Relatório de Aula Prática - Composição Química da Saliva

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Relatório de Aula Prática Universidade Federal de Goiás Goiânia, 23 de junho de 2010. Acadêmico: Victor Hugo Rocha Lima Curso: Odontologia - 1º Período Disciplina: Bioquímica I Professor: Dr. Roberto N. Silva Composição Química da Saliva 1. Introdução A saliva presente na cavidade oral é constituída por secreções das glândulas salivares, sendo que as glândulas salivares maiores contribuem com maior porcentagem do total da saliva em relação as glândulas salivares menores, é composta por 99% de água e 1% de substâncias orgânicas e inorgânicas. Tem função de manutenção do pH salivar próximo à neutralidade, neutralização de ácidos e bases, além do processo de remineralização nas superfícies dentárias. Entre os componentes inorgânicos da saliva temos: Sódio (Na + ), Cloro (Cl - ), Cálcio (Ca 2+ ), Fosfato (PO 4 3- ), Bicarbonato (HCO 3- ). A composição da saliva varia com a intensidade e o tipo do estímulo usado para coleta da secreção, portanto tem de se levar em conta o fluxo salivar que varia de um indivíduo para outro, do momento da coleta, como no volume secretado nas refeições que se

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Relatório da aula prática sobre a Composição Química da Saliva, na Disciplina de Bioquímica I. Introdução sobre a função da saliva, os componentes orgânicos e inorgânicos; Materiais e Métodos para coleta salivar.

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Relatório de Aula Prática

Universidade Federal de Goiás

Goiânia, 23 de junho de 2010.

Acadêmico: Victor Hugo Rocha LimaCurso: Odontologia - 1º PeríodoDisciplina: Bioquímica IProfessor: Dr. Roberto N. Silva

Composição Química da Saliva

1. Introdução

A saliva presente na cavidade oral é constituída por secreções das glândulas salivares, sendo que as glândulas salivares maiores contribuem com maior porcentagem do total da saliva em relação as glândulas salivares menores, é composta por 99% de água e 1% de substâncias orgânicas e inorgânicas. Tem função de manutenção do pH salivar próximo à neutralidade, neutralização de ácidos e bases, além do processo de remineralização nas superfícies dentárias.

Entre os componentes inorgânicos da saliva temos: Sódio (Na+), Cloro (Cl-), Cálcio (Ca2+), Fosfato (PO4

3-), Bicarbonato (HCO3-). A composição da saliva varia com a intensidade e o tipo do estímulo usado para coleta da secreção, portanto tem de se levar em conta o fluxo salivar que varia de um indivíduo para outro, do momento da coleta, como no volume secretado nas refeições que se diferenciam do sono e até influências hormonais, por exemplo, no período de gravidez, há uma diminuição deste fluxo salivar.

Entre as glândulas que compõem a saliva estão: parótida, submandibular, sublingual e acessórias. Quando o fluxo salivar é baixo, os constituintes da glândula submandibular são os que predominam; já se o fluxo salivar for alto, os constituintes da glândula parótida são os mais importantes. O fluxo também pode alterar a concentração de alguns íons da saliva, se o fluxo salivar aumentar, os íons de Sódio, Bicarbonato também aumentam, por outro lado, as concentrações de Fosfato e Magnésio diminuem, o

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Potássio (K+) não sofre alteração, e outros possuem concentrações instáveis, como o Cloro e o Cálcio.

Substâncias Inorgânicas

Bicarbonato (HCO3-): Faz parte do Sistema Tampão da saliva e do sangue, é um sistema complexo, porque tem que se levar em consideração o equilíbrio da fase gasosa e da dissolvida em líquido. Na saliva, coletada sem estímulo, sua concentração é de aproximadamente 5 mmol/L. Se houver estímulo, pode chegar a 24 mmol/L, com fluxo superior a 2 ml/minuto, que contém CO2 e uma pressão parcial superior a da atmosfera.

Fig. 1 Representação do Sistema Tampão Bicarbonato.

(http://www.uff.br/WebQuest/pdf/acidobase.htm)

Fosfatos (PO43): Na saliva obtida sem estímulo, sua

concentração é maior do que na saliva obtida por estímulo. As concentrações de fosfatos salivares podem sofrer alterações hormonais e apresenta três espécies iônicas principais que dependem do pH.

Na reação de dissociação do H3PO4 nota-se que apresenta três zonas de tamponamento, pois possui três pKs. A dissociação do H3PO4 apresenta pK de 2; a dissociação do H2PO4

- tem pK de 6,8; e a de HPO4

2- um pK de 12. Como na saliva, cujo pH normalmente varia de 6,5 a 7,2, a forma predominante é a de fosfato biácido (H2PO4

-). Se o pH da saliva for 6,8 teremos 50% da forma H2PO4

- e 50% do HPO42- (monoácido).

