QUESTÕES+..

18
QUESTÕES DE CIÊNCIA POLÍTICA 1) (UFU 2ª Fase Janeiro de 2004) Analise os dois textos abaixo: .Muitos argumentaram que a guerra contra o terrorismo é a desculpa esfarrapada do governo Bush [George W. Bush] para construir um império clássico, no modelo do romano ou britânico. Dois anos depois de iniciada a cruzada, fica claro que isso é um erro. A gangue de Bush não dispõe da persistência compulsiva necessária para ocupar sequer um país, quanto mais uma dúzia deles. KLEIN, Naomi. Império cria franquias. Folha de São Paulo, 07 de setembro de 2003. .Creio que isto [a usurpação de um principado] seja conseqüência de serem as crueldades mal ou bem praticadas. Bem usadas se podem chamar aquelas (se é que se pode dizer bem do mal) que são feitas, de uma só vez, pela necessidade de prover alguém à própria segurança, e depois são postas à margem, transformando-se o mais possível em vantagem para os súditos. Mal usadas são as que, ainda que a princípio sejam poucas, em vez de extinguirem-se [as crueldades], crescem com o tempo.. MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Trad. Lívio Xavier. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 38. Coleção Os Pensadores. O primeiro texto afirma a falácia do argumento da política bélica norte-americana após 11 de setembro de 2001. O texto de Maquiavel faz menção aos resultados do emprego da violência para a conquista de novos principados e, conseqüentemente, a expansão do poder despótico. Por que o recurso à agressão e à fraude são ineficazes, tal como assevera a autora do primeiro texto, só fazendo aumentar a violência e a instabilidade política, como concluiu Maquiavel, no segundo texto citado? 2) (UEL_2004) “O maquiavelismo é uma interpretação de O Príncipe de Maquiavel, em particular a interpretação segundo a qual a ação política, ou seja, a ação voltada para a

Transcript of QUESTÕES+..

Page 1: QUESTÕES+..

QUESTÕES DE CIÊNCIA POLÍTICA

1) (UFU 2ª Fase Janeiro de 2004) Analise os dois textos abaixo:

.Muitos argumentaram que a guerra contra o terrorismo é a desculpa esfarrapada do governo Bush [George W. Bush] para construir um império clássico, no modelo do romano ou britânico. Dois anos depois de iniciada a cruzada, fica claro que isso é um erro. A gangue de Bush não dispõe da persistência compulsiva necessária para ocupar sequer um país, quanto mais uma dúzia deles. KLEIN, Naomi. Império cria franquias. Folha de São Paulo, 07 de setembro de 2003.

.Creio que isto [a usurpação de um principado] seja conseqüência de serem as crueldades mal ou bem praticadas. Bem usadas se podem chamar aquelas (se é que se pode dizer bem do mal) que são feitas, de uma só vez, pela necessidade de prover alguém à própria segurança, e depois são postas à margem, transformando-se o mais possível em vantagem para os súditos. Mal usadas são as que, ainda que a princípio sejam poucas, em vez de extinguirem-se [as crueldades], crescem com o tempo..

MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Trad. Lívio Xavier. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 38. Coleção Os Pensadores.

O primeiro texto afirma a falácia do argumento da política bélica norte-americana após 11 de setembro de 2001. O texto de Maquiavel faz menção aos resultados do emprego da violência para a conquista de novos principados e, conseqüentemente, a expansão do poder despótico.

Por que o recurso à agressão e à fraude são ineficazes, tal como assevera a autora do primeiro texto, só fazendo aumentar a violência e a instabilidade política, como concluiu Maquiavel, no segundo texto citado?

2) (UEL_2004) “O maquiavelismo é uma interpretação de O Príncipe de Maquiavel, em particular a interpretação segundo a qual a ação política, ou seja, a ação voltada para a conquista e conservação do Estado, é uma ação que não possui um fim próprio de utilidade e não deve ser julgada por meio de critérios diferentes dos de conveniência e oportunidade.” (BOBBIO, Norberto. Direito e Estado no pensamento de Emanuel Kant. Trad. de Alfredo Fait. 3.ed. Brasília: Editora da UNB, 1984. p. 14.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, para Maquiavel o poder político é:

a) Independente da moral e da religião, devendo ser conduzido por critérios restritos ao âmbito político.

b) Independente da conveniência e oportunidade, pois estas dizem respeito à esfera privada da vida e sociedade.

c) Dependente da religião, devendo ser conduzido por parâmetros ditados pela Igreja.

