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Recursos Estilísticos da Leitura Neotestamentária SILVA & LUNA Revista Diálogos – N.° 11 – Abr./Mai. 2014 - Página 212 DESENTRANHANDO RECURSOS ESTILÍSTICOS DA LEITURA NEOTESTAMENTÁRIA EUFEMISMO & HIPÉRBOLE Marcos Fernando da Silva 1 Jairo Nogueira Luna 2 RESUMO: Os recursos expressivos da linguagem aplicados ao texto estabelecem a distinção estilística que o autor adota para se comunicar e também vêm marcar o grau de literalidade que permeia todo o conjunto das ideias que compõem a malha textual. Este artigo tem o propósito de realçar o emprego dos eufemismos relacionados à morte, ao ato sexual, aos gentios e a Deus dentro do texto Neotestamentário, destacando a sua ocorrência com a citação e análise de versículos que integram o corpus da pesquisa; como também, evidenciar a ocorrência e o emprego dos termos e expressões da figura de linguagem da hipérbole. Para tal fim, fez-se uso simultâneo de citações trilíngues (Grego, Português e Inglês) a fim de dar maior consistência à fidelidade do conteúdo literal-eufemístico e hiperbólico constante do verso referenciado. Ao proceder à leitura e evidenciar a localização do recurso estilístico, conclui- se com melhor isenção interpretativa o contexto expresso no 1 Professor graduado em Letras (Inglês e Português) pela AESA-CESA, Pós-graduado em Ensino de Língua Portuguesa e suas Literaturas pela UPE; E fez um curso de aperfeiçoamento em sociologia (IFPE) pela RENAFOR. E-mail: [email protected] 2 Professor orientador: Doutor, pela Universidade de São Paulo, USP - Brasil. Prof. Adjunto da UPE.

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    Revista Dilogos N. 11 Abr./Mai. 2014 - Pgina 212

    DESENTRANHANDO RECURSOS

    ESTILSTICOS DA LEITURA

    NEOTESTAMENTRIA

    EUFEMISMO & HIPRBOLE

    Marcos Fernando da Silva

    1

    Jairo Nogueira Luna2

    RESUMO: Os recursos expressivos da linguagem aplicados ao

    texto estabelecem a distino estilstica que o autor adota para

    se comunicar e tambm vm marcar o grau de literalidade que

    permeia todo o conjunto das ideias que compem a malha

    textual. Este artigo tem o propsito de realar o emprego dos

    eufemismos relacionados morte, ao ato sexual, aos gentios e a

    Deus dentro do texto Neotestamentrio, destacando a sua

    ocorrncia com a citao e anlise de versculos que integram o

    corpus da pesquisa; como tambm, evidenciar a ocorrncia e o

    emprego dos termos e expresses da figura de linguagem da

    hiprbole. Para tal fim, fez-se uso simultneo de citaes

    trilngues (Grego, Portugus e Ingls) a fim de dar maior

    consistncia fidelidade do contedo literal-eufemstico e

    hiperblico constante do verso referenciado. Ao proceder

    leitura e evidenciar a localizao do recurso estilstico, conclui-

    se com melhor iseno interpretativa o contexto expresso no

    1 Professor graduado em Letras (Ingls e Portugus) pela AESA-CESA,

    Ps-graduado em Ensino de Lngua Portuguesa e suas Literaturas pela UPE;

    E fez um curso de aperfeioamento em sociologia (IFPE) pela RENAFOR.

    E-mail: [email protected] 2 Professor orientador: Doutor, pela Universidade de So Paulo, USP -

    Brasil. Prof. Adjunto da UPE.

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    versculo examinado, o que, sem dvida, favorece uma leitura

    isenta de distores caususticas, como se v em algumas

    interpretaes formuladas ao sabor dos ventos de

    doutrinas, como bem enfatiza o escritor Paulo de Tarso, autor

    que integra o leque de escritores do Novo Testamento.

    Palavras Chaves: Eufemismo. Hiprbole. Neotestamentrio.

