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Brigada contra Incêndio e Plano de Emergência

Responsável pelo Conteúdo:Profa. Esp. Erika Gambeti Viana de Santana

Revisão Textual:Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco

Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:• Introdução ao tema

• Leitura Obrigatória

• Material Complementar Fonte: iStock/Getty Images

Objetivos• Conhecer o procedimento de resposta à emergência.• Apresentar os sistemas de extinção de incêndio por inundação total com agente

extintor limpo.• Apresentar os princípios básicos de funcionamento dos sistemas de detecção e alarme.

Normalmente com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.

Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”.

No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.

Bons Estudos!

Brigada contra Incêndio e Plano de Emergência

UNIDADE Brigada contra Incêndio e Plano de Emergência

Introdução ao temaNormalmente, associamos brigada de incêndio aos profissionais treinados como

os bombeiros, que trabalham para combater o fogo. Mas, conforme descrito na NBR 14276/2006, essa brigada é formada por pessoas que trabalham na própria empresa e que são capacitadas para atuar em ocorrências e momentos de emergência, ajudando no combate a incêndio e também realizando trabalhos de prevenção e conscientização.

Esses profissionais devem ser voluntários, podem ser indicados ou não e comporão o grupo de brigada de incêndio da organização. Devem ser voluntários, pois no casopossuirão verdadeiro interesse em ajudar a combater incêndios e acompanhar aspessoas no momento de emergência. Tais pessoas normalmente são comunicativas,participativas e tomam decisões em diversas situações.

Se esses membros fossem escolhidos de maneira obrigatória, o rendimento poderia cair e até mesmo poderia ser colocado todo o serviço de proteção e combate a incêndio em risco, causando acidentes graves e não seguindo o intuito original, que é salvar vidas.

É necessário que se crie um plano de emergência, este servirá para que os funcionários saibam como abandonar o edifício onde estão em caso de acidentes. Definirá também as áreas onde poderão se abrigar; como anunciar o incêndio; como informar para o Corpo de Bombeiros; servirá até mesmo para amenizar o pânico dos demais no caso da ocorrência.

Quem determina a necessidade de um plano de emergência e até mesmo de uma equipe de brigada de incêndio em uma empresa é o Corpo de Bombeiros, cujo representante irá à empresa avaliar os riscos e o tamanho do edifício. Normalmente, os bombeiros determinam essas necessidades em uma vistoria para o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB).

Os projetos de alarme e incêndio servem para definir quais requisitos mínimos serão necessários para a implantação de um sistema de detecção e alarme de incêndio para uma edificação.

Estudaremos os sistemas fixos de inundação neste material, identificaremos os métodos de aplicação dos agentes limpos, agentes esses que não são tóxicos e não agridem as pessoas e as áreas afetadas por incêndios. Assim, conseguiremos escolher o melhor agente a ser usado de acordo com cada área.

No sistema de detecção e alarme de incêndio, podemos verificar como escolher os pontos onde deverão ser colocados os diferentes tipos de detectores, seus componentes e também apresentar como funciona cada um dos quais e seus princípios básicos e aplicabilidade, sem esquecer as regras de instalação que devem ser seguidas. O objetivo maior é identificar os tipos de detectores e suas funções e assim compor sistemas convencionais e inteligentes de detecção e alarme de incêndio, além de conhecer as limitações e dificuldades de cada um, minimizando, assim, os problemas.

Finalmente, o projeto de iluminação de emergência tem por finalidade verificar onde devem ser posicionados os pontos de iluminação dentro de uma edificação, constatando onde são os pontos mais difíceis e também analisar criticamente o sistema de iluminação.

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Leitura ObrigatóriaBrigada Contra Incêndio e Plano de Emergência

Antigamente, quando se mencionava brigada contra incêndio, dizia-se exatamente em treinar pessoas dentro de uma empresa, que pudessem manusear os equipamentos existentes no local que auxiliariam nesse combate, como extintores e hidrantes. Isso era uma determinação da Superintendência de Seguros Privados (Susep): tornar as pessoas aptas a operar os equipamentos, já que esses eram manuais e precisariam de pessoas treinadas para isso.

A NBR 14276 é a norma que regulamenta a quantidade de brigadistas que serão necessários em um ambiente, uma vez que tal número depende diretamente à quantidade de pessoas que ali se encontram. E também abrange os temas primeiros socorros, incêndio e abandono do local.

Com a evolução e novas técnicas, o Corpo de Bombeiros, principal representante quando se menciona incêndio e como combatê-lo, traz a Instrução Técnica (IT) n.º 17/2011, que insere novos itens e apresenta alterações necessárias ao bomandamento do processo, baseando-se na NBR 14 276 e fixando um aumento de cargahorária para esses treinamentos.

Essa equipe de brigada existente precisará se manter atualizada e também serão necessárias reciclagens anuais para que estejam cientes das mudanças e novos equipamentos que possam ser desenvolvidos, ou até mesmo alterações nas regulamentações. Caso exista uma mudança de mais de 50% dos equipamentos existentes no local, essa reciclagem também será exigida.

A norma regulamentadora a ser utilizada nos treinamentos para brigadistas será a NBR, uma vez que não existem outras regulamentações oficiais na cidade ou no Estado. Existindo uma regulamentação no Estado, esta deverá ser seguida como a principal, exemplo: São Paulo possui a IT n.º 17/2011, portanto, a mesma é seguida com prioridade.

Como mencionado, normas regulamentadoras NBR e IT estipulam a quantidade de brigadistas necessários de acordo com a população fixa de um determinado local e quantos brigadistas são necessários por pavimento, dando números exatos para uma população de até dez pessoas.

Esse número, sendo maior que dez pessoas, segue alguns parâmetros a mais, considerando os riscos baixos, médios e altos. Sendo, em caso de risco baixo, que se acrescenta um brigadista para cada vinte pessoas; em risco médio, um para cada quinze pessoas; e em risco alto, um brigadista para cada dez pessoas.

Como já mencionado, a IT sobrepõe a NBR também para a determinação da quanti-dade de brigadistas necessários no local, já que esta é a regulamentação oficial do Estado.

Além dos brigadistas treinados no local, existe também a possibilidade de recorrer a um órgão de socorro público, discando 193. O importante é conseguir analisar se será

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UNIDADE Brigada contra Incêndio e Plano de Emergência

necessário ou não. Devemos examinar os seguintes itens para poder, também, efetuar a avaliação sobre outros critérios:

• Podemos afirmar que o socorro público será eficiente, analisando a estrutura do local?

• O que será necessário e como aferir de forma simples essas necessidades?

