Revista dos Bancários 15 - fev. 2012

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REVISTA DOS BANCÁRIOS 1 Leia as matérias completas em www.bancariospe.org.br DOS Bancários Revista Ano II - Nº 15 - Fevereiro de 2012 Publicada pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco Os bancários de Pernambuco viveram um mês de janeiro de terror. Em vinte dias o estado sofreu nove assaltos a banco, a metade de todas as ocorrências registradas no ano passado inteiro. O aumento do crime é responsabilidade das próprias instituições financeiras, que não investem em segurança TRABALHANDO COM O PERIGO

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Fevereiro de 2012

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REVISTA DOS BANCÁRIOS 1

Leia as matérias completas em www.bancariospe.org.br

DOS BancáriosRevista

Ano II - Nº 15 - Fevereiro de 2012 Publicada pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco

Os bancários de Pernambuco viveram um mês de janeiro de terror. Em vinte dias o estado sofreu nove assaltos a banco, a metade de todas as ocorrências registradas

no ano passado inteiro. O aumento do crime é responsabilidade das próprias instituições financeiras, que não investem em segurança

TRABALHANDO COM O PERIGO

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2 REVISTA DOS BANCÁRIOS

Opinião Editorial

>>Desde abril do ano passado, os bancos que atuam no Recife deveriam ter todos os equipamentos de segurança exigidos pela nova lei.

Fora da lei

DOS BancáriosRevista

Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco

ÍndiceAssaltos a bancos disparam em janeiro

Entrevista: José Cláudio Nogueira

Esquenta a mobilização dos bancários

Trabalho a distância é hora extra

Bancários no Fórum Social Temático

Carnaval: Baile Municipal faz 48 anos

Bancário Artista: Francisco Cleóbulo

Dicas culturais

Conheça Pernambuco

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Em junho do ano passado, a Revista dos Bancários publicou uma entrevista com o vereador Josenildo Sinésio (PT), que aprovou na Câmara Municipal do Recife a lei 17.647, que garante mais segurança nas agências e postos de serviços dos bancos.

Embora a nova legislação tivesse sido aprovada um ano antes, em 2 de agosto de 2010, o prazo para os bancos se adequarem às regras tinha acabado de expirar. Quer dizer que desde abril do ano passado, os bancos que atuam no Recife deveriam ter todos os equipamentos de segurança exigidos pela lei.

Hoje, passado quase um ano, os bancos ainda não se adequaram às novas regras e estão, literalmente, fora da lei. “As instituições financeiras não mostraram a mínima vontade de cumprir a legislação. O descaso é muito grande”, lamentava o vereador na entrevista.

Foi justamente o descaso dos bancos com a segurança de suas agências que resultou na onda de assaltos que assolou Pernambuco no mês passado. Foram nove ocorrências em vinte dias, exatamente a meta-de de todos os roubos a banco registrados no estado em 2011.

Nesta edição, a reportagem de capa mostra como os bancos poderiam evitar os assaltos com um pouco de investimento. Também publicamos uma entre-

vista exclusiva com o delegado José Cláudio Nogueira, da Delegacia de Roubos e Furtos da Polícia Civil de Pernambuco, responsável por investigar os assaltos. Ele diz que os bancos facilitam a vida dos bandidos e faz duras críticas às instituições financeiras.

Além da falta de segurança, outros problemas têm tirado o sono dos bancários, como a sobrecarga de trabalho, as metas abusivas e o assédio moral. Para pressionar os bancos e exigir soluções para esses problemas, o Sindicato tem realizado protestos toda semana, como mostra outra reportagem desta edição.

Mas, como a vida não é só trabalho, a Revista tam-bém traz uma reportagem especial sobre o carnaval, resgatando a história do Baile Municipal do Recife. Também tem as dicas de cultura e turismo.

Boa leitura.

Presidenta: Jaqueline MelloSecretária de Comunicação: Anabele SilvaJornalista responsável: Fábio Jammal MakhoulConselho editorial: Anabele Silva, Geraldo Times, Tereza Souza e Jaqueline MelloRedação: Fabiana Coelho, Fábio Jammal Makhoul e Wellington CorreiaProjeto visual e diagramação: Libório Melo e Bruno LombardiFoto da capa: Mokra / SXC.huImpressão: NGE GráficaTiragem: 10.000 exemplares

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Dias deterror

Capa Segurança

Pernambuco viveu em janeiro uma nova onda de assaltos a banco. Em vinte dias foram nove roubos, a metade de todos os casos registrados em 2011. E os culpados pela falta de segurança nas agências são os próprios bancos

Era o primeiro final de semana do ano e o sábado amanheceu ensolarado em Arcoverde, no Sertão de Pernambuco.

As pessoas ainda se recuperavam da “ressaca” das festas de fim de ano e aquele 7 de janeiro tinha tudo para ser tranquilo. Mas não foi.

No começo da tarde, por volta das 13h30, dois homens armados invadi-

ram a agência do Banco Popular, no bairro de São Mi-

guel, que funciona-va em pleno final de semana. Os bandidos

renderam a atendente de caixa do correspondente bancário do Banco do Brasil e levaram R$ 15 mil. Era o início de uma onda de assaltos a banco em Pernambuco, que transformou janeiro num mês de terror para os bancários.

