Resumo Português
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Conferência
Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa 13-14 dezembro 2012
Apresentação
A conferência internacional A Parceria África-Europa em construção: que futuro? é organizada
por três instituições portuguesas - o Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais (IEEI),
um think tank, o Instituto Marquês de Valle Flôr (IMVF), uma ONG de Desenvolvimento e o
Centro de Estudos Africanos do ISCTE-IUL (CEA) uma instituição académica -, em conjunto com
o European Centre for Development Policy Management (ECDPM).
Os próximos anos assistirão a decisões fundamentais sobre as prioridades e objetivos do
Desenvolvimento, bem como sobre o quadro das relações entre a União Europeia e África,
para as quais é importante o contributo da investigação prática e de debates multidisciplinares
que reflitam a complexidade crescente das novas dinâmicas globais. Na verdade, embora os
desafios da segurança e do desenvolvimento tenham implicações profundas para os países
desenvolvidos e em desenvolvimento, para a sociedade civil e para os decisores políticos, na
Europa e na África, não têm ainda sido suficientemente analisados em termos dos impactos
sobre os dois continentes e sobre o seu relacionamento.
Tendo em conta a próxima Cimeira África-UE em 2014, a conferência tem por objetivo debater
alguns dos principais temas que continuarão a ter impacto na construção da parceria euro-
africana e na cooperação para o desenvolvimento nos próximos anos. A definição de uma
agenda global para o desenvolvimento pós-2015, que necessariamente ligará questões
complexas como a segurança, o ambiente, a governação e o crescimento, marcará
transversalmente os debates.
Os debates serão organizados em 4 sessões e 1 painel: Cada sessão será aberta por oradores convidados e seguida de debate entre os mesmos e com a assistência. Os painéis reunirão vários especialistas para debater e refletir sobre as perspetivas das relações UE-África nos próximos anos. Parte dos oradores são membros da Europe-Africa Policy Research Network (EARN), uma rede que reúne 25 instituições académicas, think tanks e da sociedade civil africana e europeia e que produz contributos e análises independentes na promoção do diálogo político entre os dois continentes. A conferência pretende envolver 60 a 80 participantes da sociedade civil e das ONGD portuguesas, empresários, académicos e estudantes, funcionários governamentais, decisores políticos e membros do corpo diplomático, bem como representantes das economias emergentes, dos países e instituições doadoras.
TEMAS
A Crise
O impacto da crise internacional na parceria Europa-África Os efeitos combinados da crise financeira internacional e da crise do Euro, bem como o debate sobre modelos de austeridade versus modelos de crescimento, continuarão seguramente a influenciar a parceria e as perspetivas de cooperação UE-África. A Europa permanece indecisa
Sessão 1
Crise Internacional Impacto na Europa, na África e nas suas
relações
Sessão 2
Desafios demográficos
Na sustentabilidade dos modelos de crescimento e na ajuda ao
desenvolvimento
Sessão 3
Ameaças de Segurança O Norte de África, o Sahel e os países
vizinhos
Sessão 4
Fluxos e Atores do Desenvolvimento: Novos doadores e investidores
e ajuda versus negócios
Painel
Perspetivas de Futuro
A Cimeira UE-África de 2014 &
A Agenda Global de Desenvolvimento pós-2015
sobre o seu futuro e papel como ator global, vivendo hoje uma fase aguda de crise do modelo de integração, o que exerce pressão sobre políticas e fundos destinados ao desenvolvimento internacional. Por seu lado, não obstante o seu crescimento continuado, as economias africanas não deixam de ser igualmente afetadas pela crise internacional e pelos efeitos da crise económica e política europeia.
Principais questões a debater: Quais são os principais impactos da crise em ambos os continentes? De que forma se refletem nas relações UE-África?