Tais critérios seriam os seguintes:

• Verificar se existe um hidrante próximo ao local – hidrante completo, commangueiras que possuam até 150 metros;

• Capacidade mínima para as bombas de 2.000 rpm;

• Se a distância percorrida pelo socorro será de acordo com os estudos realizados,considerando suas perdas e obstáculos, uma vez que é necessário que o socorro sejaimediato para minimizar os riscos de graves acidentes – o tempo máximo para quese inicie um socorro é de mais ou menos vinte minutos, passados esses minutos jáserá quase que impossível salvar algo;

• Esse socorro tem capacidade de salvar as pessoas, ventilar e proteger os salvados?

Após analisados esses critérios, é importante ressaltar algumas regras gerais a serem observadas:

• Aumentar a reserva de incêndio, caso não exista hidrantes – água – no local;

• Verificar a distância do local onde o hidrante está localizado para que as mangueirasatendam a essa distância;

• Após verificar se os equipamentos atendem bem, é necessário criar uma equipe debrigada de incêndio.

Caso os equipamentos não atendam bem e o socorro público demorar, o melhor é treinar uma equipe de brigada boa, que entenda os princípios de incêndio e dimensionar essa brigada para que possa atender ao necessário.

Tal brigada poderá ser treinada não apenas para tratar do incêndio no momento do ocorrido, mas também para que possam cuidar do meio ambiente e também ajudar nos procedimentos de abandono e primeiros socorros.

Quando se decide criar uma brigada de incêndio, é necessário observar alguns pontos, em relação aos treinamentos:

• O brigadista é um funcionário voluntário, que se coloca à disposição a ajudar, demodo que não pode ser algo sofrido, obrigatório ou que vá contra a vontade domesmo. Não receberá nenhuma remuneração extra para participar da brigada.Caso se sinta incomodado com as exigências ou sofra ao participar, certamente nãovoltará a participar na reciclagem;

• Deverão ser cuidadosamente observados os riscos nos treinamentos, para que aintegridade física e psicológica dos participantes não seja atingida, principalmentenos treinamentos práticos com fogo;

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• Propor roupas apropriadas para o tipo de treinamento, roupas sintéticas, inclusiveas íntimas, pois em ambientes quentes podem colar na pele;

• Fornecer os equipamentos de segurança adequados, para que os participantesminimizem os riscos de acidentes – camisetas com mangas cumpridas, luvas,capacetes e protetores faciais;

• Promover um churrasco ou algo do gênero após os treinamentos, pois isso motivaráa equipe.

Em relação aos brigadistas:

• Criar bóton, faixa ou outro acessório que o diferencie dos outros funcionários;

• Realizar pequenos treinamentos periodicamente para que se lembrem do treina-mento inicial e também para que conscientizem os demais profissionais, sem atra-palhar o desempenho em suas demais atividades e com suas chefias;

• Divulgar e não deixar que ninguém se esqueça da semana nacional de prevençãode incêndio – 2 de julho;

• Ademais, é necessário que anualmente seja realizada uma reciclagem prática.

As normas regulamentadoras NBR e IT também trazem alguns outros complementos a essas informações:

• Menção a formar instrutores a partir dos funcionários habilitados;

• Entrega de certificados para que seja considerado um treinamento com extremaimportância e que habilita a algo;

• Determinar documentos, fluxogramas, critérios e formas de organização para queos treinamentos sejam baseados nos quais;

• Apresentar documento complementar dos campos para treinamentos (NBR 14277).

Procedimentos de Resposta a Emergências

Os procedimentos existem para que as empresas tenham premissas a seguir, conhecendo e estabelecendo os riscos de suas edificações. Esses têm como maior objetivo salvaguardar vidas, patrimônios e também o ambiente.

Quais seriam as situações de emergência com que podemos nos deparar no dia a dia?

• Incêndios, explosões e seus causadores – derramamentos e vazamentos;

• Tipos de vazamentos que podem ocorrer – gases, líquidos inflamáveis;

• Desabamentos, emergências ambientais, vendavais, quebra-quebra, distúrbios,enchentes, falta de energia, gás, luz e destelhamentos;

• Tipos de intoxicação alimentar;

• Roubos, furtos e assaltos;

• Mobilizações, greves.

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UNIDADE Brigada contra Incêndio e Plano de Emergência

É necessário para a elaboração dos procedimentos que se tome base pelos órgãos que trabalham com o serviço de emergência, como o Corpo de Bombeiros.

É relevante observar os requisitos básicos para um bom funcionamento de Corpo de Bombeiro, tais como: local de encontro, equipamentos necessários, pessoal, meios de comunicação, água e legislações adequadas.

Todos esses requisitos básicos citados servem para que o Corpo de Bombeiros possa atender prontamente a uma emergência. Precisam ter uma boa comunicação para que os chamados sejam atendidos de imediato, equipamentos, carros e materiais sejam adequadamente mantidos, pessoal bem treinado e organizado, abastecimento de água em dia e normas internas, regulamentos e procedimentos que direcionam as ações.

Para que esse sistema montado seja eficiente, é importante que todos os conceitos estejam alinhados, respeitando e direcionando as necessidades, como já foi dito. O conjunto de sistemas de alarme e comunicação, treinamento de pessoal, reuniões, elaboração de planos estratégicos, procedimentos e normas, reserva de água, entre outros, influi diretamente nesse bom desempenho e assume um grande nível de importância mediante ao que se quer desempenhar.

Que são chamados de requisitos básicos, por sua necessidade, se não existirem os demais processos que podem ser influenciados e não responderem da maneira desejada e adequada?

ComunicaçõesUm dos instrumentos mais importantes para se ter um processo eficaz e respostas

positivas é a comunicação, uma vez que a emergência precisa ser bem transmitida, percebida e acionada para esse sistema de resposta.

O mais comum é que as pessoas que percebam a emergência transmitam o ocorrido com sinais de alerta e através da comunicação.

Atualmente, são diversas as formas de se comunicar uma emergência, pois encon-tramos nas edificações atuais diversos equipamentos que fazem esse trabalho, tais como botoeiras, alarmes, detectores e sistemas completos de detecção, telefonia com ramais direcionados para casos de emergência, facilitando, assim, essa comunicação tão impor-tante e imediata e, sem dúvida, tornando-se algo mais confiável. Através dessa primeira comunicação será executada a resposta à emergência, pelas pessoas treinadas e tam-bém pelo socorro público.

O Corpo de Bombeiros possui um centro de recepção/transmissão, o Centro de Operações do Corpo de Bombeiros (Cobom), que cuida para que essa comunicação seja direcionada às devidas pessoas. Isso é algo de extrema importância e necessidade – que se passe a informação adiante.

