RESUMO: ABSTRACT: PALAVRAS-CHAVE: 1 INTRODUÇÃO · Revolução Francesa, percorrendo até dos...
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Revista Virtual Direito Brasil – Volume 12
A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS
RESUMO: O presente estudo tem por objetivo analisar a evolução através da história da humanidade, inRevolução Francesa, percorrendo até dos Direitos Humanos. Este trabalho demonstrará que mesmo com a tinternacionais para a proteção dos Direitos Humanos em 1948, ainda houveram vários conflitos no século XX que infringiram esses direitos e devastaram povos ao redor do mundo. ABSTRACT: The present study aims to analyze the evolutionhistory of humanity, starting in the midthrough the year 1948, with the advent of the Universal Declaration of Human Rights. This work will demonstrate that even with the tHuman Rights in 1948, there were still several conflicts in the twentieth century that violated these rights and devastated people around the world. PALAVRAS-CHAVE: Direitos Humanos. Declaração Organização das Nações Unidas KEYWORDS: Human rights. Universal Declaration of Human Rights. United Nations Organization.
1 INTRODUÇÃO
Ao longo da história da humanidade muitos eventos importantes para o Direito
ocorreram, sendo que alguns destes foram de extrema importância para a conquista e
afirmação dos Direitos Humanos.
Os Direitos Humanos são o ramo do Direito em que se disciplinam os direitos
inerentes a todas as pessoas, independentemente
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à dignidade, à educação e ao trabalho.
Podemos perceber que com as revoluções e guerras ocorridas durante os anos, alguns
direitos foram conquistados e outros foram viol
muitas pessoas tiveram outros direitos violados, na maioria das vezes, o direito à vida e à
dignidade da pessoa humana.
1 Doutorando em Educação (UNISO). Mestre em Direito (UNIFIEO). Especialista em Di(PUC/SP). Advogado e Administrador de Empresas. 2 Bacharel em Direito pela Universidade de Sorocaba.
Volume 12 – nº 1 - 2018
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS
Fernando Silveira Melo Plentz Mirand
Karime Vieira Schramm
O presente estudo tem por objetivo analisar a evolução dos Direitos Humanos através da história da humanidade, iniciando-se em meados do século XVIII, com a Revolução Francesa, percorrendo até o ano de 1948, com o advento da Declaração Universal
. Este trabalho demonstrará que mesmo com a tomada de providências para a proteção dos Direitos Humanos em 1948, ainda houveram vários
conflitos no século XX que infringiram esses direitos e devastaram povos ao redor do mundo.
The present study aims to analyze the evolution of human rights through the history of humanity, starting in the mid-eighteenth century, with the French Revolution, going through the year 1948, with the advent of the Universal Declaration of Human Rights. This work will demonstrate that even with the taking of international measures for the protection of Human Rights in 1948, there were still several conflicts in the twentieth century that violated these rights and devastated people around the world.
Direitos Humanos. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Organização das Nações Unidas
Human rights. Universal Declaration of Human Rights. United Nations
Ao longo da história da humanidade muitos eventos importantes para o Direito
sendo que alguns destes foram de extrema importância para a conquista e
afirmação dos Direitos Humanos.
Os Direitos Humanos são o ramo do Direito em que se disciplinam os direitos
independentemente de qualquer condição. Dentre
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à dignidade, à educação e ao trabalho.
Podemos perceber que com as revoluções e guerras ocorridas durante os anos, alguns
direitos foram conquistados e outros foram violados. No entanto, quando das conquistas,
muitas pessoas tiveram outros direitos violados, na maioria das vezes, o direito à vida e à
Doutorando em Educação (UNISO). Mestre em Direito (UNIFIEO). Especialista em Di(PUC/SP). Advogado e Administrador de Empresas.
em Direito pela Universidade de Sorocaba.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS
Fernando Silveira Melo Plentz Miranda 1
Karime Vieira Schramm 2
dos Direitos Humanos se em meados do século XVIII, com a
, com o advento da Declaração Universal omada de providências
para a proteção dos Direitos Humanos em 1948, ainda houveram vários conflitos no século XX que infringiram esses direitos e devastaram povos ao redor do mundo.
of human rights through the eighteenth century, with the French Revolution, going
through the year 1948, with the advent of the Universal Declaration of Human Rights. This aking of international measures for the protection of
Human Rights in 1948, there were still several conflicts in the twentieth century that violated
Universal dos Direitos Humanos.
Human rights. Universal Declaration of Human Rights. United Nations
Ao longo da história da humanidade muitos eventos importantes para o Direito
sendo que alguns destes foram de extrema importância para a conquista e
Os Direitos Humanos são o ramo do Direito em que se disciplinam os direitos
de qualquer condição. Dentre estes, estão o
Podemos perceber que com as revoluções e guerras ocorridas durante os anos, alguns
ados. No entanto, quando das conquistas,
muitas pessoas tiveram outros direitos violados, na maioria das vezes, o direito à vida e à
Doutorando em Educação (UNISO). Mestre em Direito (UNIFIEO). Especialista em Direito Empresarial
Revista Virtual Direito Brasil – Volume 12
Neste sentido, ao término da Segunda Guerra Mundial o grupo de países vencedores
tomou a iniciativa da criação da Organização das Nações Unidas, como um local em que as
divergências das nações pudessem ser resolvidas sem a necessidade de conflitos belicosos.
2 OS DIREITOS HUMANOS
De acordo com Mazzuoli (2014), os Direitos Humano
em três gerações, também chamadas de dimensões ou categorias, que se diferem em razão do
momento histórico em que foram conquistados, bem como pela inspiração de sua criação.
importante ressaltar que uma geração não exclui a outra, nem a substitui.
A Primeira Geração dos Direitos Humanos co
direitos civis e os direitos políticos
Seguindo as lições de Paulo Bonavides, podegeração (ou sensu, sendo os primeiros a constarem dos textos normativos constitucionais, a saber, os direitos civis e políticos, que em grande parte correspondem, sob o ponde vista histórico, àquela fase inaugural do constitucionalismo ocidental. São direitos que têm por titular o indivíduo, sendo portanto oponíveis ao Estado (são direitos de resistência ou de oposição perante o Estado) (MAZZUOLI, 2014, p. 887).
Um dos documentos mais importantes desta geração é a Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão, de 1789, resultada da Revolução Francesa. Além dela, houveram
outras conquistas significativas no que tange aos direitos civis e políticos.
2.1 A Revolução Francesa
Em meados do século XVIII, o rei da França, Luís XVI, não era muito bem visto pelo
povo. Seu governo foi turbulento, eis que a Corte Francesa vivia luxuosamente, enquanto a
população sobrevivia às migalhas, bancando a mordomia das altas classes s
De acordo com Becker (1980), o total da população da França em 1789 era de
aproximadamente 26 milhões de habitantes, no entanto, a organização da sociedade baseava
se na desigualdade. Os franceses eram divididos em três classes sociais, ou ordens,
estados, quais eram o Primeiro Estado, o Segundo Estado e o Terceiro Estado.
Burns (1982, p. 594), aponta que “O Primeiro Estado compreendia, na realidade, duas
categorias diferentes: 1) o clero superior, composto dos cardeais, arcebispos, bispos e abades,
e 2) o clero inferior, formado pelos padres das paróquias”. Afirma ainda o historiador que
havia uma grande distinção entre os dois níveis, eis que o clero inferior vivia de maneira
Volume 12 – nº 1 - 2018
Neste sentido, ao término da Segunda Guerra Mundial o grupo de países vencedores
tiva da criação da Organização das Nações Unidas, como um local em que as
divergências das nações pudessem ser resolvidas sem a necessidade de conflitos belicosos.
OS DIREITOS HUMANOS DE PRIMEIRA GERAÇÃO
De acordo com Mazzuoli (2014), os Direitos Humanos são normalmente
gerações, também chamadas de dimensões ou categorias, que se diferem em razão do
momento histórico em que foram conquistados, bem como pela inspiração de sua criação.
uma geração não exclui a outra, nem a substitui.
A Primeira Geração dos Direitos Humanos compreende os direitos de liberdade, os
direitos civis e os direitos políticos, como podemos ver:
Seguindo as lições de Paulo Bonavides, pode-se dizer que os direitogeração (ou dimensão, como queiram os leitores) são os direitos de liberdade
, sendo os primeiros a constarem dos textos normativos constitucionais, a saber, os direitos civis e políticos, que em grande parte correspondem, sob o ponde vista histórico, àquela fase inaugural do constitucionalismo ocidental. São direitos que têm por titular o indivíduo, sendo portanto oponíveis ao Estado (são direitos de resistência ou de oposição perante o Estado) (MAZZUOLI, 2014, p.
Um dos documentos mais importantes desta geração é a Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão, de 1789, resultada da Revolução Francesa. Além dela, houveram
outras conquistas significativas no que tange aos direitos civis e políticos.
Em meados do século XVIII, o rei da França, Luís XVI, não era muito bem visto pelo
povo. Seu governo foi turbulento, eis que a Corte Francesa vivia luxuosamente, enquanto a
população sobrevivia às migalhas, bancando a mordomia das altas classes sociais.
De acordo com Becker (1980), o total da população da França em 1789 era de
aproximadamente 26 milhões de habitantes, no entanto, a organização da sociedade baseava
se na desigualdade. Os franceses eram divididos em três classes sociais, ou ordens,
estados, quais eram o Primeiro Estado, o Segundo Estado e o Terceiro Estado.
594), aponta que “O Primeiro Estado compreendia, na realidade, duas
categorias diferentes: 1) o clero superior, composto dos cardeais, arcebispos, bispos e abades,
e 2) o clero inferior, formado pelos padres das paróquias”. Afirma ainda o historiador que
avia uma grande distinção entre os dois níveis, eis que o clero inferior vivia de maneira
Neste sentido, ao término da Segunda Guerra Mundial o grupo de países vencedores
tiva da criação da Organização das Nações Unidas, como um local em que as
divergências das nações pudessem ser resolvidas sem a necessidade de conflitos belicosos.
normalmente divididos
gerações, também chamadas de dimensões ou categorias, que se diferem em razão do
momento histórico em que foram conquistados, bem como pela inspiração de sua criação. É
os direitos de liberdade, os
se dizer que os direitos da primeira , como queiram os leitores) são os direitos de liberdade latu
, sendo os primeiros a constarem dos textos normativos constitucionais, a saber, os direitos civis e políticos, que em grande parte correspondem, sob o ponto de vista histórico, àquela fase inaugural do constitucionalismo ocidental. São direitos que têm por titular o indivíduo, sendo portanto oponíveis ao Estado (são direitos de resistência ou de oposição perante o Estado) (MAZZUOLI, 2014, p.
Um dos documentos mais importantes desta geração é a Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão, de 1789, resultada da Revolução Francesa. Além dela, houveram
Em meados do século XVIII, o rei da França, Luís XVI, não era muito bem visto pelo
povo. Seu governo foi turbulento, eis que a Corte Francesa vivia luxuosamente, enquanto a
ociais.
De acordo com Becker (1980), o total da população da França em 1789 era de
aproximadamente 26 milhões de habitantes, no entanto, a organização da sociedade baseava-
se na desigualdade. Os franceses eram divididos em três classes sociais, ou ordens, ou
estados, quais eram o Primeiro Estado, o Segundo Estado e o Terceiro Estado.
594), aponta que “O Primeiro Estado compreendia, na realidade, duas
categorias diferentes: 1) o clero superior, composto dos cardeais, arcebispos, bispos e abades,
e 2) o clero inferior, formado pelos padres das paróquias”. Afirma ainda o historiador que
avia uma grande distinção entre os dois níveis, eis que o clero inferior vivia de maneira
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simplória e era tão pobre quanto seus paroquianos, já o clero superior possuía enormes
riquezas, e 20% (vinte por cento) de toda a terra da França.
O Segundo Estado era composto pela nobreza, dividida entre grande e pequena
nobreza. A grande nobreza correspondia à nobreza da Corte, também chamada de nobreza de
espada, cujos títulos remontavam aos suseranos feudais da Idade Média. Na pequena nobreza,
encontravam-se os nobres da toga, a nobreza de província, que possuíam título de nobre em
razão de seus avós terem comprado cargos judiciais que lhes conferia tal título. Os nobres da
toga eram menos ricos, no entanto, eram os mais cultos e progressistas das classes superior
os quais, posteriormente, se tornariam reformadores entusiasmados e desempenhariam papel
importante na própria Revolução. Dentre eles, podemos citar Montesquieu, Mirabeau e
Lafayette.
Por último, o Terceiro Estado era a grande massa do povo, os não pri
Composto pelos burgueses, por operários ou artesãos, pelos camponeses e pelos servos. Esta
classe social compunha quase toda a nação francesa, pois totalizavam, aproximadamente, 25,5
milhões pessoas. A grande massa era responsável pelo pagament
indiretos ao governo, em razão disso, a maioria dos camponeses, depois de pagar todos estes
tributos, ficava apenas com 1/5 (um quinto) do fruto do seu trabalho.
Os três estados juntos formavam os Estados Gerais, uma espécie d
composto por representantes de cada um deles. Desde 1614 os Estados Gerais deixaram de ser
convocados para discutir junto ao rei a situação do país, o que gerou um governo absolutista,
pois o rei detinha todo o poder, sem quaisquer restrições
preocupação por parte da monarquia absolutista com a constitucionalidade dos atos bem como
com os direitos naturais de seus súditos.
O rei Luís XVI, vendo a crise que assolava seu país, como tentativas de reforma,
escolheu ministros para auxiliá
o economista Turgot, todavia, a oposição de alguns privilegiados e da rainha veio a demitir
Turgot e forçar a renúncia de Malesherbes, abolindo a reforma e retornando
regime. Após, o monarca convocou Necker para exercer o Ministério das Finanças por cinco
anos, até ser perseguido a retirado do cargo. Assim, o déficit na França somente crescia.
Em meio ao caos surgira alguém que pretendia revolucionar aquele
o país com a maior população do mundo do século XVIII. Este era Maximilien François
Marie Isidore de Robespierre, um advogado com ideais iluministas que também era deputado
pelo Terceiro Estado, representando Arras. Robespierre era um bom
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simplória e era tão pobre quanto seus paroquianos, já o clero superior possuía enormes
riquezas, e 20% (vinte por cento) de toda a terra da França.
ra composto pela nobreza, dividida entre grande e pequena
nobreza. A grande nobreza correspondia à nobreza da Corte, também chamada de nobreza de
espada, cujos títulos remontavam aos suseranos feudais da Idade Média. Na pequena nobreza,
obres da toga, a nobreza de província, que possuíam título de nobre em
razão de seus avós terem comprado cargos judiciais que lhes conferia tal título. Os nobres da
toga eram menos ricos, no entanto, eram os mais cultos e progressistas das classes superior
os quais, posteriormente, se tornariam reformadores entusiasmados e desempenhariam papel
importante na própria Revolução. Dentre eles, podemos citar Montesquieu, Mirabeau e
Por último, o Terceiro Estado era a grande massa do povo, os não pri
Composto pelos burgueses, por operários ou artesãos, pelos camponeses e pelos servos. Esta
classe social compunha quase toda a nação francesa, pois totalizavam, aproximadamente, 25,5
milhões pessoas. A grande massa era responsável pelo pagamento de duros impostos diretos e
indiretos ao governo, em razão disso, a maioria dos camponeses, depois de pagar todos estes
tributos, ficava apenas com 1/5 (um quinto) do fruto do seu trabalho.
Os três estados juntos formavam os Estados Gerais, uma espécie d
composto por representantes de cada um deles. Desde 1614 os Estados Gerais deixaram de ser
convocados para discutir junto ao rei a situação do país, o que gerou um governo absolutista,
pois o rei detinha todo o poder, sem quaisquer restrições legislativas. Neste período, não havia
preocupação por parte da monarquia absolutista com a constitucionalidade dos atos bem como
com os direitos naturais de seus súditos.
O rei Luís XVI, vendo a crise que assolava seu país, como tentativas de reforma,
colheu ministros para auxiliá-lo, tendo primeiramente nomeado o magistrado Malesherbes e
o economista Turgot, todavia, a oposição de alguns privilegiados e da rainha veio a demitir
Turgot e forçar a renúncia de Malesherbes, abolindo a reforma e retornando
regime. Após, o monarca convocou Necker para exercer o Ministério das Finanças por cinco
anos, até ser perseguido a retirado do cargo. Assim, o déficit na França somente crescia.
Em meio ao caos surgira alguém que pretendia revolucionar aquele modo de governar
o país com a maior população do mundo do século XVIII. Este era Maximilien François
Marie Isidore de Robespierre, um advogado com ideais iluministas que também era deputado
pelo Terceiro Estado, representando Arras. Robespierre era um bom orador e possuía fama de
simplória e era tão pobre quanto seus paroquianos, já o clero superior possuía enormes
ra composto pela nobreza, dividida entre grande e pequena
nobreza. A grande nobreza correspondia à nobreza da Corte, também chamada de nobreza de
espada, cujos títulos remontavam aos suseranos feudais da Idade Média. Na pequena nobreza,
obres da toga, a nobreza de província, que possuíam título de nobre em
razão de seus avós terem comprado cargos judiciais que lhes conferia tal título. Os nobres da
toga eram menos ricos, no entanto, eram os mais cultos e progressistas das classes superiores,
os quais, posteriormente, se tornariam reformadores entusiasmados e desempenhariam papel
importante na própria Revolução. Dentre eles, podemos citar Montesquieu, Mirabeau e
Por último, o Terceiro Estado era a grande massa do povo, os não privilegiados.
Composto pelos burgueses, por operários ou artesãos, pelos camponeses e pelos servos. Esta
classe social compunha quase toda a nação francesa, pois totalizavam, aproximadamente, 25,5
o de duros impostos diretos e
indiretos ao governo, em razão disso, a maioria dos camponeses, depois de pagar todos estes
Os três estados juntos formavam os Estados Gerais, uma espécie de Parlamento
composto por representantes de cada um deles. Desde 1614 os Estados Gerais deixaram de ser
convocados para discutir junto ao rei a situação do país, o que gerou um governo absolutista,
legislativas. Neste período, não havia
preocupação por parte da monarquia absolutista com a constitucionalidade dos atos bem como
O rei Luís XVI, vendo a crise que assolava seu país, como tentativas de reforma,
lo, tendo primeiramente nomeado o magistrado Malesherbes e
o economista Turgot, todavia, a oposição de alguns privilegiados e da rainha veio a demitir
Turgot e forçar a renúncia de Malesherbes, abolindo a reforma e retornando-se ao antigo
regime. Após, o monarca convocou Necker para exercer o Ministério das Finanças por cinco
anos, até ser perseguido a retirado do cargo. Assim, o déficit na França somente crescia.
modo de governar
o país com a maior população do mundo do século XVIII. Este era Maximilien François
Marie Isidore de Robespierre, um advogado com ideais iluministas que também era deputado
orador e possuía fama de
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incorruptível, assim, em meio à Assembleia Francesa tornou
que sofriam a opressão do governo.
Todavia, os deputados franceses representavam os estados, assim, ainda que houvesse
mais deputados do Terceiro Estado do que do Primeiro e do Segundo Estados juntos, o voto
dos parlamentares era contado pela classe e não por indivíduo, por isso os mais pobres nunca
eram ouvidos.
Diante do clamor geral, a fim de discutir a situação econômica do país, em agosto
1788, o primeiro ministro do rei, Loménie de Brienne, anunciou a convocação dos Estados
Gerais para o 1º de maio de 1789, esperando que mais uma vez a população fosse silenciada.
Neste meio tempo, diante da difícil situação francesa, Luís XVI chamou Nec
para atenuar a crise. Em 1º de janeiro de 1789, Necker confirmou ao povo a convocação dos
Estados Gerais.