Em vinte dias, o estado sofreu nove roubos a banco, exatamente a metade de todos os assaltos do ano passado. Tirando o primeiro crime que ocorreu em Arcoverde, todas as outras investidas foram em agências bancárias do Recife. Em média, a capital sofreu um assalto a banco a cada dois dias.

Para a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, a nova onda de assaltos a bancos que atingiu Pernambuco no mês passado é fruto da irresponsabilidade das próprias instituições financeiras. “Esses assaltos poderiam ser evitados se os bancos investissem em segurança. Com os lucros bilionários que têm, as instituições financeiras não precisavam nem ser cobradas por isso. Mas, infeliz- mente, a conta que os bancos fazem mostra que financeiramente é mais

vantajoso deixar o assalto acontecer do que investir nos equipamentos de se-

gurança. Isso mostra um total descaso com a vida dos clientes e

bancários”, comenta Jaqueline.

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O ApOSenTAdO AnTôniO AMArO FOi ATinGidO pOr uMA BALA nO BrAçO, durAnTe ASSALTO à AGênCiA dO BrAdeSCO dA enCruziLhAdA, nO diA 16 de JAneirO

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CoNhEçA oS BANCoS quE ForAM ASSALTADoSDIA 7 DE JANEIRO - Banco Popular (correspondente bancário do Banco do Brasil) do bairro de São Miguel, em Arcoverde.

DIA 9 DE JANEIRO - Agência Derby do Banco do Brasil, localizada na Ave-nida Agamenon Magalhães, no Recife.

DIA 11 DE JANEIRO - posto de atendimento do Bradesco que fica dentro da universidade Federal rural de Pernambuco, no Recife.

DIA 16 DE JANEIRO - Agência do Bradesco da Encruzilhada, na zona norte do Recife.

DIA 17 DE JANEIRO - Agência do Bradesco que funciona dentro do hospital universitário Oswaldo Cruz, no Recife.

DIA 20 DE JANEIRO - Agência do banco Itaú de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes.

DIA 22 DE JANEIRO - Agência do Bradesco localizada nas proximidades do Viaduto da Caxangá, no Recife.

DIA 24 DE JANEIRO - Agência do Santander da avenida Beberibe, Ar-ruda, no Recife.

DIA 27 DE JANEIRO - Agência do Bradesco que fica na Companhia Pernambucana de Saneamento de Pernambuco (Compesa), na Avenida Cruz Cabugá, centro do Recife.

* Além destes nove assaltos, houve uma tenta-tiva de roubo no dia 18 de janeiro, na agência do Bradesco da Avenida Agamenon Magalhães, localizada nas proximidades da Praça do Derby, centro do Recife.

Capa Segurança

ForA DA LEiJá faz um ano que o Recife e outras

cidades da região metropolitana, como Olinda e Abreu e Lima, aprovaram leis municipais que disciplinam a seguran-ça bancária e exigem uma série de itens de prevenção que vão ao encontro das reivindicações do Sindicato.

Embora essas legislações estejam em vigor, as instituições financeiras ignoram solenemente suas obrigações. Segundo Jaqueline, o Sindicato está na luta para que os bancos cumpram as leis municipais. “Estamos conversando quase que diariamente com o Ministé-

rio Público, que decidiu comprar essa briga contra os bancos. Mas queremos envolver toda a sociedade nesta luta, inclusive as prefeituras, deputados, vereadores, o governo do estado. Toda a população é vítima da insegurança bancária, portanto, essa batalha não é só do Sindicato”, afirma Jaqueline.

Para envolver a sociedade nesta luta, o Sindicato realizou um protesto no dia 20 de janeiro contra a falta de segurança nos bancos. O palco das ma-nifestações foi a agência do Bradesco da Encruzilhada, que quatro dias antes tinha sido assaltada deixando dois la-

drões mortos, um cliente levemente fe-rido e todos os funcionários em pânico.

O cliente ferido foi o aposentado Antônio Amaro, atingido por uma bala no braço, que pegou de raspão “Foi um pânico só. Eu me lem-bro de ter caído no chão durante o tiroteio e de ter sido so-corr ido por um bombeiro”, contou Amaro, que apoiou a manifestação do Sindicato.

Outro cl iente do

SindiCATO reALizOu uM prOTeSTO nO diA 20 de JAneirO COnTrA A FALTA de SeGurAnçA nOS BAnCOS

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Capa Segurança

banco, José Lourenço, também apoiou o pro-testo e reclamou da falta

de segurança das instituições financeiras. “Os bancos precisam

contratar mais vigilantes e, no mí-nimo, colocar um vidro blindado

nas agências para que a gente fique protegido num eventual tiroteio. Não há motivos para os bancos não cumpri-rem a lei de segurança e nem atender as reivindicações dos bancários”, disse.

A opinião do cliente é a mesma de Jaqueline. “Realmente não há motivos para que os bancos não invistam em se-gurança. Segundo o último balanço fi-

nanceiro publicado, os bancos tiveram lucro de R$ 37,2 bilhões entre janeiro a setembro do ano passado. Já passou da hora de as instituições financeiras valorizarem as pessoas e não apenas o dinheiro”, afirma Jaqueline.

