Relatório 2011 - Microsoft...presente o trabalho de Tarsila do Amaral, cujo Abaporu é a mais...
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9a. Festa LiteráriaInternacional de Paraty6 a 10 de julho
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tório
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Índice
Banquete à beira-mar
A casa que hospeda a Flip
Flip
Flipinha
FlipZona
Comunicação
A Flip em números
Pesquisa DataFolha
Parceiros
Ficha técnica
Convidados Flip 2011
Afinidades eletivas
Homenagem
Conferência de abertura
Show de abertura
Flip – Casa da Cultura
Oficina literária
Mesa Zé Kleber
Programação
Introdução
Destaques da programação
Programação
Introdução
Programação
Central FlipZona
Mídia espontânea
Flip on-line
Peças gráficas
Anúncios
Sinalização
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égide da antropofagia, amal-gamaram, juntos, propósitos e vertentes culturais: de uma oficina de crítica lite-rária na Casa da Cultura ao show de José Miguel Wisnik e Celso Sim com Elza Soares, da conversa animada do quadrinista Joe Sacco com os jovens da FlipZona aos improvisos do escritor Edney Silvestre para as crianças da Flipinha – tudo conspirou para uma devoração coletiva, a saciar apetites variados.
Reunindo paratienses e forasteiros, leitores e escri-tores, a Flip 2011 foi um banquete cultural à beira-rio. Da promenade à margem do Perequê-Açu, é possível desfrutar do reflexo do centro histórico na água em que flutuam as tradicionais embar-
cações de madeira colorida. Cenário antropofágico para uma Flip antropofágica e um bom lugar para ler, numa Paraty que tem a cada dia mais e melhores leitores – tupis a devorar Shakespeare e Oswald no mesmo festim.
Mauro MunhozDiretor-PresidenteAssociação Casa Azul
Nada combina tanto com a Paraty que hospeda a Flip como a antropofagia de Oswald de Andrade. Com seu “Tupi or not Tupi”, ele devorou Hamlet e regurgitou índios, cafuzos, mamelucos, negros e caiçaras. Essa brasilidade, que amalgama o que vem de fora com o que brota de dentro, ficou claramente expressa numa Paraty banhada pela cultura, não apenas durante a Flip, mas durante todo o ano, pelas ações da Casa Azul que priorizam a apro-priação do território urbano pela população por meio da cultura e da educação.
A antropofagia é uma maneira de enfrentar a modernidade, avisou o crítico literário João Cezar de Castro Rocha, um dos convidados da Flip 2011. A mesma estratégia antro-pofágica que Oswald usou para lidar com os problemas criados pela violenta trans-formação da São Paulo dos anos 1920 pode ser apli-cada à Paraty do século XXI, também transformada pela indústria do turismo.
É nesse contexto que deve ser compreendido o novo espaço da Flip 2011, que valo-riza a paisagem e a relação de Paraty com os rios e com o mar. A mudança, um sinal de respeito à escala da cidade histórica, é um velho sonho da Casa Azul. Nesse novo cenário, os quase cem convidados e mais de 50 mil visitantes da Flip 2011, sob a
Banquete à beira-mar
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Tenda dos Autores
A casa que hospeda a Flip É a dimensão cultural que fertiliza o território, mas, com o tempo, ela se perdeu. O objetivo da Casa Azul é reconstruí-la. Para chegar lá, busca sistematicamente apro-ximar as instituições públicas e privadas dos anseios da população. Suas atividades começaram com os estudos sobre os espaços públicos de borda d’água de Paraty, ainda em 1995, e se desdo-braram em projetos capazes de potencializar experiências inovadoras no território. Um deles é o projeto de restauro e requalificação da Praça da Matriz, que este ano, com o início das obras, alavancou
O território, a educação e a cultura: estas são as três dimensões do trabalho da Associação Casa Azul, criada a partir de ações iniciadas em 1994 e reconhecida, dez anos depois, como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). Entre os seus desafios, destacam--se a requalificação urbana sustentável, o aprimora-mento da qualidade de vida dos cidadãos e a promoção do turismo sensível aos valores da cultura local.
foi o primeiro encontro regional com os comitês Proler da Costa Verde, envol-vendo os municípios da região. O evento resultou de parceria entre a Secretaria Municipal de Educação de Paraty, o Instituto C&A e a Biblioteca Nacional, inte-grando o Programa Nacional de Incentivo à Leitura. Mas, por ser em Paraty, a experiência adquiriu novo significado: além dos mini-cursos destinados aos profes-sores da rede pública de toda a região, os 150 participantes também usufruíram de sessões de mediação de leitura organi-zadas pela Casa Azul. A cidade foi tomada pela literatura, e os jovens paratienses da FlipZona fizeram uma cobertura espe-
um processo mais amplo de envolvimento e participação da população paratiense. Outra iniciativa importante foi a assinatura de um protocolo de intenções entre a Casa Azul, prefeitura de Paraty e governo do estado do Rio de Janeiro para a construção de uma biblioteca parque no bairro da Mangueira, uma ponte que buscará integrar os bairros paratienses marcados pela segregação social e espacial e pela carência de equipamentos urbanos.
Da permanente interação da Casa Azul com a população, resultaram pelo menos duas outras ações na dimensão educacional: a Flipinha, ápice de um trabalho socioeduca-tivo permanente conduzido junto às escolas da região; e a FlipZona, criada em 2009 com o objetivo de estimular o inte-resse dos jovens pela literatura a partir de novas tecnologias. Os flipzoneiros continuam produzindo durante todo o ano na própria Casa Azul, que, em 2009, foi designada como Ponto de Cultura pelo Ministério da Cultura.
Outra ação é o projeto Mar de Leitores, que há anos vem promovendo a leitura entre os habitantes de Paraty. Em novembro de 2010, Paraty hospedou o 11º Encontro Proler: Políticas Públicas, Caminho da Cidadania, que
cial do evento, publicando textos, vídeos e fotos em seu blog (www.flipzona.org.br).
Com ações como essa, a Casa Azul liga o centro histórico à periferia da cidade, incita a população a se apropriar do espaço urbano e cumpre sua missão tridimensional, conectando o território à cultura e à educação.
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Tenda do Telão
Emmanuel Carrère
As afinidades eletivas entre Carol Ann Duffy e Paulo Henriques Britto se explici-taram muito mais pelo sentido crítico de seus poemas do que pelo solo comum da forma poética, assim como Pola Oloixarac e valter hugo mãe mostraram de que maneira paródia e alegoria são modos confluentes de nos familiarizar com uma reali-dade cada vez mais opaca.
Esses são exemplos de autores oriundos de universos comple-tamente diversos (e criadores de universos ficcionais ainda mais singulares), mas que por isso mesmo represen-taram, para a curadoria, o desafio de identificar aquilo que poderia estabelecer confrontos de pontos de vista a partir de afinidades de fundo, a princípio difí-ceis de discernir – e que só se realizam no momento imponderável do encontro.
Com autores de doze países, além do Brasil, a 9ª Flip reiterou a proposta impli-cada na expressão “festa literária internacional” e, ao mesmo tempo, a ideia de que essa pluralidade, quando se fala de literatura, não está confinada a identi-dades e idiomas nacionais.
Literatura é linguagem, seja qual for a língua em que se fale e escreva – truísmo que se torna menos óbvio quando se trata de convertê-lo num diálogo concreto, em mesas que façam ressoar o idioma da criação entre autores perten-centes a diferentes contextos.
Kamila Shamsie e Caryl Phillips; Laura Restrepo e Héctor Abad: dois autores de língua inglesa num dia, dois latino-americanos de língua espanhola no outro. A solução parece simples: o mesmo idioma sublinhando uma identificação refor-çada, no caso dos escritores colombianos, pela origem geográfica comum.
Afinidades eletivas E, no entanto, tal compo-sição encerra identidades muito mais profundas – que permitem observar outras formas de estabelecer convergências, ou mesmo divergências, porém sempre a partir de coordenadas que pertencem ao mapa das afinidades eletivas proposto a cada edição da Flip.
Pois se a paquistanesa Kamila Shamsie e o caribenho Caryl Phillips adotaram o inglês como língua de expressão, foi para expressar vivên-cias – reais e imaginárias – da diáspora pós-colonial e dos choques culturais. Da mesma maneira, são os episódios traumáticos da Colômbia contemporânea que habitam a ficção de Laura Restrepo e Héctor Abad.
Língua e nacionalidade, aqui, estão a serviço de uma noção de literatura como forma de redesenhar experiências e percepções – fazendo com que o húngaro Peter Esterházy e o francês Emmanuel Carrère compartilhassem uma das mesas mais surpreendentes da Flip, em que as sombras do passado familiar como mote romanesco assinalaram a tendência contemporânea de abolir as fronteiras entre o ficcional e o autobiográfico.
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Homenagem A Flip 2011 não foi oswaldiana apenas porque homenageou Oswald de Andrade. Foi oswal-diana porque, finalmente, as massas puderam se lambuzar com o biscoito fino fabricado pelo autor. Da conferência de abertura com Antonio Candido – que identificou a devoração e a mobilidade como traços essenciais de Oswald – ao Manifesto antropófago, que fechou a Festa Literária, essa Flip mostrou uma coesão temática sem precedentes, abrindo assim a celebração pelos noventa anos da Semana de Arte Moderna, que aniver-saria em fevereiro de 2012.
Pelo menos duas mesas examinaram criticamente a vida e a obra de Oswald, sobretudo os desdobramentos da antropofagia em seus ensaios mais tardios, com o concurso dos críticos Gonzalo Aguilar, Marcia Camargos, Eduardo Sterzi e João Cezar de Castro Rocha. Mas a cria-tiva irreverência oswaldiana parece ter penetrado todas as outras mesas e eventos.
Leitura de livros de cabeceira por Eduardo Sterzi na Macumba Antropófaga, montada pelo José Celso Martinez Corrêa para a última mesa da Flip
A presença de João Ubaldo Ribeiro, por exemplo, demonstra essa tese. Numa obra como Viva o povo brasi-leiro, ele viola categorias de tempo e espaço, compondo uma alegoria antropofágica do imaginário tropical brasileiro. Outros autores presentes, inteiramente estranhos à realidade cultural brasileira, também apresentaram afini-dades inesperadas, como foi o caso do húngaro Péter Esterházy, cujos romances têm um caráter construtivista que remete aos romances
modernistas de Oswald (Memórias sentimentais de João Miramar, Serafim Ponte Grande). Ao melhor estilo oswaldiano, o curador Manuel Costa Pinto buscou apresentar, nas mesas com ficcionistas, as modulações contemporâneas do romance, cuja capacidade de renovação e reinvenção está clara nas obras dos autores convidados.
O visitante também encon-trou Oswald na exposição de seus manuscritos, concebida com a colaboração de sua filha, Marília de Andrade, e com base em material inédito cedido pelo acervo
do Centro de Documentação Cultural Alexandre Eulalio, da Unicamp. Na mostra, que expôs a iconografia oswaldiana, também estava presente o trabalho de Tarsila do Amaral, cujo Abaporu é a mais perfeita tradução da estética antropofágica.
O crítico José Miguel Wisnik, que fez contraponto a Antonio Candido na conferência inicial, dirigiu também o show de abertura “Zé e Celso + Elza”,
cujo título embute uma homenagem ao diretor das mais ousadas montagens das peças de Oswald, José Celso Martinez Correa. E o próprio Zé Celso encerrou a Flip 2011 com sua Macumba antro-pófaga, frenético ritual de fim de tarde, encenado por cerca de quarenta atores do Teatro Oficina Uzyna Uzona. No conjunto, a homenagem a Oswald de Andrade permeou a Flip 2011 não apenas com o biscoito fino, mas com toda a rica variedade da pâtisserie contemporânea.
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Oswald, o amigo de Antonio
Antonio Candido
Mobilidade e devoração: a conferência de abertura da Flip 2011 não poderia ter um título melhor. Não foi uma palestra. Foi o depoimento do professor e crítico literário Antonio Candido, 93 anos, sobre seu amigo Oswald, que era, de fato, “móvel” – cons-tante nas ideias, diverso e volúvel nas opiniões do dia a dia – e queria mesmo “devorar o mundo”. O depoimento foi seguido por uma apaixo-nada análise de Oswald por outro professor de literatura, José Miguel Wisnik, pupilo intelectual do Candido.
