Resumo Do Texto Projeção No Contexto Clinico

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Resumo do texto “A projeção no contexto clínico”, de Emannuel F. Hammer. Disciplina: Técinas Expressivas e Projetivas I IP/UFRJ O texto aborda como podemos encontrar a projeção no contexto clínico. Ele tem início abordando como os desenhos e as pinturas de pacientes expressam o “interno” e fatores da personalidade no mundo externo; comparando, inclusive, a interpretação dessas obras com a interpretação dos sonhos. Provavelmente, a interpretação da arte gráfica foi a primeira técnica projetiva estabelecida, tendo um acontecimento com um psiquiatra do século XIX falando a primeira vez sobre isso. Florence Goodenough elaborou uma escala de medida da inteligência baseada na interpretação de detalhes nos desenhos da figura humana. Ela e outros estudiosos concluíram que também existem traços da personalidade que podem ser apreendidos com eles. O autor do texto, contudo, ao aplicar o mesmo teste de Goodenough, observou que não é possível considerar apenas fatores intelectuais se tratando de produções gráficas. Ele ressalta a importância de fatores emocionais na produção dos desenhos. Em relação à validação da interpretação dos desenhos projetivos, o autor diz que os aspectos levantados a partir de tal interpretação o foram por meio de algumas evidências, tais como informações acerca do examinando, associações livres, traduções de símbolos mediante análise funcional, entre outras. O autor postula, então, que existem 8 pontos fundamentais baseiam a intepretação dos desenhos projetivos. São eles: O uso dos significados dos símbolos da psicanálise; A experiência clínica com os mecanismos de deslocamento e substituição e de fenômenos patológicos; O deslindar da simbolização empregada, levando às associações feitas pelo paciente; A evidência empírica; As simbolizações que surgem do inconsciente dos psicóticos e inundam a folha de desenho; A correlação entre os desenhos projetivos realizados em vários

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Resumo do texto “A projeção no contexto clínico”, de Emannuel F. Hammer.Disciplina: Técinas Expressivas e Projetivas I IP/UFRJ

O texto aborda como podemos encontrar a projeção no contexto clínico. Ele tem início abordando como os desenhos e as pinturas de pacientes expressam o “interno” e fatores da personalidade no mundo externo; comparando, inclusive, a interpretação dessas obras com a interpretação dos sonhos. Provavelmente, a interpretação da arte gráfica foi a primeira técnica projetiva estabelecida, tendo um acontecimento com um psiquiatra do século XIX falando a primeira vez sobre isso.

Florence Goodenough elaborou uma escala de medida da inteligência baseada na interpretação de detalhes nos desenhos da figura humana. Ela e outros estudiosos concluíram que também existem traços da personalidade que podem ser apreendidos com eles. O autor do texto, contudo, ao aplicar o mesmo teste de Goodenough, observou que não é possível considerar apenas fatores intelectuais se tratando de produções gráficas. Ele ressalta a importância de fatores emocionais na produção dos desenhos.

Em relação à validação da interpretação dos desenhos projetivos, o autor diz que os aspectos levantados a partir de tal interpretação o foram por meio de algumas evidências, tais como informações acerca do examinando, associações livres, traduções de símbolos mediante análise funcional, entre outras.

O autor postula, então, que existem 8 pontos fundamentais baseiam a intepretação dos desenhos projetivos. São eles: O uso dos significados dos símbolos da psicanálise;A experiência clínica com os mecanismos de deslocamento e substituição e de fenômenos patológicos; O deslindar da simbolização empregada, levando às associações feitas pelo paciente; A evidência empírica; As simbolizações que surgem do inconsciente dos psicóticos e inundam a folha de desenho; A correlação entre os desenhos projetivos realizados em vários intervalos durante a terapia e o quadro clínico evidenciado na época em que os desenhos foram produzidos; A consistência interna nos casos; A base do sistema interpretativo em estudos experimentais.

Um dos experimentos realizados para verificar se crianças eram bem ajustadas ou possuíam problemas de ajustamento foi desenvolvido pelos psicólogos clínicos Toler e Toler. Esse experimento tinha como público alvo três turmas de quinto grau; e com base nos seus desenhos de figura era comprovado o ajustamento ou não dessas crianças.Os psicólogos obtiveram resultados significativos para classificar as crianças que eram mais ou menos populares em seus grupos, mostrando assim que nos desenhos as crianças imprimiam seus autoconceitos.