Page 2: QUESTÕES+..

d) Dependente da ética, devendo ser orientado por princípios morais válidos universal e necessariamente.

e) Independente das pretensões dos governantes de realizar os interesses do Estado.

3) (UEL-2005) “A escolha dos ministros por parte de um príncipe não é coisa de pouca importância: os ministros serão bons ou maus, de acordo com a prudência que o príncipe demonstrar. A primeira impressão que se tem de um governante e da sua inteligência, é dada pelos homens que o cercam. Quando estes são eficientes e fiéis, pode-se sempre considerar o príncipe sábio, pois foi capaz de reconhecer a capacidade e manter fidelidade. Mas quando a situação é oposta, pode-se sempre dele fazer mau juízo, porque seu primeiro erro terá sido cometido ao escolher os assessores”. (MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Trad. de Pietro Nassetti. São Paulo: Martin Claret, 2004. p. 136.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre Maquiavel, é correto afirmar:

a) As atitudes do príncipe são livres da influência dos ministros que ele escolhe para governar.

b) Basta que o príncipe seja bom e virtuoso para que seu governo obtenha pleno êxito e seja reconhecido pelo povo.

c) O povo distingue e julga, separadamente, as atitudes do príncipe daquelas de seus ministros.

d) A escolha dos ministros é irrelevante para garantir um bom governo, desde que o príncipe tenha um projeto político perfeito.

e) Um príncipe e seu governo são avaliados também pela escolha dos ministros.

4) Os debates cada vez mais freqüentes sobre escândalos nos mais diversos setores da sociedade e, em particular, na esfera política, repõem o velho tema da relação entre a ética e a política. Em sua obra O Príncipe, Maquiavel busca uma solução para essa problemática. De acordo com as reflexões desse autor sobre essa questão, assinale a opção correta.A) Os ditames da moralidade convencional podem significar a ruína do príncipe. Assim, a qualidade exigida do príncipe que deseja manter-se no poder é, sobretudo, a sabedoria de agir conforme as circunstâncias.B) As qualidades do príncipe devem ser bondade, honestidade e capacidade de cumprir suas promessas, conforme rezam os mandamentos da virtude cristã.C) O príncipe não deve encontrar os fundamentos de seu poder na força e nos vícios. A virtu está precisamente na capacidade de manter a prudência, a sabedoria e o respeito dos governados.D) A atividade política exige virtu e fortuna. A virtu refere-se à bondade; a fortuna, exclusivamente ao acúmulo de bens materiais.E) Na política, os fins não justificam os meios.

Page 3: QUESTÕES+..

5) Marcelo Pimenta e Silva publicou, no Observatório da Imprensa (1/9/2009), um artigo sobre o Príncipe Eletrônico de Octávio Ianni. Para o autor, o príncipe de Ianni se desenvolve em decorrência dos outros dois exemplos: o de Maquiavel e o de Gramsci. Para o primeiro, há o sentido de que o príncipe é uma pessoa como metáfora do Estado. Figura política que se sobressai com destaque pelo poder de liderança frente aos demais de seu círculo social. O "poder" dele vem do atributo de conciliar a capacidade de situação e liderança (virtù) com as condições sociopolíticas (fortuna) que o rodeiam... Já o moderno príncipe de Gramsci se diferencia do modelo teorizado por Maquiavel no século 16. O moderno não é representado por uma figura política de uma pessoa - um líder visto como personificação e síntese da própria política -, mas uma organização composta por figuras que de maior ou menor espaço político influem um estado de participação, o que faz com que o partido tenha o poder." O "príncipe eletrônico, não é nem a pessoa política definida por Maquiavel, nem o partido ressaltado por Gramsci."