As empresas normalmente utilizam de suas portarias, as quais acabam servindo como centros, levando a informação para adiante, sendo essencial que haja treinamento constante do pessoal que fica na portaria, a fim de que saibam o que fazer diante da emergência.

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É igualmente importante e faz parte dessa comunicação que os procedimentos e treinamentos estejam escritos, a fim de que outras pessoas que se encontrarem na situação possam saber o que fazer diante da emergência, além de facilitar no uso dos equipamentos mais modernos. Tal lista precisa conter os números telefônicos essenciais para que o socorro possa chegar o mais rápido possível.

A necessidade de manter os procedimentos de portaria e o pessoal treinado regularmente é grande, uma vez que a rotatividade dessa área é alta. Junto aos procedimentos de portaria, devem estar os de sinais e alarmes, facilitando, assim, o treinamento e conhecimento das pessoas. Pode-se também utilizar apitos e buzinas para sinalizar uma emergência.

Pessoas que Devem ser AcionadasAs pessoas a serem acionadas nos bombeiros, normalmente são treinadas, seguem

procedimentos operacionais, treinamentos, exercícios e simulados de como devem agir para responder a esse acionamento.

O Poder Público e sua capacidade de resposta interferem diretamente no dimensionamento desse grupo, uma vez que precisam manter os postos de bombeiros em ótimas condições, proteção individual adequada, equipamentos apropriados e em bom estado e locais acessíveis para que a resposta seja segura e imediata. A distância desses postos também deve ser avaliada, facilitando, assim, a chegada mais rápida. Se tudo isso estiver conforme, a necessidade de mais treinamentos será reduzida.

É fundamental que existam planos detalhados de como agir nos momentos das emergências, como os profissionais presentes podem atuar, ajudando mesmo que não sejam suas especialidades. Treinar o pessoal para situações emergenciais, como corte de energia do local afetado, guarnecimento de bombas, informar os riscos com cabines de pintura, depósitos e locais de riscos.

Já quando mencionamos suporte à vida, relacionamos diretamente a emergências médicas. Os próprios brigadistas poderão ser treinados para efetuar esse suporte à vida – como, por exemplo, em Reanimação Cardiopulmonar (RCP) –, desde que possuamtreinamentos e sejam disponibilizados procedimentos e roteiros, caso esse tipo desocorro necessite de remoção do local para hospitais ou clínicas.

O pessoal de apoio à resposta está ligado diretamente ao restabelecimento das atividades, de modo que devem ser acionados para que possam ajudar e tomar decisões ao restabelecimento, fazendo com que as atividades continuem normalmente, sejam mais exigentes ou não.

É necessário que existam, no local, equipamentos como hidrantes, mangueiras, equipamentos de salvamento, materiais de primeiros socorros e veículos adequados, a fim de que possa haver uma resposta eficaz diante dos riscos/condições de emergência.

O pessoal treinado, ao ser acionado, deverá se reunir para organizar e planejar rapidamente como as providências serão tomadas. O local onde estarão reunidos deverá possuir meios complementares e uma boa disposição, a fim de que seja retransmitido de maneira adequada o que está acontecendo e onde é a emergência.

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• Legislação: é parte fundamental do procedimento estabelecer e definir regulamentosinternos, procedimentos administrativos, treinamentos, provas, simulados e atualiza-ções das pessoas a serem acionadas, adequação do ambiente e manutenção rotineirapara que, assim, seja possível responder com agilidade e eficiência às emergências.

• Água: deve existir em quantidade grande e adequada e também estar ao fácilalcance, permitindo, assim, que o processo seja ágil e eficaz.

• Relatórios: deverão ser elaborados relatórios que informem as situações reaisocorridas ou simuladas. Precisam seguir um roteiro que estabeleça o número decópias, trâmites e até mesmo periodicidade.

Exemplo de Roteiro para Elaboração de Relatório de Emergência

O coordenador da resposta à emergência é o responsável pela elaboração do relatório de emergência e deve seguir alguns critérios:

• Indicação do local e denominação da emergência;

• Deverá ser organizado por numeração sequencial, ano e situação da emergência;

• Indicação de data e horário, dividindo os trabalhos, horário que iniciou e queterminou o que foi feito, os tipos de resposta que foram solicitados, alarmesutilizados e finalização da ocorrência, tudo bem detalhado;

• As causas apuradas no local;

• Informar às pessoas que estavam envolvidas, se foi necessário órgão público;

• Os meios utilizados para a resposta;

• Relatório fotográfico do local, com danos causados e bens que se encontramdanificados;

• Relatar se houve dano ao meio ambiente e, se sim, quais são;

• Estimar os prejuízos;

• Sugestões baseadas nos ocorridos e críticas.

Deve ser enviada uma cópia desse relatório ao Setor Jurídico para prevenir sobre as consequências futuras decorrentes da emergência.

Se houver exercício dos “procedimentos”, estes “existem”. Se houver textos e não houver exercícios, “não existem”.

Procedimento de Abandono em Situações de Emergência

É necessário que se tenha um procedimento efetivo para abandono das edifica-ções – riscos:

• O treinamento é importante para que, em caso de abandono, seja feito da maneiraadequada, seja fracionado, evitando outros riscos e acidentes. Será necessário queseja feito por setores, ou andares ou até mesmo edificações, ou seja, por partes, atéque se tenha o abandono total;

• Pode-se restringir que para que haja o abandono do prédio sejam necessárioselementos específicos a direcionar ou deixar que a determinação parta de qualquer

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um que perceba a presença de grandes riscos de desabamento, fumaça, chama ou calor excessivo;

• O alerta para abandono deverá ser de conhecimento de toda a população e ao serouvido, indicará que o local deve ser abandonado;

• Após acionado o alarme, todos devem se direcionar ao ponto de reunião que deveser previamente estipulado para momentos de emergência. Todos deverão deixarsuas atividades e equipamentos e se direcionar para lá;

• Nesse local onde todos estarão reunidos será necessário o controle das pessoaspara que seja informado se necessitarão deixar o local ou não, de modo que alguémficará encarregado por esse controle;

• Serão designadas pessoas para vistoriar o local, a fim de que não fique ninguémpara trás, como medida de segurança;

• Apenas será permitido que as pessoas retornem ao local abandonado apósautorização das equipes que responderam à emergência;

• Todos serão ensinados sobre como se proteger, em caso de bloqueio em um incêndio;

• Através de simulados serão conferidas a efetividade e eficiência dos procedimentosde abandono e feitas as devidas correções e críticas.

