Renergy #8
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Tudo sobre hidrelétricas
N E S TA E D I Ç ÃO ::: Reportagem trata dos de safios e polêmicas da
hidreletricidade • Raio-x mostra mercado eólico no Brasil • Entrevista
exclusiva com o arquiteto Jaime Lerner • Cidade s sustentáveis
a no 2 > # 8 > 2 0 1 1 > w w w. re ne rg y b ra s i l .co m .b r
ISS
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índiceA relação direta do homem com o meio ambiente
Entrevistas, eficiência energética e energias alternativas e renováveis
Ações que colaboram com o desenvolvimento sustentável
Eco
Energia
Sustentável
Como navegar pelo conteúdoLocalize os temas do seu interesse através dos ícones abaixo relacionados:
O arquiteto e urbanista Jaime Lerner defende o transporte público de qualidade como prioridade. Em entrevista, ele explica os contornos deste e de outros desafi os
O arquiteto e urbanista Jaime Lerner defende o transporte público de qualidade como prioridade. Em entrevista, ele explica os contornos deste e de outros desafi os
78
JAIME LERNER
“entrevista
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26
66Dicas para reduzir, reutilizar e reciclar o vidro 86
Guia prático de como evitar desperdício de água 87
Eventos, sites, campanhas ligados a energias renováveis e sustentabilidade 88
Os ilustradores do Baião Ilustrado inspiram-se na seção “O Último Apaga a Luz” 90
Mostra Design Italiano para a Sustentabilidade alia responsabilidade ambiental com inovação e design 12
Janela inteligente promove economia de energia com luz solar 14
Anúncios de várias partes do mundo chamam atenção para a preservação do meio ambiente 16
Copenhagen e suas ações sustentáveis garantiram o título de cidade com melhor qualidade de vida 20
O empresário Joachim Fuhrlander mostra sua preocupação ecológica incorporada aos negócios
Reportagem trata dos desafi os competitivos das PCHs e da polêmica obra de energia em Belo Monte
Programas mostram na prática propostas para cidades sustentáveis
Raio-x do mercado eólico mostra as turbinas dos parques brasileiros 42
Comunidades isoladas foram benefi ciadas com energia geradas por placas fotovoltaicas 48
Entre os incentivos para a energia solar, a Carta do Sol quer estimular fi nanciamentos 52
Setor eólico quer superar entraves na logística 58
{ 6 } r e n e rg y. ano 2 > # 8 > 2011
editorial
Por muitos anos, e ainda hoje, a energia hidráulica é a maior geradora de eletricidade no Brasil. Esta matriz, no entanto, vem perdendo par
ticipação, mas é a maior aposta do governo Federal em geração de energia. Prova de incentivos a esta fonte é a construção de Belo Monte, que promete fi gurar como a terceira maior usina hidrelétrica do mundo, além de outros empreendimentos deste tipo, como mostra a matéria de capa desta edição.
Belo Monte causa polêmica, dividindo opiniões sobre seus impactos sócioambientais e sua real necessidade. O Brasil precisa de Belo Monte? Com alta incidência de raios solares na maior parte de seu território, extenso litoral com fortes ventos, caminhando para a regulação da microgeração, garantindo venda de energia por leilões, o País mostra sua capacidade de geração de energia. Por outro lado, o consumo de energia segue em expansão, acompanhando o incremento na economia. Indústrias, comércio, moradias que precisam de
energia para atender o aumento do poder aquisitivo dos brasileiros.
Ainda no setor hidráulico, outra forma de aproveitamento dos rios, que enfrenta entraves fi nanceiros são as pequenas centrais hidrelétricas. As PCHs tentam driblar a concorrência com as eólicas nos leilões de energia e
buscam incentivos do governo para se manterem fi nanceiramente viáveis. Uma de suas últimas conquistas foi a aprovação do projeto de lei 4404/08, do Senado, que altera o desconto oferecido atualmente nas tarifas de transmissão e distribuição de energia de PCHs. O texto aprovado tramita em caráter conclusivo. O substitutivo aprovado propõe o desconto de no mínimo 50% nas tarifas, recaindo sobre toda energia gerada, independentemente de ser vendida ou não. A proposta ainda será analisada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. A proposta deve benefi ciar, principalmente, grandes indústrias que produzem energia para consumo próprio, como empresas dos setores de aço, alumínio e cimento. Grandes ou pequenas, as hidrelétricas geram preocupações de toda ordem: ambientais, sociais e econômicas.
Esta edição também esquenta o debate sobre o futuro das cidades. Quais os rumos para a sustentabilidade dos espaços urbanos? Uma questão cheia de propostas e poucas iniciativas no Brasil.
Um potencial que gera preocupações
Belo Monte causa polêmica, dividindo opiniões sobre seus impactos sócio-ambientais e sua real necessidade
expedienteDIREÇÃO GERALJoana [email protected]ÇÃOCarol de [email protected]ÇÃOJuliana Bomfi m e Paola [email protected] GRÁFICOGil DicelliEDITORAÇÃO ELETRÔNICAGerardo JúniorEstalo! Comunicação + DesignREVISÃOEleuda de CarvalhoCONSULTA TÉCNICAGustavo [email protected] NESTA EDIÇÃOLeontina Pinto (artigo) e Thyago/Assis/Wendel/Sandes e Julião Baião Ilustrado (ilustração)DEPARTAMENTO COMERCIALMeiry Benevides(85) 3033 [email protected]ÃOGráfi ca Santa MartaTIRAGEM10 mil exemplaresRENERGY BRASIL EDITORA Ltda.Av. Senador Virgílio Távora, 1701sala 1404 AldeotaCEP 60170251 Fortaleza CE Brasilwww.renergybrasil.com.brJORNALISTA RESPONSÁVELCarol de CastroMTBCE 1718 JPCAPAMax UchôaEstalo! Comunicação + DesignOs artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não refl etem, necessariamente, a opinião da revista.É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos ou ilustrações, por qualquer meio, sem a prévia autorização.Errata Na edição #6, é informado que a Cemig comprou 49% da Impsa Wind. No entanto, a Cemig comprou 49% da participação em três usinas eólioelétricas no Ceará (Volta do Rio, Parajuru e Praia do Morgado) que totalizavam 99,6 MW, que eram de propriedade da Energimp, subsidiária da Impsa.
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preservar
Uma esperançapara a caatinga
Dados do Ibama apontam a queda do desmatamento do bioma, entre 2008 e 2009. Mas a situação ainda é preocupante. Quase 46% da vegetação original já foram devastados
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Entre 2008 e 2009, a área desmatada de caatinga atin
giu 1.921 quilômetros quadrados (km²), o equivalente a 0,23% da vegetação original. Embora seja uma área que comporte 200 campos de futebol, o registro aponta uma queda no ritmo de desmatamento, cuja média, entre 2002 e 2008, foi de 0,28% de floresta derrubada anualmente. Os dados são do Centro de Sensoriamento Remoto do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Como medida de preservação da caatinga, o Ministério do Meio Ambiente e a Caixa Econômica Federal vão investir R$ 6 milhões em projetos de uso sustentável dos recursos naturais do bioma. “Já tivemos uma perda expressiva, de quase 46% da vegetação original. Isto demonstra a urgência de estimular projetos para o uso sustentável dos recursos da caatinga”, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, ao fazer alusão ao manejo ambientalmente correto das árvores.
O desmatamento da caatinga é um reflexo da exploração ilegal de madeira para produção de carvão. De acordo com José Arthur Seyffarth, coordenador do núcleo do Bioma Caatinga do Ministério do Meio Ambiente, a principal consequência do des
matamento é a desertificação. “Grande parte do cultivo feito no Nordeste é nas margens dos rios, o que leva à falta de água e a futuros problemas de plantio”, explicou em entrevista recente ao portal Folha.com.
Os estados que mais perderam vegetação nativa, entre 2008 e 2009, foram Bahia (638 km²), Ceará (440 km²) e Piauí (408 km²), que juntos foram responsáveis por 77% da derrubada total no período. E os municípios que registraram as maiores áreas de desaparecimento de floresta foram Mucugê e Ruy Barbosa (BA) e Cabrobó (PE).
O Projeto Mata Branca promove a conscientização para reduzir os impactos negativos sobre a caatinga na Bahia e no Ceará, os dois estados onde o bioma é mais prejudicado. Para a coordenadora Maria Tereza Farias, o índice divulgado pelo Ibama é uma conquista. “Degradar é muito mais rápido do que recuperar. Nós estamos conseguindo reduzir o índice de desmatamento, dos focos de calor, além de implementar projetos de agroecologia nas comunidades”, comemora. O projeto busca o redesenho na política ambiental, com trabalhos de agroecologia e manjeo sustentável, agregando renda aos moradores. “Em 2007, apenas 19
projetos foram executados. Hoje, são 88 trabalhos em andamento e mais 72 em fase de desenvolvimento”, anuncia.
A caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro e possui uma área original de 826.411 km², presente nos estados da Bahia, Ceará, Piauí, Pernambuco, Paraíba, Maranhão, Alagoas, Sergipe, Rio Grande do Norte e Minas Gerais. Apesar de estar localizado em área de clima semiárido, possui grande variedade de paisagens, relativa riqueza biológica e endemismo. A ocorrência de secas estacionais e periódicas estabelece regimes intermitentes aos rios e deixa a vegetação sem folhas. A folhagem das plantas volta a brotar e fica verde nos curtos períodos de chuvas.
O termo caatinga é originário do tupiguarani e significa mata branca. Os ecossistemas do bioma encontramse bastante alterados, com a substituição de espécies vegetais nativas por cultivos e pastagens. O desmatamento e as queimadas são ainda práticas comuns no preparo da terra para a agropecuária que, além de destruir a cobertura vegetal, prejudicam a manutenção de populações da fauna silvestre, a qualidade da água e o equilíbrio do clima e do solo.
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Fim dassacolas plásticasCriadas para facilitar o dia a dia, elas viraram as grandes vilãs da sustentabilidade. Em algumas cidades, já são proibidas nos estabelecimentos comerciais. Radical? Talvez não... Cada sacola plástica pode levar até um século para desaparecer completamente
As sacolas plásticas estão, definitivamente, com os
dias contados. No último ano, já foram dezenas de municípios determinando sua proibição nos estabelecimentos comerciais. E a expectativa é de que a “onda sustentável” chegue a muitas outras cidades.
O maior passo nesse sentido foi dado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, ao sancionar a lei que proíbe o uso de sacolas plásticas, efetivamente, a partir de janeiro de 2012. Até lá, os estabelecimentos exibem cartazes com a mensagem: “Poupe
recursos naturais! Use sacolas reutilizáveis”. E para os lojistas que não obedecerem à lei, restará uma multa que varia de R$ 50 a R$ 50 milhões, de acordo com o faturamento da loja.
Longe de ser uma medida pontual, o exemplo da capital econômica do País parece ser o caminho natural do Brasil. Outras doze capitais já tem medidas restritivas à utilização das sacolas plásticas. Em Salvador, foi aprovada a lei que obriga os estabelecimentos comerciais a utilizarem sacolas oxibiodegradáveis, embalagem que apresen
ta degradação inicial por oxidação, é acelerada por luz e calor, e passa a ser biodegradada por microorganismos e resíduos finais não ecotóxicos. A expectativa é de que as sacolas plásticas sejam gradativamente retiradas de uso, reduzindo assim a sobrecarga em aterros sanitários e lixões.
Na capital baiana, o descumprimento da lei acarretará em advertência, multa correspondente a 1% do faturamento, suspensão temporária da atividade e cassação da licença do estabelecimento ou da atividade. A multa, estabelecida de acordo com a condição econômica do estabelecimento comercial, será em dobro em caso de reincidência.
Em Belo Horizonte, as embalagens que não são produzidas com material reciclável ou biodegradável também estão proibidas. Os locais que continuarem a fazer uso das sacolas plásticas estão sujeitos ao pagamento de multa no valor de R$ 1 mil, dobrada em caso de reincidência, podendo inclusive serem interditados e perder o alvará de funcionamento. A expectativa é de que cerca de 450 mil sacolas plásti
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cas deixem de ser consumidas por dia na capital mineira.
A nova legislação é restrita às sacolas e não se aplica, portanto, às embalagens originais das mercadorias, tampouco às embalagens de alimentos vendidos a granel e nem às embalagens de produtos alimentícios que vertam água. Entretanto, a novidade provoca uma mudança nos hábitos do consumidor brasileiro e tem gerado polêmica nos caixas dos supermercados.
O comércio já começa a apresentar algumas alternativas para
o consumidor. Um desses exemplos é a sacola ecológica, feita a partir de amido de milho, que leva cerca de 90 dias para se degradar. O modelo custa ao consumidor cerca de R$ 0,19 cada. Outras opções são caixas de papelão, sacos de papel, sacolas de pano ou outros materiais retornáveis.
O município de Jundiaí (na Grande São Paulo) foi um dos precursores na mudança, baseada em um acordo da Associação Paulista de Supermercados (Apas) com supermercadistas,
comerciantes e consumidores. Antes de aderir à campanha “Vamos tirar o planeta do sufoco”, Jundiaí consumia 22 milhões de sacolas por mês, o equivalente a 80 toneladas de plástico fi lme.
Desde agosto de 2010, a cidade de cerca de 370 mil habitantes vive a nova realidade nos mercados. No primeiro levantamento, oito meses depois, a Prefeitura de Jundiaí calcula ter reduzido em 95% a distribuição das sacolas, mesmo sem haver uma lei obrigando o comércio a não usálas.
Modelos sustentáveis
Sacola compostável ou biodegradável:é produzida com matéria orgânica, geralmente o amido de milho. Possui fácil decomposição, degradandose em até 180 dias e podendo servir ao fi nal como adubo para o solo.Sacola retornável:não são descartáveis e apresentam longo período de tempo de utilização. Podem ser produzidas com materiais variados, como TNT, tecido, palha, ráfi a, material reciclável, entre outros. É uma das melhores opções para se evitar o descarte.EcobagsSem dúvida, a peça mais badalada da moda sustentável é a ecobag. O termo foi
usado pela primeira vez no mundo fashion em 2007, quando a designer inglesa Anya Hindmarch criou o modelo intitulado “I’m not a plastic bag”. A ideia caiu no gosto das famosas e, desde então, foi adotada como acessório fashion e politicamente correto.E o que caracteriza uma ecobag? Hoje em dia, o acessório não é meramente algo retornável. Atualmente, para ganhar a etiqueta green, a bolsa precisa levar em sua composição fi bras de origem vegetal, tais como linho, rami, juta e cânhamo além de algodão orgânico, o material mais utilizado na fabricação das peças.Mas os elementos do petróleo estão excluídos. Se a garrafa PET ou a borracha forem recicladas, elas são válidas. Toda tinta usada é à base de água, sem solventes, além de ter de ser reutilizada mais de 171 vezes pelos usuários.
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ver
Design esustentabilidadeO público brasileiro foi brindado com a Mostra Design Italiano para a Sustentabilidade, uma série de produtos que aliam responsabilidade ambiental com inovação e design
Em comemoração ao Ano da Itália no Brasil, o Mu
seu da Casa Brasileira apresentou, de oito de outubro a seis de novembro, a Mostra Design Italiano para a Sustentabilidade, que apresenta soluções criativas para a produção de objetos com economia de energia, materiais e recursos naturais. São Paulo foi a única capital brasileira a receber a coletânea.
A exposição é uma continuidade do livro Design italiano per la sostenibilitá, editado em 2009 pelo governo italiano, com o objetivo de divulgar produtos de empresas italianas que
aliam responsabilidade ambiental com inovação e design. A
curadoria da Mostra é de Marco Capellini, designer e consultor do Ministério das Atividades Produtivas e do Observatório Nacional de Resíduo na Itália.
Com a proposta de conscientizar o visitante quanto aos danos ambientais intrínsecos à produção de objetos de consumo, bem como orientálo sobre a importância das escolhas de compra e uso responsável de seus recursos, a mostra conta com 40 peças, que variam entre aparelhos de iluminação, pisos, revestimento e objetos para casa, cozinha e escritório.
Nas legendas são informadas não só a autoria e características dos produtos mas dados sobre
possibilidade de reciclagem, redução de emissões de gás carbônico, economia de energia, redução no uso de recursos naturais, entre outros. A intenção é provocar o diálogo entre o produto e o consumidor, discutir sobre a sustentabilidade nos processos de fabricação, uso e reuso de produtos e materiais.
No Brasil, o Design Italiano para a Sustentabilidade teve a parceria do Ministério Italiano do Meio Ambiente, Terra e Mar e o apoio do Fórum das Américas, instituição que tem
suas atividades voltadas ao fortalecimento do setor produtivo brasileiro e sua inserção no continente americano.
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inovar
Imagine uma janela cujo vidro fi ca ultratransparente
para captar mais calor e tornar o ambiente mais aquecido em dias frios e depois, nos dias quentes, quando a temperatura externa é mais alta, fi ca fortemente opaco, escuro, para impedir a entrada de calor. Sim, essa tecnologia já existe e está no mercado há algum tempo, mas, conforme os cientistas sulcoreanos responsáveis pelo invento, nenhuma delas é capaz
de mudar do modo verão para o inverno ou viceversa em fração de segundos.
Chang Hwan Lee, Ho Sun Lim, Jeong Ho Cho e Jooyong Kim foram os pesquisadores que lideraram o projeto, que foi fi nanciado pelo Programa Energia e Desenvolvimento de Recursos do Ministério da Economia do Conhecimento, Fundação Nacional de Pesquisa e Ministério da Educação, Ciência e Tecnologia,
todos da Coréia do Sul.Eles usaram polímeros espe
ciais, cátions, ânions e solventes, como o metanol, e o resultado foi um vidro mais barato de produzir e menos tóxico do que as opções atuais disponíveis no mercado. E ainda mudando de estado 100% claro a 100% escuro em segundos.
Ao desenvolver a “janela inteligente”, a ideia dos pesquisadores foi de economizar energia elétrica em grandes prédios envidraçados,
Div
ulga
ção
Janela inteligente promove economia deenergia com luz solarA tecnologia desenvolvida por cientistas sul-coreanos permite alternar os modos verão e inverno em questão de segundos, diminuindo o uso de refrigeradores de ar e aquecedores, e sem demandar interferências externas
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diminuindo tanto o uso de ar condicionado no verão como também o de aquecedores no frio. Isso porque, em dia de muito calor, o vidro refl ete boa parte da luz solar que, de outra forma, incidiria diretamente no ambiente interno. E, em dias frios, os vidros transparentes absorvem o mais que puderem da luz solar para manter o interior aquecido.
No entanto, até agora, várias tecnologias desenvolvidas para os tipos de janela não só tem sido quimicamente instáveis, proibindo seu uso em aplicações de longo prazo, como a mudança tem sido acompanhada pelo uso de equipa
mentos especiais e caros.A vantagem deste modelo é
que é capaz de fazer a mudança entre escuro e claro quase que instantaneamente, favorecendo assim maior efi ciência na economia de energia. Além disso, a janela dos sulcoreanos não precisa de equipamentos externos para o controle, ela é capaz de alternar entre claridade e escuridão sozinha, de forma automática.
Em artigo publicado na revista científi ca ACS Nano, os pesquisadores atribuem que os resultados “sem precedentes” foram alcançados pela formação de estruturas microporosas atribuídas à separa
ção de polieletrólitos na nanofase.“Consideramos duas opções
para a manipulação da propagação da luz em janelas inteligentes: a troca direta de contraíons com energias de hidratação diversifi cada e o controle do solvophobicity em polímeros. Este tipo de sistema de controle de luz pode fornecer uma nova opção para reduzir custos no aquecimento, refrigeração e iluminação através da gestão da luz transmitida para o interior de uma casa. As janelas podem ter aplicações práticas como telhados, clarabóias, janelas de arquitetura ou do veículo, e divisórias interiores”, disse o artigo.
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anunciar
Campanhas pelomeio ambienteAnúncios de várias partes do mundo chamam atenção para a preservação do meio ambiente
“Trate bem a terra. Ela não foi doada a você
pelos seus pais. Ela foi emprestada a você pelos seus filhos”. O provérbio popular mostra que a prática de usar jogos de pala
vras de forma criativa para estimular a consciência ambiental é antiga. Mas a publicidade, com suas técnicas de comunicação e os vários recursos tecnológicos disponíveis do mundo moderno,
levou o conceito adiante e dá vários exemplos de que é possível contribuir para o meio ambiente com propagandas ou logomarcas ao mesmo tempo engajadas e criativas.
r e n e rg y. ano 2 > # 8 > 2011 { 17 }
Um dos exemplos mais conhecidos desse tipo de uso de símbolos em prol da consciência ambiental é a logomarca da Fundação SOS Mata Atlântica. Feita a partir da bandeira brasileira, ela mostra, em uma imagem simples e forte, a degradação ambiental do País e a necessidade de preservar o que ainda resta do verde que cobria boa parte do território nacional.