O príncipe de Ianni, segundo o autor é representado

a) pela Defensoria Pública.

b) pelas redes de computadores.

c) pelo Ministério Público.

d) pelos sindicatos patronais.

e) pelos meios de comunicação.

6) "O príncipe não precisa ser fiel, piedoso, humano, íntegro e religioso, bastando que aparente possuir tais qualidades. Um príncipe não pode observar todas as coisas a que são obrigados os homens considerados bons, sendo freqüentemente forçado, para manter o governo, a agir contra a caridade, a fé, a humanidade, a religião. O príncipe não deve se desviar do bem, se possível, mas deve estar pronto a fazer o mal se necessário." (Maquiavel, O Príncipe). A partir do texto, assinale o que for correto.01) Os ensinamentos de Maquiavel fundamentam-se na moral cristã.02) O príncipe deve usar pragmaticamente todos os recursos possíveis para manter o seu poder.04) O príncipe nunca pode fazer o mal, pois é seu dever zelar, acima de tudo, pelo bem da sociedade.08) O príncipe, para Maquiavel, deve ser piedoso, fiel e íntegro e não se desviar dos valores humanísticos.16) A moral do príncipe pode ser diferente da moral observada pelos outros homens.

Page 4: QUESTÕES+..

7) Voltado para os problemas políticos específicos que viviam os pequenos principados italianos, quase todos submetidos a princípios tirânicos, Nicolau Maquiavel (1469-1527) escreveu O Príncipe, obra considerada basilar da ciência política. Não espanta que esse pequeno tratado, concebido na Renascença, venha até hoje servindo de inspiração para políticos de todas as inclinações e ideologias. Injustamente reconhecido como um texto de caráter maligno e cínico – qualidades que perduram no emprego do adjetivo maquiavélico – O Príncipe é, na verdade, um conjunto de argutas análises do exercício concreto do poder. Tem, também, um caráter prescritivo: dedicado ao jovem príncipe Lorenzo de Medicis, reúne inúmeros aconselhamentos pragmáticos, apresentados como lições de sabedoria política.

           Uma das contribuições desse tratado foi o deslocamento do conceito de virtude, que Maquiavel passa a compreender não mais em seu sentido moral, mas como discernimento político, qualidade indispensável para um bom governante. Vale dizer: o pensador italiano evitou confundir Religião e Estado; separou essas duas instâncias e dedicou-se a uma análise inteiramente objetiva dos mecanismos práticos que tanto permitem chegar ao poder como mantê-lo.

            O leitor de Maquiavel acaba encontrando nesse texto admirável uma série de análises e revelações que permitem desmascarar os habituais embustes das ideologias mais abstratas, dessas que se apegam a supostos princípios de validade universal para melhor encobrirem práticas de proveito particular. Ou seja: além de ser útil aos “príncipes”, essa obra continua sendo valiosa para todo aquele que queira se inteirar da lógica que comanda as ações de quem deseja alcançar o poder e nele se manter.

(Dorival Santino)

1. Atente para as seguintes afirmações:

I. O autor do texto considera que a principal contribuição de Maquiavel foi adequar o pragmatismo político de seu tratado aos exigentes princípios morais de sua época.

II. O fato de Maquiavel preocupar-se com a análise objetiva e concreta do exercício do poder dota seu tratado de um caráter pedagógico que se tem mostrado resistente ao tempo.

III. Em plena Renascença, Maquiavel soube ver que o plano religioso e o plano das ações políticas tecem entre si íntimas relações, sendo por isso necessário analisá-las a fundo.

Em relação ao texto, está correto APENAS o que se afirma em

(A) I.(B) II.(C) III.(D) I e II.(E) II e III.

Page 5: QUESTÕES+..

