Resumo - OS NUER, EP

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OS NUER EP

Estudo sob encomenda do governo do Sudo anglo-egpcio. Estratgia de colonizao.

Descreve como obtm subsistncia e suas instituies polticas Poltica, ambiente e subsistncia ligados; poltica coerente com ecologia Sistema poltico inclui todos os povos (falam mesma lngua, mesma cultura) com quem tem contato H Nuers orientais e ocidentais em relao ao Nilo Tribo: maior seguimento poltico reconhecido; tem a obrigao de unir-se na guerra Divide-se em segmentos territoriais Segmentos: sees primrias, secundrias e tercirias Seg. Terciria: sria de aldeias, menor unidade poltica Aldeia: grupos domsticos que ocupam casas e choupanasCHEFE PELE DE LEOPARDO pessoa sagrada sem autoridade poltica No tem governo, anarquia ordenada No h julgamento nem autoridade independente e imparcial Profetas, que abrigam os espritos dos deuses do cu. So especialistas rituaisLINHAGENS Agntica: descendncia traada atravs dos homens at o ancestral comum Cl o maior grupo de linhagens Relacionamento agntico entre cls. Cls linhagens (grupo de gnatos)

CONJUNTOS ETRIOS grupos estratificados baseados na idade conjuntos etrios que se juntam na iniciao infncia idade adulta: gradao importanteDIVISO SEXUAL Importante nas relaes estruturais No h classes, mas pequenas diferenciaes de status

INTRODUO

Chegada em 1930 Hostilidade, no tinha intrprete, nuer no falavam rabe Conflitos com as foras governamentais, derrota dos nuer Tratado como inimigo, aliado do estado No havia lugar para viver com os nuer que no como um deles

INTERESSE PELO GADO tem prazer em cuidar do gado, horticultura vista como obrigao Desprezam os povos que no tem gado. Relacionamento influenciado pelo amor ao gado Cada tribo tem pastos e reservas de gua prprios. Ciso poltica relaciona-se com essa diviso atritos causados pelo gado gado como ressarcimento da vida de membros mortos Chefes de pele de leopardo ou profetas so rbitros dessa disputa Eficcia da regra exogmica: unio do matrimnio paga em gado e cerimonias com sacrifcios de gado Status dos cnjuges determinado por direitos e obrigaes sobre o gado Gado propriedade das famlias. Cada filho se casa retirando gado dos rebanhos da famlia Curral comum Vinculo de gados entre irmos duradouro pq quando suas filhas se casam, eles recebem parte do dote. Parentesco definido atravs de referencias e esses pagamentos. Nomes: homens chamados por termos que se referem cor ou forma de seus bois favoritos Gado: valor econmico e de vnculos sociais Definem termos de relacionamento em funo do gado idioma bovino Rebanhos diminuram: pagamento pela noiva era 40 ou 50, agora 20 a 30 Populao humana e gado mais ou menos em mesmo nmero Alternada pobreza e riqueza por causa dos casamentos. Mais ou menos iguais em posses de gado. Principal: leite que fornece. Leite e sorgo so os principais alimentos Uma famlia nica no pode ser economicamente independente, nem inteiramente pastoril como desejariam, flutuao dos recursos domsticos (epidemias, casamentos) No so totalmente nmades porque necessitam do meio ambiente, mas levam vida errante durante uma parte do ano, mobilidade e capacidade evasiva como mostrado nas campanhas do governo. Dependncia de gua e pasto, refora vida errante Gado n para corte. S o comem caso haja motivo de sacrifcio. Gostam mas se envergonham se so acusados de matar para obter carne. Dificuldades dos Nuer com o gado: Excesso de tempo que o bezerro fica sem mamar. No afeta o crescimento, os adultos so to bons quanto qualquer outros no Sudo Manejam seus tempos de pastar, de comer... Deixam-nos em estbulos com fumaa para que no sejam atacados por mosquitos Condio da gua: se alimentam de gua barrenta por um perodo para ter gua limpa em quantidade suficiente no auge da estao seca, quando no h outro modo consegui-la. Mantm poucos animais reprodutores. Um touro para cada 30 vacas. Os bezerros so castrados e muitos usados para sacrifcio. Lutam, e isso causa de rompimento e migrao de linhagens Sabem tempo de cio e de reproduo com exatido CONCLUSAO GERAL: a habilidade dos nuer no poderia ser melhorada nas presentes relaes ecolgicas Relacionamento simbitico entre gado e nuer; dependncia recproca Brincadeiras das crianas, quando crescem vo se separando suas funes. Menina se separa de seus bois com o casamento, meninos tm sua propriedade MATERIAL LINGUSTICO: Nomes das pessoas nome do boi q ganharam na iniciao ou de seu boi preferido. Podem mudar durante a vida. Gado a maior causa de conflito e de morte