    Figuras de linguagem. Literatura

    ABSTRACT: The expressive resources of language applied to

    text establish the stylistic distinction that the author adopts to

    communicate and also have marked the degree of literalism

    that pervades the whole set of ideas that make up the textual

    fabric. This article aims to highlight the use of euphemisms

    related to death, sexual act, and God to the Gentiles in the New

    Testament text, highlighting its occurrence with the citation

    and analysis of verses that comprise the corpus of research. As

    well, highlighting the occurrence and employment of terms and

    expressions of figure of speech hyperbole. To this objective,

    trilingual quotes were used simultaneously (Greek, Portuguese

    and English) in order to give greater consistency to reliability

    of the literal-euphemistic and hyperbolic content constant in

    the referenced verse. When you proceed to read and highlight

    the location of stylistic resource, you conclude with better

    interpretive context exemption expressed in the examined

    verse, which favors a reading free of casuist distortions

    undoubtedly, as seen in some "interpretations" made from the

    flavor "of winds of doctrines", as well as emphasizes the writer

    Paul of Tarsus, author who integrates the range of New

    Testament writers.

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    Key-words: Euphemism. Hyperbole. New Testament. Figures

    of speech. Literature.

    INTRODUO

    No dia a dia, nas conversas, mensagens e, em geral, nos

    nossos dilogos, s vezes, fazemos uso de figuras de linguagem

    sem notarmos; usamos tal recurso lingustico para tornar as

    mensagens, conversas e dilogos mais expressivos e/ou

    significativos. E isso no diferente no que diz respeito ao

    texto onde utilizamos tais figuras como meio estratgico para

    se conseguir transmitir ou exprimir na interpretao do

    leitor/ouvinte certo efeito que normalmente a fala ou escrita,

    apenas, no poderia dar conta com a intensidade que

    gostaramos de expressar. E quando tratamos de eufemismo ou

    hiprbole, dentre as figuras de linguagem, no texto

    Neotestamentrio (do Novo Testamento) poucos conhecem de

    fato tais figuras presentes na Literatura Crist; na Bblia

    Sagrada.

    H religies que utilizam, muitas vezes, alguns textos

    Bblicos (ou partes) de forma isolada e literal; isto , leem e

    aplicam ao bel-prazer sem fazer uma pesquisa, anlise,

    comparao e interpretao, minuciosamente, mais aguada e

    reflexiva. Negligenciando, ento, elementos fundamentais para

    uma anlise textual mais segura, sadia, concisa, apurada e

    original do ponto de vista de quem a transmitiu. Exemplo

    bem ntido , s vezes, a excluso irrefletida, quando submetida

    a uma interpretao, das diversas figuras de linguagem

    presentes no mbito da literatura Crist, especificamente, no

    texto Bblico do Novo Testamento. de considervel

    importncia averiguar o texto e o contexto lingustico de tal

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    mensagem; levando em considerao uma gama de aspectos

    que, aparentemente, so bsicos - como: o idioma, a cultura, a

    poca, quem escreveu e para quem foi transmitido, o que disse

    e, alm de ser necessrio, entender os conceitos de denotao e

    conotao; para no dizermos o que no foi dito pelo autor ou

    falar o que o autor no quis dizer; fazendo, ento, uma

    interpretao presunosa, falha, subjetiva e calcada, s vezes,

    em preceitos ideolgicos pessoais ou eclesisticos. Isto , a

    interpretao adjuntiva de caususmos carrega, em si, o sentido

    eisegtico.

    Foi pensando nessas e em outras incgnitas de

    interpretao que quase toda pessoa j se deparou e/ou ainda

    nos deparamos em meio a uma passagem Bblica (muitas vezes

    simples ou difcil e, s vezes, obscura ao nosso

    entendimento; sejam acerca de figuras de linguagem ou, at

    mesmo, elementos hermenuticos) que resolvemos fazer uma

    anlise de algumas ocorrncias (com a citao e anlise do

    versculo) das expresses eufemsticas e hiperblicas

    presentes no texto do Novo Testamento trilngue: Grego,

    Portugus e Ingls (1998), e mostrar a relevncia ao se

    conhecer certos recursos lingusticos empregados,

    estilisticamente, nos textos Bblicos; como, tambm, apresentar

    em grego, portugus e ingls um quadro comparativo dos

    principais termos e expresses utilizados nos textos.

    Ao se estudar ou ler a Bblia, rica fonte literria crist,

    torna-se quase que indispensvel conhecer, na verdade, certas

    figuras de linguagem, precavendo-se de interpretaes

    pessoais. Pois, por meio desse recurso expressivo lingustico

    que o autor revela melhor suas ideias, pensamentos,

    posicionamentos e intenes; dando ao texto maior

    profundidade e, sobretudo, beleza estilstica.