Segundo Candido, Oswald (“pronuncia-se Oswáld”, avisou) era um homem encan-tador e furioso, que “gostava de brigar e desbrigar”, cujo charme “desarmava as pessoas” e cujo humor sarcás-tico e ferino não conhecia limites. Tinha uma persona-lidade tão poderosa que se falava mais dele do que de seus livros. Como era extre-mamente suscetível a críticas e como o poder esmagador de seu sarcasmo era conhe-cido (e temido), ninguém ousava escrever sobre seu trabalho. O resultado de tudo isso, explicou Antonio Candido, foi que a vida do autor obnubilou sua obra. Foram necessários trinta anos para que a peça O rei da vela, um de seus textos mais importantes, criado em 1937, finalmente fosse montada, no Teatro Oficina, por José Celso Martinez Corrêa. O mesmo Zé Celso que encerrou a Flip 2011 comandando o Teatro Oficina na releitura do Manifesto antropófago oswaldiano, intitulada “Macumba antro-pófoga”, que começou no final da tarde e se estendeu pela noite de domingo.
José Miguel Wisnik
Ovacionado duas vezes pela plateia lotada, quando chegou e quando deixou o palco, Antonio Candido contou inúmeras histórias da vida privada do escritor, descre-vendo traços da personalidade humana e literária que, no mais das vezes, arrancaram boas gargalhadas do auditório. “Ele tinha o dom da expressão condensada”, definiu o crítico: “Era capaz de concentrar significados em poucas pala-vras, com um extraordinário poder de síntese, sobretudo para desancar desafetos.” Logo depois da publicação de um ensaio severo sobre ele nos anos 1940, o próprio Antonio Candido foi virulen-tamente agredido por Oswald. “Tempos depois, publiquei uma crítica favorável e ele me procurou”, recorda Candido, “e me disse: ‘Ataquei você com violência e você manteve a serenidade. Vamos ser amigos’. E nos tornamos muito amigos mesmo.”
Mas Oswald não teve a mesma sorte com Mário de Andrade, descoberto por ele. Brigaram, Oswald foi violento e Mário rompeu definitivamente: rechaçou todas as tentativas de aproximação do ex-amigo. “Quando Mário morreu, Oswald ficou desesperado, como me contou sua mulher, Maria Antonieta”, disse o professor. “Meses antes de morrer, em 1954, ele me chamou à sua casa. Estava um dia frio como hoje em Paraty e ele estava à porta da casa, tomando sol. Disse que precisava me dizer o seguinte: ‘Mário de Andrade foi a maior figura do Modernismo brasi-leiro e Macunaíma é o melhor livro modernista. É o livro que eu gostaria de ter escrito’.” Não escreveu Macunaíma, mas escreveu Serafim Ponte Grande e outras obras basais da literatura brasileira e, sobretudo, legou à posteridade seu pensamento visionário.
Antonio Candido encerrou sua fala lembrando que Oswald “sempre viveu com alegria” e confirmou a imagem de um artigo de Ronald de Carvalho sobre o movimento modernista: “O claro riso dos modernos”. Era esse o riso de Oswald, que permanece, como observou Wisnik na palestra que se seguiu ao depoimento de Candido, “extraordina-riamente contemporâneo”. A “devoração” proposta por Oswald em seu Manifesto antropófago “não pode ser diluída pela absorção cega de influências”. Ao contrário, advertiu Wisnik, “a antro-pofagia oswaldiana propõe a permeabilidade cultural seletiva e rigorosa”. Ou seja: devorar, sim, mas com critério. E, de preferência, com muito humor. Afinal, como observou Antonio Candido, “a literatura séria e alta não é incompa-tível com a alegria e com a brincadeira”. Impregnada pela presença da obra e da vida de Oswald, a Flip 2011 parece ter comprovado a tese.
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O momento era de home-nagear Oswald de Andrade. O banquete imaginado pelo poeta, ensaísta, pianista e compositor José Miguel Wisnik tinha como prato principal as composições de seu parceiro Celso Sim sobre textos de Oswald. Na citação às contradições do tempo, que “é e não é ao mesmo tempo”, Wisnik fisgou o público com a inteligente interpo-sição de ritmos dançantes aos poemas marcadamente ritmados do homenageado.
Pingavam letras no telão atrás do palco enquanto Celso Sim cantava seu “Soidão – chove chuva choverando”, inspi-rado no poema “Soidão”, de Oswald. Cazuza encarnado, Sim completou a referência implícita ao artista autofágico na interpretação de “Balada da Esplanada”, música inspi-rada em poema homônimo.
O show seguiu com compo-sições feitas por Wisnik para a peça Mistérios gozosos – montagem dirigida por José Celso Martinez Corrêa em 1994, sobre o poema “O santeiro do mangue”, de Oswald. Palavras pareciam insuficientes no “Noturno do mangue”, em que se diz que “há um grande cansaço de explicar o mar”.
Com o samba rasgado de “Primavera”, o público saltou das cadeiras pela primeira vez. Wisnik e Sim visitaram ainda o barroco Gregório de Matos com “A Terra” e juntaram Oswald a Lamartine para perguntar: “Quem foi que descobriu o Brasil?”. Finalmente, incorporaram Jorge Mautner ao espetáculo para dizer que “a liberdade é a consciência do limite”.
José Miguel Wisnik,Celso Sim
Foi então que entrou Elza Soares e deglutiu o público. Ainda se ressentindo da recente cirurgia na coluna (Elza cantou sentada), ela demonstrou cabalmente por que sua voz rouca e sensual ainda faz dela uma das intér-pretes mais instigantes do cenário musical brasileiro. A essa altura, sua banda já havia colocado até a imprensa para dançar. “Flores horizon-tais”, interessante diálogo entre Oswald de Andrade e Vinicius de Morais, funcionou como nota de rodapé para o encontro entre São Paulo e Rio, bem na divisa onde fica a ambivalente Paraty, cidade que é meio carioca, meio caipira. Assim como na canção, para Elza “a vida não para” e o show seguiu até “Paciência”, de Lenine, afinal uma referência inevitável após a “Balada do mangue”. A noite de abertura da Flip 2011 terminou com Elza Soares comandando a plateia, à capela, sob palmas entusias-madas. Oswald teria adorado.
Show de abertura
Elza Soares
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Para familiarizá-los com o decantado distanciamento crítico, Barbosa começou com música, não com literatura: tocou uma peça de Charlie Parker em sala de aula, sem revelar de quem era, e pediu comentários por escrito. Todos aprenderam, então, o primeiro obstáculo a ser superado por um verdadeiro crítico: ir ao encontro da própria obra, sem considerar a autoria. Nos dias seguintes, foram abordadas as quatro vertentes da crítica literária – paráfrase, comen-tário, interpretação e análise.
O entusiasmo dos alunos não esmoreceu com o fim da oficina – e da Flip. Da expe-riência surgiu uma página no Facebook, na qual o grupo continua trocando ideias, indi-cações de bons livros et pour cause boas críticas literárias.
Em tempo de Flip, as ruas de Paraty ficam cheias de críticos literários – quase tantos quanto os técnicos de futebol em tempo de Copa. Gostei. Não gostei. É bom. É ruim. Do gosto pessoal ao julgamento de valor, todo leitor tem uma opinião. Mas do palpite, mesmo informado, à crítica literária propriamente dita há um longo caminho a ser percorrido. Em quatro encontros de duas horas durante a Flip 2011, trinta selecionados aprenderam na prática os princípios básicos da boa crítica literária.
“Gosto se discute, sim”, avisa Frederico Barbosa, poeta e crítico literário, diretor da Casa das Rosas em São Paulo, que coordenou a oficina literária durante o evento. Não foi um curso, avisa, foi uma oficina mesmo: os trinta selecionados para participar tiveram de escrever críticas todos os dias. O perfil dos alunos, nenhum deles um autor publicado, variava de professores universi-tários e do Ensino Médio a estudantes de Letras.
Oficina Literária
Lourenço Mutarelli
Leandro Sarmatz, Veronica Stigger e Carlos de Brito e MelloJosé Paulo CavalcantiCocãoMarcelino Freire, Sérgio Vaz e Rodrigo CiriacoErroll McDonaldCarlos de Brito e Mello
Também na Casa da Cultura, o Movimento por um Brasil Literário reuniu educadores e escritores em busca de caminhos para aproximar o brasileiro da literatura – e não apenas por meio de projetos de leitura coletiva, como lembrou Flora França Pinto, diretora da Escola da Mangueira, localizada num bairro carente de Paraty. “É preciso estimular a leitura individual, a intimidade com o livro”, disse ela. Porque depois da festa é preciso que todo brasileiro possa ter um lugar limpo e bem ilumi-nado para ler – sozinho.
Literatura, como toda arte, é uma via de mão dupla: requer criador e fruidor. Na Flip 2011, o espaço no qual melhor se realizou essa interação foi a Casa da Cultura, onde parcerias com instituições culturais alinhadas com os objetivos da Flip produziram recitais, peças de teatro, bate-papos e até um debate sobre a candidatura de Paraty a Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco. Em ambiente menor e mais íntimo, a Casa da Cultura aproximou autores e escri-tores. Dos eventos em parceria com o Instituto Itaú Cultural, o grande sucesso foi o escritor João Gilberto Noll, que interpretou sua obra Solidão continental. Nessa mesma série Autores em Cena, Lourenço Mutarelli inter-pretou seu O outro. O Itaú Cultural também colocou oito músicos e poetas no palco para fazer leituras dramáticas em meio a um espetáculo cênico, o Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros – Recital multimídia da obra de Oswald
de Andrade. Fez mais: trouxe de São Paulo a Cooperifa – Cooperativa Cultural da Periferia, com o espetáculo Palavras das ruas. “Noll e a Cooperifa foram extraordi-nários; teve gente chorando no final”, recorda Claudiney Ferreira, gerente de litera-tura do Itaú Cultural. Além de lágrimas, a Casa também encheu de gente: a lotação de cerca de 150 pessoas esgotou em todos os eventos. Com o patrocínio da Souza Cruz, a Casa da Cultura trouxe de volta à Flip três escritores que, em edições passadas, foram recebidos na Tenda dos Autores. João Paulo Cuenca, Luiz Ruffato (ambos convi-dados da Flip 2003) e Tatiana Salem Levy (2009), além de Alessandra Colasanti, contri-buíram para a antologia de contos Liberdade até agora, organizada por Eduardo Coelho e Marcio Debellian. Trata-se de uma antologia peculiar, que embaralha os contos desses autores com os de clássicos da literatura brasileira (como Machado de Assis e Clarice Lispector) e só revela a autoria no final. Excelente razão para o debate de que os autores – os vivos – participaram, durante o lança-mento do livro na Flip 2011.
Flip – Casa da Cultura
A Casa da Cultura também aproximou editoras e autores – e com pompa e circuns-tância: a própria ministra Ana de Hollanda, da Cultura, esteve lá para lançar o programa de estímulo à tradução de obras brasileiras no exterior, uma iniciativa da Fundação Biblioteca Nacional (FBN) que prevê investimentos escalonados ao longo de dez anos, culminando com US$ 7,6 milhões em 2020. “O português é um idioma muito falado, mas pouco conhecido”, disse Ana de Hollanda, que espera a internacionalização de textos produzidos por literatos e pensadores brasi-leiros. Na mesma toada, o projeto Brazilian Publishers, da Câmara Brasileira do Livro, organizou duas mesas, abertas por Liz Calder, para discutir a inserção da litera-tura em língua portuguesa no mercado editorial global.
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A própria Michèle cons-tatou, em recente visita ao Brasil, a importância da interposição desse “tecido”: em visita a uma fazenda no interior de Minas Gerais, ela viu, pela primeira vez, o céu do Hemisfério Sul. “Minha reação imediata foi procurar o Cruzeiro do Sul, de que ouvira falar. Percebi, então, como as constelações respondem à nossa necessidade de contar histórias. Precisamos do abrigo de uma cultura – como o céu sobre nossas cabeças – para que o mundo seja habitável.”
Dominique, que propõe “uma abordagem ecorresponsável”, contou, por sua vez, o caso da cidade de Tubinga, na Alemanha, que, depois da queda do muro de Berlim, precisou reconstruir-se. Com
apoio da prefeitura, grupos de habitantes foram auxiliados por arquitetos a projetar residên-cias. “No início, há quinze anos, os bancos estavam reticentes em emprestar dinheiro a esses grupos, mas hoje 70% dos novos edifícios são construídos por grupos de habitantes de Tubinga”, relatou Dominique.
Para encerrar o debate, a brasi-leira Marie Ange conectou a primeira mesa da Flip à confe-rência de abertura da véspera. Ela lembrou o que dissera, à noite, o professor José Miguel Wisnik sobre a importância de envolver a educação com a cultura. “Acho que é preciso também incluir a política, porque só ela, em sua acepção mais abrangente, permite articular o individual e o coletivo, criando espaços de reconhecimento da diferença”, disse. São a leitura, a arquitetura e toda iniciativa cultural, como um céu sobre nossas cabeças, que ajudam a compor essa política transforma-dora – a receita de sucesso da Associação Casa Azul e da Flip.