ECOLOGIA Caractersticas ambientais condicionam a vida dos Nuer e influencia sua estrutura social At que ponto os nuer so controlados pelo ambiente enquanto pescadores, pastores e agricultores? Regio que ocupam mais propicia criao de gado que horticultura, a tendncia do meio ambiente coincide com suas preferncias No podem viver no mesmo lugar o ano inteiro. Migrao por necessidade, transumncia. Porm, no podem subsistir somente atravs do gado. Precisam de peixe e cereais: peixe no rio, cereais na parte mais elevada Um perodo na aldeia, outro no acampamento, e perodo no acampamento divide-se em comeo da estiagem entre aldeia e rio e perodo avanado da estiagem, pra perto dos rios Peste do gado trazida pela invaso rabe provocou mudanas significativas na vida social Procuraram reparar suas perdas pilhando vizinhos, alteraram pagamentos de casamento Caa somente pra homens pobres, no apreciada e pode ser motivo de vergonha Horticultura trabalho duro e desagradvel. Prov alimento reserva, no principal Costumes e pensamentos tm a ver com a escassez de comida Cerimonias na estao das chuvas por causa da abundncia de sorgo Hospitalidade, compartilhamento de comidas geradas pela escassez de comida. Escassez atinge cada famlia de tempos em tempos, e eles se ajudam entre si. Escassez o que torna as pessoas generosas Hospitalidade entre membros da aldeia, pode-se falar em economia da aldeia (menor grupo poltico) Meio ambiente natural + meio ambiente domesticado, construdo e limitado atravs do primeiro Nem idade do ferro, nem da pedra: plantas e animais suprem a necessidade tecnolgica Ferro dos dinka; pilhado ou comercializado, porm, comrcio tem importncia reduzida Laos estreitos, pessoas unidas como consequncia tbm de escassez de comida e tecnologia Tecnologia como processo ecolgico, adaptao ao meio cultura material como parte das relaes sociais Economia parentesco, vida familiar. No h como tratar relaes econmicas em si, isoladas. Rebanho no propriedade. Vrias pessoas tm direitos sobre ele. H um sistema produtivo ordenado, por mais que sejam indivduos que realizem as tarefas independentemente. Toda a aldeia consome um estoque comum de alimentos- relaes ecolgicas em equilbrio; economia mista consequncia do equilbrio ecolgico; ecologia d a economia mista inclinao para a criao e gado, o que esta ligado com o alto valor do gado para os nuer; vida totalmente sedentria ou totalmente nmade seria impossvel para eles. Chuva nas aldeias, seca nos acampamentos; Escassez de alimentos, tecnologia pobre e falta de comrcio tornam os grupos locais interdependentes; maior importncia politica das unidades maiores que as aldeias por causa de situao, pois no podem manter um isolamento autossuficiente. H um conjunto de relaes estruturais que os guia.