Outro caso de uso da publicidade para criar imagens que chamam a atenção para a causa ambiental foi a campanha criada para a WWF (World Wildlife Fund) da Guatemala. Intitulada “Esto es un arbol” (Isto é uma árvore), ela colocou, em paradas de ônibus, uma caixa transpa
rente cheia de papel amassado. Segundo o anúncio, a quantidade do material equivalia a uma árvore que teria sido derrubada. E junto com a imagem, a recomendação: “use papel com responsabilidade”.
Também da WWF, uma campanha coloca pulmões feitos por árvores e mostra um deles sendo destruído, uma metáfora para o que a degradação ambiental pode fazer com a saúde dos habitantes do planeta. E diante da imagem, apenas a frase: “antes que seja tarde demais”.
No Chile, um anúncio feito para a empresa Columbia, fabricante de roupas, calçados e outros artigos de vestuário que integra
a Conservation Alliance, instituição destinada a engajar o setor privado em projetos de preservação da natureza, aproveitou um prédio repleto de aparelhos de ar condicionado para fazer deles parte do visual de um imenso outdoor. Para quem olhava para a peça publicitária, a profusão de equipamentos contrastava com a frase: “o ar que resfria a sua casa aquece o mundo”.
Sobre o desmatamento, o anúncio feito para o Greenpeace tem uma imagem que dispensa palavras. Sobre toras de madeira cortada, foram desenhados rostos (sempre chorando) de pessoas e animais. E a mensagem final: “quando uma árvore cai, leva várias vidas com ela”.
Imag
ens:
Div
ulga
ção
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conscientizar
Música esustentabilidadeStarts With You (Começa Por Você) é o nome do festival de música e arte, o primeiro evento de camping do País que já caminha para a terceira edição e levou, de 12 a 14 de novembro, mais de 179 mil pessoas a Paulínia, no interior de São Paulo
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Terraplenagem, pavimentação e drenagem de acessos e bases para parques eólicos e
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ulga
ção
r e n e rg y. ano 2 > # 8 > 2011 { 19 }
Durante os três dias, foram 73 atrações musicais nacio
nais e internacionais, que se apresentaram em três palcos e numa tenda eletrônica. Entre os destaques, Peter Gabriel, The Black Eyed Peas, Kanye West, Snoop Dogg, Duran Duran, Chris Cornell, Faith No More, Alice In Chains, Lynyrd Skynyrd, Megadeth, Stone Temple Pilots e Hole, além de atrações brasileiras como Raimundos, Ultraje a Rigor, Marcelo D2 e Zé Ramalho.
Mais do que diversão, o festival de música e arte SWU é um movimento de conscientização em prol da sustentabili
dade que tem o intuito de mobilizar o maior número possível de pessoas, mostrando que, por meio de pequenas ações, com simples atitudes individuais do dia a dia, é possível ajudar a construir um mundo melhor para se viver. A expectativa da organização é reciclar 100% do lixo recolhido na arena do festival.
Durante o evento, o II Fórum Global de Sustentabilidade SWU reuniu 29 palestrantes nacionais e internacionais, como os músicos Neil Young e Bob Geldof, a atriz Daryl Hannah, a Nobel da Paz Rigoberta Menchú e a exministra Marina Silva.
Com transmissão ao vivo pela SWU TV, o fórum foi visto por mais de 1,5 milhão de pessoas e cerca de três mil pessoas passaram pelo Theatro Municipal de Paulínia, onde ocorreram os debates.
Já consagrado como um dos principais festivais de música do País, a terceira edição do SWU já está confi rmada para setembro ou outubro de 2012, novamente em Paulínia. “Logo no dia 16 de novembro, começamos a preparação do SWU 2012”, anunciou Eduardo Fischer, presidente do Grupo Totalcom, idealizador do evento.
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R E F E R Ê NC I A V E R D E
A capital da Dinamarca estabeleceu uma série de ações sustentáveis que garantem o título de uma das cidades com melhor qualidade de vida do planeta
a primeira capital
carbono neutro
cidade renovável
r e n e rg y. ano 2 > # 8 > 2011 { 2 1 }
Copenhagen, a capital da Dinamarca, quer ser em 2025 a
primeira capital de carbono neutro no mundo. Em tempos de desenvolvimento industrial acelerado e também de aquecimento global, não é uma ambição pequena. A cidade escandinava, que tem 1,7 milhão de habitantes, já é conhecida mundialmente como um dos locais com melhor qualidade de vida. Em 2008, foi apontada como a cidade mais habitável do mundo pela revista internacional Monocle no seu “Top 25 de Cidades mais Habitáveis”.
Até 2015 também quer ser conhecida como a cidade de melhor ambiente urbano. Copenhagen se tornará a capital do clima, demonstrando que a preocupação ambiental acrescenta uma dinâmica extra para o desenvolvimento urbano. Não só seus moradores como também seus visitantes poderão viver as melhorias, enquanto a cidade estará compartilhando responsabilidade ativa para o desenvolvimento ambiental global.
Como em todo governo, para que isso aconteça, é preciso decisão política e administrativa. A visão da capital dinamarquesa para chegar ao título foi decidida de forma unânime pelo Conselho da Cidade de Copenhagen, ainda em novembro de 2007. Essa visão foi dividida em
quatro temas centrais: melhor cidade do mundo para ciclismo, capital do clima, capital verde e azul e uma grande cidade limpa e saudável.
São muitos planos ligados à área de sustentabilidade ambiental e urbana que vem sendo desenvolvidos há pelo menos 20 anos. Um dos principais motivos que colocam a cidade entre os paraísos de concreto é o fato de sua população ser adepta da bicicleta. Também é considerada uma das cidades mais ecológicas do mundo, com a água no interior do porto da cidade sendo tão limpa que pode ser usada para banhos.
Em agosto de 2009, o conselho municipal aprovou o Plano do Clima de Copenhague. O plano inclui 50 iniciativas específi cas que farão com que a cidade atinja sua meta de uma redução de 20% das suas emissões de carbono de 2005 a 2015, bem como de neutralidade de carbono até 2025. As 50 iniciativas visam reduzir as emissões de carbono, sendo que 44 foram lançadas em 2010 e durante o primeiro semestre de 2011.
Entre elas estão, por exemplo, a renovação de prédios municipais (escolas, jardins, praças), construção de mais usinas eólicas, melhoria das condições para veículos elétricos e estabelecimento de pequenos parques para fi ns recreativos e drenagem de águas pluviais.
A implantação dessas medidas fará com que Copenhagen tenha uma redução de cerca de 500.000 toneladas, passando de 2.500.000 para 2.000.000 de CO² em 2015.
A cidade não espera atingir seus objetivos sozinha. Por isso, está convidando empresas, instituições e organizações baseadas em conhecimento para encontrar respostas aos desafi os tecnológicos do amanhã. Eles acreditam que podem transformála em uma câmara de teste dinâmico para soluções verdes urbanas, o que proporcionará um quadro para mais desenvolvimento sustentável em outras cidades.
Mobilidade urbanaTalvez seja a mobilidade urbana
a mais sólida e mais famosa política de sustentabilidade de Copenhagen. Imagine os benefícios de habitar uma cidade onde cerca de 36% da população usa a bicicleta para se deslocar para o trabalho ou escola.
Atualmente, percorrem mais de 1,1 milhão de quilômetros por dia. Este incrível número é, presumivelmente, um recorde mundial e constitui uma parte importante da identidade da cidade. Há um total de 350 quilômetros de ciclovias e 40 de ciclovias verdes em Copenhagen, o equivalente ao comprimento da península dinamarquesa de Jutland.
Estocolmo
a primeira capital
carbono neutro
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cidade renovável
R E F E R Ê NC I A V E R D E
A cultura sobre duas rodas tem evoluído e se desenvolvido ao longo de muitos anos, ajudada por investimento contínuo em ciclofaixas, ciclovias e até semáforos específicos para o transporte. Entre as reivindicações dos copenhaguenses estão mais ciclovias amplas, em áreas verdes livres de tráfego de automóveis e melhores instalações no que diz respeito a estacionamento de bicicletas, principalmente nos locais de trabalho. Nos últimos anos, foi construída uma nova ponte sobre o porto para os ciclistas e pedestres.
O governo diz que as condições para os ciclistas vão melhorar ainda mais, para que mais habitantes possam optar por transformar a viagem até o local de trabalho ou escola em um passeio de bicicleta na metrópole ecoCopenhagen. De fato, os ciclistas já contribuem para manter reduzidas as emissões de CO² do tráfego, em comparação com outras grandes cidades. Eles esperam que, quando atingirem a meta de 50% dos copenhaguenses usando bicicletas, vão reduzir as emissões de CO² em mais de 80.000 toneladas por ano no trânsito de Copenhagen.
Ter um carro em Copenhagen não é somente uma decisão individual. A Dinamarca é um dos países
mais caros do mundo para comprar um veículo de propriedade privada, devido a impostos e taxas de inscrição. O negociante de carro só irá aconselhar o comprador sobre como registrar e segurar o seu carro novo. Se, por exemplo, uma pessoa for trabalhar ou estudar na Dinamarca e quiser trazer o seu carro, que é registrado em outro país, deve apresentar um pedido à administração fiscal.
Por isso, a cidade também conta com um sistema integrado de transporte público, que deve ser melhorado dentro da política de carbono neutro, com metrô, ônibus, além da bicicleta. Tudo pensado para que o público deixe o carro de lado.
Energias e águaEm 2006, Copenhagen conquis
tou o Prêmio Ambiental Europeu pela limpeza de suas vias aquáticas e por sua liderança em termos de planejamento ambiental. Água e parques eólicos foram os responsáveis por isso. Nos últimos 10 anos, a cidade desenvolveu esforços a fim de manter as águas de seu porto limpas e seguras. O governo investiu em um sistema de monitoração da qualidade de água que acompanha os níveis de poluição.
Essa mudança foi resultante de uma redução significativa da descarga de águas residuais durante as chuvas. A estratégia da prefeitura da cidade resultou em uma qualidade da água tão alta que as pessoas podem até nadar nos portos. Um sistema de aviso on line monitora a qualidade de água no porto.
Se a qualidade da água é baixa, o espaço é imediatamente fechado. Por muitos anos, a descarga de esgoto e de resíduos industriais ocasionou um grande impacto na qualidade de água do porto de Copenhagen. A água era poluída por esgoto, lixo industrial, algas e vazamentos de óleo provenientes do transporte comercial realizado no local.
Além disso, Copenhagen é famosa por seus parques eólicos. Mais de 5,6 mil deles fornecem 10% da eletricidade da Dinamarca. Em 2001, Copenhagen inaugurou o maior parque offshore, com capacidade para abastecer 32 mil residências na cidade e atender cerca de 3% de suas necessidades. Também entre seus cases de sucesso na área de energia, está um sistema de aquecimento abastecido em 97% pelo calor residual da produção de eletricidade, processo iniciado com
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a implementação de uma lei de fornecimento de energia, em 1979, exigindo a conexão de todas as residências à rede de abastecimento municipal.
Uma parceria entre a Metropolitan Copenhagen Heating Transmission (CTR) e a empresa VEKS deu origem ao sistema que conecta quatro usinas de CHP (calor e potência elétrica combinados), quatro incineradores de resíduos e mais de 50 usinas termelétricas em um consórcio, capturando o calor residual da produção de eletricidade e canalizandoo de volta para as residências por uma rede de tubulações
de 1.300 quilômetros.
Telhados verdesCom seu plano de ser carbon
free, Copenhagen quer ter 150.000 metros quadrados de telhados verdes em 2015. Um debate sobre os telhados verdes foi iniciado pela administração municipal a fim de chamar a atenção para esta nova solução amigável ao clima. Em maio de 2010, o Comitê Técnico e Ambiental da cidade decidiu que em todos os novos edifícios com telhados planos deve ser plantada vegetação verde de acordo com um conjunto de diretrizes estabelecidas.
Além de ser uma solução moderna e amigável para facultar aos cidadãos espaços de respiração, os telhados verdes tem também o objetivo de que as plantas absorvam a água da chuva que iria para o sistema de esgoto. Plantas pequenas podem absorver 60% a 80% da chuva que cai no telhado.
Economizar energia e evitar emissões de carbono, claro, também é outra intenção, na medida em que um telhado verde isola de forma mais eficaz contra o frio e calor, com consequente redução no consumo de energia, em termos de aquecimento e ar condicionado.
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P E R F I L
Desde criança, a arte de lidar com estruturas metálicas atraía Joachim Fuhrlander. As técnicas que aprendeu com o pai o fizeram mais que um ferreiro. Da metalurgia à vontade de continuar os negócios da família, ele se lançou no mercado de energia eólica
O alemão cheio deenergia do bem
rg verde
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Nascido em 10 de novembro de 1959, divorciado e pai de três
filhos, o alemão Joachim Fuhrlander está à frente da empresa que leva seu sobrenome em turbinas e parques de geração de energia elétrica a partir da força dos ventos.
A empresa foi fundada pelo pai, Theo Fuhrländer, em 1960, junto com um irmão. Foi o pai quem ensinou Joachim a lidar com estruturas metálicas. Os dois se envolveram nos negócios da oficina na vila Waigamdshin, em Westerwald, na Alemanha. O trabalho exigia esforço braçal do jovem, que também encabeçava o desenvolvimento dos negócios em sintonia com o aprimoramento tecnológico. Nos anos 70, Joachim se interessou por gerar energia para a própria empresa. Construiu um gerador eólico de 30kv, uma pequena turbina. A partir daí, contratou algumas pessoas e começou a se especializar em turbinas eólicas. Esta primeira máquina funciona há mais de 35 anos. Para começar esta nova fase, pediu um empréstimo bancário que deu origem a uma fábrica e uma academia de ensino. Hoje, a Fuhrlän
der conta com 700 funcionários, sendo 170 aprendizes.
Em 2009, Joachim inaugurou uma fábrica na vila de Liedenscheid, a cinco quilômetros de onde tudo começou. E leva suas turbinas para parques em vários países.
Para quem nunca considerou trabalhar em outra coisa, Joachim traz como filosofia a preocupação com a preservação do meio ambiente e a formação de mão de obra jovem, que representa 25% do quadro laboral da empresa. Um dos desafios que propõe é provar que empregando jovens consegue ter lucro. A ideia é formar mão de obra para o futuro, preparandoos para trabalhar com energia limpa em qualquer empresa.
No horário de lazer, Joachim se dedica a uma pousada chamada Fuchskaute, que significa Toca da Raposa. Seu próximo projeto é ampliar o empreendimento com uma nova área social. Seu deleite é participar dos eventos das redondezas, na pousada, servindo cerveja atrás do bar. Se o descanso pedir uma viagem, ele tem um destino de adoração. Portugal é onde
passa as férias com os filhos. Ele entende o idioma do país, pois em sua fábrica trabalhou um senhor português.
Protestante, o alemão também frequenta e ajuda a igreja. A caridade é um dos traços de sua personalidade. Quando uma de suas funcionárias faleceu, Joachim apadrinhou o filho da telefonista. Além de chefe, com forte espírito de liderança, ele é visto por seus colaboradores como um amigo. Tem um bom relacionamento com todos, desde o trabalhador de montagem ao diretor.
Em 1998, o alemão esteve no Brasil pela primeira vez. Foi quando surgiu a "ideia fixa" de vir ao País e aproveitar a capacidade dos brasileiros. Em três lugares, ele investe em projetos sociais. Em um hospital em Witmarsum, no Paraná, ele reformou o ambulatório, que foi inaugurado em outubro deste ano. Ajuda um padre franciscano na favela Brasília Teimosa, em Recife. E em Fortaleza apoia uma escola de informática no José Walter.
A presença da marca Fuhrländer no Brasil vai ganhar destaque quando a fábrica começar a operar no Pecém, no Ceará, no próximo ano.
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RIOScapa
H I D R E L E T R I C I DA D E
A extensão continental do Brasil revela riqueza naturais e humanas, que refl etem na economia nacional. Um exemplo disso são os rios, aproveitados para gerar energia elétrica em grandes e pequenas centrais há mais de cem anos. Hoje, um dos grandes projetos, o de Belo Monte, tem dividido opiniões. As PCHs também disputam competitividade. Em meio a polêmicas e desafi os, a previsão é que a hidreletricidade continue em expansão
ENERGIA DOS
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A tualmente, as usinas hidrelétricas são responsáveis
por, aproximadamente, 20% da produção de energia elétrica no mundo. No Brasil, com grandes mananciais existentes, muitos rios extensos, caudalosos e que correm sobre planaltos e depressões, este percentual ultrapassa os 80%. Os rios brasileiros produzem mais de 82 milhões de kW (quilowatts), o que corresponde a 70% da matriz elétrica, segundo dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). São 180 usinas hidrelétricas em funcionamento, 12 em construção e 13 outorgadas (com permissão para serem construídas), além de 364 centrais geradoras hidrelétricas e 63 em obras; e 412 pequenas centrais hidrelétricas, 55 em construção e 140 previstas.
A primeira usina hidrelétrica brasileira foi construída ainda por D. Pedro II, no município de Diamantina, em Minas Gerais, aproveitando as águas do ribeirão do Inferno, afluente do rio Jequitinhonha. E foi também em Minas, nas águas do rio Paraibuna, em Juiz de Fora, que surgiu a primeira hidrelétrica do Brasil para serviços de utilidade pública.
Passados mais de cem anos, as hidrelétricas são as grandes geradoras da energia que abastecem milhares de lares e indústrias brasileiras e há quem garanta que o Brasil ainda tem grandes chances de construir mais usinas. Esta é a opinião de Alessandro Perotti Martins, diretor da Impsa, que destaca o potencial hidráulico do País, reconhecido como o terceiro maior do mundo, ficando atrás apenas da Rússia e da China. “A fonte de geração hidráulica é
uma fonte limpa e que pode aportar em um único projeto uma grande capacidade de potência instalada e de geração. Esta solução energética tem se mostrado muito viável”, aposta.
O Brasil é o maior produtor de hidreletricidade da América Latina, com cerca de 600 barragens. No mundo, em termos absolutos, é o terceiro em produção hidrelétrica, atrás apenas do Canadá e dos Estados unidos. China e Rússia ocupam a quarta e quinta posição, respectivamente. A Usina Hidrelétrica de Tucuruí, com
potência instalada de 8.000 MW, é uma das maiores obras da engenharia mundial.
Brasil e Paraguai juntos tinham a maior usina hidrelétrica do mundo, com uma capacidade total de 12.600 megawatts, a Usina de Itaipu. Hoje, a Hidrelétrica das Três Gargantas, construída no rio Yangtsé na China, é a maior do mundo e a segunda maior em energia gerada. O audacioso projeto tem como funções a prevenção de enchentes, a geração de energia e facilitar o transporte fluvial.
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No Brasil, os projetos continuam. A expectativa do Ministério de Minas e Energia é de que pelos menos mais 30 usinas hidrelétricas sejam construídas até 2020. As novas unidades vão gerar cerca de 19 mil megawatts (MW) de energia. Dessas, seis já foram autorizadas e devem entrar em operação a partir de 2018. Vinte e quatro ainda dependem de autorização e tem previsão de come
çar a funcionar a partir de 2016. A previsão está no Plano Decenal de Expansão de Energia 2020 (PDE), divulgado pelo Ministério de Minas e Energia.
Já no segundo semestre deste ano foi anunciada a construção de nova hidrelétrica, Santo Antônio do Jari, de 373,4 MW, que será construída no rio Jari, na região Amazônica, por meio do Consórcio Amapá Energia e
custará cerca de 310 milhões de euros.
Marcos Costa, vicepresidente da Alstom Power América Latina, multinacional que será responsável ela execução da obra cujo comissionamento será feito no final de 2014, ressalta a importância do projeto. “Este contrato é um forte endosso da liderança de mercado da Alstom em tecnologias para hidrelétricas e capacidade de execução de projetos, porque requer turbinas extremamente robustas, com uma larga faixa de operação, a fim de lidar com as grandes variações de fluxo do rio Jari”, comemora.
A nova hidrelétrica de Santo Antônio do Jari chega a ser tímida diante do projeto Belo Monte, que prevê a construção de uma usina hidrelétrica em um trecho de 100 quilômetros no rio Xingu, no Pará, entre os municípios de Altamira e Vitória do Xingu, devendo operar a plena carga em 2019.
