RESENHA EMPREENDEDORISMO

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RESENHA Livro resenhado: DORNELAS, José. Empreendedorismo: Transformando ideias em negócios, cap 2, O processo empreendedor. Autor da Resenha: Cassiano Patrick Carvalho do Nascimento O empreendedorismo tem ganhado cada vez mais ênfase, na verdade ele sempre esteve presente, mas o que dá a ele maior importância no século 21 é o incrível avanço tecnológico que vem sendo presenciado nos últimos anos, dando assim espaço para que mais pessoas possam empreender e inovar, além disso a grande competitividade econômica força jovens empreendedores a inovar para que possam ganhar espaço em meio à gigante multinacionais. O crescimento do empreendedorismo se acelerou na década de 1990 e nos anos 2000 e com isso várias novas oportunidades para possíveis empreendedores foram criadas, tais como: programas de incubação de empresas e parques tecnológicos; desenvolvimento de currículos integrados que estimulem o empreendedorismo em todos os níveis, da educação fundamental à pós-secundária; programas e incentivos governamentais para promover a inovação e a transferência de tecnologia; subsídios governamentais para criação e desenvolvimento de novas empresas; criação de agências de suporte ao empreendedorismo e à geração de negócios; programas de desburocratização e acesso ao crédito para pequenas empresas; desenvolvimento de instrumentos para fortalecer o reconhecimento da propriedade intelectual, entre outros. O empreendedorismo impulsiona a economia local e é visto como a chave principal para o desenvolvimento econômico, como foi visto nos Estados Unidos na década de 1990, país este que investe no mesmo para alavancar sua saída da crise iniciada em 2007 após o estouro da bolha imobiliária. O empreendedorismo é visto com

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RESENHA

Livro resenhado: DORNELAS, José. Empreendedorismo: Transformando ideias em negócios, cap 2, O processo empreendedor.

Autor da Resenha: Cassiano Patrick Carvalho do Nascimento

O empreendedorismo tem ganhado cada vez mais ênfase, na verdade ele sempre esteve presente, mas o que dá a ele maior importância no século 21 é o incrível avanço tecnológico que vem sendo presenciado nos últimos anos, dando assim espaço para que mais pessoas possam empreender e inovar, além disso a grande competitividade econômica força jovens empreendedores a inovar para que possam ganhar espaço em meio à gigante multinacionais.

O crescimento do empreendedorismo se acelerou na década de 1990 e nos anos 2000 e com isso várias novas oportunidades para possíveis empreendedores foram criadas, tais como: programas de incubação de empresas e parques tecnológicos; desenvolvimento de currículos integrados que estimulem o empreendedorismo em todos os níveis, da educação fundamental à pós-secundária; programas e incentivos governamentais para promover a inovação e a transferência de tecnologia; subsídios governamentais para criação e desenvolvimento de novas empresas; criação de agências de suporte ao empreendedorismo e à geração de negócios; programas de desburocratização e acesso ao crédito para pequenas empresas; desenvolvimento de instrumentos para fortalecer o reconhecimento da propriedade intelectual, entre outros.

O empreendedorismo impulsiona a economia local e é visto como a chave principal para o desenvolvimento econômico, como foi visto nos Estados Unidos na década de 1990, país este que investe no mesmo para alavancar sua saída da crise iniciada em 2007 após o estouro da bolha imobiliária. O empreendedorismo é visto com unanimidade entre os especialistas como fator determinante para o dinamismo econômico de um país.

No brasil, o empreendedorismo começou ganhar força após a década de 1990, com a criação de instituições como SEBRAE e SOFTEX, que auxilia micro e pequenos negócios e ajuda empresas nacionais de software atingirem o mercado externo, respectivamente. Após a criação dessas instituições e várias outras iniciativas governamentais e privadas positivas ao empreendedorismo nas últimas duas décadas, este vem crescendo muito no Brasil, que apresenta potencial para desenvolver um dos maiores programas de ensino de empreendedorismo do mundo, comparável apenas aos Estados Unidos.

