Retrato_Cult_Dezembro2010

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Dezembro/2010 Vencemos o tráfico! O Complexo do Alemão no Rio de Janeiro não mais pertence aos traficantes

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Vencemos o tráfico! O Complexo do Alemão no Rio de Janeiro não mais pertence aos traficantes Dezembro/2010

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Dezembro/2010

Vencemos o tráfico!O Complexo do Alemão no Rio de Janeiro não mais pertence aos

traficantes

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editorial

expediente

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Notícias Brasil

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ciÊNcias & tEcNoloGia

rEportaGEm EspEcial

litEratura - coNto

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pai de michael jack-son lança livro

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milhões de brasi-leiros ainda passam fome

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mec corta 512 vagas de medicina

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Notícias muNdoa gafe coreana de sarah palin

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merckel: participa-ção dos resgastes privados só em 2013

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conto dA escola - ma-chado de assis

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terrorismo do tráfi-co debelado no rj

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pErsoNalidadEBeto Richa10

brasil apresenta pro-posta no cop 16

40 google pode comprar groupon

29 Haiti vai às urnas em meio à cólera e con-fusões

41 smartphone sem fide-lidade do usuário

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alemães denunciam facebook

condenação no caso pirate bay

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4a. edição >> 2010

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NEGócios & carrEira

Nossa aNtENa

Dezembro

Nossa capadesenvolvedores lançam 1o. jailbreak para windows phone 7

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nave soyus volta à terra

deborah secco áparece seminua

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confiança dos europeus na economia

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frança acha aberração comparar economias da espanha e paquistão

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coluNista85 mário persona

73 justin e outros famosos deixam twitter

83 calote fica estável em outubro

84 iberia e british airways aprovam fusão

Vencemos o tráfico!Os morros do Rio de Janeiro nãomais pertencem aos traficantes

Dezembro/2010

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Editorial

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Vivemos um momento histórico, com a retomada da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão pelas For-ças Armadas, Polícias Militar, Civil e Federal e com o auxílio do Corpo de Bombeiros no Rio de Janeiro.

A cidade transpirava medo. O terro-rismo dos narcotraficantes com as queimas de carros, assaltos e tiros amedrontaram o cidadão de bem.

Apesar desse panorama desagradável que repercutiu mundialmente em todas as mídias, o ato heróico de todos esses homens que trabalharam incansavelmente no combate aos traficantes sagrou vitorioso. Assim tam-bém todo o Brasil sentiu-se vencedor contra os desmandos dos ditos “do-nos das favelas”.

A retomada da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão reacendeu no povo carioca e em todos os brasileiros a esperança e a confiança na segu-rança pública.

Esperamos que bons ventos soprem sobre os céus do Brasil e que o Na-tal e o ano vindouro sejam de tranquilidade e paz, para que o país possa respirar e transpirar respeito . Parabenizamos os heróis deste combate ao crime organizado, que dignifica o cidadão brasileiro e que as poucas vo-zes contrárias se silenciem diante do trabalho árduo encetado e que não termina aqui. Irá continuar até que o crime organizado esteja totalmente debelado na Cidade Maravilhosa.

Da Redação

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Expediente

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ANO 01 - EDIÇÃO 04 Edição, Produção e Publicação BOLETIM CULT

REPORTAGEM E EDIÇÃOSilvia Regina Pellegrino Freitas da Rocha

PROGRAMAÇÃO VISUAL

Eduardo Schubert

JORNALISTA RESPONSÁVELIsabelle Soares

REVISÃO DE TEXTOSPaulo Roberto Freitas da Rocha

Envio de e-mails150.000 personalizados

[email protected]

fone:(41) 3538-7868

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PERSONALIDADE

beto richa

Governadoreleito para oestado doparaná

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Beto Richa nasceu em Londrina, em 29 de julho de 1965. É filho do ex-governador José Richa e de dona Arlete Richa. Graduou-se em Engenharia Civil pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Casado com Fernanda Bernardi Vieira Richa, tem três filhos: Marcelo, André e Rodrigo. Iniciou a vida pública em 1994, elegendo-se deputado estadual pelo PSDB. Quatro anos depois foi reeleito. Como deputado, aprovou projetos de grande repercussão social e econômica. É de sua autoria a lei que estabelece indenizações às famílias de ex-presos políticos. Também é de sua iniciativa a lei que determina a instalação de câmeras de segu-rança, monitoramento e vigilância nas instituições bancárias. A criação do Fundo Estadual de Prevenção ao Uso de Drogas também foi proposta por Beto Richa. Em 2000, foi eleito vice-prefeito de Curitiba e, no primeiro ano de mandato, também exerceu as funções de se-cretário municipal de Obras. Em 2004, Beto Richa foi eleito prefeito de Curitiba. Seu plano de governo foi registrado em cartório e suas metas foram inteiramente cumpridas. Richa foi reeleito prefeito de Curitiba em 2008 com mais de 77% dos votos, votação recorde na história da cidade. Em sua gestão, ao longo de cinco anos e três meses, Beto Richa direcionou 70% das re-ceitas orçamentárias para os bairros da cidade com os menores indicadores de desenvolvimento humano, priorizando as áreas sociais (educação, saúde, moradia popular, proteção social e infra-estrutura urbana) nos investimentos municipais. Foram mais de sete mil obras. Agora Beto Richa é eleito Governador do Estado do Paraná.

Na primeira entrevista, Beto Richa agradeceu aos paranaenses o trabalho aguerrido e compe-tente de sua equipe de trabalho, os prefeitos, ex-prefeitos, vereadores, lideranças e os candidatos ao Senado Gustavo Fruet e Ricardo Barros, que tiveram um excelente desempenho eleitoral, mesmo tendo iniciado suas campanhas mais tarde e com estruturas muito menores. “Agora nossa coligação seguirá unida para governar o Paraná de forma democrática”, disse Beto.

Falou sobre as denúncias, escândalos, desvios de conduta, corrupção, de traição à confiança do povo na política nacional. Beto anunciou um giro pelas cidades de Londrina, Maringá, Cascavel e Foz do Iguaçu, para agradecer a votação e dar entrevistas. “Vou governar indis-tintamente para todos os municípios do Paraná. Vou estar no interior, como fiz na capital, um governo próximo das pessoas, para que elas opinem sobre seu futuro”, afirmou Richa. “Londrina, que foi esquecida e abandonada durante muito tempo, principalmente nas áreas de segurança e saúde pública, que precisamos resolver urgentemente, contratando policiais, médicos, equipamentos. O mesmo vale para Ponta Grossa”, disse.

Beto disse que já tivera um contato com o governador Orlando Pessuti para estabelecer as duas equipes que iriam cuidar da transição de governo. O governador eleito disse que vai governar com a coligação, mas que ainda não tinha nenhum nome para ser anunciado, exceto para a Educação, que seria o próprio vice-governador Flávio Arns, anunciado du-

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rante a campanha eleitoral. “Todos os partidos tem bons quadros e pessoas competentes, preparadas para exercer funções. Eu vou ouvir as propostas e vamos decidir com calma. Vou implan-tar um contrato de gestão, com metas claras para cada secretário cumprir”, disse.

Beto afirmou que, como filho do ex-governador José Richa, tem uma gran-de responsabilidade em não errar e em honrar o nome do pai, que por onde passa é elogiado como exemplo de éti-ca, de transparência, de democracia.

As prioridades para o início de go-verno são colocar a casa em ordem. “Temos a saúde pública preocupan-te e a segurança caótica. Precisamos aumentar o efetivo policial, contratar médicos, equipamentos para hospitais regionais e vamos levar boas práticas da prefeitura de Curitiba”, afirmou. “Vamos melhorar o gasto público, fe-char as torneiras do desperdício, dar um choque de gestão”, disse Beto. Em entrevista subseqüente:

O apoio do governador Orlando Pes-suti para Dilma afetará a relação com o governador eleito?

Beto Richa - De forma alguma. São coisas distintas. O governador Pessuti já nos procurou e se colocou à dispo-sição. Em que pese ele ter apoiado um adversário, sempre tivemos relações de respeito e de amizade.

Como fica a relação com o PMDB?

Beto Richa - Muitas pessoas do

PMDB telefonaram para me parabe-nizar pela vitória. Deputados eleitos, prefeitos que nos apoiaram nessa elei-ção. Acredito que posso continuar ten-do uma boa relação com o PMDB. Isso é compreensível. Meu pai foi fundador nacional do partido e grande parte das lideranças do interior e da capital são remanescentes do período José Richa.

Como será o relacionamento com prefeitos que apoiaram seu adversário, como o de Foz do Iguaçu, Cascavel ou Pato Branco?

Beto Richa - Sempre tive um bom re-lacionamento com todos. Nunca reta-liei. Sempre digo que, passada a elei-ção, é hora de descer do palanque e de cumprir com o nosso dever, com o pa-pel para o qual fomos eleitos: trabalhar pelo nosso povo. Eu não vou retaliar o prefeito porque quem vai ser atingi-do com isso é a população que não tem nada a ver com a divergência político-partidária.

Como será a sua relação com os sena-dores eleitos pelo Paraná?

Beto Richa - Já falei por telefone com a senadora Gleisi Hoffmann, que se co-locou à disposição para trabalhar em favor do Paraná, o que for possível aju-dar lá em Brasília. Já tenho uma rela-ção boa com seu marido, o ministro (do Planejamento) Paulo Bernardo. Então, não vejo dificuldade alguma. Todos os que querem bem o Paraná serão bem vindos no nosso governo.

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O que o senhor vai levar em conta para escolher a equipe que trabalhará ao seu lado?

Beto Richa - Competência, preparo para o exercício da função e serieda-de. Além de observar essas qualida-des essenciais, quem vai trabalhar co-migo terá de assinar um contrato de gestão, assumindo compromissos de atingir metas e objetivos que vamos estabelecer, baseados no Plano de Go-verno. Com isso nós queremos agilida-de, avanço, menos burocracia e, acima de tudo, o desejado profissionalismo numa administração pública. Comigo, a equipe tem metas a cumprir e resul-tados a apresentar para o Paraná.

Já existem nomes para o secretaria-do?

Beto Richa - Por enquanto, apenas o Flávio Arns, para a Educação, que eu convidei como forma de bloquear os ataques e armações dos adversários, que estavam espalhando boatos sobre um nome para esse cargo que não é do agrado dos profissionais da educação.

Como será a sua relação com os pro-fessores do Paraná?

Beto Richa - Sempre tive uma boa re-lação com os professores. E na prefei-tura da capital tive sempre uma relação de respeito, amizade e trabalho com todos os educadores e professores. Os professores do Paraná serão tratados com diálogo, respeito e a amizade que merecem.