TEMPO E ESPAO

Estrutura poltica no a cosmologia, mas as instituies. As respostas dadas ao ambiente so condicionadas por ele, mas os valores a ele atribudo so s uma das respostas possveis, tem a ver com sua estrutura social. Procura entender como o ambiente limita as possibilidades sociais, no o contrrio. Futuro estrutural de um homem fixado. Tempo ecolgico cclico, tempo estrutural parece ser progressivo para um indivduo mas no o Passagem do tempo: sucesso de tarefas e relao mtua No h tempo abstrato. Tempo como reflexo de fatores ecolgicos e determinado por inter relaes estruturais. Tbm relativo ao espao Evento depois que tal conjunto etrio se iniciou ou nasceu... Percepo do tempo a movimentao das pessoas enquanto grupos atravs da estrutura. A distancia entre o comeo do mundo e o dia de hoje permanece inaltervel. Tempo no um contnuo, mas um relacionamento estrutural entre dois pontos. Pontos de referencia projeo no passado Mitos: um fato mitolgico no precede outro. Espao ecolgico medido por distancia tambm, mas por relao entre grupos, exigncias biolgicas de seus membros. Relao entre comunidades em termos de densidade e distribuio e com referencia gua, vegetao, animais, insetos... Distncia estrutural: influenciada pelo ambiente e na dimenso politica, determinada pelas condies ecolgicas. Distncia entre grupos de pessoas dentro de um sistema social expressa em termos de valores. Natureza determina a distribuio de aldeias e a distncia entre elas mas os valores definem a distribuio em termos estruturais e fornece um conjunto diferente de distncias. Espao estrutural: Qd se fala de linhagens e conjuntos etrios, espao estrutural menos influenciado pelas condies do meio ambiente: divises do espao estrutural: valores atribudos residncia, parentesco, linhagem, sexo e idade diferenciam grupos atravs da segmentao e posies relativas entre os segmentos permite falar em divises do espao estrutural Distribuio condies e significados: Condies fsicas que provocam escassez (falta de coeso poltica e de desenvolvimento, baixo nvel tecnolgico, distribuio esparsa) Tamanhos dos trechos mais elevados e distancia entre eles provocam concentrao ou disperso Onde h mais densidade, na poca de estiagem provvel que haja necessidade de mudanas prematuras casa: estbulo e choupanas: grupo familiar ou famlia polgama, um ou outro parente. Agrupamento domstico aldeia compreende uma comunidade vinculada por residncia comum e rede de parentesco e afins. Cooperam, formam acampamentos comuns. Unidade poltica, a menor no formada exclusivamente por parentesco distrito: acampamentos que se comunicam frequentemente com facilidade entre si; relativo comunidade linhas da diviso poltica influenciada por relao entre localizao das aldeias e reservas de gua pastos e peixes nas estaes de seca tribo: o nome se refere ao lugar e s pessoas que a ocupam. sentimento tribal baseia-se tanto na oposio a outras tribos como no nome/territrio comum. Obrigao moral de unir-se na guerra e de resolver disputas atravs de arbitramento. Estrutura segmentada e h oposio entre os segmentos. Dentro de cada uma, um cl dominante. Constitui uma unidade e definem organizao dos conjuntos etrios Sentimento de comunidade mais profundo que identidade cultural Traos lingusticos e corporais que os definem Indivduos possuem relacionamentos que ultrapassam as fronteiras tribais Casamento fora da tribo mais perigoso, pq pode ser q os bens no sejam devolvidos caso haja divrcio Tribo maior unidade poltica. 1.Diferena entre relaes politicas de segmentos de uma tribo e entre tribos. 2. Distancia estrutural entre todos que falam a lngua nuer. 3 esfera social do individuo Nuer e dinka em guerra desde os tempos mitolgicos, inimigos desde sempre. Mas tao parecidos que quando uma tribo nuer vence uma dinka, se fundem com facilidade, sem estrutura de classes. Guerra com os dinka provavelmente uma forma de evitar guerras entre os prprios nuer Valores incorporados nas palavras. Cieng transformam em conceito seu sentimento sobre a distancia estrutural , identificando-se com uma comunidade e afastando-se de outra. Caracterstica: relatividade estrutural: cieng tem significado relativo. Dependendo do lugar onde est, um homem pode referir-se sua aldeia, aldeiola, e as vrias sees. H contradies na prpria estrutura O sentimento tribal mais fraco que num de seus segmentos ; no segmento mais frgil que na aldeia. Qto menores os grupos, maior a coeso e contato entre as pessoas Realidades polticas confusas e conflitantes: as vezes no esto de acordo com o sistema poltico, vnculos sociais operam no mesmo campo e podem opor-se a eles, conflitantes pq os valores que a determinam, dada a relatividade da estrutura poltica, tbm esto em conflito.