A Assembleia dos Estados Gerais era formada pelos três estados, possuindo 935
deputados, sendo 257 do Primeiro Estado, 188 do Segundo Es
Após a abertura da sessão solene, o Terceiro Estado convidou os demais para se unirem em
uma única Assembleia, porém, a nobreza rejeitou tal convite, eis que a aceitação resultaria no
voto por cabeça, com maioria absoluta par
alguns párocos aceitaram o convite. Os parlamentares do Terceiro Estado proclamaram
Assembleia Nacional sob o argumento de representarem 96% (noventa e seis por cento) da
nação da França. Este foi o pont
Funcionando e deliberando, a Assembleia Nacional proclamava serem ilegais e nulas
todas as contribuições que não fossem expressamente consentidas pelos Franceses, exigindo
uma Constituição para a França, a qual extinguiria o absoluti
não permitindo mais que apenas uma pessoa fosse detentora de absoluto poder. Visavam à
tripartição do poder em executivo, legislativo e judiciário, bem como em sua Constituição
asseguravam que o povo seria livre e que todos
Ao saber o que a Assembleia Nacional tramava, o rei mandou que evacuassem a sala
dos trabalhos legislativos, impedindo os parlamentares de se reunirem novamente. Porém, os
deputados não se deixaram levar com isso, assim, foram até uma sala d
reunião juraram não se separarem até que a França tivesse uma Constituição, iniciando o
rompimento da monarquia absolutista. Vendo que de nada adiantaria resistir aos intentos da
Assembleia Nacional, Luís XVI ordenou ao Primeiro e ao
a ela. Em 09 de julho de 1789, a Assembleia Nacional passou a ser se chamar Assembleia
Nacional Constituinte, sendo aí o fim da monarquia absoluta. O ministro das finanças, Volume 12 – nº 1 - 2018
incorruptível, assim, em meio à Assembleia Francesa tornou-se uma ponta de esperança aos
que sofriam a opressão do governo.
Todavia, os deputados franceses representavam os estados, assim, ainda que houvesse
eiro Estado do que do Primeiro e do Segundo Estados juntos, o voto
dos parlamentares era contado pela classe e não por indivíduo, por isso os mais pobres nunca
Diante do clamor geral, a fim de discutir a situação econômica do país, em agosto
1788, o primeiro ministro do rei, Loménie de Brienne, anunciou a convocação dos Estados
Gerais para o 1º de maio de 1789, esperando que mais uma vez a população fosse silenciada.
Neste meio tempo, diante da difícil situação francesa, Luís XVI chamou Nec
para atenuar a crise. Em 1º de janeiro de 1789, Necker confirmou ao povo a convocação dos
A Assembleia dos Estados Gerais era formada pelos três estados, possuindo 935
deputados, sendo 257 do Primeiro Estado, 188 do Segundo Estado e 500 do Terceiro Estado.
Após a abertura da sessão solene, o Terceiro Estado convidou os demais para se unirem em
uma única Assembleia, porém, a nobreza rejeitou tal convite, eis que a aceitação resultaria no
voto por cabeça, com maioria absoluta para o Terceiro Estado. Mesmo assim, dentre o clero,
alguns párocos aceitaram o convite. Os parlamentares do Terceiro Estado proclamaram
Assembleia Nacional sob o argumento de representarem 96% (noventa e seis por cento) da
nação da França. Este foi o ponto inicial da Revolução
Funcionando e deliberando, a Assembleia Nacional proclamava serem ilegais e nulas
todas as contribuições que não fossem expressamente consentidas pelos Franceses, exigindo
uma Constituição para a França, a qual extinguiria o absolutismo, dividindo o poder em três,
não permitindo mais que apenas uma pessoa fosse detentora de absoluto poder. Visavam à
tripartição do poder em executivo, legislativo e judiciário, bem como em sua Constituição
asseguravam que o povo seria livre e que todos seriam iguais.
Ao saber o que a Assembleia Nacional tramava, o rei mandou que evacuassem a sala
dos trabalhos legislativos, impedindo os parlamentares de se reunirem novamente. Porém, os
deputados não se deixaram levar com isso, assim, foram até uma sala de jogos e em uma nova
reunião juraram não se separarem até que a França tivesse uma Constituição, iniciando o
rompimento da monarquia absolutista. Vendo que de nada adiantaria resistir aos intentos da
Assembleia Nacional, Luís XVI ordenou ao Primeiro e ao Segundo Estados que se juntassem
a ela. Em 09 de julho de 1789, a Assembleia Nacional passou a ser se chamar Assembleia
Nacional Constituinte, sendo aí o fim da monarquia absoluta. O ministro das finanças,
se uma ponta de esperança aos
Todavia, os deputados franceses representavam os estados, assim, ainda que houvesse
eiro Estado do que do Primeiro e do Segundo Estados juntos, o voto
dos parlamentares era contado pela classe e não por indivíduo, por isso os mais pobres nunca
Diante do clamor geral, a fim de discutir a situação econômica do país, em agosto de
1788, o primeiro ministro do rei, Loménie de Brienne, anunciou a convocação dos Estados
Gerais para o 1º de maio de 1789, esperando que mais uma vez a população fosse silenciada.
Neste meio tempo, diante da difícil situação francesa, Luís XVI chamou Necker novamente
para atenuar a crise. Em 1º de janeiro de 1789, Necker confirmou ao povo a convocação dos
A Assembleia dos Estados Gerais era formada pelos três estados, possuindo 935
tado e 500 do Terceiro Estado.
Após a abertura da sessão solene, o Terceiro Estado convidou os demais para se unirem em
uma única Assembleia, porém, a nobreza rejeitou tal convite, eis que a aceitação resultaria no
a o Terceiro Estado. Mesmo assim, dentre o clero,
alguns párocos aceitaram o convite. Os parlamentares do Terceiro Estado proclamaram-se
Assembleia Nacional sob o argumento de representarem 96% (noventa e seis por cento) da
Funcionando e deliberando, a Assembleia Nacional proclamava serem ilegais e nulas
todas as contribuições que não fossem expressamente consentidas pelos Franceses, exigindo
smo, dividindo o poder em três,
não permitindo mais que apenas uma pessoa fosse detentora de absoluto poder. Visavam à
tripartição do poder em executivo, legislativo e judiciário, bem como em sua Constituição
Ao saber o que a Assembleia Nacional tramava, o rei mandou que evacuassem a sala
dos trabalhos legislativos, impedindo os parlamentares de se reunirem novamente. Porém, os
e jogos e em uma nova
reunião juraram não se separarem até que a França tivesse uma Constituição, iniciando o
rompimento da monarquia absolutista. Vendo que de nada adiantaria resistir aos intentos da
Segundo Estados que se juntassem
a ela. Em 09 de julho de 1789, a Assembleia Nacional passou a ser se chamar Assembleia
Nacional Constituinte, sendo aí o fim da monarquia absoluta. O ministro das finanças,
Revista Virtual Direito Brasil – Volume 12
Necker, é demitido pelo rei e então se espalham bo
contra a Revolução.
Em seguida, sabendo da intenção da Assembleia Nacional Constituinte, a população
começou a se rebelar, iniciando uma verdadeira guerra entre os soldados do rei e a grande
massa. No dia 14 de julho de 1789, os revolucionários invadiram a Bastilha, uma grande
prisão onde eram postos os inimigos da realeza, local também em que se guardavam grandes
quantidades de pólvora. Neste evento, considerado o estopim da Revolução Francesa, muitas
mortes ocorreram e foram destruídos os remanescentes do feudalismo. O “Grande Medo” se
espalhou pelas províncias da França.
pela abolição dos Direitos Feudais.
A 26 de agosto, a Assembleia votou a Declaração dos DireitCidadão, ‘para todos os homens, todos os tempos e todos os países”. A Declaração constava de um Preâmbulo e 17 artigos. Estabelecia diversos princípios. (BECKER, 1980, p. 427).
Nesta Declaração foram garantidos, dentre outros, os direitos
liberdade, a propriedade, a supremacia do povo, a igualdade, a legalidade e a separação dos
poderes.
Com medo dos acontecimentos, a família real, sabendo que era odiada por aquelas
pessoas, saiu em meio a uma noite, disfarçados de ser
Áustria, país de origem da rainha Maria Antonieta. Quase obtiveram êxito, se não fossem
parados em Varennes em 22 de junho de 1791, reconhecidos e levados de volta a Paris como
prisioneiros.
Enquanto isso, após mais de do
Constituinte elaborou a primeira Constituição Francesa, a qual estabeleceu uma monarquia
constitucional, dividiu os poderes, descentralizou a política e a administração. Apesar de tudo,
o sufrágio não era universal, pois só podiam votar os cidadãos que pagavam uma contribuição
correspondente a três dias de trabalho. Em razão disso as classes pobres não tiveram direito ao
voto.
Feita a Constituição Francesa, a Assembleia Nacional Constituinte se desfez e
lugar à Assembleia Legislativa, que já havia sido eleita dentro das normas da Constituição. O
mandato destes novos parlamentares durou menos de um ano e meio, pois com as ameaças
feitas pela Prússia unida a Áustria em favor de Luís XVI, surge na França
Insurrecional de Paris, uma revolução popular, com participação dos sans
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Necker, é demitido pelo rei e então se espalham boatos de que a Corte preparava um golpe
Em seguida, sabendo da intenção da Assembleia Nacional Constituinte, a população
começou a se rebelar, iniciando uma verdadeira guerra entre os soldados do rei e a grande
de 1789, os revolucionários invadiram a Bastilha, uma grande
prisão onde eram postos os inimigos da realeza, local também em que se guardavam grandes
quantidades de pólvora. Neste evento, considerado o estopim da Revolução Francesa, muitas
m e foram destruídos os remanescentes do feudalismo. O “Grande Medo” se
espalhou pelas províncias da França. Na noite de 04 de agosto de 1789 a Assembleia votou
abolição dos Direitos Feudais.
A 26 de agosto, a Assembleia votou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, ‘para todos os homens, todos os tempos e todos os países”. A Declaração constava de um Preâmbulo e 17 artigos. Estabelecia diversos princípios. (BECKER, 1980, p. 427).
Nesta Declaração foram garantidos, dentre outros, os direitos naturais do homem, a
liberdade, a propriedade, a supremacia do povo, a igualdade, a legalidade e a separação dos
Com medo dos acontecimentos, a família real, sabendo que era odiada por aquelas
pessoas, saiu em meio a uma noite, disfarçados de servos, com o intuito de fugir para a
Áustria, país de origem da rainha Maria Antonieta. Quase obtiveram êxito, se não fossem
parados em Varennes em 22 de junho de 1791, reconhecidos e levados de volta a Paris como
Enquanto isso, após mais de dois anos de trabalho, finalmente a Assembleia Nacional
Constituinte elaborou a primeira Constituição Francesa, a qual estabeleceu uma monarquia
constitucional, dividiu os poderes, descentralizou a política e a administração. Apesar de tudo,
ra universal, pois só podiam votar os cidadãos que pagavam uma contribuição
correspondente a três dias de trabalho. Em razão disso as classes pobres não tiveram direito ao
Feita a Constituição Francesa, a Assembleia Nacional Constituinte se desfez e
lugar à Assembleia Legislativa, que já havia sido eleita dentro das normas da Constituição. O
mandato destes novos parlamentares durou menos de um ano e meio, pois com as ameaças
feitas pela Prússia unida a Áustria em favor de Luís XVI, surge na França
Insurrecional de Paris, uma revolução popular, com participação dos sans-culottes, ou seja, a
atos de que a Corte preparava um golpe
Em seguida, sabendo da intenção da Assembleia Nacional Constituinte, a população
começou a se rebelar, iniciando uma verdadeira guerra entre os soldados do rei e a grande
de 1789, os revolucionários invadiram a Bastilha, uma grande
prisão onde eram postos os inimigos da realeza, local também em que se guardavam grandes
quantidades de pólvora. Neste evento, considerado o estopim da Revolução Francesa, muitas
m e foram destruídos os remanescentes do feudalismo. O “Grande Medo” se
Na noite de 04 de agosto de 1789 a Assembleia votou
os do Homem e do Cidadão, ‘para todos os homens, todos os tempos e todos os países”. A Declaração constava de um Preâmbulo e 17 artigos. Estabelecia diversos princípios. (BECKER,
naturais do homem, a
liberdade, a propriedade, a supremacia do povo, a igualdade, a legalidade e a separação dos
Com medo dos acontecimentos, a família real, sabendo que era odiada por aquelas
vos, com o intuito de fugir para a
Áustria, país de origem da rainha Maria Antonieta. Quase obtiveram êxito, se não fossem
parados em Varennes em 22 de junho de 1791, reconhecidos e levados de volta a Paris como
is anos de trabalho, finalmente a Assembleia Nacional
Constituinte elaborou a primeira Constituição Francesa, a qual estabeleceu uma monarquia
constitucional, dividiu os poderes, descentralizou a política e a administração. Apesar de tudo,
ra universal, pois só podiam votar os cidadãos que pagavam uma contribuição
correspondente a três dias de trabalho. Em razão disso as classes pobres não tiveram direito ao
Feita a Constituição Francesa, a Assembleia Nacional Constituinte se desfez e seu
lugar à Assembleia Legislativa, que já havia sido eleita dentro das normas da Constituição. O
mandato destes novos parlamentares durou menos de um ano e meio, pois com as ameaças
feitas pela Prússia unida a Áustria em favor de Luís XVI, surge na França a Comuna
culottes, ou seja, a
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população pobre francesa. Assim, a Assembleia Legislativa decreta a suspensão do rei e a
eleição por sufrágio universal de uma Convenção, a fim de refor
se um Conselho Executivo Provisório em lugar do rei, dirigido por Danton e foi reconhecida
como legítima a nova Comuna de Paris, dirigida por Marat e Robespierre.
Em 21 de setembro de 1792 foi abolida a monarquia pela Convenção e
seguinte, indiretamente, houve a proclamação da república, una e indivisível, sendo adotado
novo calendário revolucionário, marcando aquele como ano I da república.
A Convenção era composta por três partidos, sendo eles a Gironda, a Montanha e a
Planície. A Gironda era o partido de esquerda, conservador, formado por intelectuais,
comerciantes e industriais que desejavam a implantação do federalismo no país. Eram eles os
Girondinos. A Montanha era o partido de esquerda, que defendia os interesses dos
camponeses e da pequena burguesia. Entendiam que a Revolução deveria ocorrer a qualquer
custo. Eram chamados também de Jacobinos. A Planície era o partido central e seus
deputados aderiam às ideias dos deputados mais energéticos.
Becker (1980) aponta Danton, Marat e Robespierre como os Jacobinos de destaque e
Burns (1982) afirma que no grupo dos Girondinos os famosos eram Thomas Paine e o
Marquês de Condorcet. Pontua, ainda, que o Marquês de Condorcet “[...] condenava os males
do absolutismo, do mercantilismo, da escravidão e da guerra [...]” (BURNS, 1982, p. 613), e
sustentava que o foco principal do governo deveria ser o combate à pobreza.
Em dezembro de 1792 fora decidido que, para a Revolução se confirmar, era
necessário se desligar do passad
que se entendeu necessária a morte do Rei Luís XVI, que em 21 de janeiro de 1793 fora
guilhotinado, assim como posteriormente foram sua esposa, a rainha Maria Antonieta, e sua
irmã, Madame Elisabeth. Por último, o herdeiro do trono, o jovem príncipe Delfim, Luís
XVII, morrera por doenças em razão da Prisão do Templo, em 8 de junho de 1795.
Durante o período entre o final de 1792 a meados de 1794, os revolucionários, em
exercício de plenos poderes no governo, instalaram no país uma política contra todos aqueles
que eram suspeitos de irem contra a Revolução, os contrarrevolucionários. Essa política
aplicava violência desmedida contra essas pessoas, tendo atingido, dentre suas vítimas, muitos
inocentes. Esse regime foi chamado “Terror”. Fora promulgada uma lei em 17 de setembro de
1793 que tornava suspeito qualquer um que tivesse tido ligação com o governo de Luís XVI
ou com os Girondinos, não estando a salvo nenhum suspeito ou quem se desconfiasse
suspeito.
Volume 12 – nº 1 - 2018
população pobre francesa. Assim, a Assembleia Legislativa decreta a suspensão do rei e a
eleição por sufrágio universal de uma Convenção, a fim de reformar a Constituição. Nomeou
se um Conselho Executivo Provisório em lugar do rei, dirigido por Danton e foi reconhecida
como legítima a nova Comuna de Paris, dirigida por Marat e Robespierre.
Em 21 de setembro de 1792 foi abolida a monarquia pela Convenção e
seguinte, indiretamente, houve a proclamação da república, una e indivisível, sendo adotado
novo calendário revolucionário, marcando aquele como ano I da república.
A Convenção era composta por três partidos, sendo eles a Gironda, a Montanha e a
anície. A Gironda era o partido de esquerda, conservador, formado por intelectuais,
comerciantes e industriais que desejavam a implantação do federalismo no país. Eram eles os
Girondinos. A Montanha era o partido de esquerda, que defendia os interesses dos
camponeses e da pequena burguesia. Entendiam que a Revolução deveria ocorrer a qualquer
custo. Eram chamados também de Jacobinos. A Planície era o partido central e seus
deputados aderiam às ideias dos deputados mais energéticos.
aponta Danton, Marat e Robespierre como os Jacobinos de destaque e
afirma que no grupo dos Girondinos os famosos eram Thomas Paine e o
Marquês de Condorcet. Pontua, ainda, que o Marquês de Condorcet “[...] condenava os males
mercantilismo, da escravidão e da guerra [...]” (BURNS, 1982, p. 613), e
sustentava que o foco principal do governo deveria ser o combate à pobreza.
Em dezembro de 1792 fora decidido que, para a Revolução se confirmar, era
necessário se desligar do passado, principalmente, da família real absolutista. Foi desta forma
que se entendeu necessária a morte do Rei Luís XVI, que em 21 de janeiro de 1793 fora
guilhotinado, assim como posteriormente foram sua esposa, a rainha Maria Antonieta, e sua
sabeth. Por último, o herdeiro do trono, o jovem príncipe Delfim, Luís
XVII, morrera por doenças em razão da Prisão do Templo, em 8 de junho de 1795.
Durante o período entre o final de 1792 a meados de 1794, os revolucionários, em
es no governo, instalaram no país uma política contra todos aqueles
que eram suspeitos de irem contra a Revolução, os contrarrevolucionários. Essa política
aplicava violência desmedida contra essas pessoas, tendo atingido, dentre suas vítimas, muitos
ntes. Esse regime foi chamado “Terror”. Fora promulgada uma lei em 17 de setembro de
1793 que tornava suspeito qualquer um que tivesse tido ligação com o governo de Luís XVI
ou com os Girondinos, não estando a salvo nenhum suspeito ou quem se desconfiasse
população pobre francesa. Assim, a Assembleia Legislativa decreta a suspensão do rei e a
mar a Constituição. Nomeou-
se um Conselho Executivo Provisório em lugar do rei, dirigido por Danton e foi reconhecida
Em 21 de setembro de 1792 foi abolida a monarquia pela Convenção e no dia
seguinte, indiretamente, houve a proclamação da república, una e indivisível, sendo adotado
A Convenção era composta por três partidos, sendo eles a Gironda, a Montanha e a
anície. A Gironda era o partido de esquerda, conservador, formado por intelectuais,
comerciantes e industriais que desejavam a implantação do federalismo no país. Eram eles os
Girondinos. A Montanha era o partido de esquerda, que defendia os interesses dos operários,
camponeses e da pequena burguesia. Entendiam que a Revolução deveria ocorrer a qualquer
custo. Eram chamados também de Jacobinos. A Planície era o partido central e seus
aponta Danton, Marat e Robespierre como os Jacobinos de destaque e
afirma que no grupo dos Girondinos os famosos eram Thomas Paine e o
Marquês de Condorcet. Pontua, ainda, que o Marquês de Condorcet “[...] condenava os males
mercantilismo, da escravidão e da guerra [...]” (BURNS, 1982, p. 613), e
Em dezembro de 1792 fora decidido que, para a Revolução se confirmar, era
o, principalmente, da família real absolutista. Foi desta forma
que se entendeu necessária a morte do Rei Luís XVI, que em 21 de janeiro de 1793 fora
guilhotinado, assim como posteriormente foram sua esposa, a rainha Maria Antonieta, e sua
sabeth. Por último, o herdeiro do trono, o jovem príncipe Delfim, Luís
XVII, morrera por doenças em razão da Prisão do Templo, em 8 de junho de 1795.
Durante o período entre o final de 1792 a meados de 1794, os revolucionários, em
es no governo, instalaram no país uma política contra todos aqueles
que eram suspeitos de irem contra a Revolução, os contrarrevolucionários. Essa política
aplicava violência desmedida contra essas pessoas, tendo atingido, dentre suas vítimas, muitos
ntes. Esse regime foi chamado “Terror”. Fora promulgada uma lei em 17 de setembro de
1793 que tornava suspeito qualquer um que tivesse tido ligação com o governo de Luís XVI
ou com os Girondinos, não estando a salvo nenhum suspeito ou quem se desconfiasse ser
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Em razão da desordem existente no país, a Constituição não foi posta em vigor, assim,
em 1793, a Convenção delegou suas funções executivas a um grupo de seus membros,
conhecidos como Comitê de Salvação Pública, tendo como função a fiscalizaçã
do Terror. Os Jacobinos, como tinham espírito mais revolucionário que os Girondinos, se
tornaram os mais extremistas no regime do Terror. Dentre os líderes das facções extremistas
temos Marat, Danton e Robespierre.