Na sua opinião, onde estão os princi-pais problemas da atual gestão do Go-

verno do Estado?Beto Richa - Acho que a máquina é

muito pesada; tem muitas pessoas ocu-pando postos-chave no Estado que não estavam capacitadas para isso. Em vários setores da administração isso aconteceu. Não quero aqui fazer crí-ticas ao governo anterior; vou pensar daqui pra frente e implantar o governo que eu imagino, necessário e impor-

tante para as transformações que eu quero fazer no Estado do Paraná. Nem que eu busque o auxílio de algumas en-tidades importantes que já atuam em todo o Brasil, como o INDG (Instituto de Desenvolvimento Gerencial), por exemplo, que ajudou o Aécio Neves em Minas Gerais. Ele pegou o Estado numa situação financeira dificílima e deu a volta por cima; conseguiu sanear

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as finanças de Minas Gerais, fazendo uma grande administração, vigorosa e competente. Então, dá para diagnosti-car e eliminar vários desperdícios para aumentar a capacidade de investimen-to. Nós temos a receita, temos meca-nismos para garantir um Estado vigo-roso e enxuto, que possa o mais rápido possível dar as respostas que o nosso povo aguarda.

O Governo do Estado fez alguns acordos, contratos com a Prefeitura de Curitiba para a Copa de 2014. O senhor pretende manter esses contratos?

Beto Richa - Claro que vou manter. Até por que eu fui um dos grandes lu-tadores para a conquista da Copa do Mundo para Curitiba e para o Paraná. Então, vamos continuar com o Lucia-

no Ducci tocando esse projeto. O pre-sidente da CBF, Ricardo Teixeira, in-clusive me ligou, dizendo que teremos muito trabalho pela frente.

E a Escola de Governo e a TV Edu-cativa vão sofrer alguma mudança ou vão seguir como estão?

Beto Richa - A TV Educativa não será usada politicamente. Vamos fazer uma prestação de contas. Eu sempre fiz audiências públicas no meu manda-to como prefeito e quero fazer no Es-tado do Paraná. A TV Educativa pode levar boa informação para a população paranaense e a Escolinha, servir para mostrar e prestar contas do que o go-verno está fazendo, mas em outro for-mato. Ainda não decidi em relação a isso, mas, com certeza, aquele modelo, aquele formato não vai existir mais.

Apesar de Osmar ter feito mais voto no Sudoeste, Beto tem a região como prioridade nos investimentos

No governo Beto Richa, o Sudoeste do Paraná terá prioridade nos inves-timentos em infraestrutura, Saúde e Segurança e nos esforços para atração de empresas. “Os municípios do Su-doeste foram esquecidos nos últimos oito anos. O Estado deve compensar a região, atraindo emprego e renda e promovendo desenvolvimento”, afirma Beto. O governador eleito afirma que tudo o que foi anunciado durante o de-bate promovido pela Rede Celinauta, em Pato Branco, em setembro, vai ser feito. Richa disse que vai melhorar os serviços estaduais no Sudoeste com a instalação de uma REDE (Região de

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vai fortalecer as subdivisões da polícia de Pato Branco e Francisco Beltrão, com a contratação de mais policiais. Também serão construídos módulos policiais em Francisco Beltrão e Pato Branco. “Vamos contratar mais policiais para reforçar a segurança e abrir guerra ao tráfico do crack no Paraná”, afirma.

Beto também vai trabalhar para forta-lecer as micro e pequenas empresas da região e atrair novos investimentos para o setor do agronegócio nos 42 municí-pios do Sudoeste. Será fortalecido o pólo tecnológico de Pato Branco e criados tecnoparques em municípios vizinhos, atraindo empresas de base tecnológicas.

Beto propõe uma compensação tributá-ria para a região Sudoeste, por ser uma região geradora de energia elétrica no Paraná. Também enfatizou que vai estu-dar os pedidos de criação de novas Pe-quenas Centrais Hidrelétricas (PCH), cujas autorizações foram barradas pelo

atual governo. “É possível conciliar de-senvolvimento com proteção ambiental. Vamos ampliar o potencial energético da região para atrair mais empresas para o Sudoeste”, afirmou Beto.

PROPOSTAS DE BETO RICHA PARA O GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

Seu plano de governo 2011-2014 já está disponível e contempla diversas propos-tas, como as seguintes:

Gestão: ampliar ações de governo ele-trônico; diminuir as despesas correntes; reequacionar a dívida pública; aumentar a capacidade de investimento do Esta-do.

Desenvolvimento: promover a formali-zação e incentivar a integração interna-cional da economia.

Infraestrutura: ampliar a duplicação do sistema viário principal; promover a am-pliação da malha ferroviária; ampliar a capacidade portuária.

Agricultura: incentivar a produção de biomassa; ampliar o crédito agrícola e suas garantias; fortalecer arranjos pro-dutivos locais.

Social: erradicar o trabalho infantil; promover a segurança alimentar; im-plantar a Rede Paranaense de Proteção às Famílias Vulneráveis.

Saúde: implantar programas de promo-ção de saúde e prevenção à violência e morte; implantar programa estadual de telemedicina.

Educação: ampliar o acesso às redes di-gitais de conhecimento; ampliar educa-ção de nível médio e técnico.

Meio Ambiente: retomar a implantação do Sistema Estratégico de Gestão de Re-cursos Hídricos; ampliar a cobertura de

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coleta e tratamento de esgoto; implantar programa de tratamento e destinação de lixo.

O programa de governo de Beto Richa pode ser lido na íntegra em seu PDF de campanha

O relatório preliminar sobre as contas e a situação atual do Estado foi entregue pela equipe de transição ao governador eleito Beto Richa (PSDB), que está re-tornando das férias no exterior.

O conteúdo do relatório que foi produ-zido durante as últimas semanas ainda é segredo, mas deve conter alertas e deci-sões que foram tomadas pelo atual gover-no e que podem impactar o orçamento de 2011, adianta Deonilson Roldo, membro da equipe de transição e cotado para as-sumir a Secretaria de Estado de Comuni-cação no governo de Beto.

O governador eleito Beto Richa (PSDB) retornou Curitiba depois de 15 dias de férias nos Estados Unidos. E agora vai retomar a formação de seu secretariado.

Segundo um dos membros de sua equi-pe de transição Deonilson Roldo, em entrevista a O Estado, Beto tem muitos nomes definidos e deve fechar sua equipe até o próximo dia 15 de dezembro 2010.

Antes de discutir nomes e fazer os pri-meiros convites, Beto vai conhecer o rela-tório elaborado pela equipe de transição sobre a situação econômica do Estado.

A reunião da equipe foi o primeiro com-promisso após retornar ao Brasil. No rol das especulações, alguns nomes já são dados como certos na equipe.

Os membros da equipe de transição, por exemplo, já são apontados como futuros secretários de Estado. Assim, Carlos Ho-mero Giacomini, Deonilson Roldo, Ivan

Bonilha, Luiz Eduardo Sebastiani e Nor-berto Anacleto Ortigara, já são conside-rados integrantes da próxima gestão.

Alguns, até com pastas definidas nos bastidores: como a da Comunicação para Deonilson, a procuradoria-geral para Bonilha e a Fazenda para Sebastiani. Ou-tros nomes praticamente certos são o dos deputados Gustavo Fruet (PSDB) e Durval Amaral (DEM).

Fruet, segundo tucanos, só não é secre-tário se não quiser. Justiça ou Ciência e Tecnologia seriam as pastas indicadas para ele. Amaral garantiu seu nome na próxima gestão ao abrir mão da candida-tura à presidência da Assembleia, abrin-do caminho para o presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni. Durval reivindica a chefia da Casa Civil, cargo estratégico,

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de articulação, mas que o PSDB resiste em entregar a outro partido.

Equipes de Pessuti e Beto divergem so-bre as contas do Estado

O governador eleito, Beto Richa (PSDB), está diante do tamanho real do orçamento do Estado, sua equipe de transição indicou um ambiente de falên-cia das finanças públicas que podem im-possibilitar futura realização do que já foi oferecido ao eleitor.

Este foi o diagnóstico da equipe de tran-sição do Governador Beto Richa sobre a gestão do governador Orlando Pessuti (PMDB).

Em entrevista coletiva a equipe de tran-sição de Pessuti rebateu, ponto a ponto, os problemas apontados pela equipe de transição do governador eleito em rela-tório apresentado pelos seus integrantes que apontaram um rombo de R$ 1,5 bi-lhão para 2011.

Jones disse que, após a divulgação do relatório da equipe de transição de Beto, o grupo pensou em interromper o diálo-go, mas que o governador Orlando Pes-suti (PMDB) preferiu manter ativa a sua equipe de transição para que possa con-tinuar a discutir os dados com o governo eleito.

A equipe do Governador Beto Richa se deparou com um quadro diferente da-quele que imaginava para o Estado, dis-se o secretário do Planejamento do atual governo. Ele destacou que, dos recursos orçamentários do próximo ano, cerca de 85% são de recursos vinculados, ou seja, que têm destinação pré-determinada.

Os investimentos devem ficar na mar-gem restante, sem sobras.

Até o mês de outubro, o orçamento exe-

cutado do Paraná foi de R$ 16,8 bi-lhões. Até o dia 22 daquele mês, con-tando gastos empenhados, a soma é de R$ 17,2 bilhões.

O atual governo garante que a Lei de Responsabilidade Fiscal impede a atual administração de deixar dívidas para a próxima. E que todos os con-tratos que estão vencendo, a renova-ção depende de consulta à equipe de Beto Richa.

O secretário do Planejamento, Allan Jones, negou que houve antecipação de receitas como acusa a equipe de de Beto Richa (PSDB). “É falácia. Não houve um centavo de antecipação de recursos”, disse Jones.

Ele admitiu que o governo anteci-pou recursos de um mês para outro, dentro do exercício do atual governo. “Não avançamos em 2011”, garantiu. Sobre a conclusão da equipe de Beto a respeito de obras paralisadas, Jo-nes negou que atrasos. “Não existem obras a retomar. Todas as obras es-tão em andamento”, afirmou.

Falácia, ou não, a verdade que a Lei de Responsabilidade Fiscal impe-de que fiquem dívidas sem quitação, para a próxima gestão. É isso que se espera do governo que ora termina e que o Governador Beto Richa preci-sa para cumprir seus compromissos com os paranaenses..

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Hotel Deville Rayon tem nova chef de cozinha

A chef Nathália Quirino

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Joe Jackson, pai de Michael Jack-son, lançou na manhã da quinta-feira (25), em São Paulo, o livro “O que realmente aconteceu a

Michael Jackson”, da Editora Mundo Editorial. A entrevista coletiva foi rea-lizada em um hotel na capital paulista.

Durante o encontro com os jornalistas, Joe e o autor do livro, Leonard Rowe, defende-ram a ideia de que o cantor foi morto “por uma conspiração” de pessoas. “Michael confiava em todo mundo. Só depois des-cobria que não podia ser assim. Ele acabou sendo um alvo. Ele era como um cão com osso. As pessoas tentavam tirar o osso dele”, afirmou o pai do cantor.