* Este espaço gratuito dentro da Flip, para refletir sobre políticas públicas com a comu-nidade da cidade, homena-geia o músico e poeta para-tiense Zé Kleber (1932-89).
taram soluções que envolvem a integração da leitura à arquitetura e à cultura.
Os estudos de Michèle mostram como o ato de ler, coletiva ou individualmente, ajuda os indivíduos em situa- ções de crise. Ela relatou uma experiência de leitura mediada para crianças de uma comunidade carente na Argentina, em que a media-dora relacionou textos a seres, coisas e lugares, de forma que esses espaços adquiriram um novo valor. “Para essas crianças, os espaços de Bahía Blanca estão agora atados a poemas e outros textos, graças à interposição, entre eles e o real, de um tecido de palavras e imagens”, explicou.
Mesa Zé Kleber: a escrita e o território*
Cenário: um campo de refu-giados no Quênia. A artista plástica e articuladora cultural brasileira Marie Ange Bordas tem diante de si crianças e jovens que habitam esse espaço há quase uma década. “Como é sua vida?”, ela pergunta. A resposta repete o discurso das organizações humanitárias, que reduz a vida deles à crise. Marie Ange começa então a fazer o que faz melhor: ajudar comuni-dades em crise a integrar arte e literatura no processo de resgate cultural, percepção do território e reconhecimento de suas identidades. No palco, também estavam a antropó-loga francesa Michèle Petit, que pesquisa a leitura em espaços de crise, e a arqui-teta franco-alemã Dominique Gauzin-Müller, que estuda e propõe soluções arquitetônicas sustentáveis. As três descre-veram experiências e apon-
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7 quinta-feira
11h45 Manifesto por um Brasil literário Ana Maria MachadoBartolomeu Campos de Queirós
17h Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros – Recital Multimídia da obra de Oswald de AndradeMarcelo FerretiSusanna Busatocoletivo MALLARMIDIALab
19h e 20h30 “Escrito em português. Lido no mundo”projeto Brazilian Publishers abertura Liz Calder
19h painel 1 Literatura em língua portuguesa: caminhos abertos Claudiney FerreiraProf. Gustavo SoráLúcia RiffNicole Wittmediação Ángel Gurría-Quintana
20h30 painel 2 Literatura em tradução no mundo: oportunidades e barreirasRavi Mirchandani valter hugo mãemediação de Lúcia Riff
Flip - Casa da Cultura 8 sexta-feira
11hParaty e o valor dos patrimônios da humani-dadeDalmo Vieira FilhoPablo de la Riestra
18h O Outro Lourenço Mutarelli Nilton Bicudo Tunica Teixeira 19h30Lançamento do Programa de Apoio à Tradução e Publicação de Autores Brasileiros no ExteriorGaleno Amorim Edney Silvestre Sônia Jardim Marifé Boix Karine Panza
9 sábado
11h bate-papoPessoas de PessoaJosé Paulo Cavalcanti
15h15 bate-papoMáscaras e fantasmas Leandro SamartzCarlos de Brito e Mello
18h Solidão continentalJoão Gilberto NollFernanda D’Umbra Edson Kumasaka
19h30 Literatura e liberdade João Paulo Cuenca Luiz Ruffato Tatiana Salem Levy Alessandra Colasanti Joana Coccarelli
10 domingo
11hPalavras das ruasSérgio VazRodrigo CiríacoMarcelino Freire Cocão
10 domingo
10h mesa 15 Pensamento canibalEduardo SterziJoão Cezar de Castro RochamediaçãoManuel da Costa Pinto
11h45 mesa 16Tour dos trópicosDavid ByrneEduardo Vasconcellosmediação Alexandre Agabiti Fernandez
14h30 mesa 17Em nome do paiLaura RestrepoHéctor Abadmediação Ángel Gurría-Quintana
16h30 mesa 18*“Macumba antropófaga” com leituras de livros de cabeceiraTeatro Oficina Uzyna Uzona
*Evento excepcionalmente realizado na tenda do telão Classificação indicativa: 18 anos
6 quarta
19h conferência de aberturaOswald de Andrade: devoração e mobilidadeAntonio CandidoJosé Miguel Wisnik
21h30 show de aberturaZé e Celso + ElzaJosé Miguel WisnikCelso SimElza Soares
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10h mesa Zé Kleber A escrita e o territórioMichèle Petit Dominique Gauzin-MüllerMarie Ange BordasmediaçãoAlberto Martins
12h mesa 1Lírica críticaCarol Ann DuffyPaulo Henriques Brittomediação Liz Calder
15h mesa 2Marco zero modernistaGonzalo AguilarMarcia Camargosmediação Marcos Augusto Gonçalves
17h15 mesa 3Ficções da diásporaCaryl PhillipsKamila Shamsiemediação Ángel Gurría-Quintana
19h30 mesa 4O humano além do humanoMiguel NicolelisLuiz Felipe PondémediaçãoLaura Greenhalgh
8 sexta
10h mesa 5 Viagens literáriasAndres Neuman Michael Sledgemediação Claudiney Ferreira
12h mesa 6Pontos de fugaPola Oloixaracvalter hugo mãemediação Ángel Gurría-Quintana
15h mesa 7Laços de famíliaPéter EsterházyEmmanuel Carrèremediação Paulo Schiller
17h15 mesa 8Ficções da crônicaIgnácio Loyola BrandãoContardo Calligaris
19h30 mesa 9A ética da representaçãoClaude Lanzmannmediação Márcio Seligmann-Silva
22h TarsilaBetty GofmanEliane GiardiniJosé Rubens ChacháMaria Adelaide AmaralPascoal da Conceição
9 sábado
10h mesa 10No calor da horaEnrique KrauzeJohn Freemanmediação João Cezar de Castro Rocha
12h mesa 11A história em HQ Joe Saccomediação Alexandre Agabiti Fernandez
15h mesa 12Ficção entre escombros Marcelo FerroniEdney SilvestreTeixeira CoelhomediaçãoClaudiney Ferreira
17h15 mesa 13Alegorias da ilha BrasilJoão Ubaldo Ribeiromediação Rodrigo Lacerda
19h30 mesa 14Lugares escurosJames Ellroymediação Arthur Dapieve
Flip
Programação
João Ubaldo RibeiroRodrigo Lacerda
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valter hugo mãe na Tenda dos Autógrafos
Na opinião de Gabriela Gibrail, a Gabi, coordenadora do projeto Flipinha, integração é a palavra-chave deste ano. A meta de integrar os eventos, criando laços entre eles para além da ponte que fisicamente atravessa o rio (do lado de lá fica a Tenda dos Autores, sobejamente conhecida), era perseguida havia tempo. O processo foi longo, mas era natural que a integração ocorresse. Desta vez, o próprio curador da Flip, o jornalista e crítico literário Manuel Costa Pinto, “um agente decisivo nessa integração”, escreveu o perfil de Oswald de Andrade para o Manual da Flipinha, que foi distribuído aos professores em fevereiro, e até foi a Paraty para conversar com eles.
Gabi trabalha o ano inteiro no programa educativo da Associação Casa Azul e passa os dias da Flip nos bastidores da outra tenda, aquela a que acorrem os paratienses e não os turistas, aquela que fica do lado de cá do rio Perequê-Açu, no centro histórico, e que atrai pais, alunos e professores de mais de quarenta escolas públicas e particulares da região. Este ano, pela primeira vez, todos os eventos estão de fato integrados como nunca antes: Flip, FlipZona, Casa da Cultura e Flipinha.
A coordenadora do projeto Flipinha também está parti-cularmente satisfeita com o recente interesse da mídia pela versão infantojuvenil da Flip e pelo programa educa-tivo da Casa Azul. Desde
sempre, a mídia persegue as celebridades convidadas para a Tenda dos Autores e prati-camente ignora o trabalho realizado durante o ano pela Casa Azul junto às escolas e à população da região de Paraty, um trabalho que estimula o hábito da leitura e abastece bibliotecas escolares e muni-cipais. Agora, a Casa Azul é regularmente procurada para entrevistas e reportagens, o que divulga a experiência, permitindo, assim, sua repro-dução em outros lugares.
A escolha de Oswald de Andrade como autor home-nageado também contribuiu para a integração da Flip com Paraty e da Flipinha com a Flip. O Ciclo Oswald de Andrade, organizado pela Casa Azul no começo do ano para os professores da rede pública de Paraty, foi essencial para o sucesso do evento. “A antropofagia oswaldiana tem tudo a ver com Paraty, que é caiçara, indígena, negra, mas também recebe turistas e tem muitos habitantes estrangeiros”, avalia Gabi. Por isso mesmo, a título de encerramento da Flipinha, toda a equipe leu, no palco, o Manifesto antropófago.
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“Estamos transformando Paraty numa cidade onde há livros e leitores”: esta é a avaliação de Cris Maseda, coordenadora do programa educativo da Casa Azul, ao fazer um balanço dos resultados da Flipinha em 2011. O evento recebeu 25 mil crianças como especta-doras, cerca de trezentas por evento e, no sábado à noite, o show do artista local Luiz Perequê, que lançou um CD de músicas infantis, estava absolutamente lotado.
O crescimento do público está diretamente relacio-nado à ampliação do espaço para a criança e o jovem e ao amadurecimento das políticas públicas em Paraty, incorporando iniciativas de incentivo à leitura. A Tenda da Flipinha, que este ano mudou de lugar, mas continua na Praça da Matriz, agora tem 250 assentos em vez de 160. O ganho veio da criação de dois novos espaços exclusivos: um para abrigar a exposição dos trabalhos realizados pelos alunos durante o ano, a partir da leitura do autor homena-geado e de outros autores; outro para a Biblioteca da Flipinha, que também cresceu, atendendo um total de 15 mil crianças até sábado.
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Tendas da Flipinha
Destaques da programação FlipinhaCiranda dos Autores
O palco da Flipinha promove o encontro dos jovens leitores paratienses com os escritores infantojuvenis e intercala esses encontros com espe-táculos concebidos durante o ano nas escolas da região, de peças de teatro a jograis e musicais. Numa das Cirandas, por exemplo, o escritor indí-gena Daniel Munduruku aproveitou a oportunidade para contar de onde tira as histórias publicadas em seus livros: da tradição oral da tribo. “Alguns acham que o índio só deve se comunicar pela fala”, disse Daniel, “mas, mesmo com os livros, os pais têm a sua própria maneira de contar histórias, que assim não ficam congeladas. O livro ajuda a oralidade.” Tanto ajuda que outros dois escritores para o público juvenil, Fernando Vilela e Leonardo Chianca, tiveram de improvisar diante do público infantil e inventaram uma história na hora com base em suas obras e com ajuda do mediador Cláudio Aquino, professor da rede pública de Paraty. Escritor e ilustrador, Fernando escreveu Lampião e Lancelote, totalmente dentro do espírito oswal-diano da antropofagia, que marcou também a Flipinha, e Leonardo adapta clás-sicos para jovens leitores.
Outras estrelas da literatura infantojuvenil também esti-veram na Flipinha e intera-giram animadamente com as crianças, como Mariana Massarani, Graça Lima e Ciça Fittipaldi. Mas a mesa que reuniu Pedro Bandeira e Illan Brenman foi uma das mais animadas. “Escritor é assim: tudo o que ele escreve é mentira”, brincou Bandeira para tentar explicar à meni-nada o que é a literatura de ficção. E avisou que escritor não é professor: “O escritor põe no livro aquilo que ele não sabe, para poder dividir com vocês todas as dúvidas que ele tem”. Brenman, o festejado autor de Até as princesas soltam pum, começou explicando que sempre foi leitor de Bandeira e acabou informando o respeitável público que, em média, “todo mundo solta pelo menos dez puns por dia!”. Juntos, regeram com maes-tria a multidão de crianças à frente deles, todas com seus livros na ponta da língua.
No sábado, como todos os anos, a Rádio Maluca, “o programa-show que você vê pelo rádio”, foi transmitida ao vivo do auditório da Flipinha pela Rádio Nacional e pela Rádio MEC, sob a batuta do artista Zé Zuca. E no domingo houve premiação dos vence-dores da Regata da Flipinha e de instituições de educação de Paraty. Os prêmios foram sempre “cheques-livros”. Como despedida, todo o pessoal de apoio da Flipinha subiu ao palco e leu, a título de encerramento, o Manifesto antropófago. Afinal, como dizia Oswald, “o que nos une é a antropofagia”.