Ao entrar em operação, com a potência instalada de 11.233 MW, será a maior usina hidrelétrica inteiramente brasileira e a terceira maior do mundo, atrás apenas da chinesa Três Gargantas e da binacional Itaipu, com 11,2 mil MW de potência instalada. O investimento na usina de Belo Monte será de R$ 19 bilhões e a produção energética terá a capacidade de abastecimento de uma região de 26 milhões de habitantes, com perfil de consumo elevado, como o Sudeste.
De acordo com Alessandro Perotti Martins, a usina reflete uma necessidade do País. “Essa hidrelétrica é fundamental para o crescimento do Brasil e responde
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Novos projetos
A grandiosidade da obra tematraído trabalhadores de todas asregiões do País, mas a EmpresaNorte Energia, responsável pelaconstrução da usina, afirma quea prioridade é utilizar a mão deobra da região.
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ao ritmo imposto pelo governo, com prazos apertados, o que reflete a forte necessidade de energia”, afirma.
A grandiosidade da obra tem atraído trabalhadores de todas as regiões do País, mas a Empresa Norte Energia, responsável pela construção da usina, afirma que a prioridade é utilizar a mão de obra da região. “A prioridade é para o pessoal da região. Estamos qualificando carpinteiros, pedreiros, armadores, operadores de máquinas”, conta Marco Túlio Pinto, diretor de construção do Consórcio Construtor Belo Monte, contratado pela Norte Energia para executar a obra.
Antes da usina, propriamente dita, é necessária a construção de uma grande estrutura. São três alojamentos onde, nos próximos anos, vão morar 20 mil trabalhadores. Também serão construídos 260 quilômetros de estradas para permitir a passagem de caminhões, equipamentos e máquinas pesadas para os canteiros de obras.
O lago da usina terá uma área de 516 quilômetros quadrados e, de acordo com movimentos sociais e ambientalistas, além de inundar a floresta, provocará o deslocamento de mais de 50 mil pessoas. É exigência do Ibama a preservação de todos os bichos que vivem na região. Além da preservação da fauna, arqueólogos procuram vestígios das populações indígenas que viveram na região há mais de mil anos. O trabalho também é uma exigência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O empreendimento tem dividido opiniões. No momento, a
Usina de Belo Monte é objeto de um processo na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da OEA pelos supostos danos que causará à Amazônia. Além disso, dezenas de causas correm na Justiça brasileira para tentar impedir a obra, que começou em março deste ano.
Em setembro, a Justiça Federal no Pará determinou a paralisação das obras, por considerar que 1000 famílias que dependem da pesca serão prejudicadas. De acordo com a Associação dos Criadores e Exportadores de Peixes Ornamentais de Altamira, a hidrelétrica vai inviabilizar a ati
vidade pesqueira na região, pois as principais espécies de peixes seriam extintas. E o projeto ambiental de Belo Monte só permite que pescadores retomem as atividades em 2020, prazo da última fase do projeto de aquicultura.
As críticas não se resumem aos prejuízos ambientais. O modelo energético das hidrelétricas sofreu um forte desgaste, em 2001, quando o Brasil passou por uma crise, que afetou o forneci
O modelo energético das hidrelétricas sofreu forte desgaste, em 2001, quando o Brasil passou por uma crise, que afetou o fornecimento e distribuição de energia elétrica
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mento e distribuição de energia elétrica. A falta de chuvas, que deixou várias represas vazias, somada à falta de planejamento e investimentos em geração de energia, fez o Governo Federal levantar a hipótese de que talvez se tornasse necessário fazer longos cortes forçados de energia elétrica em todo Brasil. Estes cortes forçados, ou blecautes, foram apelidados de "apagões" pela imprensa. Com a ameaça do apagão, a população brasileira embarcou numa campanha de racionamento "voluntário" de energia.
A eficiência energética das hidrelétricas é muito alta, em torno de 95% e embora o investimento inicial e os custos de manutenção sejam elevados, são compensados pelo custo do combustível (água), que é nulo. Entretanto, a crise energética de 2001 custou R$ 54,2 bilhões e acendeu o alerta de que o Brasil não pode depender apenas das hidrelétricas.
Apesar de ser uma fonte de energia renovável e não emitir poluentes, a energia hidrelétrica não está isenta de impactos ambientais e sociais. A inundação de áreas para a construção de barragens obriga a realocação das populações ribeirinhas, comunidades indígenas e pequenos agricultores.
O represamento da água para a formação dos lagos causa impactos ambientais, como a destruição de extensas áreas de vegetação natural, matas ciliares, o desmoronamento das margens, o assoreamento do leito dos rios, prejuízos à fauna e à flora locais, alterações no regime hidráulico dos rios, possibilidades da transmissão de doenças, como esquis
tossomose e malária, extinção de algumas espécies de peixes.
Outra desvantagem das grandes usinas é que, geralmente, estão distantes dos centros consumidores, o que eleva os valores do transporte de energia, com a construção de linhas de transmissão.
Há um fator que não se pode desconsiderar: a demanda energética brasileira tem aumentado vertiginosamente. O consumo de energia per capita no Brasil quadruplicou desde 1970 e, segundo o PDE, documento que prevê o planejamento energético do País até 2020 e serve para orientar as decisões do governo no atendimento ao crescimento da demanda e à necessidade de infraestrutura para o setor, até 2020 a taxa média de crescimento do consumo de energia elétrica será
de 4,6% ao ano.De acordo com o PDE, a esti
mativa dos investimentos necessários é de cerca de R$ 90 bilhões até 2020. “É importante destacar que, para o atendimento da demanda no médio prazo, é necessária a retomada dos investimentos em toda a cadeia produtiva, que foram significativamente reduzidos nos últimos anos, além de problemas climáticos (estiagem) em 2010 e alta do preço do açúcar no mercado internacional”, aponta o estudo.
O plano prevê como desafio para o setor energético a viabilização desse conjunto de projetos de acordo com os princípios do desenvolvimento sustentável. E para equacionar o déficit na oferta, estão sendo discutidas fontes alternativas para a produção de energia elétrica.
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Como funciona uma usina hidrelétrica
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A energia hidrelétrica é a obtenção de energia elétrica através do aproveitamento do potencial hidráulico de um rio. As centrais hidrelétricas utilizam a energia de queda de água. Para tanto é neces-sária a construção de usinas em rios que possuam elevado volume de água e que apresentem desníveis em seu curso. O volume de água represado cai sobre grandes turbinas, passando por tubula-ções da usina com muita força e velocidade, realizando a movi-mentação das turbinas que giram movidas pela força das águas. Nesse processo, ocorre a transformação de energia potencial (energia da água) em energia mecânica (movimento das turbinas). As
turbinas em movimento estão conectadas a um gerador, que é responsável pela transformação da energia mecânica em energia elétrica.A eletricidade gerada no processo é transmitida da usina até a cidade ou área que vai ser consumida. Depois, a energia é distribuída para as casas, fazendas, indústrias e outros consu-midores.Utiliza-se a energia hídrica no Brasil em grande escala, devido aos grandes mananciais de água exis-tentes, mas atualmente estão sendo discutidas fontes alternativas para a produção de energia elétrica, pois a falta de chuvas está causando um grande défi cit na oferta.Para aproveitar ao máximo as
possibilidades de fornecimento de energia de um rio, deve-se regula-rizar a sua vazão para que a usina possa funcionar continuamente com toda a potência instalada. E para o controle da vazão são cons-truídos lagos artifi ciais.A energia que pode ser fornecida por unidade de tempo chama-se potência e pode ser calculada multiplicando-se a tensão em volts que ela é capaz de fornecer pela corrente em ampères que distribui.Em suma, a energia hidrelétrica é a energia que vem do movimento das águas, usando o potencial hidráulico de um rio e os desníveis naturais (queda da água) ou artifi -ciais. Essa energia é a segunda maior fonte de eletricidade do mundo.
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Linha de transmissão
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Usina Potência (kW) Destino Proprietário Município Rio
1 Tucuruí I e II 8.370.000 SPCentrais Elétricas do Norte do Brasil S/A.
Tucuruí - PA Tocantins
2 Itaipu (Parte Brasileira) 7.000.000 SP Itaipu Binacional Foz do Iguaçu - PR Paraná
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Paulo Afonso II 443.000 SP ChesfDelmiro Gouveia - ALPaulo Afonso - BA
São Francisco
Paulo Afonso III 794.200 SP Chesf Delmiro Gouveia - ALPaulo Afonso - BA
São Francisco
Paulo Afonso IV 2.462.400 SP Chesf Delmiro Gouveia - AL Paulo Afonso - BA
São Francisco
4 Ilha Solteira 3.444.000 SP Cesp Ilha Solteira - SP Selvíria - MS Paraná
5 Xingó 3.162.000 SP Chesf Canindé de São Francisco - SE Piranhas - AL
São Francisco
6 Itumbiara 2.082.000 SP Furnas Centrais Elétricas S/A. Araporã - MG Itumbiara - GO Paranaíba
7 São Simão 1.710.000 SPCEMIGGeração e Transmissão S/A
Santa Vitória - MG São Simão - GO
Paranaíba
8 Governador Bento Munhoz da Rocha Neto (Foz do Areia)
1.676.000 SP CopelGuarapuava - PR Mangueirinha e Pinhão - PR
Iguaçu
9 Jupiá (Eng° Souza Dias) 1.551.200 SP CespCastilho - SP Três Lagoas - MS
Paraná
10 Porto Primavera (Eng° Sérgio Motta)
1.540.000 SP CespAnaurilândia - MS Teodoro Sampaio - SP
Paraná
11 Itá 1.450.000 PIEItá Energética(60,5%)Tractebel(39,5%)
Aratiba - RS Itá - SC Uruguai
12 Luiz Gonzaga (Itaparica) 1.479.600 SP Chesf Glória - BA Jatobá - PE São Francisco
13 Marimbondo 1.440.000 SP Furnas Fronteira - MG Icém - SP Grande
14 Salto Santiago 1.420.000 PIE Tractebel Saudade do Iguaçu - PR Iguaçu
15 Água Vermelha (José Ermírio de Moraes)
1.396.200 PIE AES TietêIndiaporã - SP Iturama - MG Ourinhos - SP
Grande
16 Serra da Mesa 1.275.000 SP Furnas Cavalcante - GO Minaçu - GO Tocantins
17 Governador Ney Aminthas de Barros Braga (Segredo)
1.260.000 SP CopelGuarapuava - PR Mangueirinha - PR Pinhão - PR
Iguaçu
18 Furnas 1.216.000 SP FurnasSão João Batista do Glória - MG São José da Barra - MG
Grande
19 Emborcação 1.192.000 SP Cemig Cascalho Rico - MG Catalão - GO Paranaíba
20 Governado r José Richa (Salto Caxias)
1.240.000 SP CopelCapitão Leônidas Marques - PRRealeza - PRSalto do Lontra - PR
Iguaçu
21 Machadinho 1.140.000 APE-COM SP
Alcoa Alumínio S/A (25,74%)Companhia Brasileira de Alumínio (27,52%)Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica (5,53%)Departamento Municipal de Eletricidade de Poços de Caldas(2,73%)InterCement Brasil S.A(5,27%)Tractebel Energia S/A (19,28%)Valesul Alumínio S/A(8,29%)Votorantim Cimentos Brasil Ltda. (5,62%)
Maximiliano de Almeida - RS Piratuba - SC
Pelotas
22 Estreito 1.087.000 PIE
Companhia Energética Estreito S.A. (40,07%)Estreito Energia S.A. (25,49%)InterCement Brasil S.A (4,44%)Vale S/A (30%)
Aguiarnópolis - TO Estreito - MA
Tocantins
23 Salto Osório 1.078.000 PIE Tractebel Quedas do Iguaçu - PR Iguaçu
24 Sobradinho 1.050.300 SP Chesf Sobradinho - BA São Francisco
Fonte: Aneel - Legenda: SP - Serviço Público, PIE - Produção Independente de Energia, APE - Autoprodução de Energia - REG - Registro
Principais usinas em operação
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Pequenas centrais
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Uma tentativa de minimizar os impactos das hidrelétricas e aproveitar o potencial hidráulico do País é a substituição dos grandes empreendimentos por Pequenas Centrais Hidrelétricas PCHs que, de acordo com a resolução nº 394 04121998 da Aneel, é toda usina hidrelétrica de pequeno porte cuja capacidade instalada seja superior a 1 MW e inferior a 30 MW. Além disso, a área do reservatório deve ser inferior a 3 km².
O Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica no Brasil (Proinfra) tem dado incentivos para as PCHs, que resultam em menores impactos ambientais e se prestam à
geração descentralizada. Há mais de 100 anos, o modelo é fonte global de energia sustentável e renovável.
O intuito é promover a diversificação da Matriz Energética Brasileira, buscando alternativas para aumentar a segurança no abastecimento de energia elétrica, além de permitir a valorização das características e potencialidades regionais e locais. O programa prevê a implantação de 144 usinas, totalizando 3.299,40 MW de capacidade instalada, sendo 1.191,24 MW provenientes de 63 PCHs, 1.422,92 MW de 54 usinas eólicas, e 685,24 MW de 27 usinas a base de biomassa.
Geralmente, os reservatórios das PCHs não permitem a regularização do fluxo d´água. Logo, durante a estiagem é possível que a vazão disponível seja menor que a capacidade das turbinas, causando ociosidade. Como também pode acontecer de, em outras situações, as vazões serem maiores que a capacidade de processamento das máquinas. Por esse motivo, o custo da energia elétrica produzida pelas PCHs é maior que o de uma usina hidrelétrica de grande porte (UHEUsina Hidrelétrica de Energia), onde o reservatório pode ser operado de forma a diminuir a ociosidade ou os desperdícios de água.
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Hidrelétricas e o desenvolvimento
As usinas hidrelétricas estão diretamente ligadas ao desenvolvimento industrial do Brasil. Foi durante a I Guerra Mundial, com a dificuldade de importar produtos industrializados, que muitos bens passaram
a ser feitos aqui, e o governo deu incentivos para as empresas de energia elétrica que quisessem vir ao País. Décadas depois, para quebrar a hegemonia estrangeira na produção e distribuição de energia elétrica, o governo brasileiro criou a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (C hesf), que construiu a usina de Paulo Afonso.
O grande desenvolvimento da hidreletricidade no Brasil foi entre 1975, quando a capacidade instalada era apenas de 18.500
gigawatts, e 1985, quando passou para 54.000 gigawatts. A partir de então a construção de barragens tornouse mais difícil devido às crises econômicas e às críticas ao modelo de geração de energia, que apresenta grandes impactos sociais e ambientais.
Hoje, mais de 80% da energia elétrica do Brasil provém de usinas hidrelétricas e a expectativa é de que, com as novas usinas que estão sendo construídas, essa realidade ainda perdure pela próxima década.
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especialistaE N T R E V I S TA C H A R L E S L E NZ I
Opresidente da Abragel (Associação Brasileira de Ge
ração de Energia Limpa), Charles Lenzi, constata que as Pequenas Centrais Hidrelétricas enfrentam um problema de ordem econômica. "Temos um problema de custos de construção civil e de equipamentos que afeta nossa competitividade em relação a outras fontes", afirma. Esta falta de competitividade faz com que as PCHs não tenham sucesso nos leilões de energia e consequentemente , sem contratos de venda de energia de longo prazo, não há como conseguir financiamento para a construção dos empreendimentos. Outra questão devese à regulação. "Observase a existência de um gargalo dentro da agência reguladora na aprovação de estudos e projetos". O licenciamento ambiental revelase
Em busca da competitividadedas PCHsGrandes desafios para o desenvolvimento do mercado de PCHs no Brasil estão relacionados a questões econômicas, regulatórias e ambientais. Charles Lenzi, presidente da Abragel , defende este tipo de empreendimento energético para geração de energia elétrica limpa, ambientalmente sustentável e com responsabilidade social
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como mais uma dificuldade para o setor. "Em função das inúmeras exigências, dos custos associados e do tempo necessário para sua obtenção", enumera. Diante deste quadro, Lenzi também aponta soluções na seguinte entrevista.
Renergy:: O Brasil precisa de PCHs?Charles Lenzi:: Sim. O Brasil precisa das Pequenas Centrais Hidrelétricas, pois são fontes de geração de energia elétrica limpa, ambientalmente sustentáveis e socialmente responsáveis. Tratamse de pequenos empreendimentos, localizados próximos aos centros de carga e que, por isso, desempenham um importante papel no desenvolvimento das comunidades locais como também, por terem esta característica de geração distribuída por todas as regiões do país, não sobrecarregam o sistema de transmissão nacional. As PCHs já estão consolidadas como fonte de geração de energia elétrica efetiva, confiável e limpa, representando atualmente cerca de 3,2% da capacidade instalada da matriz elétrica brasileira. O potencial também é imenso. Existem atualmente, tramitando na Aneel, estudos e projetos que podem representar aproximadamente 17.000 MW de potência. Além disso, estudos determinam que podem existir outros 10.000 MW ainda a ser explorados. As fontes alternativas, constituídas por Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), Usinas Eólicas e de Biomassa, já representam hoje algo em torno de 9% da potência instalada da matriz elétrica brasileira. De acordo com o Plano Decenal de Expansão, preparado
pela EPE, estas fontes vão ampliar sua participação para 16% da capacidade instalada brasileira para geração de energia elétrica em 2020. É um crescimento relativo impressionante, significando muitos investimentos no País na geração de energia elétrica através de fontes limpas e renováveis, consolidando a matriz elétrica brasileira como uma das mais limpas do mundo.
R:: Quais os entraves para de-senvolver o setor no País?CL:: Os grandes desafios estão relacionados a questões econômicas, regulatórias e ambientais. Na questão econômica temos um
problema de custos de construção civil e de equipamentos que afeta nossa competitividade em relação a outras fontes. Esta falta de competitividade faz com que as PCHs não tenham sucesso nos leilões de energia e consequentemente, sem contratos de venda de energia de longo prazo, não há como conseguir financiamento para a construção dos empreendimentos. Na questão regulatória, observase a existência de um gar
galo dentro da agência reguladora na aprovação de estudos e projetos. Hoje, a partir da identificação do potencial a ser explorado até o início da operação comercial de um empreendimento, muitos anos se passam e isto é um custo insuportável para os empresários do setor. Por fim, a questão de licenciamento ambiental, que tem trazido dificuldades para o setor em função das inúmeras exigências, dos custos associados e do tempo necessário para sua obtenção.
R:: Qual o papel das PCHs no crescimento econômico brasi-leiro?CL:: Existe uma indústria nacional consolidada que gera milhares de empregos e que desenvolveu uma tecnologia brasileira de alto padrão. Existem atualmente 781 pequenas usinas localizadas de forma distribuída em praticamente todas as regiões do País. Estes empreendimentos levam desenvolvimento para as comunidades onde se localizam.
R:: Quais são os pleitos do setor para o governo federal? Como incentivar o setor?CL:: Hoje, as PCHs enfrentam um problema muito sério de competitividade. O custo de construção das PCHs está maior que outras fontes, como eólica e biomassa. Basicamente 50% dos custos de construção estão relacionados com obras civis, cujo setor está fortemente aquecido no País, pressionando os preços para cima, e os demais 50% são custos relacionados aos equipamentos eletromecânicos. Na parte dos equipamentos, existe um fator
As PCHs já estão con-solidadas como fonte de geração de energia elétrica efetiva, confiá-vel e limpa, represen-tando atualmente cerca de 3,2% da capacidade instalada da matriz elétrica brasileira.
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muito importante para as eólicas, por exemplo, que é a isenção de ICMS. Os equipamentos de PCHs não tem esta isenção e isto, infelizmente, gera uma falta de isonomia na comparação. O fato é que houve também um avanço significativo na tecnologia dos equipamentos para energia eólica, associado com aspectos circunstanciais como a crise europeia e os estoques de equipamentos existentes, fazendo com que os preços dessa fonte tenham caído fantasticamente. Restabelecer as condições isonômicas de comparação, tanto nas questões fiscais e tributárias como de financiamento, é uma condição fundamental. Além disso, mudar as regras de participação nos leilões de energia, para permitir que mais PCHs possam ser habilitadas. Hoje, as PCHs são a única fonte de energia que precisa ter seu projeto básico aprovado pela Aneel para poder participar dos leilões. Nós
propomos que aqueles empreendimentos onde não há disputa, devidamente registrados na Aneel e com licenciamento ambiental, possam ser habilitados a participar. Um número maior de empreendimentos cadastrados e habilitados trará maior disputa e contribuirá para a melhoria da competitividade. Em segundo lugar, defendemos a existência de leilões específicos por fonte, estabelecendo uma contratação mínima de projetos de PCHs, de modo a não comprometer o futuro da indústria, que é 100% brasileira, já estabelecida. É importante que um país como o Brasil possa ampliar sua matriz de geração de energia elétrica através das fontes limpas e alternativas, utilizando seus recursos naturais de forma ambientalmente sustentável. Outro aspecto fundamental é a definição de condições de financiamento similares aos grandes empreendimentos hidrelétricos.
