RELATO DE EXPERIÊNCIA DO MUNICÍPIO DE TOUROS NO SEMINÁRIO FINAL DO PNAIC 2014
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NA ESQUINA DO BRASIL, O PNAIC RESSIGNIFICOU OLHARES NO PROCESSO
DE ALFABETIZAÇÃOORIENTADORES DE ESTUDO
Françoise Maria de Morais
Maria Luciene Marques dos Santos Silva
Margarete de Oliveira DuarteCOORDENADORA
Rosangela Maria da Silva
Touros/ Rio Grande do Norte
INTRODUÇÃO
Esse trabalho trata de uma amostra dos resultados da formação do Pacto Nacional
Pela Alfabetização na Idade Certa realizada no município de Touros/RN. O objetivo
principal é fazer um apanhado das experiências exitosas dos professores participantes dessa
formação com base nos pressupostos orientadores do PNAIC. Dessa maneira, serão abordados
vários aspectos relativos à formação e incorporados pelos professores(as) em suas práticas
pedagógicas no cotidiano escolar.
Assim, evidenciamos a importância que ganhou temas pedagógicos estudados tanto na formação
de Língua Portuguesa quanto em Matemática, como: Direitos de aprendizagem, jogos e
brincadeiras para o desenvolvimento da consciência fonológica; procedimentos para organização
e sistematização do trabalho pedagógico: rotina, projetos, sequência didática; o trabalho
adequado com gênero textual, sempre tomando como referência a realidade do educando para
possibilitar ao mesmo atribuir maior sentido ao que estava estudando e, avaliação como processo
de diagnóstico, tomada de decisão sobre o que fazer com o diagnóstico ( planejamento
estratégico).
Enfatizamos também as experiências de uma formação que requer do orientador de
estudos uma habilidade especial para lidar com os desafios inerentes à formação que vão desde as
estratégias para lidar com o cansaço rotineiro após uma jornada de trabalho diário até a
ressignificação do olhar do professor como protagonista/administrador do seu fazer/ato
pedagógico.
DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO/ METODOLOGIA
Esse trabalho ocorreu no âmbito da formação do Pacto Nacional Pela Alfabetização na
Idade Certa nas escolas do município de Touros/RN. Participaram deste alunos, professores e
orientadores de estudo do PNAIC. O mesmo deu-se de acordo com as vivências das formações e
também a medida que monitorávamos a aplicação prática das temáticas estudadas por meio de
encontros quinzenais em que planejávamos junto com os professores as rotinas semanais.
Também usamos como metodologia estudo dirigido, em que os professores deveriam fazer
leituras dos textos respondendo exatamente o que estava proposto; a transformação da sala de
aula em laboratório de aplicação do conteúdo estudado para socialização de experiências orais e
escritas, instrumento importante para mostrar ao professor que ele podia teorizar sua prática,
estabelecendo uma relação dialógica entre saberes e fazeres.
A maior parte das experiências aqui relatadas tem o acompanhamento do orientador de
estudo como mediador de um processo de aprendizagem recíproco, em que por meio das
temáticas estudadas no PNAIC, era solicitado aos professores alfabetizadores que realizassem
uma atividade com seus alunos(as), que podia ser organizada em projetos ou sequências
didáticas, oportunidade em que sempre realizávamos o feed back (análise e devolutivas) das
atividades até que nos parecesse adequadas ao ano, à idade e as condições de aprendizagem para
as crianças. Todos os professores participavam desse momento, inclusive, com ideias para
enriquecimento do trabalho do outro. No final, todos os professores(as) deveriam fazer um relato
de experiência escrito, para compor o portfólio do orientador de estudo.
RESULTADOS
A melhor parte de um trabalho é sempre falar de seus resultados. Neste é especial
mencionarmos as seguintes conquistas:
ORIENTADOR DE ESTUDO
Aprender a mediar os estudos respeitando as vivências dos professores alfabetizadores e
sendo sensível ao tempo que precisam para se apropriarem dos conhecimentos estudados no
PNAIC;
Construção de estratégias para lidar com o cansaço do professor na hora da formação
Tirando os jogos do armário ( Trilhas e CEEL)
uma formação complementa a outra...
-Nossos momentos de planejamento quinzenais nos polos, refletem os conhecimentos construídos
na formação do PNAIC, juntamente, com as experiências dos professores.
PROFESSOR ALFABETIZADOR
Rompimento com as práticas tradicionais de alfabetização em função de um trabalho pautado
na reflexão sobre as teorias e as propostas didáticas do alfabetizar letrando;
Reflexão acerca da tradicional defesa da retenção ao final de cada ano;
A aceitação de ideias de outros para enriquecimento de sua própria atividade docente;
Descobrindo o valor das atividades diversificadas na rotina, nos projetos e nas sequências
didáticas;
Teorização da sua prática, de forma a relatar com propriedade suas vivências como mediador
do conhecimento.
