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Relatório do Grupo de Trabalho para o estudo do Fundo Antigo da UP
A primeira reunião do “Grupo de Trabalho para o Estudo do Fundo Antigo UP” só teve
lugar no dia 11 de Julho, pelo que pouco foi feito antes do início do novo ano letivo
(2011/12).
Foi possível concluir que a “data fronteira” 1945 era algo acidental, dificilmente
compatível com o adjetivo “antigo” no presente contexto. O Grupo considerou que
devia começar por tratar, essencialmente, dos séculos XVI a XVIII.
Verificou-se também, que 3 das 14 Faculdades da UP não teriam respondido ao ofício-
circular da Reitoria: Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), Medicina
Dentária e Desporto. O facto surpreendeu alguns membros do Grupo, nomeadamente
o caso do ICBAS, pelo que o assunto seria retomado oportunamente. E, de facto, após
contato com a bibliotecária do ICBAS, a Dra. Clara Macedo informou os coordenadores
que “o ICBAS não tinha nenhum livro anterior a 1945 e por isso mesmo é que não
respondeu ao ofício enviado pelo Prof. Jorge Gonçalves” (e-mail de 10 de Novembro).
Por outro lado duas outras Faculdades, Psicologia e Ciências da Educação, e Ciências da
Nutrição e Alimentação, não deixaram de responder ao citado ofício, mas estavam
praticamente nas mesmas condições.
Tomando conhecimento da existência de um outro Grupo de Trabalho, dedicado aos
Museus, e tendo em consideração que, por exemplo, gravuras ou mapas podiam
existir quer em “Fundos Antigos”, quer em Museus, foi sublinhado que havia que,
escrupulosamente, evitar sobreposição de competências.
De acordo com o documento distribuído ao Grupo de Trabalho, esperava-se que, até
ao fim de 2011, se fizesse:
1. Um inventário do Fundo Antigo Bibliográfico da UP;
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2. Uma avaliação das intervenções necessárias à adequada conservação desse
espólio;
3. Propor formas para a sua divulgação junto de diferentes públicos.
Interpretando esse “mandato” foram formuladas algumas perguntas, distribuídas
antes da reunião plenária de 12 de Outubro:
1. Existência de catálogos (impressos)? Acessibilidade na internet? Acessos a
livros (ou gravuras) digitalizados?
2. Estão já diagnosticadas necessidades de desinfestação, restauro, ou outros
tipos de intervenção?
3. Existem projetos de divulgação, a nível de uma ou mais Faculdades?
A estas questões juntava-se a disponibilidade dos coordenadores para visitarem,
acompanhados pela Dra. Ana Freitas, os Serviços das Faculdades que dispunham de
Fundos Antigos; acrescentando que “apenas se realizariam as visitas que fossem
desejadas”.
Para o efeito foram sendo divulgadas, quinzenalmente, as manhãs ou tardes em que
tais visitas podiam ter lugar, totalizando 27 possibilidades no período de 19 de
Outubro a 16 de Dezembro – dez em Outubro, nove em Novembro e oito em
Dezembro.
Todas as Faculdades com Fundo Antigo foram visitadas, salvo Medicina, que nunca
escolheu qualquer das datas disponibilizadas nem fez chegar ao Grupo de Trabalho
qualquer resposta às perguntas formuladas. Na realidade, a única informação
disponível era “possui Fundo Antigo valioso”, algo que era bem conhecido: por ocasião
dos 75 anos da UP, as Faculdades de Ciências e Medicina contribuíram igualmente
para a Exposição de (100) Livros Antigos (25 de Maio a 12 de Junho de 1987); nos 100
anos da UP a Faculdade de Medicina contribuiu para a exposição “Tesouros
Bibliográficos da UP: 1493-2011” (30 de Setembro a 20 de Novembro de 2011). É óbvio
que a Faculdade de Medicina poderá ter um programa próprio para catalogar,
digitalizar, restaurar, etc. o seu Fundo Antigo; mas o facto de alguns livros propostos
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para figurarem na exposição de 2011 não terem sido expostos pelo seu deficiente
estado de conservação parece indicar, por si só, que haveria trabalho a fazer. Os
coordenadores, designados pelo Senhor Vice-Reitor, não devem ocultar que, na sua
opinião, a Reitoria deve-se preocupar com a boa conservação de todos os Fundos
Antigos.
De facto foi essa a prioridade assumida: se o património se degradar, deixarão de fazer
sentido inventários ou ações de divulgação.
As 8 visitas a Bibliotecas de Faculdade foram muito interessantes, sendo devido um
agradecimento pelo modo como todos os responsáveis locais nos receberam e
procuraram elucidar. Como seria de esperar as situações são muito variadas,
nomeadamente quanto a pessoal e meios disponíveis. Um caso singular foi o da
Faculdade de Ciências, que se encontrava em fase de transferência das bibliotecas
departamentais para a nova Biblioteca Central da Faculdade. Cinco dos seis
Departamentos atuais tem alguns livros anteriores (ou ligeiramente posteriores) a
1800, mas não foi possível ver, com algum detalhe, mais do que parte da Biologia
(Botânica), da Matemática e da Química.