Esta deveria ser uma questão de política energética.
R:: Como avalia o desempenho da Aneel em aprovar projetos de PCHs?CL:: Existe atualmente, tramitando na Aneel, mais de 600 projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas, que podem representar aproximadamente 8.000 MW de potência. Temos acompanhado o esforço da Agência no sentido de dar maior celeridade na aprovação destes estudos. Precisamos trabalhar em conjunto com a Aneel para que, ao mesmo tempo em que se aperfeiçoe o processo de análise, também se desenvolva a melhoria da qualidade dos projetos. Infelizmente, o ciclo de desenvolvimento de uma PCH, que engloba desde a identificação do potencial até o início de sua operação comercial, tem sido de mais de 10 anos. Isto representa um custo enorme para o setor.
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Keynote Speakers:
8ª edição
O ENCONTRO OFICIAL DA ABERTURA DA SAFRAEvoluindo e Atraindo Novos Investimentos para Atender a Crescente Demanda por Açúcar, Etanol e Renováveis
2012/2013:
Pedro Isamu MizutaniVice Presidente Executivo de Etanol, Açúcar e BioenergiaRaízen, Brasil
José Carlos GrubisichPresidenteETH Bioenergia, Brasil
Pedro Isamu MizutaniVice Presidente Executivo de Etanol, Açúcar e BioenergiaRaízen, Brasil
Jacyr Costa FilhoDiretor PresidenteGuarani, Brasil
Dario Costa GaetaCEOParaíso Bioenergia S.A., Brasil
Marcos Sawaya JankPresidenteUNICA União da Agroindústria Canavieira de São Paulo, Brasil
Bob DinneenPresidente and CEORenewable Fuels Association (RFA), USA
Christoph Berg ManagingDirectorF.O. Licht, Germany
Ricardo de Gusmão DornellesDiretor do Departamento de Combustíveis RenováveisMinistério de Minas e Energia, Brasil
Golam MostafaPresidenteDeshbandhu Group, BangladeshSecretário GeralBangladesh Sugar Refiners’ Association (BSRA)
Prasert TapaneeyangkulSecretário-Geral do Conselho de Cana e AçúcarMinistério da Indústria, Tailândia
Arnaldo JardimDeputado FederalCâmara dos Deputados, Brasil
Novidade da edição 2012!
Coquetel e Cerimônia do Prêmio BestBio 2012, organizado pela Procana Brasil no F.O. Lichts Sugar & Etanol Brazil 2012.
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Turbinas paraventos brasileiros
A produção de equipamentos para energia eólica no Brasil é uma realidade para grandes fabricantes do setor no mundo. Além de atender a demanda dos parques contratados nos leilões, elas consideram as características dos ventos do País
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Com ventos de boa qualidade, baixas rajadas e turbulên
cia, quais as turbinas, torres e pás adequadas para os parques eólicos brasileiros? Com a implantação garantida de energia eólica no Brasil será superior a 6.000 MW (megawatts), até 2014, o que representa um crescimento de seis vezes a partir da capacidade instalada atualmente, o setor demanda o desenvolvimento da cadeia produtiva eólica.
De olho no potencial para geração de energia eólica do Brasil, especialmente na região Nordeste, que a GE anunciou, em outubro deste ano, a parceria com o governo da Bahia para instalar uma fábrica de aerogeradores e, assim, ampliar a fabricação local de equipamentos. O investimento para a implantação da unidade fabril é de aproximadamente R$ 45 milhões e a intenção é de que a nova unidade possa contribuir para a produção, já no primeiro ano, de 200 turbinas eólicas. Hoje, a GE produz 25% da eletricidade mundial e é uma das maiores fornecedoras de turbinas eólicas. Presente, neste mercado, em 21 países, possui mais de 17.000 unidades instaladas, 277 milhões de horas de funcionamento e 163 mil GWh de energia gerada e equipamentos com capacidade de 1.5 a 4.1 MW. A previsão é que a companhia forneça, para o mercado brasileiro, aproximadamente 700 turbinas de energia eólica das linhas 1.5 MW e 1.6 MW. “Esta nova fábrica é uma forma da GE se aproximar ainda mais de seus clientes, além de reforçar o seu comprometimento com o País, onde temos presença há mais de 90 anos. Em 2009 e 2010, a GE ganhou contratos nos leilões de energia para gerar mais
de 800 megawatts. No último leilão, ocorrido em agosto deste ano, conquistamos compromissos para mais 378 megawatts”, revela Marcelo Soares, presidente e CEO da GE Energy para a América Latina.
Um dos destaques da companhia é a turbina eólica GE 1.6 MW100, com capacidade de gerar 8GWh de energia o suficiente para abastecer mil casas. Possui rotor de 100 metros de diâmetro, gerador GE 1.6 e fator de capacidade de 53% a 7.5m/s. Com baixo ruído durante o funcionamento, o aerogerador garante 98% de produtividade no ano. Além disso, seu design é uma evolução das consagradas plataformas dos modelos GE 1.5 MW e 2.5 MW. O equipamento é uma das grandes apostas para o mercado brasileiro de energia renovável. “A GE 1.6 MW100 conta com um rotor maior, que em algumas regiões do Brasil, como o Rio Grande do Norte, permite elevar o fator de capacidade bruto para 60%, aumentando assim a produção anual de energia”, descreve Jean Claude Robert, líder de GE Wind para América Latina.
Foi também na Bahia que a Alstom inaugurou, em novembro, sua primeira fábrica de aerogeradores no continente sulamericano. A unidade, localizada no complexo industrial de Camaçari, terá uma capacidade de produção de 300 MW por ano. Com uma área total de 50.000 mil metros quadrados (m²) e uma área construída de 10.000 mil m², representa um investimento inicial de R$ 50 milhões. O empreendimento faz parte da estratégia global da Alstom de reforçar a presença de soluções renováveis na matriz energética e investir em países em desenvolvi
mento. Mais de 2.200 turbinas já foram instaladas em mais de 120 usinas eólicas globalmente, o equivalente a uma capacidade total de mais de 3.000 MW. A usina em Camaçari também irá fabricar as turbinas ECO 100, que já possuem mais de 350 MW instalados ou em construção ao redor do mundo e mais de 200.000 horas acumuladas de operação desde 2008.
A ECO 100 tem 140 metros de altura, o equivalente a um prédio de 50 andares, com um rotor de 100 metros de diâmetro. Com potência de 3MW, o modelo tem capacidade de gerar o dobro de energia das unidades semelhantes, o que reflete no uso de menos turbinas e menor espaço geográfico. As pás mais longas também são um diferencial para geração de energia com mais eficiência. “Hoje, a Alstom reforça sua estratégia de investir em energia renovável e prova seu grande interesse em mercados em expansão, como o Brasil. Este é apenas o começo de um caminho que queremos seguir na indústria eólica no Brasil e em toda a América Latina”, afirmou Patrick Kron, Chairman e CEO da Alstom.
Antes do início de suas operações de fabricação no Brasil, a Alstom já fechou dois contratos para parques eólicos. Em julho de 2010, assinou um contrato no valor de € 100 milhões com a empresa brasileira de geração de energia renovável Desenvix, subsidiária do grupo Engevix, para a construção de um complexo eólico de 90 MW, também na Bahia. O Complexo de Brotas será composto de três parques eólicos que serão equipados com 57 aerogeradores Alstom ECO 86, de 1,67 MW cada. Em 2011, a empresa assinou um contrato no valor
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raio-x eólico
aproximado de €200 milhões para a construção e manutenção de três usinas eólicas para a Brasventos S.A, que serão instaladas no Rio Grande do Norte. O complexo terá uma capacidade de produção total de 580.000 MWh por ano, energia suficiente para abastecer mais de 100.000 mil residências e economizar mais de 300.000 toneladas de CO2 todos os anos.
A indiana Suzlon trará para o Brasil a linha de turbinas S9X, formada pelos modelos S95 e S97, com 2.0 MW de potência, cujo foco é o fornecimento de soluções eficientes que se adaptem a ventos de baixa velocidade. O novo projeto apresenta evoluções como Conversor DFIG (Doubly Fed Induction Generation) com velocidade variável, maior área de varredura com rotores de 95 e 97 metros de diâmetro e opções de torres de 80, 90 e 100 metros de altura. A expectativa é de que os novos modelos já sejam instalados nos próximos projetos negociados pela Suzlon, que é hoje é uma das principais fabricantes de turbinas eólicas do mundo, com presença em 32 países nas Américas, África, Ásia, Austrália. No Brasil, desde o início de suas operações em 2007, a Suzlon cresceu e se tornou o principal fornecedor em turbinas eólicas por capacidade instalada. São 182 turbinas em dez projetos de exploração, fornecendo cerca de 380 MW de energia limpa. Em projetos já contratados, a Suzlon possui 350 MW e mais 300 MW em negociação. Para 2012, a empresa estará operando sua primeira linha de produção no Brasil em parceria com a Aeris, no Porto de Pecém. De acordo com a política da Suzlon, cada parque tem sua es
pecificidade e os produtos são projetados para atender as demandas de mercado em termos de regime de ventos e localização geográfica.
Em 2012, a Fuhrländer começa a fabricar no Brasil os modelos FL2500 rotor 100 e 141 metros, torre treliçada, considerado pelos especialistas da empresa como o ideal para as condições de vento brasileiras. 34 turbinas de 2.5 MW começaram a ser instaladas em setembro deste ano. A empresa alemã é responsável pela instalação dos parques eólicos Pau Brasil, de 15MW, em São Paulo, de 17,5 MW, no Ceará, e dos parques Formosa I, de 22,5 MW, e Rosada, de 30 MW, no Rio Grande do Norte. No momento, está em negociação para mais 500 MW, nos leilões A5 (dezembro 2011) e A3 (março de 2012).
Os modelos G87, G90, G97 com alturas de torres desde 67M até 120M fabricados pela Gamesa já contemplam as adaptações necessárias para atender às características dos ventos e condições climáticas do Brasil. Os parques eólicos atendidos pela empresa começam a operar em 2012. A previsão é de que, no primeiro semestre de 2013, 330 MW, divididos em onze parques nos Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia, estejam sob operação da Gamesa.
A Vestas já fabrica no Brasil as plataformas 2.0 e 3.0 MW, que encontram como principal mercado consumidor os Estados Unidos, China, Leste Europeu, além do Brasil e países da America Latina. A empresa dinamarquesa tem instaladas mais de 44.500 turbinas eólicas em cerca de 70 países, é líder mundial na tecnologia eólica, com mais de 30 anos de experiência.
“Nosso objetivo é fornecer o melhor para nossos clientes. Para isso, temos desenvolvido uma abordagem que permite nos adaptarmos a quase qualquer necessidade especial, focando sempre em oferecer as melhores soluções customizadas com base em nossa tecnologia global, experiência e especialização”, afirma Marcelo Hutschinski, diretor de Vendas da Vestas.
A empresa inaugurou, no segundo semestre de 2011, o primeiro centro de montagem e novo centro de operações no Ceará, num espaço com área total de 10 mil metros quadrados. O empreendimento se dedica, exclusivamente, à montagem de naceles e, quando em completa operação, terá uma capacidade de produção anual de aproximadamente 400 naceles para turbinas V90 e V100, o que representa um total anual de 800 MW. A Vestas está desenvolvendo, no
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Brasil, uma rede de fornecedores locais que podem prover componentes, produtos, peças sobressalentes e serviços para a fabricação e operações de turbinas eólicas da empresa no país. Os equipamentos da marca dinamarquesa utilizados nos parques do Nordeste e no Sul do Brasil são da mesma plataforma, assim como os produtos da alemã Fuhrländer, que atende às duas realidades, embora os ventos do sul sejam mais turbulentos e menos constantes do que no Nordeste. Para Marcelo Hutschinski, diretor de Vendas da Vestas, o cenário da energia eólica no Brasil é promissor e estratégico. “O Brasil tem recursos eólicos extensos com um potencial de vento de aproximadamente 350 GW um número superior à base eólica global que foi de aproximadamente 200 GW (final 2010)”, comemora. As duas empresas anunciaram neste ano a cons
trução de suas fábricas no Ceará.É acirrada a disputa entre os
fabricantes. No caso da Siemens, foram assinados contratos para instalação de 136 aerogeradores em 12 parques eólicos em território brasileiro. A companhia tem forte presença no setor de energia do País, mais de 50% da energia gerada no Brasil. A nova Turbina Siemens SWT 2.3 – 108, uma evolução do modelo 101, destacase pelo aumento das pás, de 49m para 53m e do diâmetro do rotor, de 101m para 108m. Estas, entre outras melhorias, contribuíram para aumentar o fator de capacidade e a produção de energia. Entre suas principais características, a linha utiliza a tecnologia das pás (Proven Integralblade), que elimina a necessidade das juntas e garante força e resistência com um maior ciclo de vida; o Siemens Netconverter, capaz de oferecer controle flexível de energia ativa e reativa; Siemens Turbine Load Control, sistema que maximiza a produção de energia e controla a utilização da turbina em toda sua vida útil.
A indústria argentina Impsa Wind atua como desenvolvedora e produtora de aerogeradores no Brasil. Com fábrica em Suape, em Pernambuco, desenvolveu o primeiro aerogerador específico para a classe de ventos encontrada no Brasil, o IWP100. O equipamento resulta em ganhos de produtividade de até 20% em relação a produtos anteriores. O vicepresidente da Impsa no Brasil, José Luiz Menghini acredita que, do ponto de vista dos equipamentos, o Brasil continuará a tendência atual de preços altamente competitivos em relação aos estrangeiros. “Fornecedores sem capacidades de fabricação no
Brasil tentarão entrar no mercado brasileiro aproveitandose das inconsistências de nossos mercados, na defensa das indústrias genuinamente nacionais. Provavelmente, as tarifas de geração se manterão nos níveis atuais”, aposta.
A Wobben é a primeira empresa brasileira fabricante de aerogeradores de grande porte, de 800 a 3.000 kW, e também primeiro produtor independente em terras brasileiras. Também é da Wobben o pioneirismo de instalar usinas do Proinfra e dos leilões. A empresa atua na área de projeto, construção, instalação, operação e manutenção de usinas eólicas. São três fábricas (Socoraba – SP, Pecém – CE e Parazinho – RN), e outras três usinas já em operação há mais de 13 anos. As usinas eólicas instaladas pela Wobben no Brasil até 2012, irão gerar um total de 2.000 MWh/ano. As 21 usinas eólicas da Wobben em funcionamento no Brasil geram 485,8 MW. Outros 484 MW serão gerados pelas 19 novas usinas a serem instaladas até junho/2012. Os modelos fabricados pela Wobben no Brasil, E 82, com ventos de 7,5m/s, pode atender o consumo de 20 mil pessoas. Possui pás de alto desempenho, que garantem maior coeficiente de potência; acoplamento direto, sem caixa de engrenagens; qualidade de energia e controle de tempestade, o que garante maior aproveitamento de ventos fortes. As novas pás do rotor trazem redução de ruídos, cargas e tensões reduzidas, apropriadas para locais com ventos mais fortes. Mais de 50% da energia cinética do vento é transformada em energia elétrica. O rendimento é equivalente aos de aerogeradores convencionais com rotores maiores.
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Fabricante Modelo Características técnicas Mercado
GE 1.6 MW
Gera 8 GWh de energia. Possui rotor de 100 metros de diâmetro, gerador GE 1.6 e fator de capacidade de 53% a 7.5m/s. Com baixo ruído durante o funcionamento, o aerogerador garante 98% de produtividade no ano.
Previsão é que a companhia forneça, para o mercado brasileiro, aproximadamente 700 turbinas de energia eólica das linhas 1.5 MW e 1.6 MW
Alstom ECO 100
Tem 140 metros de altura e pás mais longas, com um rotor de 100 metros de diâmetro. Potência de 3MW
Antes do início de suas operações de fabricação no Brasil, a Alstom já fechou dois contratos para parques eólicos. Em julho de 2010, assinou um contrato com Desenvix para a construção de um complexo eólico de 90 MW, na Bahia. Em 2011, a empresa assinou um contrato no valor aproximado para a construção e manutenção de três usinas eólicas para a Brasventos S.A, que serão instaladas no Rio Grande do Norte.
Suzlon S95 e S97
2.0 MW de potência, adaptados a ventos de baixa velocidade. O novo projeto apresenta evoluções como Conversor DFIG (Doubly Fed Induction Generation) com velocidade variável, maior área de varredura com rotores de 95 e 97 metros de diâmetro e opções de torres de 80, 90 e 100 metros de altura
A expectativa é de que os novos modelos já sejam instalados nos próximos projetos negociados pela Suzlon. De 2007 até hoje, são 182 turbinas instaladas em dez projetos de exploração, fornecendo cerca de 380 MW de energia limpa. Em projetos já contratados, a Suzlon possui 350 MW e mais 300 MW em negociação. Para 2012, a empresa estará operando sua primeira linha de produção no Brasil em parceria com a Aeris, no Porto de Pecém.
Fuhrländer FL2500
Rotor 100 e 141 e torre treliça, considerado pelos especialistas da empresa como o ideal para as condições de vento brasileiras
34 turbinas de 2.5 MW começaram a ser instaladas em setembro. Está em negociação para mais 500 MW, nos próximos leilões A5 (dezembro 2011) e A3 (março de 2012).
Gamesa G87, G90, G97
Alturas de torres desde 67 metros até 120 m. Contemplam as adaptações necessárias para atender às características dos ventos e condições climáticas do Brasil
Os parques eólicos começam a operar em 2012. A previsão é de que, no primeiro semestre de 2013, 330 MW, divididos em onze parques nos Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia, estejam sob operação da Gamesa.
Vestas V90 e V100 2.0 e 3.0 MW
Essa linha gera 25% mais energia que do que a linha V80s
Inaugurou, no segundo semestre de 2011, o primeiro centro de montagem e novo centro de operações no Brasil, em Fortaleza, Ceará. No País, suas turbinas somam mais de 200 MW instalados.
Siemens SWT 2.3 – 108
É uma evolução do modelo 101. Destacase pelo aumento das pás, de 49 metros para 53 m e do diâmetro do rotor, de 101 m para 108 m. A tecnologia das pás (Proven Integralblade) elimina a necessidade das juntas e garante força e resistência com um maior ciclo de vida
Foram assinados contratos para instalação de 136 aerogeradores em 12 parques eólicos em território brasileiro.
Impsa Wind IWP-100
Resulta em ganhos de produtividade de até 20% em relação a produtos anteriores
É a única empresa que atua como desenvolvedora e produtora aerogeradores no Brasil. Com fábrica em Suape, desenvolveu o primeiro aerogerador específico para a classe de ventos encontrada no Brasil
Wobben E 44 (900 KW), E48 (800
KW), E 70 (2300 KW) e E 82 (2000 a 3000 KW)
Pás de alto desempenho, que garantem maior coeficiente de potência; acoplamento direto, sem caixa de engrenagens. As novas pás do rotor trazem redução de ruídos, cargas e tensões reduzidas, apropriadas para locais com ventos mais fortes. Mais de 50% da energia cinética do vento é transformada em energia elétrica.
As usinas eólicas instaladas no Brasil até 2012 irão gerar um total de 2.000 MWh/ano, equivalente ao consumo médio de 8.000.000 de pessoas, contribuindo para a redução de aproximadamente 1.200.000 toneladas de emissão do CO² por ano.
Raio-x das turbinasModelos utilizados no Brasil
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oportunidade
Renováveis nocombate à pobrezaComunidades isoladas foram beneficiadas com energia elétrica a partir de placas fotovoltaicas. Programa governamental também gerou emprego e melhores condições de vida. Outros países também apostam em fontes limpas para mudar o quadro social precário
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A o lançar o programa Luz Para Todos, em meados
de 2004, o Governo Federal dava um importante passo para mudar a realidade de 2,7 milhões de famílias do campo, ainda sem acesso à energia elétrica. “É incrível que, cem anos após a construção da primeira central hidrelétrica da América do Sul instalada em Juiz de Fora, no ano de 1889 ainda tenhamos cerca de 12 milhões de brasileiros sem energia elétrica no País”, declarou, na ocasião, o então presidente da Eletrobrás Furnas e coordenador do programa na Região Sudeste e Goiás, José Pedro Rodrigues de Oliveira.
