzza

Uma vez operando, os cerca de 6,8GW de energia eólica a se-rem instalados vai reduzir as emissões de CO2 do setor ener-

gético brasileiro em 16 milhões de toneladas equivalentes até 2020.

Este cálculo for feito pela presidente exe-cutiva da Associação Brasileira de Energia Eó-lica (Abeeólica), Élbia Melo. Comparando as projeções de entrada em operação das usinas eólicas com um cenário sem elas, Melo mos-trou o ganho em redução de emissões.

Além disso, a presidente da Abeeóli-ca traçou os próximos passos para o se-tor de energia eólica. Para ela, o setor já está se consolidando e precisar o próximo passo para se firmar o Bra-sil como pólo tecnológico e para isso precisa gerar conhe-

cimento capacitar a mão de obra local. Se-gundo a Abeeólica, o setor vai gerar cerca de 17 mil empregos fixos além dos 20 mil que serão necessários para implantar todos os parque contratados até 2016.

O Brasil fechou 2011 com 1,5GW de capacidade instalado em eólicas eólicas, ou seja, cerca 1,25% da capacidade instalada to-tal do país de 117,4GW. Desde 2005, foram contratados em leilão 6,8GW de projetos eó-licos, colocando o Brasil entre os 20 maiores mercados para geração eólica em potência instalada, segundo dados da revista britânica Clenatech Investors Magazine. O potencial eólica Brasileiro, segundo o último atlas eóli-co é de no mínimo 143GW.

O setor está agora se preparando para montar uma rede de pesquisa, desenvolvi-mento e inovação para suprir os geradores e os sete fabricantes de equipamentos eólicos de tecnologia nacional adaptada às condições de ventos e tecnologias locais.

“Há uma dispersão na pesquisa nacio-nal”, disse. “Queremos organizar e evitar coi-sas que acontecem como pesquisas que estão sendo duplicadas no Rio Grande do Norte e no Rio Grande do Sul”.

Um outro projeto visa estudar meios de complementar a geração de energia eólica com projetos de geração de energia solar foto voltaica. Para ela, as duas tecnologias podem ser produzidas no mesmo local e aproveitar as conexões de redes.

fonte: www.revistasustentabilidade.com.br

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Biodiesel: Mercado amplia discussão de aumento na mistura do diesel.por Rogério Menani

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N o Brasil, hoje todo o diesel distri-buído no País tem 5% de biodiesel. Infelizmente, muitos setores da opinião pública desconhecem o

fato. Pior: pouco ou nada sabem que nosso país, com sua dimensão continental e alto grau de desigualdade social, é o segundo país que mais produziu esse bicombustível nos últimos anos. Foram mais de 2,5 milhões de litros, atrás apenas da Alemanha, que produziu pouco mais de 2,6 milhões de litros.

Consolidado como mais uma conquista brasileira de destaque internacional, sendo largamente divulgado pelo Governo Federal em todos os encontros e fóruns mundo afora, como por exemplo, na atual Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a “Rio + 20”- que acontecerá na cidade do Rio de Janeiro, entre os dias 13 e 22 de junho; a cadeia produtiva do biodiesel se vê atualmente diante de um novo e grande desafio: aumentar o atual percentual de mistura no diesel. Mais um, dentre tantos, que empresários, técnicos e pesquisa-dores já subjulgaram.

A questão para isso é simples: se não houver uma proposta séria de aumentar a adição do biodiesel no diesel em curto prazo, poderemos ter excesso de produção ou capacidade ociosa de nossa produção.

Pior. Se não for estipulado uma data para imple-mentar o B7, ou B10, corre-se o risco de encontrar, na realidade, indústrias sendo fechadas por falta de mercado para o produto. E, nesse caso, todo o trabalho que já se tornou célebre corre o risco de naufragar em águas profundas.

Incluam-se, neste fato, os investimentos de mais de quatro bilhões de reais em pesquisa e desenvolvimento. Não esquecendo, também, de computar o imensurável - e brilhante - trabalho desempenhado pelo Governo Federal e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Combustível (ANP), que construiu um pujante programa energético totalmente novo em poucos anos.

Em nossa contramão caminha a Argentina, que aumentará para 10 por cento a proporção de biodiesel usado na mistura com o diesel dentro de três meses. Fato este que já está sendo largamente discutido por representantes da indústria, ambien-talistas e Governo argentino.