SAúDE CoMProMETiDAAlém de não investir em segurança,

os bancos privados também se furtam da emissão da CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) para os bancá-rios que passaram por um assalto. Para o secretário de Saúde do Sindicato, João Rufino, essa atitude dos bancos é prejudicial para os funcionários, que,

no futuro, podem sofrer com algum transtorno psíquico por conta do trau-ma. “E sem a CAT fica difícil vincular o problema à uma doença ocupacional”, explica Rufino.

O Sindicato tem emitido as CATs mesmo à revelia dos bancos. “Muitas vezes os bancários ficam como se estivessem anestesiados após o crime e acham que estão bem. Vale destacar que o trauma psicológico não é ime-diato. Na maioria dos casos, a pessoa sente o problema muito depois do fato que gerou o transtorno. Por isso é importante que a CAT seja aberta, é uma proteção para o trabalhador no futuro”, diz.

Rufino ressalta que a categoria bancária já é uma das que mais sofre com as doenças psicológicas. E, segundo ele, boa parte delas aparece depois de o trabalhador ter passado por um assalto. “Nas últimas campanhas salariais conse-guimos alguns avanços na questão da segurança, entre eles a garantia do atendimento psicológico para os bancá-rios vítimas de assalto. Mas essa medida serve apenas para minimizar os danos causados pela inseguran-ça, não ataca o problema, que tem fácil solução: investimento. Coisa que os bancos, infelizmente, não fazem”, finaliza Rufino.

• Instalação de mais equipamentos de prevenção, entre eles, porta com de-tector de metal antes do autoatendimento, mais câmeras de filmagem nas áreas internas e externas das agências e vidros blindados nas fachadas.

• Mais vigilantes, com a contratação, também, de um “rendeiro” para cobrir o horário de almoço.

• Instalação de biombos entre a fila de espera e a bateria de caixas e divisó-rias entre os caixas, inclusive os eletrônicos, para que os saques em dinheiro sejam feitos com privacidade.

• Isenção das tarifas de transferência de recursos (TED, DOC e ordens de pagamento) para reduzir a circulação de dinheiro e combater o crime da “saidinha de banco”.

• Melhoria da assistência médica e psicológica aos bancários vítimas da insegurança.

• Adicional de 30% para o bancário por conta do risco de morte.

PriNCiPAiS rEiviNDiCAçõES Do SiNDiCATo PArA A SEgurANçA BANCáriA

JAquELiNE MELLo: BAnCOS deveM vALOrizAr AS peSSOAS e nãO O dinheirO

João ruFiNo: ASSALTOS CAuSAM TrAuMAS

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Entrevista José Cláudio Nogueira

Para delegado, bancos facilitam a vida dos bandidos

Há exatamente um ano, o delegado José Cláudio Nogueira assumiu a Delegacia de Roubos e Furtos da Polícia Civil de Pernambuco com a missão de conter a onda de arrombamen-

tos de caixas eletrônicos que vinha ocorrendo em todo estado. Agora, sua luta é outra: coibir os assaltos a banco que assolaram o estado no mês passado. Lotado anteriormente no Núcleo de Inteligência da Secretaria de Defesa Social, José Cláudio afirma que a polícia está fazendo a parte dela no combate a este tipo de crime. Já os bancos... “Os bandidos encontram muita facilidade para roubar um banco. Faltam, por exemplo, câmeras de segurança, porta giratória com detector de metais. Há casos em que no momento do assalto nenhum vigilante estava presente”, conta. Nesta entrevista exclusiva para a Revista dos Bancários, José Cláudio fala sobre o au-mento vertiginoso nas investidas criminosas contra os bancos e afirma que as próprias instituições financeiras facilitam os assaltos ao não cumprir, por exemplo, as leis municipais sobre segurança bancária. Confira os principais pontos da entrevista.

Revista dos Bancários – No ano passado inteiro, Pernambuco sofreu 18 assaltos a banco. Agora, em janeiro, tivemos 9 roubos em 20 dias. A que o senhor atribui esse aumento exorbitante nas investidas con-tra estabelecimentos bancários?

Delegado José Cláudio Nogueira - No ano passado, identificamos que essas investidas eram feitas por ape-nas uma quadrilha. Agora, em 2012, percebemos vários grupos roubando os bancos. Isso se deve, entre outras coisas, à facilidade de se praticar este tipo de crime. A polícia tem constatado que faltam vigilantes nas agências e que os bancos não cumprem algumas medidas legais

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Entrevista José Cláudio Nogueira

“A Fenaban existe para defender

o interesse dos bancos. Fazemos a

nossa parte, mas verificamos que

a Fenaban fica muito na defensiva. Quando se fala em debater a questão

da segurança bancária,

enfrentamos resistência por

parte dos bancos”

“Apesar do trabalho que vem sendo realizado pela polícia, os bandidos encontram muita facilidade nos bancos, com a falta de segurança no local. Se os bancos tivessem mais cuidado, os criminosos encontrariam dificuldades e isso inibiria os assaltos”

que são exigidas para o funcionamento dessas unidades. Faltam, por exemplo, câmeras de segurança, porta giratória com detector de metais. Há casos em que no momento do assalto nenhum vigilante estava presente. Ele esta-

va na hora do almoço e não havia rendeiro para substituí--lo. Essa faci-lidade tem en-corajado que mais crimino-sos venham a praticar este tipo de crime.