É importante, antes de se implantar um procedimento de abandono, tomar as seguintes ações prévias:

• Verificar quais sistemas existem no local, caso exista um sistema de alarme o mesmopode servir como sinal para o abandono do local, basta definir qual será utilizado.Poderão ser utilizados também sirenes da fábrica, buzinas de ar etc.;

• Verificar as saídas existentes e se são suficientes de acordo com a NBR 9077 e/ououtras leis do município. É importante que todos os critérios sejam analisados, taiscomo distância a percorrer até essas portas, maçanetas utilizadas, dimensionamentodas portas, sentido correto da abertura das mesmas e se possuem sinalização eiluminação de emergência.

Mesmo que não existam sistemas de alarme ou outros requerimentos como os citados, pode ser criado um procedimento de abandono, levando em consideração as limitações do ambiente, até que as correções devidas possam ser realizadas. Outros meios devem ser utilizados, tais como apitos, buzinas, janelas e outras passagens existentes. Essas deficiências fazem com que a necessidade de pessoal treinado e procedimentos de fácil acesso e entendimento sejam realizados.

• É preciso ter conhecimento se no local trabalham pessoas com restrições de mo-bilidade ou outras deficiências que possam dificultá-las no abandono do ambiente;

• Verificar se existem áreas de refúgio, se as saídas são seguras e se não possuemestreitamentos ou obstáculos;

• Como devem ser os procedimentos caso as pessoas fiquem bloqueadas pelo incêndio;

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• Quais equipamentos e/ou processos – como fluxo de combustível inflamável –necessitam ser desligados antes do abandono, a fim de que não causem maioresdanos – e os que podem ser desligados remotamente;

• Verificar se o ponto de reunião escolhido atrapalha ou interfere no acesso dasequipes de emergência e se são seguros para que as pessoas por lá fiquem;

• Verificar a divisão por setores e áreas das pessoas que estão no local, a fim de queseja possível o abandono do ambiente, ou se serão necessários outros arranjos paraque o processo aconteça;

• Caso seja necessário para facilitar o abandono, pode-se dividir os grupos por setoresou pessoas que se conheçam, em grupos de cinco a dez pessoas, facilitando, assim,o controle de todos que estão saindo;

• A “segurança patrimonial” pode interferir nas saídas, trancando-as. Uma vezocorrido, é importante que as pessoas sejam treinadas para buscar as chaves edestrancá-las no momento da ocorrência. Essas chaves devem estar disponibilizadasem quadros de chaves.

Ações Durante o AbandonoDo colaborador se espera que:• Aperte o alarme ou informe à pessoa responsável por fazê-lo;

• Antes de sair, desligue seu equipamento e depois conduza os visitantes que estive-rem no local;

• Direcione-se ao ponto de reunião;

• Identifique-se ao controlador, a fim de que não seja necessária sua busca;

• Apenas retorne ao local com autorização de seu controlador;

• Siga exatamente o procedimento caso fique bloqueado.

Do coordenador se espera que:• Tome as devidas decisões já descritas acima, chegando ao ponto de reunião:

• Confira as pessoas ao seu setor, a fim de que todosestejam em local seguro;

• Informe as equipes de resposta se todos de seu setorou equipe conseguiram sair ou se será necessáriobuscar alguém.

Coordenador = função para a qual deve ser previsto elemento de reserva.

Do encarregado de buscas se espera que:• Antes de sair, desligue seu equipamento;

• Faça buscas por todos os locais críticos, como banheiros, cozinhas, almoxarifes elocais isolados, a fim de que não deixe ninguém para trás, ou até mesmo localizepessoas que possam estar com dificuldades para realizar o abandono;

• Realize todas as outras ações como os demais funcionários.

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É importante salientar que o ideal é que a pessoa que con-trolará seja o chefe ou coordenador do local e que um brigadista seja o encarregado de buscas, com treinamento adicional para execução dessas ações ou até mesmo um funcionário que traba-lhe próximo ao local e o conheça bem. Caso existam funcioná-rios com mobilidade reduzida, será necessária uma ação especial para que possam ser guiados do local de emergência para um ambiente seguro.

Encarregado de buscas = pessoa com a função específica de buscas, a mesma deve ser reservada.

É muito importante frisar a questão de que é proibida a volta ao local do abandono sem prévia liberação das equipes que estão respondendo à situação, já que é certo que muitos desejarão retornar ao local por diversos motivos – estima-se uma porcentagem de 30% às pessoas que tentam retornar.

Em relação aos simulados, é de extrema importância que sejam realizados para que seja mensurada a efetividade dos planos de abandono e se serão eficazes – caso não sejam feitos simulados, o plano pode ser considerado inexistente. Os simulados podem ser feitos com variações de complexibilidade, tais como:

• Exercícios mais rápidos com saídas sem encontro no ponto de reunião e retorno aolocal de trabalho em sequência e saída apenas com metade do pessoal;

• Simulados com ou sem aviso prévio;

• Aproveitamento de horários naturais, como paradas para a troca de turnos, almoço,entrada e saída – ou não;

• Exercícios que exijam mais das pessoas, como simulação com presença de fumaça,saídas em que necessitem estar agachados ou de cócoras.

Após os simulados, será necessário fazer uma análise crítica dos mesmos, elaborar atas ou relatórios e levantar as correções que precisarão ser implantadas ou até mesmo novos simulados.

Ações permanentes:• Deverá ser implantado um plano de inspeção permanente para que sejam testados

os equipamentos de alarme, sinalização e iluminação de emergência. Esses testesdevem ser feitos periodicamente. Uma forma de testar é aproveitando os momentosde queda de energia;

• Deverá também ser implantado um plano de manutenção para os locais como saídasde emergência, pontos de reunião e possíveis interferências que possam existir;

• Montar plano de inspeção para as rotas de fuga e das saídas de emergência, paraque não haja obstruções de sinalizações e de iluminação;

• É importante que todos os novos processos que forem implantados no local sejamcolocados nos planos de emergência, e que também sejam ministrados treinamentospara novos funcionários que ingressarem na indústria, principalmente se a empresatrabalhar com deficientes.

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Para melhor verificação, manutenção e adequabilidade dos procedimentos permanentes, o maior auxiliar são os simulados, que ajudam a detectar onde devem ser efetuadasmudanças nos planos de abandono.

Saídas de Emergência – Diretrizes da NBR 9077

Largura:

A largura das saídas deve ser em função do número de pessoas que estão no local. Já a largura das escadas precisa ser em função do pavimento que tiver o maior número de pessoas.