O SISTEMA POLTICO

Exprimem obrigaes sociais em termos de parentesco; unir-se porque seus ancestrais so filhos da mesma me Princpio da contradio da estrutura poltica: os segmentos se combinam e se separam conforme necessidades de guerra e, por isso, a diviso poltica s existe relativamente, j que segmentos que guerreiam entre si podem unir-se diante do combate com uma outra seo. Os grupos s existem em oposio a outros grupos O sistema poltico um equilbrio entre tendncias opostas para a separao e fuso. Tendncia para fuso inerente ao carter segmentrio da estrutura politica; tendncia segmentao um princpio fundamental da estrutura social. Dinmica H sempre algo de arbitrrio na definio de uma tribo Valor tribal relativo e determina o comportamento qd um determinado conjunto de relaes estruturais est em operao Grupos polticos definidos em funo dos valores, pelas relaes entre os segmentos e por suas inter-relacoes eqto segmentos, no por uma moldura fixa Coeso: maior oposio entre dois grupos que entre segmentos dele Vendetas: instituio tribal que ocorre quando se reconhece que houve uma infrao lei, o modo de ressarcimento. a mais importante sano legal dentro de uma tribo e a principal garantia de vida e propriedade Causas para lutar: gado, homem bater no filho pequeno de outro homem, adultrio, direito sobre a gua ou pasto, tomar emprestado um objeto sem pedir Coragem de um homem a nica arma pra resolver essas questes. Meninos so ensinados a lutar desde pequenos Muitas mortes quando lutam, por isso, muitas vezes permitem de boa vontade a interveno dos chefes pele de leopardo. Como funcionam as vendetas: logo que um homem mata outro, vai para a caso do chefe buscar asilo e limpar-se. O chefe ganha um novilho e o brao do assassino cortado. Vingadores vigiam, o chefe vai pra casa dos parentes do morto tentar a negociao, que aceita, no sem relutncia. Cerimonias de reconciliao qd umas 20 cabeas de gado foram entregues e os parentes do assassino podem circular sem medo. O chefe que leva o gado, que distribudo entre os parentes. Realizar sacrifcios a fim de livrar as aldeias da morte, parentes devem ser purificados. O chefe recebe carne dos sacrifcios, que divide com o gnato que o ajuda. Apesar dos pagamentos, uma vendeta continua para sempre, os parentes do morto no cessam de ter morte em seus coraes Parentes do morto tem direito a matar os parentes do assassino, mas s os da mesma linhagem Vendeta instituioo poltica. Principio estrutural: d vazo hostilidade que serve para manter as secoes distanciadas e em virtude dos meios para a soluo impede o rompimento total. Disputa essencial para o sistema poltico. Valor tribal relativo situao estrutural importncia do conflito No tem lei.. ressarcimento por danos, adultrio... mas no h autoridades pra pronunciar sentenas ou para fazer cumprir vereditos Chefe considerado neutro e certa santitade lhe atribuda. Com os ancios, dao um veredito que cumprido, porm aceito se ambas as parte concordarem com ele Partes importantes: desejo dos litigiantes de resolver; santidade e poder mediador do chefe; discusso que conduz concordncia; sentimento de que uma pessoa pode ceder ao chefe sem perder dignidade; reconhecimento pela parte perdedora da justia Clava e lana so sanes dos direitos. Medo da vingana em caso do no pagamento da dvida Nunca se pode definir quem tem razo, mas quem tem mais razo equilbrio de danos. No mentem, o roubo de gado sempre tem um motivo.. e no se diz que roubo, diz-se que levou furtivamente, sem pedir No tem lei nem governo, se baseados nos mesmo fundamentos Chefe pele de leopardo: sem autoridade, atos pblicos rituais. Sua funo poltica, embora no seja autoridade poltica q tenha controle sobre as relaes politicas. No so tratados diferente. So o artificio que permite que o estado das coisas se normalize. Posio do chefe estruturalmente importante H linhagens chefe. H outros tipos de pessoas importantes, mas por habilidades mgicas Homem de posio ou lder social: descendente de uma linhgem importante, senhor de sua casa e rebanho; sobrevivente mais velho da famlia do pai, senhor da aldeiola; carter e habilidade. Sua opinio sempre acatada Uma aldeia uma organizao politica no sentido estrutural mas n tem organizao poltica. P. 191 Estado por parentesco e acfalo. Anarquia ordenada. Ncimento e riqueza no fazem diferena. Recusam ser tratados com superioridade Profetas: acontecimento recente. Tornam-se atravs de dietas... Concluso: distribuio depende da ecologia, linhas de clivagem politica seguem a distribuio com relao aos modos de subsistncia Atribuem valores a distribuio e isso fornece unidades scio espaciais e relacionam as unidades num sistema. Tendncia para fragmentao e fuso dos segmentos. Qto menor o segmento, maior a coeso. Sistema politico s pode ser entendida com a relao a estrutura da qual outros povos participam. Sistema social mais amplo que o poltico. Valores polticos muito influenciado pelo parentesco. Relaes entre tribos nuer e entre nuer e outros povos mantida atravs da guerra, e num mesmo segmento, atravs da disputa. No existe administrao central. Lei relativa distancia estrutural entre as pessoas e no tem a mesma fora em diferentes conjuntos de relaes. Intruso rabe causou o aparecimento de profetas, com funes jurdicas ainda mto fracas e maior solidariedade intertribal