Jean Paul Marat, vítima de p
França, contudo, não desistiu de seus ideais e através de seu jornal “O Amigo do Povo”,
incitava a população a defender seus direitos e louvava os atos praticados no Terror. Teve sua
vida ceifada em 1793 por Charlotte Corday, uma moça devotada aos Girondinos que não
aceitava a incitação à violência feita por Marat.
Georges Jacques Danton teve papel importante na organização do Terror, porém, com
o passar do tempo, demonstrou
transigente. Por este motivo, seus adversários da Convenção, em abril de 1794, o enviaram à
guilhotina.
Maximilien François Marie Isidore de Robespierre, eleito o presidente da Convenção
Nacional e membro do Comitê de Salvação Públic
do regime do Terror, tendo justificado a crueldade como necessária para o progresso da
Revolução.
Somente nas últimas seis semanas do Terror 1.285 pessoas foram decapitadas na
guilhotina sob o argumento de Robespi
agora era quase um carrasco em meio à carnificina. Por fim, em 9 de thermidor, ou 27 de
julho de 1794, houve a derrubada do governo revolucionário e a reação da burguesia para dar
novos rumos à Revolução. No dia seguinte, junto aos seus auxiliares, Robespierre foi
guilhotinado sem mais julgamento do que concedia aos seus adversários. Era o fim do Terror
na França.
Burns (1982, p. 615)
setembro de 1793 a julho de 1794, as estimativas mais fidedignas orçam o número de
execuções em aproximadamente 20.000 para toda a França”.
A Revolução Francesa, ainda que essencial para a mudança do governo francês e para
a conquista de direitos como a liberdade e
Constituição Francesa, foi responsável por muitas mortes e não fora o suficiente para garantir
as melhores condições de vida aos agora cidadãos, eis que apesar de livres, as pessoas ainda
Volume 12 – nº 1 - 2018
Em razão da desordem existente no país, a Constituição não foi posta em vigor, assim,
em 1793, a Convenção delegou suas funções executivas a um grupo de seus membros,
conhecidos como Comitê de Salvação Pública, tendo como função a fiscalizaçã
do Terror. Os Jacobinos, como tinham espírito mais revolucionário que os Girondinos, se
tornaram os mais extremistas no regime do Terror. Dentre os líderes das facções extremistas
temos Marat, Danton e Robespierre.
Jean Paul Marat, vítima de perseguições, foi obrigado a se esconder em esgotos da
França, contudo, não desistiu de seus ideais e através de seu jornal “O Amigo do Povo”,
incitava a população a defender seus direitos e louvava os atos praticados no Terror. Teve sua
3 por Charlotte Corday, uma moça devotada aos Girondinos que não
aceitava a incitação à violência feita por Marat.
Georges Jacques Danton teve papel importante na organização do Terror, porém, com
o passar do tempo, demonstrou-se cansado de tantos atos desumanos, revelando
transigente. Por este motivo, seus adversários da Convenção, em abril de 1794, o enviaram à
Maximilien François Marie Isidore de Robespierre, eleito o presidente da Convenção
Nacional e membro do Comitê de Salvação Pública, foi o grande responsável pela extensão
do regime do Terror, tendo justificado a crueldade como necessária para o progresso da
Somente nas últimas seis semanas do Terror 1.285 pessoas foram decapitadas na
guilhotina sob o argumento de Robespierre, que antes era visto como uma salvação ao povo e
agora era quase um carrasco em meio à carnificina. Por fim, em 9 de thermidor, ou 27 de
julho de 1794, houve a derrubada do governo revolucionário e a reação da burguesia para dar
o. No dia seguinte, junto aos seus auxiliares, Robespierre foi
guilhotinado sem mais julgamento do que concedia aos seus adversários. Era o fim do Terror
pontua que “Durante o período do Terror, que se estendeu de
de 1793 a julho de 1794, as estimativas mais fidedignas orçam o número de
execuções em aproximadamente 20.000 para toda a França”.
A Revolução Francesa, ainda que essencial para a mudança do governo francês e para
a conquista de direitos como a liberdade e a igualdade, almejadas, conquistada e escritas na
Constituição Francesa, foi responsável por muitas mortes e não fora o suficiente para garantir
as melhores condições de vida aos agora cidadãos, eis que apesar de livres, as pessoas ainda
Em razão da desordem existente no país, a Constituição não foi posta em vigor, assim,
em 1793, a Convenção delegou suas funções executivas a um grupo de seus membros,
conhecidos como Comitê de Salvação Pública, tendo como função a fiscalização do regime
do Terror. Os Jacobinos, como tinham espírito mais revolucionário que os Girondinos, se
tornaram os mais extremistas no regime do Terror. Dentre os líderes das facções extremistas
erseguições, foi obrigado a se esconder em esgotos da
França, contudo, não desistiu de seus ideais e através de seu jornal “O Amigo do Povo”,
incitava a população a defender seus direitos e louvava os atos praticados no Terror. Teve sua
3 por Charlotte Corday, uma moça devotada aos Girondinos que não
Georges Jacques Danton teve papel importante na organização do Terror, porém, com
sumanos, revelando-se
transigente. Por este motivo, seus adversários da Convenção, em abril de 1794, o enviaram à
Maximilien François Marie Isidore de Robespierre, eleito o presidente da Convenção
a, foi o grande responsável pela extensão
do regime do Terror, tendo justificado a crueldade como necessária para o progresso da
Somente nas últimas seis semanas do Terror 1.285 pessoas foram decapitadas na
erre, que antes era visto como uma salvação ao povo e
agora era quase um carrasco em meio à carnificina. Por fim, em 9 de thermidor, ou 27 de
julho de 1794, houve a derrubada do governo revolucionário e a reação da burguesia para dar
o. No dia seguinte, junto aos seus auxiliares, Robespierre foi
guilhotinado sem mais julgamento do que concedia aos seus adversários. Era o fim do Terror
pontua que “Durante o período do Terror, que se estendeu de
de 1793 a julho de 1794, as estimativas mais fidedignas orçam o número de
A Revolução Francesa, ainda que essencial para a mudança do governo francês e para
a igualdade, almejadas, conquistada e escritas na
Constituição Francesa, foi responsável por muitas mortes e não fora o suficiente para garantir
as melhores condições de vida aos agora cidadãos, eis que apesar de livres, as pessoas ainda
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não eram consideradas iguais, ocorrendo discriminação e diferenças sociais, muita fome e
miséria de um povo que estava liberto do estado absolutista, mas não tinha onde se amparar.
2.2 A Revolução Industrial
Na Europa do século XVIII, a força humana e animal eram basicame
meios de produção utilizados. No entanto, com o passar do tempo, foram inventadas
máquinas que as substituíam, como, por exemplo, as máquinas a vapor e o tear mecânico,
tornando-as desnecessárias no processo de fabricação de objetos.
O evento que trouxe esta mudança recebeu o nome de “Revolução Industrial”, sendo
ele o responsável pelo avanço tecnológico e pela explosão da economia europeia no século
XVIII. Apesar de já haver alguma tecnologia anterior à Revolução Industrial, foi a década de
1780 considerada o “ponto de partida” deste grande avanço.
Uma investigação cuidadosa levou a maioria dos estudiosos a localizar como decisiva a década de 1780 e não a de 1760, pois foi então que, até onde se pode distinguir, todos os índices estatísticos brusca e quase vertical para a “partida”. A economia, por assim dizer, voava. Grã-Bretanha, e portanto provavelmente coincide quase que exatamente com o período de que trata este livro, pois se ele começou com a “partida” na década de 1780, podeacuidade que terminou com a construção das Bretanha na década de 1840. Mas a revolução mesma, o "ponto de partida", pode provavelmente ser situada, com a precisão possível em tais assuntos, em certa altura dentro dos 20 anos que vão de 1780 a 1800: contemporânembora um pouco anterior a ela. (HOBSBAWN,
Segundo narra o mesmo historiador, a Revolução, iniciada pela Grã
acidental. Antes mesmo de seu início, o citado país encontrava
per capita e no comércio. As invenções técnicas realizadas neste período eram si
fácil compreensão, o que colaborou para o rápido desenvolvimento econômico. Na região da
Saxônia, da Normandia e da Inglaterra, conforme pontua Hobsbawn (
indústria no século XVIII não se dava com a construção de fábricas, ma
“doméstico”, onde os trabalhadores, por vezes antigos artesãos independentes, trabalhavam a
matéria-prima em suas próprias casa, com ferramentas próprias ou alugadas, entregando
volta aos mercadores. No entanto, com o passar do tem
do trabalho manual.
O sistema feudal já estava se dissolvendo através do cercamento, política implantada a
fim de retirar os trabalhadores do campo e inseri
transformava as terras comuna
Volume 12 – nº 1 - 2018
adas iguais, ocorrendo discriminação e diferenças sociais, muita fome e
miséria de um povo que estava liberto do estado absolutista, mas não tinha onde se amparar.
Na Europa do século XVIII, a força humana e animal eram basicame
meios de produção utilizados. No entanto, com o passar do tempo, foram inventadas
máquinas que as substituíam, como, por exemplo, as máquinas a vapor e o tear mecânico,
as desnecessárias no processo de fabricação de objetos.
que trouxe esta mudança recebeu o nome de “Revolução Industrial”, sendo
ele o responsável pelo avanço tecnológico e pela explosão da economia europeia no século
XVIII. Apesar de já haver alguma tecnologia anterior à Revolução Industrial, foi a década de
780 considerada o “ponto de partida” deste grande avanço.
Uma investigação cuidadosa levou a maioria dos estudiosos a localizar como decisiva a década de 1780 e não a de 1760, pois foi então que, até onde se pode distinguir, todos os índices estatísticos relevantes deram uma guinada repentina, brusca e quase vertical para a “partida”. A economia, por assim dizer, voava.
Bretanha, e portanto no mundo, este período de industrialização inicial provavelmente coincide quase que exatamente com o período de que trata este livro, pois se ele começou com a “partida” na década de 1780, podeacuidade que terminou com a construção das ferrovias e da indústria pesada na GrãBretanha na década de 1840. Mas a revolução mesma, o "ponto de partida", pode provavelmente ser situada, com a precisão possível em tais assuntos, em certa altura dentro dos 20 anos que vão de 1780 a 1800: contemporânea da Revolução Francesa, embora um pouco anterior a ela. (HOBSBAWN, 2007, p. 37 e 38).
Segundo narra o mesmo historiador, a Revolução, iniciada pela Grã-Bretanha, não fora
acidental. Antes mesmo de seu início, o citado país encontrava-se bem à frente na produção
e no comércio. As invenções técnicas realizadas neste período eram si
fácil compreensão, o que colaborou para o rápido desenvolvimento econômico. Na região da
Saxônia, da Normandia e da Inglaterra, conforme pontua Hobsbawn (2007), a expansão da
indústria no século XVIII não se dava com a construção de fábricas, mas sim com o sistema
“doméstico”, onde os trabalhadores, por vezes antigos artesãos independentes, trabalhavam a
prima em suas próprias casa, com ferramentas próprias ou alugadas, entregando
volta aos mercadores. No entanto, com o passar do tempo, a mecanização foi tomando espaço
O sistema feudal já estava se dissolvendo através do cercamento, política implantada a
fim de retirar os trabalhadores do campo e inseri-los na área urbana. O cercamento
transformava as terras comunais em propriedade, privando os trabalhadores de produzir os
adas iguais, ocorrendo discriminação e diferenças sociais, muita fome e
miséria de um povo que estava liberto do estado absolutista, mas não tinha onde se amparar.
Na Europa do século XVIII, a força humana e animal eram basicamente os únicos
meios de produção utilizados. No entanto, com o passar do tempo, foram inventadas
máquinas que as substituíam, como, por exemplo, as máquinas a vapor e o tear mecânico,
que trouxe esta mudança recebeu o nome de “Revolução Industrial”, sendo
ele o responsável pelo avanço tecnológico e pela explosão da economia europeia no século
XVIII. Apesar de já haver alguma tecnologia anterior à Revolução Industrial, foi a década de
Uma investigação cuidadosa levou a maioria dos estudiosos a localizar como decisiva a década de 1780 e não a de 1760, pois foi então que, até onde se pode
relevantes deram uma guinada repentina, brusca e quase vertical para a “partida”. A economia, por assim dizer, voava. [...] Na
no mundo, este período de industrialização inicial provavelmente coincide quase que exatamente com o período de que trata este livro, pois se ele começou com a “partida” na década de 1780, pode-se dizer com certa
ferrovias e da indústria pesada na Grã-Bretanha na década de 1840. Mas a revolução mesma, o "ponto de partida", pode provavelmente ser situada, com a precisão possível em tais assuntos, em certa altura
ea da Revolução Francesa, , p. 37 e 38).
Bretanha, não fora
se bem à frente na produção
e no comércio. As invenções técnicas realizadas neste período eram simples e de
fácil compreensão, o que colaborou para o rápido desenvolvimento econômico. Na região da
), a expansão da
s sim com o sistema
“doméstico”, onde os trabalhadores, por vezes antigos artesãos independentes, trabalhavam a
prima em suas próprias casa, com ferramentas próprias ou alugadas, entregando-a de
po, a mecanização foi tomando espaço
O sistema feudal já estava se dissolvendo através do cercamento, política implantada a
los na área urbana. O cercamento
is em propriedade, privando os trabalhadores de produzir os
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próprios meios de subsistência, os obrigando a vender sua força de trabalho e tornar
assalariados nas indústrias e fábricas. Assim, a agricultura dirigia
as manufaturas se disseminavam.
Antes da revolução industrial, a produção estava ligada a terra e a maioria das pessoas viviam como servos no campo. Mas, com as mudanças socais e a urbanização crescente das cidades em virtude da industrialização, uma nova categoria sujeitavam a trabalhar nas fábricas porque precisavam dos salários para sobreviver. É certo que o contingente humano aumentava nas cidades, posto que no campo, as novas tecnologias de produvez com o modelo de produção feudal. Nas cidades, as máquinas substituíam muitos homens na produção, uma vez que eram extremamente eficientes e velozes em comparação ao trabalho humano, e, em função destlongas jornadas de trabalho em condições que, atualmente, seriam consideradas degradantes (MIRANDA, 2012, p.16).
Os proletários, classe trabalhadora muito explorada, se sujeitava a jornadas de trabalho
exaustivas por salários irrisórios. Havia, ainda, a exploração do trabalho infantil e feminino,
tendo em vista serem mãos-de
Vejamos o que diz Piovesan
feminino:
O processo de série de Hobsbawn: “As trabalho pago com a casadas que precisavam ganhar dinheiro
às criançasem relaçãoa casa do local de trabalho. E, ao fazer isto, excluiupublicamente reconhecida agravou sua tradicional inferioridade em dependênciaincremento na e de atribuiçõesnos paísesde embate na
Sabe-se que nas primeiras máquinas de
que a exploração da mão-de-
pequenas, eram obrigadas a entrar no meio das máquinas e desembaraçar os fios. Assim,
muitos acidentes ocorriam, eis que
processo, causando mutilação e até mesmo a morte por esmagamento dos pequenos
trabalhadores.
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próprios meios de subsistência, os obrigando a vender sua força de trabalho e tornar
assalariados nas indústrias e fábricas. Assim, a agricultura dirigia-se ao mercado de trabalho e
ras se disseminavam.
Antes da revolução industrial, a produção estava ligada a terra e a maioria das pessoas viviam como servos no campo. Mas, com as mudanças socais e a urbanização crescente das cidades em virtude da industrialização, uma nova categoria de pessoas surgiram, os proletários. Estes viviam nas cidades e se sujeitavam a trabalhar nas fábricas porque precisavam dos salários para sobreviver. É certo que o contingente humano aumentava nas cidades, posto que no campo, as novas tecnologias de produção bem como a divisão das terras, haviam acabado de vez com o modelo de produção feudal. Nas cidades, as máquinas substituíam muitos homens na produção, uma vez que eram extremamente eficientes e velozes em comparação ao trabalho humano, e, em função deste fato, os proletários deveriam ter longas jornadas de trabalho em condições que, atualmente, seriam consideradas degradantes (MIRANDA, 2012, p.16).
Os proletários, classe trabalhadora muito explorada, se sujeitava a jornadas de trabalho
lários irrisórios. Havia, ainda, a exploração do trabalho infantil e feminino,
de-obra mais baratas e mais fáceis de serem controladas.
Vejamos o que diz Piovesan (2016, p. 441-442) sobre a exploração do trabalho
esso de industrialização ocorrido entre os séculos XIX e XX acarretou uma de mudanças na relação entre a mulher e o trabalho. Nas palavras de Eric J.
Hobsbawn: “As indústrias domesticas pelo menos permitiam que elas combinassem trabalho pago com a supervisão da casa e dos filhos. Eis por que tantas mulheres
casadas que precisavam ganhar dinheiro, mas permaneciam acorrentadas à cozinha e
crianças, acabaram por fazer esses trabalhos. O segundo efeito da relação à mulher, e o mais importante, foi também muito mais
a casa do local de trabalho. E, ao fazer isto, excluiu‐as em larga medida da economia publicamente reconhecida – aquela em que eram pagos saláriosagravou sua tradicional inferioridade em relação aos homens por meio da nova dependência econômica”. A partir do processo de industrializaçãoincremento na desvalorização do trabalho feminino, refletida em
atribuições, cujas consequências ainda não foram de todo eliminadas, mesmo países altamente industrializados – embora constituam um dos grandes campos
de embate na reivindicação dos direitos das mulheres.
se que nas primeiras máquinas de fiar era comum que os fios embaraçassem. É aí
-obra infantil se encaixava, pois, em razão das crianças serem
pequenas, eram obrigadas a entrar no meio das máquinas e desembaraçar os fios. Assim,
muitos acidentes ocorriam, eis que, por vezes, as máquinas voltavam a funcionar no meio do
processo, causando mutilação e até mesmo a morte por esmagamento dos pequenos
próprios meios de subsistência, os obrigando a vender sua força de trabalho e tornar-se
se ao mercado de trabalho e
Antes da revolução industrial, a produção estava ligada a terra e a maioria das pessoas viviam como servos no campo. Mas, com as mudanças socais e a urbanização crescente das cidades em virtude da industrialização, uma nova
de pessoas surgiram, os proletários. Estes viviam nas cidades e se sujeitavam a trabalhar nas fábricas porque precisavam dos salários para sobreviver. É certo que o contingente humano aumentava nas cidades, posto que no campo, as
ção bem como a divisão das terras, haviam acabado de vez com o modelo de produção feudal. Nas cidades, as máquinas substituíam muitos homens na produção, uma vez que eram extremamente eficientes e velozes em
e fato, os proletários deveriam ter longas jornadas de trabalho em condições que, atualmente, seriam consideradas
Os proletários, classe trabalhadora muito explorada, se sujeitava a jornadas de trabalho
lários irrisórios. Havia, ainda, a exploração do trabalho infantil e feminino,
obra mais baratas e mais fáceis de serem controladas.
sobre a exploração do trabalho
XIX e XX acarretou uma entre a mulher e o trabalho. Nas palavras de Eric J.
pelo menos permitiam que elas combinassem Eis por que tantas mulheres
mas permaneciam acorrentadas à cozinha e
, acabaram por fazer esses trabalhos. O segundo efeito da industrialização muito mais drástico: separou
as em larga medida da economia salários às pessoas – e
aos homens por meio da nova industrialização, constata‐se um
do trabalho feminino, refletida em diferenças salariais foram de todo eliminadas, mesmo
embora constituam um dos grandes campos
fiar era comum que os fios embaraçassem. É aí
obra infantil se encaixava, pois, em razão das crianças serem
pequenas, eram obrigadas a entrar no meio das máquinas e desembaraçar os fios. Assim,
, por vezes, as máquinas voltavam a funcionar no meio do
processo, causando mutilação e até mesmo a morte por esmagamento dos pequenos
Revista Virtual Direito Brasil – Volume 12
A primeira crise geral do capitalismo industrial teve como consequências sociais a
miséria e o descontentamento de trabalhadores das industrias e da população mais pobre.