Manual da Flipinha
No início do ano letivo, os professores da rede municipal de Paraty receberam o Manual da Flipinha, um caderno de referências sobre os autores convidados para as Cirandas, que incluiu as biografias de 21 escritores e informações sobre suas obras. Com uma tiragem de 1.500 exemplares, o Manual também foi distri-buído a parceiros e patro-cinadores e está disponível em PDF no site da Flipinha. Criado em 2009, o site publica notícias sobre as atividades educativas da Casa Azul e, durante a Flipinha, registra o que acontece na Tenda e fora dela, na Praça da Matriz.
Mediação de Leitura
Em fevereiro, a Casa Azul participou como parceira da Semana Pedagógica, organi-zada pela Secretaria Municipal de Educação, que réune os cerca de quatrocentos profes-sores das 32 escolas da rede municipal de Paraty. Durante o evento, no bojo do Projeto Mar de Leitores, que começou em 2009, a Casa Azul montou quatro oficinas de mediação de leitura para professores de Educação Infantil e de Português, ensinando a utilizar o Manual da Flipinha. Em abril, a Associação Casa Azul organizou o Ciclo Oswald de Andrade com todos os professores da rede para introduzir o autor homena-geado e orientar o trabalho em classe, com dois dias de palestras, projeção de filmes e leituras dramáticas.
Pela primeira vez, o home-nageado teve um manual próprio, redigido pelo curador da Flip 2011, Manuel Costa Pinto, que também esteve presente, ao lado de profes-sores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A programação incluiu uma palestra especial para os alunos do Ensino Médio e apresentações, à noite, dos jovens participantes do Ponto de Cultura Casa Azul. Especialmente para o encontro, esses jovens prepararam um vídeo sobre Oswald de Andrade e organizaram um sarau.
Arte na Praça
O dia de fazer arte no Largo da Matriz é um dos acon-tecimentos mais esperados pelas crianças de Paraty e por aquelas que chegam à cidade no período da Flip. Este ano, o evento ofereceu mais de trinta oficinas de artesanato tradicional da região de Paraty e outras artes, ensinando os pequenos visitantes a fazer pipas, estrelas, barcos de madeira pintados à mão, origami e as piabinhas voadoras, um dos brinquedos mais populares, composto de um corpo de papel, geralmente feito com tiras de jornal, e uma rabiola colorida. Centenas de crianças passaram a tarde de barraca em barraca, colecionando brinquedos e envergando os bonecos gigantes de Jubileu Silva, artesão e professor de Matemática na rede municipal.
As batalhas de piabinhas voadoras ocorrem entre cirandas, batuques e rodas de capoeira. Tudo resulta do trabalho de mais de duzentos voluntários – professores, artesãos e estagiários do Colégio Cembra, a escola normal da cidade. A festa movimenta toda Paraty, com
as contribuições das escolas, da Secretaria de Esportes e de outras entidades municipais.
Carlota Galvão, que já foi professora de Artes e agora é sócia de uma escola de informática, estava a postos na sua barraca de origamis, e Adriana Ramos, diretora de escola, ensinava a desenhar com giz de cera, que se revela no papel quando as crianças o mergulham em solução de álcool e anilina. Caíque, sete anos, esperou pacientemente por uma pipa na barraca ao lado, enquanto seus amigos corriam atrás dos bonecos gigantes. E a pequena Helena, de três anos, que já é uma veterana da Flipinha, puxava a mãe pela mão de barraca em barraca e saiu de braços cheios de cata-ventos, flores de papel, abanadores, estrelas e uma minúscula pipa colo-rida que estava destinada à parede do seu quarto.
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Oficina de cenotecnia
Ministrada pelo cenógrafo Juvenal Irene, a Oficina de Cenotecnia amadureceu em 2011. Começou no final de março, com a Oficina de Ilustração da ilustradora Graça Lima. Os desenhos ali produzidos passaram para a equipe de design e arquitetura da Casa Azul, que se baseou neles para fazer o projeto da cenografia da Flipinha. A 13 de junho começou a Oficina de Cenotecnia propriamente dita, que capacitou, em três semanas de reuniões diárias, vinte jovens paratienses, todos bolsistas da Casa Azul para frequentar as aulas. No final, tendo aprendido técnicas de palco e elementos de ceno-grafia, foram eles que execu-taram o projeto cenográfico da Flipinha. Esses jovens ceno-técnicos foram remunerados, e alguns deles continuaram trabalhando durante o evento.
Bibliotecas Casa Azul
Biblioteca da Flipinha
A Casa Azul foi responsável pela primeira biblioteca dire-cionada ao público infantil e aos jovens em Paraty. Nos últimos quatro anos, 24 mil livros foram adquiridos, grande parte doada por editoras parceiras. Metade deles compõe a Biblioteca da Flipinha, que fica aberta ao público na sede da Associação Casa Azul em Paraty e, durante a Flip, muda para uma tenda própria na Praça da Matriz. Em 2011, essa tenda era maior do que nos anos anteriores e ficou mais próxima da Tenda da Flipinha. Além disso, tinha espaços apropriados para abrigar crianças pequenas e bebês, um mobiliário mais adequado e até microfones. A Biblioteca da Flipinha também teve uma programação própria mais estruturada e substanciosa, com leitura de obras pelos autores convidados e pales-tras sobre temas instigantes. Com tudo isso, a relação livro-autor-leitor tornou-se mais estreita e mais intensa.
Outros acervos
Os outros 12 mil livros infantis e juvenis da Casa Azul foram distribuídos em acervos insta-lados em 32 escolas da região. O conjunto desses acervos vem crescendo substancial-mente. A Casa Azul também mantém o Acervo Carlos Calchi, localizado na Biblioteca Municipal Fábio Villaboim, em Paraty. Em 2011, essa coleção, composta por livros de autoria de convidados da Flip, atingiu 1.237 títulos.
Programação Flipinha6 quarta
8hCiranda dos autores A poesia das imagensGraça LimaMariana Massarani mediação Mariana Benchimol
9hAté as princesas soltam pum – Illan BrenmanMusicalProfas. Heloísa Bertino, Mônica Gama e Renata ConceiçãoEscola Municipal da Barra Grande
9h30Ciranda dos autores Poetando com imagens Cláudio ThebasSuppa mediaçãoMarcos Antônio Conceição
10h30O mistério da fábrica de livrosMusicalProfas. Luciana Silveira, Sônia Balbino, Marcelli Arruda e Alexandra VieiraCentro de Ensino Integrado 11hAbapuruTeatroProfas. Mariana Savíoli e Benedita FreireEscola Municipal Pequenina Calixto
11h30Bichos grandes e pequenos (Arca de Noé)Musical Profs. Deizziane Ennes, Deizzimar Reis, Deizzimere Azevedo, Valdea Valfrido, Lúcia Malvão, Jerônimo Ennes e Fátima AzevedoEscola de Educação Infantil Algodão Doce
12h Hora da estrelaApresentação artística de jovens talentos de Paraty
13hEu brasileiro – Luís PerequêMusical Profs. Catarina de Alvarenga, Carlos Oliveira, Andréa Mara de Oliveira e Maria Aparecida Dutra Escola Municipal do Campinho
13h30Mundo do livro sobe ao palco da FlipinhaTeatroProfas. Viviane Vieira e Maria Aparecida Moreira Escola municipal Manuel Brás Cordeiro (São Roque)
14h Biblioteca da FlipinhaCiça Fittipaldi
Brincadeiras de ontem, reciclando hojeTeatroProfas. Samira Martinho, Jéssica Paravizo e Gabriele MarianoEscola Municipal Parque da Mangueira
14h30JoaninhaMusicalProfas. Prissila Lazar e Fabiana AmorimCasa da Criança
15hCiranda dos autoresHistórias de todos os temposFernando VilelaLeonardo ChiancamediaçãoCláudio Aquino
Biblioteca da Flipinha Issunboushi - Kamishibai: contação de histórias através de desenhosGeorge Soul-Za
16h Quem já foi lá no Corisco?MusicalProfs. Flávia Pacheco e Anderson AlvesEscola Municipal Maria Jácome de Mello
Biblioteca da Flipinha Mariana MassaraniGraça Lima
16h30Música regional e infantilMusicalProfs. Anderson Alves e Regina Pádua Educanção na Escola do Corisco e Escola da Mangueira
17h Música regional e infantilMusicalProfs. Luciane Marques e Anderson AlvesEducanção na Escola da Praia Grande
5 terça
10h 6a. Regata INP FlipinhaLargada na Praia do Pontal
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8 sexta
8hCiranda dos autores Meu lugar no mundoCiça Fittipaldi Bia Hetzelmediação Amaury Barbosa
9hMar literárioMusicalEscolas da Costeira: Ponta Negra, Sono e Laranjeiras
9h30 Ciranda dos autores Senta que lá vem históriaIllan BrenmanPedro Bandeiramediação Janete Moreira
10h30Dança folclóricaMusicalProfas. Eleite Solis, Thalita Machado e Quelis da SilvaApae
Biblioteca da FlipinhaHeloisa Prieto
11h Dança circularProfa. Adriana ThamaturgoEscola Plante
11h30Lampejos do pau-brasil – esquetes OswaldTeatroProfas. Renata Emily, Loide Nascimento e Rosiris Barros Ciep 999 D. Pedro
12h Arte na PraçaOficinas simultâneas com os saberes e fazeres de ParatyPraça da Matriz
Hora da estrelaApresentação artística de jovens talentos de Paraty
13hHistórias cantadas: criança não trabalhaMusicalProfas. Valéria Monteiro, Leila Pascoal, Janete Zorgdrager e Janaína CiqueiraEscola Municipal Teophilo Rameck
13h30Amigos da Casa EscolaMusicalProfs. Erlandia da Lapa e Edson OliveiraCasa Escola
14hPasseando pelo universo de Pedro BandeiraLeitura dramatizadaProfs. Giovanni Codeça e Alexandre MonteiroEscola Municipal de Ens. Fund. Ministro Sérgio Mota
14h30As borboletas de Vinicius de Moraes – uma relei-tura musicalMusicalProfas. Daniely Magalhães, Marlene Resende e Mariana TeixeiraEscola Municipal Frei Bernardo – Angra dos Reis
15h Ciranda dos autoresViajando com as históriasFlávia Lins e SilvaAndré Dinizmediação Fabíola Guadix
16hUma obra de arte chamada TerraTeatroProf. Leonardo CamposEscola Municipal de Ens. Fund. Ministro Sérgio Mota
16h30 A literatura e a dançaAlunas do curso de formação de professores Colégio Estadual Mário Moura Brasil do Amaral
17hCaçadores de aventura (Daniel Munduruku), Tatu-bolinha (Mirna Pinsky) e Qual é a cor do amor (Linda Strachar)MusicalProfas. Eliane Tomé, Yara Marques, Maria Madalena e professoresEscola Ethos
7 quinta
8hCiranda dos autoresEntre a palavra e a imagem Lúcia HiratsukaMaurício Venezamediação Prissila Lazar
9h O ribeirãoMusicalProfas. Priscila de Deus e Cilene SeixasEscola Municipal Monsenhor Hélio Pires
9h30Ciranda dos autores Um mundo de imagens e palavras Marcelo CarneiroMarcelo Cipis mediação Flora Salles França Pinto
10h30Olhares da mata atlântica – homenagem a Pedro BandeiraMusicalProfs. Neuma Ramiro, Tânia Avelar, Leila Franca, Marcelita Cruz, Francisco Sidiclei, Juliana Almeida e Vânia Alvarenga Departamento de Educação Ambiental da Secretaria Municipal de Educação
Biblioteca da Flipinha Fernando Vilela
11h Salada de frutasLeitura dramatizadaProfas. Maria Inês Costa e Ana Cristina de AssisEscola Municipal Doutor Mair Pena
11h30Amanda no país das vitaminasTeatroProfas. Eliene Souza e Adriana BelchiorEscola Municipal Marechal Santos Dias
13hPalavrinhas mágicas – Pedro BandeiraMusicalProfas. Ana Rita Pacheco, Letícia Viana e Yasmim PuchalskiEscola Municipal Guiomar Schimidt
13h30Paraty: festa e culturaMusicalProfas. Juliana Maluf, Márcia Domiciano, Carolina Nunes, Jucelene dos Prazeres e Joceli SampaioEscola Municipal José Carlos Porto
