Relatório final p.ines

download Relatório final p.ines

of 8

Transcript of Relatório final p.ines

  • Ensino de Biologia e Geologia

    Princpios de Microbiologia Quinta-feira 11h-13h00

    ANTIBITICOS Relatrio P9

    RESUMO

  • Os antibiticos so substncias qumicas produzidas por

    microorganismos que em concentraes muito baixas inibem

    selectivamente outros microorganismos. Neste trabalho experimental

    testar-se-o os efeitos de alguns antibiticos sobre trs estirpes bacterianas.

    Os resultados obtidos permitiram-nos concluir que

    OBJECTIVO

    O objectivo deste trabalho verificar a susceptibilidade de E.coli, de

    Rhizobium e Actinomices aos antibiticos inibidores de sntese proteica.

    INTRODUO

    As estirpes microbianas frequentemente inibem o crescimento umas

    das outras. Para alm de excretarem produtos finais resultantes do

    metabolismo como lcoois e cidos, que podem limitar o crescimento de

    alguns microorganismos, produzem substncias qumicas mais complexas e

    bastante diferentes das restantes, tambm com efeito inibidor do

    crescimento: os antibiticos. Os antibiticos so produtos microbianos ou

    seus derivados que em concentraes muito baixas matam ou inibem

    selectivamente outros microorganismos. Ao contrrio dos desinfectantes e

    anti-spticos, que so aplicados a matrias inertes ou nos tecidos externos,

    os antibiticos podem ser aplicados internamente.

    Alguns antibiticos so produzidos por bactrias como actinomicetas

    do gnero Streptomyces e outros por fungos, particularmente estirpes de

    Penicillium e Aspergillus.

    Os antibiticos constituem um grupo diversificado de compostos que

    se podem agrupar em famlias com estrutura qumica semelhante. Assim,

    antibiticos do mesmo grupo, normalmente tm tipos de actividade

    semelhante e so usados na prtica para fins semelhantes. Em traos gerais

    os antibiticos podem dividir-se quanto ao seu modo de aco em trs

    grupos: Inibio da sntese da parede celular (penicilina), danificao da

    membrana citoplasmtica, inibio da sntese proteica (estreptomicina),

    inibio da sntese dos cidos nucleicos, inibio do metabolismo celular.

    A sensibilidade dos microorganismos a antibiticos varia bastante. As

    bactrias Gram positivas so normalmente mais sensveis a antibiticos do

    que as Gram negativas, embora existam antibiticos que s actuem nestas

  • ltimas. Um antibitico que actue contra estes dois tipos de bactrias um

    antibitico de largo espectro, normalmente mais usado para fins clnicos.

    Neste trabalho experimental, para verificar a susceptibilidade de um

    microorganismo a antibiticos, utilizou-se o mtodo do disco em placa

    (mtodo de difuso). Neste mtodo colocam-se discos de papel de feltro

    impregnados com vrios tipos de antibitico, superfcie de um meio onde

    foi inoculado o microorganismo que se pretende estudar. Os discos de

    antibitico so colocados na superfcie do meio com o auxlio de uma pina

    esterilizada. Atravs de um antibiograma possvel avaliar a

    susceptibilidade do microorganismo ao antibitico. O microorganismo ir

    crescer durante a incubao, mas volta do disco embebido em antibitico

    no se observar crescimento caso seja sensvel ao antibitico. O tamanho

    da zona de inibio (Halo de inibio) causada pela difuso de um

    antibitico no meio, est directamente relacionada com o grau de

    susceptibilidade do microorganismo ao antibitico em causa. Quanto maior

    for o Halo de inibio maior a susceptibilidade do microorganismo ao

    antibitico. O dimetro do halo depende outros factores como a

    concentrao inicial de antibitico, a quantidade de inoculo, tempo de

    incubao, taxa de difuso do antibitico atravs do Agar, entre outros.

    Assim, os antibiticos devem ser incubados nas mesmas condies. Outro

    aspecto a ter em conta, o facto de substncias qumicas diferentes

    difundirem-se a taxas diferentes podendo ser inactivadas em graus

    diferentes pelo meio de cultura. Portanto no se pode analisar o dimetro da

    zona de inibio para comparar directamente a eficcia de dois antibiticos

    diferentes.

    A concentrao mais baixa de um frmaco que impede o crescimento

    de um determinado agente denominado por concentrao mnima

    inibitria (CMI). Assim, cada disco deve ter uma concentrao especfica

    de acordo com o antibitico que possui . A concentrao mais baixa de um

    frmaco que destri o agente designa-se por concentrao mnima letal

    (CML).

    No trabalho experimental realizado, utilizou-se soluo salina para

    controlo positivo e utilizaram-se como antibiticos a Kanamicina, a

    Estreptomicina e a Espectinomicina, todos eles antibiticos

    aminoglicosdeos inibidores de sntese proteica. Estes antibiticos actuam

    ao nvel dos ribossomas, provocando um erro na leitura do RNA

    mensageiro, ou seja bloqueiam a etapa inicial do processo de traduo,

    conduzindo morte das clulas. As bactrias utilizadas para estudar a sua

    sensibilidade aos antibiticos supra referidos, foram a E.coli, Rhizobium e

    Actinomices. A Escherichia coli uma bactria que est presente na nossa

    flora intestinal, Gram negativa e trata-se de um microorganismo

    anaerbio facultativo. O Rhizobium uma bactria do solo, Gram negativo

  • e aerbio estrito. Por fim, Actinomices um microorganismo presente no

    solo, Gram positivo e anaerbio.

    Palavras-chave: Antibitico, Estreptomicina, Espectinomicina,

    Kanamicina.