Podemos ver exemplos onde o desenho reflete o “stress” situacional nos estudos de Meyer, Brown e Levine. Neste caso, crianças que se encontravam em um quadro pré-operatório desenhavam uma pessoa, uma casa e uma árvore. Foi notável que muitos aspectos regressivos

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melhoraram após a cirurgia, por exemplo, desenhos tristes e sem cores ganharam aparência de mais vivos, alegres e coloridos.

Já Hammer estudou o simbolismo sexual no HTP. Dois grupos foram comparados: pessoas que seriam submetidas ao processo esterilização e, um grupo-controle. Foi observado que símbolos fálicos e sentimento de castração se faziam presentes nos desenhos, como por exemplo, objetos alongados ou objetos com um corte vertical no centro.Spoerl, por sua vez, emparelhou desenhos com descrições de personalidade. Waehenr também seguiu a linha de Spoerl e realizou uma atividade onde alunos universitários desenhavam e através desses desenhos ele descrevia suas personalidades. Após fazer isso, apresentava a descrição aos professores desses alunos e eles diziam de qual aluno se tratava.

O êxito foi absoluto. Gunzburg encontrou uma correlação significativa entre o diagnóstico de patologias obtido com base em desenhos projetivos e a opinião psiquiátrica a respeito dos sujeitos. Pode-se concluir através desses estudos que o que se mostra no desenho é o que o indivíduo sente, e não o que ele vê. “o sujeito veicula o que sente, além do que vê, pelo tamanho, localização, conteúdo do desenho, pressão no papel etc. Seus aspectos subjetivos dão cor e definem sua intenção objetiva” (pág., 20)

As figuras 1, 2 e 3 foram selecionadas para demonstrar uma ampla gama de diferenças individuais diante de uma única variável, neste caso o tamanho. Pode-se observar que o desenho da figura humana pode adquirir características de autoinflação. Crianças e adolescentes tendem a desenhar si próprios como mais vigorosos, maiores e mais velhos do que são na realidade, o que indica os seus próprios desejos acerca de si mesmo. Na direção oposta, temos crianças que tendem a se considerar menores do que são. Essa tendência se refletirá nos desenhos através de pessoas fracas e insignificantes, muitas vezes reforçadas por armas.

O desenho de uma pessoa ou de uma árvore não é o único a receber projeções do sujeito. Desenhos de animais, casas e outros objetos também podem ser usados para comunicar sentimentos mais profundos.

Tanto este desenho como os precedentes de árvores e de pessoas oferecem uma confirmação ao princípio de que as pessoas desenham o que sentem ao invés do que veem, a pelo menos em acréscimo ao que veem. Embora alguns psicólogos clínicos interpretem cada desenho de uma pessoa como uma projeção da imagem corporal ou do autoconceito, nem todos estes desenhos implicam um autorretrato. Embora a projeção do self sentido ou do self idealizado seja frequente, isso não acontece necessariamente em todos os casos. Um desenho pode ser, às vezes, um reflexo da percepção das pessoas significativas do ambiente do examinado. Naturalmente, as crianças tendem a representar com mais frequência às figuras maternas e paternas. Por contrapartida, vale ressaltar que na prática clínica real o embasamento de um determinado caso não deve ser feito única e exclusivamente pelas deduções interpretativas de um desenho, além de outras ilustrações, se faz necessário uma bateria projetiva como um todo, a história do caso, a impressão clinica vislumbrada durante a entrevista com o sujeito e o restante de informações disponíveis.

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As interpretações deveriam representar habitualmente e convergência de vários ou muitos caminhos. Assim como ocorre com a análise de sonhos, a psicoterapia de base psicanalítica, entre outros. Um questionamento acerca das técnicas projetivas se dá em relação ao efeito da interferência do treinamento artístico, nas escolas, sobre os desenhos como uma reflexão desinibida ou livre de personalidade. No entanto, tal treinamento artístico favorece a expressão livre, à medida que melhora a capacidade de expressão gráfica nos meios projetivos ao invés de interferir na mesma.

Segundo Emanuel apud Waehner (28) não há diferença entre sujeitos com e sem treinamento artístico no grau de exatidão com que eram diagnosticados psicologicamente, com base nos seus desenhos projetivos. Por fim, conclui-se que os desenhos projetivos estão ligados ao fluxo das necessidades pessoais que invadem a área da criatividade gráfica. Porém, para possibilitar a análise de tal, restringe-se os desenhos a figuras como: casa, árvore, pessoa ou animal. Todos no mesmo tipo e tamanho de papel com um material padronizado.

O psicólogo clinico e/ou experimental se utilizam de técnicas que julgam a ênfase que o sujeito dá aos diferentes elementos de seus desenhos, além do seu desempenho gráfico global, que diz muito a respeito do que lhe importa, como isto o afeta e como ele reage frente ao problema.