RECORTES DE PRÁTICAS EXITOSAS
PORTFÓLIOS
A FALA DOS ALUNOS
JOGOS
REGISTROS
MUDANÇA DE
PRÁTICA
Diferentes atividades
EMPRÉSTIMO DE LIVROS
USO ADEQUADO DO LIVRO DIDÁTICO
ALFABETIZADORAS GENIÁURIA E EDILEUZA – NET
USANDO O PORTFÓLIO
PARA AVALIAR A
ALFABETIZAÇÃO
USANDO A CAIXA MATEMÁTICA
COMO MATERIAL DE APOIO A
ALFABETIZAÇÃO
MATEMÁTICA
DIFERENTES MANEIRAS
DE RESOLVER
SITUAÇÔES - PROBLEMA
A IMPORTÂNCIA DO
REGISTRO
PARA ALFABETIZAÇÃO
MATEMÁTICA
USANDO O CADERNO DE JOGOS
JOGO DAS OPERAÇÕES E
TÍTULO DA ATIVIDADE
ENTENDENDO COMO SE
ORGANIZA O TEMPO
OS ALUNOS (AS)
E SEUS CONHECIMENTOS
PRÉVIOS
Observando a turma percebi que a maioria das crianças tinham dificuldades em compreender os meses, os dias dos meses, etc.
Observando a turma percebi que a maioria das crianças tinham dificuldades em compreender os
meses, os dias dos meses, etc.
Iniciei a aula perguntando pra turma se sabiam qual é o mês que
estamos.
Para minha surpresa, poucos souberam responder de imediato que o mês é
dezembro; mesmo estando escrito no quadro, tinham dificuldades ficando alguns
minutos falando o nome de meses que já passaram, até que alguém respondeu:
“estamos em dezembro, tia!”
Foi nesse momento que eu tive que explicar expondo um calendário em tamanho
real que organizamos um dia antes, e fui fazer com que entendessem como estão
organizados os meses.
As alunas Mª Júlia, Letícia, Licya e Rafaela que já estão bastante
adiantadas em sua aprendizagem, tiveram segurança em responder: “tia hoje é 5
do 12 de 2014” disse Mª Júlia, que tem o cuidado de todos os dias escrever no
seu caderno antes de eu iniciar o cabeçalho no quadro; “é o último mês do ano,
num é tia?” Já Letícia falou: “ai já está bem pertinho de eu ganhar meu
presente!” Respondeu Paulo Henrique: “por que, tu só ganha presente nesse
mês? “Taí abestalhado,” “é nesse mês que é o Natal, e é no Natal que pedimos
presentes pro Papai Noel.”
Logo depois dessa discussão, Licya vem ao meu encontro e fala: “Ah tia!
Entendi. É por isso que a gente diz mês doze, não é tia? É porque o ano tem doze
meses, começando contando de janeiro que é o mês um, até o mês doze que é
dezembro.”
USANDO MUITO BEM O MATERIAL
DISPONÍVEL
LIVRO DIDÁTICO E ACERVO DO
PNBE
2º Momento: Utilizar o livro didático ( prosa) para proporcionar as crianças um conhecimento mais aprofundado sobre as formas geométricas.
A lenda do tangram
Mostrar as peças sepa-
radamente
Explorar a quantidade
De peças e falar sobre o
Nome de cada uma.
3º Momento da atividade
Promover uma discussão e reflexão sobre as peças do tangram.
Confeccionar o tangram
4º Momento: Colorir e construir
Com as peças prontas, hora
de criar suas figuras.
Nessa atividade a criança
desenvolve a criatividade
e possibilita o surgimento de
inúmeros desafios.
Após a construção das figuras
cada criança montou a sua no
mural e falaram sobre cada uma delas.
Momento de interação e socialização
.
EIXO DE ANÁLISE LINGUISTICA
,
Trabalhei neste contexto com a intervenção, fazendo um acompanhamento nos grupos para vê cada atividade desenvolvida, desenvolvendo assim a consciência fonológica.
Nesta atividade mostrei através do material concreto as formas geométricas utilizei o próprio material exposto na sala: cesto de
lixo, porta, janela, o piso, carteiras,
entre outros.
Fazendo artes com geometria
A exposição do material na sala facilitou um aprendizado significativo para a compreensão do assunto abordado.
Momento da leitura feita pela aluna Sara
O tangram é um importante material para se trabalhar atividades relacionadas a percepção, o raciocínio e a criatividade. A aluna Sara Teixeira apresentou uma linda história escrita por ela através de um sonho que teve com as formas geométricas.