14h Lin e o bambuzal – Lúcia HiratsukaTeatroProfs. Daniele Muniz, Enilze Lucena, Rosângela Carneiro e Maria SebastianaEscola Municipal Tânia Rita – Angra dos Reis
Biblioteca da FlipinhaIllan Brenman
14h30Cultura GuaraniMusicalProfs. Kurai Kery Renda, Lucas Xumu, Rosa Caloiero e Algemiro KarcúEscola Indígena Estadual Guarani Karai Kuary Renda
15hCiranda dos autoresDo jeito que a gente é...Márcia LeiteÍndigomediação Renata Emily
Biblioteca da FlipinhaO Carpinteiro e o Diabo - Kamishibai: contação de histórias através de desenhos George Soul-Za
16hEncantando a naturezaMusicalProfas. Maria Inês Vargas, Jéssica Paraviza e Geisa de OliveiraEscola Municipal Parque da Mangueira
Biblioteca da FlipinhaLeonardo ChiancaMarcia Leite
16h30O teatro dos autoresTeatroProfa. Silvina HurtadoInstituto Trilha da Arte – Itae
17h Clarineta, Coro, ChoroMusicalProfs. Anderson Alves, Guilherme Sá, Regina Pádua e Rosângela DutraEducanção na Escola do Pantanal e Casa da Música
9 sábado
11h Programa Rádio Maluca Programa ao vivo Rádio Nacional - Rádio MEC 12h Hora da estrelaApresentação artística de jovens talentos de Paraty
13h Romeu e JulietaTeatroProfa. Emily Uma BrounEducandário Torres Pádua
13h30Brincando e aprendendo com arteTeatroProfa. Giane BalceskisCantinho do Pantanal
14h Teatro de mesa e roda rítmica moedas estrelasTeatroProfas. Fernanda Cerqueira, Fabíola Guadix e Muruá VelosoQuintal Mágico
Biblioteca da FlipinhaPedro Bandeira
14h30 Grupo teatral dramati-zando a literaturaTeatroProfs. Chrisna Bittencourt, Israel de Paula, Janaína de Souza e Sirlene LaraEscola Millenium
15h Ciranda dos autoresMeu olhar para o mundo Daniel Munduruku Heloísa Pietromediação Geanne Ampuero
10 domingo
10h Mitologia do diário de PilarMusicalProfa. Tânia Maria dos SantosColégio Estadual Roberto Montenegro
Marinheiro sóMusicalProfa. Cláudia AgostinhoColégio Estadual Roberto Montenegro
10h30 Grupo de Dança Vila Oratório
11hLivro Festa do MarTeatroProfa. Glicéia PereiraCentro Educacional de Mambucaba
Livro Romeu e JulietaTeatroProfa. Glicéia PereiraCentro Educacional de Mambucaba
11h30 Homenagem a Pedro Bandeira – “O medo e a ternurinha” e “O fantástico mistério da Feiurinha” Leitura dramatizadaProfas. Adriana Freitas, Ana Lúcia Couto e Maria Cléia MoutinhoColégio Estadual Almirante Álvaro Alberto
3 Linhas e 4 VerdadesTeatroProfa. Maria Viana MarianaColégio Estadual Almirante Álvaro Alberto
16h Aquarela brasileiraTeatroProfas. Adriana Andrade, Ana Gonçalves, Ana Lúcia Gama e Prissila ProfetaEscola Objetivo
16h30 Do medo ao riso TeatroProfas. Águida Peixoto, Sueli Matos e Leila HortêncioEscola Municipalizada Aureliano Portugal – Rio Claro
17h MesãoAutores conversam sobre Oswald de AndrademediaçãoAnna Cláudia Ramos e Gabriela Gibrail
18h Apresentação musicalTô brincandoLuís Perequê
12h CapoeiraProf. Astronauta
13hParaíso perdido – uma história insustentávelTeatroAutor: Themis CorrêaGrupo de Teatro Celavi
14hEntrega Prêmio Plante de LiteraturaDança criativaProfa. Vanda MotaTeatroProfa. Evelin PeresEscola Plante
15h Conversa de armazém TeatroFátima Queiroz, Lilia Rosa e Pâmela AlbrechtCompanhia Rosa Carmo Queiroz
16h Escola feita de livrosPremiação do concurso de projetos: Bibliotecas nas escolas
16h30 Premiação da 6ª regata INP Flipinha
17h Apresentação final equipe Flipinha
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FlipZona. Foi assim com a ilustradora Suppa e a escri-tora infantojuvenil Índigo, convidadas da Flipinha que também falaram na FlipZona sobre Moda, blogs e afins – as duas são blogueiras, e Suppa também desenha roupas que vende on-line. Foi assim também com o escritor Edney Silvestre, convidado da Flip que, na FlipZona, foi entre-vistado por Verônica Lessa (é uma das autoras do Manual da Flipinha) sobre jorna-lismo e literatura e foi assim com os escritores Ignácio de Loyola Brandão e Verônica Stigger, que conversaram sobre arte, contos e histórias.
A programação, criada a muitas mãos, ficou tão boa que acabou atraindo adultos também, e o pequeno espaço onde se realizou a FlipZona este ano estava permanen-temente lotado, com muita gente aglomerada do lado de fora. Para o ano que vem, a FlipZona precisará de um espaço maior – outra casa, não uma tenda –, mas a Casa da Praça, como é chamado agora esse casarão do Largo da Matriz, tornou--se a sede definitiva do Ponto de Cultura Casa Azul.
Menos de duas horas depois de deixar a Tenda dos Autores, o repórter quadrinista Joe Sacco viu-se na pequena sala da FlipZona, numa das casas coloniais de Paraty, absolu-tamente lotada de jovens da cidade. No palco improvi-sado, dois grandes grafiteiros brasileiros faziam as vezes de entrevistadores e intérpretes: Fábio Moon e Gabriel Bá, conhecidos como Os Gêmeos. Os dois revezaram-se nas perguntas e na tradução das respostas, enquanto um outro intérprete traduzia para o desenhista maltês o que se dizia em português. Insistentemente inquirido sobre suas opções profissio-nais e sua carreira, Sacco falou de seus dois grandes amores, os quadrinhos e o jornalismo.
“Quem sabe onde é Malta?” – perguntou logo um d’Os Gêmeos à plateia, dando o tom que a conversa toda teria por mais de uma hora, altamente interativa com o público, que era a todo momento lembrado dos pontos importantes no que Sacco dizia. A resposta a essa primeira pergunta foi o silêncio, seguido pelo comen-tário: “Tudo bem, eu também não sabia; tive de olhar no mapa!”. Risos. Risos. Risos. A FlipZona é uma alegria só.
E é como uma jam session, explica Gabriela Gibrail, responsável pela programação, que existia antes mesmo de a FlipZona surgir. Muitos “cura-dores” – organizadores da Flip e da Flipinha, moradores de Paraty, amigos e conhecidos, até a empresa de assessoria de imprensa da Flip – come-çaram a ajudar e, desde 2009, quando a FlipZona finalmente nasceu, participam dela convi-dados e visitantes célebres, que já estarão em Paraty e têm algo a dizer aos jovens.
Foi assim com Sacco, convi-dado para o Flip, e com Os Gêmeos, que estariam mesmo em Paraty. “É um jeito de otimizar e integrar todos os eventos ao redor da Flip”, pondera Gabriela, que também desenha a programação da Flipinha com um olho na
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7 quinta
8h30 Bate-papoHistórias em quadri-nhos: o que acontece hoje (Sociedade dos Ilustradores do Brasil, SIB)André DinizCaco GalhardoRodrigo Rosamediação Orlando Pedroso
10h30 Conversa com autoresTexto e imagem na literatura indígena (SIB)Daniel MundurukuCiça FittipaldiMaurício Negro
13h30 Curto CurtasMostra de curtas--metragens realizados por jovens de Paraty
15h30 CinezonaA ideia e produçãoCavi Borges
6 quarta
8h30 Conversa com autoresO amor entre iguaisAnna Claudia Ramos Márcia Leite
10h30 Conversa com autoresPerformance de ilus-tradores Maurício Veneza Fernando Vilela
13h30 Curto CurtasMostra de curtas--metragens
15h30 CinezonaMarcelo Carneiro apre-senta o filme Antes que o mundo acabe
8 sexta
8h30 Conversa com autoresViagens, cinema e literaturaMarcelo CarneiroFlávia Lins e SilvamediaçãoNena Gama
10h30 Conversa com autoresModa, blogs e afins Suppa ÍndigomediaçãoBia Hetzel
13h30 Bate-papoO jornalismo e a lite-raturaEdney Silvestre mediaçãoVerônica Lessa
15h30 CinezonaAs melhores coisas do mundoHeloísa Prieto
18h30 Show de JairzinhoTenda da Flipinha
9 sábado10h Curto CurtasMostra de curtas--metragens
11h30 Bate-papoArte, contos e histórias Verônica StiggerIgnacio Loyola BrandãomediaçãoThemilton Tavarez
13h30 Bate-papoEco TV de Paraty – EcolinoNena Gama e convi-dados
16h Bate-papoO jornalismo e os quadrinhos Joe SaccoMediaçãoFábio Moon & Gabriel Bá
10 domingo
10h Curto CurtasMostra de curtas--metragens
13h30 CinezonaLiteratura no CinemaCarolina BenjaminLeandra LealRita ToledoLucas Paraizo
15h30 Sarau de encerramento da Flipzona
Programação FlipZona
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Cinema da Praça da Matriz
Central FlipZona
O trabalho cotidiano de trinta jovens paratienses no Ponto de Cultura Casa Azul ao longo do ano deu resul-tado. Não apenas a Central FlipZona de 2011 teve o dobro de inscritos, mas também o trabalho está atingindo uma qualidade profissional: dessa vez, o Canal Futura exibiu sete vídeos produzidos pela Central durante a Flip 2011. Os vídeos, cada um com 2,5 minutos, foram criados pelos jovens como parte de sua cober-tura jornalística dos eventos na cidade e encaminhados à emissora no Rio. Mas os 65 jovens que se envolveram nos trabalhos não fizeram apenas os vídeos para o Canal Futura. Eles também produziram mais de sessenta textos para o blog da Central (ver http://flipzona.wordpress.com/) e tuitaram uma infinidade de notícias.
bate-papos com profissionais da imprensa, como no ano passado. Dessa vez, conver-saram com Inara Chayamiti, da TV Folha, Simone Magno, da Rádio CBN, e Zé Zuca, que dirige e apresenta o programa semanal Rádio Maluca, que vai ao ar na Rádio Nacional aos sábados. Todo ano, o programa é irradiado direta-mente do palco da Flipinha.
Como a FlipZona mudou de endereço este ano, a casa alugada para hospedá--la, no Largo da Matriz, ganhou um nome – Casa da Praça – e passa a ser a sede do Ponto de Cultura. Nesse espaço ampliado, Ferenczi continuará coordenando os trabalhos cujos frutos virão à luz na FlipZona de 2012.
O núcleo do grupo, explica Daniel Ferenczi, designer carioca radicado em Paraty há cinco anos e coordenador da Central desde sua criação, é composto pelos trinta jovens que frequentam diariamente o Ponto de Cultura Casa Azul, aprovado há dois anos pelo Ministério da Cultura. Esses jovens foram distribuídos em dois turnos de trabalho durante a Flip, multiplicando o que aprenderam durante o ano junto aos outros 35 inscritos para trabalhar na Central, todos entre catorze e dezenove anos de idade. A eles juntaram-se duas pessoas do Canal Futura, uma especialista em portais e uma webmaster.
“Com isso, o fluxo de trabalho tornou-se muito mais eficiente este ano”, alegra--se Ferenczi. A eficiência foi tanta que a equipe de vídeo conseguiu uma entrevista exclusiva com o quadrinista Joe Sacco “antes da revista Veja”, orgulha-se o coorde-nador. Além desse trabalho de cobertura, os jovens também participaram de
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O Estado de S. Paulo 20-5-11
Brasil Econômico 20-5-11
O Globo 9-4-11
Folha de S.Paulo 2-7-11
Valor Econômico 13-5-11
Valor Econômico 13-5-11
O Estado de S. Paulo 9-7-11
Mídia espontânea
Revista Cult 5-11 Revista Bravo! 7-11
Revista Bravo! 7-11O Globo 6-6-11
O Estado de S. Paulo 20-5-11
Comunicação
Uma das maneiras mais eficazes de medir o impacto de um evento como a Flip é calcular o valor da chamada “mídia espontânea” – ou seja, artigos e reportagens publi-cados em diferentes veículos, dos jornais à internet. Até 31 de agosto de 2011, esse valor atingiu R$ 126 milhões, superando os R$ 106 milhões contabilizados entre janeiro e novembro de 2010.