Nos próximos três meses a mistura já vai estar em mais ou menos 10 por

cento, é algo que estimamos todos

“Nos próximos três meses a mistura já vai estar em mais ou menos 10 por cento, é algo que estimamos todos”, comentou Fernando Peláez, presidente da Camara Argentina de Biocombustíveis, em uma entrevista para a Agência Reuters.

Aqui no Brasil, tal fato tem sido discutido largamente por governantes e agentes do setor de biocombustíveis, para traçar uma meta de aumento da mistura no diesel, com isso garantir novos investimentos no setor e também para forta-lecer ainda mais um programa que é modelo em todo mundo.

Esse, porém, não é o único ponto a ser discutido. Com rica biodiversidade, o Brasil tem as novas matérias-primas que devem chegar para contribuir no mix liderado pela soja, hoje respon-sável por 85% de todo o óleo vegetal destinado ao biodiesel. A exportação, caminho pedregoso e praticamente intransponível em virtude dos custos que do setor e concorrência externa, é outra questão a ser desenvolvida em virtude do atual cenário internacional.

No entanto, nenhuma dessas discussões se coloca como essa - aumento da mistura do biodiesel ao diesel. O mercado já dá indicações de que mais do que uma questão de crescimento a todo custo, é uma questão de sobrevivência para todo o setor de biodiesel.

Rogério Menani é editor da Revista Biodiesel

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inaugura fábrica de metilato no Brasil

A Basf, uma das maiores empresas químicas do País, inaugurou oficialmente sua nova fábrica de escala global para a produção

de metilato de sódio em Guaratinguetá, São Paulo, sua maior localidade na América do Sul. A fábrica tem capacidade de 60 mil toneladas ao ano e irá suprir o mercado regional. A produção se iniciou no final de 2011 e a fábrica está produzindo continuamente, entregando um produto com alta qualidade.

Esta é a primeira fábrica de metilato de sódio da BASF na América do Sul e a segunda no mundo, somada a uma fábrica em Ludwigshafen, na Alemanha. O investimento financeiro para o projeto foi de cerca de dois dígitos de milhões de euros.

“Investimos em uma nova fábrica para fortalecer nossa posição competitiva no mercado do biodiesel na América do Sul, que está em franco crescimento. O início das atividades produtivas dá suporte à iniciativa estratégica de trabalhar o mais próximo possível de nossos clientes, atendendo de forma mais eficiente e com o fornecimento local de metilato de sódio”, afirma Stefano Pigozzi, Presidente Global da Divisão de Inorgânicos da BASF. “Esta fábrica é mais um

por BASF

passo importante na construção da nossa estratégia de expandir a posição de liderança na América do Sul”, completa Pigozzi.

“Este investimento está alinhado à oportunidade de crescimento do mercado de biodiesel na região. E, como anunciado no ano passado, planejamos construir a segunda fábrica na América do Sul, acompanhando o crescimento do biodiesel na região”, afirma Alfred Hackenberger, Presidente da BASF para a América do Sul.

Metilato de sódio é um catalisador eficiente e confiável para a produção de biodiesel, que se tornou uma alternativa importante e em evolução para combus-tíveis à base de diesel nos últimos anos.

Crédito da foto: Assessoria de imprensa da Basf

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Argentina aumentará mistura de biodiesel para 10%

AArgentina aumentará para 10 por cento a proporção de biodiesel usado na mistura com o diesel, em três meses, disse um

representante da indústria no final de abril, dias depois de a Espanha ter anunciado que restringirá às importações do produto argentino por uma disputa bilateral.

A proporção atual é de 7 por cento, de modo que o aumento serviria para absorver os embarques que a Argentina, principal exportador mundial de biodiesel, deixará de enviar à Espanha, de acordo com Fernando Peláez, presidente da Camara Argentina de Biocombustíveis (Carbio, em espanhol).

“Nos próximos três meses (a mistura) já vai estar em mais ou menos 10 por cento, é algo que estimamos todos”, disse Peláez à Reuters.

“Não há ainda uma resolução emitida pelo Ministério de Energia, mas certa-

por Reuters

mente é o que vai acontecer”, disse o chefe do Carbio.

A Argentina e o país ibérico mantém um forte conflito desde a semana passada, depois que a presidente Cristina Kirchner enviou ao Congresso um projeto de lei para expropriar a companhia petrolífera YPF, controlada pelo grupo espanhol Repsol.