As 16 páginas anexas, “Visitas aos Fundos Antigos existentes na UP” foram,
essencialmente, redigidas pela Dra. Ana Freitas, procurando resumir os problemas
encontrados, preconizar intervenções realistas e dar uma opinião sobre a eventual
urgência de tais intervenções.
Face à quantidade de material a tratar – mesmo admitindo que outrem trataria do
abundante e valioso Fundo Antigo da Faculdade de Medicina, não seria possível
recorrer, por exemplo, à colaboração de estagiários criteriosamente escolhidos e
orientados, pelo menos em tarefas menos especializadas?
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O Grupo de Trabalho recebeu das várias Faculdades documentos relativos às suas
bibliotecas e, por vezes, sobre os Fundos Antigos (entendidos no sentido restrito
adotado):
Faculdade de Direito: séc. XVIII, 14 registos;
Faculdade de Farmácia: séc. XVIII, 10 registos 1;
Faculdade de Engenharia: séc. XVIII, 16 registos 2;
Faculdade de Economia: séc. XVI, 3 registos; séc. XVII, 2 registos; séc. XVIII, 28
registos (anteriores a 1820, 11 registos)
Faculdade de Letras: séc. XVI, 12 registos; séc. XVII, 53 registos; séc. XVIII, 353
registos 3;
Faculdade de Ciências: Edifícios do Campo Alegre (Bibliotecas Departamentais
em fase de transferência para a nova Biblioteca Central), a título de exemplo:
Botânica (séc. XVI, 10 registos; séc. XVII, 19 registos; séc. XVIII, 52 registos);
Física (séc. XVIII, 7 registos); Química (séc. XVIII 3 registos; anteriores a 1820, 8
registos);
Faculdade de Arquitetura: séc. XVIII, 16 registos;
Dum modo geral existe catalogação quase completa, alguma ainda em processo de
informatização; mas obras antigas, digitalizadas e acessíveis na internet, só raramente.
Algumas Faculdades permitem, sistematicamente, tal acesso a teses de mestrado ou
doutoramento, a publicações dos seus docentes ou investigadores, ao conteúdo de
revistas próprias, a livros de texto selecionados, etc.; trata-se essencialmente, dum
valioso apoio ao ensino, duma contribuição para a imagem externa da Faculdade.
1 Sendo provável que haja mais obras anteriores a 1800, ainda que não informatizadas.
2 Acompanhado de informação (bilingue) sobre os Serviços de Documentação e Informação da FEUP.
3 Acompanhado do catálogo impresso “Fundo Primitivo” da Biblioteca Central (1919-1928).
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No caso da parte do Fundo Antigo da Faculdade de Ciências que permaneceu no
Edifício Central da Universidade (Praça Gomes Teixeira) houve a preocupação e
possibilidade de digitalizar e colocar na internet 143 obras de autores portugueses (14
do séc. XVI, 12 do séc. XVII, 30 do séc. XVIII, 49 do séc. XIX e 38 do séc. XX), além de
146 volumes de Anuários (Academia Politécnica, Faculdade de Ciências) e de revistas
científicas (Jornal de Sciencias Mathematicas e Astronómicas, Annaes Scientificos da
Academia Polytechnica, Anais da Faculdade de Ciências do Porto, Jornal de Agricultura
Practica).
Em 2011 procedeu-se à colocação no catálogo “Fundo Antigo da U.Porto” (Faculdade
de Ciências) desses objetos digitais sobre a forma de documentos PDF pesquisáveis, de
modo a facilitar a sua consulta e reprodução.
Em resumo, tanto quanto sabemos, obras do séc. XVI a XVIII existem principalmente
nas Faculdades de Ciência e de Letras, bem como na Faculdade de Medicina.
Por último, nas condições atuais não surpreendeu que ninguém parecesse considerar
prioritária a elaboração de projetos de divulgação do Fundo Antigo.
Quando tal for possível, seria desejável que a Reitoria encorajasse, entre outras,
iniciativas interdisciplinares ou mesmo interfaculdades: um exemplo, envolvendo pelo
menos, duas Faculdades poderia ser as relações entre Botânica, Farmácia e Química.
Um exemplo, de outro género, poderia ser “O ensino da Arquitetura na Cidade: da
Escola Superior de Belas Artes do Porto à Faculdade de Arquitetura da Universidade do
Porto”.
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Estes exemplos não comprometem qualquer Departamento ou Faculdade; como é
óbvio terá de ser a partir daquelas Unidades Orgânicas que poderão surgir as melhores
ideias e propostas.
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Anexos
Visitas a Fundos Antigos existentes na Universidade do Porto
Documentos recebidos em visitas a Fundos Antigos
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Visita a Fundos Antigos existentes na Universidade do Porto
Faculdade de Direito da Universidade do Porto
No dia 20 de Outubro de 2011 foi realizada uma visita à Biblioteca da Faculdade de Direito de
forma a observar o estado de conservação das obras pertencentes ao Fundo Antigo desta
Faculdade. Este fundo, constituído na sua grande maioria pelo conjunto de livros pertencentes
ao Dr. Pedro Veiga, estende-se do século XVIII (14 registos) ao século XIX (533 registos),
possuindo ainda cerca de 978 registos para o período situado entre 1900 e 1944.