Uma porta deve permitir o fluxo de passagem de cem pessoas, sendo que em uma escada esse fluxo deve ser de sessenta pessoas para indústrias e escritórios.

População:

A população deve ser medida no total. A estimativa é de um sétimo de pessoas por metro quadrado em escritórios e de um décimo para indústrias.

Caminhamento:

O recomendado é que em locais que não tenham chuveiros automáticos, a distância máxima a ser percorrida não ultrapasse trinta metros e quando existirem duas saídas, poderá ser de até quarenta metros. No caso de existirem chuveiros, essas distâncias podem ser menores.

Sistemas Fixos de Inundação Total com Agentes Limpos

Quando ocorrem incêndios, mesmo que pequenos, causam danos, perdas e prejuízos que podem ser significativos, com equipamentos, estruturas e até mesmo pessoas. Salas que contêm muitos equipamentos eletrônicos, locais que possuam muitos livros e documentos, tais como bibliotecas, arquivos e até mesmo museus que possuem artes de valores inestimáveis. Para essas áreas nem sempre é escolhido o agente extintor correto, prejudicando ainda mais esses equipamentos e objetos que se encontram no local e até mesmo aumentando a intensidade do incêndio.

Ao longo da história, para acabar com incêndios inicialmente foram usados extintores de CO2, depois, agentes com gás halon 1301, este que não emite riscos de asfixia como acontece com o CO2.

Agente Extintor Limpo

Para que seja considerado um agente extintor limpo, a norma NFPA 2001 estabelece que o mesmo deve:

• Não ser tóxico às pessoas;

• Possuir padrões de segurança;

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• Estar na forma tridimensional ou gasoso;

• Não ser corrosivo, nem deixar resíduos após a sua aplicação.

Os agentes limpos podem ser classificados em dois tipos quanto ao seu mecanismo de extinção: agentes inertes e agentes halocarbonos.

Agentes inertes: são os que, em sua composição, contam como agente primário de um ou mais gases a seguir: nitrogênio, argônio, neônio ou hélio. Podem conter como agente secundário em suas misturas o CO2.

Tais agentes trabalham com o princípio de abafamento, reduzindo a quantidade de O2 no ambiente e eliminando a combustão em chamas. Precisam ser aplicados em concentrações elevadas para que possam conduzir à inertização do ambiente, utilizando o método de inundação em até 60 s.

Como o volume para extinção é bem grande, sua pressão de armazenamento edescarga também é grande, fazendo com que, ao utilizar o extintor, o aumento na sala protegida seja bem significativo, podendo causar danos em forros, divisórias e até mesmo em paredes. Portanto, faz-se necessária a instalação de dampers sobre pressão nos agentes extintores para que haja um alívio na pressão da sala protegida. Inergen, argonite e argotec são agentes inertes.

Agentes halocarbonos: são os que em sua composição contam como agente primário um ou mais gases a seguir: flúor, cloro, lodo ou bromo.

Esses agentes agem tanto pelo resfriamento em nível mo-lecular, quanto pela inibição da reação em cadeia de com-bustão. Utiliza-se o método de inundação total em concen-trações baixas, dado que as mesmas variam de acordo com cada produto. Não reduzem o oxigênio do ambiente da área protegida e requerem menor espaço para armazenamento.

FE 25TM, FM 200TM, FE 227FM, FE 13TM, NAF SIII e FE 36TM são agentes halocarbonos.

Toxidade

Como os agentes extintores são aplicados de forma gasosa no meio ambiente, a primeira forma de entrada é a inalação.

Devemos medir a toxidade de agentes limpos em seu estado natural e nas concentrações de projeto, assim como a toxidade dos subprodutos da decomposição do mesmo pela ação do fogo.

Toxidade do produto em estado natural – existem dois parâmetros para medir a toxidade de um agente extintor limpo:

• No Observable Adverse Effect Level (Noael) – mede a maior concentração quepode ser utilizada do agente sem que surta nenhum efeito toxicológico ou fisiológico;

• Lowest Observable Adverse Effect Level (Loael).

Para que um agente extintor possa ser considerado limpo, requer que seja ambientalmente correto, para isso existem algumas avaliações que podem ser realizadas

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e parâmetros a serem aceitos, como o Global Warming e a vida média atmosférica de Potencial de Depleção de Ozona (ODP).

Os agentes passam por exaustivos testes dentro das normas, como a NFPA 2001, dentro de organismos como o EPA e Harc.

Novec

Novec é uma nova alternativa para combater incêndios com agentes limpos. Utiliza-se o fluido 3M Novec 1230 para combater incêndios em áreas fechadas e mais sensíveis, que não possam sofrer danos ou paralisações. Foi desenvolvido para substituir os agentes que já causavam poucos danos ao ambiente e à saúde, será certamente o fluído da próxima geração, pois visa a preocupação da segurança humana, do desempenho e da conservação do meio ambiente.

O Novec TM 1230 é um agente limpo e sustentável, diferente dos HFC de primeira geração. Tem um potencial O de agressão à camada de ozônio, dura pouco tempo na atmosfera – cinco dias –, seu potencial de aquecimento global é igual a um e possui uma grande margem de segurança para áreas que detêm objetos e estão ocupadas.

Onde usar e onde não usar?

Devemos considerar a aplicação de agentes extintores limpos em locais onde se tenha grande valor agregado em equipamentos ou que não possam sofrer grandes danos e interrupções e que não tenham problemas com agentes extintores à base de água. Assim, quanto aos agentes limpos, deve-se:

• Escolher o agente extintor, determinar a concentração de projeto;

• Determinar a massa do agente extintor, o número e localização de cilindros ediâmetro da tubulação que será usada para condução do agente extintor;

• Calcular a fura;

• Garantir que difusores que farão a proteção de risco sejam locados, assim como asações dos mesmos.

Materiais e Equipamentos

No agente extintor empregado, o trabalho do mesmo e dos fabricantes e sua classe de pressão influem diretamente nos equipamentos dos sistemas de inundação total que dependem dos quais.

Os sistemas que utilizam agentes de halocarbonos empregam sistemas de baixa pressão com, aproximadamente, 25 bar, inclusive suas tubulações e equipamentos precisam suportar menor pressão de trabalho, não necessitando ser de grande porte. Entre os quais temos os sistemas de extinção FE25TM e FM200TM, ambos trabalhando com tubulações sem costura SCH 40 e cilindros com costura.

No caso dos sistemas de extinção que utilizam agentes inertes, são obrigados a trabalharem utilizando alta pressão, acima de 150 bar, tubulações sem costura SCH80

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e cilindros sem costura. Os sistemas com baixa pressão terão menor custo e menor facilidade de escoamento.

