Resenha Aconselhamento a Pacientes Terminais

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3RESENHA[footnoteRef:1] [1: Fabrcio Carlos Maciel Ribeiro, aluno do 2 ano do Seminrio Brasil Central. E-mail: [email protected]]

VASSO, Eleny. Aconselhamento a pacientes terminais. Campinas: Luz Para o Caminho, 1996.

O objetivo deste livro apresentar aos leitores importantes e valiosos elementos para todos que queiram desenvolver uma compreenso abrangente sobre o sofrimento humano, os processos vivenciados pelo paciente, suas necessidades e seu desejo de salvao. Nas palavras da autora: Nosso propsito neste livro estudar os melhores meios de aconselhar um paciente terminal e prepar-lo para morrer.No captulo intitulado Morte a autora apresenta um breve relato de como a morte foi encarada ao longo da histria e as mudanas que aconteceram. Antigamente as pessoas tinham mais facilidade de encarar esse desafio, pois a pessoa falecia em sua prpria residncia. Podia se despedir melhor de seus familiares e possui mais conforto do que a solido dos hospitais. Nos hospitais, o doente no tratado com empatia, mas como um objeto que no possui sentimentos. Muitas vezes no o fato de morrer que nos d medo, mas o processo para chegar at l. A autora apresenta os sete estgios da agonia abordado no livro Sobre a morte e o morrer da Elizabeth Kubler-Ross. O primeiro estgio o choque que o paciente te ao se deparar com a notcia de que em breve morrer. O segundo estgio a negao, quando ele passa a imaginar que algum erro mdico pode ter acontecido e que logo ele estar curado. O terceiro estgio a clera, quando percebe que seu estado fatal e passa a se revoltar contra tudo e todos. O quarto estgio a depresso, quando ele passa a ficar quieto, preocupado com seus familiares, se sentindo culpado e pensando que poderia ter feito muitas coisas diferentes. O quinto estgio a barganha, quando ele passa a pedir a Deus uma segunda chance e promete n coisas que far se a cura ocorrer. O sexto estgio da aceitao, quando eles se dispem a enfrentar e s ento experimenta a paz. O stimo e ultimo estgio o decatxis, quando o agonizante est inconsciente em um mundo totalmente seu, chegando ao estgio final, a sua morte. No captulo intitulado Doena a autora passa a informar quais so as doenas fsicas e psicolgicas que o doente pode passar. Ela informa que importante entender que cada ser humano reage de uma forma com relao dor. Alguns so mais sensveis do que outro e ns precisamos estar cientes disso. Outros diversos sentimentos de perca de controle, pois no hospital perdemos nossa vontade prpria, outros nos mandam fazer isso ou aquilo, horrio predeterminado para banho e comida. A autora d algumas sugestes para aqueles que desejam fazer visitas e informa aquilo que devemos ou no fazer, algo muito prtico. O capelo deve estar preparado e respeitar os sentimentos do paciente mostrando que se importa com ele. No captulo intitulado Aconselhamento Bblico a autora deixa claro que todo aconselhamento deve estar baseado na esperana que temos em Cristo. No somos suficientes para aconselhar algum, por isso precisamos pedir ajuda e sabedoria de Deus para isso. A viso secular ou psicolgica no suficiente para consolar o moribundo, por isso a necessidade de um aconselhamento bblico. No captulo intitulado Medo da morte: solues bblicas percebemos a esperana que o cristo tem de ir morar com Deus no cu. Essa certeza inabalvel aquilo que nos d esperana e pode dar esperana a quem est morrendo. A autora, ento, passa a colocar vrios textos bblicos que comprovam a maravilha e plenitude que teremos no cu com Cristo. No captulo intitulado Aconselhamento a Pacientes terminais a autora trabalha a respeito da sensibilidade do conselheiro. O principal ponto que o conselheiro deve ter uma vida de intimidade com Deus na leitura bblica e na orao para que possa ser instrumento em suas mos. A partir disso, reconhecer quem Jesus em sua vida e deixar que o Esprito Santo guie nos conselhos aos pacientes terminais. Desta forma, a fim de ajudar o paciente necessrio conhecer bem o quadro geral que o levou aquele hospital. Entender quais so suas necessidades bsicas de significado e segurana. Entender sua aflio, seus medos, e fazer com que se sinta seguro. Alguns passam por enormes sentimentos de culpa e pecados, pois ao se verem frente a morte pensam em tudo de errado que fizeram e chegam a pensar que no h soluo. O papel do conselheiro apresentar Cristo como suficiente salvador capaz de perdoar a regenerar o pior dos pecadores. Claro que tudo isso deve ser feito com amor e empatia, o paciente precisa ver que voc realmente est interessado nele e na sua aflio. Algo que de extrema necessidade a capacidade de ouvir. Nunca em uma visita devemos ficar falando uma enxurrada de coisas como se no tivssemos interessados na dor que aquela pessoa est sentindo. preciso ter estratgias para fazer com que aquele paciente coloque pra fora tudo que est magoando e deixando-o ansioso. Diante disso, no podemos agir como pregadores de plpito, pois ali est um ser humano sofrendo. preciso ter sensibilidade, empatia e am-lo de forma que ele se sinta a vontade para abrir e colocar suas aflies para fora e ento poderemos aconselha-lo da melhor forma. preciso levar o paciente a falar sobre o medo, a auto piedade, a ira, o desnimo, a culpa e encoraja-lo atravs da palavra de Deus. Da mesma forma, importante dar ateno para a famlia e ajuda-los a enfrentar esse momento difcil da vida.No captulo intitulado Tadeu a autora conta sua experincia pessoal ao acompanhar um jovem que foi baleado em um assalto e estava tetraplgico na UTI. Ela nos conta como foi acompanhando o seu caso, ensinado sobre a palavra de Deus de forma que ele se comunicava apenas pelos olhos. Com o tempo este jovem aceitou a Cristo e seu estado foi piorando at a sua morte. Ela conta como ficou emocionado e de como difcil acompanhar pacientes assim. Ao mesmo tempo nos encoraja, pois tinha convico de que Tadeu estava com Cristo. O Livro de Eleny Vasso imprescindvel para quem deseja seguir um ministrio de capelania. Este livro extremamente prtico e trs conselhos e exemplos muito importantes para ns seminaristas e pastores. Fiquei emocionado ao ler suas palavras e seus ensinos de como podemos e devemos encarar a morte e aconselhar pacientes que esto sofrendo, muitas vezes com medo, irados, sem esperana e a forma como podemos alivi-los apresentado nosso salvador Jesus Cristo, o nico que capaz de trazer paz. Aconselho a leitura do mesmo a todas as pessoas que desejam se preparar para este estgio da vida, a morte.