Estas obras encontram-se guardadas na galeria superior da Biblioteca, no interior de armários
de madeira com portas em vidro. A diretora da Biblioteca, Dra. Maria José Parreira, informou-
nos que se encontra implementado um programa de limpeza anual, o qual permite remover as
sujidades superficiais e observar a presença de agentes de contaminação biológica.
Futuramente será adquirido um equipamento de aspiração de forma a melhorar o processo de
limpeza das prateleiras de madeira.
Relativamente ao estado de conservação do Fundo Antigo da Biblioteca da Faculdade de
Direito, verificou-se que o principal problema reside na falta de resistência de alguns
exemplares brochados. Este problema já havia sido identificado pela responsável da Biblioteca,
a qual realizou pequenos embrulhos em papel de forma a proteger estes livros (figuras 1 e 2).
Fig. 1 e 2 – Na imagem da esquerda encontram-se volumes brochados com problemas de conservação ao nível da lombada. Na imagem da direita temos um exemplar que se encontrava embrulhado de forma a dotar a encadernação de uma maior resistência mecânica.
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Uma forma de solucionar este problema será tratar cada exemplar individualmente,
consolidando os rasgões presentes e efetuando caixas em cartão museológico isento de ácido
como forma de acondicionamento permanente (figuras 3 e 4). A digitalização destes livros em
pior estado de conservação e a sua disponibilização para a comunidade diminuirá a sua
procura e consulta por parte dos utilizadores da Biblioteca.
Mediante a observação das estantes onde se encontra acondicionado o espólio Pedro Veiga
foram contabilizados 313 livros embrulhados, que poderão beneficiar das ações de
conservação propostas.
Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto
A visita ao Fundo Antigo da Faculdade de Farmácia foi efetuada no dia 21 de Outubro de 2011,
tendo dela participado o Professor Sena Esteves, a Dra. Eduarda Fernandes, diretora da
Biblioteca, e a Dra. Cândida Martins. No decorrer desta visita foram observados os dez
volumes que constituem o Fundo Antigo. Estes objetos encontram-se guardados num armário,
separado da restante coleção da Biblioteca, sem acesso direto por parte dos alunos.
Mediante a observação dos dez exemplares, verificou-se que sete deles se encontravam em
bom estado de conservação, existindo apenas três que apresentavam alguns problemas
pontuais. Estes três exemplares, ao contrário dos restantes, não haviam sido reencadernados,
Fig. 3 e 4 – Nestas imagens podemos observar uma caixa construída à medida do objeto permitindo que
este seja colocado numa estante.
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possuindo dois deles a encadernação original (figuras 5 a 8). Um deles não apresentava
encadernação (figura 9).
Fig. 5 e 6 – Frente da encadernação (imagem da esquerda) e folha de rosto (imagem da direita) do terceiro volume da obra “Aviso ao povo a´cerca da sua saúde ou tratado das enfermidades” de Manoel Joaquim Henriques de Paiva, datado de 1787.
Fig. 7 e 8 – Frente da encadernação (imagem da esquerda) e uma tabela existente no corpo do livro (imagem da direita) do volume “Éléments de pharmacie: théorique et pratique” de M. Baumé, datado de 1784.
Fig. 9 – Folha de rosto da obra “Pharmacopoeia Collegii Regalis…" de Emmanuelle Paiva (1791).
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De forma a melhorar o estado de conservação dos três exemplares acima referidos poder-se-á
realizar operações de limpeza fólio a fólio, consolidação de rasgões, colagem de elementos em
destacamento e acondicionamento no interior de uma caixa feita à medida. Tal fará com que
estes livros adquiram uma maior resistência mecânica à manipulação, prolongando o seu
tempo de vida.
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
A visita à Biblioteca da Faculdade de Engenharia decorreu no dia 11 de Novembro de 2011. O
Grupo de Trabalho foi recebido pela Dra. Ana Azevedo, diretora da Biblioteca, e pelo Dr. Jorge
Pópulo. A visita principiou com uma pequena reunião na qual foi exposta a dinâmica de
trabalho do Serviço de Documentação e Informação e a importância de programas
desenvolvidos por este serviço como o “Fixar Memória”, que permitiu a criação de mais de 1
milhão de imagens relativas a material de arquivo relacionado com a Faculdade. Verificou-se
que a Biblioteca possuía no seu quadro de pessoal um técnico de conservação e restauro, a
Dra. Ana Margarida da Silva, e um espaço dedicado à higienização das obras e à realização de
operações de restauro curativo. Foi referida a possibilidade de a Reitoria adquirir uma câmara
de desinfestação por anoxia, um equipamento de valor elevado que permitiria eliminar insetos
de forma segura e eficaz, mesmo em objetos frágeis, e que poderia ser usado pelas várias
Faculdades como medida profilática em coleções doadas ou em coleções afetadas.
Após a reunião, o Dr. Jorge Pópulo realizou uma vista guiada aos vários espaços que compõem
a Biblioteca, nomeadamente ao Depósito Geral e de Reservados (situado no Piso -1), ao
Depósito de Reservados situado no Piso 5 e ao novo espaço destinado a armazenamento (Piso
6). Verificou-se que estes espaços já se encontram preparados do ponto de vista do controle
das condições ambiente e dos níveis de iluminação.