Alguns destes trabalhadores, revoltados, reagiram destruindo máquinas, pois entendiam que
eram elas as responsáveis por seus problemas. Estes “quebradores de máquinas” eram
chamados de ludistas, eis que
derivado de um de seus líderes, Ned Ludd, condenado à forca.
O movimento ludista, radical, duramente combatido pelas autoridades, era
caracterizado pela invasão das fábricas e destruição das má
trabalhadores no ambiente de trabalho. Outro movimento surgido nesta época foi o Cartismo,
mais brando, desenvolvido na política, através da qual conquistou diversos direitos políticos
aos trabalhadores. Recebeu este nome
parlamento, as autoridades, um documento importantíssimo chamado “Carta do Povo”.
A “Carta do Povo” continha uma série de reinvindicações dos trabalhadores, como
melhores condições de trabalho, redução da jorn
participação política, como a criação do voto secreto, igualdade de direitos eleitorais, abolição
do voto censitário e remuneração dos parlamentares.
Apesar de o Cartismo não ter sido aceito pelos governantes,
após sua existência, diversas leis trabalhistas foram criadas no intuito de combater a
exploração da força de trabalho e mediar as relações entre os operários e a burguesia
industrial.
3 OS DIREITOS HUMANOS DE SEGUNDA GERAÇÃO
A respeito dos Direitos Humanos de Segunda Geração, preleciona Mazzuoli:
Os direitos da segunda geração, nascidos a partir do início do século XX, são os direitos da igualdade bem como os constitucionalismoda reflexão antiliberal deste século [referedireitos foram remetidos à esfera
Em suma, correspondem à esta geração de Direitos Humanos os direitos de
igualdade, direitos sociais, direitos econômicos e direitos culturais, conquistados entre os
séculos XIX e XX, por meio de pensamen
Após o Iluminismo várias ideias surgiram, assim como movimentos sociais
influenciados por ele. Seus efeitos perduraram por gerações, fazendo com que algumas
Volume 12 – nº 1 - 2018
A primeira crise geral do capitalismo industrial teve como consequências sociais a
mento de trabalhadores das industrias e da população mais pobre.
Alguns destes trabalhadores, revoltados, reagiram destruindo máquinas, pois entendiam que
eram elas as responsáveis por seus problemas. Estes “quebradores de máquinas” eram
as, eis que pertenciam ao movimento social “Ludismo”, com nome
derivado de um de seus líderes, Ned Ludd, condenado à forca.
O movimento ludista, radical, duramente combatido pelas autoridades, era
caracterizado pela invasão das fábricas e destruição das máquinas em protesto à situação dos
trabalhadores no ambiente de trabalho. Outro movimento surgido nesta época foi o Cartismo,
mais brando, desenvolvido na política, através da qual conquistou diversos direitos políticos
aos trabalhadores. Recebeu este nome porque seu líder Willian Lovett encaminhou ao
parlamento, as autoridades, um documento importantíssimo chamado “Carta do Povo”.
A “Carta do Povo” continha uma série de reinvindicações dos trabalhadores, como
melhores condições de trabalho, redução da jornada de trabalho, melhores salários e direito à
participação política, como a criação do voto secreto, igualdade de direitos eleitorais, abolição
do voto censitário e remuneração dos parlamentares.
Apesar de o Cartismo não ter sido aceito pelos governantes, pontua Sousa
após sua existência, diversas leis trabalhistas foram criadas no intuito de combater a
exploração da força de trabalho e mediar as relações entre os operários e a burguesia
3 OS DIREITOS HUMANOS DE SEGUNDA GERAÇÃO
A respeito dos Direitos Humanos de Segunda Geração, preleciona Mazzuoli:
Os direitos da segunda geração, nascidos a partir do início do século XX, são os direitos da igualdade lato sensu, a saber, os direitos sociais, econômicos e culturais, bem como os direitos coletivos ou de coletividades, introduzidos no constitucionalismo do Estado social, depois que germinaram por obra da ideologia e da reflexão antiliberal deste século [refere-se o autor ao século XX passado]. Tais direitos foram remetidos à esfera dos chamados direitos da liberdade
Em suma, correspondem à esta geração de Direitos Humanos os direitos de
igualdade, direitos sociais, direitos econômicos e direitos culturais, conquistados entre os
X, por meio de pensamentos, ideologias e lutas sociais.
Após o Iluminismo várias ideias surgiram, assim como movimentos sociais
influenciados por ele. Seus efeitos perduraram por gerações, fazendo com que algumas
A primeira crise geral do capitalismo industrial teve como consequências sociais a
mento de trabalhadores das industrias e da população mais pobre.
Alguns destes trabalhadores, revoltados, reagiram destruindo máquinas, pois entendiam que
eram elas as responsáveis por seus problemas. Estes “quebradores de máquinas” eram
ao movimento social “Ludismo”, com nome
O movimento ludista, radical, duramente combatido pelas autoridades, era
quinas em protesto à situação dos
trabalhadores no ambiente de trabalho. Outro movimento surgido nesta época foi o Cartismo,
mais brando, desenvolvido na política, através da qual conquistou diversos direitos políticos
porque seu líder Willian Lovett encaminhou ao
parlamento, as autoridades, um documento importantíssimo chamado “Carta do Povo”.
A “Carta do Povo” continha uma série de reinvindicações dos trabalhadores, como
ada de trabalho, melhores salários e direito à
participação política, como a criação do voto secreto, igualdade de direitos eleitorais, abolição
pontua Sousa que logo
após sua existência, diversas leis trabalhistas foram criadas no intuito de combater a
exploração da força de trabalho e mediar as relações entre os operários e a burguesia
A respeito dos Direitos Humanos de Segunda Geração, preleciona Mazzuoli:
Os direitos da segunda geração, nascidos a partir do início do século XX, são os , a saber, os direitos sociais, econômicos e culturais,
direitos coletivos ou de coletividades, introduzidos no do Estado social, depois que germinaram por obra da ideologia e
se o autor ao século XX passado]. Tais chamados direitos da liberdade (2014, p. 887).
Em suma, correspondem à esta geração de Direitos Humanos os direitos de
igualdade, direitos sociais, direitos econômicos e direitos culturais, conquistados entre os
Após o Iluminismo várias ideias surgiram, assim como movimentos sociais
influenciados por ele. Seus efeitos perduraram por gerações, fazendo com que algumas
Revista Virtual Direito Brasil – Volume 12
pessoas nos séculos seguintes se baseassem nele para criar suas pr
razão disso que surgiu o movimento Liberal, defendido por John Locke e Adam Smith. O
liberalismo recebeu este nome porque tinha como ideia principal a liberdade política e
econômica das pessoas.
A monarquia absolutista não permit
Estado interferia totalmente na vida de seus governados. Não haviam garantias básicas, não se
tinha o direito à propriedade e muito menos a liberdade econômica. Tudo era do rei e para o
rei.
O descontentamento com o absolutismo foi motivo para a Revolução Francesa, por
exemplo, que já se baseava em ideias liberais. O que se defendia era o direito a ter direitos e o
fim desta forma de governo totalmente intervencionista. Os revolucionários conseguiram, por
fim, a queda do absolutismo e a ascensão da monarquia republicana, em que a classe burguesa
passa a representar o povo no governo.
No entanto, tempos depois, após as G
Viena, conferência realizada entre os anos de 181
monarquia absolutista em grande parte da Europa. Foi então que o Liberalismo ganhou força,
a fim de impedir o retorno do absolutismo.
Os burgueses foram os grandes defensores do liberalismo e, em sua maioria,
defendiam o direito à propriedade, eis que por serem mais bem abastados possuíam terras e
queriam que estas, adquiridas com seu dinheiro, continuassem lhes pertencendo, não sendo
tomadas pelo Estado. Ademais, a classe burguesa, com a Revolução Industrial, passou a s
composta por donos de indústrias, fábricas e comércios, querendo também a liberdade
econômica para que pudessem negociar e comerciar seus produtos sem a intervenção estatal.
Adotando a teoria do economia livre, na qual a iniciativa privada não fosse coibida por regulamentações governamentais, era tão importante para o bemquanto a liberdade política. Quando as pessdiziam os liberais, trabalhavam com mais afinco e realizavam mais; o interesse pessoal e os impulsos naturais de competição estimulavam a atividade econômica e garantiam a produção de mais e melhores bens, ao menotoda a nação. Por essa razão, o governo não deveria obstruir a livre concorrência, nem privar os indivíduos de suas propriedades, que eram o seu incentivo para trabalhar com diligência e eficiência. (PERRY, 1999, p. 367).
Os burgueses passaram a defender os ideais liberalistas, que limitavam o poder e as
funções do Estado. A limitação dos poderes se dava pela criação de leis e de uma Constituição
Volume 12 – nº 1 - 2018
séculos seguintes se baseassem nele para criar suas próprias ideologias. Foi em
razão disso que surgiu o movimento Liberal, defendido por John Locke e Adam Smith. O
liberalismo recebeu este nome porque tinha como ideia principal a liberdade política e
A monarquia absolutista não permitia qualquer tipo de liberdade à população, pois o
Estado interferia totalmente na vida de seus governados. Não haviam garantias básicas, não se
tinha o direito à propriedade e muito menos a liberdade econômica. Tudo era do rei e para o
nto com o absolutismo foi motivo para a Revolução Francesa, por
exemplo, que já se baseava em ideias liberais. O que se defendia era o direito a ter direitos e o
fim desta forma de governo totalmente intervencionista. Os revolucionários conseguiram, por
m, a queda do absolutismo e a ascensão da monarquia republicana, em que a classe burguesa
passa a representar o povo no governo.
ntanto, tempos depois, após as Guerras Napoleônicas, surge o Congresso de
Viena, conferência realizada entre os anos de 1814 e 1815, com o objetivo de voltar a
monarquia absolutista em grande parte da Europa. Foi então que o Liberalismo ganhou força,
a fim de impedir o retorno do absolutismo.
Os burgueses foram os grandes defensores do liberalismo e, em sua maioria,
o direito à propriedade, eis que por serem mais bem abastados possuíam terras e
queriam que estas, adquiridas com seu dinheiro, continuassem lhes pertencendo, não sendo
tomadas pelo Estado. Ademais, a classe burguesa, com a Revolução Industrial, passou a s
composta por donos de indústrias, fábricas e comércios, querendo também a liberdade
econômica para que pudessem negociar e comerciar seus produtos sem a intervenção estatal.
Adotando a teoria do laissez-faire, de Adam Smith, os liberais sustentavam que uma economia livre, na qual a iniciativa privada não fosse coibida por regulamentações governamentais, era tão importante para o bem-estar do indivíduo e da comunidade quanto a liberdade política. Quando as pessoas agiam visando o seu próprio interesse, diziam os liberais, trabalhavam com mais afinco e realizavam mais; o interesse pessoal e os impulsos naturais de competição estimulavam a atividade econômica e garantiam a produção de mais e melhores bens, ao menor custo possível, beneficiando toda a nação. Por essa razão, o governo não deveria obstruir a livre concorrência, nem privar os indivíduos de suas propriedades, que eram o seu incentivo para trabalhar com diligência e eficiência. (PERRY, 1999, p. 367).
s burgueses passaram a defender os ideais liberalistas, que limitavam o poder e as
funções do Estado. A limitação dos poderes se dava pela criação de leis e de uma Constituição
óprias ideologias. Foi em
razão disso que surgiu o movimento Liberal, defendido por John Locke e Adam Smith. O
liberalismo recebeu este nome porque tinha como ideia principal a liberdade política e
ia qualquer tipo de liberdade à população, pois o
Estado interferia totalmente na vida de seus governados. Não haviam garantias básicas, não se
tinha o direito à propriedade e muito menos a liberdade econômica. Tudo era do rei e para o
nto com o absolutismo foi motivo para a Revolução Francesa, por
exemplo, que já se baseava em ideias liberais. O que se defendia era o direito a ter direitos e o
fim desta forma de governo totalmente intervencionista. Os revolucionários conseguiram, por
m, a queda do absolutismo e a ascensão da monarquia republicana, em que a classe burguesa
, surge o Congresso de
4 e 1815, com o objetivo de voltar a
monarquia absolutista em grande parte da Europa. Foi então que o Liberalismo ganhou força,
Os burgueses foram os grandes defensores do liberalismo e, em sua maioria,
o direito à propriedade, eis que por serem mais bem abastados possuíam terras e
queriam que estas, adquiridas com seu dinheiro, continuassem lhes pertencendo, não sendo
tomadas pelo Estado. Ademais, a classe burguesa, com a Revolução Industrial, passou a ser
composta por donos de indústrias, fábricas e comércios, querendo também a liberdade
econômica para que pudessem negociar e comerciar seus produtos sem a intervenção estatal.
, de Adam Smith, os liberais sustentavam que uma economia livre, na qual a iniciativa privada não fosse coibida por regulamentações
estar do indivíduo e da comunidade oas agiam visando o seu próprio interesse,
diziam os liberais, trabalhavam com mais afinco e realizavam mais; o interesse pessoal e os impulsos naturais de competição estimulavam a atividade econômica e
r custo possível, beneficiando toda a nação. Por essa razão, o governo não deveria obstruir a livre concorrência, nem privar os indivíduos de suas propriedades, que eram o seu incentivo para trabalhar
s burgueses passaram a defender os ideais liberalistas, que limitavam o poder e as
funções do Estado. A limitação dos poderes se dava pela criação de leis e de uma Constituição
Revista Virtual Direito Brasil – Volume 12
escrita, as quais diriam o que era permitido ou não ao Governo fazer. Já a limi
funções pontuava um Estado mínimo, com a mínima intervenção na vida de seus governados.
De modo geral, o liberalismo foi a filosofia política da burguesia. Enquanto os conservadores buscavam fortalecer os alicerces da sociedade tradicional seriaabalados no período da Revolução e de Napoleão, os liberais desejavam alterar o status quo
1999, p. 385).
A filosofia liberalista defendia os direitos naturais da pessoa humana, como o direito
à liberdade e a propriedade, apontados por John Locke.
A principal preocupação dos liberais era o aumento da liberdade individual. Concordavam com Kant em que toda pescomo um objeto a ser manipulado por outros. Sem ser coagida pelo governo e pelas igrejas e adequadamente educada, uma pessoa podia transformarbom, criativo e autodirigido. Cada indivíduo podia tombasear suas ações nas leis universais da moral e respeitar os direitos alheios. (PERRY, 1999, p. 386).
Os liberais, visando a limitação do poder do Estado, criaram a teoria da separação
dos poderes, inspirados nas ideias de Mont
Por outro lado, em contraste ao liberalismo, se desenvolve a
de acordo com Becker (1968, p. 468), “visa promover a justiça e a paz sociais. As doutrinas
socialistas se opõem ao liberalismo, ao individualismo, ao capitalis
homem pelo homem”.
Nesta ideologia entendia que o capitalismo era irracional e prejudicial, pois uma de
suas consequências foi a criação do proletariado, classe trabalhadora que sofria com péssima
qualidade de vida, eis que laboravam d
desproporcional ao trabalho.
No caso da sociedade capitalista, os operários viviam em constante situação penosa, pois a burguesia organizava meios para que os trabalhadores permanecessem em uma situação excludque os trabalhadores não recebiam um pagamento equivalente ao valor das riquezas por eles produzido. Isso seria possível devido o monopólio dos bens de produção exercido pela burguesia e pespecialização de seu trabalho, não sabiam ao certo o valor da riqueza que produziam(SOUSA)
O Socialismo procura a intervenção do Estado na vida da população, sendo o
Governo responsável por proporcionar às pessoas os meios de produção, organizando os
Volume 12 – nº 1 - 2018
escrita, as quais diriam o que era permitido ou não ao Governo fazer. Já a limi
funções pontuava um Estado mínimo, com a mínima intervenção na vida de seus governados.
De modo geral, o liberalismo foi a filosofia política da burguesia. Enquanto os conservadores buscavam fortalecer os alicerces da sociedade tradicional seriaabalados no período da Revolução e de Napoleão, os liberais desejavam alterar o status quo e cumprir a promessa do iluminismo e da Revolução Francesa (PERRY, 1999, p. 385).
A filosofia liberalista defendia os direitos naturais da pessoa humana, como o direito
à liberdade e a propriedade, apontados por John Locke.
A principal preocupação dos liberais era o aumento da liberdade individual. Concordavam com Kant em que toda pessoa existe como um fim em si mesma e não como um objeto a ser manipulado por outros. Sem ser coagida pelo governo e pelas igrejas e adequadamente educada, uma pessoa podia transformar-bom, criativo e autodirigido. Cada indivíduo podia tomar suas próprias decisões, basear suas ações nas leis universais da moral e respeitar os direitos alheios. (PERRY, 1999, p. 386).
Os liberais, visando a limitação do poder do Estado, criaram a teoria da separação
dos poderes, inspirados nas ideias de Montesquieu.
Por outro lado, em contraste ao liberalismo, se desenvolve a filosofia socialista
, p. 468), “visa promover a justiça e a paz sociais. As doutrinas
socialistas se opõem ao liberalismo, ao individualismo, ao capitalismo e à exploração do
Nesta ideologia entendia que o capitalismo era irracional e prejudicial, pois uma de
suas consequências foi a criação do proletariado, classe trabalhadora que sofria com péssima
qualidade de vida, eis que laboravam de forma incessante e recebiam uma remuneração
No caso da sociedade capitalista, os operários viviam em constante situação penosa, pois a burguesia organizava meios para que os trabalhadores permanecessem em uma situação excludente. Por meio da teoria da mais-valia, Marx e Engels, demonstraram que os trabalhadores não recebiam um pagamento equivalente ao valor das riquezas por eles produzido. Isso seria possível devido o monopólio dos bens de produção exercido pela burguesia e pela alienação dos trabalhadores que, por meio da especialização de seu trabalho, não sabiam ao certo o valor da riqueza que produziam(SOUSA).
O Socialismo procura a intervenção do Estado na vida da população, sendo o
Governo responsável por proporcionar às pessoas os meios de produção, organizando os
escrita, as quais diriam o que era permitido ou não ao Governo fazer. Já a limitação das
funções pontuava um Estado mínimo, com a mínima intervenção na vida de seus governados.
De modo geral, o liberalismo foi a filosofia política da burguesia. Enquanto os conservadores buscavam fortalecer os alicerces da sociedade tradicional seriamente abalados no período da Revolução e de Napoleão, os liberais desejavam alterar o
e cumprir a promessa do iluminismo e da Revolução Francesa (PERRY,
A filosofia liberalista defendia os direitos naturais da pessoa humana, como o direito
A principal preocupação dos liberais era o aumento da liberdade individual. soa existe como um fim em si mesma e não
como um objeto a ser manipulado por outros. Sem ser coagida pelo governo e pelas -se num ser humano
ar suas próprias decisões, basear suas ações nas leis universais da moral e respeitar os direitos alheios. (PERRY,
Os liberais, visando a limitação do poder do Estado, criaram a teoria da separação
filosofia socialista que,
, p. 468), “visa promover a justiça e a paz sociais. As doutrinas
mo e à exploração do
Nesta ideologia entendia que o capitalismo era irracional e prejudicial, pois uma de
suas consequências foi a criação do proletariado, classe trabalhadora que sofria com péssima
e forma incessante e recebiam uma remuneração
No caso da sociedade capitalista, os operários viviam em constante situação penosa, pois a burguesia organizava meios para que os trabalhadores permanecessem em uma
valia, Marx e Engels, demonstraram que os trabalhadores não recebiam um pagamento equivalente ao valor das riquezas por eles produzido. Isso seria possível devido o monopólio dos bens de produção
ela alienação dos trabalhadores que, por meio da especialização de seu trabalho, não sabiam ao certo o valor da riqueza que produziam
O Socialismo procura a intervenção do Estado na vida da população, sendo o
Governo responsável por proporcionar às pessoas os meios de produção, organizando os
Revista Virtual Direito Brasil – Volume 12
setores da economia, distribuindo a renda de forma igualitária e garantindo as necessidades
básicas dos governados, como alimentação, saúde e educação.
Becker (1968, p. 469) afirma que “o primeiro tipo de socialismo que se propôs curar
os males do mundo, foi o utópico”. Este tipo de socialismo baseava
comunidades-modelo, sistemas col
não a competição entre eles.
“Dentre os socialistas utópicos destacaramdiferentes em muitos aspectos, suas ideias convergiam no associacionismo liberal e no desejo de emancipar, não só o proletariado, mas toda a humanidade” (BECKER, 196p. 470).