A cobertura foi constante e consistente desde o início do ano, ou seja, a Festa Literária pautou a imprensa o ano todo, apresentando autores e estimulando o debate sobre literatura, como demonstram
Folha de S.Paulo 1-3-11O Globo 11-5-11O Estado de S. Paulo 9-7-11
páginas inteiras de entrevistas com a escritora argentina Pola Oloixarac tanto na Folha de S.Paulo como em O Globo, publicadas ainda em março e abril, meses antes do evento. No início de maio, o Valor Econômico deu capa de seu caderno cultural, Eu & Fim de Semana, para Oswald de Andrade e, no final do mês, o Brasil Econômico entrevistou Antonio Candido, também em página inteira, e a revista Cult publicou uma longa conversa com o húngaro Péter Esterházy. Quando os ingressos começaram a ser vendidos no início de junho,
O Estado de S. Paulo 28-6-11
multiplicaram-se as matérias especiais, como a página d’O Globo apresentando autores. Em julho, várias revistas e jornais manchetaram a Flip, como fez a Bravo! , que deu capa para a Flip e Oswald de Andrade, ou o caderno Sabático, d’O Estado de S. Paulo, que destacou João Ubaldo Ribeiro.
Um sinal evidente da repu-tação cada vez melhor do evento é o fato de que, pela primeira vez, estavam em Paraty tanto os mais impor-tantes repórteres especiali-zados em cultura como os editores dos principais jornais impressos, que fecharam ali seus cadernos de cultura. Os portais G1, Folha Online e iG,
também presentes, criaram uma identidade especial para a Flip, em hotsites que só são feitos para grandes acontecimentos. Todas as redes nacionais de TV aberta – Globo, Record, SBT, Band e RedeTV – produziram juntas quase seis horas de cobertura, assim como a Globo News e Record News acompanharam o evento pela rede de canais por assinatura. Todos os jornais de rede da TV Globo partici-param da cobertura: Jornal Nacional, Bom Dia Brasil, Jornal da Globo e Jornal Hoje. Além desses, a Flip também foi mencionada no Programa do Jô e no Bem-Estar.
2011
2010
2009
2008
2007
R$ 126.490.502
R$ 106.000.576
R$ 64.857.175
R$ 23.160.140
R$ 113.049.008
Valoração mídia espontânea
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A presença da Flip na internet expande o raio de abran-gência da festa literária, permitindo que pessoas de todo o país acompanhassem os cinco dias de celebração da literatura em Paraty.
Site e blog
O site da Flip serviu de fonte de informação sobre tudo que aconteceu em Paraty, com matérias sobre cada mesa da programação prin-cipal, além de notícias sobre as atividades da Flipinha e da Casa da Cultura. Um dos pontos altos da cobertura pelo site da Flip foi a publi-cação, instantes após a mesa, da versão integral da carta lida pelo escritor portu-guês valter hugo mãe, que levou o autor às lágrimas e o público da Tenda dos Autores a aplausos efusivos, em um momento mágico desta Flip.O site teve mais de 55 mil acessos durante os cinco
Flip on-line
rendeu cerca de quinhentas mensagens reportando cada momento, citações e emoções dos encontros literários. Além disso, os flipeiros de todo o Brasil puderam tuitar suas perguntas para os debates ao final das mesas. Várias dessas questões foram respondidas pelos autores em Paraty. Para encerrar a celebração virtual da literatura, foram reali-zados pelo Twitter sorteios de livros autografados: Diários de bicicleta, de David Byrne, e Máquina de fazer espa-nhóis, de valter hugo mãe.Ao final da Flip, o Twitter oficial contava com mais de 12 mil seguidores, 3 mil a mais do que no ano anterior. Dessa vez, a Flip se tornou trending topic em dois momentos: ao meio-dia de quarta-feira, dia 6 de julho, em São Paulo, tanto a Flip quanto Paraty lideraram as citações no Twitter; e na tarde da quinta-feira, dia 7 de julho, a Flip ficou entre os assuntos mais mencionados do microblog no Rio de Janeiro.
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Youtube
O canal oficial da Flip no Youtube já acumula quase 400 mil visualizações. Durante a Flip 2011, os vídeos com trechos das mesas da progra-mação principal foram publi-cados logo após cada debate – e atingiram 15.042 visuali-zações. Até o final de agosto, o canal chegou a quase 35 mil visualizações somente nos vídeos com trechos das mesas de 2011. Em relação à audiência de 2010, houve um crescimento de 55%. A leitura da carta de valter hugo mãe foi exibida na íntegra e, em uma semana, atingiu mais de 5 mil visualizações.
A página oficial da Flip no Facebook foi criada em feve-reiro de 2011 e chegou a mais de 3 mil seguidores no mês de julho. A plataforma serviu para divulgar textos, fotos, caricaturas, entrevistas em vídeo, trechos das mesas e informações gerais, chegando a mais de 210 mil visualiza-ções de postagens durante os cinco dias de evento. Flickr
As imagens produzidas pelos fotógrafos oficiais foram publicadas em tempo real no Flickr da Flip que, na semana do evento, chegou a 30 mil visualizações. Foram exibidas, em alta resolução e com permissão de download, quase seiscentas imagens da cobertura do evento, incluindo todas as mesas da progra-mação principal, as coletivas de imprensa, a programação da Casa da Cultura e a programação da Flipinha.
IPhone
Pela primeira vez, até o iPhone foi usado para difundir informações. Um aplicativo específico foi desenvolvido para o celular da Apple, permitindo acesso a um guia completo da Flip 2011 e dos atrativos turísticos de Paraty. Gratuito, o aplicativo incluía também a programação da Casa da Cultura, da Flipinha e da FlipZona, além de trazer minibiografias dos autores e sinopses das mesas da grade principal. O guia turístico oferecia, ainda, um mapa com indicação de restau-rantes, praias, cachoeiras, alambiques e pontos histó-ricos de Paraty e região.
dias da festa literária e mais de 120 mil no mês de julho, configurando um aumento de 16% em relação a 2010. Já o blog da Flip publicava, a cada momento, novas impressões, caricaturas, vídeos e fotos da programação, chegando a 9 mil acessos durante o evento.
Transmissão ao vivo
Todas as mesas da progra-mação principal da Flip foram transmitidas ao vivo pela internet, da histórica conferência de abertura de Antonio Candido, na noite de quarta-feira, ao encontro dos escritores colombianos Laura Restrepo e Héctor Abad, na tarde de domingo. Com exibição no G1 e no site da Flip, os vídeos tiveram uma audiência que superou os 20 mil visitantes durante o evento, com um cresci-mento de 8% em relação à Flip 2010. Somente na mesa de sexta à noite, “O humano além do humano”, com a presença do neurocientista Miguel Nicolelis e do filósofo Luiz Felipe Pondé, houve quase 3 mil requisições.
“Sobremesa”
Além da parceria com o G1 na transmissão ao vivo das mesas, em 2011 o portal de notícias entrou como parceiro no “Sobremesa”, um projeto criado em 2010, em que os autores são entrevistados logo após a participação nas mesas da programação prin-cipal, ainda no camarim, no calor do momento. Foram produzidas dezoito entrevistas, publicadas no blog da Flip e na página da Flip no G1. Twitter
Além de poder assistir às mesas pela internet em tempo real em inglês e português, quem não conseguiu ir a Paraty também podia se manter ligado na Flip via Twitter. A cobertura da programação principal pelo microblog oficial da festa literária (twitter.com/flip_se)
Ilustração do blog da Flip
IPhone46
Convite Ciclo autor homenageado, manual e folder de programação da Flipinha
Variação de modelo sugerido de layout105x210 mm
1. logotipo da Flip
2. imagem do cartaz da Flip 2011
3. logotipo da Associação Casa Azul sob a epígrafe Realização
A fonte utilizada é rotis light, corpo 7,795 pt.Caso a editora não possua tal fonte, utilizar helveticacorpo 7,5 pt.
A quarta-capa do folder deve conter o seguinte conteúdo:
RealizaçãoRealização
ManualFlipinha 2011
RealizacãoAssociação Casa Azul
2
A Associação Casa Azul acredita em projetos educacionais que potencia-lizem a formação de leitores críticos e reflexivos, capazes de usar a palavra como meio de transformação social, intervindo no futuro de suas cidades. Assim, é com enorme satisfação que apresentamos o Manual da Flipinha 2011. Com o objetivo de apoiar os educadores nas atividades de sala de aula e aprimorar a formação dos estu-dantes por meio da literatura, mais que uma ferramenta, é um convite para que professores e alunos naveguem e se encantem com novos caminhos, por intermédio da leitura e da imaginação.
A Flipinha, como programa perma-nente, cresceu e se desdobrou no projeto Mar de Leitores, que tem como objetivo promover a capaci-tação de professores e mediadores de leitura, oficinas literárias e atividades de incentivo à leitura. Neste ano o Mar de Leitores teve uma importante conquista ao realizar o 11° Encontro Proler Costa Verde: Políticas Públicas Caminho da Cidadania. O evento é fruto da parceria entre Secretaria Municipal de Educação de Paraty, Instituto C&A e Fundação Biblioteca Nacional, integrando o Programa Nacional de Incentivo à Leitura. A experiência paratiense conferiu ao evento novo significado, pois além dos cursos destinados aos professores da rede pública, contou com mediações de leitura realizadas em diferentes pontos de Paraty, uma verdadeira invasão literária tomou a cidade por meio da palavra, promovendo encon-tros, fomentando mudanças e novas percepções a respeito do território.
A responsabilidade de educar não se restringe apenas às escolas. Esta é a impressão que fica quando passamos o olhar para iniciativas que abrem portas em direção à experiência do conhecimento. A Associação Casa Azul se orgulha de fazer parte dessa construção inovadora, cujos frutos têm sido surpreendentes e inspiradores.
Mauro MunhozDiretor presidenteAssociação Casa Azul
Apresentação
Conhecendo as histórias Navegando pelas histórias
Ilan Brenman escolheu para repre-sentá-lo neste Manual os livros: Até as princesas soltam pum e Pai, todos os animais soltam pum?, ilustrados por Ionit Zilberman e publicados pela Brinque-Book; A cicatriz, também com ilustrações de Ionit e publicado pela Companhia das Letrinhas; O pó do crescimento e outros contos, ilustrado por Claudia Scatamacchia e publicado pela Martins Fontes; e O turbante da sabedoria e outras histórias de Nasrudin, ilustrado por Samuel Casal e publicado pelo selo Comboio de Corda da SM.
Se você quer se divertir, leia Até as princesas soltam pum e Pai, todos os animais soltam pum?. No primeiro descobrimos o livro secreto das prin-cesas, que tem um capítulo sobre os “Problemas gastrointestinais e flatulên-cias das mais encantadoras princesas do mundo”. No segundo, a menina Laura e seu pai estão novamente às voltas com questões de puns, só que dessa vez dos animais.
Em A cicatriz vamos conhecer Silvinha, uma menininha que caiu da cama e abriu o queixo. Silvinha ficou deses-perada: será que seu queixo iria cai? Sua mãe explicou que não, mas ainda assim ela ficou preocupada. A partir de então, a menina vai se surpreender ao descobrir que todo mundo tem uma cicatriz.
O turbante da sabedoria e outras histórias de Nasrudin faz parte de uma coleção sobre tradições populares. As histórias de Nasrudin circularam pelo Egito, Turquia, Uzbequistão, Síria, Irã ou Paquistão. Uns dizem que ele foi um representante de um ramo mítico do islamismo, o sufismo (vale uma pesquisa!). Suas histórias correram de boca em boca até ultrapassarem as fronteiras do mundo árabe e pararem nesse livro.
Já em O pó do crescimento e outros contos, vamos conhecer algumas tramas, entre elas a da menina Ruth, que adorava puxar a barba do rabino; a de uma escola que sumiu em Cariló; a de um menino que nem comia tanto, mas que engordava sem parar. Essas e outras histórias estão te esperando.
O próprio Ilan, em seu livro O turbante da sabedoria e outras histórias de Nasrudin, nos diz que a escolha dos textos que ele contou nesse livro foi subjetiva, que ele foi sendo capturado pelas histórias que imploravam que ele as contasse. Sendo assim, podemos brincar com as crianças perguntando que histórias as capturam e por quê? Esse pode ser outro ponto de partida para a criação de projeto que pode muito bem se chamar De boca em boca.
Agora imagine só, depois de passar um bom tempo lendo e discutindo as histórias dos livros, as crianças tendo autonomia para contar o que essas histórias provocaram em seus imagi-nários e escolhendo a melhor maneira de recontar, ou inventar, ou imaginar, ou recolher aquelas que desejam compartilhar com a turma. Quem sabe desse projeto não nasce um grupo de contadores? Mas não se esqueça: em sua turma pode haver alunos tímidos, que não se sentem à vontade para ler em voz alta ou contar histórias. Tenha sensibilidade para descobrir se basta dar uma forcinha para que a timidez desse aluno vá embora ou se é preciso respeitar, permitindo que ele fique apenas nos trabalhos dos bastidores do projeto, recolhendo e escrevendo as histórias que um colega de turma poderá contar. A sensibilidade de cada professor nesses projetos com leitura faz toda a diferença na vida de um aluno. Nunca se esqueça disso!