O SISTEMA DE LINHAGENS

Definies: cl o maior grupo de gnatos que traam sua descendncia desde um ancestral comum e relaes sexuais dentro de um mesmo cl seriam incestuosas. Estrutura genealgica altamente segmentada. Mais ou menos 20 cls. Alcana 10 ou 12 geraes Linhagem: segmentos genealgicos do cl. Cl o sistema de linhagens. Grupo agntico cujos membros esto ligados genealogicamente. um grupo de gnatos (parentesco por consanguinidade masculina) vivos que descendem do fundador. Foto p.202 Cls e linhagens tem nome e simbologia prprios e relaes cerimoniais recprocas. Afiliao totmica. Mar: todos os parentes do pai e todos os parentes da me. Buth: parentesco agntico entre linhagens, usada como referencia a gnatos distantes Diferena entre linhagem: grupos agnatcios, e parentesco: categorias de relacionamento entre pessoas Grupos polticos e linhagens no so o mesmo, mas possuem certa correspondncia Um cl para os nuer no pode ser uma abstrao e no h traduo para a palavra. Pode-se saber o cl perguntando-se quem foi o primeiro ancestral Linhagem mnima tem mais ou menos 4 ou 5 geraes, no se confundem com grupos domsticos O cl compartilha muitas das caractersticas do grupo tribal Valores de linhagem so essencialmente relativos. Grupos se formam em oposio a outros. Forma estrutural dos cls permanecem constantes, eqto linhagens reais so altamente dinmicas, criando novas bifurcaes e fundindo as antigas Aldeias associadas linhagens. Linhagens mudam, aparecem e desaparecem, associam-se... uma linhagem s pode misturar-se com uma linhagem colateral do mesmo cl Aristocracia: prestigio, no poder e influencia. O dil das tribos mais do que um membro: o dono da regio, do terreno da aldeia, dos pastos, dos reservatrios de pesca e dos poos Qualquer homem, especialmente um dil pode se tornar um lder local, algo enraizado em seu sistema social, e por isso que se ope criao pelo governo de chefes locais cuja posio formal, permanente e hereditria Diferena de pagamento de gado no caso de assassinato entre nuer local, nuer estrangeiro, descendente de dinka e dinka. Tod cl tem um grupo aristocrtico. Dinkas adotados traam a descendncia como nuer. Nomes de lanas passam a ser seus e almas tbm Exogamia: dentro da tribo, fora do cl e da linhagem Laos de parentesco com as aldeias vizinhas. Circunferncia de uma aldeia interceptada por vrios outros, regras exogamicas impedem a formao de grupos agnaticos autnomos e cria extensos laos de parentesco. Parentesco e estrutura poltica: linhagens dominantes servem de moldura, acrscimo de outras linhagens a ela dentro das comunidades locais Fico do parentesco: membros juntados a linha dominante do cl, adoo, parentesco cogntico. Se pode falar deles como um acrscimo em torno de um ncleo A estrutura do cl dominante est para o sistema politico como a estrutura anatmica para o sistema de um organismo Relaes politicas mitologicamente representadas Segmentao genealgica. Estrutura tribal: tendncia a segmentao Diviso e fuso de linhagens segue as linhas da diviso e fuso tribais Nmero de agnatos contados determinado grandemente por seu papel na estrutura poltica Certos grupos de linhagem ganham exclusividade e importncia poltica. Assim sua posio estrutural se estabiliza e pontos de bifurcao tornam-se fixos e pontos permanentes de convergncia da estrutura da linhagem. Explica porque s as vezes recorre-se a descendncia materna e porque as bifurcaes ocorrem entre linhagens e entre tribos p. 255 Conjuntos etrios: de dez em 10 anos, mais ou menos, ritual de iniciao, corte da testa. No tem funo politica A distancia estrutural entre quaisquer 2 conjuntos a relao social entre esse conjunto e o determinante de comportamento entre seus membros Um grupo de conjuntos etrios modifica sua posio com relao a todo sistema passando atravs de posies de mocidade e antiguidade relativas O sistema de conjuntos etrios se combina com o territorial e o poltico, so coerentes mas n so interdependentes H certas proibies rituais: n pode comer a carne do sacrifcio do ritual morturio, n pode ter sexo com a filha do companheiro de conjunto pq sua filha tb, nem com a filha dos companheiros do pai. Relao de afinidade prxima entre eles. Conjuntos etrios influenciam nos moldes do parentesco, pois configura uma linguagem de parentesco: chamam uns de pai/me, outros de irmo/irm, outros de sogro/sogra Estabelece lao entre membros de comunidades locais e lhes atribui valor de parentesco Grupos etrios nas tribos maiores funciona como instituio tribal Seus membros tem relacionamento mutuo definido. igualdade de condio onde h disparidade poltica e condies diferenciadas onde h igualdade politica. Mas politico e etrio n so interdependentes. So coerentes, e talvez exeram influencia mutua , mas fcil conceber um sem o outro. O sistema de cls e de linhagens e o poltico sim, so interdependentes.