Ele contou que Michael era dono de 50% da Sony Music e que havia uma disputa entre diversas pessoas por questões envolvendo direitos autorais. “Meses antes de morrer, ele me disse que o matariam para ter os direitos autorais. Acho que ele foi assassinado por uma série de pessoas, foi mor-

to por uma conspiração. Uma pessoa só não poderia ter feito isso. Só ele [o mé-dico Conrad Murray] não conseguiria matar o Michael”, disse o autor do livro.

Joe contou o que diria a Michael caso tivesse a oportunidade: “Falaria que todas as pessoas que estavam ao redor

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“Michael Jackson foi morto por uma conspiração”, diz Joe Jackson

Notícias - Brasil

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dele o traíam.”

Médico

O médico Conrad Murray, responsá-vel por dar a dose letal do anestésico propofol ao cantor, não foi poupado de comentários. “Inicialmente, senti uma coisa ruim em relação a ele. Ele violou as leis médicas por oferecer drogas ao Michael”, afirmou o pai. Durante a co-letiva, o autor e o pai de Michael conta-ram que o médico recebia 150 mil dóla-res, mensalmente, para cuidar da saúde do cantor.

Agressões

O pai do rei do pop também falou sobre as possíveis agressões que teria come-tido. “Nunca bati no Michael. A mídia sempre me faz essa pergunta. Nunca bati em ninguém, nunca bati no Micha-el Jackson. Não sou um cara ruim. Sem-pre quis ajudar a todos.”

Filhos de Michael

Joe falou sobre Prince, Paris e Blanket, filhos de Michael, que atualmente mo-ram com ele e Katherine Jackson em uma mansão na Califórnia. “São ótimas crianças. Aprendem as coisas muito ra-pidamente. São muito inteligentes. O Michael deu uma boa educação para as crianças. Ele as mantinha longe da ne-gatividade da televisão. Eles só podiam assistir à TV uma vez por mês. O Mi-

chael preferia que elas lessem livros.”

Ele considerou muito boa a entrevista concedida à apresentadora Oprah Win-frey. “Mostrou que as crianças tiveram boa educação e estavam sendo bem cui-dadas.”

Livro

“A razão pela qual fizemos o livro é que a voz do Michael foi tirada dele sem justiça, sem lei. A imprensa norte-americana não fala a verdade. Os fãs e o mundo precisavam saber o que aconte-ceu com Michael”, afirmou.

Joe Jackson não economizou elogios ao cantor. “O meu filho foi o maior artista. E não digo isso porque ele é o meu fi-lho.”

Após ser perguntado se pretendia lu-crar com a obra, o autor respondeu. “A mídia diz que queremos lucrar com os direitos autorais. Nada mais justo que o dinheiro obtido com direitos autorais fique com a família e os filhos.”.

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Milhões de brasileiros ainda passam fome

Uma pesquisa do IBGE demonstrou que o número de domicílios brasileiros onde as famílias admitem que não têm alimentos em quantidade e qualidade adequadas diminuiu. Mas cerca de 11,2 milhões de pessoas no país ainda convivem com a fome. A proporção de domicílios com brasileiros nessa condição, no entanto, tem diminuído ao longo dos anos. As constatações são do suplemento Segurança Alimentar, elaborado com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do ano de 2009. O documen-to foi divulgado no dia 26/11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), classifica os graus de insegurança alimentar e aponta que 65,6 milhões de brasileiros não se alimentam direito. Desse total, 40,1 milhões convivem com a forma leve de insegurança alimentar (quando admitem que pode faltar dinheiro para comida). Mais 14,3 milhões estão na situação moderada – casos em que, no período de três meses anteriores à pes-quisa, houve restrição de comida. Os demais 11,2 milhões passam pela privação

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de alimentos e insegurança alimentar grave. De acordo com a presidente da Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos Hu-manos (Abrandh), Marília Leão, apesar da evolução dos indicadores no últimos anos, o dado revela um problema dra-mático: a fome. “Quando encontramos domicílios em situação de insegurança alimentar grave significa que efetiva-mente houve episódios de fome, inclu-sive em crianças”, afirmou.

“Temos que considerar essa situação porque a fome implicará prejuízos gran-des no perfil nutricional e no desenvol-vimento delas. Consequentemente, no potencial que essas crianças têm como pessoa”, completou Marília Leão.

A maior parte da população com fome no país está no Norte e no Nordeste. No Sul e no Sudeste, os percentuais não chegam a 3%. Diferenças também são verificadas em relação à situação dos domicílios. Na zona urbana, as famílias estão em situação de insegurança mo-derada ou grave, respectivamente, en-quanto na zona rural as proporções são bem mais altas. Na verdade o governo federal que aí vem deverá rever suas políticas de au-xílio a outros países carentes e voltar suas forças para o nosso povo brasileiro.

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Brasil apresenta propostas para a Conferência do Clima

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Governo brasileiro está pessimista: não crê em um possível consenso sobre as metas de redu-ção da emissão de gases poluentes.

O Brasil participa da Convenção de Mudanças Climáticas (COP 16), entre os dias 29 de novembro a 10 de dezembro, em Cancun, no México, numa confortável posição de liderança, com o compromisso de cobrar um enga-jamento maior dos demais países participantes, principalmente os desen-volvidos, com a redução das emissões de gases de efeito estufa.Essa é a opinião dos três especialistas do governo que participaram, na quinta-feira (25), de audiência pública promovida pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA). O de-bate discutiu os novos compromissos que serão assumidos pelo governo brasileiro durante a COP 16 e o alcance das metas assumidas na conferên-cia realizada no ano passado, em Copenhague.O embaixador extraordinário do Brasil para a Mudança do Clima, do Mi-nistério das Relações Exteriores (MRA), Sérgio Barbosa Serra, lembrou que o Brasil está sendo respeitado internacionalmente por ter se compro-metido com uma meta de redução de emissões de gases de efeito estufa acima dos 30% recomendados para os países em desenvolvimento. Ex-plicou ainda que, apesar de a meta para os países desenvolvidos ter sido estipulada entre 25% a 40%, com relação a 1990, dificilmente será fechado um acordo nesse sentido no encontro em Cancun. Isso porque os Estados Unidos não conseguiram aprovar no Congresso americano projeto sobre a redução dos gases.- Isso puxa os demais países desenvolvidos para baixo - avaliou o repre-sentante do Itamaraty.Para o embaixador Sérgio Serra, já seria um resultado bastante positivo se, na COP 16, ficasse acertado que haverá novo compromisso para a redução

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O Ministério da Educação (MEC) cortou 512 vagas em 12 cursos de medici-

na, cinco deles do Rio de Janeiro. O motivo é a baixa qualidade do ensino. Todos são oferecidos por instituições privadas e estavam sob supervisão porque tinham sido re-provados no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Ena-de), em 2007.

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MEC corta 512 vagas de medici-na de universidades mal avalia-das no Enade

dos gases que agravam o aquecimento global, em sequência ao Protocolo de Kyoto, que se encerra em 2012.Na área financeira, segundo Sérgio Serra, as perspectivas são melhores, sobretudo em relação à aprovação de um financiamento de US$ 30 bilhões, em três anos, para os países mais vulneráveis ao efeito estufa.- Nossa posição será a de procurar garantir essas coisas: que saia o finan-ciamento no curto prazo e que haja a indicação concreta da continuidade do Protocolo de Kyoto em relação a um segundo período de compromis-sos - observou o representante do Itamaraty.Outro objetivo da audiência, solicitada pela senadora Marina Silva (PV-AC), foi debater a regulamentação da Lei 12.187/09, que instituiu a Polí-tica Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC). Por essa norma, o Brasil ratificou o compromisso voluntário assumido no COP 15, de reduzir as emissões de gases de efeito estufa entre 36,1% e 38,9% até 2020.

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a GafE corEaNa dE sarah paliN

Imagina se os republicanos tivessem vencido as eleições de 2008 – e ela hoje ocupasse o cargo de vice-presidente dos EUA. A ex-governadora do Alasca Sarah Palin recebeu críticas após declarar que seu país precisa ficar ao lado de “nossos aliados norte-coreanos”. A gafe da ex-candidata a vice – e, possivelmente, candidata a presidente em 2012 – foi cometida durante uma entrevista na quarta-feira, 22/11, no programa de rádio de Glenn Beck e imediatamente corrigida pelo próprio apresentador. Os EUA, como todos sabem, são aliados, isso sim, é da Coreia do Sul.A declaração, porém, gerou críticas de blogueiros de esquerda dos EUA, que citaram o fato como um exemplo da falta de conhecimento de política externa da companheira de chapa de John McCain em 2008. Jornais na Ásia e na Europa reproduziram as críticas. O jornal Times of India afir-mou que Sarah Palin “fez isso de novo”, enquanto o britânico Daily Mail afirmou que ela precisa “refrescar seus conhecimentos de geografia”. Já o site conservador americano The Weekly Standard saiu em defesa da ex-governadora, afirmando que ela havia identificado corretamente a Coreia do Norte como inimiga dos EUA apenas oito segundos antes da confusão.

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Notícias - Mundo

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Merkel: Participação dos privados em resga-tes só se aplica depois de 2013

A responsável disse que o novo mecanismo de estabilização financeira da União Europeia só se aplicará a obrigações já existentes e que este só en-trará em vigor a partir de 2013. Num discurso dado hoje em Berlim, a chanceler diz que a “solidariedade” entre os parceiros europeus é maior do que há um ano, e que a Alemanha deverá prosseguir um esforço “massivo” de redução do déficit.

Ângela Merkel disse que a proposta apresentada pela Alemanha para criar um Fundo de Estabilização Financeira da União Europeia não incluirá dí-vida que já foi emitida e que não se vai aplicar antes de 2013.

A líder do governo da maior economia da Europa aproveitou ainda para relembrar que “a crise ainda não acabou” e que não vê nenhum Estado-Membro da UE com necessidade de reestruturar a dívida soberana.

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Por Joseph NGuyler DelvaPORTO PRÍNCIPE (Reuters) - O Haiti vai às urnas no domingo (28/11) em eleições dificultadas por uma epidemia de cólera, ten-sões políticas e confusão entre o eleitorado, buscando um líder para conduzir o país caribenho pobre em sua recuperação de um terremoto ocorrido em janeiro.

A comunidade internacional es-pera que a eleição - na qual serão escolhidos um novo presidente e Parlamento, além de um terço do Senado - possa levar a um governo estável e legítimo, que seja capaz de administrar bilhões de dólares de ajuda para a reconstrução, que foram prometidos por doadores.