Momento da leitura.
mm
DESAFIOS NO PROCESSO...
Algumas dificuldades são sempre vivenciadas em todo processo de aprendizagem,neste caso podemos destacar: A adequação do tempo estabelecido para a formação e aquantidade de conteúdo; o deslocamento de alguns professores até o local do encontro;encontrar metodologias para manter o estímulo dos professores até o final da formação; atingira totalidade dos professores alfabetizadores com o entusiasmo e a apropriação das habilidadesnecessárias para alfabetizar; dispor de apoio logístico suficiente para desenvolvimento dotrabalho ( transporte para monitoramento, mais atenção das autoridades competentes em cadainstituição nas atividades referente ao PNAIC)
CONCLUSÃO
Este trabalho representa um marco para o entendimento/apropriação do processo dealfabetização pelos seus agentes. Uma professora falou: “ O PNAIC, representa mais para mimque a formação inicial em pedagogia.” Se representa mais é porque possibilita de forma maisclara instrumentos específicos e adequados para dar significado ao professor da importância desua prática alfabetizadora. Uma outra professora declarou: “ Não largo mais os cadernos doPNAIC. Se vou planejar eles estão comigo, se vou dar aula, também estão comigo para tirarqualquer dúvida que apareça” e acrescentou: “ Antes minhas aulas de Matemática eram muitochatas, se fosse no horário depois do intervalo, de 11:00 h os alunos já estavam de bolsaarrumada esperando o ônibus para ir embora, agora dá 11:45 h e o ônibus tem que esperar poreles, pois aprendi como planejar uma rotina, estabelecendo horário para diversas atividades emais: o que tenho aprendido sobre conceitos e a didática do ensino-aprendizagem damatemática tenho colocado em prática e isso é o que tem me motivado”
Outro dia ao chegar a uma escola da zona rural, para monitoramento, não agendado, deparei-me com o seguinte quadro: Na sala do 1º ano (a professora estava desenvolvendo umaatividade de produção textual, observei que a mesma tinha todo cuidado em mediar aatividade, explorando a linguagem adequada às características daquele gênero textual, fazendoquestionamentos, ensinando os alunos a pensar); Na sala do 2º ano ( a professora estavarealizando a leitura deleite, usando um dos livros do PNBE. Todos os alunos estavam sentadosno chão em círculo, junto com a professora que adequadamente permitia aos alunos seapropriarem da leitura por meio das estratégias de leitura previsão, inferência, verificação); Nasala do 3º ano, a professora dava aula de matemática por meio do eixo Números e Operações,conteúdo: Resolução de Problemas, observei sua preocupação em trabalhar problemas queexigissem que o aluno pensasse e a presença da caixa matemática ne mesa de cada aluno pararealização dos cálculos necessários).
Quando falamos em totalidade de educadores como protagonistas de seu fazerpedagógico, estamos nos referindo a um sonho possível. Haverá de chegar o dia em que emtodas as escolas vivenciaremos quadros dessa natureza. Professores alfabetizadores acreditandono que fazem por terem se deixado conquistar, e ao mesmo tempo, conquistando a autonomianecessária para fazer bem feito o seu trabalho. Essa é a realidade que me motiva. Esse é osonho que quero viver.
REFERÊNCIAS
BRASIL.Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à Gestão Educacional.Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa: Currículo na alfabetização: Concepções ePrincípios: ano 01: Unidade 01/Ministério da Educação, Secretaria de Educação básica, Diretoriade Apoio à Gestão Educacional.- Brasília: MEC, SEB, 2012.BRASIL.Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à Gestão Educacional.Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa: planejando a alfabetização: integrandodiferentes áreas do conhecimento: projetos didáticos e Sequências didáticas: ano 01: unidade06/01/Ministério da Educação, Secretaria de Educação básica, Diretoria de Apoio à GestãoEducacional.- Brasília: MEC, SEB, 2012.BRASIL.Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à Gestão Educacional.Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa: organização do trabalho docente parapromoção da aprendizagem: ano 01, unidade 08/Ministério da Educação, Secretaria deEducação básica, Diretoria de Apoio à Gestão Educacional.- Brasília: MEC, SEB, 2012.BRASIL.Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à Gestão Educacional.Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa: Apresentação /Ministério da Educação,Secretaria de Educação básica, Diretoria de Apoio à Gestão Educacional.- Brasília: MEC, SEB,2014.BRASIL.Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à Gestão Educacional.Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa: Organização do Trabalho Pedagógico/Ministério da Educação, Secretaria de Educação básica, Diretoria de Apoio à GestãoEducacional.- Brasília: MEC, SEB, 2014.