Sódio (Na+ ) e Potássio (K+): São íons monovalentes presente em todos os fluidos do corpo humano.

Cálcio (Ca2+): É um cátion bivalente presente nos dentes, ossos, fluidos do corpo e tecidos moles. Tem função de excitação de nervos, contração muscular, coagulação sanguínea, ativação de algumas enzimas.

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Flúor (F-): O elemento mais eletronegativo tem propriedade de reduzir a incidência de cárie, pois é uma fonte de íon para a placa bacteriana. Na saliva, o flúor se encontra principalmente na forma iônica, e sua concentração não depende do fluxo salivar.

Substâncias Orgânicas

A quantidade de substâncias orgânicas encontradas na saliva é de 0,5%, e a quantidade de proteínas gira ao redor de 0,25%, dependendo do fluxo e dentre estas temos: enzimas, como amilase e lisozima, e outros componentes, como lactoferrina, histatinas, cistatinas, peroxidase. À medida que o fluxo salivar diminui, a concentração de proteínas aumenta.

Lisozima: É uma enzima que tem atividade antibacteriana e a capacidade de se ligar à superfície do esmalte dental, conservando sua atividade enzimática.

Lactoferrina: É uma glicoproteína, também de propriedade antibacteriana, pois se liga ao Ferro do ambiente, privando os patógenos deste nutriente essencial, tem papel de regulação da resposta inflamatória, antiviral e antifúngica.

Mucinas: Atuam como lubrificantes, controlam a permeabilidade da superfície da mucosa. Portanto, o objetivo desta aula prática é observar e pesquisar

a composição química da saliva, seus componentes inorgânicos, como o Cálcio (Ca+2), Fosfato (PO4

3-), e os componentes orgânicos, por exemplo, as proteínas e atividades enzimáticas.

2. Materiais e Métodos

Estante para tubo de ensaio Fig. 3 Pisseta

Tubos de ensaio Pipeta graduada Micropipeta manual Pêra Pisseta Pipeta conta gotas

1) Coletar saliva (4 – 5 mL). Filtra-se com gase. Manter o tubo com a amostra de saliva em banho de gelo.

Pesquisa de Ca+2 na saliva2) No tubo de ensaio 1, adiciona-se 0,5 mL de saliva.3) No tubo de ensaio 2, adiciona-se 0,5 mL de solução de Ca+2.4) No tubo de ensaio 3, adiciona-se 0,5 mL de Água destilada.

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5) Adiciona-se 2,5 mL de KOH (1,25 mol/L) em cada tubo de ensaio. Acrescenta-se 2 gotas do indicador Cal-Red em cada tudo de ensaio. Agita-se.

6) Anotar os resultados obtidos.Pesquisa de fosfato na saliva

7) No tubo de amostra, adicionar 0,1 mL de saliva. 8) No tubo de controle, acrescentar 0,1 mL de HCl (1 M). 9) Acrescentar em cada tubo, 1 mL de H2O destilada + 1 mL de Molibidato Ácido + 1 mL de Ácido Ascórbico. 10) Anotar os resultados.Pesquisa de Componentes Orgânicos 11) Colocar 1 mL de saliva em um tubo de ensaio (4). Adicionar 10 a 15 gotas do reagente do Biureto. 12) Anotar e explicar os resultados. 13) Fazer um tubo de controle com 1 mL de H2O destilada. Adicionar 10 a 15 gotas do reagente Biureto.Atividade Enzimática na saliva A partir da amostra de saliva, armazenada em banho de gelo 14) No tubo de ensaio 5, adicionar 1 mL de saliva do estoque. 15) Retirar 1 mL de saliva do tubo 5, preparar no tubo 6. 16) Retirar 1 mL de saliva do tubo 6, preparar tubo 7. 17) Acrescentar em cada tubo de ensaio 9 mL de solução salina. 18) Pipetar 1 mL de solução 1 % de amido em cada tubo de ensaio. Agitar e manter a temperatura ambiente durante 5 minutos. 19) Adicionar 1 gota de Lugol em cada tubo. Anotar e explicar os resultados.

3. Resultados

4. Conclusão

5. Referências bibliográficas

NICOLAU J, Ed. Fundamentos de bioquímica oral. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. Capítulos: 2 (Água, pH, eletrólitos, sistema tampão, p.4); 6 (Saliva – composição inorgânica, p.39); 7 (Saliva- composição orgânica, p.45). ISBN 978-85-277-1498-3.