Representando esse apoio do mun-do, forças de paz da ONU, com seus capacetes azuis, vêm ajudando a polícia haitiana a garantir a se-gurança e proteção de mais de 11 mil estações de voto montadas em

escolas, barracos pré-fabricados de madeira e tendas em superlotados acampamentos de sobreviventes do terremoto.

Mas, com as tensões políticas em alta e os trabalhos de reconstru-ção após o terremoto devastador de janeiro aparentemente paralisa-dos pelo avanço da epidemia letal de cólera, muitos temem que uma eleição turbulenta possa simples-mente fazer o país mergulhar ainda mais fundo no caos.

Entre os 18 candidatos à presi-dência, alguns se destacam como prováveis favoritos: uma matriarca oposicionista formada na Sorbon-ne, um tecnocrata governamental que é o protegido do presidente Rene Preval e um músico e artista carismático.

As pesquisas de opinião situaram em primeiro lugar nas preferências a ex-primeira-dama Mirlande Ma-nigat, de 70 anos, mas a ausência de um favorito claramente definido aumenta a probabilidade de a dis-puta ir ao segundo turno, em 16 de janeiro, entre os dois candidatos que tiverem o maior número de vo-tos.

Haiti vai às urnas em meio a có-lera e confusão

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A escola era na Rua do Costa, um sobradinho de grade de pau. O ano era de 1840. Naquele dia

- uma segunda-feira, do mês de maio - deixei-me estar alguns instantes na Rua da Princesa a ver onde iria brincar a ma-nhã. Hesitava entre o morro de S. Dio-go e o Campo de Sant’Ana, que não era então esse parque atual, construção de gentleman, mas um espaço rústico, mais ou menos infinito, alastrado de lavadei-ras, capim e burros soltos. Morro ou campo? Tal era o problema. De repente disse comigo que o melhor era a escola. E guiei para a escola. Aqui vai a razão. Na semana anterior tinha feito dois sue-tos, e, descoberto o caso, recebi o pa-gamento das mãos de meu pai, que me deu uma sova de vara de marmeleiro. As sovas de meu pai doíam por muito tempo. Era um velho empregado do Ar-senal de Guerra, ríspido e intolerante. Sonhava para mim uma grande posi-ção comercial, e tinha ânsia de me ver com os elementos mercantis, ler, es-crever e contar, para me meter de cai-xeiro. Citava-me nomes de capitalistas que tinham começado ao balcão. Ora, foi a lembrança do último castigo que me levou naquela manhã para o colé-gio. Não era um menino de virtudes. Subi a escada com cautela, para não ser ouvido do mestre, e cheguei a tempo;

ele entrou na sala três ou quatro minutos de-pois. Entrou com o an-dar manso do costume, em chinelas de cordo-vão, com a jaqueta de brim lava-da e desbo-tada, calça branca e tesa e gran-de colari-nho caído. Chamava-se Policarpo e tinha perto de cinqüen-ta anos ou mais. Uma vez senta-do, extraiu da jaqueta a boceta de rapé e o len-ço verme-lho, pô-los na gaveta; depois relanceou os olhos pela sala. Os meninos, que se

CONTO DE ESCOLA

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Autor: Machado de Assis

Literatura - Conto

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conservaram de pé durante a entrada dele, tornaram a sentar-se. Tudo esta-va em ordem; começaram os trabalhos. - O que é que você quer? Logo, respondeu ele com voz trêmula. - Começou a lição de escrita. Custa-

me dizer que eu era dos mais adiantados da escola; mas era. Não digo t a m b é m que era dos mais inteli-gentes, por um escrú-pulo fácil de entender e de exce-lente efeito no estilo, mas não tenho ou-tra convic-ção. Note-se que não era pálido nem mo-fino: tinha boas cores e músculos de ferro. Na lição de escrita, por e x e m p l o ,

acabava sempre antes de todos, mas deixava-me estar a recortar narizes no papel ou na tábua, ocupação sem no-

breza nem espiritualidade, mas em todo caso ingênua. Naquele dia foi a mesma coisa; tão depressa acabei, como entrei a reproduzir o nariz do mestre, dando-lhe cinco ou seis atitudes diferentes, das quais recordo a interrogativa, a admira-tiva, a dubitativa e a cogitativa. Não lhes punha esses nomes, pobre estudante de primeiras letras que era; mas, instinti-vamente, dava-lhes essas expressões. Os outros foram acabando; não tive remédio senão acabar também, entre-gar a escrita, e voltar para o meu lugar. Com franqueza, estava arrependido de ter vindo. Agora que ficava preso, ardia por andar lá fora, e recapitulava o campo e o morro, pensava nos ou-tros meninos vadios, o Chico Telha, o Américo, o Carlos das Escadinhas, a fina flor do bairro e do gênero humano. Para cúmulo de desespero, vi através das vidraças da escola, no claro azul do céu, por cima do morro do Livramen-to, um papagaio de papel, alto e largo, preso de uma corda imensa, que boja-va no ar, uma coisa soberba. E eu na escola, sentado, pernas unidas, com o li-vro de leitura e a gramática nos joelhos. - Fui um bobo em vir, disse eu ao Rai-mundo. - Não diga isso, murmurou ele. Olhei para ele; estava mais pálido. Então lembrou-me outra vez que queria pedir-me alguma coisa, e perguntei-lhe o que era. Raimundo estremeceu de novo, e, rápido, disse-me que esperasse um pou-co; era uma coisa particular. - Seu Pilar... murmurou ele daí a alguns minutos. - Que é?

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Literatura - Conto

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- Você... - Você quê? Ele deitou os olhos ao pai, e depois a al-guns outros meninos. Um destes, o Cur-velo, olhava para ele, desconfiado, e o Raimundo, notando-me essa circunstân-cia, pediu alguns minutos mais de espe-ra. Confesso que começava a arder de curiosidade. Olhei para o Curvelo, e vi que parecia atento; podia ser uma sim-ples curiosidade vaga, natural indiscri-ção; mas podia ser também alguma coisa entre eles. Esse Curvelo era um pouco le-vado do diabo. Tinha onze anos, era mais velho que nós. Que me quereria o Raimundo? Conti-nuei inquieto, remexendo-me muito, fa-lando-lhe baixo, com instância, que me dissesse o que era, que ninguém cuidava dele nem de mim. Ou então, de tarde... - De tarde, não, interrompeu-me ele; não pode ser de tarde. - Então agora... - Papai está olhando. Na verdade, o mestre fitava-nos. Como era mais severo para o filho, buscava-o muitas vezes com os olhos, para trazê-lo mais aperreado. Mas nós também éramos finos; metemos o nariz no livro, e conti-nuamos a ler. Afinal cansou e tomou as folhas do dia, três ou quatro, que ele lia devagar, mastigando as idéias e as pai-xões. Não esqueçam que estávamos en-tão no fim da Regência, e que era grande a agitação pública. Policarpo tinha decer-to algum partido, mas nunca pude ave-riguar esse ponto. O pior que ele podia ter, para nós, era a palmatória. E essa lá estava, pendurada do portal da janela, à direita, com os seus cinco olhos do dia-bo. Era só levantar a mão, despendurá-la e brandi-la, com a força do costume, que

não era pouca. E daí, pode ser que al-guma vez as paixões políticas dominas-sem nele a ponto de poupar-nos uma ou outra correção. Naquele dia, ao menos, pareceu-me que lia as folhas com muito interesse; levantava os olhos de quando em quando, ou tomava uma pitada, mas tornava logo aos jornais, e lia a valer. No fim de algum tempo - dez ou doze minutos - Raimundo meteu a mão no bolso das calças e olhou para mim. - Sabe o que tenho aqui? - Não. - Uma pratinha que mamãe me deu. - Hoje? - Não, no outro dia, quando fiz anos... - Pratinha de verdade? - De verdade. Tirou-a vagarosamente, e mostrou-me de longe. Era uma moeda do tempo do rei, cuido que doze vinténs ou dois tostões, não me lembro; mas era uma moeda, e tal moeda que me fez pular o sangue no coração. Raimundo revolveu em mim o olhar pálido; depois perguntou-me se a queria para mim. Respondi-lhe que es-tava caçoando, mas ele jurou que não. - Mas então você fica sem ela? - Mamãe depois me arranja outra. Ela tem muitas que vovô lhe deixou, numa caixi-nha; algumas são de ouro. Você quer esta? Minha resposta foi estender-lhe a mão disfarçadamente, depois de olhar para a mesa do mestre. Raimundo recuou a mão dele e deu à boca um gesto amarelo, que queria sorrir. Em seguida propôs-me um negócio, uma troca de serviços; ele me daria a moeda, eu lhe explica-ria um ponto da lição de sintaxe. Não conseguira reter nada do livro, e estava com medo do pai. E concluía a propos-ta esfregando a pratinha nos joelhos...

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Tive uma sensação esquisita. Não é que eu possuísse da virtude uma idéia antes própria de homem; não é tam-bém que não fosse fácil em empregar uma ou outra mentira de criança. Sabí-amos ambos enganar ao mestre. A no-vidade estava nos termos da proposta, na troca de lição e dinheiro, compra franca, positiva, toma lá, dá cá; tal foi a causa da sensação. Fiquei a olhar

para ele, à toa, sem poder dizer nada. Compreende-se que o ponto da lição era difícil, e que o Raimundo, não o ten-do aprendido, recorria a um meio que lhe pareceu útil para escapar ao castigo do pai. Se me tem pedido a coisa por favor, alcançá-la-ia do mesmo modo,

como de outras vezes, mas parece que era lembrança das outras vezes, o medo de achar a minha vontade frouxa ou cansada, e não aprender como que-ria, - e pode ser mesmo que em algu-ma ocasião lhe tivesse ensinado mal, - parece que tal foi a causa da propos-ta. O pobre-diabo contava com o favor, - mas queria assegurar-lhe a eficácia, e

daí recorreu à moeda que a mãe lhe dera e que ele guardava como relí-quia ou brinquedo; pegou dela e veio esfregá-la nos joelhos, à minha vista, como uma tentação... Realmente, era bonita, fina, branca, muito branca; e para mim, que só trazia cobre no bolso, quando trazia alguma coisa, um cobre feio, grosso, azinhavrado... Não queria recebê-la, e custava-me recusá-la. Olhei para o mestre, que continuava a ler, com tal interesse, que lhe pingava o rapé do nariz. - Ande, tome, dizia-me baixinho o fi-lho. E a pratinha fuzilava-lhe entre os dedos, como se fora diamante... Em verdade, se o mestre não visse nada, que mal havia? E ele não podia ver nada, estava agarrado aos jornais, lendo com fogo, com indignação... - Tome, tome... Relancei os olhos pela sala, e dei com os do Curvelo em nós; disse ao Rai-mundo que esperasse. Pareceu-me que o outro nos observava, então dissimu-

lei; mas daí a pouco deitei-lhe outra vez o olho, e - tanto se ilude a vontade! - não lhe vi mais nada. Então cobrei ânimo. - Dê cá... Raimundo deu-me a pratinha, sorra-teiramente; eu meti-a na algibeira das calças, com um alvoroço que não pos-

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so definir. Cá estava ela comigo, pega-dinha à perna. Restava prestar o servi-ço, ensinar a lição e não me demorei em fazê-lo, nem o fiz mal, ao menos conscientemente; passava-lhe a expli-cação em um retalho de papel que ele recebeu com cautela e cheio de aten-ção. Sentia-se que despendia um es-forço cinco ou seis vezes maior para aprender um nada; mas contanto que ele escapasse ao castigo, tudo iria bem. De repente, olhei para o Curvelo e es-tremeci; tinha os olhos em nós, com um riso que me pareceu mau. Disfarcei; mas daí a pouco, voltando-me outra vez para ele, achei-o do mesmo modo, com o mesmo ar, acrescendo que entrava a remexer-se no banco, impaciente. Sorri para ele e ele não sorriu; ao contrário, franziu a testa, o que lhe deu um aspecto ameaçador. O coração bateu-me muito.