Agora é com você e sua turma! Leiam os livros, conversem e façam do projeto De boca em boca um sucesso na escola. E para terminar atiçando a imaginação, quem sabe (se o projeto der certo) uma boa ideia não seria as crianças contarem histórias pelas ruas de Paraty durante a Flipinha? Fica a sugestão!
* Ilan tem livros em diversas editoras. Visite o site dele e descubra que outros livros você pode escolher para fazer parte do seu projeto de leitura.
Ilan Brenman é um escritor e um contador de histórias de mão-cheia, como diriam nossas avós. Sendo assim, sugerimos a criação de um grande projeto ligado a contação de histórias. Os caminhos podem ser muitos para a criação desse projeto. Que tal começar lendo não só esses livros sugeridos, mas diversas obras do autor. As crianças podem inventar um personagem contador de histórias que irá resgatar os causos paratienses, por exemplo. Ou histórias de família, de caiçaras, da escola. Enfim, como a imaginação não tem limites, vale qualquer tipo de história que cada grupo ou a turma toda irá escolher para contar. Outra possibilidade é seguir o exemplo do livro secreto das princesas e criar o livro secreto das fadas, das bruxas, dos príncipes, dos reis, das rainhas e dos bobos da corte, por exemplo, para contar as histórias secretas desses personagens que nunca ninguém soube. Imagine uma bruxa ter uma dor de barriga bem na hora de fazer um feitiço terrível? Ou um príncipe soltar um pum megafedorento bem na hora da batalha e deixar o inimigo tonto? A criação dos textos pode seguir uma linha mais divertida ou mais séria. Tudo vai depender do que cada grupo desejar fazer ou de como vai querer se expressar.
Depois de resgatar e escrever – ou inventar escrevendo – suas histórias, as crianças podem montar grupos de contadores que sairão pela escola contando suas histórias para outras turmas, como, por exemplo, dos alunos menores. O legal será treinar bastante a leitura em voz alta com impostação de voz para que a contação seja um sucesso.
Sou pai de duas lindas e sapecas meninas, Lis e Iris, que são fontes inesgotáveis de inspi-ração. Elas nasceram em São Paulo, eu nasci em Israel, meus pais na Argentina e meus avós na Rússia e na Polônia. Que confusão! Mas não acabou. Minha linda esposa, Tali, nasceu também em Israel e seus pais nasceram na Bulgária. Acho que é por isso que gosto de contar histórias de todas as partes do mundo. Além de contar histórias, fiz mestrado e doutorado na Universidade de São Paulo e me dedico a falar e a escrever sobre a impor-tância da literatura na vida das pessoas. Tenho mais de trinta livros publicados (alguns premiados). Para saber mais sobre meus livros e trabalhos, acesse <www.ilan.com.br>.
Ilan Brenman
d’après Ionit Zilberman24
manual da Flipinha
manual editoras certificado oficina de cenotecnia adesivo parceiros
certificado oficina literáriacartaz FlipZonacartaz Flipinha
folder Ciclo Autor Homenageado folder Ciclo Autor Homenageado
folder Ciclo Autor Homenageado
folder Flipinha folder Flipinha
Manual da FlipinhaManual da Flipinha
Comunicação Peças gráficas
Associação Casa [email protected]
São PauloR Cap Antônio Rosa 376conjunto 9101443-900 São Paulo SPT +55 11 3081-6331F +55 11 3061-5341
ParatyAl Princesa Isabel 2 23970-000 Paraty RJT +55 24 3371-7082F +55 24 3371-7084
Guest CoordinatorSandrine Ghys B. FernandesT + 55 11 3081-6331M + 55 11 [email protected]
Realização
Visiting Brasil and Paraty – Useful informa-tion
Selected reading
Places to visit and things to do
Where to eat and going out
Health and Beauty
Flip tips
Handy hints for visitors to Paraty
9a. Festa LiteráriaInternacional de Paraty
2
Endereços úteis
Bancos Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica e Banco 24 horasAv. Roberto da Silveira, s/n Centro
ItaúRua da Lapa Centro Histórico
Polícia MilitarAv. Roberto da Silveira, s/nT 190
Polícia CivilAv. Roberto da Silveira, s/nT 24 3371 1252
HospitalRua São Pedro de Alcântara, 1 PontalT 24 3371 1623
PrefeituraAl. Princesa Isabel, s/n PontalT 24 3371 9900
BombeirosAv. Roberto da Silveira. s/n ChácaraT 193 ou 24 3371 1193
Flip 2011manual da equipeinformações gerais e serviços
9a. Festa LiteráriaInternacional de Paraty
cartaz Flip
manual de equipe
convites
cartaz Jeff Fisher
Fliptips
folder coletiva
programa Flip
mapa
48
Folha de S.Paulo 11-7-11Folha de S.Paulo 26-6-11
Folha de S.Paulo 04-07-10
Folha de S.Paulo 3-7-11
Folha de S.Paulo 24-07-10
Revista piauí 4-7-11
Mas em 1855, a cidade inteira se aposentou. Com a estrada de ferro criada por D. Pedro II, Paraty foi lançada para fora das rotas econômicas. Ficou sossegada em seu canto, ao sabor de sua gente e das marés. Seu modo de vida seguiu sozinho, avançando no próprio ritmo. E pelos próximos 119 anos, Paraty iria formar lentamente, sem se dar conta, seu maior patrimônio. Uma cidade preservada pelas mãos da própria sorte.
Até que chegasse um outro ciclo econômico, ávido por lugares onde todos os outros não houvessem tocado: o turismo. E assim, em 1974, o asfalto da BR 101 fez as pedras e a cal de Paraty virarem ouro novamente. A cidade volta a conviver com o presente, com um outro Brasil, com outros países, com outra atividade, com um outro tempo — mais voraz e impaciente, capaz de devorar a própria matéria que o mantém vivo.
É do esquecimento que vem o tempo lento de Paraty.
A vida vagarosa — quase sempre caminhando pela água —, o saber antigo, os barcos feitos ainda hoje pelas mãos de antepassados, os caminhos de pedra que repelem e desequilibram a pressa: tudo isso vem do esquecimento. Vem do dia em que Paraty foi deixada quieta no século XIX, sem razão de existir.
Até ali, a cidade fervia de agitação. Estava na rota do café, e escoava o ouro negro no lombo de burro e nas costas do escravo. Um caminho de pedra cortava a floresta para conectar Paraty à sua época e ao centro do mundo. A cidade vivia passo a passo com o relógio.
A Casa que hospeda a Flip
É então que a preservação de Paraty, seu principal patrimônio e meio de vida, escapa à ação do destino. Não podemos contar com a sorte, como no passado. Agora, manter o que dá vida a Paraty é razão de muito trabalho. Daqui para frente, preservar é suor.
Para isso construímos mais uma casa entre os sobrados de Paraty. Para isso existe a Associação Casa Azul, uma organização da sociedade civil de interesse público. Aqui, criamos projetos e atividades que mantenham o tecido urbano e social de Paraty em harmonia. Nesta casa, o tempo avança com cuidado, sem apagar as pegadas. E traz conforto e beleza para quem vive aqui, ou está apenas de passagem pelo século XIX. A Casa Azul iniciou suas ações em 1994 e desde 2003 realiza a Festa Literária Internacional de Paraty, de portas abertas para o mundo. Sejam bem-vindos. Ontem, hoje e sempre.
Comunicação Anúncios
Revista Veja Rio 6-7-11
Folha de S.Paulo 5-6-11
50
Bandeiras na ponte
Bandeira da Tenda
Tenda do Telão
Comunicação Sinalização
Tenda dos Autógrafos
Tenda dos Autores
Tenda dos Autógrafos
Totens de sinalização
Casa da Cultura
Totens de sinalização
52
Flip - Programação principal
Flip - Casa da Cultura
Flipinha
FlipZona
Oficina Literária
Acessos
Mesas literárias - Tenda dos Autores
Mesas literárias - Tenda do Telão
Total de acessos
Acessos
Total de acessos
Inscritos
Público geral estimado
13.583
12.006
25.589
1.876
24.000
3.000
32
54.465
entre 20 e 25 mil pessoas
Total
Flip - Programação principal
FlipZona
Total
Flip - Casa da Cultura
Flipinha
Eventos
eventos (mesas, show e conferência de abertura)
convidados
brasileiros
estrangeiros
mediadores
países
eventos
mesas
exibições audiovisuais
show
sarau
convidados
mediadores
oficinas
participantes das oficinas
eventos
convidados*
brasileiros
estrangeiros
mediadores
países
eventos
mesas Ciranda dos Autores
apresentações de escolas
oficinas arte-educação Arte na praça
outras apresentações / eventos
convidados
mediadores
escolas participantes
estudantes envolvidos com as oficinas Arte na praça
estudantes envolvidos com mediação de leitura nos Pés-de-livros
educadores participantes
estudantes participantes
visitas à tenda da Biblioteca da Flipinha
acervo Biblioteca da Flipinha
acervo disponibilizado em escolas
acervo Carlos Calchi
editoras parceiras
22
38
18
20
13
13
Brasil, França, Colômbia, Espanha,
EUA, Portugal, Argentina,
Inglaterra, Hungria, México,
Paquistão, Malta e Escócia
20
10
8
1
1
27
5
4
65
1697243293214
* autores que participaram de mais de uma programação
foram contabilizados apenas uma vez
12
44
38
6
3
7
Brasil, EUA, França,
Inglaterra, Argentina,
Alemanha e Portugal
115
11
49
35
20
21
11
42
125
94
600
6.000
15.000
4.834
4.777
37
16
A Flip em números
Programa educativo permanente
Bibliotecas
54
Peças gráficas
Catálogo de programação Flip
Catálogo de programação Flipinha
Mapa
Cartaz Jeff Fisher
Cartaz da Flip
Cartaz da Flipinha
Cartaz da FlipZona
Cartaz Ciclo autor homenageado
Manual da Flipinha
Adesivos da Flip
Adesivos de parceiros
Folder manual de equipe
Flip tips (guia para estrangeiros sobre Paraty)
Folder coletiva de imprensa
Convite para o almoço de abertura
Convite para o coquetel de encerramento
Convite Ciclo autor homenageado
Certificado da Oficina Literária
Tiragem
16.000
9.000
20.000
400
1.500
300
200
120
1500
5.000
120
400
100
70
270
270
500
55
Sinalização
Anúncios
entrada da Tenda dos Autores
entrada da Tenda dos Autógrafos
entrada da Tenda do Telão
entrada da Tenda da Flipinha
entrada da Casa da Cultura
entrada da Flipzona
foyer da Tenda dos Autores
lateral do palco da Tenda dos Autores
lateral do palco da Tenda do Telão
palco da Casa da Cultura
biblioteca da Flipinha
ponte do pontal
interior da Tenda dos Autógrafos
coletiva de lançamento
tendas
Quantidade
1
1
1
1
1
1
1
2
2
1
1
8
1
1
5
totem
totem
totem
totem
painel
painel
painel
painel
painel
painel
painel
bandeiras
painel
painel
bandeiras
05/jun
26/jun
03/jul
11/jul
06/jul
13/jul
04/jul
06/jul
Mídia impressa
página inteira
meia página
meia página
página inteira
página inteira
página inteira
página dupla
página dupla
programação
ingressos
transmissão ao vivo
agradecimento
Flip geral+transmissão
agradecimento
Casa Azul+Flip
Casa Azul+Flip
Folha de S.Paulo
Veja Rio
Revista Piauí
Acessos ao site da Flip
Valoração mídia espontânea 2011
total
Principais inserções na mídia impressa
Comunicação
período
durante mês da Flip
durante o evento
média por dia durante o evento
veículo
O Globo
Folha de S. Paulo
O Estado de S. Paulo
Revista Época
Correio Braziliense