CONCLUSO O modo como o livro foi escrito rompe com a tradio das exaustivas monografias sobre povos primitivos: fatos s podem ser selecionados e arranjados luz de uma teoria Descrever a organizao social em termos mais abstratos Descrio dos fatos subordinada anlise Uma vez q se tem um ponto de vista terico, simples escolher o que significativo 1: descrio sobre a dedicao ao gado, que exige transumncia e influi no modo de distribuio. Conceito de tempo e espao provm do modo de subsistncia e disposio dos povoados. Sees territoriais formam um sistema poltico atravs dos valores que lhes so atribudos. Distncia estrutural do sistema de cls e linhagens dominantes funo da distancia estrutural do sistema tribal e n existe interdependncia equivalente entre estrutura dos conjuntos etrios e estrutura poltica estrutura social: relaes entre grupos que tem alto grau de coerncia e constncia. Os grupos permanecem os mesmos independente dos indivduos que passam por eles e dos momentos. A estrutura permanece. Famlia n considerada grupo estrutural porque no mantem relaes constantes e coerentes com os grupos e desaparecem com a morte dos membros. Ela mantm a estrutura porque os membros que nascem fazem parte de segmentos relaes estruturais so relaes entre grupos que formam um sistema. Por estrutura entende-se uma combinao organizada de grupos; cada grupo so pode ser definido com relao a outros estrutura: relaes entre grupos de pessoas dentro de um sistema de grupos. Grupos: pessoas que se consideram como unidade distinta em relao a outras unidades e tem obrigaes recprocas com eles a estrutura social de um povo um sistema de estruturas separadas mas inter-relacionadas valores polticos: sensao e reconhecimento comuns por parte de membros de comunidades locais de que so um grupo exclusivo, distinto e oposto a outras comunidades da mesma ordem, que deveriam agir juntos em certas circunstancias e observar obrigaes entre si. Comportamento politico e comportamento social se aproximam A antropologia social lida com conceitos grosseiros de tribo, cl, etc.. que representam massas sociais e suposta relao entre as massas. A cincia n fara progresso com esse baixo nvel de abstrao. preciso adotar conceitos que denotam relaes definidas em funo de situaes sociais e relao de relaes

SOBRE OS NUERSobre os Nuer:1930 chegada em campo descreve cada um dos grupos como totalidade e articulada organicamente. Contexto emerge no texto como uma totalidade priori, desconsidera o carter ficcional dado pela subjetividade do antroplogo Nuer passavam por programa colonial de pacificao Foi escrita para mostar como eles cria e reproduz suas instituies polticas num local de diferenas entre os locais e em disputa com outros grupos e com o colonizador britnico e sua racionalidade administrativa Observao participante condicionada pelo lugar que os Nuer lhe deram Grupos etrios so expresso temporal e espacial da estrutura Ciang, palavra de referncia ao espao, s existe em oposio segmentria Igualitarismo radical entre os Nuer. H diferenas de prestgio, mas n econmicas, e essas diferenas n significam muito na vida social Na introduo, desqualifica o que veio antes dele na antropologia. Falta de critrio para o uso de termos (como cl), baixo nvel de abstrao. Necessidade de entender ocmo relaes formam a estrutura. Perspectiva comparativa: eles em relao a nos, ns em relao a eles. Investigao social que toma em considerao a determinante ambiental e de subsistncia, a busca social teve de ser conduzida pelo pastoreio, por ex. Tempo e espao so outras duas categorias centrais na monografia de Evans-Pritchard. Segundo o autor, a noo de tempo Nuer deve ser partilhada em duas ordens,: a primeira refere-se aos conceitos que refletem suas relaes com o meio ambiente, trata-se do tempo ecolgico. A segunda diz respeito ordem das relaes sociais, da cultura, o tempo estrutural. O que est em jogo nesta distino, como j sugeriu Lus Roberto Cardoso de Oliveira (1993), o reconhecimento da utilizao por parte dos Nuer de dois tipos de conceitos relativos ao tempo: um absoluto (o tempo ecolgico) e outro relativo (o tempo estrutural). Assim, quando se referem s estaes do ano, os Nuer operam com a noo de tempo ecolgico, ao passo que quando querem falar de eventos significativos para um segmento especfico ou de uma histria comum que distingue os Nuer de outras sociedades adjacentes, eles operam com a noo de tempo estrutural. Crtica de Clifford: Ao apresenta-los como uma sociedade com seu sistema poltico e simblico coerente e singular, os Nuer acabaram sendo congelados no tempo e no espao como uma populao a-temporal que habita o texto etnogrfico. Assim, a estratgia persuasiva impressa na descrio etnogrfica, ao mesmo tempo que captura os Nuer no presente eternizante do texto, tambm legitima a autoridade do antroplogo que funda sua pesquisa a partir do argumento de autoridade de quem pode afirmar: eu estive l (Clifford, 1998: 27-29).