- Precisamos muito cuidado, disse eu ao Raimundo. - Diga-me isto só, murmurou ele. Fiz-lhe sinal que se ca-lasse; mas ele instava, e a moeda, cá no bolso, lembrava-me o con-trato feito. Ensinei-lhe o que era, disfarçando muito; depois, tornei a olhar para o Curvelo, que me pareceu ain-da mais inquieto, e o riso, dantes mau, es-tava agora pior. Não é preciso dizer que tam-bém eu ficara em bra-sas, ansioso que a aula acabasse; mas nem o relógio andava como

das outras vezes, nem o mestre fazia caso da escola; este lia os jornais, ar-tigo por artigo, pontuando-os com ex-clamações, com gestos de ombros, com uma ou duas pancadinhas na mesa. E lá fora, no céu azul, por cima do morro, o mesmo eterno papagaio, guinando a um lado e outro, como se me chamasse a ir ter com ele. Imaginei-me ali, com os livros e a pedra embaixo da mangueira, e a pratinha no bolso das calças, que eu não daria a ninguém, nem que me ser-rassem; guardá-la-ia em casa, dizendo a mamãe que a tinha achado na rua. Para que me não fugisse, ia-a apalpan-do, roçando-lhe os dedos pelo cunho, quase lendo pelo tato a inscrição, com uma grande vontade de espiá-la. - Oh! seu Pilar! bradou o mestre com voz de trovão.

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Estremeci como se acordasse de um so-nho, e levantei-me às pressas. Dei com o mestre, olhando para mim, cara fecha-da, jornais dispersos, e ao pé da mesa, em pé, o Curvelo. Pareceu-me adivinhar tudo. - Venha cá! bradou o mestre. Fui e parei diante dele. Ele enterrou-me pela consciência dentro um par de olhos pontudos; depois chamou o filho. Toda a escola tinha parado; ninguém mais lia, ninguém fazia um só movimento. Eu, conquanto não tirasse os olhos do mes-tre, sentia no ar a curiosidade e o pavor de todos. - Então o senhor recebe dinheiro para ensinar as lições aos outros? disse-me o Policarpo. - Eu... - Dê cá a moeda que este seu colega lhe deu! clamou. Não obedeci logo, mas não pude negar nada. Continuei a tremer muito. Policar-po bradou de novo que lhe desse a moe-da, e eu não resisti mais, meti a mão no bolso, vagarosamente, saquei-a e entre-guei-lha. Ele examinou-a de um e outro lado, bufando de raiva; depois estendeu o braço e atirou-a à rua. E então disse-nos uma porção de coisas duras, que tanto o filho como eu acabávamos de praticar uma ação feia, indigna, baixa, uma vila-nia, e para emenda e exemplo íamos ser castigados. Aqui pegou da palmatória. - Perdão, seu mestre... solucei eu. - Não há perdão! Dê cá a mão! Dê cá! Vamos! Sem-vergonha! Dê cá a mão! - Mas, seu mestre... - Olhe que é pior! Estendi-lhe a mão direita, depois a es-querda, e fui recebendo os bolos uns por cima dos outros, até completar doze,

que me deixaram as palmas vermelhas e inchadas. Chegou a vez do filho, e foi a mesma coisa; não lhe poupou nada, dois, quatro, oito, doze bolos. Acabou, pregou-nos outro sermão. Chamou-nos sem-vergonhas, desaforados, e jurou que se repetíssemos o negócio apanha-ríamos tal castigo que nos havia de lem-brar para todo o sempre. E exclamava: Porcalhões! tratantes! faltos de brio! Eu, por mim, tinha a cara no chão. Não ousava fitar ninguém, sentia to-dos os olhos em nós. Recolhi-me ao banco, soluçando, fustigado pelos im-propérios do mestre. Na sala arque-java o terror; posso dizer que naque-le dia ninguém faria igual negócio. Creio que o próprio Curvelo enfiara de medo. Não olhei logo para ele, cá dentro de mim jurava quebrar-lhe a cara, na rua, logo que saíssemos, tão certo como três e dois serem cinco. Daí a algum tempo olhei para ele; ele também olhava para mim, mas desviou a cara, e penso que empalideceu. Com-pôs-se e entrou a ler em voz alta; estava com medo. Começou a variar de atitude, agitando-se à toa, coçando os joelhos, o nariz. Pode ser até que se arrependes-se de nos ter denunciado; e na verda-de, por que denunciar-nos? Em que é que lhe tiráva-mos algu-ma coisa? - Tu me pagas! tão duro como osso! dizia eu comigo.

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Veio a hora de sair, e saímos; ele foi adiante, apressado, e eu não queria bri-gar ali mesmo, na Rua do Costa, perto do colégio; havia de ser na Rua larga São Joaquim. Quando, porém, cheguei à esquina, já o não vi; provavelmente es-condera-se em al-gum corredor ou loja; entrei numa botica, espiei em outras casas, per-guntei por ele a algumas pessoas, ninguém me deu notícia. De tarde faltou à escola. Em casa não con-tei nada, é claro; mas para explicar as mãos incha-das, menti a mi-nha mãe, disse-lhe que não tinha sabido a lição. Dormi nessa noi-te, mandando ao diabo os dois me-ninos, tanto o da denúncia como o da moeda. E so-nhei com a mo-eda; sonhei que, ao tornar à esco-la, no dia seguin-te, dera com ela na rua, e a apa-nhara, sem medo nem escrúpulos... De manhã, acordei cedo. A idéia de ir procurar a moeda fez-me vestir depressa. O dia estava esplêndido, um dia de maio,

sol magnífico, ar brando, sem contar as calças novas que minha mãe me deu, por sinal que eram amarelas. Tudo isso, e a pratinha... Saí de casa, como se fosse trepar ao trono de Jerusalém. Piquei o passo para que ninguém chegasse antes

de mim à escola; ainda assim não andei tão depressa que amarrotasse as calças. Não, que elas eram bonitas! Mirava-as, fugia aos encontros, ao lixo da rua...

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Na rua encontrei uma companhia do batalhão de fuzileiros, tambor à frente, rufando. Não podia ouvir isto quieto. Os soldados vinham batendo o pé rápi-do, igual, direita, esquerda, ao som do rufo; vinham, passaram por mim, e fo-ram andando. Eu senti uma comichão nos pés, e tive ímpeto de ir atrás deles. Já lhes disse: o dia estava lindo, e de-pois o tambor... Olhei para um e outro lado; afinal, não sei como foi, entrei a marchar também ao som do rufo, creio que cantarolando alguma coisa: Rato na casaca... Não fui à escola, acompanhei os fuzileiros, depois enfiei pela Saúde, e acabei a manhã na Praia da Gamboa. Voltei para casa com as calças enxova-lhadas, sem pratinha no bolso nem res-sentimento na alma. E contudo a prati-nha era bonita e foram eles, Raimundo e Curvelo, que me deram o primeiro conhecimento, um da corrupção, outro da delação; mas o diabo do tambor...

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Chanel lança coleção de beauté para o Natal

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Chanel lança coleção de beauté para o Natal

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Rumores: Google pode ter comprado o Groupon

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Ciência & Tecnologia

Segundo portal VatorNews, a aquisição custou US$2.5 bilhões para a gigante de buscas, que agora poderá unir os serviços do site à sua API de geolocalização

O portal de notícias VatorNews divulgou nesta segunda-feira (29) que a Google comprou um dos maiores sites de compra coletiva do momen-to, o Groupon. Segundo o portal, uma fonte confiável e familiar com a negociação afirmou que a empresa pagou US$ 2.5 bilhões pela compra.

O Groupon é um dos maiores sucessos da internet dos últimos tempos. Começou em 2008 e logo valorizou mais de US$ 1 bilhão, atingindo uma receita mensal de mais de US$ 50 milhões.

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Se a aquisição for mesmo verda-de, a Google terá uma excelente oportunidade de fundir o Grou-pon com sua API de geolocaliza-ção, o Google Places. Além dis-so, para o próprio Groupon será muito mais fácil de afastar todos os serviços similares, que hoje to-maram conta do mercado, estando sob as asas da gigante da internet.

O site entrou em contato com as empresas para confirmar o bo-ato, mas nenhuma das duas di-vulgou oficialmente a compra.

Smartphones: Sem fidelidade do usuárioo

Se o mercado de celulares inte-ligentes resiste à crise mun-dial e avança, os fabricantes

lidam, agora, com a baixa taxa de fidelidade dos assinantes. Estudo da GFK, que analisou usuários no Brasil, mostra que 56% dos usuá-rios não se prendem a marcas na hora de trocar de terminal. Aplica-tivos podem fazer a diferença.

A pesquisa da GFK, realizada com 2653 usuários de smartphones, no Brasil, Alemanha, Espanha, Rei-no Unido, Estados Unidos e Chi-

na, entre os meses de outubro e novembro, constatou que 56% dos donos de smartphones man-têm opções em aberto quanto ao próximo modelo a ser adquirido.

A área de aplicativos pode vir a ser um diferencial. Isso porque os assinantes revelaram interes-se por serviços que melhorem o desempenho de seus terminais. “A fidelidade a uma marca de ce-lular é mais complicada hoje por-que as pessoas estão em busca

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de experiências de alto nível,” dis-se Ryan Garner, principal analis-ta da pesquisa, à agência Reuters.

“Se um celular não fizer o que diz que fará, ou o que o dono espera que ele faça, o fabricante perderá credi-bilidade”, completou o analista. A pesquisa constatou ainda que apenas 25% dos proprietários de smartpho-nes planejavam se manter fieis ao sistema operacional usado em seus aparelhos. A fidelidade é mais eleva-da entre os usuários da Apple, com 59 %, e mais baixa entre os usuários do software da Microsoft, com 21%.