8) Sobre O Príncipe de Maquiavel, assinale a alternativa incorreta. a) Maquiavel começa O Príncipe descrevendo os dois principais tipos de governo: as monarquias e as repúblicas. b) Maquiavel defende que o príncipe deve procurar fazer coisas que o façam ser odiado, demonstrando força. c) Descreve as virtudes que em geral se pensa serem necessárias a um governante, concluindo que algumas «virtudes» levam os príncipes ao desaparecimento, ao passo que alguns «vícios» permitem-lhes sobreviver. d) Maquiavel nota que nós pensamos normalmente que o melhor para um governante é ter a reputação de ser generoso. e) Para o autor do Príncipe o melhor é o governante ter uma reputação de ser avarento.

09) Leia o texto abaixo e assinale a alternativa correta. “É evidente que, durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum que os mantenha subjugados, eles se encontram naquela condição que é chamada de guerra; e essa guerra é uma guerra de cada homem contra cada outro homem.” Hobbes in BOBBIO, Norberto. Thomas Hobbes. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1991. p. 35.

A) Para Hobbes, a guerra é uma situação anterior ao estado de natureza.B) Hobbes associa, em suas reflexões, a situação de guerra e o estado de natureza.C) Um poder comum, segundo Hobbes, mantém os homens no estado de natureza.D) Em Hobbes, a guerra de todos contra todos é compatível com um poder comum.

1) Graças à autoridade que é dada por cada indivíduo ao Estado, é-lhe atribuído o uso gigantesco de poder e força que o terror assim inspirado o torna capaz de conformar as vontades de todos eles, no domínio da paz em seu próprio país e da ajuda mútua contra os inimigos estrangeiros. Thomas Hobbes. Leviatã. Trad. Alex Marins. São P a u l o : M a r t i n C l a r e t , 2 0 0 2 .De acordo com as concepções de Thomas Hobbes acerca do assunto abordado no texto acima, assinale a opção correta.A) A paz e a defesa comum devem ficar a cargo de cada um na sociedade.B) A sociedade é o verdadeiro locus do poder e, depois dela, o Estado.C) O poder do Estado é ilimitado.D) O poder soberano não resolve todas as pendências, nem arbitra qualquer decisão.E O Estado divide o poder com o indivíduo.

Page 6: QUESTÕES+..

11) (UFU 09/20 02) Segundo Hobbes (1588-1679), podemos definir estado de natureza como sendo o lugar onde

A) todos são bons por natureza, mas a vida em sociedade os corrompe.

B) os homens são bons, “bons selvagens inocentes”, vivendo em estado de felicidade original.

C) todos são proprietários de suas vidas, de seus corpos, de seus trabalhos, portanto, todos são proprietários.

D) reina o medo entre os indivíduos, que temem a morte violenta, que vivem isolados e em luta permanente, guerra de todos contra todos.

12) (UEL-2005) “Hobbes realiza o esforço supremo de atribuir ao contrato uma soberania absoluta e indivisível [...]. Ensina que, por um único e mesmo ato, os homens naturais constituem-se em sociedade política e submetem-se a um senhor, a um soberano. Não firmam contrato com esse senhor, mas entre si. É entre si que renunciam, em proveito desse senhor, a todo o direito e toda liberdade nocivos à paz”. (CHEVALLIER, Jean-Jacques. As grandes obras políticas de Maquiavel a nossos dias. Trad. de Lydia Cristina. 7. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1995. p. 73.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o contrato político em Hobbes, considere as afirmativas a seguir.

I. A renúncia ao direito sobre todas as coisas deve ser recíproca entre os indivíduos.

II. A renúncia aos direitos, que caracteriza o contrato político, significa a renúncia de todos os direitos em favor do soberano.

III. Os procedimentos necessários à preservação da paz e da segurança competem aos súditos cidadãos.

IV. O contrato que funda o poder político visa pôr fim ao estado de guerra que caracteriza o estado de natureza.

Estão corretas apenas as afirmativas:

a) I e II.

b) I e IV.

c) II e III.

d) I, III e IV.

e) II, III e IV.

Page 7: QUESTÕES+..

13) (UFU 1/1999) Para John Locke, filósofo político inglês, os direitos naturais do homem eram

A) família, propriedade e religião.

B) liberdade, propriedade e servidão.

C) propriedade, servidão e família.

D) liberdade, igualdade e propriedade.

E) família, religião e pátria.