    Ento, qualquer leitor ao conhecer, nitidamente, a

    estrutura, formao e procedncia seja do eufemismo ou da

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    hiprbole como duas das figuras de linguagem presentes na

    literatura do Novo Testamento, poder se sentir tranquilo,

    confiante e/ou seguro ao ler ou examinar determinadas

    passagens Bblicas contendo tais figuras. Ou seja, conseguir

    tratar com mais equilbrio e solidez os diferentes textos

    bblicos a partir das possibilidades estilsticas que o

    conhecimento das figuras de linguagem pode oferecer ou

    proporcionar.

    1. PRIMEIRO CAPTULO

    O primeiro captulo se atm s definies sobre as

    figuras de linguagem em geral e expe enfaticamente seu teor

    de relevncia no texto da literatura Neotestamentria,

    ressaltando que tal literatura sobrevive at hoje como sendo

    uma fonte riqussima em vrias reas cientficas e que, at

    ento, produzem significados para conteporaneidade; e que

    alm do seu status de Escritura Sagrada, o Novo Testamento

    uma magna obra literria das mais cativantes e valiosas por si

    s, um genuno objeto digno de estudos intensos e incessantes.

    Sendo assim, a definio que Esdras Costa Bentho (2003)

    descreve que:

    Figuras de linguagem ou de retrica so

    recursos lingusticos empregados pelo literato

    para expressar de modo concreto suas idias,

    evocando algum tipo de imagem real,

    comparao, ou de correspondncia entre as

    palavras e o pensamento. (BENTHO, 2003,

    p.307).

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    Figura de linguagem, segundo o minidicionrio de

    Caldas Aulete, uma forma que assume a linguagem para

    efeito expressivo que a afasta do uso normal da lngua.

    (AULETE, 2004, p.372).

    Nessa mesma perspectiva, afirma-nos Antunes (2013) que:

    As figuras de linguagem ou de estilo so

    empregadas para valorizar o texto, tornando a

    linguagem mais expressiva. um recurso

    lingstico para expressar, de formas diferentes,

    experincias comuns, conferindo originalidade,

    emotividade ou teor potico ao discurso. A

    palavra empregada em sentido figurado, no-

    denotativo, passa a pertencer a outro campo de significao mais amplo e criativo (ANTUNES,

    2013).

    Isso revela, estilisticamente, que a figura de linguagem

    tem um papel muito especial e de vital importncia no que

    tange questo da valorizao e expressividade textual; visto

    que, por meio desse recurso lingustico que o autor utiliza-se

    para dimensionar, expressivamente, seu discurso seja oral e/ou

    textual; dando-lhe, tanto maior significao, emotividade,

    expresso e teor potico como, tambm, novas formas,

    profundidade e, mais que tudo, encanto estilstico.

    J conforme Cmara Junior (2011, p.143) ele descreve

    como Aspectos que assumem a linguagem para fim

    expressivo [...] afastando-se do valor lingustico normalmente

    aceito [...] As figuras de palavras referem-se significao dos

    semantemas, desviando-o da significao normal. Tais figuras

    presentes na Literatura do Novo Testamento foram utilizadas

    pelos escritores, propositalmente, para tornar a linguagem mais

    rica, clara e significativa; mantendo, assim, seu esprito vivo.

    Todavia, assinalada a relevncia das figuras de linguagem;

    pois elas podem acrescentar cor e vida, chamar a nossa

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    ateno, ficar mais bem registradas na nossa memria; alm

    de conseguirem tornar os conceitos abstratos ou intelectuais

    mais concretos; podem, tambm, sintetizar uma ideia e

    estimular nossa reflexo. (ZUCK, 2003, p. 169-170).

    Da pode-se analisar o grau de importncia que a

    utilizao das figuras de linguagem; elas podem expor ou

    revelar desde os aspectos histricos ou culturais at a

    sensibilidade do autor; no uso do eufemismo, pode-se ver a

    substituio de determinadas palavras por outras mais polidas;

    evitando, ento, certas expresses ou palavras speras; como

    tambm, na utilizao da hiprbole, vemos nitidamente o

    exagero, intencional, da intensificao como fator de

    expressividade, objetivando acrescentar nfase.

    2. SEGUNDO CAPTULO

    No segundo captulo o eufemismo e a hiprbole so as

    figuras discutidas com mais relevncia e detalhes, so

    conceituadas a partir do exame de opinies abalizadas de

    especialistas no estudo da Estilstica.

    relatado de maneira pormenorizada que o eufemismo

    procede quando pretende encobrir determinadas expresses

    e/ou certas palavras pouco decentes, usadas, ora menos

    agradveis, ou, at mesmo, mais grosseiras ou que, por

    delicadeza ou religiosidade, no devam ser pronunciadas.