Sistema de Detecção e Alarme de IncêndioAssim como temos o sistema de combate a incêndio, que é composto pelos hidrantes,

extintores, tubulações e sistemas hídricos, temos o sistema de detecção e alarme de incêndio, o qual vem com seus detectores, acionadores, avisadores, botoeiras e sensores eletrônicos indicando a existência de uma emergência, tendo por função detectar produtos de combustão através de seus equipamentos. Esses sistemas, quando trabalham em conjunto, proporcionam pronto combate ao incêndio, evitando que perdas de vidas e/ou patrimônios ocorram.

São diversos equipamentos, com diferentes soluções e comunicações diretas com a central de alarme, criando elevada confiabilidade de que farão o devido controle e detecção. Esse conjunto de equipamentos – detectores de fumaça, calor e chama –, tecnologias avançadas, painéis que controlam todo um sistema inteligente e normas que regulamentam e certificam esses sistemas, tornaram-se fortes aliados à proteção das pessoas, das edificações e de patrimônios.

Como já vimos em unidades anteriores, quando uma substância é combinada com oxigênio e calor, forma-se uma reação química exotérmica, denominada combustão. Esta reação é oxidante, onde a somatória da energia dos reagentes é maior do que a energia total do elemento resultante. A diferença de energia dessa reação é a liberação em forma de calor, luz e chamas. Em alguns casos, a combustão pode ocorrer sem oxi-gênio, desde que existam outros agentes, como o flúor e o cloro, por exemplo. Porém, são casos raros de acontecer, por isso devemos nos fixar na combustão onde o agente oxidante é o oxigênio, pois é o mais comum desses agentes.

Por sua vez, os gases mais comuns são os dióxidos de carbono que se formam quando temos muito oxigênio e os monóxidos de carbono quando temos pouco oxigênio. Em um incêndio podemos detectar a formação de vários tipos de gases, dependendo do material que há no ambiente e a quantidade de oxigênio.

A combustão é uma reação exotérmica e pode liberar energia em forma de chamas e de calor. Esse calor fornece energia, assim é possível que os materiais que ainda não foram incendiados sofram reação, uma vez que essa energia é ignição para novos incêndios localizados. Ademais, esse calor facilita a convecção de gases combustíveis. Tal calor excessivo no incêndio pode ainda causar exaustão, desidratação, bloqueio do aparelho respiratório e até morte.

Não necessariamente existem chamas na combustão, ou seja, quando esta é mais lenta não produz chamas, apenas gases, calor e fumaça – provocando graves queimaduras.

Quando ocorre a combustão incompleta de materiais orgânicos, são geradas finas partículas que, espalhadas no ar e em contato com fontes de calor e vapores através de convecção, formam a fumaça. Tais partículas impedem a passagem da luz e atrapalham a visão e a locomoção durante um incêndio, além de a inalação dessas partículas ser bastante prejudicial à saúde.

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Podemos medir a densidade de fumaça em um ambiente considerando a porcentagem de obscurecimento por metro (%Obs/m), o mesmo também nos apresenta a dificuldade de visualizar quando existe o afastamento do objeto na presença de fumaça.

É fundamental para escolher o tipo de detector a ser utilizado, que se compreenda a curva do fogo e o fenômeno da combustão. Assim, podemos também identificar as fases do incêndio e seu desenvolvimento.

Sistemas de Detecção e Alarme Contra Incêndio

Os sistemas de detecção e alarme contra incêndio são componentes em conjunto que servem para monitorar e anunciar o estado de alarme de fogo e do incêndio que é iniciado, tendo uma resposta imediata aos sinais.

Esse sistema de detecção é a composição inteligente da central de alarme, mais os dispositivos que transmitem sinais para a central das áreas que são supervisionadas. Esse sistema lembra muito um Controlador Lógico Programável (CLP).

Dispositivos geradores de sinal de entrada – detectores de fumaça, acionadores manual etc.

Painel central – processamento e lógica de operação.

Dispositivos geradores ação de

saída – sirenes, acionamentos etc.

Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images

Cada dispositivo tem uma função, seja de entrada ou saída, com utilidades distintas, de modo que são adequados para lidar com situações diferentes. Entre esses dispositivos, temos detectores de fumaça, temperatura, chama, acionadores manuais, automáticos e módulos de supervisão.

Podemos também contar com dispositivos de sinalização, de iluminação de emergência, avisadores audiovisuais, sonoros e painéis remotos. Todos juntos formam um sistema convencional e inteligente.

Sistemas convencionais:

Os sistemas convencionais são classificados por valores elétricos, não são identificados individualmente de cada equipamento e o grupo responde para a central de alarme.

Um Resistor de Fim de Linha (RFL) é quem fará a leitura para supervisão do circuito classe B; caso se trate de circuito classe A, será feito por um circuito interno ao painel.

Os detectores e acionadores manuais são agrupados em até vinte elementos para cada área em zonas ou linhas. Esses sistemas convencionais possuem uma sinalização luminosa feita por um LED nas linhas de detecção. No caso de um dos dispositivos

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disparar o alarme, esse LED acenderá e terá uma etiqueta colocada ao lado com a identificação do dispositivo, a fim de que o mesmo seja constatado como ativo – caso contrário, não será possível identificar esse dispositivo no painel. Depois, no próprio dispositivo, poderemos encontrar uma luz indicando que é o dispositivo alarmado.

Vem dopainel central

Linha de detecção mostrando a conexãoem paralelo dos detectores

Dispositivo de�nal de linha

No dispositivo de sistema convencional podemos verificar que existe um fio conectado nas diversas bases, sem interrupções, a não ser o fio negativo. Assim, quando o detector está instalado através desse, dá-se a continuidade. A corrente consumida é muito baixa. Através do dispositivo de fim de linha, forma-se uma corrente. Caso algum dispositivo seja retirado ou ocorra alguma interrupção na linha, a central será informada e emitirá uma luz, sinalizando o ocorrido. A tensão varia de acordo com a exigência de mais ou menos corrente, em uma linha de detecção que é limitada.

Quando existe uma quantidade suficiente de fumaça na câmara, ocorre uma modificação de impedância na linha de detecção, no caso dos detectores convencionais, microprocessados ou de endereçamento. Isso faz com que essa impedância diminua a um valor bem abaixo do dispositivo no final da linha. Assim, a central identifica esse aumento de corrente e gera uma sinalização de alarme.

Caso aconteça um curto-circuito na linha de detecção, será enviado um sinal ao painel, mas o mesmo sinalizará como falha na linha – e não como detecção de um incêndio, por mais que o aumento de corrente também ocorra.