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O ano de 2012 deve ser de reestruturação agrícola para a indústria sucroenergética brasileira. Antes de voltar a

experimentar fortes taxas de crescimento vistas entre 2005 e 2008, a indústria certa-mente estará focada em alcançar novamente sua capacidade de moagem instalada.

Apesar de ter apresentado queda nos volumes de exportações de açúcar, os altos níves de preço impactaram fortemente o faturamento total observado em 2011. Um bom diferencial que ajudou a indústria da cana a ter um melhor desempenho, quando comparado a 2010.

Os embarques brasileiros de açúcar somaram 25,36 milhões de toneladas no ano passado, queda de 9,4% sobre o volume de 2010, quando foram exportadas 28 milhões de toneladas.

Ano de Reestruturação

para a Indústria Sucroenergética

por Guilherme Nastari

De janeiro a dezembro de 2011, o Brasil comercializou açúcar a um preço médio de US$ 589,19 por tonelada, valor 29,3% maior que o preço médio praticado no ano anterior. Estas exportaçoes contabilizaram US$ 14,91 bilhões em 2011, ante os US$ 12,76 bilhões em 2010.

Em contrapartida, em janeiro de 2012 o ritmo dos embarques brasileiros de açúcar seguiram o desempenho de dezembro de 2011, um declínio comparado aos dados do mesmo período do ano anterior. As exportaçoes de açúcar observadas em janeiro de 2012 foram 1,231 milhão de toneladas, queda de 32,8% sobre dezembro/11 e de 5% de sobre janeiro/11.

Somado aos menores preços em janeiro de 2012, os resultados das receitas com as exportações de açúcar caíram para os níveis de US$ 745,05 milhões, contra US$ 1,13 bilhão em dezembro de 2011.

Exportações de etanol

cresceram

O mercado de etanol teve um ano mais favorável em 2011, quando comparado com o ano anterior. O país exportou 1,97 bilhão de litros de etanol, apresentando cresci-mento de 3,3% sobre 2010.

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Exportações Brasileiras de Açucar

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Em 2011 o etanol hidratado foi exportado a um preço médio de US$ 0,76/litro FOB, ante US$ 0,53/litro FOB em 2010.

Com 33,34%, os Estados Unidos (EUA) foram o principal mercado de exportação do etanol hidratado brasileiro, seguido pela Coreia do Sul (15,4%) e Japão (14,4%). Já em 2010, as exportaçoes brasileiras para o EUA totalizaram somente 13,9%.

Os EUA foram o destino de metade de todo o etanol hidratado exportado pelo Brasil em 2011, quando somados os volumes via CBI (Caribean Base Iniciative). Com o fim dos subsídios fornecidos aos produtores norte-americanos de etanol, a DATAGRO estima que para os próximos anos a tendencia é aumentar ainda mais essa relação Brasil-EUA.

Para a safra 2011/12 a DATAGRO estima uma importaçao de etanol anidro de 1,66 bilhão de litros, contra os 230 milhoes observados em 2010.

DEAG - Despachos e Trâmites

Aduaneiros O DEma das divisões da DATAGRO, especializada

em emissão de documentos e trâmites aduaneiros, vem acessorando os maiores exportadores de açúcar e etanol do Brasil em suas exportaçoes . O DEAG presta serviços de análise das operações comerciais, liberação alfandegária e demais trâmites aduaneiros.

Apoiada em mais de 20 anos de experiência, o DEAG garante agilidade e segurança em todas as etapas do processo de exportaçao de produtos agrícolas.

Sua forte atuação junto aos órgãos governa-mentais permite um rápido desembaraço aduaneiro,

proporcionando uma redução de prazos e custos operacionais, além de uma assessoria completa na emissão de documentos adequados às regras aduaneiras de cada país.

O DEAG mantém parceria com a Contron Union World Group, que juntos oferecem uma ampla gama de serviços e conhecimentos especializados em várias áreas, tais como: logística, gestão de quantidade, inspeções, auditorias, certificação, verificação de mercadorias, controle e ensaios laboratoriais.

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Guilherme Nastarié mestre em economia e diretor da DATAGRO.