Em sete anos, já são 13,9 milhões de pessoas beneficiadas em todo o País. São moradores de localidades rurais que podem sentir os benefícios da energia no posto de saúde, na escola municipal e podem instalar uma bomba submersa no poço que atende a comunidade. “Eu não sei se todos os que nasceram sob a claridade conseguem entender e sentir a emoção de uma pessoa, que passou a vida inteira à base de candeeiro e
vela, em receber a energia elétrica pela primeira vez. É um fato que, certamente, marcará a vida e a história dela para sempre”, declarou o então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Quando contaram ao cacique Firmino Arana, de JiParaná, em Rondônia, que teriam energia elétrica, ele duvidou: “Nós pensamos que era mais uma mentira do homem branco”, afirmou. E a novidade mudou a vida de todos na aldeia. O que Maria Luiza Arana mais gostou foi da chegada da máquina de lavar roupa. “Agora quem trabalha é a máquina”, disse. Quando choveu muito e um cabo da rede elétrica se partiu, deixando a aldeia toda sem energia, ninguém teve saudade dos tempos de escuridão. “Aí é que vimos como nós morávamos antigamente. Ficamos doidinhos, sem energia a máquina não funcionou, a água de beber ficou de novo quente e ninguém mais quer beber água quente, só queremos água gelada!”, declarou Maria Luiza.
Em todo o País é possível perceber as mudanças proporciona
das pela chegada da energia elétrica, que representa mais conforto, melhoria da qualidade de vida e novas possibilidades de geração de renda para as comunidades. Eleandro Emídio Brasil conseguiu seu primeiro emprego em 2006, em uma fábrica de postes, em Rio Branco, no Acre. Sua família, que também “vivia no escuro”, foi atendida pelo programa. “Ter energia em casa era um sonho antigo nosso; agora, além da luz, consegui um emprego e posso ajudar minha família”, declarou.
O programa acaba de ser prorrogado até 2014 e atenderá assentamentos rurais, comunidades indígenas, quilombolas, comunidades extrativistas, escolas, postos de saúde e poços de água comunitários que ainda não foram beneficiados.
Entretanto, a política do Governo Federal ainda esbarra na dificuldade de alcançar as comunidades distantes da rede geral de energia. E esta não é uma realidade particular do Brasil. No mundo ainda são, aproximadamente, 1,5 bilhão de pessoas sem acesso a
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eletricidade e para cerca de 2,5 bilhões de indivíduos, a energia não chega de forma adequada. Para atender a essa demanda, as energias renováveis, especialmente as de emissões zero ou muito baixas, permitem soluções locais.
O Programa Luz para Todos já trabalha com Sistemas Fotovoltaicos Domiciliares (SFD) em comunidades isoladas, como os seringais da Reserva Extrativista Chico Mendes, no Acre, para garantir aos moradores energia elétrica a partir do uso de células fotovoltaicas, mais conhecidas como placas solares, usando o potencial solar da região.
A tarefa não é simples, cada casa fi ca muito distante da outra e o acesso, muitas vezes, só é possível por caminhadas em trilhas abertas no meio da selva. Quando chove, é impossível chegar. Carros de boi ajudam a carregar os equipamentos. Em algumas regiões, a equipe de técnicos chega de barco, o que torna menos penoso o transporte do material.
“A difi culdade foi enorme.
Muitas vezes, fi camos até três horas da manhã montando os paineis, mas foi muito emocionante também. Quando terminamos a última casa, todos choraram - a família e os técnicos”, lembra Samuel Gomes da Silva Júnior, fi scal do Programa Luz para Todos.
As energias renováveis oferecem oportunidades de inovação tecnológica, com elevado potencial de redução de custos. Em alguns países menos desenvolvidos, são vistas ainda como alternativa para propiciar o acesso a fontes energéticas em áreas e comunidades remotas, contribuindo para a inclusão social e o combate à pobreza.
Na Ilha do Príncipe, a menor do arquipélago de São Tomé e Príncipe, ao largo da costa ocidental da África, o presidente do Governo Regional, José Cassandra, anunciou, recentemente, projeto de energias renováveis para levar desenvolvimento às comunidades mais pobres. De acordo com Cassandra, projetos de energia solar, destinados à ilumi
nação pública e às residências, é a solução para os próximos tempos. “Vamos, sobretudo, atacar as zonas de maior pobreza”, afi rmou.
O presidente americano Barack Obama tem apostado na transição para energias mais limpas no sentido de ajudar a criar novos empregos no país. “Levar a economia para as novas energias vai garantir os empregos do futuro nos Estados Unidos”, afi rmou Obama, que desde abril fi xou a meta de reduzir em um terço as importações de petróleo durante os próximos 10 anos e aumentar o uso de gás natural e biocombustíveis, além de uma economia de energia. “Vamos utilizar mais fontes limpas de energia para não colocar em risco o meio ambiente”, acrescentou.
No Brasil, a energia eólica representa o desenvolvimento do Nordeste. Até 2013, estimase que, aproximadamente, R$ 15 bilhões serão investidos para implantar parques eólicos na região, com a geração de seis mil empregos diretos e indiretos.
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estímulo ao investimento
Rumos daEnergia SolarOs principais especialistas do setor de energia se reuniram no Rio de Janeiro, em novembro último, para debater as tecnologias e o futuro do mercado da energia solar no País. Durante o evento, a Carta do Sol foi tida como fundamental para estimular os investimentos no setor
{ Por Rodrigo Miguez
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R eunidos no Rio de Janeiro para discutir ideias para o
crescimento do mercado de energia solar no Brasil, diversos agentes do setor energético brasileiro estiveram presentes ao Seminário Nacional de Solar.
Um dos principais assuntos discutidos foi a importância da assinatura da Carta do Sol por todos os estados do País. Criado com o intuito de fomentar a indústria da energia solar, a Carta do Sol terá, assim como a Carta dos Ventos da energia eólica, pontos de destaque, como incentivos fiscais e financiamento para empresas fornecedoras de equipamentos solares. O evento contou com a participação de Julio Bueno, secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio de Janeiro, Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Carlos Minc, secretário de Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro, entre outros importantes executivos do setor de energia.
Um dos idealizadores da carta, o secretário Júlio Bueno lembrou que o estado do Rio já saiu na frente na questão fiscal, desonerando equipamentos de energia solar, e eólica, do pagamento de ICMS. “Já há diversas empresas interessadas em investir e se instalar no Rio de Janeiro”, afirmou Lopes.
Outra iniciativa, lembrada na abertura do evento pelo secretário de Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, foi o investimento do governo estadual na
implantação de “escolas verdes”, com telhado solar. Inaugurado este ano, o Colégio Estadual Erich Walter conta com paineis solares, área para reciclagem e reaproveitamento de água da chuva. Segundo Minc, a ideia é que o projeto vá para mais 14 escolas.
Tida como cara, a energia solar tem alguns projetos de outorga em análise pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), segundo Tito Angelo Lobão, especialista em regulamentação da entidade, que palestrou no evento. “Temos seis solicitações para termossolares e 29 para fotovoltaicas. O interesse vem aumentando”, disse. De acordo com Tito, a geração termossolar necessita de uma regulamentação para que sejam feitos leilões, o que fará com que o preço da energia baixe com o tempo. Hoje, o megawatt hora para uma usina fotovoltaica está em torno de R$500.
Uma das ideias citadas durante o Seminário de Energia Solar foi a criação de um sistema de compensação de energia, onde o consumidor que gera energia solar e coloca na rede recebe como benefício créditos em KWh na conta. A ação de eficiência energética teria validade de 12 meses.
Desenvolvimento tecnológico
Na segunda parte do seminário, o desenvolvimento tecnológico da cadeia de energia solar foi alvo de grandes debates. Leô
nidas Andrade, diretor de Sistemas Fotovoltaicos da Associação Brasileira de EletroEletrônica (Abinee), afirmou que atualmente, junto à associação, existem 110 empresas no País ligadas de alguma forma ao setor solar. Para ele, é preciso que o Brasil tenha uma demanda robusta para que as empresas tenham segurança para investir no mercado.
“Queremos que se crie uma cadeia produtiva no setor fotovoltaico no País”, afirmou Leônidas, que disse haver um projeto piloto no Rio Grande do Sul para a fabricação de placas fotovoltaicas com tecnologia nacional.
O Ministério de Ciência e Tecnologia está construindo, em Pernambuco, a fase um do Centro Experimental de Tecnologias em Energia Solar, com investimentos de R$ 23 milhões. Feito em parceria entre a Chesf, a Cepel e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o centro vai servir como local de testes de geração heliotérmica, através de cilindros parabólicos.
Para Eduardo Soriano, coordenador de Tecnologia e Inovação no Ministério de Ciência e Tecnologia, a energia solar é prioritária ao País e vai ganhar cada vez mais espaço nos próximos anos. A área de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do Ministério está elaborando o Plano de Ciência, Tecnologia e Inovação (PACTI) que tem a energia solar como destaque e será implantado até 2015.
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transporte sustentável
Elétricos e limposA joint venture “TRtrans”, entre a francesa Alstom e a russa Transmashholding (TMH), coloca no mercado locomotivas de passageiros e cargas de alta performance, capazes de suportar temperaturas extremas
Os transportes, conforme a Agência Internacional de
Energia, são responsáveis por 23% das emissões de CO². A pequena parcela de 0,5% das emissões é creditada à modalidade ferroviária. Em tempos de energias limpas, não há dúvidas sobre os benefícios dos trens no processo de sustentabilidade das cidades. Várias metrópoles da Europa, Ásia e América, como Barcelona, Cingapura, Buenos Aires, e cidades europeias, como Amsterdam, Bruxelas, as francesas Bordeaux e Reims, já aderiram aos modernos trens como opção de modalidade urbana e outras investem em locomotivas de passageiros ou carga para atender as demandas logísticas sem impactar o meio ambiente.
A tecnologia e investimento nessa modalidade de transporte estão em alta no mundo. Enquanto o Brasil ainda espera colocar nos trilhos seus trens elétricos – conhecidos como tranways na Europa e nacionalmente como Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) – outros países já desenvolvem locomotivas de alta performance, materiais ultrarresistentes e com diferenciais até então impensáveis no sistema de
transporte conhecido.A joint venture “TRtrans”,
entre duas gigantes ferroviárias mundiais a francesa Alstom e a russa Transmashholding (TMH) desenvolveu a locomotiva elétrica para trem de passageiros EP20, apresentada no Salão Expo 1520, em setembro deste ano, em Moscou. A EP20 levou apenas sete meses para ser desenvolvida pelas duas parceiras que, desde
2008, início da aliança, já receberam encomendas para um total de 700 locomotivas para a Russian Railways (RZD) e a Kazakhstan Railways (KTZ), totalizando 3,5 bilhões de euros.
Essa locomotiva de nova geração, encomendada pela Russian Railways para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014 em Sotchi, foi inspirada pela mais recente locomotiva da Alstom – a Prima II , e
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pelos modelos russos projetados e fabricados pela TMH.
A EP20 é a primeira locomotiva de passageiros de triplo truque (BoBoBo) capaz de operar a velocidades de até 200 Km/h, nos dois sistemas de voltagem usados na Rússia. Seu motor assíncrono está classificado em 7200 kW, tornando a EP20 uma das locomotivas de passageiros mais potentes do mundo. O grande diferencial desta locomotiva é que foi climatizada para operação sob temperaturas de até 50 ºC, com componentes adequados para condições extremas e sistemas de préaquecimento para seus sensíveis equipamentos.
A EP20 também é a primeira locomotiva russa equipada com cabine computadorizada, incluindo auxílios para condução, diagnóstico de serviço remoto, manutenção remota e dados centralizados. O sistema de tração eficiente da locomotiva permite uma redução significativa no consumo de energia.
O produto foi desenvolvido por 150 engenheiros da “TRtrans” na maior unidade de fabricação de locomotivas da TMH, localizada em Novocherkassk. Os engenheiros são das duas em
presas parceiras. Eles são apoiados por equipes da Alstom a partir de suas unidades em Belfort, Tarbes, Le Creusot, Ornans e Villeurbanne, na França; e Charleroi, na Bélgica.
Os equipamentos elétricos de alta voltagem (unidades de motor, unidades auxiliares, disjuntores e o transformador principal), bem como sistemas de controle de comando para os motores de tração para as primeiras 36 locomotivas EP20, programadas para entrega à RZD entre 2012 e 2013, serão fornecidos pelas unidades da Alstom em Tarbes e Belfort. Os outros componentes, incluindo os truques, serão produzidos pela TMH e as locomotivas serão montadas na unidade de Novocherkassk. A vantagem da união das empresas é a otimização do processo industrial, padronização de operações e refino de métodos e ferramentas de melhoria contínua.
Os principais componentes para as próximas 164 EP20 serão fabricados por uma segunda joint venture, chamada RailComp. Segundo outro acordo assinado em 2009 entre Alstom e TMH, a empresa está programada para ser formada no final de 2011. A
primeira unidade da RailComp, que também será instalada na planta de Novocherkassk, vai produzir motores de tração para a EP20, entre outros, a partir de 2014. A montagem da locomotiva continuará na unidade de Nevz, que irá se beneficiar gradualmente do progresso conjunto obtido no projeto.
Depois da EP20, eles produzirão a locomotiva de carga elétrica 2ES5, para a qual 200 encomendas já foram feitas pela RZD. Além do mais, no Cazaquistão, as parceiras entregarão 295 locomotivas elétricas de carga e passageiros para a Kazakhstan Railways (KTZ) nos próximos anos. Elas serão montadas em uma unidade na capital cazaque, Astana, que entrará em operação em 2012.
A 2ES5 é uma locomotiva de frete (duplo BoBo) assíncrona concebida para grandes linhas. Pode circular até uma velocidade de 120 km/h e dispõe de uma potência de 7.600 kW, com capacidade para atender cargas de mais de 6.000 toneladas e circular em distâncias até 3.000 km. Assim como a EP20, também será capaz de suportar temperaturas extremas de até 50°C na Rússia.
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pesquisa
Túnel dovento regionalA força, e todas as características, dos ventos do Nordeste pode, agora, contar com medições feitas em novo laboratório, inaugurado no Ceará. É mais uma etapa do desenvolvimento da cadeia eólica que se fortalece na região
Pioneira na geração de energia eólica no Brasil, a região
Nordeste ganhou seu primeiro túnel de vento, equipamento que serve, entre outras funções, para aferição aerodinâmica das pás eólicas. O equipamento é do Cenea (Centro de Energias Renováveis e Meio Ambiente), ligado a Uece (Universidade Estadual do Ceará), e entrou em operação em junho deste ano.
De acordo com o diretor técnico do Cenea, Artur Guimarães, o serviço abre uma janela de oportunidades para regionalizar a tecnologia em energia eólica. Isso porque, no Nordeste, os parques eólicos são montados, fábricas já se instalam, construtoras e empresas de logística se especializam, mas a tecnologia para o desenvolvimento dos itens de uma torre eólica contam com pesquisas estrangeiras. Agora, a cadeia produtiva do setor pode contar também com esta parte do desenvolvimento tecnológico.
O equipamento que foi construído em Franca, no interior paulista, pela empresa Aeroálcool Tecnologia Ltda., custou R$ 690 mil, 30% abaixo do valor originalmente previsto. Segundo o proje
tista da empresa, César Borges, o tipo de material utilizado colaborou para a redução. «A fibra de vidro e a resina de poliéster se adaptam melhor ao clima, dão maior facilidade na modelagem das formas. A parte metálica, inclusive os 5,6 mil parafusos, são de inox para evitar corrosão. Não tenho notícia de outro túnel feito com esta mesma proposta na América Latina»,
enfatizou. Além dessas vantagens, afirmou, a maior quantidade de pás (19) em relação aos demais equipamentos do País (com três ou quatro ), reduz a turbulência. “O barulho e a vibração são praticamente nulos e dão um caráter único a este túnel”, disse.
Duas empresas estão interessadas, pelo modelo Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), em utilizar
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o túnel de vento, que tem o objetivo de aferir anemômetros (instrumento utilizado para medir a velocidade dos ventos). De acordo com Guimarães, são companhias de origem nacional e concessionárias de energia. O túnel de vento também pode ser utilizado para estudos atmosféricos, identificar a emissão de poluentes no ar, acompanhar o comportamento da fumaça em incêndios, dar suporte a trabalhos de pesquisa das universidades, definir localização para a instalação de indústrias, e atender a demandas de calibragem de equipamentos das empresas de ventiladores e exaustores, por exemplo. No entanto, o interesse inicial das empresas que querem usar o equipamento é no segmento de energia eólica.
“Este é o primeiro equipamento da região Nordeste, lugar onde há um crescimento contínuo do mercado nessa área de energia renovável. Aqui, podese testar, por meio dos protótipos de asas e pás eólicas, como deve ser o modelo aerodinâmico, levando em conta as características da região”, acrescenta.
No Brasil, túneis de vento subsônicos pequenos e médios po
dem ser encontrados em algumas instituições de ensino e pesquisa. Em São Paulo, no IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), existe o maior túnel de vento subsônico da América Latina, que permite aos meteorologistas, por exemplo, simular catástrofes como o furacão Catarina e observar como uma construção reage no quesito da aerodinâmica.
O IPT possui dois túneis de vento que atendem ao mercado de energia eólica. Um dos túneis de vento é utilizado para calibração de anemômetros de copos de parques eólicos e está acreditado na Rede Brasileira de Calibrações (RBC), segundo requisitos da norma NBR ISO/IEC 17025:2005, conforme exigência da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE), do Ministério de Minas e Energias. O outro túnel de vento é utilizado para ensaios de desempenho de aerogeradores e projetos aerodinâmicos de pás. No caso de ensaio de aerogeradores, podem ser ensaiados pequenos aerogeradores com diâmetro do rotor de até 1 m, ou modelos reduzidos, com o mesmo limite do diâmetro do rotor.
O túnel de vento de calibração
de anemômetros de copos é utilizado pelas grandes empresas que ganharam os leilões de energia eólica, e a demanda vem aumentando à medida que mais empresas passam a conhecer esse serviço, oferecido pelo IPT desde 2004. Antes do IPT ter a acreditação na RBC para realização do serviço, os anemômetros de copos eram enviados à Europa para serem calibrados.
O túnel de vento para ensaio de aerogeradores e de aerodinâmica de pás é utilizado por pequenas e médias empresas, principalmente aquelas que estão desenvolvendo um aerogerador inovador. Atualmente os túneis de vento do IPT estão atuando sob demanda. E os contratos realizados, por se tratarem de projetos inovadores, possuem termo de sigilo.A Universidad de la República, no Uruguai, trabalha há quatro anos atendendo o setor produtivo, como empresas de energia eólica, e à pesquisa, por meio de acordos. Atende órgãos governamentais e empresas privadas. Segundo José Cataldo, uma dos pesquisadores da instituição, está em negociação um acordo com um fabricante de aerogeradores.
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nova gestão
Um novo quadro administrativo se instalou na Associa
ção Brasileira de Energia Eólica neste ano. O presidente da entidade, Ricardo Simões, convidou
a economista Élbia Melo para o comando da Abeeólica. Ela assumiu a presidênciaexecutiva da Associação em agosto deste ano. E se juntou a Pedro Perrelli,
diretorexecutivo.Segundo a nova executiva,
a mudança vem ocorrendo em todas as associações do setor elétrico e decorre do objetivo de formar uma gestão profissional. “Três meses atrás tomei posse com nova estrutura de governança, mais profissionalizada”, relembra. “Os diretores tinham o desafio de se dividir entre suas empresas e a associação. Era um desafio decidir pelos planos de inserir a energia eólica na matriz energética e dar sustentabilidade à cadeia produtiva do setor”.
Essa inserção se deu com o Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica no Brasil) e se tornou mais efetiva em 2009 com o primeiro leilão, que vendeu cerca de dois gigawatts de energia eólica. Em 2010, os leilões venderam mais 2 GW. Em 2011, mais 2 GW, o que reduziu o preço. Ficou abaixo de R$ 100 por megawatt hora. “Este é um marco importante para o segmento eólico”, avalia Élbia Melo. Com os leilões a partir de 2009, cresceu a demanda por equipamentos para eólica, o
Setor quer superarentraves na logísticaDesenvolvimento da infraestrutura de transporte e de linhas de transmissão ainda segue em ritmo mais lento que a construção dos parques de energia eólica. Ajustar este cenário é um dos desafios que a nova diretoria da Abeeólica está disposta a enfrentar
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que desenvolveu a indústria de bens de capitais no Brasil. Uma das metas da Abeeólica é manter a contratação de 2 GW por ano. Outro objetivo é inserir a energia eólica no mercado livre. “Vislumbramos esta possibilidade”, afirma. “Estamos avaliando mecanismos para isso, considerando a sazonalidade, e como devem ser os contratos com particularidade para atender demanda e oferta, garantindo reduzir riscos de contrato por conta da característica de geração da fonte”.