Outro tipo de socialismo fora o Socialismo Científico, defendido por Karl Marx e
Frederich Engels. Em sua obra “O Manifesto Comunista” pregam o fim das injustiças sociais,
da opressão do proletariado, bem como da propriedade privada.
O socialismo marxista é residem na concepção sociológiconcepção econômica (a mais475).
Preleciona Sousa:
Segundo o marxismo, a luta dos trabalhadores deveria moverdo poder político.proletariado deveria extinguir as condições de privilégio e dominação criadas pela burguesia. Instituindo um governo socialista, as desigualdades e as classes sociais deveriam ser abolidas. Os meitoda riqueza deveria ser igualitariamente dividida. [...] Com o legado científico deixado por Marx e Engels, o socialismo passou a configurar uma nova forma de enxergar a condição do homem e sua história. movimentos e pensadores deram continuidade ao desenvolvimento de diversas teorias de influência marxista. Ainda hoje, podemos nos deparar com partidos e movimentos que lutam, cada um a seu modo, pelas ideias um dia elaborateóricos.
Neste sentido, o socialismo se desenvolve como uma resposta ao liberalismo
econômico e político, apregoando a eliminação das classes sociais que se formam no seio das
sociedades liberais e capitalistas.
Volume 12 – nº 1 - 2018
setores da economia, distribuindo a renda de forma igualitária e garantindo as necessidades
cas dos governados, como alimentação, saúde e educação.
, p. 469) afirma que “o primeiro tipo de socialismo que se propôs curar
os males do mundo, foi o utópico”. Este tipo de socialismo baseava-se na criação de
modelo, sistemas coletivos onde se idealizava a cooperação dos indivíduos e
“Dentre os socialistas utópicos destacaram-se Saint-Simon, Fourier e Owen. Embora diferentes em muitos aspectos, suas ideias convergiam no associacionismo liberal e no
esejo de emancipar, não só o proletariado, mas toda a humanidade” (BECKER, 196
Outro tipo de socialismo fora o Socialismo Científico, defendido por Karl Marx e
. Em sua obra “O Manifesto Comunista” pregam o fim das injustiças sociais,
da opressão do proletariado, bem como da propriedade privada.
O socialismo marxista é determinista e pretende ser científico. Seus pontos essenciais residem na concepção sociológica (materialismo histórico e luta de classes) e na concepção econômica (a mais-valia e a evolução socialista)” (BECKER, 1968
Segundo o marxismo, a luta dos trabalhadores deveria mover-se em direção da tomada do poder político. Assumindo as instituições políticas, a chamada ditadura do proletariado deveria extinguir as condições de privilégio e dominação criadas pela burguesia. Instituindo um governo socialista, as desigualdades e as classes sociais deveriam ser abolidas. Os meios de produção deveriam ficar nas mãos do Estado e toda riqueza deveria ser igualitariamente dividida. [...] Com o legado científico deixado por Marx e Engels, o socialismo passou a configurar uma nova forma de enxergar a condição do homem e sua história. Por meio de suas propostas, novos movimentos e pensadores deram continuidade ao desenvolvimento de diversas teorias de influência marxista. Ainda hoje, podemos nos deparar com partidos e movimentos que lutam, cada um a seu modo, pelas ideias um dia elabora
Neste sentido, o socialismo se desenvolve como uma resposta ao liberalismo
econômico e político, apregoando a eliminação das classes sociais que se formam no seio das
sociedades liberais e capitalistas.
setores da economia, distribuindo a renda de forma igualitária e garantindo as necessidades
, p. 469) afirma que “o primeiro tipo de socialismo que se propôs curar
se na criação de
etivos onde se idealizava a cooperação dos indivíduos e
Simon, Fourier e Owen. Embora diferentes em muitos aspectos, suas ideias convergiam no associacionismo liberal e no esejo de emancipar, não só o proletariado, mas toda a humanidade” (BECKER, 1968,
Outro tipo de socialismo fora o Socialismo Científico, defendido por Karl Marx e
. Em sua obra “O Manifesto Comunista” pregam o fim das injustiças sociais,
. Seus pontos essenciais ca (materialismo histórico e luta de classes) e na
lução socialista)” (BECKER, 1968, p.
se em direção da tomada Assumindo as instituições políticas, a chamada ditadura do
proletariado deveria extinguir as condições de privilégio e dominação criadas pela burguesia. Instituindo um governo socialista, as desigualdades e as classes sociais
os de produção deveriam ficar nas mãos do Estado e toda riqueza deveria ser igualitariamente dividida. [...] Com o legado científico deixado por Marx e Engels, o socialismo passou a configurar uma nova forma de
Por meio de suas propostas, novos movimentos e pensadores deram continuidade ao desenvolvimento de diversas teorias de influência marxista. Ainda hoje, podemos nos deparar com partidos e movimentos que lutam, cada um a seu modo, pelas ideias um dia elaboradas por esses dois
Neste sentido, o socialismo se desenvolve como uma resposta ao liberalismo
econômico e político, apregoando a eliminação das classes sociais que se formam no seio das
Revista Virtual Direito Brasil – Volume 12
4 OS DIREITOS HUMANOS DE TERCEIRA GERAÇÃO
A Terceira Geração de Direitos Humanos visa os direitos de fraternidade
solidariedade entre os povos.
terceira geração são aqueles assentados no princípio da fraternidade, como o direito ao
desenvolvimento, à paz, ao meio ambiente, à comunicação e ao patrimônio comum da
humanidade”.
Para que se reconhecesse estes d
grandes guerras que ceifaram milhões de vidas e deixaram marcas para a eternidade.
4.1 Primeira Guerra Mundial
No final do século XIX a Ásia e a África foram partilhadas e colonizadas por países
europeus. Contudo, a Alemanha e a Itália, duas grandes potências europeias ficaram de fora
deste processo neocolonial, o que lhes gerou revolta e indignação. Além disso, havia grande
concorrência comercial entre as nações europeias, o que igualmente gerou conflitos de
interesses entre elas. Estas desavenças fizeram com que a Europa entrasse em uma corrida
armamentista, a fim de se preparar para qualquer possível ataque, pois, ainda que não
houvesse guerra declarada, estariam prontos para uma. Esta atitude foi chamada de
Armada.
Os franceses e alemães também eram rivais, eis que a França, durante a Guerra
Franco-Prussiana, perdera seu território da Álsácia
estavam ansiosos por uma oportunidade de vingança e retomada daquelas terr
Por fim, outro precedente da Primeira Guerra Mu
eslava por formar grandes impérios, buscando respectivamente o
Eslavismo na Europa.
O estopim da Guerra ocorrera em 28 de junho de 1914, quando o estudante sérvio
Gravilo Princip, pertencente à organização secreta chamada Mão
assassina o sucessor do trono Áustro
dia, o arquiduque anunciaria a criação de uma monarquia tríplice, formada pelo império
Áustro-Húngaro-Eslavo, o que era totalmente combatido pelos ativistas da organização
secreta de Gravilo.
Com o assassinato do herdeiro do trono, a Áustria declarou guerra à Sé
agosto de 1914. Diante disso, o sistema de alianças voltou à tona, tendo a Rússia apoiado a
Sérvia e a Alemanha declarado apoio à Áustria. Em seguida, a França e a Inglaterra se uniram
Volume 12 – nº 1 - 2018
OS DIREITOS HUMANOS DE TERCEIRA GERAÇÃO
A Terceira Geração de Direitos Humanos visa os direitos de fraternidade
solidariedade entre os povos. De acordo com Mazzuoli (2014, p. 887-888) “[...] os direitos de
terceira geração são aqueles assentados no princípio da fraternidade, como o direito ao
desenvolvimento, à paz, ao meio ambiente, à comunicação e ao patrimônio comum da
Para que se reconhecesse estes direitos, a humanidade teve de passar por duas
grandes guerras que ceifaram milhões de vidas e deixaram marcas para a eternidade.
.1 Primeira Guerra Mundial
No final do século XIX a Ásia e a África foram partilhadas e colonizadas por países
udo, a Alemanha e a Itália, duas grandes potências europeias ficaram de fora
deste processo neocolonial, o que lhes gerou revolta e indignação. Além disso, havia grande
concorrência comercial entre as nações europeias, o que igualmente gerou conflitos de
nteresses entre elas. Estas desavenças fizeram com que a Europa entrasse em uma corrida
armamentista, a fim de se preparar para qualquer possível ataque, pois, ainda que não
houvesse guerra declarada, estariam prontos para uma. Esta atitude foi chamada de
lemães também eram rivais, eis que a França, durante a Guerra
Prussiana, perdera seu território da Álsácia-Lorena para a Alemanha. Em razão disso,
estavam ansiosos por uma oportunidade de vingança e retomada daquelas terr
Por fim, outro precedente da Primeira Guerra Mundial fora a sede nacionalista a
slava por formar grandes impérios, buscando respectivamente o Pangermanismo
O estopim da Guerra ocorrera em 28 de junho de 1914, quando o estudante sérvio
Gravilo Princip, pertencente à organização secreta chamada Mão-Negra, em Sarajevo,
assassina o sucessor do trono Áustro-Húngaro, o arquiduque Francisco Ferndinando. Neste
arquiduque anunciaria a criação de uma monarquia tríplice, formada pelo império
Eslavo, o que era totalmente combatido pelos ativistas da organização
Com o assassinato do herdeiro do trono, a Áustria declarou guerra à Sé
agosto de 1914. Diante disso, o sistema de alianças voltou à tona, tendo a Rússia apoiado a
Sérvia e a Alemanha declarado apoio à Áustria. Em seguida, a França e a Inglaterra se uniram
A Terceira Geração de Direitos Humanos visa os direitos de fraternidade e de
888) “[...] os direitos de
terceira geração são aqueles assentados no princípio da fraternidade, como o direito ao
desenvolvimento, à paz, ao meio ambiente, à comunicação e ao patrimônio comum da
ireitos, a humanidade teve de passar por duas
grandes guerras que ceifaram milhões de vidas e deixaram marcas para a eternidade.
No final do século XIX a Ásia e a África foram partilhadas e colonizadas por países
udo, a Alemanha e a Itália, duas grandes potências europeias ficaram de fora
deste processo neocolonial, o que lhes gerou revolta e indignação. Além disso, havia grande
concorrência comercial entre as nações europeias, o que igualmente gerou conflitos de
nteresses entre elas. Estas desavenças fizeram com que a Europa entrasse em uma corrida
armamentista, a fim de se preparar para qualquer possível ataque, pois, ainda que não
houvesse guerra declarada, estariam prontos para uma. Esta atitude foi chamada de Paz
lemães também eram rivais, eis que a França, durante a Guerra
Lorena para a Alemanha. Em razão disso,
estavam ansiosos por uma oportunidade de vingança e retomada daquelas terras.
ndial fora a sede nacionalista alemã e
Pangermanismo e o Pan-
O estopim da Guerra ocorrera em 28 de junho de 1914, quando o estudante sérvio
Negra, em Sarajevo,
Húngaro, o arquiduque Francisco Ferndinando. Neste
arquiduque anunciaria a criação de uma monarquia tríplice, formada pelo império
Eslavo, o que era totalmente combatido pelos ativistas da organização
Com o assassinato do herdeiro do trono, a Áustria declarou guerra à Sérvia, em 1º de
agosto de 1914. Diante disso, o sistema de alianças voltou à tona, tendo a Rússia apoiado a
Sérvia e a Alemanha declarado apoio à Áustria. Em seguida, a França e a Inglaterra se uniram
Revista Virtual Direito Brasil – Volume 12
à Rússia, formando a Tríplice Entente, enquanto a Itália
Tríplice Aliança.
Vejamos o comentário a respeito do sistema de alianças:
A guerra poderia ter sido evitada ou ter se limitado à Áustria e à Sérvia, caso a Europa em 1914 não se tivesse dividido em dois sistemas de aliança situação contém perigos inerentes. Por exemplo, sabendo que conta com o apoio dos aliados, um país pode perseguir um rumo mais provocativo e temerário e ser menos conciliatório durante uma crise. Além disso, um conflito entre dois estados pode gerar uma reação em cadeia, arrastando outras potências e convertendo uma guerra restrita numa guerra geral. Foi o que aconteceu após o assassinato do arquiduque. As origens desse perigoso sistema de aliança remontam a Bismarck e à Guerra FrancoPrussiana
Os alemães tomaram a frente da guerra, invadindo a Bélgica, que apesar de neutra,
tinha proteção inglesa. Assim, logo que o exército a
ingleses entraram na guerra. A estratégia alemã era efetuar
fronteira francesa e destruir a inimiga pela retaguarda.
No entanto, a Alemanha tinh
possível invasão russa à Alemanha, por isso, estavam certos de que tomariam Paris e
de dois meses, o que não ocorreu. Os r
os alemães transferissem suas tropas do fronte f
avanço alemão.
Ao atingirem o Rio Marne, na França, os
foi favorável aos inimigos. Os f
se retirarem, o que salvou Paris.
Em seguida, a guerra caminhou para sua fase mais drástica e de mais baixas hu
A guerra de trincheiras.
Nos últimos meses de 1915, do mar do Norte à fronteira suíça, numa linha geral de 800 km, de OstendeOcidental está estabilizada. Os dois lados cavam trincheiras, para passaraté que a chegada da primavera permitisse retomar a guerra de movimento. As trincheiras ficaram por três anos, até o fim, marca inesquecível da Grande Guerra. Os que viveram nelas se foram, mas suas provações estão registradas nas cartas de combatentes, na literatura, no cinema. A presença constante da morte, do ferimento, do gás tóxico, do medo, enfim, coexistia com a miséria da lama, dos piolhos, dos ratos, da imundície. [...]Os combatentes vão melhorando suas trincheiras, aumentandoonde penduram latas para alertar sobre a presença inimiga, posições de tiro e de escuta, sapas para ligação com a retaguarda, nichos laterais para abrigaremdurante os bombardeios, depósitos miseráveis condições de habitabilidade. [...] O auge da provação na vida nas trincheiras não era atingido durante os bombardeios de artilharia, quando sempre
Volume 12 – nº 1 - 2018
à Rússia, formando a Tríplice Entente, enquanto a Itália aliou-se à Alemanha, gerando a
Vejamos o comentário a respeito do sistema de alianças:
A guerra poderia ter sido evitada ou ter se limitado à Áustria e à Sérvia, caso a Europa em 1914 não se tivesse dividido em dois sistemas de aliança situação contém perigos inerentes. Por exemplo, sabendo que conta com o apoio dos aliados, um país pode perseguir um rumo mais provocativo e temerário e ser menos conciliatório durante uma crise. Além disso, um conflito entre dois estados pode gerar uma reação em cadeia, arrastando outras potências e convertendo uma guerra restrita numa guerra geral. Foi o que aconteceu após o assassinato do arquiduque. As origens desse perigoso sistema de aliança remontam a Bismarck e à Guerra Franco
russiana (PERRY, 1999, p. 513).
lemães tomaram a frente da guerra, invadindo a Bélgica, que apesar de neutra,
sa. Assim, logo que o exército alemão chegou ao território Belga, os
ngleses entraram na guerra. A estratégia alemã era efetuar uma volta pela Bélgica até cercar a
rancesa e destruir a inimiga pela retaguarda.
No entanto, a Alemanha tinha pressa em tomar o território francês
ussa à Alemanha, por isso, estavam certos de que tomariam Paris e
s meses, o que não ocorreu. Os russos invadiram a Prússia Oriental, o que fez com que
transferissem suas tropas do fronte francês para o local invadido, dificultando o
Ao atingirem o Rio Marne, na França, os alemães deixaram seus flancos abertos, o que
foi favorável aos inimigos. Os franceses e ingleses atacaram o exército alemão, forçando
se retirarem, o que salvou Paris.
Em seguida, a guerra caminhou para sua fase mais drástica e de mais baixas hu
Nos últimos meses de 1915, do mar do Norte à fronteira suíça, numa linha geral de 800 km, de Ostende-Ypern-Lille-Soissons-Reims-Verdun-NancyOcidental está estabilizada. Os dois lados cavam trincheiras, para passaraté que a chegada da primavera permitisse retomar a guerra de movimento. As trincheiras ficaram por três anos, até o fim, marca inesquecível da Grande Guerra. Os que viveram nelas se foram, mas suas provações estão registradas nas cartas de
batentes, na literatura, no cinema. A presença constante da morte, do ferimento, do gás tóxico, do medo, enfim, coexistia com a miséria da lama, dos piolhos, dos ratos, da imundície. [...]Os combatentes vão melhorando suas trincheiras, aumentando-lhes a capacidade de defesa com sacos de areia, redes de arame farpado onde penduram latas para alertar sobre a presença inimiga, posições de tiro e de escuta, sapas para ligação com a retaguarda, nichos laterais para abrigaremdurante os bombardeios, depósitos de munição. Ao mesmo tempo, minorammiseráveis condições de habitabilidade. [...] O auge da provação na vida nas trincheiras não era atingido durante os bombardeios de artilharia, quando sempre
se à Alemanha, gerando a
A guerra poderia ter sido evitada ou ter se limitado à Áustria e à Sérvia, caso a Europa em 1914 não se tivesse dividido em dois sistemas de aliança hostis. Tal situação contém perigos inerentes. Por exemplo, sabendo que conta com o apoio dos aliados, um país pode perseguir um rumo mais provocativo e temerário e ser menos conciliatório durante uma crise. Além disso, um conflito entre dois estados pode gerar uma reação em cadeia, arrastando outras potências e convertendo uma guerra restrita numa guerra geral. Foi o que aconteceu após o assassinato do arquiduque. As origens desse perigoso sistema de aliança remontam a Bismarck e à Guerra Franco-
lemães tomaram a frente da guerra, invadindo a Bélgica, que apesar de neutra,
chegou ao território Belga, os
Bélgica até cercar a
rancês antes de uma
ussa à Alemanha, por isso, estavam certos de que tomariam Paris em torno
Oriental, o que fez com que
nvadido, dificultando o
deixaram seus flancos abertos, o que
lemão, forçando-os a
Em seguida, a guerra caminhou para sua fase mais drástica e de mais baixas humanas:
Nos últimos meses de 1915, do mar do Norte à fronteira suíça, numa linha geral de Nancy-Belford, a Frente
Ocidental está estabilizada. Os dois lados cavam trincheiras, para passar o inverno, até que a chegada da primavera permitisse retomar a guerra de movimento. As trincheiras ficaram por três anos, até o fim, marca inesquecível da Grande Guerra. Os que viveram nelas se foram, mas suas provações estão registradas nas cartas de
batentes, na literatura, no cinema. A presença constante da morte, do ferimento, do gás tóxico, do medo, enfim, coexistia com a miséria da lama, dos piolhos, dos ratos, da imundície. [...]Os combatentes vão melhorando suas trincheiras,
pacidade de defesa com sacos de areia, redes de arame farpado onde penduram latas para alertar sobre a presença inimiga, posições de tiro e de escuta, sapas para ligação com a retaguarda, nichos laterais para abrigarem-se
de munição. Ao mesmo tempo, minoram-lhes as miseráveis condições de habitabilidade. [...] O auge da provação na vida nas trincheiras não era atingido durante os bombardeios de artilharia, quando sempre
Revista Virtual Direito Brasil – Volume 12
presente estava o medo de ser estraçalhado pelos estipela concussão de seu arrebentamento ou, pior ainda, soterrado. Grande número dos listados como desaparecidos está nesse caso. Mais angustiante ainda era a hora da verdade, anunciada pelo comando ajustado, baioneta calada, o soldado transpõe o parapeito da trincheira e, seguindo seu comandante, se lança em direção à do inimigo, sob o fogo de canhões, metralhadoras e granadas de mão, até o assalto final. Então, é a hora da faca e da pá de trincheira, de tudo o que possa matar, ferir, eliminar o inimigo. (ARARIPE; MAGNOLI, 2006, p. 335 e 336).
O alistamento militar era obrigatório à toda população masculina, que formava
exércitos enormes e batalhava nas trinchei
necessária uma grande mobilização econ
bélica.
A guerra rumava ao seu fim no momento em que os Estados Unidos da América
entraram no combate, apoiando
submarina e torpediaram nav
principais fornecedores da Inglaterra. Assim, a perda humana e material dos Estados Unidos,
bem como a simpatia com a Tríplice Entente, agora chamados de Aliados, com o ingresso da
Itália em 1915, forçou-os a ingressar na guerra em desfavor da Alemanha.