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Sustentabilidade em Rede: Gestão e Cooperação

A corresponsabilidade dos diver-sos Estados, empresas, terceiro setor e cidadãos acentua-se na análise das causas dos proble-

mas ambientais. Na outra ponta, a da so-lução dos problemas, a cooperação tece a rede na qual coordenam-se as operações simultâneas e os esforços paralelos indi-viduais e coletivos. A cooperação seria o meio de se fortalecer, compartilhando competências, infraestrutura, experiência de mercado, dividindo custos e somando esforços. Por isso, o mundo hoje não pode mais ser um conjunto de grandes fábri-cas isoladas mas uma rede de pequenas, médias e grandes empresas, cooperativas locais e corporações transnacionais atu-ando coligadas, em arranjos diversos, dos clusters regionais às organizações virtuais, com harmonias ou dissonâncias.

Das pequenas às grandes inovações, a busca da sustentabilidade impõe-se nos diversos planos: processos produti-vos mais limpos e econômicos do ponto de vista dos recursos naturais; produtos inovadores em termos de novas funções e menor impacto ambiental; novas maté-rias- primas para produtos conhecidos; serviços mais intensos em conhecimento para a gestão ambiental; políticas internas de administração que envolvam educação, tecnologia e redução de gastos relaciona-dos à matéria-prima, processos de produ-ção e formas de organização do trabalho.

Portanto, a sustentabilidade não pode ser entendida como um departamento da corporação, nem como uma dimensão da empresa. O adjetivo sustentável apenas faz sentido quando vinculado à entida-

de como um todo. A empresa sustentável precisa buscar o foco das atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação, da política de recursos humanos, do trabalho produtivo, das estratégias de marketing e mesmo do departamento financeiro, pro-curando o horizonte da sustentabilidade.

Do ponto de vista da gestão – em es-pecial das políticas de recursos humanos – a empresa será convidada a uma gran-de transformação. Pressões das grandes empresas às pequenas e médias forne-cedoras, imposições da matriz às filiais e subsidiárias, exigências de certificação de qualidade, imposição de normas técnicas ambientais, aperfeiçoamento do direito nacional e internacional, todo esse arca-bouço gera uma entrada na questão dos direitos humanos das corporações. O res peito aos direitos políticos, civis, sociais, econômicos e culturais – individuais, co-letivos ou difusos – não será mais uma obrigação do Estado para com o cidadão ou dos cidadãos entre si mas ficará vin-culado também às organizações privadas.

As questões que se impõem à adminis-tração das empresas são as mais diversas e afirmam a necessidade de monitoramento de toda a rede produtiva, incluindo forne-cedores e consumidores, os trabalhadores e as comunidades que desfrutam ou re-futam as externalidades do processo de produção – externalidades essas cada vez mais internas às pautas das organizações, preparadas para a produção sustentável e a competitividade econômica.

Temas como trabalho decente, traba-lho infantil e trabalho em condições aná-logas à escravidão, liberdades do trabalha-

Por João Amato Neto

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João Amato Neto é professor titular e chefe do departamento de Engenharia de Produção da Poli-USP, coordena-dor do curso de capacitação em Sustentabilidade na Cadeia Pro-dutiva e do curso de especializa-ção em Administração Industrial na Fundação Vanzolini

dor, promoção e respeito às culturas, aos modos de vida e ao pensamento de comunidades, respei-to ao direito ao meio ambiente saudável, todas essas questões, até então vistas como “problema do governo”, pressionam as empresas como or-ganizações centrais da sociedade moderna. As-sim, surgem redefinidas as oportunidades quanto à (re)qualificação de trabalhadores, que podem contribuir para a construção da sustentabilidade e da inovação em todas as esferas da empresa.

Quanto às finanças, a sustentabilidade tende a colocar ao lado da noção de custos sociais e custos ambientais a ideia de dumping social e dumping ambiental. Não existindo uma linha de progresso que os países “em desenvolvimento” devem seguir, reproduzindo os erros que o pro-cesso de industrialização cometeu nos últimos séculos, os âmbitos de negociação econômica e de defesa da competição, incluindo a Organiza-ção Mundial do Comércio (OMC), têm, de forma incipiente, traduzido o conceito de que não pa-rece possível admitir que todos os países tenham de rebaixar o nível de vida das populações para competirem com fábricas que reproduzem misé-ria e condições degradantes.

Se, na década de 90, ganhou força a noção de “qualidade por toda a empresa”, muito mais forte pode ser a convicção, deste início de milênio, de que a sustentabilidade propõe uma questão para toda a empresa e para todas as empresas, do ma-rketing à gestão, dos recursos humanos à estratégia.