Foram igualmente visitadas as áreas de entrada de espécies documentais, de limpeza e de
armazenamento antes de serem inseridas no catálogo, assim como a área onde se executam
os trabalhos de conservação e restauro.
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Relativamente ao número de espécies documentais que integram o Fundo Antigo da
Faculdade de Engenharia, existem 16 volumes anteriores a 1799, 101 documentos editados
entre 1800 e 1859 e 796 livros editados entre 1860 e 1899. 7849 livros foram publicados entre
1900 e 1949.
Faculdade de Economia da Universidade do Porto
No dia 11 de Novembro de 2011 o Grupo de Trabalho para o Fundo Antigo Bibliográfico da
Universidade do Porto realizou uma visita ao Fundo Antigo conservado na Biblioteca da
Faculdade de Economia. Esta visita foi conduzida pelo Dr. Adelino Pinto, chefe de divisão da
Biblioteca, o qual nos mostrou o Fundo José António Sarmento, o qual se encontra
acondicionado dentro da Biblioteca e o restante Fundo de Reservados que se encontra
acondicionado em armários de madeira no exterior da Biblioteca. No interior da Biblioteca,
numa estante junto à entrada, encontram-se nove livros pertencentes cronologicamente ao
Fundo Antigo mas que não se encontram informatizados.
Relativamente ao estado de conservação das espécies observadas, verificou-se uma grande
deposição de sujidade superficial tanto na estantaria como nos volumes, assim como vestígios
de infestação de inseto xilófago (figuras 10 e 11). O facto de não se ter observado nenhum
inseto vivo ou morto poderá indiciar que estamos na presença de uma infestação passada,
embora só após uma limpeza e monitorização da coleção por alguns meses é que se poderá
confirmar essa premissa.
Fig. 10 e 11 – Nestas imagens podemos observar a guarda espelho e a guarda volante da frente e do verso do volume “Institutiones philosophiae practicae, sive principia ethicae universalis, atque specialis, jurisque naturae”, de Eduardi Job (Coimbra, 1831).
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Inúmeros exemplares apresentavam problemas ao nível da lombada, os quais foram
“solucionados” com o uso de fita-adesiva. Em alguns volumes a fita-adesiva encontra-se
envelhecida e em destacamento (figura 12).
De forma a melhorar o estado de conservação da coleção, esta deverá ser submetida a uma
ação de limpeza. Os volumes serão limpos superficialmente e interiormente, fólio a fólio, assim
como as prateleiras. Esta higienização do acervo permitirá identificar possíveis contaminações
biológicas e impedir que estas se propaguem às espécies que não se encontram contaminadas.
Ajudará também a eliminar partículas e poeiras que, depositadas nos cortes de cabeça dos
livros, poderão favorecer uma proliferação de esporos de fungos, e permitirá uma correta
arrumação dos volumes.
As folhas de rosto e os artigos de folheto que se encontram expostos no armário junto à
entrada da Biblioteca (figura 13) deverão ser retirados e acondicionados no interior de capilhas
feitas à medida. A sua exposição contínua faz com que o suporte de papel seja degradado
Fig. 12 – Nesta imagem podemos observar alguns dos exemplares contendo fita adesiva na lombada e que se encontram guardados nos armários de madeira situados no exterior da Biblioteca.
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pelos níveis de iluminação e pela radiação ultravioleta, assim como pela deposição contínua de
partículas de sujidade. Alguns dos exemplares guardados nesta estante são maiores que a
dimensão disponível para a sua exposição sendo danificados pela abertura das portas de
correr em vidro.
Os livros que se encontrem danificados e em mau estado de conservação poderão ser, após a
sua limpeza, acondicionados no interior de caixas feitas à sua medida.
Faculdade de Letras da Universidade do Porto
A 18 de Novembro de 2011 foi realizada uma visita ao Fundo Antigo da Biblioteca da
Faculdade de Letras. Esta visita foi conduzida pela Dra. Isabel Leite, responsável pela direção
da Biblioteca, tendo sido antecedida por uma pequena reunião na qual estiveram presentes o
Dr. João Leite e a Dra. Elisa. O Fundo Antigo é formado pela coleção pertencente à Biblioteca
primitiva da Faculdade de Letras (1919-1931), onde se inclui o espólio de Pedro Veiga,
contendo 12 títulos do século XVI, 53 volumes do século XVII, 353 obras do século XVIII, 6800
do século XIX e 26644 editadas entre 1900 e 1939. Todas estas obras se encontram
catalogadas e disponíveis no catálogo.
Fig. 13 – Pormenor das folhas de rosto e de folhetos expostos num armário com portadas de vidro, o qual se encontra junto à porta de entrada da Biblioteca.
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A visita principiou com a Sala dos Reservados, na qual se encontram guardadas as obras fac-
similadas adquiridas pela Biblioteca, assim como uma parte dos livros antigos. Estes volumes
encontram-se dentro de armários metálicos com portas de vidro, apresentando-se
higienizados. Alguns dos livros exibiam pequenos problemas ao nível da lombada, fruto do
manuseamento que sofreram ao longo do tempo.