Há dez anos, destaca a executiva, um atlas eólico dizia que a capacidade de geração eólica no Brasil era de 143 GW. Hoje, com torre de 50 a 100 metros, um estudo do Cepel (Centro de Pesquisa de energia Elétrica), contratado pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética), diz que o potencial brasileiro é de 300 GW. Para Élbia Melo, a redução do preço está também associada à tecnologia. “Com torres mais altas, há ganho de geração”, afirma. “Estão montando uma planta com mais energia. Esta conjuntura interna, além das crises que impactam a Europa e os Estados Unidos, coloca o Brasil como foco de investimento em infraestrutura”.
Com a contratação de 6 GW, em 2014, o Brasil terá acima de
7 GW instalados. “O desafio é colocar as plantas de pé, construir, botar para funcionar”. Ela ressalta os pontos a serem superados: “Também temos que vencer a questão da logística. Esta tem que ser solucionada porque estamos construindo 6 GW rapidamente.
O País não estava preparado para isso. Deve haver um ajuste de transporte. Outro desafio é com transmissão. As linhas não chegam no parque no mesmo tempo em que este está pronto para funcionar. É preciso ajustar esse tempo. E a questão ambiental não está 100% resolvida. Cada estado tem uma legislação diferenciada. É preciso buscar uma padronização para o processo ser mais célere”.
Com o consolidação dos parques eólicos em terra, o Brasil ain
da vê distantes as usinas offshore. “Os entraves são o tempo e o alto custo”, afirma Élbia Melo. “No Brasil, as fontes são baratas, os leilões as tornaram competitivas. Offshore é uma realidade distante. A tecnologia tem que ser mais bem desenvolvida para ter preço mais barato. Mas é uma questão de tempo. Outros países estão investindo em tecnologia de eólica offshore e depois é só transferir tecnologia para o Brasil”.
As oportunidades vindas com a Copa do Mundo de 2014 no Brasil, como em todos os setores da economia, também podem chegar à geração de energia. “As oportunidades estão associadas com a microgeração de energia nos estádios. Mas ainda falta regulação. A Aneel está trabalhando nisso. O smart grid vai ser a solução da microgeração, seja solar ou eólica”, ressalta.
Com o novo cenário administrativo na Abeeólica, os diretores, que são associados, passaram a formar o conselho de administração. Élbia Melo foi conselheira da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica até este ano, tendo passado pelo Ministério de Minas e Energia, Ministério da Fazenda, Eletrosul e Comercializadora Brasileira de Energia Elétrica.
Temos que vencer a questão da logística. Esta tem que ser solu-cionada porque esta-mos construindo 6 GW rapidamente. O País não estava preparado para isso.
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Cenários de energiaSeminário apresenta constatações técnicas para o avanço da produção e transmissão de energia elétrica no Brasil
Entre os dias 23 e 26 de outubro de 2011, Florianópolis
(SC) recebeu o XXI Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica (SNPTEE), no Centro de Convenções do Costão do Santinho Resort Spa, que reuniu profissionais de várias empresas do setor, além de centros de pesquisa, universidades, fabricantes de equipamentos
e outros interessados.O SNPTEE, realizado pelo
Comitê Nacional Brasileiro de Produção e Transmissão de Energia Elétrica CigréBrasil, e coordenado pela Eletrosul, apresentou entre suas constatações técnicas a preocupação com a gestão dos ativos, devido à crescente potencialidade e modernização de usinas e grupos geradores. “No entanto,
é necessária a racionalização dos investimentos para a tomada de decisão de quando e como efetuála”, afirma o documento resultante do evento. “Existem UHEs com poços para instalação de novas unidades cujo aproveitamento poderá proporcionar um acréscimo na geração existente”.
Outra constatação foi de que a geração eólica está dando pas
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sos para a independência tecnológica. “Estudos são necessários para aprimorar a modelagem de ventos aplicados ao planejamento, à operação, à conexão e à comercialização”.
Em relação à energia solar, ficou constatado que há necessidade de estímulo governamental para desenvolvimento da geração, seja no âmbito industrial, seja na sua aplicação. Quanto à distribuição de energia, ficou concluído que a aplicação de novos materiais e tecnologias tem viabilizado a implantação de empreendimentos de linhas de transmissão (LT) em regiões de complexa logística de transporte e exigências sócioambientais. A busca pela redução de custos na manutenção de LTs tem incorporado técnicas de otimização dos intervalos de inspeção e até o uso de inspeções com aeronaves não tripuladas.
Nas apresentações de análise e técnicas de sistemas de potência, constatouse a necessidade de desenvolvimento de modelos adequados e validados para os novos equipamentos, tais como as turbinas bulbo e elos de HVDC, de modo a manterse a confiança dos estudos do sistema interligado nacional. “A reavaliação da modelagem de carga para estudos dinâmicos, inclusive no Anatem (Análise de Transitórios Eletromecânicos), é uma demanda importante e necessária”, afirmouse.
Sobre proteção, medição, controle e automação em sistemas de potência, os principais desafios de hoje para a comunidade de proteção e automação no Brasil são, em particular, a progressiva disseminação de geração distribuída, as questões de proteção e automação associadas à transmissão por longas distâncias, inclusive por CC, e os novos campos de aplicação da norma IEC 61850, migrando para usinas hidrelétricas, além da disposição para o estudo e domínio das mais recentes evoluções tecnológicas na área de automação, tais como as primeiras aplicações de “merging units”, novos padrões para interoperabilidade, como o CIM (Common Information Model).
Para comercialização, economia e regulação de energia elétrica, o evento constatou que o setor elétrico está bastante evoluído no seu arcabouço regulatório, com procedimentos e desenho de mercado que servem como referência internacional. “O Brasil está se preparando para as redes inteligentes, onde haverá espaço para o fornecimento de sinais econômicos para consumidores, que motivarão respostas pelo lado da demanda, melhor uso da infraestrutura de transmissãodistribuição elétrica e mais eficiência para o setor”.
Nos debates sobre planejamento de sistemas elétricos, ficou clara a preocupação em relação à redução da capacidade de regu
larização das usinas hidrelétricas do SIN (Sistema Interligado Nacional), projetada nos planos de expansão de longo prazo, além da complementaridade de outras fontes renováveis de geração com baixa emissão de carbono e da atratividade da solução de ultra alta tensão em corrente contínua para transmissão de grandes blocos de energia a longas distâncias.
Na área de subestações e equipamentos de alta tensão, afirmouse que as empresas tem buscado soluções inovadoras na compactação de instalações, devido a restrições de áreas para implantação em zonas urbanas com elevado crescimento demográfico e problemas de impactos ambientais.
Em relação aos impactos ambientais, é necessário ampliar a interação e articulação institucional desde as etapas iniciais do planejamento, como estratégia para viabilização sociopolítica e efetiva inserção regional para projetos hidrelétricos, principalmente na região amazônica. “As empresas do setor elétrico estão caminhando no sentido de estabelecer e utilizar indicadores para monitorar o desempenho ambiental, em função da sustentabilidade empresarial”, constatouse. “É crescente nas geradoras a preocupação com a gestão ambiental de seus reservatórios, as quais estão implementando ações de fiscalização visando à correção de irregularidades identificadas”.
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E V E N T O S D O S E T O R
coberturaAconteceu
CinaseO Circuito Nacional do Setor Elétrico é um con
gresso técnico e de exposição de produtos e serviços de alta qualidade, abordando temas atuais, que se realiza como um evento itinerante multidisciplinar nas áreas de iluminação, baixa tensão, média tensão e automação. Em 2011, o evento passou por Fortaleza, nos dias 11 e 12 de maio, na etapa Nordeste. Em junho, a etapa Norte ocorreu em Belém. A etapa Sul chegou a Joinville em setembro. Em outubro, foi a vez da etapa Centro Oeste, em Goiânia. Em novembro, a etapa Nordeste II aconteceu em Salvador.
Hydrovision BrasilImportante fonte da indústria da energia, a hi
dreletricidade contribui atualmente com um sexto da energia gerada no mundo. Com baixa geração de emissões de carbono, a expectativa é que este setor movimente U$ 57 bilhões neste ano. Para debater sobre os rumos deste mercado, o Hidrovision reuniu agentes do setor, com foco em soluções, práticas e desafios, em setembro no Rio de Janeiro. O evento já tem data para 2012: de 25 a 27 de setembro na cidade carioca. As inscrições de trabalhos a serem apresentados podem ser feitas até 12 de janeiro pelo site www.hydrovisionbrasil.com.
Metering Latin America 2011O Metering Latin America é especializado nas
áreas de medição, Smart Grids, faturamento e CRM para as concessionárias de energia e água da América Latina. Espaço para a troca de ideias e estratégias que maximizam a receita das concessionárias através da medição, novas tecnologias e redes inteligentes, o evento ocorreu em São Paulo, de 25 a 27 de outubro. Um dos destaques da programação foi a apresentação do Projecto Cidade Inteligente InovGrid, em Évora, Portugal, além de vários casos práticos que ilustram a perspectiva de negócios para implementação de medição inteligente.
Fórum Nacional EólicoA terceira edição do Fórum Nacional Eólico
aconteceu em um momento de solidificação do mercado, traçando as estratégias de longo prazo. A proposta do evento é analisar a infraestrutura necessária à multiplicação dos parques, a cadeia de fornecimento de produtos e serviços e o ambiente de comercialização da energia gerada. Foram reunidos os principais atores da política e as maiores empresas de energia para desenhar as regras e caminhos para que o País se estabeleça como uma potência eólica mundial. O evento ocorreu dias 21 e 22 de novembro de 2011, em Natal, Rio Grande do Norte.
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F E B R AVA
Arealização da 17ª Febrava (Feira Internacional da Refrigera
ção, Ar Condicionado, Ventilação, Aquecimento e Tratamento de Ar) gerou negócios da ordem de R$ 300 milhões para as 550 marcas que participaram da exposição nos meses seguintes ao evento. “Todos relataram excelentes resultados na sondagem que fizemos logo após o encerramento do evento. Houve unanimidade em relação à qualidade dos visitantes, que totalizaram 29.096 nos quatro dias, sendo 627 estrangeiros”, disse Nelson Baptista, diretor da Comissão
Organizadora da Febrava 2011, realizada de 20 a 23 de setembro, em São Paulo. A feira reuniu quase 30 mil pessoas de 25 países. “Alcançamos um dos nossos principais objetivos com a promoção da Febrava 2011: gerar negócios para os expositores e, como feira de negócios, estabelecer muitos contatos para a realização de transações comerciais futuras”, afirmou Hércules Ricco, diretor de Eventos da Reed Exhibitions Alcantara Machado, organizadora e promotora do encontro. “A outra meta atingida pela edição deste ano foi a consoli
dação da feira como o maior e mais importante evento de negócios do setor na América Latina”, completa Samoel Vieira de Souza, presidente da Abrava – Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento. “Isso ficou demonstrado pela presença de todos os representantes das entidades correlatas dos países latinoamericanos que convidamos para participar”, acrescenta Vieira de Souza.
Além dos inúmeros negócios realizados durante a Febrava 2011, a edição deste ano protagonizou uma
Feira movimenta negócios
cobertura
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das maiores fusões dos últimos tempos promovidas no setor de HVACR: a Midea e a Carrier anunciaram, oficialmente durante a feira, a junção de suas operações no Brasil, com extensões para a América Latina. A joint venture deverá propiciar investimentos da ordem de US$ 220 milhões, segundo informação da nova empresa.
Como ocorre em toda edição, também despertaram interesse os vários eventos paralelos à Febrava. Foi entregue para 31 empresas o Selo Destaque Inovação, concebido pela Abrava para estimular o setor. Foi realizado também o XI Encontro Nacional de Empresas Projetistas e Consultores. Além desses eventos, o XII Conbrava (Congresso Brasileiro de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e Tratamento de Ar)
debateu os principais assuntos relativos ao setor, tendo como tema central “Promoção da Sustentabilidade”. O congresso contou com a participação de 750 pessoas. Aconteceu também a Rodada Internacional de Negócios promovida pelo programa Abrava Exporta, projeto que é uma parceria entre a Abrava e a ApexBrasil – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos. Na edição deste ano foram realizadas 156 reuniões entre empresas nacionais e estrangeiras que devem resultar na geração de negócios da ordem de US$ 4,1 milhões. Ao todo, as negociações realizadas durante a rodada envolveram 13 compradores internacionais e 17 indústrias brasileiras.
Ainda no plano internacional, a Febrava deste ano foi palco de várias
reuniões dos Grupos de Trabalho TC 142 da ISO Internacional. Foi a primeira vez que tais encontros foram realizados na América Latina. Nessas reuniões, realizadas anualmente, são discutidos aspectos técnicos dos vários segmentos do setor HVACR. É a partir de discussões como essas que os técnicos de vários países elaboram novas normas para o setor. Segundo os participantes, a reunião serviu para uma maior integração dos especialistas brasileiros com os de outros países. Além do encontro da ISO, este ano foi promovido, também durante a Febrava, um workshop do instituto AHRI (AirConditioning, Heating and Refrigeration Institute) e o exame de certificação ASHRAE, a mais importante associação mundial de profissionais do setor.
Depoimentos:Na Febrava, tivemos a oportunidade de mostrar que estamos investindo bastante e já temos uma estrutura muito bem montada no País. Alguns negócios já foram engatilhados, muitos visitantes passaram no nosso estande e esperamos fechar muitos negócios.Luiz Carlos Cabral - Vice Presidente Exe-
cutivo da Daikin
Nós recebemos clientes do Brasil inteiro em nosso estande. É muito importante investir nesse tipo de relacionamento, proporcionando novos contatos e a aproximação com os nossos clientes. Ficamos muito satisfeitos com os resultados obtidos na 17ª Febrava.Alexandre Faraco de Souza - Gerente
de Marketing e Serviços da Elgin
A feira foi muito positiva e conseguimos efetuar grandes negócios durante o evento. Temos observado um crescimento importante do setor no mercado brasi
leiro e também na América Latina. Estamos otimistas em relação às perspectivas para os próximos anos.Ernani Nunes - Diretor de Negócios da
Embraco
Registramos muitos contatos com visitantes compradores que devem gerar resultados concretos entre dois a três meses, no máximo. Tivemos representantes de países da América do Sul e de todas as regiões do Brasil nos quatro dias do evento. Foi bom em todos os sentidos, e primou pela qualidade.Luiz Roberto Nunes - Gerente Geral da
Emerson Climate Technologies
Queremos contribuir para o desenvolvimento do Brasil, não só em termos de tecnologia, mas também em sustentabilidade. Para isso lançamos na Febrava a linha Set Free Eco Flex, que renova a família VRF Set Free. Nossa intenção é crescer no mercado brasileiro, que apre
senta excelentes perspectivas para os próximos anos.Kiyoshi Nagasawa - Presidente da Hita-
chi Ar Condicionado do Brasil
Nossos clientes, ao entrarem no estande, puderam constatar a nossa linha completa de produtos, de modo que, além da visão completa dos produtos fabricados, constataram o potencial da empresa em termos de tecnologia nacional. Cada centavo desembolsado na feira, com certeza, compensou o investimento.Patrice Tosi - Diretora das Indústrias Tosi
O composto adicional da 17ª Febrava foi justamente o anúncio dessa junção entre as duas empresas. Certamente, isso trará resultados ainda mais positivos do ponto de vista dos negócios, além de trazermos vários lançamentos.Thiago Guerrer - Diretor Comercial da
Midea Carrier
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Uma série de ações está em curso no Brasil e no mundo para criar espaços mais humanos e mais sustentáveis nas cidades. O desafio é integrar as áreas econômicas, sociais, culturais e ambientais para criar espaços que promovam qualidade de vida
{ por Paola Vasconcelos
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Cidades em busca de
equilíbrio e futuro
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Já faz mais de 30 anos que se começou a falar em sustentabilida
de. O termo desenvolvimento sustentável está em voga nos discursos, nos conceitos, mas bem menos nas práticas. Foi originalmente introduzido na Estratégia Mundial para a Conservação, documento elaborado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), em 1980, e afirmava que para alcançar a conservação dos recursos naturais do planeta se faz necessário o desenvolvimento, para aliviar a pobreza que aflige milhões de pessoas em todo o mundo. No entanto, a mais utilizada é outra definição, publicada no Relatório Brundtland, elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1987. Diz que desenvolvimento sustentável “é o que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”. O Relatório Brundtland já apontava para a incompatibilidade entre desenvolvimento sustentável e os padrões de produção e consumo vigentes.
Tornar todas as atividades sustentáveis, sejam elas econômicas, sociais, culturais ou ambientais, nesses mesmos conceitos e definições, ainda é um grande desafio, mesmo depois de três décadas. Com as apocalípticas previsões relacionadas ao meio ambiente, principalmente no cenário de mudanças climáticas e esgotamento das relações no mundo globalizado, existe uma verdadeira corrida mundial para transformar as cidades em lugares mais equilibrados. E esperase isso das práticas sustentáveis.
Várias cidades espalhadas pelos continentes já estão em processo avançado de implementação de uma cultura sustentável, se comparadas às cidades brasileiras. No entanto, o Brasil tem se destacado mundialmente
em relação aos investimentos e usos de fontes de energias renováveis, que respondem por 44,5% de toda a oferta de energia primária, e em relação ao nível de conscientização de sua população. O número do uso de energias limpas é próximo do registrado pela Noruega (número 1 no ranking global do IDH 2011) e seis vezes maior do que os índices registrados na Europa e na Ásia Central, mas os outros indicadores gerais ainda devem evoluir bastante para chegar ao ideal.
Quem diz isso é o Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) 2011, publicado em novembro de 2011 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), e que aponta os desafios
para que o mundo alcance um progresso sustentável e equitativo.
Com o tema “Sustentabilidade e equidade: um futuro melhor para todos”, o documento argumenta que a sustentabilidade ambiental pode ser mais justa e eficazmente alcançada se forem abordados temas como as disparidades em saúde, educação, renda e gênero, juntamente com a necessidade de uma ação global sobre a produção de energia e a proteção dos ecossistemas.
O relatório de 2011 faz muitas menções ao Brasil, colocando o País como exemplo a ser seguido em várias áreas, em especial, nas políticas que conjugam desenvolvimento humano, equidade e sustentabilidade. Parte
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dessa avaliação positiva é creditada ao esforço das cidades em busca de melhor qualidade de vida e também às emissões de dióxido de carbono.
A administradora mundial do PNUD, Helen Clark, no prefácio do relatório diz que “a sustentabilidade não é, de modo exclusivo ou mesmo essencial, uma questão ambiental”, tal como o relatório tão persuasivamente argumenta. “Tem fundamentalmente a ver com a forma como decidimos viver as nossas vidas, com a consciência de que tudo o que fazemos tem consequências para os 7 bilhões de pessoas que nos rodeiam atualmente, bem como para os outros bilhões que se seguirão nos séculos vindouros”, diz Helen Clark.
É justamente dentro desse pensamento de integração pregado pelo PNUD que as cidades devem seguir seu caminho para promover a sustentabilidade. A consultora em sustentabilidade e gestão da qualidade de vida, Deborah Munhoz, que é facilitadora do Grupo de Trabalho de Sustentabilidade do Nossa Belo Horizonte, explica que as cidades são ecossistemas artificiais e incompletos e, enquanto os ecossistemas naturais possuem produtores, consumidores e decompositores, as cidades basicamente consomem tudo: energia, materiais, água. Descartam resíduos nos sistemas naturais, utilizam muitos produtos tóxicos que envenenam os sistemas naturais e os próprios seres humanos.
Para a consultora em sustentabilidade e gestão da qualidade de vida, é muito importante que as pessoas entendam que uma vida sustentável nada tem a ver com vida primitiva. Segundo ela, não se trata de voltar para a “idade das cavernas”, mas adotar um estilo de vida mais leve, menos estressado, mais significativo e menos supérfluo. “Parar de colecionar coisas e pessoas e passar a colecionar experiências significativas de vida, relacionamentos significativos. Quando nos voltamos para o que é verdadeiramente essencial, podemos perceber que podemos trabalhar menos, consumir menos coisas e viver mais”.
Para uma cidade ser sustentável, de acordo com Deborah Munhoz,as pessoas tem que adotar um estilo de vida que realmente preserve a vida. “Ela tem que ser projetada, construída e administrada para reproduzir o design da natureza. No aspecto das
construções dos espaços, devese construir com a natureza e não contra ela”, destaca.