    MATERIAL E REAGENTES

    Material:

    - Rolhes de algodo estril

    - Discos de papel esterilizado

    - Placas de Petri com agar nutritivo (3)

    - Estufa de incubao

    Reagentes:

    - Cultura de E. coli - Cultura de Rhizobium - Cultura de Actinomices - Soluo de Kanamicina - Soluo de Estreptomicina - Soluo de Espectinomicina - Soluo salina

    PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

    Inoculao em massa

    1. Transferimos 10 ml de soluo salina estril sobre a placa com crescimento bacteriano de E. coli

    2. Espalhmos com uma pipeta de Pasteur 3. Suspendemos as bactrias com auxilio de um rolho de algodo estril e

    inoculmos, humedecendo uniformemente, a superfcie do agar de uma

    placa nova com o rolho.

    4. Deixmos secar na estufa durante cerca de 10 minutos

    Teste de susceptibilidade

  • 5. Retirmos um disco de papel embebido de cada soluo de antibitico,

    assim como de soluo salina e colocmo-los, identificando-os, na placa.

    6. Repetimos os cinco passos anteriores para a cultura de Rhizobium e de

    Actinomices

    7. Deixmos a incubar na estufa com as seguintes temperaturas:

    a. E. coli 37C b. Rhizobium e Actinomices 30C

    8. Observmos e medimos os crculos de inibio, registando os resultados

    RESULTADOS

    Kan- kanamicina

    STR- Estreptomicina

    EPC- Espectinomicina

    Salino- soluo salina estril

    Zona de inibio de crescimento

    E.coli

    Disco

  • Actinomices

    Rhizobium

    ANTIBITICO Dimetro de inibio [cm]

    E. coli Rhizobium Actinomices

    Kanamicina 2,9 3,3 2,8

    Estreptomicina 2,8 3,5 3,4

    Espectinomicina 3,3 2,8 2,7

    Soluo salina 2,2 1,0 1,5 Tabela 1: Registo de resultados dos crculos de inibio

    Grau de sensibilidade

    Resistncia Maior Intermdia Menor

    E. coli Espectinomicina Kanamicina Estreptomicina ?

    Rhizobium Estreptomicina Kanamicina Espectinomicina ?

    Actinomices Estreptomicina Kanamicina Espectinomicina ? Tabela 2: Registo de sensibilidade aos antibiticos

  • Discusso dos resultados e concluso

    Os halos de inibio, so como o prprio nome indica, zonas onde

    no se verifica crescimento de microorganismos. Nesta actividade

    verificou-se a formao de halos de inibio, ou seja o antibitico difundiu-

    se prevenindo o crescimento de bactrias. Em alguns casos observaram-se

    dois halos (Rhizobium). O halo interior corresponde a uma zona onde no

    h crescimento bacteriano, o halo exterior corresponde a uma zona em que

    houve algum crescimento devido ao aparecimento de bactrias mutantes.

    Para uma melhor compreenso dos resultados convm relembrar que a

    E. coli e a Rhizobium so Gram + e a actinomices Gram -, sendo a

    primeira anaerbia facultativa, a segunda aerbia restrita, e a ltima

    anaerbia. Os trs antibiticos utilizados so antibiticos aminoglicosdeos

    inibidores de sntese proteica. Estes antibiticos actuam ao nvel dos

    ribossomas, provocando um erro na leitura do RNA mensageiro, ou seja

    bloqueiam a etapa inicial do processo de traduo, conduzindo morte das

    clulas. Embora os nossos resultados estejam por vezes incorrectos, devido

    a contaminaes, mau manuseamento do material, e outros erros aos quais

    fomos alheios, recorremos comparao com valores de outros grupos e

    podemos chegar a algumas concluses. O SPC um antibitico de pequeno

    espectro, o STR de grande espectro, porque conseguiu penetrar na

    camada de peptidoglicano das Gram + como nas Gram -. Em toda a

    experincia a soluo salina deveria ter funcionado como controlo positivo,

    mas tal no foi possvel porque num dos grupos anteriores ocorreu

    contaminao contudo ainda apresentava um halo de inibio pequeno em

    relao aos outros antibiticos. Conclumos que a E. coli mais susceptvel

    ao SPC e menos susceptvel ao STR. Rhizobium e Actinomices

    apresentaram maior sensibilidade ao STR e menor sensibilidade ao SPC .

    como j foi referido o Rhizobium apresentava contaminao, pois era

    possvel observar crescimento filamentoso tpico de fungos filamentosos.

    Embora no tenha sido observado, era de esperar que o Actinomices fosse

    o mais sensvel, visto tratar-se de uma bactria Gram +, como explicado

    na introduo.

    Para finalizar convm relembrar que todas estas concluses s foram

    possveis atravs da comparao de resultados dos vrios grupos, visto que

    os dados tericos no se concretizaram na prtica.

  • REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    Brock Biology of Microorganisms. Madigan, Martinko e Parker.

    Prentice Hall, 8th ed., 1997

    Manual da disciplina e apontamentos da aula

    Microbiology- Concepts and Applications. Pelczar, Chan e Krieg. McGraw-Hill, 1993.

    Microbiology. Prescott, Harley e Klein. WCB, 5th ed., 2002.

    Protocolo experimental Condies ambientais de crescimento microbiano (P9)

    http://soils.(ses.ut.ede/ch/biol4684/microbes/rizobium.html

    www.fmv.utl.pt/democ/sft/toxicelogia/toxclin.PDF

    www.epa.gov/opptintr/biotech/fra/fra002.htm

    www.micro.msb.le.ac.uk/video/Gram.html