Rappel e resgate - uff.br · PDF filepara apoiar os pés, na negativa, descemos no...

download Rappel e resgate - uff.br · PDF filepara apoiar os pés, na negativa, descemos no vazio, sem qualquer tipo de apoio, portando é só o aventureiro e sua corda. O equipamento deve

If you can't read please download the document

Transcript of Rappel e resgate - uff.br · PDF filepara apoiar os pés, na negativa, descemos no...

  • Rappel e resgate Mauricio Vidal de Carvalho

    AVISO IMPORTANTE

    Para praticar o rappel imprescindvel treinamento adequado orientado por profissionais habilitados. O uso incorreto de equipamentos e tcnicas pode acarretar acidentes graves, com srio risco de vida. Este artigo traz apenas informaes bsicas sobre o tema. Em hiptese alguma inicie-se em atividades verticais por sua conta e risco.

    O rappel nada mais do que a tcnica usada para efetuar uma descida vertical com oauxlio de uma corda. Utilizado por escaladores ao final de uma grande escalada, por espelogos, aodescerem em profundas cavernas, por profissionais de resgate, para o salvamento de vtimas eaventureiros que descem viadutos, prdios, pontes, pedreiras, etc...

    O resgatista Augusto Bertora iniciando a descida do vo-central da Ponte Rio-Niteri em situao real de resgate.

    Rappel uma palavra de origem francesa que significa "chamar" ou "recuperar" e foi usada para batizar a tcnica de descida por cordas, praticada em montanhismo, escalada, canyoning e em outrasatividades fins.

    . A corda "ancorada", ou seja, presa, em algum ponto seguro no topo de onde o rappeleiro ir iniciar a descida, o rappeleiro pe a corda em seu freio e comea a descida. O primeiro passo do"rappeleiro" prender uma fita solteira, em seu equipamento e no local onde a corda foi ancorada.Esta vai ser a sua segurana at que ele passe a corda em seu freio e se posicione para comear adescida.

    Tudo pronto, solta-se a solteira da ancoragem e inicia-se a aventura. Existem diferentes freios, portanto, diferentes formas de se controlar a descida. Dependendo de onde se desce, dizemos que a descida negativa ou positiva, ou seja, positiva quando, se tem apoio para os ps, quando se estadescendo por exemplo, um paredo, e conforme vamos descendo, tambm vamos pisando na parede

  • para apoiar os ps, na negativa, descemos no vazio, sem qualquer tipo de apoio, portando s o aventureiro e sua corda.

    O equipamento deve estar sempre em boas condies, devem ser de boa marca e procedncia edevem passar sempre por uma manuteno que simples, podendo ser feita por qualquer pessoa. A segurana deve estar acima de tudo, inclusive da economia, portanto melhor comprar um bomequipamento do que comprar um outro mais barato mas que no se sabe a resistncia, a capacidade eprincipalmente a qualidade.

    EQUIPAMENTOS

    Cabos ou cordas

    A corda o principal no rappel. por ela que se desce e se sobe. Como o mais utilizado, umdos equipamentos que mais sofre desgaste e por isso merece cuidados especiais. Ao amarrar a cordapara comear uma descida, de vital importncia que ela no raspe em nenhum ponto, por isso sousadas protees como mangueiras de incndio, tapetes e ancoragens secundrias contra abraso equinas.

  • Corda esttica:

    Pela definio tcnica americana, uma corda esttica deve ter o coeficiente elstico passivo(carga de 90 kg) de menos de 2% e apresentar um baixo coeficiente de deformao at muito prximoda carga de ruptura.

    A especificao de carga obviamente varia de acordo com o dimetro do material em questo.Para se ter um parmetro comparativo, uma corda de escalada com 11 mm de dimetro possui aelongao passiva da ordem de 7,5% e a deformao mxima prxima da carga da ruptura supera 30%. Note-se que o parmetro elstico no consegue por si s definir a corda esttica e mesmoaquelas que so virtualmente estticas podem no possuir a aprovao de um rgo oficial, porexemplo a NFPA (National Fire Protection Association - EEUU).

    No Brasil a maioria das pessoas chamam as cordas no dinmicas de estticas. Nsdefendemos a tese de que apenas as cordas com caractersticas definidas tecnicamente comoestticas devem assim ser chamadas. As que no se enquadram nessa categoria devem ser chamadas de cordas de baixa elasticidade, principalmente para evitar confuses e o mau uso. Cordas estticas so especialmente teis em situaes em que a elasticidade (efeito i-i) perigosa e so recomendadas para todas as situaes em que o risco de impacto inexiste. Exemplos de uso: Espeleologia (uso genrico), Rappel, resgate, operaes tticas e seguranaindustrial.

    Pr-Tensionamento: Mesmo as cordas tecnicamente estticas possuem uma pequenaelasticidade. Dependendo do tipo de operao ou comprimento da corda, essa caracterstica pode noser bem vinda. Assim sendo uma prtica relativamente comum pegar uma corda nova e tensionarcom carga de 200 a 300 kg antes do uso. Isso faz com que ela sofra uma esticadela de carter definitivo, tornando-a um pouco mais esttica.