Isso significa que a cidade, conforme Déborah Munhoz, além de ser construída para as pessoas, deve respeitar o relevo, preservar a biodiversidade local, o ciclo natural das águas, produzir seu alimento ou parte dele, preservar os serviços ecossistêmicos do local onde está inserida, ser autossuficiente energeticamente, reciclar seus resíduos, eliminar substâncias tóxicas do seu funcionamento, dentre outros aspectos. Além disso, acrescenta que deve ter uma boa governança e transparência no uso dos recursos públicos.
“Nenhum país onde a economia está acima dos limites do planeta é sustentável. Para isso, nas palavras do ecoeconomista Hugo Penteado, o modelo de economia deveria estar servindo às pessoas e as pessoas deveriam ter o seu estilo de vida inserido dentro da capacidade do planeta”, disse.
Realmente não é um processo fácil. No entanto, não é impossível. A especialista em Gestão Responsável para a Sustentabilidade, Vivian Blaso, que também é mestra e doutoranda em Ciências Sociais, além de professora do curso de pósgraduação em Construção Sustentável da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), considera que é possível, sim, ter uma cidade sustentável frente a essas grandes metrópoles, desde que sejam traçadas macroestratégias que estejam relacionadas à questão da mobilidade, que implica na qualidade de vida; a questão da eficiência energética, que implica na capacidade de reprodução e continuidade dos processos produti
Mas o que é realmente uma cidade sustentável?
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vos; e a questão da água.A mobilidade, segundo Vivian Bla
so, está diretamente ligada à melhoria da qualidade de vida e impacta a qualidade do ar. “O que tem acontecido no Brasil é que o aumento da frota de veículos tem piorado a qualidade do ar. Em São Paulo, por exemplo, além de ter 10 km por hora no trânsito, temos também estudos feitos pelo professor Paulo Saldiva, da Universidade de São Paulo (USP), que tem indicado que os problemas respiratórios principalmente relacionados à emissão de gases poluentes tem causado o aumento exponencial de mortes por doenças respiratórias e o aumento dos casos de internação”, informa.
Os outros eixos estratégicos estão relacionados aos recursos naturais, na parte de eficiência energética e de abastecimento de água. “Água e energia estão intimamente relacionadas à questão de produção e consumo”, aponta. Quando se fala de produção e consumo, aparece também outro grande problema relacionado ao futuro das cidades, que são os resíduos. “Quanto mais lixo se produz, maior a incidência de doenças, insetos, vetores”, disse. No que diz respeito às iniciativas nas cidades dentro desses três eixos, Vivian Blaso destaca que o Brasil se encontra bem alinhado ao projeto sustentável.
A visão do francobrasileiro Iuli Nascimento, geógrafo e urbanista, coordenador do Institut d’Amenagément et d’Urbanisme de Île de France, em Paris, mostra bem essa integração brasileira, de uma forma geral, a um sólido projeto de sustentabilidade. Ele participou no final de novembro de 2011, em Porto Alegre, do 10º Congresso Mundial Metropolis – Cidades em Transição, promovido pela Associação Mundial de Grandes Metrópoles (Metropolis). Nesse evento, cerca de 800
líderes de mais de 150 grandes cidades se reuniram para trocar experiências sobre políticas públicas e sociais.
“Hoje vemos que os problemas das grandes metrópoles é que elas continuam a crescer e que as desigualdades continuam a aumentar. E esse processo tem que ser parado. Isso é o que poderia trazer sustentabilidade às cidades. No Brasil, o programa louvável e muito positivo de erradicar a extrema pobreza e de criar condições de regiões que antes não tinham nada de se desenvolverem, principalmente depois da distribuição da Bolsa Família, é um exemplo. Além disso, a cooperação com os países vizinhos de América do Sul, a proteção das florestas, a luta contra corrupção e uma
série de medidas que a presidente vem tomando colocam o Brasil no rumo certo”, avalia.
Para Iuli Nascimento, uma cidade para ser sustentável precisa, antes de mais nada, de uma vontade política de um governo local de criar condições para que exista uma integração em todas as políticas setoriais de meio ambiente, econômica e social. “E que isso se faça de maneira integrada, o que não é fácil. O problema da gover
nança é que cada temática é tratada de maneira diferente e é muito difícil colocar os diferentes atores, sociais e ambientais públicos e privados juntos”, disse.
Para Nascimento, a participação citadina é muito importante para se fazer um processo sustentável. “Tem que ter vontade política para se criar as condições necessárias para o andamento do processo de desenvolvimento sustentável, fomentando condições para que os diferentes interesses sejam públicos, privados e do cidadão convirjam na mesma direção”, destaca.
O exemplo da região de Île de France, que agrupa a grande Paris, é um exemplo de decisão política. Conforme Iuli Nascimento, em 2004, quando o presidente do Conselho Regional estava em sua primeira campanha eleitoral, executou um programa de ecologia política, que foi exatamente criar programas setoriais visando a sustentabilidade da metrópole.
“Criação de programas setoriais de tratamento de lixo, de água e esgoto, desenvolvimento do plano de preservação e proteção da biodiversidade, um plano sobre clima, tudo isso foi feito para antecipar e atenuar os efeitos das mudanças climáticas. Com o Plano Clima, a intenção foi diminuir consideravelmente as emissões de gases de efeito estufa e isso foi incentivado através da melhora do aquecimento das habitações, do transporte público para a população, que traz grande problema de poluição e de saúde; e também da criação de habitação para a população de baixa renda”, relata.
Iuli Nascimento diz que fazer isso não é fácil, é preciso investimento para aos poucos ir desenvolvendo esses programas. “Não se faz de um dia para o outro”.
Uma cidade para ser sustentável precisa, antes de mais nada, de uma vontade política de um governo local de criar condições para que exista uma integração em todas as políticas setoriais de meio ambiente, econô-mica e social
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Quando se fala em cidade sustentável no Brasil, a primeira que vem à mente é a capital do Paraná, Curitiba. Apesar de um exemplo emblemático, não é a única do País a buscar qualidade de vida para os seus habitantes. Muitas cidades, de pequeno, médio e grande porte, estão implementando práticas sustentáveis em busca não só da sobrevivência como do equilíbrio.
A consultora em sustentabilidade e gestão da qualidade de vida, Deborah Munhoz, que é facilitadora do Grupo de Trabalho de Sustentabilidade do Nossa Belo Horizonte, destaca que alguns passos vem sendo dados na direção de uma cultura de sustentabilidade, tais como o crescimento dos Movimentos das Cidades para Pessoas, como Nossa Belo Horizonte, Nossa São Paulo, Nossa Ilha Bela, o Movimento das Cidades em Transição, que realizam cursos em vários lugares no Brasil. “Esses movimentos realizam o despertar para a necessidade de maior uso de bicicle
tas nas cidades, do direito ao uso de transportes públicos de qualidade, a maior fiscalização dos políticos pela população”, explica.
No Brasil, as grandes cidades das regiões Sul e Sudeste, talvez por serem mais estruturadas economicamente, saíram na frente na implantação de projetos de sustentabilidade. Hoje, as metrópoles Curitiba, ao lado de Belo Horizonte, Porto Alegre e São Paulo já executam ações sólidas para viabilizar a transição para “cidade sustentável”.
O PNUD, no seu relatório “Sustentabilidade e equidade: um futuro melhor para todos”, cita que a capital paranaense implementou com êxito abordagens inovadoras quanto ao planejamento urbano, à gestão da cidade e aos transportes para enfrentar o desafio do crescimento demográfico rápido. De acordo com o relatório, Curitiba tem agora a mais elevada taxa de utilização de transportes públicos do Brasil, com 45% de todas as
viagens, e uma das mais baixas taxas de poluição do ar do País.
A prefeitura da capital mineira tem iniciativas interessantes. Além de ter sido a primeira cidade a proibir o uso de sacolas plásticas no comércio no Brasil, o que mexeu profundamente com a cidade, realiza também o incentivo às hortas urbanas, o consumo de alimentos orgânicos, a oferta da homeopatia e acupuntura nos postos de saúde assim como a do Lian Gong em diversos pontos da cidade incentivando a prática de exercícios físicos da cultura chinesa, o que contribui para a redução do uso de medicamentos e, consequentemente, para a produção de lixo tóxico nas residências. Outra iniciativa é a oferta de cursos de excelente qualidade, como o do Agente Ambiental e de Educação Ambiental ministrados pela Secretaria Municipal de Belo Horizonte.
Já a maior metrópole brasileira, São Paulo, vem realizando melhoria da habitação de interesse social, com
C Ó D I G O F L O R E S TA L
Experiências de um caminho
reduções de água, energia, coleta seletiva de lixo. A construção de parques lineares, áreas verdes que ajudam na retenção dos efeitos dos gases de efeito estufa e proporcionam melhoria da qualidade do ambiente urbano, é também um destaque. Tanto nos estados de Minas Gerais como no de São Paulo há um guia para licitação pública sustentável, com padrões e critérios que devem ser seguidos, como, por exemplo, uso de madeira sustentável.
Na área de gerenciamento de resíduos sólidos, a amazônica capital do Acre, Rio Branco, vem realizando um importante trabalho e, por isso, recebeu o prêmio EcoCidade da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Lá, o projeto Unidade de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Sólidos de Rio Branco realiza
o tratamento e disposição fi nal de resíduos sólidos urbanos, processando, atualmente, cerca de 200 toneladas por dia. Antes da construção da unidade, que absorveu investimentos da ordem de R$ 12 milhões, o lixo produzido em Rio Branco era encaminhado para um lixão, que funcionou na cidade por 20 anos e foi encerrado em outubro de 2009, quando o novo aterro sanitário entrou em operação.
A cidade de Nova Olinda, na região do Cariri, no Ceará, tem uma organização chamada Fundação Casa Grande Memorial do Homem Kariri, que desenvolve um projeto que tem como missão a formação educacional de crianças e jovens protagonistas em gestão cultural por meio dos programas Memória, Comunicação, Artes e Turismo. Os programas de formação desenvolvem atividades de complementação escolar por
meio dos laboratórios de conteúdo e produção. O objetivo é a formação interdisciplinar das crianças e jovens, a sensibilização para ver, ouvir, fazer e conviver com acesso à qualidade do conteúdo e ampliação do repertório.
Hoje é uma escola de referência em educação e tem a visão de levar “o mundo ao sertão”. Para proporcionar o acesso de outras comunidades, foi criado o “Turismo de Conteúdo”, abrindo à pesquisa os laboratórios de conteúdo da fundação para um público que, em 2006, chegou a 28 mil pessoas, nove vezes a população urbana da cidade. Para atender esta demanda, a Fundação Casa Grande criou uma cooperativa (COOPAGRAN) para promover a Casa Grande como um destino turístico e formar meninos e meninas para o receptivo turístico: recepcionistas, guias de campo e relações públicas.
O Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) 2011, publicado em novembro de 2011 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), destaca como positivas as experiências brasileiras na busca da sustentabilidade. Com o tema “Sustentabilidade e equidade: um futuro melhor para todos”, o relatório diz que o Brasil emitiu em 2008 um total de 2,1 toneladas per capita, enquanto a China emitiu um total de 5,2 toneladas; nos países que ocupam o topo do ranking do IDH, este número é muito maior. Nos Estados Unidos, por exemplo, a emissão per capita de CO² estava em 17,3 em 2008. Isso evidencia, conforme o PNUD, que o grande desafi o de países do BRICS, como China, Índia e Brasil, é conciliar o desenvolvimento econômico e social com os critérios de sustentabilidade. O relatório mostra que, de 1970 a 2008, o ritmo de crescimento anual do Brasil na emissão per capita de dióxido de carbono foi de 2%,
enquanto na China este número foi de 4,6%, ou seja, mais que o dobro. Os níveis de conscientização frente aos problemas ambientais da população brasileira também foi um destaque. O
Brasil e a região da América Latina e Caribe como um todo aparecem em destaque também por apresentar o maior nível de conscientização frente aos problemas ambientais. De acordo com as pesquisas, 94,8% dos entrevistados da região dizem que o aquecimento global representa uma grave ameaça ao meio ambiente, um número expressivo comparado à média global, que é de 67,9%. Já o percentual de entrevistados na região que acreditam que o aquecimento global é causado pelos seres humanos é de 72,8%, frente a uma média mundial de 53,5%. No Brasil, este número sobe para 81,3%. Em termos de satisfação geral com a vida, numa escala de 0 a 10, os brasileiros declaram, em média, um nível de satisfação de 6,8, número que também fi ca acima da média global, de 5,3.
Brasil em destaque
destaque
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Iniciativas que apoiam a sustentabilidade das cidades
Programa Cidades SustentáveisTem o objetivo de sensibilizar, mobilizar e oferecer ferramentas para que as cidades brasileiras se desenvolvam de forma econômica, social e ambientalmente sustentável. Desenvolveu uma plataforma com experiências sustentáveis de cidades do mundo inteiro.http://www.cidadessustentaveis.org.br/
Mobilize BrasilÉ o primeiro portal de conteúdo de mobilidade urbana do Brasil. Contém notícias, estudos, fotos, vídeos, entre outros. Dispõe de espaço para interação, como compartilhamento de situações e divulgação de ações.http://www.mobilize.org.br/
Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis Tem como missão comprometer a sociedade e sucessivos governos com comportamentos éticos e com o desenvolvimento justo, democrático e sustentável de suas cidades. A rede é integrada por movimentos e organizações apartidários e interreligiososhttp://rededecidades.ning.com/
Observatório das MetrópolesUm grupo que funciona como um instituto virtual, reunindo hoje 159 pesquisadores e 59 instituições dos campos universitário, governamental e não governamental, sob a coordenação geral do IPPUR Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional daUFRJ.. Vem trabalhando sobre 14 metrópoles e uma aglomeração urbana.http://www.observatoriodasmetropoles.net/
A ex-ministra do Meio Ambiente do Brasil e também exsenadora Marina Silva é uma das personalidades brasileiras mais importantes quando se trata de desenvolvimento sustentável. Mesmo sem mandato político, Marina Silva, que obteve quase 20 milhões de votos na última eleição presidencial, corre os quatro cantos do País divulgando e espalhando a importância da sustentabilidade. No fim de setembro de 2011, em Fortaleza (CE), ela realizou palestra em evento de tecnologia da informação sobre o tema.
A sustentabilidade é um modo de ser ou de fazer? Para Marina Silva, a
sustentabilidade, o desenvolvimento sustentável, não é uma maneira de fazer as coisas, é um modo de ser, é um ideal de vida. “Não é uma forma de nos adaptarmos para continuarmos no caminho que estamos traçando, mas é uma forma de pensar o ideal para sustentabilidade como uma questão de vida. Eu diria que é fundamental a gente pensar o mundo em que estamos vivendo. Nós estamos vivendo em um mundo em crise econômica, social, ambiental e uma crise de valores”, disse.
Na crise ambiental, conforme Marina Silva, existe a degradação dos solos, contaminação dos rios, poluição
do ar, perda de biodiversidade. “Hoje se perde mil vezes mais biodiversidade do que há 50 anos e um dado importante é que a economia dos países, o seu PIB, depende cerca de 50% da sua biodiversidade. A gente celebra quando cresce 4%, 5% ,7% ao ano. Quem em sã consciência destruiria 50% do seu Produto Interno Bruto? No entanto, a gente vem fazendo isso progressivamente. As bases naturais do desenvolvimento são os recursos naturais, são as bases naturais que vão se transformando em produtos que são elaborados, processados pelas novas tecnologias e conhecimento, mas precisamos e ainda não prescindimos
“ Sustentabilidade é um modo de ser, um ideal de vida”
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dessas bases naturais”, destaca. Segundo a exministra, o planeta já
está no vermelho em 30% e sua capacidade de recuperação já está esgotada porque não é mais capaz de reagir na velocidade do consumo em que os recursos são subtraídos. “Isso é a crise ambiental”, explica.
Além disso, existe também o problema das mudanças climáticas, que a partir da Revolução Industrial, pela ação do homem, com altas emissões de CO2 na atmosfera, faz com que a temperatura da Terra esteja aumentando. Segundo Marina, os cientistas dos paineis intercontinentais das Nações Unidas afirmam que, se essa temperatura aumentar em 2 graus, o planeta pode entrar num processo de desequilíbrio que pode comprometer a continuidade da vida. “Mas, para além disso, que é catastrófico, que a gente não sabe quando, com aumento da temperatura, a gente entra num processo de declínio das condições que sustentam a vida, e imediatamente a gente já pode sofrer com o derretimento das calotas polares, a elevação do nível dos mares, e países inteiros podem desaparecer”, explica.
Com o aumento das temperaturas, Marina Silva alerta que pode ter regiões em que as chuvas serão concentradas em poucos meses, com precipitações violentas causando enchentes, e não será possível viver nessas regiões. Em outros lugares, segundo ela, nenhuma chuva haverá e as pessoas passarão a sofrer sem a presença material da água. “O que é semiárido passa a ser deserto. É o caos que poderemos ter de dois bilhões de seres humanos como refugiados ambientais”.
Para a exsenadora, o problema das mudanças climáticas é uma espécie de Armagedon ambiental. “E para algo que é tão grande, tão complicado, nós temos que reduzir, até 2050, em
80% as emissões de gases poluentes. Hoje temos o desafio de mudar a nossa economia para que ela se torne mais sustentável. Até 1995, cada tonelada de CO2 equivalente produzia cerca de 850 dólares. Em 2010, cada tonelada equivalente produz 1.200 dólares. Para chegarmos em 2050, com aquela redução de 80% das emissões, é preciso que a gente produza cerca de 20 mil dólares em toneladas de CO2 equivalente. Isso é praticamente impossível, mesmo com os avanços tecnológicos”.
O desenvolvimento sustentável, segundo ela, veio em socorro da crise econômica, social e ambiental , mas não para se pensar como apenas uma adaptação para fazer melhor, mas uma transformação para ser melhor.
“É a idéia de ser um cidadão sustentável e a sustentabilidade se realiza em várias dimensões. As Nações Unidas estabelecem que um modelo de desenvolvimento para ser sustentável é preciso que o seja no seu aspecto social, cultural, ambiental e econômico”, disse.
No aspecto social, é preciso, de acordo com Marina Silva, que as
pessoas tenham igualdade de oportunidades para desenvolver suas potencialidades, qualidade de vida, saúde, entretenimento, educação. Um modelo de desenvolvimento é sustentável, do ponto de vista social, quando oferece para a sociedade a sustentabilidade social que se expressa em saúde de qualidade, entretenimento e as pessoas possam ter uma vida plena.
Já o modelo de desenvolvimento sustentável, do ponto de vista econômico, acontece quando ele transforma as vantagens competitivas em melhoria da qualidade de vida das pessoas, traduzindo em igualdade de oportunidades para todos. Para ser sustentável do ponto de vista cultural, Marina defende que não se pode, em nome do desenvolvimento, eliminar as culturas. “Um modelo de desenvolvimento sustentável tem que assegurar a s condições sociais e culturais para manter a diversidade. Não existe possibilidade de troca na mesmice, só há troca na diferença”, disse.
O Brasil, segundo a exministra, é o País que mais reúne as condições para fazer uma inflexão no modelo de desenvolvimento. “Os países ricos tem uma média de 13% de energia limpa e o Brasil tem 45% de matriz energética limpa. Outros países não tem terras e nós temos 351 milhões de hectares de áreas agricultáveis, temos o maior nível de insolação do mundo e a Alemanha, com quase nada de sol, tem 10% de geração de energia solar. E nós, com tudo isso, temos quase nada”.
Para ela, o desenvolvimento sustentável precisa ser pensado como um processo histórico a ser implementado, usando o melhor da tradição e o melhor da modernidade, fazendo o diálogo dos saberes. “Para isso é preciso três coisas: visão, processo e estrutura”, finaliza.