    Assim, o eufemismo Consiste na substituio de uma

    expresso desagradvel ou injuriosa por outra incua ou suave

    [...]. (ZUCK, 2003, p. 178)

    Como o caso, na literatura do Novo Testamento, de

    certas palavras como: morte, gentios, sexo e, at mesmo, o

    nome de Deus serem substitudos por outras palavras ou

    expresses; devido a questes religiosas, culturais e histricas;

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    visto que dentro da cultura judaica tais palavras (eufemismos

    hebraicos) no eram pronunciadas pelos judeus.

    J em relao figura de linguagem da hiprbole

    (auxese), Cmara Junior (2011, p.138), sumariza explicando

    que tal tropo o exagero da significao lingustica para fim

    de expressividade; ex: estar morrendo de sede; o mais belo do

    mundo; um sono de pedra [...].

    Segundo Aulete (2004, p.349) o eufemismo uma

    Figura de linguagem baseada na substituio de palavra ou

    expresso de sentido grosseiro, indecente ou desagradvel por

    outra de sentido mais leve e conveniente (p.ex., o uso de forte

    no lugar de gordo, de traseiro no lugar de bunda etc.).

    Isso bem visvel no corpo do texto Neotestamentrio.

    Expresses do tipo: conhecer usada no lugar de fazer sexo;

    se de cima no lugar de se Deus; os que esto longe no lugar

    de os gentios; de morte no lugar de dormir e assim por

    diante.

    Conforme a descrio de Mello (2001, p.113) o

    eufemismo a enunciao atenuada de uma palavra ou

    expresso, a fim de livr-la do sentido desagradvel,

    indecoroso ou grosseiro.

    E segundo Terra & Nicola (2009, p.124) a hiprbole

    uma figura de linguagem que consiste no exagero da

    expresso com a inteno de realar, salientar uma ideia [...].

    Assim, tais figuras revelam ou mostram mltiplos

    aspectos do pensamento da linguagem no mago figurativo-

    frasal-lingustico.

    Enquanto o eufemismo procura minimizar, suavizar ou

    atenuar certas palavras/expresses grosseiras, desagradveis ou

    rspidas; por outro lado, ento, a hiprbole vai buscar

    maximizar, exaltar (abusar) ou amplificar determinados

    termos/expresses.

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    Logo, se leva a entender que a hiprbole trabalha,

    intencionalmente, com o exagero, a ampliao ou amplificao

    da significao lingustica de uma palavra, ideia, conceito ou

    pensamento. Consequentemente, no toa que seu conceito

    etimolgico venha nos informar tal acepo; hiprbole: [do

    gr. hyperbol ao de lanar sobre] [...] figura de retrica pela

    qual se exagera, se amplifica uma ideia, um pensamento [...].

    (BUENO, 2010, p.261).

    3. TERCEIRO CAPTULO

    No terceiro captulo estudada a ocorrncia em grego,

    portugus e ingls do eufemismo em textos do NT,

    destacando-se a sua associao ao vocbulo morte.

    Visto que na literatura do Novo Testamento os

    eufemismos foram frequentemente empregados por meio de

    especficos termos e expresses que representam ou designam

    a morte. mostrado, nesse captulo, um quadro contendo

    oito recortes de versculos retirados do livro do Novo

    Testamento trilngue: Grego, Portugus e Ingls (1998) que

    contm tal eufemismo. Alm desse quadro, h tambm, este

    outro quadro comparativo de expresses e termos eufemsticos:

    LIVROS GREGO3 PORTUGUS INGLS

    1 At 7.60 Adormeceu He fell asleep

    2 1Co 15.51 Dormiremos We will sleep

    3 1Ts 4.13 Dormem [...] fall asleep

    4 Jo 11.11 Adormeceu [...] has fallen asleep

    3 A utilizao do idioma grego a partir desta pgina ser seguida de acordo

    com a bibliografia pesquisada: SAYO, Luiz Alberto Teixeira. Novo

    Testamento Trilnge (sic): grego, portugus e ingls. So Paulo: Vida

    Nova, 1998, p.345, 488, 572, 288, 187, 548, 122 e 395.