R e v i s t a - O s e n h o r acredita que a a ç ã o d o s bandidos se-r i a i n i b i d a se os bancos

cumprissem o que estabelecem as leis de segurança bancária aprovadas no Recife, Olinda e Abreu e Lima?

Delegado - Com certeza. Se o ban-dido perceber que há uma dificuldade maior na sua ação, ele vai procurar praticar outro tipo de crime. Apesar do trabalho que vem sendo realizado pela polícia, com várias prisões e desman-telamento de quadrilhas, os bandidos encontram muita facilidade nos bancos, com a falta de segurança no local, a falta de uma câmera, de uma porta giratória com detector de metais. Se os bancos tivessem esses equipamen-tos, os criminosos encontrariam mais dificuldades e isso inibiria os assaltos.

Revista - O senhor conhece algum exemplo de município em que a lei de segurança bancária tenha reduzido o número de roubos a bancos?

Delegado - Temos o exemplo de João

Pessoa, na Paraíba. Lá também foram criadas normas, não só para tentar diminuir as investidas contra as agên-cia bancárias como também o crime conhecido como “saidinha de banco”. A lei aprovada e em vigor naquela cidade também estabelece a colocação de biombos, câmeras no entorno da agência, tudo isso para dificulta a ação dos marginais e aumentar a segurança dos clientes e dos funcionários.

Revista - A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) costuma atri-buir o aumento dos roubos a banco a um problema de segurança pública. Mas quando ocorre um assalto se nega a compartilhar as imagens do circuito de TV com a polícia. Como o senhor avalia essa contradição entre o discurso e a prática da Fenaban?

Delegado - A Fenaban existe para defender o interesse dos bancos. Não podemos negar que existe também o problema da segurança pública, mas nós estamos fazendo nossa parte. Estamos investindo, inclusive, nessa delegacia (de Repressão a Roubos e Furtos), que tem dado prioridade aos assaltos a banco. Fazemos a nossa par-te, mas verificamos que a Fenaban fica muito na defensiva. E, quando se fala em tentar debater a questão da seguran-ça bancária, enfrentamos um pouco de resistência por parte dos bancos.

Revista - O que tem sido feito pelos órgãos repressivos do estado para tentar conter essa onda de ataques às agências bancárias?

Delegado - Desde o ano passado, estamos tentando fazer um trabalho preventivo. Nós identificamos os cri-minosos e podemos dizer que a maioria dos roubos foi elucidado e os bandidos foram presos.

Revista - Recentemente o governo de

Pernambuco determinou que as agên-cias que forem alvos de assaltos sejam investigadas pela Polícia Civil para ve-rificar se existe alguma irregularidade no sistema de segurança. Como será desenvolvido esse trabalho?

Delegado - Esse é um trabalho que nós estamos contando com a colabo-ração do Ministério Público, que tem sido um grande parceiro nesse ponto. O MP, inclusive, já entrou com ações contra os bancos para que eles venham a cumprir essas leis municipais de se-gurança bancária. Contamos também com a colaboração da Polícia Federal, a quem cabe fiscalizar se as agências bancárias estão cumprindo essas medi-das. Queremos, também, a colaboração dos próprios bancários, que devem exigir que os bancos cumpram a lei.

Revista - E quanto à “sai-dinha de ban-co”? Além do inves t imento em segurança por parte das i n s t i t u i ç õ e s f i n a n c e i r a s , quais os cui-dados que os clientes devem t o m a r p a r a evitar ação dos bandidos?

D e l e g a d o - Uma coisa que nós aconselhamos é evitar, sempre que possível, a retirada de grande volume de dinheiro da agência bancária. O ide-al é substituir o saque de valor elevado por uma transferência bancária. Se não for possível, procure não ir sozinho à agência e faça o saque da forma mais discreta possível, já que os criminosos costumam colocar pessoas dentro da agência para identificar quem vai rea-lizar esse tipo de saque.

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Sindicato em ação Mobilização permanente

Antigamente, ser bancário era o sonho de milhares de bra-sileiros, que consideravam a profissão como símbolo de

sucesso e de um futuro garantido. Os próprios pais incentivavam os filhos a se-guirem carreira num banco e reconheciam na categoria bancária um status e um gla-mour que aos poucos foram evaporando.

Hoje, ser bancário é símbolo de es-tresse. Diariamente, o profissional sofre uma pressão desumana para cumprir metas que muitas vezes são inatingíveis e ainda precisa administrar a sobrecarga de trabalho que o obriga a extrapolar sua jornada constantemente.

A falta de condições de trabalho não é uma novidade, ela já faz parte da rotina dos bancários desde o início dos anos de 1990. Mas, em algumas agências e depar-tamentos das instituições financeiras que atuam em Pernambuco, os problemas não param de se avolumar.