Segundo dados do GEM (Global Entrepreneurship Monitor), organização que monitora atividades empreendedoras em vários países, 17.5% dos brasileiros economicamente ativos estão envolvidos em algum tipo de atividade empreendedora, e com isso fazendo que o Brasil ocupe a 10º posição no ranking global do GEM. Mas somente a criação de empresas não está diretamente ligado ao crescimento econômico local, deve-se levar em conta o tipo de empresa criada. De acordo com o GEM há duas definições básicas de empreendedorismo. A primeira é chamada de

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empreendedorismo de oportunidade, onde o empreendedor vê uma oportunidade de mercado e de forma planejada cria uma empresa para satisfazer tal demanda. Este empreendedorismo está diretamente ligado ao crescimento econômico e geração de riqueza para a sociedade. A segunda definição é o empreendedorismo de necessidade, onde o empreendedor por falta de opções no mercado de trabalho opta por criar seu próprio negócio, mas sem se planejar e elaborar estratégias, desta forma muitas vezes fracassando e não gerando riqueza para a sociedade. O segundo tipo de empreendimento normalmente ocorre em países em desenvolvimento, como no Brasil, por exemplo. Com isso concluímos que não basta uma grande parte da população estar envolvida em atividades empreendedoras, mas sim, deve-se focar os esforços para maximizar o índice de empreendedores de oportunidade, que alavancam o crescimento econômico do país. No princípio dos anos 2000 o empreendimento de necessidade era maioria no Brasil, mas nos últimos anos esta realidade vem mudando. Como por exemplo em 2010, segundo o GEM, para cada empreendedor de necessidade no Brasil, haviam 2,1 empreendedores de oportunidade, o que nos dá uma perspectiva positiva a respeito do empreendedor brasileiro.

O termo empreendedorismo (entrepreneur) tem origem francesa e significa aquele que assume riscos e começa algo novo, mas ao longo dos anos esse termo vem sido modelado até chegarmos na definição que conhecemos hoje. O primeiro exemplo de definição de empreendedorismo pode ser creditado a Marco Polo, que criou uma rota comercial para o oriente, firmando um acordo com um homem que possuía dinheiro (capitalista) para vender suas mercadorias. Neste contexto o capitalista assumia riscos passivos enquanto o empreendedor (Marco Polo) era quem se arriscava ativamente.

Na idade média o termo era associado a quem gerenciava grandes negócios, sem assumir riscos reais, desta forma distorcendo a definição de empreendedor que compreendemos hoje.Foi no século XVII em que a relação entre empreendedorismo e assumir riscos começou aparecer de forma mais direta. Nesta época o empreendedor firmava contratos com o governo para fornecer produtos e/ou serviços com preços fixados, desta forma qualquer lucro ou prejuízo ficava por conta do empreendedor. Foi também neste século que começou-se a diferenciar o empreendedor (que assumia os riscos) do capitalista (que fornecia o capital necessário).

No século XVIII finalmente as diferenças entre o empreendedor e o capitalista foram firmadas, provavelmente devido ao início do processo de industrialização que estava ocorrendo.Os administradores e empreendedores vem sendo confundidos ao longo dos anos, e ainda são. De fato, todo empreendedor deve ser capaz de executar as tarefas de um bom administrador, mas ser um bom administrador não lhe garante sucesso no empreendedorismo. Há vários outros fatores e características sociais e/ou ambientais que devem ser levados em consideração quando se trata de empreendedorismo, dentre elas por exemplo: Saber explorar ao máximo as oportunidades, ser visionário, ser completamente dedicado, assumir riscos calculados, entre outras.

Mesmo com toda discussão em torno do empreendedorismo ainda há várias definições possíveis e aceitas para o termo, para Joseph Schumpeter (1949) “O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais”. Já Kirzner (1973) aborda esta definição de forma diferente. Para ele o empreendedor é aquele que cria equilíbrio

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encontrando uma posição clara e positiva em meio ao caos encontrando oportunidades. Mesmo com divergências entre as duas definições, ambas abordam o empreendedor como capaz de reconhecer oportunidades onde os demais não a veem. Essas oportunidades podem ser vistas em um novo mercado/produto ou em outros já existentes, sendo isto indiferente para o sucesso do empreendimento.

Ao contrário do que se pensava a alguns anos atrás, o empreendedorismo não é algo completamente inato, ele pode ser ensinado e pessoas que eram desencorajadas por não apresentarem as características de um “empreendedor nato” hoje podem ser ensinadas a como empreender e obter sucesso. É obvio que o ensino do empreendedorismo não garante o surgimento de grandes mitos empreendedores, no entanto, este ensino garante a formação de empresários mais bem qualificados e que apresentam uma visão diferenciado ao enfrentar adversidades em seus negócios.

O processo empreendedor é complicado e muitas vezes se dá por acaso, mas o sucesso desse empreendimento pode-se ser creditado a fatores bem determinados, que são vistos em todos empreendimentos de sucesso segundo Tornatzky (1996). O primeiro deles é o talento empreendedor, pessoal, e que como vimos acima pode ser aprendido. O segundo fator são ideias inovadoras, que se destacam perante o mercado. O terceiro seria o capital necessário para o nascimento de qualquer empreendimento. E por último o know-how, ou seja, o conhecimento e a habilidade de fazer convergir para um mesmo ambiente o talento, a tecnologia, e o capital que fazem a empresa crescer.