Relatório Final Icofort1

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SO FRANCISCO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SO FRANCISCO

COLEGIADO DE ENGENHARIA DE PRODUODISCIPLINA: PROCESSOS INDUSTRIAIS

RELATRIOVISITA TCNICA ICOFORT

PROFESSORA: VIVIANNI MARQUES

ALUNAS:LUANA REGINALUZA CALADOSULLYDAIANNE DE ALBUQUERQUE

JUAZEIRO, 18 DE JULHO DE 2014. INTRODUOPor muito tempo o algodo foi utilizado apenas em processos de fabricao de produtos txteis, no qual somente a pluma era utilizada. Embora muitas sementes tenham sido utilizadas para a produo de leos medicinais, durante vrios sculos o algodo foi considerado um produto de baixo valor. Depois de um tempo, descobriu-se um importante subproduto, o caroo de algodo, que se encontra entre as dez principais oleaginosas a nvel mundial, e matria-prima para uma srie de indstrias, pois seus subprodutos so utilizados nos mais variados ramos, tais como: o leo no ramo alimentcio, o lnter para produo de pastas, algodo, fios, feltro, entre outros e o farelo para produo de rao animal e fertilizante.Atualmente so utilizados diversos tipos de leos de cozinha, sendo os mais utilizados: o leo de Canola, que considerado um dos mais saudveis pelo seu baixo teor de gorduras saturadas e de alta gordura mono insaturado; o leo de milho que relativamente baixo em ambas as gorduras insaturadas e monossaturadas; o de girassol que pobre em gordura e rico em vitaminas; o de azeite de oliva, considerado o mais saudvel de todos os leos, uma vez que rico em gordura monoinsaturada, que ajuda a reduzir o risco de doena cardaca; leo de soja que o mais usado nas cozinhas, pois possui fonte riqussima em mega 3, gordura que faz bem sade e ajuda a controlar os nveis de colesterol; leo de coco, conhecido como forte antioxidante, que reduz o mau colesterol e melhora o sistema imunolgico; e o leo de caroo de algodo, que tem um leve sabor de castanha e rico em tocoferol, um antioxidante natural, e possui variados graus de vitamina E, sendo um leo muito conhecido hoje, por ser saudvel quando comparado aos outros. A ICOFORT uma empresa pioneira no processamento de leo bruto, e tem como foco a industrializao da semente de algodo e refino de leos vegetais (leo de algodo e leo de soja). Tem como misso contribuir com nutrio e energia, atuando de forma sustentvel no fornecimento de servios e produtos derivados do agronegcio e sua viso ser lder nacional com excelncia no processamento de sementes de algodo, diversificar produtos e mercados de atuao, e possui valores como compromisso com a tica, empreendedorismo e inovao, responsabilidade social e ambiental, valorizao das pessoas, disciplina por excelncia, foco em resultados e o orgulho de ser Icofort.Sua existncia no Vale do So Francisco datada desde meados de 1999, sendo que, no ano de 2005 foi inaugurada a refinaria e envase. Atualmente sua capacidade de produo de 210 mil toneladas de caroo de algodo por safra, gerando 3 milhes de sacas de Ingredientes para Nutrio Animal, 1 milho de caixas de leo comestvel, 7 mil toneladas de lnter, 30 mil toneladas de leo bruto de algodo e 60 mil toneladas de leo refinado a granel. Todo esse trabalho gera 500 empregos diretos e 1200 indiretos.Alm de realizar a extrao do leo bruto, a empresa tambm compra leo bruto de terceiros, para suprir a capacidade requerida pela refinaria e para atender sua demanda.O leo envasado tem como destino o nordeste, j os leos semi-refinados alcanam o sudeste, como fonte de matria prima. A empresa conta com uma logstica avanada e integrada amparada em uma grande infraestrutura estratgica que garante eficincia tanto no transporte de suas matrias-primas quanto na distribuio de seus produtos, utilizando dois modais o rodovirio e o hidrovirio. METODOLOGIA

As informaes deste relatrio foram obtidas a partir de uma visita tcnica realizada na referida empresa no dia 27 de junho de 2014. Foi feita uma primeira apresentao, mostrando desde um breve histrico da organizao at o seu organograma atual, seguida de um alerta quanto aos equipamentos de proteo individual que so necessrios tanto nas atividades de cada funcionrio quanto aos visitantes.Em seguida a turma foi dividida em dois subgrupos, para que ficasse mais conveniente a observao dos processos e tambm para garantir a segurana de todos, visto que, por ser um ambiente fabril, h sempre a possibilidade de ocorrerem acidentes. A seguir so descritas todas as etapas acompanhadas e na ltima folha est o fluxograma do processo.