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    5 Lc 8.52 . Dorme Asleep

    6 Fp 1.23

    Partir e estar

    com Cristo

    To depart and Be

    with Christ

    7 Mc 9.13

    Tudo o que quiseram

    Everything they wished

    8 At 22.22

    Tira tal homem da terra

    Rid the earth of him

    minunciosamente analisado cada um desses

    termos/expresses em seus respectivos livros/textos/versculos;

    nos cincos primeiros versculos, no quadro comparativo acima,

    so encontrados as flexes dos verbos adormecer e dormir

    que tanto so sinnimos como foram empregados para

    substituir a expresso ou estado da morte. lembrado que

    tanto adormecer como dormir so os verbos mais usados

    na literatura Crist para representar a morte; e quem comenta

    sobre a presena do eufemismo nesses versculos MacArthur

    (2010, p.1449) ao afirmar que o termo adormecer ou dormir

    um Eufemismo comum do NT para a morte de crentes.

    Assim, diante disso, MacArthur (2010) ratifica observando

    que:

    Dormir um conhecido eufemismo do NT para

    morte que descreve o aspecto do falecido [...].

    Retrata o corpo morto, no a alma [...]. Dormir

    usado para a filha de Jairo (Mt 9.24), a quem

    Jesus ressuscitou da morte, e para Estevo, que foi apedrejado at a morte (At 7.60; cf. Jo

    11.11[...]) Aqueles que dormem so

    identificados no v.16 como os mortos em

    Cristo. [...] (MACARTHUR, 2010, p.1642)

    Nos outros trs versculos, so analisadas a finco as

    expresses eufemsticas. Retirando apenas um exemplo, tem-

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    se: Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o

    desejo de partir e estar com Cristo, o que

    incomparavelmente melhor. (Filipenses 1.23, grifo nosso).

    Haubeck & Siebenthal (2009, p.1119) explicam que a

    expresso grifada deve ser interpretada como eufemismo

    para morrer. J que, tanto partir como estar com Cristo

    lembre uma passagem desta para outra vida.

    Em sntese, Robinson (2012, p.60) explica que a

    palavra (partir) deve ser entendida de forma:

    Tropolgico. partir desta vida, morrer.

    4. QUARTO CAPTULO

    No quarto capitulo seguido o estudo detalhado do

    eufemismo aplicado ao aspecto do ato sexual e suas variantes.

    relatado que o estilo Neotestamentrio ao delinear e

    tratar das relaes sexuais no texto bem peculiar e tpico da

    cultura judaica. Visto que na cultura judaica, e em diversas

    outras civilizaes, referem-se a respeito das relaes sexuais

    atravs de eufemismos. Sendo assim, conforme ressalta

    Osborne (2009, p. 160) esse tipo de eufemismo : [...] uma

    figura particularmente associada a tabus ou questes sexuais.

    Mais adiante, explorado detalhadamente neste quadro

    comparativo os termos e expresses eufemsticas relacionadas

    ao ato sexual.

    LIVROS GREGO PORTUGUS INGLS

    1 Mt 1.25 Conheceu had union

    2 1Co 7.1 Toque to marry

    3 1Co 5.1 Possuir Has

    4 1Co 7.5

    Ajuntardes come together

    5 Ro 1.27 Contacto Relations

    6 2Tm 2.22 Paixes desires of youth

    7 Hb 13.4 / Leito/ impuro bed/ the sexually immoral

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    8 1Co 6.9 Impuros the sexually immoral

    De acordo com Bentho (2003) deve-se saber que:

    O eufemismo hebraico para as relaes sexuais

    geralmente conhecer; mas tambm,

    encontram-se outros temos: deitar, chegar-se, tocar, possuir, ajuntardes. Nas prescries

    sobre a moralidade sexual em Levtico 18

    encontramos vrias expresses eufemsticas.

    (BENTHO, 2003, p.326)

    Como exemplo base, analisando apenas a passagem de

    Mateus que voltada ao ato sexual, pode-se ver que foi usado

    o recurso estilstico-lingustico do eufemismo para suavizar e

    atenuar tal expresso tida como desagradvel, contundente ou

    deselegante ser pronunciada.

    Para melhor entendimento, o verso diz: Contudo, no a

    conheceu enquanto ela no deu luz a um filho, a quem ps o

    nome de Jesus (Mateus 1.25).

    Conforme explica MacArthur (2010, p. 1209) a

    fraseologia da expresso no a conheceu, no texto citado,

    desempenha o papel de: um eufemismo para relao sexual.

    Analogamente, tal versculo ao ser traduzido por Barker (2011,

    p. 1615) fica: Mas no teve relaes sexuais com ela enquanto

    ela no deu luz um filho. E ele ps o nome de Jesus.

    Em suma, Haubeck & Siebenthal (2009, p.613)

    ratificam a interpretao latente dessa passagem, atravs da

    anlise lingustica do timo grego que corresponde aqui a um eufemismo muito difundido nos

    mbitos bblicos e extrabblicos. Referente relao sexual..