Para mudar esta realidade, o Sindicato deu início, em janeiro, a uma série de ma-nifestações e protestos para exigir melhores condições de trabalho dos bancos. Para este primeiro semestre de 2012, toda sexta-feira será dia de luta para o Sindicato.

A secretária de Finanças do Sindicato, Suzineide Rodrigues, explica que a entida-de tem investido na mobilização permanen-te dos bancários como forma de pressionar os bancos e garantir a solução dos proble-mas. “Mas agora estamos intensificando esta mobilização, com protestos semanais.

Sexta tambémé dia de lutaSindicato aumenta pressão sobre os bancos com protestos semanais paraexigir a solução dos problemas apresentados pelos bancários

prOTeSTO BeM-huMOrAdO nO iTAú eXiGiu O FiM dAS deMiSSõeS, eM 20 de JAneirO

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Sindicato em ação Mobilização permanente

Os bancos sempre se renovam nas práticas de exploração dos seus funcionários e nós, do Sindicato, também temos de inovar para fazer o enfrentamento com os patrões e melhorar as condições de trabalho da nossa categoria”, explica Suzineide.

A dirigente destaca que uma das prin-cipais marcas da atual diretoria do Sindi-cato é a sua presença diária nos bancos. “Durante as visitas, nos últimos meses, recebemos muitas reclamações sobre metas abusivas, falta de funcionários, sobrecarga de trabalho e até fraudes no ponto eletrônico. Foi assim que decidimos esquentar a mobilização dos bancários com a realização dos protestos semanais. Os bancos já começaram a divulgar os lucros do ano passado e o resultado é o mesmo de sempre: novos recordes de lu-cratividade. São bilhões e bilhões de reais embolsados pelas instituições financeiras graças, também, ao trabalho dos bancários. E não podemos admitir que as empresas mais lucrativas do Brasil explorem seus funcionários”, comenta.

ProTESToS EMAiS ProTESToS

As manifestações semanais do Sindicato começaram no dia 20 de janeiro, sexta--feira, com dois atos que chamaram a aten-

ção até da grande imprensa. Um dos protestos teve como tema a nova onda de assaltos a banco que está assustando Pernambuco. O palco da ma-nifestação foi a agência do Bradesco da Encruzilhada, que quatro dias antes havia sido assaltada.

No mesmo dia, os direto-res do Sindicato realizaram outro protesto, que percor-reu cinco agências do Itaú em Boa Viagem, no Recife. O motivo foi a enxurrada de demissões promovida pelo banco no último ano. Apesar do tema triste, a manifestação foi bem-humorada e contou com a participação de um casal de atores, que dialogou com bancários e clientes de forma lúdica. Só no ano passa-do, o Itaú dispensou 92 bancários em Per-nambuco, mais que qualquer outro banco. No Brasil, o último balanço financeiro apresentado pela empresa, em setembro do ano passado, aponta para o fechamento de 2.496 postos de trabalho nos primeiros nove meses de 2011, período em que o Itaú lucrou R$ 10,949 bilhões, batendo mais um recorde de lucratividade no sistema financeiro nacional.

Uma semana depois, em 27 de janeiro, o

alvo do protesto do Sindicato foi a Caixa. O objetivo foi exigir mais contratações da empresa que hoje trabalha com um quadro de funcio-nários enxuto. “Uma das principais conquistas dos empregados da Caixa na Campanha Nacional do ano passado foi a garantia de abertura de mais 5 mil postos de trabalho para aliviar o su-foco dos bancários e oferecer

um melhor atendimento para a população. Depois de 21 dias de greve, a Caixa se comprometeu a elevar o seu quadro de 87 mil para 92 mil funcionários até dezembro deste ano. Passados mais três meses do fim da Campanha, a empresa tem contratado muito pouco em Pernambuco”, explica Jaqueline Mello, presidenta do Sindicato e empregada da Caixa.

Os protestos semanais vão prosseguir em fevereiro e nos meses seguintes. “Estamos querendo instituir a sexta-feira como um dia permanente de luta”, ante-cipa Jaqueline.

Acompanhe as últimas notícias da mobilização permanente e veja onde será a próxima manifestação em www.bancariospe.org.br.

Acompanhe as últimas notícias da mobilização permanente e veja onde será a próxima manifestação em www.bancariospe.org.br.

nA CAiXA, A MAniFeSTAçãO dO SindiCATO COBrOu MAiS COnTrATAçõeS

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10 REVISTA DOS BANCÁRIOS

Trabalho Legislação

Você é daquelas pessoas que não tem descanso do trabalho nem quando está em casa? O seu chefe vive ligando para

o seu celular ou envia mensagens para o seu e-mail quando você está de folga? Pois saiba que a partir de agora este trabalho fora do horário deve ser pago como hora extra.

No último dia 15 de dezembro, a presi-denta Dilma Rousseff sancionou uma lei de autoria do ex-deputado federal Eduar-do Valverde (PT-RO), que altera o artigo 6º da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e equipara os efeitos jurídicos da subordinação exercida por meios eletrôni-cos à exercida por meios pessoais e diretos no trabalho. Isso quer dizer que responder o e-mail do chefe ou atender uma ligação do gestor em casa é hora extra.