O acontecimento que por fim fez pender a balança em favor da vitória da Entente foi a declaração de guerra dos EstadA causa direta da participação americana na I Guerra Mundial foi a guerra submarina dos alemães. Quando se tornou claro que a guerra seria de atrito, os alemães reconheceram que se não conseguissem quebraros mares, seriam derrotados. O resultado foi uma campanha de guerra submarina. (BURNS
Em outubro de 1918 os a
receio de que os Aliados invadissem sua pátria e destruíssem a reputação do Exército alemão,
Ludendorff queria um armistício imediato. [...] Em 11
assinava um armistício encerrando as hostilidades”.
No dia 8 de janeiro de 1919, o presidente
plano de paz conhecido como os “14 pontos”, em que propunha, dentre outras coisas, o fim da
guerra, sem vencedores; a devolução do território da Alsácia
fronteiras anteriores ao conflit
ainda, uma indenização por parte da Alemanha aos prejudicados pela guerra; o desarmamento
e a criação da Liga das Nações, com o propósito de zelar pela paz mundial após a guerra.
Os representantes dos Aliados, sem a presença dos
Versalhes, na França, para iniciarem a Conferência de Paz. Além dos “14 pontos”, outras Volume 12 – nº 1 - 2018
presente estava o medo de ser estraçalhado pelos estilhaços de uma granada, morto pela concussão de seu arrebentamento ou, pior ainda, soterrado. Grande número dos listados como desaparecidos está nesse caso. Mais angustiante ainda era a hora da verdade, anunciada pelo comando “over the top” (para cima!). Equipamento ajustado, baioneta calada, o soldado transpõe o parapeito da trincheira e, seguindo seu comandante, se lança em direção à do inimigo, sob o fogo de canhões, metralhadoras e granadas de mão, até o assalto final. Então, é a hora da faca e da pá de trincheira, de tudo o que possa matar, ferir, eliminar o inimigo. (ARARIPE; MAGNOLI, 2006, p. 335 e 336).
O alistamento militar era obrigatório à toda população masculina, que formava
enormes e batalhava nas trincheiras. Para que isso pudesse ocorrer com sucesso, foi
necessária uma grande mobilização econômica, convertendo a indústria europeia em indústria
A guerra rumava ao seu fim no momento em que os Estados Unidos da América
poiando a Tríplice Entente. Os alemães passaram à uma guerra
submarina e torpediaram navios inimigos, inclusive navios americanos, eis que eram os
principais fornecedores da Inglaterra. Assim, a perda humana e material dos Estados Unidos,
a Tríplice Entente, agora chamados de Aliados, com o ingresso da
ingressar na guerra em desfavor da Alemanha.
O acontecimento que por fim fez pender a balança em favor da vitória da Entente foi a declaração de guerra dos Estados Unidos à Alemanha, em 6 de abril de 1917. [...] A causa direta da participação americana na I Guerra Mundial foi a guerra submarina dos alemães. Quando se tornou claro que a guerra seria de atrito, os alemães reconheceram que se não conseguissem quebrar o controle da Entente sobre os mares, seriam derrotados. O resultado foi uma campanha de guerra submarina. (BURNS; LERNER; MEACHAM, 1999, p. 675 e 676).
Em outubro de 1918 os alemães desmoronaram. Perry (1999, p. 529) aponta que “Com
ados invadissem sua pátria e destruíssem a reputação do Exército alemão,
Ludendorff queria um armistício imediato. [...] Em 11 de novembro, a nova República a
assinava um armistício encerrando as hostilidades”.
janeiro de 1919, o presidente americano Woodrow Wilson, apresentou um
plano de paz conhecido como os “14 pontos”, em que propunha, dentre outras coisas, o fim da
guerra, sem vencedores; a devolução do território da Alsácia-Lorena à França e a volta das
fronteiras anteriores ao conflito, iniciado em 1914, com alguns ajustes. Foram propostos,
ainda, uma indenização por parte da Alemanha aos prejudicados pela guerra; o desarmamento
e a criação da Liga das Nações, com o propósito de zelar pela paz mundial após a guerra.
dos Aliados, sem a presença dos alemães, se reuniram no Palácio de
Versalhes, na França, para iniciarem a Conferência de Paz. Além dos “14 pontos”, outras
lhaços de uma granada, morto pela concussão de seu arrebentamento ou, pior ainda, soterrado. Grande número dos listados como desaparecidos está nesse caso. Mais angustiante ainda era a hora da
(para cima!). Equipamento ajustado, baioneta calada, o soldado transpõe o parapeito da trincheira e, seguindo seu comandante, se lança em direção à do inimigo, sob o fogo de canhões, metralhadoras e granadas de mão, até o assalto final. Então, é a hora da baioneta, da faca e da pá de trincheira, de tudo o que possa matar, ferir, eliminar o inimigo.
O alistamento militar era obrigatório à toda população masculina, que formava
ras. Para que isso pudesse ocorrer com sucesso, foi
uropeia em indústria
A guerra rumava ao seu fim no momento em que os Estados Unidos da América
lemães passaram à uma guerra
mericanos, eis que eram os
principais fornecedores da Inglaterra. Assim, a perda humana e material dos Estados Unidos,
a Tríplice Entente, agora chamados de Aliados, com o ingresso da
O acontecimento que por fim fez pender a balança em favor da vitória da Entente foi os Unidos à Alemanha, em 6 de abril de 1917. [...]
A causa direta da participação americana na I Guerra Mundial foi a guerra submarina dos alemães. Quando se tornou claro que a guerra seria de atrito, os
o controle da Entente sobre os mares, seriam derrotados. O resultado foi uma campanha de guerra submarina.
. Perry (1999, p. 529) aponta que “Com
ados invadissem sua pátria e destruíssem a reputação do Exército alemão,
de novembro, a nova República alemã
mericano Woodrow Wilson, apresentou um
plano de paz conhecido como os “14 pontos”, em que propunha, dentre outras coisas, o fim da
Lorena à França e a volta das
o, iniciado em 1914, com alguns ajustes. Foram propostos,
ainda, uma indenização por parte da Alemanha aos prejudicados pela guerra; o desarmamento
e a criação da Liga das Nações, com o propósito de zelar pela paz mundial após a guerra.
lemães, se reuniram no Palácio de
Versalhes, na França, para iniciarem a Conferência de Paz. Além dos “14 pontos”, outras
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exigências mais rígidas foram impostas à Alemanha, formando o Tratado de Versalhes ao
final de abril de 1919.
A Liga das Nações, apesar proposta por Wilson nos “14 pontos”, nascera
enfraquecida, pois, os Estados Unidos rejeitaram sua participação nela, tendo realizado
separadamente um acordo de paz com a Alemanha.
A guerra demonstrara que uma vitória aliamericana. Mas em 1920, o Senado dos Estados Unidos, irritado porque Wilson não tinha levado com ele republicanos para Paris, e temendo que os membros da Sociedade das Nações envolvessem a América em futuras guerras, recuratificar o Tratado de Versalhes. (PERRY, 1999, p. 536).
A Primeira Guerra Mundial teve como resultado muitas vidas ceifadas ainda na
juventude.
As baixas astronômicas tiveram um efeito morte indiscriminada, pareciam ser componentes naturais e aceitáveis da existência humana. (PERRY, 1999, p. 536).
Milhares de soldados e combatentes morreram defendendo seus países, assim com
civis faleceram acreditando nas propagandas de guerra apresentadas por seus governantes.
4.2 Segunda Guerra Mundial
A Segunda Guerra Mundial pode ser considerada um grande efeito da Primeira Guerra
Mundial. Após a Grande Guerra, muitos problemas não for
que tange à busca de um espaço econômico pela Alemanha.
A Liga das Nações não conseguira cumprir seu papel e acabou ultrapassada pela
corrida militarista das nações inconformadas com a política e o militarismo exercidos pe
vencedores da Primeira Guerra Mundial. Além das questões mal resolvidas pelos tratados de
paz pós-guerra, o desenvolvimento industrial e
Mundial acontecesse, como se fosse uma continuação da Primeira.
Os conflitos foram estabelecidos entre dois grupos, os Aliados, compostos pelos
Estados Unidos da América, Inglaterra, França e União Soviética; e o Eixo, composto pela
Alemanha, Itália e Japão. Os confrontos desta nova guerra ocorreram na Europa, Norte da
África e países do Oceano Pacífico.
Volume 12 – nº 1 - 2018
exigências mais rígidas foram impostas à Alemanha, formando o Tratado de Versalhes ao
A Liga das Nações, apesar proposta por Wilson nos “14 pontos”, nascera
enfraquecida, pois, os Estados Unidos rejeitaram sua participação nela, tendo realizado
separadamente um acordo de paz com a Alemanha.
A guerra demonstrara que uma vitória aliada dependera da intervenção norteamericana. Mas em 1920, o Senado dos Estados Unidos, irritado porque Wilson não tinha levado com ele republicanos para Paris, e temendo que os membros da Sociedade das Nações envolvessem a América em futuras guerras, recuratificar o Tratado de Versalhes. (PERRY, 1999, p. 536).
A Primeira Guerra Mundial teve como resultado muitas vidas ceifadas ainda na
As baixas astronômicas – cerca de 10 milhões de mortos e 21 milhões de feridos tiveram um efeito brutalizante. A violência, a crueldade, o sofrimento, e mesmo a morte indiscriminada, pareciam ser componentes naturais e aceitáveis da existência humana. (PERRY, 1999, p. 536).
Milhares de soldados e combatentes morreram defendendo seus países, assim com
civis faleceram acreditando nas propagandas de guerra apresentadas por seus governantes.
2 Segunda Guerra Mundial
A Segunda Guerra Mundial pode ser considerada um grande efeito da Primeira Guerra
Mundial. Após a Grande Guerra, muitos problemas não foram resolvidos, principalmente no
que tange à busca de um espaço econômico pela Alemanha.
A Liga das Nações não conseguira cumprir seu papel e acabou ultrapassada pela
corrida militarista das nações inconformadas com a política e o militarismo exercidos pe
vencedores da Primeira Guerra Mundial. Além das questões mal resolvidas pelos tratados de
, o desenvolvimento industrial europeu colaborou para que a Segunda Guerra
Mundial acontecesse, como se fosse uma continuação da Primeira.
tos foram estabelecidos entre dois grupos, os Aliados, compostos pelos
Estados Unidos da América, Inglaterra, França e União Soviética; e o Eixo, composto pela
Alemanha, Itália e Japão. Os confrontos desta nova guerra ocorreram na Europa, Norte da
países do Oceano Pacífico.
exigências mais rígidas foram impostas à Alemanha, formando o Tratado de Versalhes ao
A Liga das Nações, apesar proposta por Wilson nos “14 pontos”, nascera
enfraquecida, pois, os Estados Unidos rejeitaram sua participação nela, tendo realizado
ada dependera da intervenção norte-americana. Mas em 1920, o Senado dos Estados Unidos, irritado porque Wilson não tinha levado com ele republicanos para Paris, e temendo que os membros da Sociedade das Nações envolvessem a América em futuras guerras, recusou-se a
A Primeira Guerra Mundial teve como resultado muitas vidas ceifadas ainda na
cerca de 10 milhões de mortos e 21 milhões de feridos – brutalizante. A violência, a crueldade, o sofrimento, e mesmo a
morte indiscriminada, pareciam ser componentes naturais e aceitáveis da existência
Milhares de soldados e combatentes morreram defendendo seus países, assim como
civis faleceram acreditando nas propagandas de guerra apresentadas por seus governantes.
A Segunda Guerra Mundial pode ser considerada um grande efeito da Primeira Guerra
am resolvidos, principalmente no
A Liga das Nações não conseguira cumprir seu papel e acabou ultrapassada pela
corrida militarista das nações inconformadas com a política e o militarismo exercidos pelos
vencedores da Primeira Guerra Mundial. Além das questões mal resolvidas pelos tratados de
uropeu colaborou para que a Segunda Guerra
tos foram estabelecidos entre dois grupos, os Aliados, compostos pelos
Estados Unidos da América, Inglaterra, França e União Soviética; e o Eixo, composto pela
Alemanha, Itália e Japão. Os confrontos desta nova guerra ocorreram na Europa, Norte da
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Outro fator importante para o início da Segunda Guerra Mundial foram os movimentos
nacionalistas que surgiram após 1919. O Fascismo, na Itália, liderado por Benito Mussolini,
antigo socialista veterano da Grande Guerra, contrari
Benito Mussolini (1883explorou a insatisfação, na Itália do pós1919, organizou o partido Fascista, que atraiu adepdesiludidos e os desajustados. [...] Veteranos da guerra ingressaram no movimento fascista para fugir à monotonia e ociosidade da vida civil. [...] Seu nacionalismo, ativismo e anticomunismo gradualmente foram seduzindo os elede poder: capitalistas, aristocratas, oficiais do exército, a família real, a Igreja. Considerando o liberalismo como falido e o governo parlamentar como inútil, muitas dessas pessoas ansiavam por uma ditadura militar. (PERRY, 1999, p. 569).
Na Alemanha, o movimento nacionalista que surgira fora o Nazismo, liderado por
Adolf Hitler. As consequências da Primeira Guerra, a insatisfação com o Tratado de
Versalhes e com a República de Weimar e a vinda da Grande Depressão causada pela
de 1929, causaram à população
Adolf Hitler, em 1919, ingressara em um partido político de extrema direita do qual
em pouco tempo tornou-se líder, mudando o nome para Partido Nacional Socialista d
Trabalhadores Alemães, vulgarmente conhecido por Partido Nazista. Em 30 de janeiro de
1933 assumiu o cargo de chanceler da Alemanha e em março do mesmo ano forçou a
aprovação de uma lei que lhe permitia legislar independentemente do parlamento, ilimitan
seus poderes como ditador.
O Nazismo pregava
antimarxismo. Em sua obra, Perry (1999, p. 577) pontua que “Tudo o que Hitler desprezava
liberalismo, intelectualismo, pacifismo, parlamentarismo, int
moderna e individualismo –
como uma explicação satisfatória à população para toda a miséria, como se os Judeus fossem
os culpados por todos os problemas a
Contrariando estes movimentos, na Rússia, vigorava o Bolchevismo, também
conhecido como Comunismo, liderado inicialmente por Lenin.
A filosofia do bolchevismo, hoje conhecido mais comumente como comunismo, foi desenvolvida durante esses anos, sobretudo pocorpo teórico, mas uma interpretação estrita das obras de Marx. [...] Marx afirmava que uma fase capitalista devia preparar o caminho para o socialismo; Lenin negava que isso fosse necessário e insistia em que a Rússia poeconomia feudal para uma economia socialista (BURNS1999, p. 694).
Volume 12 – nº 1 - 2018
Outro fator importante para o início da Segunda Guerra Mundial foram os movimentos
nacionalistas que surgiram após 1919. O Fascismo, na Itália, liderado por Benito Mussolini,
antigo socialista veterano da Grande Guerra, contrariava o regime liberal exercido no país.
Benito Mussolini (1883-1945), antigo socialista e veterano da I Guerra Mundial, explorou a insatisfação, na Itália do pós-guerra para obter o controle do Estado. Em 1919, organizou o partido Fascista, que atraiu adeptos entre os descontentes, os desiludidos e os desajustados. [...] Veteranos da guerra ingressaram no movimento fascista para fugir à monotonia e ociosidade da vida civil. [...] Seu nacionalismo, ativismo e anticomunismo gradualmente foram seduzindo os elede poder: capitalistas, aristocratas, oficiais do exército, a família real, a Igreja. Considerando o liberalismo como falido e o governo parlamentar como inútil, muitas dessas pessoas ansiavam por uma ditadura militar. (PERRY, 1999, p.
Na Alemanha, o movimento nacionalista que surgira fora o Nazismo, liderado por
Adolf Hitler. As consequências da Primeira Guerra, a insatisfação com o Tratado de
Versalhes e com a República de Weimar e a vinda da Grande Depressão causada pela
de 1929, causaram à população alemã ansiedade por uma mudança drástica no governo.
Adolf Hitler, em 1919, ingressara em um partido político de extrema direita do qual
se líder, mudando o nome para Partido Nacional Socialista d
Trabalhadores Alemães, vulgarmente conhecido por Partido Nazista. Em 30 de janeiro de
1933 assumiu o cargo de chanceler da Alemanha e em março do mesmo ano forçou a
aprovação de uma lei que lhe permitia legislar independentemente do parlamento, ilimitan
O Nazismo pregava principalmente o antissemitismo, a antidemocrática
antimarxismo. Em sua obra, Perry (1999, p. 577) pontua que “Tudo o que Hitler desprezava
liberalismo, intelectualismo, pacifismo, parlamentarismo, internacionalismo, marxismo, arte
ele atribuía aos judeus”. O Führer utilizava o
como uma explicação satisfatória à população para toda a miséria, como se os Judeus fossem
todos os problemas alemães.
Contrariando estes movimentos, na Rússia, vigorava o Bolchevismo, também
conhecido como Comunismo, liderado inicialmente por Lenin.
A filosofia do bolchevismo, hoje conhecido mais comumente como comunismo, foi desenvolvida durante esses anos, sobretudo por Lenin. Não pretendia ser um novo corpo teórico, mas uma interpretação estrita das obras de Marx. [...] Marx afirmava que uma fase capitalista devia preparar o caminho para o socialismo; Lenin negava que isso fosse necessário e insistia em que a Rússia podia saltar diretamente de uma economia feudal para uma economia socialista (BURNS; LERNER; MEACHAM1999, p. 694).
Outro fator importante para o início da Segunda Guerra Mundial foram os movimentos
nacionalistas que surgiram após 1919. O Fascismo, na Itália, liderado por Benito Mussolini,
ava o regime liberal exercido no país.
1945), antigo socialista e veterano da I Guerra Mundial, guerra para obter o controle do Estado. Em
tos entre os descontentes, os desiludidos e os desajustados. [...] Veteranos da guerra ingressaram no movimento fascista para fugir à monotonia e ociosidade da vida civil. [...] Seu nacionalismo, ativismo e anticomunismo gradualmente foram seduzindo os elementos da estrutura de poder: capitalistas, aristocratas, oficiais do exército, a família real, a Igreja. Considerando o liberalismo como falido e o governo parlamentar como inútil, muitas dessas pessoas ansiavam por uma ditadura militar. (PERRY, 1999, p. 568 e
Na Alemanha, o movimento nacionalista que surgira fora o Nazismo, liderado por
Adolf Hitler. As consequências da Primeira Guerra, a insatisfação com o Tratado de
Versalhes e com a República de Weimar e a vinda da Grande Depressão causada pela Crise
lemã ansiedade por uma mudança drástica no governo.
Adolf Hitler, em 1919, ingressara em um partido político de extrema direita do qual
se líder, mudando o nome para Partido Nacional Socialista dos
Trabalhadores Alemães, vulgarmente conhecido por Partido Nazista. Em 30 de janeiro de
1933 assumiu o cargo de chanceler da Alemanha e em março do mesmo ano forçou a
aprovação de uma lei que lhe permitia legislar independentemente do parlamento, ilimitando
antidemocrática e o
antimarxismo. Em sua obra, Perry (1999, p. 577) pontua que “Tudo o que Hitler desprezava –
ernacionalismo, marxismo, arte
aos judeus”. O Führer utilizava o antissemitismo
como uma explicação satisfatória à população para toda a miséria, como se os Judeus fossem
Contrariando estes movimentos, na Rússia, vigorava o Bolchevismo, também
A filosofia do bolchevismo, hoje conhecido mais comumente como comunismo, foi r Lenin. Não pretendia ser um novo
corpo teórico, mas uma interpretação estrita das obras de Marx. [...] Marx afirmava que uma fase capitalista devia preparar o caminho para o socialismo; Lenin negava
dia saltar diretamente de uma ; LERNER; MEACHAM,
Revista Virtual Direito Brasil – Volume 12
Lenin é sucedido por Joseph Stalin, que
antecessor. Stalin tomou medidas para industrializar a ago
Repúblicas Socialistas Soviéticas, URSS, reavivou o militarismo e o nacionalismo, dobrando
seu exército de tamanho e adotando a política de cooperação das potências europeias
ocidentais. Assim, em 1934 entrou na Liga das Nações e se
Em 1939, Stalin aboliu a manufatura e o comércio privados, tornou as fábricas e
serviços de utilidade pública propriedade exclusiva do Estado, socializou a agricultura e
proibiu a religião, exigindo que os membros do Partido Comun
Primeiramente, em 22 de maio de 1939, Hitler uniu
pacto em que prometiam ajuda mútua em caso de guerra. Em seguida, em 23 de agosto de
1939, assinou um pacto de não
com a URSS, impediu-a de se aliar novamente com a França e a Inglaterra, favorecendo a
invasão Alemã da Polônia em 1º de setembro de 1939. Com a invasão, a Inglaterra e a França
declararam guerra à Alemanha em 03 de setembro do mesmo ano.