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    Revista Dilogos N. 11 Abr./Mai. 2014 - Pgina 224

    De sorte que por meio dessa explorao exegtica4

    textual que faz com que se tenha uma melhor e ntida

    compreenso da intencionalidade eufemstica das mensagens,

    relacionadas ao ato sexual, inseridas nos relatos bblicos

    analisados; preservando assim a idoneidade do texto e

    dirimindo subjetivismos interpretativos.

    5. QUINTO CAPTULO

    No quinto captulo, busca-se extrair exemplrios

    eufemsticos associados questo scio-ideolgica da relao

    judeu-gentio.

    exposto que na cultura Judaica, registrada no escopo

    do antigo ou do Novo Testamento, existe uma concha de

    costumes, rituais e, ainda, particularidades pessoais e

    exclusivas de sua religio. Exemplo bem ntido, no contexto do

    NT, a utilizao verbal e/ou textual, no dia a dia, do recurso

    estilstico do eufemismo aplicado aos gentios e a Deus.

    ressaltado enfaticamente que tais usos foram empregados, na

    literatura crist, com o propsito de mostrar os aspectos

    histrico-culturais da tradio judaica como, tambm,

    evidenciar a maneira tpica como os judeus tratavam os no-

    judeus; isto , os gentios (povo que era excludo, discriminado

    e impuro na viso de muitos) e a Deus (o Ser de maior

    reverncia e respeito) analisado no captulo sexto.

    analisado cinco recortes de versculos que contem

    eufemismos relacionados aos gentios; podem-se ver no quadro

    comparativo as expresses e termos eufemsticos extrados

    desses versculos que foram usados para representar os gentios.

    4 Exegese o ato ou resultado de retirar o significado do texto [...] e

    explic-lo; interpretao. (DEMOSS, 2007, p.76).

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    Revista Dilogos N. 11 Abr./Mai. 2014 - Pgina 225

    LIVROS GREGO PORTUGUS INGLS

    1 At 2.39 Longe far off

    2 At 22.21 Longe far away

    3 Ef 2.13 Longe far way

    4 Ef 2.17 Longe far away

    5 Lc 13.29

    Oriente e Ocidente

    east and west

    Retirando apenas um versculo analisado, como

    exemplo, temos: Pois para ns outros a promessa, para

    vossos filhos e para todos os que ainda esto longe, isto ,

    para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar. (Atos 2.39

    destaque nosso).

    explicado que o contexto desse versculo mostra o

    apstolo Pedro exortando os seus ouvintes ao arrependimento;

    mostrando um Deus que outorga o perdo diante de um

    verdadeiro arrependimento, e, assim, por causa e efeito, declara

    essa pessoa justa ante a obra Salvvica de Jesus na cruz do

    calvrio, e tal promessa de Deus vai muito mais longe do que

    pensava os judeus. Isto , a promessa no ficaria restringida

    apenas ali, naquele lugar, entre os judeus; mas, iria difundir-se,

    expandir-se at entre os no-judeus; ou seja, os Gentios, os

    que ainda estavam longe.

    E quem mui bem corroboram, para melhor anlise, o

    sentido desse texto e, igualmente, o contexto em que se usou a

    expresso (os que ainda esto longe) so:

    Haubeck & Siebenthal (2009) ao ressaltarem que:

    = os que esto longe; isto , a promessa vale tanto para

    judeus que viveriam no futuro quanto para os que vivem em

    terras distantes, e inclusive como logo ficaria claro tambm

    para os no-judeus (cf. Is 57.19 [...]). (HAUBECK;

    SIEBENTHAL, 2009, p.677, grifo nosso).

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    Isso quer dizer que a promessa, conforme descrito no

    texto, iria se manifestar e transcender as barreiras, at, fora do

    locus judaico. Ento: Pedro refere-se aos que esto longe, os

    gentios, e aos filhos dos judeus presentes s futuras geraes

    judaicas (Ef 2.13). (KJA, 2007, p. 277).

    Portanto, fica claro e evidente que o termo (no texto em

    grego , ou em portugus longe, e seu equivalente

    no texto em ingls far away) foi usado, eufemisticamente,

    para representar a classe dos Gentios.