    Corda dinmica:

    Pela sua grande capacidade de absorverem os choques, so utilizadas para assegurar aprogresso em escalada, alpinismo etc. O seu alongamento sobre 80 kg anda entre os 8% e os 5,4%, consoante a sua espessura, fabricante etc.

    Corda de impacto:

    Em certas situaes de segurana industrial e mesmo em resgate, existem operaes compossibilidade do sistema sofrer impacto. Na rea industrial comum o emprego de corda esttica em conjunto com lanyards (amortecedor passivo de choque) em operaes que podem envolver carga dechoque. Os amortecedores de choque no so recomendveis para sistemas tradicionais de resgate comoiagem e tirolesas, mas podem ser teis para alguns sistemas especficos para minimizar o choque -tanto no pessoal quanto na ancoragem.

    A corda de impacto difere da esttica por possuir o coeficiente elstico mais progressivo podendosofrer elongao superior a 20% prximo carga de ruptura.

    Exemplos de uso: Resgate, operaes tticas e segurana industrial quando existe a possibilidadede impacto.

    Cuidados:

    Cuidadosa e constante reviso das cordas deve ser feita sempre, depois e antes de us-las. A inspeo deve ser feita com luz suficiente, examinando e apalpando a corda dos dois lados, palmo apalmo. Qualquer defeito encontrado deve ser eliminado, em geral cortando-se o pedao comprometido.Se o defeito no meio da corda, infelizmente de uma corda longa obtm-se apenas duas cordas

  • curtas, mas prefervel sacrificar a corda, do que a segurana que ela fornece. Uma corda muitosofrida, ou j com longo tempo de uso, deve ser retirada de uso e devidamente marcada como tal.Para evitar um rpido desgaste de cordas, com conseqentes despesas de reposio, certas regras deconservao devem ser respeitadas:

    Corda no capacho - no pise em cima. A corda no deve ser arrastado pelo cho. Poeira epequenos cristais de rocha abrem caminho pelas fibras, e aos poucos, internamente, destroem a corda de modo no visvel da superfcie.

    Produtos qumicos: Existem dois grupos de produtos relativamente comuns (principalmente emambientes industriais) que no devem entrar em contato com cordas: cidos e hidrocarbonetos (derivados de petrleo).

    Existem vrios relatos de acidentes por rompimento de corda devido ao enfraquecimento do materialcausados por esses grupos de produtos. E ao mesmo tempo interessante e assustador saber queuma parcela considervel dessas contaminaes ocorreram dentro dos carros. A gua (cido) dasbaterias tem sido um dos viles da histria juntamente com resduos de leo, querosene, gasolina ediesel. Os Hidrocarbonetos ainda so detectveis em maior ou menor grau devido ao cheiro e cor. Mas os cidos so extremamente perigosos sendo que muitas vezes a corda se mantm em perfeito estadovisual, mesmo quando consideravelmente degradada.

    Abraso: Causada pelas quinas e arestas rochosas durante uma operao tem sido um problema umavez que normalmente resultam em danos localizados. Muitas vezes a corda est perfeita na suatotalidade exceto num determinado ponto onde acabou abrindo um talho na capa ou coisas assim. Napior das hipteses o dano pode resultar em rompimento da corda durante o uso. A capacidade para conseguir visualizar os possveis pontos de abraso, evit-los quando possvel e proteg-los quando necessrio faz parte da habilidade do usurio.

    Choque: As cordas estticas no tm nem de longe o poder de amortecimento de choque das cordas dinmicas. Assim sendo no recomendvel utiliz-la em sistemas de impacto sem a instalao de amortecedores passivos de choque (lanyard). Sem a instalao de lanyards, no caso de choque, noapenas o pessoal, mas tambm a ancoragem seria submetida ao impacto.

    Vida til Uma corda um instrumento de segurana. Dependendo de sua qualidade, do uso que se d, e de sua conservao, uma corda pode ter uma vida til mais, ou menos longa.

    A vida til de uma corda no pode ser definida pelo tempo de uso. Ela depende de vrios fatorescomo grau de cuidado e manuteno, freqncia do uso, tipo de equipamentos que foram utilizadosem conjunto, velocidade de descida em Rappel, tipo e intensidade da carga, abraso fsica,degradao qumica, exposio a raios ultravioleta, tipo de clima entre outros. H relatos de usuriosque submeteram as cordas PMI a muitos milhares de rapis antes de aposent-las. Mesmo cordas durveis e resistentes como a PMI esto sujeitas s foras destrutivas. Qualquer corda est sujeita a falha se for mal conservada ou utilizada em condies abusivas ou extremas como ao de arestascortantes ou abrasivas.

    Independentemente do tempo de uso uma corda deve ser posta de lado quando verificada umaao considervel de abraso, sofrer dano localizado na capa, submetida a um severo choque,suspeita de contaminao qumica ou de qualquer outra natureza.

    Alguns termos empregados no manuseio de cabos:

    - Ala: uma volta ou curva em formato de "O" feita com o cabo;

    - Bitola: o dimetro do cabo; pode ser expresso em polegadas ou milmetros;

    - Chicote: So os extremos livres de um cabo;

    - Falcaa: a unio de todos os cordes do chicote de um cabo por meio de um fio com finalidade defazer com que o cabo no se de