Sistemas endereçáveis analógicos – inteligentes:

Sistemas endereçáveis analógicos são sistemas em que a comunicação entre a central e outros dispositivos se dá em tempo real e constante, através de pulsos que são gerados pela central e que são respondidos pelo loop de comunicação – loop é o par de fios da linha de detecção.

A central, através da leitura dos componentes, consegue fazer sua supervisão. Nos sistemas endereçáveis analógicos a comunicação bus é feita através do loop e dos dispositivos de campo – acionadores, alarmes, botoeiras, detectores – e o painel de controle. Cada dispositivo possui um número que define sua identificação, um microprocessador em seu circuito que, em pior caso, permite que esse seja identificado individualmente pela central, mesmo que esteja ligado a outros pelos mesmos fios ou linhas de detecção.

Os sistemas inteligentes conseguem transmitir informações muito mais completas ao operador do sistema devido aos seus microprocessadores. Essas informações podem ser passadas através de textos explicativos e LCD.

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Tais sistemas inteligentes, em sua maioria, são endereçáveis, possibilitando, assim, encontrar sua localização individual através de texto explicativo.

Detectores de fumaça pontuais:

Ernst Meili, na década de 1940, após o fim da Segunda Guerra Mundial, descobriu que sua “engenhoca” detectava a fumaça de seu cigarro, ao pesquisar sobre detectores para gases. E após isso, fundou a maior empresa de detectores de fumaça através do processo de ionização.

O detector iônico é composto pelo seguinte princípio: é utilizada uma pastilha radioativa chamada amerício 241, que tem a função de ionizar o ar dentro de uma câmara, formando uma corrente elétrica de íons. É feita a comparação dessa corrente com outra de uma câmara fechada e quando a fumaça toma conta da câmara, a corrente diminui, o que faz com que seja detectada a diferença pelos amplificadores e soe o alarme. A partir daí muitas foram as evoluções dos detectores, através de diversos estudos e pesquisas.

Atualmente, não são mais utilizadas as pastilhas, por serem radioativas e necessitarem de um descarte específico. Ainda que não façam mal para o ser humano, por não possuírem uma carga radioativa relevante, acabaram trocadas por outros sensores devido aos seus procedimentos específicos de descarte.

Hoje encontramos principalmente detectores pontuais do tipo ótico, que possuem uma luz infravermelha e um sensor que são as partes mais importantes de uma câmara de amostra.

Câmera de amostrado detector

Fumaça

Raios re�etidosRaios emitidos

Sensor de luz infravermelhaEmissor de luz infravermelha

Anteparo

Com o avanço da tecnologia e equipamentos mais tecnologicamente avançados, as informações obtidas dos sensores tornaram-se dados passados para um software instalado em microcontroladores. Esse software interno se baseia em algoritmos programados, utilizando os conceitos da lógica Fuzzi, onde o nível de tensão proporcional à quantidade de fumaça que ficou armazenada na câmara de amostra é de um nível

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de tensão proporcional à temperatura do ambiente. Esse mesmo detector poderá ser instalado em diversos locais, com condições ambientais extremamente diferentes, tais como garagens, depósitos, cozinhas, corredores, CPD, escritórios e hotéis, sem que seu desempenho seja alterado.

Estudos mostraram o comportamento desses detectores em todos esses ambientes, atuando em condições normais e com emergências como fogo, considerando as influências externas e típicas – ventilação, umidade, temperatura e vapores – de cada local. Tais detectores são chamados de multicritérios, uma vez que são sensíveis a mais de um fenômeno do fogo, apesar de ainda serem pontuais, pois apenas detectam fumaça quando são por ela atingidos.

A NBR estabelece que em áreas que possuam muitas interferências, como troca de ar, grande altura, movimentação de fumaça e temperatura, sejam utilizados detectores pontuais, podendo atuar em uma área de até 81 m². Deverá ser feita uma classificação para essa área. Um quadrado com aproximadamente nove metros, dentro de um círculo com raio de 6,3 metros, de modo que o detector deverá ser instalado no centro desse círculo. Ademais, a área utilizada será a do quadrado – e não a do círculo –, pois caso haja uma supervisão, deverá haver sobreposição desses círculos, fazendo com que toda a área possa ser supervisionada. Dentro do círculo poderão ser inscritos outros quadrados com tamanhos diversos, adequados a cada área que se quer supervisionar.

Condições para Definição de Área de Detecção

Existem algumas condições que são estabelecidas pela norma para a atuação dos detectores, entre as quais:

• Para tetos planos, sem ventilação de até oito metros de altura, a atuação máximado detector será de 81 m²;

• A distância máxima de qualquer ponto até o detector deverá ser de 6,3 m;

• A área de atuação de cada detector diminui de acordo com as interferênciasexistentes no local, fazendo-se necessário mais detectores nessa área;

• Outro ponto que influi nos detectores são as vigas que, por sua vez, se tiverem alturaentre 21 e 60 m, será reduzida a dois terços a área de cobertura do detector do espaçooriginal. Se a altura dessa viga for maior que 61 m, a redução será pela metade;

• Os detectores também sofrem influência da velocidade do ar e do tipo de forro outeto do local.

Como já mencionado, quanto maiores as interferências no local, mais detectores serão necessários, uma vez que na área de atuação a quantidade de troca de ar por hora dentro do ambiente será maior.

Ao ser elaborado um projeto para o sistema de detecção de alarme contra incêndio, será necessário avaliar todos esses pontos, suas interferências, além de se estudar a fundo todos os requerimentos, sem deixar de levar em consideração nenhum fator que diminua a eficácia dos equipamentos. Até mesmo simulações práticas serão importantes

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para que não existam dúvidas quanto aos métodos utilizados. Todos os fatores que possam influenciar no projeto devem ser levados em consideração, tais como umidade e velocidade do ar, posicionamento dos equipamentos, altura da edificação, posicionamento das vigas e estruturas, entre outros.

Além dos detectores de fumaça habituais, podemos encontrar os detectores de temperatura, podendo estes ser do tipo termovelocimétricos – que emitem sinal de alarme de acordo com o aumento da velocidade da temperatura (normalmente a média é com aumento de 10°C por minuto) –, ou de temperatura fixa, que enviam um sinal ao painel de alarme quando a temperatura chega ao máximo estabelecido. A configuração desses detectores pode acioná-los a qualquer temperatura, embora o mais comum seja quando atingem 57°C.

A norma regulamenta que esse tipo de detector deverá cobrir 36 m² para edificações de até cinco metros de altura.