    6. SEXTO CAPTULO

    No sexto captulo, recorrido aos termos e/ou

    expresses mais especficos que denotam o eufemismo

    relacionado ao nome de Deus.

    mencionado que no compndio da literatura

    veterotestamentria, especificamente, no verso onze do

    captulo cinco de Deuteronmio, encontrado uma exortao

    para o povo judeu no tomar o nome do Senhor em vo, porque

    o Senhor no teria por inocente o que tomar o seu nome em

    vo (MCNAIR, 2006). Isso significa que se algum

    pronunciasse o nome de Deus indevidamente, isto , em vo,

    equivaleria a torn-lo em um ser nfimo, trivial e sem

    importncia. Diante dessas observaes, pode-se compreender

    o porqu, ento, de se usar, no cotidiano, termos

    eufemsticos para designar de maneira latente tanto o

    nome como a imagem de Deus. Isso equivale dizer que:

    Os eufemismos aplicados a Deus justificam-se pelo

    fato de que os judeus evitavam usar o nome de Deus.

    (BENTHO, 2003, p. 326).

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    Assim, como o principal efeito caracterstico do

    eufemismo , de fato, encobrir, esconder, atenuar determinadas

    palavras sem alterao do sentido, no contexto bblico; e,

    ainda, atenuar desde as palavras speras, desagradveis e

    inapropriadas, at outras que, por questes de religiosidade,

    no deveriam ser pronunciadas; como o caso do nome de

    Deus, que foi substitudo, no novo testamento, por alguns

    termos e expresses que sinalizam o eufemismo. Como

    exemplos: se de cima; se do alto; cus; Bendito; Todo-

    Poderoso [...]; podem-se ver a luz do quadro comparativo as

    expresses e termos eufemsticos relacionados a Deus:

    LIVROS GREGO PORTUGUS INGLS

    1 Jo 19.11 de cima from above

    2 Mt 3.2 Cus Heaven

    3 Mc 14.61 O Bendito Blessed One

    4 Mt 26.64

    Todo-Poderoso The Mighty One

    5 At 7.48 Altssimo The Most

    High

    Ao se analisar s o versculo dois, pode-se notar o uso

    de um termo eufemstico empregado para representar o nome

    de Deus, apenas, no livro segundo escreveu o judeu Mateus.

    A expresso reino dos cus com o sentido de reino de

    Deus.

    Arrependei-vos, porque est prximo o reino dos cus

    (Mateus 3.2).

    E quem comenta, de forma geral, o verso dois (do

    captulo trs segundo escreveu Mateus) e o uso da expresso

    reino dos cus, usada para designar reino de Deus,

    MacArthur (2010) ao explicar que a expresso

    (reino dos cus) :

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    [...] uma expresso exclusiva do Evangelho de

    Mateus. O evangelista usa a palavra cus

    como um eufemismo para o nome de Deus de

    modo a adaptar-se sensibilidade de seus

    leitores judeus (cf. 23.22). No restante da

    Escritura, o reino chamado de reino de

    Deus. As duas expresses aludem esfera do

    domnio de Deus sobre aqueles que lhe pertencem (MACARTHUR, 2010, p. 1211).

    lembrado, por fim, que h tambm alm dessa

    expresso, outros tipos de eufemismos para representar e

    mostrar respeito para com Deus; isto , por meio de termos

    ou ttulos (adjetivos como: Bendito, Altssimo e o composto

    Todo-poderoso), que designam determinados atributos e/ou

    aspectos do carter de Deus.

    7. STIMO CAPTULO

    O stimo captulo se atm anlise e ocorrncias da

    figura de linguagem da hiprbole. Onde narrado que na

    malha textual do NT possvel identificar em determinados

    versculos a forte e ntida presena, como instrumento

    metodolgico, da aplicao da hiprbole nos discursos

    materializados pelos personagens (e/ou autores) que

    compem essa esfera Ltero-Testamentria (Historie). Mais

    adiante salientado que tal recurso lingustico usado para

    realar, enfatizar, revelar e, mais ainda, evidenciar um carter

    dialtico-retrico nas discusses (homilticas) como reflexos,

    muitas vezes, de posicionamentos ideolgico-teolgicos de

    alguns lderes religiosos.

    E tal alegao reconfirmada por Osborne (2009,

    p.158), que historicamente, nos traz a memria o fato de que

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    Jesus adotou esse recurso, que os rabinos tambm usavam,

    como um de seus principais mtodos de ensino, o que nos leva

    e possibilita compreender, com mais detalhes e propriedade

    sem fugir do crculo hermenutico5, a aplicabilidade da

    hiprbole na enftica linguagem oriental.