“Os bancários devem ficar atentos com as mensagens no celular, por e-mail ou ligações telefônicas de seus gestores fora

Tempos modernosNova lei garante o pagamento de hora extra para o trabalhador que é acionado pelo chefe no celular ou por e-mail fora do horário de trabalho

do horário e da agência ou departamento do banco. Se isso ocorrer, o trabalhador pode cobrar hora extra, já que isso não deixa de ser trabalho”, explica o secretário--geral do Sindicato, Fabiano Félix.

De acordo com a nova lei, de número 12.551/2011, não há diferença entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empre-gado e o realizado a distância, “desde que estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego”.

O novo texto da lei acrescenta que “os meios telemáticos e informatizados de coman-do, controle e supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho alheio”.

Para Fabiano, a nova lei é um grande avanço para o trabalhador, pois regulamenta uma questão nascida junto com o advento dos meios eletrônicos. “Segundo uma pes-quisa realizada em novembro do ano passado pela Asap (consultoria de recrutamento de executivos), mais de 50% dos empregados brasileiros respondem a e-mails de trabalho durante as férias. Quer dizer que nem nas férias o empregado consegue se desligar do trabalho”, comenta Fabiano. O levantamento revelou também que 80% dos funcionários são acionados pela empresa nas folgas por mensagens de celular. E mais da metade dos entrevistados disse que o teto da carga horária aumentou de oito para dez horas diárias.

André Grandizoli, secretário-adjunto de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), explica que a medida representa o ajuste da legislação ao avanço da tecnologia. Para ele, a lei pode ser vista como uma evolução, por reconhecer um tipo de trabalho que já ocorre, o chamado teletrabalho. “A modernidade chegou e a legislação acaba de se integrar a essa modernidade”, disse André.

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Cidadania Fórum Social Temático

A construção de um mundo melhor, onde todos tenham direitos e oportunidades, levou milhares de pessoas à Porto

Alegre, no final de janeiro, para partici-parem do Fórum Social Temático (FST). Durante três dias, representantes das mais diversas organizações da sociedade civil debateram propostas e ideias para trans-formarem o sonho de um planeta mais justo e igualitário em realidade.

E os bancários estavam lá. Repre-sentados pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), a categoria promoveu dois eventos durante o Fórum. Um para tratar da crise econômica internacional e o importância da regulamentação do sistema financeiro e outro para discutir a privataria promovida pelo PSDB no governo Fernando Henrique Cardoso.

“A regulamentação do sistema fi-nanceiro deve atender os interesses da sociedade e não os dos bancos”, afirmou a professora e economista da Unicamp, Maria Alejandra Madi, que fez pales-tra durante a oficina “Outro Sistema Financeiro é Preciso”, realizada no dia 27 de janeiro.

A professora disse que a crise financei-ra de 2008 ainda não acabou e comparou os bancos a zumbis. “São mortos vivos. Desde o início da crise, não há sinais de melhora nos bancos da Europa”, disse Alejandra, salientando que a crise mostrou que os bancos viraram caixas pretas, pois escondem informações e hoje os investidores não confiam neles. “Falta regulamentação e supervisão. Os

Que banco queremos?

Bancários realizam oficina durante Fórum Social Temático e defendem a regulação do sistema financeiro para construir um país mais justo e igualitário

bancos passaram dos limites”, afirmou. Em relação ao Brasil, Maria Alejandra salientou que os cinco maiores bancos concentram 90% dos ativos. “Isso aumen-ta o poder dessas instituições”, apontou. Ela lembrou que, em abril de 2003, foi aprovada uma lei que permite a regula-mentação fatiada do sistema financeiro, “criando um Frankenstein”. Apesar disso, “as atuais normas do sistema financeiro não são resultados de leis e sim de reso-luções do Banco Central”.

A economista criticou as resoluções do BC que ampliaram a atuação dos cor-respondentes bancários, o que também precarizou as relações de trabalho. “O Brasil está inserido na dinâmica da maior subordinação da economia ao sistema financeiro”, denunciou. Segundo ela, “isso gera problemas de controle, audi-toria interna, ouvidoria e fiscalização”. Leia a cobertura completa do Fórum So-cial Temático no site do Sindicato: www.bancariospe.org.br

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Cultura Carnaval

Em fevereiro de 1964, o Brasil vivia um período de sonhos e transformações. Eram tempos de bossa nova, jovem guarda,

minissaia. Enquanto a moda e a cultura se transformavam radicalmente, a po-lítica brasileira assistia, pela primeira vez, a ascensão de um presidente com-prometido como a classe trabalhadora. João Goulart, ou Jango como era co-nhecido, acabara de anunciar as refor-mas de base, um conjunto de reformas sociais que incluía a reforma agrária. Seu governo foi caracterizado pelo grande espaço dado às manifestações sociais, estudantis e populares, fato que desagradou a classe burguesa do Brasil, abrindo espaço para que, no dia 31 de março de 1964, o presidente fosse deposto por um golpe militar que teve apoio decisivo da elite conservadora brasileira e da Agência de Inteligência

O baile da alegria e solidariedadeHá 48 anos, o Baile Municipal do Recife abre a programação do carnaval de Pernambuco. Muito mais que uma festa, o evento é um exemplo de solidariedade ao doar toda a renda dos ingressos para entidades de assistência social

dos Estados Unidos (CIA). Mas esta é outra história.O fato é que em fevereiro de 1964 o país pôde viver seu último carnaval em

plena liberdade, antes de se afundar numa ditadura que duraria duas décadas. Naquele ano, as marchinhas de carnaval tomavam conta dos bailes e salões pelo país afora. “Olha a cabeleira do Zezé. Será que ele é? Será que ele é?”, questio-nava o sucesso do ano.