Em 09 de abril, os Nazistas invadiram a Dinamarca e a Noruega, iniciando a
“Blitzkrieg”, guerra-relâmpago, estratégia que lhes fez vencer os poloneses, dominar os
franceses, dinamarqueses, belgas, holandeses e noruegueses. Ao invadirem a França, os
alemães passaram a bombardear os Ingleses, que responderam aos ataques por meio de sua
força aérea, que enfrentou os nazistas e impediu que tomassem a Inglaterra.
Além dos combates entre os países do Eixo e os Aliados, havia, ainda, uma outra
batalha travada entre os Nazistas e os Judeus, ciganos, homossexuais e outros perseguidos por
Hitler, nos campos de concentração.
Quando os exércitos Aliados abriram os campos de concentração na Alemanha e nos países ocupados, encontraram os remanescentes famintos, doentesum total de seis milhões de prisioneiros, aqueles que haviam conseguido sobreviver à medonha experiência das perseguições nazistas. A maioria dos homens, mulheres e crianças que haviam sido aprisionados, torturados e mortos eram judeus,poloneses, russos, ciganos, homossexuais e outros “traidores” do Reich também tivessem sido encarcerados, utilizados em trabalhos forçados e mortos (BLERNER; MEACHAM
O grande erro alemão cometido na Segunda Guerra Mundial
determinou um ataque à União Soviética, rompendo o acordo que fez anteriormente com
Stalin. Apesar de terem chegado próximo a Moscou, a ba
alemães a se renderem e voltarem para a Alemanha.
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Lenin é sucedido por Joseph Stalin, que possuía algumas ideias diferentes de seu
antecessor. Stalin tomou medidas para industrializar a agora chamada de União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas, URSS, reavivou o militarismo e o nacionalismo, dobrando
seu exército de tamanho e adotando a política de cooperação das potências europeias
ocidentais. Assim, em 1934 entrou na Liga das Nações e se aliou à França em 1935.
Em 1939, Stalin aboliu a manufatura e o comércio privados, tornou as fábricas e
serviços de utilidade pública propriedade exclusiva do Estado, socializou a agricultura e
proibiu a religião, exigindo que os membros do Partido Comunista fossem ateus.
Primeiramente, em 22 de maio de 1939, Hitler uniu-se à Mussolini, celebrando um
pacto em que prometiam ajuda mútua em caso de guerra. Em seguida, em 23 de agosto de
1939, assinou um pacto de não-agressão com a União Soviética. A assinatura deste acordo
de se aliar novamente com a França e a Inglaterra, favorecendo a
invasão Alemã da Polônia em 1º de setembro de 1939. Com a invasão, a Inglaterra e a França
declararam guerra à Alemanha em 03 de setembro do mesmo ano.
Em 09 de abril, os Nazistas invadiram a Dinamarca e a Noruega, iniciando a
relâmpago, estratégia que lhes fez vencer os poloneses, dominar os
franceses, dinamarqueses, belgas, holandeses e noruegueses. Ao invadirem a França, os
s passaram a bombardear os Ingleses, que responderam aos ataques por meio de sua
força aérea, que enfrentou os nazistas e impediu que tomassem a Inglaterra.
Além dos combates entre os países do Eixo e os Aliados, havia, ainda, uma outra
tre os Nazistas e os Judeus, ciganos, homossexuais e outros perseguidos por
Hitler, nos campos de concentração.
Quando os exércitos Aliados abriram os campos de concentração na Alemanha e nos países ocupados, encontraram os remanescentes famintos, doentesum total de seis milhões de prisioneiros, aqueles que haviam conseguido sobreviver à medonha experiência das perseguições nazistas. A maioria dos homens, mulheres e crianças que haviam sido aprisionados, torturados e mortos eram judeus,poloneses, russos, ciganos, homossexuais e outros “traidores” do Reich também tivessem sido encarcerados, utilizados em trabalhos forçados e mortos (BLERNER; MEACHAM, 1999, p. 727).
lemão cometido na Segunda Guerra Mundial ocorreu quando Hitler
determinou um ataque à União Soviética, rompendo o acordo que fez anteriormente com
Stalin. Apesar de terem chegado próximo a Moscou, a batalha em Stalingrado forçou os
lemães a se renderem e voltarem para a Alemanha.
algumas ideias diferentes de seu
ra chamada de União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas, URSS, reavivou o militarismo e o nacionalismo, dobrando
seu exército de tamanho e adotando a política de cooperação das potências europeias
aliou à França em 1935.
Em 1939, Stalin aboliu a manufatura e o comércio privados, tornou as fábricas e
serviços de utilidade pública propriedade exclusiva do Estado, socializou a agricultura e
ista fossem ateus.
se à Mussolini, celebrando um
pacto em que prometiam ajuda mútua em caso de guerra. Em seguida, em 23 de agosto de
ura deste acordo
de se aliar novamente com a França e a Inglaterra, favorecendo a
invasão Alemã da Polônia em 1º de setembro de 1939. Com a invasão, a Inglaterra e a França
Em 09 de abril, os Nazistas invadiram a Dinamarca e a Noruega, iniciando a
relâmpago, estratégia que lhes fez vencer os poloneses, dominar os
franceses, dinamarqueses, belgas, holandeses e noruegueses. Ao invadirem a França, os
s passaram a bombardear os Ingleses, que responderam aos ataques por meio de sua
Além dos combates entre os países do Eixo e os Aliados, havia, ainda, uma outra
tre os Nazistas e os Judeus, ciganos, homossexuais e outros perseguidos por
Quando os exércitos Aliados abriram os campos de concentração na Alemanha e nos países ocupados, encontraram os remanescentes famintos, doentes e brutalizados, de um total de seis milhões de prisioneiros, aqueles que haviam conseguido sobreviver à medonha experiência das perseguições nazistas. A maioria dos homens, mulheres e crianças que haviam sido aprisionados, torturados e mortos eram judeus, ainda que poloneses, russos, ciganos, homossexuais e outros “traidores” do Reich também tivessem sido encarcerados, utilizados em trabalhos forçados e mortos (BURNS;
ocorreu quando Hitler
determinou um ataque à União Soviética, rompendo o acordo que fez anteriormente com
talha em Stalingrado forçou os
Revista Virtual Direito Brasil – Volume 12
Os Estados Unidos chegaram à França, o que fez com que os
exército em duas frentes, mantendo uma na França e outra em Stalingrado. Junto aos Ingleses
os americanos combateram os invasores
conhecida como o “Dia D”. Apesar do combate do “Dia D”, a verdadeira derrota da
Alemanha se deu na invasão à União Soviética, que foi a responsável
exército alemão.
O Japão, por sua vez, que havia invadido a base naval
Havaí, entrou em combate com os Estados Unidos em 1941, resistindo à Guerra. Porém, nos
dias 06 e 09 de agosto de 1945, os a
cidade de Hiroshima e outra em Nagasaki, finalmente derrotando
A Segunda Guerra Mundial terminou em 1945, com a derrota do Eixo e um armistí
fora assinado no mesmo ano.
40 milhões de mortos. Dezenas de milhões de feridos e mutilados. Milhões de civis e prisioneiros foram exterminados em campos de covítimas das tiranias. 150 milhões de europeus ficaram sem abrigo. Fome, inflaçcaos. Vastos territórios da Europa e da Ásia foram inteiramente arrasados. Custo total da Segunda Guerra Mundial: 1.400.000.000.000 de dólares (mil bilhões de dólares). (BECKER, 1968
Esta grande carnificina foi responsável pela morte de milhões de pessoas, pela
destruição de vários países e pela criação de um trauma nos que dela participaram que jamais
será esquecido.
4.3 Carta das Nações Unidas de 1945
As revoluções, combates e guerras ocorridas no mundo ao longo dos anos fizeram
com que as pessoas passassem a se preocupar mais efetivamente com a proteção dos Direitos
Humanos, os direitos inerentes às pessoas.
O modernoguerra. Seu desenvolvimento pode ser atribuído às monstruosas violações de direitos humanos da era Hitler e à crença de que parte destas violações poderiam ser prevenidas se um efetivo sistemexistisse. (BUERGENTHAL, 1982 apud PIOVESAN, 2013, p. 189).
Após as tentativas frustradas de se criar um órgão internacional para a proteção dos
direitos do homem, antes mesmo que a Segunda Guerra Mu
pensavam em criar uma Organização Internacional Geral, o que colaborou para realização da
Volume 12 – nº 1 - 2018
idos chegaram à França, o que fez com que os alemães dividissem seu
exército em duas frentes, mantendo uma na França e outra em Stalingrado. Junto aos Ingleses
mericanos combateram os invasores alemães no território francês. Esta batalha ficou
conhecida como o “Dia D”. Apesar do combate do “Dia D”, a verdadeira derrota da
Alemanha se deu na invasão à União Soviética, que foi a responsável pela grande baixa no
O Japão, por sua vez, que havia invadido a base naval americana “Pea
Havaí, entrou em combate com os Estados Unidos em 1941, resistindo à Guerra. Porém, nos
06 e 09 de agosto de 1945, os americanos lançaram duas bombas atômicas, sendo uma na
cidade de Hiroshima e outra em Nagasaki, finalmente derrotando os Japoneses.
A Segunda Guerra Mundial terminou em 1945, com a derrota do Eixo e um armistí
40 milhões de mortos. Dezenas de milhões de feridos e mutilados. Milhões de civis e prisioneiros foram exterminados em campos de concentração. Milhões foram vítimas das tiranias. 150 milhões de europeus ficaram sem abrigo. Fome, inflaçcaos. Vastos territórios da Europa e da Ásia foram inteiramente arrasados. Custo total da Segunda Guerra Mundial: 1.400.000.000.000 de dólares (mil
hões de dólares). (BECKER, 1968, p. 526).
Esta grande carnificina foi responsável pela morte de milhões de pessoas, pela
destruição de vários países e pela criação de um trauma nos que dela participaram que jamais
nidas de 1945
As revoluções, combates e guerras ocorridas no mundo ao longo dos anos fizeram
com que as pessoas passassem a se preocupar mais efetivamente com a proteção dos Direitos
Humanos, os direitos inerentes às pessoas.
O moderno Direito Internacional dos Direitos Humanos é um fenômeno do pósguerra. Seu desenvolvimento pode ser atribuído às monstruosas violações de direitos humanos da era Hitler e à crença de que parte destas violações poderiam ser prevenidas se um efetivo sistema de proteção internacional de direitos humanos existisse. (BUERGENTHAL, 1982 apud PIOVESAN, 2013, p. 189).
Após as tentativas frustradas de se criar um órgão internacional para a proteção dos
ntes mesmo que a Segunda Guerra Mundial se findasse, as nações
pensavam em criar uma Organização Internacional Geral, o que colaborou para realização da
lemães dividissem seu
exército em duas frentes, mantendo uma na França e outra em Stalingrado. Junto aos Ingleses
rancês. Esta batalha ficou
conhecida como o “Dia D”. Apesar do combate do “Dia D”, a verdadeira derrota da
pela grande baixa no
mericana “Pearl Harbor”, no
Havaí, entrou em combate com os Estados Unidos em 1941, resistindo à Guerra. Porém, nos
mericanos lançaram duas bombas atômicas, sendo uma na
os Japoneses.
A Segunda Guerra Mundial terminou em 1945, com a derrota do Eixo e um armistício
40 milhões de mortos. Dezenas de milhões de feridos e mutilados. Milhões de civis ncentração. Milhões foram
vítimas das tiranias. 150 milhões de europeus ficaram sem abrigo. Fome, inflação, caos. Vastos territórios da Europa e da Ásia foram inteiramente arrasados. Custo total da Segunda Guerra Mundial: 1.400.000.000.000 de dólares (mil e quatrocentos
Esta grande carnificina foi responsável pela morte de milhões de pessoas, pela
destruição de vários países e pela criação de um trauma nos que dela participaram que jamais
As revoluções, combates e guerras ocorridas no mundo ao longo dos anos fizeram
com que as pessoas passassem a se preocupar mais efetivamente com a proteção dos Direitos
Direito Internacional dos Direitos Humanos é um fenômeno do pós-guerra. Seu desenvolvimento pode ser atribuído às monstruosas violações de direitos humanos da era Hitler e à crença de que parte destas violações poderiam ser
a de proteção internacional de direitos humanos existisse. (BUERGENTHAL, 1982 apud PIOVESAN, 2013, p. 189).
Após as tentativas frustradas de se criar um órgão internacional para a proteção dos
e findasse, as nações
pensavam em criar uma Organização Internacional Geral, o que colaborou para realização da
Revista Virtual Direito Brasil – Volume 12
Carta das Nações Unidas, que fora assinada em 26 de junho de 1945 junto ao Estatuto da
Corte Internacional de Justiça, na Califórnia.
[...] em 24 de outubro de 1945 que as Nações Unidas efetivamente se constituíram, quando entrou em vigor internacional a carta constitutiva da organização (Carta da ONU), tendo a Assembleiatratado-fundação da Oinicialmente por 51 Estadosa Organização das Nações Unidas uma entidade seus atos unilaterais (decisões, resoluções etc.) não integram imediatamente os ordenamentos internos dos seus Estadosdomésticas com eles incompatíveis. (MAZZUOLI, 2014, p. 671).
Accioly; Silva; Casella (2011, p. 436
propósitos da criação das Nações Unidas:
A Organização das Nações Unidas (ONU) é, no dizer da própria Carta, associação de Estados reunidos com os propósitos declarados de ‘manter a pinternacionais’, ‘desenvolver relações amistosas entre as nações, baseadas no respeito ao princípio de igualdade de direitos e de autodeterminação dos povos’, ‘conseguir uma cooperação internacional para resolver os problemas internacionaieconômico, social, cultural ou humanitário e para promover e estimular o respeito aos direitos humanos e as liberdades fundamentais para todos’ e ‘ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações para a consecução desses objetivos’.
Dentre os principais órgãos da ONU há a Assembleia Geral e o Conselho de
Segurança. Segundo Accioly; Silva; Casella (2011, p. 438), “A Assembleia Geral das Nações
Unidas é composta de todos os membros da organização, cabendo a cada estado
apenas um voto. Cada estado pode fazer
É a Assembleia Geral o órgão principal das Nações Unidas e o único composto por representantes de todos os Estadospor Estado. Ecompetência para discutir e fazer recomendações relativamente a qualquer matéria que for objeto da Carta ou se relacionarem com as atribuições e funções de qualquer órgão nela previsto
O Conselho de Segurança, segundo Mazzuoli (2014, p. 676) “É o órgão das Nações
Unidas que tem como principal atribuição a ‘manutenção da paz e segurança internacionais’
(art. 24, § 1º), sendo atualmente considerado [...] com
Criado para ser o órgão principal das Nações Unidas, compunhaonze membros, sendo cinco Reino Unido e URSS) e seis eleitos pela Assembleia Geral para um prazo de dois anos e sem faculdade de reeleição para o período imediato. Em 1963, contudo, a composição do Conselho de Segurança foi modificada e passou a ter dez membros
Volume 12 – nº 1 - 2018
Carta das Nações Unidas, que fora assinada em 26 de junho de 1945 junto ao Estatuto da
Corte Internacional de Justiça, na Califórnia.
24 de outubro de 1945 que as Nações Unidas efetivamente se constituíram, quando entrou em vigor internacional a carta constitutiva da organização (Carta da ONU), tendo a Assembleia-Geral deliberado estabelecer sua sede em Nova York. O
fundação da ONU, que é a carta orgânica da instituição, foi firmado inicialmente por 51 Estados-membros. [...] É fora de propósito, entretanto, considerar a Organização das Nações Unidas uma entidade supranacional [...] uma vez que os seus atos unilaterais (decisões, resoluções etc.) não integram imediatamente os ordenamentos internos dos seus Estados-partes, não revogando, ipso jure
domésticas com eles incompatíveis. (MAZZUOLI, 2014, p. 671).
Silva; Casella (2011, p. 436, grifo do autor) descrevem em sua obra os
propósitos da criação das Nações Unidas:
A Organização das Nações Unidas (ONU) é, no dizer da própria Carta, associação de Estados reunidos com os propósitos declarados de ‘manter a pinternacionais’, ‘desenvolver relações amistosas entre as nações, baseadas no respeito ao princípio de igualdade de direitos e de autodeterminação dos povos’, ‘conseguir uma cooperação internacional para resolver os problemas internacionaieconômico, social, cultural ou humanitário e para promover e estimular o respeito aos direitos humanos e as liberdades fundamentais para todos’ e ‘ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações para a consecução desses objetivos’.
Dentre os principais órgãos da ONU há a Assembleia Geral e o Conselho de
Segurança. Segundo Accioly; Silva; Casella (2011, p. 438), “A Assembleia Geral das Nações
Unidas é composta de todos os membros da organização, cabendo a cada estado
voto. Cada estado pode fazer-se representar no máximo por cinco representantes”.
É a Assembleia Geral o órgão principal das Nações Unidas e o único composto por representantes de todos os Estados-membros, com um máximo de 5 (cinco) delegados por Estado. Ela – que representa o maior foro de discussões que se tem notícia competência para discutir e fazer recomendações relativamente a qualquer matéria que for objeto da Carta ou se relacionarem com as atribuições e funções de qualquer órgão nela previstos”. (MAZZUOLI, 2014, p. 675).
O Conselho de Segurança, segundo Mazzuoli (2014, p. 676) “É o órgão das Nações
Unidas que tem como principal atribuição a ‘manutenção da paz e segurança internacionais’
(art. 24, § 1º), sendo atualmente considerado [...] como órgão primordial da organização”.
Criado para ser o órgão principal das Nações Unidas, compunhaonze membros, sendo cinco permanentes (China, Estados Unidos da Reino Unido e URSS) e seis eleitos pela Assembleia Geral para um prazo de dois anos e sem faculdade de reeleição para o período imediato. Em 1963, contudo, a composição do Conselho de Segurança foi modificada e passou a ter dez membros
Carta das Nações Unidas, que fora assinada em 26 de junho de 1945 junto ao Estatuto da
24 de outubro de 1945 que as Nações Unidas efetivamente se constituíram, quando entrou em vigor internacional a carta constitutiva da organização (Carta da
Geral deliberado estabelecer sua sede em Nova York. O NU, que é a carta orgânica da instituição, foi firmado
membros. [...] É fora de propósito, entretanto, considerar [...] uma vez que os
seus atos unilaterais (decisões, resoluções etc.) não integram imediatamente os ipso jure, as normas
) descrevem em sua obra os
A Organização das Nações Unidas (ONU) é, no dizer da própria Carta, associação de Estados reunidos com os propósitos declarados de ‘manter a paz e a segurança internacionais’, ‘desenvolver relações amistosas entre as nações, baseadas no respeito ao princípio de igualdade de direitos e de autodeterminação dos povos’, ‘conseguir uma cooperação internacional para resolver os problemas internacionais de caráter econômico, social, cultural ou humanitário e para promover e estimular o respeito aos direitos humanos e as liberdades fundamentais para todos’ e ‘ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações para a consecução desses objetivos’.
Dentre os principais órgãos da ONU há a Assembleia Geral e o Conselho de
Segurança. Segundo Accioly; Silva; Casella (2011, p. 438), “A Assembleia Geral das Nações
Unidas é composta de todos os membros da organização, cabendo a cada estado-membro
se representar no máximo por cinco representantes”.
É a Assembleia Geral o órgão principal das Nações Unidas e o único composto por membros, com um máximo de 5 (cinco) delegados
que representa o maior foro de discussões que se tem notícia – tem competência para discutir e fazer recomendações relativamente a qualquer matéria que for objeto da Carta ou se relacionarem com as atribuições e funções de qualquer órgão
O Conselho de Segurança, segundo Mazzuoli (2014, p. 676) “É o órgão das Nações
Unidas que tem como principal atribuição a ‘manutenção da paz e segurança internacionais’
o órgão primordial da organização”.