    So examinados

    dez recortes de versculos que mostram passagens contendo

    termos e expresses hiperblicas, alm de um extenso quadro

    comparativo com as expresses e termos hiperblicos usados

    nas passagens analisadas.

    LIVROS GREGO PORTUGUS INGLS

    1 Mt 5.29 Arrancar Gouge it out

    2 Mt 5.30 Cortar Cut it off

    - --------- -------------- ----------- --------------

    Ao se analisar o segundo versculo, o trinta, visto o

    uso intencional de uma linguagem carregada de exagero

    (linguagem hiperblica), o verso diz:

    E, se a tua mo direita te faz tropear, corta-a e lana-

    a de ti; pois te convm que se perca um dos teus membros, e

    no v todo o teu corpo para o inferno. (Mt 5.30, grifo nosso)

    destacado que se fez uso consciente de verbos que

    mostram exagero e enfatizam a radicalidade, como o caso do

    uso do verbo cortar , (v.30), que em grego,

    semanticamente, vai mais alm da imagem de cortar, o uso

    manifesta a ao ou o ato de tirar fora ou decepar

    (HAUBECK; SIEBENTHAL, 2009, p.68)

    5 Segundo a descrio de DeMoss (2007, p.39), crculo hermenutico : A

    verdade que diz que, muitas vezes, as partes de um texto podem ser apenas

    entendidas luz do todo, mas, o todo s pode ser entendido luz das

    partes.

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    Revista Dilogos N. 11 Abr./Mai. 2014 - Pgina 230

    Assim, conforme explica, de maneira clara e objetiva,

    Ryrie (2007), tais textos sinalizam, por meio de termos e

    expresses hiperblicas, que: A linguagem forte a fim de

    enfatizar a comparao; i.e., o pecado extremamente perigoso

    porque leva condenao eterna, e seria prefervel perder mos

    ou olhos temporariamente a perder a vida eternamente.

    (RYRIE, 2007, p.919)

    Em sntese, por trs dessa figura de linguagem usada

    por Cristo, a hiprbole, h intenes, claramente, enfticas de

    aconselhamentos aos ouvintes/discpulos, e no devem ser,

    assim, levadas ao p da letra. ... Sendo enfaticamente

    exagerado, o conselho de Jesus para que seja tirada toda

    tentao do mal, no importa o quanto isso custe.

    (RADMACHER; ALLEM; WAYNE HOUSE, 2010, p. 26).

    CONCLUSO

    Ao concluir o presente trabalho, se reconhece, sem

    dvida, a complexidade do assunto de que se ocupa a discusso

    aqui empreendida, sobretudo, por seu objeto de pesquisa ser

    um livro de influncia formadora de uma postura religiosa que

    se ramifica no judasmo, cristianismo e outras frentes do

    comportamento religioso mundial.

    Contudo, procurou-se a preservao da idoneidade dos

    recursos estilsticos no qual se construiu a pesquisa ora

    concluda, no incorrendo em discusses de teor dogmtico ou

    pessoais, a fim de manter a viso exclusivamente da pesquisa

    acadmica, conforme se verifica ao longo do texto e das

    citaes arroladas, mesmo aquelas que enfatizam versculos do

    texto bblico, os quais destacam a ocorrncia do eufemismo e

    da hiprbole fundamentada no corpus trilngue, (grego,

    portugus e ingls), para melhor ilustrar tal verificao.

    Ao cabo de toda essa fundamentao terica e discusso

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    realizada, ficou demonstrado, sem fugir do crculo

    hermenutico e da viso conspectiva (con)textual, que as

    figuras de linguagem contribuem fundamentalmente para a

    qualidade do texto, ampliando-lhe a compreenso e a beleza

    esttica, seja em literatura de um modo geral, seja no texto

    especfico aqui utilizado, o Novo Testamento.

    No caso do eufemismo e da hiprbole, essas figuras

    mostraram-se preponderantes no texto Neotestamentrio como

    um campo frtil para a investigao dos aspectos eufemsticos

    relacionados morte, ao ato sexual, aos gentios e a Deus, e da

    aplicabilidade realante do uso enftico, expressivo e

    exagerado da figura de linguagem da hiprbole.

    Por fim, espera-se contribuir para futuras pesquisas

    sobre o assunto, inspirando novos pesquisadores a examinarem

    os recursos lingustico-estilstico-gramaticais aplicados nesse

    trabalho, estendendo-os a outros textos, sejam eles ficcionais,

    religiosos, cientficos, histricos, ou sociolgicos, de modo que

    novas luzes clareiem os caminhos da pesquisa acadmica.

    REFERNCIAS

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