ACOMPANHAMENTO/DESCRIO DO PROCESSO

1. Matria prima recebida. A maior parte vem do oeste da Bahia, tanto por hidrovia (com a descarga no porto de Petrolina) quanto por rodovia, com a descarga ocorrendo no prprio galpo da empresa. Alm do algodo in natura existe a possibilidade de recebimento do leo bruto, ou seja, as primeiras partes do processo so descartadas, levando o material direto para a refinaria. O recebimento da matria prima um dos maiores problemas enfrentados pela empresa neste momento, pois a safra do algodo no atingiu as expectativas, o que refletiu na visita realizada, j que os primeiros processos no estavam funcionando. Neste caso, percebe-se a ociosidade gerada por problemas de suprimento.2. Anlise de impurezas. O material recebido descarregado no galpo e nesta etapa feita uma anlise de impurezas de cada caminho que chega, em maior parte visual, observando no s a qualidade quando feita em laboratrio como tambm a presena de folhas e cascas, aceitveis em nveis de 5 a 8%. A ultrapassagem destes limites quase nunca implica na devoluo do material, mas feito um comunicado ao fornecedor e h uma negociao no valor desta matria prima. No cho existem roscas e moinhos que so responsveis pelo transporte at a prxima fase.3. Transporte. Todo o processo ocorre com a combinao entre o transporte por roscas e elevadores, o que economiza tempo e mo-de-obra. O primeiro silo, que possui uma capacidade de 60 toneladas, onde fica o algodo que veio pelas roscas, sendo este peneirado. a chamada pr-limpeza, na qual as impurezas maiores so eliminadas.4. Separao entre lnter e caroo. Aps passar pelas peneiras a matria prima segue para a deslintadeira associada a exaustores, resultando na separao entre lnter e o caroo. A partir da o processo se divide em dois: o lnter segue para batedores que faro sua limpeza, em seguida sugado por um exaustor que o leva at uma prensa e, por fim, armazenado em um galpo. Observao: at o ano de 2010 o lnter era utilizado como combustvel nas caldeiras, porm, passou a ser vendido para indstrias Japonesas e Chinesas, sendo utilizado como matria prima de telas de LCD e at cdulas de dinheiro. A outra parte do processo segue com o caroo, passando por moinhos e laminadores que os preparam para a extrao.5. Cozimento e extrao nos silos. A essa altura os caroos j formam uma massa que ser cozida em um cilindro (com capacidade de 20 a 30 toneladas) que comporta trs cozedores que funcionam a vapor e trabalham em 90/100C. Esta massa levada para uma prensa e novamente o processo se divide em dois: a casca prensada sai a 100C e vira rao/torta, ensacada e armazenada, sendo mais um subproduto do algodo. O leo bruto extrado segue por canaletas no processo.6. O leo bombeado para filtros (com capacidade para 39/42/45 toneladas), saindo deste processo um leo bruto apenas filtrado, que tambm um dos subprodutos. A outra parte segue para a refinaria, que conta com uma torre de resfriamento e seguida por um laboratrio que realiza o controle do produto. Aps a passagem e aprovao na inspeo o produto segue para o envase.7. Sopro e rotulagem. Este processo ocorre em paralelo ao processo de extrao/refinamento do leo. Pequenas peas de 22g entram na mquina de sopro e passam por uma presso de 40kg a 115C, e aps isto sofrem um choque trmico. Esta etapa tem a capacidade de produzir 10800 garrafas por hora, com limites de 0,04% de perdas aceitveis, que podem ser reduzidas aumentando-se a insero de nitrognio nas garrafas, o que aumenta a resistncia das paredes internas da mesma. Para que as garrafas ganhem um novo formato basta apenas trocar o molde no interior da mquina de sopro. As garrafas seguem para a mquina de rotulagem e em seguida encontram-se com o leo na mquina de envase, que possui uma capacidade de 10000 unidades por hora (o que mostra a existncia de um gargalo em relao ao processo de sopro, que produz 800 garrafas a mais no mesmo intervalo de tempo). O produto final obtido em duas formas: a garrafa de 900mL, que possui aproximadamente 845g, com variao aceitvel de 0,5g para mais ou para menos de acordo com o INMETRO e em baldes de 15kg. Por fim feito o encaixotamento e os produtos seguem para o estoque final.