Jornal do Commercio (PE)
Zero Hora
Jornal da Tarde
Revista Veja
Outros
inserções
122
99
109
6
9
34
16
10
5
466
centimetragem
13.055
8.940,5
7.400
715
1.402
2.133,5
1.369,5
599
54
32.946,5
tempo (s)
-
-
22820
13229
mídia
impressos
on-line
TV
rádio
inserções
876
1354
104
94
valor em R$
79.937.846,02
3.805.933,34
39.157.440,74
3.589.282,56
126.490.502,65
centimetragem em R$
R$ 23.570.802,51
R$ 17.889.940,50
R$ 14.674.000,00
R$ 2.773.589,63
R$ 896.438,80
R$ 706.615,20
R$ 696.116,85
R$ 416.065,40
R$ 136.045,12
R$ 18.178.232,01
centimetragem em %
19,03
13,03
10,78
1,04
2,04
3,11
2,00
0,87
0,08
48,02
% em R$
29,49
22,38
18,36
3,47
1,12
0,88
0,87
0,52
0,17
22,74
acessos
121.024
55.343
11.069
cm/col
68615
33141,5
-
-
crescimento em relação à Flip 2010
16,97%
8,78%
8,78%
Impacto na cidade
Equipe
428
106
Geração de renda para a cidade13 milhões
Estimativa Associação Casa Azul/Datafolha
Equipe total (prestadores de serviço terceirizados)
Equipe não remunerada (voluntários)
Fonte: Associação Casa Azul
A Flip em números
56
classes A/B
classe A
funamental
classes B
médio
classes C
superior
81%
6%
22%
23%
19%
59%
71%
Classificação econômica
Escolaridade
Avaliação da Flip
frequência
motivação a ir à Flip
qualidades da Flip
resposta espontânea e múltipla
principais problemas da Flip
resposta espontânea e múltipla
avaliação geral
38% do público estava participando da Flip pela primeira vez
em média o público já foi a três edições
49% do público visitante permanece os cinco dias no evento
1. interesse cultural (32%)
2. Conteúdo (32%)
3. Tendas (15%)
4. Incentivo à literatura (15%)
5. Cidade (11%)
1. Organização (34%)
2. Conteúdo (32%)
3. Tendas (15%)
4. Incentivo à literatura (15%)
5. Cidade (11%)
38% não apontaram nenhum problema na Flip
22% apontaram como problema a infraestrutura
(banheiros, sinalização e estacionamento)
de 0 a 5, a nota média dada à Flip é 4,4
54% do público deu a nota máxima (5)
95% voltariam à Flip
todas as instalações possuem em sua maioria avaliação entre ótimo e bom
todas as programações receberam nota média de 4.5 (de 0 a 5)
Origem dos frequentadores
14 a 24 anos
Paraty
São Paulo
RJ
SP
outros estados
outros países
masculino
25 a 34 anos
Rio de Janeiro
outras cidades
total
feminino
35 a 44 anos
outras cidades
45 a 59 anos
total
60 anos ou mais
24%
27%
19%
10%
1%
38%
20%
17%
14%
33%
63%
25%
56%
13%
18%
12%
Pesquisa/metodologia
Perfil do público e avaliação do evento
Perfil do público
Idade
Sexo
672 entrevistas realizadas com abordagem pessoal nos locais de realização da Flip de 7 a 10 de julho
realização Instituto DataFolha
406 entrevistas realizadas pelo telefone entre 12 e 18 de julho com pessoas cadastradas durante o evento
margem de erro de 4%
Pesquisa DataFolha
idade
sexo
escolaridade
perfil socioeconômico
origem geográfica
profissão
idade média é de 38,9 anos
63% do público é feminino
71% têm ensino superior
81% pertencem às classes A/B
27% são de Paraty
33% são do estado de São Paulo (cidade de São Paulo: 19%)
29% são do estado do Rio de Janeiro (cidade do Rio de Janeiro: 17%)
11% são de outros estados
1% é de outros países
27% não têm profissão (desempregado, menor de 18 anos ou aposentado)
26% são profissionais liberais
19% são professores e educadores
58
Regua horizontalpara aplicação
de parceiros em inglês
Regua horizontalpara aplicação de
parceiros em português
Regua horizontalpara aplicação de
parceiros em português
Regua horizontalpara aplicação
de parceiros em inglês
Regua horizontalpara aplicação de
parceiros em português
Regua horizontalpara aplicação de
parceiros em português
Regua horizontalpara aplicação
de parceiros em inglês
Regua horizontalpara aplicação de
parceiros em português
Regua horizontalpara aplicação de
parceiros em português
Biblioteca Municipal Fábio Villboim
Secretaria Municipal de Educação de Paraty
Parceiros
Secretaria Municipal de Turismo de Paraty
Secretaria Municipal de Cultura de Paraty
60
Conselho Consultivo da Flip
Giorgio della Seta (presidente)Carlos Augusto CalilEduardo Giannetti da Fonseca Jorge CaldeiraJorge da Cunha LimaJosé Kalil FilhoMargarida Cintra GordinhoPaulo BilykRoberto Teixeira da CostaRubens Barbosa
Associação Casa Azul
Diretor PresidenteMauro Munhoz
Direção ExecutivaIzabel Costa Cermelli (Belita)
Direção de ProjetosJosephine Bourgois
ParceriasLucia RodriguesBernadete PassosJoanna SavagliaAntonia MouraChristopher Mathi
Administrativo-FinanceiroAndrea Marcondes dos SantosAndresa PradoLuciene SilvaLaina dos SantosCaroline VasconcellosWellington Leal AssessoriaWellington LealCláudio GaravattiRoberta Monsalles
Consultoria organizacionalVO2 Desenvolvimento Empresarial
Assessoria de imprensaA4 Comunicação
Assessoria jurídicaCesnik, Quintino & Salinas Advogados
parcerias privadasrelacionamento institucional
atendimento a parceirosassistenteestagiário
analista
assistente auxiliar
estagiária
coordenaçãoanalista
estagiária
bibliotecáriacoordenação dos mediadores
mediação de leituravoluntária biblioteca
estagiária
coordenaçãoassistenteestagiária
coordenaçãoedição e redação
redaçãorevisão
tradução
estagiária
BibliotecasAna Beatriz HernamperezJosé Roberto SilvaFernanda LimaZulmira GibrailCamilla Pricisval OliveiraGabriela Pereira Roza
Relações Públicas - AutoresSandrine GhysMarina UhearaBeatriz Cyrineo
ComunicaçãoAna Catarina PinheiroRenata MegaleLeda BeckAna Maria BarbosaJohn NormanAnthony DoyleLívia Furtado
FotógrafosWalter CraveiroNelson ToledoAndré ContiJulieta BenoitNelson Kon
Ficha técnica
Flip 2011
Conselho DiretorLiz Calder (presidente)Esther HamburguerIzabel Costa Cermelli (Belita)Louis BaumMauro Munhoz
Direção GeralMauro Munhoz
Direção ExecutivaIzabel Costa Cermelli (Belita)
Coordenação GeralJosephine Bourgois
CuradoriaManuel da Costa PintoFlávio MouraSimone ChahdeGal Buitoni
Coordenação Flipinha e FlipZonaCristina MasedaGabriela Gibrail
Arquitetura e DesignMauro Munhoz Cristiana RodriguesTama SavagetAlexandre BenoitJeff FisherDárkon V RoqueClara LaurentiisPatrícia RabbatPenelope Casal de ReyAndré GarciaJuvenal IreneDamaris MartinsIlana TschiptschinGiovanna SaquiettiBruno AraújonuMotivo
curadoria Flip 2011curadoria projetos especiais
assistente de curadoria
direção geral de criaçãocoordenação
ilustraçãodesign gráfico
coordenação de arquiteturaarquitetaarquiteto
oficina de cenotecnia assistente
estagiáriaestagiário
detalhamento da sinalizaçãodigitalização e tratamento de imagens
ProduçãoSueleni de FreitasMariza CermelliRoberta ValSonia MonteiroJosé Sérgio BarrosDaniel SantucciSonia MonteiroJosé Sergio BarrosAna Paula FonsecaTânia SoncksenAndrea MasedaJuliana PinheiroMarina CarpinelliMicaela Coelho Silva OliveiraPaulo KastrupTania Souza SoncksenWagner de Almeida Malvão (Wagão)Ronaldo da ConceiçãoJose Roberto de OliveiraOg Moreira TorresMarli PradoJane AnjoThamires Lourenço
Equipe técnicaAndreas SchmidtLucas Lemes GondimVictor Re de SouzaRichard Oliver KissLeonard KissMarcos LimoneCesar Augusto MalufAlex Sandro Batista de PinaPaula Alves
Flipinha e FlipZonaEinara FernandesDaniel FerencziPatrícia ConceiçãoÉlcio GonçalvesFelipe Pádua SouzaMarina CarpinelliGraça BarreirosPedro ScottiDaniel CaladoKachuca TorresPedro AlcântaraJaniele de Laeite VieiraAlessander Moreira dos RemédiosHélio dos Remédios de OliveiraElison FernandesGlícia ReisCauã Cruz
produção executivaprodução local e de logística
produção
produção Flipinha e FlipZonaloja Flip
assistente Flipinha e FlipZonaassistente
equipe de campo
serviços gerais
estagiária
direção técnica
direção de palco
assistente de direção técnica
assistente de direção
coordenação pedagógicacoordenador Central FlipZona
assistenteauditório FlipZona
produtor artístico FlipZonaassistente FlipZona
webmaster FlipZonaVJ FlipZona
assistente FlipZonaoficinas Arte na Praça
produção artística Arte na Praçaestagiário
monitor FlipZona
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Flip - Programação Principal
Andres Neuman Antonio CandidoCarol Ann DuffyCaryl PhillipsClaude Lanzmann Contardo CalligarisDavid ByrneDominique Gauzin-MüllerEdney SilvestreEduardo SterziEduardo A. VasconcellosEmmanuel Carrère Enrique KrauzeGonzalo AguilarHéctor AbadIgnácio de Loyola BrandãoJames Ellroy
João Cezar de Castro RochaJoão Ubaldo RibeiroJoe SaccoJohn FreemanJosé Celso Martinez CorrêaJosé Miguel WisnikKamila ShamsieLaura RestrepoLuiz Felipe PondéMarcelo FerroniMarcia CamargosMaria Adelaide AmaralMarie Ange BordasMichael SledgeMichèle PetitMiguel NicolelisPaulo Henriques Britto Péter EsterházyPola OloixaracTeixeira Coelhovalter hugo mãe
Convidados Flip 2011
Flip - Casa da Cultura
Alessandra ColasantiAna de HollandaAna Maria MachadoAngel GurriaAntonio Panda Gianfrati (MallarMídia Lab)Bartholomeu Campos de QueirozBeth SerraCarlos de Brito e MeloClaudiney FerreiraCocão (Ed. Mauro Teixeira de Almeida)Dalmo Vieira FilhoDiuner MelloDuto SperryEdson KumasakaFabio Vietinica (MallarMídia Lab) (Fábio Renato Alves)Fernanda d’Umbra (Fernanda Ribeiro de Lima)Frederico BarbosaGustavo SoráIlo Codognotto (Mallar Mídia Lab)Joana CoccarelliJoão Gilberto NollJoão Paulo CuencaJonah StrausJosé Paulo Pedro CavalcantiLeandro SarmatzLiz Calder
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Claude Lanzmann
FlipZona
Anna Claudia RamosAntonio Hermino do NascimentoCamila Fillinger CavallariCristina PereiraEdison Leite JrFilippo CrosoGabriela ManciniGrupo Sacode a PoeiraGuy MarcovaldiIsabelle CuryKriss ZulloLala DeheinzelinLaura KlinkLeo SlezyngerLucia Maria Teixeira FurlaniLuiz ZerbiniMarcelo CassaroMarcos MaffeiMarina KlinkNanda CostaPatricia Trudes da VeigaSérgio MartinelliTamara Klink
Flipinha
André DinizBia HetzelCiça Fittipaldi Cláudio Thebas Daniel Munduruku Fernando VilelaFlávia Lins e Silva Graça Lima Heloisa Prieto Ilan BrenmanIndigo
Lourenço Mutarelli Jr.Lucia RiffLuiz RuffatoMarcelino Juvêncio FreireMarcelo FerroniMarcelo Galleto FerretiMarcio VassaloMaria José de LancastreNicole WittNilton Bicudo CuryPablo de la RiestraRavi MirchandaniRodrigo CiriacoSergio VazSusanna BusatoTatiana Salem LevyTunica Teixeira (Maria Antonia Ferreira Teixeira)valter hugo mãe
Leonardo ChiancaLúcia Hiratsuka Marcelo Carneiro Marcelo Cipis Márcia Leite Mariana Massarani Mauricio Veneza Pedro BandeiraSuppa Ze Zuca
Associação Casa [email protected]
São PauloR Cap Antônio Rosa 376 conjunto 9101443-900 São Paulo SPT +55 11 3081-6331 F +55 11 3081-6331
ParatyAl Princesa Isabel 223970-000 Paraty RJT +55 24 3371-7082 F +55 24 3371-7084
Realização
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