Os Desafios demográficos
Os efeitos das tendências demográficas nas perspetivas de desenvolvimento e cooperação
As tendências demográficas encerram um conjunto de questões complexas e diversificadas, tais como a sustentabilidade dos modelos de crescimento e de segurança social em sociedades envelhecidas, a coesão social ou o impacto da crescente urbanização e desemprego, particularmente nas camadas jovens. A geografia internacional da pobreza está em rápida mutação, com a maior parte da população pobre concentrada em países de rendimento médio e com o crescimento da desigualdade, incluindo nos países mais desenvolvidos. Estas questões não têm sido suficientemente abordadas no debate sobre a cooperação para o desenvolvimento, apesar dos seus impactos nas relações UE-África, incluindo em temas sensíveis como as migrações e o emprego.
Principais questões a debater: Como é que os desafios demográficos se refletem nas perspetivas de desenvolvimento nos dois continentes e na respectiva parceria? De que formas podem a Europa e a África responder melhor aos riscos subjacentes ao desemprego jovem, às migrações e a outras questões demográficas que desafiam a coesão social e a sustentabilidade económica?
A Segurança
Radicalismo armado na África do Norte, no Sahel e nos países vizinhos: implicações para a segurança internacional e para as relações Europa-África
A segurança e a paz são condições necessárias ao desenvolvimento na Europa e na África, como se confirma pela história recente em ambos os continentes. A proliferação de armas resultante do fim do regime de Khadafy tem alimentado grupos rebeldes e jihadistas numa vasta zona do Norte, do Sahel e da África subsaariana limítrofe, como o caso do Mali bem ilustra. O agravamento da situação de segurança e das suas implicações na segurança internacional contribuiu para (re)colocar África no mapa estratégico internacional e é igualmente um desafio para a política externa da União Europeia e para as prioridades africanas de segurança.
Principais questões a debater: De que forma é que as alterações políticas no Norte de África (especialmente na Líbia), afetam os países da África Subsaariana? Quais os impactos da insegurança no Sahel e nas regiões limítrofes sobre as prioridades internacionais e a parceria UE-África?
Fluxos e Atores do Desenvolvimento
Financiamento, Investimento Direto Estrangeiro, ajuda externa e novos parceiros: Impactos nas estratégias africanas de desenvolvimento Os fluxos externos de financiamento do desenvolvimento provenientes da cooperação internacional têm estado pressionados pelas crises orçamentais dos principais doadores “tradicionais”. O surgimento de novos financiadores e investidores em África, com critérios próprios de ajuda ao desenvolvimento, abrem novas oportunidades e têm estado a alimentar os debates sobre as prioridades de afetação de fundos ou sobre a (in)coerência das políticas para o desenvolvimento. Para além do impacto das economias emergentes em África, é igualmente relevante analisar em que medida os negócios estão a substituir a ajuda como principal motor de crescimento e como isso se reflete nos programas de redução da pobreza.
Principais questões a debater: Quais as implicações políticas do aumento da importância de novos doadores na arquitetura internacional da ajuda ao desenvolvimento? Como podem os países africanos aproveitar da melhor maneira a crescente complexidade e diversificação de parceiros para o seu desenvolvimento?
O Futuro
A Cimeira África-UE de 2014 e a Agenda de Desenvolvimento pós-2015: que perspetivas? O debate em curso sobre a agenda de desenvolvimento global pós-2015, que substituirá os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio definidos em 2000, inclui um conjunto de questões desde a eficácia do desenvolvimento, a coerência das políticas, o financiamento, as desigualdades e exclusão social (para além da pobreza), a inclusão de bens públicos globais, ou as ligações segurança-desenvolvimento-ambiente. Esta sessão procurará debater a relevância destes assuntos e a sua interligação com as prioridades para a cooperação África-UE, tendo em conta a Cimeira de 2014.
Principais questões a debater: Quais são (ou devem ser) as principais questões debatidas na definição de uma agenda de desenvolvimento pós-2015? Quais os desafios e oportunidades desta nova agenda para a parceria Europa-África? Que contribuições podem os dois continentes dar a estes debates globais?
Organização
Apoio
Participação