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EVANS PRITCHARD

Criticado como justificador ou colaborador do colonialismo. O propsito poltico de sua pesquisa era procurar um chefe com quem se poderia negociar a conquista. Descobriu que havia uma ordem poltica sem poder poltico, o que pode ser visto como a concluso tendenciosa de um adepto ao anarquismo (Sistema chamado de anarquia ordenada). Linhas na Antropologia em ordem mais ou menos cronolgica: Evolucionistas: sociedades se desenvolvem em estgios sucessivos e obrigatrios, unilinear e ascendente. Mtodo comparativo. (Morgan, Frazer...) Difusionismo: transmisses culturais atravs de contato (Rivers, mtodo genealgico) Funcionalismo: cultura como conjunto unitrio, compreenso da totalidade de uma cultura. Centrava-se no indivduo. (Malinowski mostra que o kula, ou a funo econmica no pode ser destacada das demais, forma parte de um todo. Etnografia produz coleo de dados, etnologia produz teoria. Nega o utilitarismo, mostra que o kula um sistema de trocas muito mais amplo e complexo) Estrutural funcionalismo: estudar cada sociedade como um todo, como organismo integrado, em que as instituies cumprem uma funo que garantem a coeso. Durkheim: as leis da coeso. Centrava-se na sociedade. Retoma o mtodo comparativo para utiliz-lo numa ordem sincrnica. (Radcliff-Brown(1922) : no explicar, mas compreender uma soc. particular para relacionar com um modelo geral. Entender as partes para chegar ao todo. Conflito uma forma de pensar, o pensamento se estrutura em oposies. A crtica a Malinowski a falta de sistematizao de dados. A cultura no algo observvel empiricamente. Influenciou EVANS PRITCHARD, mas para ele o conlito existe na sociedade, no s forma de pensar (vendetas, por ex.) As estruturas sociais das quais falavam eram empricas. So as partes duras e duradouras que do forma sociedade. Funo a relao entre as diferentes variveis dentro de uma estrutura Crtica: no explicavam as causas dos fenmenos, s os efeitos. Tampouco era eficaz para explicar as variaes culturais, pois como as mesmas necessidades originamdiferentes instituies conforme a cultura estudada? Sociedade no estvel, nem um sistema fechado. Tautolgica porque explicava a funo das estruturas em relao ao todo social e o todo social em funo das estruturas. Teleolgica porque atribua funes a cada estrutura social para poder montar o quebra-cabea, mesmo que a pea no encaixasse. Observao participante: Consiste em o pesquisador se inserir, ser aceito e participar dos eventos do grupo que est estudando para assim entender a lgica que move a comunidade. A partir desta obra, rompe- se com o clssico modelo das monografias de descrio de culturas totais caracteristica dos pre-funcionalistas ou dos funcionalistas das instituies a maneira malinowskiana, onde se exige o tratamento pormenorizado da economia, da organizacao politica, da cultura material, das crencas e rituais, do conhecimento e da tradicao etc. Evans-Pritchard esta conscientemente procura de uma abstrao estrutural. Interessar-se pelo que se interessa o nativo Antropologia no cincia natural, social, histrica Na dcada de 1930 o funcionalismo representado por Malinowski perdia fora, enquanto o estrutural-funcionalismo liderado Radcliffe-Brown por ganhava visibilidade e deslocava o centro de produo antropolgica da LSE para Oxford. Seguindo esta tendncia mais geral, Evans-Pritchard aproxima-se de Radcliffe-Brown e afasta-se de Malinowski. Evans-Pritchard protestou contra a pronta associao de sua obra com o funcionalismo: O chamado mtodo funcionalista era muito vago e escorregadio para persistir, e tambm por demais tingido pelo pragmatismo e pela teleologia. Dependia excessivamente de uma analogia biolgica um tanto frgil; e pouco foi feito em matria de pesquisa comparative para apoiar concluses retiradas de estudos especficos na verdade, os estudos comparativos estavam se tornando quase obsoletos. Assim, se o funcionalismo privilegiou as instituies e as estruturas empricas como a origem do pensamento, Evans-Pritchard faz um importante deslocamento para o pensamento, mostrando a plausibilidade da filosofia natural [Azande], por meio da qual explicam para si mesmos as relaes entre os homens e o infortnio, e um meio rpido e estereotipado de reao aos eventos funestos Neste sentido, Evans-Pritchard faz da descrio etnogrfica o lugar por excelncia da abstrao, de modo que o trabalho de campo torna-se necessariamente uma reflexo terica. Como afirma Adam Kuper, seus textos monogrficos devem ser compreendidos no contexto de um esforo consciente para desenvolver uma abstrao estrutural na anlise etnogrfica etnogrfico. No primeiro nvel, o antroplogo busca apreender as caractersticas significativas de uma cultura ou tradio e traduzi-la para a sua prpria cultura. Na segunda fase, intenta, atravs da anlise, decodificar as formas ou estruturas subjacentes de uma sociedade ou cultura. Essa estrutura, no entanto, no est ao alcance da vista, mas s acessvel mediante uma srie de abstraes, ainda que derivada da anlise do comportamento observado, produto do trabalho de imaginao do prprio antroplogo. Ao relacionar logicamente essas observaes entre si de forma que venham a compor um modelo, torna-se possvel ver a sociedade em seus elementos essenciais, como um todo (Evans-Pritchard, 1962: 23). Finalmente, na terceira fase, o antroplogo compara, implcita ou explicitamente, as estruturas sociais de diferentes sociedades._________________________________________________________________________________________