Em seguida observaram-se as estantes compactas contendo a vasta coleção que integra o
espólio Pedro Veiga. Verificou-se que 42 livros, alguns deles com grandes dimensões,
encontravam-se em mau estado de conservação, apresentando problemas não só na
encadernação como também no corpo do livro. Examinaram-se ainda alguns metros de
estantaria metálica compacta contendo exemplares amarrados com fio do norte, os quais
existiam em duplicado, triplicado e quadruplicado, na sua maioria brochados e em mau estado
de conservação.
No piso inferior da Biblioteca visitou-se ainda uma sala fechada contendo o Fundo Primitivo da
Faculdade de Letras. Esta sala, com estantes metálicas abertas, possuía a particularidade de se
encontrar sempre iluminada, devido ao sistema elétrico não permitir que se desligue a
iluminação quando a sala não se encontra ocupada. Em algumas prateleiras foi detetada a
presença de dejetos tendo-se observado vários insetos xilófagos mortos junto aos cortes de pé
dos livros. Não se verificaram larvas dentro dos volumes, o que, dada a altura do ano, poderá
indicar que os ovos ainda não eclodiram4. Estes volumes exibiam ainda alguma sujidade
superficial.
4 O inseto xilófago da espécie Anobium punctatum é castanho-escuro, apresentando cerca de 3 a 5 mm de
comprimento. Ele possui um ciclo vital composto por quatro fases: ovo, larva, ninfa e adulto. Após a fecundação, a fêmea deposita os ovos (entre 60 a 100) em qualquer fenda, greta ou orifício da madeira, ou dos livros, recorrendo com bastante frequência a orifícios de saída antigos. Destes eclodem as larvas, passados poucas semanas, as quais penetram na madeira ou nas lombadas e interior dos livros. Aí permanecem durante um período que pode durar entre 1 a 5 anos, alimentando-se e provocando danos por vezes irreversíveis. Nesta mesma fase a larva move-se para perto da superfície do objeto, construindo uma câmara pupal onde se transforma em crisálida. Num período de 6 semanas, ocorrendo preferencialmente entre Maio e Agosto, o inseto adulto emerge do seu revestimento pupal e mastiga o seu caminho até ao exterior, deixando os familiares orifícios na madeira (ou nos livros). Esta saída provoca a queda de excrementos granulosos que, quando vistos ao microscópio, possuem a forma de grãos de trigo. Já no exterior, o adulto voa, acasala e deposita novos ovos, muito frequentemente dentro dos seus orifícios de saída, nas câmaras pupais, ou mesmo nos túneis. Como insetos adultos vivem poucas semanas. As infestações de Anobium sobrevivem em ambientes frios e húmidos, mas não conseguem sobreviver em ambientes secos, com índices de humidade relativa inferiores a 55%. Raramente atacam livros limpos, secos e arrumados, embora algumas infestações possam alastrar de prateleiras vizinhas contaminadas. (David Pinniger – “Controlo de pragas em museus, arquivos e casas históricas”. Lisboa: Biblioteca Nacional de Portugal, 2008).
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Após a visita foi possível concluir que o principal problema e aquele que merece uma atenção
mais premente prende-se com a limpeza das estantes e volumes onde se encontra o Fundo
Primitivo de forma a confirmar a presença de uma infestação ativa. Será necessário proceder à
recolha dos insetos mortos e dos seus dejetos e confirmar a espécie presente. Os exemplares
que possam estar contaminados deverão ser separados, limpos fólio a fólio e monitorizados.
Poder-se-á colocar armadilhas adesivas no chão, nos recantos e junto às paredes, datando-as e
monitorizando-as, identificando e registando o número de insetos (ou larvas) capturados e
qual a sua espécie. As armadilhas são um bom complemento das inspeções visuais e a
informação recolhida deve ser usada com o objetivo de definir medidas preventivas e de
tratamento. Elas podem também servir para testar a eficácia dos tratamentos de controlo da
infestação.
Os exemplares existentes em duplicado, triplicado e quadruplicado que se encontravam
amarrados com fio do norte e em mau estado de conservação poderão ser descartados, uma
vez que a sua reencadernação ou acondicionamento no interior de uma embalagem é onerosa
e, dado a existência de pelo menos um exemplar em melhor estado de conservação, não se
justifica uma intervenção mais dispendiosa. Os exemplares únicos poderão ser
reencadernados ou acondicionados no interior de caixas ou capilhas feitas à medida,
possibilitando a sua arrumação em estante sem comprometer a sua conservação.
Os 42 livros de grandes dimensões e em mau estado de conservação poderão ser tratados ao
longo do tempo, individualmente, e posteriormente acondicionados em embalagens feitas à
medida de forma a facilitar o seu transporte e manuseamento.