Os detectores de chama podem ser tremulantes – que possibilitam detecção de luz, de radiação ultravioleta e também de infravermelha. Têm a capacidade de detectar radiações que são emitidas nas ocorrências de combustão.

Em áreas de grande extensão e tetos altos, os detectores lineares são os mais indicados, pois trabalham com uma fonte emissora, fonte essa que possui um feixe de luz infravermelha que, ao ser interrompido por algum resíduo de fumaça, promove a detecção.

Existem diversos tipos de detectores de fumaça, mas a tecnologia mais recente criada é a de detectores por aspiração, os quais consistem de um analisador laser que conta e examina partículas, diferenciando-as entre poeira e fumaça.

Os detectores por aspiração são colocados em locais próximos a áreas a serem monitoradas e são ligados às redes de tubos, de modo que podem ser de PVC, CPVC ou de cobre e possuem furos, através dos quais o ar do ambiente, com poeira e fumaça, é sugado para o detector analisar e filtrar cada componente.

Acionadores manuais: são usados por operadores caso haja um incêndio, a fim de indicar que esse evento está ocorrendo. Precisam estar bem localizados, de preferência em locais com grande passagem, saídas de emergência e locais habituais onde se tenha bastante circulação de pessoas, tais como corredores, refeitórios, áreas de lazer, escritórios, entre outros ambientes.

A norma estabelece a altura correta em que precisam estar instalados embutidos ou sobrepostos – de 1,20 a 1,50 m de altura do piso acabado. É igualmente necessário que a distância máxima entre um acionador e o próximo seja de trinta metros e que cada andar possua, ao menos, um acionador.

Dispositivos de saída: entre os dispositivos que encontramos nos sistemas de de-tecção e alarme de incêndio, temos os de saída, os detectores de fumaça, acionadores manuais, visuais e sonoros, botoeiras de alarme, entre outros, todos com a finalidade de indicar onde há focos de incêndio. Às vezes podem até mesmo prejudicar os equipa-mentos de combate a incêndio.

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Encontramos também os dispositivos que possuem alertas, como as sirenes e os dis-positivos com avisos luminosos e flashes, os quais ajudam e facilitam no caso de porta-dores de deficiências auditivas e visuais, tornando-se indispensáveis e importantíssimos.

Por fim, a NFPA 72 indica que os avisadores precisam ser ouvidos e vistos em toda a edificação e que o som deve ser acima do nível de ruído do ambiente, portanto, maior que 15 dB.

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Material ComplementarIndicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros

NBR 15219ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15219 – plano de emergência contra incêndio – requisitos. 2005.

NBR 14276ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14276 – programas de brigadas de incêndio. 1999.

NBR 11836ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 11836 – detectores automáticos de fumaça para proteção contra incêndio. [20--a].

NBR 13848ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13848 – acionador manual para utilização em sistemas de detecção e alarme de incêndio. [20--b].

NBR 17240ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 17240 – sistemas de detecção e alarme de incêndio – projeto, instalação, comissionamento e manutenção de sistemas de detecção e alarme de incêndio – requisitos. [20--c].

Instrução Técnica n.º 17SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública. Polícia Militar do Estado De São Paulo. Corpo de Bombeiros. Instrução técnica n.º 17 – brigadas de incêndio, do Corpo de Bombeiros de São Paulo ou suas equivalentes nos demais estados brasileiros. 2011.

Leitura

Sistema de Supressão a Incêndios SapphireGIFEL ENGENHARIA DE INCÊNDIO. Sistema de supressão a incêndios Sapphire. [20--].

https://goo.gl/kwVbqt

Sistema de Detecção Alarme de Incêndio: Estudo de CasoNOVAIS, J. C. M.; PINTO, N. L.; SOUZA, E. D. de. Sistema de detecção alarme de incêndio: estudo de caso. [20--].

https://goo.gl/lDlnpa

Plano de EmergênciaSANTOS, G. Plano de emergência. [2004].

https://goo.gl/hDeSIy

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Instrução técnica n.º 19SÃO PAULO (Estado). Instrução técnica n.º 19 – sistemas de detecção e alarme de incêndio. 2004a.

https://goo.gl/iWMWhB

Instrução técnica n.º 20SÃO PAULO (Estado). Instrução técnica n.º 20 – sinalização de emergência. 2004b.

https://goo.gl/ol4hnP

PAE – Plano de Atendimento a EmergênciaSASMET SERVIÇO E ASSESSORIA EM SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO; BVB SERVIÇOS AUXILIARES DE TRANSPORTE AÉREO LTDA. PAE – Plano de Atendimento a Emergência. 2015.

https://goo.gl/BbWrmN

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ReferênciasAPOSTILA Pece-Lacasemim. [20--].

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10898 – sistema de iluminação de emergência. 1999.

________. NBR 11836 – detectores automáticos de fumaça para proteção contra incêndio. [20--a].

________. NBR 13848 – acionador manual para utilização em sistemas de detecção e alarme de incêndio. [20--b].

________. NBR 17240 – sistemas de detecção e alarme de incêndio – projeto, instalação, comissionamento e manutenção de sistemas de detecção e alarme de incêndio – requisitos. [20--c].

DU PONT FE – agentes extintores limpos – agente extintor limpo FE-227. [20--a].

DU PONT FE – agentes extintores limpos – agente extintor limpo FE-13. [20--b].

LOS MILAGROS de la Ciencia – du pont - fluorocarbonos du pont, du pontTM FE-25TM – agente extintor de incendios. [20--].

NFPA. Standard on clean agent fire extinguishing systems. 2001.

SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública. Polícia Militar do Estado De São Paulo. Corpo de Bombeiros. Instrução técnica n.º 7 – separação entre edificações – Decreto Estadual n.º 56.819. 2011a.

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________. Instrução técnica n.º 9 – compartimentação horizontal e vertical emergência – Decreto Estadual n.º 56.819. 2011c.

________. Instrução técnica n.º 11 – saídas de emergência – Decreto Estadual n.º 56.819. 2011d.

________. Instrução técnica n.º 14 – carga de incêndio nas edificações e áreas de risco – Decreto Estadual n.º 56.819. 2011e.

________. Instrução técnica n.º 17 – brigadas de incêndio, do Corpo de Bombeiros de São Paulo ou suas equivalentes nos demais estados brasileiros – Decreto Estadual n.º 56.819. 2011f.

________. Instrução técnica n.º 18 – iluminação de emergência – Decreto Estadual n.º 56.819. 2011g.

________. Instrução técnica n.º 19 – sistemas de detecção e alarme de incêndio. 2011h.

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________. Instrução técnica n.º 38 – segurança contra incêndio em cozinha profissional. 2011j.

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