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PAULA, Anna B. Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa e Estrangeira –
Didática e Avaliação em Língua Portuguesa . Anna Beatriz Paula e Rita do Carmo
Polli da Silva. Curitiba: IBPEX, 2008.
Resenhado por Mônica Simões de ALMEIDA.
No capítulo Os desafios do cotidiano escolar, do livro "Metodologia do
Ensino de Língua Portuguesa e Estrangeira: Didática e Avaliação em Língua
Portuguesa", as autoras Anna Beatriz Paula e Rita do Carmo Polli da Silva fazem
uma abordagem a respeito da crise pela qual passa a educação no
momento,estabelecendo assim quatro pilares ou elementos que servem como base
de todos os outros componentes que compreendem os desafios da prática docente,
são eles: o professor x o aluno,o aluno x o currículo, o professor x a sociedade e o
professor x a formação do professor.
Uma das principais questões apontadas pelas autoras a serem consideradas
como primordiais neste momento da educação é a relação entre professores x
alunos que são duas representações essenciais no ato de ensinar e de aprender. É
a partir dessa relação que deve iniciar o estudo que envolve a língua e a linguagem
que ambienta o cotidiano escolar estabelecendo a forma como o professor se
comunica com o aluno e vice-versa.
As autoras argumentam que muitas vezes, a forma como um professor se
comunica com um aluno, inconscientemente pode acabar gerando uma
superioridade não só intelectual como também social em relação ao aluno, o que
acaba interferindo no processo educativo, ocasionando assim uma série de conflitos
dentro de classe como recusas em participar de atividades,evasões,agressões
verbais,indisciplina, etc.
Na relação aluno x currículo,as autoras evidenciam os diferentes níveis de
alguns alunos dentro de uma mesma turma, e como isso dificulta o trabalho do
professor, que muitas vezes se veem obrigados a desenvolver atividades de uma
série anterior ou até mesmo atividades de alfabetização para alunos visivelmente
despreparados para aquela série.
Para as autoras, a relação professor x a sociedade se revela bastante
contraditória.De acordo com elas,isso se dá pela falta de reconhecimento da
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importância da profissão uma vez que esses profissionais não são reconhecidos
como profissionais do ensino.A aura de idealização que permeia a docência faz
com que o professor seja visto como um ser acima dos homens comuns e
desprovido de necessidades materiais e financeiras.
As autoras consideram que o estrangeirismo e a baixa autoestima dos
brasileiros colabora com a desvalorização do nossa língua materna em relação a
outros idiomas que são vistos como representantes de culturas economicamente
mais fortes e promissoras.
O professor x a formação do professor,é considerado pelas autoras como o
pilar mais desafiador no processo ensino-aprendizagem, onde a orientação dos
profissionais é basicamente de cunho tradicionalista.Dessa forma, há uma certa
acomodação por parte de alguns professores que não conseguem avançar no
ensino da língua materna e permanecem na mesmice e ausentes de uma
metodologia que auxilie no entendimento global de nossa língua evidenciada em
valorosos clássicos de nossa literatura.
No tópico: Filosofia e Educação:o casamento perfeito,as autoras tentam
definir o que seria educação ou o que seria educar,chegando ao divisor comum de
que a educação ou a arte de educar seria uma ação fundamentada na relação entre
um indivíduo e outro, configurados como identidades e inseridos em uma sociedade
com suas diversas formas de interação.
As autoras citam o pensador Stuart Hall que distingue três concepções de
identidades: sujeito do iluminismo que estava baseado na visão do homem
totalmente centrado, unificado,racional,consciente e capaz de agir; o sujeito
sociológico, que sugere a concepção de um eu autônomo e autossuficiente que não
atendia ao que o mundo moderno demandava e o sujeito pós-moderno,desprovido
de uma identidade fixa,essencial ou permanente.
Concluindo, as autoras consideram que a questão fundamental para definir
educação é primeiramente definir uma concepção de sujeito,ou seja,o que era visto
como essencial para um indivíduo era o fator determinante na elaboração das
diferentes propostas de ensino.