A Sala de Reservados e a sala onde se encontra conservado o Fundo Primitivo, devido ao facto
de serem salas fechadas poderão ter os seus níveis de humidade relativa, temperatura e
iluminação monitorizados de forma contínua. Para tal será necessário proceder à compra de
um aparelho de registo contínuo (um datalogger). A influência da temperatura e da humidade
relativa na prevenção de infestações é crucial uma vez que os insetos necessitam de calor e
humidade para se desenvolverem. Somente sabendo os valores corretos destes parâmetros se
poderá adotar medidas para a sua correção ou controle. A iluminação e a radiação ultravioleta
emitida pelas lâmpadas fluorescentes provocam danos cumulativos e irreversíveis, pelo que a
medição dos níveis de iluminação poder-nos-á ajudar a prever o nível de degradação esperado
ao fim de um determinado período de tempo e adotar medidas para o mitigar. De forma a
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resolver o indesejável problema da iluminação contínua, poder-se-á pensar na colocação de
um interruptor.
Faculdade de Ciências da Universidade do Porto
No dia 25 de Novembro de 2011 foi realizada uma visita aos Fundos Antigos de Botânica,
Matemática e Química, conservados na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Esta
visita foi conduzida pelo Professor João Monte e pelo Professor José Luís de Oliveira Santos.
Fundo Antigo de Botânica
O Fundo Antigo de Botânica encontra-se acondicionado em duas salas. Uma destas salas
possui o herbário, e uma outra sala contem uma mesa de trabalho e vários móveis possuindo
objetos museológicos ligados ao estudo da Botânica.
A sala onde coexiste a coleção de livros e o herbário é bastante extensa, possuindo cerca de 4
armários de madeira fechados e inúmeros armários metálicos. Num dos armários de madeira
encontram-se expostas amostras de madeira de árvores e sementes, enquanto os outros
possuem os livros encadernados. Os armários metálicos que se distribuem por toda a sala
conservam a coleção de plantas secas.
Os armários de madeira presentes nesta sala possuíam alguma sujidade e partículas, tendo-se
observado vários insetos xilófagos mortos junto aos cortes de pé de inúmeros livros. Não se
verificou a presença de larvas nos livros que pareciam possuir uma contaminação ativa.
Esta sala apresentava vários desumidificadores em funcionamento, apesar de se encontrar
uma janela aberta e não haver um registo contínuo dos valores de humidade relativa e
temperatura.
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Relativamente aos livros presentes na sala de trabalho, não se observaram vestígios de
contaminação por inseto xilófago, embora também estes apresentassem alguma sujidade
superficial.
Verificou-se que estes livros possuíam umas mechas de papel colorido as quais seriam
indicadores de diferentes períodos temporais.
Esta sala apresentava ainda um nível de iluminação bastante elevado, o que se coaduna com o
facto de ser uma sala de trabalho.
Após a visita ao Fundo Antigo de Botânica e tal como na Biblioteca da Faculdade de Letras, foi
possível identificar que o principal problema reside numa possível infestação ativa por inseto
xilófago. Desta forma, será necessário proceder à recolha dos insetos mortos e dos seus
dejetos e confirmar a espécie presente, dado que o inseto Stegobium paniceum5, da família
dos Anobídeos (onde se inclui o Anobium punctatum) alimenta-se de qualquer material de
origem vegetal, atacando espécimes em herbários. O inseto da espécie Lasiodema serricorne6
também se alimenta de plantas secas, sendo uma possível praga para o herbário. Caso o inseto
recolhido seja um dos acima referidos, dever-se-á observar os armários metálicos que se
encontrem mais próximos dos livros.
Caso a contaminação esteja restrita apenas aos livros, estes deverão ser imediatamente
retirados da sala de forma a evitar a propagação ao herbário.
5 As larvas do inseto Stegobium paniceum, ao contrário das larvas dos xilófagos que se alimentam apenas de
madeira ou celulose, devoram qualquer material de origem vegetal, mesmo os mais duros, incluindo biscoitos, tabaco, nozes e espécimes de plantas secas. Os adultos apresentam uma cor castanho avermelhada e um comprimento de 2 a 3 mm. As larvas são brancas e encurvadas. O seu desenvolvimento depende da quantidade de alimento disponível e da temperatura, sendo que com uma alimentação abundante e uma temperatura de 30º C podem completar o seu ciclo de vida em apenas cinco semanas. Com temperaturas baixas, o seu ciclo de vida pode demorar entre seis meses e um ano. Tal como o Anobium punctatum escavam pequenos orifícios circulares de saída, os quais medem aproximadamente 1,5 mm de diâmetro, produzindo dejetos de forma granulosa (David Pinniger – “Controlo de pragas em museus, arquivos e casas históricas”. Lisboa: Biblioteca Nacional de Portugal, 2008).
6 O inseto Lasiodema serricorne é muito similar no tamanho e na aparência ao Stegobium paniceum, embora as
suas antenas sejam diferentes e os élitros não possuam quaisquer marcas distintivas. As larvas são também muito semelhantes às do Stegobium e, como elas, escavam túneis e orifícios de saída para o inseto adulto. Alimentam-se de plantas secas, atacando ainda espécies contendo proteínas animais. O Lasiodema é uma praga comum em climas tropicais, embora tenha sido detetado no Reino Unido, nomeadamente no herbário de Kew (David Pinniger – “Controlo de pragas em museus, arquivos e casas históricas”. Lisboa: Biblioteca Nacional de Portugal, 2008).