A rivalidade entre Rio e São Paulo produzia marchinhas cada vez melhores, mais críticas e elaboradas. E a rivalidade entre Salvador e Recife resultou no Baile Municipal da capital pernambucana, evento que até hoje abre o nosso carnaval.

Nesta época, em Salvador, já acontecia o disputado Baile do Galo Vermelho. Os pernambucanos acreditavam que o Recife não podia ficar para trás e organizaram o primeiro Baile Municipal, em 1964.

O Baile fez sucesso de cara. As três primeiras edições foram realizadas no

BAiLe MuniCipAL COMpLeTA 48 AnOS de SuCeSSO

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Clube Internacional, onde a festa foi conquistando no decorrer dos anos a participação de personalidades como Fernando Sabino e Rubem Braga, além de jornalistas e artistas do Sul do país. Com o sucesso da festa e a participação de muita gente famosa, o evento em-placou e passou a divulgar as músicas do carnaval recifense.

Da quarta edição em diante, a festa passou a ser realizada no Clube Portu-guês do Recife, quando surgiu a ideia de modificar a estrutura do salão prin-cipal e instalar os famosos camarotes do Baile Municipal. A história da festa ficou marcada pelo capricho na decora-ção, pela realização de concursos e por receber seus foliões sempre em trajes a rigor ou fantasiados, que no passo e no frevo, enchem o salão de alegria.

PrEoCuPAção SoCiALO Baile Municipal é conhecido como

o maior evento solidário do Carnaval do Recife. A preocupação social sem-pre foi o ponto alto da festa, que doa todo dinheiro arrecadado para entida-des benemerentest.

“Em 2012, temos uma meta: vender todos os 16 mil ingressos que serão disponibilizados. Nosso objetivo é ajudar duas importantes instituições: o Centro de Reabilitação e Valorização da Criança (Cervac), que cuida de 300 meninos e meninas com necessidades especiais, e a Associação Pernambucana de Apoio aos Doentes de Fígado (Apaf), que funciona no Hospital Universitário Oswaldo Cruz e acolhe pacientes das regiões Norte e Nordeste que precisam se submeter ao transplante de fígado”,

conta a primeira-dama do Recife, Ma-rília da Costa Bezerra, coordenadora Geral do 48º Baile Municipal.

No ano passado, o Baile Municipal arrecadou R$ 705 mil, que foram do-ados para três instituições: o Hospital Infantil Maria Lucinda, o Instituto Passo de Anjo, e o Instituto de As-sistência Social e Cidadania (IASC). “Asseguro que, este ano, teremos mais emoções nesta festa maravilhosa, que é um espetáculo quando acontece no salão do Chevrolet Hall e promove um resultado tão espetacular quando acaba”, comenta Marília.

O Sindicato está contribuindo com o Baile e suas obras sociais, ao comprar cinco entradas que serão sorteadas en-tre os bancários sindicalizados (confira em www.bancariospe.org.br).

Cultura Carnaval

OS BAiLeS de CArnAvAL erAM COnCOrridíSSiMOS AnTiGAMenTe. nA FOTO, OS BAnCáriOS LOTAM O SALãO Onde FOi prOMOvidO O 1º GriTO de CArnAvAL dO SindiCATO

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Dicas Cultura

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MÚSICA

Carnaval com um tom de jazz

Música pra quem quer algo além do frevo

Quem quiser algo diferente neste carnaval pode dar uma fugidinha para o interior e curtir o Garanhuns Jazz Festival, de 18 a 21 de fevereiro. Ao invés das orquestras de frevo ou do batuque dos maracatus, haverá atrações como o saxofonista Bob Mintzer (foto), Marcell Powell, Big Joe Manfra, Jefferson Gonçalves, Donny Nichilo, entre várias outras, locais, nacionais e internacionais. Trata-se de um dos cinco maiores eventos de jazz e blues do país. Durante quatro noites, a Esplanada Guadalajara deve receber um público de cerca de 6 mil pessoas. Para saber mais, acesse: www.garanhunsjazz.com.br.

Curta Doze e MeiaQue tal aproveitar a hora do almoço para assis-

tir curta-metragens? É a proposta do Curta Doze e Meia, no Espaço Cultural dos Correios. Sempre às quintas. Este mês a programação traz à tona o cine-ma fantástico, com curtas como “O Homem Plan-ta” (foto). Acesse: curtadozeemeia.blogspot.com.