Entre os usuários do BlackBerry, da Research in Motion, 35% decla-raram que se manteriam fieis. A fi-delidade era de 28% entre os usu-ários de celulares equipados com o Android, do Google, e de 24% entre os usuários do Symbian, da Nokia.

Consumidores alemães denunciam Facebook pelo uso de informações privadas

Berlim - A Federação dos Consumidores da Alemanha (VZBV, na sigla em alemão),

denunciou na segunda-feira 29/11, a rede social Facebook na Justiça por violar os direitos dos consumidores ao utilizar dados privados dos usuários.

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Condenações no caso Pi-

rate Bay são mantidas

ESTOCOLMO - Uma corte de apelações sueca manteve nesta sexta-feira, (26/11) as

condenações de três responsáveis pelo Pirate Bay, um dos mais popula-res sites de troca de arquivos na inter-net, que continua funcionando apesar de diversas tentativas da autoridade de tirá-lo do ar. A corte concordou com a decisão de primeira instân-cia, condenando Fredrik Neij, Peter Sunde e Carl Lundstrom por facili-tação da quebra de direitos autorais.

As sentenças de prisão dos três, no entanto, foram diminuídas de um ano cada para entre quatro e dez meses, enquanto a multa a ser paga pelo grupo à indústria do entreteni-mento aumentou de US$ 4,5 milhões para US$ 6,5 milhões. Um quarto condenado no primeiro julgamento, Gottfrid Svartholm Warg, não apa-receu na apelação alegando doença.

O Pirate Bay tem sido um transtorno para a indústria do entretenimento há alguns anos. No site é possível en-contrar links para arquivos de músi-ca, filmes e jogos que podem ser bai-xados para o computador do usuário. Os réus negam qualquer crime, ale-gando que o site não hospeda ne-nhum material protegido por direi-

tos autorais. Segundo eles, o Pirate Bay apenas fornece um forum para seus usuários baixarem arquivos através de arquivos torrent. Essa tecnologia permite que arquivos de computador sejam divididos em várias partes e transferidos a par-tir de diversas fontes, aumentando muito a velocidade de transmissão.

O advogado de defesa de Neij, Jo-nas Nilsson, disse não estar surpre-so com a decisão, mas decepcionado. Ele provavelmente vai apelar para a Suprema Corte. Não ficou claro se os advogados de Sunde e Lun-dstrom tomarão a mesma decisão.

Autoridades suecas não consegui-ram fechar o Pirate Bay apesar das condenações. Monique Wadsted, representante de empresas como Warner Bros, Columbia e Metro-Goldwyn-Mayer, acredita que os dias do site estão contados..

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LOUIS VUITTON

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Terrorismo do narcotráfico debelado no Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro, a cha-mada “Cidade Mara-vilhosa”, que há muito tempo não mais faz jus

a esse título, está sendo transfor-mada novamente. O Governo do Estado decidiu tirar das mãos dos narcotraficantes os locais onde se apossaram como donos, onde a lei era escrita por bandidos. A partir de 2008, com a implantação das UPPs (Unidades das Polícias Paci-ficadoras), várias comunidades, até então dominadas pelo terror, vol-taram a ter tranquilidade, o direito de ir e vir, o direito de viver como cidadãos honestos e trabalhadores.

É lógico que essa firme atitude do Governo, liderada pelo seu Secre-tário de Segurança, José Mariano Beltrame, passou a incomodar em muito os responsáveis pelo comér-cio de drogas no Rio de Janeiro.

Sentindo-se acuados, e com perda de território - já foram instaladas 12 UPPs - ganharam mais força ainda a Vila Cruzeiro e o Com-

plexo do Alemão, até então redu-to dos traficantes mais violentos e conhecidos do Rio de Janeiro. Pela dificuldade de acesso, era o ponto ideal para se juntarem e comba-terem a polícia, sempre com su-cesso. Assassinato de Tim Lopes, derrubada de helicóptero da po-lícia, crimes diversos, enfim, tudo acontecia lá, sem que a polícia pu-desse recuperar aquele território.

A retomada de algumas comunida-des pela polícia, com a instalação das UPPs, certamente diminuiu a venda das drogas, proporcionando menos dinheiro e menos facilidade para o tráfico. Resolveram então os traficantes gerar terror no Rio de Janeiro. Recebendo ordens dos líderes recolhidos em presídios de alta segurança, iniciaram no do-mingo (21/11) a gerar o pânico na população, tendo certamente como intuito principal desviar a atenção da polícia. Veículos de passeio, ôni-bus, motos, enfim ateavam fogo em tudo que encontravam pela frente.

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Reportagem Especial

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Comandante da PM diz que Rio vive mo-mento decisivo para política de Seguran-ça

O comandante da Polícia Mili-tar, Mário Sérgio Duarte, des-tacou no dia 26/11,que o Rio de Janeiro vive um momento

decisivo para política de Segurança, durante entrevista à “Rádio CBN”, na manhã da sexta-feira. em Krchner e confiar a ele o destino da nação Argentina.

Ele avisou também que a Aeronáutica iria trabalhar com a PM com heli-cópteros. Segundo o comandante, em algumas horas os militares já estão atuando junto a policiais nas ações.

“O apoio da Marinha foi fundamental para entrada dos homens na Vila Cruzeiro (em referência a operação desta quinta-feira) sem deixar mui-tos feridos”, ressaltou.

Duarte também voltou a pedir o apoio da população para continuar a ajuda com informações sobre possível localização de bandidos.

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Vários assassinatos foram cometi-dos, poucos bandidos eram presos, pois ateavam fogo nos veículos e rapidamente desapareciam. Porém, o tiro saiu pela culatra. Imagina-vam que a polícia iria novamente desistir de suas intenções, como já o fizera anteriormente, por falta de pessoal e equipamento. Esse verda-deiro caos instalado no Rio de Ja-neiro despertou na polícia espírito de união nunca visto antes. Polícias civil e federal, Batalhão de Opera-ções Policiais Especiais (BOPE), a Marinha com seus fuzileiros na-vais, blindados e helicópteros, 800 militares do exército, enfim junta-ram-se governos do estado e fede-ral. E aí os bandidos começaram a tremer. Viram que desta vez a coi-sa poderia ser diferente. Enquanto continuavam a atear fogo em veí-culos - o número diminuía a cada dia, as polícias, sob o comando es-tratégico do Secretário Beltrame, preparavam o ataque, estudado nos mínimos detalhes. O objetivo precí-puo era a retomada dos territórios da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão, começando pelo Cruzeiro.

Assim,na quinta feira (25.11), o ata-que policial começou. A apreensão era grande, moradores, assustados, fugiam da favela. Os que ficaram exibiam panos brancos nas janelas pedindo paz. Quinze mil crianças

e adolescentes ficaram sem aulas nas escolas. O comércio fechou as portas durante todo o dia. O Es-tado montou uma operação de guerra no Hospital Estadual Ge-túlio Vargas para atender os feri-dos. Ultrapassando barricadas, os blindados da Marinha abriam ca-minho. Rapidamente a subida tão esperada foi acontecendo. Troca de muitos tiros, mas sempre a po-lícia se impondo. E muito rapida-mente, a batalha estava terminada. Poucas horas foram necessárias. Os bandidos, acuados, fugiram co-vardemente para o Complexo do Alemão, através da Serra da Mise-ricórdia. A televisão mostrou tudo. Carros e motos transportavam delinqüentes, muitos a pé atraves-savam a mata e certamente pen-sando: vamos esperar vocês lá no

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Complexo do Alemão. Lá nós temos aparato para resistir e acabar com todos.

Foi um dia histórico para a cidade do Rio de Janeiro, para o Brasil e para o Mundo, que a tudo acompanhavam. Tomada a Vila Cruzeiro, iniciou-se o processo de rescaldo. Limpeza total. Casas suspeitas foram revistadas. Al-guns importantes bandidos presos. A grande maioria fugiu, num primeiro momento para o Complexo do Alemão. Enfim, depois de anos, a Vila Cruzei-ro foi devolvida à população de bem, de trabalhadores, de gente honesta, que quer ter o direito de ir e vir, sem estar sob o julgo de marginais. Pela primeira vez, a polícia fez o trabalho completo. O território da Vila Cruzeiro estava retomado e devolvido aos seus verdadeiros donos. Muita droga apreendida, armas, bandidos, dinheiro, enfim, a polícia foi recolhendo tudo que era ilegal, que encontrava pela frente.

Agora o desafio seria maior. Cercar o Complexo do Alemão e depois retomar a área. O Secretário Beltrame repetindo sempre: vamos desalojá-los do ter-ritório que ocupam há anos. Vamos recuperar armas. Vamos desmobilizá-los. Todos sabemos que traficantes sem drogas, sem armas, sem dinheiro, quase nada podem fazer.

No sábado (27/11), a polícia do Rio de Janeiro que desde sexta-fei-ra mantinha cerco ao conjunto de favelas do Alemão, deu ultima-to aos criminosos que se refugiavam no local, após uma onda de vio-lência que deixou ao menos 46 mortos na cidade nos últimos dias.

Por volta das 17 horas, trocas de tiros voltaram a acontecer na Avenida Ita-raré, uma das principais vias do Complexo do Alemão. Um dos disparos atin-giu uma pequena confecção na margem da avenida, o que provocou incêndio no local. As chamas se espalharam rapidamente, atingindo um bar ao lado e barracos ao redor. Moradores conseguiram arrombar a porta do bar, que estava fechado, e tiraram um homem desacordado de lá de dentro. Ele teve parte do corpo queimado e desmaiou, intoxicado pela fumaça. Bombeiros acabaram de chegar ao local.

Criminosos e as tropas da brigada paraquedista do Exército trocaram ti-ros repetidas vezes desde a ocupação militar das entradas e saídas do Complexo do Alemão, deixando ao menos 10 feridos entre sexta-feira e sábado, incluindo um soldado, um policial e um fotógrafo da Reuters, que foi levado ao hospital e pouco depois, liberado. Dois supostos líderes

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do tráfico de drogas também foram feridos e presos, informou a polícia.

A operação em torno do Alemão foi iniciada após a fuga em mas-sa de dezenas de homens armados para a comunidade, em consequên-cia da tomada na quinta-feira (25/11) pela polícia, com ajuda de ve-ículos blindados da Marinha e fuzileiros navais, da Vila Cruzeiro.

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Ao menos 100 carros e ônibus foram incendiados por criminosos desde domingo (21/11), e ações da polícia em resposta aos ataques nas ruas dei-xaram pelo menos 45 suspeitos mortos em confrontos. Uma jovem de 14 anos também morreu, vítima de bala perdida. Mais de 70 suspeitos já fo-ram presos pelas autoridades por envolvimento com o crime organizado.

O Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltra-me, um homem de pulso e senso de liderança incansável, considera as ações violentas desta semana uma resposta à nova estratégia implementada na ca-pital com as Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs), que provocou a saída de chefes do tráfico de favelas onde esse tipo de policiamento foi instaurado. Acuado e forçado a deixar algumas áreas da cidade, o crime organizado esta-ria reagindo.

A implantação das UPPs em 12 das centenas de favelas espalhadas pela cidade é considerada o maior avanço na área de segurança pública da capital flumi-nense nos últimos anos, e a medida foi inclusive citada pelo Comitê Olímpico Internacional como um exemplo de que a cidade será segura para a Olimpí-ada de 2016. O Rio também será palco central da Copa do Mundo de 2014.

Um criminoso, conhecido como Mister M, se entregou à polícia na tarde do sábado, 27/11. A informação é do delegado-adjunto Luiz Henrique Ferreira, da 6ª DP (Cidade Nova). Segundo Ferreira, Mister M seria o segurança do traficante Pezão, que é um dos chefes do tráfico no Alemão e teria contado com o apoio da mãe na negociação para se render.

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Na parte da noite, o Departamento de Segurança Nacional (Depen) confir-mou a transferência de 10 apenados do Rio de Janeiro para o presídio federal de Catanduvas (PR). Também à noite, a Justiça decretou a prisão de três ad-vogados do traficante Marcinho VP e a Polícia Civil anunciou a prisão de sua mulher por lavagem de dinheiro.

“Nós estamos a postos para invadir o Complexo do Alemão a qualquer mo-mento. É melhor eles se renderem agora e levantarem as armas enquanto é tempo, porque quando a gente invadir vai ser mais difícil. Estamos do lado de fora por pouco tempo,” avisou o comandante-geral da Polícia Militar, co-ronel Mário Sérgio Duarte, em entrevista coletiva.

“Não existe a menor chance de os traficantes terem êxito nessa guerra do Alemão. Os bandidos têm a chance de se entregar agora. Estamos chegando aos momentos finais para entrar no Alemão... Eles devem se entregar agora e receber o tratamento que a lei lhes garante,” acrescentou o coronel, que tam-bém fez um pedido aos moradores da comunidade para não saírem às ruas, em caso da invasão das forças de segurança.

A Polícia Militar informou que foi preparado um local determinado dentro da favela para que os homens se entregassem, com as armas sobre a cabeça, de forma a impedir a invasão dos policiais. Infelizmente os bandidos não acei-taram “a proposta” da polícia.

As forças de segurança do Estado, com auxílio das tropas federais, da Ma-rinha e do Exército iniciaram às 8h, de 28/11, a invasão do Complexo do Alemão, que compreende 12 favelas, em cinco bairros do subúrbio da Leopol-dina: Penha, Olaria, Ramos, Bonsucesso e Inhaúma.

Pelo menos dez blindados da Marinha e do Exército distribuiram a tropa pe-los principais locais da região. Dois tanques do Exército, cada um com capa-cidade para transportar 22 homens, entraram pela Rua Joaquim de Queiroz, uma das principais vias de acesso ao Complexo do Alemão, levando homens do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (BOPE).

A Polícia Civil já ocupava a principal área da subida da Rua Joaquim de Quei-róz, em Ramos, conhecida como Areal. A ocupação foi coordenada pelo pró-prio subchefe de Polícia Civil, delegado Rodrigo Oliveira.

A população do Complexo do Alemão ficou em casa, evitando sair às ruas, 61

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para não ficar na linha de tiro.

Além dos helicópteros das polícias Civil e Militar, havia também dois heli-cópteros da Aeronáutica apoiando a ação.

O comandante-geral da Polícia Militar brasileira declarou no domingo 28/11 que as autoridades “venceram” as centenas de traficantes entrincheiradas no Complexo do Alemão, o maior conjunto de favelas do Rio de Janeiro.

O subchefe de Polícia Civil disse que os policiais vão permanecer na comuni-dade o tempo que for necessário.

“Há muitos objetivos a serem checados. A gente espera o apoio de outras forças para fazer uma ocupação. Enfim, a operação está só começando, mas o fato é que nós já ocupamos o Complexo do Alemão”, afirmou.

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Não existe a menor chance de os traficantes terem êxito nessa guerra do Alemão. Os bandidos têm a chance de se entregar agora. Estamos chegando aos momentos finais para entrar no Alemão... Eles de-vem se entregar agora e receber o tratamento que a lei lhes garante,” acrescentou o coronel, que também fez um pedido aos moradores da comunidade para

não saírem às ruas, em caso da invasão das forças de segurança.

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Cronologia

Onda de violência começou no último domingo, dia 21

Após quase dois anos de trégua, o Rio de Janeiro voltou a viver uma onda de crimes e violência, que começou no domingo (21), quando bandidos armados com fuzis e granadas atearam fogo a dois veículos na Linha Vermel.

O principal motivo dos ataques, supostamente ordenados por líderes da facção criminosa Co-mando Vermelho, seria a expulsão de traficantes das favelas fluminenses e a implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

As UPPs e a recuperação de territórios

Novo modelo de Segurança Pública e de policiamento, as Unidades de Polícia Pacificadora tra-balham desde 2008 para promover a aproximação entre a população e a polícia. Por meio da recuperação de territórios perdidos para o tráfico, o objetivo da polícia é levar inclusão social à parcela mais carente dos cidadãos.

Criadas pela atual gestão da Secretaria Segurança do Estado, comandada pelo gaúcho José Mariano Beltrame, as UPPs foram implantadas após a retirada gradativa dos traficantes dos morros-chave. Atualmente, 12 unidades respondem por mais de 30 favelas.

O início dos ataques

Por volta do meio dia de domingo (21), seis bandidos armados com fuzis e granadas incendia-ram dois carros na Linha Vermelha e abriram fogo contra um veículo da Aeronáutica, dando início a uma sucessão de crimes na capital fluminense.

Após mais de 24 horas de silêncio, os criminosos voltaram a atacar. Desta vez, ocupantes de dois veículos passaram em alta velocidade disparando rajadas de tiros contra uma cabine da Polícia Militar num subúrbio da cidade, na noite de segunda-feira (22). Além do atentado, dois carros foram roubados e outros dois foram incendiados durante um arrastão na Rodovia Presidente Dutra. Felizmente, até então, não houve mortos ou feridos.

A ação da Polícia e a reação dos criminosos

Como reação à onda de crimes, na terça-feira (23) policiais militares realizaram operações em cerca de 20 favelas cariocas, que assustaram moradores e resultaram na prisão de oito homens e na morte de outros dois. Mesmo com o reforço na segurança, pelo menos três ônibus e nove carros foram incendiados entre a noite de terça e a madrugada de quarta-feira (24) em diferen-tes pontos do Estado.

Com o aumento da violência, 15 suspeitos haviam sido mortos até a quarta-feira. Outros 31 fo-ram presos e dois policiais ficaram feridos nas operações realizadas em 27 favelas cariocas. No fim da noite, a soma de veículos incendiados chegava a 28, o que levou o governador do Estado, Sérgio Cabral, a pedir apoio logístico à Marinha brasileira.

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Na quinta-feira (25), as equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) iniciaram uma megaoperação na Vila Cruzeiro, na Penha, com o apoio de seis veículos blindados da Mari-nha. Devidos à operação, escolas e creches suspenderam as aulas.

Durante a tarde, os policiais tomaram o controle do local, enquanto suspeitos fugiram cor-rendo com destino ao Complexo do Alemão. O dia foi o mais violento desde o início das ações.

No Paraná, a Polícia dava outro passo na tentativa de conter os ataques com a transferência de 13 presos que deixaram a Penitenciária Federal de Catanduvas e foram encaminhados para a unidade federal de Porto Velho, em Rondônia. Entre eles, estavam Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, Jorge Edson Firmino de Jesus, o My Thor, e Elias Pereira da

Silva, o Elias Maluco, acusado de mandar matar o jornalista Tim Lopes, em 2002.

Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, traficante transferido para Rondônia, é homônimo de um Marcinho VP mais famoso e mais importante, Márcio Amaro de Oliveira, que inspirou o livro “Abusado” e morreu em 2003.

Na sexta-feira, após a retomada da Vila Cruzeiro, policiais do BOPE fizeram buscas no local, com a ajuda de 300 agentes da Polícia Federal e 800 homens do Exército, que se juntaram às equipes.

À tarde, 21 agentes com atuação no RS partiram para o Rio para integrar as missões po-liciais. Em outro ponto, na favela da Grota, no Complexo do Alemão, ocorreu um intenso tiroteio entre policiais e criminosos. Ao fim do dia, a soma de mortos desde a segunda-feira chegava a 35.

A madrugada de sábado (27) foi considerada a mais calma desde o início da onda de violên-cia. Cinco carros foram incendiados em Nova Iguaçu e Baixada Fluminense. Pela manhã

houve troca de tiros. Durante o dia, os bandidos ignoraram o ultimato dado pela Polícia e seguiram atirando contra as barreiras. Militares armados apoiados por tanques com metra-lhadoras e helicópteros cercaram o conjunto de favelas do Complexo do Alemão, mas, até as

23h, as tropas ainda não haviam recebido ordem para invadir o morro.

No domingo (28), após uma madrugada de clima aparentemente tranquilo, o Complexo do Alemão começou a ser ocupado às 7h59min. O cerco incluiu 800 solados paraquedistas, a tropa de elite do Exército, 200 fuzileiros navais, 300 agentes da polícia federal e 1,3 mil po-

liciais. Cerca de uma hora e meia depois do início da operação, o morro foi tomado pela po-lícia. Muitos fuzis deixados por traficantes em fuga foram encontrados. Toneladas de drogas foram retiradas de esconderijos, com a ajuda do cidadão de bem.

O Rio de Janeiro renasce. Todos estão conscientes de que há muito a fazer, porém um passo gigantesco foi dado. Agora é instalar as UPPs nesses locais, acompanhar de perto as crianças e adolescentes que lá moram e partir para a retomada de outros morros, cujos moradores de bem clamam por ajuda.

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A face do combate ao crime organizado

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Desenvolvedores lan-çam primeiro jailbreak para Windows Phone 7

Um grupo de desenvolvedores lan-çou na quinta-feira (25/11) o pri-meiro jailbreak para o recém lançado Windows Phone 7. Com o método, é possível desbloquear os smartphones com a plataforma e instalar aplicati-vos que não tenham sido publicados na loja Marketplace.Segundo o grupo, a intenção não é infringir os direitos de propriedade de outros desenvolvedores ou favo-recer a pirataria, mas sim aproveitar todo o potencial da plataforma da

Microsoft.“Nós não apoiamos qualquer tipo de pirataria dentro de dispositivos Windows Phone 7. Pretendemos, sim, que os aparelhos possam rodar aplicações que ainda não foram apro-vadas”, comunicou o grupo no site ChevronWP7, que nomeia o recurso de desbloqueio.Para liberar o aparelho é preciso uti-lizar um PC com no mínimo Windo-ws XP SP2, um cabo USB e baixar um arquivo executável. “A instalação é totalmente segura e reversível”, comentou o texto.O processo de jailbreak é muito co-nhecido por usuários de produtos da Apple - como iPhone, iPod e iPad -com os aplicativos sendo baixados pelo app Cydia.