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Os exemplares que possam estar contaminados deverão ser separados, limpos fólio a fólio e
monitorizados. Poder-se-á colocar armadilhas adesivas no chão, nos recantos e junto aos
rodapés, datando-as e monitorizando-as, identificando e registando o número de insetos (ou
larvas) capturados e qual a sua espécie. As janelas nunca deverão ser abertas pois não só
alteram os valores de humidade relativa e temperatura presentes na sala, como também
fornecem um ponto de entrada para outros insetos e contaminantes exteriores.
De forma a proceder a um registo contínuo dos valores de humidade relativa e temperatura
poder-se-á proceder à aquisição de um termohigrógrafo ou de um aparelho digital
(datalogger) para a sala onde se encontra o herbário. Tal permitirá perceber quais os valores
reais de humidade relativa e temperatura, a sua flutuação ao longo de um determinado
período, e se estes são adequados para as coleções acondicionadas nesta sala.
Relativamente aos exemplares conservados na sala de trabalho, este poderão ser igualmente
submetidos a uma limpeza superficial. As mechas de papel colorido deverão ser retiradas
devido à fraca qualidade do seu material.
Fundo Antigo de Matemática
Existem alguns volumes conservados na Biblioteca do Departamento de Matemática, embora
não possam ser considerados Fundo Antigo dado não serem anteriores a 1820. Dos volumes
observados, apenas dois deles eram anteriores a essa data, encontrando-se em bom estado de
conservação. Os dois únicos problemas identificados no espaço onde eles se encontram
acondicionados foram o elevado nível de iluminação e o calor emanado pelos computadores e
pelas pessoas que se encontravam a trabalhar na sala.
Fundo Antigo de Química
A visita aos Fundos Antigos existentes na Faculdade de Ciências terminou com uma visita à
Sala de Reuniões do Departamento de Química, onde se encontram três armários contendo
monografias e periódicos. Esta última etapa da visita foi conduzida pelo Professor João Monte.
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Os livros presentes nesta sala encontravam-se dispostos de forma aleatória, tendo sido
selecionados de um conjunto de livros existentes na Biblioteca de Química pela beleza das
suas encadernações. Estes volumes não se encontram catalogados, existindo apenas as fichas
antigas de catalogação. Foram detetados títulos de publicações periódicas cujos exemplares
existem na Biblioteca do Fundo Antigo da FCUP situada na Reitoria e que vieram do
Laboratório de Química (como se confirma pelos carimbos na folha de rosto e pelas cotas
circulares), nomeadamente:
Revue de Chimie Industrielle – 1 volume (1897);
Le Moniteur Scientifique – 90 volumes (de 1857 a 1879 e de 1887 a 1922);
Gazzetta Chimica Italiana – 2 volumes (1896 e 1913);
Archives d´Anthropologie Criminelle – 16 volumes (1893, 1894, 1896, 1912);
L´Anné Scientifique et Industrielle – 30 volumes (1884 a 1910, 1912 a 1914).
Estes volumes existentes na Reitoria deverão completar a coleção presente na Biblioteca de
Química, pelo que seria desejável proceder à reunião dos espólios para melhor usufruto da
comunidade.
Os livros observados na Sala de Reuniões do Departamento de Química encontravam-se em
bom estado de conservação, exibindo apenas sujidade superficial e alguns problemas pontuais
resultantes de um incorreto acondicionamento e manuseamento.
Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto
No decorrer do contato efetuado pelos Serviços de Documentação da Faculdade de
Arquitetura da Universidade do Porto foi efetuada uma visita à Biblioteca e ao Centro de
Documentação no dia 6 de Dezembro de 2011. Essa visita foi conduzida pela Dra. Teresa
Godinho, tendo dela participado ainda o Dr. Nuno Martins e o Sr. Diamantino Aguiar,
funcionários desse serviço.
Na Biblioteca foi possível observar vinte e cinco obras pré-selecionadas pelo Serviço as quais
exibiam rasgões, lacunas e problemas ao nível da lombada, dado serem, na sua maioria,
brochadas. Algumas delas apresentavam ainda fita adesiva.
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Observou-se o primeiro volume da obra “Perspectiva pictorum et architectorum”, de Andrea
Putei (1737), o qual apresentava alguns fólios soltos. Este volume possuiu ainda uma
encadernação em pergaminho, exibindo lacunas na lombada.
Os dois volumes que compunham a obra “L´Italia Monumentale…” encontravam-se em pior
estado de conservação, faltando o verso da encadernação do volume um e a frente da
encadernação do volume dois. Observaram-se ainda alguns fólios soltos e outros possuindo
rasgões de grandes dimensões.
Apesar dos problemas observados nos livros selecionados pela Biblioteca para uma primeira
intervenção de conservação e restauro, foi no Centro de Documentação que se observaram
peças em pior estado de conservação e exigindo uma ação de restauro e acondicionamento
mais premente. Neste espaço destacam-se os desenhos de arquitetura de antigos alunos, de
grande beleza, montados em molduras e marcos de madeira. Esta forma de acondicionamento
não impediu a deposição de poeiras e partículas e, fruto do incorreto manuseamento ao longo
dos tempos, inúmeras destas peças apresentavam rasgões de grandes dimensões e lacunas.