Os Azande:1926 campomtodo comparativo: compara (sincronicamente) as anlises zande s nossas, tenta traduz-lasbruxaria entre os azande pode ser traduzida como azar na europaFala em traduzir a cultura nativa para a lngua do etngrafo. Deixar que o campo faleMinha compreensao dos sentimentos dos Azande quando embruxado foi ajudada por uma participacao, ao menos relativa, em experiencias semelhantes. Tentei adaptar-me a sua cultura, levando a vida de meus anfitrioes tanto quanto fosse conveniente, partilhando suas esperancas e alegrias, desanimos e sofrimentos

mtodo: observacao direta e repetida do comportamento; entrevistas com os nativos; coleta de textos; e participacao do etnografo nas atividades dos nativos. Essa parte da pesquisa se trata das atividades da corporacao dos adivinhos em relacao ao resto da sociedade Azande e como esta se comportava em relacao a aqueles. A segunda parte da pesquisa no que diz respeito aos adivinhos, nao comportaria utilizar dos metodos etnograficos usuais, por se tratar da vida esoterica dos adivinhos e, para adentrar em sua confraria e saber de seus segredos necessitava-se ser pelo menos um iniciado. Algumas possibilidades metodologicas suscitaram para realizacao da pesquisa: entre elas o proprio autor se tornar um adivinho, mas foi logo descartada por este entender que nao lucraria muito com esse tipo de abordagem; outra maneira seria ganhar a confianca de um dos praticantes (adivinho) e fazer com que este lhe contasse os segredos da confraria, mas tambem nao deu certo, pois nenhum de seus informantes-praticantes ousou lhe contar mais do que ele mesmo ja sabia; entretanto, o metodo mais adequado adotado, segundo Evans-Pritchard, foi usar um substituto no aprendizado da tecnica dos adivinhos. nao omitindo como realizou a coleta desses dados deixando as claras o metodo utilizado em sua pesquisa.

Do inicio ao fim de sua obra etnografica, percebe-se a sua proximidade ou ligacao ainda com o funcionalismo quando tenta entender a logica interna de funcionamento da sociedade azande. Mas a partir do momento que em sua etnografia Evans-Pritchard estabelecer uma ligacao do pensamento dos zandes com propria estrutura posta naquela sociedade, fica clara que sua fundamentacao teorica tem um teor estrutural-funcionalista.

Fala da bruxaria como um fato, a ela recorre-se para explicar uma srie de eventos. Bruxaria ao, no analise, mantm a coeso do grupo Malinowski diz que no tem a capacidade mental de explicar, EP diz que no tem interesseFuncionalista: pergunta-se que papel cumpre a bruxaria entre os azande. Descreve a funo dentro do conjunto, mas no explica porque esse conjunto que opera, e no outroEles compreendem as cousas naturais, mas colocam a social mgica ao lado. a confluncia das 2 que resulta no evento.Mantm os termos nativos: a compreenso s pode ser alcanada dentro dos sistemas nativosNo operam atravs de abstraes, por isso explicam atravs de exemplos. Bruxaria modo de agir. Sistema baseado no conflito que completamente harmonioso. Os conflitos dao a coeso