14) (UFU 1/1999) Para Thomas Hobbes e John Locke, a comunidade política era

A) artifício criado pelos homens através de um contrato.

B) direito natural.

C) mandamento divino.

D) imposição de poder de um único homem sobre os outros.

E) um estado democrático.

15) (UFU 2ª fase Janeiro de 1999)"A maneira única em virtude da qual uma pessoa qualquer renuncia à liberdade natural e se reveste dos laços da sociedade civil consiste em concordar com outras pessoas em juntar-se e unir-se em comunidade para viverem em segurança, conforto e paz umas com as outras, gozando garantidamente das propriedades que tiverem e desfrutando de maior proteção contra quem quer que não faça parte dela. Qualquer número de homens pode fazê-lo, porque não prejudica a liberdade dos demais; ficam como estavam no estado de natureza".

(LOCKE, John. - Segundo Tratado sobre o governo civil. - Col. Os Pensadores. 1978)

Explicite, conforme o pensamento de Locke, a concepção do contrato social e a concepção de poder que dele resulta.

Page 8: QUESTÕES+..

16) (UFU 2ª Fase Janeiro de 2000) "Não é necessário, tampouco conveniente, que o poder legislativo esteja sempre reunido; mas é absolutamente necessário que o poder executivo seja permanente, visto como nem sempre há necessidade de elaborar novas leis, mas sempre existe a necessidade de executar as que foram feitas".(Locke. Segundo Tratado sobre o governo. Col. Os Pensadores, Abril Cultura, 1978).Segundo Locke (1632-1704), qual a relação que existe entre os poderes executivo e legislativo, decorrente do tipo de soberania existente no contrato?

17) (UFU 1ª Fase Janeiro de 2004) John Locke justificou a existência do Estado com estas palavras:

“O motivo que leva os homens a entrarem em sociedade é a preservação da propriedade; e o objetivo para o qual escolhem e autorizam um poder legislativo é tornar possível a existência de leis e regras estabelecidas como guarda e proteção às propriedades de todos os membros da sociedade, a fim de limitar o poder e moderar o domínio de cada parte e de cada membro da comunidade; pois não se poderá nunca supor seja vontade da sociedade que o legislativo possua o poder de destruir o que todos intentam assegurar-se, entrando em sociedade e para o que o povo se submeteu a legisladores por ele mesmo criado.”

LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo. Trad. de E. Jacy Monteiro. 3 ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 121. Coleção .Os Pensadores..

Analise as assertivas em conformidade com a citação acima.

I . A propriedade privada é contratual, isto é, ela é subseqüente ao nascimento do Estado, que institui o direito à propriedade, distribuindo a cada um aquilo que era propriedade comunal no estado de natureza.

II . A propriedade privada surge com o aparecimento da sociedade civil, a geradora do Estado, que é a instituição suprema que tem, inclusive, a prerrogativa de suprimir a propriedade em benefício da segurança do Estado.

III . A propriedade privada é parte do estado de natureza, pois o homem possui a propriedade de si mesmo e, com isso, tem o direito de tornar como sua propriedade aquilo que está vinculado com seu trabalho.

IV . A propriedade privada é anterior à sociedade civil, portanto, a propriedade antecedeu ao Estado, cuja existência resultou do contrato social e teve a finalidade de preservar e proteger a propriedade privada de cada um.

Assinale a alternativa que tem as assertivas corretas.

A) III e IV

B) I e II

C) II e III

D) II e IV

Page 9: QUESTÕES+..

18) (UEL-2005) “Se todos os homens são, como se tem dito, livres, iguais e independentes por natureza, ninguém pode ser retirado deste estado e se sujeitar ao poder político de outro sem o seu próprio consentimento. A única maneira pela qual alguém se despoja de sua liberdade natural e se coloca dentro das limitações da sociedade civil é através do acordo com outros homens para se associarem e se unirem em uma comunidade para uma vida confortável, segura e pacífica uns com os outros, desfrutando com segurança de suas propriedades e melhor protegidos contra aqueles que não são daquela comunidade”. (LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo civil. Trad. de Magda Lopes e Marisa Lobo da Costa.