Quanto ao rendimento: a empresa, em perodos normais de funcionamento, recebe de 250 a 270 toneladas de algodo in natura por dia, que se resulta em 80% de torta, 13,5% de leo, 4% de lnter e 2,5% so perdas totais do processo.Quanto segurana do trabalho: O uso do EPI est relacionado com a segurana comportamental, que um termo que se refere aplicao dos conhecimentos cientficos da Psicologia Comportamental nas questes de segurana no trabalho, por isso do nosso ttulo usarmos a palavra conscientizao. A segurana Comportamental vem se juntar aos esforos despendidos por vrias reas do conhecimento humano para o trato das questes de segurana. No se pretende substituir as iniciativas da engenharia ou medicina do trabalho, mas acrescentar um novo enfoque s tradicionais medidas para a segurana no trabalho. Esta aplicao j est bem estabelecida nos EUA, na Inglaterra e na Austrlia, por apresentar ganhos significativos nos nveis de segurana da empresa. uma interveno ampla que, em parceria com a CIPA (se houver), busca envolver tanto o "cho de fbrica", quanto superviso e o nvel gerencial para que todos se sintam responsveis pela segurana, de tal forma que a atuao dos funcionrios passa a ser pr-ativa, em vez de reativa s recomendaes da CIPA ou da superviso (no sentido de fazer somente aquilo que a CIPA ou o que o supervisor manda). aplicvel s pequenas, mdias e grandes empresas.Na ICOFORT percebeu-se que a empresa investe e acredita na Segurana do Trabalho como um todo, entretanto o uso dos EPIS deixado a desejar, uma vez que os funcionrios no o utilizam adequadamente, sendo assim displicentes. Seria necessria uma conscientizao de todos na empresa, com palestras de motivao na utilizao dos mesmos.Quanto ergonomia: segundo a Associao Brasileira de Ergonomia, (ABERGO 2000), A Ergonomia objetiva modificar os sistemas de trabalho para adequar a atividade nele existentes s caractersticas, habilidades e limitaes das pessoas com vistas ao seu desempenho eficiente, confortvel e seguro. A importncia da Ergonomia est na contribuio para a promoo da segurana e bem-estar das pessoas e consequentemente a eficcia dos sistemas nas quais elas se encontram envolvidas. O Ministrio do Trabalho e Emprego, atravs da Norma Regulamentadora NR 17, com redao atual dada pela Portaria n 3.751, de 23 de Novembro de 1990, estabelece os parmetros que permitam a adaptao das condies de trabalho s caractersticas psicofisiolgicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um mximo de conforto, segurana e desempenho eficiente. As condies de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento de peso, transporte e descarga de materiais, mobilirio, aos equipamentos e s condies do posto de trabalho e prpria organizao do trabalho. Com relao ao Mobilirio dos postos sempre que o trabalho puder ser executado na posio sentada, o posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posio. Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito de p, as bancadas, mesas, escrivaninhas e os painis devem proporcionar ao trabalhador condies de boa postura, visualizao e operao. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de p, devem ser colocados assentos para descanso em locais que possam ser utilizados por todos os trabalhadores durante as pausas. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem ter altura ajustvel altura do trabalhador, nenhuma conformao na base do assento e borda frontal arredondada, com encosto de forma levemente adaptada ao corpo para proteo da regio lombar. Todos os equipamentos que compem um posto de trabalho e o prprio ambiente de trabalho devem estar adequados s caractersticas psicofisiolgicas dos trabalhadores e natureza do trabalho a ser executado. Desta forma, percebeu-se que a Ergonomia bem vigente dentro da empresa, sendo as maquinas e materiais de trabalhos adaptados para os funcionrios.Quanto ao gerenciamento da qualidade: A preocupao com a qualidade est muito presente nas fases de sopro, rotulagem e envase, provavelmente pelos nveis de controle que so exigidos de tais processos. Existe a inteno de obter a documentao para implantar padres de qualidade ISO 9000 e ISO 14000, referentes a padres de qualidade e segurana do trabalho, para que, subsequentemente, sejam alcanadas certificaes e o nvel do produto seja reconhecido como elevado, porm, a cerca de 8 anos existe a tentativa, mas os gestores afirmam ser um processo muito complexo e que envolve ainda mais tempo.