Muito além de um apelo emocional, a susten-tabilidade levanta um imperativo racional (eco-

lógico) à sustentação das redes de cooperação produtiva que constituem a economia mundial, as economias nacionais, regionais e locais, uma ques-tão prática para as empresas, parte do cotidiano. Se, segundo a história, o industrialista americano Henry Ford concebeu a linha de montagens do automóvel a partir de uma visita a uma linha de desmontagem de bois, semelhante (des)constru-ção volta hoje em forma de inovação na gestão da sustentabilidade nas empresas: o conceito de logística reversa e as técnicas de produção mais limpa mostram a necessidade de se dominar não só a produção mas, também, a “desprodução”.

A empresa agora atua em uma rede que deve co-brir da pré-matéria-prima (o que fazer para preser-var o espaço social e natural da onde será retirada) até a fase do pós-venda e do pós-consumo (como reaproveitar um produto após o uso). Da produção à desmontagem, a sustentabilidade busca uma in-serção na dinâmica que rege o sistema econômico e a sociedade, a dinâmica da “destruição criativa”, como identificou o economista Joseph Schumpeter. Nasce, assim, o paradigma da produção sustentável.

fonte: www.revistasustentabilidade.com.br

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O temor que o Governo tinha em relação ao abastecimento não se realizou, cenário que acompanhamos bem de per-

to. A diminuição no percentual da mistu-ra do etanol anidro na gasolina A, de 25% para 20%, ainda vigentes, retornou com uma tranquilidade em relação ao abaste-cimento para o consumidor, ainda que as custas de aumento nas importações de gasolina à preços subsidiados.

Verificamos que finalizada a safra no Centro-Sul, os estoques de anidro foram suficientes para abastecer ao mercado, complementado por eventuais importa-ções do produto de milho proveniente dos Estados Unidos, com Tradings e até Produtores aproveitando o spread que ocorreu em alguns momentos.

O setor já sinalizou para o Governo Federal a possibilidade de atender aos 25% da mistura, se assim for de interesse (e deveria ser, por ser o etanol anidro um redutor no custo final da gasolina C), seja direcionando um maior mix da produção para este produto, visto que o consumo de etanol hidratado vem cedendo mensal-mente (entre 2010 e 2011 a queda foi de mais de 4 milhões de metros cúbicos ou 29%), ou ainda com o próprio setor pro-dutivo sendo o importador deste anidro.

Sinais de que há comprometimento foram dados, vide o atendimento dos Produtores à Resolução 67 da ANP, em que foram feitos con-tratos de abastecimento com as Distribuidoras, garantindo o abastecimento de 70% da neces-sidade de compra destas na primeira fase, e chegando a 90% em Junho deste ano.

Abastecimento em OrdemPor Jorge Prado

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Vale ressaltar que estes contratos seguiram um novo modelo de precificação, adotando como parametrização o índice de Esalq do hidratado em sua maioria, ainda que o produto negociado foi o anidro. O motivo principal claramente foi a possibilidade de diminuição da negociação no mercado spot do etanol anidro, que é o fator ge-rador do índice deste produto, visto que o maior percentual estaria contratado, e não mais nego-ciado no mercado diário.

Este novo modelo possibilitará ainda com mais força que as próximas negociações sejam baseadas utilizando-se não mais o índice Esalq, que reflete os

preços negocia-dos na semana anterior, mas que se come-ce a olhar para frente, como a maioria da com-modities, e assim sejam precifica-dos utilizando-se dos fechamen-tos do etanol na BM&F-Bovespa. Há notícias de que algumas Usinas consegui-ram negociar ex-perimentalmen-te um modelo u t i l i z a n d o - s e das cotações na BM&F.

No Nor-deste, os con-tratos de a b a s t e c i m e n -to efetuados seguiram em sua maioria o modelo pró-prio que já era adotado nos compromissos existentes, ou seja, garantia de abastecimento do volume e

preço negociado no mercado spot.Um dado importante que não poderia pas-

sar em branco: a moagem no Centro-Sul caiu de 2010/2011 para 2011/2012, porém com um cenário interessante, em que todos os Estados aumentaram a quantidade de cana processada, exceto São Paulo, como poderá ser verificado no quadro de participação na moagem. Estima-se que para a safra 2012/2013 volte a haver um au-mento na quantidade de cana a ser processada, ainda que modestamente. Os volumes variam de Consultoria para Consultoria, porém estão entre 509 e 515 milhões de toneladas.

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