Cinema italianoPara quem gosta de cinema italiano, a dica é o

Cineclube Brasil Itália, no Instituto Cultural Brasil--Itália. As exibições ocorrem às sextas, com sessões às 15, 17 e 19 horas. Este mês, serão exibidos os fil-mes “Pai Patrão”, “Ágata e a tempestade”, e Rocco e seus Irmãos” (foto).

CinemarECoMENDADoS

Para quem está na Região Metropolitana também há alternativas para um car-naval com outras batidas. O Rec-Beat, um dos mais importantes festivais indepen-dentes de música do país, traz ao palco do Cais da Alfândega mais de 25 shows, nacionais e internacionais. São atrações como El Guincho, da Espanha; Silver Apples, dos Estados Unidos (foto); Systema Solar, da Colômbia; Yusa, de Cuba; entre outros. Isso sem falar das atrações nacionais, como Toni Tornado, de São Paulo; Gang do Eletro, do Pará; Agridoce, da Bahia; ou Sany Pitbull, do Rio de Janeiro. E de grandes nomes da música local, como Lirinha, Quanta Ladeira, Siba e outros. Para conferir a programação, acesse: recbeat.uol.com.br.

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Scorsese.Mesmo com

seus escritos publicados em várias coletâne-as, o desejo de Cleóbulo é lan-çar seu próprio livro, reunindo os melhores po-emas publica-dos em seu blo-gue: francislost.wordpress.com.

O blogue é, aliás, um ótimo caminho para conhecer um pouco do trabalho do escritor: além de poemas, há vários contos. Em ambos, a principal fonte de inspiração, segundo o autor, “é a própria vida e a sociedade”. As novas tecnologias da informação são uma grande aliada

do artista, que também escre-ve microcon-tos através do twitter: Fran-cis_Lost.

Não por aca-so, Cleóbulo considera João Cabral de Melo Neto o grande mestre da li-teratura, junto com João Gui-

marães Rosa. Ele garante que não tem dificuldades para conciliar o trabalho artístico e bancário: “Até porque não estou com cargo comissionado. Minha jornada é de seis horas, o que me permite fazer meu curso de direito e ainda ter tempo para ler e escrever”.

Cultura Bancário artista

O poema “Viver” é uma das criações do escritor Fran-cisco Cleóbulo, bancário do Banco do Brasil há mais de

25 anos. A literatura faz parte de sua vida desde cedo: “Sempre gostei de ler e, ainda jovem, comecei a escrever minhas primeiras poesias”, conta o artista.

Os contos vieram um pouco depois, em meados da década de 1990. Mas a estreia foi gloriosa: em pouco tempo, ele já tinha contos publicados em uma coletânea, depois de ficar entre os cinco melhores no 1º Festival de Literatura Xerox e Livro Aberto.

Desde então, foram várias premiações: em concursos da Fafire (Faculdade Fras-sinetti de Pernambuco); no Banco de Ta-lentos da Febraban (Federação Brasileira de Bancos); e, mais recentemente, no 4º Prêmio Literário da Canon e Editora

“Viver É ter um olho

Na fresta do tempoÉ cravar as unhas na raiz

Do medo cotidianoÉ correr

Com todos os pés descalçosPelas calçadas do sonho”.

Francisco Cleóbulo

A vida como fontede inspiração

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Cercado de canaviais, o município de Nazaré da Mata cresceu e se desenvolveu graças à produção sucroalcooleira. Mas nesta época

do ano, a terra dos engenhos se transforma num dos principais polos do Carnaval de Pernambuco, graças ao Maracatu.

Localizada na Zona da Mata Norte de Pernambuco, a 65 quilômetros do Recife, a cidade de Nazaré da Mata é conhecida como a Terra do Maracatu Rural ou de Baque Solto.

Durante o Carnaval, o Caboclo de Lança, figura emblemática da cultura local, junta--se a Reis, Rainhas, Catirinas, Damas do Passo e Caboclos de Pena para levar ritmos e cores às ruas da cidade.

Além de dançar movendo sua lança em todas as direções, o Caboclo de Lança leva nas costas chocalhos que dão a marcação acelerada do Maracatu Rural.

Também é em Nazaré da Mata que está o maracatu rural mais antigo do estado, o

Cambinda Brasileira, fundado em 1898. A cidade possui ainda outros 16 grupos.

Mas é durante o reinado de Momo que acontece um dos eventos mais esperados da região, o Encontro de Maracatus. Na segunda e terça-feira de Carnaval, na praça principal da cidade, mais de 50 grupos dan-çam e cantam em homenagem aos orixás. A beleza plástica e rítmica do encontro, encan-ta e contagia os milhares de visitantes que lotam a cidade para acompanhar o evento.

hiSTóriAO povoamento do município teve origem

numa propriedade onde foi edificada a capela de Nossa Senhora da Conceição, no início do século XVIII. Em homenagem à santa, a localidade passou a chamar-se de Nossa Senhora da Conceição de Nazaré. Em 1943, o nome da cidade foi acrescido do termo “da Mata”, por causa da região na qual se localiza.

Turismo Conheça Pernambuco

NAZArÉ DA MATA

A Capitaldo MaracatuDurante o Carnaval, a terra dos engenhos se transforma e recebe milhares de turistas que vão atrás de um espetáculo cheio de cultura e beleza

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