“É a idéia de ser um cidadão sustentável e a sustentabilidade se rea-liza em várias dimensões. As Nações Unidas esta-belecem que um modelo de desenvolvimento para ser sustentável é preciso que o seja no seu aspecto social, cultural, ambiental e econômico”
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Os desafios para a qualidade de vida nas cidades brasileiras referem-se, principalmente, à mobilidade, sustentabilidade e identidade. Ao elencar estes temas, o arquiteto Jaime Lerner defende o transporte público de qualidade como prioridade. Em entrevista, ele explica os contornos deste e de outros desafios
“Toda cidade pode melhorar sua qualidade de vidaem dois ou três anos”
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{ Carol de Castro
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o administrar Curitiba, por três gestões, o arquiteto e urbanista Jaime Lerner colocou a cidade na lista das mais sustentáveis do mundo. Ele liderou a revolução urbana que fez da capital paranaense referência nacional e internacional em planejamento urbano, principalmente em transporte, meio ambiente, programas sociais e projetos urbanísticos. Duas vezes governador do Paraná, conduziu importantes transformações econômicas e sociais, com políticas de industrialização, infraestrutura, capacitação e melhoria da qualidade de vida no campo e nas cidades. Fundou o Instituto Jaime Lerner e a Jaime Lerner Arquitetos Associados, e foi presidente da União Internacional dos Arquitetos (UIA) no período 2002/2005. Pelo reconhecimento de sua obra, recebeu diversos prêmios e títulos internacionais, com destaque para o Prêmio Máximo das Nações Unidas para o Meio Ambiente (1990), o Unicef Criança e Paz (1996), o 2001 World Technology Award for Transportantion, o 2002 Sir Robert Mathew Prize for the Improvement of Quality of Human Settlements, pela União Internacional dos Arquitetos, e o Prêmio Volvo Environment Prize 2004. Recentemente, foi
indicado pela revista Time como um dos 25 Pensadores mais Influentes do mundo em 2010. Com esta experiência reconhecida, Jaime Lerner concedeu a seguinte entrevista sobre os desafios do desenvolvimento das cidades, a tarefa do Rio de Janeiro em sediar Copa e Olimpíadas, orçamento de projeto, acupuntura urbana, nomes que contribuíram para a arquitetura e novas propostas para o futuro sustentável.
Renergy:: Na sua análise, qual sua principal contribui-ção para Curitiba?Jaime LerneR:: Entendo que a minha maior contribuição foi fazer aconte-cer um sonho coletivo. Envol-ver a população na construção de uma visão compartilhada de futuro, e trabalhar para encontrar as equações de co--responsabilidade nas quais todos os setores - público, pri-vado, sociedade civil – foram convidados a contribuir.
R:: O senhor acredita mesmo que qualquer cidade, no mundo, poderia ser “melho-rada” em menos de três anos?JL:: Sim. Estou convicto que toda cidade, independente de seu tamanho ou afluência, pode melhorar significativamente sua qualidade de vida em dois ou três anos. Mas há que se acreditar que é possível, pois há muito esforço investido em descrever quão difíceis e complexos são os problemas, e pouco esforço efetivo em aplicar soluções. E se você projetar tragédia encontrará tragédia. Para mim, o entrave não
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é a escala ou falta de recursos. Se há uma boa estratégia, se há vontade política, e se há solidariedade, há muito que se fazer no curto prazo. O planejamento de uma cidade é um processo que permite correções, sempre. É um equívoco grave acreditar que o planejamento só pode ser efetivado após se dominar cada variável possível. O mundo pede por soluções cada vez mais rápidas, e é no nível local que podem se dar as respostas mais ágeis – com o planejamento focado nas pessoas. Em tempo, o efeito de demonstrativo é crucial para mobilizar a sociedade para mudança. Assim, mais uma vez, a importância de começar.
R:: Quais os desafios para a qualidade de vida nas cidades brasileiras?JL:: Além das questões básicas como saúde, educação, atenção à criança e ao idoso, as cidades precisam construir boas equações de coresponsabilidade para lidar com os três principais desafios para a qualidade da vida urbana: mobilidade, sustentabilidade e identidade/coexistência. Em termos de mobilidade, temos que dar prioridade ao transporte público de qualidade, que permita aos usuários utilizálo com dignidade, conforto, segurança e eficiência. E para ofertar essa opção, cada cidade precisa utilizar, da melhor e mais eficiente maneira possível, todas as opções de deslocamento disponíveis: ônibus, metrô, trem, carros, táxis, bicicletas. A chave reside em não ter sistemas competindo no mesmo espaço; reside na combinação, integração e ope
ração inteligente daquilo que existe. É fundamental entender que os sistemas de transporte são mais que um conjunto de linhas: são uma rede, e necessitam funcionar como tal. Acredito que o futuro do transporte esteja na superfície – ônibus, devido a sua maior flexibilidade, menor custo e maior agilidade na implantação. Com as características adequadas, tais como canaletas exclusivas, embarque prépago e em nível e frequência elevada, é possível alcançar um desempenho similar ao metrô. Tratase de “metronizar” o ônibus. Ainda há que se considerar a utilização de veículos individuais associados aos demais elementos da rede pública de transporte, como é o caso do Velib em Paris.
R:: E quanto à sustentabili-dade?JL:: Coisas simples da rotina diária das cidades podem ser parte da solução: como todos podemos ajudar ao usar menos o carro, especialmente nos itinerários de rotina; separar em casa o lixo orgânico do reciclável; morar mais perto do seu trabalho ou trabalhar mais perto de casa. Ainda, dar múltiplas funções durante as 24 horas do dia às infraestruturas e equipamentos urbanos, economizar o máximo e desperdiçar o mínimo. É importante utilizar materiais – cimento, metal, vidro, madeira, plástico – e técnicas construtivas mais sustentáveis, mais eficientes do ponto de vista energético. Mas será de pouca valia se mover de um “prédio verde” para outro se o desenho da cidade em si não for sustentável. É na concepção
A tecnologia não deve ser isolada dos dois outros fatores que mais contribuem para o impacto ambiental das atividades humanas: o tamanho da população e seu nível de afluência
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das cidades que as maiores e mais significativas contribuições para uma sociedade mais sustentável podem ser feitas. Alguns parques de Curitiba, como o Barigui, o São Lourenço e o Iguaçu, foram concebidos dentro desta perspectiva. São espaços públicos que desempenham múltiplos serviços para a cidade: protegem remanescentes florestais importantes; previnem a ocupação de áreas de maior fragilidade; oferecem oportunidades de lazer, entretenimento, contemplação; criam referências urbanas e convidam ao encontro. O conjunto se traduz na melhoria da qualidade de vida dos curitibanos. Mas é importante recordar que eles só existem porque foram pensados como parte de uma concepção maior de cidade que, além de ponderar todos esses elementos, optou por desenvolver um sistema de macrodrenagem urbana que, ao invés de canalizar esses rios, deixouos seguir os meandros de seu curso natural, protegeu suas várzeas e criou, com os lagos e utilização de cavas, bacias de contenção de cheias. É o desenho da cidade trabalhando em prol da sustentabilidade. A sustentabilidade é uma equação entre o que é economizado e o que é desperdiçado. Assim, se sustentabilidade=economia/desperdício, quando o desperdício é zero, a sustentabilidade tende ao infinito.
R:: E a identidade?JL:: Identidade é um fator preponderante da qualidade de vida urbana. Representa a síntese do relacionamento entre o indivíduo e sua cidade. As referências
urbanas são de múltiplos tipos. Por exemplo, centros históricos com seus bens tombados são pontos de referência importantíssimos, intimamente relacionados à memória da cidade desde sua fundação. Entretanto, essas áreas frequentemente sofrem com processos de desvalorização e degradação. Encontrar formas de manter esses distritos vibrantes conectando elementos de identidade, reciclando usos superados e acolhendo um mix diversificado de funções é fundamental. Existem ainda os elementos que são imateriais, mas que permeiam as diversas camadas da identidade de uma cidade. Os traços culturais, hábitos e manifestações artísticas das diferentes etnias que a compõem são um exemplo. É importante criar no meio urbano espaços públicos onde essas múltiplas características possam ser exibidas e compartilhadas. Parques podem ser palcos desse processo, abrindo espaço para celebrar a diversidade, que faz parte da vida urbana. A cidade tem que ser o cenário do encontro, da acolhida e valorização da diversidade: de funções, de idades, de rendas, de usos, de tipologias. É o espaço que agrega e integra – quanto maior a mistura, mais humana ela será. Cidades democráticas não tem guetos de pobres nem de ricos. A “sociodiversidade” compreende a necessidade de acolher e celebrar a multiplicidade de pessoas de diferentes povos, idades, credos, raças, rendas, que compõem o mosaico da cidade, ao mesmo tempo em que se preservam as características que definem a identidade de cada uma. É isso
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que ajudará a garantir a coesão social, a segurança urbana e, no limite, a possibilidade das trocas na cidade, o desejo de se congregar em seus espaços comuns – ruas, praças, parques, mercados, calçadões, feiras.
R:: O senhor acredita que o Rio está preparado para as Olimpí-adas e o Brasil para a Copa do Mundo?JL:: Tanto em um caso como no outro, é necessário colocar o foco nas intervenções com maior potencial de melhorar a qualidade de vida. Aproveitar o investimento para coisas definitivas, como infraestrutura e transporte público. É bom que se diga que, para uma cidade ser boa para seus visitantes, ela deve ser boa para seus habitantes. Há que se aproveitar a oportunidade para fazer bem para o momento e melhorar para sempre. É um tributo ao desperdício deixar um equipamento ocioso após a realização desses eventos. Isso aconteceu em muitas ocasiões, e não deve acontecer no Rio de Janeiro e nas demais cidades que sediarão a Copa do Mundo. Todas as vezes que se preparou especialmente um só setor da cidade para esses eventos não se conseguiu bons resultados. Atenas é exemplo disso. Já Barcelona aproveitou bem a oportunidade. Ainda, o Governo Federal tem a valiosa oportunidade de corrigir a deformação que se criou com a Copa do Mundo e com os Jogos Olímpicos. Não há falta de estádios. O grande problema é a logística aérea do País e a mobilidade urbana. Se resolverem essas questões, valerá à pena.
R:: O senhor costuma dizer que “a criatividade começa quando se corta um zero do orçamento”. Isso se aplica a todos os projetos urbanistas de que o senhor já participou? Poderia citar algumas destas ideias criativas de baixíssimo custo?JL:: Nós sempre amarramos nossas soluções com um compromisso com a simplicidade. O sistema de transporte, os parques, o programa “lixo que não é lixo”, para citar apenas algumas das iniciativas inovadoras que Curitiba implementou, ilustram com clareza esse compromisso. Costumo dizer que se você quer criatividade, corte um zero do orçamento; se quer sustentabilidade, corte dois; solidariedade, assuma a sua identidade respeitando a diversidade. É preciso entender que nem sempre são necessárias grandes e sofisticadas estruturas. Duas iniciativas muito simples que surtiram resultados muitoanimadores foram o Comboio Cultural e os Jogos Mundiais da Natureza, implementadas enquanto estava no governo do Paraná. Com o Comboio Cultural, utilizando ônibus adaptados que viajaram todo o território do Paraná e se transformavam em palcos itinerantes para manifestações artísticas – teatro, ópera, dança, marionetes, música clássica e popular, circo – e oportunidades de aprendizado e trocas – internet, biblioteca, lançamento de livros , conseguimos com muita criatividade e simplicidade ampliar o acesso à cultura. Apenas no período de 1991/1992, 1,25 milhão de
Governo Federal tem a oportunidade de corrigir a deformação que se criou com a Copa do Mundo e Jogos Olímpicos. O grande problema é a logística aérea do País e a mobilidade urbana.
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pessoas assistiram as 1.300 apresentações do Comboio Cultural. Com os Jogos Mundiais da Natureza, realizados em 1997 na região oeste do estado (Foz do Iguaçu a Guairá, no entorno da barragem de Itaipu e das Cataratas do Iguaçu), organizamos uma versão dos “jogos olímpicos”, tendo a natureza como cenário principal, e as modalidades esportivas se utilizando desses elementos ao invés de estruturas permanentes.
R:: O senhor poderia explicar o que é acupuntura urbana?JL:: “Acupuntura Urbana” é uma intervenção estratégica pontual que cria uma nova energia na cidade, que pode tanto ajudar a consolidar a visão de longo prazo quanto tratar situações que estejam comprometendo a saúde do tecido urbano. Como na medicina, é um toque rápido e preciso em um ponto chave que irá desencadear reações em cadeia positivas que melhoram o sistema como um todo. Atualmente, a minha prática profi ssional tem possibilitado conceber esses diferentes projetos estratégicos em várias cidades, pesquisando as acupunturas adequadas para cada ambiente urbano, sob medida. Novas metáforas, como o desenho de pássaros se contrapondo ao desenho do avião em Brasília, a criação de referências urbanas que celebram a história e a memória em Santiago de Los Caballeros (República Dominicana), a construção de elementos de identidade urbana a partir dos espaços públicos em Luanda, uma metrópole sem periferia para São Paulo, uma referência
ao patrimônio cultural do País no Parque da Bossa Nova no Rio de Janeiro são “acupunturas” que podem representar ganhos expressivos em qualidade de vida para esses ambientes urbanos.
R:: Quais as características de um bom arquiteto urbanista?JL:: Acredito que a principal seja compreender que a cidade é uma estrutura integrada de vida, trabalho e mobilidade: não se separar funções, não afastar o trabalho da moradia. Ainda, como profi ssionais da proposta devem se empenhar na tarefa de apresentar ideias, projetos, cenários capazes de capturar a imaginação da população e assim mobilizar seu imenso potencial transformador.
R:: Oscar Niemeyer é o maior arquiteto do Brasil, na sua opi-nião? Quais outros grandes nomes brasileiros da Arqui-tetura e Urbanismo o senhor citaria?JL:: Sem dúvida, o Oscar Niemeyer é um dos maiores nomes da arquitetura mundial. São também nomes importantes da nossa arquitetura e urbanismo Paulo Mendes da Rocha, Gustavo Pena, Jorge Wilheim.
R:: O que acha do projeto Cidade X, de Eike Batista?JL:: Acredito que é uma oportunidade ímpar de estabelecer uma referência urbanística de vanguarda e de sustentabilidade, bem como de pensar uma estratégia de desenvolvimento integrado para municípios que vão receber investimentos de grande monta.
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A experiência tem mostrado que mudanças na direção de decisões mais altruístas não ocorrem pela consciência de incertezas, e muito menos pelo conhecimento de riscos
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07 a 09 de fevereiro de 2012 | São Paulo - SP
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3r’s reduzir, reutilizar, reciclar
VidroA origem do vidro não é precisa, embora haja relatos de que já fosse conhecido pelo menos a 4.000 anos a.C. Também não é possível determinar o tempo de permanência no meio ambiente sem se degradar, uma vez que seu material é inerte. A substância adquiriu ao longo dos tempos uma posição de destaque na sociedade, graças a suas características de inalterabilidade, dureza, resistência e propriedades térmicas, óticas e acústicas. Além da beleza e utilidade, o vidro não é diretamente nocivo ao meio ambiente e é totalmente reciclável. Entretanto, se considerado o volume nos aterros sanitários, é o campeão em entulhos e pode se acumular no ambiente ao ponto de não ter espaço sufi ciente para comportá-lo.
R E S Í D U O S S Ó L I D O S40% DAS
EMBALAGENS DE VIDRO PRODUZIDAS
NO BRASIL SÃO DE MATERIAL
RECICLADO E A EXPECTATIVA É QUE
ESTE NÚMERO AUMENTE.
REDUZIRUma parceria entre as multina-cionais Sabic Innovative Plastics e Ulvac propõe a substituição dos vidros das janelas dos carros por paineis transparentes de resina de policarbonato. A medida reduzirá o peso geral do veículo, melho-rando o desempenho do motor e ainda obedece às novas regras que determinam redução de consumo e emissões.
REUTILIZARAs embalagens de vidro podem ser reaproveitadas sem que haja pro-blemas de deformação ou absorção de sabores quando lavadas em altas temperaturas ou com detergentes adequados. Os recipientes de vidro também podem ser reutilizados para funções diferentes daquelas para que foram produzidos. Uma garrafa de bebida pode ser um lindo vaso de fl ores, por exemplo.
RECICLARO vidro é 100% reciclável e o processo é basicamente derreter a peça para sua reutilização, numa verdadeira economia de energia e matéria prima. Atualmente estima--se que mais de 40% das embala-gens de vidro produzidas no Brasil são de material reciclado e a expec-tativa é que este número aumente. Um recipiente de vidro reciclado possui as mesmas características daquele fabricado com matéria prima virgem, independentemente do número de vezes que o material for utilizado.
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Como?R E D U Ç ÃO D E C O N S U M O
guia verde
Na cozinha. Lavar louça a mão: limpe os pratos e as panelas, deixe-os de molho e ensaboe. Numa bacia/balde, junte quantidade suficiente para enxaguar a louça, controlando a água usada sem desperdiçar. Não deixe a torneira aberta durante a lavagem, pois desperdiçará até 105 litros. Se for realmente necessário usar a máquina de lavar louça, só use quando estiver bem cheia (antes de comprá-la, verifique seu consumo de água), pois são gastos 40 litros. Os bebedouros ou filtros de água de beber devem estar sempre bem regulados para evitar vazamentos.
No jardim, quintal ou calçada. Primeiro, use a vassoura e mantenha a área sempre limpa. Caso seja necessário, lave o jardim, quintal ou calçada uma ou duas vezes, no máximo, na semana, com um balde da água que você reaproveitou da máquina de lavar ou de outros locais, pois com mangueira gasta-se em média 280 litros. Aproveite também a água das chuvas, captando-a na saída das calhas. Não cubra todo o seu jardim com cimento, deixando sempre um espaço para as plantas e aproveitando as águas da chuva naturalmente.
No banheiro. Ao escovar os dentes, molhe a escova e feche a torneira enquanto escova os dentes. Para enxaguar a boca, use um copo, economizando, assim, mais de 11,5 litros de água. Lavar o rosto com a torneira aberta consome, em apenas um minuto, 2,5 litros de água. Para se barbear, em cinco minutos, são desperdiçados 12 litros de água. Portanto, para economizar, encha um recipiente com água em quantidade suficiente para fazer a barba, da mesma forma como se faz quando vai se lavar louça. Nas torneiras, instale um aerador para reduzir a vazão, já que uma torneira aberta gasta de 12 a 20 litros/minuto e, pingando, gasta 46 litros/dia, resultando em 1.380 litros por mês de água desperdiçada.
Grandes consumidores. Algumas empresas apostam em projetos para oferecer qualidade superior. Eles possibilitam desde a captação de água em profundidade, tratamento, distribuição como água potável, tratamento de esgoto para reuso.
Dicas para evitar desperdício de água
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Somos sete bilhões de pessoas no mundo e quase um bilhão não tem acesso à água potável suficiente. Uma torneira pingando esporadicamente gasta 1.380 litros de água por mês. Além de aliviar o bolso, usar racionalmente água e energia significa melhoria na qualidade de vida do planeta. Com a água, cozinhamos os alimentos, matamos a sede, fazemos higiene pessoal e, aqui no Brasil, geramos a energia elétrica que abastece residências, comércio, indústria, escolas, ruas, órgãos públicos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) aconselha o gasto individual, máximo, de 80 litros/dia para alimentação e higiene pessoal. Alguns cuidados em casa podem reduzir o desperdício de água, assim como nas empresas que investem em projetos ambientais.
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se ligueagenda DICAS DE LIVROS, SITES, FILMES E MUITO MAIS
eventoA Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Susten-tável (UNCSD), que está sendo organizada em conformidade com a
Resolução 64/236 da Assembléia Geral (A/RES/64/236), irá ocorrer no Brasil de 13 a 22 de junho de 2012 marcando o 20º aniversário da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNCED), que ocorreu no Rio de Janeiro em 1992, e o 10º
aniversário da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (WSSD), ocorrida em Johanesburgo em 2002. Com a presença de Chefes de Estado e de Governo ou outros representantes a expectativa é de uma conferência do mais alto nível, da qual resultará a produção de um documento político.
livroProduzido pelo fotógrafo Adria-no Gambarini e pela jornalista
Laís Duarte, o livro Água, Conservação e Cultura reúne mais de 130 fotos tiradas em diferentes países que revelam a presença da água nas mais variadas situações e paisagens.
campanha O Instituto Supereco lançou a campanha “Salve com Abraço” em parceria com a
Associação Pró-Muriqui, com o objetivo de unir a pesquisa, a conservação, a educação e a mobilização social para preservar o macaco muriqui-do-sul, criticamente em perigo de extinção, pois só existe na Mata Atlântica do Brasil. A proposta educativa da campanha é integrar ao currículo escolar a temática do Muriqui como “plantador de fl orestas” e “protetor das águas” pela recompo-sição das matas ciliares, de forma transversal, no maior número instituições de ensino da Mata Atlântica.
projeto O objetivo do Projeto Arara Azul, que completou 22 anos, é evitar
a extinção da espécie no Pantanal Sul Mato-Grossense. Atualmente existem cinco mil na região, sendo que em 1990 eram computados 1.500. Até o fi nal de julho, deste ano, foram monitorados 110 ninhos da arara.
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o último apaga a luzQuem sustenta as cidades? Ilustração: Thyago Cabral
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