Petrópolis: Vozes, 1994. p.139.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o contrato social em Locke, considere as afirmativas a seguir.

I. O direito à liberdade e à propriedade são dependentes da instituição do poder político.

II. O poder político tem limites, sendo legítima a resistência aos atos do governo se estes violarem

as condições do pacto político.

III. Todos os homens nascem sob um governo e, por isso, devem a ele submeter-se ilimitadamente.

IV. Se o homem é naturalmente livre, a sua subordinação a qualquer poder dependerá sempre

de seu consentimento.

Estão corretas apenas as afirmativas:

a) I e II.

b) I e III.

c) II e IV.

d) I, III e IV.

e) II, III e IV.

Page 10: QUESTÕES+..

19) (UFU 09/2002) A relação homem-natureza consome a maior parte das obras de Rousseau, que seguiu uma direção peculiar assentada na crítica ao progresso das ciências e das artes.

A este respeito, pode-se afirmar que

I - prevalece, nos escritos de Rousseau, a moral fundada na liberdade, a primazia do sentimento sobre a razão e, principalmente, a teoria da bondade natural do homem.

II - o bom selvagem ou o homem natural é dotado de livre arbítrio e sentido de perfeição, sentimentos esses corrompidos com o surgimento da propriedade privada.

III - o bom selvagem, descrito por Rousseau, possui uma sabedoria mais refinada que o conhecimento científico, o que confirma a completa ignorância da cultura letrada.

IV - Rousseau não defende o retorno do homem à animalidade, ao contrário, é preciso conservar a pureza da consciência natural, isto é, alcançar a verdadeira liberdade.

Assinale a alternativa que apresenta todas as afirmativas corretas.

A) I, III e IV

B) II, III e IV

C) I, II e IV

D) I, II e III

20) (UFU 2ª fase março de 2002) “ O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros. O que se crê senhor dos demais, não deixa de ser mais escravo do que eles. Como adveio tal mudança? Ignoro-o. Que poderá legitimá-la? Creio poder resolver esta questão (...). A ordem social é um direito sagrado que serve de base a todos os outros. Tal direito, no entanto, não se origina da natureza: funda-se, portanto, em convenções.”

ROUSSEAU. Do contrato social. Coleção “Os Pensadores.” São Paulo: Abril Cultural, 1978.

O que significa afirmar que para Rousseau (séc. XVIII), os indivíduos, quando criam a soberania e nela se fazem representar, são cidadãos, enquanto se submetem às leis e à autoridade do governante que os representa, são súditos?

Page 11: QUESTÕES+..

21) (UFU 2ª fase Setembro de 2002 )

Interprete o fragmento abaixo.

“O princípio da vida política reside na autoridade soberana. O poder legislativo é o coração do Estado, o poder executivo, o cérebro que dá movimento a todas as partes.”

ROUSSEAU, Do contrato social. Col. Os Pensadores, São Paulo: Abril Cultural, 1978.

Defina, segundo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), o conceito de soberania e, em seguida, explique em que essa concepção se diferencia dos outros contratualistas.

22) (UFU- Janeiro de 2004) Antes de escrever Discursos sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens e o Do contrato social, Rousseau já havia manifestado seu pessimismo em relação ao progresso social. Na dissertação escrita em 1750, para o concurso literário promovido pela Academia de Dijon, está escrito:

“Antes que a arte polisse nossas maneiras e ensinasse nossas paixões a falarem a linguagem apurada, nossos costumes eram rústicos, mas naturais e a diferença dos procedimentos denunciava, à primeira vista, a dos caracteres. No fundo, a natureza humana não era melhor, mas os homens encontravam sua segurança na facilidade para se penetrarem reciprocamente, e essa vantagem, de cujo valor não temos mais a noção, poupava-lhes muitos vícios.”

ROUSSEAU, J.J. Discurso sobre as ciências e as artes. Trad. de Lourdes Santos Machado.3 ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 336. Coleção .Os Pensadores..

Analise as assertivas abaixo.