Observam-se marcas de ataque de inseto xilófago (com particular incidência nos marcos de
madeira) e de peixinho-de-prata7, o qual consumiu a camada mais superficial do suporte
originando lacunas volumétricas.
Uma ação de conservação e restauro neste tipo de objetos assentaria nas seguintes etapas:
1. Remoção do sistema de acondicionamento original (marco de madeira);
2. Limpeza mecânica superficial do suporte;
3. Planificação;
4. Consolidação de rasgões e preenchimento de lacunas;
7 Lepisma saccharina, vulgarmente designado como peixinho-de-prata, é um inseto primitivo, sem asas, com o
corpo (10-15 mm) coberto de escamas prateadas e possuindo cerdas em forma forquilha na extremidade da cauda. Estes insetos estão sempre relacionados com problemas de humidade, necessitando de um índice de humidade relativa superior a 75-80% para se reproduzirem. Em geral, alimentam-se de materiais em decomposição, entre os quais fungos microscópicos provenientes de uma vasta gama de comestíveis, incluindo a cola e a tinta do papel. Os danos causados pelos peixinhos-de-prata no papel são facilmente identificáveis pelas zonas puídas e esfoladas, bem como pelos orifícios irregulares (David Pinniger – “Controlo de pragas em museus, arquivos e casas históricas”. Lisboa: Biblioteca Nacional de Portugal, 2008).
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5. Acondicionamento no interior de um envelope feito em cartão museológico isento de
ácido, com uma frente em Melinex (figura 14).
Estas intervenções permitirão prolongar o tempo de vida dos desenhos, facilitando a sua
futura consulta por parte de investigadores. O seu tratamento será faseado, distribuindo-se ao
longo do tempo, sendo os exemplares a intervencionar selecionados pelo Centro de
Documentação.
Fig. 14 – Pormenor do sistema de acondicionamento construído para um desenho de arquitetura
pertencente à Fundação Instituto Marques da Silva. Este apresenta umas costas em cartão isento de ácido
de 1300 µm de espessura e uma frente em Melinex (tereftalato de polietileno) de 100 µm. A união entre os
dois materiais é feita mediante a utilização de fita-cola dupla face da 3M, cujo adesivo é isento de matérias
ácidas.
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Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto
No dia 13 de Dezembro de 2011 foi efetuada a última visita do Grupo de Trabalho, a qual
decorreu na Biblioteca da Faculdade de Belas Artes com a Dra. Isabel Barroso.
Os livros pertencentes ao Fundo Antigo encontram-se guardados numa sala, no interior de
armários de madeira com rede metálica. Verificou-se a existência de um plano de limpeza
anual, encontrando-se os livros higienizados e sem sujidade superficial. Observou-se também a
presença de armadilhas adesivas colocadas em cima dos livros, no interior dos armários.
Os volumes que se encontram em pior estado de conservação estão embrulhados e, alguns
deles, acondicionados no interior de caixas em cartão isento de ácido.
O levantamento das necessidades de restauro já foi efetuado no passado, embora nenhum dos
exemplares referenciados necessite de uma intervenção urgente. O facto de se encontrarem
devidamente acondicionados faz com que haja um prolongamento do seu tempo de vida.
Conclusão das visitas
Das visitas realizadas aos Fundos Antigos existentes nas várias Bibliotecas da Universidade do
Porto foi possível detetar três casos que reclamam uma intervenção urgente de conservação e
restauro: as possíveis infestações ativas nos livros de botânica conservados na mesma sala que
o herbário, no Fundo Primitivo da Faculdade de Letras e os desenhos de arquitetura
conservados no Centro de Documentação da Faculdade de Arquitetura. Este último conjunto,
apesar de não constituir um património bibliográfico, merece ações de natureza curativa de
forma a impedir a sua perda irreversível.
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Documentos recebidos em visitas a Fundos Antigos
Faculdade de Direito
Listagem das monografias existentes no SD da FDUP com data de edição entre 1700 e 1799
(ordem cronológica decrescente)
Listagem das monografias existentes no SD da FDUP com data de edição entre 1800 e 1899
(ordem cronológica decrescente)
Faculdade de Farmácia
Lista de livros anteriores a 1800 (informatizados)
Faculdade de Engenharia
Documento sobre o Serviço de Documentação e Informação da FEUP
Faculdade de Economia
Listagem do Fundo Antigo, cota RES/FA
Listagem do Fundo José António Sarmento, cota FJAS
Faculdade de Letras
Documento relativo ao número de exemplares existentes na Biblioteca
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Faculdade de Ciências
Biblioteca do Departamento de Física e Astronomia – Documento contendo os títulos das 11
monografias existentes
Biblioteca do Departamento de Química – Documento contendo os 11 registos recuperados do
catálogo da Biblioteca de Química
Biblioteca do Departamento de Biologia – Documento de 217 páginas contendo os exemplares
existentes no Fundo Antigo de Botânica
Faculdade de Arquitetura
Lista de obras registadas em Aleph na Biblioteca da FAUP
Lista de obras propostas para restauro