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Nossa Antena

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Nave Soyuz volta à Terra com dois americanos e um russo

Um cosmonauta russo e dois astronautas da Nasa retornaram à Terra na sexta-feira (26/11), a bordo da nave Soyuz, após uma missão de cinco meses na Estação Espacial Internacional (ISS).O comandante da Soyuz, Fyodor Yurchijin, e os astronautas Douglas Whee-lock e Shannon Walker pousaram às 4H47GMT (2H47 de Brasília) perto de Arkalyk, no Cazaquistão. Os três estavam na ISS desde 18 de junho.De acordo com o centro de controle russo, a operação de retorno aconteceu de acordo com o previsto e os três astronautas estão em bom estado de saú-de.A bordo da ISS permanencem dois russos, Alexander Kaleri e Oleg Skripo-tchka, e o americano Scott Kelly. Os três chegaram à estação no dia 10 de outubro.

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Deborah Secco aparece seminua em trailer de filme

Deborah Secco divulgou hoje o trailer de “Bruna Surfistinha”, proporcionando aos homens de plantão uma breve alegria.

Justin e outros famosos vão deixar o Twit-ter na quarta-feira, 29/11

Vários famosos como Justin Timberlake, Lady Gaga e Usher vão abandonar as redes sociais como o Facebook e Twitter a partir de 29/11. O motivo, desta vez, não é nenhum escândalo, mas sim uma campanha de caridade que a cantora Ali-cia Keys iniciou para marcar o Dia Mundial de Luta Contra Aids.

A campanha Keep a Child Alive (mantenha uma criança viva, em inglês), convo-cou uma verdadeira “greve de celebridades nas redes sociais” para forçar os fãs a realizarem doações para a iniciativa. Segundo Alicia Keys, assim que as pessoas doarem um total de US$ 1 milhão, os famosos poderão voltar para o Twitter e Facebook.

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Com o “twiticídio” de celebridades como Justin Timberlake, a campanha espera ajudar financeiramente diversos programas para conter a epidemia do vírus da Aids na África e na Índia e para tratar crianças infectadas pelo HIV em todo o mundo.

A idéia é transformar a doação uma atividade viral para juntar a grande soma a partir de pequenas doações. Só Lady Gaga, por exemplo, tem 7 milhões de seguidores no Twitter e quase 24 milhões de amigos no Facebook. Alicia Keys acha que a campanha é “uma forma direta, emocionante e um pouco sarcástica de fazer com que as pessoas deem atenção ao assunto”.

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GALILEI

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Redecore sua casa para o Natal!

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“Deccolar” é um precioso vício http://www.deccolar.com

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A confiança dos europeus em relação ao panorama eco-nômico subiu para o mais

alto nível de três anos em novem-bro, com o crescimento na Alema-nha contribuindo para travar os re-ceios de que um eventual contágio da crise da dívida soberana possa penalizar a retomada.

O índice do sentimento dos empre-sários e consumidores dos 16 países da Zona Euro subiu para 105,3 pon-tos este mês, contra 103,8 pontos em outubro, anunciou a Comissão Europeia em comunicado. Tratou-se, assim, do nível mais elevado desde novembro de 2007.

Os 26 economistas inquiridos pela Bloomberg previam um ganho mé-dio para 105 pontos, em linha com os dados hoje divulgados.

Recorde-se que a confiança dos em-presários alemães aumentou para um recorde em novembro.

Por outro lado, os governos da UE acordaram ontem um pacote de ajuda à Irlanda no valor de 85 mil

Confiança dos europeus na economia aumen-ta para máximo de três anos

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milhões de euros, de modo a con-ter a perturbação nos mercados da dívida, o que está contribuindo para uma melhoria da confiança por par-te dos mercados.

De acordo com os dados hoje di-vulgados, o barómetro do senti-mento da indústria subiu de zero pontos em outubro para 0,9 pontos em novembro, ao passo que a con-fiança dos serviços aumentou para 10,2 pontos, contra 8,1 no mês pre-cedente.

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O índice da confiança dos consumidores avançou para -9,4 pontos, contra -10,9 pontos, enquanto o sentimento entre os construtores caiu de -25,4 para -26,4 pontos.

Paris, 29 nov (EFE).- A mi-nistra de Economia france-sa, Christine Lagarde, consi-derou na segunda-feira (29) “uma aberração” comparar as taxas de risco da Espanha decorrentes da dívida nacio-nal com países como Paquis-tão e Romênia.

“Um país como a Espanha não tem nada a ver com o Paquistão. Quando se olha a alta de riscos, vê-se que há uma aberração supor simili-tude entre Espanha, Romênia e Paquistão. Não estamos nas mesmas escalas de endividamento, nem de déficit, nem de capacidade de elevar os impostos”, assinalou Lagarde à rádio “RTL”.

A ministra também indicou que a situação da Espanha não pode ser com-parada com a da Irlanda, onde lembrou que o déficit público é de 32%, o maior da União Europeia (UE).

Quanto a Portugal, a responsável da economia francesa manifestou con-fiança na determinação de Lisboa para “aplicar o rigoroso plano” apro-

França considera “aberração” comparar eco-nomia da Espanha com a do Paquistão

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vado pelo Parlamento português e destacou a importância de se reformar o mercado de trabalho do país “que não permita se adaptar às oscilações econômicas”.

Lagarde se mostrou confiante de que o plano de resgate econômico da Ir-landa adotado neste domingo pelos 27 países-membros da UE vai ajudar a situação a melhorar, colocando assim bases de futuras remessas de assis-tência financeira para as quais o setor privado terá de contribuir.

Sobre a França, a ministra considerou injustas as informações de que a economia está ameaçada pela crise. “Temos um plano audaz e sério, o crescimento econômico se recupe-ra, o desemprego diminui, a políti-ca econômica funciona”.

Calote fica estável em outubro

A taxa média de juros cobra-da das famílias subiu um ponto percentual, de setem-

bro para outubro deste ano, e atin-giu 40,4% ao ano, segundo dados divulgados na segunda-feira 29/11, pelo Banco Central (BC).

No caso das empresas, a taxa média caiu 0,3 ponto percentual para 28,7% ao ano, no período. Com isso, a taxa geral para famílias e empresas ficou em 35,4%, alta de 0,3 ponto percentual.

A inadimplência tanto para famílias quanto para as empresas ficou estável em 6% e 3,5%, respectivamente.

O spread, diferença entra a taxa de captação de recursos pelos bancos e a cobrada dos clientes na hora do empréstimo, ficou 29 pontos percentuais

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para as famílias, alta de um ponto percentual. Para as empresas houve recuo de 0,4 ponto percentual para 18,1 pontos percentuais.

O prazo médio de financiamentos para as empresas teve redução de dois dias corridos para 383. Para as famílias, a queda foi de três dias corridos para 538.

Iberia e British Ai-rways aprovam fusão

A assembleia geral de acio-nistas da Iberia aprovou por unanimidade a fusão

com a British Airways. No caso da companhia britânica, o sim recebeu 99% dos votos.

Em Madrid, a assembleia geral de acionistas da Iberia disse sim à fu-são com a inglesa British Airways.

De acordo com fonte oficial da em-presa “100% dos acionistas disse-ram que sim”, porque “a proposta é muito boa para os acionistas”. Para corroborar esta informação, a mes-ma fonte cita em declarações ao

Diário Econômico que “desde que começou o ano, as ações da Iberia subiram 70%”.

Antes disso, já havia sido realizada, em Londres, a reunião magna de acionistas da British Airways, que aprovou com 99% de votos a favor a fusão com a companhia aérea es-panhola.

O acordo, fixando as bases da fusão e hoje votado nas duas assembleias gerais, concluiu que a Iberia ficará com 45% da nova empresa - a In-ternational Airlines Group (AIG) - cabendo à companhia aérea inglesa 55%.

A operação, avaliada em 350 mi-lhões de euros, permitirá gerar si-nergias na ordem dos 400 milhões. A nova empresa será o terceiro maior grupo de aviação europeu, depois da Lufthansa e da Air Fran-ce-KLM e o sexto maior do mundo, com uma faturação na ordem dos 15.000 milhões de euros, uma frota de 408 aviões, voando para mais de 200 destinos.

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A arte do Relacio-namento

Que encanta, de-senvolve e man-

tém clientes inter-nos

O profissional dos novos tem-pos percebeu que não trabalha para um empregador, mas para o cliente externo, o único que ga-rante a manutenção de seu ga-nho. Mas o sucesso desse relacio-namento com o cliente externo depende de um relacionamento coeso com a cadeia formada por fornecedores e clientes internos, elementos essenciais no atendi-mento dos objetivos da empresa.

Essa cadeia ou rede de relacio-namentos é formada por seres humanos interdependentes e sua qualidade e sucesso nos serviços prestados dependem da qualida-de dos relacionamentos. Em uma empresa de grande porte pode-se chamar de “cadeia de supri-mentos” ou “cadeia de valor” a corrente formada pelos diversos departamentos e pessoas que ne-les atuam. Neste contexto, cada um é cliente e/ou fornecedor do

colega ou área com a qual se re-laciona.

O profissional consciente dis-so sabe que o uso pleno das ha-bilidades e do potencial de sua equipe depende de um trabalho sistemático de valorização do re-lacionamento, reconhecimento e recompensas que motivem as pessoas com base no atendimen-to de suas necessidades, desejos e expectativas. Sabe também que todo profissional deve saber ne-gociar para manter e ampliar o potencial dessa cadeia de rela-cionamentos.

Este tema ajudará seu público a se aperfeiçoar nas melhores prá-ticas do relacionamento, atendi-mento e comunicação com clien-tes internos, além de desenvolver uma visão abrangente de sua im-portância na empresa.

- Atuar na melhoria do clima or-ganizacional. - Entender que somos clientes uns dos outros na cadeia de va-lor na qual estamos inseridos. - Obter uma visão clara do clien-te interno e de seu papel na ca-deia de valor interna. - Estimular a prática do CRM vi-sando os clientes internos.

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- Desenvolver uma atitude cola-borativa entre pessoas e áreas. - Compreender o que as pessoas desejam e como cativá-las. - Aprimorar o senso de excelên-cia e trabalho em equipe. - Desenvolver uma cultura vol-tada para o encantamento, de-senvolvimento e manutenção do cliente interno.

Mário Persona é Palestrante, es-critor e estrategista.Sua home page fica no endereço:http://www.mariopersona.com.br/

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