I . A palavra natural significa sabedoria, portanto, o primitivo era dotado de um saber comparável ao estágio do conhecimento do século das luzes.

II . As ciências e as artes serviram não só para o progresso material, mas também levaram os homens a criarem vícios, antes inexistentes.

III . O homem em estado de natureza era ignorante, porém, a ignorância preservava a pureza de coração e fazia, do primitivo, um ser livre.

IV . A ignorância é um vício adquirido da natureza, portanto, as ciências e artes são necessárias para promover a liberdade humana.

Assinale a alternativa correta.

A) II e III

B) I e III

Page 12: QUESTÕES+..

C) I e IV

D) II e IV

23) (UEL-2004) “o Estado ou a Cidade mais que uma pessoa moral, cuja vida consiste na união de seus membros, e se o mais importante de seus cuidados é o de sua própria conservação, torna-se-lhe necessária uma força universal e compulsiva para mover e dispor cada parte da maneira mais conveniente a todos. Assim como a natureza dá a cada homem poder absoluto sobre todos os seus membros, o pacto social dá ao corpo político um poder absoluto sobre todos os seus, e é esse mesmo poder que, dirigido pela vontade geral, ganha, como já disse, o nome de soberania.” (ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do contrato social. Trad. de Lourdes Santos Machado. 3.ed. São Paulo: Nova Cultural, 1994. p. 48.)

De acordo com o texto e os conhecimentos sobre os conceitos de Estado e soberania em Rousseau, é correto afirmar:

a) A soberania surge como resultado da imposição da vontade de alguns grupos sobre outros, visando a conservar o poder do Estado.

b) O estabelecimento da soberania está desvinculado do pacto social que funda o Estado.

c) O Estado é uma instituição social dependente da vontade impositiva da maioria, o que configura a democracia.

d) A conservação do Estado independe de uma força política coletiva que seja capaz de garanti-lo.

e) A soberania é estabelecida como poder absoluto orientado pela vontade geral e legitimado pelo pacto social para garantir a conservação do Estado.

24) (UEL-2005) “Poder-se-ia [...] acrescentar à aquisição do estado civil a liberdade moral, única a tornar o homem verdadeiramente senhor de si mesmo, porque o impulso do puro apetite é escravidão, e a obediência à lei que se estatui a si mesma é liberdade”. (ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do contrato social. Trad. de Lourdes Santos Machado. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 37.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a liberdade em Rousseau, é correto afirmar:

a) As leis condizentes com a liberdade moral dos homens devem atender aos seus apetites.

Page 13: QUESTÕES+..

b) A liberdade adquire sentido para os homens na medida em que eles podem desobedecer às leis.

c) O homem livre obedece a princípios, independentemente de eles também valerem para a sociedade.

d) O homem afirma sua liberdade quando obedece a uma lei que prescreve para si mesmo.

e) É no estado de natureza que o homem pode atingir sua verdadeira liberdade.

25) (UFU-2005) - “O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer isto é meu e encontrou pessoas suficientemente simples para acreditá-lo. Quantos crimes, guerras, assassínios, misérias e horrores não pouparia ao gênero humano aquele que, arrancando as estacas ou enchendo o fosso, tivesse gritado a seus semelhantes: ‘Defendei-vos de ouvir esse impostor; estareis perdidos se esquecerdes que os frutos são de todos e que a terra não pertence a ninguém!’”. (ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. Trad. de Lourdes Santos Machado. São Paulo: Nova Cultural, 1997. p. 87.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento político de Rousseau, é correto afirmar:

a) A desigualdade é um fato natural, autorizada pela lei natural, independentemente das condições sociais decorrentes da evolução histórica da humanidade.

b) A finalidade da instituição da sociedade e do governo é a preservação da individualidade e das diferenças sociais.

c) A sociabilidade tira o homem do estado de natureza onde vive em guerra constante com os outros homens.

d) Rousseau faz uma crítica ao processo de socialização, por ter corrompido o homem, tornando-o egoísta e mesquinho para com os seus semelhantes.

e) Rousseau valoriza a fundação da sociedade civil, que tem como objetivo principal a garantia da posse privada da terra.