R - O termo assalto at6 Pode - Mozambique History Net...quc t:r& metade da pigina. Toda a gente...

5

Transcript of R - O termo assalto at6 Pode - Mozambique History Net...quc t:r& metade da pigina. Toda a gente...

  • ' . ':

    R _- O termo assalto at6 Podeier Sgressivo p8r'8 $s p€ssOas'.rorque n6s vivemos num Pais de'xseltos. E os assaltos sio Parar6s desestruturadores. Mas a ver-lade para mim 6 esta: a Poesiai:s!e ; Eer sacaneada neste Pais.,llm bom poem& aparece smilidero lado de tr€s maus poemas e alog6o que as pessoas t6rn di. []ou-.;ia 6 a de que ela e a coisa mais-6cil do mundo. Mas eu penso quer poesia 6 a arte maior, e comorrte maior n6s devemcis dedicar--lhe todo o respeito. A prosa mui-.os n6o se aventuram porque exi-

    ;e dias, meses, anos e os fazedorespanfletos preferem colocar em

    :inquenta ou cem palavras as suaslorcarias. Nio lhes de trabalho.lfas todos eles esquecem*se de

    lue a poesia abre todos c,s cami-rhos por onde, o prosador terfl a.arefa simples de colocar o asfal--o. Eu respeito os poetas porque,)BF& mim s6o realmente a natelas artes. Acocorerno-nos todosrerante os nossos grandes poetas.

    P - Pa,ra ti quem sio o.s gr&n-le+i poeta"s nesto momtxrto r:nr ll[r>;a.mbiquo?

    R - Quer gostem ou nlo do Z6)raveirinha ele 6 o nosso maiorioeta. Ja e altura de q proclamar-rnos em termos oficiais colno oros,so poeta nacional. E hi outros:

    Iogar, com Doucos pocmas, oPatraquiffi, o Alba, o Knopfli, es-es tr6s riltimos corn unl artcsana-.o t6o belo merecem a mitrha adrni-'ag[o. Dos ntrvos trio quel'o falar)orque sict todos lrleus amigos c)u posso cair no louaEal, ullt.errar-rne e desenterrar-me mttitas ve-tes. Aqueles de que gost.o ,sabern-no de anternS.o. O Mia Couto eneu prirno, ele esti no subiirbio e:u estou no campo.

    P --- Achas que & ptx:sia tr:nr'ronteiras?

    R - Se tem ou nio, cabe aose6ricos responder. O que sei 6lue o Knopfli pode ser portugu€s(e acho bem), franc6s, americano,)u outra coisa qualquer, mas asfiangas Verdes com Sal f azemtarte do nosso patrim6nio cultu-'al.

    IEMPO - 19/07 /87

    TIVE SI 'N{PRETIMA CRTTICAITAVORAVEI,

    P Tu tnttntles & litcral.ur*corrul ttnul t'ntrt'g& tntal. Armrultlu'Arl,ur

  • modo reaccionirio>. Eu Pergunto:haveri algum texto reacciotl6.rio ?

    Qualquer texto e mult issignif icat i-vo. Eu pego um Borges e le,io ape-nas o texto e esquego-me do Bor-ges como pessoa. O texto Pode in-comodar toda a gente e eu como

    P - Eu sei que tu if, tivesteprobtema^s eom alguns dgt- teusl"abatttot que foram rejeitadospor questdcs itlcol6gicas e n6o li-t"trtio-t. Que comentSrios fazes aess& situac5o?

    R - Aqui he uma grande con-tusao que 6 Preciso esclarecer. Eununca tive problemas ideol6gicoscom este pais. Nunca fui contra'O problcma nasce quando eu co'loco um personagem a afirmar quea p6tr ia est i a fornicar-me. Mas acopula 6 sempre um acto dea m o r . . .

    P -- Quereri isto dizer que omaneira como tu lrrogra,ma.s otexto nio admite inte rpretag6esarbitririas, isto 6,, que se extra-poit'?

    R _- Quando tu colocas 5 tiPosem frente a um rio e Perguntaso que voces est6o a ver' um dizque esti a ver igua; o outro dizclue csta a vcr os raios do sol re-flectindo-se nas iguas; o terceirodiz que est5, vendo &s ancas deuma mulher a serem construidaspor este arquitecto, as iguas; oquarto di:" estou a ver Pelxes; oquinto 6la que n[o esti a ver na'

    :..,'$j"+-'ri.t]::"::t

    ' t rw.,Wo'

    .Ouando eu af i rmo que os 'prosadores,

    grandes e pequenos ' devem consul tar o cu '

    rendei ro , nao achanl que estou a dar cJr l t rnu idac le ao prazer de contar h is tor ias?"

    R - Todo o sonho baseia'se narealidade. Eu hoje vou Para Nam-pula, de NamPula Parto Para Na'rntpa. O que 6 que eu vejo? Vejona popqipcao a nudez, a fome, ochoio e-iim sonho de que amanhltud.o seri melhor. Mas esse sonhovai-se esboroando sobre esta reali-

    i ,II

    !

    i lIr i

    1 r i

    I

    pessoa"n6o.Vou dar um

    u

    exemplo: queria,qfi,:is dade. O que 6 que eu retenho? A

    TEMPO - 19, t07187

  • ds. Qualquer tetto, plural que t l ,est6 sujeito & uma leitura Plural.

    Vem-me um t ipo e diz-me assim

  • iiIl .I !t !l tt i

    il

    t t .t l

    i ,I

    ma daquele que se atira as l idesliterS.i ' ias. E 6 por isso que a gran-de l igi.o de Hemingway se resumeno seguinte: em cada texto atiratodo o teu saber. I i neste contextoque eu af i rmei que o autor al fa-

    r-betiza-sc e dcsalfabctiza-se. E nes-t . - - + v - t

    -_ ] t -Togd he sempre uma f inal idade:Llescrwer o que nunca foi cscrito.

    lMas sabemos nt . rs, mortais, o que

    inunca. , fo i escr i to? E a minha du-vida.

    P - No dia do langamt'nto dtrit^*r ti*o, fala.sfu, tla faialidatlt' daprosa. Aert'dilas na fatalida.dt' daprose mo(amirieana? Aeonst' l l tas-trr todos os prosa,dort's a coltsulta-

    "H6 que assumir a l i teratura como umfim, pondo de parte quest6es como (es-Crever para QU€lTln e (escrever O que"

    rem o cur&ndeiro. QunJ o papel docurandeiro?

    R - Quando um curandeiro abreb em frente do consu-lente, ele saberi de antemio & re-ceita a prescrever? Ou isto 6 umjogo? O praznr da divida, da irueerteza no olhar, no gesto e emhrdo. F quando eu afirmo que osprog{ddres, grandes e pequ".tos,devegl consultar o curandeiro nioEchuil

    'que estou s dar contiqui-

    48

    dade ao prazer de contar histo-r ias? E a dar uma outra v is5.o danossa real idade l i terar ia ? Porque6 que paramos no nosso pr imeiro

    livro ? Ser6. que a morte basta 1_rorsi so para expl icar este fenomenotodo? E uma duvida. Eu so tenhoduvidas, porque se tivesse certe-zas, com o dtz o Abelaira,

    '€screve-

    r la ensatos.

    , ll r