Criado para ser o órgão principal das Nações Unidas, compunha-se, incialmente, de (China, Estados Unidos da América, França,
Reino Unido e URSS) e seis eleitos pela Assembleia Geral para um prazo de dois anos e sem faculdade de reeleição para o período imediato. Em 1963, contudo, a composição do Conselho de Segurança foi modificada e passou a ter dez membros
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não permanConselho tem ali apenas um representante e apenas um voto. (CASELLA
Quanto ao poder decisivo do Conselho de Segurança, Mazzuoli (2014, p. 679) pontua
que:
“É o Conselho de Segurança da ONU [...] o único órgão das Nações Unidas com poder para tomar decisões têm de fielmente acatar e executar, nos termos do art. 25 da Carta. Friseas decisões do Conselho de Segurança são obrigatórias”.
No âmbito jurisdicional internacional,
importante órgão chamado “Corte Internacional de Justiça”. A CIJ foi criada em 1945 e se
assemelhou à Corte Permanente de Jus
Nações, sendo igualmente estabelecida no Palácio da Paz, em Haia, nos Países Baixos.
Accioly; Silva; Casella (2011
funcionamento da CIJ está pautada pe
e pelas chamadas Regras da Corte [...] espécie de código de processo”. Afirmam, ainda:
A Corte possui competência ampla, podendo apreciar qualquer tipo de demanda. No tocante às se a todas as questões que as partes lhe submetam, bem como a todos os assuntos previstos na Carta das Nações Unidas ou em tratados e convenções em vigor. No tocante a quem poderá postular peabrange apenas os estados, sejam ou não membros das Nações Unidas. Dessa forma, o locus standi
solicitar aos seus respectivos governos nome, suas demandas jurídicas”.
Com o advento da Organização das Nações Unidas e de seus órgãos especiais, em
pouco tempo após sua criação foram elaboradas normas para a regulamentação dos Direitos
Humanos Internacionais.
4.5 Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi um meio que as Nações Unidas
encontraram para proteger internacionalmente a dignidade humana, que fora
violada ao longo da história da humanidade, por meio de revoluções e guerras.
pensar não somente na proteção dos direitos do ser humano individualizado, parte de uma
nação, mas sim do ser humano como um todo, de toda a humanidade, de forma universal.
Volume 12 – nº 1 - 2018
não permanentes, além dos mesmos cinco membros permanentes. Cada membro de Conselho tem ali apenas um representante e apenas um voto. (ACCIOLY; SILVA; CASELLA, 2011, p. 439-440).
Quanto ao poder decisivo do Conselho de Segurança, Mazzuoli (2014, p. 679) pontua
“É o Conselho de Segurança da ONU [...] o único órgão das Nações Unidas com poder para tomar decisões mandatórias, as quais os demais membros da Organização têm de fielmente acatar e executar, nos termos do art. 25 da Carta. Frise
ões do Conselho de Segurança são obrigatórias”.
ito jurisdicional internacional, a Organização das Nações Unidas
importante órgão chamado “Corte Internacional de Justiça”. A CIJ foi criada em 1945 e se
assemelhou à Corte Permanente de Justiça Internacional pertencente à extinta Liga das
Nações, sendo igualmente estabelecida no Palácio da Paz, em Haia, nos Países Baixos.
Accioly; Silva; Casella (2011, p. 442, grifo do autor) apontam que “A base legal de
funcionamento da CIJ está pautada pelo Capítulo XIV da Carta da ONU, pelo Estatuto da CIJ
e pelas chamadas Regras da Corte [...] espécie de código de processo”. Afirmam, ainda:
A Corte possui competência ampla, podendo apreciar qualquer tipo de demanda. No tocante às matérias que poderá analisar (ratione materiae), sua competência
a todas as questões que as partes lhe submetam, bem como a todos os assuntos previstos na Carta das Nações Unidas ou em tratados e convenções em vigor. No tocante a quem poderá postular perante a Corte (ratione personae)
abrange apenas os estados, sejam ou não membros das Nações Unidas. Dessa forma, o locus standi está restrito a estados, devendo quaisquer pessoas jurídicas e físicas solicitar aos seus respectivos governos que levem ao conhecimentonome, suas demandas jurídicas”.
Com o advento da Organização das Nações Unidas e de seus órgãos especiais, em
pouco tempo após sua criação foram elaboradas normas para a regulamentação dos Direitos
Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi um meio que as Nações Unidas
proteger internacionalmente a dignidade humana, que fora
go da história da humanidade, por meio de revoluções e guerras.
sar não somente na proteção dos direitos do ser humano individualizado, parte de uma
nação, mas sim do ser humano como um todo, de toda a humanidade, de forma universal.
entes, além dos mesmos cinco membros permanentes. Cada membro de ACCIOLY; SILVA;
Quanto ao poder decisivo do Conselho de Segurança, Mazzuoli (2014, p. 679) pontua
“É o Conselho de Segurança da ONU [...] o único órgão das Nações Unidas com , as quais os demais membros da Organização
têm de fielmente acatar e executar, nos termos do art. 25 da Carta. Frise-se que todas
a Organização das Nações Unidas possui um
importante órgão chamado “Corte Internacional de Justiça”. A CIJ foi criada em 1945 e se
tiça Internacional pertencente à extinta Liga das
Nações, sendo igualmente estabelecida no Palácio da Paz, em Haia, nos Países Baixos.
) apontam que “A base legal de
lo Capítulo XIV da Carta da ONU, pelo Estatuto da CIJ
e pelas chamadas Regras da Corte [...] espécie de código de processo”. Afirmam, ainda:
A Corte possui competência ampla, podendo apreciar qualquer tipo de demanda. No , sua competência estende-
a todas as questões que as partes lhe submetam, bem como a todos os assuntos previstos na Carta das Nações Unidas ou em tratados e convenções em vigor. No
(ratione personae), sua competência abrange apenas os estados, sejam ou não membros das Nações Unidas. Dessa forma, o
está restrito a estados, devendo quaisquer pessoas jurídicas e físicas conhecimento da Corte, em seu
Com o advento da Organização das Nações Unidas e de seus órgãos especiais, em
pouco tempo após sua criação foram elaboradas normas para a regulamentação dos Direitos
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi um meio que as Nações Unidas
proteger internacionalmente a dignidade humana, que fora extremamente
go da história da humanidade, por meio de revoluções e guerras. Passa-se a
sar não somente na proteção dos direitos do ser humano individualizado, parte de uma
nação, mas sim do ser humano como um todo, de toda a humanidade, de forma universal.
Revista Virtual Direito Brasil – Volume 12
Conforme Piovesan (2013, p. 209), “A Declaração Universal dos Direitos Humanos
foi adotada em 10 de dezembro de 1948, pela aprovação
Assevera, ainda (2013, p. 217), que a Declaração buscava “promover o reconhecimento
universal dos direitos humanos e das liberdades fundamentais a que faz menção a Carta da
ONU”.
A Declaração Universal de 1948 foi delineada pela Carta das Nações Unidas e teve como uma de suas principais preocupações a positivação internacional dos direitos mínimos dos seres humanos, em complemento aos propósitos das Nações Unidas de proteção sexo, raça, língua e religião.humana, a Declaração Universal nasce como um código de conduta mundial para dizer a todo o planeta qser pessoa
ocasião e em qualquer circunstância.para a proteção dos direitos humanos em âmbito mundial, servindo como paradigma ético e suporte axiológico desses mesmos direitos. Assim, por ter afirmado o papel dos direitos humanos, pela primeira vez e em escala mundial, a Declaração de 1948 ‘pode ser internacional’.
Observa-se que as pessoas sempre buscaram conquistar e proteger seus direitos ao
longo da história e que isto ocorreu por meio de muita luta e muit
À luz de uma perspectiva histórica, observaentre o direito à liberdade e o direito à igualdade. No final do século XVIII, as Declarações de contratualista liberal, pela qual os direitos humanos se reduziam aos direitos à liberdade, segurança e propriedade, complementados pela resistência à opressão. O discurso liberal da cidadania nascia no seio do movimento pelo constitucda emergência do modelo de Estado Liberal, sob a influência das ideias de Locke, Montesquieu e Rousseau. [...] Nesse momento histórico, os direitos humanos surgem como reação e resposta aos excessos do regime absolutista, na tentativa de impor controle e limites à abusiva atuação do Estado. A solução era limitar e controlar o poder do Estado, que deveria se pautar na legalidade e respeitar os direitos fundamentais.liberdade,qualquer direito social, econômico e cultural que dependesse da intervenção do Estado. (PIOVESAN, 2013, p. 211
Ainda sobre a luta histórica pela positivação dos direitos h
Caminhando na históriaMundial, ao lado do discurso liberal da cidadania, fortalececidadania, e, sob as influências da concepção marxistaDeclaração dos Direitos do Povo Trabalhador e Explorado da então República Soviética Russa, em 1918. Do primado da liberdade se transita ao primado do valor da igualdade. O Estado passa a ser visto como agente de processos transformadores, e o direito à abstencom a emergência dos direitos à prestação social. [...] primou por conter um discurso
Volume 12 – nº 1 - 2018
Conforme Piovesan (2013, p. 209), “A Declaração Universal dos Direitos Humanos
otada em 10 de dezembro de 1948, pela aprovação de 48 Estados, com 8 abstenções
Assevera, ainda (2013, p. 217), que a Declaração buscava “promover o reconhecimento
universal dos direitos humanos e das liberdades fundamentais a que faz menção a Carta da
A Declaração Universal de 1948 foi delineada pela Carta das Nações Unidas e teve como uma de suas principais preocupações a positivação internacional dos direitos mínimos dos seres humanos, em complemento aos propósitos das Nações Unidas de
dos direitos humanos e liberdades fundamentais de todos, sem distinção de sexo, raça, língua e religião. [...] Tendo como fundamento a dignidade da pessoa
, a Declaração Universal nasce como um código de conduta mundial para dizer a todo o planeta que os direitos humanos são universais, bastando a condição de
pessoa para que se possa vindicar e exigir a proteção desses direitos, em qualquer ocasião e em qualquer circunstância. Consubstancia-se na busca de um padrão para a proteção dos direitos humanos em âmbito mundial, servindo como paradigma ético e suporte axiológico desses mesmos direitos. Assim, por ter afirmado o papel dos direitos humanos, pela primeira vez e em escala mundial, a Declaração de 1948 ‘pode ser considerada um evento inaugural de uma nova concepção da vida internacional’. (MAZZUOLI, 2014, p. 934-935).
se que as pessoas sempre buscaram conquistar e proteger seus direitos ao
longo da história e que isto ocorreu por meio de muita luta e muito sacrifício:
À luz de uma perspectiva histórica, observa-se que até então intensa era a dicotomia entre o direito à liberdade e o direito à igualdade. No final do século XVIII, as Declarações de Direitos, seja a Declaração Francesa de 1789 [...] consagravam a ótica contratualista liberal, pela qual os direitos humanos se reduziam aos direitos à liberdade, segurança e propriedade, complementados pela resistência à opressão. O discurso liberal da cidadania nascia no seio do movimento pelo constitucda emergência do modelo de Estado Liberal, sob a influência das ideias de Locke, Montesquieu e Rousseau. [...] Nesse momento histórico, os direitos humanos surgem como reação e resposta aos excessos do regime absolutista, na tentativa de impor controle e limites à abusiva atuação do Estado. A solução era limitar e controlar o poder do Estado, que deveria se pautar na legalidade e respeitar os direitos fundamentais. A não atuação estatal significava liberdade. Daí o primado do valor da liberdade, com a supremacia dos direitos civis e políticos e a ausência de previsão de qualquer direito social, econômico e cultural que dependesse da intervenção do Estado. (PIOVESAN, 2013, p. 211-212).
Ainda sobre a luta histórica pela positivação dos direitos humanos:
Caminhando na história, verifica-se que, especialmente após a Primeira Guerra Mundial, ao lado do discurso liberal da cidadania, fortalece-se o discurso social da cidadania, e, sob as influências da concepção marxista-leninista, é elaborada a
aração dos Direitos do Povo Trabalhador e Explorado da então República Soviética Russa, em 1918. Do primado da liberdade se transita ao primado do valor da igualdade. O Estado passa a ser visto como agente de processos transformadores, e o direito à abstenção do Estado, nesse sentido, converte-se em direito à atuação estatal, com a emergência dos direitos à prestação social. [...] primou por conter um discurso
Conforme Piovesan (2013, p. 209), “A Declaração Universal dos Direitos Humanos
de 48 Estados, com 8 abstenções”.
Assevera, ainda (2013, p. 217), que a Declaração buscava “promover o reconhecimento
universal dos direitos humanos e das liberdades fundamentais a que faz menção a Carta da
A Declaração Universal de 1948 foi delineada pela Carta das Nações Unidas e teve como uma de suas principais preocupações a positivação internacional dos direitos mínimos dos seres humanos, em complemento aos propósitos das Nações Unidas de
dos direitos humanos e liberdades fundamentais de todos, sem distinção de dignidade da pessoa
, a Declaração Universal nasce como um código de conduta mundial para ue os direitos humanos são universais, bastando a condição de
para que se possa vindicar e exigir a proteção desses direitos, em qualquer se na busca de um padrão mínimo
para a proteção dos direitos humanos em âmbito mundial, servindo como paradigma ético e suporte axiológico desses mesmos direitos. Assim, por ter afirmado o papel dos direitos humanos, pela primeira vez e em escala mundial, a Declaração de 1948
considerada um evento inaugural de uma nova concepção da vida
se que as pessoas sempre buscaram conquistar e proteger seus direitos ao
se que até então intensa era a dicotomia entre o direito à liberdade e o direito à igualdade. No final do século XVIII, as
consagravam a ótica contratualista liberal, pela qual os direitos humanos se reduziam aos direitos à liberdade, segurança e propriedade, complementados pela resistência à opressão. O discurso liberal da cidadania nascia no seio do movimento pelo constitucionalismo e da emergência do modelo de Estado Liberal, sob a influência das ideias de Locke, Montesquieu e Rousseau. [...] Nesse momento histórico, os direitos humanos surgem como reação e resposta aos excessos do regime absolutista, na tentativa de impor controle e limites à abusiva atuação do Estado. A solução era limitar e controlar o poder do Estado, que deveria se pautar na legalidade e respeitar os direitos
A não atuação estatal significava liberdade. Daí o primado do valor da com a supremacia dos direitos civis e políticos e a ausência de previsão de
qualquer direito social, econômico e cultural que dependesse da intervenção do
se que, especialmente após a Primeira Guerra se o discurso social da
leninista, é elaborada a aração dos Direitos do Povo Trabalhador e Explorado da então República
Soviética Russa, em 1918. Do primado da liberdade se transita ao primado do valor da igualdade. O Estado passa a ser visto como agente de processos transformadores, e o
se em direito à atuação estatal, com a emergência dos direitos à prestação social. [...] primou por conter um discurso
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social da cidadania, em que a igualdade era o direito basilar e um extenso elenco de direitos econ
A Declaração de 1948 visava proteger tanto os direitos civis e políticos como direitos
sociais, econômicos e culturais.
Declaração, de forma inédita, o
valor da liberdade com o valor da igualdade”.
Quanto à sua natureza jurídica, Mazzuoli (2014) ressalta que a Declaração Universal
dos Direitos Humanos de 1948 não é um
Nações Unidas sob forma de resolução de sua Assembleia
“como a interpretação mais
fundamentais’, constantes [...] da C
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho demonstrou que a humanidade, ao longo de sua história, sempre
buscou a conquista de seus direitos mais básicos e primordiais, os Direitos Humanos. Através
de muitas lutas, revoluções e guerras
Direitos Humanos na vida de cada cidadão
desses direitos.
O lema da Revolução Francesa, “liberdade, igualdade e fraternid
gerações de Direitos Humanos
liberdade, a Segunda dos direitos de igualdade e a
Vimos que as Revoluções Francesa e Industrial forçaram as
seus direitos de liberdade, libertar
A humanidade queria ser livre e ter direitos civis e políticos. As lutas entre ideologias sociais,
como o Liberalismo e o Socialismo
se viver em sociedade, requerer seus direitos de igualdade, direitos sociais, econômicos e
culturais, a fim de disseminar a desigualdade social havida. O advento das duas Grandes
Guerras Mundiais, que ignoraram por completo os Direitos Humanos e quase exterminaram
povos, fez com que a humanidade tomasse a consciência de que todos, sem exceção, são
sujeitos de direitos que devem ser respeitados. Passou
são feitas de pessoas e que todos somos iguais, temos Direitos Humanos que merecem
respeito em qualquer lugar do mundo.
Volume 12 – nº 1 - 2018
social da cidadania, em que a igualdade era o direito basilar e um extenso elenco de direitos econômicos, sociais e culturais era previsto. (PIOVESAN, 2013, p. 212).
A Declaração de 1948 visava proteger tanto os direitos civis e políticos como direitos
sociais, econômicos e culturais. Mazzuoli (2014, p. 936) salienta que “ [...] combinou a
o, de forma inédita, o discurso liberal com o discurso social da cidadania, ou seja, o
valor da liberdade com o valor da igualdade”.
Quanto à sua natureza jurídica, Mazzuoli (2014) ressalta que a Declaração Universal
dos Direitos Humanos de 1948 não é um tratado internacional e sim uma recomendação das
Nações Unidas sob forma de resolução de sua Assembleia-Geral. Contudo, deve ser entendida
“como a interpretação mais autêntica da expressão ‘direitos humanos e liberdades
fundamentais’, constantes [...] da Carta das Nações Unidas” (MAZZUOLI, 2014, p. 938).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho demonstrou que a humanidade, ao longo de sua história, sempre
buscou a conquista de seus direitos mais básicos e primordiais, os Direitos Humanos. Através
, revoluções e guerras, as pessoas passaram a entender a importância dos
Direitos Humanos na vida de cada cidadão do mundo, e mais ainda, a importância da proteção
O lema da Revolução Francesa, “liberdade, igualdade e fraternidade”, marcou as
gerações de Direitos Humanos, eis que a Primeira visa a conquista e proteção dos direitos de
egunda dos direitos de igualdade e a Terceira dos direitos de fraternidade.
s Revoluções Francesa e Industrial forçaram as pessoas a lutarem por
libertar-se do Estado ou da burguesia opressora no meio industrial.
A humanidade queria ser livre e ter direitos civis e políticos. As lutas entre ideologias sociais,
como o Liberalismo e o Socialismo, obrigaram os cidadãos a buscar uma melhor maneira de
se viver em sociedade, requerer seus direitos de igualdade, direitos sociais, econômicos e
culturais, a fim de disseminar a desigualdade social havida. O advento das duas Grandes
gnoraram por completo os Direitos Humanos e quase exterminaram
povos, fez com que a humanidade tomasse a consciência de que todos, sem exceção, são
sujeitos de direitos que devem ser respeitados. Passou-se a ter a noção de que todas as nações
pessoas e que todos somos iguais, temos Direitos Humanos que merecem
respeito em qualquer lugar do mundo.
social da cidadania, em que a igualdade era o direito basilar e um extenso elenco de (PIOVESAN, 2013, p. 212).
A Declaração de 1948 visava proteger tanto os direitos civis e políticos como direitos
Mazzuoli (2014, p. 936) salienta que “ [...] combinou a
da cidadania, ou seja, o
Quanto à sua natureza jurídica, Mazzuoli (2014) ressalta que a Declaração Universal
tratado internacional e sim uma recomendação das
Geral. Contudo, deve ser entendida
da expressão ‘direitos humanos e liberdades
arta das Nações Unidas” (MAZZUOLI, 2014, p. 938).
O presente trabalho demonstrou que a humanidade, ao longo de sua história, sempre
buscou a conquista de seus direitos mais básicos e primordiais, os Direitos Humanos. Através
as pessoas passaram a entender a importância dos
e mais ainda, a importância da proteção
ade”, marcou as
rimeira visa a conquista e proteção dos direitos de
erceira dos direitos de fraternidade.
pessoas a lutarem por
da burguesia opressora no meio industrial.
A humanidade queria ser livre e ter direitos civis e políticos. As lutas entre ideologias sociais,
obrigaram os cidadãos a buscar uma melhor maneira de
se viver em sociedade, requerer seus direitos de igualdade, direitos sociais, econômicos e
culturais, a fim de disseminar a desigualdade social havida. O advento das duas Grandes
gnoraram por completo os Direitos Humanos e quase exterminaram
povos, fez com que a humanidade tomasse a consciência de que todos, sem exceção, são
se a ter a noção de que todas as nações
pessoas e que todos somos iguais, temos Direitos Humanos que merecem
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